o brasil rural contemporÂneo -...
TRANSCRIPT
Recife , 21 de maio de 2015
Tania Bacelar de AraujoSócia da CEPLAN Consultoria
PROJETO: Repensando a Ruralidade no Brasil
O BRASIL RURAL CONTEMPORÂNEO:
reafirmação da importância e a diversidade
Reunião de planejamento estratégico do INCRA
Roteiro
1. O estudo
2. A visão predominante : o rural herdado
3. Outra visão: uma concepção não produtivista
4. A dimensão do rural brasileiro
5. A diversidade do rural brasileiro
6. O rural nas políticas públicas contemporâneas
1. O estudo
Objetivos
Realizar releitura do rural brasileiro contemporâneo.
Construir tipologia atualizada dos espaços rurais do Brasil.
Explicitar as implicações desta releitura do rural e da tipologia proposta nas políticas públicas , em especial as de promoção do desenvolvimento rural.
Patrocinador: • MDACoordenação : • Instituto Interamericano de Cooperação para a
Agricultura – IICAApoiadores: • Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
(MPOG): SPI e IBGE• Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES)• Banco do Nordeste do Brasil (BNB)• Fundação Banco do Brasil (FBB) e • Governos dos Estados de Pernambuco, Paraíba,
Ceará e Bahia.
Patrocinadores e apoiadores
Equipe técnicaCOORDENAÇÃO
• Tania Bacelar ( UFPE e CEPLAN)
• Humberto Oliveira ( IICA)
• Lucila Bezerra ( IICA)
TIPOLOGIA e REDIMENSIONAMENTO
• Jan Bitoun ( UFPE)
• Livia Miranda (UFCG)
• Equipe de apoio CONCEITUAÇÃO e
COMPARAÇÔES INTERNACIONAIS
• Nazare Wanderley ( UFPE)
• Arilson Favareto ( UFABC)
• Nelson Delgado ( UFRJ)
• Sergio Silva ( UFRJ)
• Claudia Schmitt ( UFRJ)
• Equipe de apoio
TIPOLOGIA x POLITICAS PÚBICAS
• Leonilde Medeiros ( UFRJ)
• Silvia e outras (UFRJ)
O Brasil rural foi impactado positivamente pelos avanços sociais que o país promoveu nos anos recente
A produção agropecuária tem se expandido e melhorado sua produtividade enquanto a indústria vem enfrentando problemas de competitividade (no mercado interno e externo)
A criação do MDA e os avanços do PRONAF junto com outras iniciativas de políticas públicas fizeram avançar a produção de base familiar
As cidades médias brasileiras , muitas no interior, experimentam nova dinâmica nos anos recentes
Esse novo ambiente diferencia o rural , visto agora para além das atividades primárias (e de seu corte setorial)
Motivação: mudanças recentes no Brasil rural
O debate internacional recente ressalta mudanças importantes no mundo rural.
Destacam-se entre elas: a preocupação crescente com a conservação do patrimônio naturala intensificação de outras atividades econômicas e de outros interesses sociais no meio rural a atribuição de novas funções para o meio rural, além da produção de bens agropecuárioso aproveitamento das amenidades propiciadas pelos centros urbanos próximos, e a exploração de novas fontes de energia.
Esse novo ambiente diferencia o rural , visto agora para além das atividades primárias (e de seu corte setorial)
Motivação: debate internacional estimulante
CONTEXTO internacional: redefinindo a dimensão do rural
• Os países mais desenvolvidos tem usado critérios semelhantes e que revelam que os países mais industrializados do mundo necessariamente não concentram população em áreas essencialmente urbanas
• A OCDE estabelece uma classificação das regiões em :
regiões essencialmente rurais,
regiões relativamente rurais e
regiões essencialmente urbanas
• A OCDE aperfeiçoou sua metodologia incluindo indicador de acessibilidade aos centros urbanos como indicador de acesso a serviços e trabalho ( 45 min. na Europa e 60 min.
na América do Norte)
2. O rural herdado
Brasil: visão dominante do rural
• O IBGE, órgão oficial de estatística, leva em consideração as legislações de cada município para subdividir o espaço territorial brasileiro em áreas urbanas e rurais.
