o apocalipse em toda a bíblia

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Primeira parte do livro O Apocalipse em Toda a Bíblia.Para adquirir, acesse: www.orlandodeoliveira.com.br Ou consulte: [email protected]

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    No espere encontrar aqui uma nova verso romanceada de Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse. O que se procura neste livro integrar o Apocalipse ao restante da Bblia, como uma s unidade, indissocivel. Isolado, no fim da Bblia, o Apocalipse , em parte, um enigma indecifrvel. Mas tambm sem o Apocalipse, centenas de textos dos profetas continuam carecendo de sentido. Interagindo, a luz incidindo reciprocamente, os textos e figuras ganham vida, e muitas e muitas verdades sairo do isolamento!

    Cada Bblia e tambm a sua tem um tamanho, que medido no em polegadas, mas pelo quanto de seu contedo compreensvel ao leitor. O livro que est em suas mos s tem o propsito de aumentar o tamanho da sua Bblia!...

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    PREFCIO

    I Para muitos cristos, se o livro do Apocalipse no existisse, no

    faria qualquer diferena.

    Seus simbolismos confundem e parecem nada acrescentar s verdades do restante do Novo Testamento, do qual como que se mostra totalmente desvinculado.

    Alm disso, depois das mensagens s sete igrejas, mesmo a palavra igreja no mais aparece, seno uma nica vez, no final, e s para confirmar o que j fora dito no incio a Joo, que todo o contedo do livro destinado s igrejas:

    O que vs escreve em livro e manda s sete igrejas....

    Ento, exatamente a est a sua importncia as igrejas so as destinatrias do livro.

    Mesmo recebendo uma mensagem cifrada, o livro pertence s igrejas.

    E cabe a elas procurar decodific-lo.

    II

    A pretenso deste estudo mostrar que, na realidade, o livro espelha um sem nmero de detalhes escatolgicos dispersos por toda a Bblia, dando-lhes sentido e inserindo-os nos fatos corres-pondentes.

    Nessa interao, tanto ganha luz o contedo do livro como as passagens que o esclarecem.

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    III

    O livro mostra, de incio, o Cordeiro rompendo os selos dos eventos mundiais.

    Ele o cavaleiro coroado que, montado em seu cavalo branco, com um arco na mo, saiu vencendo e para vencer.

    Assim, derramando flagelos sobre o mundo, ao tempo em que este persegue os santos, ele vai vencendo os seus inimigos, at a batalha final, contra Satans, o inspirador de todo o mal.

    Ento, aquele que criou os cus e a terra, vai desfaz-los e criar novos cus e nova terra, para morada dos seus remidos.

    Ento ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o taber-nculo de Deus com os homens. Deus habitar com eles. Eles sero povos de Deus, e Deus mesmo estar com eles.

    E lhes enxugar dos olhos toda lgrima, e a morte j no existir, j no haver mais luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras cousas passaram.

    Com essa mensagem, revelada a Joo, e destinada s igrejas, o Senhor as estimula a se manterem fiis em meio s tribulaes, para assim participarem com ele do triunfo final do Evangelho.

    Neste tempo, de mornido da Igreja no mundo ocidental, e de opresso, no mundo oriental, a mensagem do Apocalipse continua atual, como o foi no primeiro sculo e em todos os outros.

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    Antes de Joo, Paulo esteve l

    Conheo um homem em Cristo que, h catorze anos, foi arrebatado ao terceiro cu (se no corpo ou fora do corpo, no sei, Deus o sabe) e sei que tal homem (...) foi arrebatado ao paraso e ouviu palavras inefveis, as quais no lcito ao homem referir. (2Co 12.2-4)

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    O APOCALIPSE

    O livro

    Apocalipse significa revelao, e a sua introduo uma rese-nha da natureza do livro e de sua finalidade:

    Revelao de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as cousas que em breve devem acontecer e que ele, enviando por intermdio do seu anjo, notificou ao seu servo Joo, o qual atestou a palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo, quanto a tudo que viu.

    Bem-aventurados aqueles que leem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as cousas nela escritas, pois o tempo est prximo.

    Autor, local e data

    A revelao ao apstolo Joo foi feita enquanto estava exilado na ilha mediterrnea de Patmos. As datas mais provveis so as que coincidem com o reinado de Nero (54-68) ou de Domiciano (81-96), ambos perseguidores da Igreja, porque historicamente se enqua-dram nas condies do cap. 17.10.

