o acolhimento institucional como resposta interventiva. casa do menino jesus lar de crianças e...
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O Acolhimento O Acolhimento Institucional como Institucional como
resposta interventiva.resposta interventiva.
Casa do Menino JesusCasa do Menino JesusLar de Crianças e JovensLar de Crianças e Jovens
Dr.ª Ana Paula CoelhoDr.ª Ana Paula CoelhoDr.ª Regina CoelhoDr.ª Regina Coelho
Um mundo para as crianças é aquele onde todas ELAS desfrutam de
várias oportunidades para desenvolver a sua capacidade individual num meio seguro e
propício.
• A violência ocorre nos mais diversos meios na medida A violência ocorre nos mais diversos meios na medida em que existem diversos agentes de agressão;em que existem diversos agentes de agressão;
• Situações de Risco (Lei nº. 147/99 – Lei de protecção Situações de Risco (Lei nº. 147/99 – Lei de protecção de Crianças e Jovens em Perigo)de Crianças e Jovens em Perigo)
- abandono ou entregue a si próprio;- abandono ou entregue a si próprio;- maus tratos físicos ou psíquicos ou vitima de - maus tratos físicos ou psíquicos ou vitima de
abuso sexual;abuso sexual;- negligência ao nível dos cuidados básicos;- negligência ao nível dos cuidados básicos;- exploração trabalho infantil;- exploração trabalho infantil;- exposição a práticas e comportamentos que - exposição a práticas e comportamentos que
afectem a segurança e equilíbrio emocional;afectem a segurança e equilíbrio emocional;- manifesta comportamentos desviantes no que - manifesta comportamentos desviantes no que
respeita à saúde, segurança, formação e educação sem respeita à saúde, segurança, formação e educação sem que o representante legal seque o representante legal se oponha a esta situação. oponha a esta situação.
No entanto, todos eles No entanto, todos eles promovem promovem uma quebra uma quebra
dos laços afectivos!dos laços afectivos!
Como Nos Como Nos Chegam?...”Chegam?...”
• O Processo de acolhimento inicia-se com o pedido O Processo de acolhimento inicia-se com o pedido de acolhimento por parte das entidades de acolhimento por parte das entidades competentes (Tribunal e CPCJ), normalmente em competentes (Tribunal e CPCJ), normalmente em articulação com a Segurança Social. articulação com a Segurança Social.
• A equipe técnica (Psicóloga e Assistente Social) da A equipe técnica (Psicóloga e Assistente Social) da Instituição avalia a situação do menor cujo Instituição avalia a situação do menor cujo ingresso é solicitado, nomeadamente tendo em ingresso é solicitado, nomeadamente tendo em conta os critérios de admissão na Instituição, após conta os critérios de admissão na Instituição, após o que se pronuncia quanto à viabilidade do seu o que se pronuncia quanto à viabilidade do seu acolhimento.acolhimento.
• Os critérios de admissão definidos Os critérios de admissão definidos estatutariamente pela Instituição abrangem:estatutariamente pela Instituição abrangem:
- O Género;O Género;- A Faixa etária;A Faixa etária;- A Zona de Residência;A Zona de Residência;
• O acompanhamento e O acompanhamento e encaminhamento dos menores encaminhamento dos menores
é orientado pela equipe é orientado pela equipe técnica.técnica.
O primeiro passo consiste na O primeiro passo consiste na avaliação da sua situação avaliação da sua situação
psicossocial para estruturação psicossocial para estruturação de um projecto de vida e a de um projecto de vida e a
prosseguir em função desse prosseguir em função desse projecto. projecto.
O principal objectivo é a O principal objectivo é a recuperação dos menores para recuperação dos menores para
uma vida pessoal, familiar e uma vida pessoal, familiar e social equilibrada que social equilibrada que
contribua para o seu contribua para o seu desenvolvimento global.desenvolvimento global.
