o arco não atingido por uma só flecha

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Letras de Hoje. Porto Alegre, v. 42, n. 2, p. 173-189, junho, 2007 LETRAS DE HOJE LETRAS DE HOJE LETRAS DE HOJE LETRAS DE HOJE LETRAS DE HOJE Inovação e responsabilidade social no discurso da universidade empreendedora Sebastião Josué Votre UFF-UGF 1 Introdução O Brasil tem grandes desafios no século XXI, dentre os quais sobressaem impulsionar o desenvolvimento nos bolsões de pobreza que se verificam nas diversas regiões geográficas e diminuir a desi- gualdade entre pobres e ricos, possibilitando a geração e distri- buição mais eqüitativa da riqueza. Um dos meios mais seguros para alcançar esses objetivos é inovar e incrementar a educação da juventude. Para chegar ao alcance desse objetivo, concebemos uma universidade comprometida com o empreendedorismo e com a ino- vação, socialmente responsável, antenada com as pressões, ne- cessidades e indicações do mercado de trabalho e da comunidade em que se insere. Para se tornar empreendedora, a universidade precisa afirmar-se no espírito da lei da inovação e da lei do bem. A lei de inovação 1 facilita a interação entre as universidades, instituições de pesquisa e o setor produtivo, estimulando o de- senvolvimento de produtos e processos inovadores pelas empresas brasileiras. A lei estimula a constituição de ambiente propício a parcerias entre universidades, institutos tecnológicos e empresas; favorece a participação de institutos de ciência e tecnologia no processo de inovação e propicia a inovação na empresa. A lei do bem 2 tem como objetivo central o estímulo à pesquisa e ao desen- volvimento, encorajando o emprego na área e induzindo à criação de micro e pequenas empresas formadas por pesquisadores. A Lei 1 A Lei da Inovação é de 2 de dezembro de 2004, regulamentada pelo Decreto 5.563, de 11 de outubro de 2005. 2 A Lei do Bem tem a referência 11.196/2005.

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  • Letras de Hoje. Porto Alegre, v. 42, n. 2, p. 173-189, junho, 2007

    LETRAS DE HOJE LETRAS DE HOJE LETRAS DE HOJE LETRAS DE HOJE LETRAS DE HOJE

    Inovao e responsabilidade socialno discurso da universidade

    empreendedora

    Sebastio Josu VotreUFF-UGF

    1 IntroduoO Brasil tem grandes desafios no sculo XXI, dentre os quais

    sobressaem impulsionar o desenvolvimento nos bolses de pobrezaque se verificam nas diversas regies geogrficas e diminuir a desi-gualdade entre pobres e ricos, possibilitando a gerao e distri-buio mais eqitativa da riqueza. Um dos meios mais seguros paraalcanar esses objetivos inovar e incrementar a educao dajuventude. Para chegar ao alcance desse objetivo, concebemos umauniversidade comprometida com o empreendedorismo e com a ino-vao, socialmente responsvel, antenada com as presses, ne-cessidades e indicaes do mercado de trabalho e da comunidadeem que se insere. Para se tornar empreendedora, a universidadeprecisa afirmar-se no esprito da lei da inovao e da lei do bem.

    A lei de inovao1 facilita a interao entre as universidades,instituies de pesquisa e o setor produtivo, estimulando o de-senvolvimento de produtos e processos inovadores pelas empresasbrasileiras. A lei estimula a constituio de ambiente propcio aparcerias entre universidades, institutos tecnolgicos e empresas;favorece a participao de institutos de cincia e tecnologia noprocesso de inovao e propicia a inovao na empresa. A lei dobem2 tem como objetivo central o estmulo pesquisa e ao desen-volvimento, encorajando o emprego na rea e induzindo criaode micro e pequenas empresas formadas por pesquisadores. A Lei

    1 A Lei da Inovao de 2 de dezembro de 2004, regulamentada pelo Decreto 5.563,de 11 de outubro de 2005.

    2 A Lei do Bem tem a referncia 11.196/2005.

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    do Bem define inovao tecnolgica, no artigo 17, como a concepode novo produto ou processo de fabricao, bem como a agregaode novas funcionalidades ou caractersticas ao produto ou processoque implique melhorias incrementais e efetivo ganho de qualidade,resultando maior competitividade no mercado.