• Pela lei, são urbanos todos os que vivem nos perímetros assim definidos pelas Câmaras Municipais, independente de qualquer outra consideração.
• Resultado: rurais são as áreas externas aos perímetros urbanos de cidades ou vilas do país. O espaço rural é percebido como periférico, um resíduo do urbano. Pior: rural passa a ser sinônimo de atraso: o progresso é urbano!
• José Eli da Veiga (USP) chamou atenção para a visão do urbano supervalorizado e do subdimensionamento do rural
( Ver “ Cidades Imaginárias”, 2002)
Herança do dois Brasis agropecuários: o domínio da base PATRONAL moderna
Herança do dois Brasis agropecuários : as 3 concentrações da agricultura de base familiar
3. Outra visão: uma concepção não produtivista
(Veiga, 2003; Favareto, 2007; Berdegué et alii, 2012; Wanderley e Favareto, 2013)
Premissas:
1. as relações entre os espaços rurais e as cidades assumem crescentemente um caráter de interdependência, superando o antagonismo que marcou sua evolução histórica nos países hoje desenvolvidos (Veiga, 2003; Favareto, 2007; Berdegué et alii, 2012);
2. os traços distintivos dos espaços rurais variam significativamente de uma sociedade a outra, assumindo em cada uma delas um sentido particular,
3. as relações contraditórias, ou mesmo conflituosas, entre os diversos interesses em jogo, no mundo rural e fora dele, constituem a matéria prima da ruralidade que assim se expressa e que, por essa razão, deveria ser considerada no plural, como ruralidades.
“ Se a trajetória da urbanização brasileira permite explicar as razões da predominância da antiga visão,
os caracteres estruturais do território nacional, sua economia e sua organização social no início do século XXI – com a persistência dos espaços rurais e de sua importância para a economia, a coesão social e a sustentabilidade ambiental - tornam imperiosa a adoção de uma nova visão sobre o rural no país”.
(Wanderely e Favareto, 2013)
Caso brasileiro:
A concepção adotada
O rural se expressa enquanto “forma territorial da vida social”, onde a relação com a natureza é forte, a base produtiva se diversifica mas as atividades agropecuárias são dominantes, o modo de vida, os valores e a cultura de seus habitantes guardam especificidades.
(rompe com visão produtivista do rural como território da produção agropecuária)
4. A dimensão do rural brasileiro
(Veiga, 2004; Candia Baeza, 2011; Bitoun e Miranda, 2013)
Situação atual:
O rural brasileiro, segundo as estatísticas oficiais e considerando os limites das formas de classificação usadas pelas estatísticas disponíveis no país, tem decrescido ao longo do tempo e guardaria apenas 16% da população total do país ( Censo de 2010).
