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    O ANATOMISTA Ano 3, Volume 3, Julho-Setembro, 2012

    OCORRNCIA DE VARIAES ANATMICAS NA LOBULAO E NPRESENA DE FISSURAS EM PULMES HUMANOS ISOLADO

    BRACHIAL ARTERY VARIATION:BRACHIORADIAL ARTER

    PERSISTNCIA DO TIMO EM CE

    O CONHECIMENTO SOBRE CONCEITOS E ESTRUTURAS ANATMICAS DALUNOS DO ENSINO MDI

    A IMPORTNCIA DA SINERGIA ENTRE LITERATURA E ILUSTRAO NENSINO DA ANATOMIA ANIMA

    SNDROMES MEDULARE

    Ano 3, VolumJulho-Setembro

    ISSN 2177-07

    OO

    AANNAATTOOMMIISSTTAA

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    O ANATOMISTA Ano 3, Volume 3, Julho-Setembro, 2012

    O ANATOMISTAREVISTA DE DIVULGAO CIENTFICA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANATOMIA

    Expediente

    Editores:Nadir Eunice Valverde Barbato de PratesRichard Halti Cabral

    Conselho Editorial:Arani Nanci Bomfim MarianaJos Aderval AragoMarcelo Cavenaghi Pereira da SilvaJao Carlos de Souza CortesMirna Duarte BarrosTelma Sumie Masuko

    Capa: Tbua Anatmica denominada Skeleton, Brain, Nervesde John Banister. Esta obra foi exposta durante a exibio Brains:The Mind as Matter, em Londres, no primeiro semestre de 2012.Esta imagem foi obtida da pgina oficial do BBC History Magazine(www.historyextra.com/brains).

    A responsabilidade do contedo dos artigos deve ser atribuda,exclusivamente, aos seus respectivos autores. As opinies manifestadas nosartigos no refletem, necessariamente, a opinio da Sociedade.

    Sociedade Brasileira de AnatomiaAv. Prof. Lineu Prestes, 2415 - Prdio Biomdicas IIICid. Universitria. Cep: 05508-900 So Paulo / SP

    E-mail:[email protected] / Website:http://www.sbanatomia.org.br

    Tel.: (11) 3091-7978 / Tel./Fax: (11) 3813-8587

    http://www.historyextra.com/brainshttp://www.historyextra.com/brainsmailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]://www.sbanatomia.org.br/http://www.sbanatomia.org.br/http://www.sbanatomia.org.br/http://www.sbanatomia.org.br/mailto:[email protected]://www.historyextra.com/brainshttp://www.historyextra.com/brains
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    Sumrio

    Artigos Originais

    Ocorrncia de variaes anatmicas na lobulao e na presenade fissuras em pulmes humanos isolados 04

    Persistncia do timo em ces 23

    O conhecimento sobre conceitos e estruturas anatmicas de

    alunos do ensino mdio 29

    Relato de Caso

    Brachial artery variation: brachioradial artery 16

    Resenha Literria

    A importncia da sinergia entre literatura e ilustrao no ensino daanatomia animal 45

    Voc Sabia...

    Sndromes medulares 52

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    Artigo Original

    OCORRNCIA DE VARIAES ANATMICAS NA LOBULAO E NAPRESENA DE FISSURAS EM PULMES HUMANOS ISOLADOS

    SURAH DE OLIVEIRA HERRERA 1, SAMANTA CORDEIRO SILVA 2,

    SHAISTA POPE3

    , JOO VICTOR FORNARI4

    , ANDERSON SENA BARNAB5

    ,RENATO RIBEIRO NOGUEIRA FERRAZ 6

    1 Biloga, graduanda em Enfermagem pela Universidade Nove de Julho (UNINOVE) SP. 2 Graduada em Enfermagem pela UNINOVE. 3 Graduada em Farmcia pelaUninove. 4 Enfermeiro e Nutricionista, Mestre em Farmacologia pela UniversidadeFederal de So Paulo (UNIFESP) SP. Professor do Departamento de Sade daUNINOVE. 5 Bilogo, Mestre e Doutor em Sade Pblica pela Universidade de SoPaulo (USP) - SP. Professor do Departamento de Sade da UNINOVE. 6 Bilogo,

    Mestre e Doutor em Cincias pela UNIFESP. Professor do Departamento de Sadeda UNINOVE. Integrante do Grupo de Pesquisas em Morfologia Humana daUNINOVE.

    RESUMOIntroduo: Mesmo que as frequentes variaes anatmicas nos pulmes no

    paream intervir quanto ao seu funcionamento, ainda sim, devem ser consideradas noque diz respeito s condutas diagnsticas e cirrgicas. Ainda so controversos os

    valores percentuais de variaes anatmicas tanto na lobulao pulmonar, quanto napresena de fissuras. Objetivo: Quantificar a ocorrncia de variaes anatmicas nonmero de lobos e na presena de fissuras em pulmes humanos isolados.Mtodo: Avaliao observacional de pulmes disponveis no laboratrio deAnatomia Humana de uma universidade particular localizada na cidade de So Paulo- SP, classificando-os como esquerdos ou direitos, e quantificando seus lobos efissuras.Resultados: Dos 65 pulmes avaliados, 39 pulmes (60% do total) foram

    identificados como esquerdos e 23 (35% da amostra) foram identificados comodireitos. Cerca de 20% dos espcimes estudados apresentaram variaes anatmicas,especialmente referindo-se presena de lobos e fissuras extranumerrias.Concluso: A prevalncia de variaes anatmicas na amostra estudada mostrou-se

    bastante elevada. O treinamento de indivduos para identificao de variaesanatmicas pulmonares deve se iniciar ainda no perodo de graduao, contribuindoassim para o ensino aplicado da Anatomia Humana, e gerando conhecimentos que

    podem ser diretamente aplicados s condutas mdicas associadas ao diagnstico,

    tratamento e prognstico de doenas condies clnicas que acometem os pulmes.Palavras-chave: Anatomia; Variaes; Pulmes; Lobos; Fissuras.

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    ABSTRACTIntroduction: Even though the frequent anatomical variations in the lungs are not

    prejudicial to their function, it should be considered with regard to diagnosis andsurgery. Still controversial the percent of anatomical variations in both the lunglobulation, and in the presence of fissures. Objective: To quantify the occurrence of

    anatomical variations in the number of lobes and in the presence of fissures inisolated human lungs. Method: Observational assessment of lungs available in alaboratory of Anatomy of a private university located in the city of Sao Paulo SP -Brazil, classifying them as left or right, and quantifying its lobes and fissures.Results: Of the 65 evaluated lungs, 39 (60% of the total) were identified as left and23 (35% sample) were identified as right. About 20% of specimens showed anatomicvariations, especially referring to the presence of extranumerary lobes and fissures.Conclusion: The prevalence of anatomical variations in the sample studied was very

    high. The training of individuals to identify anatomic lung variations should begineven during graduation, thus contributing to the teaching of applied Anatomy, andgenerating knowledge that can be directly applied to the medical proceduresassociated with the diagnosis, treatment and prognosis of clinics conditions that affectthe lungs.Key words: Anatomy; Variations; Lungs; Lobes; Fissures.

    INTRODUO

    Dentre os processos vitais que os organismos exibem, imensa relevncia deveser dispensada s formas de obteno de energia. A respirao celular tida como amais amplamente utilizada entre os seres vivos 9. A funo de trocas gasosas

    primordial para a manuteno da respirao celular e, consequentemente, da vidacelular. Este um dos principais papis do sistema respiratrio. Alm de basicamente

    garantir as trocas gasosas com o meio ambiente, o aparelho respiratrio possuitambm funo endcrino-metablica, fornecendo ao indivduo um meio de repor ooxignio (O2) e remover o dixido de carbono (CO2) do sangue. Tambm ajuda aregular a temperatura corprea e o pH sanguneo 9,17,22.

    A ventilao pulmonar controlada pelo bulbo, componente do encfalo 11. Obulbo, por sua vez, sensvel s variaes de pH sanguneo e regula o aumento oureduo da frequncia respiratria diante de uma menor ou maior concentrao de

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    ons bicarbonato (HCO3) no sangue9, ou baseando-se nas variaes de O2 na corrente

    sangunea, situaes estas mediadas pelas vias aferentes viscerais 1,5,11,18.

    As clulas endoteliais presentes nos vasos dos pulmes 10,16,24 tm importantepapel na sntese e degradao de diversas substncias presentes no sangue, como aangiotensina e a bradicinina 9, possuindo receptores que captam os impulsos

    provenientes dos prolongamentos perifricos de clulas ganglionares sensitivas dosgnglios nodoso e espinais torcicos 5,18, funcionando em conjunto com o centroautnomo de controle da respirao 1,9,11.

    O endotlio pulmonar participa tambm da converso da angiotensina I emangiotensina II, realizada pela enzima conversora de angiotensina (ECA). Ao mesmotempo em que produz um fator vasoconstritor (angiotensina II), a ECA endotelial

    pulmonar inativa um potente peptdeo vasodilatador, a bradicinina.

    Aproximadamente 80% desses peptdeos so degradados em uma nica passagempelo pulmo, no alcanando o leito arterial sistmico. O endotlio pulmonar tambm capaz de remover e metabolizar certas aminas endgenas, como serotonina enoradrenalina 9,24.

    notvel, portanto, o fundamental papel da homeostasia do organismo que osistema respiratrio desempenha 9,22, inter-relacionado, principalmente, aos sistemascardiovascular e nervoso. O conhecimento da anatomia e fisiologia destes sistemas

    importante no somente para a compreenso de processos internos, mas tambm paraa correo de possveis distrbios funcionais 1,3,5,12,13.

    Nos vertebrados terrestres, o sistema respiratrio constitudofundamentalmente por dois pulmes. Nos seres humanos o aparelho respiratrio analisado de acordo com sua funcionalidade e de acordo com sua estrutura, sendodividido em poro condutora e poro respiratria 9. Na poro condutoraobservam-se estruturas tais como a cavidade nasal, faringe, laringe, traquia,

    brnquios e alguns bronquolos 2,4,8. Na respiratria, encontram-se os bronquolosrespiratrios, os ductos alveolares e os sacos alveolares, que atuam comocomunicadores entre meio externo e interno, possibilitando o processo de hematose9,10,19-21,23.

