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C omboniana amília F Publicação BIMESTRAL N.º 238 novembro-dezembro 2015 ISSN 0871-5688 PREÇO - 0,10 (IVA incluído) No Ano Santo, vamos fazer as pazes Por P. e Dário Balula Chaves [email protected] U m dia, uma pessoa veio ter co- migo para pedir um conselho, e disse-me mais ou menos assim: «Tive uma zanga muito grande com um vizinho e já não falamos há mais de um ano. Eu sou bom cristão, vou à missa quase todos os domingos e digo as minhas orações, mas não lhe perdoo o que ele me fez!» O que é que eu lhe podia dizer? Como pode alguém julgar-se bom cristão se não é capaz de perdoar? Como é que alguém pode ir à igreja, receber a comunhão, isto é, fazer comunhão com Jesus, se depois não quer viver em união e fazer as pazes com os outros? A comunhão que fazemos lá dentro tem de ser vivida cá fora. Penso que não é um caso isolado. Deve haver por aí muita gente que faz o mesmo. Habituámo-nos a ver a vida cristã como uma doutrina ou tradição e pensamos que isso de perdoar, de fazer as pazes e de ser misericordiosos não tem nada que ver connosco. Neste sentido, o Ano Santo vem ajudar a mudar de mentalidade. O Papa Francisco, ao convocar o Ano Santo da Misericórdia, quer que nós cristãos ponhamos a mise- ricórdia do Pai no centro da vida da Igreja. A misericórdia não deve ser vista como «um mero aspeto moral da fé cristã», mas como «o coração pulsante do Evangelho», «a trave mestra que suporta a vida da Igreja». Não é possível ser bons cristãos se não formos capazes de ser miseri- cordiosos. Também a Igreja deve aprender a ser mais misericordiosa. A abertura da Porta Santa com a qual se dá início ao Jubileu em Roma tem um significado espiritual muito profundo. O Papa Francisco quer que essa celebração se faça em todas as catedrais e nos santuários do mundo inteiro, como sinal de que estamos todos dispostos a abrir as portas do nosso coração à misericórdia do Pai. O Ano Santo é um ano de graça e de reconciliação e uma ocasião única para agradecer pelas graças recebidas, para pedir perdão e fazer as pazes e para recomeçar com novo vigor apostólico. Fazer as pazes com quem? Com nós próprios, uns com os outros e com Deus. A Família Comboniana deseja a todos os amigos e benfeitores um Santo Natal. Que naquele Menino, em palhas deitado, saibamos contemplar o rosto visível da misericórdia do Pai.

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CombonianaamíliaF

Publicação BIMESTRAL N.º 238 novembro-dezembro 2015

ISSN 0871-5688 PREÇO - 0,10 (IVA incluído)

No Ano Santo, vamos fazer as pazesPor P.e Dário Balula [email protected]

Um dia, uma pessoa veio ter co-migo para pedir um conselho,

e disse-me mais ou menos assim: «Tive uma zanga muito grande com um vizinho e já não falamos há mais de um ano. Eu sou bom cristão, vou à missa quase todos os domingos e digo as minhas orações, mas não lhe perdoo o que ele me fez!» O que é que eu lhe podia dizer? Como pode alguém julgar-se bom cristão se não é capaz de perdoar? Como é que alguém pode ir à igreja, receber a comunhão, isto é, fazer comunhão com Jesus, se depois não quer viver em união e fazer as pazes com os outros? A comunhão que fazemos lá dentro tem de ser vivida cá fora.

Penso que não é um caso isolado. Deve haver por aí muita gente que faz o mesmo. Habituámo-nos a ver a vida cristã como uma doutrina ou tradição e pensamos que isso de perdoar, de fazer as pazes e de ser misericordiosos não tem nada

que ver connosco. Neste sentido, o Ano Santo vem ajudar a mudar de mentalidade.

O Papa Francisco, ao convocar o Ano Santo da Misericórdia, quer que nós cristãos ponhamos a mise-ricórdia do Pai no centro da vida da Igreja. A misericórdia não deve ser

vista como «um mero aspeto moral da fé cristã», mas como «o coração pulsante do Evangelho», «a trave mestra que suporta a vida da Igreja». Não é possível ser bons cristãos se não formos capazes de ser miseri-cordiosos. Também a Igreja deve aprender a ser mais misericordiosa.

