o anticristo e a grande tribulação

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O ANTICRISTO E A GRANDE TRIBULAÇÃO - Pr Jonas Xavier Pessoa – Tendo observado no tema anterior que o Arrebatamento da Igreja é o evento inicial que desencadeia o “fim”, ou seja, a ‘Era Escatológica’ com sua miríade de acontecimentos, passemos então a considerar esse período de 7 anos que se inicia a partir do mesmo. O período que Daniel em 9:27 chama de “...uma semana...” depois de ter tratado as 69 semanas anteriores. Este período também é chamado de ‘A Setuagésima Semana’ (a 70ª., a última das 70 semanas de Daniel) ou também o período da “Angústia de Jacó” (Jeremias 30:7). O povo judeu tem consciência do seu sofrimento sobre a terra. Apesar disso não podem imaginar quanto sofrerão na Grande Tribulação. Um antigo ditado judeu diz “Dez medidas de formosura desceram à terra. Jerusalém recebeu nove delas. O resto do mundo, uma. Dez medidas de sofrimento desceram à terra. Jerusalém recebeu nove delas. O resto uma.” É possível, ao visitar Jerusalém, caminhar a 20 metros abaixo do solo nas antigas desenterradas por causa dos escombros das guerras que elevaram o nível da cidade. Este é o testemunho visível da Arqueologia a respeito do sofrimento milenar de Jerusalém e Israel. 1/39

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Page 1: O anticristo e a grande tribulação

O ANTICRISTO E

A GRANDE TRIBULAÇÃO

- Pr Jonas Xavier Pessoa –

Tendo observado no tema anterior que o Arrebatamento da

Igreja é o evento inicial que desencadeia o “fim”, ou seja, a ‘Era

Escatológica’ com sua miríade de acontecimentos, passemos então a

considerar esse período de 7 anos que se inicia a partir do mesmo. O

período que Daniel em 9:27 chama de “...uma semana...” depois de

ter tratado as 69 semanas anteriores. Este período também é

chamado de ‘A Setuagésima Semana’ (a 70ª., a última das 70

semanas de Daniel) ou também o período da “Angústia de Jacó”

(Jeremias 30:7).

O povo judeu tem consciência do seu sofrimento sobre a terra.

Apesar disso não podem imaginar quanto sofrerão na Grande

Tribulação. Um antigo ditado judeu diz “Dez medidas de formosura

desceram à terra. Jerusalém recebeu nove delas. O resto do mundo,

uma. Dez medidas de sofrimento desceram à terra. Jerusalém

recebeu nove delas. O resto uma.”

É possível, ao visitar Jerusalém, caminhar a 20 metros abaixo

do solo nas antigas desenterradas por causa dos escombros das

guerras que elevaram o nível da cidade. Este é o testemunho visível

da Arqueologia a respeito do sofrimento milenar de Jerusalém e

Israel.

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Page 2: O anticristo e a grande tribulação

Este é um período em que basicamente dois tipos de

acontecimentos se darão: um deles ocorre entre as nações lideradas

pelo anticristo e sua base é a terra; o outro ocorre mediante a força e

o poder de DEUS, sendo sua base o céu, fazendo descer sobre este

mundo as pragas descritas no Apocalipse, de um modo que os

homens as entenderão não como sendo acidentais, mas sim enviadas

por DEUS. Por causa disso até blasfemarão do nome de DEUS que

manda estas pragas (Ver Apocalipse 16:9,21; 9:20,21).

Este período será um período de grande sofrimento sobre os

homens daquela geração. O sofrimento se desdobra em duas áreas

importantes: o engano que seduzirá a humanidade (num ambiente de

mentiras, superstição, ações demoníacas, desilusão, chantagem e

coação com risco de morte, etc.). Por outro lado haverá o sofrimento

imposto por DEUS, pois ELE vai julgar os gentios enquanto governam

e enquanto são governados, a respeito do que fizeram com Israel e

com a Igreja, Seu povo escolhido.

A profecia do Apocalipse dedica a maior parte do seu conteúdo

aos eventos da Grande Tribulação. Do ponto em que surge o

Arrebatamento figurativo e profético de João, o apóstolo (no capítulo

4:1, 2) até a vitória final de JESUS no Armagedon contra o anticristo

e seus asseclas no cap. 19, pode-se observar que 16 capítulos são

dedicados a este terrível período.

Uma das grandes falhas do amilenismo é que reduz quase que

por completo a visão do livro de Apocalipse e uma tremenda

hipérbole onde a lição central é apenas uma: a vitória final do bem

contra o mal, de CRISTO contra Satanás, de DEUS sobre o pecado.

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Page 3: O anticristo e a grande tribulação

Desprezam qualquer detalhe no livro de Apocalipse sem o menor

cuidado de descobrir porque são mencionadas tantas descrições, na

qualidade de acontecimentos. Não há quase nenhum interesse pela

seqüência dos seus eventos. As expressões, por exemplo,

“...depois destas coisas, olhei...” (4:1) ou “...e depois destas

coisas vi...” (7:1, 9), ou “...e havendo aberto...” (6:1) não são

consideradas ao mínimo, apesar de fortíssima idéia de ‘cronologia

de acontecimentos’.

Creio que desta maneira não há nenhum valor em se estudar o

livro de Apocalipse, porque ao estudante amilenista tudo parecerá

uma grande fábula sem menores significados. Deve ser enfadonho

para o amilenismo ter de encetar um estudo de todo o livro de

Apocalipse em virtude do seu singular e intenso detalhamento que

para ele não tem valor factual. É exatamente este período da Grande

Tribulação que é de longe o mais rico em detalhes como um

verdadeiro quebra-cabeça, a comparar com todas as outras

passagens bíblicas afins.

Muitos não compreendem que o que JESUS enunciou de

maneira resumida e panorâmica em Mateus 24 e 25 e textos

similares nos Evangelhos, correspondem ao ‘efeito de lente de

aumento’ que nos é mostrado em Apocalipse caps. 4-22 num total

de 19 capítulos. Essa diferença de ótica deve ser considerada

principalmente quando se percebe que está em pauta o mesmo

assunto: os acontecimentos do fim. Também ninguém deveria ter

o Apocalipse em menos consideração que o Sermão profético de

JESUS, pois a Revelação do Apocalipse foi dada pelo próprio JESUS a

João, e certamente aqui o Nosso Senhor desejou detalhar as coisas

que ELE falou resumidamente nos Evangelhos.

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Page 4: O anticristo e a grande tribulação

Torna-se imperativo também considerar que o desdobramento

da Escatologia em Apocalipse somente foi dada por JESUS quase 63

anos após a inauguração da Igreja no Pentecoste. Isso faz sentido.

Tem a ver com o progresso da Revelação. Porém, se JESUS tivesse

dado o Apocalipse 63 anos antes do conteúdo dos Evangelhos, ter-se-

ia um caso de padrão de Revelação muito estranho não condizente

com o padrão do restante das Escrituras, Portanto, estão

perfeitamente em linha os muitos acréscimos de eventos contidos no

Apocalipse com aqueles sinteticamente indicados nos Evangelhos.

4.1 O OBJETIVO DA GRANDE TRIBULAÇÃO

A Bíblia indica vários motivos importantes porque haverá tão

grande catástrofe sobre a terra e a humanidade. Vejamos:

1. É o período destinado por DEUS para tratar os gentios em relação

ao povo de Israel.

2. É o período que antecede o Milênio, o reino terreal de CRISTO

conforme profetizado antes da primeira vinda de CRISTO.

a. É natural que haja transição entre esta geração e a época

do Milênio.

b. Também é necessário que este mundo corrompido seja

tratado de uma forma judicial antes de entrar-se num reino

inteiramente justo e santo como será o Milênio em si mesmo.

