o anglo resolve

16
É trabalho pioneiro. Prestação de serviços com tradição de confiabilidade. Construtivo, procura colaborar com as Bancas Examinadoras na tarefa de não cometer injustiças. Didático, mais do que um simples gabarito, auxilia o estudante no processo de aprendizagem, graças a seu formato: reprodução de cada questão, seguida da resolução elaborada pelos professores do Anglo. No final, um comentário sobre as disciplinas. A prova da 1ª - fase da Unicamp consta de 3 opções para a elaboração de uma redação (valendo 48 pontos) e de 2 questões discursivas, subdivididas em 2 itens (a e b) de cada uma das seguintes matérias: Matemática, Física, Quími- ca, Biologia, História e Geografia (totalizando 48 pontos, pois cada item vale 2 pontos). Somente serão corrigidas as redações dos candidatos que estiverem numa das seguintes situações: a) até o limite de 8 candidatos por vaga do curso da 1ª - opção, independen- temente da nota obtida nas questões (desde que esta seja diferente de zero); b) até o limite de 12 candidatos por vaga do curso da 1ª - opção, caso tenha sido atingida a nota mínima de 24 pontos nas questões (50% de acerto). A pontuação obtida nessa prova de 1ª - fase (redação + questões) será uti- lizada duplamente: para a convocação para a 2ª - fase e, com peso 2, para a avaliação final. Serão chamados para a 2ª - fase todos os candidatos cujo rendimento for igual ou superior a 50% do total da 1ª - fase, até o limite de 8 vezes o número de vagas do curso de 1ª - opção. Sempre que o número de candidatos seleciona- dos for inferior ao limite de 3 por vaga, a seleção se completará segundo o critério de ordem decrescente de notas, até se atingir esse limite. Caso o candidato tenha solicitado e isso o favoreça, a Unicamp incluirá no cálculo da nota final da 1ª - fase (NF) os pontos obtidos na parte objetiva do ENEM (E), aplicando a seguinte fórmula: NF = (0,8N) + (0,2 × 0,96E) Para aqueles que fizeram o ENEM 2007 e 2008, a Unicamp utilizará a nota da parte objetiva do ENEM somente dos candidatos que tenham nota diferente de zero na Redação. O vestibular da Unicamp avalia também os candidatos aos cursos de Medicina e Enfermagem da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (estadual). o o a an ng gl lo o r re es so ol lv ve e a a p pr ro ov va a d da a 1 ª - f fa as se e d da a U Un ni ic ca am mp p n no ov ve em mb br ro o 2 20 00 08 8 Código: 835010109

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o anglo resolve

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Page 1: O ANGLO RESOLVE

É trabalho pioneiro.Prestação de serviços com tradição de confiabilidade.Construtivo, procura colaborar com as Bancas Examinadoras na tarefa de nãocometer injustiças.Didático, mais do que um simples gabarito, auxilia o estudante no processode aprendizagem, graças a seu formato: reprodução de cada questão, seguidada resolução elaborada pelos professores do Anglo.No final, um comentário sobre as disciplinas.

A prova da 1ª- fase da Unicamp consta de 3 opções para a elaboração de umaredação (valendo 48 pontos) e de 2 questões discursivas, subdivididas em 2itens (a e b) de cada uma das seguintes matérias: Matemática, Física, Quími-ca, Biologia, História e Geografia (totalizando 48 pontos, pois cada item vale2 pontos).

Somente serão corrigidas as redações dos candidatos que estiverem numa dasseguintes situações:a) até o limite de 8 candidatos por vaga do curso da 1ª- opção, independen-

temente da nota obtida nas questões (desde que esta seja diferente dezero);

b) até o limite de 12 candidatos por vaga do curso da 1ª- opção, caso tenhasido atingida a nota mínima de 24 pontos nas questões (50% de acerto).

A pontuação obtida nessa prova de 1ª- fase (redação + questões) será uti-lizada duplamente: para a convocação para a 2ªª- fase e, com peso 2, para aavaliação final.Serão chamados para a 2ª- fase todos os candidatos cujo rendimento for igualou superior a 50% do total da 1ªª- fase, até o limite de 8 vezes o número devagas do curso de 1ªª- opção. Sempre que o número de candidatos seleciona-dos for inferior ao limite de 3 por vaga, a seleção se completará segundo ocritério de ordem decrescente de notas, até se atingir esse limite.Caso o candidato tenha solicitado e isso o favoreça, a Unicamp incluirá nocálculo da nota final da 1ª- fase (NF) os pontos obtidos na parte objetiva doENEM (E), aplicando a seguinte fórmula:

NF = (0,8N) + (0,2 × 0,96E)Para aqueles que fizeram o ENEM 2007 e 2008, a Unicamp utilizará a nota daparte objetiva do ENEM somente dos candidatos que tenham nota diferentede zero na Redação.O vestibular da Unicamp avalia também os candidatos aos cursos de Medicinae Enfermagem da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (estadual).

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Código: 835010109

Page 2: O ANGLO RESOLVE

2UNICAMP/2008 – 1ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

O aquarismo é uma atividade que envolve a criação de espécies aquáticas em ambiente confinado. O bom fun-cionamento do aquário depende do controle de uma série de parâmetros, como temperatura, matéria orgâni-ca dissolvida, oxigênio dissolvido, pH, entre outros. Para testar seus conhecimentos químicos, responda às se-guintes questões:a) Um dos principais produtos do metabolismo dos peixes é a amônia, que é excretada na água. Desconside-

rando-se qualquer mecanismo de regulação externa e considerando-se apenas essa excreção de amônia, ovalor do pH da água do aquário tende, com o passar do tempo, a aumentar, diminuir ou permanecer cons-tante? Justifique.

b) Para peixes de água fria, a concentração ideal de gás oxigênio dissolvido na água é de 5ppm. Considerando-se esse valor e um aquário contendo 250kg de água, quantos mols de gás oxigênio estão dissolvidos nessaágua?

Dados: 1ppm significa que há 1 grama de gás oxigênio dissolvido em 1.000 quilogramas de água; massa molardo gás oxigênio = 32gmol–1.

a) O pH da solução aumentará, pois a amônia dissolvida em água se ioniza, liberando íons hidroxila de acor-do com a equação:

NH3(g) + H2O(l) NH+4(aq) + OH–(aq)

b) Uma concentração de 5ppm de O2 significa:

5g de O2 106g de água 103kg de águax 250kg de água

Como a massa molar do oxigênio é igual a 32g/mol, temos:

y –∼ 0,04mol de O2.

