o código de etica profissional do psicólogo - percurso...

6
26 COLEÇÃO ÉTICA NAS PROFISSÕES g. Não proporá atividades que sejam atribuições privativas de outras categorias profissionais; h. Não fará divulgação sensacionalista das atividades pro- fissionais. Das disposições gerais Art. 21- &> transgressões dos preceitos deste Código cons- tituem infração disciplinar com a aplicação das seguintes pe- nalidades, na forma dos dispositivos legais ou regimentais: a. Advertência; b. Multa; c. Censura pública; d. Suspensão do exercício profissional, por até 30 (trinta) dias, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia; e. Cassação do exercício profissional, ad referendum do Con- selho Federal de Psicologia, Art. 22 - As dúvidas na observância deste Código e os casos omissos serão resolvidos pelos Conselhos Regionais de Psicologia, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia. Art. 23 - Competirá ao Conselho Federal de Psicologia firmar jurisprudência quanto aos casos omissos e fazê-Ia incorporar a este Código. Art. 24 - O presente Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal de Psicologia, por iniciativa própria ou da categoria, ouvidos os Conselhos Regionais de Psicologia. Art. 25 - Este Código entra em vigor em 27 de agosto de 2005. Na legislação drf'Conselho Federal de Psicologia não há menção a nenhumjuramento profissional formal, mas qual- quer tipo de juramento deve levar em conta os preceitos acima apresentados no Código de Ética. 2 , . O Código de Etica Profissional do psicólogo - percurso histórico Origens históricas Desde a década -de 1960, a disciplina de Psicologia co- meçou a ser ministrada em território nacional, aplicada aos problemas educacionais. Com a aceleração do desenvolvi- mento sócio-econômico-cultural, as mudanças tornaram- se mais rápidas e abrangentes, exigindo outros padrões de respostas e formas de compreensão da realidade no campo da psicologia. Pioneiros como Franco da Rocha eDurval Marcondes dedicaram-se a introduzir e aplicar as técnicas psicanalíticas, desenvolvidas na Europa, para tratar nossos doentes mentais. Assim a psicologia foi se impondo, passo a passo, graças aos estudiosos que partilhavam seus conheci- mentos e formavam, de modo não institucionalizado ou- , tros profissionais na área psi. m 1945 foi fundada a Sociedade de Psicolo ia de São ~lo, por Klinenberg e Anita Cabral, promovendo reuni- ões científicas, conferências, cursos de extensão, seminá- rios... esar de em 1954 ter sido fundada aAssociação Bra- sileira de Psicólogos (ABP) que representou o Brasil na International ruon o aen ffic Psychology, apenas em novem- bro de 1953 foi enviada a primeira proposta para a cria- ção do Curso de Psicologia no Brasil. (tLLei estadual 3.862 .i!e 28/05/1957 regulamentou o curso que teve seu início em 1958, na Universidade de São Paulo. A primeira turma for- .........

Upload: phamthu

Post on 10-Nov-2018

222 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: O Código de Etica Profissional do psicólogo - percurso ...anakarkow.pbworks.com/w/file/fetch/99081746/Cód.+de+Ética... · O Código de Etica Profissional do psicólogo - percurso

26 COLEÇÃO ÉTICA NAS PROFISSÕES

g. Não proporá atividades que sejam atribuições privativasde outras categorias profissionais;

h. Não fará divulgação sensacionalista das atividades pro-fissionais.

Das disposições gerais

Art. 21- &> transgressões dos preceitos deste Código cons-tituem infração disciplinar com a aplicação das seguintes pe-nalidades, na forma dos dispositivos legais ou regimentais:a. Advertência;b. Multa;c. Censura pública;d. Suspensão do exercício profissional, por até 30 (trinta)

dias, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia;e. Cassação do exercício profissional, ad referendum do Con-

selho Federal de Psicologia,Art. 22 - As dúvidas na observância deste Código e os

casos omissos serão resolvidos pelos Conselhos Regionais dePsicologia, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia.

Art. 23 - Competirá ao Conselho Federal de Psicologiafirmar jurisprudência quanto aos casos omissos e fazê-Iaincorporar a este Código.

Art. 24 - O presente Código poderá ser alterado peloConselho Federal de Psicologia, por iniciativa própria ou dacategoria, ouvidos os Conselhos Regionais de Psicologia.

Art. 25 - Este Código entra em vigor em 27 de agostode 2005.