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Page 5: O anticristo e a grande tribulação

3. Este período será de grande purificação através de juízos sobre

a terra. O mundo precisa ser purificado para entrar no Reino de

CRISTO. E CRISTO mesmo é Quem estará purificando este mundo,

pois ELE é o Cordeiro que abrirá os selos,ordenará o toque das

trombetas e autorizará o derramamento das taças. ELE fará isto para

que o mundo seja purificado do pecado antes do remanescente dos

gentios e de Israel ingressarem plenamente convertidos no Seu Reino

Santo.

Tudo isto faz sentido! Apocalipse 11.15-19, demonstra de modo

perfeito este conceito. Leiamos:

“E o sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve no céu

grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a

ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para

todo o sempre. E os vinte e quatro anciãos, que estão

assentados em seus tronos diante de Deus, prostraram-

se sobre seus rostos e adoraram a Deus, Dizendo: Graças

te damos, Senhor Deus Todo-Poderoso, que és, e que

eras, e que hás de vir, que tomaste o teu grande poder, e

reinaste. E iraram-se as nações, e veio a tua ira, e o

tempo dos mortos, para que sejam julgados, e o tempo

de dares o galardão aos profetas, teus servos, e aos

santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a

grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a

terra. E abriu-se no céu o templo de Deus, e a arca da sua

aliança foi vista no seu templo; e houve relâmpagos, e

vozes, e trovões, e terremotos e grande saraiva.”

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Page 6: O anticristo e a grande tribulação

Este texto faz eco a Isaías 24.5-6, referindo-se à Grande

Tribulação. A terra e os seus moradores exigem uma purificação

total. Diz Isaías:

“Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus

moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado

os estatutos, e quebrado a aliança eterna. Por isso a

maldição tem consumido a terra; e os que habitam nela

são desolados; por isso são queimados os moradores da

terra, e poucos homens restam.”

4.2 QUEM É O ANTICRISTO?

a. No Antigo Testamento

O anticristo é descrito desde antigas eras pelos profetas do

Velho Testamento. Uma das mais completas referências é a de

Daniel cap. 11. Todo este capítulo é destinado a falar sobre o

anticristo. De que modo, porém? Segundo uma das melhores

interpretações, temos o seguinte:

1. Nos vs. 1 temos uma breve introdução.

2. Nos vs. 2, fala-se do reino da Pérsia e suas investidas contra os

gregos.

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Page 7: O anticristo e a grande tribulação

3. Nos vs. 3-4 fala-se de Alexandre Magno ou o Grande. Os “outros”

aqui se referem aos quatro generais de dividiram o reino grego de

Alexandre, dos quais dois se sobressaíram: Ptolomeu, do Egito, do

sul, e Selêuco da Síria, do norte.

4. Os vs. 5-12 envolvem os dois primeiros soberanos Ptolomeu Lagus

do Egito (sul) e Selêuco I Nicátor da Síria (norte).

5. Nos vs. 13-17 temos Antíoco III, o Grande (de 223 – 187 a. C.).

6. Nos vs. 18-20 temos Selêuco IV Filopáter (de 187 – 176 a.C.).

7. Nos vs. 21-31 temos o rei Antíoco IV Epifânio, figura antiga do

anticristo futuro que reinou de 175 a 164 a.C. No vs. 27 é

mencionado Ptolomeu VI do Egito que rivalizou com Antíoco em suas

traições e maldades. Este Antíoco IV Epifânio (o majestoso) que os

inimigos chamavam de “Epimânio” (o louco), é retratado aqui

fazendo algo semelhante ao futuro anticristo:

a. faz uma aliança com os judeus através de falsos religiosos;

b. Quebra a aliança feita com a nação judaica;

c. Profana o templo, sacrificando uma porca e cometendo

sacrilégios;

d. Proíbe a circuncisão e erige uma imagem sua no templo;

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Page 8: O anticristo e a grande tribulação

e. Torna-se extremamente odioso aos judeus;

f. No final, é destruído “sem mãos” e repentinamente segundo

a História (provavelmente envenenado).

8. Nos vs. 32-35 temos a revolta dos Macabeus que desapossou

Antíoco e manteve a independência nacional por quase 100 anos até

63. a. C.

9. Nos vs. 35 temos uma indicação do ‘tempo dos gentios’ após o

reinado dos macabeus. Observe que diz:

“E alguns dos entendidos cairão, para serem provados,

purificados, e embranquecidos, até ao fim do tempo,

porque será ainda para o tempo determinado.”

a. A expressão “...até ao fim do tempo...”, inclui a era da

Graça, da Igreja [assembléias locais, até a ‘plenitude dos gentios’ –

Rom. 11.25].

b. A Segunda expressão “...ainda para o tempo

determinado.” Se refere ao período da Grande Tribulação.

10. Nos vs. 36-45 temos exatamente a descrição do futuro anticristo

que tem em Antíoco o seu exato tipo profético.

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Page 9: O anticristo e a grande tribulação

Muitos têm inquirido acerca da nacionalidade do anticristo. A

única indicação bíblica possível, mas não conclusiva é dada em Daniel

11.37-38, onde se diz :

“E não terá respeito ao Deus de seus pais, nem terá

respeito ao amor das mulheres, nem a deus algum,

porque sobre tudo se engrandecerá. Mas em seu lugar

honrará a um deus das forças; e a um deus a quem seus

pais não conheceram honrará com ouro, e com prata, e

com pedras preciosas, e com coisas agradáveis.”

Esta expressão “...DEUS de seus pais...” cria um problema

quando no plural [Nota: Isso ocorre no caso das versões adulteradas do

Texto Crítico. Ex.: Atualizada e NVI. O Pr Jonas Xavier as utilizou durante

muitos anos, porém, após considerar seriamente a questão das versões (TR x

TC), estudando os casos de omissões e adulterações com afinco dedicação e

humildade, concordou que tais versões apresentam sérios e gravíssimos

problemas, mudando o uso das versões críticas para a do textus receptus,

demonstrando sua excepcional grandeza de caráter, pautada em inteligência e

sabedoria espirituais. Sua erudição, como assim percebemos, não era apenas

e simplesmente acadêmica – como ocorre na grande maioria, mas era de fato

prática, bíblica e evidência sólida e visível de sua submissão a DEUS à Sua

Palavra.], mas se for usada genericamente pode indicar que ele será

judeu. A mesma expressão é repetida no próximo verso um pouco

alterada, no singular: “...a um deus que seus pais não

conheceram...” . Não conheço outra indicação na Escritura sobre

sua origem etnológica e assim mesmo é mínima para ser considerada

taxativa.

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Page 10: O anticristo e a grande tribulação

b. No Novo Testamento

Uma das principais passagens excetuando o Apocalipse é o de

II Tessalonicenses 2.1-12. Aqui, o apóstolo Paulo indica certas

características do anticristo bem como parte da sua atuação. Entre

outras ele apresenta o seguinte:

1. Que será um homem e não uma mulher, chamado “homem do

pecado” ou da “iniqüidade”, ou ainda “o filho da perdição” (vs.

