o encontro · a luz no caminho ... mundo material, a privação do vício não se faz de forma...

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O Encontro Fevereiro de 2012 A Luz no Caminho - Associação Espiritualista - Distribuição gratuita Bhagavan Sri Ramana Maharshi Orientação Sobriedade Por Daniel Soares Iniciemos a nossa reflexão com algumas questões: O que entender por sobriedade no que diz respei- to à espiritualidade? É permanecer quieto, sem movimentos bruscos ou sem destemperos? Mas se a nossa mente ainda alimenta um ego tão cheio de limitações e tendências, como venceremos aquilo que nos desestabiliza? Manter-se sóbrio, no campo mais sutil, é, guardadas as devidas proporções, tal como se faz no plano físico. O que se faz pelo ébrio quando se quer curá-lo? Conduz-se o doente a um trata- mento que passa pela abstinência e pela desintoxicação. Para que entendamos de modo simples a questão, devemos res- saltar que, nos casos clínicos do mundo material, a privação do vício não se faz de forma aleatória. Ela deve ser assistida por profissionais capacitados e experientes que sa- bem como ir dosando a ingestão dos produtos que mobilizam o es- tado da dependência e paulatina- mente vão sendo substituídos por medicação até que tudo já em equilíbrio possa devolver a vida saudável ao homem. Da mesma forma a questão da manutenção da sobriedade espiri- tual. Como manter a tranquilidade diante dos fatos da vida, se ainda nos surpreendemos tantas vezes com as nossas reações desgastan- tes e pouco edificadoras? Quem, de um momento para o outro, consegue um estado de equilíbrio quando enfrenta um grande desa- fio ou passa por uma provação? A lição de viver com sobriedade é aprendida na medida em que o homem vai se munindo do “trata- mento” correto. A busca espiritu- al tem início quando os homens entendem que caminhar junto a um Santo Sábio (um Grande Rishi) os conduzirá à Libertação. Esses seres de luz são como os “te- rapeutas” que com suas expe- riências (sabedoria) propiciam aos buscadores as condições para vencerem as barreiras dos vícios (as falhas humanas). Assim, a temperança é uma con- quista para o verdadeiro discípulo. Ouvir com atenção os ensinamen- tos do seu Mestre e se esforçar para colocar em prática o que aprende vai, aos poucos, dando segurança ao homem. Não se “for- ça” um estado de abstinência sem suporte clínico. Da mesma maneira, não se atinge um grau de cresci- mento espiritual sem o apoio da divindade. Por tanto, o verdadeiro Yoga (a união com o Ser Supremo) é um dos caminhos mais seguros para que possamos encontrar esse es- tágio da sobriedade (que é o “es- tado natural” do Espírito). Em outras palavras, é a associação com os sá- bios que nos liberta dos grilhões da ilu- são do mundo.

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O EncontroFevereiro de 2012A Luz no Caminho - Associação Espiritualista - Distribuição gratuita

Bhagavan Sri Ramana Maharshi

Orientação

Sobriedade Por Daniel Soares

Iniciemos a nossa reflexão com algumas questões: O que entender por sobriedade no que diz respei-to à espiritualidade? É permanecer quieto, sem movimentos bruscos ou sem destemperos? Mas se a nossa mente ainda alimenta um ego tão cheio de limitações e tendências, como venceremos aquilo que nos desestabiliza? Manter-se sóbrio, no campo mais sutil, é, guardadas as devidas proporções, tal como se faz no plano físico. O que se faz pelo ébrio quando se quer curá-lo? Conduz-se o doente a um trata-mento que passa pela abstinência e pela desintoxicação.

Para que entendamos de modo simples a questão, devemos res-saltar que, nos casos clínicos do mundo material, a privação do vício não se faz de forma aleatória. Ela deve ser assistida por profissionais capacitados e experientes que sa-bem como ir dosando a ingestão dos produtos que mobilizam o es-tado da dependência e paulatina-

mente vão sendo substituídos por medicação até que tudo já em equilíbrio possa devolver a vida saudável ao homem.

Da mesma forma a questão da manutenção da sobriedade espiri-tual. Como manter a tranquilidade diante dos fatos da vida, se ainda nos surpreendemos tantas vezes com as nossas reações desgastan-tes e pouco edificadoras? Quem, de um momento para o outro, consegue um estado de equilíbrio quando enfrenta um grande desa-fio ou passa por uma provação?