A quantidade de gás oxigênio dissolvido na água pode ser monitorada através de um teste químico, em que,inicialmente, faz-se o seguinte: a uma amostra de 5mL de água do aquário, adicionam-se 2 gotas de soluçãode Mn2+ e 2 gotas de uma solução de I– (em meio básico), agitando-se a mistura. Na seqüência, adiciona-seuma solução para tornar o meio ácido e agita-se a mistura resultante. Sabe-se que em meio básico, o íon Mn2+

se transforma em Mn4+ ao reagir com o oxigênio dissolvido na água. Em meio ácido, o Mn4+ da reação anteriorreage com o I–, produzindo I2 e Mn2+. Quando não há oxigênio dissolvido, as reações anteriormente descritasnão ocorrem.

Questão 2t

1mol de O2 ———— 32gy —————— 1,25g

xg kg

kgg de O= =⋅5 250

101 25

3 2,

Resolução

Questão 1t

ÕÕÕEEEUUUQQQ SSSSSS EEETTT

Page 3: O ANGLO RESOLVE

Dados:

a) Correlacione a presença ou a ausência de oxigênio dissolvido com a coloração (clara/escura) do teste.Justifique sua resposta, indicando a espécie responsável pela coloração em cada caso.

b) Escreva a equação química balanceada para a reação do Mn4+ com o I–, conforme se descreve no texto daquestão.

a) Caso a solução não tenha oxigênio dissolvido, não ocorrerá a oxidação do íon Mn2+, ficando a solução coma cor rosa claro devido à presença desse íon.Caso a solução contenha oxigênio dissolvido, o íon Mn2+ será oxidado a Mn4+ (preto) e a seguir será reduzi-do novamente a Mn2+ em meio ácido, com oxidação do I– a I2, o que conferirá cor escura para a solução, jáque o I2 possui coloração castanho escuro.

b) Ocorrerá redução do Mn4+ e oxidação do I– de acordo com as semi-reações:

Mn4+ + 2e– Mn2+

2I– I2 + 2e–

Mn4+ + 2I– I2 + Mn2+

O Pantanal já teve 17% de sua paisagem natural devastados, mas o drama da planície alagada, assim como ode outras áreas úmidas do Brasil, é praticamente ignorado pelos governos estadual e federal, afirmaram cien-tistas reunidos em Cuiabá para discutir o futuro dessas regiões. Segundo Walfrido Tomás, especialista em ges-tão de biodiversidade da Embrapa Pantanal, a pecuária intensiva está se difundindo no Pantanal e tem desma-tado muito mais do que a tradicional pecuária pantaneira.

(Adaptado de BBC Brasil: www.viagem.uol.com.br/ultnot/bbc/2008/07/25/ult454u209.htm?action=print)

a) Compare as formas de pecuária intensiva e extensiva.b) Considerando o Domínio Morfoclimático do Pantanal, quais as características naturais que favorecem a ati-

vidade pecuária nessa área?

a) A pecuária extensiva se caracteriza por ser realizada com os rebanhos soltos no pasto. Isso determina a neces-sidade de se utilizar grandes extensões de terra, com pequena aplicação de tecnologia na criação animal, oque resulta em baixa produtividade econômica. A pecuária intensiva se caracteriza por ser realizada com os rebanhos criados em estábulos, exigindo grandeuso de mão-de-obra, mas podendo ser realizada em pequenas propriedades. Nesse sistema, aplica-se muitatecnologia na criação animal, e a produtividade econômica é bastante elevada.

b) O Domínio Morfoclimático do Pantanal se caracteriza por apresentar uma superfície de topografia extrema-mente plana, recoberta em grande parte do ano (na estiagem) por formações vegetais herbáceas, que fun-cionam como pastagem natural para a pecuária extensiva regional.

A abelha, no Brasil, é um híbrido das abelhas européias (Apis mellifera mellifera, Apis mellifera ligustica, Apismellifera caucasica e Apis mellifera carnica) com a abelha africana (Apis mellifera scutellata). Essa abelha,africanizada, possui um comportamento muito semelhante ao da Apis mellifera scutellata, em razão da maioradaptabilidade desta raça às condições climáticas do País. Muito agressiva, porém menos que a africana, aabelha do Brasil tem grande facilidade de enxamear, alta produtividade e tolerância a doenças.

(Embrapa Meio-Norte, http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mel/SPMel/racas.htm, acessado em 05/09/2008.)

Questão 4t

Resolução

Questão 3t

Resolução

Espécie química em solução Mn2+ Mn4+ I– I2

cor rosa claro preto incolor castanho escuro

3UNICAMP/2008 – 1ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

H+

Page 4: O ANGLO RESOLVE

Goudie, A. The Human Impact on the Natural Environment.6ª- ed., Malden: Blackwell Publishing, 2006, p. 69.

a) Calcule a distância, em quilômetros, de propagação da abelha africana entre o ponto de origem e a cidadede Fortaleza. Por que a propagação da abelha africana não avançou para a Patagônia Argentina e a Cordi-lheira dos Andes?

b) A apicultura é uma atividade capaz de causar impactos positivos, tanto sociais quanto econômicos, além decontribuir para a manutenção e preservação de ecossistemas existentes. Aponte dois aspectos econômicospositivos trazidos pela apicultura, em especial para a agricultura familiar.

a) A escala 1:150.000.000 significa que cada centímetro do mapa representa 1.500km da realidade. Se nomapa a distância entre o ponto de origem e a cidade de Fortaleza está indicada como sendo de 16mm ou1,6 centímetros, conclui-se que a distância real seria 2.400km (1,6 × 1.500).A abelha africana não avançou pela Patagônia Argentina e pela Cordilheira dos Andes porque nessas re-giões o clima apresenta invernos frios e baixa precipitação anual, condições ambientais desfavoráveis paraessa espécie animal.

b) Dentre os aspectos econômicos positivos trazidos pela apicultura para a economia, destacam-se:• produção de alimento e de uma possível fonte de renda para o agricultor familiar, com baixo custo de im-

plantação;• contribuição para a polinização, essencial ao ciclo de reprodução de muitos vegetais, o que pode elevar a

produtividade agrícola.

A tração animal pode ter sido a primeira fonte externa de energia usada pelo homem e representa um aspec-to marcante da sua relação com os animais.