3);

2. Este homem se opõe a DEUS, contra tudo o que é de DEUS e

contra os santos do altíssimo (compare Dn. 12.7 com vs. 4);

3. Da mesma forma que Satanás no princípio, ele procurará sentar no

trono de DEUS aqui na terra, no templo de DEUS, tentando parecer

DEUS (vs. 4);

4. Seu aparecimento é detido pelo Espírito Santo até o momento

certo (vs. 6, 7);

5. Que o “ministério da injustiça” já opera no mundo desde os

tempos apostólicos, e isso significa que Satanás sempre teve alguém

para assumir esse lugar em todo o curso da história, como tem hoje

(vs. 7); o livro de Robert Lundlum, ‘As Sentinelas do Apocalipse’,

obra de ficção, é uma clara alusão ao fato que Satanás sempre tem

alguém por perto em qualquer geração pronto a assumir essa posição

e todos eles pactuados com o maligno. César, Nero, Diocleciano,

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Page 11: O anticristo e a grande tribulação

Napoleão, Hitler, Saddam Hussein, etc., todos eles pretenderam a

hegemonia universal ou foram tiranos absolutistas.

6. Ele v irá na força de Satanás e será capaz de muitos prodígios de

mentira, isto é, prodígios reais com o objetivo de enganar e desviar

os homens de DEUS (vs. 9);

7. Que apesar de ele ser enganador, todos os homens serão

responsabilizados pela escolha que fizerem, pois DEUS os trata

individualmente, prevenindo-os através da Sua palavra; por isso não

terão desculpas.

8. Finalmente, ele será destruído pelo “...sopro da sua boca...”, de

CRISTO (vs. 8), por ocasião da Sua Vinda gloriosa.

A descrição neo-testamentária aqui fornecida acerca do

anticristo é bastante semelhante com a descrição das atividades do

anticristo de Daniel 11.36-45. O estudante pode depois comparar e

notar as precisas similaridades que nos levam imediatamente a

pensar estarem ambos falando da mesmíssima pessoa.

Passamos agora á descrição do Apocalipse acerca do anticristo.

Em primeiro lugar devemos ter cuidado com um equívoco muito

comum que é de confundir a personalidade do anticristo com o

falso profeta. Encontramos em Apocalipse 13 a descrição de ambos

e gostaria agora de arrolar seus perfis a fim de que estejamos bem

familiarizados acerca de ‘quem faz o que’.

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Page 12: O anticristo e a grande tribulação

Apocalipse 13 começa com a “besta que sobe do mar”. Essa

besta é política e deve ser chamada realmente de ‘anticristo’,

vejamos por que:

1. No vs. 1, João vê um animal semelhante ao quarto animal de

Daniel 7.7, 8 que Daniel interpretou com sendo mo Império Romano,

o império das penas de ferro da estátua do capítulo 2 de Daniel. Isso

quer dizer que ele descende do Império Romano politicamente

organizado.

2. No vs. 2, a besta tem semelhança com o leopardo, que é o Império

Grego, do qual descendeu Antíoco IV Epifânio, símbolo antigo do

anticristo moderno. Também ela tem algo dos demais animais do

cap. 7 de Daniel, indicando assim ser de origem e trato político.

3. Vs 3 fala da cura prodigiosa da besta, pelo qual ela conseguirá

cada vez mais crédito aos olhos do mundo. É uma imitação barata da

morte e ressurreição de CRISTO.

4. No vs. 4 fala da adoração universal resultante do prodígio bestial.

5. No vs. 5 se apresenta o poder de persuasão da besta através da

palavra falada e sua ousadia de pronunciar blasfêmias impensáveis

contra DEUS. Também indica que apesar de toda essa atitude

antiteísta, foi-lhe dado poder para atuar por mais 42 meses. Ora, 42

meses é o equivalente a 3 ½ anos ou 1260 dias ou ainda a metade

da semana de anos. Essa referência denuncia o momento histórico

quando o anticristo quebrará a aliança com Israel, pois antes disto

não poderá blasfemar contra DEUS o que levaria Israel a rejeitá-lo.

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Page 13: O anticristo e a grande tribulação

Esta passagem coere perfeitamente com Daniel 9.27 que trata da

falsa aliança com Israel.

6. Nos vs. 6-10 se descreve a amplitude do ativismo político do

anticristo em sua impertinente luta contra o povo de Israel e contra

os santos da Tribulação com a resultante adoração mundial.

Em seguida temos o perfil do ‘falso profeta’ que não deve ser

confundido com o anticristo, pois aquele lhe é uma espécie de

secretários ou primeiro-ministro.

1. Conforme vs. 11, esta besta sobe da terra. Isto indica a religião e

está em perfeita concordância com a parte de barro dos pés da

estátua de Daniel cap. 2. Note que a primeira besta vem do ferro

(Império Romano) enquanto a Segunda vem do barro, da terra ou

da religiosidade humana. Possui dois chifres, o que está em

consonância com os tradicionais poderes temporal e espiritual da

igreja cristã apóstata. A expressão “...parecendo um cordeiro,

mas falava como dragão...” indica primeiro sua aparência religiosa

simulada e em segundo sua verdadeira origem. Seu propósito é

fazer-se insuspeita de objetivos profanos e tétricos.

2. Nos vs. 12 nos mostra o seu objetivo: engrandecer e atrair o

mundo para o anticristo que é a primeira besta. Ela consegue fazer

com que o anticristo seja adorado e ela mesma o adora. O propósito

da religião é realizar adoração e não receber adoração. Assim, a

Segunda besta não recebe adoração porque ela mesma está

adorando e ensinando os outros a adorarem o anticristo.

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Page 14: O anticristo e a grande tribulação

3. Como líder religioso tem poderes satânicos e fetichistas (vs. 13-

14), mas tudo visa enganar, seduzir todos os que habitam sobre a

terra.

4. Faz uma imagem da besta (vs. 14b) e põe-lhe um espírito (vs. 15)

DEUS permite que ela faça tal coisa diante de todos e que chantageie

com a morte aqueles que não adorarem o anticristo.

5. Nos vs. 16-17 é mostrada a marca que ela exigirá de todos os

seres humanos, o que significa o super-controle que terá sobre a vida

de todos, podendo assim identificar facilmente através de sua rede

mundial de delatores quem não se submete ao seu domínio.

6. Nos vs. 18 menciona algo misterioso: indica que o falso profeta é

um homem e só pode ser um homem, bem como um número

especial que lhe está associado. Mediante sabedoria, pode-se calcular

esse valor no seu nome, ou melhor, dizendo, nos seus títulos

adquiridos, sinal esse extremamente identificador. Há aqui mesmo

uma espécie de estímulo para que se calcule o número da besta, e

em seguida se diz que esse número é 666. Pela linguagem do texto,

um tanto ambígua, pode-se constatar que esse número se aplica às

duas bestas, porém o número se origina da Segunda, e é imposto por

ela.

Estabelecido o fato que a “besta que sobre do mar” é

política e chama-se ‘anticristo’, e a “besta que sobre da terra” é

o ‘falso profeta’ ou a besta religiosa, podemos agora apresentar

algumas inferências sobre a identidade desta misteriosa

personalidade.

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Page 15: O anticristo e a grande tribulação

Têm se dito profusamente que o papado da Igreja Católica

Apostólica Romana é a instituição religiosa única no mundo capaz de

fornecer um adequado ‘falso profeta’ para assessorar o anticristo no

seu governo mundial. Será isso plausível?

Tenho a impressão que sim, embora muitos não concordem. De

todas as instituições religiosas mundiais a ICR é a mais antiga,

sinistra e poderosa. Dado o fato que ela existe até hoje e com força

cada vez maior, creio não haver alternativa que seja páreo para ela.

Além disso, o papado tem fincado sua espada milenar baseada em

dois gumes: o temporal e o espiritual. Com base no pressuposto

espiritual, desculpa-se o político.

