o coração do programa

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O Coração do Programa Quando os diretores da Conexão e a equipe do GenSys me falavam que o coração do programa de melhoramento era o teste de progênie eu não entendia direito. Levei uns 3 anos anos para compreender. Hoje, depois de 5 anos coordenando o processo de seleção dos touros jovens da Conexão Delta G, sou mais um propagandista dessa máxima. Entendi que esses animais não são apenas reprodutores com potencial de virar touros de central dentro de 3 anos. São muito mais que isso. Representam o resultado final de todo o processo de seleção nas fazendas. E quando falamos em processo de seleção falamos do empenho de todos envolvidos, iniciando pelo proprietário que tomou a decisão de utilizar uma tecnologia de longo prazo, custo alto e trabalho duro, buscando melhorar a produtividade de seu rebanho e oferecer ao mercado animais melhoradores. Em seguida o gerente da fazenda, que por mais técnico que seja e enxergue os benefícios do melhoramento, tem um grande desafio administrativo: primeiro, lidar com a ansiedade do patrão quanto a resultados e depois controlar inúmeras variáveis e coletar infinitos dados em todo o processo de produção. Claro que nesse processo estão envolvidos dezenas, às vezes centenas, de funcionários, colaboradores e prestadores de serviços, nas mais diversas áreas, que se empenham em executar as tarefas às vezes até sem entender porque estão sendo feitas. Quer um exemplo? Pra quê coletar pelo do rabo de 10.000 bezerros? Convenhamos, não é fácil o peão entender que com aquilo identificaremos o pai e quem sabe o perfil genético daquele bezerro. Isso é só um exemplo dos mais novos que temos, garanto que todos têm o seu. E aqui não poderia deixar de mencionar a mão que trabalha. A equipe de peões de uma fazenda é peça chave desse processo, pois são responsáveis diretos pela coleta de dados e pelo manejo dos animais. O elo mais próximo do animal com seu objetivo inventado por nós, produzir. Será que é fácil morar nos rincões mais distantes do Brasil? Ir na civilização um dia por mês (quando vai)? Acordar todos os dias e andar o dia inteiro a cavalo, sob o sol, na poeira, recebendo ordens sem muitas explicações e ainda ser responsável total pelo rebanho? Temos que valorizar sempre essa turma tratando-os como parte primordial de todo o processo, porque realmente são! Aí mandamos os dados para outra equipe que é mais matemática que qualquer coisa. Matemática com pecuária? Ufa! E não é que dá certo. Parece um milagre receber o relatório de avaliação genética com o ranqueamento dos animais e sua avaliação dizendo como cada animal é e mais ainda como sua progênie será. Essa é outra que demorei a entender, mas comprovei vendo o resultado revolucionário que esse processo gera num rebanho. Depois de tudo isso, recebemos um relatório dos 300 melhores da safra, elaborada pelo GenSys, e saímos pelo Brasil revisando os candidatos para buscar os melhores dos melhores, unindo avaliação genética, morfologia e funcionalidade do Nelore, e aí a ajuda,

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O Coração do ProgramaQuando os diretores da Conexão e a equipe do GenSys me falavam que o coração

do programa de melhoramento era o teste de progênie eu não entendia direito. Levei uns 3 anos anos para compreender. Hoje, depois de 5 anos coordenando o processo de seleção dos touros jovens da Conexão Delta G, sou mais um propagandista dessa máxima. Entendi que esses animais não são apenas reprodutores com potencial de virar touros de central dentro de 3 anos. São muito mais que isso.

Representam o resultado final de todo o processo de seleção nas fazendas. E quando falamos em processo de seleção falamos do empenho de todos envolvidos, iniciando pelo proprietário que tomou a decisão de utilizar uma tecnologia de longo prazo, custo alto e trabalho duro, buscando melhorar a produtividade de seu rebanho e oferecer ao mercado animais melhoradores. Em seguida o gerente da fazenda, que por mais técnico que seja e enxergue os benefícios do melhoramento, tem um grande desafio administrativo: primeiro, lidar com a ansiedade do patrão quanto a resultados e depois controlar inúmeras variáveis e coletar infinitos dados em todo o processo de produção. Claro que nesse processo estão envolvidos dezenas, às vezes centenas, de funcionários, colaboradores e prestadores de serviços, nas mais diversas áreas, que se empenham em executar as tarefas às vezes até sem entender porque estão sendo feitas. Quer um exemplo? Pra quê coletar pelo do rabo de 10.000 bezerros? Convenhamos, não é fácil o peão entender que com aquilo identificaremos o pai e quem sabe o perfil genético daquele bezerro. Isso é só um exemplo dos mais novos que temos, garanto que todos têm o seu.

E aqui não poderia deixar de mencionar a mão que trabalha. A equipe de peões de uma fazenda é peça chave desse processo, pois são responsáveis diretos pela coleta de dados e pelo manejo dos animais. O elo mais próximo do animal com seu objetivo inventado por nós, produzir. Será que é fácil morar nos rincões mais distantes do Brasil? Ir na civilização um dia por mês (quando vai)? Acordar todos os dias e andar o dia inteiro a cavalo, sob o sol, na poeira, recebendo ordens sem muitas explicações e ainda ser responsável total pelo rebanho? Temos que valorizar sempre essa turma tratando-os como parte primordial de todo o processo, porque realmente são!

Aí mandamos os dados para outra equipe que é mais matemática que qualquer coisa. Matemática com pecuária? Ufa! E não é que dá certo. Parece um milagre receber o relatório de avaliação genética com o ranqueamento dos animais e sua avaliação dizendo como cada animal é e mais ainda como sua progênie será. Essa é outra que demorei a entender, mas comprovei vendo o resultado revolucionário que esse processo gera num rebanho.

Depois de tudo isso, recebemos um relatório dos 300 melhores da safra, elaborada pelo GenSys, e saímos pelo Brasil revisando os candidatos para buscar os melhores dos melhores, unindo avaliação genética, morfologia e funcionalidade do Nelore, e aí a ajuda,

há 5 anos, da brasilcomz – Zootecnia Tropical é fundamental. Parece fácil, só parece! Ainda mais porque temos que levar em consideração o ambiente de cada fazenda, o tempo dela no programa, a linhagem de cada animal, etc. Ainda imaginar as exigências de mercado de 3 anos para frente, pois estamos selecionando os touros que venderão sêmen somente depois de provados. Tudo isso somado, nesse ano, a 10.500 km percorridos em 20 dias de hotel avião, carro, poeira, saudade da família, percorrendo 5 estados e 9 fazendas. Para quê?

Para selecionar os melhores animais, ou melhor, os melhores representantes de um trabalho consistente, de sucesso e que envolve um grande número de profissionais, empresários, ideais, suor, matemática, dedicação e coração! Opa, acho que podemos sim chamar a seleção de Touros Jovens para Teste de progênie como o coração de qualquer programa de melhoramento.

Daniel F. BilucaExecutivo da Conexão Delta G