1 O IDEAL

JORNAL DO INSTITUTO DE DIFUSÃO ESPÍRITA DE JUIZ DE FORA

ANO 13 • No 194 • MAIO 2012

“O alerta de Jesus” é tema de Fórum Espírita em JF

Durante um dia inteiro, centenas de espíritas deverão participar da 7ª edição do Fórum Espírita de Juiz de Fora. Com o tema “O alerta de Jesus: viver no mundo sem ser do mundo!”, a Aliança Municipal Espírita de Juiz de Fora (AME-JF) deve receber, no bairro São Pedro, diversos Página 3

GeraldinhoO convidado especial da Jornada Espí-

rita 2012, Geraldo Lemos, que encantou a todos com as histórias e os ensinamentos deixados pelo médium Chico Xavier, é destaque desta edição d’ O IDEAL.

Na véspera do aniversário do IDE, o companheiro de Nova Lima-MG presen-teou-nos com uma enriquecedora entrevista sobre sua trajetória com Chico e com o Espiritismo.

Páginas 4 e 5

▼ Notícias do IDEJovens da mocidade participam do Bate-papo Espírita e Equipe de Enxovais realiza campanha..................................................................................................................3

▼ MariaNo mês dedicado às mães, Isa Rita faz uma homenagem relembrando a figura de Maria, a mãe de Jesus...............................................................................................6

▼ Agenda espíritaSeminários, fórum e programação especial de reuniões públicas são realizados em maio..........................................................................................................................6

▼ FotografiasConfira o mural de fotos da Jornada Espírita 2012...................................................8

Série – Do átomo ao homem: a evolução do princípio inteligente

confrades espíritas de JF e de outras cidades para participar da programação do evento; que inclui palestras de convi-dados de Belo Horizonte e Ouro Preto.

Ricardo Baesso inicia, neste número, uma série de seis artigos sobre a evolução do princípio inteligente. O primeiro texto vai contemplar as questões científicas e religiosas que permeiam o surgimento do nosso universo.

Página 7

Font

e: C

orbi

s.com

2 O IDEAL

Expediente

O IDEAL é uma publicação mensal do Instituto de Difusão Espírita de Juiz de Fora – Rua Torreões, 210 – Santa Luzia – 36030-040 Juiz de Fora/MGTel.: (32) 3234-2500 – divulgacao.idejf@gmail.comDepartamento de Divulgação: Allan Gouvêa e Carolina PiresJornalista Responsável: Carolina Pires Araújo – MTB/MG: 13614Editoração: Angela de F. Araújo OliveiraTiragem: 750 exemplaresImpressão: W Color Indústria Gráfica – Tel.: (32) 3211-0144Os artigos não-assinados são de responsabilidade do Departamento de Divulgação do IDE-JF.

Departamento Administrativo: Myrian Jorio e Sandra Lia NevesDepartamento de Divulgação: Allan Gouvêa e Carolina PiresDepartamento Doutrinário: Ademir Amaral e Marco CorrêaDepartamento da Infância e Juventude: Geraldo Marques e Ricardo BaessoDepartamento Mediúnico: José Pires e Léia da HoraDepartamento Social: Elson Braga e Joselita ValentimDepartamento de Promoção e Eventos: Carla Temponi e Manoela Ribeiro

Diretoria do IDE

Tempo de refletirEncerramos o último mês com a realização da Jornada

Espírita, em comemoração aos 17 anos de nossa casa. O evento teve uma avaliação positiva pela diretoria, uma vez que cumpriu com o seu objetivo primário: oportunidade de confraternização e difusão do Espiritismo.

O seminário “Chico Xavier: mandato de amor” foi ministrado pelo confrade Geraldo Lemos, trabalhador do movimento espírita que conviveu com o médium de Pedro Leopoldo. Por isso, aproveitando o ensejo de sua vinda, entrevistamos Geraldinho (como gosta de ser chamado) cujas histórias são verdadeiras lições de vida no Evangelho de Jesus.

