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www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia Filiado à O BANCÁRIO O único jornal diário dos movimentos sociais no país CONGRESSO DA FEEB 9 E 10 DE DEZEMBRO, NO HOTEL PORTOBELLO Edição Diária 7343 | Salvador, segunda-feira, 27.11.2017 Presidente Augusto Vasconcelos REFORMA DA PREVIDÊNCIA O Bancário está completando 28 anos Página 2 Greve em defesa da aposentadoria Na iminência da votação da reforma da Previdência na primeira semana de dezembro, as centrais sindicais constroem uma greve nacional em defesa da aposentadoria no próximo dia 5. Uma resposta firme aos ataques de Temer, que sepultam o sistema previdenciário. O Brasil vai parar. Página 3 CONFIRA NA EDIÇÃO DE AMANHÃ A COBERTURA COMPLETA DA INAUGURAÇÃO DO TEATRO RAUL SEIXAS. Se a reforma da Previdência passar, trabalhador pode dar adeus à aposentadoria. É preciso virar o jogo

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Page 1: O BANCÁRIO · 2017-11-24 · Em apenas dois dias, Temer reajusta gasolina em 7% SE DEPENDER do governo Temer, o fim de ano dos brasi-leiros será de bolso vazio. Só a gasolina leva

www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia

Filiado à

O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

CONGRESSO DA FEEB9 E 10 DE DEZEMBRO, NO HOTEL PORTOBELLO

Edição Diária 7343 | Salvador, segunda-feira, 27.11.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

REFORMA DA PREVIDÊNCIA

O Bancário está completando 28 anosPágina 2

Greve em defesa da aposentadoria

Na iminência da votação da reforma da Previdência na primeira semana de dezembro, as centrais sindicais constroem uma greve nacional em defesa da aposentadoria no próximo dia 5. Uma resposta firme aos ataques de Temer, que sepultam o sistema previdenciário. O Brasil vai parar. Página 3

CONFIRA NA EDIÇÃO DE AMANHÃ A COBERTURA COMPLETA DA INAUGURAÇÃO DO TEATRO RAUL SEIXAS.

Se a reforma da Previdência passar, trabalhador pode dar adeus à aposentadoria. É preciso virar o jogo

Page 2: O BANCÁRIO · 2017-11-24 · Em apenas dois dias, Temer reajusta gasolina em 7% SE DEPENDER do governo Temer, o fim de ano dos brasi-leiros será de bolso vazio. Só a gasolina leva

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, segunda-feira, 27.11.20172 O BANCÁRIO - 28 ANOS

Quase três décadas de informação classista, sob a ótica dos trabalhadoresrOSe [email protected]

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Comunicação a serviço do país

informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, mercês, Centro, Salvador-Bahia. CeP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: rogaciano medeiros - reg. mTe 879 DrT-BA. Chefe de reportagem: rose lima - reg. mTe 4645 DrT-BA. repórteres: Ana Beatriz leal - reg. mTe 4590 DrT-BA e renata Andrade- reg. mTe 4409 SrTe-BA . Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e Felipe Iruatã . Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

O BANCÁRIO, único jornal diário do mo-vimento social do país, completa 28 anos na sexta-feira, com uma comunicação dife-renciada. A ética sempre esteve em primei-ro lugar. Por isso, nunca escondeu do leitor que tem lado e faz um jornalismo a serviço do Brasil e do povo brasileiro.

Coincidência ou não, há 28 anos, quan-do o primeiro exemplar era pensado e pre-parado, o cenário nacional não era muito diferente. O Brasil vivia um momento de efervescência. A Constituição Cidadã com-pletava um ano e a primeira eleição direta depois da ditadura civil-militar (1964-1985)

seguia polarizada, com Collor carregado no colo da elite e Lula na preferência do povo.

