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O corpo na arte africana

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Catalogação na fonte: Biblioteca de Educação e Divulgação Científica

C822 Catei, Gisele (org.). O corpo na arte africana. / Organizadores: Gisele Catei e Wilson Savino. Rio de

Janeiro: Museu da Vida/ Casa de Oswaldo Cruz/ FIOCRUZ, 2012. 88p. il. ISBN 978-85-85239-80-0 1. Arte africana. 2. Exposições. 3. Arte-catálogos.!. Museu da Vida. li.

Fundação Oswaldo Cruz. li. Título.

CDD - 709.6

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o

Apresentação 5

O Corpo na Arte Africana 7

Módulo 1. Corpo individual & Corpos múltiplos 11

Módulo 2. Sexualidade & Maternidade 25

Módulo 3. A modificação e a decoração do corpo 37

Módulo 4. O corpo na decoração dos objetos 49

Módulo 5. Máscaras como manifestação cultural 61

Acervo 73

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Os povos africanos têm uma concepção sobre arte muito

distinta daquela a que estamos acostumados a ver e aprender

no chamado mundo ocidental. Segundo o escritor e filósofo

senegalês Léopold Senghor, o talento e a sensibilidade

individual do artista africano se integram nas atividades

sociais e culturais, oriundas do universo simbólico e religioso

de sua etnia. Toda e qualquer manifestação de arte é coletiva,

feita para todos, com a participação de todos.

A função essencial do artista consiste então em apreender

o invisível, graças ao visível. A arte negro-africana é, por

consequência, funcional, conceituai e simbólica. Portanto,

não é meramente utilitária. O elemento estético é

fundamental, como diz Senghor: "A obra de arte, para ser

eficaz, tem que ser bela''.

Por fim, as obras de arte são, para os africanos, o produto de

uma inspiração sagrada e da natureza divinizada. Assim, o

artista africano é possuído por um deus, um gênio ou um

ancestral. Ele visa expressar um "mundo moral'; permite

acessar o invisível, mais verdadeiro que o mundo visível. A

arte negro-africana nunca é realista, não é uma arte de mera

imitação da natureza ou da realidade.

O enfoque desta exposição é o corpo, que para os africanos

se confunde com o ponto de encontro entre a natureza e

cultura, a base em que se funda toda ação simbólica. Ele é

o intermediário entre a terra e o céu, entre o material e o

espiritual. O corpo humano é para os africanos uma passarela

entre a natureza e a cultura.

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\

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A natureza indisciplinada amedronta homens e mulheres

africanos. ndependente de a qual etnia pertençam, buscam

continuamente eliminar de seus corpos estes estados de

desordem e desequilíbrio, apelando ao sagrado e aos rituais

de fé e devoção.

A África Subsaariana é o maior mosaico de povos do mundo.

Ali coexistem mais de mil etnias. Sob essa variedade de

culturas e formas, a arte africana esconde sempre uma

dimensão religiosa e cultural a descobrir. Portanto, é

impossível numa exposição tentar explicar a diversidade

do universo simbólico que contém cada obra apresentada.

Assim, optamos por nos dedicar menos à descrição individual

de cada peça e mais em permitir o encontro direto entre o

público e as obras.

A arte africana pode despertar surpresa, encantamento ou

mesmo espanto, mas nunca indiferença.

Por isso, temos certeza que esse diálogo de liberdade e

sensibilidade entre obra e visitante será de toda maneira

muito enriquecedor para o público.

Nossa exposição apresenta-se no formato de módulos; cada

um deles configurando um aspecto importante do diálogo

entre a obra de arte e o público. Nela, artistas não conhecidos

utilizam, direta ou indiretamente, o corpo humano como

objeto de estética e de relação central com a natureza

concreta ou divina que os cerca.

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Uma estátua não representa um homem ou uma mulher,

mas um ser humano completo, com uma parte física

e uma parte espiritual - do passado e do futuro. Tem,

por isso, um lado sagrado, ligado às forças da natureza

e do universo. As esculturas humanas são geralmente

representações do chefe, de seus filhos e servidores, dos

ancestrais ou das divindades.