F(N)

1000

800

600

400

200

10 20 30 40 50 60 70 d(m)

Questão 5t

Resolução

Expansão das Áreas de Ocorrência dasAbelhas Africanizadas nas Américas

1990

19871980

1976

Fortaleza1967

1966

1963Ponto de Origem

19571976

Área livre de abelhasafricanizadas

Escala: 1:150.000.000

16m

m

4UNICAMP/2008 – 1ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

Page 5: O ANGLO RESOLVE

a) O gráfico anterior mostra a força de tração exercida por um cavalo como função do deslocamento de umacarroça. O trabalho realizado pela força é dado pela área sob a curva F × d. Calcule o trabalho realizado pe-la força de tração do cavalo na região em que ela é constante.

b) No sistema internacional, a unidade de potência é o watt (W) = 1J/s. O uso de tração animal era tão difun-dido no passado que James Watt, aprimorador da máquina a vapor, definiu uma unidade de potência to-mando os cavalos como referência. O cavalo-vapor (CV), definido a partir da idéia de Watt, vale aproxima-damente 740W. Suponha que um cavalo, transportando uma pessoa ao longo do dia, realize um trabalhototal de 444000J. Sabendo que o motor de uma moto, operando na potência máxima, executa esse mesmotrabalho em 40s, calcule a potência máxima do motor da moto em CV.

a) O trecho em que a força é constante corresponde ao deslocamento entre 10m e 50m. Supondo-se a força namesma direção e sentido do deslocamento:

b) Da definição de potência:

P = 11100W

Como 1CV = 740W:

Os pombos-correio foram usados como mensageiros pelo homem no passado remoto e até mesmo mais recen-temente, durante a Segunda Guerra Mundial. Experimentos mostraram que seu mecanismo de orientação en-volve vários fatores, entre eles a orientação pelo campo magnético da Terra.a) Num experimento, um ímã fixo na cabeça de um pombo foi usado para criar um campo magnético adicional

ao da Terra. A figura abaixo mostra a direção dos vetores dos campos magnéticos do ímã →BI e da Terra

→BT. O

diagrama quadriculado representa o espaço em duas dimensões em que se dá o deslocamento do pombo.Partindo do ponto O, o pombo voa em linha reta na direção e no sentido do campo magnético total e atin-ge um dos pontos da figura marcados por círculos cheios. Desenhe o vetor deslocamento total do pombona figura e calcule o seu módulo.

b) Quando em vôo, o pombo sofre a ação da força de resistência do ar. O módulo da força de resistência doar depende da velocidade v do pombo segundo a expressão Fres = bv2, onde b = 5,0 × 10–3kg/m. Sabendo

que o pombo voa horizontalmente com velocidade constante quando o módulo da componente horizon-tal da força exercida por suas asas é Fasas = 0,72N, calcule a velocidade do pombo.

Questão 6t

P P CV= ∴ =11100740

15

Pt

= =| |τ∆

44400040

ττ

F

F

N A

J

= = −

=

⋅∴

800 50 10

32000

( )

F(N)

1000

800

600

400

200

10 20 30 40 50 60 70 d(m)

A

Resolução

5UNICAMP/2008 – 1ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

Page 6: O ANGLO RESOLVE

a) O campo magnético total (sic) resulta da soma vetorial de→BI e

→BT (figura) e, portanto, o pombo atinge o

ponto A.

Da figura, o módulo do vetor deslocamento (∆→r ) é dado por:

|∆→r | = |∆→

r | = 10m

b) Fasas = bv2 ∴ 0,72 = 5 ⋅ 10–3v2 ⇒

Os animais podem sofrer mutações gênicas, que são alterações na seqüência de bases nitrogenadas do DNA.As mutações podem ser espontâneas, como resultado de funções celulares normais, ou induzidas, pela açãode agentes mutagênicos, como os raios X. As mutações são consideradas importantes fatores evolutivos.a) Como as mutações gênicas estão relacionadas com a evolução biológica?b) Os especialistas afirmam que se deve evitar a excessiva exposição de crianças e de jovens em fase reprodu-

tiva aos raios X, por seu possível efeito sobre os descendentes. Explique por quê.

Questão 7t

v e v m s230 72 10

512= ⋅ =,

/

6 82 2+ ⇒

1,0m

1,0m

OBT→

BI→

8m

6m

A

∆r→

Resolução

1,0m

1,0m

OBT→

BI→

6UNICAMP/2008 – 1ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

Page 7: O ANGLO RESOLVE

a) As mutações gênicas são uma das fontes de variabilidade nos seres vivos, sobre a qual age a seleção natural,mecanismo fundamental da Evolução Biológica.

b) Os raios X, caso atinjam as gônadas, onde se situam as células germinativas — que geram gametas —, podemcausar mutações indesejáveis, transmissíveis aos descendentes.

Ao estudar os animais de uma mata, pesquisadores encontraram borboletas cuja coloração se confundia coma dos troncos em que pousavam mais freqüentemente; louva-a-deus e mariposas que se assemelhavam a folhassecas; e bichos-pau semelhantes a gravetos. Observaram que muitas moscas e mariposas assemelhavam-semorfologicamente a vespas e a abelhas e notaram, ainda, a existência de sapos, cobras e borboletas com colo-ração intensa, variando entre vermelho, laranja e amarelo.a) No relato dos pesquisadores estão descritos alguns exemplos de adaptações por eles caracterizadas como

mimetismo e camuflagem. Identifique no texto um exemplo de camuflagem. Explique uma vantagem dessasadaptações para os animais.

b) No texto são citados vários animais, entre eles sapos e cobras. Esses animais pertencem a grupos de vertebra-dos que apresentam diferenças relacionadas com a reprodução. Indique duas dessas diferenças.

a) São exemplos de camuflagem, no texto, as borboletas com cor semelhante à dos troncos, as mariposas se-melhantes a folhas secas e os bichos-pau semelhantes a gravetos. A vantagem da camuflagem está em con-fundir o animal com o ambiente, dificultando sua visualização tanto por presas como por predadores. No mi-metismo existente, por exemplo, entre moscas e vespas, as moscas se beneficiam por parecerem organismosagressivos, o que as protege de seus predadores.

b) Dentre as diferenças na reprodução de anfíbios, como o sapo, por exemplo, e répteis, como as cobras, podemser citadas:

I) fecundação externa nos anfíbios e interna nos répteis;II) ovos sem casca nos anfíbios e com casca nos répteis;

III) fase larval nos anfíbios e ausência dessa fase nos répteis;IV) ausência de anexos embrionários nos anfíbios e presença nos répteis.

