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O ALONGAMENTO NA EDUCAÇÃO FÍSICA: uma ponte entre o Oriente e o

Ocidente

Autor: Stella Maris Coleto Bassaco 1

Orientador: Deiva Mara Delfini Batista 2

Resumo

O objetivo deste trabalho foi o de estudar o alongamento nas perspectivas da cultura oriental e ocidental, relacionando com o elemento articulador saúde na Educação Física Escolar, trazendo-o como conteúdo de ensino da ginástica e especificamente, promover o acesso a este conhecimento aos alunos por meio de estudos e vivências. Metodologicamente, o estudo é de abordagem quantitativa, tipo pesquisa de campo (MINAYO, et al. 2002). Os resultados apontaram que a intervenção pedagógica, quando fundamentada e sistematizada pelo professor e pela escola pode promover o salto qualitativo dos alunos na apreensão do conhecimento, desde que seja dada as condições concretas para o professor fazer a mediação entre o conhecimento produzido e a apreensão deste pelo aluno.

Palavras-chave: Alongamento; Saúde; Educação Física Escolar; Trabalho; Cultura.

1 Introdução

O objeto de estudo deste trabalho está relacionado a uma proposta

desenvolvida no Colégio Estadual do Jardim Panorama na cidade de Sarandi - PR, e

busca relacionar os exercícios de alongamento e a saúde e como estes temas

podem ser trabalhados nas diferentes perspectivas históricas e culturais, tendo

como suporte as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná – Educação Física

(PARANÁ, 2008).

1 Professora PDE do Colégio Estadual do Jardim Panorama – Sarandi – Pr.

2 Professora Orientadora do Curso de Educação Física da Universidade Estadual de Maringá.

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Considerando que o nosso sujeito social (aluno) ascende da classe

trabalhadora, e a maneira como o trabalho se desenvolve no modo de produção

capitalista, promove o individualismo em detrimento do coletivo, em que a saúde é

tratada de forma biológica, de responsabilidade do indivíduo é que nos deparamos

com a problemática na especificidade da Educação Física.

As Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná – Educação Física

(PARANÁ, 2008) vem requisitando um novo olhar sobre estas questões, de forma

que contemple uma reflexão crítica levando em conta o conhecimento

historicamente produzido pela humanidade. Desta forma, deve ser vista de maneira

contextualizada e com o comprometimento histórico, partindo do conhecimento do

aluno, do senso comum em direção ao conhecimento elaborado cientificamente

concretizando assim a apropriação do conhecimento produzido historicamente.

Atualmente ainda podemos observar na prática cotidiana da Educação

Física Escolar algumas dificuldades por parte de nós professores da área, no que se

refere à implementação das Diretrizes Curriculares do Paraná, sendo que tais

dificuldades muitas vezes são decorrentes da fundamentação que tais diretrizes

propõem, quanto a prática pedagógica da Educação Física, onde a abordagem dos

conteúdos devem não somente privilegiar o ensino técnico, necessário ao

aprendizado das práticas corporais, mas também devem possibilitar ao aluno a

apreensão dos conteúdos historicamente produzidos da cultura corporal, buscando

assim uma compreensão mais ampla do meio social em que vive, para assim

transformá-lo.

Segundo Bracht (1999) estas dificuldades são decorrentes da sólida tradição

da área calcada nas bases anátomo-fisiológicas e, na desmobilização política feita

pelo ajuste neoliberal sofrido pelo país na década de 90, ainda muito arraigado em

nossa formação.

Com o intuito de contribuir para formação dos educandos, visando

enriquecer sua prática pedagógica em relação ao conteúdo da ginástica, em

específico o alongamento, relacionado-a ao elemento articulador saúde, é que

propomos este projeto. A cultura do aluno deve ser respeitada para, a partir dela,

problematizar e contextualizar os conteúdos ao qual pretendemos trabalhar, partindo

do coletivo para o individual.

Desde os primórdios até hoje, houve muitas mudanças significativas na vida

do ser humano. Primitivamente ele vivia sob tensão total, sendo ora caça ora

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caçador, num mundo onde o maior devorava o menor. Suas capacidades e

habilidades motoras eram de extrema importância, pois, força, resistência e

flexibilidade eram constantemente utilizadas para conseguir sobreviver.

A descoberta da roda e do fogo deu mais conforto para um homem rústico,

porém essas descobertas, talvez fossem o marco para uma comodidade tão grande,

a ponto de futuramente esquecermos nosso instinto primitivo basicamente formado

pelas indispensáveis capacidades e habilidades motoras, que garantiram anos de

luta selvagem.

Desde então, a par de todas as transformações ocorridas no mundo do

trabalho, o corpo humano tem sido objeto de estudo e principalmente de exploração,

subordinada aos parâmetros exigidos a cada momento histórico e social.

Desta forma, encontramos o corpo militarista, higienista, tecnicista,

psicomotor, desenvolvimentista, dentre outros que apontam para diferentes olhares

a partir das raízes históricas da Educação Física.

Vinculado, portanto, ao trabalho, isto é, pelas relações de produção de bens

e pelas relações de troca e o modo humano de ação crescente sobre o mundo é

possível compreender a gênese da cultura corporal como um “ acervo de atividades

comunicativas com significados e sentidos lúdicos, estéticos, artísticos, místicos,

antagonistas” ( ESCOBAR, 1995, p.93).

Compreender a educação Física e o corpo, nesta perspectiva, significa

buscar as interações que se estabelecem nas relações sociais, políticas,

econômicas e culturais nas diferentes práticas corporais decorrentes deste

processo.

Neste sentido, podemos compreender o porquê do “corpo sedentário” da

atualidade, paradoxalmente ao ritmo alucinante da vida moderna.

Se a revolução tecnológica proporcionou ao homem alcançar distâncias

imaginárias sem sair do lugar, também proporcionou uma nova configuração do

trabalho em que o tempo, o conhecimento, a mente do trabalhador estão cativos

para o sistema, não mais como exploração da força física, mas de todas as

capacidades do sujeito, gerando um estado de hipocinesia, ou seja, baixo nível de

movimento, que é uma doença causada ou associada à falta de exercício físico.

Muitos de nós trabalhamos sentados horas e horas diante de um

computador ou mesmo em pé imóveis, e nos sentimos muitas vezes com dores nas

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costas, tensão muscular, enrijecimento articular, problemas de má circulação, lesões

por esforços repetitivos e estresse.

Porém cabe ressaltar que, se o nosso corpo viesse com um manual de

instruções, o alongamento com certeza estaria em destaque, tamanha a sua

importância para o bom funcionamento da “máquina humana”, onde as correntes e

engrenagens são os nossos músculos e ossos.

Por isso, hoje em dia o alongamento não é praticado apenas como um

complemento às demais atividades físicas, mas também como uma atividade em si,

muito eficaz no desenvolvimento da consciência corporal, uma vez que quem alonga

se concentra em cada parte do corpo trabalhada.

Mas é importante se observar que ao executar um exercício de alongamento

o mesmo não deve ser um ato mecânico, e sim um ato consciente, o qual leve em

consideração o ser humano em sua totalidade.

Mas por que utilizar o alongamento?

A resposta está em que o alongamento diminui a tensão muscular, ativa a

circulação, reduz a ansiedade, o estresse e a fadiga, diminui o risco de lesões, ajuda

na hora do trabalho e desenvolve a consciência corporal. O alongamento pode ser

realizado no trabalho quando se sentir rígido ou cansado, antes e depois de fazer

uma caminhada, ao chegar na sua sala ou mesa, no início da tarde e também

quando precisar se concentrar e dar o melhor de si. Para isto não há necessidade de

grandes esforços, equipamento ou roupa especial.

Como podemos verificar é de extrema importância incorporar os

alongamentos em nossa rotina. Mas o que se observa é que esta prática não

acontece, devido muitas vezes a falta de conhecimento de seus benefícios ou pelo

descaso pela prática corporal influenciada pela necessidade premente do trabalho.

Quando nos questionamos sobre esta falta de conhecimento, este

pensamento nos remete à escola e sua função de transmitir o conhecimento

científico e ao mesmo tempo a valorização do aluno como ser social que reflete

sobre a cultura corporal e os seus reflexos da mesma na sociedade em que estamos

inseridos. Questionamos se a escola, com suas inúmeras disciplinas entre elas a

Educação Física está desempenhando seu papel transformador onde o aprendizado

de um determinado conteúdo só ganhará importância quando ele não se reduzir

apenas ao gesto técnico mecânico e funcional, mas como possibilidade de

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“consciência crítica dos determinantes sócio-político-econômicos que sobre ele

recaem” (BRACHT, 1999, p.24).

