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O Almotacé

um peddy paper em Évora Contexto histórico| O almotacé é um peddy paper de exploração da cidade de Évora intramuros, que segue os passos do almotacé, magistrado local que na Idade Média, segundo Angela Beirante (1995), tinha como funções assegurar o abastecimento e policiamento do mercado urbano e controlar as relações de produção. Segundo a autora, o almotacé estava investido de capacidade jurisdicional e até legislativa o que lhe permitia punir infractores ou participar na elaboração de posturas. No Regimento da Cidade de Évora surgem citadas as funções dos almotacés: vigiar a actividade das padeiras, candeeiras, regateiras, carniceiros e de todos os outros mesteres, e assegurar o abastecimento do mercado; estar na praça nos dias em que o pescado chegava para tabelar o seu preço e no açougue até à hora de terça para garantirem o bom peso e repartirem a carne por ricos e pobres; zelar pela limpeza urbana, mandando remover esterqueiras e proibindo o lançamento de sujidade na via pública; obstar a que as culturas fossem danificadas; julgar em processos sumários as infracções sobre as matérias da sua competência.

Objectivos| Proporcionar ao público propostas de itinerários de fruição do património edificado, ao explorar alguns aspectos da cidade na Idade Média. O guião deste peddy paper visa descodificar pequenos aspectos desta complexa realidade urbana e fornecer pistas que ajudem os visitantes a realizar os itinerários. Ideia e concepção| O almotacé resulta de uma colaboração do Núcleo Museológico de Metrologia|Casa da Balança e das professoras do Grupo de História da Escola Secundária Severim de Faria: Cesaltina Simas, Antonieta... e Graça... que decorreu em 2001. Publico alvo| O almotacé foi concebido para o público escolar do 3º Ciclo do Ensino Básico. Peddy paper| O almotacé propõe como partida as Portas da Rua do Raimundo, na freguesia de Santo Antão e chegada o Largo do Chão das Covas na freguesia de São Mamede, onde se localiza a CB. Divide-se em quatro itinerários: A| Da Gafaria à Praça Grande B| Da Praça Grande aos Açougues do Peixe C| Dos do Peixe aos da Carne D| Da Corredoura à Mouraria Sugere-se que os grupos, com o máximo de 6 pessoas, partam com intervalos de 10 minutos entre si. A duração média estima-se em cerca de 2 horas. Materiais| O guião dos itinerários do peddy paper, textos e imagens de apoio e um mapa da cidade de Évora.

REGIMENTO DA CIDADE DEVORA FEITO POR JOÃO MENDES NO TEMPO DE D.JOÃO I

T. DOS ALMOTACEES

(...) “it. os amotacees sejam bem avisados que ao primeiro ou ataa o segundo dia como entrarem a mais tardar mandem logo apregoar que os carniceiros e paadeiras e regateiras e almocreves e alfayates e sapateiros e todolos outros mesteiraaes usem cada hum de seus mesteres e dem os mantymentos aavondo guardando as vereações e posturas do concelho e outros y todos os que teem medidas de pam e vynho e azeite que as mostrem pera as veerem se som direitas sô a pena que lhe he posta na postura do concelho.” (...). “it. como entraem dem pésa aas padeiras e aas tendeeiras e depois saibam se vedem per essa pésa que lhes foy dada e se acharem menos por a prismeira vez paguem xxx rs. e per segunda L. e per terceira seja posta na picota. E se antes quiser pagar quinhentos brancos por a picota sejalhe relevada a pena da picota. E esta medês pena aja a candeeira se menos fezer as candeas de peso que lhe dado for, e o carniceiro se pesar mal a carne e a regateira que nom guardar a almotaçaria que lhe for posta e os que mal pesarem ou medirem. E se o carniceiro pesar per peso falso, ou a medideira ou medidor medir per falsa medida sejam presos e façam delles direito e justiça.”

