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Plantas ornamentais, luminosidade e clima: uma complexa relação O caso da Canna Índica julho de 2013 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 5ª Edição nº 005 Vol.01/2013 julho/2013 Plantas ornamentais, luminosidade e clima: uma complexa relação O caso da Canna Índica Gilmar Pio Fernandes [email protected] Iluminação e Design de Interiores Instituto de Pós-Graduação e Graduação - IPOG Brasília, DF, 26/09/2012 Resumo Nesse artigo procuro analisar a relação entre plantas ornamentais, luminosidade e clima a partir do interesse despertado por meio de observação da planta Canna indica, popularmente conhecida como Biri. Algumas variedades dessa espécie, classificadas como plantas que aceitam tanto ambientes de meia-sombra quanto pleno sol, após seu plantio em área de sol situada na região do Distrito federal, apresentaram desenvolvimento diverso da descrição encontrada na literatura que trata do tema em questão. Tal fato constituiu-se como motivador da pesquisa realizada e suscitou algumas questões: o que teria acontecido para modificar o desenvolvimento dessas espécies de forma diferente das regiões Sul e Sudeste? Que fatores determinaram as modificações encontradas? Podemos importar plantas de outros lugares e pretender que elas se adptem a qualquer local? Por meio de pesquisa bibliográfica e de dados resultantes de observação direta foi possível obter informações que possibilitaram responder as questões levantadas e embasar a análise e reflexões sobre o tema. Os dados técnicos de autores da área pesquisada foram importantes para informar ao leitor sobre as condicionantes envolvidas no desenvolvimento da espécie, bem como sobre luminosidade e clima. Portanto, a análise e interpretação dos dados levantados possibilitou reflexões e conclusões, ainda parciais, pois o tema merece aprofundamento por meio de outras pesquisas e estudos, e foi possível conluir que a exposição prolongada das plantas ornamentais às radiações solares de alta intensidade, associada a outros fatores climáticos tais como, baixa umidade relativa do ar e alta evaporação, caso do clima de Brasília DF constituiram-se como fatores determinantes para os problemas ocorridos com as variedades de Canna indica observadas na presente pesquisa. É fundamental que criteriosa análise seja feita, previamente, caso a caso, sobre o local onde serão plantadas os espécimes de plantas sob a influência de todos esses elementos que caracterizam o ambiente. Palavras-chave: Plantas ornamentais; Luz e Clima; Adaptabilidade ao ambiente 1. Introdução Com a virada do século e os desafios impostos à sociedade, ter um espaço natural, manter contato com os elementos da natureza ou trazê-los para dentro de casa, não constitui um privilégio e sim uma necessidade do ser humano. Manter plantas saudáveis e viçosas, entretanto, nem sempre é uma tarefa simples ou fácil, pois elas possuem necessidades que precisam ser atendidas. As informações sobre os cuidados com as plantas, geralmente, são obtidos com os vendedores, em revistas, livros ou na internet. Mesmo seguindo as recomendações nem sempre há garantia de sucesso, principalmente, com plantas vindas de outras regiões do Brasil. Em 2011 comprei várias mudas de plantas conhecidas como Canna indica (foto 1). A Canna indica é uma planta arbustiva ornamental caracterizada por produzir flores em cachos muito

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Plantas ornamentais, luminosidade e clima: uma complexa relação – O caso da Canna Índica julho de 2013

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 5ª Edição nº 005 Vol.01/2013 – julho/2013

Plantas ornamentais, luminosidade e clima: uma complexa relação –

O caso da Canna Índica

Gilmar Pio Fernandes – [email protected]

Iluminação e Design de Interiores

Instituto de Pós-Graduação e Graduação - IPOG

Brasília, DF, 26/09/2012

Resumo

Nesse artigo procuro analisar a relação entre plantas ornamentais, luminosidade e clima a partir

do interesse despertado por meio de observação da planta Canna indica, popularmente conhecida

como Biri. Algumas variedades dessa espécie, classificadas como plantas que aceitam tanto

ambientes de meia-sombra quanto pleno sol, após seu plantio em área de sol situada na região do

Distrito federal, apresentaram desenvolvimento diverso da descrição encontrada na literatura que

trata do tema em questão. Tal fato constituiu-se como motivador da pesquisa realizada e suscitou

algumas questões: o que teria acontecido para modificar o desenvolvimento dessas espécies de

forma diferente das regiões Sul e Sudeste? Que fatores determinaram as modificações

encontradas? Podemos importar plantas de outros lugares e pretender que elas se adptem a

qualquer local? Por meio de pesquisa bibliográfica e de dados resultantes de observação direta foi

possível obter informações que possibilitaram responder as questões levantadas e embasar a

análise e reflexões sobre o tema. Os dados técnicos de autores da área pesquisada foram

importantes para informar ao leitor sobre as condicionantes envolvidas no desenvolvimento da

espécie, bem como sobre luminosidade e clima. Portanto, a análise e interpretação dos dados

levantados possibilitou reflexões e conclusões, ainda parciais, pois o tema merece aprofundamento

por meio de outras pesquisas e estudos, e foi possível conluir que a exposição prolongada das

plantas ornamentais às radiações solares de alta intensidade, associada a outros fatores climáticos

tais como, baixa umidade relativa do ar e alta evaporação, caso do clima de Brasília – DF

constituiram-se como fatores determinantes para os problemas ocorridos com as variedades de

Canna indica observadas na presente pesquisa. É fundamental que criteriosa análise seja feita,

previamente, caso a caso, sobre o local onde serão plantadas os espécimes de plantas sob a

influência de todos esses elementos que caracterizam o ambiente.