    Na rea de Letras, h uma espcie de simbiose entre produtos eprocessos, no sentido de que as novas tecnologias sociais envolvem,simultaneamente, objetos e suas funes. Assim, falamos em obrasde referncia, manuais e livros-texto, em que se formalizam osprocedimentos de leitura e escrita, as estratgias de produo deprojetos e programas, resenhas e relatos de pesquisa.

    A democratizao do ensino superior, com novas alternativasde acesso formao acadmica mais aprimorada, vem provocandomudanas e desafiando os pesquisadores para a responsabilidadesocial de sua profisso, com demanda de materiais de ensino queincorporem novos procedimentos e estratgias de ensino e apren-dizagem. O ensino universitrio, em acelerado processo de expan-so (BROCK; SCHWARTZMAN, 2005), v-se a braos com a faltade materiais de orientao para a leitura e a escrita acadmica,adequados aos interesses, s dificuldades e ao nvel de maturidadedos novos graduandos, que agora tm oportunidade de ingressarno ensino superior, graas aos novos mecanismos de acesso,oferecidos pelo governo. A produo pode parecer farta, mas otrabalho com alunos da graduao mostra que a mesma no estfocalizada nas caractersticas da interpretao e da escrita dagraduao, nem suficientemente malevel para atender sdiferentes subreas do conhecimento. Faltam manuais prticos deensino, adequados ao perfil desses novos personagens da gra-duao. H carncia de textos impressos e eletrnicos com orien-tao segura, que facilitem e promovam o desenvolvimento deestratgias de domnio do registro escrito padro. Parte dessacarncia traduz-se no volume de materiais que so xerocados nosistema escolar, o que fere os direitos autorais, desfavorece a pro-duo de porta-textos adequados s caractersticas de cadacomunidade discente, alm de desmotivar a leitura. Outra mani-festao da carncia refere-se s dificuldades com que se deparamalunos e docentes, na confeco de trabalhos de concluso de curso,nas diferentes reas de conhecimento, por falta de guias prticos eseguros. A lacuna aqui referida sndrome do descompasso entre aproduo de materiais instrucionais e a democratizao do ensino,com o aumento substancial da matrcula universitria.

    O hiato aqui centrado na rea da linguagem se faz sentirentre a demanda e a oferta de manuais, nas diferentes reas de

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    conhecimento, superando as propostas subjetivas, marcadas noraro por amadorismo. Portanto, o tema relevante para professorese alunos, pelo servio de suporte para o ensino da leitura e daredao e para avaliao dos procedimentos de leitura e escrita quese propem atender a interesses, projetos e necessidades dos par-ticipantes dos diferentes cursos de graduao (de humanas, biom-dicas e tecnolgicas, bem como os de natureza interdisciplinar).Nesse contexto, cabe a cada instituio de ensino proceder a umsociodiagnstico das dificuldades e expectativas de sua clienteladiscente e produzir materiais adequados para superar essas dificul-dades e atender a essas expectativas.

    Na melhoria dessa estante de suporte para novos procedi-mentos, venho colaborando, desde a dcada de 1970, com a pro-duo de materiais e propostas concretas de ensino da leitura e daredao, para os diferentes nveis de ensino, da alfabetizao aosuperior, tendo Letras de Hoje como primeiro veculo especial paraveiculao de idias. Partindo da prpria experincia na anlisesinttico-semntica do portugus, responsabilizei-me pela partereferente interpretao de textos, na obra coletiva intituladaLaboratrio de redao, publicada pelo MEC em 1978. Contribu comVilmar Votre em Escrita tcnica o vo da abelha, produzida para aITAUTEC na dcada de 1980, referente produo de manuais.Coordenei experimentos recentes, em Oficina da leitura e da escrita,com Mariana Nascimento, no Grupo de Estudos Discurso & Gra-mtica, implementada na graduao do Instituto de Letras da UFFem 2004 e 2005, para alunos da psicologia, da arquivologia, dojornalismo, do cinema, da publicidade e da propaganda. Nessasoficinas desenvolvemos procedimentos de leitura e escrita, bemcomo mtodos de produo, impresso e divulgao de textosindividuais e de coletneas. Resultaram cadernos de textos, com aproduo de cada aluno, ora em circulao.

    2 Metodologia e resultadosA anlise da forma do registro averigua em que termos os manuais

    preenchem os objetivos de ensinar leitura e escrita, privilegiando oregistro culto. A anlise do estilo verifica o grau de adequao dosporta-textos ao nvel de leitura dos graduandos. A anlise do contedodos textos privilegia o papel do contexto na anlise, avaliao, sntese,fichamento e resenha. Descreve em que termos os manuais do acessoaos recursos acadmicos para todos, respeitando as minorias tnicas,culturais, sociais e econmicas, sem descurar de outros tpicos denatureza identitrio-ideolgica, a exemplo de raa e gnero.