“it. nom consintam a carniceiro nem a sua molher que vendam carne a enxerca e toda a carne que vender seja per peso.” (...) “os almotacces sejam bem avisados e diligentes em seos oficios e aos dias que o pescado vier cheguem logo aa praça e ponham em ell almotaçaria segundo seu costume poendo o mayor e meãao e mais pequeno segundo sua valia poendo as mostras em logar onde as vejam os que o comprarem. E se o pescado for pouco estem hi anbos ou hum delles que o repartam per os mayores e menores cada hum como o merecer segundo o pescado for em tal guisa que os rycos e pobres ajam todos mantymento e nom se partam dhy ataa que seja dado e repartido como dito he. (...)” “it. pera saberem se os carniceiros pesam bem a carne ponhasse a balança e os pesos do concelho em que se pese e veja se he bem pesada e os pesos direitos e pesador estee hi sempre resydente sô pena de vinte rs. cada dia que hi nom estever.” (...) In, PEREIRA, Gabriel – Documentos Históricos da Cidade de Évora. 1ª parte, reedição Imprensa Nacional da Casa da Moeda, 1998, pp.174-177.

T.º DOS PESOS DA CARNE

“it. Pera cada hum aver seu direito mandou e ordenou que se posesse o peso do concelho no logar em que he acostumado onde se soya a pesar a carne estee hi emquanto hi estever a carne no açougue e o rendeiro ou almotacé pequeno que o peso hi nom poser e a carne nom pesar por cada vez pague pera o concelho xx. rs. (...)” “it. contra as posturas e costumes antigos husam ora na cidade dÉvora que nom se contentam de tomar a carne e pescado quando lhe he dada e repartida e saltam dentro nos talhos e sem mandado e contra a voontade dos almotacees e carniceiros e pescadeiras tomam as carnes e pescados, e por se tirar tal huso e os homeens nom vyrem a arroydo mandou com acordo dos ditos oficiaaes e homens boons hordenou que qualquer que tal cousa feser seja preso tres dias e pague ao Concelho por cada vez xxx. rs.” In, PEREIRA, Gabriel – Documentos Históricos da Cidade de Évora. 1ª parte, reedição Imprensa Nacional da Casa da Moeda, 1998, pp.196.

T.º DOS PESOS E DAS MEDIDAS DO PAM E DO VINHO

“it. a mais razoada e iguall cousa que os sabedores acharom pera cada um aver seu direito do que compravam e vediam asy foy a ballança com os pesos e a medida e porque em balde seria o regimento da almotaçaria posto que se cada hum pesasse ou medisse per medida e peso que lhe prouvese e os que comprassem senpre poderiam receber engano o que já per muytas veses foy e he a meude achado por nom teerem os pesos e medidas direitas nem serem vistos e afillados per os oficiaaes nem postos nos lugares que per os antigos pera esto foram deputados, por todo vyr a boom regimento com acordo dos suso ditos ordenou e mandou que todos os que daqui endeante ouverem de vender pam ou vinho ou azeite ou sall ou legumes ajam as medidas afilladas asynaadas e certas direitas per a marca do concelho e nom per

outras nem hua. E asy as allas e varas de medyr panos de coor e de burel e de linho. (...)” (...)

“it. mandou que os pesos do concelho fossem postos na casa do concelho e qualquer que comprar ou vender per peso vaa pesar per os ditos pesos essa mercadoria que asy ouver de comprar ou vender ou trocar ou em pagamento dar comtanto que seja hua arova e dhi acima a cousa que se ouver de pesar. E dhi a fundo possamna pesar onde lhe aprouguer comtanto que sejam os pesos direitos afillados e marcados per a marca do concelho. E o que aos ditos pesos nom veer como dito he pague ao concelho por cada vez cada hum asy o que a mercadoria e cousa de comer vender como o que a receba – L - rs.” “it. o que per outro peso medir que nom seja marcado e afillado per o afillador e marca do concelho posto que direito seja e das cousas que nom cheguem a arouva que podem ser pesadas fora da casa e peso do concelho como dito he pague por cada vez pera o concelho – xx- rs.” (...)