A abertura da Porta Santa com a qual se dá início ao Jubileu em Roma tem um significado espiritual muito profundo. O Papa Francisco quer que essa celebração se faça em todas as catedrais e nos santuários do mundo inteiro, como sinal de que estamos todos dispostos a abrir as portas do nosso coração à misericórdia do Pai. O Ano Santo é um ano de graça e de reconciliação e uma ocasião única para agradecer pelas graças recebidas, para pedir perdão e fazer as pazes e para recomeçar com novo vigor apostólico. Fazer as pazes com quem? Com nós próprios, uns com os outros e com Deus.

A Família Comboniana deseja a todos os amigos e benfeitores um

Santo Natal. Que naquele Menino, em palhas deitado,

saibamos contemplar o rosto visível da misericórdia do Pai.

2 FAMÍLIA COMBONIANA

O escândalo da fome

Por Ir. Bernardino [email protected]

Justiça e Paz

Guerra e fome são duas companhei-ras inseparáveis na vida de milhões de habitantes do planeta. Ainda se a di-nâmica das guerras modernas é muito diferente da de outrora, algumas das suas sequelas são as mesmas. Segundo o Índice Global da Fome (GHI) de 2015, os conflitos armados continuam a propi-ciar a miséria e o sofrimento a milhões de pessoas. A fome «alcançou dimen-sões de um verdadeiro escândalo que ameaça a vida e a dignidade de muitas pessoas», como denunciou em outubro o Papa Francisco numa audiência com membros dos Bancos Alimentares. Mais ainda quando sabemos que todos os dias toneladas de alimentos são desperdiça-das nos países mais desenvolvidos.

Terminar com a guerra, para acabar com a fome

No mundo, 795 milhões de seres hu-manos passam fome. Muitos por causa da situação de guerra. O relatório do GHI assinala que os conflitos na Líbia, Síria, República Democrática do Con-go, Sudão e Sudão do Sul estão entre as principais causas da fome nesses países, pois os habitantes têm de deixar tudo e fugir para escapar da violência.

Para acabar com a fome, é necessá-rio terminar com a guerra. Segundo o documento, no ano passado, em mé-dia, 42 500 pessoas fugiram, cada dia, das suas casas e cerca de 59,5 milhões de pessoas são deslocados devido aos conflitos armados. A cifra mais alta de sempre na História. Os dois países com

o índice mais alto de fome – a República Centro-Africana e o Chade, seguidos da Zâmbia – viveram conflitos armados ou estiveram submetidos a instabilidade política nos últimos anos, salienta o relatório.

O Índice Global da Fome, que é atua-lizado todos os anos, não inclui alguns dos países mais pobres do mundo por falta de dados. A situação de crise de fome global pode ser, por isso, inclusive pior do que a refletida no documento.

O que podemos fazer?Seguramente, desde a nossa reali-

dade, não podemos fazer muito para mudar as causas globais da fome. Natal é tempo de solidariedade. O Papa Fran-

cisco diz-nos que como comunidade de crentes devemos partilhar «com carida-de cristã» e ser «promotores de uma au-têntica cooperação com os pobres» para que todos possam ter «uma vida digna». Além disso, recordava o papa numa mensagem à Cáritas Internacional, esta dramática situação de tantos irmãos e irmãs no planeta deve ajudar cada um de nós a refletir «sobre a forma quotidiana como fazemos as nossas escolhas, tam-bém na alimentação e que, muitas vezes, levam ao desperdício alimentar e ao mau uso dos recursos disponíveis. É também um apelo para que tenhamos consciên-cia de que as nossas ações diárias têm um impacto direto naqueles que, longe ou perto, sofrem os efeitos da fome».

A fome afeta 795 milhões de pessoas no planeta. Uma das causas dessa situação é a guerra, que provoca miséria e deslocação das populações. A fome é um escândalo perante o qual, como sublinha o Papa Francisco, «não podemos virar as costas e fazer de conta que não existe».

No mundo, 795 milhões de seres humanos passam fome

FAMÍLIA COMBONIANA 3

Cenáculos de Oração Missionária

A questão do olhar

Para a Missão em Portugal e na Europa

Por P.e Claudino Gomes [email protected]

A pobreza das famílias portuguesas tem estatísticas impressionantes: «Metade vive com menos de mil euros por mês… Sessenta e seis por cento têm filhos pequenos e dezoito por cento não conseguem pagar a casa e as contas habituais.»

É habitual os jornais apresentarem estatísticas sobre a maior parte dos fenó-menos com que nos deparamos no dia a dia. Gráficos, tabelas, dados abundam também nas informações televisivas. Na verdade, a Estatística, ao dispor de técnicas e processos apropriados para re-colher, organizar, classificar, apresentar e interpretar conjuntos de dados, tornou--se indispensável para a economia, a ciência, o governo das instituições, dos países, do mundo.