Palavras-chave: Plantas ornamentais; Luz e Clima; Adaptabilidade ao ambiente

1. Introdução

Com a virada do século e os desafios impostos à sociedade, ter um espaço natural, manter contato

com os elementos da natureza ou trazê-los para dentro de casa, não constitui um privilégio e sim

uma necessidade do ser humano. Manter plantas saudáveis e viçosas, entretanto, nem sempre é uma

tarefa simples ou fácil, pois elas possuem necessidades que precisam ser atendidas. As informações

sobre os cuidados com as plantas, geralmente, são obtidos com os vendedores, em revistas, livros

ou na internet. Mesmo seguindo as recomendações nem sempre há garantia de sucesso,

principalmente, com plantas vindas de outras regiões do Brasil.

Em 2011 comprei várias mudas de plantas conhecidas como Canna indica (foto 1). A Canna

indica é uma planta arbustiva ornamental caracterizada por produzir flores em cachos muito

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atrativos, com matizes que vão do amarelo ao creme e vermelho, existindo muitas combinações por

hibridação natural. As folhas que podem ser grandes, ovais e afiladas apresentam grande impacto

visual. São plantas rústicas ditas como adaptáveis tanto a locais sombreados quanto ensolarados.

Essas plantas, adquiridas em 2011, vieram das regiões sul e sudeste do país e foram plantadas em

uma chácara localizada em Planaltina – DF. As recomendações de plantio e cuidados básicos

obtidos junto aos fornecedores foram seguidas, criteriosamente, e a princípio tudo correu bem com

o desenvolvimento das plantas. As variedades de Canna indica foram plantadas em local que

recebia pouca luz solar direta, ou seja, em ambiente sombreado, sendo que cresceram saudáveis e

produziram muitas flores.

Foto 1 – Canna Índica

Fonte: Premium Seeds (2012)

www.premiumseeds.com.br

A recomendação para essa espécie, como informado anteriormente, indicava que ela se adaptaria

tanto em ambientes sombreados quanto ensolarados, mas que se desenvolveria melhor nesse último

ambiente onde as cores das flores seriam mais vivas. As mudas foram transplantadas para locais

ensolarados (foto 2), expostos aos raios solares diretos, pois, segundo os fornecedores, esta seria a

situação mais favorável. Embora os cuidados tivessem sido mantidos nesse novo ambiente, algumas

variedades da Canna não apresentaram o mesmo desenvolvimento observado anteriormente. A

plantação não estava homogênea, as folhas apresentaram queimaduras e muitas flores estavam

desbotadas (foto 3). Muitas dúvidas e questionamentos surgiram: O que deu errado? O que deveria

ter sido observado? Quais fatores influenciaram nesse resultado? Qual foi o fator determinante na

perda do viço das plantas? Qual foi o fator determinante das queimaduras? Todo o processo de

plantio e cuidados com as plantas foi repassado, cuidadosamente, objetivando encontrar algum

procedimento em desacordo com as recomendações teórico-práticas. De todos os fatos levantados o

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que mais chamou a atenção foi a mudança das plantas do ambiente sombreado para o ambiente

ensolarado, embora a expectativa fosse de um resultado melhor, por ser este o ambiente considerado

ideal pelos fornecedores das mudas. As dúvidas continuaram a ser levantadas: O que deu errado se

a recomendação de plantio e os cuidados básicos foram seguidos? Qual a diferença entre a região

centro-oeste e as regiões produtoras no sul e sudeste do país? Qual a diferença do clima nessas

regiões?

Foto 2 – Ambiente ensolarado

Fonte: o Autor (2012)

Foto 3 – Plantação não homogênea com folhas apresentando manchas e queimadura

Fonte: o Autor (2012)

A primeira hipótese surgida foi em relação à exposição solar, uma vez que havia queimadura nas

folhas e desbotamento das flores, que poderia indicar alta exposição aos raios solares, tal como

acontece com as pessoas que se expõem à luz solar direta em horários impróprios ou sem proteção

solar. Se nas regiões sudeste e sul do país, as plantas estavam expostas a insolação direta com

resultados positivos, então qual era a diferença desta insolação nessas regiões para a região centro-

oeste, mais precisamente em Brasília?

Para tentar responder as perguntas levantadas torna-se necessário conhecer melhor os elementos

envolvidos, suas variáveis e possíveis relações entre eles.

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2. Planta e luz

De acordo com Fortes, Paiva e Gonçalves (2001, pp. 90-91):

A luz é fator indispensável para a sobrevivência das plantas. Sem ela não existe

fotossíntese, o processo de geração de energia biológica, desencadeado pela ação da luz

sobre o pigmento verde denominado clorofila [...] Cada espécie de planta requer uma

determinada quantidade de luminosidade ambiental para poder manter suas qualidades

morfológicas perfeitas [...].

Quando os raios luminosos incidem sobre a planta, diz-se que está ocorrendo a luz direta, e

quando a incidência ocorre por um longo período do dia, fala-se em luz intensa. A luz é

considerada indireta se é filtrada por algum anteparo e se a incidência ocorrer por um

período curto, pela manhã ou ao cair da tarde, quando se diz que está ocorrendo a luz

branda. As plantas ficam com crescimento lento, sem viço, murchas e definham quando

ocorre a luz insuficiente. É o caso de plantas variegadas, de folhas coloridas, que se tornam

totalmente verdes. Já no caso de luz em excesso, a planta fica amarela, as folhas caem,

ocorre seu ressecamento e pode aparecer manchas nas folhas, em forma de pintas marrons

ou cinzas.