Intervenção a Nível Intervenção a Nível InstitucionalInstitucional
• De acordo com o definido na Lei nº. 147/99 de 1 de De acordo com o definido na Lei nº. 147/99 de 1 de Setembro – Lei de Protecção de Crianças e Jovens em Setembro – Lei de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo – quanto às Instituições de acolhimento de Perigo – quanto às Instituições de acolhimento de menores, a Casa do Menino Jesus:menores, a Casa do Menino Jesus:
× × dispõe de uma equipa técnica, a quem cabe o dispõe de uma equipa técnica, a quem cabe o diagnóstico da situação da criança ou do jovem diagnóstico da situação da criança ou do jovem acolhidos e a definição e execução do seu projecto de acolhidos e a definição e execução do seu projecto de promoção e protecção;promoção e protecção;
× × a equipa técnica tem uma constituição a equipa técnica tem uma constituição pluridisciplinar, integrando as valências de Psicologia, pluridisciplinar, integrando as valências de Psicologia, Serviço Social, Educação e Jurídica;Serviço Social, Educação e Jurídica;
× × a Instituição recorre aos serviços de a Instituição recorre aos serviços de comunidade na área da Educação e da Saúde;comunidade na área da Educação e da Saúde;
× dispõe, também, de serviços contratados ou × dispõe, também, de serviços contratados ou voluntários no âmbito do apoio escolar.voluntários no âmbito do apoio escolar.
A Instituição privilegia a colaboração e articulação A Instituição privilegia a colaboração e articulação entre as diversas áreas técnicas de que entre as diversas áreas técnicas de que internamente dispõe e a parceria entre estas e a internamente dispõe e a parceria entre estas e a comunidade.comunidade. A Casa do Menino Jesus entende a A Casa do Menino Jesus entende a institucionalização como resposta de fim de linha institucionalização como resposta de fim de linha tanto quanto possível com carácter provisório tanto quanto possível com carácter provisório tendo como princípios orientadores da sua acção:tendo como princípios orientadores da sua acção:
1. Proporcionar estruturas de vida tão 1. Proporcionar estruturas de vida tão próximas quanto possível à das famílias de forma a próximas quanto possível à das famílias de forma a satisfazer não só as necessidades básicas dos satisfazer não só as necessidades básicas dos menores, mas também, a interiorização de valores menores, mas também, a interiorização de valores e normas favorecedores do seu desenvolvimento e normas favorecedores do seu desenvolvimento pessoal e desempenho social; pessoal e desempenho social;
2. Criar projectos de vida;2. Criar projectos de vida;3. Quando viável e recomendável, 3. Quando viável e recomendável,
restabelecer os laços afectivos e emocionais com o restabelecer os laços afectivos e emocionais com o núcleo familiar de origem ou outros familiares com núcleo familiar de origem ou outros familiares com vista à manutenção dos laços afectivos e à vista à manutenção dos laços afectivos e à responsabilização das famílias pelos menores; responsabilização das famílias pelos menores;
4. Abertura à comunidade;4. Abertura à comunidade;
REVOLTA
CONFUSÃO
APRISIONAMENTO
TRISTEZA
DESAMPARO
MEDO
COMO NOS OLHAM
QUEBRA DE LAÇOS
PASSAGEM DO CONHECIDOPARA O DESCONHECIDO
MOMENTO CRUCIAL DA VIDA;MOMENTO CRUCIAL DA VIDA;
INDEFINIÇÃO DO FUTURO
INSTITUIÇÃO COMOUM “NÃO LUGAR”
MOMENTOS DE TENSÃO E FRAGILIDADE
CONFLITOS DESESPERANÇA
ACOLHIMENTO
Todo e qualquer menor precisa de Todo e qualquer menor precisa de poder contar com alguém que lhes poder contar com alguém que lhes
possa ou consiga devolver a possa ou consiga devolver a esperança nas pessoas ou futuro.esperança nas pessoas ou futuro.