    Destinatrio

    O livro foi dirigido a sete igrejas da sia (1.4). Elas esto simbolizadas pelos sete candeeiros, no meio dos quais est Jesus glorificado, tendo em sua mo direita sete estrelas, simbolizando os sete anjos das igrejas, os seus pastores. A eles so dirigidas mensagens do Senhor Jesus Cristo, que trazem reconhecimentos, repreenses, exortaes e promessas. As igrejas so estimuladas a

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    perseverar, e ao vencedor assegurado um galardo.

    Na verdade, o livro todo, que mostra a vitria final do reino de Deus, foi o grande estmulo s igrejas apostlicas, que j sofriam perseguies, bem como tem servido para manter viva a espe-rana e constante a perseverana da Igreja de Jesus Cristo, em meio s suas tribulaes, em todas as pocas, e assim haver de ser at o final dos tempos.

    Objetivo

    O objetivo mais elevado do livro exaltar a pessoa de Jesus, como disse o anjo a Joo: O testemunho de Jesus o esprito da profecia. (19.10), onde esprito significa objetivo Ele, que aparece glorificado, no incio, comanda as aes contra o reino das trevas, at que: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor Jesus Cristo, e ele reinar pelos sculos dos sculos. (11.15)

    A viso humanizada No preciso entender que nos cus existam livros, coroas,

    harpas, trombetas, taas, cavalos e guia voando. Tais figuras, con-tudo, so necessrias para descrio, comunicao e compreenso de uma realidade inefvel.

    A linguagem

    Ainda que seja possvel estabelecer alguns critrios para identificar a linguagem simblica e a literal, essa diferena tambm pode ser, em grande parte, percebida, desde que no se tenha qualquer ideia preconcebida e se faa valer o bom senso!

    A linguagem simblica

    A linguagem geral do livro simblica. A linguagem simbli-ca guarda uma ntima relao com a realidade.

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    Simblica ou implcita tambm a linguagem dos conflitos que envolvem o imprio ou relacionam Jesus Cristo ou os cristos a esses conflitos.

    Como o tempo era de perseguio, sob a ao de um impera-dor algoz da Igreja, uma linguagem clara exporia a Igreja a um risco ainda maior.

    Assim, Jesus est quase sempre descrito ou simbolizado como o Cordeiro, e tambm o cavaleiro Fiel e Verdadeiro, 19.11, o que est sentado sobre a nuvem, 14.14; o que se assenta no trono branco para julgar, 20.11. A Babilnia Roma; as sete cabeas da besta so os governantes de Roma; Sodoma e Egito simbolizam Jerusalm, 11.8.

    A linguagem literal

    Quando os eventos constam de outras partes da Bblia, em especial o Novo Testamento, supem-se reais, mesmo que faam uso de algum elemento simblico.

    Assim so aqueles ligados tribulao, aos sinais nos astros, ao arrebatamento e ao Juzo Final.

    Alm desses, se incluem as aes associadas s trombetas e s taas, normalmente punitivas.

    Uma advertncia severa

    No final do livro, h uma dupla advertncia, do prprio Senhor, sobre se fazer acrscimo s profecias ou suprimir algo delas:

    Eu (...) testifico: Se algum lhes fizer qualquer acrscimo, Deus lhe acrescentar os flagelos escritos neste livro; e, se algum tirar qualquer cousa (...) Deus tirar a sua parte da rvore da vida, da cidade santa e das cousas que esto escritas neste livro.

    Deve-se entender que tal violao tem mais a ver com o perigo de descontextualizar a profecia, para acomod-la a algum dogma da tradio eclesistica a que se pertena.

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    Os protagonistas a Igreja e Israel

    Pela promessa de um futuro glorioso, ainda que pelo caminho da tribulao, a Igreja e Israel so tratados no livro como protago-nistas do drama apocalptico.

    No obstante, as palavras igreja e Israel no aparecem, seno em partes que no envolvem o conflito.

    Referncias Igreja e Israel

    As referncias Igreja so geralmente subentendidas

    E so poucas. Assim, a tribulao, 7.9-14; e o arrebatamento, 14.16. Expresses que identificam a Igreja esto relacionadas ao fim da opressora Babilnia, 17-19.10: Jesus, suas testemunhas e os apstolos. O texto ainda adverte: Sai dela, povo meu; e celebra: So chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa j se ataviou.