Portanto, conhecer bem as necessidades das plantas, suas preferências em relação às diferentes

luminosidades proporcionada pelo sol é fundamental para o desenvolvimento das mesmas. “As

espécies que não suportam sombra perdem vigor, tornando-se esguias e não florescem ou florescem

pobremente. As que não suportam sol têm o crescimento e folhagem reduzidos e esta última

queimada ou descorada” (LORENZI, 1999, p. 29). Para o autor, esse conhecimento proporciona a

seleção e localização mais adequadas das plantas nas floreiras, canteiros, jardineiras ou no jardim,

uma vez que, entre as plantas floríferas e as de folhagem existem as que prosperam bem a pleno sol

como as de meia-sombra, assim como as que prosperam tanto a pleno sol quanto a meia-sombra, se

adaptando bem aos dois ambientes.

Conforme Canovas (2008, p.105), as plantas recebem uma classificação quanto à exigência de

luminosidade. As plantas que precisam de mais de quatro horas diária de sol direto são de pleno sol.

As que precisam de muita luminosidade, mas sem receber radiação solar direta entre 10 e 17 horas,

são de meia-sombra e finalmente, as que preferem locais sombreados com luz indireta, são

classificadas com plantas de sombra e, segundo Fortes, Paiva e Gonçalves (2001, p. 90), devem

receber luz indireta por, pelo menos, duas horas ao dia.

Brandão (2002, p. 35), por outro lado, classifica as plantas quanto às exigências luminosas em

quatro grupos: Plantas de sol com as mesmas quatro horas ou mais de luz solar direta. Plantas de

meia-sombra que devem receber luz solar direta apenas pela manhã ou à tarde (menos de 4 horas de

luz direta). Plantas de sombra-parcial, aquelas que nunca devem receber luz solar direta, preferindo

locais com muita luz indireta e finalmente, plantas de sombra-total, aquelas próprias para locais

sombreados com pouca luz difusa.

Para Paiva (2008, p. 435) “[...] plantas de sol são aquelas que necessitam de uma intensidade

luminosa para a realização da fotossíntese entre 50.000 a 100.000 lux; plantas de meia-sombra até

20.000 lux e plantas de sombra apenas 5.000 lux”. Lux, no sistema internaconal (SI), é a unidade de

medida da iluminância e representa a medida da quantidade de luz, emitida poruma fonte, neste

caso o sol, incidente em uma superfície por unidade de área. Sua medida é feita por um aparelho

chamado luxímetro (PEREIRA; SOUZA, 2005, p. 15).

A céu aberto, em um dia ensolarado, o nível de iluminação ou iluminância pode chegar a mais de

100.000 lx (KÄMPF, 2005, p. 98).

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Segundo Paiva (2008, p. 82), é importante conhecer a trajetória solar diária e para cada estação do

ano de para que seja possível demarcar as áreas de sombreamento provocadas pela disposição da

residência, muros, árvores existentes, dentre outros. Conforme a autora:

De acordo com a exposição do terreno (face norte, sul, leste ou oeste) a incidência de sol

varia, sobretudo nos terrenos mais acidentados. [...] O caminhamento do sol durante o dia é

de leste para oeste. Assim, a face leste recebe mais sol no período da manhã, enquanto que

a oeste, no período da tarde. A face norte recebe sol quase todo o dia, especialmente o da

manhã até parte do período da tarde, enquanto a face sul é a menos ensolarada (PAIVA,

2008, p. 86).

Em relação as diferenças entre as folhas de plantas de sombra e as sol, Paiva (2008, pp. 434-435)

afirma que:

As estruturas internas das folhas de plantas de sol são diferentes daquelas de plantas de

sombra. Em geral, as plantas de sombra apresentam folhas grandes com espessura mais fina

em decorrência principalmente da redução do sistema vascular e da presença de células

paliçádicas mais curtas quando comparadas com plantas que se desenvolvem em pleno sol.

Por receber pouca luz no seu habitat natural, as plantas de sombra normalmente apresentam

maior superfície foliar e aumento dos espaços intercelulares no mesofilo facilitando as

trocas gasosas aumentando, consequentemente, a eficiência fotossintética. O aumento na

área foliar de plantas de sombra é acompanhado pelo aumento na quantidade de clorofila.

No entanto, pelo fato dessas folhas possuírem espessura mais fina, a quantidade de clorofila

por unidade de área foliar é reduzida.

Nas folhas, os estômatos podem ser observados na epiderme de ambas as superfícies (folha

anfistomática), somente na epiderme da superfície adaxial ou superior (folhas epistomática)

ou apenas na superfície abaxial ou inferior (folha hipostomática). A presença de estômatos,

nas duas superfícies, representa uma adaptação fisiológica de plantas altamente eficientes.

Em plantas de sol, o número de estômatos na epiderme abaxial das folhas frequentemente

excede aquele encontrado na face adaxial, onde eles podem estar totalmente ausentes. Essa

disposição dos estômatos possibilita um melhor controle da perda de vapor de água pelo

poro estomático. [...] O aumento da frequência estomática em folhas exposta à elevada

irradiância é considerado um importante mecanismo de adaptação das espécies a condições

mais áridas.

Em ambientes com abundância de luz, as folhas também apresentam mudanças adaptativas

como um maior número de tricomas e maior disposição de cera epicuticular que aumentam

a reflexão da luz pela superfície foliar, reduzindo assim a absorção luminosa. Tais

adaptações podem reduzir a absorção da luz em 40%, minimizando o aquecimento e outro

problemas associados à absorção de luz em excesso.

Plantas cultivadas em pleno sol também tendem a apresentar os tecidos parenquimáticos,

palidiçádicos e lacunoso com várias camadas, o que aumenta a espessura da folha, além de

permitir melhor absorção, canalização e dispersão da luz. Além de apresentar mais camadas

de células paliçádicas, essas também são mais alongadas.