APORTES DO PROJETO(Produto 2 – DELGADO et alii)
Hierarquia urbana
Experiências Internacionais: Escolha dos procedimentos para a
Classificação dos Municípios
Concentração da população
em habitat urbano ou
dispersão em habitat rural
Importância relativa da Produção
Agropecuária na Economia
Local
Distância à cidade com
maior oferta de serviços
Possibilidades do acervo do Banco de Dados
Caminho metodológico adotado
Brasil – distintos padrões de acessibilidade : distancia entre sedes municipais e sedes da hierarquia superior
Resultado: Brasil rural redimensionado
Classes de regiões e dimensionamento da população residente no meio rural
CLASSES Municípios Areakm2 Pop Tot_2010Percentual
Pop Total Brasil
1A ESSENCIALMENTE RURAL "ISOLADO" 562 3.436.337,2 10.172.453 5,33
1B ESSENCIALMENTE RURAL "PRÓXIMO" 2.654 1.866.507,1 26.567.059 13,93
2A RELATIVAMENTE RURAL “PRÓXIMO” 276 1.578.631,5 8.658.211 4,54
2B RELATIVAMENTE RURAL "ISOLADO" 1.466 703.732,5 25.026.670 13,12
3 URBANO EXCETO METRÓPOLES E CAPITAIS REGIONAIS
232 592.383,4 19.764.106 10,36
3 URBANO EM METRÓPOLES E CAPITAIS REGIONAIS
375 325.137,4 100.567.300 52,72
TOTAIS 5.565 8.502.729,1 190.755.799 100,00
37%
63%
Brasil rural redimensionado
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00
3A URBANO (METRÓPOLES E CAPITAIS REGIONAIS)
3B URBANO (EXCETO METRÓPOLES E CAPITAIS REGIONAIS)
2A RELATIVAMENTE RURAL “PRÓXIMO”
2B RELATIVAMENTE RURAL "ISOLADO"
1B ESSENCIALMENTE RURAL "PRÓXIMO"
1A ESSENCIALMENTE RURAL "ISOLADO"
% POPULAÇÃO % ÁREA TOTAL % MUNICÍPIOS
Proporção da População, da Área e do Nº de Municípios do Brasil Segundo Classes de Municípios Rurais e Urbanos
Comparando com outros estudos
• VEIGA (2004), com base no Censo de 2000 e adotando as microrregiões como circunscrições de análise, os resultados da soma dos municípios intermediários (que não pertencem ao Brasil indiscutivelmente urbano, nem ao Brasil essencialmente rural) e dos municípios essencialmente rurais apontam 43% da população do país em 90% dos seus municípios.
• CANDIA BAEZA (2011) trabalhando microdados do Censo de 2000, conclui que, no Brasil, a população rural corresponde a 36,2% da população total. Fundamenta-se em dois critérios (Densidade demográfica: menos de 150 hab./km2; Ocupação: PEA no agropecuário igual ou maior que 35%)
• Redimensionar para maior o Brasil rural, não implica em redefinir as práticas censitárias (cuja continuidade permite garantir a comparação em série histórica).
• Mas permite libertar planejadores e operadores de políticas públicas e outros agentes sociais da dependência exclusiva da representação instituída pela lei e aproximar a representação do rural de práticas vigentes no ambiente mundial, além de chegar mais perto da riqueza e vitalidade do rural brasileiro.
(Bitoun e Miranda, 2013)
Importância do redimensionamento
5. A diversidade do rural brasileiro
(Jan Bitoun e Lívia Miranda, 2013)
Construção da tipologia: mapa dos biomas como partida
MACRO GRUPOS/BIOMAS Nº MUNICÍPIOS ÁREA (km2)POPULAÇÃO
(2010)
Nº de TIPOS
REGIONALIZADOS
LINHA DE COSTA 212 204.545 7.059.998 3
MATA ATLÂNTICA 2.346 938.698 34.945.815 6
PAMPA 92 144.612 1.874.205 3
CAATINGA 1.041 786.678 17.179.391 4
CERRADO 1.040 1.935.140 17.777.578 5
AMAZÔNIA PANTANAL 458 4.167.794 11.348.782 5
TOTAL TIPIFICADO 5.189 8.177.467 90.185.769 26
GRANDE URBANO 376 325.626 100.570.030
TOTAL BRASIL 5.565 8.503.093 190.755.799
Construção da tipologia: o universo de partida
DIM
EN
SÕ
ES
HABITAT
TRABALHO E CONDIÇÕES DE VIDA DINÂMICAS RECENTES
TRABALHOCONDIÇÕES
DE VIDA
ECONÔMICAS E
DEMOGRÁFICAS
PO
LÍTI
CA
S
AT
RIB
UT
OS
Densidade das
centralidades no
município
Estrutura ocupacional Densidade de
equipamentos de
serviços básicos, de
comunicação e
econômicos.