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    A partir das anlises acima formuladas, propem-se aes espe-cficas de leitura e escrita, que tomam como ponto de partida aforma do registro, o estilo e o contedo dos manuais disponveis,bem como as necessidades da comunidade graduanda. Propem-setambm aes interventivas, que se iniciam pela escolha de textosque se consideram adequados como ponto de referncia para exer-ccios da interpretao e da escrita acadmica. Comeam-se asatividades de leitura e escrita por textos da rea ficcional, moti-vadores de interesse para, aps o domnio das tcnicas de leitura eescrita desses materiais, proceder-se seleo de textos na reaacadmica propriamente dita. A opo inicial pelo texto ficcionaldeve-se ao fato de os alunos terem contato regular com essamodalidade de texto no grau mdio.

    A estratgia de trabalhar com textos ficcionais ou ancorados naexperincia ficcional foi testada nas oficinas de texto do grupo deestudos Discurso & Gramtica da UFF e do Laboratrio do Imaginrioe das Representaes Sociais da UGF, em 2005 e 2006. Em ambas,optou-se por uma proposta inovativa da arte de ler e de escrever(descrever, narrar e argumentar), transfervel para os outros tipostextuais (resumos, resenhas, relatos, artigos, monografias).

    Os graduandos que freqentavam aulas de leitura e escrita noInstituto de Letras da UFF provinham de cursos externos (arqui-vologia, biblioteconomia, cinema, jornalismo, matemtica, pedago-gia, propaganda, psicologia, publicidade, servio social e turismo).Na UGF, os experimentos contaram com alunos graduandos, queescreviam seu trabalho de concluso de curso e com mestrandos edoutorandos em educao fsica. Dos alunos da UFF resultaramcadernos de contos (VOTRE; NASCIMENTO, 2005), enquanto daUGF, alm das monografias de concluso de curso, resultou umlivro sobre literatura e esporte (VOTRE, 2006). A proposta dedomnio da leitura e escrita visava proporcionar aos alunos umamelhoria da sua capacidade de interpretar e de redigir, em interaocom o grupo, na forma de oficina. Os alunos familiarizaram-se comtextos de autores consagrados, lidos e analisados em casa e em sala,juntamente com os professores. Foram, ento, orientados a elaborartextos correspondentes a cada um desses textos motivadores, combase em sua experincia pessoal. Os professores envolvidos noprojeto participaram de cada fase, escrevendo seus prprios textos.

    A proposta de ensinar a leitura e a escrita acadmica atravs daleitura de obras de autores consagrados (como As meninas, de LigiaFagundes Telles) seguida de sugestes de produo de textosprprios e de alteraes estilsticas nesses textos, pelos alunos,enfatiza o enfoque comunicativo do ensino da lngua. O propsito

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    foi coordenar o processo de utilizao da lngua para expressoindividual, sendo a inovao psicossocial o enfoque sobre a ex-presso da pessoalidade. A oportunidade de explorar e exporassuntos da esfera individual contribuiu para o desenvolvimentoda auto-estima, para o crescimento acadmico e para a autonomiados estudantes como indivduos.

    O suporte terico para um programa de autoconstruo pelalinguagem funda-se em Stoer et alii (2004), que prope a cons-truo da identidade como um processo no qual a narrao e anarratividade assumem um papel central (p. 97). A oportunidadeoferecida aos graduandos faculta-lhes reivindicar um novo tipo decidadania, pensada atravs das diferenas e no das caractersticascomuns. Essa uma maneira de fazer com que as diferenas seassumam como sujeitos de um discurso sobre si prprias (p. 83).

    A primeira experincia de textualizao se fez sobre a prpriavivncia dos alunos. O projeto enquadrou-se na perspectiva darecontextualizao pedaggica, proposta por Basil Bernstein (1999,2004), segundo a qual a escola que transforma a que oferece aosalunos oportunidade para reinveno, contexto e condies paraque expressem suas subjetividades, manifestem sua rebeldia oudiferena, evidenciem, sem represso ou restrio, seu pertenci-mento a novas ontologias sociais.