    Levando-se em conta suas estruturas, o aparelho respiratrio humano, divididoem vias areas superiores 2,4,9,10 (consistindo em nariz, faringe e estruturas associadas)e vias areas inferiores (englobando a laringe, traquia, brnquios, bronquolos e

    pulmes), exibe ampla complexidade anatmico-funcional 11,14,21. De forma similar

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    ao corao, a traquia, os brnquios e os pulmes encontram-se inervados porterminaes simpticas (responsveis pela broncodilatao) e parassimpticas(responsveis pela broncoconstrio) 4,9,23.

    Como rgos fundamentais do sistema respiratrio, os pulmes localizam-seocupando por completo as cavidades pleurais, lateralmente ao mediastino 4,8,19,20,23.

    So rgos de consistncia esponjosadevido presena de inmeros alvolos e sacosalveolares de formato cnico-piramidal 10,20. Cada pulmo conta com uma baseapoiada sobre o diafragma (face diafragmtica), enquanto sua extremidade superior, opice, tem uma forma arredondada. A face medial que inclui a face costal e a facemediastinalest direcionada para o espao que ocupa o centro da cavidade torcica,o mediastino. A face costal, convexa, encontra-se por baixo das costelas 5.

    Os pulmes tambm so estruturados pelas regies das bordas, a anterior (mais

    delgada), a inferior e a borda posterior (mais espessa) e ainda pelas margens (anteriore inferior) 8,20,22. O conhecimento de toda organizao anatmica de ambos os

    pulmes torna-se til em uma ampla gama de aspectos mdicos 7,11,13,14,17.

    Atravs do ligamento pulmonar, os pulmes esto fixados traquia e aocorao, e os brnquios principais e as artrias pulmonares entram de cada lado do

    pulmo por uma fenda, o hilo, constituindo a raiz ou pedculo do pulmo 5,20.

    Percorridos por cisuras (fissuras) que os dividem em lobos, os pulmes socaracteristicamente distintos entre si, onde o direito, na maior parte dos casos, contacom duas fissuras (horizontal e oblqua) 4,19,23 que o divide em trs lobos inferior,mdio e superior. Por outro lado, o esquerdo, ligeiramente menor e mais leve,normalmente apresenta uma nica fissura (oblqua) e apenas dois lobos (inferior esuperior) e a lngula, localizada na regio inferior do lobo superior 3,8,20. Cada lobo

    pulmonar conta com vrios segmentos, ventilados por brnquios especficosdez nopulmo direito e dez no esquerdo. Por conseguinte, cada segmento formado por

    inmeros pequenos lbulos secundrios, albergando cada um destes entre trs a cincocinos que correspondem a uma reduzida parcela de tecido, ventilada por um

    bronquolo terminal 20.

    So notveis as diferenas anatmicas entre os pulmes direito e esquerdo. Emsua face medial h o hilo do pulmo esquerdo (artria, brnquio e veia) e do pulmodireito (brnquio, artria e veia) juntamente com nervos e vasos linfticos, dentreoutras divergncias anteriormente mencionadas 4,8,12,14,20,22,23.

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    Distines morfolgicas podem se apresentar externamente ou em qualquerdos sistemas do organismo, sem que isto traga prejuzo funcional para o indivduo.Essas variaes anatmicas so usualmente encontradas na morfologia dos pulmes19.Sendo os pulmes os principais rgos do sistema respiratrio, torna-seimprescindvel o conhecimento morfolgico de sua lobao para as prticas clnica e

    cirrgica, especialmente. H casos descritos de pulmes de tamanho normal, pormcom diversas alteraes presentes 2,3. Sobretudo s fissuras, de modo habitualocorrem nos pulmes apresentando modificaes, ora na forma de fissura incompleta,ora inteiramente ausente. Em contrapartida, quando ocorre uma variao anatmicaque se faz exibir em um nmero excessivo de fissuras pulmonares, estas, por sua vez,acabam por dividir o pulmo e originar lobos extranumerrios 2,3,5,23.

    De acordo com a literatura, mesmo que as frequentes variaes anatmicas nos

    pulmes no paream intervir quanto ao seu funcionamento, ainda sim, estasvariaes devem ser consideradas no que diz respeito s condutas diagnsticas ecirrgicas 12.

    H ocorrncia de variaes nos lobos pulmonares em cerca de 1% dosindivduos, onde uma fissura a mais acaba por dividir um pulmo. Casos em queaparecem trs lobos no pulmo esquerdo tm sido observados, bem como quanto configurao anatmica do pulmo direito, que pode sofrer vrios desvios, tais como

    a ausncia da diviso lobar, ou ainda a presena de apenas dois lobos na condio dano-formao de uma de suas fissuras 7.

    Ocorrncias contingentes mostram fissuras extra subdividindo os pulmes emlobos a mais, muitas vezes designados por lobos zigo. Frequentemente, alteraesmorfolgicas atuam como importantes vestgios diagnsticos 12-14. Outro fatorrelevante se d, visto que os pulmes so afetados secundariamente em quase todasas formas de enfermidades terminais, de modo que praticamente em todos os

    pacientes que falecem, existe certo grau de edema pulmonar, dentre outrascomplicaes 13.

    Pela ausncia na literatura de trabalhos que quantifiquem com clareza aprevalncia de variaes anatmicas na contagem de fissuras e de lobos pulmonares,e com o intuito de melhor conhecer alguns aspectos morfolgicos do sistemarespiratrio analisando as principais caractersticas anatmicas encontradas, julgamosimportante realizar a quantificao dessas ocorrncias, fornecendo importantes

    informaes que podem servir de base para condutas mdico-cirrgicas.

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    OBJETIVO

    Quantificar a ocorrncia de variaes anatmicas no nmero de lobos e napresena de fissuras em pulmes humanos isolados.

    MTODO

    Trata-se de um estudo descritivo e de abordagem quantitativa, realizado nolaboratrios de Anatomia Humana de uma Universidade particular localizada nacidade de So Paulo - SP. O perodo de coleta de dados para a realizao desse estudoocorreu entre julho e outubro de 2011. Os objetos de interesse desta pesquisa foram

    todos os pulmes humanos isolados disponveis no laboratrio da instituiomencionada.

    Inicialmente foram identificados os pulmes direitos e esquerdos, baseando-sena posio da borda delgada (anterior) e espessa (posterior), alm da posio da facemediastinal (medial) e diafragmtica (inferior). Aps essa separao, os pulmesforam avaliados individualmente quanto ao nmero de lobos e de fissuras. A presenadas variaes anatmicas descritas foi apresentada pelos seus valores absolutos e

    percentuais relativos ao tamanho total da amostra, no havendo a necessidade de

    aplicao de testes estatsticos especficos.

    Nenhum registro de imagem das peas analisadas, seja ele fotogrfico ou porvdeo, foi realizado. Ainda, no foi divulgada nenhuma informao que pudesseidentificar os pulmes avaliados ou mesmo a instituio na qual o trabalho foirealizado. Esta pesquisa foi registrada no Conselho Nacional de tica em Pesquisa(CONEP) sob o no. 412881 2011 e aprovado pelo Comit de tica em Pesquisa(COEP) da instituio onde foi realizado por obedecer aos preceitos ticos

    estabelecidos pela resoluo 196/96 do CONEP.

    RESULTADOS

    Ao todo, foram analisados 65 pulmes humanos isolados. Desses, 39 pulmes(60% do total) foram identificados como esquerdos, 23 (35% da amostra) foramidentificados como direitos e 3 (5%) no possibilitaram identificao em decorrnciado mal estado de conservao da pea .

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    Foram observados 14 pulmes direitos (60% do total de pulmes direitos) comao menos uma variao anatmica. Destes, 2 espcimes (15% do total de pulmesdireitos) no exibiam lobo mdio, 3 peas (21% da mesma amostra) apresentavamfissura oblqua incompleta e 9 exemplares (64% dos pulmes direitos avaliados)apresentavam fissura horizontal incompleta (Figura 1). Nove pulmes direitos (40%dos exemplares) no possuam nenhuma variao anatmica, ou seja, apresentavam

    trs lobos distintos separados por duas fissuras completas.

    Com relao aos pulmes esquerdos, 10 deles (26 % dos pulmes esquerdosavaliados) apresentavam alguma variao anatmica. Destes, 2 exemplares (20% dos

    pulmes esquerdos) apresentavam lobo mdio, 3 espcimes (30% da mesma amostra)no apresentavam lngula pulmonar, 2 pulmes (20% das peas esquerdasobservadas) exibiam fissura horizontal completa (originando os dois lobos mdiosdireitos j citados) e 3 peas (tambm 30% do total de pulmes esquerdos

    verificados) apresentaram fissura obliqua incompleta (Figura 1). Dos pulmesesquerdos observados, 29 peas (74% da amostra) no apresentaram nenhumavariao anatmica notvel, possuindo lobo superior direito, lobo mdio e loboinferior direito, alm de apresentar completas as fissuras horizontal e obliqua.

    Figura 1: Frequncia relativa das variaes anatmicas observadas nos pulmesavaliados

    A Tabela 1 traz uma anlise quantitativa das variaes anatmicas encontradasnos pulmes avaliados.

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    Tabela 1. Variaes anatmicas observadas dos pulmes avaliados, onde Arepresenta ausente, I incompleta, P presente e C completa.

    Caractersticas

    Observadas

    Pulmes

    Direitos

    Pulmes

    Esquerdos

    Fissura Horizontal A 0 0

    Fissura Horizontal C 12 2

    Fissura Horizontal I 9 37

    Fissura Oblqua I 3 3

    Fissura Oblqua A 0 0Fissura Oblqua C 18 36

    Lobo Mdio P 19 2

    Lobo Mdio A 2 37

    Lngula A 21 3

    Lngula P 0 36

    Lobo Superior P 21 39Lobo Superior A 0 0

    Lobo Inferior P 21 39

    Lobo Inferior A 0 0

    Variao Anatmica P 14 10

    Variao Anatmica A 9 33

    DISCUSSO

    A literatura anatmica mostra-se bastante escassa com relao a trabalhos quequantifiquem, ao menos que pontualmente, as inmeras variaes anatmicasfacilmente identificveis no corpo humano, em especial aquelas presentes nos

    pulmes. Dentre as principais variaes macroscpicas e externas comumenteencontradas nesses rgos respiratrios, destaque pode ser dado ao nmero de

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    fissuras, se as mesmas apresentam-se completas como normalmente deveriam ser,assim como ao nmero de lobos pulmonares, que podem variar de acordo com aausncia de uma sutura ou com a presena de uma sutura extranumerria 2-5,19,23.Portanto, a realizao de trabalhos com o objetivo de caracterizar tais variaes

    permitiria o conhecimento mais aprofundado de alguns aspectos morfolgicos dosistema respiratrio e forneceria importantes informaes que podero servir de base

    para o aprimoramento de condutas mdico-cirrgicas. Dngelo e Fattini (2002) 2 eDidio (1974) 3 ressaltam a importncia de se conhecer adequadamente as variaesanatmicas pulmonares, principalmente no que diz respeito sua lobulao. Taisautores ainda relatam que, mesmo aparentemente no implicando em alteraes nafuncionalidade pulmonar, variaes anatmicas devem obrigatoriamente ser levadasem considerao quando se realiza uma avaliao clnica.