Na década de 1960, com a redução do número debaleias de grande porte, como a baleia azul, as ba-leias minke antárticas passaram a ser o alvo prefe-rencial dos navios baleeiros que navegavam no he-misfério sul. O gráfico ao lado mostra o númeroacumulado aproximado de baleias minke antárti-cas capturadas por barcos japoneses, soviéticos/rus-sos e brasileiros, entre o final de 1965 e o final de2005.

a) No gráfico a seguir, trace a curva que forneceo número aproximado de baleias caçadasanualmente por barcos soviéticos/russos entreo final de 1965 e o final de 2005. Indique tam-bém os valores numéricos associados às letrasA e B apresentadas no gráfico, para que sejapossível identificar a escala adotada para oeixo vertical.

b) Calcule o número aproximado de baleias ca-çadas pelo grupo de países indicado no gráfi-co entre o final de 1965 e o final de 1990.

13500

34200

41840

45000

40000

35000

30000

25000

20000

15000

10000

5000

0

mer

oac

um

ula

do

de

bal

eias

caça

das

65 75 85 95 05Ano

JapãoURSS/RússiaBrasil

Questão 9t

Resolução

Questão 8tResolução

7UNICAMP/2008 – 1ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

Page 8: O ANGLO RESOLVE

a) No final de 1987, o número acumulado de ba-leias minke antárticas capturadas pelos soviéti-cos/russos foi 34.200. No final de 1972, essenúmero foi zero.Como, de 1972 a 1987, o gráfico foi uma reta, po-demos concluir que, nesse período, os soviéticos/russos capturaram, em média, n baleias por ano,

com , ou seja, n = 2280.

Antes de 1972 e depois de 1987, o número debaleias minke capturados pelos soviéticos/russosfoi nulo.

n = 34200 01987 1972

––

Resolução

A

0

mer

od

eb

alei

asca

çad

as

65 75 85 95 05Ano

B

8UNICAMP/2008 – 1ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

A

0

mer

od

eb

alei

asca

çad

as

65 75 85 95 05Ano

B

1500

3000

2280

Resposta:

Page 9: O ANGLO RESOLVE

b) No final de 2005, o número acumulado de baleias minke antárticas capturadas pelos japoneses foi 41840.No final de 1987, esse número foi 35000. Sendo n o número de baleias minke capturadas por ano, de 1987

a 2005, temos , ou seja, n = 380.

O número acumulado de baleias capturadas pelos japoneses em 1990 é dado por 35000 + 380 ⋅ 3 = 36140.No final deste ano, este número foi 34200 para os soviéticos/russos e 13500 para os brasileiros.Como, em 1965, este número foi zero nos três casos, podemos concluir que o número aproximado de ba-leias minke antárticas caçadas pelo grupo indicado de países é dado por 36140 + 34200 + 13500, ou seja, 83840.

Resposta: 83840.

Em um sistema de piscicultura superintensiva, uma grande quantidade de peixes é cultivada em tanques-redecolocados em açudes, com alta densidade populacional e alimentação à base de ração. Os tanques-rede têma forma de um paralelepípedo e são revestidos com uma rede que impede a fuga dos peixes, mas permite apassagem da água.a) Um grupo de 600 peixes de duas espécies foi posto em um conjunto de tanques-rede. Os peixes consomem,

no total, 800g de ração por refeição. Sabendo-se que um peixe da espécie A consome 1,5g de ração porrefeição e que um peixe da espécie B consome 1,0g por refeição, calcule quantos peixes de cada espécie oconjunto de tanques-rede contém.

b) Para uma determinada espécie, a densidade máxima de um tanque-rede é de 400 peixes adultos por metrocúbico. Suponha que um tanque possua largura igual ao comprimento e altura igual a 2m. Quais devem seras dimensões mínimas do tanque para que ele comporte 7200 peixes adultos da espécie considerada?

a) Sendo x e y, respectivamente, as quantidades de peixes das espécies A e B, devemos ter:

Resolvendo esse sistema, obtém-se x = 400 e y = 200.

Resposta: Espécie A = 400 peixes; espécie B = 200 peixes.

b) Dividindo 7200 por 400, teremos o número de metros cúbicos necessários.

7200 4000 18

Sendo x, x e 2 as medidas, em metros, das dimensões mínimas, devemos ter:

x ⋅ x ⋅ 2 = 18x2 = 9 ∴ x = 3

Resposta: 3m, 3m e 2m

As primeiras vítimas da Revolução Francesa foram os coelhos. Pelotões armados de paus e foices saíam à catade coelhos e colocavam armadilhas em desafio às leis de caça. Mas os ataques mais espetaculares foram contraos pombais, castelos em miniatura; dali partiam verdadeiras esquadrilhas contra os grãos dos camponeses, vol-tando em absoluta segurança para suas fortalezas senhoriais. Os camponeses não estavam dispostos a deixarque sua safra se transformasse em alimento para coelhos e pombos e afirmavam ser a “vontade geral da nação”que a caça fosse destruída. Aos olhos de 1789, matar caça era um ato não só de desespero, mas também de pa-triotismo, e cumpria uma função simbólica: derrotando privilégios, celebrava-se a liberdade.

(Adaptado de Simon Schama, Cidadãos: uma crônica da Revolução Francesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, pp. 271-272.)

a) De acordo com o texto, por que os camponeses defendiam a matança de animais?b) Cite dois privilégios senhoriais eliminados pela Revolução Francesa.

Questão 11t

1,5x + 1,0y = 800

x + y = 600

123

Resolução

Questão 10t

n = 41840 350002005 1987

––

9UNICAMP/2008 – 1ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

Page 10: O ANGLO RESOLVE

a) Os coelhos e os pombos, citados no texto, eram uma expressão dos privilégios da nobreza, e sua criação re-sultava em prejuízos para os camponeses na medida em que esses animais consumiam grãos que deveriamser destinados ao consumo humano. Chama atenção o emprego do argumento da “vontade geral”, princípiorevolucionário de 1789, que aponta para a importância simbólica dos ataques aos animais.

b) A Revolução aboliu privilégios fiscais e jurídicos da nobreza, bem como as obrigações camponesas que ca-racterizavam a servidão (trabalho e impostos). Além disso, foram abolidos privilégios relacionados à caça e àcriação de animais, conforme indica o texto.

