o conselho regional de medicina do estado do ceará continuará

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Editorial LUTAS O Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará continuará envidando esforços para que os doentes sejam bem atendidos e os médicos exerçam seu mister em condições dignas. INFORMATIVO DO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DO CEARÁ - Nº 109 - JAN/FEV DE 2015 Págs. 2 e 3 Págs. 4 e 5 Págs. 6 e 7 Pág. 8 PARA USO DOS CORREIOS MUDOU-SE DESCONHECIDO RECUSADO ENDEREÇO INSUFICIENTE NÃO EXISTE O NÚMERO INDICADO FALECIDO AUSENTE NÃO PROCURADO INFORMAÇÃO ESCRITA PELO PORTEIRO OU SINDICO REINTEGRADO AO SERVIÇO POSTAL EM____/___/___ ___________________ 60 Anos de Médico (artigo) A Segurança do Paciente (artigo) Fechando a edição: jan / fev / 2015 Atividades Conselhais Jurídico / Pareceres Curso de Atualização em Prontuário Eletrônico Cacoethes Scribendi (artigo) Entrega da Medalha de Honra ao Mérito Ético- Profissional e do Diploma de Mérito Ético-Profissional e Discursos No dia 4 de fevereiro de 2015, o Diário Oficial da União publicou decisão do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica, autarquia federal vinculada ao Ministério da Jus- tiça) multando o Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará, o Sindicato dos Médicos do Ceará e a Associação Médica Cearense. O motivo? O CREMEC, o SIMEC e a AMC lide- raram, nos idos de 2002, movimento pela corre- ção dos honorários pagos aos médicos por uma operadora de planos de saúde, o HAP-VIDA, a qual formulou denúncia à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), considerando que as atitudes das entidades médicas configuravam “grave ofensa aos princípios constitucionais da livre concorrência e da livre iniciativa”. Daí, a denúncia foi para o Ministério da Justiça. No julgamento do CADE, (vide reprodução do diário oficial na página 08) a conduta da representação médica cearense foi vista como “lesão à livre concorrência, à economia e aos consumidores”. É difícil compreender e aceitar que pugnar em defesa da melhoria de uma remuneração reco- nhecidamente baixa, em alguns casos expressa em valores vergonhosos, possa levar a punições severas. Evidentemente, o Conselho Regional de Medicina irá aos tribunais, recorrerá ao Poder Judiciário para expor as razões dos médicos e o aparente contrassenso da draconiana medida do CADE. Também no início de 2015, ocorreu deba- te na sede do Conselho de Medicina do Ceará acerca da desativação de leitos pediátricos no município de Fortaleza. O tema foi levantado pela Sociedade Cearense de Pediatria, através de sua presidente, a Dra. Francielze Lavor, a qual participou de uma sessão plenária do CREMEC, relatando as inquietações dos pediatras ante a crescente dificuldade para o atendimento e a hos- pitalização de crianças, particularmente aquelas em estado mais grave, dada a escassez e baixa resolutividade dos leitos da rede pública muni- cipal. Enquanto isto, o Hospital Infantil Albert Sabin se vê sobrecarregado, com todos os leitos ocupados e os profissionais trabalhando acima do limite do que é racionalmente recomendado. A situação se torna mais preocupante, tendo em vista notícia recente de venda de um tradicional hospital pediátrico privado para um plano de saúde. Dada a relevância do assunto, o CRM convidou a Secretária de Saúde de Fortaleza, Dra. Socorro Martins, e os diretores dos Gonzagui- nhas, do Hospital Nossa Senhora da Conceição e do CROA (Centro de Assistência à Criança), para exame detalhado da matéria. Ao final das discussões, em que foi apontada a necessidade de requalificação dos leitos pediátricos e consti- tuição de equipes preparadas para dar a melhor solução aos problemas clínicos dos pacientes, foi formado um grupo de trabalho incluindo a Sociedade Cearense de Pediatria, a Secretaria de Saúde de Fortaleza e o Conselho Regional de Medicina, com a definição de que, com bre- vidade, os resultados dos estudos e análises do problema e as respectivas propostas de solução serão apresentados ao CREMEC, sempre tendo por pensamento condutor o intuito de contribuir para que as crianças cearenses sejam tratadas com zelo, atenção, solidariedade, competência técnico-científica e humanismo. Já em 4 de fevereiro de 2015, o Conselho de Medicina fez nova visita de verificação às instalações da PEFOCE (Perícia Forense do Ceará, anteriormente IML – Instituto Médico Legal), averiguando as condições de trabalho dos médicos legistas. No dia seguinte, 5 de fevereiro de 2015, o Presidente do CREMEC, Dr. Ivan Moura Fé, o Presidente do Sindicato dos Médi- cos, Dr. José Maria Pontes, e o Dr. Josebson Silva Dias, médico legista de Canindé, estiveram em audiência com o Secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Estado, Dr. Delci Carlos Tei- xeira, levando o pleito de que fossem chamados os 52 médicos legistas da 2ª Turma de aprovados no Concurso da PEFOCE, realizado em 2011 e que tem validade somente até abril próximo. Ressalte-se que o aludido concurso resultou de longo esforço de mobilização das entidades médicas cearenses, tendo à frente o CREMEC e o SIMEC. Não é razoável deixar caducar o concurso já efetivado e ter logo que começar a discutir um novo certame, até mesmo porque a correta medida do governo estadual no sentido de ampliar os núcleos da PEFOCE para várias cida- des do interior do Estado, a exemplo de Iguatu, Quixeramobim, Tauá, Canindé e Russas, além de Juazeiro do Norte, e Sobral, torna imprescindível a contratação de mais profissionais legistas, a fim de que o labor técnico desses especialistas, tão importante para, inclusive, subsidiar a justiça na apuração de crimes, se dê de forma mais rápida e abrangente. O Conselho Regional de Medicina do Esta- do do Ceará continuará envidando esforços para que os doentes sejam bem atendidos e os médicos exerçam seu mister em condições dignas. Dr. Ivan de Araújo Moura Fé Presidente do CREMEC

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Editorial LUTAS

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará continuará

envidando esforços para que os doentes sejam bem atendidos e os

médicos exerçam seu mister em condições

dignas.

INFORMATIVO DO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DO CEARÁ - Nº 109 - JAN/FEV DE 2015

Págs. 2 e 3 Págs. 4 e 5 Págs. 6 e 7 Pág. 8

PARA USO DOS CORREIOS

MUDOU-SEDESCONHECIDORECUSADOENDEREÇO INSUFICIENTENÃO EXISTE O NÚMERO INDICADO

FALECIDOAUSENTENÃO PROCURADOINFORMAÇÃO ESCRITA PELO PORTEIRO OU SINDICO

REINTEGRADO AO SERVIÇO POSTAL

EM____/___/___ ___________________

60 Anos de Médico (artigo)

A Segurança do Paciente (artigo)

Fechando a edição: jan / fev / 2015

Atividades Conselhais

Jurídico / Pareceres

Curso de Atualização em Prontuário Eletrônico

Cacoethes Scribendi (artigo)

Entrega da Medalha de Honra ao Mérito Ético-Profissional e do Diploma de Mérito Ético-Profissional e Discursos

No dia 4 de fevereiro de 2015, o Diário Oficial da União publicou decisão do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica, autarquia federal vinculada ao Ministério da Jus-tiça) multando o Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará, o Sindicato dos Médicos do Ceará e a Associação Médica Cearense. O motivo? O CREMEC, o SIMEC e a AMC lide-raram, nos idos de 2002, movimento pela corre-ção dos honorários pagos aos médicos por uma operadora de planos de saúde, o HAP-VIDA, a qual formulou denúncia à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), considerando que as atitudes das entidades médicas configuravam “grave ofensa aos princípios constitucionais da livre concorrência e da livre iniciativa”. Daí, a denúncia foi para o Ministério da Justiça. No julgamento do CADE, (vide reprodução do diário oficial na página 08) a conduta da representação médica cearense foi vista como “lesão à livre concorrência, à economia e aos consumidores”. É difícil compreender e aceitar que pugnar em defesa da melhoria de uma remuneração reco-nhecidamente baixa, em alguns casos expressa em valores vergonhosos, possa levar a punições severas. Evidentemente, o Conselho Regional de Medicina irá aos tribunais, recorrerá ao Poder Judiciário para expor as razões dos médicos e o aparente contrassenso da draconiana medida do CADE.