“it. o que tever a renda dos pesos do concelho leve por as cousas que se em esse peso pesarem de cada arova pera o concelho – II. rs de tres libras.” “it o rendeiro ou afillador que der as medidas aaquelles que per ellas am de medir pam e vynho e azeite leve dellas o terço aalem do que lhe custarom e se mais levar torneo em dobro a seu dono e pague de cooyma pera o concelho xx. rs.” “it. se se algum levar alqueire ou meio alqueire ou quarta que seja seu pera lhe afillar e asynar leve de cada hum – I real. “It de afillar e asynar vara ou alla leve meo reall.” (...) In, PEREIRA, Gabriel – Documentos Históricos da Cidade de Évora. 1ª parte, reedição Imprensa Nacional da Casa da Moeda, 1998, pp.196-197.

Da Gafaria à Praça Grande Itinerário a

Texto de apoio1

Pista Sobe a rua, onde os “Grilos” cantam à direita e a “Tâmara” espreita à esquerda… Pista E na Tâmara, Diogo Pires, deves descobrir.

Desafios Em que século aqui morou este humanista? E em que antiga zona da cidade te encontras? 1 “…Fora dos seus muros, mas à vista deles, ficava a Gafaria, que se achava à saída da Porta do Raimundo.” p.48 “… Este crescimento acelerado da urbe modificou a sua estrutura física e tornou inevitável, no séc. XIV, a construção de uma nova cerca, onde se abriram as portas que ainda conhecemos: Avis, Lagoa, Alconchel, Raimundo, Rossio, Mesquita, Mendo Estevens e Machede. … As portas são também pólos vitais da nova cidade, com destaque para a antiga Porta de Alconchel, onde se realizava a feira. Foi lá que surgiu a grande Praça, hoje dita do Geraldo, e que na Idade Média tardia, era já o centro incontestável da urbe. Para a sua beleza arquitectónica contribuiu a decisão régia de mandar construir as casas dos arcos sobre o terreno da alcárcova da cerca velha, então já despojada do seu valor defensivo. …” p.45, BEIRANTE, Angela – Évora na Idade Média, in, Évora história e imaginação, Ataegina, 1997.

Pista Vai da Tâmara ao Barão….

Texto de apoio2

Desafio Descobre a sinagoga. Diz-nos quem ali orava. 2 “… A Judiaria ocupava (no séc. XIV) dois arruamentos paralelos que corriam … da actual Praça do Geraldo, em direcção à muralha, a chamada Rua do Tinhoso ou da Moeda … e a Rua Direita ou dos Mercadores, a partir da Praça dos Mercadores. Distribuía-se igualmente pelas travessas entre uma e outra. … Desde meados da centúria de trezentos que este bairro tinha as suas portas que se abriam ao nascer do sol e se fechavam ao toque das Avé Marias, limitando assim a convivência religiosa com a maioria cristã, … .No entretanto, durante o dia, os judeus podiam ir vender e trabalhar nas suas tendas e lojas na cristandade, assim como os cristãos podiam frequentar as casas e tendas da judiaria, … . Os edifícios públicos localizavam-se na parte mais antiga da judiaria ou judiaria velha, … .Por isso encontramos referências à sinagoga velha pequena e à sinagoga grande com seus claustros e que deviam ter-se situado próximo uma da outra, na Rua da Sinagoga hoje, Travessa do Barão. …” p.96-97, TAVARES, Maria José Ferro – Évora e os judeus. in, Évora história e imaginação, Ataegina, 1997.

Pista Para avançar e conquistar, pela moeda passarás.

Desafio E aí deves perguntar que casa foi cenário do filme “Cristóvão Colombo ” para no teu mapa a assinalar.

Desafio E até ao cimo encontrarás umas quantas portas a que ainda chamam góticas (em forma de arco ogival) que mapa no assinalarás.

Texto de apoio 3 Pista E, entre tantas, uma janela Manuelina encontrarás … Desafio Descreve-a aqui. 3 “…As casas da judiaria eborense eram, na sua generalidade casas térreas ou com um piso superior. A mais vulgarizada era a casa dianteira, compartimento único onde se cozinhava, se recebia as visitas e se dormia. A chaminé e a cantareira eram frequentes. … Os pátios interiores eram frequentes, o que nos faz pensar numa casa virada para o interior e para as traseiras, pois a comunicação para o exterior, era na generalidade feita exclusivamente pela porta, onde se abria um postigo por onde entrava o ar e escassamente a luz. …. No séc. XV, Évora possuía a segunda maior comunidade judaica do reino, imediatamente a seguir a Lisboa. …. .” p.97, TAVARES, Maria José Ferro – Évora e os judeus. in, Évora história e imaginação, Ataegina, 1997.