De acordo com Pereira e Souza (2005, pp. 7-8) o espectro eletromagnético (Figura 1) cobre uma

grande variedade de energia radiante, classificadas de acordo com sua frequência ou comprimento

de onda. Numa extremidade do espectro, onde estão ondas de grande comprimento (milhares de

metros) e baixa frequência, encontram-se as ondas de rádio. Na outra ponta, estão os raios gama e

raio X com comprimentos de onda na ordem de 10−12

metros e alta frequência. Segundo os autores,

dessa energia radiante, apenas uma pequena parte, denominada luz, é percebida pelo olho humano,

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portanto, luz, ou radiação visível, é a energia em forma de ondas eletromagnéticas capazes de

excitar o sistema humano olho-cérebro, produzindo diretamente uma sensação visual. O sistema

olho-cérebro percebe a radiação dentro da faixa de 380nm a 780nm e é capaz de descriminar

diferentes comprimentos de onda produzindo a sensação de cor. Um nanômetro, cujo símbolo é nm,

correspondente a 1 x 10−9

metros.

Figura 1 – Espectro eletromagnético (comprimento de onda em nanômetros)

Fonte: Pereira e Souza (2005)

Conforme Kämpf (2005, p. 89-90), o espectro eletromagnético capaz de promover processos

fisiológicos nas plantas atuando na fisiologia vegetal é chamado de radiação fotossinteticamente

ativa – RFA. Dentre esses processos temos fotossíntese, fotomorfogênese e fototropismo. A

fotossíntese é uma atividade muito importante para os processos vitais da planta como nutrição e

crescimento, podendo ser definida como “o processo pelo qual os vegetais são capazes de

transformar energia luminosa em energia química” (PAIVA, 2008, p. 432), promovendo a “síntese

de produtos orgânicos (C6H12 O6) a partir da combinação de matéria-prima inorgânica (CO2 e H2O),

em presença da luz, transformando-os em carboidrato e liberando oxigênio para a atmosfera”

(KÄMPF, 2005, p. 90). Na fotossíntese são utilizados os comprimentos de onda relativos ao azul

(435nm) e ao vermelho (675nm).

Para Paiva (2008, p. 432):

A clorofila é o pigmento que absorve luz com maior eficiência nos comprimentos de onda

de 400 a 700nm (azul e vermelho, respectivamente), que são denominados de radiação

fotossinteticamente ativa (RFA). Os comprimentos de onda correspondentes à luz verde,

que na sua maioria é refletida pela clorofila, praticamente não são utilizados. Os vegetais

são verdes, exatamente porque as clorofilas refletem principalmente a luz na faixa do verde

(500 a 560nm). Folhas que apresentam diferentes cores são conhecidas como variegadas.

As cores mais comuns são brancas, amarelas, roxas e vermelhas. A ausência de pigmentos

nas folhas caracteriza-se pela cor branca.

No entender da autora, “folhas variegadas também realizam fotossíntese e, portanto apresentam

clorofila. A não observância da cor verde em alguns casos deve-se a maior quantidade do pigmento

de outras cores o que mascara a presença da clorofila” (PAIVA, 2008, pp. 432-433). Para Kämpf

(2005, p. 90), fotomorfogênse é o “efeito formativo da luz no crescimento vegetal, em especial no

comprimento, na largura e na espessura das folhas, bem como no alongamento do caule”. O

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crescimento da planta quando exposta à iluminação unilateral pode ser em direção à luz,

fototropismo positivo, ou se afastando dela, fototropismo negativo (KÄMPF, 2005, p. 90). De

acordo com Kämpf (2005, p. 93):

Fotoperiodismo é o comprimento do período luminoso durante um dia, ou seja, o número

de horas envolvidos na seqüência claro/escuro em 24 horas. O fotoperíodo natural depende

diretamente da localização geográfica da área em questão e da estação do ano. Nas

proximidades do Equador a sequência dia/noite é composta por dois períodos homogêneos

de 12 horas/12 horas. Distanciando-se em direção aos pólos, essa relação vai se alterando

até chegar a 24/0 horas no Círculo Polar Ártico em 21 de junho, ou 0/24 horas (no mesmo

local em 21 de dezembro).

As respostas fisiológicas desencadeadas na planta dependem do pigmento vegetal envolvido na

absorção da luz, fotoabsorção, que formam três grupos principais: clorofilas – responsáveis pela

fotossíntese; fitocromos – envolvidos na arquitetura das plantas e na precepção do comprimento do

fotoperíodo e b-caroteno – relacionado como o fototropismo (AMBERGER, 1979, apud KÄMPF,

2005, p. 92).

A duração mínima ou máxima (horas) do período luminoso necessário para induzir o florescimento

é denominado fotoperíodo crítico. As plantas, de acordo com o fotoperíodo, podem ser divididas em

plantas de dia curto (PDC), plantas de dia longo (PDL) ou plantas neutras” (PAIVA, 2008, p. 441).

AEL (1976, apud KÄMPF, 2005, p. 95) concorda e acrescenta duas categorias a essa classificação:

plantas de dias longos/curtos (PDL/C) e plantas de dias curtos/longos (PDC/L).

Segundo Paiva (2008, p. 441):

Plantas de dias curtos são aquelas cujo florescimento é acelerado por condições de

fotoperíodo curto; florescem até um limite crítico de luz (fotoperíodo crítico). Ao contrário,

plantas de dias longos são aquelas que florescem sob fotoperíodo igual ou superior a um

número de horas de luz crítico (fotoperíodo crítico). Plantas neutras (insensíveis ou

indiferentes) são aquelas cujo florescimento independe do fotoperíodo.