Também no início de 2015, ocorreu deba-te na sede do Conselho de Medicina do Ceará acerca da desativação de leitos pediátricos no município de Fortaleza. O tema foi levantado pela Sociedade Cearense de Pediatria, através de sua presidente, a Dra. Francielze Lavor, a qual participou de uma sessão plenária do CREMEC, relatando as inquietações dos pediatras ante a crescente dificuldade para o atendimento e a hos-pitalização de crianças, particularmente aquelas em estado mais grave, dada a escassez e baixa resolutividade dos leitos da rede pública muni-

cipal. Enquanto isto, o Hospital Infantil Albert Sabin se vê sobrecarregado, com todos os leitos ocupados e os profissionais trabalhando acima do limite do que é racionalmente recomendado. A situação se torna mais preocupante, tendo em vista notícia recente de venda de um tradicional hospital pediátrico privado para um plano de saúde. Dada a relevância do assunto, o CRM convidou a Secretária de Saúde de Fortaleza, Dra. Socorro Martins, e os diretores dos Gonzagui-nhas, do Hospital Nossa Senhora da Conceição e do CROA (Centro de Assistência à Criança), para exame detalhado da matéria. Ao final das discussões, em que foi apontada a necessidade

de requalificação dos leitos pediátricos e consti-tuição de equipes preparadas para dar a melhor solução aos problemas clínicos dos pacientes, foi formado um grupo de trabalho incluindo a Sociedade Cearense de Pediatria, a Secretaria de Saúde de Fortaleza e o Conselho Regional de Medicina, com a definição de que, com bre-vidade, os resultados dos estudos e análises do problema e as respectivas propostas de solução serão apresentados ao CREMEC, sempre tendo por pensamento condutor o intuito de contribuir para que as crianças cearenses sejam tratadas com zelo, atenção, solidariedade, competência

técnico-científica e humanismo. Já em 4 de fevereiro de 2015, o Conselho

de Medicina fez nova visita de verificação às instalações da PEFOCE (Perícia Forense do Ceará, anteriormente IML – Instituto Médico Legal), averiguando as condições de trabalho dos médicos legistas. No dia seguinte, 5 de fevereiro de 2015, o Presidente do CREMEC, Dr. Ivan Moura Fé, o Presidente do Sindicato dos Médi-cos, Dr. José Maria Pontes, e o Dr. Josebson Silva Dias, médico legista de Canindé, estiveram em audiência com o Secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Estado, Dr. Delci Carlos Tei-xeira, levando o pleito de que fossem chamados os 52 médicos legistas da 2ª Turma de aprovados no Concurso da PEFOCE, realizado em 2011 e que tem validade somente até abril próximo. Ressalte-se que o aludido concurso resultou de longo esforço de mobilização das entidades médicas cearenses, tendo à frente o CREMEC e o SIMEC. Não é razoável deixar caducar o concurso já efetivado e ter logo que começar a discutir um novo certame, até mesmo porque a correta medida do governo estadual no sentido de ampliar os núcleos da PEFOCE para várias cida-des do interior do Estado, a exemplo de Iguatu, Quixeramobim, Tauá, Canindé e Russas, além de Juazeiro do Norte, e Sobral, torna imprescindível a contratação de mais profissionais legistas, a fim de que o labor técnico desses especialistas, tão importante para, inclusive, subsidiar a justiça na apuração de crimes, se dê de forma mais rápida e abrangente.

O Conselho Regional de Medicina do Esta-do do Ceará continuará envidando esforços para que os doentes sejam bem atendidos e os médicos exerçam seu mister em condições dignas.

Dr. Ivan de Araújo Moura Fé

Presidente do CREMEC

[email protected] Jornal Conselho

AVISO IMPORTANTE II: Emissão de documento por meio eletrônico. O Conselho Regional de Medicina do Ceará informa que os seguintes documentos estão disponíveis no site

do CREMEC (www.cremec.org.br): 1- Emissão de segunda via de boleto de anuidade;2- Certidão de quitação de pessoa física e jurídica.

AVISO IMPORTANTE I: Resolução CFM nº 2.108/2014: Fixa os valores das anuidades e taxas para o exercício de 2015 e dá outras providências.

Maiores Informações: www.portalmedico.org.br

jurídico/pareceres/ementas 2014

PARECER CREMEC N.º 11/2014Assunto: Contenção física de pacientesParecerista: Dra. Stela Norma Benevides CasteloEmenta: A contenção física é um tratamento administrado a paciente, devendo ser prescrita por médico e registrada em prontuário, quando for o meio mais adequado para prevenir dano imediato ou iminente ao próprio paciente ou a terceiros.

PARECER CREMEC N.º 12/2014Assunto: Câmara de Segurança em Sala de NecrópsiaRelator: Cons. José Málbio Oliveira RolimEmenta: Não há previsão ética e legal para a gravação de imagens durante o exame de perícia médico-legal (necrópsia) com o objetivo de monitoramento do trabalho do perito legista.

PARECER CREMEC N.º 13/2014Assunto: Atendimento de menor desacompanhadoParecerista: Conselheiro Helvécio Neves FeitosaEmenta: A manutenção da privacidade e do sigilo do atendimento deve ser a regra no atendimento de adolescentes.

A criança e o adolescente gozam de prioridade (precedência de atendimento) com relação aos pacientes adultos. Em crianças, somos de opinião que o atendimento eletivo seja feito sempre com o acompanhamento dos pais ou responsáveis legais. Em casos de urgência/emergência, a prioridade de salvar a vida/reduzir danos se sobrepõe à necessidade de acompanhamento.

PARECER CREMEC N.º 14/2014Assunto: Critérios prioritários para o atendimento em serviços hospitalares deemergência.Relator: Cons. José Carlos Figueiredo MartinsEmenta: O médico, quando em atendimento nos serviços de urgência e emergência, deve avaliar a gravidade dos pacientes, priorizar aqueles com risco mais elevado de agravamento da situação (caso o atendimento seja postergado) e definir a melhor conduta, de acordo com a disponibilidade de recursos técnicos e de pessoal

PARECER CREMEC N.º 15/2014Assunto: Retorno de ConsultaParecerista: Conselheiro Lúcio Flávio Gonzaga Silva

Ementa: A afer ição de exames complementares para definição do diagnóstico e da conduta terapêutica faz parte da consulta, a torna completa e não deve gerar cobrança de honorários.

PARECER CREMEC N.º 16/2014Assunto: Uso do jaleco fora do local de trabalhoParecerista: Conselheiro Lúcio Flávio Gonzaga SilvaEmenta: É recomendável a não utilização do jaleco fora do ambiente de trabalho.

PARECER CREMEC N.º 17/2014Assunto: Máquina de Cartão de Crédito em ConsultórioParecerista: Conselheiro Lúcio Flávio Gonzaga SilvaEmenta: O médico pode facilitar o pagamento de seus honorários, quando solicitado pelo paciente, inclusive disponibilizando-o a fazê-lo via cartão de crédito. Não há vedação ética quanto a isso. O que ele não pode fazer é tornar pública esta modalidade de benefício, o que caracterizaria promoção e concorrência desleal, o que é proibido pelas normas éticas.