Na legislação drf'Conselho Federal de Psicologia não hámenção a nenhumjuramento profissional formal, mas qual-quer tipo de juramento deve levar em conta os preceitosacima apresentados no Código de Ética.

2 , .

O Código de Etica Profissional dopsicólogo - percurso histórico

Origens históricas

Desde a década -de 1960, a disciplina de Psicologia co-meçou a ser ministrada em território nacional, aplicada aosproblemas educacionais. Com a aceleração do desenvolvi-mento sócio-econômico-cultural, as mudanças tornaram-se mais rápidas e abrangentes, exigindo outros padrões derespostas e formas de compreensão da realidade no campoda psicologia. Pioneiros como Franco da Rocha eDurvalMarcondes dedicaram-se a introduzir e aplicar as técnicaspsicanalíticas, desenvolvidas na Europa, para tratar nossosdoentes mentais. Assim a psicologia foi se impondo, passo apasso, graças aos estudiosos que partilhavam seus conheci-mentos e formavam, de modo não institucionalizado ou-,tros profissionais na área psi.

m 1945 foi fundada a Sociedade de Psicolo ia de São~lo, por Klinenberg e Anita Cabral, promovendo reuni-ões científicas, conferências, cursos de extensão, seminá-rios... esar de em 1954 ter sido fundada aAssociação Bra-sileira de Psicólogos (ABP) que representou o Brasil naInternational ruon o aen ffic Psychology, apenas em novem-bro de 1953 foi enviada a primeira proposta para a cria-ção do Curso de Psicologia no Brasil. (tLLei estadual 3.862

.i!e 28/05/1957 regulamentou o curso que teve seu início em1958, na Universidade de São Paulo. A primeira turma for-

.........

Page 2: O Código de Etica Profissional do psicólogo - percurso ...anakarkow.pbworks.com/w/file/fetch/99081746/Cód.+de+Ética... · O Código de Etica Profissional do psicólogo - percurso

e

28 COLEÇÃO ÉTICA NAS PROFISSÕES

mou-se em 1960, no Rio de Janeiro. Os professores eramoriundos de outros países, nem sempre compreendendo etrazendo alternativas para nossos problemas sociais.

.za âo da Psicolo ia como rofissão ocorreu coma Lei 4.119 de 27/08/1962 gue dis õe sob os de for-mação em sicolo ia e re ulamenta a ro lssão rk..l2sicólo-o e o Decreto 53.464, de 21/01/1964 ue regulamenta a Lei

4.119 e discorre sobre a estruturação dos cursos de F,lsicolo-_gia, nas Facu dades de Filosofia, em cursos de bacharela-do, licenciatura e psicologia, seu currículo mínimo e sobre-- -os direitos conferidos ao diplomado em cada um deles. Ao.bacharel cabe lecionar Psicologia em cursos de grau 'médio;ao licenciado, lecionar Psicologia; ao psicólogo, ensinar Psi-cologia e exercer a profissão. stab lece como fvativas do psicólogo o diagnóstico }2sicológico, a orienta-

,

ão e sele ão de pessoal a o ~açiQ pJiÍcot!eda~ógica a so-b!.,ção de problemas de ajustamento, a colaboração em as-suntos psicológicos ligados a outras ciências.

etermina como eXl encia ara o Eu c' o ento doscursos a organização de serviços clínicos e de a licação àeducação e ao trabalho, abertos ao Rúblico. Essa lei tambémregulamenta o exercício profissional daqueles que já vinhamexercendo ou que tivessem exercido a profissão por maisde cinco anos, podendo ser expedido o registro profissio-nal de psicólogo.

(2"parecer 403/1962 do Conselho Federal da Educação .•~.!:.Sasobre o currículo do c Psicolog' 1 err'1ó" obrasileiro C0111. a cg)aboração dos professores Lourenço Fi-lho e Nilton Campos (Universidade do Brasil), CarolinaMartuscelli Bori (Universidade de São Paulo), Padre An-tonius Benko (Pontifícia Universidade Católica do Rio de

ÉTICA NA PSICOLOGIA 29

Janeiro), Pedro Parafita Bessa (Universidade de MinasGerais). Em seu parágrafo inicial, reproduzido abaixo, con-textualiza a importância da criação do curso e as preocupa- e-