UMA VEZ QUE…UMA VEZ QUE…
Os danos emocionais constituem Os danos emocionais constituem a única bagagem que levam para a a única bagagem que levam para a
Instituição.Instituição.
Intervenção a Nível Intervenção a Nível Institucional Institucional
Vertente PsicológicaVertente Psicológica
Analisar o seu grau de Analisar o seu grau de vinculação afectivavinculação afectiva
Estabelecer um Estabelecer um diagnóstico psicológicodiagnóstico psicológico
Trabalho de reforço Trabalho de reforço da auto-estima e de da auto-estima e de confiança nos outrosconfiança nos outros
Elaborar um relatórioElaborar um relatório pormenorizadopormenorizado
Trabalho de um projecto Trabalho de um projecto de vida de vida
com o menor e com o menor e com a família;com a família;
Avaliar o significado Avaliar o significado real dos real dos
comportamentos comportamentos
Avaliar o grau de Avaliar o grau de sofrimento emocionalsofrimento emocional
No entanto, mais importante que qualquer avaliação, No entanto, mais importante que qualquer avaliação, toda toda a intervenção psicológica deve ser direccionada a intervenção psicológica deve ser direccionada
no sentido do desenvolvimento de uma no sentido do desenvolvimento de uma relação de confiança relação de confiança
que permita e que permita e conduza o menor conduza o menor
ao restabelecimento da crença de que ao restabelecimento da crença de que é possível a criação é possível a criação
de de vínculos construtivos e cooperantes que vínculos construtivos e cooperantes que
saiam da lógica da agressão e do abandono.saiam da lógica da agressão e do abandono.
PORQUÊ??PORQUÊ??
O menor espera é que desistam de siO menor espera é que desistam de si e exterioriza este e exterioriza este factor pela agressividade e comportamentos factor pela agressividade e comportamentos
provocatórios, pelo testar da disponibilidade do técnico e provocatórios, pelo testar da disponibilidade do técnico e do seu afecto e pelo recurso ao conflitodo seu afecto e pelo recurso ao conflito..
Intervenção a Nível Intervenção a Nível Institucional - Institucional - Vertente SocialVertente Social
• Compete ao Assistente Social:Compete ao Assistente Social:- Caracterizar o enquadramento familiar do menor em - Caracterizar o enquadramento familiar do menor em termos de estrutura e organização do suporte, termos de estrutura e organização do suporte, competências, capacidade de mudança, necessidades competências, capacidade de mudança, necessidades de apoio entre outros factores e o potencial de de apoio entre outros factores e o potencial de participação da família no seu projecto de vida;participação da família no seu projecto de vida;- Em articulação com os restantes elementos da equipe - Em articulação com os restantes elementos da equipe técnica e com as entidades envolvidas no processo de técnica e com as entidades envolvidas no processo de promoção e protecção do menor (nomeadamente, promoção e protecção do menor (nomeadamente, CPCJ, Tribunal e S.S), elaborar e acompanhar a CPCJ, Tribunal e S.S), elaborar e acompanhar a execução do seu projecto de vida, accionando os meios execução do seu projecto de vida, accionando os meios necessários intra e extra-institucionais;necessários intra e extra-institucionais;- Mediar o relacionamento entre o menor, a família, a - Mediar o relacionamento entre o menor, a família, a instituição e a comunidadeinstituição e a comunidade..