Com a finalidade de dar um direcionamento intencional no ato pedagógico

propomos uma discussão entre o conteúdo estruturante da ginástica, em especial o

alongamento e o elemento articulador saúde presente nas Diretrizes Curriculares do

Estado do Paraná (PARANÁ, 2008). Daí surge o problema que queremos observar

nesse projeto de pesquisa: Como relacionar o elemento articulador saúde com o

conteúdo estruturante da ginástica – alongamento, e o trato deste conhecimento da

escola?

Em relação a este conteúdo específico abordado, acreditamos que o

mesmo, quando articulado com o elemento saúde possibilita ao aluno a percepção

dos limites e possibilidade do seu corpo, sendo que tais percepções acontecerão à

medida que o aluno venha a compreender quais suas finalidades e em que

situações os mesmos devem ser utilizados.

Porém, estas possibilidades podem ser alcançadas com a utilização de uma

proposta metodológica, neste caso, baseada na Metodologia Crítico-Superadora,

que entende ser o conhecimento elemento de mediação entre o aluno e o seu

apreender da realidade social complexa em que vive sendo tal metodologia proposta

pelas Diretrizes Curriculares do Paraná.

No enforque metodológico par o trabalho com o alongamento, propomos

olhar para a prática constitutiva da Cultura Corporal, como uma prática social,

produzida pela ação (trabalho) humana com vistas a atender determinadas

necessidades sociais.

Dessa forma, as atividades corporais, em específico o alongamento,

componentes da nossa Cultura Corporal, será vivenciado - tanto naquilo que possui

de “fazer” corporal, quanto na necessidade de se refletir sobre o sentido desse

mesmo “fazer”.

O interesse por esta temática surgiu da experiência vivida com os alunos

que buscavam outras opções de práticas corporais, além daquelas que regulamente

acontecem. Observamos que a prática do alongamento acontece de forma tão

mecânica que pensamos que seria instigante oferecer aos alunos oportunidade de

conhecer e experimentar as outras formas de como utilizar o alongamento, e de

como esta prática pode lhe dar prazer e conhecimento.

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Acreditamos que a Educação Física como disciplina implica na promoção da

reflexão através do conhecimento sistematizado. Há um corpo de conhecimento, um

conjunto de práticas corporais e uma série de conceitos desenvolvidos pela área que

devem ser assegurados.

Desta forma, o objetivo deste trabalho é de estudar o alongamento nas

perspectivas das culturas oriental e ocidental, relacionando-a com o elemento

articulador saúde na Educação Física Escolar, em uma escola pública de Sarandi –

Pr, trazendo-o como conteúdo de ensino da ginástica. Especificamente diagnosticar

e promover as experiências anteriores e o acesso aos conhecimentos específicos

sobre exercícios de alongamento nas aulas de Educação Física; promover o

conhecimento ao aluno, sobre as diferentes formas de alongamento presentes na

cultura ocidental e oriental e sua aplicabilidade na Educação Física e no cotidiano;

promover a vivência destas formas de alongamento em uma turma de 3º ano do

Ensino Médio do Colégio Estadual Jardim Panorama – Sarandi - PR, e verificar se

as vivências e os conhecimentos obtidos alteraram a concepção do aluno em

relação à saúde.

Para atender à problemática e aos objetivos, o encaminhamento

metodológico adotado é de abordagem qualitativa do tipo estudo de campo

(MINAYO, et al., 2002).

Para estes autores, a pesquisa qualitativa responde a questões muito

particulares, trabalhando com o universo de significados, crenças, que não podem

ser reduzidos somente a operacionalização de varáveis.

A pesquisa qualitativa pode ser dividida em três partes: a primeira

denominada de fase exploratória, na segunda o trabalho de campo e a terceira o

tratamento de dados.

O campo é concebido por Minayo et al. (2002, p. 53) “[...] como o recorte que

o pesquisador faz em termos de espaço, representando uma realidade empírica a

ser estudada a partir das concepções teóricas que fundamentam o objeto da

investigação”.

Para este estudo, o campo refere-se ao 3º ano A, matutino, com 26 alunos

do Ensino Médio do Colégio Estadual do Jardim Panorama da cidade de Sarandi –

Pr, e também as visitas destes alunos às instituições que oferecem as modalidades

de alongamento objeto deste estudo.

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A coleta de dados ocorreu em forma de questionários fechados aplicados

aos alunos antes e depois da intervenção pedagógica.

Para Molina Neto e Trivinõs (1999) este tipo de questionário permite obter

respostas que possibilitam a comparação com outros instrumentos de coleta de

dados, facilitando o tratamento e a análise das informações.

O tratamento dos dados se deu em forma de gráficos com percentual que

subsidiaram a análise interpretativa onde os dados foram agrupados por categorias

(MINAYO, et al., 2002).

Os resultados apontaram que a intervenção pedagógica quando

fundamentada teoricamente, planejadas e sistematizadas pelo professor e pela

escola, pode promover o salto qualitativo dos alunos na apreensão do conhecimento

desde que realmente o professor tenha as condições concretas de fazer a mediação

entre o conhecimento produzido historicamente e a apreensão deste pelo aluno.

2 Sobre o Alongamento: algumas considerações

Frequentemente os exercícios de alongamento são menosprezados por falta

de tempo, de metodologia ou de conhecimento de seus benefícios.

Porém o ato de alongar faz parte de nossa natureza, pois cada vez que

sentimos a necessidade de mudar de posição, respondemos a uma solicitação do

nosso corpo. Trata-se do instinto, os músculos em extensão desejam contrair, e

aqueles que se encontram contraídos desejam alongar-se.

Para criar a necessidade de se alongar, é necessário que os benefícios

sejam sentidos. Achar um tempo para a realização dos exercícios de alongamento

somente será possível se houver: um conhecimento de si mesmo, um conhecimento

das diferentes técnicas de alongamento e conhecimento do porquê de se recorrer

aos exercícios de alongamento no nosso dia-a-dia.

Ao observarmos bebês e animais, ao acordarem, instintivamente fazem o

alongamento. Os animais o fazem sempre e o ser humano com o passar do tempo,

deixa de lado.

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Mas o que é alongamento afinal. Segundo Monteiro (2010, p.01)

“alongamento é o ato-meio de realizar um determinado exercício para melhorar a

amplitude de movimento articular”.

Alter (1999) coloca que uma adaptação característica ao aumento da

flexibilidade é chamada de alongamento, a qual é o aumento da extensibilidade

muscular.

Para Alchour Junior (2006) o alongamento se caracteriza com os

movimentos amplos e com reduzidas tensões musculares com o intuito de

desenvolver a flexibilidade.

De acordo com Araújo (1999), o termo alongamento se aplica melhor a uma

forma de exercício físico, sendo que esses exercícios podem ocasionar deformações

elásticas ou plásticas no tecido.

Condon e Hunteou (1987) colocam que quando falamos de alongamento,

nos referimos aos exercícios que envolvem a aplicação de uma força para superar a

resistência do tecido conjuntivo sobre a articulação e aumentar a amplitude de

movimento.

Já Dantas (2005, p. 95) escreve que “o alongamento é a forma de trabalho

que visa à manutenção dos níveis de flexibilidade obtidos e a realização dos

movimentos de amplitude normal com o mínimo de restrição física possível”.

Alongamentos são exercícios que tem a finalidade de aumentar a

flexibilidade muscular, proporcionando o estiramento das fibras musculares, fazendo

com que elas aumentem o seu comprimento, dando assim maior amplitude de

movimento possível para uma determinada articulação.

A prática destes exercícios é fundamental para o bom funcionamento do

corpo, proporcionando maior flexibilidade e agilidade.

Quando feitos de maneira correta e intencional os exercícios de

alongamento trazem benefícios como: auxiliam no desenvolvimento da consciência

corporal; reduzem as tensões musculares; relaxamento corporal; aumento da

eficiência mecânica dos movimentos; tornam os movimentos mais leves e soltos;

previnem lesões; ativa a circulação e, melhora a auto-estima.

Porém, para que tais benefícios sejam alcançados faz-se necessário, como

escreve Alves (2010) ter claro qual será o objetivo de cada exercício de

alongamento e conhecer as condições e necessidades de cada indivíduo.

Segundo Achour Júnior (1996) existem quatro tipos de alongamentos:

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1- Alongamento passivo: feito com o auxílio de forças externas, como o auxílio

de outra pessoa ou de aparelhos;

2- Alongamento ativo: que é determinado pelo maior alcance do movimento

voluntário, utilizando-se a força dos músculos agonistas e o relaxamento dos

antagonistas;

3- Alongamento estático: aquele que os membros são movidos lentamente, e

mantêm o segmento muscular determinado pela tensão muscular logo acima

da amplitude do movimento habitual.