ções éticas que perduram até os dias de hoje. I

Esta é a primeira vez que, no Brasil, fixa-se oficialmente umcurrículo de Psicologia, visando a direitos de exercício pro-fissional. Tais direitos decorrem da Lei 4.119 de 27 de agos-to último, que veio inegavelmente, ao regulamentar a profissãode Psicólogo, preencher uma lacuna de que já se ressentia oquadro de nossos trabalhadores de grau universitário. Dadas,porém, as características muito especiais da nova profissão, épreciso que desde logo se procure elevar este curso a um nívelde qualificação intelectual e de prestígio social que permita aosseus diplomados exercer o mister do trabalho psicológico demodo eficaz e com plena responsabilidade. ara isso é impe-rativo ue se acentue o caráter científico dos estudos a seremrealizados ue s a . e e asse. urar à SICO 0-

gia a posição de relevo que lhe cabe, o conceito das chamadasrofissões liberais e, al'i assu evitar as im rovisa ões ue do

charlatanismo, a levar' fatalmente ao descrédit .

~~~~o/,M.~.J.,.;f~, a Lei 5.766 cria o Conselho Federal;;os Conselhos RegiD.n~d sicolo ia com o fito . ~E?-entar, orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da pro-.fissão, elaborando o rimeiro Código de Ética a rovado ela

u ão CFP 008/75, de 02/02/1975, ublicadao (dai da União em 08 /1975.

Page 3: O Código de Etica Profissional do psicólogo - percurso ...anakarkow.pbworks.com/w/file/fetch/99081746/Cód.+de+Ética... · O Código de Etica Profissional do psicólogo - percurso

"I~---

30 COLEÇÃO ÉTICA NAS PROFISSÔES

Código de Ética Profissional do Psicólogo de 1975

borda nos cinco PRINCíPIOS FUND

tadns.aze lamenta ão da rma ão rofissional o trabalhbasado no res eito elo outro e Ror sua inte _ridade com

observância do Pr' cí!2'Oda Benevolê cia, ' pcirância~ formação, da res onsabilidade Erofissional e do a rimo .....ramento essoal e profissionaL Consta ainda de 13 capítu-los: DAS RESPONSABILIDADES GERAIS DO PSICÓLOGO (deveres eatos vedados - art. 1° e 2 0), DAS RESPONSABILIDADES PARA COM

O CLIENTE (art. 3° ao 5°), DAS RESPONSABILIDADES E RELAÇÕES

COM AS INSTITUIÇÕES EMPREGADORAS (art. 6° e 7°), DAS RELA-

ÇÕES COM OUTROS PSICÓLOGOS (art. 8° ao 11°), DAS RELAÇÕES

COM OUTROS PROFISSIONAIS (art. 12° e 13°), DAS RELAÇÕES COM

ASSOCIAÇÕES CONGÊNERES E REPRESENTATIVAS' DO PSICÓLOGO

(art. 14° e 15°), DAS RELAÇÕES .cOM A]USTIÇA (art. 16° ao 20°),DO SIGILO PROFISSIONAL (art. 21° ao 24°), DAS COMUNICAÇÕES

CIENTÍFICAS E DAS PUBLICAÇÕES (art. 25° ao 31°), DA PUBLICI-

DADE PROFISSIONAL (art. 32° e 33°), DOS HONORÁRIOS PROFIS-

SIONAIS (art. 34° e 35°), DA FISCALIZAÇÃO DO EXERCÍCIO PRO-

FISSIONAL DA PSICOLOGIA E CUMPRIMENTO DOS PRINCÍPIOS ÉTI-

COS (art. 36° ao 38°), DISPOSIÇÕES GERAIS (art. 39°e 40°). OCódigo na íntegra é apresentado no' Anexo 1.r Código de Ética de 1975 já enfatizava a importância

ga formação contínua, do conhecimento e do respeito pe;-Ias r 'tações impostas pelo desenvolvimento pessoal, es-trutura ~ erso alidade e saber de cada rofissio~ientava também as funções sociais da psicologia, deven-do ser a lica m."p.wl Q b -estar da co tividade, ve-dando o uso mercantilist desrestl' " acidade aosigilo, à confidencialidade, a utilização de títulos impró-

ÉTICA NA PSICOLOGIA 31

rios o esvio de aciéntes, a cump:.!.h!.::'c:!:id~a:!.:d:!..:e~co~.s...Al..l,..cl~~cio ilegal da profissão, ouso de técnicas hi nóticas em in-er ogatórios e

Cabe lembrar que esse Código foi elaborado na épocado regime militar, quando as liberdades de imprensa, de ex-pressão, estavam proibidas e a repressão imposta pelo regi-me ditatorial imperava com violento desrespeito pelos di-reitos humanos, gerando medo, perseguições, torturas e de-saparecimentos. Era preciso salientar essa preocupação noCódigo de Ética de forma sutil, para que o mesmo tambémnão fosse vetado.