No lado espiritual a ICR tem sido reconhecidamente apóstata,

enquanto na área política tem sido reconhecidamente criminosa e

astuta. A Obra de Maurice Lachatre, um francês, possivelmente

positivista, intitulada “História dos Papas” em 5 volumes, todos

editados entre 1893 a 1897, cuja cópia possuo, declara no

frontispício da obra em letras garrafais, como subtítulo, que se trata

da história dos “Mistérios e iniqüidades da Corte – Crimes dos

Reis, Rainhas e Imperadores através dos Séculos”. Ler um

subtítulo tão contundente assim faz lembrar algumas passagens no

livro de Apocalipse 17:5-6; 18:9-10-13, 24, que diz:

“E na sua testa estava escrito o nome: Mistério, a grande

Babilônia, a mãe das prostituições e abominações da

terra. E vi que a mulher estava embriagada do sangue

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Page 16: O anticristo e a grande tribulação

dos santos, e do sangue das testemunhas de Jesus. E,

vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração...E os

reis da terra, que se prostituíram com ela, e viveram em

delícias, a chorarão, e sobre ela prantearão, quando

virem a fumaça do seu incêndio; Estando de longe pelo

temor do seu tormento, dizendo: Ai! ai daquela grande

Babilônia, aquela forte cidade! pois numa hora veio o seu

juízo... E canela, e perfume, e mirra, e incenso, e vinho, e

azeite, e flor de farinha, e trigo, e gado, e ovelhas; e

cavalos, e carros, e corpos e almas de homens.... E nela

se achou o sangue dos profetas, e dos santos, e de todos

os que foram mortos na terra.”

4.3 O TERCETO SATÂNICO X A TRINDADE DIVINA

Alguns têm chamado a esse ‘terceto’ de “trindade satânica” o

que não é apropriado [Nota: O Dr Aníbal Reis a denomina de trio ou tríade].

Pois a Trindade Divina não é clonável, para usar a expressão d’agora.

Nós nunca teremos em Satanás, a besta que sobe do mar e a besta

que sobre da terra, uma trindade, porque não o podem ser e nunca

serão um, como DEUS o é, em essência. Eles na verdade serão um

terceto a executar a iníqua ladainha que satanás começou a compor

no céu por ocasião da sua queda.

O cap. 12 de Apocalipse apresenta o dragão enquanto o cap. 13

apresenta o anticristo e o falso profeta nesta ordem,

intencionalmente. O terceto satânico pretende imitar a DEUS, da

seguinte forma: o dragão, Satanás, tenta representar ou parodia

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Page 17: O anticristo e a grande tribulação

DEUS o Pai, por ser espiritual, invisível e agir atrás dos bastidores,

passando a idéia de ser ele mesmo o soberano absoluto; o anticristo

parodia a DEUS o Filho, Jesus Cristo, por isso seu nome á

“anticristo”, isto é, “aquele que se coloca frontalmente contra o

Cristo”, por causa da preposição grega ‘anti’ = ‘contra’; o anticristo

pretende o domínio visível universal aqui na terra que pertence a

Jesus e se estabelecerá somente no Milênio. Ele quer ser o imperador

do mundo em pouco tempo, porém de modo tirano e maligno. O

falso-profeta, a terceira personagem do terceto quer parodiar a

DEUS, o Espírito Santo. Aqui vem um elenco de analogias mui

esclarecedoras sobre a sua identidade.

1. Primeiro, à semelhança do Espírito Santo, ele quer ser o guia

religioso do mundo para que o anticristo seja adorado e glorificado

pelos gentios.

2. É justamente na descrição do falso-profeta que o número ‘666’,

número de homem, é revelado. Entre os homens instituídos em

poderes e magistraturas universais, principalmente os que

perduraram longos períodos na história, a do papado excede a todos

eles e é essencialmente digno de nota aqui.

3. A coroa papal possui um dístico sacerdotal, título áureo do papa,

que se intitula, “VICARIUS FILII DEI”, que em latim quer dizer

“Vigário Filho de DEUS”, sobre a terra. Este não é, portanto, o

lugar usurpado ao Espírito Santo de DEUS que Jesus deixou como

Seu substituto legítimo à Sua Igreja aqui na terra? Quem tem

coragem de dizer que é o vigário do Filho de DEUS, não está

afrontando a DEUS e destronando o Seu Santo Espírito? Porventura,

pergunto, o falso-profeta não está nesta Instituição universal, que a

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Page 18: O anticristo e a grande tribulação

si mesma reivindica ser “católica”? E não é significativo que esta

Instituição, historicamente aceitou apenas representantes do sexo

masculino? Por isso o número ‘666’ é dito como sendo o número de

um homem.

4. Não é também consubstancial o fato que esse mesmo título

somado os valores numéricos das letras latinas que os tinham, não

resulta exatamente no algarismo ‘666’? E não somente este título,

porém vários outros pertinentes à figura papal ou relacionados aos

seu reinado temporal-espiritual também resultam através da

gematria, no mesmo algarismo? [A Gematria é arte empregada para

identificar nomes, calculando a soma dos valores numéricos de suas letras.

Champlin, vol. VI, p. 560, do Novo Testamento Interpretado Versículo por

Versículo diz que a Arqueologia descobriu nomes de moças em valores

numéricos pichados nos muros pelos rapazes que estavam enamorados delas.

Dr Aníbal Pereira dos Reis, de saudosa lembrança, sem seu opúsculo ‘666 –

Apocalipse 13.18’ cita o estudioso alemão e grande erudito no Novo

Testamento, Adolf Deissman, que na obra Licht Von Osten, Tubingen, 1909, p.

207, afirma haver nas ruínas de Pompéia abundantes e excelentes exemplos

de seu emprego, como este: “Eu amos a moça cuja cifra é 545”. Uma vez que

o testemunho histórico-arqueológico estabelece como generalizada esta

prática, e como familiar ao apóstolo João, não deve ser estranho procurarmos

reconstituir o “nome” ou os “títulos” que caberão na carapuça do falso-profeta.]

Antes de apresentar os cálculos gemátricos deve ser lembrado que a

gematria foi bem conhecida dos antigos e se bem que muitas vezes

mal utilizada ou mal interpretada, pode em certos casos nos levar a

conclusões válidas na profecia.

Abaixo apresento os títulos com os valores sob as letras para

melhor identificação. Entre os títulos papais que resultam no

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Page 19: O anticristo e a grande tribulação

algarismo ‘666’ o número do anticristo e, sobretudo do falso-profeta

temos três deles proeminentes:

(1) V I C A R I V S F I L I I D E I

5 1 100 1 5 1 50 1 1 500 1 =666

(Tradução: “Vigário Filho de Deus”)

(2) R E X I L S A C E R D V S

10 1 50 100 500 5 =666

(Tradução: “Rei e Sacerdote”)

(3) D V X C L E R I

500 5 100 50 1 =666

(Tradução: “Chefe do Clero” ou “Cabeça do Clero”)

Observe que todos estes títulos, de alguma maneira, pertencem

a CRISTO. Além destes títulos há outros que, corroborando este

mesmo resultado, estão ligados à figura do reino no anticristo e dele

próprio:

(4) lateinos = “Latino” em grego, e quer dizer “império

romano”. Foi descoberto por Irineu no final do 2º século.

(5) TYYMWR = (RWMYYT) em hebraico quer dizer “romanos”.

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Page 20: O anticristo e a grande tribulação

(6) RUTR = (STUR) que no caldeu (língua babilônia) quer dizer

“saturno”, nome aplicado a Tammuz, divindade mitológica

babilônica, e à própria cidade de Roma cujo nome primitivo foi

“Satúrnia” ou “cidade ou residência de Saturno”. Saturno é conhecido

como o ‘deus oculto ou escondido’. Ovídio, Plínip e Aurelius Victor

chamam a Itália de “terra saturnina”. De “Stur” e “Lat” vieram os

termos ‘Latium’ e ‘Lácio’ querem significar “escondido” ou “jaz

escondido”. Em nosso resultaram das flexões históricas da palavra

“latium” os vocábulos LATENTE, LATÊNCIA e LATÍBULO. Não apenas

os local geográfico (Latium e Lácio), mas a língua, o latim, é o idioma

oficial do Vaticano, a sede do Papado e da Igreja cristã apóstata.