As fotos da Jornada podem ser conferidas no mural. A agenda traz sugestão de quatro eventos na região, inclusive o 7º Fórum Espírita. Além disso, acompanhe as principais notícias e acontecimentos do IDE.

Como em maio celebra-se o mês das mães, O IDEAL faz uma homenagem a essas missionárias a partir de um singelo texto de Isa Rita. Apresentamos, ainda, uma novidade: a seção “Do átomo ao homem: a evolução do princípio inte-ligente” apresentará uma série de artigos, fruto da pesquisa do diretor do Departamento da Infância e Juventude, Ricardo Baesso. O primeiro deles – “Nasce o nosso universo” – alia o conhecimento científico à visão kardecista.

Esta edição coloca-se, assim, como um convite à reflexão.

Acesse nossa página:

www.ide-jf.org.br

E-mail:

ide@ide-jf.org.br

Confira as novidades e participe!

Grupo Manoel Philomeno de Miranda Segunda-feira, 15h30 – Dirigente: José PiresGrupo André Luiz Segunda-feira, 20h – Dirigente: Fátima LameirinhasGrupo Emmanuel Terça-feira, 15h – Dirigente: Sônia MedinaGrupo Joanna de Ângelis Terça-feira, 20h – Dirigente: Déa FernandesGrupo de Estudos e Apoio aos Médiuns Quarta-feira, 18h30 – Dirigente: Léia da HoraGrupo Allan Kardec (1) Quarta-feira, 19h – Dirigente: Carla TemponiGrupo Allan Kardec (2) Quinta-feira, 20h – Dirigente: Ricardo BaessoGrupo Allan Kardec (3) Sexta-feira, 20h – Dirigente: Myrian JorioGrupo Allan Kardec (4) Sábado, 17h – Dirigente: Luci FerreiraGrupo Yvonne do Amaral Pereira Sábado, 17h30 – Dirigente: José PiresGrupo Novo Testamento Sábado, 17h30 – Dirigente: Fábio Fortes

Grupos de Estudos

Atividades do IDE-JF

Projeto Ser Feliz Domingo: 9h

Grupo de Higiene Mental Terça-feira: 20h

Tratamento Magnético Sexta-feira: 15h45 e 19h

Reuniões Públicas Quinta-feira: 20h Sexta-feira: 15h Sábado: 19hCurso de Orientação e Educa-ção da Mediunidade/Coem Segunda-feira: 20h

Espiritismo para Crianças e Mocidade Quinta-feira: 20h Sábado: 19h

Reunião de Psicografia Quarta-feira: 19h

Coral Sol Maior Sábado: 16hFarmácia/CAECSegunda a sexta-feira: 14h às 17h

Passe Segunda-feira: 14h30 e 20h Terça-feira: 14h30 Quarta-feira: 20h Quinta-feira: 20h Sexta-feira: 15h Sábado: 19hAtendimento Fraterno

Segunda-feira: 14h30 e 20h Terça-feira: 14h30 Quarta-feira: 20h Sexta-feira: 14h

Centro de Convivência Beth Baesso (artesanato) Terça-feira: 15h

O IDEAL 3

AME-JF realiza 7° Fórum Espírita

No último dia 06 de maio, foi rea-lizado mais um Bate Papo Espírita no Centro Espírita Fé e Caridade. O tema do encontro foi “Os Espíritos têm sexo? – Espiritismo, Homossexualidade e Res-peito”. De acordo com a organização, a temática homoafetividade suscita questões pertinentes sobre o respeito à diversidade e à singularidade.

Nesse ano, cerca de dez jovens da mocidade espírita do IDE participaram do Bate Papo. O evento acontece anualmente e sua edição de 2012 foi uma realização das mocidades espíritas das casas: Amor ao Próximo, Dom Pedro II, Fé e caridade e IDE.