Pista No cimo da rua o nome confirmarás, na toponímia o nome encontrarás e os errados riscarás. Desafio Por que outro nome eram conhecidos os cristãos-novos ? Azeiteiros | Tinhosos | Aleivosos | Marranos | Carraçosos | Jeitosos . Pista E à Grande Praça chegarás. E numa das ruas muito junto a ela o peso encontrarás.

Texto de apoio 4

Desafio Com que instrumentos trabalhava o almotacé na casa de ver-o-peso ? Para tal um tombo deves ler. 4 “… Em 1508, situava-se a Casa do Peso nesta rua, em casas que haviam pertencido ao Hospital dos Lázaros, e que a Câmara escambou (trocou) por umas olarias, situadas à Porta de Alconchel. Estas casas ficavam do lado direito da rua quando se desce… . Na Casa do Peso eram taxados todos os artigos que eram vendidos na Cidade, com excepção daqueles que os almotacéis tabelavam nos respectivos açougues. No séc. XVII a Casa do Peso tinha entrada pela Rua dos Mercadores e era fachada que tinha pedras esculpidas, em pedra, as armas da Cidade, ao lado das armas reais. …” CARVALHO, Afonso de – A Rua do Raimundo, Toponímia Eborense, in «Diário do Sul», 22 Abr.1997, p.2.

CAZA DO PESO “E logo no dito dia mes e anno atras escripto em esta Cidade de Euora na Rua do Reimundo della e caza do pezo onde foi o dito Juis de Fora comigo taballião escriuão deste tombo e com o procurador e sindico da Camera e medidores para effeitos de medir esta caza com a rua dos Mercadores da banda do Norte e do Sul com a rua do Reimondo, e do Nascente com cazas forreiras á mizericordia que possuhe Manoel João e do poente com cazas forreiras á misericordia que possue Jorge Pinheiro da porta nua e tem a dita caza de fronte da porta hum pedaço de chão que antigamente foi arquo e medindo a dita caza desde a porta athe a parede que entesta na rua dos mercadores tem de comprimento sete uaras e hum palmo e de largura no vão mais largo do arco seis varas bem medidas e tem a dita caza no meyo hum arquo de pedraria e no summo delle está hum gancho de ferro, em que se punhão as balanças e defronte da porta por onde entesta, e na parede da rua dos mercadores tem as armas da Cidade esculpidas em pedra marmor com as Armas de El-Rei nosso senhor e está a dita caza quazi toda sercada de piais de pedra e cal seruia caza do pezo onde se pezauão as mercadorias que uinhão a esta Cidade para se pagarem os direitos delas e depois da felice Acclamação de sua Magestade se mudarão os pezos della para a prassa de pexe com occasião dos reais dagoa que se impos no pescado, e no mesmo pezo em elle se peza se pezão tambem as fazendas de outros generos, (...).” in, Tombo Municipal de 1651.

Da Praça Grande aos Açougues do Peixe Itinerário b

Texto de apoio 5

Pista Da velha Selaria em direcção a Oeste seguirás e a Cerca Velha contornarás.

5 A Rua da Selaria (1363), hoje conhecida como Rua 5 de Outubro, era o arruamento dos fabricantes ou vendedores de selas. Aqui viveram, também, alguns pintores livreiros e outros artistas. in, MONTE, Gil do–Dicionário da Toponímia Eborense, Évora, 1982. “… O surto demográfico que atravessou todo o século XIII e parte do XIV traduziu-se em ondas migratórias em direcção às cidades reconquistadas. As garantias de segurança e a fama da sua prosperidade atraíram a Évora levas sucessivas de povoadores. A cidade cresceu e transformou-se. … Este crescimento acelerado da urbe modificou a sua estrutura física e tornou inevitável, no século XIV, a construção de uma nova cerca, … .” p.45 BEIRANTE, Angela – Évora na Idade Média, in, Évora história e imaginação, Ataegina, 1997.