A partir daquele 1º de dezembro de 1989, O Bancário passou a acompanhar to-dos os momentos marcantes do país. Al-guns difíceis, de perdas, como nos dois governos de Fernando Henrique Cardoso e atualmente com o golpe jurídico-parla-mentar-midiático e o governo Temer. Ou-tros, no entanto, foram de avanços, mais precisamente com Lula e Dilma, quando milhões saíram da miséria e o Brasil dei-xava o Mapa da Fome.

O jornal também estimula o leitor a uma análise crítica sobre o cenário mundial e en-tender quem manda, mas, diferentemen-te dos grandes meios de comunicação, sob a ótica do trabalhador. Ao longo desses 28 anos, O Bancário tem denunciado os abusos do poder econômico. Do sistema financei-ro, dos latifundiários, das multinacionais, da falta de responsabilidade com a redução das desigualdades sociais. Um jornal produzido sob a perspectiva classista da história.

Congresso da Feebna próxima semana

O 14º Congresso da Federa-ção dos Bancários da Bahia e Sergipe está chegando. O evento acontece no Hotel Portobello, em Salvador, nos dias 9 e 10 de dezembro. Es-tarão em pauta a realidade da categoria e a situação política e econômica do país.

O evento também vai defi-nir o plano de luta dos traba-lhadores, aprovar as diretrizes

da atividade sindical da enti-dade e eleger a nova diretoria para o triênio 2018-2021, com representantes dos 12 sindica-tos filiados.

Os delegados eleitos nas ba-ses das entidades da Bahia, Sergipe, Camaçari, Vitória da Conquista, Irecê, Extremo Sul, Juazeiro, Jacobina, Jequié, Fei-ra de Santana, Ilhéus e Itabuna participam do congresso. Na mesa, políticas de

prevenção dos bancáriosA COMISSÃO Bipartite de Acompanhamento da Cláusula de Prevenção de Conflitos no Ambiente de Trabalho, prevista na cláusula 58 da CCT (Conven-ção Coletiva de Trabalho), se re-úne hoje para dar continuidade às negociações do instrumento para transformar o ambiente de trabalho mais saudável, sem assédio moral, adoecimentos e

acidentes de trabalhos.Além disso, a elaboração do

questionário de avaliação do PCMSO (Programa de Contro-le Médico de Saúde Ocupacio-nal) é um dos objetos da reu-nião entre a Comissão Bipartite de Saúde do Trabalhador e Fe-naban (a Federação Nacional dos Bancos), que acontece ama-nhã, às 15h.

OS FUNCIONÁRIOS do almo-xarifado da Desenbahia sofrem com a falta de estrutura no ambiente de trabalho. As con-dições insalubres dificultam o trabalhador a exercer as funções de maneira digna.

Em visita ao local, localizado na 1ª garagem do prédio, o diretor do Sindicato dos Bancários da

Bahia, Jovelino Sales, constatou que os dois aparelhos de ar-condicionado estão quebrados, o que compromete a saúde dos trabalhadores.

O Sindicato está atendo à si-tuação e solicita o conserto ime-diato dos equipamentos para melhoria das condições de tra-balho dos funcionários.

Funcionários sofrem na Desenbahia

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o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, segunda-feira, 27.11.2017 3REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Centrais aprovaram greve geral para barrar a propostareDAçãO [email protected]

Brasil vai parar dia 5 pela aposentadoria

O BRASIL vai parar em defesa da aposentadoria e dos direitos do povo brasileiro. A greve nacional será no dia 5 de dezembro. Ao mesmo tempo, todo cidadão deve pressionar deputados e senadores contra a reforma da Previdência.

No Congresso Nacional, o clima não é dos melhores. Tem muito parlamentar que, de olho nas eleições de 2018, está com medo de votar pela reforma. Portanto, há chances de os tra-

balhadores barrarem a votação, mesmo com o jogo sujo feito por Michel Temer e aliados que torram o dinheiro público para acabar com a aposentadoria.