Os animais humanizados de Walt Disney serviam à glorificação do estilo de vida americano. Quando os dese-nhos de Disney já eram famosos no Brasil, o criador de Mickey chegou aqui como um dos embaixadores daPolítica da Boa Vizinhança. Em 1942, no filme Alô, amigos, um símbolo das piadas brasileiras, o papagaio,vestido de malandro, se transformou no Zé Carioca. A primeira cópia do filme foi apresentada a GetúlioVargas e sua família, e por eles assistida diversas vezes. Os Estados Unidos esperavam, com a Política da BoaVizinhança, melhorar o nível de vida dos países da América Latina, dentro do espírito de defesa do livre mer-cado. O mercado era a melhor arma para combater os riscos do nacionalismo, do fascismo e do comunismo.

(Adaptado de Antonio Pedro Tota, O imperialismo sedutor: a americanização do Brasil na época da Segunda Guerra. São Paulo:Companhia das Letras, 2000, pp. 133-138, 185-186.)

a) De acordo com o texto, de que maneiras os personagens de Walt Disney serviam à política externa norte-americana na época da Segunda Guerra Mundial?

b) Como o governo Vargas se posicionou em relação à Segunda Guerra Mundial?

a) Os personagens de Walt Disney eram usados para divulgar o “estilo de vida” norte-americano, fundado nasociedade de consumo, que supostamente seria disseminado na América Latina como conseqüência daaceitação dos princípios do livre mercado. Além disso, no âmbito da “Política da Boa Vizinhança” adotadapelos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, seria estimulada no continente a criação de umbloco norte-americano, englobando desde a esfera econômica e política até, se necessário, a militar.

b) Até dezembro de 1941, o governo chefiado por Vargas adotou uma posicão de neutralidade em relação aoconflito mundial. Ele mantinha acordos comerciais e diplomáticos com a Alemanha, a Inglaterra e os Esta-dos Unidos.A política de neutralidade terminou quando os EUA entraram na guerra, em 7 de dezembro de 1941, emresposta ao ataque japonês a Pearl Harbor, rapidamente, o governo do Estado Novo cedeu as bases aero-navais do Nordeste para uso das tropas norte-americanas, e Washington liberou um financiamento bancáriopara a construção da Companhia Siderúrgica Nacional.Como desdobramento dessa aliança com os EUA, em janeiro de 1942, Vargas decretou a ruptura das rela-ções políticas e econômicas do Brasil com os países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão).A partir desse momento, a marinha nazista passou a afundar sistematicamente os cargueiros brasileiros queabasteciam a Inglaterra. Por isso, Vargas decretou a guerra contra os nazifascistas, em agosto de 1942, jun-tando-se aos Aliados.

Resolução

www.museu.ufrgs.br/programacao/index.php?messelec=10&&anoselec=2006

Questão 12tResolução

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ORIENTAÇÃO GERAL: LEIA ATENTAMENTE.

APRESENTAÇÃO DA COLETÂNEADe acordo com a época e a cultura, o homem se relaciona de diferentes formas com os animais. Essa relaçãotem sido motivo de intenso debate, principalmente no que diz respeito à responsabilidade do homem sobrea vida e o bem-estar das demais espécies do planeta.

COLETÂNEA1) O fundamento jurídico para a proteção dos animais, no Brasil, está no artigo 225 da Constituição Federal,

que incumbe o Poder Público de “proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que colo-quem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção das espécies ou submetam os animais à cruel-dade”. Apoiada na Constituição, a Lei 9605, de 1998, conhecida como Lei de Crimes Ambientais, criminali-za a conduta de quem “praticar ato de abuso, maus tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticosou domesticados, nativos ou exóticos”. Contudo, perguntas inevitáveis surgem: como o Brasil ainda com-pactua, em meio à vigência de leis ambientais avançadas, com tantas situações de crueldade com os ani-mais, por vezes aceitas e legitimadas pelo próprio Estado? Rinhas, farra do boi, carrocinha, rodeios, vaqueja-das, circos, veículos de tração, gaiolas, vivissecção (operações feitas em animais vivos para fins de ensino epesquisa), abate, etc. — por que se mostra tão difícil coibir a ação de pessoas que agridem, exploram e matamos animais?

(Adaptado de Fernando Laerte Levai, Promotoria de Defesa Animal. www.sentiens.net, 04/2008.)

2) A Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou, no início de 2008, uma lei que, se levada à prática, obstruiriauma parte significativa da pesquisa científica realizada na cidade por instituições como a Fundação OswaldoCruz (Fiocruz), as universidades federal e estadual do Rio de Janeiro e o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Deautoria do vereador e ator Cláudio Cavalcanti, um destacado militante na defesa dos direitos dos animais, a leitornou ilegal o uso de animais em experiências científicas na cidade. A comunidade acadêmica reagiu e mobi-lizou a bancada de deputados federais do Estado para ajudar a aprovar o projeto de lei conhecido como LeiArouca. A lei municipal perderia efeito se o projeto federal saísse do papel. Paralelamente, os pesquisadorestambém decidiram partir para a desobediência e ignorar a lei municipal. “Continuaremos trabalhando com ani-mais em pesquisas cujos protocolos foram aprovados pelos comitês de ética”, diz Marcelo Morales, presidenteda Sociedade Brasileira de Biofísica (SBBF) e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), um doslíderes da reação dos cientistas. A interrupção do uso de animais geraria prejuízos imediatos com repercussãonacional, como a falta de vacinas (hepatite B, raiva, meningite, BCG e febre amarela), fabricadas, no Rio, pelaFiocruz, pois a inoculação em camundongos atesta a qualidade dos antígenos antes que eles sejam aplicadosnas pessoas. “Também é fundamental esclarecer à população que, se essas experiências forem proibidas, todos

O tema geral da prova da primeira fase é O homem e os animais. A redação propõe três recortes dessetema.

Propostas:Cada proposta apresenta um recorte temático a ser trabalhado de acordo com as instruções específicas.Escolha uma das três propostas para a redação (dissertação, narração ou carta) e assinale sua escolha no altoda página de resposta.

Coletânea:A coletânea é única e válida para as três propostas. Leia toda a coletânea e selecione o que julgar pertinentepara a realização da proposta escolhida. Articule os elementos selecionados com sua experiência de leiturae reflexão. O uso da coletânea é obrigatório.

ATENÇÃO — sua redação será anulada se você desconsiderar a coletânea ou fugir ao recorte temáticoou não atender ao tipo de texto da proposta escolhida.

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os nossos esforços recentes para descobrir vacinas contra dengue, Aids, malária e leishmaniose seriam jogadosliteralmente no lixo”, diz Renato Cordeiro, pesquisador do Departamento de Fisiologia e Farmacodinâmica daFiocruz. Marcelo Morales enumera outros prejuízos: “pesquisas sobre células-tronco no campo da cardiologia,da neurologia e de moléstias pulmonares e renais, lideradas por pesquisadores da UFRJ, e de terapias contra ocâncer, realizadas pelo Inca, teriam de ser interrompidas”.