Por seu lado, para olhar para o mun-do e a história-que-se-vai-fazendo, a comunidade de Jesus usa todos os ins-trumentos e técnicas úteis para conhecer aprofundadamente e agir adequadamente na realidade humana e ambiental à qual é enviada. O Papa Francisco dá testemunho dessa abertura mental e metodológica da Igreja, no cumprimento da sua missão. «A reflexão de inúmeros cientistas, filósofos, teólogos e organizações sociais [enrique-ceu] o pensamento da Igreja sobre estes temas» (Louvado sejas, 7).

Na exortação A Alegria do Evange-lho (EA), o papa diz: «A Igreja, que é

discípula missionária, tem necessidade de crescer na sua interpretação da Pa-lavra revelada e na sua compreensão da verdade.» Serve-se dos estudos de exegetas e os teólogos, mas também de outras ciências, nomeadamente as ciências sociais: «A Igreja presta aten-ção às suas contribuições para obter indicações concretas que a ajudem no cumprimento da sua missão» de ensinar e testemunhar a «riqueza inesgotável do Evangelho» (n.º 40).

Na mesma linha, o recente Capítulo Geral dos Combonianos começa por lançar um olhar sobre a situação atual do mundo, da Igreja e do Instituto: «O mundo é hoje uma grande aldeia. Sentimo-nos geograficamente mais perto uns dos outros. […] Consolidou--se uma globalização das desigualdades sociais, da injustiça e da pobreza, na “globalização da indiferença”. Os outros já não são vistos como irmãs e irmãs em humanidade, mas com objetos e desperdícios […] [obrigados] a aban-donar os seus países» (Documentos Capitulares, 7).

Afinar o olhar, reorientar a nossa oração

Porquê esta atenção ao mundo, à sociedade, às suas perturbações e às rei-vindicações dos pobres (cf. AE, 52-60)? Por um lado, porque é esse «o contexto em que temos de viver e agir». Por outro, «é o olhar do discípulo missionário que (em discernimento evangélico) se nutre da luz e da força do Espírito Santo […] que permite uma capacidade sempre vigilante de estudar os sinais dos tempos». Na base dessa atitude de vigilância à cata dos sinais que Deus dá está a certeza de que Deus age com amorosa humildade cria-dora nos acontecimentos da História e do mundo. E particularmente nos pobres, que «têm muito que nos ensinar» (EA, 198). É neles que nos dá sinais e nos fala, hoje, urgindo-nos à misericórdia, «quan-do no mais íntimo de nós mesmos nos comovemos à vista do sofrimento alheio» (EA, 193). Somos chamados a acolher a sabedoria que Deus nos quer comunicar através deles. Família Comboniana e Ce-náculos Missionários, afinemos o olhar, reorientemos a nossa oração!

Cenáculos de Oração Missionária

A questão do olhar

6 FAMÍLIA COMBONIANA

Linha directa

Leiga missionária comboniana parte para África

Vai, minha irmã! Lá, na tua nova missão, na tua nova terra, na tua nova pátria, anunciarás Jesus Cristo e o Seu Evangelho, servirás os pobres, os excluídos do banquete da vida, lavando-lhes os pés.

Tu te aproximarás com muito carinho de um povo com cultura e tradições diferentes. Chegando lá, estranharás, sem dúvida, os costumes e usos locais. Mas não imporás as tuas ideias! Não apresentarás o país que te viu nascer como paraíso! Não dirás nunca que no lugar onde te criaste, as coisas estão bem melhores! Não darás nunca a impressão

de que vieste para ensinar, para civilizar, para instruir, para colonizar! Jamais violentarás a alma do povo que, doravante, será o teu povo! Oferecerás simplesmente o testemunho da tua fé, da tua esperança, do teu amor, e darás a tua vida até ao fim, até às últimas consequências!

Nossa Senhora te proteja sempre e em todos os lugares por onde andares!

Despede-te do pai e da mãe, da família, de quem te ama e a quem tu amas! Segue o teu caminho, e não olhes mais para trás! Todo mundo vai rezar por ti. Vai com Deus! Amém!»

Oração de envio missionário de Maria Augusta Pires

No domingo, 25 de outubro, realizou-se a festa de envio para a missão da Maria Augusta Pires, leiga missionária comboniana, na paróquia de Janeiro de Baixo, Pampilhosa da Serra.