    No presente trabalho, mais de metade dos pulmes estudados foram

    categorizados como pulmes direitos. Normalmente, como os pulmes so retiradosem bloco dos cadveres, seria esperado encontrar maior equidade com relao aonmero de peas avaliadas, provenientes de cada um dos lados da cavidade torcica.A explicao para tal resultado baseia-se no fato que, sendo as peas bastante antigas(a grande maioria disponveis na instituio h 5-10 anos), alguns espcimesinadequados para estudo prtico em decorrncia de deteriorao gerada pela prpriautilizao ao longo dos anos foram direcionados ao sepultamento.

    Com relao s variaes anatmicas associadas ausncia / formaoincompleta de estruturas, o presente trabalho observou considervel prevalncia de

    pulmes direitos sem lobo mdio. Ainda, um importante percentual de peasavaliadas apresentava fissuras incompletas, em especial com relao fissurahorizontal, incompleta em mais de metade da amostra. Tal resultado corrobora comos ensinamentos de Erhardt (1974) 5 e Willians (1995) 23, sobretudo no que dizrespeito s fissuras, que ora ocorrem na forma de fissura incompleta, ora inteiramenteausente.

    J com relao s variaes anatmicas ligadas presena de estruturasextranumerrias, este estudo identificou tambm considerado percentual de pulmesesquerdos com fissura horizontal completa, o que per se origina um lobo mdioesquerdo, dados estes que se encontram de acordo com informaes disponibilizadas

    por Dngelo e Fattini (2002) 2, Didio (1974) 3, Erhardt (1974) 5 e Willians (1995) 23,que associam a formao de lobos extranumerrios presena de fissuras que,normalmente, no so observadas na maior parte dos pulmes humanos.

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    Folger (1976) 7 j afirmava que variaes no nmero de lobos pulmonaresocorrem em cerca de 1% dos indivduos, onde uma fissura a mais acaba por dividirum pulmo, informaes estas que vo de encontro aos resultados apresentados emnossa breve avaliao. Embora os trabalhos do referido autor tenham sido publicadosh quase quatro dcadas, no podemos justificar tal diferena percentual levando emconsiderao apenas a ao dos mecanismos de seleo natural. Neste caso, a

    explicao para a elevada prevalncia de variaes em nosso estudo ainda permanecebastante obscura. Todavia, fato que caractersticas hereditrias que contribuem paraa sobrevivncia e reproduo se tornam mais comuns numa populao, enquantocaractersticas prejudiciais tornam-se mais raras. Essa premissa evolutiva cabe aquicomo fator relevante a ser levado em considerao nas ocorrncias observadas, vistoque os sistemas, sendo essencialmente dinmicos, no podem ser estudadosisoladamente, devendo-se levar em conta suas interaes e a questo dainterdependncia coexistente. Um indivduo seria mais favorecido evolutivamente

    possuindo um pulmo com lobos extranumerrios, por exemplo, diante patologiasrelacionadas ao acometimento de um lobo pulmonar ou mais e um lobo como, porexemplo, uma pneumonia.

    Reconhecemos que o presente estudo foi realizado com um nmero pequeno depeas anatmicas, alm de ter avaliado apenas pulmes humanos isolados. Nessenterim, sugerimos a realizao de estudos com cadveres preservados, ou mesmocom a utilizao de exames de imagem em indivduos vivos, visando confirmar ou

    no a elevada prevalncia de variaes anatmicas pulmonares identificadas nopresente levantamento.

    CONCLUSO

    Verificou-se elevada prevalncia de variaes anatmicas nos pulmesestudados, em especial quanto presena de suturas e lobos extranumerrios. Taldado pode ser levado em considerao no apenas por cirurgies, mas tambm pelos

    estudantes de graduao, j que algumas dessas variaes podem interferir naidentificao dos pulmes durante o ensino prtico na disciplina de AnatomiaHumana, presente em todos os cursos de graduao na rea da sade no pas. Faz-senecessria a realizao de novos estudos sobre o tema apresentado visando obtermelhor e mais ampla compreenso com relao ocorrncia das variaesanatmicas na lobulao e nas fissuras pulmonares, suas implicaes em diversosaspectos e reas, no somente na rea mdica, mas tambm com relao aos aspectos

    pedaggicos ligados ao ensino da Anatomia Humana, alm de relevantes aspectos

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    biolgico-evolutivos associados a uma possvel interferncia dos mecanismos deseleo natural na ocorrncia dos fenmenos aqui observados.

    REFERNCIAS

    1. Cosenza MR. Fundamentos de Neuroanatomia. 2.ed. Ed. Rio de Janeiro: GuanabaraKoogan, 1998.

    2. Dngelo JG, Fattini CA. Anatomia Humana sistmica e segmentar para o estudantede medicina. 2.ed. So Paulo: Atheneu, 2002.

    3. Didio LJ. Sinopse de Anatomia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1974.4. Drake RL, Vogl W, Mitchell AW. Grayss. Anatomia para estudantes. Rio de

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    patients. Ann Med. 1991; 23:279-287.

    7. Folger GM. The scimitar syndrome: anatomic, physiologic, developmental andtherapeutic considerations. Angiology. 1976; 27:373-407.

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    Autor para correspondncia:Renato Ribeiro Nogueira Ferraz

    Av. Pedro Mendes, 872Parque Selecta

    SBCampoSPCEP 09791-530e-mail: [email protected]

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    Relato de Caso

    CASE REPORTBRACHIAL ARTERY VARIATION:BRACHIORADIALARTERY

    SOARES, T. R. S* ; BERTOGLIO, I. M.1; VILLAS-BAS, G. L.1

    State University of Maring (UEM), Paran, Brazil.

    ABSTRACTDuring a routine dissection of a male cadaver a variation in the irrigation of

    the right upper limb was found in which the distal portion of the axillary arteryoriginated a brachioradial artery (our nomenclature). No vascular variation was foundin the contralateral upper limb of the referred body. Conventionally, the axillaryartery is described as being continuous in the arm as brachial artery which in the

    cubital fossa bifurcates into radial and ulnar arteries that run down the forearm. Theaxillary artery in this body, however, originated a brachioradial artery from its distalthird and as a direct continuation the brachial artery. The brachioradial artery ranalmost its entire path superficially in the arm and in the cubital fossa it ran as a radialartery taking then its typical route. The brachial artery, conversely, ran deep in thearm originating all its various branches and at the elbow joint it ran as a ulnar arteryin the forearm. Thorough understanding of vascular variations and their implicationsin neurovascular relationships is vital in cases such as surgeries, trauma, diagnosis,

    and interpretation of exams, preventing, thus, medical errors and complications forthe patients.Keywords: brachioradial artery; variation of the brachial artery; irrigation of upperlimbs.

    INTRODUCTION

    Variations in the arterial supply of the upper limb are relatively common withreported frequency of occurrence ranging from 11 to 24.4%1. During a routinedissection of a male cadaver such variation in the irrigation of the right upper limbwas found, but the distal portion of the axillary artery originated a brachioradialartery (our designation). In this article we describe our findings and propose a newnomenclature for this type of anatomical variation. We conclude by highlighting theimportance of understanding vascular variations in the medical practice.

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    CASE DESCRIPTION

    The right upper limb of a brazilian male cadaver preserved by theformaldehyde method was dissected at the Department of Morphological Sciences(DCM) by medical students from the State University of Maring (UEM). Thepath

    of this variation, as well as the structures with which it relates, was followed from theaxillary fossaup to thepalmar region. The superficial anddeep palmar archescouldnot be disclosed.

    The brachioradial artery originates from the distal portion (3rd part) of theaxillary artery and follows medially to the brachial artery in the proximal portion ofthe arm, which is in a medial position to the biceps brachii muscle , going downtoward the elbow. When the medial border of the biceps brachii muscle bends

    laterally and the musclebelly narrows down to form the tendon, the brachioradialartery gradually curves in the same direction becoming superficial to the brachialartery in the distal portion of the arm where it anteriorly crosses this artery. In thecubital fossa region the artery crosses over thebiceps brachii muscletendon towardthe forearm (Figure 1).

    Figure 1. MN = Median nerve; BrA = Brachioradial artery; BBM = Biceps brachii

    muscle

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    At its origin, the brachioradial artery passes between the lateral and medial rootsof median nerve anteriorly following this nerve along the arm. At the cubital fossaregion, the median nerve continues medially toward the forearm away from thebrachioradial artery which continues laterally in relation to it. At the forearm, thebrachioradial artery continuous as radial artery and is medial to the medial border of

    brachioradialis muscle along almost the entire length of the muscle. In the distal portionof the tendon of the brachioradialis muscle, the artery emits the superficial palmar branchand goes to the dorsal region of the hand penetrating into a deep plane to the dorsalinterossei muscle I (Figure 2).

    Figure 2. MN = Median nerve; BrA= Brachioradial artery; MrMN = Medial root ofmedian nerve; LrMN = Lateral root of median nerve; BA = Brachial artery; NMC =Musculocutaneous nerve; AA = Axillary nerve.

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    As to the ulnar artery, it originated as a direct continuation of the brachial arterywhich, in turn, stems several branches along its path in the arm. At the region of thecubital fossa, the brachial artery which followed the brachioradial artery medially, turnstoward the proximal epiphysis of the ulna, becoming the ulnar artery in the forearm. It

    then inferiorly follows the pronator teres muscle, taking position at the medial half of theforearm flexor region close to the ulna. Then, the ulnar artery deeply passes to thesuperficial flexor muscle of fingers, inferiorly following the flexor carpi ulnaris assumingits position near the ulnar nerve. Finally, the ulnar artery goes toward the palm (Figure 3).