    As referncias a Israel so geralmente explcitas

    So inmeras, entre outras: os 144 mil israelitas selados, 7.4; a arca da Aliana, 11.19; o monte Sio, 14.1; o Armagedom, 16.16; a nova Jerusalm, 21.2. Em 13.7, a besta vence os santos que, a julgar pelo texto paralelo de Dn 7.21, refere-se a Israel.

    Assim, o contexto geral do Apocalipse judaico.

    No final do livro, as igrejas so novamente referidas como destinatrias da revelao (22.16). Ento, a Noiva, mencionada aps a queda da Babilnia, surge, desejando a volta do Noivo:

    O Esprito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem! E a resposta do Noivo: Certamente, venho sem demora. Clama a Noiva, encarecendo: Amm. Vem, Senhor Jesus!

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    Para refletir As cartas que recebemos falam, em geral, menos de ns, e mais de outros. Mas, se somos os destinatrios, as cartas passam a nos pertencer e a elas precisamos dar o valor e a considerao que o missivista espera. Assim o Apocalipse.

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    A sequncia escatolgica no Apocalipse

    Usa-se o termo teolgico Escatologia para tratar dos eventos finais do reino de Deus, tendo como acontecimento central a segunda vinda de Jesus.

    s vezes, a morte fsica e o destino atual dos mortos so includos na definio.

    Embora os eventos escatolgicos se encontrem em muitas outras partes da Bblia, no livro do Apocalipse que eles acontecem de forma abrangente e sequencial.

    Nesse caso, o Apocalipse que servir de roteiro para o estudo da Escatologia, complementado por informaes de outros livros.

    A sequncia escatolgica nos livros sinticos e outros. Desdobramentos no Apocalipse

    Muito menos abrangente a sequncia dos eventos escato-lgicos nos evangelhos sinticos. Jesus se limitou a responder pergunta dos discpulos, quando referiu-se destruio do templo:

    Dize-nos quando sucedero estas cousas e que sinal haver da tua vinda e da consumao do sculo. (Mt 24.3)

    Basicamente, alm de se referir destruio prxima de Jerusalm, a sequncia final comea com o princpio das dores, segue com a grande tribulao, transtornos nos astros e termina com a segunda vinda e o Juzo Final.

    Quanto tribulao, possvel distinguir aquela que se refere propriamente a Israel (Mt 24.15-22) da outra que toca Igreja (24.9-14, 29-31).

    No Apocalipse, que segue a mesma ordem, cada um desses eventos tem os seus desdobramentos.

    Os dois exemplos a seguir ilustram essa diferena.

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    1. Quanto ressurreio dos justos e dos mpios

    No Evangelho, parecem simultneas

    ... Vem a hora em que todos os que se acham nos tmulos ouviro a sua voz e sairo: os que tiverem feito o bem, para a ressur-reio da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreio do juzo. (Jo 5.28,29) O mesmo em Dn 12.2.

    No Apocalipse, so em tempos diferentes

    Vi as almas dos decapitados (...) e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos. Os restantes dos mortos no reviveram at que se completassem os mil anos. Esta a primeira ressurreio (20.4,5).

    A outra ressurreio, para o Juzo, est em 20.13:

    Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o alm entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras.

    2. Quanto vinda de Jesus e o Juzo Final

    No Evangelho, parecem eventos sucessivos

    Quando vier o Filho do homem na sua majestade e todos os anjos com ele, ento, se assentar no trono da sua glria; e todas as naes sero reunidas em sua presena, e ele separar uns dos outros.... (Mt 25.31,32)

    No Apocalipse, vrios eventos separaro os dois atos

    Tomando por base o soar da (ltima) trombeta como sinal da vinda de Jesus (1Ts 4.16), que ocorre no cap. 11.15, seguem-se vrios outros eventos, incluindo o milnio, para somente no cap. 20.11 acontecer o Juzo Final.

    Cenas ou eventos h que constam s do Apocalipse, alguns deles, atemporais, que ocorrem no cu, ou emblemticos (cap. 10), e outros, como as pragas (caps. 8-9), que se do entre os eventos principais, ou seja, entre a tribulao da Igreja e a ltima trombeta.

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    Viso idntica nos dois testamentos

    A viso de Jesus que Joo contemplou no cu lembra a de Jesus transfigurado, mas aparece com mais detalhes; porm semelhan-te a uma outra, do Antigo Testamento.