Uma categoria à parte de esculturas humanas individuais

é representada pelos "fetiches'; objetos de poder. São

ligados à magia e à feitiçaria, capazes de obter curas ou

provocar doenças e garantir proteção ou destruição. Por

suas propriedades benéficas ou maléficas, estas esculturas

inspiram respeito e temor.

As representações de corpos múltiplos significam a

cooperação e a complementaridade das pessoas dos dois

gêneros na reprodução dos humanos, da agricultura e da

multiplicação dos recursos da natureza para coleta, pesca

ou caça. Estes objetos representam a unidade de uma

dualidade equilibrada, a força de uma duplicação frutuosa.

As figuras duplas são geralmente a representação

de gêmeos. Para a maioria dos povos africanos, um

nascimento gemelar é considerado como um evento

favorável, uma benção dos deuses. O tema do duplo está

presente nos cultos dos ibejis (divindades gêmeas infantis),

do grupo étnico yorubá, ligados à divindade Xangô,

ele mesmo um gêmeo e principal protetor das crianças

gêmeas (ou trigêmeas ou mais).

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Casal primordial · homem Madeira/ pigmento 132,0 x 27,0 x 26,0 cm Etnia: Baoule - País: Costa do Marfim Coleção: Wilson Savino

Casal primordial· mulher Madeira/ pigmento 125,0 x 23,0 x 23,0 cm Etnia: Baoule - País: Costa do Marfim Coleção: Wilson Savino

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Escultura feminina Madeira / pigmento 30,0x16,5x14,5 cm Etnia: Pigmeu - País: República Democrática do Congo Coleção: Wilson Savino

Escultura masculina Madeira 58,5x16,5x13,0 cm Etnia: Senoufo - País: Costa do Marfim Coleção: Wilson Savino

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Escultura feminina Madeira 13,0 x 9,0 x 7,5 cm Etnia: Mumuye - País: Nigéria Coleção: Wilson Savino

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Alto relevo de um Obá ladeado de músicos Bronze 19,3x17,2 x 4,0 cm Etnia: Edo,Yorubá - País: Nigéria, antigo Reino do Benin Coleção: Wilson Savino

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Fetiche Madeira / tecido/ metal 44,0x 17,0x15,0 cm Etnia: atribuído a Bakongo - País: República Democrática do Congo Coleção: Wilson Savino

Fetiche Buti Pedra / argila/ pigmento 17,5 x 4,0 x 8,5 cm Etnia: Pigmeu Telen - País: Mali Coleção: Wilson Savino

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Fetiche nkisi nkondi Madeira / pregos / fibras vegetais e pigmentos 77 ,O cm de altura Etnia Kongo - Países: Angola e República Democrática do Congo Coleção: João Maurício de Araújo Pinho

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Escultura feminina Bronze 8,0 x 4,0 x 5,0 cm Etnia: Dogon - País: Mali Coleção: Wilson Savino

Escultura feminina Madeira / metal 70,0x15,5x14,5 cm Etnia: Bambara - País: Mali Coleção: Wilson Savino

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Gêmeos /begis Madeira/ tecidos/ contas/ búzios 35,0x10,0 x 7,0 cm Etnia: Yorubá - País: Nigéria Coleção: Rodrigo Corrêa de Oliveira

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Escultura dupla Madeira J pigmento 46,6x18,0 0 cm Etnia: Dogon- País: Mali Coleção: Wilson Savino

Escultura múltipla Madeira 47,0x11,0 0 cm Etnia: Dogon - País: Mali Coleção: Wilson Savino

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Escultura múltipla Madeira 42,0x11,5x15,0 cm Etnia: Dogon - País: Mali Coleção: Wilson Savino

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Topo de cabeça Madeira 33,0x18,0x 18,0 cm Etnia: Dogon - País: Mali Coleção: Wilson Savino

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A sexualidade entre os povos africanos está quase

sempre associada à fertilidade. Isso explica a presença,

em diversas etnias africanas, de esculturas simbolizando

o "casal primordial': fundador da linhagem, ou que deu

origem à etnia.