Evolução demográfica
recenteAgrárias
Proporção da
população em áreas
rurais e nas cidades
Estrutura fundiária
Relação
Migrantes
Naturais
Agrícolas
Densidade da
população em áreas
rurais
Relação Agricultura
Familiar Agricultura
Patronal
Vulnerabilidade dos
residentesRazão de Sexo
De Meio
Ambiente
Distâncias a
centralidade municipal
e extramunicipal
Relação Mono atividade
Pluriatividade
Diversidade étnico-
culturalEnvelhecimento
De
Eq
uip
ame
nto
s e
m
áre
as r
ura
is e
pe
qu
en
os
mu
nic
ípio
s
Distâncias às rodovias
e hidrovias
Mobilidade para o
Trabalho
Evolução do Valor
Agregado Bruto por
Setores
Construção da tipologia: bases para a análise multivariada
O Mapa Síntese: 26 Tipos no Brasil Rural
Tipos Denominações
1 Amazônia: Baixo Tocantins; Região Bragantina; Baixada Maranhense; Rodovia Pará Maranhão.
2 Amazônia e Extremo Noroeste do Pantanal: Norte de Mato Grosso; BR 163; PA 150; Belém Brasília Paraense.
3 Amazônia: Transamazônica; Margem Norte do Baixo e Médio Rio Amazonas; Sul de Roraima; Acre – Rio Branco, Cruzeiro do Sul -; Rondônia; Bico de
Papagaio; Araguaia Paraense.
4 Amazônia: Amazônia Ocidental; Norte de Roraima; Trombetas; Baixo Amazonas; Marajó;
5 Pantanal
6 Cerrado Paulista
7 Cerrado: Norte de Minas Gerais; Oeste da Bahia às margens do São Francisco; Extremo Sul do Piauí; Maranhão dos Cocais.
8 Cerrado: Centro e Sul de Goiás; Oeste e Centro de Minas.
9 Cerrado: Noroeste de Minas Gerais; Extremo Oeste da Bahia; Tocantins; Sudoeste do Piauí; Sul do Maranhão;
10 Cerrado: Mato Grosso do Sul; Sudoeste de Goiás; Sul de Mato Grosso;
11 Linha de Costa Norte e Nordeste, do Oiapoque a Fortaleza.
12 Linha de Costa Nordeste, de Fortaleza ao Sul da Bahia.
13 Linha de Costa Sudeste e Sul, do Espirito Santo ao Chuí.
14 Mata Atlântica: Oeste do Espirito Santo; parte Norte da Zona da Mata e Sul/Sudoeste de Minas Gerais.
15 Mata Atlântica: Centro e Sudoeste Paranaense; Oeste Catarinense e Microrregião de Canoinhas; Noroeste Gaúcho.
16 Mata Atlântica: Oeste Paulista; Limite Triângulo Mineiro//Goiás; Norte e Oeste Paranaenses; Sul de Mato Grosso do Sul.
17 Mata Atlântica: Sul da Bahia; Jequitinhonha, Mucuri, Rio Doce, Campo das Vertentes (Minas Gerais); Noroeste Fluminense; Vale do Paraíba e Vale do
Ribeira (SP), Centro Sul Paranaense; Campos de Lajes, Curitibanos, Joaçaba (SC); Vacaria (RS).
18 Mata Atlântica: Mata Nordestina de Natal ao Recôncavo.
19 Mata Atlântica: Entornos do Rio, Juiz de Fora, Viçosa, Belo Horizonte, São Paulo; Leste Paranaense e Catarinense; Velhas Colônias Gaúchas.