    Os alunos da primeira turma de oficina de textos foram instadosa indicar exemplares de textos motivadores de interesse, com que jtinham tomado contato e que consideravam dignos de ser lidos etomados como ponto de referncia. Privilegiaram-se crnica, contoe romance de autores consagrados, que eles j leram e/ou gostariamde ler, discutir e ter como exemplo para a prpria produo escrita.Fez-se a seleo de cinco crnicas, dois contos e um romance, comoobjeto de leitura e anlise e como parmetro formal a ser seguido.Entre as crnicas, constavam O despertar da montanha, de PauloMendes Campos; Atitude suspeita, de Lus Fernando Verssimo ePor no estarem distrados, de Clarice Lispector. Entre os contos,O Alienista, de Machado de Assis; e Baleia, de GracilianoRamos. O romance eleito foi As meninas, de Lygia Fagundes Telles.

    A expectativa era aprimorar o ato de ler e liberar a faculdade deescrever, sendo os alunos orientados para que os textos produzidostivessem ressonncia com o estilo e as idias dos textos lidos eanalisados. Para dar conta desse grau de ressonncia, desenvol-veu-se um trabalho intermedirio de leitura, fichamento, sntese eresenha do texto-fonte, com ateno para os propsitos do autor,em relao s idias que apresenta e defende para o leitor; para avariao de estilo entre os diferentes personagens; as tcnicas de

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    dilogo; os modos de expressar o fluxo de conscincia dos perso-nagens e do autor; o vocabulrio tpico da poca em que o texto foiescrito; o imaginrio da poca; a ateno para o gnero, a etnia, onvel socioeconmico e outras variveis que se mostrassem rele-vantes.

    No primeiro mdulo de escrita, os alunos foram orientados paraa redao de uma crnica, preferencialmente voltada para umaspecto do seu cotidiano ou sobre sua experincia pessoal. Emseguida, elaboraram um conto que, em princpio era desenvol-vimento da crnica. O trabalho final foi uma sinopse ampliada deobra de mais flego, contendo o projeto detalhado da obra e umpiloto de desenvolvimento da mesma, com redao preliminar deum ou mais captulos, quadros ou partes. Essa obra podia ser dequalquer natureza: romance, teatro, pera, novela, poema, musical,programa radiofnico, documentrio, coletnea de entrevistasde elite, microssrie, autobiografia; enfim, tudo que se pudesseconfigurar como produo textual. Destaque-se, novamente, que osprofessores cumpriram todas as tarefas dos alunos e submete-ram seus textos ao mesmo sistema de anlise que se descreve emseguida.

    A verso preliminar da crnica, do conto e da sinopse ampliadafoi submetida a trocas sistemticas, com os pares, e a avaliao dosprofessores, com vistas a colher sugestes de melhoria. No final docurso, publicou-se um Caderno de crnicas e contos, organizado ediagramado pelos prprios alunos, com os nomes dos autores, osresumos dos textos e os prprios textos. Em seminrio final, cadaparticipante escolheu uma pgina de sua sinopse ampliada, paraleitura em voz alta, na forma de jogral.

    Nas turmas de mestrado e doutorado em educao fsica daUGF, as atividades foram encaminhadas no sentido de que cadaestudante, a partir de leituras de autobiografias sobre atividadeesportiva, formulasse uma crnica ou conto que desse conta de suaprpria experincia corporal, de natureza fsico-desportiva, que foianalisada e discutida com os pares. Os textos foram publicados nacoletnea Literatura e esporte, crnicas e contos de atividade fsico-desportiva, com suporte da FAPERJ. Foram distribudos nas escolasda rede pblica de ensino do Rio de Janeiro.

    A primeira avaliao que, em ambos os experimentos osalunos, aps essa experincia bem sucedida de leitura e escrita,viram recuperada ou consolidada sua auto-estima, pela compro-vao da capacidade de textualizar-se; passaram a escrever commais desenvoltura sobre temas de natureza acadmica, a descrever,narrar e argumentar com maior domnio das tcnicas de expresso.

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    Os textos produzidos a partir da experincia das oficinas, agorasobre tpicos mais tcnicos, relacionados s especificidades de cadacurso, revelaram-se mais coesos, coerentes e enxutos, mais fluentes,menos empolados.