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Equipe de Enxovais promove campanha

Juiz de Fora vai receber, no próximo dia 26, sábado, a 7ª edição do Fórum Espírita, que, neste ano, terá como tema “O alerta de Jesus: viver no mundo sem ser do mundo!”. Com expositores de Belo Horizonte e Ouro Preto, o Fórum é pro-movido pela Aliança Municipal Espírita (AME) e será sediado no Multiplace Vila (Rua Roberto Stiegert, 10 – São Pedro), de 9h às 18h. Os interessados devem se ins-crever através do site www.amejf.org.br.

A programação do evento prevê as ex-posições de Haroldo Dutra Dias (BH), que

vai falar sobre “O espiritismo, a loucura do momento e o alerta de Jesus: viver no mundo sem ser do mundo!”; Sergito Souza Cavalcanti (BH), com o tema “A juventude dos nossos dias ante o desafio de viver no mundo sem ser do mundo”; e de Luiz Roque Ferreira (OP) abordando o assunto “Para ser feliz, urge viver no mundo sem ser do mundo!”.

As inscrições estão abertas e são li-mitadas. Mais informações por meio do sítio eletrônico da AME ou pelo telefone 3212-5418.

Revista “O médium” em versão digital

No ano em que completa 80 anos, o periódico “O médium”, organizado pela AME, tem a seu primeiro número publi-cado exclusivamente em formato digital. A mudança tem o objetivo de diminuir os custos de publicação, além de garantir o acesso a um número maior de pessoas.

A edição referente aos meses de março e abril já está disponível em amejf.org.br.

A Equipe de Enxovais do IDE está re-alizando uma campanha com o objetivo de arrecadar doações de materiais para compor os kits entregues às gestantes carentes. As mães cadastradas previa-mente recebem, um pouco antes do nascimento, um kit com conjuntinhos, fraldas descartáveis, lenços umedecidos, mantinhas, macacões, casaquinhos e sapatinhos de tricô; tudo em tamanho “P”, já que são destinados às crianças recém-nascidas.

Na época em que se comemora o mês das mães, a coordenadora da equipe, Janete Paressa, faz um alerta para a im-portância desse trabalho, que é realizado desde 2006. “Queremos convocar a todos para que pensem com carinho não só nas mãezinhas que nos são próximas, mas

Mocidade do IDE participa

de BPEtambém naquelas que nos procuram para receber ajuda”, esclarece.

Janete explica que, além dos itens para os filhos, as mães recebem um kit de higiene pessoal, com escova de dentes, creme dental, sabonete e pente. “Vale lembrar que não há necessidade de pro-dutos caros, pois tudo deve ser simples, a fim de que possamos atender a todas igualmente”, salienta a coordenadora.

A equipe conta também com a aju-da de uma dentista, que tem oferecido orientações sobre a dentição saudável dos bebês, cujos cuidados devem come-çar até mesmo antes do nascimento. Os interessados em colaborar com o trabalho podem obter mais informações na recep-ção do Instituto, onde as doações podem ser entregues.

4 O IDEAL

Entrevista Geraldo Lemos

Como foi o seu início no Espiritismo?Embora a minha família materna fosse

toda espírita, de acompanhar o Chico [Xavier] desde cedo, a minha mãe e nós, lá em casa, não éramos espíritas. Eu tinha informações sobre o Espiritismo nas reuniões familiares. Aí aconteceu que eu ganhei de minha tia-avó, Nair Machado Pascoal, toda a obra de Allan Kardec, exatamente no dia em que eu estava me mudando para os Estados Unidos, onde eu iria morar por dois anos.

Você foi a estudo?Sim. E aí, lá nos Estados Unidos, eu li e

estudei a obra de Kardec com muito interesse e, quando eu fui ler O Livro dos Médiuns, Kar-dec nos convida a experimentar a psicografia. Então eu o fiz e, para surpresa nossa, minha avó materna, que já havia desencarnado, Car-mem Machado dos Santos, se apresentou e começou a escrever pequenas cartinhas para os familiares. Eu achei aquilo a coisa mais natural do mundo, porque eu já tinha lido O Livro dos Espíritos todo, estava lendo o LM; para mim não havia novidade alguma sobre o fenômeno, sobre a continuidade da vida além-túmulo. Então eu comecei a mandar as cartas que eu recebia para os meus familiares no Brasil. E nisso a minha mãe começou a ficar de “cabelo em pé”, muito preocupada, e pediu que familiares nossos de Pedro Leo-poldo, de Belo Horizonte, ligados ao Chico, entrassem em contato comigo, dizendo para eu parar com isso... E aconteceu que uma

