o brado ecetista

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Alternativa Sindical | Edição 03 | Brasília (DF) | Maio de 2013 O BRADO ECETISTA Informativo do Movimento dos Trabalhadores dos Correios do DF e região do entorno N o dia 30 de abril, no edifício sede dos Correios em Brasília foi criada a Caixa de Assistên- cia e Saúde dos Empregados dos Correios – Postal Saúde. Em uma assembleia com aproximadamente 110 participantes, foi aprovado o estatuto, bem como a diretoria, conselho deli- berativo e conselho fiscal da entidade que substituirá o Correio Saúde. Já na campanha salarial de 2012, a direção da ECT já teria dado as primeiras investidas para mudanças no plano de saúde dos trabalhadores dos Correios. Apesar da resistência dos trabalhadores, o TST autorizou a alteração no plano. O Plano de Saúde dos Correios tem mais de 300 mil beneficiários, o correto seria a discussão transparente e demo- crática com as entidades representativas dos trabalhadores dos Correios. O que surpreendeu nesse processo, foi que a discussão só se deu com os aposentados, que não representa 1% da categoria. A pergunta que não quer calar: Será mesmo que o Sintect-DF e a Fentect não sabia de nada? Porque pessoas ligadas e até mes- mo intimas de alguns dirigentes sindicais estavam na assembleia e seus “parceiros” sindicais não sabiam? O Correio Saúde tem mais de trezentos mil beneficiários em nível nacional. Não se explica apenas 110 pessoas decidirem o destino de todos em uma assembleia que não foi devidamente divulgada. O edital de convocação foi publicado no Correio Brasiliense, um jornal regional, que não atinge todo o público envolvido na questão. Ao que parece, a direção da ECT não tinha nenhum interesse na participação de todos. Os trabalhadores dos Correios devem se preparar para algumas adversidades. Segundo informações, das mudanças substanciais, a principal é a criação de mensalidades para os participantes. A conversa que circula nos bastidores é que um dos principais motivos para a altera- ção no plano de saúde dos Correios é a redução de custos. Desse modo, uma das maneiras de atenuar o problema seria a implantação das mensalidades. A impressão que se tem é que existe um problema de gestão na ECT e toda vez que aparece uma falha, quem paga a conta é o trabalhador. O exemplo é o que aconteceu com o Postalis, que está cobrando uma taxa de contribuição extra para saldamento do plano. O tra- balhador que já sofre com os menores salários das empresas públicas, tem que arcar com prejuízos causados por má gestão. Na calada da noite é criada Caixa de Saúde dos Correios Esses são os membros da diretoria e conselho eleitos na tal assembléia O BRADO ECETISTA maio.indd 1 29/05/2013 16:30:21

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Alternativa Sindical | Edição 03 | Brasília (DF) | Maio de 2013

O BRADO ECETISTAInformativo do Movimento dos Trabalhadores dos Correios do DF e região do entorno

No dia 30 de abril, no edifício sede dos Correios em Brasília foi criada a Caixa de Assistên-cia e Saúde dos Empregados

dos Correios – Postal Saúde. Em uma assembleia com aproximadamente 110 participantes, foi aprovado o estatuto, bem como a diretoria, conselho deli-berativo e conselho fi scal da entidade que substituirá o Correio Saúde. Já na campanha salarial de 2012, a direção da ECT já teria dado as primeiras investidas para mudanças no plano de saúde dos trabalhadores dos Correios. Apesar da resistência dos trabalhadores, o TST autorizou a alteração no plano.

O Plano de Saúde dos Correios tem mais de 300 mil benefi ciários, o correto seria a discussão transparente e demo-crática com as entidades representativas dos trabalhadores dos Correios. O que

surpreendeu nesse processo, foi que a discussão só se deu com os aposentados, que não representa 1% da categoria. A pergunta que não quer calar: Será mesmo que o Sintect-DF e a Fentect não sabia de nada? Porque pessoas ligadas e até mes-mo intimas de alguns dirigentes sindicais estavam na assembleia e seus “parceiros” sindicais não sabiam?