Plantas de dias longos/curtos (PDL/C) necessitam, inicialmente, de dias longos seguidos de dias

curtos para florescer e plantas de dias curtos/longos (PDC/L) necessitam, inicialmente, de dias

curtos seguidos de dias longos (AEL 1976, apud KÄMPF, 2005, p. 95).

Na realidade não é período de luz que dispara esse processo e sim o período de ausência da luz, ou

seja, de escuridão. Desta forma uma PDC é, na verdade, uma planta que reage a noites longas e

uma PDL, necessita de noites curtas para florescer (KÄMPF, 2005, p. 96). O fotoperíodo interfere

em outros processos da vida do vegetal, além da indução ao florescimento: na formação de bulbos,

tubérculos e outros órgãos de armazenamento; no comprimento do caule e no número de

ramificações; na perda períódica de folhas e na germinação (KÄMPF, 2005, p. 96). As sementes

cujo processo de germinação é estimulada pela presença de luz são denominadas fotoblásticas

positivas. “Sementes cuja germinação é inibida pela presença de luz são denominadas fotobláticas

negativas. Quando a luz não exerce nenhuma influência sobre a germinação, as sementes são

denominadas fotoblásticas neutras” (PAIVA, 2008, p. 439).

Jansen et al. (1989), afirma que:

Do total da radiação luminosa incidente na planta, apenas 1 ou 2% é absorvida

permanecendo nos pigmentos vegetais localizados no interior da folha, parte é refletida

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pela superfície foliar para a atmosfera e a outra parte atravessa o tecido vegetal continuando

sua trajetória (JANSEN et al., 1989, apud KÄMPF, 2005, p. 91).

Segundo Amberger (1979, apud KÄMPF, 2005, p. 92) os efeitos dos diferentes comprimentos de

onda sobre a vida das plantas são: Raio X (0,01 a 2,4nm), geralmente prejudiciais às plantas;

Ultravioleta (120 a 400nm) síntese do aroma; prejudicial em altas doses; Violeta, Azul e vermelho

(400 a 740nm) – Radiação Fotossinteticamente Ativa – RFA - fotossíntese, fotomorfogênse e

fototropismo, ou seja, as faixas do azul, violeta e UV ativam o processo de fototropismo; no azul e

no vermelho encontram-se os picos da síntese de clorofila; vermelho e vermelho-distante atetam a

fotomorfogênese, determinando, entre outros efeitos a arquitetura da planta; Infravermelho (760 a

3.000nm) – temperatura.

3. Clima

Segundo Rivero (1986, apud GARROCHO, 2005, p. 9), entende-se por clima “[...] o conjunto de

fenômenos meteorológicos que definem a atmosfera de um lugar determinado. Não há duas zonas

que tenham o mesmo clima; os parâmetros que o determinam sempre apresentam valores

diferentes”.

De acordo com Lamberts et al. (1997, apud GARROCHO, 2005, p. 10), para entender as

particularidade dos diferentes climas, deve-se separar e estudar, individualmente, os elementos e

fatores que interagem nesse processo, denominados variáveis climáticas. Segundo o autor, o

conhecimento da radiação solar, da temperatura, do vento e da umidade é indispensável. A radiação

solar é a energia transmitida pelo sol sob a forma de ondas eletromagnéticas”(BITTENCOURT,

2004, p. 11).

Segundo Robbins (1986, apud GARROCHO, 2005, p. 10), o espectro eletromagnético é composto

por várias formas de ondas caracterizadas pelo seu comprimento. A principal frequência da radiação

eletromagnética do sol situa-se entre 200 e 3.000 namômetros (nm), embora chegue em todos os

comprimentos de ondas. Essa radiação é subdividida em radiação ultravioleta (UV): UVA, UVB e

UVC; radiação térmica (infravermelho) e radiação visível e conclui: “A radiação (UV) ultravioleta

corresponde a uma parte muito pequena do índice total de energia proveniente do sol,

aproximadamente 8% - 9%; a escala visível representa 46% - 47% e os 45% restantes estão na

escala”.

Para Kämpf (2005, p.89), “luz é pequena fração do espectro das radiações eletromagnéticas capaz

de produzir sensação visual no ser humano”. Conforme Costa (2005, p. 36), na faixa compreendida

pela radiação luminosa entre os comprimentos de onda de 380 a 780 nm, conhecida também como

luz, a unidade empregada para comprimento de onda é usualmente o nanometro, que corresponde a

10-9

metros. Esta é a faixa do espectro que o olho humano consegue perceber. A cor percebida pelo

olho humando depende do comprimento de onda e para o autor “[...] tem os seguintes limites:

violeta de 380 a 435 nm, azul de 436 a 495 nm, verde 496 a 565 nm, amarela 566 a 589 nm, laranja

590 a 627 nm e vermelha de 628 a 780 nm” (COSTA, 2005, p. 37). A radiação ultravioleta vem

logo depois do violeta no espectro eletromagnético e segundo Costa (2005, p. 37), “divide-se em

três faixas: UV-C de 100 a 280 nm, UB-B de 280 a 315 nm e UV-A de 315 a 400 nm”. A radiação

infravermelho, segundo o autor, antecede ao vermelho e também é dividido em três faixas: “IR-A

de 70 a 1.400 nm, IR-B de 1.400 a 3.000 nm e IR-C de 3.000 a 1 mm” (COSTA, 2005, p. 38).