Após quatro anos da regulamentação do primeiro Códi-go de Ética oficial, em 1979, por ocasião da comemoraçãodo centenário da psicologia como ciência comportamental,algumas reformulações foram realizadas no primeiro códi-go e aprovadas pela Resolução do CFP 029/79, que revoga aResolução CFP 08/1975 de 02/02/1975.

Código de Ética Profissional do Psicólogo de 1979

o se undo Códi o .reformulado no contexto olíticoda ditadura militar, apresenta cinco PRINCÍPIOS FUNDAMEN-

. TAIS e 50 artigos, 10 a mais que o primeiro e mais a meas.No quarto Princí io Fundamental é salientado o trabalhoem e ui e. Dispõe de 12 capítulos: DAS RESPONSABILIDADES

GERAIS DO PSICÓLOGO Cdeveres e atos vedados - art. 1° e 2 0),DAS RESPONSABILIDADES PARA COM O CLIENTE (art. 3° ao 5°),DAS RESPONSABILIDADES E RELAÇÕES COM AS INSTITUIÇÕES EM-

PREGADORAS E OUTRAS (art. 6° e 7°), DAS RELAÇÕES COM OU-

TROS PSICÓLOGOS (art. 8° ao 13°), DAS RELAÇÕES COM OUTROS

PROFISSIONAIS (art. 14° e 15°), DAS RELAÇÕES COM ASSOCIA-

Page 4: O Código de Etica Profissional do psicólogo - percurso ...anakarkow.pbworks.com/w/file/fetch/99081746/Cód.+de+Ética... · O Código de Etica Profissional do psicólogo - percurso

32 COLEÇÃO ÉTICA NAS PHOFISSÕES

ÇÕES CONG~NERES E REPRESENTATIVAS DO PSICÓLOGO (art. 16°e 17°), DAS RELAÇÕES COM A JUSTIÇA (art. 18° ao 22°), DO SIGI-

LO PROFISSIONAL (art. 23° ao 29°), DAS COMUNICAÇÕES CIEN-

TÍFICAS E DA DIVULGAÇÃO AO PÚBLICO (art. 30° ao 37°), DA PU-

BLlCIDADE PROFISSIONAL (art. 38° e 39°), DOS HONORÁRIOS PRO-

FISSIONAIS (art. 40° e 41°), DA OBSERVÁNCIA, APLICAÇÃO E C~M-

PRIMENTO DO CÓDIGO DE ÉTICA (art. 42° ao 50°). O Código

na íntegra é apresentado no Anexo 2. .ode-se observar uma referência ao t balh .o em eqUlI2e

des ontado na época (no Q.uaUo 12 .incípio fundam~nta!, noc,- 40 lí "b" e art 26 A diminuição do autontansm9art. a lnea .' -

olítico fa-;:;; notar também pela exclusão da alínea "h" do.art. 4° do rimeiro Código gue vetava o interrogatório. s?b~ão hi nótica. Artigos mais exp1íci~0~ a respeito ~Q s~g110rofissional, garantindo a confidenClahdade e a anuencia do

examinando fora ac e ce ados nos arti os 25 Qará _ sl--;-e2° 26,27 e parágrafo único, 29, 33 34 e 35; as r.elaçõescom a Justiça tornaram-se mais eJ5Plicitadas, definmdo-s.etambém o grau de parentesco permitido nos casos. de eri-

- ta em. A autonomi;para exercer as funções de ensmo, p~-q~is;;su ervisão foram mencionados. n~s artigos 30, _37e 49. Com o aumento do número de psicólogos as relaçoes

--;;;;; a classe foram mais explicitadas nos artigos 11, 12 e 13.Após 25 anos da regulamentação da profissão e oi~o ap~s

a regulamentação do último Código,lcom uma .sltua~2-0olítica menos amea adora e mais democrática, fOl aprova-

da em 5/.08/. 987, a Resolução do CFP 002/87 que .a~re-senta o terceiro Código de Ética Profissional dos Psicólo-gos, revogando a msolução CFP 029/79 de 30/08/1979, bemcomo as demais disposições em contrário.

ÉTICA NA PSICOLOGIA 33

Código de Ética Profissional do Psicólogo de 1987(e resoluções complementares)

OCód' OS FUNDAMEN-

TAIS 50 arti rande Qua tidade de alíneas, ex-ressando as dificuldades e reflexões ao longo do ercurso.

Nos rincí ios fundamentais é enfocado ores eito p-e outroe por sua integridade,.50m a observância do Qrincípio dabenevolência; .!,.importâncü da formação, daJ"esp-onsabili-dade profissional e do aprimoramento pessoal e profi~sio.::nal. Acrescenta a função social do psicólogo por meio deuma análise crítica da realidade e da "colaboração na criação decondições que visem eliminar a opressão e a marginalização do sei-