    Depois de comparar as duas vises, possvel imaginar quem aparece na viso de Daniel, margem do rio Tigre.

    A viso de Joo

    Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi (...) um semelhante a filho do homem, com vestes talares e cingido, altura do peito, com uma cinta de ouro. A sua cabea e cabelos eram brancos como alva l, como neve; os olhos como chama de fogo; os ps, semelhantes ao bronze polido, como refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas guas. (...) O seu rosto brilhava como o sol na sua fora. (Ap 1.12-16)

    A viso de Daniel

    Levantei os olhos e olhei, e eis um homem vestido de linho, cujos ombros estavam cingidos de ouro puro de Ufaz; o seu corpo era como o berilo, como um relmpago, os seus olhos como tochas de fogo, os seus braos e os seus ps brilhavam como o bronze poli-do; e a voz das suas palavras era como o estrondo de muita gente. (Dn 10.5,6)

    Temos aqui um exemplo de como o Apocalipse pode ajudar a interpretar uma parte diferente da Bblia. Em outros casos, veremos como tambm o restante da Bblia pode lanar luz sobre o Apo-calipse.

    No decorrer deste estudo, muitos outros exemplos vo demons-trar que o Apocalipse parte integrante e inseparvel desta uni-dade monoltica que a Bblia Sagrada, o que s pode ser explicada pelo fato de que, em que pese ter sido escrita por tantos autores, um s e o mesmo Deus o seu verdadeiro autor.

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    CARTAS S SETE IGREJAS Comentrios e promessas

    Caps. 2.1-3.22

    Sete que representam todas

    Jesus, por meio de Joo, escreve pequenas cartas s sete igrejas que se encontram na sia. Esta era uma parte da que hoje se chama sia Menor, identificada como sia proconsular. Havia nesta regio vrias outras igrejas, como a de Colossos e Hierpolis (Cl 4.13), e ainda outras em regies vizinhas, como a Galcia, mas estas sete, que no livro um nmero de completude, so repre-sentativas das condies gerais das demais igrejas.

    Quem so os destinatrios das cartas?

    As promessas das cartas dirigidas s igrejas da sia so a rigor dirigidas aos seus pastores, chamados de anjos das igrejas. Como guias espirituais, eles so responsveis pela sade espiritual de suas igrejas. Avaliados pelo seu desempenho e perseverana, em meio a tribulaes, dois pastores recebem louvores e estmulos, trs recebem louvores com restries e exortaes, e dois apenas repreenses e advertncias.

    As sete descries de Jesus

    Cada carta comea como uma autodescrio de Jesus, que algumas vezes se aplica como ameaa de uma ao punitiva: Ao anjo da igreja em Prgamo escreve: Estas cousas diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes. (...) Portanto, arrepende-te; e, se no, venho a ti sem demora e contra eles pelejarei com a espada da minha boca.

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    Que o vencedor?

    Cada carta termina com uma promessa dirigida ao vencedor. Vencedor , por definio, todo o salvo, aquele a quem Jesus esten-deu a graa salvadora de sua vitria na cruz.

    O galardo, que a glria no corpo da ressurreio, no vai interferir no gozo dessas promessas, de que todos participaro.

    Falando das bem-aventuranas na Nova Jerusalm, diz o Senhor: O vencedor herdar estas cousas, e eu lhe serei Deus, e ele me ser filho, fazendo um contraste com os perdidos Quanto, porm, aos covardes, aos incrdulos, aos abominveis... , que tero a sua parte no lago ardente. (21.7,8)

    1. feso Vida

    Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da rvore da vida que se encontra no paraso de Deus. (2.7)

    No meio da praa, de uma a outra margem do rio, est a rvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de ms em ms, e as folhas da rvore so para a cura dos povos. (22.2)

    Conhecemos a rvore da vida do jardim do den, onde no meio de muitas rvores s ela e a rvore da cincia do bem e do mal so mencionadas.

    Ela teria virtude de conferir vida eternamente a quem dela comesse, mesmo que uma nica vez.

    Mas esse direito s seria daquele que obedecesse ordem divina de privar-se de comer da rvore da cincia do bem e do mal. Por qu? Porque esta rvore daria a capacidade tanto de cometer o bem quanto o mal. Ou, em outras palavras, daria ao homem a capacidade de escolha.