De acordo com Caram (1997, apud GARROCHO, 1985, p. 10), “a parcela de UV, de comprimento

de onda entre 290nm e 380nm, não representa uma fonte de calor e tampouco uma fonte de luz, mas

deve ser evitada porque compromete a durabilidade dos materiais”. O autor afirma ainda que:

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A parcela de radiação visível do espectro corresponde aos comprimentos de onda

compreendidos entre 380nm e 780nm e representa apenas uma fonte de luz [...]faixa do

espectro para a qual o olho humano é sensível [...]A parcela de infravermelho próximo,

cujo comprimento de onda vai de 780nm a 2500nm, representa apenas uma fonte de calor e

não pode ser captada pelo olho humano. Acima de 2500nm (2500 a 3000nm) existem

radiações infravermelhas longas que são emitidas pelos corpos já aquecidos pela radiação

solar (CARAM, 1986, apud GARROCHO, 2005, p. 10).

De acordo com Bittencourt, o fluxo de energia solar antes de atingir o globo terrestre passa pela sua

atmosfera que funciona como um filtro solar. Segundo ABNT (2003, p. 2), a constante de

iluminação solar - luminância solar normal aos raios do sol à meia distância entre a terra e o sol, - é

de 127.500 lux. Conforme Garrocho (2005, p. 26), “o termo iluminância, também conhecido como

nível de iluminação, indica a quantidade de luz (lumens - lm) por unidade de área (m²) que chega

em um determinado ponto. Sua unidade é o lux, ou lm/m²”. Embora o nível possa ser medido, ele

não pode ser visto, o que é percebido são as diferenças na reflexão da luz incidente. “A absorção e

reflexão da radiação solar depende dos componentes que estejam em suspensão na atmosfera

(poeira, poluição, gases naturais, como ozônio, por exemplo, etc.). Por esse motivo, quanto, maior

for a espessura do filtro, maior será a redução do fluxo energético que atingirá a terra”

(BITTENCOURT, 2004, p. 23).

De acordo com Garrocho:

O eixo de rotação da Terra em relação ao sol está inclinado mais ou menos 23,5º (em

relação ao sol) o que modifica a forma como a Terra recebe a radiação influenciando na

duração do dia e das estações do ano. Nos equinócios (22/03 e 23/09) os dias têm a mesma

duração que as noites, o que não ocorre nos solstícios (22/06 e 22/12). O recebimento de

energia em qualquer localidade do planeta depende da posição do sol no céu, [...] e é esta

posição que define a altura do sol em relação aos observadores na superfície da Terra

(GARROCHO, 2005, p. 11).

Conforme Garrocho (2005, p. 29), a principal causa da variação da luz natural ocorre devido o

movimento aparente do sol no céu, da hora do dia e da estação do ano, e da posição geográfica na

superfície terrestre. A luminância do céu não é constante nem uniforme, devido às mudanças na

posição do sol, como já foi dito, e às variações das nuvens, sendo assim a intensidade da luz natural

varia de acordo com as condições climáticas.

A radiação solar que chega diretamente a superfície terrestre passando pela atmosfera sem sofrer

dispersão é denominada radiação solar direta. A radiação que que chega após ter sido dispersa fora

do feixe direto é chamada radiação solar difusa. A soma destas duas componentes, luz solar direta e

luz solar difusa, que incide na superfície da Terra resultam na radiação solar global (GARROCHO,

2005, p. 11).

Segundo Garrocho (2005, p. 11), “a radiação solar direta chega em linha reta, atravessando a

atmosfera desobstruída. A radiação difusa chega a Terra após ser dispersa na atmosfera por

moléculas de ar, partículas de nuvens e outros”.

A variação da temperatura na superfície da Terra, segundo Garrocho (2005, p. 11), “resulta

basicamente dos fluxos das grandes massas de ar e da diferente recepção da radiação do Sol de local

para local”.

De acordo com Rivero (1986, apud GARROCHO, 2005, p. 11):

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Em climas secos, a diferença entre as temperaturas mínima e máxima diária é maior do que

em climas úmidos. Durante o dia a radiação solar incidente no plano horizontal é menor no

clima úmido por causa da nebulosidade, aumentando também a perdas por evaporação.

Durante a noite, as nuvens num clima úmido impedem a perda de calor por radiação.

Segundo Garrocho (2005, p. 12), “direção, velocidade, variação e freqüência são as características

mais importantes em relação aos ventos. As variações a que estão sujeitos os ventos são refletidas

nos dados velocidade e direção, direção esta que sempre se refere à sua origem”. A autora cita ainda

os fatores locais e gerais, momentâneos ou sazonais como responsáveis pelas modificações das

características dos ventos independente do lugar. Para ela, “fatores como as diferentes pressões

atmosféricas, a rotação da Terra, a diferença entre a temperatura da terra e do mar e a topografia,

são os agentes mais importantes das alterações no movimento do ar”.

“A umidade atmosférica tem relação com a quantidade de vapor contido na atmosfera em função da

evaporação, da chuva e da transpiração das plantas. Qualquer que seja a temperatura há um limite

de saturação do ar, ou seja, ao aquecer-se e expandir-se, o ar pode tolerar mais vapor, sendo que, ao

esfriar-se e contrair-se, sua capacidade de conter vapor fica reduzida” (GARROCHO, 2005, p. 12).

3. 1 O Clima de Brasília

Segundo Garrocho (2005, p. 13), Brasília está situada a uma altitude média de 1.100 metros na

latitude 15°52’S e longitude 47°53’O. “Seu clima é classificado como Tropical de Altitude,

caracterizado por um período quente e úmido, de outubro a abril, com predominância de céus

parcialmente encoberto e um período seco, de maio a setembro, com céu claro”.

Segue abaixo tabela contendo dados climáticos de Brasília.

Tabela 1 – Dados climáticos de Brasília

Fonte: Adaptado de Garrocho (2005)

Conforme pode ser observado na tabela acima e nos dois gráficos abaixo, Brasília apresenta uma

radiação solar anual de 2.365 horas e, principalmente no período seco, que compreende o inverno, é

um período crítico devido a elevadas temperaturas, baixa umidade relativa, alta evaporação, baixa

precipitação, ceu claro com baixa nebulosidade e altos valores de radiação solar direta.