humano" (Princípio Fundamental IV) e pode enfim citar, noY'II Princí io Fundameptal, a.ohser ânci.a do estabele9.Q.gna Declaração dos Direitos Humanos (aprovada em lQL12/1948)~ Dispõe de 10 capítulos: DAS RESPONSABILIDADES GE-

RAIS DO PSICÓLOGO (deveres e atos vedados - art. 1° ao 3°),com detalhamento, distribuído em um total de 23 alíneas,DAS RESPONSABILIDADES E RELAÇÕES COM AS INSTITUIÇÕES EM-

PREGADORAS (art. 4° ao 6°), DAS RELAÇÕES COM OUTROS PRO-

FISSIONAIS OU PSICÓLOGOS (art. 7° ao 14°), DAS RELAÇÕES COM

A CATEGORIA (art. 15° e 16°), DAS RELAÇÕES COM A JUSTI-

ÇA (art. 17° ao 20°), DO SIGILO PROFISSIONAL (art. 21° ao 29°),DAS COMUNICAÇÕES CIENTÍFICAS E DA DIVULGAÇÃO AO PÚBLI-

CO (art. 30° ao 35°), DA PUBLICIDADE PROFISSIONAL (art. 36°ao 38°), DOS HONORÁRIOS PROFISSIONAIS (art. 39° e 40°), DA

OBSERVÁNCIA, APLICAÇÃO E CUMPRIMENTO DO CÓDIGO DE ÉTICA

(art. 41° ao 50°).m 20.02.1995, a Resolu io P 002/95 introduz a alí-

nea "o" no art 2° "prestar serviço ou mesmo vincular seu título de

Page 5: O Código de Etica Profissional do psicólogo - percurso ...anakarkow.pbworks.com/w/file/fetch/99081746/Cód.+de+Ética... · O Código de Etica Profissional do psicólogo - percurso

34 COuEÇÃO ÉTICA NAS PROFISSÕES

Psicólogo a serviços de atendimento psicológico por via telefônica",O Código de Ética com a reformulação é apresentado noAnexo 3.

Resol ção 05 198 ,....cL unruh o de 1988institui o Código de Processamento Disciplinar, dispondosobre os: procedimentos preliminares para ai!1stauração dosprocessos disciplinares; os atos processuais; ª instrução doprocesso; as penalidades; os recursos; osjulgamentos do CFP;

_as execuções e as revisões.A partir da década de 1990 várias Resoluções do Conse-

lho Federal de Psicologia foram criadas para complementare retificar o Código de Ética, atendendo às especificações,mudanças, dilemas que demandam das constantes mudan-ças da realidade que nos cerca e da forma como a percebe-mos e interpretamos, o que nos impõe desafios, nos ques-tiona, nos coloca em busca de respostas e parârnetros paraque possamos regulamentar alguns aspectos possíveis.

O Conselho Regional de Psic,?logia 6a Região possui umregimento interno aprovado pelo Conselho Federal de Psi-cologia, pela Resolução CFP 016/2001.

Passos imRortan~m dire ão à uestão_djLgarantia dosQiE..eitoshumanos têm sido dados por nossa sociedade eembasam nosso código de ética anterior e suas resolu õescomplementares, bem como o atual. Destacamos a Decla-~ção Universal dos Direitos Humanos (10/12/1948), a Cc:::s-ti uição' Federal do Brasil de 1988, denominada ConstjtuiçgoCidadã, O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069de 13/07/1990), o Estatuto do Idoso (Lei 10.741, de 1/10/2003),; Resolução do Co~selho Nacional da Saúde/Ministério daSaúde 196/96, que versa sobre as Normas Éticas da PesQuisaEnvolvendo Seres Humanos.

ÉTICA NA PSICOLOGIA 35

'Irinta anos após a entrada em vigor do primeiro Códi-go de Ética Profissional e 43 anos após a regulamentação daPsicologia como profissão, temos aprovado pela Resolução ~CFP 10/2005, em vigor desde 27 de agosto de 2005, o atualCódigo, com discussões democráticas, votações pelo sitedo CRp, amplas plenárias e discussões, refletindo nossoaprendizado democrático e nossa luta pela atuação social dopsicólogo.

Código de Ética Profissional do Psicólogo de 2005

tA apresentação do atual Código de Ética enfariz suoncegção reflexiva e norteado com a zalonzacâc.de eusrincI 10 ndameutai que de eriam embasar a relação psi-