Os símbolos fálicos nos objetos encarnam geralmente

a potência sexual e fértil do homem, e não o poder

masculino do chefe ou do guerreiro.

As representações associadas à maternidade e aos

atributos sexuais femininos são extremamente abundantes

na arte africana. Isso demonstra o poder e a importância

capital da fecundidade para a mulher nesse continente.

As sociedades africanas são baseadas no parentesco em

função da linhagem. Na transmissão do parentesco é

a mulher, mãe e genitora, que garante a continuidade

da linhagem. Sem ela, o homem privado de filhos veria

interromper os cultos ancestrais de sua família . É a mulher

que permite ao homem demonstrar sua fecundidade,

prova indispensável para a transmissão do poder a seus

descendentes e a perpetuação de sua linhagem.

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Casal primordial -homem Madeira 54,5x21,0x16,0 cm Etnia: Fang - País: Gabão Coleção: Wilson Savino

Casal primordial -mulher Madeira 51,0x18,0 x 16,0 cm Etnia: Fang - País: Gabão Coleção: Wilson Savino

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Máscara de casamento (feminina) Madeira 74,0x24,0x13,0 cm Etnia: Baoule - País: Costa do Marfim Coleção: Wim Degrave

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Máscara de casamento (masculina) Madeira ! fibra vegetal 76,0x27,0x15,0 cm Etnia: Baoule - País: Costa do Marfim Coleção: Wim Degrave

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Casal primordial - mulher Madeira/ pigmento 30,0 x 9,5 x 8,0 cm Etnia: Fang - Países: Gabão e Guiné Coleção: Wilson Savino

Casal primordial - homem Madeira 28,0 x 10,0 x 6,5 cm Etnia: Fang - Países: Gabão e Guiné Coleção: Wilson Savino

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Escultura fálica Argila/ miçanga/ pigmento 16,0x15,0 x8,5 cm Etnia: Tikar - País: República dos Camarões Coleção: Wilson Savino

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Boneca de fertilidade Madeira 33,0x16,0 0 cm Etnia: Ashanti - País: Nigéria Coleção: Wilson Savino

Boneca de fertilidade Madeira 39,5x18,0 0 cm Etnia: Ashanti - País: Nigéria Coleção: Wilson Savino

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Boneca de fertilidade Madeira/ pigmento 6,0 x 4,0 x 25,0 cm Etnia:Fanti - País: Gana Coleção: Wim Degrave

Boneca de fertilidade grávida Madeira/ miçanga/ tecido 38,0x9,0x15,5 "'cm Etnia: Ashanti - Países: Gana e Nigéria Coleção: Wim Degrave

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Máscara de ventre Madeira encerada 63,5 x 33,0 x 22,0 cm Etnia: Makondi - Países: Tanzânia e Moçambique Coleção: Wilson Savino

Escultura mulher grávida Madeira 56,0x17,0x14,5 cm Etnia: Ndegense - País: República Democrática do Congo Coleção: Wilson Savino

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Maternidade Madeira/ pigmentos / tecido 54,2x11,5x11,5 cm Etnia: Bambara - País: Mali Coleção: Wilson Savino

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Maternidade Madeira/ pigmento 64,0 x 25,0 x 25,0 cm Etnia: Senoufo - País: Costa do Marfim Coleção: Wilson Savino

Maternidade Madeira / pigmento 57,0 x24,5x16,0 cm Etnia: Senoufo - País: Costa do Marfim Coleção: Wim Degrave

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O continente africano é talvez o lugar onde o homem mais

utilize o corpo como objeto a ser esculpido, submetendo-o

a diversas intervenções perenes ou temporárias. Os

africanos fazem do próprio corpo um suporte de ideal de

beleza, sensualidade e, sobretudo, de exigências rituais

de tradições milenares de cada povo. Nessas intervenções

corporais está subentendido um simbolismo; são marcas

de pertencimento a uma etnia, a uma classe de idade ou

ao status do indivíduo no grupo.