(7) teitan = (TEITAN) também descoberta por Irineu nos finais

do 2º século, é a transliteração grega do babilônico “Titan” ou “Titã”

que significa “dragão” ou “grande usurpador”.

A pesquisa sobre o número ‘666’ não pára aqui, Suas fronteiras

são vastas e tanto material enfadaria os estudiosos. O que nos chama

a atenção é a diversidade de precisão acerca desses números e sua

ligação com o papado. Tantas e reiteradas evidências não podem ser

concluídas como coincidências ou meramente acidentais.

Podemos estar certos de que em nenhum outro caso neste

mundo haverá tamanha coerência de significado e encaixes proféticos

como no caso do Papado e da Igreja Católica Romana. Não é

somente a coincidência numérica que nos admira, mas

principalmente a coerência lógica da sua identidade aliada à precisão

numérica. Estes dois fatores juntos são extremamente fortes.

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Page 21: O anticristo e a grande tribulação

Dr. Aníbal Pereira Reis, por curiosidade, contou pessoalmente o

número dos discursos e intervenções da 4ª. sessão do Concílio

Vaticano II: havia ali 666 atas. Seria uma simples coincidência?

Tenho a impressão que este número deve estar por toda a parte

marcando o trono da Segunda besta, o falso-profeta. Também não

existe substituto tão formidável hoje no mundo ou na história, que

ocupe adequadamente esta posição. O que Satanás irá fazer na

Grande Tribulação, é produto de dois milhares de anos de construção

teórica e factual. É algo não somente gigantesco, mas também

misterioso.

Entretanto o Senhor Jesus liquidará o anticristo com o sopro da

Sua boca. Jesus em grego ‘I H S O U S’ resulta no algarismo

‘888’, porque ELE é o Mais-que-Perfeito. O número 7 ou ‘777’ seria o

da Perfeição. Mas Jesus fica acima disto. O ‘777’ pode ser

interpretado como o valor simbólico da nossa perfeição como cristãos

glorificados, mas o de Jesus excede, pois Sua Perfeição é absoluta e

Eterna. Satanás, o anticristo, e o falso-profeta não terão qualquer

chance.

4.4 AS PRAGAS DO APOCALIPSE

Uma boa parte dos autores escatológicos aceita que os selos

serão aplicados na 1ª parte do período da Grande Tribulação

enquanto que as trombetas e as taças o serão na 2ª parte. Pensam

assim porque nesta Segunda etapa o anticristo exercerá sua ira

contra o povo judeu ensejando em contrapartida uma intensificação

da grande ira de DEUS sobre o mundo.

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Page 22: O anticristo e a grande tribulação

O cap. 6 de Apocalipse apresenta os selos que iniciam as

pragas sobre o mundo daquela geração. Há fortes razões para crer

que o cavaleiro branco do 1º selo, seja o próprio anticristo, cujo

governo resultará em guerra (2º selo), fome (3º selo) e morte (4º

selo). Isto se aplica então ao princípio do seu reinado fugaz, porem

impetuoso.

A configuração da montagem destas pragas divinas é

interessante. Após a seqüência dos primeiros selos, segue-se a

descrição de certos eventos em passagens que chamamos de

parentéticas distribuídas em todo o livro de Apocalipse. Quando o 7º

selo se abre, surgem as 7 trombetas como se estivessem

enfileiradas. Da mesma forma, a 7ª trombeta apresenta as sete taças

da ira de DEUS como se estivessem enfileiradas para serem

derramadas. Isto mostra uma ligação contínua entre as diversas

pragas que sugere uma total abrangência em todo o período da

Grande Tribulação.

Há razão, porém para se crer que a maior parte das trombetas

se dará na primeira etapa da Tribulação até a 6ª trombeta. Lemos em

Ap. 11.2, trecho de uma passagem parentética antes da sétima

trombeta, o seguinte:

“E deixa o átrio que está fora do templo, e não o meças;

porque foi dado às nações, e pisarão a cidade santa por

quarenta e dois meses”.

Isto indica que daqui para frente o Templo será pisado pelos

gentios por 42 meses o que coincide com a 2ª etapa do período de 78

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Page 23: O anticristo e a grande tribulação

anos da Grande Tribulação. Isso também significa que as primeiras 6

trombetas foram tocadas no final da 1ª etapa, pelo menos. Além

disso, em 11:3, lê-se:

“E darei poder às minhas duas testemunhas, e

profetizarão por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de

saco.”

Elas atuarão por 1260 dias (42 meses ou 3 anos e meio). Outra

vez (v. 12.6) se sugere que Israel, representado pela mulher, fugirá

para o deserto e estará ali guardada por 1260 dias também. Em

seguida vem o cap. 13 descrevendo as características do anticristo e

do falso-profeta que agirão abertamente durante esta segunda etapa.

Ao que tudo indica os caps. 11 a 13, descrevem eventos mais ou

menos concomitantes que indicarão no meio período da Grande

Tribulação, no fim da 1ª etapa.

Conforme o restante dos capítulos de Apocalipse, as pragas vão

seguir num crescendo até atingir o clímax na Batalha do

Armagedon. O espectro de horror causará uma impressão tremenda

e indelével nos sobreviventes daquele período. A Grande Tribulação

será um Holocausto de imensuráveis proporções.

É minha opinião que a população humana poderá ser reduzida

em até 2/3 do número atual ou daquela geração. Vejamos o porquê

em apenas 1 praga, a 6ª trombeta, quando será destruída a terça

parte da população mundial.

Lemos em Apocalipse 9.14-15, 18:

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Page 24: O anticristo e a grande tribulação

“A qual dizia ao sexto anjo, que tinha a trombeta: Solta

os quatro anjos, que estão presos junto ao grande rio

Eufrates. E foram soltos os quatro anjos, que estavam

preparados para a hora, e dia, e mês, e ano, a fim de

matarem a terça parte dos homens. Por estes três foi

morta a terça parte dos homens, isto é pelo fogo, pela

fumaça, e pelo enxofre, que saíam das suas bocas.”

Aqui, na 6ª trombeta, estamos apenas no fim da 1ª metade da

Grande Tribulação. Se em apenas uma praga morre ou desaparece

um terço da humanidade, é demais que calculemos o efeito das

outras pragas terríveis na erradicação de outro terço? De certa

maneira esta conjectura é até conservadora e lógica. Trazendo esta

projeção para os números atuais, que são agora de 6,3 bilhões,

teríamos apenas cerca de 2 bilhões no final do período da Grande

Tribulação. Mas esse número pode ser bem menor! Convenhamos

que são números aterrorizantes.

4.5 A PREGAÇÃO DO EVANGELHO NA TRIBULAÇÃO

O Apocalipse apresenta três recursos divinos que operarão

naquele período com o fim de despertar as almas em meio a um

misto de sedução e grande sofrimento.

Alguém pode pensar que não, mas a sedução diabólica bastante

intensa e saturada por um lado, e por outro as tormentas provocadas

pelas pragas, levarão os seres humanos já num estado de avançda

rebelião a blasfemarem contra DEUS (Apocalipse 16.9); pelo que

DEUS ainda na Sua misericórdia enviará seus servos para que, num

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Page 25: O anticristo e a grande tribulação

último lance de resgate, os homens conheçam e se apropriem da

Graça de DEUS que salva, mesmo que tenham de imolar suas vidas

em fé no cadafalso do anticristo.