De acordo com Maciel (2002, apud GARROCHO, 2005, p. 13), as amplitudes diárias podem

alcançar valores consideráveis, principalmente na época da seca, apresentando, em média, maiores

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oscilações em julho (15ºC) e menores em maio (12,5ºC). No período quente e úmido as amplitudes

variam entre 9ºC (dezembro) e 11ºC (outubro).

De acordo com Garrocho (2005, p. 17):

A iluminância da luz natural está sempre variando conforme as condições atmosféricas,

tanto ao longo do dia quanto ao longo do ano. Outro fator importante que altera a

disponibilidade de luz natural externa é a latitude do local, fator este que faz com que os

benefícios da luz natural mudem de região para região. [...] as mudanças da posição do sol

no céu fazem com que a distribuição de luminâncias do céu seja diferente, proporcionando

variações na disponibilidade de luz natural.A quantidade e o tipo de nuvens também

alteram a disponibilidade de luz natural, assim como a névoa e poeira suspensa na

atmosfera.

Gráfico 1 – Gráfico das Normais Climatológicos – Insolação e Umidade

Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia – INMET (2012)

Gráfico 2 – Gráfico das Normais Climatológicos – Insolação e Evaporação

Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia – INMET (2012)

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Figura 1 – Dados de radiação solar mensal para Brasília

Fonte: Garrocho et al. (2004, apud GARROCHO, 2005)

Figura 2 – Carta solar de Brasília

Fonte: Autor (2012) com base no SOL-AR

Na carta solar de Brasília é possível obter várias informações conforme pode ser visto abaixo na

tabela 2. Em Brasília, a incidência dos raios solares é quase que perpendicular à superfície

horizontal durante todo o ano, ocasionando um ganho de calor por meio de radiações solares,

devido a uma maior densidade do fluxo energético (GARROCHO, 2005, p. 19).

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Tabela 2 – Informações obtidas a partir da carta solar de Brasília

Fonte: Garrocho et al. (2005, apud GARROCHO, 2005)

A disponibilidade da luz natural nas regiões tropicais é grande, e seus valores de iluminâncias

são elevados, conforme pode ser comprovado pelos dados de Brasília nas figuras abaixo, tanto de

iluminâncias direta quanto difusa.

Garrocho afirma que:

às 12:00 h: em 22 de março (equinócio de outono) têm-se 98.500 lux com céu parcialmente

encoberto; em 22 de junho (solstício de inverno) com céu claro - 85.500 lux; no equinócio

de primavera, 23 de setembro, com céu parcialmente encoberto o valor de iluminância é

igual a 98.000 lux, enquanto para 22 de dezembro (solstício de verão) quando a abóbada

celeste encontra-se obstruída têm-se 21.000 lux (GARROCHO, 2005, p. 19).

Figura 3 – Valores de iluminâncias do outono para Brasília

Fonte: Garrocho et al. (2005, apud GARROCHO, 2005)

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Figura 4 – Valores de iluminâncias do inverno para Brasília

Fonte: Garrocho et al. (2005, apud GARROCHO, 2005)

Figura 5 – Valores de iluminâncias da primavera para Brasília

Fonte: Garrocho et al. (2005, apud GARROCHO, 2005)

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Figura 6 – Valores de iluminâncias do verão para Brasília

Fonte: Garrocho et al. (2005, apud GARROCHO, 2005)

4. Análise

Com base nas análises dos gráficos das Normais Climatológicas (gráficos de 2 a 7), comparando

dados climáticos entre as cidades de Brasília, Porto Alegre e São Paulo, conclui-se que no período

de maio à setembro, principalmente, Brasília é a capital que apresenta a menor nebulosidade, a

maior evaporação, a menor precipitação, a maior temperatura média, a menor umidade e a maior

insolação. Brasília apresenta, também, a maior altitude das cidades analisadas, está a 1.100 metros

de altitude média, enquanto, segundo o Laboratório de Eficiência Energética em Edificações (2012)

da Universidade Federal de Santa Catarina, a cidade de Porto Alegre está a 4 metros e São Paulo a

802 metros de altitude.

De acordo com Olgyay (1969, apud GARROCHO, 2005, p. 18): “a intensidade da radiação

recebida pela superfície da terra aumenta com a altura sobre o nível do mar, pois se perde menos na

atmosfera”. Brasília, como já informado anteriormente, apresenta a maior altitude e praticamente

2.365 horas de insolação anual.

Conforme pode ser observado nas cartas solares de Brasília, São Paulo e Porto Alegre (figuras de 7

a 9), a capital Brasileira é a que apresenta a maior incidência de raios solares quase que

perpendicular à superfície horizontal durante todo o ano, o que, devido a uma maior densidade do

fluxo energético, proporciona um maior ganho de calor através de radiações solares.

Kämpf (2005, p. 98) afirma que a céu aberto, em um dia ensolarado, o nível de iluminação ou

iluminância pode chegar a mais de 100.000 lx. Em Brasília isso ficou comprovado pelas pesquisas

de Garrocho e Amorim que afirmam: “no outono (21/03 – 12h), com céu parcialmente encoberto, o

valor é igual a 101.000 lux. No inverno (21/06 – 12h) com céu claro, o valor chega a 96.000 lux.