Jornal Conselho [email protected]

COMISSÃO EDITORIALDalgimar Beserra de Menezes

Fátima Sampaio

CREMEC: Rua Floriano Peixoto, 2021 - José Bonifácio

CEP: 60.025-131

Telefone: (85) 3230.3080

Fax: (85) 3221.6929

www.cremec.org.br

E-mail: [email protected]

Jornalista responsável: Fred Miranda

Projeto Gráfico: Wiron

Editoração Eletrônica: Júlio Amadeu

Impressão: Gráfica Cearense

CONSELHEIROS

Alberto Farias Filho Ana Lúcia Araújo Nocrato

Carlos Leite de Macêdo Filho Cláudio Gleidiston Lima da Silva Erico Antonio Gomes de Arruda

Flávio Lúcio Pontes Ibiapina Francisco Alequy de Vasconcellos Filho

Francisco de Assis Almeida Cabral Francisco Dias de Paiva

Francisco Flávio Leitão de Carvalho Filho Gentil Claudino de Galiza Neto

Helly Pinheiro Ellery Inês Tavares Vale e Melo

João Nelson Lisboa de Melo José Ajax Nogueira Queiroz

José Albertino Souza José Carlos Figueiredo Martins

José Fernandes Dantas José Huygens Parente Garcia José Málbio Oliveira Rolim José Roosevelt Norões Luna

Maria Neodan Tavares Rodrigues Marly Beserra de Castro Siqueira

Régia Maria do S. Vidal do Patrocínio Régis Moreira Conrado

Renato Evando Moreira Filho Ricardo Maria Nobre Othon Sidou Roberto Wagner Bezerra de Araújo

Roger Murilo Ribeiro Soares Stela Norma Benevides Castelo

Sylvio Ideburque Leal Filho Tânia de Araújo Barboza

Valéria Góes Ferreira Pinheiro

DIRETORIAIvan de Araújo Moura Fé Helvécio Neves Feitosa

Lino Antonio Cavalcanti HolandaFernando Queiroz Monte

Lúcio Flávio Gonzaga SilvaRafael Dias Marques Nogueira

Regina Lúcia Portela Diniz

REPRESENTANTES DO CREMEC NO INTERIOR DO ESTADO

SECCIONAL DA ZONA NORTEArthur Guimarães Filho

Francisco Carlos Nogueira ArcanjoFrancisco José Fontenele de AzevedoFrancisco José Mont´Alverne Silva

José Ricardo Cunha NevesRaimundo Tadeu Dias Xerez

End.: Rua Oriano Mendes - 113 - CentroCEP: 62.010-370 - Sobral - Ceará

SECCIONAL DO CARIRICláudio Gleidiston Lima da SilvaGeraldo Welilvan Lucena Landim

João Ananias Machado FilhoJoão Bosco Soares SampaioJosé Flávio Pinheiro VieiraJosé Marcos Alves Nunes

End.: Rua da Conceição - 536, Sala 309Ed. Shopping Alvorada - Centro

Fone: 511.3648 - Cep.: 63010-220Juazeiro do Norte - CearáSECCIONAL CENTRO SULAntonio Nogueira Vieira

Ariosto Bezerra ValeLeila Guedes Machado

Jorge Félix Madrigal AzcuyFrancisco Gildivan Oliveira Barreto

Givaldo ArraesEnd.: Rua Professor João Coelho, 66 - Sl. 28

Cep: 63.500-000 - Iguatu/CearáLIMOEIRO DO NORTE

Efetivo: Dr. Michayllon Franklin BezerraSuplente: Dr. Ricardo Hélio Chaves Maia

CANINDÉEfetivo: Dr. Francisco Thadeu Lima ChavesSuplente: Dr. Antônio Valdeci Gomes Freire

ARACATIEfetivo: Dr. Francisco Frota Pinto JúniorSuplente: Dr. Abelardo Cavalcante Porto

CRATEÚSEfetivo: Dr. José Wellington Rodrigues

Suplente: Dr. Antônio Newton Soares TimbóQUIXADÁ

Efetivo: Dr. Maximiliano LudemannSuplente: Dr. Marcos Antônio de Oliveira

ITAPIPOCAEfetivo: Dr. Francisco Deoclécio Pinheiro

Suplente: Dr. Nilton Pinheiro GuerraTAUÁ

Efetivo: Dr. João Antônio da LuzSuplente: Waltersá Coelho Lima

Estamos expressando nossos sinceros agradecimen-tos aos dirigentes da UNICHRISTUS, pela disponibili-zação de suas dependências para a solenidade de outorga de medalhas e diplomas aos médicos agraciados pelo CREMEC com a comenda Honra ao Mérito Profissional e Diploma de Mérito Ético-Profissional, bem como pela dispensa concedida ao Conselho de máxima atenção e relevantes cuidados. Sabemos que grande parte da orga-nização do evento deveu-se à conselheira Regina Portela, professora da instituição.

Ao mesmo tempo, estamos ilustrando esta edição do jornal com a rica iconografia do evento.

Pronto, aqui começamos. Este periódico ja alcançou trinta anos de existência, e eis uma das críticas que tem recebido, com algum senso de humor; de uma médica: como é que está o álbum de fotografias, este mês? Nossa resposta, por suposto, é que esperamos que um dia seja ela homenageada pela boa performance de vida médica, e aqui se lha registe com seu retratinho. Uma Higeia, uma Trótula.

Mas, vamos a outras: a Dra. Fulana da Cunha, sente-se bem dizendo: eu só leio o jurídico, os pareceres, as resoluções. O Dr. Sicrano da Silva, este, peremptório, declarou, um dia, que o Jornal tinha melhorado, com a mudança do editor. Depois voltou a ser desprezível. A arenga dele parecia ser contra o editor, não contra o jornal. A Dra. Beltrana Costa, simplesmente mandou dizer num email: por favor, não me mandem mais esse jornal pelo correio... Aqui atingimos um alvo. É direito humano não ler jornal, portanto, todos podem exercer

esse direito, e solicitar do Conselho que a folha não lhes seja enviada; o jornal continuará à disposição na página do Conselho, na internet.

Aliás, temos pífias observações a fazer e quejandas: todo mundo hoje gosta é de escrever, pouco de ler. Escre-ver é quase o mesmo que conversar, fato proporcionado pelas redes sociais. O escrito adquire caráter misterioso, mágico, de elevação do dito e do pensado, embora seja somente opinião, mais das vezes soprada pela grande midia, ao sabor das grandes corporações ou do Estado. Também lembra um dos grandes filósofos utilitaristas britânicos, no que diz que a opinião [doxa], por mais enviesada e estafúrdia que seja, não pode ser descurada, pois pode conter um grão de verdade, ou um fato criativo novo. Recorda, também, nosso poeta Mallarmé, que não hesitava em dizer, que todo o vivido deve mesmo acabar preto no branco. E lembra o romance Espelho Partido de Marques Rebelo, ai de nós, no trecho em que critica uma figura que poderíamos identificar como Jorge Amado, que não gostava de ler, mas de escrever, tais coisas. Acabamos mesmo no título deste escrito, que vem de Juvenal, poeta satírico romano, cerca de dois mil anos atrás, no que mangava dessa nossa compulsão a escrever, essa gana irrefreável de dizer coisas por escrito. Mais ainda, sabemos que a escrita pode evocar um sabor de eternidade. Scripta manent. As palavras voam.

Cremos que até os poetas de Musa latrinalis têm a sensação de eternidade ao registrarem em portas e paredes seus esforços, ansiedades, pensamentos, palavras e obras.

Cacoethes scribendiDalgimar Beserra de Menezes

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará promoveu, em novembro último, Curso de Atualização em Prontuário Eletrônico. O curso, uma demanda dos médicos do Ceará, foi ministrado por Cláudio Giulliano, médico e membro da Câmara Técnica de Informática em Saúde do Conselho Federal de Medicina e coordenado por Luiz Roberto de Oliveira, da Câmara Técnica de Informática em Saúde do CREMEC. Segundo Lino Antônio Cavalcanti Holanda, secretário geral do CREMEC, o curso é de grande importância, já que posteriormente o

CREMEC fará fiscalização em todos os setores que utilizarem o prontuário eletrônico. A atividade de educação continuada ocorreu nos dias 28 e 29 de novembro de 2014, no auditório do Conselho de Medicina do Ceará, com a seguinte programação: Por que utilizar um Prontuário Eletrônico do Paciente(PEP), Entendendo a Certificação de Software, da SBIS-CFM, Certificação Digital na Área da Saúde, Os Sete Níveis de Adoção de um PEP, A escolha de um sistema de PEP, Fatores Críticos de Sucesso para Implantação de um PEP.