4- Alongamento dinâmico: neste tipo de alongamento são utilizados vários

esforços musculares insistidos, na tentativa de maior alcance do movimento.

Exercícios de alongamento bem orientados por profissionais de Educação

Física podem ser aplicados sem acompanhamento após aprendizagem da técnica,

seja no lar, seja nos períodos de pausa durante o trabalho, no entanto, a presença e

o acompanhamento profissional são fundamentais para o aperfeiçoamento dos

exercícios. Elliott e Mester (2000), entretanto colocam que exercícios de

alongamento com suavidade e pouco tempo de duração devem ser recomendados,

várias vezes por dia para reduzir o estresse corporal e as tensões do trabalho.

Como conteúdo de ensino, o alongamento pode ser trabalhado na ginástica,

no entanto, está relacionado a todos os conteúdos estruturantes, haja visto que está

presente em todos os conteúdos da cultura corporal.

2.1 Relação do Alongamento com a saúde

A qualidade de vida é um dos temas mais discutidos e comentados

atualmente. O ser humano passou a buscar a “plenitude” da saúde, visando

também, a prevenção das doenças.

Neste contexto, Costa (2002) afirma que a partir do terceiro milênio, a

qualidade de vida, tornou-se um objetivo a ser alcançado pelo homem seguindo as

diretrizes da harmonização corporal e a inter-relação entre os âmbitos profissional,

social, emocional e espiritual, sendo esses resumidos por Pitanga (2002) em três

dimensões categóricas: social, psicológica e física. Ainda assim, escreve Costa

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(2002) é possível observar o homem como um todo indivisível nas suas mais

variadas formas de expressão.

Pitanga (2002) escreve que a necessidade da inter-relação entre os âmbitos

humanos é o “princípio” da saúde como não sendo apenas a ausência de doença,

mas sim, o resultado de um equilíbrio dinâmico vital. E para que haja esse equilíbrio

é necessário compreender a particularidade de cada uma dessas dimensões.

Estudos mostram que o trabalho com exercícios de alongamento contribuem

inegavelmente para a saúde do ser humano. E isto é confirmado por Elliott e Mester

(2000) quando escrevem que cientistas e doutores em medicina esportiva tem

afirmado que o exercício de alongamento diminui a incidência e a severidade das

lesões articulares e músculos tendíneos, sendo assim, o trabalho com o

alongamento pode ser visto como um dos meios para evitar lesões.

De Paula (2012), com base nas atuais condições de valorização do ósseo,

afirma que o aumento assustador do número de casos de doenças causadas pelo

trabalho regido pelo capitalismo traduz a busca pela melhor condição de saúde para

o trabalhador.

Em decorrência disto, é importante ao discutir a relação entre os exercícios

de alongamento e a saúde, levarem em consideração às várias possibilidades de

abordagem.

A prática de exercícios de alongamento orientado é sem dúvida uma atitude

imprescindível para manutenção da saúde, no entanto seria ingenuidade atribuir a

uma atitude individual o acesso e garantia desta, pensamento este muito

disseminado em outras épocas.

1Ao se trabalhar com os exercícios de alongamento não podemos deixar de

levar em consideração os elementos ideológicos subjacentes a essa proposta de

saúde, pois como coloca as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (PARANÁ,

2008, p. 61): “os cuidados com a saúde não podem ser atribuídos tão somente a

uma responsabilidade do sujeito, mas sim, compreendidos no contexto das relações

sociais, por meio de práticas e análises críticas dos discursos a ela relativos”.

Sendo assim, ao elaborarmos um planejamento de trabalho onde o conteúdo

abordado serão os exercícios de alongamento, são imprescindíveis que se

contemplem temas que possam remeter os alunos a reflexão de questões como: por

que somente agora este tipo de exercícios é valorizado nas empresas, porque é

importante o aumento da eficiência mecânica dos movimentos, porque o

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desenvolvimento da consciência corporal é importante, quais os tipos de atividades

corporais onde os exercícios de alongamento são utilizados e porque, quem são os

principais beneficiários por trás desta prática.

Enfim, existe um rol de sugestões de temas importantes que precisam estar

presentes em nossos planos de trabalho quando abordarmos o elemento articulador

saúde.

2.2 Alongamento - uma ponte entre Oriente e Ocidente

Atualmente, percebe-se uma intensa busca da sociedade ocidental por

trabalhos corporais alternativos que reflitam as diferentes formas de valorização da

subjetividade, de cuidados com a saúde e uma procura de respostas tanto corporais

como intelectuais para as inquietações e indagações do ser humano perante as

mudanças de atitudes, de pensamentos e de comportamentos sociais.

Esta busca tem mudado o foco do exercício físico, fazendo com que o

mesmo seja encarado de maneira diferente do qual foi visto durante muitos anos.

Como podemos observar os exercícios de alongamento, que devidamente

coordenados ganharam novos conceitos. A aquisição ou a manutenção da condição

física do indivíduo normal e/ou do atleta, modalidades competitivas e prevenção ou

tratamento de doenças passaram a ser os objetivos principais da prática desses

exercícios, coloca Souza (2010).

No entanto, existem outras formas de abordar essa temática, haja visto que

a cultura corporal está ligada à formação histórica do ser humano.

Se a ação pedagógica da Educação Física deve estimular a reflexão sobre o

acervo de formas e representações do mundo que o ser humano tem produzido

exteriorizadas pela expressão corporal, consideramos pertinente para este estudo,

trazer o conteúdo de ensino “alongamento”, na perspectiva da cultura oriental,

especificamente China e Índia, apontando as diferentes formas de ver o mundo, em

relação à cultura ocidental.

Veremos a seguir, a tendência do oriente e ocidente, no que diz respeito ao

corpo e à utilização dos exercícios de alongamento.

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A Cultura ocidental compreende os países da Europa ( por oposição à Ásia –

mundo oriental) e os que têm suas raízes históricas e culturais ligadas à Europa.

Nesta definição se incluem, além da Europa, também as Américas e a Oceania, e

em parte também a África do Sul.

O conceito de mundo ocidental está ligado às raízes da civilização Greco-

romana na Europa no fim do século III a.C. com seus desdobramentos históricos e

filosóficos desde os pré-socráticos até a filosofia contemporânea, de meados do

século XIX até os nossos dias.

A abordagem das questões corporais no ocidente segundo Albuquerque

(2001), expressa desde muito tempo, um dualismo amplo e abrangente. Este

dualismo implica, em uma hierarquização que confere superioridade e que opõe

mente e corpo; razão e emoção.

Quando se fala em corpo, Pinto e Jesus (2000) relatam que os ocidentais

estão condicionados a pensar no corpo como oposto da mente. Corpo e mente são

entidades distintas e hierarquizadas.

Podemos observar, então, que essas idéias fragmentadas, de que tudo deve

ser organizado, diferenciado, todas as coisas devem estar em seus devidos lugares

e que nenhuma estrutura deve ser misturada; deveriam trazer sentido e ordem, mas,

na verdade só trouxeram alienação, impondo comportamentos específicos e com

conseqüências profundas para o corpo, promovendo-o como mero instrumento.

Isto é decorrente da forma como se configurou o trabalho, no modo de

produção capitalista, com sua divisão social baseada no conceito de classes sociais

que só acirrou a dualidade de corpo-mente, pois o corpo fabril era tudo de que

dispunha o homem (venda de sua força de trabalho) em troca de salário, executando

as tarefas designadas pelos detentores dos meios de produção.

É neste contexto que vemos emergir diferentes perspectivas no trato com o

conhecimento sobre o corpo, algumas de forma idealista, outras numa abordagem

materialista.

As Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (PARANÁ, 2008) pretende

que o corpo seja entendido em sua totalidade, ou seja, contextualizado histórico,

social, econômico e culturalmente trazendo como reflexão crítica a sua historicidade

para compreendê-lo na contemporaneidade, desmitificando a lógica mercantil,

midiático, hedonista, ditatorial, presente na sociedade atual, em que nossos alunos

são expostos a esse modo de pensar o corpo e suas manifestações.

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Neste sentido, resgatar o alongamento como algo natural do ser humano

significa compreende-lo como um elemento presente nas diferentes manifestações

da cultura corporal.

Para este trabalho, objetivamos abordar duas manifestações que estão

sendo estudada na Educação Física: o Pilates e a Ginástica Laboral, cada qual com

princípios diferenciados e abordagens até mesmo antagônicas, como

representativas da cultura oriental.

2.2.1 Pilates

Segundo Willians et al. (2005) é o método de ginástica que tem como base o

alongamento, usando o próprio peso do corpo e o abdômen como centro de esforço.