    A partir do prprio experimento das oficinas, desenvolvem-se ese consolidam os procedimentos de leitura e escrita acadmica. Nocaso da leitura, alm dos procedimentos para interpretar, constamtextos selecionados para leitura e discusso, que privilegiem aclareza de exposio e as demais virtudes do texto tcnico. No daescrita, a vez dos procedimentos para ordenar as idias, organizaros pargrafos e selecionar itens lexicais. No item Procedimentos,apresenta-se uma verso-piloto para teste e implementao nasoficinas de textos no grau mdio e na universidade. Entende-se,conforme se afirmou acima, que a cada instituio de ensino cabedesenvolver suas prprias baterias de procedimentos.

    3 ProcedimentosEsta parte contm um exerccio de proposio e mediao

    propriamente dita. Contm orientao para sua leitura e produode textos acadmicos, em que propostas concretas para desenvol-v-los sero formuladas e discutidas. A expectativa que sirvamcomo ponto de referncia para ler e redigir, em linguagem acessvelaos membros da comunidade discente.

    Na rea da lingstica, so referncia os estudos sobre sintaxeda fala e da escrita, sobre influncias da fala na escrita em termosde transferncia dos modelos pragmticos para os sintticos e dacoexistncia dos estilos informal e formal. Na rea da interpretao,pe-se foco na anlise dos significantes que constituem esses textose dos significados que se lhes atribuem. Privilegiam-se as alter-nativas de anlise centradas no texto, com vistas a sua superaopor modos que combinem a participao efetiva do leitor, emdilogo com o autor/texto, levando em conta seu imaginrio e fami-liaridade com o ato de interpretar.

    O ato de interpretar repousa numa gama de estratgias deleitura, sntese e reformulao, de carter malevel e adaptativo, emque as circunstncias de cada situao operam com mais ou menosfora na leitura fina, que resulta das tentativas de ensaio-e-erro parapropor leituras-sntese do que se l. So referncias White (2001)com anlise das figuras da escrita acadmica (metfora, meton-mia, sindoque, ironia), como desvios para recriar a compreenso;Culler (1997), com propostas de anlise e estratgias para des-construir o sentido bvio, e supostamente transparente, para que

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    sentidos de sombra se projetem; Thiollent (1987), com a proposiode recursos de leitura para retardar, as concluses sobre o que se l,favorecer a reflexo e, num certo sentido, reduzir as categorias aomenor nmero possvel; Habermas (2001), com a proposta depredispor-se ao novo; Rorty (1994), com o projeto de interpretarcomo criar, como fabricar para a comunidade discursiva, mais doque descrever; Eco (1989 e 1997), com sua tese clssica, que propecentrar-se no texto, com base enciclopdica. Sugere-se que no hmodelo perfeito e que todos buscam captar e/ou estabelecer o realdo significado de cada texto. Atenua-se o grau de certeza doestudioso e salienta-se que ao ler, estamos inventando, criando algoque queremos ver testado por outros leitores crticos e tambmcriativos.

    3.1 Ementa bsica de procedimentos de interpretao e escritaA ementa bsica lista recursos, tcnicas e habilidades. Tcnicas

    e estratgias de leitura e de escrita, privilegiando oficinas deproduo textual. Exerccios de leitura compartilhada com textos,dos mais simples aos mais complexos. Etapas da produo do textoescrito, a partir dos informais, para os semiformais e os formais.Definio do gnero acadmico, com produo de resumos e rese-nhas, textos expositivos e argumentativos, projetos, relatrios, apre-sentaes, instrues e correspondncia profissional. Produo denarrativas lineares e complexas sobre relato de experincia oupesquisa, com ateno para foco narrativo, espao e tempo. Pro-duo, anlise e discusso de textos acadmicos, com nfase paramanuais, relatrios, projetos e textos institucionais. Estratgias paraconseguir clareza, preciso e conciso. O ensaio e suas modalidades.O texto crtico. O texto acadmico e suas convenes. Procedimentosde busca, sntese e avaliao de informaes em corpora fsicos eeletrnicos.

    3.2 Procedimentos para ler e redigir em estilo acadmicoA motivao para estes procedimentos provm de uma edio

    de trabalho elaborado em parceria com Vilmar Votre, em 1991. Napoca, escrevemos Escrita tcnica o vo da abelha, para engenheirose jornalistas da ITAUTEC. O texto ora organizado destina-se aparticipantes de oficinas de redao e interpretao de textos. Contacom partes inspiradas nas orientaes de Vilmar Votre aos alunosda Faculdade de Computao e Informtica da Mackenzie.