O Correio Saúde tem mais de trezentos mil benefi ciários em nível nacional. Não se explica apenas 110 pessoas decidirem o destino de todos em uma assembleia que não foi devidamente divulgada. O edital de convocação foi publicado no Correio Brasiliense, um jornal regional, que não atinge todo o público envolvido na questão. Ao que parece, a direção da ECT não tinha nenhum interesse na participação de todos.

Os trabalhadores dos Correios devem

se preparar para algumas adversidades. Segundo informações, das mudanças substanciais, a principal é a criação de mensalidades para os participantes. A conversa que circula nos bastidores é que um dos principais motivos para a altera-ção no plano de saúde dos Correios é a redução de custos. Desse modo, uma das maneiras de atenuar o problema seria a implantação das mensalidades.

A impressão que se tem é que existe um problema de gestão na ECT e toda vez que aparece uma falha, quem paga a conta é o trabalhador. O exemplo é o que aconteceu com o Postalis, que está cobrando uma taxa de contribuição extra para saldamento do plano. O tra-balhador que já sofre com os menores salários das empresas públicas, tem que arcar com prejuízos causados por má gestão.

Na calada da noite é criada Caixa de Saúde dos Correios

Esses são os membros da diretoria e conselho eleitos na tal assembléia

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2ovimento dos rabalhadores orreiosdos

Editorial

Expediente

Informativo do MTC - Movimento dos Trabalhadores dos Correios

Cordenação de Comunicação:Paulo Vasconcelos RochaAvelino Dias SouzaLindobex Rodrigues AlvesFlorismar Rocha Valério César FeitosaDelvanice Pereira de SouzaJoelson Antônio PereiraDjalma Rocha

Tiragem:3.500

Caros trabalhadores e trabalhadoras dos Correios,

O que temos visto nos últimos três anos na base de Brasília é desesperador, é de deixar os trabalhadores como eles real-

mente estão nesse momento; desacredi-tados. Perderam a confiança na entidade que só existe porque eles existem, mas que não está mais os assistindo.

Com algumas exceções, pois alguns diretores se afastaram por não con-cordar com a atual presidente, a atual diretoria vive em um verdadeiro maras-mo. Não visita setores para tratar de assuntos relevantes para a categoria, não realiza mais assembleias e não informa os trabalhadores do que está acontecendo.

No dia 30 de abril, a empresa convo-cou uma assembleia para tratar de um assunto de extrema importância para os trabalhadores, mas nem o sindicato e nem a federação se manifestaram sobre o evento. Não deram a menor importância para algo que iria modificar a assistência médica dos Correios.

Os ecetistas do Distrito Federal e região do entorno precisam se mobilizar para mudar essa situação, não dá mais para sustentar “dirigentes Sindicais” que não defende os interesses dos trabalhadores. É inadmissível que um assunto de tamanha importância que é a saúde dos trabalha-dores seja visto com total descaso pelos pseudos dirigentes sindicais.

Venho através des-ta agradecer a todos os companheiros que depositaram o voto de confiança na chapa 11 constituída por mim e pelo o companhei-ro Luiz Carlos Vargas para eleição do conse-lho de administração da empresa. Embora não obtivemos êxito no pleito gostaríamos de salientar que nós continuaremos a lutar constantemente e incansavelmente por melhores condições de trabalho para todos.

Obrigado a todos e gostaria de enfatizar que o Movimento dos Trabalhadores dos Correios(MTC) veio com o propósito de defender sim a todos os traba-lhadores independen-temente do seu setor de atuação, estaremos sempre a disposição de todos aqui você terá voz e espaço pois no MTC

há democracia e garantimos que você sempre terá uma resposta procurem-nos até breve e um forte abraço.