Esperanza (2005) coloca que, por considerar o corpo e a mente como uma

unidade, o método Pilates é um programa de treinamento físico e mental.

Seus exercícios têm como objetivo alcançar o potencial de mudanças do

corpo humano, e estas mudanças, tem como meta alcançar um melhor

funcionamento do corpo, fortalecendo o centro de força, estrutura essa responsável

pelo reforço do resto do corpo.

Tem como base seis princípios: concentração, respiração, precisão, centro

controle e fluidez. Segundo o Conselho Federal de Educação Física – CONFEF

(2006), seus exercícios são rítmicos de alongamento e força e, suas aulas

apresentam, movimentos fluentes, feitos sem pressa e com poucas repetições.

Este método foi criado por Joseph Hubertus Pilates. Segundo Esperanza

(2005) em decorrência de ter saúde fraca na infância e sua sêde de conhecimentos,

Pilates dedicou-se com empenho aos estudos de anatomia, biologia, física e tudo o

que cruzasse seu caminho.

Segundo o relato de Herdman e Selby (2000) a determinação de Pilates era

tanta para melhorar sua condição física que se tornou um esportista apesar de sua

limitada condição física.

Em busca do objetivo de se tornar um boxeador profissional, ele troca em

1912, a Alemanha pela Inglaterra, porém devido a Primeira Guerra Mundial, por ser

de nacionalidade alemã, as autoridades britânicas o confinaram. Para manter sua

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aptidão física ele resolveu usar seus conhecimentos para desenvolver suas idéias

sobre saúde. E de acordo com Herdman e Selby (2000), devido a seus

ensinamentos sobre estas técnicas que estava desenvolvendo ele afirmava que

nenhuma pessoa que estava com ele confinado morreu com a epidemia de gripe

em 1918.

Além disso, com o objetivo de melhorar a condição física dos soldados que

estavam feridos, Esperanza (2005) coloca que Pilates instalou molas nas camas

para que eles pudessem se exercitar, sendo que ali foi elaborada a sua idéia de criar

alguns aparelhos que dessem apoio a seu método de condicionamento físico.

2.2.2 A Ginástica Laboral

Oliveira (2006) conceitua Ginástica Laboral como exercícios específicos de

alongamento, de coordenação motora, de fortalecimento muscular e de relaxamento,

que são realizados em diferentes departamentos ou setores de uma empresa, e

tem como objetivo principal diminuir e prevenir os casos de Lesões por Esforço

Repetitivo ou Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho.

Outro conceito é dado por Martins (2001), em que são exercícios efetuados

no próprio local de trabalho, com sessões de cinco, dez ou quinze minutos, e tem os

objetivos de diminuir o stress e prevenir as Lesões por Esforço Repetitivo (LER) ou

Doenças Osteomusclares Relacionadas ao Trabalho (DORT), através de exercícios

de alongamento e de relaxamento. Para Figueiredo e Alvão (2005) a Ginástica

Laboral é uma atividade física realizada durante a jornada de trabalho, que utilizam

exercícios para compensar os movimentos repetitivos.

Mendes e Leite (2008) definem Ginástica Laboral como sendo a atividade

física orientada, praticada durante o horário do expediente, visando benefícios

pessoais no trabalho. Tem como objetivo minimizar os impactos negativos oriundos

do sedentarismo na vida e na saúde do trabalhador. Consistem em exercícios de

alongamento, relaxamento muscular e flexibilidade das articulações.

Lima (2004) escreve que a Ginástica Laboral tem seus primeiros registros

feitos em 1925, e que ela era praticada por operários poloneses que se exercitavam

com uma pausa adaptada a cada ocupação particular. Foi introduzida alguns anos

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15

mais tarde na Rússia e na Holanda. Foi somente no início da década de 60 que ela

foi praticada na Suécia, Bélgica, Alemanha e Japão e somente em 1968 adotados

nos Estados Unidos.

Já Figueiredo e Alvão (2005) colocam que a Ginástica Laboral teve sua

origem no Japão no ano de 1928, e era aplicada, diariamente, em funcionários dos

correios, e difundida por todo Japão após a Segunda Guerra Mundial.

No Brasil, foi em 1901 que sua prática teve as primeiras manifestações,

sendo que apenas em 1973 que sua proposta inicial foi publicada.

Segundo o Caderno Técnico-Didático do SESI (2006), foi a Escola de

Educação Física da Federação dos Estabelecimentos de Ensino de Novo

Hamburgo/RS a pioneira em Ginástica Laboral, com o “Projeto Educação Física

Compensatória Recreação”. A fábrica Fiat de Automóveis quem deu início ao

“Programa de Ginástica na Empresa” com fundamentos na Ginástica Laboral.

Pagliari (2002) aponta alguns benefícios desta ginástica tais como: provoca

o aumento da circulação sangüínea em nível da estrutura muscular, melhorando a

oxigenação dos músculos e tendões, melhora a mobilidade e flexibilidade músculo

articular; melhora a postura; diminui a tensão muscular desnecessária; favorece a

mudança da rotina; reforça a auto-estima; favorece o contato pessoal; promove a

integração social; favorece o sentido de grupo.

Já, a maneira como os orientais vê o mundo e o corpo está profundamente

alicerçado nas tradições filosóficas e religiosas existentes no oriente. Para os

orientais a unidade é algo natural. No oriente falar sobre mente e corpo separados

não faz sentido, pois para o oriental existe uma interdependência natural das coisas.

A Cultura oriental abrange a região geográfica da Ásia e compreende

diferentes civilizações, entre elas a civilização chinesa e indiana. Apesar de o

ocidente ter sofrido influência filosófica de vários países asiáticos, abordaremos

apenas a filosofia chinesa e a indiana.

A filosofia chinesa tradicional vê uma unidade entre o universo e o indivíduo,

sendo esta relação harmônica uma marca de toda a filosofia chinesa, neste país

oriental três crenças religiosas e filosóficas moldaram o pensamento e a cultura do

seu povo, tais quais foram: Confucionismo, Budismo e Taoísmo. O Taoísmo é a

única religião iniciada na China e segundo a Wikipédia (2011), os taoístas acreditam

que o homem deve viver em harmonia com a natureza por meio do Tao, ou “O

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Caminho”, a idéia de uma grande harmonia cósmica, idéia esta seguida pelo criador

do Tai Chi Chuan.

Outra cultura que trouxe grandes contribuições para a cultura corporal foi a

indiana. Para esta filosofia a maior preocupação foi sempre a transformação, e não

a informação; uma mudança radical da natureza humana, e com isto uma renovação

na sua compreensão do mundo exterior e também de sua própria existência.

Este modo de pensar destas duas culturas trouxe uma união entre o corpo

e a mente, e ao promoverem esta unidade ( corpo, mente e natureza) do homem

estas culturas através de suas práticas corporais, assumiram um papel terapêutico e

preventivo.

Levando em consideração este pensamento, veremos a seguir algumas

práticas orientais que trabalham com os exercícios de alongamento:

2.2.3 Tai Chi Chuan

Segundo Lai (1991) é uma arte do movimento. É caracterizado pela

execução de movimentos realizados segundo os princípios da arte, em sequências

que se interligam de forma harmoniosa, fluida e contínua, que conferem aos

praticantes um estado de paz e de harmonia interior.

O Tai Chi Chuan surgiu no ano de 1200 d.C. sendo sua origem atribuída ao

monge Taoísta Chang San-feng que fundou um templo na Montanha Wu-tang, para

a prática do Taoísmo, visando o supremo desenvolvimento da vida humana. Mestre

Chang enfatizou a harmonia do Yin/Yang como um meio de melhorar o

desenvolvimento da mente e da habilidade física, a meditação natural, bem como, a

supremacia da leveza e flexibilidade sobre a força bruta e a rigidez, desta forma,

codificou os princípios circulares e não circulares.

Na época, o Tai Chi Chuan também foi criado com propósitos de combate,

como uma arte marcial para o desenvolvimento externo e interno. Mas com o passar

dos séculos esta função foi diminuindo e se colocou mais ênfase nos propósitos

relativos ao desenvolvimento da saúde. Tai Chi significa "o supremo". Isto significa

melhorar e progredir em direção ao ilimitado; significa a existência imensa e o

grande eterno.

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17

De acordo a teoria do Tai Chi, as habilidades do corpo humano são capazes

de ser desenvolvidas além de seu potencial normalmente concebido. A civilização

pode evoluir aos mais altos níveis de aquisição. A criatividade não tem fronteiras de

qualquer tipo e a mente humana não deve ter restrições ou barreiras para

desenvolver suas capacidades.

Com o passar do tempo, foram desenvolvidas diferentes escolas ou estilos

de Tai Chi Chuan, na atualidade os principais estilos são: Yang, Wu, Woo, Sun e

Chen. Abordaremos a principio apenas o estilo Chen.