    Figure 3. UA = Ulnar artery; RA = Radial artery.

    DISCUSSIONAccording to the classic pattern of irrigation of the upper limb as described by

    Gray (1977), the brachial artery begins at the distal margin of the tendon of the teresmajor muscle and ends about 1 cm above the elbow fold where it splits into radial andulnar arteries. Laterally, it is in a proximal relationship with the median and

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    musculocutaneous nerves; distally it is in a relationship with the brachial biceps muscle,which overlies the artery to a considerable extent; medially, its proximal half is inrelation with the medial cutaneous nerves of the forearm and ulnar nerve, and its distalhalf with the median nerve.

    Due to its direction, the radial artery often seems to be a continuation of thebrachial artery, but it has a smaller caliber when compared to the ulnar artery. Itoriginates at the bifurcation of the brachial artery just below the elbow fold and runsalong the radial border of the forearm to the wrist. Finally, it passes between the twoportions of the first dorsal interosseous to the palm of hand in order to form the deeppalmar arch. At the forearm, its proximal portion is covered by the brachioradialis musclebelly and the rest of the artery is superficial.

    The brachioradial artery is defined by some authors as a radial artery with highorigin, a synonym often used for this variant 1, 3. We agree with this nomenclature,although we do not find the synonym to be appropriate since the variant found here arosefrom the axillary artery which contradicts the classical description of the origin of theradial artery from the brachial artery.

    According to M. Konarik et al (2009), due to the distance between the axillaryand the cubital fossa, the radial artery with high origin can be classified in four groupsaccording to its origin (Table 1).

    Table 1. Classification of brachioradial artery according to its origin3.

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    The artery described here falls within the fourth group. However, despite beingdescribed as an anatomical variation, it has been suggested that this variant does notresult from an anomalous growth of vessels, but from the differentiation of the embryonicdevelopment of these vessels3.

    Thorough understanding of vascular variations and their implications inneurovascular relationships is crucial in cases such as surgeries, trauma, diagnosis, andinterpretation of exams. In this particular instance, due to the fact that both thebrachioradial and radial arteries are very superficial throughout their entire extension,they are more susceptible to injuries by external agents. For example, in cases ofaccidental intra-arterial injections, bleeding, thromboses, and even the loss of an upperlimb may take place.1 Furthermore, in the case of brachial plexus block the presence of a

    brachioradial artery can offer risk for the procedure due to its intimate relationship withthe nerves of this plexus.

    CONCLUSION

    Thorough understanding of normal anatomy and of the variations of upper limbsis essential for many healthcare professionals in order to avoid possible errors indiagnosis and treatment. As a result, we propose the recognition of the existence of thebrachioradial artery and support this nomenclature as the most suitable for this variation.

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    http://www.tswj.com/2010/873017/abs/http://www.tswj.com/2010/873017/abs/
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    Autor para correspondncia:Gabriel Lima Villas-Bas

    Universidade Estadual de Maringe-mail:[email protected]

    http://www.fm.viamedica.pl/zamow_art_pdf.phtml?id=49&indeks_art=811http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1468366/http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1468366/mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1468366/http://www.fm.viamedica.pl/zamow_art_pdf.phtml?id=49&indeks_art=811
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    Artigo Original

    PERSISTNCIA DO TIMO EM CES (CANIS FAMILIARIS LINNAEUS, 1758)ADULTOS NO MUNICPIO DE PETROLINA, PERNAMBUCO, BRASIL

    MARCELO DOMINGUES DE FARIA, ALINE DA COSTA CONSTANTINO, TALO BARBOSA LEMOSLOPES, RODRIGO SANTOS SILVA, AMANDA RAFAELA ALVES MAIA, VANESSA TAYANNE DE

    OLIVEIRA FREIRE

    Professor Adjunto 3 da Disciplina de Anatomia Veterinria da Universidade Federal do Vale do So Francisco(Univasf).Discentes do Curso de graduao em Medicina Veterinria da Universidade Federal do Vale do So Francisco(Univasf).

    RESUMOObservando a alta incidncia do timo persistente em cadveres de ces adultos

    utilizados em aulas prticas da disciplina Anatomia Topogrfica Veterinria, resolveu-seestabelecer sua prevalncia entre os mesmos. Os animais abordados foram aquelesdissecados entre agosto de 2007 e maio de 2009, totalizando 28 ces sem raa definida,sendo 19 fmeas e 09 machos, com idade variando entre 03 e 16 anos, provenientes doCentro de Controle de Zoonoses do Municpio de Petrolina (PE), onde 64,28%apresentavam o lobo tmico esquerdo presente sobre a superfcie dorsal do esterno,compreendido entre o manbrio esternal e a face cranial do saco pericrdico, ocupando oespao mediastnico cranial, entre os lobos pulmonares craniais. J, o lobo tmico direito

    era substitudo por tecido adiposo.Palavras-chave: timo; persistncia; ces.

    AbstractDuring practical lessons in veterinary topographical anatomy discipline, it was noticed ahigh incidence of persistent thymus in adult dogs cadavers. Then, we decided to establishits prevalence among them. The animals covered were those dissected between August2007 and May 2009, a total of 28 mongrel dogs, which, 19 females and 09 males, agedbetween 03 and 16 years, from the Center for Zoonosis Control in the city of Petrolina(PE). Among them, 64.28% had a thymus left lobe present on the dorsal surface of thesternum, between the sternal notch and the cranial face of the pericardial sac, occupyingthe cranial mediastinal space between the cranial lung lobes. On the other hand, thethymus right lobe was replaced by adipose tissue.Key-words: thymus; persistence; dogs.

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    INTRODUO

    O timo um rgo linftico primrio, com atividade em animais jovens, cuja

    funo promover a diferenciao das clulas imaturas T (timcitos) em linfcitos T,sendo essencial para o estabelecimento inicial de um repertrio funcional destas clulas,fornecendo o ambiente adequado para a diferenciao, seleo e maturao de linfcitosT a partir de clulas tronco progenitoras migrantes da medula ssea 1,2. Consiste em doislobos separados na linha mediana ventral do assoalho da cavidade torcica j na vidaembrionria, mas que mais tarde se tornam intimamente ligados por tecido conjuntivo,sendo cada lobo tmico recoberto por uma fina cpsula de tecido conjuntivo frouxo esubdividido por septos primrios de tecido conjuntivo, os quais levam vasos sanguneos

    para um grupo de lbulos parenquimatosos, que aparecem com forma polidrica epossuem 0,5 a 2 mm de dimetro. Os principais constituintes celulares do timo so oslinfcitos (timcitos), as clulas reticulares e um pequeno nmero de macrfagos 3. Osuprimento sanguneo envolve as veias e artrias torcicas internas, alm de ramos dasartrias pericrdicofrnicos, subclvia esquerda e pelos troncos braquioceflicocostocervical direito e esquerdo, e o suprimento nervoso provm de ramos do troncovagossimptico 4,5.

    Quanto sua topografia, o timo de ces restrito cavidade torcica, consistindode lobos direito e esquerdo; rseo quando fresco e distintamente lobulado, sualocalizao medial aos lobos pulmonares e cranial ao saco pericrdico 6, sendo o lobodireito do timo maior que o esquerdo, porm regride o primeiro e permanece o ltimo noscasos persistentes 1. O maior desenvolvimento ocorre entre seis e oito semanas de idade esua regresso comea ao redor do 4 ms, mas nunca se completa. Mesmo quandopersiste um vestgio relativamente grande, verificar-se-, que este consiste basicamentede tecido adiposo e elementos fibrosos, com supresso do tecido tmico. Mas, resquciosdo timo torcico, podem persistir em muitos animais at a idade avanada. Alm desta

    relao idade versus involuo, o timo tambm sofre rpida atrofia em resposta aoestresse, assim, o timo de animais que morrem aps doena prolongada pode seranormalmente pequeno 7,8.

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    O timo um rgo nico, grande e ativo no recm-nascido. Atinge o pice da suaatividade na puberdade e regride lentamente, sendo que srias doenas, tais comotumores, podem acelerar esta involuo, atrofiando este rgo precocemente. Assimcomo existem casos de persistncia do timo em indivduos adultos, devendo-se atentarpara potenciais infeces crnicas no organismo 9,10. Diante disto, o conhecimento de sua

    estrutura, das interferncias que ocorrem no desenvolvimento e na involuo do timo,bem como os reflexos que tais eventos determinam sobre a marcao imunolgica dosanimais pode esclarecer diversas entidades ainda no caracterizadas adequadamentecomo doenas auto-imunes, tumores tmicos, persistncia tmica e outras ligadas aocomprometimento imunitrio, auxiliando assim, na clnica veterinria 11.

    Destarte, o presente estudo teve como objetivo avaliar a presena ou no de tecidotmico em ces adultos durante as aulas prticas da disciplina Anatomia Veterinria III da

    Universidade Federal do Vale do So Francisco, situada no Municpio de Petrolina,Estado de Pernambuco, Brasil.

    MATERIAL E MTODO

    Durante as aulas prticas da disciplina Anatomia Veterinria III, tambmdenominada Anatomia Topogrfica, realizadas no perodo compreendido entre agosto de2007 e maio de 2009 no Laboratrio de Anatomia dos Animais Domsticos e Silvestres(LAADS) da Universidade Federal do Vale do So Francisco (Univasf), foram utilizados28 cadveres de animais da espcie canina (Canis familiaris LINNAEUS, 1758), adultos,sem raa definida, com idade variando de 03 a 16 anos, sendo 19 fmeas e 09 machos,provenientes do Centro de Controle de Zoonoses do Municpio de Petrolina (PE), osquais foram encaminhados ao Laboratrio em estado de bito. Inicialmente, foi realizadauma inciso, com auxlio de bisturi, na linha mediana ventral partindo da regiomentoniana at a altura do manbrio esternal. Seguidamente, a ctis foi rebatida

    juntamente com o msculo cutneo, evidenciando, desta forma, os constituintesanatmicos cervico-torcicos. Posteriormente, foi promovida a divulso dos planosmusculares da regio peitoral e axilar. Finalizado este procedimento, promoveu-se acostotomia unilateral esquerda, na altura da juno costocondral com auxlio de umcosttomo, rebatendo o esterno direita para evidenciar a cavidade torcica, o quepermitiu avaliar a persistncia ou no do timo, bem como sua topografia e sintopia.