    E, enquanto viviam na inocncia, a capacidade de escolha Deus concedeu a Ado e Eva s uma vez para obedecer ou no ordem

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    divina. Como desobedeceram, conheceram o pecado, e a capacida-de de escolha que passaram a ter seria em todo tempo influenciada pela natureza pecaminosa.

    Sendo expulsos do jardim, e para que o homem no comesse do seu fruto e vivesse eternamente com a mancha do pecado, colocou querubins ao oriente do jardim do den e o refulgir de uma espada que se revolvia, para guardar o caminho da rvore da vida.

    Agora, na Nova Jerusalm, reaparece a rvore da vida.

    A rvore da vida est plantada entre as sinuosidades do rio que sai do trono de Deus.

    No significa que os habitantes da Nova Jerusalm tenham de comer do fruto para continuarem vivos, pois j possuem a vida eterna; nem, pela mesma razo, os povos do novo mundo tenham de se servir das folhas para se manterem saudveis.

    O texto faz lembrar um outro: ... quem de mim se alimenta por mim viver (Jo 6.57).

    Tudo na nova ptria faz lembrar o Senhor Jesus:

    O rio de gua viva, que sai do trono de Deus. A luz da glria do Cordeiro que d brilho cidade. A rvore da vida com suas folhas medicinais, que garantem a vida plena.

    Como se diz que a pedra que escondia a gua no deserto era Cristo, tambm a rvore da vida, que concederia a vida imortal ao homem, e da qual ele se privou pelo pecado, era figura de Cristo.

    No teria sentido o homem comer do fruto da rvore da vida, depois da transgresso, e viver eternamente como inimigo de Deus.

    Mas com a restaurao, pelo sacrifcio de Cristo, a rvore da Vida foi transplantada para o paraso celeste, dando vida e sade a todos quantos, pela f em Cristo, se apropriaram dessa bno.

    O fruto, que o pecado privou de comer, agora a graa franqueia a todos.

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    2. Esmirna Livre de condenao

    O vencedor de nenhum modo sofrer o dano da segunda morte. (2.11)

    Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreio; sobre esses a segunda morte no tem autoridade; pelo contrrio, sero sacerdotes de Deus e de Cristo e reinaro com ele os mil anos. (20.6)

    Os santos morrero uma nica vez e vivero duas vezes, uma aqui e outra, com Deus, na eternidade. Quanto aos no crentes, vivero uma vez, aqui, e morrero duas vezes, para o tempo e para a eternidade, sem Deus.

    Mas nos dois casos, a vida eterna do salvo Vida e a morte eterna do no crente tambm vida, porque vai manter a sua conscincia e individualidade, mas essa vida chamada de morte, porque sem Deus no existe Vida, somente existncia.

    Qual o dano da segunda morte? A Escritura declara, explici-tamente:

    Esta a segunda morte, o lago de fogo. E, se algum no foi achado inscrito no livro da vida, esse foi lanado para dentro do lago de fogo. (20.14,15)

    preciso lembrar que para livrar do dano da segunda morte que Jesus veio, sofreu e morreu pelos pecadores. No podia fazer mais do que fez. Pagou a dvida de todos. S por um pecado ele no morreu o da rejeio de seu perdo.

    Nesse caso, o pecador, alm de assumir a culpa de todos os seus prprios pecados, assume mais um que maior do que todos juntos a rejeio do amor de Deus e do sacrifcio de Jesus!

    E para o vencedor, que se livrou do dano da segunda morte?

    J nenhuma condenao h para os que esto em Cristo Jesus. (Rm 8.1)

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    Nem purgao em fogo temporrio, nem aniquilamento, nem reencarnao, nem sono da alma, todas elas formas de castigo.

    Essa segurana est firmada:

    1. Na obra de Cristo (Um morreu por todos; logo, todos morre-ram...). S a obra de Cristo satisfaz a justia divina.

    2. Na aceitao dessa obra (Quem cr no Filho tem a vida eter-na...). Em Cristo um novo homem gerado para a eternidade.

    3. Na perseverana da f (Se fiel at a morte, e dar-te-ei a co-roa da vida). A perseverana a evidncia da f salvadora.

    O crente s passa pela primeira morte, vai para o paraso, ressuscita, e no Juzo recebe, com os demais fiis, o Vinde, bendi-tos do meu Pai! Entrai na posse do reino que vos est preparado desde a fundao do mundo.