(Adaptado de Fabrício Marques, Sem eles não há avanço. Revista Pesquisa Fapesp, nº- 144, 02/2008, pp. 2-6.)

3) O Senado aprovou, em 9 de setembro de 2008, o projeto da Lei Arouca, que estabelece procedimentos para ouso científico de animais. A matéria vai agora à sanção presidencial. A lei cria o Conselho Nacional de Controlede Experimentação Animal (CONCEA), que será responsável por credenciar instituições para criação e utilizaçãode animais destinados a fins científicos e estabelecer normas para o uso e cuidado dos animais. Além de cre-denciar as instituições, o CONCEA terá a atribuição de monitorar e avaliar a introdução de técnicas alternativasque substituam o uso de animais tanto no ensino quanto nas pesquisas científicas. O CONCEA será presididopelo Ministro da Ciência e Tecnologia e terá representantes dos Ministérios da Educação, do Meio Ambiente,da Saúde e da Agricultura. Dentre outros membros, integram o CONCEA a Sociedade Brasileira para o Progressoda Ciência (SBPC), a Academia Brasileira de Ciências, a Federação de Sociedades de Biologia Experimental(FeSBE), a Federação Nacional da Indústria Farmacêutica e dois representantes de sociedades protetoras dosanimais legalmente estabelecidas no país.

(Adaptado de Daniela Oliveira e Carla Ferenshitz, após 13 anos de tramitação Lei Arouca é aprovada. Jornal da Ciência (SBPC),www.jornaldaciencia.org.br, 09/2008.)

4) Grande parte de nossa sociedade acredita na necessidade incondicional das experiências com animais. Essacrença baseia-se em mitos, não em fatos, e esses mitos precisam ser divulgados a fim de evitar a consolidaçãode um sistema pseudo-científico. As experiências com animais pertencem — assim como a tecnologia genéticaou o uso da energia atômica — a um sistema de pesquisas e exploração que despreza a vida. Um desses mitosé o de que tais experiências possibilitaram o combate às doenças e assim permitiram aumentar a média de vida.Esse aumento, entretanto, deve-se, principalmente, ao declínio das doenças infecciosas e à conseqüente di-minuição da mortalidade infantil, cujas causas foram as melhorias das condições de saneamento, a tomada deconsciência em questões de higiene e uma alimentação mais saudável, e não a introdução constante de novosmedicamentos e vacinas. Da mesma maneira, os elevados coeficientes de mortalidade infantil no TerceiroMundo podem ser atribuídos aos problemas sociais, como a pobreza, a desnutrição, e não à falta de medica-mentos ou vacinas. Outro mito é o de que as experiências com animais não prejudicam a humanidade. Na reali-dade, elas é que tornam as atuais doenças da civilização ainda mais estáveis. A esperança da descoberta de ummedicamento por meio de pesquisas com animais destrói a motivação das pessoas para tomarem uma iniciati-va própria e mudarem significativamente seu estilo de vida. Enquanto nos agarramos à esperança de um novoremédio contra o câncer ou contra as doenças cardiovasculares, nós mesmos — e todo o sistema de saúde —não estamos suficientemente motivados para abolir as causas dessas enfermidades, ou seja, o fumo, as bebidasalcoólicas, a alimentação inadequada, o stress, etc. Um último mito a ser destacado é o de que leigos, por faltade conhecimento especializado, não podem opinar sobre experiências com animais. Esse mito proporcionou,durante dezenas de anos, um campo livre para os vivisseccionistas. Deixar que os próprios pesquisadoresjulguem a necessidade e a importância das experiências com animais é semelhante a deixar que uma associaçãode açougueiros emita parecer sobre alimentação vegetariana. Não serão justamente aqueles que estão enga-jados no sistema de experiências com animais que irão questionar a vivissecção!

(Adaptado de Bernhard Rambeck, Mito das experiências em animais. União Internacional Protetora dos animais,www.uipa.com.br, 04/2007.)

5) A violência exercida contra os animais suscita uma reprovação crescente por parte das opiniões públicas oci-dentais, que, freqüentemente, se torna ainda mais vivaz à medida que diminui a familiaridade com as vítimas.Nascida da indignação com os maus-tratos infligidos aos animais domésticos e de estimação, em uma época naqual burros e cavalos de fiacre faziam parte do ambiente cotidiano, atualmente a compaixão nutre-se da cruel-dade a que estariam expostos seres com os quais os amigos dos animais, urbanos em sua maioria, não têm ne-nhuma proximidade física: o gado de corte, pequenos e grandes animais de caça, os touros das touradas, ascobaias de laboratório, os animais fornecedores de pele, as baleias e as focas, as espécies selvagens ameaçadaspela caça predatória ou pela deterioração de seu habitat, etc. As atitudes de simpatia para com os animais tam-bém variam, é claro, segundo as tradições culturais nacionais. Todavia, na prática, as manifestações de simpa-tia pelos animais são ordenadas em uma escala de valor cujo ápice é ocupado pelas espécies percebidas comoas mais próximas do homem em função de seu comportamento, fisiologia, faculdades cognitivas, ou da capaci-dade que lhes é atribuída de sentir emoções, como os mamíferos. Ninguém, assim, parece se preocupar com asorte dos arenques ou dos bacalhaus, mas os golfinhos, que com eles são por vezes arrastados pelas redes depesca, são estritamente protegidos pelas convenções internacionais. Com relação às medusas ou às tênias, nem

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mesmo os membros mais militantes dos movimentos de liberação animal parecem conceder-lhes uma dignidadetão elevada quanto à outorgada aos mamíferos e aos pássaros. O antropocentrismo, ou seja, a capacidade de seidentificar com não-humanos em função de seu suposto grau de proximidade com a espécie humana, pareceassim constituir a tendência espontânea das diversas sensibilidades ecológicas contemporâneas.

(Adaptado de Philippe Descola, Estrutura ou sentimento: a relação com o animal na Amazônia.Mana, vol. 4, n. 1, Rio de Janeiro, 04/1998.)

6)

Manifestação de militantes da ONG Vegan Staff na 60ª- Reunião Anual daSociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC),www.veganstaff.org, 07/2008.