Modificações intencionais do crânio, dos lábios e das

orelhas, limagem dos dentes, alongamento do pescoço,

cortes de barba ou cabelo, penteados e decoração corporal

são signos de identidade e geralmente correspondem às

etapas-chave da vida. Na África, praticam-se decorações

aplicadas diretamente sobre a pele: a pintura corporal, a

escarificação e, mais raramente, a tatuagem.

A escarificação é uma técnica que consiste em produzir

cicatrizes no corpo, formando desenhos através de

instrumentos cortantes. t muito difundida na África pela

propriedade de formação de queloides na cicatrização da

pele negra. Além de sua carga simbólica, as escarificações são

muito apreciadas como atributo de beleza e sensualidade,

que implica o deslizar das mãos pelas protuberâncias dos

desenhos espalhados pelo corpo.

A pintura corporal não é perene. Igualmente carregada de

simbolismo, ela é usada em ocasiões especiais de rituais,

cerimônias, de guerra ou simplesmente pela vontade de

beleza, de agradar e ser atrativo.

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Escultura masculina com escarificações Madeira/ tecido/ palha/ miçanga/ pigmentos / metal 71,0x27,0x19,5 cm Etnia: Makondi - País: Moçambique Coleção: Wilson Savino

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Escultura masculina com escarificações Madeira 59,0x16,5x15,0 cm Etnia: Luluwa - País: República Democrática do Congo Coleção: Wilson Savino

Escultura com escarificações Madeira/palha 77x20x 18 cm Etnia: Luluwa - País: República Democrática do Congo Coleção: Wilson Savino

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Escultura com escarificações Madeira 58,0x16,0x16,0 cm Etnia: Teke -País: República Democrática do Congo Coleção: Wilson Savino

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Escultura com escarificações Argila 18,5 x 10,5 x 9,5 cm Etnia: Tikar - País: República dos Camarões Coleção: Wilson Savino

Escultura com escarificações e pintura corporal Argila / pigmento / miçanga/ búzios 19,5 x 7,0 x 5,5 cm Etnia: Tikar - País: República dos Camarões Coleção: Wilson Savino

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Escultura com escarificações Madeira/ pigmento / concha/ fibra vegetal 31,0x16,0x15,0 cm Etnia: Pigmeu - País: República dos Camarões Coleção: Rodrigo Corrêa de Oliveira

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Escultura com pintura corporal Argila/ pigmento/ miçangas 12,0 x 9,0 0 cm Etnia: Tikar - País: República dos Camarões Coleção: Wilson Savino

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Escultura com pintura corporal Argila /pigmento 10,0 x 6,0 x 6,0 cm Etnia: Tikar - País: República dos Camarões Coleção: Wilson Savino

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Escultura Anjenu com pintura corporal Madeira/ pigmentos / tecido 52,0x15,3x15,5 cm Etnia: ldoma - País: Nigéria Coleção: Wilson Savino

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Escultura com pintura corporal Argila/ pigmento 16,0 x 17,5 x 5,0 cm Etnia: Tikar - País: República dos Camarões Coleção: Wilson Savino

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Escultura com pintura corporal Argila/ pigmento/ contas/ penas 23,0 x 8,0 x 8,2 cm Etnia: Tikar -País: República dos Camarões Coleção: Wilson Savino

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Representações humanas em desenhos, entalhes e

esculturas ornamentam vários utensílios e peças africanos.

Estes objetos ultrapassam a simples função decorativa.

Eles possuem sempre um significado preciso e transmitem

implicitamente uma mensagem simbólica.

O corpo humano é encontrado na decoração de diversas

categorias de objetos: instrumentos musicais, cetros,

mobiliário, portas, cachimbos, colheres e recipientes.

Eles dão prestígio ao dono e muitas vezes refletem a

posição hierárquica que ocupa a pessoa no grupo ou nas

sociedades secretas. Alguns destes objetos são utilizados

em rituais ou na evocação de um mito.

A função estética da ornamentação é fundamental: para

um africano, além de utilitário, um objeto deve ser belo.