Curso de Atualização em Prontuário Eletrônico

Cláudio Giulliano durante aula Assistência do curso

Artigo

4 Jornal Conselho [email protected]

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará realizou, no auditório do Campus Parque Ecológico da UNICHRISTUS, solenidade de entrega da Medalha de Honra ao Mérito Ético-Profissional e do Diploma de Mérito Ético-Profissional(50 anos de

exercício da profissão) em 23 de janeiro de 2015. Nos flagrantes fotográficos, os homenageados e conselheiros do CREMEC.

Medalha de Honra ao Mérito Ético-Profissional e Diploma de Mérito Ético-Profissional

Adail Lôbo de Figueiredo(diplomada) e conselheiro José Ajax Nogueira Queiroz

Antônio Ferreira de Menezes(diplomado) e conselheiro José Fernandes Dantas

Firmina América Borges Cavalcante(diplomada) e conselheira Maria Neodan Tavares Rodrigues

Francisco de Andrade Leite(diplomado) e conselheiro Alberto Farias Filho

Francisco Flávio Leitão de Carvalho(diplomado) e conselheiro Francisco Flávio Leitão de Carvalho Filho

Antônio Mont’alverne Lopes(diplomado) e conselheiro Francisco Alequy de Vasconcellos Filho

Ary Melo(diplomado) e conselheiro José Málbio Oliveira Rolim

Antônio Carlile Holanda Lavor(diplomado) e conselheiro Ivan de Araújo Moura Fé

Antônio de Paula Colares(diplomado) e conselheiro Rafael Dias Marques Nogueira

Da esq. para a dir.: conselheiro federal José Albertino Souza, Elias Giovani Boutala Salomão(homenageado), conselheira Valéria Goes Ferreira Pinheiro, Maria da Silva Pitombeira(homenageada), Vladimir Távora Fontoura Cruz(homenageado), conselheiro presidente Ivan de Araújo Moura Fé.

[email protected] Jornal Conselho 5

Francisco Valdeci de Almeida Ferreira(diplomado) e conselheiro Roger Murilo Ribeiro Soares

José Goes Pereira(diplomado) e conselheira Valéria Goes Ferreira Pinheiro

José Nogueira Paes Júnior(diplomado) e conselheiro Alberto Farias Filho

Manuel Mercado Arispe(diplomado) e conselheiro José Ajax Nogueira Queiroz

Flagrantes fotográficos continuam na pág. 06

José Hyder Dantas Carneiro(diplomado) e conselheiro Francisco Alequy de Vasconcellos Filho

José Moreira Lima(diplomado) e Heládio Feitosa de Castro Filho

Gilson Mourão Teixeira(diplomado) e conselheiro Régis Moreira Conrado

Jocileide Sales Campos(diplomada) e conselheira Regina Lúcia Portela Diniz

discurso de agradecimento de

Francisco Flávio Leitão de Carvalho em nome

dos laureados com o Diploma de Mérito

Ético-Profissional do CREMEC

O Campus da Unicristhus mimoseia-nos hoje, com esta engalanada noite em que o guardião da ética médica deste Estado – o CONSELHO REGIONAL DE ME-DICINA DO ESTADO DO CEARÁ - (CREMEC) - por decisão criteriosa e unânime de seus colendos pares, resolveu laurear trinta e quatro médicos com o nobilitante Diploma de Mérito Ético-Profissional.

Tal desiderato é um excelso prêmio concedido pelo ilibado exercício de 50 longos anos de atividade hipocrática sem uma jaça sequer que viesse diminuir o esplendor do laborioso e produtivo passado desses profissionais.

O encômio que recebemos atestando a nossa ética profissional é uma consequência natural da ética pessoal de cada um de nós, a qual foi urdida nos meandros dos caminhos percorridos sob a proteção e o cuidado de nossos pais, quando nos orientaram no estudo dos deveres, no cumprimento dos princípios e na fidelidade aos fundamentos morais – a Deontologia.

Mas na caminhada como médicos tivemos o incen-tivo ético não somente de nossos pais, como também de muitos dos nossos professores.

Citá-los em parte e não na totalidade, cairíamos

no execrável pecado da ingratidão e no imperdoável esquecimento das dádivas recebidas.

Mesmo assim, fomos instados por todos os recipien-dários a registrarmos a especial colaboração que alguns dos nossos mestres nos deram gratuitamente, tentando transformar-nos em magnânimos com nossos pacientes, burilando-nos o altruísmo natural de que todos os aspi-rantes à arte hipocrática são possuidores, hipertrofiando, enfim, o nosso filantropismo nato.

Citaremos apenas os que já se encontram na dimen-são da eternidade, deixando, propositadamente, de citar os que ainda estão vivos, em virtude de continuarem os mesmos ainda hoje, influenciando a nossa conduta.

Fa-lo-emos pela ordem alfabética para não suscitar-mos susceptibilidades: Arthur Eneas Vieira, Haroldo Gondim Juaçaba, Joaquim Eduardo de Alencar, José Hamilton Monteiro, Newton Gonçalves, Paulo Mar-celo Martins Rodrigues, Paulo de Melo Machado e Washington Barata.

Com o maniqueísmo que o viver nos oferece, fomos no curso dos anos enfrentando a doença e a cura, o so-frimento e a alegria, a dor e o prazer, a vida e a morte, de modo que esta inseparável bipolaridade, no dizer de Miguel Reale, foi nos ensinando uma série de normas éticas que terminaram por nos impor uma conduta rígida, proba, de absoluto respeito ao paciente, para quem somos, às vezes, deuses, já que o nosso trabalho é no dizer de Cristo, no sentido de que todos tenham vida e a tenham plenamente.

Nossa peroração, minhas senhoras e meus senhores, não poderia deixar de registrar neste momento que seríamos seguramente sessenta e três outorgados, não tivesse a parca Átropos, na sua fatídica e perversa função, cortado o fio da vida de vinte e nove dos nossos colegas da turma de 1964.

Obrigamo-nos igualmente, apesar do momento ser só de alegria e agradecimento, a nos referirmos aos tristes e vergonhosos momentos pelos quais passa a classe mé-dica devido a exploração midiática do indiscutível desvio de comportamento de um número ínfimo de médicos.

O emporcalhamento de alguns maus médicos não significa, evidentemente, que a totalidade dos médicos denegriu-se.

A prova disto é a realização desta pomposa agra-ciação.

Fôssemos nós tentar esgotar as qualidades dos agraci-dados, detalhando suas obras assistenciais, relacionando suas conquistas contra o sofrimento e a dor, dissecando suas lutas pelo bem da humanidade, relatando a batalha ingente e diuturna desencadeada no campo santo das emergências dos hospitais públicos, entediaríamos este colendo auditório e não chegaríamos ao fiel enten-dimento da dimensão da magnanimidade e do valor intrínseco de cada um dos trinta e três homenageados.

Assim, nos lembramos do sábio conselho que o au-tor da epopeia Eneida, o famoso Públio Virgilio Marão, deu a Dante, quando passeavam na segunda cornija do Purgatório – a dos invejosos.

Dante, sentindo uma imensa vontade de conversar com alguns daqueles penitentes, ouviu do seu condutor: “Fala, e sê breve, que serás benquisto”.

Queremos sair benquistos deste auditório, por isso finalizamos, aqui, nossa oração, agradecendo ao ilus-tríssimo Presidente do Conselho – Dr. Ivan Moura Fé - bem como a todos os senhores conselheiros, o honroso laurel que poderemos doravante ostentar, para regozijo dos nossos cônjuges, para exemplo aos nossos filhos e orgulho dos nossos netos.

Muito obrigado!

Francisco Flávio Leitão de Carvalho

6 Jornal Conselho [email protected]

Como o tempo não envelhece as lem-branças e sim as coisas lembradas, vale a pena recordar...