prima dela, Vanda Figueiredo Noronha, foi a Uberaba conversar com o Chico e pediu uma orientação dele, ao que foi respondida: “Olha, fala para ele, para ligar para o telefone de Neném Aluotto, em BH. Você diz a ele que eu estou pedindo que ele faça isso.”

Então me ligaram lá nos EUA, passaram o recado com o telefone de Neném Aluotto, que eu não conhecia, mas ela também era ligada a alguns familiares meus. E, naquela época, eu não tive dúvidas, liguei e ela, com muito carinho, me pediu para suspender a mediunidade, porque eu estava em um país estranho e refratário às ideias espíritas, além de estar sozinho; que era preferível eu sus-pender e, assim que retornasse ao Brasil, eu a procurasse. Foi o que aconteceu em fevereiro de 1981, quando eu retornei.

Você tinha 19 anos?Sim. Eu cheguei num dia e a procurei no

outro. Já na quinta-feira daquela semana eu participei da reunião espírita que ela dirigia nos fundos da casa dela; foi assim que nós ini-ciamos as tarefas. Daí eu fui convidado para conhecer a mocidade espírita “O precursor”, da União Espírita Mineira (UEM) e a Cantina “Francisco de Assis”, que era o núcleo de assistência social da União.

Como foi o seu primeiro contato com o Chico?

Os meus primeiros contatos eram ouvir os casos sobre o Chico, que a família Macha-do nos contava. A família de minha mãe é

muita festeira, muito grande e, em todo tipo de reunião familiar, criança ainda, eu ficava encantado com os casos que ouvia sobre o Chico, embora eu não o conhecesse. Então, sabendo das bênçãos que a minha família tinha através da mediunidade e da bondade dele, eu escrevia cartas para ele, sem nomi-nar, eu apenas assinava assim: “Um amigo” e não punha remetente, porque eu achava que ele era um homem muito ocupado e não queria dar a ele nenhum trabalho de ter que me responder. Mas ninguém sabia disso, nem minha mãe, nem meus familiares...

Aí, em 1981, precisamente no mês de ou-tubro, a minha tia-avó, aquela que havia me presenteado com a obra espírita da Kardec, me liga e diz: “Olha, Geraldinho, você quer conhecer o Chico? Ele está vindo a São Paulo e vai lançar dois livros aqui no Centro Espírita União. Eu vou trabalhar nesse lançamento e você vem, trabalha comigo e depois eu te apresento a ele.” Então, imediatamente, eu peguei o avião e fui a SP. E lá nós trabalhamos a noite inteira, no lançamento desses dois livros. Era uma fila interminável de gente, a reunião começou às 20h e terminou às 7h 30. Quase doze horas de serviço. E eu, um jovem de 19 anos, já estava esgotado, can-sado e impressionado com aquele homem que estava a três metros de mim, durante a noite inteira, e o observava sempre animado, falante, recebendo as pessoas, dando rosas e livros, e abraços, e “causos”, ele sempre

Ou, simplesmente, Geraldinho é o personagem de destaque d’O IDEAL deste mês. O companheiro, de Nova Lima-MG, partici-pou das comemorações do aniversário do IDE ao final do último mês, tendo proferido edificantes palestras para os frequentadores presentes. Geraldinho brindou a todos com as histórias e os ensinamentos deixados por Chico Xavier, grande vulto do Espiritismo, com quem teve o privilégio de atuar durante anos. Com larga experiência no ramo editorial espírita, Geraldo falou sobre sua trajetória, sobre Chico e sobre os rumos do movimento espírita.