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Gráfico 2 – Gráfico das Normais Climatológicos - Nebulosidade

Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia – INMET (2012)

Gráfico 3 – Gráfico das Normais Climatológicos - Evaporação

Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia – INMET (2012)

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Gráfico 4 – Gráfico das Normais Climatológicos - Precipitação

Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia – INMET (2012)

Gráfico 5 – Gráfico das Normais Climatológicos – Temperatura Média

Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia – INMET (2012)

Gráfico 6 – Gráfico das Normais Climatológicos - Umidade

Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia – INMET (2012)

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Gráfico 7 – Gráfico das Normais Climatológicos - Insolação

Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia – INMET (2012)

Figura 7 – Carta solar de Brasília

Fonte: Autor (2012) com base no SOL-AR

Figura 8 – Carta solar de São Paulo

Fonte: Autor (2012) com base no SOL-AR

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Figura 9 – Carta solar de Porto Alegre

Fonte: Autor (2012) com base no SOL-AR

De acordo com Lorenzi (1999, p. 29), as espécies que não suportam sol, quando expostas a radiação

solar direta possuem folhagem reduzida apresentando descoloração ou queimadura. Fortes; Paiva e

Gonçalves (2001, p. 90-91) afirma que “[...] no caso de luz em excesso, a planta fica amarela, as

folhas caem, ocorre seu ressecamento e pode aparecer manchas nas folhas, em forma de pintas

marrons ou cinzas”.

Segundo Paiva (2008, p. 435), “plantas de sol são aquelas que necessitam de uma intensidade

luminosa para a realização da fotossíntese entre 50.000 a 100.000 lux; plantas de meia sombra até

20.000 lux e plantas de sombra apenas 5.000 lux”. Observa-se que há um intervalo muito grande

entre 50.000 e 100.000 lux onde nem todas as plantas de sol devem suportar a intensidade máxima

por tempos prolongados. Há também uma faixa de transição grande entre 20.000, planta de meia

sombra, e 50.000 lux, plantas de sol.

Para Araújo e Deminicis ( 2009, p. 2), é surpreendente que a luz, que é convertida em energia

química via fotossíntese, possa ser também ser prejudicial para a fotossíntese e completa:

Existem evidências que o excesso de luz pode afetar o crescimento vegetal e levar à

redução da produtividade. Atualmente essa condição de estresse é conhecida como

fotoinibição e definida como um complexo conjunto de processos moleculares que

promovem a inibição de fotossíntese através do excesso de luz Araújo e Deminicis (2009,

apud Almenara 1998).

O fenômeno da fotoinibição pode ser causado pela luz ultra-violeta (UV), visível (V) e

combinações UV-V. A absorção de fótons é diretamente proporcional à densidade do fluxo

de fótons, resultando em uma resposta linear. Entretanto, a utilização desses fótons pela

fotossíntese apresenta uma resposta hiperbólica, demonstrando que a partir de determinada

densidade ocorre a saturação da fotossíntese (Farquhar et al.1980).

A exposição prolongada de plantas ou organelas ao excesso de luz pode resultar na

fotodestruição dos pigmentos fotossintéticos, uma vez que a descoloração (branqueamento)

desses é dependente do oxigênio e da luz. Esse fenômeno é normalmente denominado de

fotooxidação, podendo levar à morte da célula ou do organismo. Na grande maioria dos

casos, a fotooxidaçao é um fenômeno secundário, ocorrendo após uma fase distinta lenta,

durante a qual há um declínio da fotossíntese dependente da intensidade da luz e do tempo

de exposição (fotoinibição), sem que ocorram mudanças na composição do reservatório dos

pigmentos (ARAÚJO; DEMINICIS, 2009, p. 1-2).

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A partir da análise dos dados pesquisados podemos verificar que diversas condições de

luminosidade e clima se apresentam nas várias regiões do País. Verificou-se que, mesmo tendo sido

observadas cuidadosamente as recomendações dos fornecedores, o resultado obtido não foi

satisfatório para a condição tida como ideal. Algumas variedades de Canna indica, efetivamente,

não se adaptaram às condições climáticas do Distrito Federal nas condições indicadas, embora

outras variedades tenham se adaptaram bem (anexo 1 – Fotos), o que nos faz refletir sobre a

inconveniência de se adotar as recomendações feitas sem confrontá-las ou relacioná-las às

condições de cada lugar. Esse cuidado deve se estender a várias outras espécies de plantas

ornamentais que têm comportamento parecido. O estudo sugere que a exposição prolongada das

plantas a radiações solares de alta intensidade, associado a outros fatores climáticos tais como,

baixa umidade relativa do ar e alta evaporação, caso do clima de Brasília, foram a causa do

problema observado.

6. Conclusão

Conclui-se que a exposição prolongada das plantas ornamentais às radiações solares de alta

intensidade, associada a outros fatores climáticos tais como, baixa umidade relativa do ar e alta

evaporação, caso do clima de Brasília, foi fator determinante para o desenvolvimento diferenciado

apresentado por algumas variedades da planta Canna indica o que pode ser explicado pela

localização da região do DF quanto à latitude, altitude e clima com alta iluminância e alta insolação

anual, bastante diversa das regiões sul e sudeste, local de produção das mudas. A observação dessas

diferenças climáticas, relacionadas com as necessidades das plantas ornamentais, vai permitir

alcançar resultados mais efetivos norteando nossa escolha das espécies que melhor se adaptam ao

local onde queremos plantá-las para obter um jardim com efeitos estéticos e de qualidade. Estudos

adicionais devem ser feitos, tanto com esta espécie quanto com quaisquer outras cujas necessidades

são parecidas, de modo a identificar, em condições de campo, as condições ideais de luminosidade

para o local onde serão plantadas.

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Anexo

Em primeiro plano plantas com problemas e em segundo, plantas perfeitas.

Fonte: o Autor (2012)

Fotos - Variedades de Canna, plantadas no mesmo local, não apresentaram o problema

citado em relação à exposição solar direta.

Fonte: o Autor (2012)