20 Caatinga: Agrestes de Natal a Feira de Santana.
21 Caatinga: Sertões Sul e Oeste.
22 Caatinga, Sertões Norte, áreas úmidas de altitude, irrigadas; Cocais do Piauí.
23 Caatinga, Sertões Norte Orientais com maior aridez (RN/PB/PE).
24 Pampa: Campanha Gaúcha.
25 Pampa: Missões e Sul do Estado.
26 Pampa: Nordeste.
Os tipos e seu uso • leitura em transversal• especificidades de cada tipo
O Brasil de forte imigração rural recente
2
10
166
4
11
1
7 22
18
23
2021
17
1715
26
4
% de pessoas com fundamental completo e médio incompleto e médio completo e superior incompleto(Zona Rural)
O Brasil rural de mais alta escolarização
166
19
13
31
11
7
2021
7
26
3
2021
22
7
71
4
3
311
12
5
108
616
2425
13
19
O Brasil onde vive na área rural grande parte da população
15 19*
19*
2021
22
44
6
510
24
2
16
8
9
25
12
13
O Brasil onde em área dos estabelecimentospredominam os agricultores familiares
17
7
7
111
3
3
26
18
23
14
O Brasil dos Assentamentos e Territórios Rurais
Dupla natureza dos Assentamentos: Ligadosà “Marcha para Oeste”
e, em ruralidades estabelecidas via conflitos fundiários.
O Brasil onde há muitos Assentados:Nº médio de famílias assentadas
por municípios dos Tipos Regionalizados (INCRA)
3
3
4 4
2
5
1
11
O Brasil que atrai população rural: residentes na zona rural há 5 anos ou menos
15
16
10
9
17
6
178
CRÉDITO RURAL
O Brasil onde se concentra o crédito rural
O Brasil rural com muitas motocicletas
(um investimento individual)
O Brasil rural com muitos celulares
(um serviço público em concessão)
As especificidades em cada Tipo
Tipos no bioma amazônicoOs tipos regionalizados 1 e 4 correspondem respectivamente à predominância: de populações camponesas relativamente antigas no contexto do bioma (Tipo 1); de populações indígenas e ribeirinhas (Tipo 4) havendo fortes contrastes quanto à antropização da cobertura vegetal quase total no tipo 1 e pouca significativa no tipo 4.
Em ambos os tipos, os indicadores sociais são fortemente negativos: no Tipo 1 em condições de altas densidades populacionais com muitos lugares habitados e, no Tipo 4, em condições de baixíssima densidade e extrema dispersão desses lugares.
4
1
1
1
As especificidades em cada Tipo
Tipos no bioma amazônicoOs tipos regionalizados 3 e 2 correspondem a dois momentos da dinâmica migratória recente para Amazônia configurando o “arco do
desmatamento” nas suas diversas fases.
No tipo 3, as estradas mais antigas construídas desde os anos 1960 (Belém-Brasília, PA 150, BR 364) permitiram a fixação em florestas de terra firme (portanto desmatadas) de agricultores familiares e fazendeiros pecuaristas, reconfigurando a Amazônia tradicional dos modos de vida ameríndios e ribeirinhos por meio de conflitos pela posse da terra e pelo acesso aos recursos naturais entre essas populações e os imigrantes e entre fazendeiros e agricultores familiares.
3
3
As especificidades em cada Tipo
Tipos no bioma amazônico
Parte desses migrantes não conseguiu se fixar e constituiu reserva de mão de obra para canteiros de obras, atividades madeireiras, garimpos e mineração.
O tipo 2 representa a versão ainda mais contemporânea dessa frente de expansão da “fronteira”, dessa vez impulsionada por
novos mega empreendimentos e avanço da agropecuária no âmbito da qual se reproduz o ciclo do desmatamento (moderado pela demarcação de terras indígenas e reservas florestais) sendo que sob a égide direta da agropecuária patronal, destacando-se a sojicultura.
.
2
As especificidades em cada Tipo
Tipos no bioma caatinga
O tipo 20 dos Agrestes corresponde a uma área de transição entre a Mata e o Semiárido e foi identificado sem dificuldade já na etapa de análise de clusters.
Os tipos 21, 22 e 23 estão quase na sua totalidade dentro do perímetro do semiárido, excetuando a parte norte e centro oriental do Piauí (incluída no Tipo 22) com semelhanças com o Tipo 7 do Cerrado no seu trecho maranhense sendo caracterizado pelos Cocais.