    O texto acadmico um texto tcnico. Posicione-se como umescritor tcnico e procure gerar um texto preciso, coeso e claro, a

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    servio do leitor. O texto deve ter comeo, meio e fim. No comeo,voc introduz uma idia; no meio, voc a desenvolve, apresentandoargumentos que a comprovem; no fim, voc faz uma conclusosobre a idia inicial. Na dissertao, no escreva perodos muitolongos nem muito curtos. Tambm no use expresses como euacho, ou eu penso, que mostram dvidas em seus argumentos.

    Na dissertao apresente e discuta fatos, dados e pontos de vistaacerca da questo proposta. Para tanto, use referncias externassempre que precisar reforar seu ponto de vista. Procure escreverde forma impessoal, evitando utilizar a primeira pessoa do singular,caso o trabalho seja individual; ou a primeira do plural, no caso detrabalhos em grupo.

    Separe o texto em pargrafos e em cada pargrafo discuta umnico assunto. Sem a definio de uma idia em cada pargrafo, aredao fica mal estruturada. Na primeira frase do pargrafo,indique o que vai discutir. Faa com que cada pargrafo mantenhaa unidade, discutindo a mesma idia. Se o tpico for sucinto, encerreo pargrafo, mesmo curto. Se for longo deixe claro que o pargrafoseguinte continue discutindo o mesmo tpico. Separe nitidamenteos pargrafos, inclusive com entrada e com espao em branco entreeles, propiciando uma pausa para descanso mental e visual ao leitor.

    3.3 Avalie o papel da dicotomia figura/fundoO modo como voc organiza seu texto determinado, em parte,

    por seus objetivos comunicativos e em parte pelo modo como vocpercebe as necessidades do seu interlocutor. O leitor espera que seutexto contenha uma parte central e outras partes perifricas. Comoautor, voc orienta o leitor para que interprete certos segmentos dotexto como centrais, e os demais como perifricos, pois identifi-camos mais prontamente as entidades que se apresentam em figura,em primeiro plano, bem recortadas e focalizadas, em oposio atudo o mais, que passa a ser percebido como pano de fundo, oucenrio.

    na narrativa que tal oposio se mostra mais explcita. Cons-titui-se em figura a poro do texto narrativo que apresenta a se-qncia temporal de eventos ocorridos, concludos, pontuais, afir-mativos, sob a responsabilidade de um agente intencional. Em fundo,incluem-se as descries de estados, circunstncias de tempo, demodo, de finalidade ou de comentrios avaliativos, bem como deaes que concorrem com as seqncias de aes da figura. Nadescrio e na argumentao, a figura anunciada atravs demecanismos como opo pelas oraes principais, pela ordenaovocabular (figura tende a vir em primeiro lugar, fundo em segundo)

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    e pela presena de mecanismos de destaque, com expresses comosobretudo, destaca-se, em primeiro lugar. O fundo opera como ncorapara a figura, que contm a informao nuclear. Portanto, o processode produo da informao desigual: as pores nuclearesprecisam de suporte e, portanto, ancoram-se em pores de fundo.Na prtica, as oraes principais se constituem como figura, en-quanto as subordinadas se caracterizam como fundo.

    O equilbrio na distribuio das construes de figura, em facede fundo, contribui para a elegncia, leveza e legibilidade dodocumento. Precisamos localizar a informao nuclear de formarpida e segura e, para isso, o processo de sua ancoragem emconstrues de fundo desempenha um papel crtico.

    3.4 Elabore sua resenha combinando estratgias de leitura e escritaQuem l resenha espera encontrar uma descrio sintetizada do

    contedo dos captulos ou partes em que se divide a obra, comreferncias teoria e ao modo de produo, com os tipos de provasque so apresentadas para sustentar os argumentos. Espera ava-liao sobre a relevncia da obra, do ponto de vista terico emetodolgico, bem como comentrios sobre coerncia entre a po-sio central e a explicao ou as ilustraes. Espera meno sobreo impacto das idias trabalhadas na obra sobre a produo deconhecimento do campo.

    O que justifica a resenha o mrito da obra: originalidade,contribuio para o desenvolvimento da cincia, quer por apre-sentar novas idias e/ou resultados, quer por utilizar abordagemdiferente e relevante. H espao para o louvor discreto e para asugesto construtiva. Cabe avaliar, julgar, emitir parecer, comcuidado e rigor, de modo a contribuir para a melhoria do conhe-cimento. O tamanho mdio de uma resenha corresponde a 2.000palavras.