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Harpa de quatro cordas Madeira /couro /tecido {fios) 50,0 x 43,0 x 21,0 cm Etnia: Mangbetu - País: República Democrática do Congo Coleção: Wilson Savino

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Ornamento de cetro ou bastão de comando Bronze 28,0x14,5 x 8,0 cm . Etnia: Fon, Yoruba - Países: Benm e Nigéria Coleção: Wilson Savino

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Sinete Madeira 33,0x14,0x10,0 cm Etnia: Zande - País: República Democrática do Congo Coleção: Wilson Savino

Carretel Madeira /pigmento/ couro/ contas / búzios 54,0x13,5x10,0 cm Etnia: Dowayo - País: República dos Camarões Coleção: Wilson Savino

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Relicário Argila/metal 53 X 21,S X 9,0 cm Etnia: Kota -País: Gabão Coleção: Wilson Savino

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Pente Madeira / pigmento /tecido 62,0x15,0 x 26,0 cm Etnia: Ashanti - Países: Gana e Nigéria Coleção: Wim Degrave

Janela de silo Madeira /pigmento 54,0 x 39,5 x 7,0 cm Etnia: Dogon - País: Mali Coleção: Wilson Savino

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Janela de silo Madeira /pigmento 60,0 x 36,0 x 5,0 cm Etnia: Puno - País: Gabão Coleção: Wilson Savino

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Vaso Argila 40,0 x 26,5 x 26,0 cm Etnia: Mangbetu / Zande - País: República Democrática do Congo Coleção: Wilson Savino

Colher cerimonial Madeira 6,5x46,5x11,0 cm Etnia: Dan - País: Costa do Marfim Coleção: Wilson Savino

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Pilão Madeira/ pigmento 51,5x18,0x14,0 0 cm Etnia: Dogon - País: Mali Coleção: Wilson Savino

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Recipiente cerimonial Madeira I pigmento 46,6x18,0 0 cm Etnia: Dogon - País: Mali Coleção: Wilson Savino

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Topo de cabeça com antílope Madeira/ tecido/ búzios/ metal/ fibra vegetal 51,5x28,0x17,5 0 cm (com base) Etnia: Bambara - País: Mali Coleção: Wilson Savino

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As máscaras que cobrem o corpo, ou uma de suas partes,

transformam os homens e as mulheres que as vestem na

encarnação de divindades ou ancestrais. Os indivíduos

portadores das máscaras asseguram uma comunicação

entre o mundo dos deuses e o dos homens, entre os vivos

e os mortos. O corpo é o intermediário dessa relação. Por

meio das máscaras os seres do outro mundo podem se

manifestar sobre a Terra e ser acessíveis aos homens em

diversos rituais.

Há duas grandes categorias de máscaras:

1. Máscaras visíveis por todos

Essas máscaras aparecem em cortejos pelas aldeias, por

ocasião dos ritos e festas de nascimento, de fertilidade

(humana, agrícola e pastoril), de caça, de pesca, de guerra

ou em funerais. Elas podem ter uma função histórica de re­

viver os mitos fundadores e relembrar as tradições étnicas.

Assumem, também, uma função de controle social e de

justiça, para manter a ordem e punir a má conduta de cada

um ou, ainda, assegurar a proteção do grupo contra seus

inimigos e doenças. Às vezes, as máscaras refletem um

aspecto lúdico, de divertimento, em festas de mascarada

ou carnaval.

2. Máscaras visíveis por poucos ou proibidas

A maioria dessas máscaras surge na ocasião de ritos de

iniciação dos adolescentes dos dois sexos à vida adulta,

ou em ritos de sucessão de chefes. Normalmente elas

pertencem a sociedades secretas, guardiãs dos segredos

místicos, da magia, da morte, da cura e das doenças.