PROPOSTA ALeia a coletânea e elabore sua dissertação a partir do seguinte recorte temático:O uso de animais em experimentação científica tem sido muito debatido porque envolve reivindicações doscientistas e dos movimentos organizados em defesa dos animais, assim como mudanças na legislação vigente.

Instruções:1 - Discuta o uso de animais em experimentação científica.2 - Trabalhe seus argumentos no sentido de apontar as controvérsias a respeito desse uso.3 - Explore os argumentos de modo a justificar seu ponto de vista sobre essas controvérsias.

PROPOSTA BLeia a coletânea e elabore sua narrativa a partir do seguinte recorte temático:Os movimentos organizados em defesa dos animais têm sensibilizado uma parcela da sociedade, que buscaadotar novas condutas, coerentes com princípios de responsabilidade em relação às diversas espécies.

Instruções:1 - Imagine uma personagem que decide mudar de hábitos para ser coerente com sua militância em defesa

dos animais.2 - Narre os conflitos gerados por essa decisão.3 - Sua história pode ser narrada em primeira ou terceira pessoa.

PROPOSTA CLeia a coletânea e elabore sua carta a partir do seguinte recorte temático:As controvérsias sobre o uso de animais em experimentação científica não se encerraram com a recente apro-vação, pelo Senado, da Lei Arouca, que cria o CONCEA.

Instruções:1 - Escolha um ponto de vista em relação ao uso de animais em experimentação científica.2 - Argumente no sentido de solicitar que seu ponto de vista prevaleça na atuação do CONCEA.3 - Dirija sua carta a um membro do CONCEA que possa apoiar sua solicitação.

Análise da propostaSeguindo a tradição, a Banca da Unicamp elegeu um tema atual, que tem gerado polêmica entre dife-

rentes grupos de interesses: a relação entre o homem e os animais. Conforme a proposta enfatiza, ela é cul-tural, ou seja, varia conforme a época, a intensidade dos debates a seu respeito e a noção de responsabilidadedo homem sobre os demais seres vivos.

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PROPOSTA APara elaborar seu texto dissertativo, o candidato deveria discutir o uso de animais em experimentação

científica — assunto controverso que envolve interesses de cientistas, grupos defensores dos direitos dos ani-mais e legisladores. Para garantir maior peso argumentativo ao texto, o candidato poderia acrescentar ele-mentos de seu repertório cultural às informações e opiniões veiculadas na coletânea. Seria importante con-siderar os contradiscursos implicados na questão e adotar em relação a eles um posicionamento bem definido.

Encaminhamentos possíveisEntre outras, as seguintes informações poderiam ser aproveitadas para defender o uso de animais em

experiências científicas:• As experiências são toleradas e financiadas pelo Estado, para fins de ensino e pesquisa, sob o argumento

de que o bem público alcançado, por exemplo, por meio do desenvolvimento de vacinas e medicamentos,está acima das teses de alguns movimentos minoritários em defesa dos animais.

• A interrupção do uso de animais em pesquisas traria prejuízos incalculáveis ao desenvolvimento da ciênciae à saúde pública, porque comprometeria, por exemplo, terapias contra o câncer, pesquisas com células--tronco e a produção de vacinas contra inúmeras doenças.

• Os argumentos daqueles que condenam o uso de animais são frágeis, baseados muito mais na compaixãocausada pelo sofrimento de seres vivos do que em raciocínios científicos. A sensibilidade ecológica seriamotivada por um suposto grau de proximidade entre a espécie humana e cobaias não-humanas.

• O atual estágio do desenvolvimento tecnológico e científico da humanidade é baseado na crença de que ovalor do homem se sobrepõe ao dos animais: alimentação, vestuário, transporte, medicina, nada prescindedestes na vida moderna.

Para argumentar contra o uso de animais pela ciência, poderiam ser considerados os seguintes raciocínios:• O Estado, segundo a Lei 9.605, de 1998, amparada pela Constituição, deve criminalizar quem “praticar ato

de abuso, maus tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados”. • A necessidade de experiências com animais se baseia em mitos, não em fatos: os pressupostos científicos em

nome da defesa da vida desprezam a vida; a sociedade sempre foi excluída do debate sobre o modo defazer ciência, e isso impulsionou uma concepção pouco democrática e humanística do progresso científico.

Para sustentar um posicionamento conciliador entre os pólos radicais da questão, as seguintes reflexõespoderiam ser aproveitadas: • Justamente porque o debate sobre o uso de animais em experimentos não avança, uma atitude perversa

de crueldade contra eles ainda impera nos meios científicos; a racionalização dos experimentos, portanto,atenderia às necessidades tanto dos tradicionais processos de pesquisa com animais, quanto dos gruposdefensores de seus direitos.

• O uso de animais em experimentos seria regulado por leis aplicadas e fiscalizadas pelo CONCEA: seriam cria-das cobaias para essa finalidade, apenas enquanto não se desenvolvem outros meios de pesquisa.

Outra possibilidade de encaminhamento extrapola a opinião particular sobre o uso de animais empesquisas: a Banca, por meio da seleção dos textos da coletânea e das instruções para a proposta, permitia queo candidato opinasse sobre as posições de diferentes grupos a respeito da polêmica.

Segundo essa perspectiva, seria possível, por exemplo:• atacar os argumentos dos movimentos que defendem os direitos dos animais ou mesmo a posição contra-

ditória do Estado, que por um lado proíbe, mas por outro legitima a prática de crueldade com animais;• defender a postura dos cientistas, manifestando apoio a ações como o boicote de pesquisadores do Rio de

Janeiro à lei municipal que proibiu experimentos com animais no estado.

PROPOSTA BA banca solicitou a redação de uma narrativa cuja personagem principal enfrentasse conflitos devidos à

decisão de adotar novos hábitos, coerentes com a defesa dos animais. Vale lembrar que o candidato deverialevar em consideração a coletânea, apresentando situações inspiradas pelos textos de apoio.

O primeiro passo para planejar o texto seria estabelecer o conflito gerador da narrativa. Como base para reflexão, o texto 5, por exemplo, apresenta as contradições de quem deseja defender os

animais contra os abusos da ciência. O autor Phillipe Descola salienta que é comum termos solidariedade ape-nas com os seres mais próximos, aqueles que refletem valores antropocêntricos. Alguém que desejasse real-mente ser coerente com seu posicionamento deveria, como o texto sugere, defender até mesmo as tênias. Essefragmento dá a dimensão das possibilidades de conflito.