Estes três recursos que DEUS usará são os 144.000 judeus, as

duas testemunhas e o anjo que voa no céu anunciando o Evangelho

eterno. Vejamos cada um deles.

a. Quem são os 144 mil?

Segundo a Escritura são judeus chamados de “servos do

nosso DEUS” (Apocalipse 7.3b), sendo 12.000 de cada tribo de

Israel. Cada tribo é referida pelo nome. A tribo de Efraim é chamada

de “José” (Apocalipse 7.8b), porque Manasses, o outro filho de José

é mencionado à parte. Também não aprece a tribo de Dã. Por quê?

Alguns estudiosos dizem que Dã foi a 1ª tribo a cair fundo nos

pecados de idolatria e imoralidade registradas na Bíblia (Ver Juízes

18.14-20, 30-31; I Reis 12.28-30).

Em Juízes os Danitas aparecem como ladrões velhacos e

subornadores por causa do ídolo de Mica. Supõe-se que Dã será

deixado sem proteção na Grande Tribulação, enquanto que no Milênio

seu nome reaparece registrado em Ezequiel 42:2, 6. Apesar do

procedimento iníquo dos danitas, há outros motivos para deixar

inconclusa essa questão.

No cap. 14.1-5, outra vez se descreve os 144.000 jovens

eleitos de DEUS. Pelo que se vê, esta testemunhas de DEUS foram

mortas em alguma ocasião dentro do período da Grande Tribulação.

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Page 26: O anticristo e a grande tribulação

Podem ter sido mortais nos episódios citados em Apocalipse 12.17-

18; 13.7, 15. De qualquer modo, aqui eles aparecem diante de DEUS

nos céus e não mais sobre a terra (vs. 1-3). Também se diz deles o

seguinte:

1. que eles “...foram comprados da terra.” (v. 3)

2. que eles “...não estão contaminados com mulheres; porque

são virgens.” (v. 4)

3. que eles “...são os que seguem o Cordeiro para onde quer

que vá.” (v. 4)

4. que eles “...são os que dentre os homens foram comprados

como primícias para Deus e para o Cordeiro.” (v. 4)

5. que “E na sua boca não se achou engano; porque são

irrepreensíveis diante do trono de Deus.” (v. 5)

A referência à sua castidade além de levar em conta o tipo de

ministério que terão, deve considerar também a impiedade

imoralizante e desmoralizante das mulheres daquela geração.

b. Quem são as duas testemunhas?

As escrituras em Apocalipse 11 não definem nominalmente

estas duas personagens. Aparentemente elas agem de modo

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Page 27: O anticristo e a grande tribulação

semelhante a Moisés e Elias. Outros pensam que eles sejam Enoque e

Elias, porque estes não passaram pela morte, enquanto é dito que

Moisés teve seu túmulo. Seu ministério é profético ao mundo da

geração do anticristo (11.3).

Em 11.10 são chamados de “profetas”. A menção que se faz

deles estarem vestidos de pano de saco indica que sua geração está

ligada ao arrependimento do pecado.

Os vs. 7 fala-se da conclusão de seu testemunho, quando DEUS

as deixará à mercê do poder demoníaco e elas morrerão. Sua morte

será um acontecimento sensacional no mundo inteiro ensejando a

troca de presentes e congratulações num período de 3 dias e meio.

Mas depois desse período são ressuscitadas e chamadas a DEUS á

vista de todos os seus inimigos. Estes ficarão aterrorizados. Haverá

então uma sucessão de catástrofes que abalarão o mundo e farão

com que a humanidade involuntariamente louve a DEUS (vs. 12-14).

c. Quem é o anjo com o Evangelho Eterno?

Em Apocalipse 14.6-7 temos o relato deste anjo pregador. Ele

passará por toda a terra clamando aos homens de toda nação, povo e

língua que temam a DEUS e se humilhem diante d’ELE. Essas

palavras são equivalentes a “aceitar o Evangelho eterno”., Fico

pensando nesse grande recurso que DEUS vai colocar em prol da

salvação dos pecadores daquela geração corrupta e desumana.

Sabemos que a reação humana à pregação deste anjo será mínima,

ou pelo menos, limitada. Décadas atrás, ao ler esta passagem eu

imaginava admirado porque mesmo assim a humanidade não ouviria

a voz do anjo e não aceitaria o Evangelho eterno.

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Page 28: O anticristo e a grande tribulação

Não é um anjo em si mesmo um ser portentoso e maravilhoso?

A aparição de um anjo no céu não seria matéria inédita e

sensacionalista para um grande programa de televisão ou para

comentário entusiásticos? Entretanto, aparentemente a humanidade

não concederá a menor atenção. Por quê? Será a humanidade da

Grande Tribulação tão insensível ao ponto de considerar desprezível

até mesmo um anjo de DEUS em pessoa? Como foi diferente a

reação de Manoá, de Daniel de Maria diante de um anjo!

Há uma explicação em nossos dias para esta atitude

desinteressada do mundo da Grande Tribulação? Eu penso que sim.

Faz 6 a 7 anos que observei pela primeira vez em bancas de revista,

o surgimento de literatura sobre os anjos. Daí para cá houve um

enxurrada de informações angélicas que quase nos desconcerta. A

impressão que dá é que o mundo e as editoras seculares sabem mais

sobre os anjos do que nós que sempre estudamos teologia. Certa vez

comprei um CD de música de Natal, e qual não foi minha surpresa,

ao ouvi-lo, descobrir que se tratava de um desses cd’s sub-angelicais,

conduzida pela novaerista brasileira Mirna Grzich, angelóloga de

carteirinha. Por fora era impecável e estava selado, Mas acabou

enganando um pastor evangélico.

Quanto a mídia não consegue na sedução do mundo para o

engano angelológico nestes últimos tempos? Reconhece-se assim que

o mundo vai estar preparado para rejeitar o fenômeno espiritual de

um anjo do Senhor que prega dos céus para a terra, mas por fugir ao

estereótipo apresentado pela mídia, será rejeitado. Que tempo

terrível será aquele! [Nota: Atualmente, todos os filmes dos super-heróis

cinematográficos hollywodianos apresentam invasores na terra que devem ser

combatidos e destruídos! Está presente neste filmes a idéia constante da

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Page 29: O anticristo e a grande tribulação

evolução e de que a raça humana deve combater todos e quaisquer elementos

externos que desejem dominá-la. Estes filmes, como filosofia, são pregações

satânicas que focam ao humanismo e ao ateísmo, procurando estabelece-los

ardil e sutilmente na mente das crianças. Este tipo de mentalidade cresce

nestes últimos dias com a tecnologia das realidades virtuais, como um preparo

ideológico para a rebelião humana final contra DEUS. Pais salvos em Cristo, a

isto clamamos: Acordem!!]

Considere-se, porém que haverá muitas conversões durante a

tribulação, entre judeus e gentios. Este é o testemunho de Ap. 7.9-

17, especialmente o verso 14; também encontramos o mesmo em

Apocalipse 12.11, 17; 13.5, 7, 10, 15; 14.12-13; 18.4, 20-24.

Em Apocalipse 18.4 DEUS ordena que seu povo se retire da

“Babilônia” que é identificada como a Roma Maligna, ou a Roma que

domina através da religião, como será mostrado a seguir. A voz aqui

se dirige aos futuros crentes da Grande Tribulação.

4.6 ISRAEL E O ANTICRISTO

É o profeta Daniel que revela a ignominiosa aliança entre o

anticristo e Israel. Tal aliança foi prefigurada no passado por um

outro acontecimento histórico futuro a Daniel: o pacto enganoso

entre Antíoco IV Epifânio e o povo de Israel daqueles dias (176-167

a.C. – ver Daniel 11.22-23,31). Lemos em Daniel 9.27 o seguinte:

“E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na

metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e

sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até

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Page 30: O anticristo e a grande tribulação

à consumação; e o que está determinado será derramado

sobre o assolador.”