Intervenção Intervenção Institucional - Institucional - Vertente Vertente EducacionalEducacional
Fomentar a integração e participação activa na vida comunitária
Fomentar o espírito de equipa
Promover o respeito pelas características individuais
Proporcionar meios educativos
Acompanhar e estimularo desenvolvimento Físico e Intelectual
Aumentar amotivação
Aquisição de normas e valores
««Os bons educadores nunca têm Os bons educadores nunca têm certezas:certezas:
quanto maiores forem as dúvidas,quanto maiores forem as dúvidas,mais consistentes terão de ser as suas mais consistentes terão de ser as suas
convicções.»convicções.»(SÁ: 1999; p.12)(SÁ: 1999; p.12)
A Realidade A Realidade InstitucionalInstitucional
PROBLEMÁTICPROBLEMÁTICASAS NA NA ORIGEM DO ORIGEM DO ACOLHIMENTACOLHIMENTOO
6%
19%
3%
24%10%
13%
6%
6%
10% 3%
Maus-Tratos entre Progenitores
exposição a situações de risco (alcoolismo, toxicodepência,comportamentos desviantes)doença grave
negligência (cuidados básicos, habitação)
maus-tratos físicos
abandono
adopção de comportamentos de risco (absentismo escolar)
exploração infantil
falecimento de um dos progenitores
debilidade dos progenitores
Na Institucionalização, predominam as situações de acolhimento por negligência, maus tratos e incapacidade parental.
Entidade Responsável pelo Entidade Responsável pelo Pedido de AcolhimentoPedido de Acolhimento
85%
15%
Tribunal Judicial CPCJ
Tipologia da Medida Tipologia da Medida AplicadaAplicada
28%
6%
47%
19%
confiança à Instituição acolhimento provisório
acolhimento prolongado sem medida aplicada
Distribuição da Faixa Etária
7%
35%
34%
24%
zero a cinco anos seis aos 11 anos
12 aos 17 anos 18 aos 24anos
Distribuição da
taxa de
escolaridade
7%
32%
14%14%3%
3%
7%
10%
7% 3%
Ensino pré-primário Ensino Básico
5º ano 6ºano
7º ano 8ºano
9ºano cursos técnicoprofissionais
ensino Recoorente Universidade
Zona de Proveniência de Origem
97%
3%
Concelho Covilhã Outro
Período de Permanência na Instituição
7%
28%
34%
31%
menos de 1 ano 1 ano até 5 anos + de 5 anos
PROJECTOS DE PROJECTOS DE VIDAVIDA
22%
56%
0%
22%
Regresso àfamília de origem
Autonomização
Adopção
Transferênciapara outrainstituição
Dados relativos aos anos de 2004 a 2006.
Não se verificou qualquer medida de adopção por rejeição do TJ à medida proposta pela Instituição.
ConclusãoConclusão • Viver numa Instituição não diminui o direito Viver numa Instituição não diminui o direito
fundamental à autodeterminação e à identidade.fundamental à autodeterminação e à identidade.• Assim, a dimensão física, intelectual, espiritual, Assim, a dimensão física, intelectual, espiritual,
emocional e social dos menores tem que ser emocional e social dos menores tem que ser garantida.garantida.
• Cada menor tem muito a Cada menor tem muito a DarDar e também a e também a Receber Receber e é nesse equilíbrio e clima de respeito que se lhe e é nesse equilíbrio e clima de respeito que se lhe garante uma boa qualidade de vida.garante uma boa qualidade de vida.
• O objectivo de qualquer Instituição deve O objectivo de qualquer Instituição deve precisamente ser o de proporcionar aos menores precisamente ser o de proporcionar aos menores que acolhe um ambiente em que possam desfrutar que acolhe um ambiente em que possam desfrutar plenamente o seu dia-a-dia.plenamente o seu dia-a-dia.
• Cabe à Instituição tentar restaurar o equilíbrio na Cabe à Instituição tentar restaurar o equilíbrio na vida dos menores Levanta-los quando a crise os vida dos menores Levanta-los quando a crise os derruba; dar-lhes apoio individual e guiá-los pela derruba; dar-lhes apoio individual e guiá-los pela mão do caminho que os conduz da infância até à mão do caminho que os conduz da infância até à adultez.adultez.
OBRIGADA PELA OBRIGADA PELA VOSSA VOSSA
ATENÇÃO!ATENÇÃO!