Incluindo muitas situações em que os animais são desrespeitados no dia-a-dia, o texto 1 da coletânea enu-mera práticas cruéis contra animais: “rinhas, farra de boi, carrocinha, rodeios, vaquejada, circos, veículos de

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tração, gaiolas, vivissecção... abate”. Situações em que a personagem, por algum motivo, se encontrasse na obri-gatoriedade de participar indiretamente em tais atividades poderiam fornecer um bom conflito. Uma das suges-tões mais radicais do texto 1 indica que um bom defensor dos animais deveria mudar inclusive seus hábitos ali-mentares. Vale lembrar que até mesmo medicamentos têm como base componentes de origem animal.

Outro veio fértil seria apresentar a personagem enfrentando problemas com parentes, amigos e colegasde trabalho, ao mudar suas atitudes. Pode-se pensar em dois tipos básicos de conflito: o do indivíduo com elemesmo — suas dificuldades em mudar hábitos; o do indivíduo em relação aos semelhantes.

No que diz respeito à personagem, a Banca exigiu somente que fosse defensora dos animais e queresolvesse mudar seus hábitos. Havia, portanto, um amplo leque de possibilidades. Entretanto, considerandoa necessidade de uso da coletânea, seria interessante construir o protagonista ligado ao que foi apresentado:um cientista, um futuro integrante do CONCEA, alguém que tivesse participado da manifestação registradano texto 6 da coletânea.

Quanto ao tempo, como a questão da defesa dos animais é contemporânea, conviria ambientar na época atual. No texto 1, há sugestões de espaço — que também são bem abrangentes, pois vão desde a referência a

práticas que têm como cenário o espaço rural (“rodeios”), até outras comuns no espaço urbano (uso da car-rocinha para capturar cães abandonados).

Reiterando a tradição, a UNICAMP deixou para o vestibulando a escolha do foco narrativo – primeira outerceira pessoa. Como narrador-protagonista, o candidato poderia explorar melhor o impacto emocional doconflito, construção mais apropriada à narrativa introspectiva. Já o narrador em terceira pessoa, dado o dis-tanciamento crítico, conseguiria expor melhor os ridículos do conflito.

Essas indicações apenas sugerem caminhos possíveis. Um bom conhecedor de literatura poderia, por exemplo,inspirar-se na história de Policarpo Quaresma, personagem construída por Lima Barreto, e criar um protagonistaque, em defesa dos animais, chegasse a situações absurdas. O contrário também seria possível: uma personagemque, com a mudança de hábitos, conseguisse sensibilizar as pessoas ao seu redor sobre as crueldades que os ani-mais sofrem em nome da ciência. Em qualquer desses casos extremos, é importante destacar que o conflito e asperipécias dão qualidade à narrativa — além, é claro, das referências à coletânea, que são exigência da Banca.

PROPOSTA CA proposta C solicitava que o candidato, depois de assumir um posicionamento a respeito da utilização de

animais em pesquisas científicas, dirigisse uma carta a um membro do CONCEA, para motivá-lo a lutar pelaprevalência daquele posicionamento na ação desse conselho.

Seguindo a orientação da proposta, são necessárias três operações para desenvolver o texto:1) Definir um ponto de vista a respeito da questão. Considerando as atribuições legais do CONCEA, listadas no

texto 3 da coletânea, “credenciar instituições para criação e utilização de animais destinados a fins cientí-ficos e estabelecer normas para o uso e cuidado dos animais (...) além de monitorar e avaliar a introduçãode técnicas alternativas que substituam o uso de animais tanto no ensino quanto nas pesquisas científicas”,eram possíveis pelo menos três posicionamentos:• A favor da livre utilização de animais no ensino e na pesquisa, desde que respeitadas as normas de uso

e cuidado, tendo em vista que é flagrantemente contrária ao interesse geral a imposição de freios aodesenvolvimento de pesquisas que podem levar à cura de doenças como a dengue.

• Contra a utilização de animais nessas pesquisas, fazendo prevalecer a atribuição legal do CONCEA defavorecer o desenvolvimento de alternativas que possibilitem o ensino e a pesquisa sem exigir o sacrifí-cio de animais.

• A favor da utilização de animais em pesquisas apenas em casos específicos ou por prazo determinado,sem admiti-la em toda a amplitude que hoje se permite.

2) Determinar o destinatário da carta. O mesmo texto 3 da coletânea lista os membros do CONCEA, dentre osquais o candidato deveria escolher o mais coerente para representar o seu ponto de vista, isto é, o queestaria mais propenso a acatar e levar adiante sua solicitação.

3) Construir o percurso argumentativo do texto. A coletânea oferecia muitos subsídios para os candidatos quedefendessem a utilização de animais, sobretudo para os que optassem por dirigir sua carta a um represen-tante da comunidade científica.

Tanto estes quanto os que preferissem posicionar-se contra essa utilização deveriam lembrar que a in-clusão do contra-argumento é um recurso que normalmente contribui para a força do discurso — ou seja, emquaisquer posicionamentos as ressalvas são sempre desejáveis.

Cabe ressaltar ainda que a argumentação também deve estar ajustada ao remetente da carta. Seria pos-sível adotar uma máscara enunciativa (apresentando-se como uma personagem: um médico, um pesquisador,um militante das sociedades protetoras dos animais, etc.) como um recurso adicional para aumentar a credi-bilidade dos argumentos.

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A Unicamp elaborou uma boa prova.Foram abordados assuntos importantes da Química do Ensino Médio, como pH, mol, soluções e reações

de oxirredução, em um nível de dificuldade adequado para uma prova de 1ª- fase.

Boa prova, de dificuldade média, que avaliou conhecimentos essenciais da Geografia.

Prova simples, com duas questões básicas, mede apenas a capacidade de leitura do candidato.

Duas questões bem propostas, bastante abrangentes, sobre assuntos pertinentes à programação do EnsinoMédio.

Prova de conhecimentos básicos, explorando capacidade de raciocínio e interpretação de gráfico.Na questão 9, foram exigidas as capacidades de interpretação de texto, interpretação de gráfico e conhe-

cimentos básicos de Geometria Analítica, como, por exemplo, o conceito de coeficiente angular.A questão 10 foi um pouco mais fácil: exigiu interpretação de texto, resolução de um sistema de equações

e o cálculo do volume de um paralelepípedo.

As questões foram bem elaboradas e abordaram aspectos significativos do processo histórico. Ressalve-seapenas que, sendo elas em tão pequeno número, o conhecimento dos candidatos é medido de maneira muitofracionada, o que pode comprometer o objetivo de selecionar aqueles mais bem preparados.

História

Matemática

Biologia

Física

Geografia

Química

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