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    RESULTADOS E DISCUSSO

    Aps toracotomia dos ces utilizados nas aulas prticas da disciplina AnatomiaVeterinria III, os grupos responsveis pela dissecao eram abordados para averiguaodos rgos visualizados e, assim, pde-se notar a presena do lobo esquerdo do timo

    persistente na maioria dos animais, disposto na superfcie dorsal do esterno, entre omanbrio esternal e a face cranial do saco pericrdico, ocupando o espao mediastnicocranial, entre os lobos pulmonares craniais (FIGURA 1), corroborando com os relatos deGetty 6 (1986). J, o lobo tmico direito era substitudo por tecido adiposo, reforando osachados de Knig e Liebich 1 (2004).

    Os timos persistentes apresentavam colorao rsea, localizados no espaomediastinal cranial, entre os pulmes e acima da base do corao. Na poro cranial,

    apresentavam discreta diviso entre o lobo esquerdo e direito, sendo unidos por umtecido de conexo, denominado istmo. Em sua poro caudal, os lobos direito e esquerdoso totalmente separados, sendo o direito maior que o esquerdo. Estes achados tambmforam observados e descritos por Agreste, Bombonato e Hernandez-Blazquez 11 (2007).

    Dos 28 animais adultos dissecados, 18 apresentavam timo persistente (13 fmeas e05 machos), ou seja, 64,28% da totalidade, contrariando autores, que descrevem o timocomo um rgo vestigial durante a idade adulta 7,8,9. Assim como Gety 6 (1986), queconsidera que o timo tem seus aspectos funcionais modificados de acordo com o

    Figura 1Evidncia da persistncia do timo (setas) em ces em decbito dorsal, demonstrando a sintopia dorgo com as demais estruturas da cavidade torcica, como o pulmo (nmero 1 na fotografia A),o corao envolto pelo saco pericrdico (nmero 2 na fotografia B) e o esterno (*) - Petrolina,2011.

    1 2

    *

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    desenvolvimento do animal, sofrendo acentuada involuo aps a maturidade sexual,com substituio do tecido glandular ativo por tecido adiposo ou conjuntivo, discordandodos resultados obtidos no presente estudo.

    CONCLUSO

    A persistncia do timo em ces, observada durante as aulas prticas da disciplinaAnatomia Veterinria III, demonstra a importncia de estudos epidemiolgicos noMunicpio de Petrolina (PE) e adjacncias, pois so fatores que podem ser determinantesna elucidao da persistncia do timo em ces adultos.

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    Autor para correspondncia:Marcelo Domingues de Faria

    E-mail: [email protected] de Anatomia dos Animais Domsticos e Silvestres (LAADS - Univasf)

    Rod. BR 407, Km 12 - Lote 543 - Projeto de Irrigao Senador Nilo Coelho, s/n - C1CEP 56.300-990 - Petrolina/PE

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    Artigo Original

    O CONHECIMENTO SOBRE CONCEITOS E ESTRUTURAS ANATMICASDE ALUNOS DO ENSINO MDIO

    1VIVIANNE IZABELLE DE ARAJO BAPTISTA; 1JSSICA DE MEDEIROSLIMA;1LARISSA MARIA DE ALMEIDA MEDEIROS; 2ANDERSON SCARDUA;

    3JOSEMBERG DA SILVA BAPTISTA

    *Graduandas do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Campina Grande.**Professor Adjunto da Universidade Federal de Campina Grande, Co-orientador.

    ***Professor Assistente da Universidade Federal do Esprito Santo, Orientador.

    RESUMOA insero de alunos no ensino superior com baixo rendimento e pequena informaoacerca de assuntos biolgicos e anatmicos levou ao desenvolvimento desse estudo.Tivemos como objetivo investigar o conhecimento de anatomia humana que os alunos doterceiro ano do ensino mdio das escolas pblicas (Pu) e particular (Pa) do municpio deCuit-PB possuem, visto que so os aspirantes a uma vaga no ensino superior da UFCG.Foi utilizado um questionrio com questes de desenho de rgos, descrio das suasfunes e denominao de regies do corpo, sendo as respostas submetidas anlisedescritivo-exploratria e estatstica descritiva. O corao foi o rgo mais desenhado emambas as escolas, seguido dos pulmes e o crebro, embora tenha se observado que osalunos frequentemente erraram suas formas. Quanto localizao e funesdesempenhadas pelo rgo, o fgado foi o mais citado erroneamente. Na questoreferente identificao das regies anatmicas ocorreram muitos equvocos e/ouutilizao de terminologias populares. Esses resultados demonstram a insuficincia destes

    conceitos no ensino mdio, e diagnosticam um quadro que necessita de intervenesnesta fase educacional. Sendo a expanso universitria uma poltica de governo, osprofessores universitrios, em especial, da rea da sade, devem ficar atentos a estasfragilidades na formao bsica do indivduo.

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    ABSTRACT

    The participation of students in higher education with low performance and littleinformation on biological and anatomical matters led to the development of this study.Our aim was to investigate the knowledge of human anatomy of third-year students from

    public (Pu) and private (Pa) high schools of the city of Cuit-PB, considering that theyare the aspirants for a place at the UFCGs undergraduate courses. A questionnaire wasapplied including questions to draw organs, to describe their functions and to nameregions of the body. The responses were submitted to exploratory-descriptive analysisand to descriptive statistics analysis. The heart was the organ most drawn in both schoolsfollowed by the lungs and the brain, although it has been observed that students oftendrew their forms incorrectly. Concerning the location and functions performed by theorgans, the liver was the most cited incorrectly. In relation to the question of the

    identification of anatomical regions, there were many mistakes and/or the use of popularterminology. These results demonstrate the inadequacy of these concepts in high school,and diagnose a situation that requires intervention at this level of education. Being theuniversity expansion a federal government policy, the professors of the health sciencesshould be aware of these weaknesses in the basic training of the students.

    INTRODUO

    A insero de alunos no ensino superior tem aumentado nas ltimas dcadas e seintensificado aps o programa de expanso universitria realizada pelo Governo Federal,REUNI (Plano de Reestruturao e Expanso das Universidades Federais), aps apublicao do decreto n.o 6096 (BRASIL, 2007). visvel uma maior procura dosestudantes do ensino mdio por essa opo diante do afunilamento do mercado detrabalho com preferncias por profissionais cada vez mais qualificados (SPARTA &GOMES, 2005). Dessa forma, espera-se mais da formao bsica dos alunos visando um

    desempenho satisfatrio no mbito universitrio.

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    Segundo Lima et al. (2009), a rede de conhecimentos estabelecida entre aluno eprofessor na prtica da educao se constitui em um importante contribuinte na formaode conceitos. Tomando como base o autor supracitado, as interaes existentes na prticadisciplinar, assim como a forma de abordagem de um contedo, podem implicar nafacilitao e incorporao de novos conhecimentos. Portanto, o conhecimento do ensinomdio servir como base para as diferentes disciplinas que compreendem as diversas

    reas do ensino superior, incluindo, no caso da rea biomdica a anatomia humana, que uma cincia que compreende a morfologia humana (FERREIRA & MAMEDE, 2003).

    Uma melhor interao no processo de aprendizagem das disciplinas passadas noambiente escolar gera um maior conhecimento sobre os assuntos, despertando interesse evocao dos alunos por reas no ensino superior (LIMA et al., 2009). Assim, quando essainterao no positiva o estudante pode no sentir-se familiarizado com determinadasreas ou mesmo no ter idia slida sobre quais os tipos de conhecimento a rea tm a

    oferecer, tomando uma deciso incerta sobre sua carreira universitria e profissionalposterior. Desse modo, o ensino da anatomia humana pode ser usado como umaferramenta que desperte o interesse por estudar temticas relacionadas ao corpo humano,incentivando a formao de futuros profissionais na rea biomdica (DEPARTAMENTODE ANATOMIA/UFRJ, 2008).

    Partindo das consideraes apresentadas, percebemos que a anatomia humanaforma uma base importante de ensino, compreendendo contedos de aplicabilidade queinfluenciam na aquisio de competncias prticas especficas do crculo de atuao dequalquer profissional da rea da sade (Silva & Rezende, 2008). Entretanto, existe umaescassez de informao cientfica sobre o ensino da anatomia humana e a formaobsica dos alunos, muito embora se tenha relatado em diversos eventos acadmicosuniversitrios a dificuldade que os alunos do ensino superior sentem no seu aprendizado.Isto se agrava quando as universidades, dentro dos programas de expanso do governo,oferecem condies pouco apropriadas para o ensino de anatomia, tanto em termosmateriais, quanto de recursos humanos (BAPTISTA et al., 2012). Sendo assim, estetrabalho se justifica no seguinte questionamento: Ser esta dificuldade originada da

    carncia de contedo proveniente do ensino mdio? Dessa forma, este estudo investigouo conhecimento sobre anatomia humana que os alunos do terceiro ano do ensino mdiodas escolas pblica e privada do municpio de Cuit-PB possuem, visto que so osaspirantes a um curso no Centro de Educao e Sade da Universidade Federal deCampina Grande (campus Cuit/PB).

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    MATERIAIS E MTODOS

    A pesquisa foi realizada na cidade de Cuit, no interior do agreste paraibano, namicrorregio do Curimata Ocidental, e contou com a participao de 95 estudantes doterceiro ano do ensino mdio, oriundos de escolas pblicas (n=71), e da nica escolaparticular do municpio na poca do estudo (n=24). Estes discentes foram orientados e

    esclarecidos previamente sobre a pesquisa, e aqueles que concordaram em participarassinaram voluntariamente o termo de consentimento livre e esclarecido.

    O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionrio que continhavrias questes sobre conhecimentos anatmicos e sobre anatomia e sua aplicabilidade. Otrabalho foca nos resultados de trs questes especficas sobre conhecimentos deanatomia. Uma das questes (Cite e desenhe na figura abaixo 5 rgos de seu

    conhecimento em suas localizaes) era de desenho, onde os participantes podiamdesenhar a sua maneira em um modelo corporal j previamente disposto no questionrios(Figura 1). Em seguida, havia uma questo discursiva para citar as funes especficas decada rgo desenhado (Descreva a funo dos rgos que voc desenhou na questoanterior). Por fim, os participantes foram solicitados a mencionar os nomes de partes doscorpos apontados em um desenho (Figura 2) apresentado no questionrio (Descreva osnomes das REGIES numeradas na figura). Alm disso, o questionrio continhaquestes para captar informaes referentes escola ao qual o aluno pertencia (pblicaou privada), pretenso de rea profissional e levantamento scio-demogrfico.