A Maria Augusta já trabalhou como leiga missionária comboniana em Mo-çambique, durante nove anos, e três anos na República Centro-Africana (RCA). Depois de alguns anos em Portugal, para cuidar da mãe e para fazer atividade missionária, parte de novo para a RCA, para continuar o trabalho missionário no campo da educação, especialmente entre os pigmeus, uma raça escravizada e muito discriminada pelas outras tribos naquele país.

Ela está consciente das dificuldades que vai encontrar, pois a República Centro-Africana é um país muito po-bre e está em guerra civil, com muitas mortes, e com muitos deslocados que fogem das zonas em guerra e procuram abrigo noutras paragens. É uma situação verdadeiramente dramática que a Maria Augusta encara com muita serenida-de. Diz ela: «Não tenho receio porque

confio em Deus e sei que Ele cuida de mim. Se me acontecer alguma coisa, não importa, pois eu estou pronta para dar a minha vida pela missão ao serviço de Deus e dos mais pobres.»

A Eucaristia do domingo na paróquia de Janeiro de Baixo foi uma celebração muito bonita, presidida pelo bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, e nela participaram muitos cristãos de outras paróquias e membros dos Leigos Mis-sionários Combonianos.

Nos dias anteriores, fiz encontros nas comunidades paroquiais, lares e escolas

de várias localidades do concelho de Pampilhosa da Serra, em preparação para esta festa de envio para a missão. Fui acolhido com muita amizade pelos padres Orlando Henriques, um jovem sacerdote de 31 anos, e João Creoulo, já perto dos 80 anos, mas que continua sempre jovem de espírito. Os dois pres-tam serviço pastoral às paróquias desta região com um zelo apostólico sem li-mites. As suas gentes são boas e amigas, amam a Igreja e as suas tradições cristãs.

P.e Dário Chaves

FAMÍLIA COMBONIANA 7

Díodos de Jesus CristoO 18.º Capítulo Geral dos Missionários Combonianos realizou-se na Casa Geral do Instituto, em Roma, de 3 de setembro a 3 de outubro de 2015. Estudaram-se maneiras de enfrentar os desafios presentes e futuros.

São Daniel Comboni concebeu os seus missionários como raios de luz, solícitos e virtuosos. E explica: «Juntos resplandecem e aquecem.» O nosso fundador pareceu futurar a mais de um século de distância a tecnologia LED – ou DEL: díodos emissores de luz – que é a forma mais barata e eficaz de alumiar. O segredo está em juntar pequenos LED numa só lâmpada seguindo a velha má-xima da «união faz a força». (A luz dos díodos está nos aparelhos eletrónicos, nos semáforos, nas novas lâmpadas das nossas casas.) Este é o maior desafio que nós Combonianos reunidos em capítulo reconhecemos no nosso serviço missionário: trabalhar juntos na grande sinfonia da evangelização dos povos.

Cenáculo de apóstolosO documento final do capítulo refere

que os Combonianos não são solistas na evangelização, mas peregrinos, cui-dadores, colaboradores, servidores do Evangelho. Ser cenáculos é essencial para a nossa vocação «de ser nas fron-teiras testemunhas e profetas de relações de fraternidade, baseadas no perdão, na misericórdia e na alegria do Evangelho». E usa 27 vezes o termo «comunidade». Viver o Evangelho juntos em comuni-dades interculturais contribui para a globalização da fraternidade.

Revelar o CentroO Papa Francisco – naquele memo-

rável 1.º de outubro na Sala Clementina, durante a audiência ao grupo dos capitu-

lares – desafiou-nos: «Como consagra-dos a Deus para a missão, sois chamados a imitar Jesus misericordioso e manso, a fim de viver o vosso serviço com coração humilde, assumindo o cuidado dos mais abandonados do nosso tempo.»

Recordou-nos que na origem da nossa missão está um dom: «A iniciativa gratuita do amor de Deus que vos dirigiu uma dupla chamada: a estar com Ele e a ir pregar.»

Não somos missionários de uma ideologia ou filantropia: somos enviados de Jesus. Para sermos díodos de Jesus, luzeiros do Evangelho num mundo conturbado, temos de evangelizar jun-tos a partir d’Ele que é a luz que somos chamados a irradiar «em saída».

P.e José Vieira

Novo conselho geral dos Missionários CombonianosOs capitulares do 18.º Capítulo Geral dos

Missionários Combonianos elegeram o P.e Tesfa-ye Gebresilasie, de 46 anos, como superior geral para os próximos seis anos. Nasceu em Harar, Etiópia. É o primeiro africano a desempenhar o cargo de superior geral.

Os outros integrantes do conselho geral são: P.e Jeremias Martins, português, que era provincial da África do Sul; P.e Pietro Ciuciulla, italiano; P.e Rogelio Juárez, mexicano; Ir. Alberto Lamana, espanhol.