    3.5 Elabore seu projeto como profissional da linguagemA elaborao do projeto de texto (de resenha, de pesquisa, de

    inovao ou de interveno) supe um roteiro, que aqui vai for-mulado em suas linhas fundamentais.

    Ttulo do projeto deve ser informativo, claro, com o mnimopossvel de metforas.

    Objetivo deve dizer o que se pensa conseguir, qual a mu-dana que se quer provocar, quais so os resultados esperados.

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    Relevncia passa a idia de que o mundo ser melhor, maisfeliz, mais pleno, com tal projeto.

    Referncias indica idias ou projetos que atuam como pontode referncia. Portanto, a primeira fase consiste em ler, ver, analisarprojetos disponveis, para depois construir o seu.

    3.6 Formule com propriedade cada parte do projetoDefina uma bibliografia mnima, como referncia. Essa biblio-

    grafia mnima deve mostrar que os textos escolhidos tm idiasrelacionadas ao seu trabalho. Podem ser hipteses, teorias oureflexes. S cite, dos textos, o que for relevante. Evite a erudiovazia, cite os autores com que voc concorda (total ou parcialmente)e mostre que vai produzir um trabalho em que contribui com asidias desses autores e que vai test-las em outro corpus.

    Sobre a organizao do corpus: selecione os informantes oudocumentos e referncias bibliogrficas que ajudem voc a testarseus objetivos, sua hiptese e seus instrumentos de trabalho. Se fortrabalhar com pesquisa qualitativa, com pessoas humanas, leve emconta o seguinte: demorado e cansativo coletar dados de fonteshumanas. Negocie, previamente, o local e data da coleta. Entre-vistar, alm disso, uma violao do espao do informante e umaviolncia, que pode ser atenuada se voc tiver testado seus instru-mentos com juzes.

    Sobre o teste dos instrumentos: elabore instrumentos breves,claros, antenados com os objetivos. Se sabe o que quer, faa questesfechadas, em que a opo do informante marcar uma ou maisalternativas. Evite questes longas, prolixas ou confusas. Evite,sobretudo, questo dupla, porque normalmente s a primeiraparte da mesma que respondida.

    Sobre o papel dos juzes: a produo responsvel do conheci-mento atividade coletiva. A fase de elaborao dos instrumentos crucial para a qualidade e a relevncia do trabalho. Escolha juzesque tenham experincia e vivncia na rea de seu estudo. Pea-lhesque avaliem a forma e o contedo do que voc est estudando. Paracolaborarem efetivamente, os juzes precisam saber do seu objetivono estudo.

    Sobre o uso de imagens, sons e de outros suportes para a pes-quisa: verifique o que h, sobre seu tpico, nos sites de busca, aexemplo do google acadmico, ou nos portais do governo, a exemplodos peridicos da CAPES, e na www.ufu.br, via Internet. Ao entrarnos sites de busca, a exemplo do google, veja o que existe sobre seutema. Recolha imagens sugestivas para ilustrar seu tpico. Ilustre-ocom fotos, filmagens, prospectos, volantes.

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    Sobre a anlise dos dados coletados: examine com ateno osdados que coletou e diga at que ponto seus objetivos esto sendo,ou podero vir a ser alcanados, com o aumento do tamanho daamostra. Veja se consegue utilizar os nomes dos autores que sele-cionou no item um deste documento. Se no, acrescente, l, osnomes que vai utilizar, aqui, para analisar seus dados.

    Sobre o relatrio final do piloto: escreva um relatrio sucinto,em que constem o projeto, com as partes que voc desenvolveu atagora, os instrumentos e uma breve avaliao sobre o que voc achaque deve ser mudado, na pesquisa propriamente dita. D-lhe oformato de trabalho acadmico. Controle a linguagem, o estilo, talqual se faz neste pequeno texto. Leia e comente trabalhos tcnicos,nos pontos que lhe interessam, no sentido de se familiarizar com oato de pesquisar.

    3.7 Domine a escrita acadmicaMantenha um estilo denotativo, objetivo, conciso, formal e

    corts, preciso e claro, coerente e leve.No rascunho, liste o que o texto deve conter.No resumo, apresente as idias bsicas do texto.Em cada seo, ponha os pargrafos em seqncia lgica e

    cronolgica.Em cada pargrafo, ponha os perodos em seqncia lgica e

    cronolgica.Em cada perodo, controle a densidade de informao e as

    intercalaes de circunstanciais: entre sujeito e verbo (todos ospassos, desde o primeiro at o ltimo, devem ser testados); entreverbo e objeto (o veneno destri, atravs da intoxicao secundria, aresistncia).