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Máscara da sociedade secreta feminina Sande Madeira/ pigmento 40,0 x 20,0 x 23,5 cm Etnia: Mende - Países: Sierra Leone e Libéria Coleção: Wilson Savino

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Máscara cihongo Madeira J búzios J miçanga 11,0x30,0x24,0cm Etnia Chokwe - País: República Democrática do Congo Coleção: Wilson Savino

Máscara da sociedade secreta Ekpo Madeira 18,0x22,0x18,5 cm Etnia: Eket- País: Delta do Níger Coleção Savino: Wilson

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Máscara Argila/ búzios/ miçanga/ tecido 9,0 x 25,0 x 21,0 cm Etnia: Dan - País: Costa do Marfim Coleção: Wilson Savino

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Máscara da sociedade masculina Nogil Madeira/ pigmento 108,5x17,0x10,5 cm Etnia: Fang -Países: Gabão e Guiné Coleção: Wilson Savino

Máscara da sociedade masculina Nogil Madeira/ pigmento 107,5x19,5x11,0 cm Etnia: Fang - Países: Gabão e Guiné Coleção: Wilson Savino

Máscara Yuruya Madeira/ pigmento 70,5 x 30,5 x 2,7 cm Etnia: Bwa, Doto - País: Burkina Faso Coleção: Wilson Savino

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Máscara ngady a mwash Madeira/ miçanga/ fibra/ tinta 28,0 x 38,0 x 26,0 cm Etnia: Kuba - País: República Democrática do Congo Coleção: Wilson Savino

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Máscara kanaga Madeira /pigmento 68,0x20,0x13,0 cm Etnia: Senoufo - Países: Mali e Costa do Marfim Coleção: Wilson Savino

Máscara elmo giphogo Madeira 25,5X19,0 X 6,5 cm Etnia: Kuba - País: República Democrática do Congo Coleção: Wilson Savino

Máscara Madeira/ pigmentos / tecido 24,0 x 21,0 x 6,0 cm Etnia: Teke - País: Gabão Coleção: Wilson Savino

Máscara alada Madeira / pigmento 29,0x127,0 x 21,0 cm Etnia: Bwa, Doto - País: Burkina Faso Coleção: Wilson Savino

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Máscara Ginjinga ou Pota Madeira/ tecido/ fibra vegetal/ búzios/ pena 50,0 x 56,0 x 18,0 cm Etnia: Pende - País: República Democrática do Congo Coleção: Wim Degrave

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MáscaraPwo Madeira J fibra vegetal J pigmento J tecido 50,0x50,0x14,5 cm Etnia: Chokowe - Países: República Democrática do Congo e Angola Coleção: Wim Degrave

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Escultura multiface Argila 15,0 x 7,5 x 7,5 cm Etnia: Tikar - País: República dos Camarões Coleção: Wilson Savino

Escultura feminina Madeira 32,0 x 10,0 0 cm Etnia: Luluwa - País: República Democrática do Congo Coleção: Wilson Savino

Escultura masculina Madeira 12,0x14,5 x16 cm Etnia: Chokwe - País: República Democrática do Congo Coleção: Wilson Savino

Máscara dupla face Madeira/pigmento 44,5 x 24 ç cm Etnia: !doma - País: Nigéria Coleção: Wilson Savino

Dignatário com espada cerimonial Bronze 17x5,0x6,5cm Etnia: Edo,Yorubá - País: Nigéria, antigo Reino do Benin Coleção: Wilson Savino

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Guerreiro para o culto da potência das mãos Bronze 16cmx7,3cmx5,5cm Etnia: Edo,Yorubá - País: Nigéria, antigo Reino do Benin Coleção: Wilson Savino

Escultura masculina com flauta Bronze 6,0 x 2.0 x 2,0 cm Etnia: Edo,Yorubá -País: Nigéria, antigo Reino do Benin Coleção: Wilson Savino

Escultura masculina com machado Bronze 6,0 x 2.5 x 2,0 cm Etnia: Edo, Yorubá - País: Nigéria, antigo Reino do Benin Coleção: Wilson Savino

Escultura masculina com chocalho Bronze 6,0 x 2.0 x 2,0 cm Etnia: Edo,Yorubá - País: Nigéria, antigo Reino do Benin Coleção: Wilson Savino

Escultura masculina com cuia Bronze 6,0 x 2,5 x 2,0 cm Etnia:Edo,Yorubá - País: Nigéria, antigo Reino do Benin Coleção: Wilson Savino

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Soba Fundador (mestre, guia) Madeira 50 x 20x26 cm País: Angola Coleção: Paulo Sabroza