Após a conclusão do meu curso médico, iniciei as minha atividades profissionais há seis décadas passadas, quando ainda não existiam os Conselhos Regionais de Medicina (CRM) e quando o Registro da Habilitação Profissional era efetuado no Departamento Estadual de Saúde pelo Dr. João Mota, responsável pelas anotações dos dados existentes no Diploma expedido pelas Faculdades de Medicina.

O início aconteceu em 1954, no interior do Ceará, em minha terra natal. Atraso, po-breza, ignorância, eram componentes de uma terrível mesclagem que transformava a doença em uma entidade ainda mais complexa. A história clínica fundamental na abordagem do paciente mais atrapalhava do que esclarecia. À época, com frequência medicamentos inocen-tes curavam doenças inexistentes. A paciência, o desvelo, a dedicação permanente, ao lado de uma psicoterapia leve, também curavam muitos pacientes.

O atendimento em residência como com-plemento ao consultório, algumas vezes valia como fator positivo na cura. O médico ao pe-netrar no lar, no âmago da família, conquistava a confiança, o respeito e a certeza de que nas

mãos dele estariam depositadas a solução dos problemas e a cura do paciente. Com esse enfo-que e com essas características nascia o médico de família e, por sua vez, no profissional um profundo sentido humanitário em suas ações. Por isso, a medicina também se traduz como uma ciência missionária sempre acima dos que a praticam erradamente ou daqueles que a atin-gem mesmo dela se beneficiando. Aos sessenta anos de profissão, aprendi que sem vocação não se faz a verdadeira medicina e no médico não vocacionado inexiste a humildade que cresce com vitórias e derrotas diante da natureza.

O poder que envolve o médico enquanto no exercício profissional é inigualável, pois se trata de salvar o bem mais precioso do homem - a vida. Nesses longos anos de consultório assisti e acompanhei o progresso tecnológico da medicina, iniciado no começo da década de 30 e já na de 50 oferecia aos pacientes os frutos desse aperfeiçoamento científico que transformou a imagem da medicina e do médi-co. A esse lado positivo se contrapôs um outro muito negativo, a presença do intermediário--governo, convênios, seguros, planos de saúde, todos eles usurpando do médico o seu paciente, até então sempre mantido por uma relação de confiança estribada na conduta, no respeito e na competência. Hoje, continuo no consultó-

rio acreditando em duas vertentes: a primeira é de que o médico não envelhece oferecendo ao paciente mais experiência, segurança e confiança; e a segunda é que a tecnologia veio permitir ao médico e à medicina atuarem em novo estágio científico de enorme eficiência. Todavia, fico também ainda esperançoso de que nos seja devolvido o total poder de decidir na prescrição para que a relação médico-paciente seja soberana, visando sempre o melhor para o paciente.

Algumas especialidades já se libertaram desse vínculo pelas suas próprias característi-cas, mas a maioria continua sem perspectiva. De um modo ou de outro, o médico continua cumprindo sua missão na busca incessante da cura do seu paciente e com isso mantendo a característica de nobreza que envolve a pro-fissão médica. Afinal, depois de sessenta anos de exercício profissional continuo sentindo e vivenciando em cada paciente atendido, a alegria, a certeza, e a gratificante oportunidade de continuar ajudando, curando e consolando na hora crucial da dor e do sofrimento, ações que só a medicina na sua bela e rara função pode propiciar.

Sebastião Fernandes VieiraMédico

60 anos de MédicoArtigo

Maria do Socorro Nascimento Pereira(diplomada) e conselheira Maria Neodan Tavares Rodrigues

Mary Aguiar Dias Janebro(diplomada) e conselheiro Roger Murilo Ribeiro Soares

Selma Nogueira Holanda Ferreira(diplomada) e conselheira Regina Lúcia Portela Diniz

Sergio Miranda Ferreira(diplomado) e conselheiro Régis Moreira Conrado

Paulo Ney Martins(diplomado) e conselheiro Rafael Dias Marques Nogueira

Pedro Joaquim dos Santos(diplomado) e conselheiro José Málbio Oliveira Rolim

Maria Luzia Saraiva de Carvalho(diplomada) e conselheira Valéria Goes Ferreira Pinheiro

Maria Teixeira de Menezes(diplomada) e conselheiro José Ajax Nogueira Queiroz

Maria Amélia Cardoso(diplomada) e conselheira Regina Lúcia Portela Diniz

[email protected] Jornal Conselho 7

Hipócrates de Cós - por muitos reco-nhecido como "pai da Medicina" - ao bem delimitar a finalidade da atuação do médico junto ao paciente, destacou a importância do princípio primum non nocere (primeiro não prejudicar), fornecendo a ideia funda-mental, alicerçando assim o manejo seguro do paciente.

Em tempos atuais, a discussão acerca dos cuidados necessários para que o pacien-te encontre condições seguras no decorrer de seu processo de cura ou controle da sua doença, foi uma vez mais trazida a lume com a publicação do relatório To Err is Human: Building a Safer Health Care System, publicado em 2000, pelo Institute of Medicine: National Academy Press, da América do Norte. Tal documento alertava que algo entre 44.000 a 98.000 pessoas morriam em hospitais norte-americanos a cada ano, como resultado de erros médicos preveníveis. Possivelmente, o relatório promoveu relevante impacto devido ao fato, inovador à época, de se converter tais números em "unidades jumbo", é dizer, traçou o comparativo teórico de que tal número de mortes correponderia à queda diária de uma aeronave, modelo jumbo. Conseguiu-se assim, despertar a opinião pública e a mídia para a necessidade de prevenção contínua de tais eventos.

Sob outro prisma, observou-se, tam-bém um aumento no número de ações administrativas e judiciais em torno do erro médico, as quais passaram a se cons-tituir, modernamente, uma rotina no meio jurídico, vindo talvez a refletir os anseios da sociedade na busca por uma Medicina isenta de riscos.

A melhor compreensão, com o con-sequente manuseio adequado dos riscos presentes frente ao atendimento ao pa-ciente, é um passo preventivo de grande

valor. Durante o processo de educação continuada, assume destaque o fato do médico vislumbrar as devidas correlações existentes entre a Medicina e os direitos ine-rentes ao paciente. Os mecanismos ético/legais que ora regem essa delicada relação do médico com o seu paciente/cliente de-vem ser incorporados, sendo esta uma das formas determinantes na redução do risco no instante da atuação do médico.

Apontar sugestões para o adequado gerenciamento do risco profissional por meio do desenvolvimento de estratégias de prevenção, sempre tendo por suporte o respeito aos princípios bioéticos vigentes, é obrigação do gestor em saúde. Tais es-tratégias podem reduzir os fatores de risco ligados ao paciente, configurando assim a qualidade que deve estar presente no aten-dimento ao mesmo. De fato, à medida que o paciente é melhor atendido, a ocorrência de eventos adversos, com consequentes ações judiciais e ético-profissionais, tende a ser minimizada. Ponto de relevo nessa re-lação é o canal de comunicação que sempre deverá estar disponível por parte do médico para com o seu paciente, procurando-se explicar de forma clara todo e qualquer ato a ser executado. Não se desconhece que a quebra de confiança, além do desgaste da relação médico-paciente é, em regra, o vetor que impulsiona as ações em desfavor dos médicos.

Dentre as estratégias que assumem importância frente à segurança do paciente, primeiro há a obrigação de informá-lo de forma adequada acerca do processo tera-pêutico proposto, em linguagem acessível ao mesmo e sem lacunas nas informações, tudo dentro do âmbito de sua compreen-são. Tais informações devem, invariavel-mente, ser registradas no prontuário.

De importância ímpar é o Consenti-mento Esclarecido, o qual permite ao pa-ciente optar se deseja ou não ser objeto de certa terapia. Os Princípios Bioéticos que norteiam a atuação profissional do médico, com destaque para a autonomia, benefi-cência, não-maleficência e justiça, quando utilizados em sua integralidade, protegem o paciente de danos e, consequentemente, ao médico, fomentando uma relação médico--paciente plena e segura.

O Profissional de Medicina necessi-ta, ainda, de condições adequadas para a prática das ciências médicas (v.g., leitos, equipamentos,etc), uma vez que, quando tal não ocorre, pode-se até responsabilizar os médicos de forma indevida por falhas estruturais.