    3. Prgamo Man e um nome

    Ao vencedor, dar-lhe-ei do man escondido, bem como lhe darei uma pedrinha branca, e sobre essa pedrinha branca escrito um nome novo, o qual ningum conhece, exceto aquele que o recebe. (2.17)

    Ao vencedor, dar-lhe-ei do man escondido...

    O man foi o po, cado do cu, que alimentou o povo no deserto durante quarenta anos. Embora s durasse um dia, uma amostra dele foi colocada na arca da aliana, smbolo do cu, e ali ficou intacto, guardado, fora das vistas do povo, e visto pelo sumo-sacerdote apenas uma vez no ano.

    O man escondido simboliza Jesus, um mistrio guardado em todas as pocas e s revelado na plenitude dos tempos.

    Diferentemente do man do deserto, Jesus nico, eterno e d a verdadeira vida a quem dele se alimenta.

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    Ambos vieram do cu, como milagre de Deus, e ambos servi-ram a todos quantos o buscaram, sem qualquer outra condio. Mas enquanto o man passou a ser algo rotineiro, at como um fenmeno da natureza, e por isso no serviu para estimular a f (pois o povo continuou desobediente e chegou a chamar o man de po vil), Jesus, o po vivo, desafia a f, pois assim que recebido, satisfaz a alma e d vida ao mundo:

    O po de Deus o que desce do cu e d vida ao mundo. (...) Eu sou o po da vida; o que vem a mim jamais ter fome; e o que cr em mim jamais ter sede. (Jo 6.35-37)

    ... bem como lhe darei uma pedrinha branca, e sobre essa pedrinha branca escrito um nome novo, o qual ningum conhece, exceto aquele que o recebe.

    No cu, guardaremos a nossa individualidade, que ser asso-ciada a um nome que a retrate. No haver dois nomes iguais. Deus, na verdade, sempre nos trata como pessoas nicas. S aquele que receber o nome vai saber por que recebeu tal nome.

    Aqui recebemos um nome escolhido pelos nossos pais, e quan-do, j crescidos, avaliando o nome que nos deram, nem sempre nos agradamos, ou porque outros, homnimos, nada tm a ver conos-co. Mas como o ouro ouro, prata prata, e os nomes lhes caem bem, porque so nicos e irrepetveis, assim ser conosco.

    Sugestivo o detalhe da pedrinha branca. Prgamo deu nome ao pergaminho, material onde se escreve, de pele de animal, que passou a ser usado quando o papiro, planta do Nilo, escasseou. O pergaminho, ainda que- mais duradouro que o papiro, orgnico, e assim tem um fim previsvel, o que no acontece com o mineral.

    O que pressupe que o novo e exclusivo nome do salvo vai durar enquanto a pedra durar e, se a pedra simboliza o justo (o que a cor branca, a cor das vestes celestes, refora), ento tanto o justo como o seu novo nome vo durar por toda a eternidade.

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    4. Tiatira Autoridade e glria

    Ao vencedor, que guardar at ao fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as naes, e com cetro de ferro as reger e as reduzir a pedaos como se fossem objetos de barro; assim como tambm eu recebi de meu Pai, dar-lhe-ei ainda a estrela da manh. (2.26-28)

    No milnio, os santos reinaro com o rei, e tero autoridade sobre as naes, que sero governadas com mo forte, devido ao fato de que o pecado ainda vai subsistir, mesmo estando preso Satans.

    Talvez a parbola das minas (Lc 19), que serviu para mostrar que o reino de Deus no se manifestaria de imediato, no seja apenas uma parbola, quando os bons servos ganham autoridade sobre cidades. Assim, os filhos de Deus, sendo sbios e justos, representaro o Rei Jesus perante os reinos do mundo, exercendo a administrao e a justia.

    ...dar-lhe-ei ainda a estrela da manh.

    A estrela da manh a estrela que anuncia o dia.

    A estrela da manh usada como smbolo da revelao plena de Cristo, em 2Pe 1.17-19:

    Pois ele recebeu, da parte de Deus Pai, honra e glria, quando pela Glria Excelsa lhe foi enviada a seguinte voz: Este o meu Filho amado, em quem me comprazo. (...) Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra proftica, e fazeis bem em atend-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, at que o dia clareie e a estrela da alva nasa em vosso corao.

    Em Ap 22.16, Jesus se identifica com a estrela da manh:

    Eu sou a Raiz e a Gerao de Davi, a brilhante Estrela da ma-nh.