O estilo Chen do Tai Chi Chuan é uma sequência de movimentos suaves e

lentos combinados com movimentos rápidos e dinâmicos, realizados de uma forma

equilibrada e natural.

Podendo ser praticado por todas as pessoas, independentemente da idade e

nível de condição física. Os movimentos podem ser executados de uma forma gentil

e suave para fins terapêuticos e de saúde ou de uma forma rápida e marcial para

fins de defesa pessoal.

O Tai Chi Chuan é uma modalidade de baixíssimo risco, desde que

praticado sob a orientação de um professor habilitado. O Tai Chi Chuan não requer

um equipamento especial e pode ser feito num local pequeno. A melhor forma de

aprender Tai Chi Chuan é através de um instrutor credenciado que o poderá orientar

ao longo do treino. Segundo o Centro de Tai Chi Chuan, Acupuntura e Cultura

Oriental (2011) muitas pesquisas comprovaram os benefícios das práticas do Tai Chi

Chuan, para a saúde das quais citaremos a realizada pelo Colégio Médico da

Univarsidade de Conel (EUA) sobre a influência da prática do Tai CHi Chuan no

Equilíbrio , este estudo comprovou que dos exercícios de equilíbrio o Tai Chi Chuan

provou ser o de maior sucesso na redução de quedas. De acordo com esta pesquisa

para evitar os tombos, que se tornam mais freqüentes à medida que a idade avança,

uma sugestão é praticar Tai Chi Chuan, devido a seus movimentos lentos e suaves.

Outra pesquisa realizada foi sobre a relação do Tai Chi Chuan com o

Sistema Cardiovascular e a Pressão Sanguínea, pesquisa esta feita pela

Universidade Johns Hopikins (EUA), segundo esta pesquisa uma sessão de Tai Chi

Chuan pode beneficiar o coração tanto quanto uma boa caminhada. Foi comparada

a pressão de pacientes com o hábito de caminhar toda manhã com a de cardíacos

que passaram a praticar esta arte. Os dois times empataram em matéria de

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benefícios. Os movimentos lentos podem baixar a pressão arterial muito elevada até

ela ficar normal.

No ano 2000 a Universidade de Maryland de Medicina, fez um estudo com

pessoas que sofriam de fibromialgia, submetendo-as à sessões de um programa de

Tai Chi Chuan. Observou-se Uma melhora significativa foi percebida, melhorando o

estado de saúde das pessoas envolvidas na pesquisa. A melhoria foi sustentada

quatro meses após o fim da intervenção.

Além destes benefícios podemos observar também: o fortalecimento do

corpo, pois movimenta simultaneamente todas as suas partes; torna a pessoa mais

ágil e leve, com movimentos suaves e calmos; propicia relaxamento; e melhora a

memória e o raciocínio.

2.2.4 Yoga

O Yoga é o resultado do desenvolvimento de muitas épocas. Sendo que

suas origens mais primitivas estão perdidas na obscuridade da história antiga.

Brochieri (2011, p.01) escreve que:

Existem provas decisivas de que o yoga não é apenas um produto do último período das Upanishad, mas remonta ao Rgveda. De acordo com os estudiosos contemporâneos, entre os quais o proeminente professor Mircea Eliade, traços de uma antiga forma de yoga podem ser percebidos já na civilização do Indu, que floresceu nos segundo e terceiro milênios anteriores à Era cristã. [...] . Através de estudos sabemos que Patanjali, que viveu 200 anos antes de cristo, é chamado de pai do yoga, por ter primeiro a escrever o que antes era passado oralmente de mestre, guru, a discípulo, cheia. Foi ele quem editou os aforismos do yoga, que constituem o manual do Raja yoga.

Ainda segundo Brochieri (2011) o yoga é uma antiga filosofia de vida que se

originou na Índia há mais de 6.000 anos, sendo que o mais preciso de todos os tipos

de yoga historicamente falando é o sistema clássico de Patanjali, que constitui uma

espécie de síntese, integrando tudo numa unidade orgânica.

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19

Bossle ( 2006) escreve que a palavra Yoga é derivada da raiz sânscrita “yuj”,

que significa união, junção, comunhão e integração. Busca a União entre o homem e

o universo. Ainda de acordo com o autor, as doutrinas da yoga, consistem

essencialmente na descrição graduais de exercícios para obter a perfeita libertação

da alma.

Com a prática do Yoga os músculos do corpo são tonificados, os órgãos

internos massageados, o funcionamento das glândulas é equilibrado, os problemas

respiratórios, digestivos e de coluna são revertidos ou evitados e a disposição, o

bem-estar, o humor e a concentração são significativamente melhorados. A prática

da Yoga é uma atividade que, sem estressar ou forçar músculos, ossos e

articulações, rejuvenesce e equilibra o corpo, e essa restauração do corpo livra a

mente dos desequilíbrios causados pelo agito da vida moderna, trazendo-a de volta

à simplicidade e à paz.

Como podemos observar, os benefícios do alongamento é algo

incontestável, nas duas tendências, uma vez que, toda e qualquer atividade física

devidamente aplicada é vantajosa. A prevenção do sedentarismo e às doenças já

seriam motivos suficientes para afirmar que o trabalho com o alongamento, sob

caráter de atividade física, produz melhor qualidade de vida. Dessa forma, isso se

aplica à condição psicológica de uma pessoa; por promover aumento da auto-estima

e conseqüentemente da auto-confiança., mas a forma como o sujeito se apropria do

mundo, buscando a totalidade.

Este breve referencial teórico foi utilizado como fundamentação aos alunos,

dando-lhes subsídio inicial para as pesquisas.

2.3 A intervenção pedagógica na escola

O referido projeto foi implementado na escola no período de julho a

novembro de 2011. Primeiramente, foi feito uma exposição do mesmo para a equipe

pedagógica, direção, professores e funcionários da escola.

A escolha da turma (3ª A – Matutina) se deu de forma intencional, pois tenho

acompanhado estes sujeitos desde o ensino fundamental, conhecendo, portanto, a

realidade social dos mesmos. Também foi determinante o fato de estarem em um

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ciclo de escolaridade que, segundo Soares et al. (1992) permite o aluno lidar com a

regularidade científica, podendo, a partir dele, adquirir algumas condições objetivas

para ser produtor de conhecimento científico quando submetido à atividade de

pesquisa.

O desenvolvimento do projeto se deu nas aulas destinadas para o conteúdo

estruturante ginástica, de acordo com o planejamento da escola, totalizando 44

aulas, assim distribuídas, 12 aulas no horário normal e 32 aulas em contra turno,

cujo registro pode ser observado no anexo 01.

O procedimento da pesquisa se deu em três etapas. Na primeira (fase

exploratória) apresentou-se o projeto para os alunos e aplicou-se o primeiro

questionário contendo 08 questões ( anexo 02), com o objetivo de diagnosticar a

realidade, ou seja, detectar o que os alunos conheciam sobre o alongamento e suas

manifestações na cultura ocidental e oriental.

Na seqüência, a pesquisadora proporcionou a fundamentação teórica aos

alunos sobre a temática, articulando estes fundamentos com o conteúdo

estruturante ginástica e o elemento saúde, previstas nas Diretrizes Curriculares da

Educação Básica do Estado do Paraná – Educação Física (PARANÁ, 2008).

Paralelamente, a pesquisadora realizou-se um levantamento das instituições

que ofereciam as modalidades de alongamento do estudo nas cidades de Sarandi e

Maringá – Pr, solicitando a disponibilidade de tempo e espaço para os alunos

vivenciarem os mesmos nestes locais.

Na segunda etapa (trabalho de campo) os alunos foram preparados para ir a

campo. A turma foi dividida em quatro grupos (um para cada modalidade) e cada

grupo pesquisou seu tema (fundamentação teórica) e elaborou 5 questões sobre o

conteúdo, a serem feitas durante as quatro vivências, para os ministrantes.

As respostas foram descritas no trabalho dos alunos e entregue à professora

pesquisadora.

Em seguida, cada grupo de trabalho apresentou sua pesquisa aos demais

grupos da sala e aplicaram o que vivenciaram ao grande grupo.

Nesta fase foi aplicado o 2º questionário (anexo 03) aos alunos-sujeitos da

pesquisa, buscando detectar se os alunos deram o salto qualitativo no sentido de

apreender o conhecimento de forma mais sistematizada. As questões abordaram

conhecimentos gerais sobre o alongamento, questões específicas sobre as

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modalidades, a importância, a necessidade de vivenciar este conteúdo dentro e fora

da escola como forma de contribuir para a formação humana.