    Antes e depois da informao bsica, controle o uso de cir-cunstanciais (embora todos reclamassem disso, o juiz condenou ossenadores sem piedade; o juiz condenou os senadores, embora a gritafosse geral e a baianada o declarasse pai da provncia).

    Use a voz ativa (Vasco venceu o Botafogo e vs. Botafogo foivencido pelo Vasco e).

    Evite: nomes derivados de verbos (implementao, configu-rao); palavras desnecessrias e difceis (subseqente, perempt-ria, mormente); negativas duplas (nunca era ilegtimo, no falhou notexto); frases ambguas (o arco no foi atingido por uma s flecha, ofrango est pronto para comer); linguagem vulgar, gria, lugares-comuns (mo-na-roda, pra caramba, bacana, legal).

    Escreva perodos curtos. Elimine o excesso de pronomes rela-tivos e conjunes subordinativas.

  • Inovao e responsabilidade social... 185

    Escreva o que lhe vier cabea, mas apenas em rascunho; naverso final, verifique se cada palavra est utilizada com sentidoadequado.

    Use o professor como cobaia: veja se ele entende o que vocescreve.

    Verifique se qualquer pessoa entende o que voc escreve.Controle o uso da linguagem figurada.Cite com ateno. Os textos que so objeto de anlise interpre-

    tativa devem ser citados com razovel amplitude. Os textos deliteratura crtica s so citados quando, com sua autoridade, corro-boram ou confirmam a afirmao que voc faz (digam algo de novoou confirmem o que foi dito, com autoridade).

    Evite fazer cpias, como se fossem parfrases.No atribua a um autor uma idia que ele apresenta como sendo

    de outro.Repita os mesmos termos tcnicos, para os mesmos contedos,

    para manter preciso.Evite a repetio de idias, que evidencia falta de planejamento

    do texto.Evite o exagero de conectivos (conjunes e pronomes relativos)

    para no alongar perodos.Veja se pode pr um ponto onde est inclinado a pr uma vr-

    gula.Evite o emprego de verbos abstratos tais como implementar,

    circunscrever, interfacear, sistematizar.Evite o uso de palavras de enchimento, que em nada contribuem

    para a explanao, tais como: principalmente, basicamente. Nessalinha, em texto tcnico, poupe ao mximo possvel o uso de adje-tivos, que na maioria das vezes nada acrescentam.

    Evite coloquialismos, do tipo: s que, convenhamos.Cuidado com o emprego ambguo dos pronomes: seu, seus, sua,

    suas.Cuidado com as generalizaes: sempre, nunca, todo mundo, ningum.Seja especfico: utilize argumentos concretos, fatos importantes.No faa afirmaes que no pode provar, como: todo poltico

    corrupto.Evite o uso de palavras estrangeiras. Caso isso no seja possvel,

    utilize itlico, ou aspas, para destac-las e faa a traduo.Cuidado com o uso de conjunes: mas, porm, contudo so adver-

    sativas, indicam fatores contrrios; portanto e logo so conclusivas;pois explicativa e no causal.

    No deixe pargrafos soltos: faa uma ligao entre eles, ponhaelementos coesivos entre oraes e perodos.

  • 186 Letras de Hoje Votre, S. J.

    3.8 Siga os procedimentos da escrita acadmicaIdentifique o autor, ou autores, logo aps o ttulo do trabalho.

    Informe e-mail dos autores.Deixe claro e explcito o que voc est ilustrando, com exemplos

    completos.Controle com rigor a qualidade de seu prprio texto. Faa-o

    corts, formal, leve e conciso.Controle o tamanho de seu texto, que no deve ultrapassar o

    nmero de pginas especificado em cada caso.Controle a qualidade de seus exemplos, evitando frases

    ambguas ou inadequadas.Procure incluir no texto apenas os casos mais polmicos, que

    requerem mais ateno.No deixe escapar um s erro. Reveja concordncia, regncia,

    pontuao e seleo lexical.Cite as principais fontes de referncia do seu trabalho, segundo

    a ABNT.Se se tratar de trabalho em grupo, inclua entre os autores apenas

    os membros do grupo que efetivamente cooperaram na produodo trabalho.

    Numere os casos ou exemplos, segundo o modelo destes pro-cedimentos.

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