    Figura 1 Modelo corporal usado para os alunos desenharem rgos de seuconhecimento.

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    Figura 2Modelo utilizado no questionrio para que os alunos respondessem os nomes

    das regies apontadas:

    De acordo com a indicao e concordncia das diretorias das escolas, trsaplicaes foram realizadas em dias alternados nas escolas. Os professoresdisponibilizaram horrios que no fossem interferir nas atividades da turma e oquestionrio foi aplicado, sem tempo limite, na mesma sala de aula e horrio que osalunos frequentavam.

    Para anlise dos dados primeiramente foi feita uma diviso dos questionrios emescola pblica (Pu) e escola particular (Pa), para posteriormente dentro de cada grupo secategorizar a pretenso de escolha profissional em: rea da sade e biolgica (AS),outras reas acadmicas (OA), e no pretendem fazer vestibular/em branco. Esta ltimaclassificao obteve nmero irrelevante, devido ao pequeno nmero de alunos que aassinalaram, sendo estes participantes excludos das anlises posteriores envolvendo esteparmetro.

    Para sistematizar a anlise dos dados, o questionrio foi avaliado com base em trsvertentes do ponto de vista anatmico: Enfoque sobre questes de desenho de rgos;Descrio das suas respectivas funes e; Denominao de regies do corpo.

    A anlise destas vertentes da pesquisa foi de carter descritivo-exploratrio, ondeforam empregadas avaliaes estatsticas descritivas (frequncia e porcentagem).

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    RESULTADOS

    Dentre o alunado do terceiro ano do ensino mdio da cidade de Cuit-PB,aproximadamente 65% do total participaram da pesquisa no ano letivo de 2010. A

    aplicao dos questionrios ocorreu de maneira objetiva e com tempo livre; no entantoobteve-se durao mdia de quinze minutos. Os alunos demonstraram boa colaborao e,em sua maioria, cumpriram com o quesito de individualidade de expresso nas respostasapesar da situao coletiva. Houve um diminuto quantitativo de dvidas relacionadas interpretao dos enunciados das questes.

    A primeira questo requisitava: Cite e desenhe na figura abaixo 5 rgos de seu

    conhecimento em suas localizaes. Os alunos s contavam com duas imagens docontorno corporal, ou seja, o contorno da superfcie do corpo, numa viso anterior eposterior. O resultado foi a contabilizao de 38 diferentes rgos ou partes deles, sendoque a escola Pu apresentou uma diversidade de 19 rgos citados e desenhados a maisque a escola Pa.

    Como os alunos foram orientados a desenhar e citar o nome do rgo, a anlise daquesto ocorreu com base no desenho e nas citaes, pois foi por meio das citaes quese fez possvel a identificao do que o aluno considerava ser o seu desenho. No casoespecfico dos rgos sexuais, estes foram divididos em dois grupos, uma categoriaintitulada de rgos genitais a qual englobou respostas que mencionaram rgo genital,rgo genital masculino e rgo genital feminino em si sem especificar qual o rgodesse sistema, como testculos, pnis, tero e ovrio, e outro de respostas queespecificaram o rgo, em que a categoria ganhou o nome do mesmo, como por exemplo,a categoria pnis que faz referncia especificamente s menes feitas a este rgo.

    O corao foi o rgo mais citado em ambas as escolas, com uma porcentagem de27% de menes na escola Pu e 24% na Pa. Em seguida foram mais citados os pulmes eo crebro. Os intestinos, fgado e rins obtiveram equivalncia em citao, e o estmago,rgo genital (sem distino de sexo), e pnis foram os menos citados (Tabela 1).

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    Tabela 1 - rgos mais citados e desenhados*.

    PBLICA PARTICULAR TOTAL ESCOLAS

    RGOS F % F % T %Corao 41 27 21 24 62 26Pulmes 24 16 19 22 43 18

    Crebro 24 16 15 17 39 16Intestino 12 8 8 9 20 8

    Rins 11 7 8 9 19 8Fgado 15 10 3 3 18 8

    Estmago 13 9 4 5 17 7rgo genital 8 5 7 8 15 6

    Pnis 4 3 3 3 7 3TOTAL CITAO 2 100 88 100 240 100

    *LEGENDA: Valores descritos em porcentagem (%), freqncia de citao pelos alunos(F), e total de citao em ambas as escolas (T).

    O percentual de outros rgos pouco citados, somados de ambas as escolas, foiequivalente a 18% do percentual total, sendo estes: bexiga, pele, esfago, colunavertebral, ovrio, tero, testculos, faringe, pncreas, nus, olhos, nariz, boca, laringe,traquia, cerebelo, bao, diafragma, glndulas salivares, brnquios, veia, e lngua.Contudo, tambm foi detectada discrepncia conceitual do que uma regio corporal, umrgo, ou parte de algum deste neste percentual de rgos poucos citados.

    Os rgos citados e desenhados foram avaliados quanto forma do rgo, deacordo com o desenho do aluno, e a localizao aonde este aluno o desenhou, para queassim se possam estabelecer parmetros de exatido anatmica. Dentro de cada quesitoocorreu uma categorizao de respostas em: corretas, aproximadas e erradas,evidentemente respeitando apenas os principais preceitos anatmicos, e de acordo com onvel de conhecimento que se deve haver no ensino mdio. Para definir em que categoria

    os desenhos seriam enquadrados, cada resposta foi avaliada por trs avaliadores e, noscasos de dvidas e discrepncias entre os mesmos, o dado era discutido at se chegar aum consenso.

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    Considerando-se o quesito forma dos rgos desenhados, as estruturas anatmicasdesenhadas pelos participantes da escola Pu de maneira mais errada foram o estmago, osrins, o rgo genital, o corao, o crebro, o pnis e os pulmes; a desenhada de formamais aproximada foi o fgado. O intestino foi o rgo que obteve seu desenho de formamais correta (Tabela 2).

    Tabela 2 - Formas dos rgos citados e desenhados na escola pblica e particular*

    ESCOLA PBLICA ESCOLA PARTICULAR

    RGOS Tf T%C T%A T%E Tf T%C T%A T%ECorao 41 10 32 59 21 5 14 81Pulmes 24 29 29 42 19 11 53 37Crebro 24 17 29 54 15 20 20 60

    Intestino 12 67 8 25 8 13 88 0Fgado 15 27 40 33 3 0 33 67Estmago 13 23 8 69 4 0 25 75

    Rins 11 18 18 64 8 38 50 13rgo genital 8 13 25 63 7 29 43 29Pnis 4 25 25 50 3 0 33 67

    *LEGENDA: Tf = total de frequncias; T%C= total de porcentagens corretas; T%A=total de porcentagens aproximadas; T%E= total de porcentagens erradas.

    Entre os discentes da escola Pa, as estruturas anatmicas que apresentaram formasmais erradas foram o corao, o estmago, o fgado, o crebro e o pnis. As estruturasque apresentaram formas mais aproximadas foram o intestino, os pulmes, os rins e orgo genital. Nenhum rgo obteve como maior percentual as formas corretas (Tabela2).

    No quesito localizao ambas as instituies manifestaram maior quantitativo de

    localizaes corretas. Na instituio Pu (Tabela 3), o rgo que apresentou localizaomais errada foi o fgado (60%). O corao (39%) apresentou maior percentual delocalizaes aproximadas e os rgos que apresentaram localizaes mais corretas foramo crebro (100%), o pnis (100%), o rgo genital (88%), o intestino (67%), os rins(64%), os pulmes (46%) e o estmago (38%).

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    Tabela 3 - Localizao dos rgos citados e desenhados na escola pblica e privada

    ESCOLA PBLICA ESCOLA PARTICULARRGOS Tf T%C T%A T%E Tf T%C T%A T%E

    Corao 41 37 39 24 21 24 67 10Pulmes 24 46 21 33 19 47 26 26Crebro 24 100 0 0 15 93 7 0

    Fgado 15 27 13 60 3 0 33 67Intestino 12 67 8 25 8 88 13 0

    Estmago 13 38 31 31 4 25 25 50Rins 11 64 9 27 8 54 38 13

    rgo genital 8 88 13 0 7 14 71 14Pnis 4 100 0 0 3 100 0 0

    LEGENDA: Tf = total de frequncias; T%C= total de porcentagens corretas; T%A= totalde porcentagens aproximadas; T%E= total de porcentagens erradas.

    Na instituio Pa, os rgos que apresentaram localizaes mais erradas foram ofgado (67%) e o estmago (50%). Com relao localizaes mais aproximadas o rgogenital (71%) e o corao (67%) se destacaram. J o crebro (93%), o pnis (100%), o

    intestino (88%), os rins (54%) e os pulmes (47%) foram os mais corretamentelocalizados (Ver Tabela 3).

    Na questo Descreva a funo dos rgos que voc desenhou na questo anteriorfoi possvel observar que todas as funes mencionadas do crebro (100%) e do pnis(100%) foram corretas. Fora esses dois rgos, o rim, o rgo genital, o pulmo, ocorao e o estmago tambm obtiveram predominante porcentagem de funes

    conceituadas corretamente. J o fgado (88%) foi a estrutura anatmica com maiorporcentagem de funes denominadas erroneamente. O intestino apresentou a mesmaporcentagem de funes certas e erradas (Tabela 4).

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    Tabela 4: Total de funes mencionadas nas escolas pblica e particular.

    RGOS Tf T%C T%ECorao 52 83 17Pulmo 39 85 15

    Crebro 25 100 -Rim 10 90 10

    Intestino 12 50 50Estmago 11 55 45

    rgo genital 8 88 13Fgado 8 13 88

    Pnis 6 100 -TOTAL 209 - -

    LEGENDA: Tf= total de freqncias; T%C= total de porcentagens corretas; T%E= totalde porcentagens erradas.

    Na questo Descreva os nomes das REGIES numeradas na figura: que avalia oconhecimento das regies anatmicas, dezenove quesitos deveriam ser preenchidos comos nomes das respectivas regies indicadas na figura do corpo humano, como porexemplo, dorso, coxa, pescoo, trax, abdome, etc. Nessa perspectiva, a escola Padesempenhou um melhor papel frente escola Pu. Os alunos da escola Pu que desejamseguir a AS obtiveram uma melhor desenvoltura para identificar as regies, j emcontrapartida, os alunos da escola Pa que obtiveram maior facilidade em denominar asregies anatmicas foram os que desejam seguir OA.