Desafio Na vidraça espreitarás e o passado encontrarás. E do que viste falarás ?

Texto de apoio 6

Pista Antes de Sertório era Peixe E antes de Travessa era Beco Desafio Nesta Praça, que hoje chamamos do Sertório, e em tempos se chamou do Peixe, localizavam-se os Açougues do Peixe, há muito já desaparecidos. Estes estavam divididos em duas partes. Diz quais eram. Pista E um tombo pode ajudar-te. 6 A actual Travessa do Sertório e a Praça do Sertório foram em tempos conhecidas como Beco da Praça do Peixe (1662) e Praça do Peixe (1539). in, MONTE, Gil do – Dicionário da Toponímia Eborense, Évora, 1982.

ASOUGUES DO PESCADO “E logo no dia, mez, e anno atras escripto (Novembro de 1651 em Évora) Em esta Cidade de Euora na prassa do pexe della onde foi o dito Juis de Fora Juis deste tombo comigo tabalião e escriuão delle e com os medidores, e procurador o sindico da Camera para effeito de medir e demarcar as cazas dos Asougues do pescado, que são da Cidade, para a qual medição e demarcação forão citadas as partes com cujas cazas partem, e estão estas cazas na prassa do pexe e partem com o pateo das cazas dos frades de nossa senhora do Carmo desta Cidade e do Sul com bequo a que chamão da prassa do pexe, e do Nascente com o terreiro da prassa do pexe, e do poente com com cazas e telhados das cazas de Luis Gago Sirgueiro e Sizisnando Rodrigues borracheiro, e estes afsougues estão repartidos em duas partes, hum afsougue da Cidade, e outro para o pouo e cada hum delles tem a sua caza pequena em que se mete algum pescado, e tudo he de telha vãa, e tem hum alpenfre que se sutenta em tres pilares de tejolo tambem de telha vãa, e comessando a medir a caza do afsougue da Cidade, tem uma porta de grades de ferro com sua fechadura, e quatro grades também de ferro para a rua com quatro ferros cada hum e outro em Crux com seus portais de pedra, e esta caza tem de comprido fete varas e meya e de largura pello meyo da caza tres varas mal medidas, e desta caza se uai para huma caza pequena á entrada dá porta á mão direita que tem hua porta com sua fechadura,

que fica da banda do Norte a qual tem tres varas e meya de comprido e de largo huma vara e duas terças, e medindo a caza do afsougue do pouo que tem humma porta de páo de baxo do mesmo alpendre e duas grades de ferro para a Rua com seus portais de pedraria, tem esta caza de afsougue do pouo quatro varas de comprido e tres de largo, e desta caza vai huma porta para outracaza da banda do Sul a qual tem de comprimento tres varas e palmo e meyo de comprimento e pello mais largo duas varas e he esconsa com seus cantos, e medindo o alpendre desde o canto da porta da caza da Cidade athe o fim das cazas que tem por esta banda de comprimento doze varas menos hum palmo, e da ponta do alpendre, athe a porta das cazas dos frades de Nossa senhora do Carmo tem tres varas e meya, e tem de largura o dito alpendre tres varas menos hum palmo, e por esta maneira ouue o dito Juis de Fora Juis deste tombo estas cazas do pescado por medidas e confrontadas com o procurador sindico da Camera e medidores sendo tudo prezentes por testemunhas Crispim Barboza meyrinho do estanque do tabaco em esta Cidade de Euora, e Jorge Cordeiro Inqueredor do Juizo geral desta mesma que todos aqui afsinarão com o dito Juis de Fora e eu Sebastião Rodriguez Feyo taballião escriuão deste tombo o escreui // Abreu // João Velho // Simão Souto //João de Almeida // Crispim Barboza // Jorge Cordeiro //.” In, Tombo Municipal, 1651.

Dos do Peixe aos da Carne Itinerário c Pista Vai de S. Tiago a Herculano e com Vasco da Gama navega até a um velho Outeiro conhecido como o da Sé.