20
As especificidades em cada Tipo
Tipos no bioma caatingaObserva-se grande separação entre sertões sul (Tipo 21) e norte (Tipos 22 e 23). Nos sertões norte, o sistema Gado-Algodão foi desmontado na década de 1980 do século passado e uma chave explicativa da divisão entre os dois tipos que o compõem nesta proposta pode residir nas respostas dadas a esse desmonte.No Tipo 22, foram encontradas alternativas no campo em atividades produtivas em diversas escalas: Arranjos produtivos, com padrões técnicos e organizacionais diversos. O Tipo 23 corresponda mais radicalmente à área onde não houve alternativas econômicas no campo, senão muito pontuais (mas não por isso menos importantes na escala onde se realizam.
21
21
2223
Considerações importantes sobre a Tipologia proposta
i1. A Tipologia reafirma a magnífica diversidade do rural brasileiro contemporâneo
2. Trata esta diversidade numa escala mais geral para facilitar o dialogo com políticas federais /nacionaisOs tipos precisam ser lidos considerando a opção por esta escala mais geral : eles apontam características e dinâmica em escala nacional ou do bioma e podem contar com alguns municípios que se diferenciam (ilhas nessa dinâmica mais geral). Exemplo: um município ilhado formado por assentamentos no meio de uma dinâmica geral de agronegócio caracterizando o tipo.
3. Em municípios muito extensos será preciso aproximar o olhar para retratar as diversidades das ruralidades existentes.
6. O rural nas políticas públicas contemporâneas
O Estudo e as Políticas Públicas: esforço inicial
Foram selecionadas algumas Políticas e analisado:
com gestores públicos ( leitura top down)- como os Programas e Projetos dialogam com a
diversidade dos espaços rurais do país, tanto no momento da formulação como no da implantação das políticas
O Estudo e impactos esperados nas Políticas Públicas
i1. A Tipologia deve estimular gestores a considerar a magnífica diversidade e uma maior dimensão do rural brasileiro contemporâneo e vai valorizar a abordagem territorial ( em oposição ao enfoque setorial tradicional)
2. A visão do rural como “forma territorial da vida social” deve estimular a aplicação de diversas políticas públicas nos diversos Tipos de rural, permitindo superar atuações muito restritas a políticas agrárias ( estimula a prática da multidimensionalidade)
3. Os resultados devem estimular o reconhecimento da participação de múltiplos agentes envolvidos no desenho e aplicação de políticas de desenvolvimento de territórios rurais
A tipologia regionalizada, destaca diferentes características de densidade demográfica, debiomas e níveis de antropização, de distâncias inframunicipais e acesso a serviços, deoportunidades de trabalho na agricultura e fora dela, de condições de vida, deoportunidades econômicas e indicadores demográficos muito diferenciados.Ao considerar a existência de ruralidade(s)possibilita, também, o reconhecimento dedistintos tratamentos para essas diferentes realidades, em especial nas políticas públicas
Relações interministeriais são essenciais
para a intersetorialidade
Um mapa para o MDA?
- O MA tem o dele (da produção agropecuária), o MC (da rede urbana e das metrópoles), o MMA (dos
biomas, das ecorregiões, das unidades de conservação) .....
O mapa da tipologia e as políticas públicas
“Territórios Rurais “ do MDA e Tipologia Regionalizada
“Territórios Rurais “ do MDA e Tipologia Regionalizada
A Tipologia Regionalizada em escala intermediária, serve:
De quadro de referência, em escala nacional, deve-se passara a umesforço necessário de sistematização das problemáticas encontradasem muitos diversos Territórios.
De sinalizador de que, em alguns territórios que se estendem em maisde um Tipo Regionalizado, portanto marcados por forte diversidade desituações, a depender da base social do colegiado, podem não estaremcontempladas com equanimidade todos os agentes da vida rural,dificultando o próprio desenvolvimento territorial daqueles territóriose exigindo mudanças de rumos. A dinâmica do desenvolvimentoterritorial demanda Colegiados vivos, representativos e interlocutoresdo MDA.