Djalma Rocha

Nota de Agradecimento

Vem aí a Assembleia geral para a eleição de delegados para o CONREP, que discutirá a pauta nacional de reivindicações da capanha salarial 2013/2014.

Mulheres do MTC na luta da categoria

O MTC fez presença no 11° Encon-tro Regional de Mulheres Ecetistas do Distrito Federal e Entorno, realizado no último sábado, dia 25 de maio de 2013, contando com a participação das Coordenadoras do MTC Áurea de Sousa, Delvanice Pereira de Sousa e Sinelza Maria de Oliveira e várias companheiras trabalhadoras dos Correios. Elegemos 04 delegadas para participar do Encontro Nacional de Mulheres. Agradecemos a parti-cipação de todas as companheiras presentes e convidamos todas e as demais que não puderam comparecer a participarem da Assembleia a ser definida data e local pelo SINTECT/DF, para tirada de delegados para definição da Pauta de Reivindicações no XXXI CONREP.

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3ovimento dos rabalhadores orreiosdos

Os trabalhadores do Distrito federal estão preocupados com o desfecho do processo do PCCS de 1995, que já foi ganho, mas está demorando demais para ser executado. A direção do sindicato, que raramente comparece na base, não esclarece a situação nem dá explicações convincentes à categoria.

O que se sabe, segundo alguns trabalhadores, é que diretores do sindicato aparecem nas unidades sem sequer dirigir a palavra a eles para entregar formulários para algumas pessoas. Tal atitude traz a impressão de que algo estranho está acontecendo. Para alguns, existe a possibilidade de que favorecimentos estejam acontecendo. Os trabalhadores envolvidos no processo precisam se atentar e cobrar do sindicato mais agilidade. Se notarem que está acontecendo algum tipo de favorecimento, denunciem.

O processo do PCCS que começou em 2002 corrige algumas distorções causadas para alguns desde 1995. A impressão causada aos trabalhadores do Distrito Federal é que esse arrastamento no desenrolar do caso é que a atual direção do Sintect-DF quer usá-lo para fins eleitoreiros. Se for este o caso, a direção está subestimando a inteligência

dos trabalhadores dos Correios de Brasília, pois é sabido por todos que não foi a atual diretoria do sindicato que tomou a iniciativa do processo. Aliás, se dependesse da atual Gestão, os trabalhadores estavam ferrados.

Não é de hoje que a PLR causa polêmicas e divergências nas negociações. Todo ano, a nove-la é a mesma e os trabalhadores

sabem, não vale a pena ver de novo. Como sempre acontece, a direção da ECT tenta privilegiar os chefões e penalizar a gran-de maioria dos trabalhadores impondo critérios discriminatórios.

Mesmo entre os trabalhadores de base existem aqueles que acham justo que quem tem maiores salários e cargos mais importantes devam receber maiores fatias do bolo da PLR, porém há controvérsias. Alguns dos chamados “estratégicos” que hoje ocupam cargos alcançados por apadrinhamento, pouco contribuem para os lucros da empresa e recebem altos salários, muitas vezes mais que um ope-racional, que carrega, literalmente, nas

costas um fardo pesado. Não é justo que se destinem dez por cento do montante da PLR, para ser dividido entre eles.

Além do mais, se observado na ótica de seres de sensibilidade, os “estratégicos” compreenderiam que a PLR seria uma forma de, por que não dizer, reconhe-cimento aos trabalhadores que são mal recompensados pelos serviços prestados à empresa. Com os piores salários das estatais, sem as devidas condições de trabalho e com falta de pessoal, eles se desdobram para executar as tarefas. É cla-ro que esperar sensibilidade de insensíveis é muita inocência. Se analisarmos que, se houvesse uma avaliação das competências de alguns “estratégicos” como são feitas as da maioria dos trabalhadores, ele não fariam jus nem a um grão de feijão da participação nos lucros e resultados!