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parava para dar um “dedo de prosa”. Eu fiquei encantado com aquilo ali. Ele tinha uma atenção especial a cada um e, por isso mesmo, a fila demorava. Mas ninguém, in-teressante isso, ninguém se agastava. Eu não me lembro de ter visto nenhuma confusão na fila, ninguém reclamando ou estressado. Isso se repetiu em várias vezes, durante a minha convivência com o Chico.

Ao final, já na manhã do dia seguinte, minha tia fala comigo: “Então, agora que você já trabalhou, você vai ter o salário que é conhecê-lo. Vamos lá que eu vou te apre-sentar.” Ela me apresenta o Chico e, quando ela vai falar meu nome, ele responde: “É o Geraldinho. Meu filho, eu já te esperava há muito tempo... Mas tem duas coisas que eu nunca entendi em você e eu gostaria de...” Eu fiquei estupefato, eu que estava vendo aquele homem pela primeira vez, como assim ele tinha duas coisas que não entendia em mim? E ele então faz a revelação que ninguém sabia, somente eu: “É que você me escreve cartas tão lindas, elas me fazem tão bem e eu nunca entendi duas coisas: por que você não as assina e por que nunca colocou o re-metente para que eu pudesse te responder?”.

Então, esse momento foi de muita emo-ção. Eu, obviamente, não tive forças para responder. Chorei. E ele me ofereceu um buquê de rosas em homenagem à minha avó materna. E aí ele me convidou para conhecer e ajudar as tarefas dele lá em Uberaba. Foi o que eu passei a fazer dali a 15 dias, com regularidade.

No tempo de convivência com o Chico Xavier, que foi, de fato, um privilégio poder atuar junto com ele, o que mais te marcou do espírito Chico Xavier?

O que mais me marcou é a nítida sen-sação de que ele era o comandante e chefe desse grande movimento de espiritualização

da Terra. Porque quando ele era muito jo-coso, muito alegre, fazia piadas do próprio sofrimento, quando se referia a si mesmo, ele fazia questão de se apagar; fazia questão de fazer piada do próprio sofrimento, de forma tal que ele contava as maiores tragédias do mundo e você acabava rindo, tal a maneira alegre com que ele contava. Mas, quando aquele homem falava da doutrina espírita, quem estava falando ali era o comandante, era um defensor inflexível dos nossos prin-cípios doutrinários. Ele passava isso para a gente com a maior tranquilidade, sempre vigiando, sabia de tudo; ele tinha pleno co-nhecimento dos periódicos espíritas, o que se estava publicando, o que se estava deixan-do de publicar, os desvios da verdade que ocorreram. Quer dizer, ele nunca foi omisso em relação a isso, falava abertamente, com ares de preocupação com o elitismo dentro do movimento espírita, com as pompas e circunstâncias dos congressos espíritas; nunca apoiou esse tipo de movimento, era contra qualquer tipo de cobrança em matéria de doutrina espírita. Quer dizer, naquele tempo não existia isso, mas a preocupação dele era justa, porque nós estamos vendo isso hoje.

A frase que mais marcou de Chico Xavier foi “Geraldinho, Espiritismo é Jesus de novo para o coração do povo. Tudo que estiver fora disso é conversa fiada.”

E em relação à literatura espírita, o que Chico Xavier dizia?

Tem uma conversa dele que eu acho magnífica, que nós colocamos no livro do [Carlos] Bacelli, está em carta, é um texto pessoal: Chico Xavier, o médium dos pés descalços. Nesse livro, nós reunimos cartas que ele escrevia ao Bacelli, comentando os passos do movimento espírita e essa definição para mim é a melhor, sobre a profusão de obras espíritas, porque ele fala assim: “Na

minha opinião, a mediunidade é um fenôme-no pessoal e intransferível, e é semelhante a uma horta que o médium planta na sua casa e que cultiva com todo carinho.” Então, natu-ralmente, que cada médium, em cada casa, teria uma horta diferente de acordo com as suas preferências; mas aquele horta, além de alimentar a própria casa, acabava sobrando hortaliças que poderiam ser oferecidas ao público; então, que o médium colhesse essas hortaliças, que seriam esses livros sobrando à mesa, e oferecessem na feira. Iam à feira oferecer ao público e que, na feira, compra quem quiser, o que quiser. Interessante essa visão. E, em determinados momentos, ele falava que a gente não precisava se preocupar também com a qualidade das obras, porque as boas, de fundo realmente espiritual, elas ficam.