Aportes do estudo para políticas públicas
Para o MDA, a ênfase dada no estudo aos mundos da agricultura familiar,permitirá avançar no aprimoramento do PRONAF, espacializando seusproblemas em escala mais fina e mais aderente ao mundo rural quea escala das Grandes Regiões.
Para o aprimoramento da política de Territórios Rurais (nova, mas objetode muitos estudos), a Tipologia Regionalizada permite uma abordagemsistematica e mais sintêtica (quais problemas enfrentam territóriossituados no mesmo Tipo Regionalizado? Quais soluções encontradas equais possibilidades de replica-las?) e uma abordagem caso a caso (naidentificação dos problemas de representatividade e da dinâmica dosColegiados).
OBRIGADA
Os 26 Tipos no Brasil Rural : nominando os tipos
Tipos
Regionalizados
Denominações
1 Amazônia: Baixo Tocantins; Região Bragantina; Baixada Maranhense; Rodovia Pará
Maranhão.
2 Amazônia e Extremo Noroeste do Pantanal: Norte de Mato Grosso; BR 163; PA 150;
Belém Brasília Paraense.
3 Amazônia: Transamazônica; Margem Norte do Baixo e Médio Rio Amazonas; Sul de
Roraima; Acre – Rio Branco, Cruzeiro do Sul -; Rondônia; Bico de Papagaio; Araguaia
Paraense.
4 Amazônia: Amazônia Ocidental; Norte de Roraima; Trombetas; Baixo Amazonas;
Marajó;
5 Pantanal
6 Cerrado Paulista
7 Cerrado: Norte de Minas Gerais; Oeste da Bahia às margens do São Francisco; Extremo
Sul do Piauí; Maranhão dos Cocais.
8 Cerrado: Centro e Sul de Goiás; Oeste e Centro de Minas.
9 Cerrado: Noroeste de Minas Gerais; Extremo Oeste da Bahia; Tocantins; Sudoeste do
Piauí; Sul do Maranhão;
10 Cerrado: Mato Grosso do Sul; Sudoeste de Goiás; Sul de Mato Grosso;
11 Linha de Costa Norte e Nordeste, do Oiapoque a Fortaleza.
12 Linha de Costa Nordeste, de Fortaleza ao Sul da Bahia.
13 Linha de Costa Sudeste e Sul, do Espirito Santo ao Chuí.
Os 26 Tipos no Brasil Rural : nominando os tipos
14 Mata Atlântica: Oeste do Espirito Santo; parte Norte da Zona da Mata e
Sul/Sudoeste de Minas Gerais.
15 Mata Atlântica: Centro e Sudoeste Paranaense; Oeste Catarinense e
Microrregião de Canoinhas; Noroeste Gaúcho.
16 Mata Atlântica: Oeste Paulista; Limite Triângulo Mineiro//Goiás; Norte e Oeste
Paranaenses; Sul de Mato Grosso do Sul.
17 Mata Atlântica: Sul da Bahia; Jequitinhonha, Mucuri, Rio Doce, Campo das
Vertentes (Minas Gerais); Noroeste Fluminense; Vale do Paraíba e Vale do
Ribeira (SP), Centro Sul Paranaense; Campos de Lajes, Curitibanos, Joaçaba (SC);
Vacaria (RS).
18 Mata Atlântica: Mata Nordestina de Natal ao Recôncavo.
19 Mata Atlântica: Entornos do Rio, Juiz de Fora, Viçosa, Belo Horizonte, São Paulo;
Leste Paranaense e Catarinense; Velhas Colônias Gaúchas.
20 Caatinga: Agrestes de Natal a Feira de Santana.
21 Caatinga: Sertões Sul e Oeste.
22 Caatinga, Sertões Norte, áreas úmidas de altitude, irrigadas; Cocais do Piauí.
23 Caatinga, Sertões Norte Orientais com maior aridez (RN/PB/PE).
24 Pampa: Campanha Gaúcha.
25 Pampa: Missões e Sul do Estado.
26 Pampa: Nordeste.