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    Ao referir-se a Joo Batista, que deu testemunho de Jesus, assim diz o evangelista: Ele no era a luz, mas veio para que testi-ficasse da luz, a saber, a verdadeira luz quem vinda ao mundo, ilu-mina a todo homem.

    Essa glria, que recebeu do Pai, Jesus promete a todo o que vencer. o galardo que vai fazer brilhar o novo corpo da ressur-reio:

    Os que forem sbios, pois, resplandecero como o fulgor do firmamento; e os que a muitos conduzirem justia, como as estre-las, sempre e eternamente. (Dn 12.3)

    5. Sardes Vestidura, nome no livro e enaltecimento

    O vencedor ser assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do livro da vida; pelo contr-rio, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. (3.5)

    O vencedor ser assim vestido de vestiduras brancas...

    Sobre os mrtires da tribulao:

    Ento, a cada um deles foi dada uma vestidura branca.... (6.11)

    Sobre a Esposa do Cordeiro:

    Pois lhe foi dado vestir-se de linho finssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finssimo so os atos de justia dos santos. (19.8)

    A vestidura branca o exterior de um esprito lavado pelo sangue de Cristo, e a partir da os atos de justia que valorizam a vestidura.

    A presena do pecado no servo de Deus mancha a vestidura branca. o que vemos na vestidura do sumo-sacerdote Josu:

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    Ora, Josu, trajado de vestes sujas, estava diante do Anjo. (Zc 3.3).

    Mas, como ele estava diante de Deus, a veste lhe foi mudada:

    Tomou este a palavra e disse aos que estavam diante dele: Tirai-lhe as vestes sujas.

    A Josu disse: Eis que tenho feito que passe de ti a tua iniqui-dade e te vestirei de finos trajes.

    Para manter as vestes brancas, basta que se ande sob a luz divina:

    Se andarmos na luz, como ele est na luz, mantemos comu-nho uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. (1Jo 1.7)

    ... e de modo nenhum apagarei o seu nome do livro da vida...

    O livro da vida o registro dos salvos, escrito antes da funda-o do mundo (17.8).

    Ele ser o critrio final, para que o Juiz determine quem vai ganhar o reino e quem vai se perder:

    E, se algum no foi achado inscrito no livro da vida, esse foi lanado para dentro do lago de fogo. (20.15)

    Deus afirmou a um Moiss angustiado pelo povo sobre quem, dos israelitas, permaneceria no livro e quem seria excludo dele:

    Tornou Moiss ao SENHOR e disse: Ora, o povo cometeu gran-de pecado, fazendo para si um deus de ouro.

    Agora, pois, perdoa-lhe o pecado; ou, se no, risca-me, peo-te, do livro que escreveste.

    Ento, disse o SENHOR a Moiss: Riscarei do meu livro todo aquele que pecar contra mim (Ex 32.31-33)

    Entretanto, ningum se permita preocupar sobre a permann-cia de seu nome no livro da vida.

  • 25

    O que se entende que todo israelita, todo filho de Abrao, foi ali colocado, e, rejeitando a Deus, poderia ser excludo; j, todo que aceita a Cristo, judeu ou gentio, regenerado, torna-se filho de Deus, e o seu nome fica permanentemente no livro de Deus.

    ... confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos.

    No h como imaginar a alegria daqueles que, em circunstn-cias adversas, no se envergonharam de Jesus, e agora esto rece-bendo, diante de Deus e dos anjos, palavras lisonjeiras do Senhor Jesus.

    O apstolo Paulo tinha uma grande razo de no se envergo-nhar do Evangelho:

    Pois no me envergonho do evangelho, porque o poder de Deus para a salvao de todo aquele que cr (...); visto que a justia de Deus se revela no evangelho.... (Rm 1.16,17)

    Jesus no se envergonhou, quando escolheu ser exposto numa cruz: ... em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, no fazendo caso da ignomnia.... (Hb 12.2)

    E tambm no se envergonha dos filhos gerados pela cruz:

    Por isso, que ele no se envergonha de lhes chamar irmos, dizendo: A meus irmos declararei o teu nome, cantar-te-ei louvo-res no meio da congregao.

    E outra vez: Eu porei neles a minha confiana.

