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Page 1: O ATENDIMENTO AOS USUÁRIOS COM CONDIÇÕES … · Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB). Os dados foram oriundos do banco de dados

O ATENDIMENTO AOS USUÁRIOS COM CONDIÇÕES CRÔNICAS DE

SAÚDE NA ATENÇÃO BÁSICA NO NORDESTE BRASILEIRO: DADOS DO PMAQ-AB

Marcelo Augusto Ferraz Ruas do Amaral Rodrigues1*

Ana Lívia Moreira Gomes2

Francelena de Sousa Silva3

Mônica Araújo Batalha4

Waleska Regina Machado Araújo5

Yonna Costa Barbosa6

Introdução: as doenças crônicas não transmissíveis representam a principal causa de morbimortalidade no Brasil. Em 2007, por exemplo, 72% das mortes ocorridas foram

atribuídas a elas1. Essa realidade tem demandado a implementação de políticas públicas

voltadas ao controle e à garantia de maior qualidade de vida à população acometida. Neste cenário, a Atenção Básica, por meio das unidades básicas de saúde, assume papel

fundamental na identificação diagnóstica e na coordenação do cuidado2. Analisar as ações

executadas, por meio da percepção dos usuários, permite aos gestores e profissionais de saúde identificar as dificuldades e gargalos inerentes ao processo assistencial, além de adaptarem os processos às diretrizes governamentais estabelecidas. Objetivo: caracterizar o atendimento realizado aos usuários com condições crônicas de saúde na atenção básica no Nordeste brasileiro. Descrição metodológica: trata-se de um estudo transversal, descritivo, de abordagem quantitativa, baseado no 1º ciclo de Avaliação Externa do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB). Os dados foram oriundos do banco de dados disponibilizado pelo Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde, estruturado a partir de entrevistas face a face com os usuários das unidades básicas de saúde (cujas equipes optaram pela adesão ao PMAQ-AB); localizadas em todos os estados da região Nordeste do Brasil entre os meses de junho de 2012 a março de 2013. Foi aplicado o terceiro módulo do Instrumento de Avaliação Externa do Saúde Mais Perto de Você – Acesso e Qualidade, para 21.556 usuários presentes no dia da avaliação externa (em cada unidade de saúde eram entrevistados quatro usuários). Desses, 6.762 referiram ser portadores de hipertensão arterial sistêmica

e/ou diabetes mellitus. Não foram incluídos os usuários que relataram ser a primeira vez de comparecimento à unidade de saúde, os que referiram que o último comparecimento havia ocorrido há mais de 12 meses, ou os que tinham consultado com algum profissional de saúde no dia da entrevista. A análise dos dados foi feita por meio da estimação das frequências absolutas e relativas, além da elaboração de tabelas de contingência, utilizando-se o pacote estatístico STATA 12.0. O estudo do PMAQ-AB foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), sob o número de ofício 38/12 em 10 de maio de 2012. Resultados: dos 6.762 indivíduos entrevistados, a maior parte residia nos estados da Bahia (26,15%), Pernambuco (19,59%), Ceará (16,74%) e Paraíba (10,62%). O percentual de indivíduos que só tinham hipertensão arterial sistêmica foi de 74,13%, e dos que só tinham diabetes, 7,69%; 1229 usuários informaram possuir as duas comorbidades. Com relação às características socioeconômicas, 78,38% eram do sexo feminino; 33,01% com idade acima dos 60 anos; 56,36% se autoclassificaram como pardos; 64,39% sabiam ler e escrever e 43,43% recebiam bolsa família. No tocante à utilização dos serviços, 72,39% afirmaram que a equipe sempre buscava resolver as suas necessidades na própria 1*

Enfermeiro – Mestre - Programa de Pós–graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Maranhão, [email protected] – Relator; 2Enfermeira – Especialista – Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação.

3Enfermeira – Mestre e doutoranda - Programa de Pós–graduação em Saúde Coletiva da

Universidade Federal do Maranhão. 4Nutricionista - Mestre - Programa de Pós–graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do

Maranhão; 5Farmacêutica - Mestre - Programa de Pós–graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal

do Maranhão; 6Enfermeira - Mestre - Programa de Pós–graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do

Maranhão.