A lição de viver com sobriedade é aprendida na medida em que o homem vai se munindo do “trata-mento” correto. A busca espiritu-al tem início quando os homens entendem que caminhar junto a um Santo Sábio (um Grande Rishi) os conduzirá à Libertação. Esses seres de luz são como os “te-rapeutas” que com suas expe-riências (sabedoria) propiciam

aos buscadores as condições para vencerem as barreiras dos vícios (as falhas humanas).

Assim, a temperança é uma con-quista para o verdadeiro discípulo. Ouvir com atenção os ensinamen-tos do seu Mestre e se esforçar para colocar em prática o que aprende vai, aos poucos, dando segurança ao homem. Não se “for-ça” um estado de abstinência sem suporte clínico. Da mesma maneira, não se atinge um grau de cresci-mento espiritual sem o apoio da divindade.

Por tanto, o verdadeiro Yoga (a união com o Ser Supremo) é um dos caminhos mais seguros para que possamos encontrar esse es-tágio da sobriedade (que é o “es-

tado natural” do Espírito). Em outras palavras, é a

associação com os sá-bios que nos liberta

dos grilhões da ilu-são do mundo.

02

O Encontro fevereiro, 2012

Os caminhos até BhagavanCírculo de Estudos

Bhagavan, a partir de Sua pró-pria experiência, indicou ao homem como “encontrar a fonte do pensa-mento ‘eu’ e nela permanecer como Eu Real”. Ele dizia que “existem dois caminhos: ou investigue ‘quem sou eu?’ (jnana marga ou caminho do conhecimento) ou se entregue (bhakti marga ou caminho da de-voção)”.

Apesar da simplicidade do ca-minho da autoinvestigação, através da pergunta “quem sou eu?”, pro-posto pelo Mestre, o homem, pelas vasanas, tendências acumuladas e

enraizadas através dos diversos nas-cimentos e mortes, tem dificuldade em se desvencilhar da falsa noção de que “eu sou esse corpo e Deus é outro, separado e inalcançável”. Embora simples, o caminho para o Despertar exige esforço ininterrupto, mesmo durante os afazeres da ativi-dade humana, na prática do “quem sou eu?”.

Quanto ao caminho da entrega, Bhagavan, certa vez, explicou a um devoto: “Se a pessoa se entregar completamente, não sobrará nin-guém para fazer perguntas ou para

ser levado em consideração”.

Do livro “Os Ensinamentos de Ramana Maharshi em Suas Próprias Palavras”, de Arthur Osborne.

Próxima palestra

Tema: Ramayana

Palestrante: Sita Ram

Data: 25 de fevereiro, às 19h

Por Guilherme Lemos

Daqui a três meses A Luz no Caminho fará 40 anos. Estamos cada vez mais perto do dia 3 de maio de 2012. Criamos quatro comissões para melhor organização deste evento em busca da divulgação da filosofia do Mestre e da consecução de um pro-jeto social, a Casa de Ramana.

As comissões são: Divulgação, Ar-rumação Física, Identidade Visual e Captação de Recursos. A partir de 13 de fevereiro, as equipes começarão o trabalho. Só mesmo um “time” de pessoas sob a direção de Ramana pode fazer com que os 40 anos se tornem um marco.

Marco que significa correção de rumo, com um caminho direto para o Mestre, sem retrocessos ou inde-cisões, com devoção e comprome-timento. Todos estão convidados a

Daqui a três mesesPor Marcos Garcia

Editorial

entrar neste “trem” que nos conduz a “estações” que já passamos (boas lembranças), a revermos pessoas que forjaram os alicerces da Casa (bons ensinamentos), a conhecermos vidas em que a figura do Mestre foi es-sencial e marcante (bons exemplos).

O “trem” não para nunca, sem-pre busca novos “viajantes”, mas o destino não muda. A parada mais importante é na “montanha sagrada” onde “bons olhos” revelam a verda-deira Luz no Caminho. A “estação” e as “portas” estão abertas, o custo do ingresso é a total entrega.

Creio que os versos ao lado mos-tram como foi o início da viagem em direção ao Monte Arunachala, com a construção da estação “A Luz no Caminho”.

Embalados no silêncio,

Iluminados por um olhar,

Na busca do Ser em Si,

Começaram a sonhar.

Até que um dia, uma senhora,

Junto com amigos na fé,

Foi colocando os tijolos

Até erguer o que esta Casa é.

E vieram mãos de cura,

Orientada por instrutores.

Há tantas testemunhas pelas graças,

Pelo alívio de tantas dores.

E por orientação divina

Os sonhos virarão planos.

Somos mais que capazes,

Pois só temos 40 anos.