    Devido ao extenso nmero de quesitos e repostas, optou-se por apresentar nesteartigo a anlise da questo de forma mais qualitativa do que quantitativa, enfocando maisas denominaes utilizadas para descrever as regies. Os alunos de ambas as instituiesde ensino denominaram com um maior nmero de acertos sete regies do corpo humanoque se referiam cabea, ao pescoo, aos ombros, s mos, s coxas, aos joelhos e aosps. Nos demais quesitos, ocorreram equvocos quanto s regies e/ou utilizao determinologias populares para identific-las, por exemplo: No abdome, as maioresmenes foram de umbigo e barriga, ambos obtiveram porcentagens considerveis nas

    duas escolas. A regio plvica ou pbica foi mais denominada como rgo genital,ventre, quadril e bexiga, sendo o rgo genital a indicao de maior expresso. A regiodo cotovelo tambm foi equivocadamente mais classificada como antebrao e brao emambas as instituies. O punho foi erroneamente confundido com o pulso. Neste quesitoapareceram tambm outras denominaes como brao e munheca. Com relao perna,os alunos utilizaram mais as classificaes de panturrilha e canela.

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    No ocorreu nenhuma meno correta regio dorsal ou do dorso. As costas e acoluna foram as designaes que mais foram usadas. Na escola Pa a regio lombartambm foi esquecida, aparecendo apenas na escola Pu, e de maneira extremamentediscreta. Os nomes mais empregados como respostas foram coluna, quadril, bacia, cinturae cervical. J a regio gltea foi classificada com uma grande variedade de nomes, dentre

    eles bunda, bumbum e ndegas, aparecendo tambm denominao como bacia. Otornozelo no foi mencionado em nenhuma das respostas, geralmente sendo empregadosa ele os termos de calcanhar e ps.

    DISCUSSO

    Os resultados desse estudo mostraram deficincias, em linhas gerais, noconhecimento anatmico dos alunos que cursam o ensino mdio no municpio de Cuit-

    PB, os quais so aspirantes a uma vaga universitria no campus local da UFCG. Situaoessa preocupante vista a grande importncia que os estudantes do ensino mdio atribuemao ingresso no ensino superior, o que j havia sido apontado por Sparta e Gomes (2005),e a deficincia que a ausncia desse conhecimento provoca na progresso dos cursosbiolgicos e da sade.

    A escola Pu teve uma diversidade de rgos citados e desenhados maior que aescola Pa, porm deve-se levar em considerao o menor quantitativo de alunos da escolaPa (24) em relao escola Pu (71). A mesma possua aproximadamente o triplo dealunos que a escola Pa. No entanto, quando se analisa o nmero de citaes sobre osprincipais rgos contabilizados na pesquisa (Tabela 1), cada aluno da escola Pa citou emmdia 3,66 rgos, enquanto cada aluno da escola Pu citou apenas 2,14 rgos. Sendoassim, existe a percepo que a mdia de citaes dos principais rgos foipredominantemente dos alunos da escola Pa, o que relativamente demonstra melhorpreparo, j que a questo no questionrio requisitava a citao de 5 rgos para resposta.

    Nos demais quesitos, apesar de no ter sido feita comparaes estatsticas

    especficas, a escola Pu foi ligeiramente melhor que a Pa. Vale pena citar que o corpodocente das instituies Pu e Pa constitudo, no geral, pelos mesmos professores domunicpio, o que sugere que as informaes transmitidas em ambas s instituies deensino so idnticas. No entanto, o material didtico diferente, o que supostamentedeveria se tornar diferencial neste ponto. Portanto, a diferena no desempenho dos alunosna pesquisa pode ser justificada pelo maior interesse dos alunos da instituio Pu.

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    Na anlise dos dados, foi visvel um maior nmero de desenhos e menes aosrgos genitais masculinos que aos femininos, inclusive uma maior nfase a essacategoria pelas prprias mulheres. No apareceram rgos genitais femininos externos,somente os internos, compreendendo estes ovrios e tero. Estes quando lembradosapresentaram formas e localizaes corretas e aproximadas, entretanto, essa informao

    no julga um conhecimento satisfatrio dos alunos diante da pequena porcentagem derespostas em relao ao total de alunos. Esse fato pode ter ocorrido devido o modeloanatmico empregado nos questionrios para coleta de dados no possuir cabelos longose mamas, o que pode ter induzido a inteno das respostas dos alunos pela imagemmasculina, j que segundo Ferreira e Mamede (2003), a mama smbolo da imagemcorporal de sexualidade feminina e maternidade.

    O estudo de Carvacho, Silva e Mello (2008), discute a ausncia do conhecimento

    sobre anatomia humana reprodutora como uma das causas da gravidez precoce,enfatizando a sua ocorrncia como problema de sade pblica que acomete o Brasil nasltimas dcadas, gerando repercusses sociais, biolgicas e psicolgicas na vida dasadolescentes nesta faixa etria. Tanto nesse estudo quanto no nosso, as adolescentes commdia de 17 anos apresentaram um conhecimento insatisfatrio sobre o prprio corpo,em especial sobre o aparelho genital feminino.

    Curiosamente, o crebro e o pnis, apesar da maioria das formas terem sidoerradas, apresentaram 100% de localizaes e funes corretas. Observou-se que o fgado um dos rgos que os alunos menos conhecem sua forma, sua localizao e suasfunes. O mesmo aconteceu com o estmago, com a diferena que a maioria dos alunossoube qual a sua funo. Esta descrio se torna preocupante quando se pondera que oconhecimento do prprio corpo auxilia o auto-cuidado e a percepo para identificar,localizar e associar sinais e sintomas em situaes patolgicas, facilitando a preveno eo diagnstico de uma possvel doena. Em 2009 Weinman et al. publicaram um trabalhoonde foi avaliado o conhecimento de anatomia de pacientes com vrios tipos depatologias, e em vrios rgos, na populao de Londres, Reino Unido. Os mesmos

    pesquisadores observaram, atravs de anlises estatsticas, que pacientes que sofrem comalguma patologia em um rgo especfico no sabem localiz-lo no corpo na maioria dasvezes. Eles utilizaram um questionrio com desenhos assim como foi utilizado em nossapesquisa, contudo na verso deles as questes eram de mltipla escolha.

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    O intestino tambm foi muito bem lembrado nas menes dos alunos. Na maioriadas formas como apareceu estava desenhado de maneira correta e aproximada, enquantoa localizao geralmente estava correta. Ocorreu um percentual de 50% de funeserradas e corretas, o que define um conhecimento mediano sobre o mesmo. Os alunossabem aproximadamente qual a forma dos pulmes, mas a maioria de ambas as escolasdefiniram sua localizao e funes corretamente. O corao geralmente teve uma forma

    errada, o que poderia inferir dvidas no mbito de reconhecimento de suas funes. Noentanto, no geral, estas foram denominadas corretamente. Ainda sobre este rgo, naescola Pu a maioria das localizaes foi correta, enquanto na Pa a maioria foiaproximada.

    Com base no exposto possvel perceber que os alunos possuem mais deficinciaem denominar a forma dos rgos. Essa deficincia vem da cultura de sempre enfatizar afuncionalidade e a localizao dos rgos como saberes anatmicos de maior relevncia

    do que o conhecimento da forma. Entretanto, o desconhecimento da forma dos rgosexerce implicaes na vida dos indivduos e nas atividades prticas dos universitrios dasade, pois a forma na maior parte das vezes reflexo de sua funo. Em casos dedoenas, por exemplo, muitas que acometem o fgado e o bao provocando em geral oseu aumento, o que confere um achado diagnstico que apenas pode ser percebidoquando se tm um conhecimento sobre a forma e localizao anatmica da estrutura.

    Com relao aos rins, rgos que foram um dos mais mencionados em ambas asinstituies de ensino avaliadas nesta pesquisa, houve variveis na forma, localizao efuno, sendo maior nmero de respostas corretas, o que demonstrou um bomentendimento sobre esse rgo. No entanto, alguns alunos quando se referiam ao mesmo,mencionavam-no em apenas uma unidade, levantando dvidas sobre a compreenso deque este um rgo par, o que poderia trazer implicaes para as possibilidades econcepes sobre doao para transplantes.

    A doao de rgos um tpico da sade de bastante relevncia, pois milhares debrasileiros esperam em filas de transplantes por doaes. No pargrafo acima, foi

    possvel constatar o desconhecimento por parte dos alunos da duplicidade de importantesrgos, sendo este um forte indicador que as pessoas no possuem um conhecimentosatisfatrio sobre esse tema, o que implica em um desconhecimento sobre a possibilidadede ser doador e em um menor nmero de doaes. O ensino da anatomia humana poderiaprovocar o conhecimento adequado sobre esses rgos, e dessa forma aproximar aspessoas dessa realidade, impulsionado-as a participarem dessa causa.

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    Em seu estudo, Delavy et al. (2007) avaliaram o conhecimento anatmico decrianas de quatro a seis anos de idade, antes e aps uma interveno sobre esse tema.Antes da interveno os rgos que as crianas mais citaram foram corao, osso,sangue, crebro e pulmo. Aps a interveno os rgos citados anteriormente, menos osangue, tiveram seus valores percentuais aumentados, aparecendo tambm menes aoestmago, esfago, traqueia e costelas. Apesar desse estudo ter sido realizado com

    crianas, o mesmo possui similaridade com o nosso, pois os rgos que as crianas maiscitaram antes da interveno como crebro, corao e pulmo, foram alguns dos rgosmais mencionados pelos estudantes do terceiro ano do ensino mdio de Cuit. Isto supeque esse conhecimento tenha mais a ver com o senso comum do que com o contedopassado nas escolas e que intervenes em anatomia humana causam impactos positivos,aumentando o conhecimento sobre o corpo humano.

    Na questo que descrevia as regies anatmicas - muito embora os alunos da Pu

    que pretendem seguir AS foram melhores, e os alunos da Pa que pretendem seguir OAforam os que acertaram mais na denominao das regies - em ambas as escolasapareceram muitas respostas fazendo menes a termos populares (Ex: munheca=punho,bumbum=glteos, barriga=abdome) e/ou com equvocos sobre as regies anatmicascomo ocorreu nas regies dorsal ou do dorso e do tornozelo. Na regio lombarapareceram menes corretas de maneira extremamente discreta. Em um dessesequvocos, o punho foi denominado erroneamente de pulso, mostrando que os alunos nosabem que o pulso um sinal vital, que identifica situaes de normalidade e/oualteraes fisiolgicas no ser humano.