    E ainda: Eis aqui estou eu e os filhos que Deus me deu. (Hb 2.11-13)

    Mas eis o verso e o reverso da questo:

    Todo aquele que me confessar diante dos homens, tambm eu o confessarei diante de meu Pai, que est nos cus; mas aquele que me negar diante dos homens, tambm eu o negarei diante de meu Pai, que est nos cus. (Mt 10.32,33)

  • 26

    6. Filadlfia Coluna destacada

    Ao vencedor, f-lo-ei coluna no santurio do meu Deus, e da jamais sair; gravarei tambm sobre ele o nome do meu Deus, o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalm que desce do cu, vinda da parte do meu Deus, e o meu novo nome. (3.12)

    Quem v uma coluna, quase sempre destacada, sabe por que ela est ali.

    O edifcio da Igreja edificado com os salvos, as pedras vivas, sendo que os profetas, pelo anncio, e os apstolos, pela pregao e escritos relativos a Cristo, constituem os fundamentos, e o Senhor Jesus, a pedra angular (Ef 2.20).

    Na igreja apostlica, Tiago, Cefas e Joo eram a referncia, reputados colunas (Gl 2.9), pela autoridade e lucidez como trata-vam os problemas da Igreja, como se v, em relao aos dois primeiros, na controvrsia da circunciso em Atos cap. 15.

    Colunas no costumam ter nomes. Porm, no majestoso tem-plo de Salomo, as duas grandes colunas do prtico tinham os nomes de Boaz (Nele est a fora) e Jaquim (Ele estabelece), 1Rs 7.21, mostrando que s o Deus Forte tem o poder de estabe-lecer o que deve ficar para sempre.

    Deus nos colocar em posio de destaque, no santurio da Nova Jerusalm, que a prpria presena do Senhor, o Deus Todo-poderoso, e do Cordeiro (Ap 21.22), da qual jamais sairemos.

    Tais nomes, gravados nos salvos, significam que o vencedor pertencer a Deus, Nova Jerusalm, e a Cristo, em seu novo nome.

    Jesus significa salvao, e foi com este nome que ele salvou. Agora os salvos vo conhec-lo com um novo nome, que vai corresponder ao que ele representar para todos eles, durante a eternidade.

  • 27

    7. Laodiceia Autoridade com o rei

    Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como tambm eu venci e sentei com meu Pai no seu trono. (3.21)

    Grande o privilgio daquele que sentar-se junto a Jesus no seu trono.

    Jesus sentou-se ao lado do Pai por ter se consagrado vencedor. E o fiel vai sentar-se ao lado de Cristo tambm como vencedor.

    A graa inaudita est em que o fiel vai estar ao lado de Jesus, no trono, por uma vitria que no pode se comparar quela con-quistada por Jesus, porque, enquanto travou a sua prpria luta contra o pecado, que era seu, Jesus travou na cruz a luta pela remisso do pecado de todos os homens, em todos os tempos.

    Talvez, sentar-se no trono equivale a reinar com Cristo, re-presentando-o em algum nvel de autoridade, pois nele foram criadas todas as cousas, nos cus e sobre a terra, as visveis e invis-veis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potes-tades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. (Cl 1.16)

    Haver servio para todos, o que sempre importar alguma autoridade, como acontece com os anjos do cu. Assim, os seus fiis estaro a seu servio: Os seus servos o serviro. (Ap 22.3)

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    Mas no para todos sentar-se de um ou outro lado do Rei, para reinar diretamente com ele

    Ento, se chegou a ele a mulher de Zebedeu, com seus filhos, e, adorando-o, pediu um favor. Perguntou-lhe ele: Que queres? Ela respondeu: Manda que, no teu reino, estes meus dois filhos se assentem, um tua direita, e o outro tua esquerda. Mas Jesus respondeu: No sabeis o que pedis. (...) O assentar-se minha direita e minha esquerda no me compete conced-lo; , porm, para aqueles a quem est preparado por meu Pai. (Mt 20.20-23)

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    LEIA

    DO MESMO AUTOR

    TEMAS COMPLEXOS DA BBLIA

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  • 29

    A PRTICA DA VIDA CRIST

    Edificando a vida estatura completa de Cristo

    Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundncia.

    (Joo 10.10)

    Cristo tido como algum que cumpre fielmente a rotina das obrigaes com a igreja. Porm isso no o torna um cristo, e sim to somente um religioso porque vida crist vida!

    Mesmo aquele que faz o melhor por Cristo assume-se senhor das decises contudo, s Jesus Senhor!

    Este livro prope demonstrar como a vida se expressa, em cada situao, pela submisso ao senhorio de Cristo.

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