“Sem pudor, o governo faz uma campanha publicitária sór-dida, que mente descaradamen-te para o povo”, destaca o presi-dente da CTB, Adilson Araújo. Além de gastar R$ 99 milhões em propaganda para dizer que a reforma da Previdência é boa, Temer vai liberar, pelo menos, R$ 14,5 bilhões para comprar o apoio de parlamentares, gover-nadores e prefeitos. Detalhe, o valor ainda pode aumentar.

A definição da greve foi tomada na sexta-feira, durante reunião das centrais sindicais, inclusive CTB.

Em apenas dois dias, Temer reajusta gasolina em 7%SE DEPENDER do governo Temer, o fim de ano dos brasi-leiros será de bolso vazio. Só a gasolina leva boa parte do salá-rio. Toda semana, o valor é rea-justado nas refinarias da Petro-bras. Para se ter ideia, em dois dias foram duas altas. A primei-ra de 5,1%. A segunda de 1,9%. Ou seja, em apenas 48 horas, o combustível aumentou 7%.

Essa é a quarta alta sema-nal consecutiva. Desde julho, os reajustes somam absurdos 25,9%. Na grande mídia, Mi-chel Temer faz pouco caso. Diz que o brasileiro “vai compre-ender”. A declaração soa como um deboche.

Na última semana, o preço médio da gasolina nos postos atingiu recorde anual e chegou a R$ 3,966 por litro. A informa-ção é da ANP (Agência Nacio-nal do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

O preço cobrado nas refina-

rias é o pago pelas distribuido-ras, mas os postos de combus-tível têm liberdade para decidir se repassam o reajuste aos con-sumidores. Como ninguém quer perder nada, claro que é o trabalhador quem paga.

Santander quer pressa na reforma da Previdência

Anúncio de ocasião

OS BANCOS privados exploram o trabalhador com um único propósito: aumentar o lucro. O presidente da filial brasileira do Santander, Sérgio Rial, defende a reforma da Previdência.

O motivo do interesse é o ca-pital, que será ainda maior com a venda de planos de Previdên-cia privada.

O governo e os parceiros neo-liberais, composta por banquei-

ros como Henrique Meirelles (Original) e Ilan Goldfajn (Itaú), alegam que a reforma ajudará a reestruturar a economia e o co-lapso das contas públicas.

E o déficit previdenciário, tão falado pelos defensores da refor-ma, não existe. A mentira conta-da tem o objetivo de ampliar os planos do neoliberalismo e invia-bilizar a aposentadoria, para pre-judicar ainda mais o brasileiro.

exploração nas bombas de gasolina

Presidente do Santander cola com Temer para vender reforma da Previdência

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o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, segunda-feira, 27.11.20174

SAQUE

BRASIL

mais de 4 milhões passaram para as camadas D e eANA BeATriz [email protected]

Com a crise, classe média reduz muito

faBio rodrigueS pazzeBom - aBr

ARENA Excelente a declaração da senadora Kátia Abreu (TO), expulsa do PMDB por criticar Temer, se opor ao golpe e às re-formas neoliberais. “O partido resolveu, definitivamente, sair do MDB e entrar na Arena”. A alegação oficial é quebra do código de ética. A expulsão teria sido exigida por Cunha e Geddel, pre-sos pela Polícia Federal por corrupção e formação de quadrilha.

PRÓXIMO A decisão já teria sido tomada pelos cardeais do PMDB - Temer, Jucá, Padilha, Moreira, Henrique, Cunha e Ge-ddel -, todos investigados e/ou presos pela Polícia Federal. O próximo a ser expulso do partido é o senador Roberto Requião (PR), pelos mesmos motivos de Kátia Abreu (TO), ou seja, se opor ao golpismo e a Temer.

TRAJETÓRIAS Em artigo no site Brasil247, a jornalista Tere-za Cruvinel comenta, com competência, as trajetórias, em sen-tidos totalmente opostos, da vida política de Kátia Abreu (TO) e Marta Suplicy (SP). A primeira vai das oligarquias rurais à de-mocracia social, enquanto a segunda abandona as forças popu-lares e se entrega ao golpismo. Bom texto.