Esta aliança, o príncipe romano que é o “pequeno chifre” de

Daniel 7.8 será fechada com os judeus por 7 anos. Na metade desse

período, haverá uma drástica interrupção tão afrontosa para os

judeus que eles a tomarão como quebra intencional e descobrirão a

farsa do anticristo, o falso messias. Eles reconhecerão como um

antagonista, como a “abominação desoladora”. A quebra da

aliança será efetuada pelos seguintes fatores:

1. Profanação e suspensão do culto judaico (Apocalipse 13.6; Mateus

24.15; II Tessalonicenses 2:4, 9, 10);

2. Introdução de abominações no templo reconstruído (Daniel 9.27b);

3. Desolação do santuário (Daniel 9.27b);

4. Perseguição intensa dos judeus (Apocalipse 13.7);

5. Ereção de uma imagem do anticristo no templo judaico e o

exercício de sua infame adoração (Apocalipse 13.14, 15; II

Tessalonicenses 2.4; Mateus 24.15).

Durante esta intensa campanha do anticristo, DEUS esconderá

Israel da sua face, mas não toda a nação. Parte dela ficará na sua

terra. Voltando a Ap. 12.6, 13-17, lemos:

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Page 31: O anticristo e a grande tribulação

“E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar

preparado por Deus, para que ali fosse alimentada

durante mil duzentos e sessenta dias... E, quando o

dragão viu que fora lançado na terra, perseguiu a mulher

que dera à luz o filho homem. E foram dadas à mulher

duas asas de grande águia, para que voasse para o

deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e

tempos, e metade de um tempo, fora da vista da

serpente. E a serpente lançou da sua boca, atrás da

mulher, água como um rio, para que pela corrente a

fizesse arrebatar. E a terra ajudou a mulher; e a terra

abriu a sua boca, e tragou o rio que o dragão lançara da

sua boca. E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer

guerra ao remanescente da sua semente, os que guardam

os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus

Cristo. “

Miquéias 2.12-13 fala também deste desta fuga de Israel mas

não informa se o local para onde ela vai está na antiga terra de

Edom. Apenas fala da proteção dada a Israel. Muitos crêem, embora

a Escritura não identifique, que o lugar no deserto é uma região a

130 km ao sul de Jerusalém em Bozra ou Petra, antigas capitais do

reino de Edom. Esse reino já desapareceu na história. A região é

montanhosa e Jesus fala disso em Mateus 24.16, dizendo para os

fugitivos irem para os montes. Jesus cita essa passagem no trecho do

sermão profético em Mateus 24 e 25,quando se refere á Grande

Tribulação.

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Uma profecia em Jeremias 49.17-22 e Isaías 34.1-7 é citada

como indicativa da perseguição militar do anticristo e essa fortaleza

judaica secreta no deserto. Mas a descrição profética aqui parece

muito mais coincidir com o cumprimento profético histórico do

aniquilamento de Edom. Algo, porém da descrição da região é

perfeitamente notável quanto às características necessárias para

Israel fazer deste país uma fortaleza segura indicada por DEUS.

Temos nesta região deserta, então as seguintes características

estratégicas:

1. Local de muitas cavernas e esconderijos onde o povo pode se

esconder. Não podem ser atingidos por artilharia aérea (Jeremias

49.8, 10; Obadias 3).

2. O terreno é rochoso e montanhoso impedindo a locomoção de

exércitos aparelhados e a construção de aeroportos para o

desembarque de tropas (49.16);

3. Muitas cavernas estão nos penhascos a meio caminho da base até

o topo dos montes, dificultando o acesso da infantaria (49.16;

Obadias 3,4).

4. O único acesso a Petra, por exemplo, por via terrestre é através de

um desfiladeiro escarpado que possibilita apenas o acesso de

infantaria em fila indiana, algo que pode ser perfeitamente defendido

por um bando de guerrilheiros.

Por estes elementos é plausível que o local no deserto tenha a

ver com esta região. Porém por não se ter referências mais claras e

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Page 33: O anticristo e a grande tribulação

diretas, o assunto também resta inconcluso e sujeito a especulações.

Por outro lado cremos que DEUS pode muito bem criar algo novo,

inexistente a partir do próprio deserto, de uma forma sobrenatural.

Isso não é de admirar porque todo aquele período será um cenário de

feitos miraculosos tanto da parte de DEUS como da parte de Satanás.

Do que se lê em Apocalipse 12.14-17, Satanás através do

anticristo perseguirá o Israel fugitivo pondo atrás dela “água como

rio”, isto é, seus exércitos de infantaria que será engolidos pela terra,

outro fato sobrenatural no mesmo local.

Israel, como remanescente escorraçado, permanecerá seguro

até que o Armagedon traga o desfecho dos acontecimentos da 2ª

volta de CRISTO (gloriosa) e sua restauração no Milênio. Isaías 63.1-

6 e Habacuque 3.3, indicam que o Messias virá de Bozra com suas

vestes tintas de sangue, como quem pisa no lagar. Isto pode ser um

álibi que fala do seu encontro com os exércitos do anticristo quando

os destruirá ali, dirigindo-se então para o norte, para Jerusalém a fim

de manifestar ao mundo no maior clímax então.

4.7 BABILÔNIA: A MÃE DAS PROSTITUIÇÕES

Em Apocalipse caps. 17 e 18 nos é mostrado a condenação e

destruição da Babilônia moderna. Muitos comentaristas falam da

reconstrução da velha Babilônia da Mesopotâmia, mas por algumas

razões bíblicas acho que sua menção no Apocalipse se refere a uma

cidade moderna que figurativamente herdou o caminho dos seus

costumes, crenças e caráter.

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As razões pelas quais presumo que se trata de uma cidade

antiga ainda existente, e por isso mesmo, também moderna, e

religiosa, são as seguintes:

1. O nome “Babilônia” é um nome mistério. Isto quer dizer que não

se trata da antiga cidade no Eufrates, e sim de uma cidade posterior

que assumiu o seu caráter na história subseqüente e na modernidade

(Apocalipse 17.5);

2. As numerosas profecias sobre a babilônia antiga falam de sua total

destruição e assolação, vaticinando que ela se tornaria em ruínas (ver

Jeremias caps. 50 e 51; Isaías caps. 13-14, 21, 47-48), o que de fato

o é.

3. A tentativa de reconstrução por Saddam Hussein foi interrompida e

seriamente comprometida com a Guerra do Golfo Pérsico. Além de

tentar reconstruir uma cidade monumental que tinha 96 km de

perímetro, cujos muros alcançavam a altura de 30 a 60 m, sendo o

portão de Ishtar de quase 100m, e tendo de desviar o curso do Rio

Eufrates para construí-la no seu leito, gastou muito com a Guerra e a

perdeu. Os prejuízos para o país são incalculáveis mesmo para os

seus petrodólares. Além disso, dentro do seu objetivo de açambarcar

o mundo árabe como líder preponderante ou único, a reconstrução de

uma cidade totalmente em ruínas e desabitada seria um estorvo e

um escoamento prodigioso de divisas estratégicas que também

comprometeria seu alvo maior. A área reconstruída por ele é

desconsiderável para servir de indício profético.