É oportuno lembrar que a vida ou saúde do paciente não são dádivas do mé-dico. O esculápio atua na sua recuperação, utilizando o melhor de si em favor do paciente. A cura é consequência direta da colaboração por parte do paciente, seja esta voluntária ou involuntária (quando incapaz de tomar decisões, no caso, inconsciente). Ainda mais: todo e qualquer ato médico, ainda que executado dentro dos rigores da boa prática, carrega em si sua parcela de risco.

Os tempos são outros. Antes se media a qualidade dos serviços de saúde por pa-râmetros previamente descritos, existindo manuais que auxiliavam nesse processo. Hoje, gestão com qualidade é sinônimo de gestão com segurança, entendida nesse contexto como extensível a todos os inte-grantes de um sistema de assistência à saúde (hospitais, unidades de atenção básica, pronto atendimento, dentre outros).

Roger Murilo Ribeiro SoaresRenato Evando Moreira FilhoConselheiros do CREMEC

A Segurança do Paciente

8 Jornal Conselho [email protected]

FECHANDO A EDIÇÃO - JANEIRO/FEVEREIRO - 2015

ATIVIDADES CONSELHAIS

HOSPITAL GERAL DO EXÉRCITO O conselheiro José Ajax Nogueira Queiroz representou a entidade

em solenidade comemorativa do Septuagésimo Segundo (72º) Aniversário do Hospital Geral do Exército em Fortaleza. Auditório do Hospital Geral do Exército, 10 de novembro de 2014.

CERIMÔNIA DO JALECO O vice presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do

Ceará, conselheiro Helvécio Neves Feitosa, representou o CREMEC na Cerimônia do Jaleco evento que marca o início das atividades do curso de medicina da Universidade de Fortaleza-UNIFOR para os alunos do primeiro semestre da turma 2020.1. A atividade ocorreu no Teatro Celina Queiroz, em 12 de novembro de 2014.

ACADEMIA CEARENSE DE MEDICINA Roberto Wagner Bezerra de Araújo, conselheiro ouvidor do

CREMEC, representou a entidade em atividade da Academia Cearense de Medicina do Estado do Ceará, no auditório da Reitoria da Universidade Federal do Ceará, em 14 de novembro de 2014.

SOCIEDADE CEARENSE DE NEUROLOGIA Conselheiro Flávio Leitão de Carvalho Filho representou o Conselho

de Medicina do Ceará à comemoração dos 50 anos da Sociedade Cearense de Neurologia e Neurocirurgia no Ideal Clube, em 12 de dezembro do ano passado.

FROTINHAS Conselheira Maria Neodan Tavares Rodrigues representou a entidade

em reunião que discutiu a atual situação dos Frotinhas, que ocorreu no auditório da Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde Pública do Ceará, em 29 de dezembro do ano findo.

SOLENIDADE DE COLAÇÃOValéria Goes Ferreira Pinheiro, conselheira do CREMEC, represen-

tou a entidade na solenidade de colação dos concludentes da Universidade Federal do Ceará 2014.2. A solenidade teve lugar no auditório Martins Filho-Concha Acústica, em 14 de janeiro do ano que se inicia.

CUIDANDO DE VIDAS A conselheira do CREMEC Regina Lúcia Portela Diniz representou

a entidade no lançamento da segunda edição do livro Cuidando de Vidas, editado, pelo Hospital Albert Sabin. O lançamento aconteceu no auditório da Reitoria da UFC, em 8 de janeiro de 2015.

GONZAGUINHAS Maria Neodan Tavares Rodrigues, conselheira do Conselho de

Medicina do Ceará, representou a entidade na audiência para discutir a situação dos Gonzaguinhas e do Centro de Assistência à Criança-Lúcia de Fátima(CROA). A audiência ocorreu no auditório da Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde Pública do Ceará, em 26 de janeiro do ano em curso.

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA O conselheiro Helvécio Neves Feitosa representou a entidade na

reunião da diretoria de Conselho Federal de Medicina com os presidentes dos Conselhos Regionais de Medicina, no auditório do CFM, em 20 de janeiro deste ano.

ATENDIMENTO PEDIÁTRICO Regina Lúcia Portela Diniz, conselheira do CREMEC, representou

a entidade na audiência para discutir o atendimento pediátrico dos pla-nos de saúde no estado do Ceará, ocorrido no auditório da Assembléia Legislativa do Ceará, em 15 de janeiro de 2015.

SOCIEDADE CEARENSE DE ANESTESIOLOGIAThomaz Zeferino Veras Coelho, da Câmara Técnica de Anestesiologia

do CREMEC, representou o Conselho de Medicina do Ceará na soleni-dade de posse da nova diretoria da Sociedade Cearense de Anestesiologia. A atividade social ocorreu nas dependências do Seara Praia Hotel, em 23 de janeiro do ano em curso.

REUNIÃOO conselheiro José Albertino Souza, do CREMEC e CFM, represen-

tou o CREMEC na Quinta Reunião da Diretoria do Conselho Federal de Medicina e Presidentes dos Conselhos de Medicina. Auditório do CFM, 04 de fevereiro de 2015.Reprodução do Diário Oficial da União - nº 24 - quarta-feira,

04 de fevereiro de 2015

[email protected] Jornal Conselho

Solenidade de outorga do Diploma de Mérito Ético-Profissional. 23.01.2015.Ilmo. Sr. Dr. Ivan de Araujo Moura Fé, DD Presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará, em nome de quem saúdo

toda esta egrégia mesa,Minhas caríssimas laureadas Meus caríssimos laureados Minhas Senhoras,Meus Senhores,

O Campus da Unicristhus mimoseia-nos hoje, com esta engalanada noite em que o guardião da ética médica deste Estado – o CONSE-LHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DO CEARÁ - (CREMEC) - por decisão criteriosa e unânime de seus colendos pares, resolveu laurear trinta e quatro médicos com o nobilitante Diploma de Mérito Ético-Profissional.

Tal desiderato é um excelso prêmio concedido pelo ilibado exercício de 50 longos anos de atividade hipocrática sem uma jaça sequer que viesse diminuir o esplendor do laborioso e produtivo passado desses profissionais.

O encômio que recebemos atestando a nossa ética profissional é uma consequência natural da ética pessoal de cada um de nós, a qual foi urdida nos meandros dos caminhos percorridos sob a proteção e o cuidado de nossos pais, quando nos orientaram no estudo dos deveres, no cum-primento dos princípios e na fidelidade aos fundamentos morais – a Deontologia.

Mas na caminhada como médicos tivemos o incentivo ético não somente de nossos pais, como também de muitos dos nossos professores. Citá-los em parte e não na totalidade, cairíamos no execrável pecado da ingratidão e no imperdoável esquecimento das dádivas recebidas. Mesmo assim, fomos instados por todos os recipiendários a registrarmos a especial colaboração que alguns dos nossos mestres nos deram

gratuitamente, tentando transformar-nos em magnânimos com nossos pacientes, burilando-nos o altruísmo natural de que todos os aspirantes à arte hipocrática são possuidores, hipertrofiando, enfim, o nosso filantropismo nato.

Citaremos apenas os que já se encontram na dimensão da eternidade, deixando, propositadamente, de citar os que ainda estão vivos, em virtude de continuarem os mesmos ainda hoje, influenciando a nossa conduta.

Fa-lo-emos pela ordem alfabética para não suscitarmos susceptibilidades: Arthur Eneas Vieira, Haroldo Gondim Juaçaba, Joaquim Eduardo de Alencar, José Hamilton Monteiro, Newton Gonçalves, Paulo Marcelo Martins Rodrigues, Paulo de Melo Machado e Washington Barata.

Com o maniqueísmo que o viver nos oferece, fomos no curso dos anos enfrentando a doença e a cura, o sofrimento e a alegria, a dor e o prazer, a vida e a morte, de modo que esta inseparável bipolaridade, no dizer de Miguel Reale, foi nos ensinando uma série de normas éticas que terminaram por nos impor uma conduta rígida, proba, de absoluto respeito ao paciente, para quem somos, às vezes, deuses, já que o nosso trabalho é no dizer de Cristo, no sentido de que todos tenham vida e a tenham plenamente.