Escultura fálica Argila 17x7,0x5,0cm Etnia:Tikar- País: República dos Camarões Coleção: Wilson Savino

Escultura fálica Argila/pigmento/miçanga/búzios 18x5,5x5,5cm Etnia: Tikar - País: República dos Camarões Coleção: Wilson Savino

Escultura feminina Madeira/pigmento 19,5 cm x 8,2 cm X 8,0 cm Etnia: Fanti - País: Gana Coleção: Wilson Savino

Escultura feminina Madeira/pigmento 24 cm x 9,5 cm x 8,0 cm Etnia: Ashanti - País: Nigéria Coleção: Wilson Savino

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Escultura feminina Madeira/miçanga 31 x8,0x4,5 cm Etnia: Fanti - País: Gana Coleção: Wilson Savino

Máscara de ventre Madeira encerada 42cmx18cmx13 cm Etnia: Makondi - Países: Tanzânia, Moçambique Coleção: Wilson Savino

Máscara de ventre Madeira encerada 40 cm x23cmx12,5 cm Etnia: Makondi - País: Tanzânia, Moçambique Coleção: Wilson Savino

Máscara de ventre Madeira encerada 51x33,5x14cm Etnia: Makondi - País: Tanzânia, Moçambique Coleção: Wilson Savino

Escultura masculina com escarificações Madeira 36 x20 x 9,8 cm Etnia: Kuba - País: República Democrática do Congo Coleção: Wilson Savino

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Escultura com escarificação Argila/pigmento/miçanga 16,5x15 x 9,0 cm Etnia: Tikar - País: República dos Camarões Coleção: Wilson Savino

Escultura com escarificação Argila/pigmento/tecido/miçanga/madeira 28x11,5x5,0cm Etnia: Tikar -País: República dos Camarões Coleção: Wilson Savino

Escultura com escarificações Madeira 36,0x11,0x10,0 cm Etnia: Ndengese - País: República Democrática do Congo Coleção: Wilson Savino

Apoio de cabeça Madeira 21x17x12cm Etnia: Luba -País: República Democrática do Congo Coleção: Rodrigo Corrêa de Oliveira

Carretel Argila/pigmento 19x9,5x6,0cm Etnia: Tikar -País: República dos Camarões Coleção: Wilson Savino

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Tamborete de prestígio Madeira 29x15,5x15,0 cm Etnia: Bamuleke - País: República dos Camarões Coleção: Wilson Savino

Pente Madeira/pigmento 19x8,0x3,0cm Etnia: Chokwe - País: República Democrática do Congo Coleção: Wilson Savino

Relicário Metal 30 x 10,5 x 6,0 ( cm Etnia: Kota - País: Gabão Coleção: Wilson Savino

Pente Madeira/pigmento 43x15x10cm Etnia: Ashanti - País: Nigéria Coleção: Wilson Savino

Relicário Metal 30,0x10,5 x 6,00 cm Etnia: Kota - País: Gabão Coleção: Wilson Savino

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Placa decorativa Madeira 45 x 11 x 5,5 cm Etnia: Dogon - País: Mali Coleção: Wilson Savino

Máscara Madeira/pigmento 82 x 40 x 26 cm Etnia: Yorubá - Paises: Benin e Nigéria Coleção:Rodrigo Corrêa de Oliveira

Máscara Madeira/pigmento 13x39x15 cm Etnia: Songyé - País: República Democrática do Congo Coleção: Wilson Savino

Máscara Madeira/pigmento 15 x 36 x 27 cm Etnia: lgbo - País: Nigéria Coleção: Wilson Savino

Máscara Madeira 15 x 57 x 25,5 cm Etnia: Dogon - País: Mali Coleção: Wilson Savino

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Máscara Madeira/ pigmento 16 x 38 x 23,5 cm Etnia: Dan - País: Costa do Marfim Coleção: Wilson Savino

Máscara Madeira/pigmento 7,0x3H cm Etnia:Teke - País: Gabão Coleção: Wilson Savino

Máscara Madeira/pigmento 28x24x 12cm Etnia: Vili - País: República Democrática do Congo Coleção: Wilson Savino