4. Isaías 13.20 diz:“Nunca mais será habitada, nem nela morará

alguém de geração em geração; nem o árabe armará ali a sua

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Page 35: O anticristo e a grande tribulação

tenda, nem tampouco os pastores ali farão deitar os seus

rebanhos.” É testemunho consensual entre os arqueólogos que

trabalham naquelas paragens que os árabes não passam a noite com

eles, mas vão dormir em outro local próximo, pois

supersticiosamente consideram a ex-cidade amaldiçoada.

5. “Babilônia” aqui é chamada de “mulher”; ela está montando a

besta e por esta é sustentada (Apocalipse 17.3). Também diz em

17.6 que está embriagada com “...sangue dos santos, e do

sangue das testemunhas de Jesus.” Essa descrição não pode se

referir à babilônia mesopotâmica porque Jesus não esteve ali, nem os

“seus santos”, no sentido específico da expressão.

6. Em Apocalipse 17.9 diz que o mistério da mulher e que ela está

assentada sobre sete montes ou colinas, que são as sete cabeças e

também são sete reis. Existem várias interpretações para esta cidade

de 7 montes. Mas sabe-se que de 4 cidades no mundo, com estas

características, Constantinopla (hoje Istambul), Bruxelas, Jerusalém e

Roma, esta última de longe é a mais destacável e a única que teve

pretensões a um império universal quer fosse político ou religioso. Os

sete montes de Roma são chamados: Palatino, Capitolino,

Aventino, Caeliano, Esquilino, Virminal e Quirinal. Outros dados

conferem com este fato:

a. Roma, como a “cidade das sete colinas” é conhecida na

literatura universal e na fala popular, em citações de Horácio,

na ‘Eneida’ e na ‘Marcial” de Virgílio, e no ‘Propertius’ de Cícero.

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b. A Arqueologia descobriu que as moedas no tempo de

Vespasiano foram cunhadas representando Roma como uma

mulher sentada sobre 7 colinas.

c. O que é contrastante aqui com a antiga babilônia é que a

região onde estava construída não tem colinas nem montes. É

uma planície de várzea totalmente rasa e plana não havendo

montes senão muito ao longe. Nada pode ser tão claro acerca

de Roma e diferenciado da Babilônia que hoje está em ruínas.

7. Em Apocalipse 14.8, João usa o termo críptico usado pelos

cristãos do 1º ao 3º séculos, para indicar Roma, em seu poder e

caráter político-religioso, inflamando com sua idolatria pagã o mundo

inteiro. É nesta concepção que Pedro em I Pedro 5.13 se refere a

Roma chamando-a de “Babilônia” como muitos comentaristas assim

interpretam. Possivelmente o termo “Babilônia” foi usado para

significar Roma a fim de confundir s perseguidores romanos para que

não vissem nisto uma forma de defesa ou consolação cristã dirigida

contra a sua cidade, a sede do Império e seus imperadores. Não

devemos esquecer que Apocalipse foi escrito durante a gestão

imperial de Diocleciano, por causa de cuja perseguição, o apóstolo

João estava em Patmos. Quanto nós, que somos os crentes do futuro,

não desejamos que a Igreja apóstata e corruptora dos séculos caia

nas mãos de DEUS para receber o seu juízo merecido? Quanto os

cristãos primitivos desejavam que isto acontecesse, meus irmãos! E

lhes digo que é o meu desejo também!

8. Os que acham que a Babilônia de Pedro é literal devem lembrar

que não há qualquer registro histórico de que Pedro tinha se

relacionado a uma comunidade cristã mas a Oriente, a não ser

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Antioquia. Seu relacionamento foi com a comunidade cristã ocidental.

E lembremo-nos que foi com Pedro que a chave do Reino dos céus

abriu ais gentios, através de Cornélio, a porta da Salvação. Cornélio

era cidadão romano e não babilônico. Para mim estes acontecimentos

servem de indícios alusivos que clarificam a questão.

9. É importante dizer aqui que o Mercado Comum Europeu (MCE),

precursor da atual União Européia foi criada em Roma no ano de

1957.

10. É fato conhecido que os judeus em sua literatura, antes dos

cristãos, referem-se a Roma chamando-a de “Babilônia”, e aos

romanos de “caldeus”. Pode-se ver isto em II Baruque 6-8, 11.1 e

67.7. Os Oráculos Sibilinos 5.158-161 prediziam a “queda de

Babilônia” como algo provocado pela queda de uma grande estrela

(um poder angelical) no mar Mediterrâneo a qual consumiria a Cidade

de Roma e a Itália a fogo. Lendo em Apocalipse 18.20-21

encontramos a verdadeira profecia que diz:

“Alegra-te sobre ela, ó céu, e vós, santos apóstolos e

profetas; porque já Deus julgou a vossa causa quanto a

ela. E um forte anjo levantou uma pedra como uma

grande mó, e lançou-a no mar, dizendo: Com igual ímpeto

será lançada Babilônia, aquela grande cidade, e não será

jamais achada.”

Certamente Pedro e os demais apóstolos sendo judeus

conheciam o uso popular dessas idéias e expressões e como Roma

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era inimigo comum de ambos os cristãos e judeus, agiu de maneira

familiar e natural ao empregar o temos no mesmo sentido.

11. Roma é a única cidade hoje que tanto representa ao antigo

Império Romano que perseguia a Igreja Cristã e os judeus, como

também a religião apóstata cristã que manteve a idolatria descrita no

cap. 17. Sua idolatria aqui é denunciada como meretrício religioso e

as abominações da terra, expressões essas de uso comum judaico. A

idolatria pagã imperial continuou no Papado idólatra ocidental e

continua até agora. Portanto, a única cidade que pode representar

bem esses dois grandes momentos da história por uma religiosidade

falsa e antiteísta é mesmo Roma. Qualquer outro significado para

“Babilônia” cai na vacuidade factual e subtrai seu real valor

simbólico. Em Apocalipse 17.18, João nos diz:

“E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os

reis da terra.”

Que outra cidade neste mundo jamais caberia aqui meus

irmãos?

12. Conforme Apocalipse 17.16-17, o anticristo e o falso-profeta

acabarão destruindo a própria meretriz, a cidade, dando-lhe pelo

próprio mal, o pago dos seus pecados históricos universais. Portanto,

a mulher que tanto é a cidade quanto a sede do cristianismo apóstata

que lhe deu fama e nome, constitui-se ontem, hoje e amanhã, na

maior mentira e ilusão religiosa universal jamais havida. Esta ilusão

será desfeita pelo próprio poder político do anticristo. É o ferro da

política tirana que nunca se mistura com o barro da religião. Roma

servir-lhe-á apenas de máquina de propaganda e engodo aos seus

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pernósticos intentos. Grande regozijo haverá entre os salvos por

causa da sua queda e os céus se alegrarão (Apocalipse 18.20-24).

Todo o esforço de Satanás para lograr êxito perante DEUS ou

JESUS CRISTO cai nas palavras do sábio de Eclesiastes:

“Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de

vaidades! Tudo é vaidade.” (Ec 1.2)

Porque tanta perda de tempo e de vida e de inteligência da

parte do homem e dos anjos caídos para tentar ludibriar a DEUS ou

fazer o mal maior que o bem? Isto nos deixa tremendamente

perplexos e chocados. A vida humana como idealizada por Satanás é

um logro de gigantescas proporções, tão grande que nos submergiria.

A Grande Tribulação será necessária para que o nosso DEUS vingue s

desfeitas do ser humano contra a Sua soberana graça e vontade. Não

poderá ser de outra maneira. E nisso tudo estamos no melhor lugar,

na melhor posição, na maior conquista, uma conquista eterna e

maravilhosa que somente DEUS, o bom DEUS nos poderia dar. O

Salmista diz: “Provai, e vede que o SENHOR é bom; bem-

aventurado o homem que nele confia.” O Senhor seja louvado

pelos feitos agora e sempre.

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