Informação O Museu de Évora conserva o brazão mais antigo da cidade de Évora, mas como está de momento encerrado para renovação das instalações, de volta a Santiago o poderás encontrar.

Texto de apoio 7

Desafio E os Açougues da Carne num templo vais encontrar. Com velhas medidas a sua base poderás medir e a equivalência estabelecer.

1 vara=110 cm 1 palmo=22,0 cm 1 terça= 30,3 cm

Desafio E o templo, em que período foi construído ? 7“… Situada numa encruzilhada de caminhos terrestres, Évora foi desde sempre uma cidade comercial. A dupla necessidade de escoar os seus produtos agro-pecuários e de sustentar uma numerosa população reforçou durante a idade média a sua vocação mercantil. O abastecimento tinha lugar nos açougues, que no fim do século XIII foram transferidos … para o templo romano, coexistindo mais tarde com os novos açougues da Praça. O comércio de alimentos, com excepção da carne do talho, era tarefa …. feminina.” p.47 BEIRANTE, Angela – Évora na Idade Média, in, Évora história e imaginação, Ataegina, 1997.

Da Corredoura à Mouraria Itinerário d Pista Das Casas Pintadas a Isabel, uma Porta alcançarás.

Desafio Ao passares a Porta dois vestígios da época romana encontrarás. Escreve aqui quais são?

Texto de apoio 8 Pista Pela rua do gado correrás e na mouraria entrarás. Ruas tortuosas encontrarás e no tempo recuarás. 8 Rua da Corredoura (1553) rua larga, apropriada para corridas, ou desviada de gado de alguma povoação para a passagem de gado. Rua da Mouraria (1511) após a reconquista de Évora aos mouros em 1165, estabeleceram-se nos arrabaldes do bairro do farrobo, e mais tarde no que se denominou por Mouraria. in, MONTE, Gil do – Dicionário da Toponímia Eborense, Évora, 1982.

Pista E por Resende deves seguir, os nomes descobrir até às Portas de Avis chegar.

Texto de apoio9

Desafios 1. Recolhe um nome de rua que assinale a presença de um antigo morador. 2. Recolhe três nomes de ruas que se relacionem com ofícios medievais. 3. E descobre em que casa habitou o Mestre André de Resende ? Pergunta na mercearia ou a um vizinho e regista aqui o número da porta. 9 Mestre André de Resende foi um célebre humanista eborense do século XIV. Nasceu em 1506 e morreu em 1573. A partir de 1555 fixou-se em Évora onde criou uma aula de humanidades, numa casa que mandou construir na rua que tem o seu nome, e onde a tradição diz ter também nascido. Ali guardava lápides latinas que ia adquirindo, o que foi considerado como o primeiro museu de Évora. Após a criação em Évora da Universidade pelo cardeal D. Henrique em 1559 foram proibidas todas as aulas particulares, porém foi aberta uma excepção para o mestre André de Resende. in, MONTE, Gil do – Dicionário da Toponímia Eborense, Évora, 1982.

Pista Enfim, em Avis um Convento encontrarás e o seu Santo descobrirás.

S. Mamede S. Pedro

S. Francisco S.to Antão

S. José S. Tiago

S. Joãozinho S. Vicente

S. Domingos S. Paulo

S. Miguel do Castelo S. João Evangelista

S. Brás S. Bartolomeu

S. Sebastião S. Manços S. Jordão

S. Marcos da Abóbada S. Brissos

S. Bento do Mato S. Bento de Pomares

S. Bento de Cástris S. Miguel de Machede

S.to António da Piedade S. Matias S. Romão

S. Vicente do Pigeiro

Pista E ali por detrás, o final atingirás. E sobre uma cova de ter-pão uma resposta darás.

Textos de apoio 10 Desafio Advinha o que guardavam estas covas. Pista E subindo o Cano este itinerário terminarás. E se quiseres um outro iniciarás. 10 Largo do Chão das Covas (1358) em meados do século XIV era natural a depressão de terrenos junto às muralhas. Nestes espaços vazios foram criados chãos de covas que serviam de silos para armazenar cereais. In, MONTE, Gil do – Dicionário da Toponímia Eborense, Évora, 1982.