A discórdia da participação nos lucros

PCCS gera dúvidas e insegurança

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4ovimento dos rabalhadores orreiosdos

A 12ª vara do TRT 6 determinou a ECT a jornada de seis horas para os atendentes comerciais. Dessa forma, tendo em vista que os atendentes trabalham 08 horas diárias, a empresa é obrigada a pagar duas horas extras por dia de efetivo serviço com o acréscimo de 70% defi nido nas normas coletivas.

Essa luta já esteve em discussão no DF, porém depois que a atual gestão do sindicato assumiu, foi simplesmente abandonada. No início, até foi feito um cadastramento, depois foi esquecido. Uma clara demonstração de descaso e

falta de compromisso com as causas dos trabalhadores.

Membros do Movimento dos Tra-balhadores dos Correios, o MTC, já se reuniram com parlamentares para tratar do assunto. O Deputado Vicentinho do PT-SP declarou o seu total apoio à causa em reunião com os representantes do movimento.

O que se espera é que diante da vitória do Sintect-PE, o sindicato de Brasília tome uma atitude em favor dos atendentes comerciais. Sindicato existe para lutar em favor dos trabalhadores.

A diretoria do sindicato se ausen-ta da base, ignorando vários problemas por que passam trabalhadores de vários seto-

res. Sem o auxilio da entidade que deveria representá-los, os ecetistas de Brasília

amargam um verdadeiro abandono. O Movimento dos Trabalhadores dos Cor-reios do DF e região do entorno pontuou algumas ocorrências de alguns setores que merecem uma cobrança do sindicato, mas ninguém toma providências.

CDD ASA SULToda vez que chove é um “Deus nos

acuda”, a água invade todo o prédio causando um imenso transtorno. O problema é anti go, já foi denunciado e promessas já foram feitas, porém a solução não chega e parece estar muito longe. E enquanto as águas das chuvas invadem as unidades quando caem, o sindicato “nada”!

Tudo isso sem falar da implantação do sistema de distritamento. São três anos de enrolação. É a velha história, sem sindicato para cobrar, por que implantar? A DR-BSB está completamente despreocupada com o assunto.

CTENo CTE, uma obra que nunca termina

transforma a vida dos trabalhadores num verdadeiro caos durante a roti na de trabalho. O transito de veículos fi ca inviabilizado e o processo de carga e descarga vira uma verdadeira batalha, forçando os condutores a executarem manobras perigosas.

Os trabalhadores questi onam por que uma obra que nem é tão complexa demora tanto para ser executada. Trabalhar nas condições atuais é totalmente complicado. Se ao menos existi sse um sindicato que se preocupasse com os trabalhadores, mas pelo que consta nos contracheques, eles pagam uma taxa!

CTCOutro setor que os problemas são

anti gos. As instalações inadequadas, falta de iluminação, sistema de climati zação, além da falta de pessoal são queixas constantes daquele setor.

A pergunta que não cala é: não existe ninguém na Diretoria Regional de Brasília que possa fazer uma vistoria nos setores para identi fi car determinados problemas ou não existe interesse?

CEE TAGUATINGASegundo os trabalhadores da

unidade, os distritos são muito grandes. Trabalhar todos os dias percorrendo trajetos de dimensões exageradas é desumano. Enquanto não for realizado um SD, a tendência é aumentar o índice de absenteísmo causado por afastamento do trabalho devido a doenças ligadas à sobrecarga de trabalho.

O associado conhecido como Pesca-da, lotado no CTO tem uma cisma com a “frota” de veículos do SINTECT-DF. Segundo ele, apenas dois automóveis, dos quatro que o sindicato possui, estão devidamente identifi cados com

adesivos da entidade. Tem um carro preto, que como não está identifi cado, passeia pela cidade até altas horas e em lugares “diferentes”. Por que será que ele ainda não foi devidamente identifi cado?

A bronca do associado

SINTECT-PE ganha ação para atendentes comerciais

Enquanto os pseudos sindicalistas voam

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