Máscara Madeira/pigmento 34 x 20 x 9,5 cm Etnia: Bemba - País: República Democrática do Congo Coleção: Wilson Savino

Máscara Madeira/pigmento 36x53x11 cm Etnia: Baoule - País: Costa do Marfim Coleção: Wilson Savino

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Máscara Madeira/pigmento 61 cm x 28 cm x 12 cm Etnia: Senoufo - Paises: Mali e Costa do Marfim Coleção: Wilson Savino

Máscara Madeira/pigmento 93cmx23,5cmx14cm Etnia: Mossi - País: Burkina Faso Coleção: Wilson Savino

Máscara Madeira/metal 66cmx24cmx12cm Etnia: Marka ou Warka -Paises: Mali e Burkina Faso Coleção: Wilson Savino

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CRÉDITOS EXPOSIÇÃO

Presidente da Fundação Oswaldo Cruz

Paulo Gadelha

Diretora da Casa de Oswaldo Cruz

Nara Azevedo

Chefe do Museu da Vida

Luisa Massarani

Diretora do Instituto Oswaldo Cruz

Tania Araújo-Jorge

Curadoria

Gisele Rocha Silva Catei

Wilson Savino

Coordenação geral

Luisa Massarani

Pesquisa de conteúdo e iconografia

Gisele Rocha Silva Catei

Wilson Savino

Colecionadores da Fiocruz

Wilson Savino

Wim Degrave

Rodrigo Corrêa de Oliveira

Paulo Sabroza

Colecionador particular

João Maurício de Araújo Pinho

Museologia

Eloísa Ramos

Museografia/cenografia

Gisele Rocha Silva Catei

Assistentes: Ubiratan Pimenta (Arquiteto)

Luciano Almeida

Programação visual

Barbara Mello

Cida Ramos

Rita Alca nta ra

Sergio Magalhães

Textos

Gisele Rocha Silva Catei

Wilson Savino

Operações técnicas

Fabíola Mayrink

Ubiratan Pimenta

Iluminação

Armando Feitoza

Benoni da Gama Oliveira

Ubiratan Pimenta

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Montagem

Luciano Almeida

Alexandre da Silva Fernandes

Robson de Almeida Oliveira

Cida Ramos

Secretaria

Fabio Pimentel

André Bordalo

Revisão de textos

Marina Ramalho

Luís Amorim

Visitação e atendimento ao público

Rosicler Neves

Claudia Oliveira

Atividades educativas

Alessandro Franco Batista

Carla Gruzman

Hilda da Silva Gomes

Maria Paula de Oliveira Bonatto

Assessoria de imprensa

Haendel Gomes

Agradecimentos

Deolinda Gouvêa dos Santos

Antoine Léfebure

Musée Dapper

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CRÉDITOS CATÁLOGO

Presidente da Fundação Oswaldo Cruz

Paulo Gadelha

Diretora da Casa de Oswaldo Cruz

Nara Azevedo

Chefe do Museu da Vida

Luísa Massarani

Diretora do Instituto Oswaldo Cruz

Tania Araújo-Jorge

Curadoria

Gisele Rocha Silva Catei

Wilson Savino

Pesquisa de conteúdo e iconografia

Wilson Savino

Gisele Rocha Silva Catei

Colecionadores Fiocruz

Wilson Savino

Wim Degrave

Rodrigo Corrêa de Oliveira

Paulo Sabroza

Realização

Colecionador particular

João Maurício de Araújo Pinho

Projeto gráfico e diagramação

Barbara Mello

Textos

Gisele Rocha Silva Catei

Wilson Savino

Créditos fotográficos

Roberto de Jesus

Vinícius Pequeno

João Baptista Estabile

Renato Velasco

Revisão de textos

Marina Ramalho

Luís Amorim

Agradecimentos

Deolinda Gouvêa dos Santos

Antoine Léfebure

Musée Dapper

Minl5t~rkldaS•úde

AO<R\JZ Fund•9lo Oaw•ldo Cruz ~Museu da Vida IOC

Im1tituto Oswaldo Cruz

Apoio

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Ctp, Impressão e Acabamento Gráfica Duo Print

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