8 FAMÍLIA COMBONIANA

«FAMÍLIA COMBONIANA»Propriedade: Missionários Combonianos do Coração de Jesus Pessoa Colectiva nº 500139989Diretor: Bernardino Frutuoso (CP 10020)Redação: Fernando Félix (CP 2838)/Carlos Reis (CP 4073)Grafismo: Luís FerreiraArquivo: Amélia Neves

Redação e Administração: Calç. Eng. Miguel Pais, 91249-120 LISBOARedacção: Tel. 213 955 286 E-mail: [email protected]: Manuel Ferreira HortaAdministração: Fax: 213 900 246E-mail: [email protected]

Nº de registo: 104210Depósito legal: 7937/85Impressão:Jorge Fernandes, Lda.Rua Quinta do Conde Mascarenhas, 92825-259 CHARNECA DA CAPARICATiragem: 31.900 exemplares

Jovens em missão (JIM)

O novo ano pastoral começou. Os grupos JIM de Norte a Sul celebram o facto. Em reuniões, encontros e celebrações dão início a esta nova caminhada com alegria e esperança. O caminho é orientado pelo guião do Itinerário Formativo JIM para 2015-2016 cujo título é «Misericórdia: Qual é o teu Rosto?». Nele se apresenta o calendário de atividades para o ano pastoral e se oferecem propostas de oração, vigílias, uma via-sacra, um esquema para o terço missionário no contexto do tema da misericórdia. A reflexão apresentada é sobre a bem-aventurança «Felizes os misericordiosos porque alcan-çarão misericórdia», incluindo uma explicação das obras de misericórdia corporais e das obras de misericórdia espirituais.

O guião será de grande ajuda para os grupos JIM e para os animadores juvenis. Quem ainda não o tiver e desejar um exemplar pode pedi-lo através do sítio do JIM: http://www.jim.pt, ou através do endereço eletrónico: [email protected].

Pai e Mãe cheios de misericórdiaO Pai é cheio de misericórdia, cujo rosto é o filho, Jesus.

O Pai é um «Deus misericordioso e clemente, vagaroso na ira, cheio de bondade e fidelidade» (Ex 34, 6). É um Deus pronto a perdoar tudo, todos e sempre. É um Deus que ofe-rece alegria, serenidade e paz na contemplação do mistério da misericórdia.

Maria é Mãe da misericórdia, porque é Mãe de Cristo, rosto da misericórdia. É aquela que «como ninguém, mais experimentou a misericórdia, aquela que conhece mais profundamente o mistério da misericórdia divina e por isso pode atingir todos aqueles que aceitam mais facilmente o amor misericordioso da parte de uma mãe», escreveu S. João Paulo II.

Missão é misericórdiaSomos JIM – Jovens em Missão! A missão que é proposta

para este ano pastoral é missão de misericórdia. Toda a Igreja viverá o Ano Jubilar da Misericórdia, e nós queremos parti-lhar, refletir e celebrar este tema em missão. Citando o Papa Francisco, o guião expõe: «Precisamos sempre de contemplar o mistério da misericórdia. É fonte de alegria, serenidade e paz. É condição da nossa salvação. […] Misericórdia é a lei

fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão que encontra no caminho da vida. Misericórdia é o caminho que une Deus e o homem, porque nos abre o coração à esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação do nosso pecado.»

Natal: festa de misericórdia«A Misericórdia de Deus não é uma ideia abstrata, mas uma

realidade concreta, pela qual Ele revela o seu amor como o de um pai e de uma mãe […]. A misericórdia é a palavra-chave para indicar o agir de Deus para connosco. Ele não se limita a afirmar o seu amor, mas torna-o visível e palpável», afirma o Papa Francisco. Isto é Natal. É Deus e Maria que nos dão o seu Filho. O Filho é o rosto visível da misericórdia. Natal é tempo de verdadeira misericórdia em gratidão para com Deus e compaixão para com todas as pessoas do mundo. É a nossa missão: receber e levar a Salvação que se torna Pessoa para que todos tenham vida!

Celebramos este Natal no Ano Santo da Misericórdia, que começa a 8 de dezembro, Solenidade da Imaculada Conceição. Trata-se de uma etapa nova no caminho da missão para toda a Igreja, e especialmente para nós JIM – Jovens em missão!

Feliz Natal vivido segundo o Evangelho da Misericórdia!

Caminhar na misericórdia

Por P.e Carlos Nunes, mccj [email protected]