Na terceira etapa (tratamento dos dados) a pesquisadora procedeu à análise

dos dados coletados. Para melhor visualização e discussão utilizaram-se gráficos

com o percentual das respostas. De acordo com Minayo et al. (2002, p. 70), as

categorias devem ser “[...] empregadas para se estabelecer classificações. Neste

sentido, trabalhar com elas significa agrupar elementos, idéias ou expressões em

torno de um conceito capaz de abranger tudo isto” e serem analisadas de forma

interpretativa.

3 Da análise e resultados

Para melhor visualização dos dados categorizados recorremos ao uso do

gráfico com o percentual das respostas, considerando a amostra de 26 sujeitos.

No primeiro questionário detectou-se pelos gráficos 1 e 2, que 88% dos

alunos disseram que realizam alongamentos antes da prática de uma atividade física

e apenas 12% não realizam, no entanto, apenas 15% realizam após a prática. Os

dados revelam uma visão fragmentada dos benefícios da utilização dos

alongamentos antes e após a prática da atividade física. Observou-se que a

preocupação com o “antes” está associada à prevenção de lesões musculares e

articulares (ALTER, 1999; ALLCHOUR JUNIOR, 2006; DANTAS, 2005).

No entanto, o “depois”, que auxiliam na redução das tensões musculares, no

relaxamento corporal, na redução das tensões do trabalho (ELLIOT; MESTER,

2000) já não são tão valorizados.

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22

Nº de alunos - 26

88%

12%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Sim Não

Gráfico 01 – Números de alunos que realizam alongamento antes de praticar uma atividade física.

Nº de alunos - 26

15%

85%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Sim Não

Gráfico 02 – Números de alunos que realizam o alongamento após a prática da atividade física.

Na categoria que abrange o conhecimento dos alunos sobre as diferentes

modalidades que promovem o alongamento encontramos (gráfico 03) 100% de

resposta afirmativa.

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23

Nº de alunos - 26

100%

0%0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Sim Não

Gráfico 03 - Conhecimento do aluno sobre as diferentes modalidades que promovem o alongamento.

Especificamente na modalidade da Ginástica Laboral (Gráfico 04), 46% dos

alunos responderam que já conheciam e 54% ainda não.

Nº de alunos - 26

46%

54%

40%

45%

50%

55%

Sim Não

Gráfico 04 - Conhecimento sobre a Ginástica Laboral.

A Ginástica Laboral é uma atividade física realizada durante a jornada de

trabalho, que utilizam exercícios para compensar os movimentos repetitivos

(FIGUEIREDO; ALVÃO, 2005).

Dos sujeitos da amostra, alguns já são trabalhadores, porém a abordagem

de que esta modalidade visa minimizar os impactos oriundos na saúde do

trabalhador de forma que torne mais produtivo carece de maior contextualização.

Em relação ao Método Pilates, 38% responderam que o conhecia e, 62%

que não (gráfico 05).

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24

Nº de alunos - 26

38%

62%

0%

20%

40%

60%

80%

Sim Não

Gráfico 05 – Conhecimento sobre o método Pilates.

O método Pilates tem como base o alongamento, usando o próprio peso do

corpo e o abdômen como centro de esforço (WILLIANS et al., 2005). E através de

seus exercícios proporciona a ampliação da capacidade respiratória, a melhora da

circulação sanguínea e o desenvolvimento de uma musculatura abdominal forte e

bem trabalhada.

É um método que apesar de existir a tanto tempo, ele está sendo difundido e

conhecido apenas de uns anos para cá, acredita-se que um dos fatores que

contribuíram para essa falta de conhecimento e difusão é que a princípio o método

era trabalhado por fisioterapeutas, e estava voltado para o tratamento da saúde.

Atualmente o método pilates transformou-se em mais uma opção de atividade física

recomendável para todas as idades , pois não apresenta contra-indicações, apenas

restrições de movimentos no caso de patologias no joelho e na coluna escreve

Willians et al. (2005).

Por trazer a cultura oriental para este trabalho, o olhar sobre o corpo se

mostra diferenciado. Enquanto na cultura ocidental o homem foi fragmentado entre

corpo e mente, na cultura oriental (chinesa e indiana) o homem é abordado nas

perspectivas mais filosóficas e religiosas, buscando a compreensão do mesmo no

mundo exterior e no sentido da sua própria existência, as modalidades da yoga e do

tai-chi-chuan, assumem desta forma uma característica terapêutica e preventiva.

Em relação à Yoga, 65% dos alunos responderam que conheciam e 35%

nunca ouviram falar (gráfico 06).

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25

Nº de alunos - 26

65%

35%

0%

20%

40%

60%

80%

Sim Não

Gráfico 06 – Conhecimento sobre a Yoga.

Para o Tai-chi- chuan o gráfico 07 aponta que só 15% já o conhecia e 65%

não conheciam.

Nº de alunos - 26

15%

85%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Sim Não

Gráfico 07 – Conhecimento sobre Tai-chi-chuan.

O Tai- chi- chuan é uma arte do movimento escreve Lai (1991). Ele é

caracterizado pela execução de movimentos realizados segundo os princípios da

arte, em seqüências que interligam de forma harmoniosa, fluída e contínua, que

conferem aos praticantes um estado de paz e de harmonia interior.

Acredita-se que este pouco conhecimento deste tipo de modalidade de

alongamento aconteça devido a dicotonização que ocorreu e ainda ocorre ao se

trabalhar com o corpo. Apesar de que somente 15% dos alunos conhecerem este

tipo de modalidade de alongamento ele é uma atividade muito indicada para os

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ocidentais, pois ele pode dar aos que vivem no ritmo veloz das cidades urbanas, um

fator de compensação em suas vidas,

Questionados sobre quais das formas de alongamento estudadas os alunos

gostariam de praticar na escola, o Pilates liderou com 38%, seguida da Ginástica

Laboral com 27%, da Yoga com 19% e do Tai-Chi-Chuan com 15% (Gráfico 08).

Nº de alunos - 26

27%

38%

19%15%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

Ginástica

Laboral

Pilates Yoga Tai-Chi-

Chuan

Gráfico 08 - Formas de alongamento que gostariam de praticar na escola.

A predominância das modalidades ocidentais revela que ainda o homem não

é tratado em sua totalidade.

E essa predominância das modalidades ocidentais decorre de todo processo

histórico com que a Educação Física no Brasil passou. Assim com o objetivo de

mudar essa idéia dualista com o qual é visto o homem ocidental, faz-se necessário

que ocorra uma mudança na forma de pensar as aulas de Educação Física quanto a

sua estrutura teórico-metodológica, e como consta no texto das Diretrizes

Curriculares da Educação Básica do Paraná – Educação Física (PARANÁ, 2008, p.

50) “repensar a noção de corpo e de movimento produzido pela humanidade,

relacionando-os às práticas corporais, ao contexto histórico, político, econômico e

social”.

Mas para conseguir esse repensar sobre a noção corporal, é necessário

como destacam Soares et al. (1992, p. 23) que o conhecimento seja abordado com,

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[...] relevância social do conteúdo [...], contemporaneidade do conteúdo [...], adequação às possibilidades sociocognoscitivas do aluno [...], simultaneidade dos conteúdos enquanto dados da realidade [...], e a provisioriedade do conhecimento.

Após todo o processo de intervenção previsto neste estudo, o segundo

questionário aplicado objetivou detectar se houve o salto qualitativo dos alunos na

apreensão do conhecimento.

Da categoria que buscou identificar quais as modalidades representavam a

cultura ocidental e oriental 96% conseguiram identificar. A questão foi colocada na

forma de diferenciação do alongamento na perspectiva ocidental, com a perspectiva

de dicotomizar corpo e mente, e na perspectiva oriental que tratam de forma mais

totalizante ( Gráfico 09).

Nº de alunos - 26

96%

4%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Certa Errada

Gráfico 09 – Identificação das modalidades que representam à cultura ocidental e oriental.

Ao serem questionados sobre a importância do alongamento para o ser

humano, 96% conseguiram identificar a redução da tensão muscular, ativação da

circulação, redução da ansiedade, do estresse e redução do risco de lesões

musculares trazidos pelos autores (Gráfico 10).

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Nº de alunos - 26

96%

4%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Certa Errada

Gráfico 10 – Importância do alongamento para o ser humano.

O gráfico 11 apresenta que a visão de totalidade do homem ainda precisa

ser mais bem trabalhada. Embora 88% afirmaram que o homem deve estar em

unidade com a natureza, o contexto social e com ele mesmo, 12 % não conseguiram

fazer esta distinção.

Nº de alunos - 26

88%

12%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Certa Errada

Gráfico 11 – Unidade entre corpo e mente.