Nossa peroração, minhas senhoras e meus senhores, não poderia deixar de registrar neste momento que seríamos seguramente sessenta e três outorgados, não tivesse a parca Átropos, na sua fatídica e perversa função, cortado o fio da vida de vinte e nove dos nossos colegas da turma de 1964.

Obrigamo-nos igualmente, apesar do momento ser só de alegria e agradecimento, a nos referirmos aos tristes e vergonhosos momentos pelos quais passa a classe médica devido a exploração midiática do indiscutível desvio de comportamento de um número ínfimo de médicos.

O emporcalhamento de alguns maus médicos não significa, evidentemente, que a totalidade dos médicos denegriu-se. A prova disto é a realização desta pomposa agraciação.Fôssemos nós tentar esgotar as qualidades dos agracidados, detalhando suas obras assistenciais, relacionando suas conquistas contra o sofri-

mento e a dor, dissecando suas lutas pelo bem da humanidade, relatando a batalha ingente e diuturna desencadeada no campo santo das emergências dos hospitais públicos, entediaríamos este colendo auditório e não chegaríamos ao fiel entendimento da dimensão da magnanimidade e do valor intrínseco de cada um dos trinta e três homenageados.

Assim, nos lembramos do sábio conselho que o autor da epopeia Eneida, o famoso Públio Virgilio Marão, deu a Dante, quando passeavam na segunda cornija do Purgatório – a dos invejosos.

Dante, sentindo uma imensa vontade de conversar com alguns daqueles penitentes, ouviu do seu condutor: “Fala, e sê breve, que serás ben-quisto”.

Queremos sair benquistos deste auditório, por isso finalizamos, aqui, nossa oração, agradecendo ao ilustríssimo Presidente do Conselho – Dr. Ivan Moura Fé - bem como a todos os senhores conselheiros, o honroso laurel que poderemos doravante ostentar, para regozijo dos nossos cônjuges, para exemplo aos nossos filhos e orgulho dos nossos netos.

Muito obrigado!

“Toda classe tem profissionais dos quais se orgulha e outros que renega”. Esta afirma-ção, que recorda histórico pronunciamento do Procurador-Geral Dupin, no século XIX, sobre responsabilidade médica, foi feita recen-temente pelo Presidente do Conselho Federal de Medicina, Dr. Carlos Vital Tavares Corrêa Lima, em artigo publicado no jornal Folha de São Paulo, ao abordar o momentoso tema da máfia das próteses, objeto de recentes matérias em programa televisivo nacional. As relações perigosas e antiéticas de médicos com a in-dústria, os laboratórios e a farmácia levaram o CFM a punir, nos últimos anos, 28 médicos com a perda da autorização para o exercício da medicina. Como afirma peremptoriamente o Presidente do CFM, a lei é para todos, não importando se a máfia atua no poder público, na área do petróleo ou na medicina. É justa a indignação de milhares de médicos com aque-les que hoje envergonham a milenar prática da medicina. É compreensível que queiram excluir do meio médico os que se servem da relação médico-paciente para procedimentos mercantis, além de causarem dano à saúde dos enfermos.

É justamente pela percepção de que cabem ações preventivas ou mesmo coibidoras das práticas antiéticas, que o Conselho Regio-nal de Medicina do Ceará tem desenvolvido um intenso programa de Educação Médica Continuada, através de Fóruns de Ética Mé-dica, Congressos Ético-Científicos, Cursos e Seminários. Em 2014, foi realizado o CXVII Fórum de Ética Médica do Interior, na cidade de Beberibe. No mesmo ano, o CREMEC promoveu um Curso de Psiquiatria Básica para médicos clínicos, com carga horária de 188 horas. Ao mesmo tempo, o trabalho de apura-ção das denúncias de possíveis infrações à ética profissional é permanente e incansável. Como exemplo, citamos que em 2014, foram julgadas 160 sindicâncias pelo Conselho de Medicina do Ceará. No levantamento de 2003 a 2014, houve 1.873 sindicâncias julgadas, resultando na instauração de 315 processos ético-profis-sionais. Várias punições foram aplicadas, aí

incluída uma pena de cassação do exercício profissional e várias censuras públicas. No en-tanto, dada a natureza peculiar do Conselho de Medicina, o trabalho ali realizado no que diz respeito às faltas éticas tem que se dar de forma eficaz, porém discreta, evitando os holofotes e os gestos teatrais tão ao gosto de alguns. Outra linha fundamental de trabalho da instituição é a fiscalização da prática médica, em que to-das as semanas são visitados dois municípios cearenses, com verificação das condições do atendimento médico nos hospitais, postos de saúde, policlínicas, UPAs e no Programa de Saúde da Família, com a cobrança de correção das irregularidades identificadas e a orientação aos médicos sobre a maneira de bem atender os pacientes, com a observância dos princípios éticos e das normas legais atinentes à medicina.

São enormes os obstáculos para que os pacientes consigam um bom atendimento à saúde e muitas as dificuldades dos médicos para o digno exercício da profissão. Às precá-rias condições de trabalho, soma-se o cenário de superlotação de enfermos nos hospitais e ambulatórios e o número insuficiente de profissionais de saúde para que seja propiciada uma atenção adequada aos doentes. Numa das iniciativas para minorar este quadro, o Conselho Regional de Medicina do Ceará, o Sindicato dos Médicos do Ceará e a Associação Médica Cearense subscreveram recentemente a seguinte nota oficial:

CONCURSO PÚBLICO JÁ“O acesso ao serviço público deve ser sempre

através do concurso público, a não ser em casos excepcionais”, assim diz a Lei. Lamentável ver o poder público descumprir uma legalidade crian-do vínculos precarizados. Os gestores maiores do Estado do Ceará e do Município de Fortaleza se comprometeram com as entidades médicas a realizar concurso público, e exigimos que cum-pram esta promessa. Sem concurso público nunca teremos uma saúde pública de qualidade. Vamos investir em quem cuida da saúde do povo.

Nosso foco no dia de hoje, porém, nossa ênfase é nas homenagens que o CREMEC, com toda a justiça, decidiu prestar a médicos e médicas que, pela conduta ética e humanista se tornaram exemplos para os colegas de profissão e merecedores da gratidão dos pacientes que estiveram sob seus cuidados. Voltemos agora as nossas vistas para os membros dos quais a corporação médica se orgulha. O Plenário do Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará, por unanimidade, decidiu conceder a Medalha de Honra ao Mérito Profissional aos médicos:

Elias Geovani Boutala SalomãoMaria da Silva PitombeiraVladimir Távora Fontoura Cruz

De igual forma, receberão o Diploma de Mérito Ético-Profissional 33 médicos e mé-dicas que completaram 50 anos de exercício da medicina sem que lhes tivesse sido aplicada qualquer punição por parte do Conselho fisca-lizador e ético da profissão. Seus nomes serão justa e individualmente destacados a seguir:

Adail Lôbo de FigueiredoAntonio Carlile Holanda LavorAntonio de Paula ColaresAntônio Ferreira de MenezesAntonio Mont’alverne LopesAry MeloCésar Alfonso Heros OcañaFirmina América Borges CavalcanteFrancisco de Andrade LeiteFrancisco Flávio Leitão de CarvalhoFrancisco Miguel DibeFrancisco Valdeci de Almeida FerreiraGildo Serrano MachadoGilson Mourão TeixeiraJocileide Sales CamposJosé de Goes PereiraJosé Edson Silva Pontes José Frederico de Paula MirandaJosé Hyder Dantas CarneiroJosé Moreira LimaJosé Narcelio Chaves de OliveiraJosé Nogueira Paes JuniorManuel Mercado ArispeMarfisa Neves FujitaMaria Abigail Cavalcanti MunizMaria Amelia CardosoMaria do Socorro Nascimento PereiraMaria Luzia Saraiva de CarvalhoMaria Teixeira de MenezesMary Aguiar Dias JanebroPaulo Ney MartinsPedro Joaquim dos SantosSelma Nogueira Holanda FerreiraSergio Miranda FerreiraA Medicina conquistou ao longo dos sécu-

los o reconhecimento da humanidade, mercê dos médicos e médicas que exerceram a arte de curar como uma profissão a serviço da saúde do ser humano e da coletividade, como está inscrito no primeiro artigo de nosso Código de Ética Médica. Os que agora são homenageados pelo CREMEC são reconhecidos como tendo pautado sua vida profissional por esses princí-pios. Que sirvam de modelo e estímulo para os que hoje se iniciam no labor hipocrático!

