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22 ESPECIAL OBJETO Maravilha Criada nos ANOS 40, a personagem dos quadrinhos que virou ícone de beleza e sensualidade acabade ganhar uma adaptação para o cinema. É a primeira vez que um longa sobre uma SUPERHEROÍNA é produzido por um grande estúdio – ao contrário do que acontece com colegas como Homem Aranha, Batman e Super-homem, que têm dezenas deles. Será o reflexo da luta por protagonismo feminino em Hollywood ou mais um reforço da imagem HIPERSEXUALIZADA da mulher de shortinho? Marie Claire investiga o fenômeno e mostra como a figura evoluiu ao longos dos tempos POR FERNANDA MOURA GUIMARÃES

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O B J E T O Maravilha

Criada nos ANOS 40, a personagem dos quadrinhos que virou ícone de beleza

e sensualidade acabade ganhar uma adaptação para o cinema. É a primeira

vez que um longa sobre uma SUPERHEROÍNA é produzido por um grande

estúdio – ao contrário do que acontece com colegas como Homem Aranha,

Batman e Super-homem, que têm dezenas deles. Será o reflexo da luta por

protagonismo feminino em Hollywood ou mais um reforço da imagem HIPERSEXUALIZADA da mulher

de shortinho? Marie Claire investiga o fenômeno e mostra como

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QUAS EST IM VOLUPTATECTO DOLUM VOLORERRO TEMPORPORIAE VOLUPTAT DOLOREIUM COMNIS DENDUNT FUGIA NONET ULPAPERROREM POREPUDAM QUE NIS QUAS ALIQUIATUR ACEPERUM REMPORUM RE EATUR? ATIOREP EREMOLESTIS ARUM FACEPED MA SUNTI OFFICIE NITATUR?

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JESSICA JONESQuando um inimigo chega à cidade, faz com que Jessi-

ca Jones (Krysten Ritter) lide com o passado e seus su-

perpoderes esquecidos

SUPERGILA personagem Kara Zor-El (Melissa Benoist), prima do

Super-Homem, decide assu-mir seus poderes para com-

bater os criminosos

h e r o i n a s n a t v

No filme Mulher Maravilha, que será lançado este mês nos Estados Unidos, Diana – interpretada pela is-raelense Gal Gadot – vê um homem pela primeira

vez quando um piloto do exército, Steve (Chris Pine), cai de avião na ilha onde mora. A garota vive em um socieda-de exclusivamente feminina e não sabe que, do outro lado do mundo, a Primeira Guerra Mundial arrasa a Europa. Ao descobrir seus superpoderes, assume o papel de heroína.

Há 76 anos, no auge da Segunda Guerra Mundial, em 1941, o desenhista William Moulton Marston apresentava a perso-nagem ao universo HQ. Até então, não havia protagonista mulher nos quadrinhos, um universo historicamente machis-ta. “A Mulher-Maravilha foi inspirada pelas ideias que deram origem ao movimento feminista, como equidade de gênero e direitos políticos”, afirma Jill Lepore, historiadora de Har-vard e autora de The Secret History of Wonder Woman. Forte e independente, a figura era a favor da paz, lutava por pro-letários em greve e contra maridos dominadores. Em uma cena famosa dos quadrinhos, um namorado pergunta: “An-jo, quando é que vamos nos casar?”. Ela responde: “Apenas quando o mal e a injustiça desaparecerem da Terra”.

GIRL POWER Autor de Wonder Woman Unbound: The Curious History of the World’s Most Famous Heroine um dos livros mais populares sobre a Mulher Maravilha, o escritor Tim Hanley conta que a personagem inspirou várias gerações. A mais fa-mosa talvez seja a feminista americana Gloria Steinem, que, em 1972, dedicou a capa inaugural da revista militante Ms. à heroína, sob o título: “Mulher Maravilha para presidente”. O editorial celebrava o ativismo da personagem. Mas, da mes-ma forma que teve o poder de ser exemplo para muitas mu-lheres, desagradou outras. Principalmente por sua represen-tação física, com roupas justas, botas de couro de cano al-tíssimo, corpo curvilíneo e seios grandes. A imagem reflete muito mais um fetiche masculino do que a força e o poder

A ATRIZ LYNDA CARTER MARCOU SUA CARREIRA COM A SÉRIE AS NOVAS AVENTURAS DA MULHER MARAVILHA, SUCESSO NO FINAL DOS ANOS 70. E POPULARIZOU AINDA MAIS A IMAGEM DA SUPERHERÓINA NA TV

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de garotas de verdade. Sem contar o modelo intangível de mulher que representa, competente em todas as esferas so-ciais, inclusive a afetiva. E sempre encontra um par român-tico incrível. Os bonitões Batman e Super-homem também já se apaixonaram por ela. “Essa é uma crítica recorrente às super-heroínas: sempre jovens, magras e convencionalmente belas”, diz Roberta Garrett, professora de estudos culturais e gênero da University of East London. Um exemplo emblemá-tico é a polêmica que aconteceu ano passado com a ONU. A personagem foi “nomeada” Embaixadora Honorária para o Empoderamento das Mulheres da Organização. Dois me-ses depois, uma petição assinada por mais de 45 mil pes-soas, que alegavam que a escolha reforçava a objetificação da imagem feminina, fez com que fosse destituída do cargo.

Lynda Carter, a atriz que interpretou o desenho na série As Novas Aventuras da Mulher Maravilha, sucesso no final dos anos 70, foi indiretamente responsável por aumentar a discussão entre feministas e entusiastas da heroína. Nunca entraram num consenso, mas começou aí uma nova obses-são em relação a ela: sua influência na moda e na beleza.

ÍCONE FA SHION Muitos os designers se inspiraram em seu visual para criar produtos e até coleções inteiras. Jean Paul Gaultier relança este mês um de seus perfumes mais clássicos, que leva o próprio nome, com a roupagem da Mulher Mara-vilha. Ano passado, a Valentino dedicou uma coleção-cáp-sula à heroína. Em 2011, a gigante de maquiagem MAC criou uma edição limitada de produtos inspirados na personagem.Apesar do apelo comercial, levaram quase 80 anos até Won-der Woman ser protagonista em Hollywood. “O problema é o machismo da indústria”, diz Tim Hanley. “Há uma cren-ça ultrapassada que protagonistas femininas não vendem. Esse longa e outros lançamentos como Captain Marvel em 2019 (filme com uma heroína no papel principal) mostram que o mercado está mudando. Ainda bem”, finaliza. A res-ponsabilidade em dar vida a um ícone desafiou Gal Gadot. “Me sentia como uma menina olhando para o Monte Everest tentando descobrir a melhor maneira de alcançar o topo.”

O filme, aliás, é um caso peculiar em Hollywood, onde a predominância masculina está não só à frente mas também por trás das câmeras. Protagonizado, dirigido e produzido por mulheres – Patty Jenkins é a primeira da história a co-mandar uma produção de super-heróis e apenas a segunda a dirigir um longa com orçamento de mais de US$ 100 mi-lhões –, Mulher Maravilha é um exemplo da força feminina que seu criador William Marston sempre defendeu. “Ela é a propaganda para o novo tipo de mulher que, acredito, de-ve dominar o mundo”, disse. E governá-lo foi justamente o que fez: a heroína foi eleita presidente dos Estados Unidos em uma edição dos quadrinhos de 1943 – porém apenas no ano de 3004. Esperamos que, pelo menos nas telas, o final

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