É preciso enfatizar que esta visão dicotomizada do homem vem desde a

antiguidade e perdura até hoje, sendo que a mesma influenciou muito a Educação

Física no que se referem aos seus pensamentos filosóficos, várias são essas

concepções de corpo, que ora era valorizado e ora menosprezado. Sobre esse

assunto Teixeira e Silveira (2012, p.01) colocam que,

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No século XX, o cuidado com o corpo passa ser de interesses de muitas pessoas, transformando-se assim em campo de conhecimento e área profissional – a Educação Física, contudo vários problemas decorrem de sua constituição histórica e do entendimento de homem na sociedade: a predominância de uma Educação Física que foi a “educação do físico”, a separação entre corpo e mente, valorização da corpolatria [...]

Especificamente sobre a modalidade da Ginástica Laboral, 100% dos alunos

conseguiram defini-la, como exercícios de alongamento executados nos diferentes

departamentos de uma empresa, e que favorece o fortalecimento e relaxamento

muscular do trabalhador. (gráfico 12)

Nº de alunos - 26

100%

0%0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Certa Errada

Gráfico 12 – Modalidade Ginástica Laboral.

A Ginástica Laboral se constitui de uma seqüência de exercícios diários que

tem como objetivo normalizar as funções corporais para o melhor desenvolvimento

do trabalho, reduzindo a possibilidade do aparecimento e de instalações de

patologias ocupacionais escreve Martins (2001).

De Paula (2012) acredita que o conhecimento desta modalidade de

alongamento se dá, pois visando buscar a prevenção das doenças causadas pelo

trabalho regido pelo capitalismo (LER/DORT) os diversos setores empresariais

passaram a investir em seus funcionários por meio de medidas profiláticas, já que os

mesmos são justificados pela intensificação do trabalho e pela busca incansável da

produtividade.

Sobre o conhecimento do Tai Chi Chuan, como podemos observar no

Quadro 13, 77% dos alunos souberam conceituá-lo como uma arte de movimento

que tem como característica movimentos realizados segundo os princípios da arte e

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em seqüência que se interligam de forma harmônica, fluída e contínua e segundo os

seus participantes os movimentos proporcionam um estado de paz e harmonia

interior, e 23% ainda não conseguem fazer esta identificação.

Nº de alunos - 26

77%

23%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Certa Errada

Gráfico 13 – Modalidade Tai-chi-chuan

O Tai-chi-chuan é formado por seqüências de movimentos lentos, suaves,

contínuos, encadeados e circulares, associados a uma respiração profunda, suave e

ritmada, que proporcionam ao praticante um estado de relaxamento e serenidade

interior. (LAI, 1991)

Apesar do trabalho realizado ainda temos alunos que não tem conhecimento

sobre esta modalidade de alongamento, a visão dicotomizada do homem prevalece.

Em relação ao Método Pilates (Gráfico 14), 96% souberam conceituá-lo,

sendo que 4% ainda não souberam.

Nº de alunos - 26

96%

4%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Certa Errada

Gráfico 14 – Modalidade Pilates.

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Pilates é um método de alongamento e fortalecimento muscular que não

proporciona risco de lesões a quem o pratica, coloca Esperanza (2005). Atualmente

esse método tem sido bastante difundido, porém apesar de 96% alunos

conseguirem conceituá-lo, esse conhecimento ainda é somente teórico, pois o

acesso a esse método ainda não é para todas as pessoas, sua prática é ainda cara

o que dificulta esse acesso.

O gráfico 15 mostra que 69% conseguiram apontar as características da Yoga

e 31% ainda não conseguem.

Nº de alunos - 26

69%

31%

0%

20%

40%

60%

80%

Certa Errada

Gráfico 15 – Modalidade Yoga.

Estes dados revelam que mesmo tendo o professor trabalhado sobre este

tema, a visão fragmentada que o homem possui sobre seu corpo ainda é muito forte.

Quando questionados sobre o LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e sua

ocorrência 54% conseguiram identificar em quais situações ele ocorre, porém 46%

não conseguiram fazer esta identificação (Gráfico 16). O mesmo acontece com o

gráfico 17, sobre o significado do termo hipocinesia em que 69% demonstraram

conhecer seu significado e 31% não.

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Nº de alunos - 26

54%

46%

40%

45%

50%

55%

Certa Errada

Gráfico 16 – Quando ocorre o LER (Lesão por Esforço Repetitivo)

Nº de alunos - 26

69%

31%

0%

20%

40%

60%

80%

Certa Errada

Gráfico 17 – Significado do termo Hipocinesia.

Estes dois termos se referem às doenças próprias do homem

contemporâneo, do uso contínuo da tecnologia, do sedentarismo, no entanto o

número de alunos que não o identificaram foi alto.

Pôde-se observar que através dos resultados dos questionários que, houve

uma promoção do conhecimento ao aluno, sobre as diferentes formas de

alongamento presentes na cultura ocidental e oriental e sua aplicabilidade na

Educação Física e no cotidiano.

E isto pode ser observado quando comparamos as respostas sobre essas

diferentes formas de alongamento. Quanto a Ginástica Laboral antes de

desenvolvermos o trabalho de pesquisa apenas 46% dos alunos conheciam ou

tinham ouvido falar sobre a Ginástica Laboral bem como sua aplicabilidade, sendo

que após o desenvolvimento do trabalho 96% dos alunos passaram a ter este

conhecimento, como podemos observar no gráfico abaixo.

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33

Ginástica Laboral

46%

96%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Antes

Depois

Gráfico 18 – Comparação sobre o conhecimento sobre a modalidade de alongamento – Ginástica Laboral.

Já quanto ao Método Pilates, apenas 38% dos alunos o conheciam ou sabia

como ele era praticado, após a apresentação do conteúdo 96% dos alunos

passaram a ter conhecimento do Método. (Gráfico 19)

Pilates

38%

96%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Antes

Depois

Gráfico 19 – Comparação sobre o conhecimento sobre a modalidade de alongamento – Pilates.

Em relação de como o alongamento é trabalhado na Cultura Oriental,

apenas 15% dos alunos tinham ouvido falar sobre o Tai Chi Chuan ou tinham noção

de como e para que ele é praticado. Após o desenvolvimento do trabalho 77% dos

alunos passaram a conhecer este trabalho. (Gráfico 20)

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Tai-Chi-Chuan

15%

77%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Antes

Depois

Gráfico 20 – Comparação sobre o conhecimento sobre a modalidade de alongamento – Tai-chi-chuan.

Por fim, observou-se que mais da metade dos alunos conheciam ou já

tinham ouvido falar dos tipos de alongamento trabalhados nas duas culturas, e este

número aumentou após o desenvolvimento do trabalho. No gráfico abaixo também

verificamos que com o desenvolvimento deste trabalho na Yoga o resultado foi

semelhante, antes apenas 65% conheciam no final 69% passaram a conhecer a

Yoga como uma modalidade de alongamento.

Yoga

65%

69%

62%

64%

66%

68%

70%

Antes

Depois

Gráfico 21 – Comparação sobre o conhecimento sobre a modalidade de alongamento – Yoga.

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4 Considerações Finais

O objetivo deste trabalho foi o de estudar o alongamento nas perspectivas

das culturas ocidental e oriental, relacionado-o com o elemento articulador – saúde

na Educação Física Escolar, em uma escola pública de Sarandi – Pr, trazendo-o

como conteúdo de ensino da ginástica.

O referencial teórico estudado aponta a importância e a necessidade de

trabalhar este conteúdo com os alunos, haja visto que a cultura corporal, como

objeto de estudo e de ensino da Educação Física deve evidenciar a relação entre a

formação histórica do ser humano por meio do trabalho e as práticas corporais

decorrentes deste.

O alongamento, para além da necessidade biológica ou anatômica do ser

humano também requer um cuidado no trato com este conhecimento.

Reconhecer esta necessidade significa estabelecer as relações nos âmbitos

social, político, econômico e cultural dos povos.

No âmbito do mundo do trabalho e da revolução tecnológica vem

requerendo um novo tipo de trabalhador, e paradoxalmente vem com o LER e

DORT.

Compreender a saúde do trabalhador nas relações sociais estabelecidas

requer um referencial que desvende o que se entende por qualidade de vida.

Neste sentido, o alongamento por si só não dá conta de melhorar esta

“propaganda” qualidade de vida e saúde do ser humano. Há de se considerar o

acesso aos bens produzidos pela humanidade, de forma que todos os seres

humanos sejam beneficiados.

Neste estudo observamos que, apesar dos alunos possuírem algum

conhecimento sobre a temática, carecia de fundamentação teórica para

conseguirem dar o salto qualitativo, ou seja, sair do senso comum para o saber

elaborado. Consideramos que este salto foi dado após a intervenção.