có go sociedade/óência por pe 'passar suas Rráticas, ind -endentemente do camRO de atuação.

Um Código de Ética profissional, ao estabelecer padrões espera-dos quanto às práticas referendadas pela respectiva categoria pro-fissional e pela sociedade, procura fomentar a auto-reflexão exi-gida de cada indivíduo acerca da sua práxis, de modo a respon-sabilizá-lo, pessoal e coletivamente, por ações e suas conseqüên-cias no exercício profissional. Amissão primordial de um códigode ética profissional não é de normatizar a natureza técnica dotrabalho, e, sim, a de assegurar, dentro de valores relevantes paraa sociedade e para aspráticas desenvolvidas, um padrão de condutaque fortaleça o reconhecimento social daquela categoria (Códigode Ética Profissional do Psicólogo, p. 5),

O Código de Ética é composto por sete PRINCÍPIOS FUN-

DAMENTAIS e 25 artigos (alguns com várias alíneas), 25 arti-gos a menos que o anterior. Qs artigQ.ssão dispostos de for-ma mais clara e abrangente, em geral en lobando as re~-ões ue ao lon o desses 18 anos complernentara o se-

. undo cód'go. Vale ressaltar que as resoluções, por serem

,II.

Page 6: O Código de Etica Profissional do psicólogo - percurso ...anakarkow.pbworks.com/w/file/fetch/99081746/Cód.+de+Ética... · O Código de Etica Profissional do psicólogo - percurso

36 COLEÇÃO ÉTICA NAS PROFISSÕES

mais específicas, trazem procedimentos mais claros sobrecada tema tratado, ainda devendo respaldar o exercício pro-fissionaL Possivelmente outras resoluções ainda sejam edi-tadas se considerarmos a transformação constante do ser eda sociedade, trazendo sempre novos imperativos para a prá-tica profissionaL

lNos Princípios Fundamentais é enfocado o espe' to pelooutro e po· sua inte ri.dade, co destaque para a promo-,ão da liberdade, da dignidade, da igualdade. Ao psicólçgo

é atribuída a função social de promover a saúde e a quali-dade de vida~ de promover a análise crítica das situaçõ~s,

da realidade que o rodeia e de ser agente de transforma-ção. A importância da formação, da responsabilidade pro-fissional e do aprimoramento pessoal e profissional tamsbém é destacada.

Dispõe de dois capítulos, no primeiro: DAS RESPONSABILI-

DADES DO PSICÓLOGO, são abordados: os deveres fundamen-tais (art. 1°, 12 alíneas); os atos vedados (art. 2°,17 alíneas),a postura' do profissional frente às instituições (art. 3°); afixação da remuneração (art. 4°,3 alíneas); a postura ao par-ticipar de greves e paralisações (art. 5°, 2 alíneas); o relacio-namento com outros profissionais (art. 6°, 2 alíneas e 7°, 4alíneas); os procedimentos para o atendimento, eventual ounão, de crianças e adolescentes (art. 8°,2 incisos); a questãodo sigilo profissional é melhor explicitada e circunstanciada(art. 9° ao 15°,2 incisos); os procedimentos de pesquisa (art.16, 4 alíneas); a decência e a supervisão (art. 17); os instru-mentos e técnicas psicológicas (art. 18°); as atividades emveículos de comunicação (art. 19), as condições necessáriaspara a promoção pública de serviços (art. 20, 8 alíneas). Osegundo capítulo versa sobre AS DISPOSIÇÕES GERAIS, sendo

ÉTICA NA PSICOLOGIA 37

composto por cinco artigos, que dizem respeito à observân-cia do presente código (art. 21° ao 25°).

Esse Código de Ética explicita em seus artigos a questão e

do preconceito racial e sexual, englobando a Resolução CFP001/99 que estabelece as normas de atuação para os psicó-logos em relação à questão da Orientação Sexual e a Re-

~ução CFP 018/2002 que estabelece normas . e atuaçãoara os psicólogos em relação ao preconceito e à discri-

minação racia .

'';