O Chico, quando nós começamos a traba-lhar com os livros, me revela, contando sobre determinado livro que havia saído no mesmo século e que foi, inclusive, publicado pela FEB, uma coisa muito curiosa: “Esse livro só foi publicado na Terra.” Eu perguntei: “Como assim, Chico, esse livro só foi publicado na Terra?” “Porque ele não é verdade; quando não é verdade, não é publicado no além.”

Sobre o legado do Chico Xavier, você acha que houve uma apropriação midiática fiel?

Eu acho que foram “apropriações muito apropriadas”, porque o reconhecimento da grande mídia ao fenômeno Chico Xavier partiu de não espíritas e isso até assombrou o movimento espírita, que não esperava esse reconhecimento. Então, eu diria que os não espíritas, de uma forma geral, reconheceram a importância do centenário dessa grande personalidade do nosso tempo na Terra, que é Chico Xavier, antes mesmo dos espíritas. Os últimos vieram a reboque (risos).

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MariaIsa Rita Polito Vita

Agenda Espírita

54 anos do CE Irmã Scheilla

Programação especial de reuniões públicas às terças e quintas-feiras durante todo o mês de maio.Rua Torreões, 97 – Santa Luzia – Juiz de Fora/MG

Seminário “Animismo”

05/05 – 14h 30 às 18h – Tema do programa “Vi-vência mediúnica: uma prática consciente”AME-JF – Contato: Lúcia de Freitas

Seminário “André Luiz e a vida no mundo espiri-tual”

Suely Caldas Schubert06/05 – 9h às 12h – Após o seminário, será ofe-recido um almoço e, durante, haverá evangelização infantil. Contribuição de R$ 10.CE Irmão Francisco de Assis – Estrada de Mantiqueira / Patrimônio dos PaivasSantos Dumont/MGContatos: Marcos (32) 9972-0593 / Carmen (32) 9958-6306

7º Fórum Espírita de Juiz de Fora

26/05 – 9h às 18hO tema central será “Viver no Mundo sem ser do Mundo”, com a participação de Haroldo Dutra Dias, Sergito Souza Cavalcanti e Luiz Roque Ferreira.Multiplace Vila – Rua Roberto Stiegert, 4 – São Pedro – Juiz de Fora/MGAME-JF: 3212-5418

Pensemos sobre a figura de Maria: mãe abnegada que acei-tou a sublime missão de trazer ao mundo Jesus, espírito de luz, exemplo de amor e fraternidade. Preparada para esta incumbên-cia, executou-a muito bem, assistindo seu amado filho até o fim. Por isso é tão amada e exaltada, missionária que foi pelo amor e ainda o é em nossos corações, pois seu exemplo nos leva a refletir e a procurar agir de acordo com ensinamentos do Pai. Neste mês de maio, consagrado mundialmente à Maria, a figura de mãe amantíssima, procuremos olhar por todas as mães, mu-lheres missionárias que aceitam incumbências às vezes penosas e difíceis, mas que pelo amor tudo superam e sublimam, pois em Maria encontram o refúgio

Olhemos nossas mães com amor e gratidão, não só no mês dedicado a elas, mas sim em todos os dias de nossa existência. Existência esta que seria impossível se elas não nos tivessem aceitado em seu bendito ventre. Bendita seja Maria e todas as mães: mães naturais, mães que adotam, mães que apesar de não colocarem filhos no mundo amam. Amam infinitamente seus semelhantes.

Que Maria cubra a todos nós com sua luz e amor!