Outra questão interessante foi o de perceber que, embora neste trabalho, o

conteúdo foi inserido no planejamento da ginástica, o alongamento transcende a

todos os conteúdos estruturantes, ou seja, está presente em todos e da mesma

forma, deve estar articulado a todos os elementos preconizados.

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Embora ainda haja a visão fragmentada do ser humano, como visto nos

resultados, o estudo e as vivências, provocaram um novo olhar sobre o tema.

Cabe ressaltar que o professor da escola pública não deve se intimidar com

conteúdos que ele não domina. Neste trabalho, o recurso da pesquisa e das

vivências com outros profissionais, promovidos pelo professor-pesquisador

demonstraram que o acesso ao conhecimento pode ser realizado de muitas formas.

Sabemos que implementar uma nova proposta de trabalho não é fácil,

portanto vemos na aplicação desse projeto a possibilidade de contribuirmos no

sentido de auxiliar um novo olhar sobre a Educação Física, na busca de

pressupostos teórico-práticos, que possibilitem na contribuição de um aluno

responsável, crítico e consciente, agente de seu saber.

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ANEXO 01

REGISTRO DA DISTRIBUIÇÃO DA CARGA HORÁRIA DO TRABALHO DE

PESQUISA

Nº de aulas Ação

1 aula - exposição do projeto para a equipe pedagógica, direção,

professores e funcionários do colégio.

1 aula - exposição do trabalho para os alunos.

1 aula - aplicação do pré-teste nos alunos

1 aula - divisão dos grupos e momento de tirar as dúvidas.

4 aulas - preparação dos conteúdos teóricos para as aulas pela

professora – pesquisadora.

4 aulas - fundamentação teórica sobre o tema.

4 aulas - visita da professora-pesquisadora nas entidades que

trabalham com os objetos de pesquisa.

6 aulas - trabalho de pesquisa dos alunos.

4 aulas - visita dos alunos as entidades que trabalham com: Pilates,

Yoga, Ginástica Laboral e Tai chi chuan.

5 aulas - apresentação teórica dos grupos.

4 aulas - apresentação prática dos grupos.

1 aula - discussão no grande grupo.

4 aulas - trabalho prático aplicado pela professora - pesquisadora.

1 aula - aplicação de questionário final.

2 aula - análise dos dados coletados pelos questionários aplicados

no inicio e no final do trabalho de pesquisa.

1 aula - apresentação da análise para os alunos e discussão final.

Total – 44 aulas

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ANEXO 02

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA SOBRE ALONGAMENTO

Colégio: ________________________________________________________

Nome: ___________________________________________Idade:__________

Ano/Série: _________ Turma: _________ Data: ______/______/____________

01. Na aula de Educação Física é freqüente a realização de exercícios de

alongamento antes de se praticar alguma atividade física?

( ) sim

( ) não

02. Na aula de Educação Física é freqüente a realização de exercícios de

alongamento após a prática da atividade física?

( ) sim

( ) não

03. Você sabia que existem diferentes formas de alongamentos?

( ) sim

( ) não

04. Quanto a Ginástica Laboral, você já o conhecia?

( ) sim

( ) não

05. Quanto ao Método Pilates, você já o conhecia?

( ) sim

( ) não

06. Quanto ao Yoga, você já o conhecia?

( ) sim

( ) não

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07. Quanto ao Tai-chi-chun, você já o conhecia?

( ) sim

( ) não

08. Para você qual a forma de alongamento que gostaria de praticar na escola?

( ) Ginástica Laboral

( )Pilates

( )Yoga

( )Tai-chi-chuan

Por que: ________________________________________________________

________________________________________________________________

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ANEXO 03

Colégio Estadual do Jardim Panorama – Sarandi – Pr.

Avaliação de Educação Física.

Sarandi, 17 de novembro de 2011.

Professora: Stella Maris Coleto Bassaco.

Aluno (a): ______________________________________ nº _____ Série: ____

Neste segundo semestre de 2011, foram realizadas pesquisas, visitas, exposições

e debates na disciplina de Educação Física, de acordo com os trabalhos

realizados sobre as possibilidades de alongamento nas Culturas Ocidentais e

Orientais, responda.

01. São considerados exercícios de alongamento propagados pela Cultura

Corporal onde corpo e mente são vistos de maneira distinta com a mente sendo

superior ao corpo, produto da Cultura e do Sistema Capitalista das culturas

ocidentais:

a) Tai chi chun e Ginástica Laboral.

b) Tai chi chuan e Yoga.

c) Yoga e Ginástica Laboral.

d) Ginástica Laboral e Pilates.

02. Por que alongar é importante para o ser humano?

a) Favorece a formação muscular, deixando a musculatura firme e as articulações

sem mobilidade.

b) Diminui a tensão muscular, ativa a circulação, reduz a ansiedade, o estresse e

reduz o risco de lesões.

c) Favorece a definição muscular tornando o jovem forte e musculoso definindo a

musculatura.

d) Favorece a competição entre os participantes, pois cada praticante quer ter a

flexibilidade ampliada e por isto se esforça cada vez mais.

03. Quando falamos em homens na fragmentado, homem não dividido pode

afirmar que:

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a) O homem tem que estar em unidade com a natureza com ele mesmo, onde

corpo e mente é uma unidade.

b) Os trabalhos corporais devem ser executados de maneira isolada, somente

preocupando-se em ter músculos bonitos e saudáveis.

c) A modernidade exige do homem competição, e por isso ele se preocupa

somente com a vitória.

d) O importante e ter o corpo para poder competir e ganhar sempre, não se

preocupando com os outros.

04. Sobre, Ginástica Laboral é correto afirmar.

a) São exercícios no horário do trabalho que favorece o trabalhador, deixando

cansado, no entanto o patrão orgulhoso, pois sua empresa tem funcionários fortes.

b) São exercícios de alongamento executados nos diferentes departamentos de

uma empresa, e favorece o fortalecimento e relaxamento muscular do trabalhador.

c) A Ginástica Laboral é executada depois do expediente, com atividades

competitivas, pois esta favorece o empenho do funcionário.

d) São três os tipos de Ginástica Laboral: competitiva, social e exploratória.

05. Sobre o Tai chi chuan, podemos afirmar.

a) É uma arte de movimento que tem como característica movimentos realizados

segundo os princípios da arte e em sequências que se interligam de forma

harmônica, fluida e continua e segundo os seus participantes os movimentos

proporcionam um estado de paz e harmonia interior.

b) É uma arte de movimento criado na Europa, e prepara o individuo para

competição transformando-o em função da força adquirida com a realização

destes movimentos.

c) É uma arte marcial em o mais importante é o belo em detrimento ao bem estar e

harmonia do ser humano.

d) Prega que o homem deve ser competitivo, usando a força para conquistar o

poder, sobretudo é uma arte de competição.

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06. Sobre o Pilates podemos afirmar que:

a) Os movimentos são rápidos e dinâmicos realizados ao som de músicas rápidas

para aumentar a freqüência cardíaca, possibilitando assim maior condicionamento

físico.

b) São exercícios em que o praticante se preocupa com a criação de músculos

fortes e bem definidos para ser o melhor da academia.

c) Nestes exercícios os praticantes ganham massa muscular e gordura, e só

podem ser praticados dos dezoito aos trinta e cinco anos de idade.

d) Foi idealizado por um jovem, que objetivou recuperar os feridos da Segunda

Guerra e hoje são movimentos executados com e sem aparelhos objetivando o

equilíbrio do corpo.

07. Analise e marque uma das atribuições da Yoga.

a) São exercícios de auto conhecimento, sua origem é indiana com a sua prática

os músculos são tonificados, os órgãos internos são massageados e o

funcionamento das glândulas equilibradas.

b) São exercícios com funções de promover competições entre os participantes e

o equilíbrio entre os competidores e verificados com as pesagens de cada

participantes.

c) Os movimentos são dinâmicos e realizados ao som de músicas.

d) Os movimentos são considerados de dificuldade e seus praticantes necessitam

de equipamentos e roupas especiais.

08. O LER ( Lesão por Esforço Repetitivos) pode ocorrer por:

a) Excesso de trabalho realizado pelo mesmo grupo muscular.

b) Falta de exercícios compensatórios.

c) Fadiga muscular.

d) Todas as alternativas estão corretas.

09. A revolução tecnológica, com o homem sendo trocado por máquinas, o que

provoca no mesmo um estado de hipocinesia. Qual significado do termo

hipocinesia?

a) Movimentos executados com muita rapidez, que provoca LER.

b) Movimentos repetitivos no computador.

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c) Baixo nível de movimento, gerado pela revolução tecnológica.

d) Movimentos realizados nas máquinas das indústrias.