Fortaleza, 23 de janeiro de 2015

Dr. Ivan de Araújo Moura Fé Presidente do CREMEC

Discurso de abertura da solenidade de entrega da Medalha de Honra ao Mérito Profissional e Diploma de Mérito Ético-Profissional do CREMEC

Ivan de Araújo Moura Fé dá boas vindas aos homenageados e presentes

[email protected] Jornal Conselho

Foi com inusitada surpresa que recebi o oficio do CREMEC informando de que me fora concedida a MEDALHA DE HONRA AO MÉRITO ËTICO- PROFISSIONAL. A surpresa logo se acompanhou de um sentimento de alegria e subida honra, ao me ver colocada ao lado dos colegas e, mais que isto, grandes amigos, Drs. Elias Geovani Boutala Salomão e Vladimir Távora Fontoura Cruz, em nome dos quais me dirijo a todos.

O oficio informava que, de acordo com a Resolução do Conselho, “a distinção tem o objetivo de homenagear, de forma especial, aqueles que dignificam a nossa profissão e são exemplos vivos de uma prática médica irrepreensível, norteadores da conduta de todos os que abraçam a Medicina”.

Meus colegas homenageados com certeza preenchem estes requisitos.

Vladimir Távora, formado em 1965 pela Universidade Federal do Ceará, fez residência em Cirurgia Geral na UFC e Cirurgia Plástica no Hospital Barata Ribeiro, no Rio de Janeiro. Tem uma profícua vida profissional, acadêmica e associativa, sempre pautada por elevado espírito ético e humanístico. Atualmente, é Presidente da Academia Cearense de Medicina, onde desenvolve com brilhantismo, entusiasmo e dedicação, um trabalho digno dos maiores elogios.

O Dr. Elias Salomão, formado em 1962 pela UFC, fez residência em Clínica Médica no Hospital das Clínicas dessa mesma Universidade. Elias é, acima de tudo, um professor. Gerações de médicos, com certeza muitos dos que aqui se encontram, passaram por suas mãos. De elevado espírito crítico, humanitário, foi e continua sendo um esteio e conselheiro valioso junto à Faculdade de Medicina, naquele Porangabussu que faz parte das suas entranhas. Fui, com muita honra, interna do Professor Elias, meu amigo-irmão das horas certas e incertas, e, dessa época, hoje alimento saudades.

Somos, nós três – Vladimir, Elias e eu – membros da Academia Cearense de Medicina. Sempre entendi que ser escolhido para a Academia é um prêmio, e ser acadêmico é se

tornar um modelo da profissão médica. A Academia preocupa-se com o respeito ao ser humano, razão fundamental da atividade médica, bem assim com a dignidade profissional e o comportamento ético, princípios que se combinam com os méritos apontados pelo CREMEC.

Sem dúvida, a outorga da Medalha do Mérito, vem por generosidade dos nossos pares, mas posso afirmar que, ao longo da vida

médica, sempre procuramos cumprir os preceitos do Juramento de Hipócrates – “conservarei imaculada a minha vida e a minha arte”.

A Medicina é a mais ambiciosa de todas as profissões, porque busca o poder de influir sobre a quantidade e a qualidade da vida; porque faz coisas que, em princípio, só ao Criador cabe fazer. A Me-dicina é, também, a mais dinâmica profissão, por-que incorpora o conhecimento de todas as outras. E a mais difícil, exigindo do médico coisas que de um ser humano normal não se ousaria pretender.

O Professor Mario Rigatto, na sua Aula da Saudade na UFC, em 1973, aqui em Fortaleza, assim se expressou: “Estranha profissão é a de mé-dico. Dele se pede toda sensibilidade que o ser hu-mano pode abrigar. Para que entenda a linguagem da dor, da angústia, do medo, da desesperança, do sofrimento. Para que fale à alma de seus pacientes. Para que transforme tênues fímbrias de esperança em lenho ardente da vontade de viver. De pessoa assim tão rica de sentimentos se pede, paradoxal-mente, o mais frio domínio das emoções. Para que um franzir de cenho ou um arquear de boca não semeiem, no espírito do paciente, dúvidas e opressões. Para que o tremor da mão não imprima ao bisturi o erro milimétrico que separa a vida da morte. Para que o marejar dos olhos não o prive da clareza meridiana que se pede ao diagnosticista. Para que o embargo da voz não roube credulidade à sua mensagem de fé. Sempre me pareceu difícil reunir num mesmo indivíduo, tão nobre textura em tão rude couraça”.

No tempo decorrido desde fim da década de 50, quando entrei na Faculdade, até hoje, a Medici-na evoluiu de maneira extraordinária. Nas últimas décadas, porém, os médicos perderam prestigio na sociedade. Protestos, reafirmações, ameaças, refor-mas, não tem conseguido, e não conseguirão, evitar o paradoxo que tanto nos custa aceitar: enquanto a Medicina realiza feitos notáveis, os médicos veem esfumar-se o enorme prestígio social que os cercou no passado.

Senhoras e senhores, o mundo vem assistindo, nos últimos anos, a rápidas transformações e eventos singulares. Quem de nós imaginou aplaudir um Presidente norte-americano negro,

acompanhar a renúncia de um Papa, assistir à eleição do primeiro Papa latino–americano, presenciar a assustadora expansão das drogas ilícitas, a violência televisionada que entra nas nossas casas, testemunhar a maravilha dos transplantes de órgãos sólidos e medula óssea que a cada dia ampliam a faixa etária receptora e salva vidas antes sem esperanças. Dentro da área médica, muitos temas merecem atenção das inteligências maduras e competentes que compõem nossas associações, temas que temos a obrigação ética de discutir e, sobre eles opinar.

Caros colegas, o hoje é infinitamente melhor do que o ontem. Além da incorporação de tecno-logia, qualidade de vida, liberdade de expressão, relações interpessoais, contamos com algo excep-cional que é o nosso patrimônio de experiências.

Admiro o progresso, sim. Mas algumas inter-rogações exigem reflexão:

• Será que todo esse progresso está tornan-do o homem mais feliz?

• Será que, como médico, eu consigo continuar tão próximo do meu paciente, como preciso, para ser um bom diagnosticista, e como ele, paciente, precisa de mim, para se sentir mais seguro e tranquilo?

• Será que o médico está sendo preparado para respeitar seus conhecimentos clínicos, pers-crutar sua intuição, e não se submeter em demasia aos resultados da máquina?

• Será que estamos nos dando conta da discrepância entre o progresso da Medicina e seu custo? Entre o prodigioso progresso científico e técnico, de uma parte, e o progresso mais incerto e menos avaliável da sabedoria humana, da outra?

• São questões sobre as quais o médico não pode deixar de refletir.

Nesses 50 anos de vida profissional, vivi mo-mentos especiais, com certeza, tive mais ganhos do que perdas e o recebimento, hoje, desta Medalha representa um coroamento de vida.

Para finalizar, tomo por empréstimo palavras colhidas alhures para sintetizar meu pensamento:

“Sua vida muda a cada segundoMas é a soma de todos os momentos Que faz com que você seja tãoDiferente e tenha uma históriaQue só você pode contarIsso porque a vida não é feitaDe traços retos, perfeitos e comuns.A vida é feita do seu talento de transformarAté os mais simples acontecimentosem lembranças inesquecíveis.”Muito obrigada.

discurso de agradecimento de maria da silva pitombeira, em nome dos laureados com a medalha de honra ao mérito ético-profissional

Maria da Silva Pitombeira