    Este estudo demonstrou a deficincia do conhecimento em anatomia humana queos estudantes do terceiro ano do ensino mdio de Cuit-PB possuem. Isso se mostraimportante pela relevncia desse conhecimento e a essencialidade da anatomia humanapara a progresso dos cursos da rea da sade e biologia. Assim, esses resultados podemcontribuir para reflexes sobre a trajetria dessa rea no ensino mdio e bsico, fazendocom que esta seja mais disseminada por meio de aes educativas que interliguemeducao e sade, esclarecendo dvidas sobre educao sexual, alimentao saudvel e

    medidas para um bom aproveitamento do corpo, promovendo autocuidado e contribuindopara a diminuio de incidncia de problemas de sade pblica. Alm disso, os resultadosdesse estudo advertem os professores das Instituies Federais de Ensino Superior nosquais passaram por, ou ainda esto em expanso universitria pelo programa REUNI at2014 para estas peculiaridades, pois esta medida amplia o nmero de vagas e,

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    DEPARTAMENTO DE ANATOMIAUniversidade Federal do Rio de Janeiro. Projetoum mergulho no corpo: Programa de formao continuada para professores do ensinofundamental e mdio2008.

    FERREIRA, M. L. S. M.; MAMEDE, M. V. Representao do corpo na relao consigomesma aps mastectomia. Rev Latino-am Enfermagem, 11(3): 299-304, 2003.

    LIMA, A. B.; LUCENA, J. D.; FREITAS, F. O. R.; SILVA, Z. Z. L; OLIVEIRA, J. R.M. S.; FREITAS, Y. M. R. Anatomia humana para as escolas de ensino fundamental emdio do municpio de Patos - PB: um estudo preliminar. Revista Coopex Fip, v1, 2009.

    SILVA, R. M. F. L.; REZENDE, N. A. O ensino de Semiologia mdica sob a viso dosalunos: implicaes para a reforma curricular. Revista Brasileira de Educao Mdica,32(1): 32-38, 2008.

    SPARTA, M.; GOMES, W. B.; A importncia atribuda ao ingresso na educao superiorpor alunos do ensino mdio. Revista Brasileira de Orientao Profissional, 6(2): 45-53,2005.

    WEINMAN, J.; YUSUF, G.; BERKS, R.; RAYNER, S.; PETRIE, K. How accurate ispatients' anatomical knowledge: a cross-sectional, questionnaire study of six patientgroups and a general public sample. BMC Family Practice, 10:43, 2009.

    Autor para correspondncia:

    Prof. Me. Josemberg da Silva BaptistaScio da Sociedade Brasileira de AnatomiaProfessor Assistente de Anatomia Humana

    Departamento de MorfologiaCentro de Cincias da Sade - CCS

    Universidade Federal do Esprito Santo-UFESAv. Marupe, 1468, 29.043-900, Vitria/ES

    Fonefax: 27 3335-7358Email:[email protected]

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    Resenha Literria

    A IMPORTNCIA DA SINERGIA ENTRE LITERATURA EILUSTRAO NO ENSINO DA ANATOMIA ANIMAL: RESENHA SOBRE

    A OBRA DE KNIG E LIEBICH

    Marcelo Domingues de Faria & Carolina Anglica Librio MachadoUniversidade Federal do Vale do So Francisco (UNIVASF)

    RESUMOPara que o ensino da anatomia animal seja profcuo, torna-se indispensvel umaboa literatura associada a ilustraes que permitam a visualizao das diversasestruturas do organismo animal. O livro Anatomia dos animais domsticos texto eatlas colorido, de autoria de Horst Erich Knig e Hans-Georg Liebich com a

    colaborao de outros nove autores, publicado originalmente no idioma alemo, em1999, tornou-se um marco na literatura do gnero, pois, apesar do texto simplista, uma tima fonte de estudo para estudantes de graduao dos cursos de medicinaveterinria, zootecnia e reas afins, bem como para profissionais das devidas reas,uma vez que elucida com clareza, sem qualquer complexidade, os diferentessegmentos anatmicos dos animais domesticados. Devido extenso dos assuntosabordados, a obra foi dividida em dois volumes, publicados em momentos distintos,com intervalo de um ano e meio, sendo que o primeiro descreve a anatomia doaparelho locomotor e, o segundo, o estudo dos rgos e sistemas.

    RESENHA

    Diante da demanda por parte de estudantes e profissionais que atuam naclnica e na cirurgia veterinria, Horst Erich Knig e Hans-Georg Liebich reuniraminformaes com carter didtico em um livro texto e atlas repleto de informaesconcernentes anatomia dos animais domsticos, intitulado Anatomia dos animaisdomsticos texto e atlas colorido, cuja primeira edio, em alemo, datada de1999, contendo 18 captulos numa obra nica. Entretanto, em sua primeira versobrasileira, foi dividida em dois volumes, onde o primeiro aborda aspectos

    anatmicos do aparelho locomotor; e o segundo, estudos acerca dos diferentesrgos e sistemas. A obra no traz textos prolixos, complexos, mas procuradesmitificar o estudo da anatomia animal, facilitando o seu aprendizado.

    Os principais autores e organizadores da obra, Knig e Liebich, so mdicosveterinrios, professores e pesquisadores com vasta experincia na rea deanatomia macro e microscpica. O primeiro docente do Instituto de Anatomia da

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    Universidade de Viena, na ustria. J, o segundo, vinculado ao Instituto deAnatomia Animal da Faculdade de Medicina Veterinria da Universidade deMunique, na Alemanha.

    Na disciplina de anatomia, o docente preocupa-se, a todo instante, com anomenclatura anatmica oficial (NOMINA ANATOMICA VETERINARIA -NAV) ministrada aos estudantes, a qual estabelecida pela World Association of

    Veterinary Anatomists (W.A.V.A), no intuito de padronizar, em nvel mundial, adenominao das diferentes estruturas anatmicas, homogeneizando a linguagemmdica empregada e suas respectivas abreviaturas. Tal preocupao tambm foisuprida na obra, em virtude da redao original e de suas tradues terem seguidoem consonncia com a NAV.

    Na elaborao da presente resenha, optou-se por analisar captulo a captulode cada volume, no intuito de permitir que o leitor tenha a concepo de maneirageneralizada, porm, integralizada acerca da obra. Alm disso, com a finalidade de

    emitir um parecer conclusivo, incluindo a perspectiva do discente, fora convidadauma estudante do Curso de Medicina Veterinria da Universidade Federal do Valedo So Francisco (Univasf) para participar na anlise da obra e, consequentemente,desta descrio.

    VOLUME 01

    O volume nmero 01 do livro intitulado Anatomia dos animais domsticos texto e atlas colorido foi traduzido pelo Prof. Dr. Althen Teixeira Filho epublicado no ano de 2004 pela editora Artmed, relatando estudos acerca do

    aparelho locomotor, composto por 291 pginas, 139 esquemas anatmicos, 15fotomicrografias, 236 fotografias de peas anatmicas devidamente preparadas e 39quadros.

    No captulo intitulado Introduo, h abordagens referentes aos conceitosbsicos da anatomia, como o caso das designaes sobre planos de delimitao eeixos de construo do organismo animal e questes sobre a esfera embriolgica.Ainda neste captulo, h relatos bsicos inerentes estruturao e classificao dosdiferentes ossos, msculos e articulaes, evidenciadas sob o ponto de vista macro

    e microscpico e esquemtico, servindo como referencial terico at mesmo aosestudantes e pesquisadores da rea mdica humana.

    Os captulos 01, 02, 03 e 04 tratam, respectivamente, das estruturascomponentes do esqueleto axial; das fscias e msculos da cabea e do tronco; domembro torcico; e do membro plvico. Nestes captulos descrevem-sedetalhadamente as estruturas presentes no aparelho locomotor, suas denominaes,

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    bem como a holotopia, a sintopia, a idiotopia e, at mesmo, a histiotopia. A riquezados detalhes nestes captulos deve-se s tcnicas anatmicas realizadas paraevidenciar determinadas estruturas, alm de tcnicas imagolgicas, como aradiografia, a ultrassonografia e a tomografia computadorizada, simples econtrastadas.

    Como no poderia deixar de faltar, o captulo 05 do volume 01 trata sobre

    esttica e dinmica - os princpios de construo do organismo animal, a atuaodas leis e foras da fsica sobre o esqueleto axial e sobre o esqueleto apendicular,desenvolvendo uma articulao redacional acerca das estruturas que desempenhamfunes para que o animal saia de seu estado de repouso e inicie um movimento evice-versa.

    A ltima seo do primeiro volume traz verbetes relacionados com aetimologia das diferentes palavras empregadas no transcorrer da obra, uma vez queso descritas em sua forma original (latina ou grega), o que facilita a compreenso

    do contedo.

    VOLUME 02

    O volume 02 da obra intitulada Anatomia dos animais domsticos texto eatlas colorido, tambm traduzido pelo Prof. Dr. Althen Teixeira Filho, foi lanadoum ano e meio aps a publicao do primeiro volume, em 2006, composto por 399

    pginas, 178 esquemas anatmicos, 77 fotomicrografias, 338 fotografias de peasanatmicas devidamente preparadas para estudo e 15 quadros. Trata-se de uma obracujo contedo abrange a anatomia dos rgos internos e sistemas, estabelecendocorrelaes com seus respectivos suprimentos vsculo-nervosos, alm dasassociaes com a prtica da medicina veterinria aplicada.

    Diversos profissionais da rea da educao consideram a forma deabordagem e de avaliao da disciplina de anatomia extremamente arcaica e anti-pedaggica. Desta forma, assim como no primeiro volume, este exemplar

    extremamente ilustrado com esquemas e fotografias de tcnicas anatmicas emoldes, oferecidos sob uma brilhante sensibilidade esttica, os quais facilitam acompreenso, tornando o estudo mais prazeroso.

    Para descrever os diferentes rgos, sistemas e aparelhos do organismo,torna-se imprescindvel a abordagem sobre as cavidades corpreas, elucidando suaspeculiaridades e suas caractersticas conceituais tpicas e j consagradase assim o

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