Fonte: Corbis.com

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DO ÁTOMO AO HOMEM: A EVOLUÇÃO DO PRINCÍPIO INTELIGENTE

Parte I: Nasce o nosso Universo Ricardo Baesso de Oliveira

Há 13,7 bilhões de anos, tudo o que existia estava concentrado em um só pon-to, que um cientista denominou de átomo primitivo ou ovo cósmico. Seu tamanho era trilhões e trilhões de vezes menor que a cabeça de um alfinete, rico em energia altamente condensada, a ponto de seu calor ser de bilhões e bilhões de graus Celsius.

De repente, sem que se possa saber por que, ele se inflacionou ao tamanho de uma maçã. Então explodiu, ejetando vio-lentamente em todas as direções a energia e os conteúdos nele contidos. Essa energia se condensou fortemente e produziu as partículas elementares da matéria. Nos primeiros três minutos, essas partículas formaram os átomos e daí o hidrogênio e o hélio, os elementos químicos mais simples e os mais abundantes do universo.

Enquanto isso, a energia ejetada, junto com as partículas elementares, formou uma incomensurável nuvem que se ex-pandiu mais e mais. Lentamente, depois de uma grande disparada em todas as direções, ela começou a se esfriar e ga-nhar densidade.

Deste processo se formaram as gran-des estrelas vermelhas. Elas funciona-ram por alguns bilhões de anos, como fornalhas ardentes dentro das quais ocorreram explosões atômicas de mag-nitude extraordinária. Lá se forjaram os principais elementos que estão presentes em todos os seres: o ferro, o carbono, o ouro, enfim, os 92 elementos básicos que

compõem todos os seres e cada um de nós. Da morte de uma dessas estrelas se formaram a nossa galáxia, o nosso Sol e o planeta Terra.

O exposto acima é o que os cientistas denominam de big-bang, ou seja, a grande explosão.

E Deus com isso?O problema de Deus aparece quando

se colocam as seguintes questões: o que havia antes do começo? Quem deu o im-pulso inicial? Quem sustenta o universo como um todo e todos os seres para que continuem a existir e a se desenvolver?

Nada? Mas do nada, nada pode vir.Antes do big-bang, existia Deus, que

pré-existe a toda eternidade. Existiram também muitos outros universos, pois Deus jamais esteve inativo. Esses uni-versos foram criados por sua vontade, cumpriram seu papel (campo de desen-volvimento do Espírito) e tiveram sua matéria colapsada, para ressurgir depois, qual a lendária ave mitológica, Fênix, que renascia das próprias cinzas. Um mundo formado desaparece e a matéria que o compõe se renova.

Essa teoria encontra ressonância no pensamento do Espírito André Luiz: Semelhantes mundos servem à finalida-de a que se destinam, por longas eras consagradas à evolução do Espírito, até que, pela sobrepressão sistemática, sofram o colapso atômico pelo qual se transmutam em astros cadaverizados.

Essas esferas mortas, contudo volvem a novas diretrizes dos Agentes Divinos, que dispõem sobre a desintegração dos materiais de superfície, dando ensejo a que os elementos comprimidos se libertem através de explosão ordenada, surgindo novo acervo corpuscular para a reconstrução das moradias celestes, nas quais a obra de Deus se estende e perpetua, em sua glória criativa.

Pronto o universo, o princípio es-piritual poderá iniciar a longa marcha rumo à perfeição relativa que lhe é destinada.

Ao mesmo tempo em que vem criando, desde toda a eternidade, mundos materiais, Deus há criado se-res espirituais. Se assim não fora, os mundos materiais careceriam de fina-lidade. Os mundos materiais teriam de fornecer aos seres espirituais elementos de atividade para o desenvolvimento de suas inteligências.

Referências1. Criação Imperfeita, Marcelo Gleiser2. O relojoeiro cego, Richard Dawkins3. Breve história de quase tudo, Bill Bryson4. O Livro dos Espíritos, itens 8, 21, 38, 415. Evolução em dois mundos, cap. I, André

Luiz/Chico Xavier6. A Gênese, cap. XI

OBS.: No próximo número: Nasce o princípio espiritual

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O conferencista Geraldo Lemos Público da Jornada Espírita lota salão do IDE