MELHOR Se confirmada a notícia de que teria desistido da candidatura à presidência da República, Luciano Huck terá to-mado uma das decisões mais inteligentes da vida. Dele, é claro. Nunca foi político, está despreparado para o desafio, teria a vida e intimidades expostas. Enfim, poderia comprometer até mesmo a carreira, sem dúvida exitosa, de apresentador de televisão. A família sempre foi contra a ideia.

EMPURRADA Somente depois de muita pressão, inclusive do constrangimento de só ter se pronunciado dois dias após manifesto público com mais de 230 assinaturas de advogados e juristas, é que a OAB resolveu apoiar a destruição das gravações ilegais no escritório de advocacia responsável pela defesa do ex--presidente Lula. Mais um abuso do juiz Sérgio Moro. O caso ganhou repercussão internacional.

RECUO Outrora uma das principais ferramentas em defesa da democracia e dos interesses populares, nos últimos anos a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) tem se notabilizado por po-sições conservadoras. Inclusive, foi signatária do impeachment sem crime de responsabilidade da presidenta Dilma Rousseff, artifício que materializou o golpe jurídico-parlamentar-midiá-tico do ano passado.

NO MUNDO, a classe média cresce e é composta por mais de 3 bilhões de pessoas, o que cor-responde a 40% da população global. No Brasil, o cenário é outro. Após uma crescente en-tre 2000 e 2014, o número de fa-mílias do segmento C despenca. Mais de 4 milhões passaram às classes D e E, entre 2015 e 2016.

A classe média brasileira só deve retornar ao patamar de 2014 em 2023, aponta estima-tiva da Tendências Consultoria Integrada. À época, 28% dos la-res tinham renda mensal entre R$ 2.302,00 e R$ 5.552,00.

A projeção revela ainda que enquanto a renda total da clas-se C vai aumentar a uma média anual de 2,3% até 2026, no caso dos mais ricos a velocidade é maior, de 3% para os rendi-mentos totais. A classe média, entre 2003 e 2014, tinha cresci-mento de 6%.

No Brasil de Temer, a clas-se média parece ter sido jogada para escanteio. O país, que an-tes era considerado um exemplo de combate à miséria e às de-sigualdades, vive um triste re-trocesso. O projeto neoliberal fez com que milhões de pessoas voltassem a viver abaixo da li-nha da pobreza.

Enquanto a camada mais po-bre da sociedade sofre, os endi-nheirados seguem beneficiados. Segundo a ONG Oxfam, os 5% mais ricos detêm a mesma fatia de renda que os demais 95%.

Com Temer, jovens sofrem desempregadosOS INDICADORES da OIT (Organização Internacional do Trabalho) apontam que 29,9% dos brasileiros com menos de 25 anos estão sem trabalho. O per-centual é duas vezes maior do que a média mundial (13,1%), além de ser o maior patamar atingido nos últimos 27 anos.

A situação brasileira só é equivalente às taxas registradas

nos países árabes. Entre as mais de 190 economias avaliadas pela OIT, 36 têm uma situação pior do que a do Brasil para os jovens.

Na Síria, por exemplo, a taxa de desemprego nessa faixa é de 30,6% e no Haiti, de 34%. Po-rém, o contraponto é que os respectivos países são conside-rados pobres, enquanto o Brasil situa-se entre os emergentes.

Ou seja, o governo Temer, com as más decisões adminis-trativas que precarizam a vida de milhões de brasileiros, co-labora para uma considerável desaceleração. Entre os fatores que contribuem para a realida-de cruel, estão a queda no cres-cimento da economia brasileira, a informalidade e as incertezas de investimentos.

Classe média, que

teve uma crescente

entre 2000 e 2014,

despencou. resultado

da crise

Falta esperança para os jovens