O Encontrofevereiro, 2012

03Agenda

Mah

ashi

vara

triPor Vera Carolina de Mello C

onta a lenda que Shi-va e Parvati estavam em sua morada, no topo do Monte Kailasa, quando

ela perguntou ao amado: “Ó Ve-nerável Senhor! De todos os ritu-ais observados (praticados) em sua honra, qual o que mais lhe agra-da?”

O Senhor respondeu: “A 14ª noite da lua nova, durante o mês de Phalgun (fevereiro/ março) é o meu favorito. Meus devotos me dão mais alegria pelo simples je-jum que praticam do que pelos banhos cerimoniais e a oferenda de flores, frutas e incensos. O dia todo é passado aos pés do Senhor e vigilância constante é imposta à mente.”

Este ano, o Mahashivaratri cairá no dia 20 de fevereiro.

Em muitos ashrams da Índia, ele é assim comemorado:

• Todos os devotos jejuam o dia inteiro; alguns sequer bebem uma simples gota de água;

• Um grande havan acontece pela paz e bem estar de todos;

• Durante todo o dia é cantado o japa “Om Namah Shivaya” e medi-ta-se na grandeza do Senhor Shiva;

• O mesmo acontece à noite.

E oferecem ao Senhor Shiva esta devoção: “Eu reverencio a joia do meu Ser, Shiva, que reside no lótus do meu coração. Eu o banho com a água do meu Ser puro, trazida do rio da fé e da devoção – e espero não ser necessário que eu nasça outra vez neste mundo.”

my.opera.com/batagovind

04

O Encontro fevereiro, 2012

Shiva, Senhor da Piedade Por Vera Carolina de Mello

- Ó Senhor da Piedade! - quei-xou-se tristemente Takshaka, o rei das serpentes. - Ninguém nos quer! Homens e ani-mais procuram sempre nos matar! Não há em todo o rei-no deste mun-do, criatura mais desditosa que o réptil...

E Shiva, com in-finito amor, alçou vá-rias delas e lhes disse: - Como ninguém vos ama, dar-vos-ei meu coração e proteger-vos-ei com todo zelo.

E assim o fez. Para que ninguém as atacas-se, acolheu-as junto de Si. Timidamente, algumas se enroscaram em seus braços, outras em seu pescoço e cabeça. Desde aqueles re-motos tempos, pintores e escultores vêm fazen-do quadros e estátuas do deus Shiva e suas serpentes.

Muitos procuram um estranho simbolismo neste fato, cujo verdadeiro signi-ficado é o infinito amor que Shiva prodigaliza aos desam-parados. Entre esses, também está o homem. O Senhor da Misericórdia dá abrigo àqueles que o mundo rejeita, pois sabe que o Deus Desconhecido de-positou sua essência em todas as criaturas, ainda que sejam, na aparência, decrépitas ou mentalmente aleijadas. Eis porque também ama os

maus. - Logo serão perfeitos - diz, suspirando. - Chegarão a descobrir-se e ser realmente o que são, isto é, filhos de nosso Pai Celeste. Assim, Shi-

va vai de era em era, de cultu-

ra em cultura, ensinando às almas o caminho de retorno à Morada Eterna.

Símbolos

hariharji.blogspot.com

O Encontrofevereiro, 2012

05Filosofia

Sri Bhagavan autorizou muitos métodos diferentes. Entretanto, Ele colocava maior ênfase na autoin-quirição, e a recomendava constan-temente. A autoinquirição (atma vi-chara), através da pergunta “quem sou eu?”, não é um método novo. Na verdade, sendo o método mais direto de todos, deve também ser o método mais antigo.

Todavia, nos tempos antigos, este era um caminho reservado aos poucos que heroicamente se retira-vam do mundo e viviam na solidão, dedicando seu tempo unicamente à meditação. Nos tempos modernos, como é de se esperar, esse méto-do se tornou cada vez mais raro. O que Ramana Maharshi fez foi restabelecê-lo de uma forma nova, combinado com o caminho da ação (karma marga), de tal forma que ele pudesse ser usado nas condições do mundo moderno.

Como não requer nenhuma ritu-alística, ele é o método ideal para as necessidades contemporâneas. E, mesmo assim, ele não foi enfraque-cido nem diluído por ter sido adap-tado às condições da vida moderna, mas permanece central e direto.

A autoinquirição o leva direta-mente à autorrealização, pois remo-ve os obstáculos que fazem você acreditar que o Eu Real ainda não foi alcançado. A diferença entre a meditação e a autoinquirição é que a primeira requer um objeto sobre o qual se foca a atenção, enquan-to na outra há apenas o sujeito e nenhum objeto. Seguem algumas perguntas feitas por devotos e as respostas concedidas por Bhagavan.

D.: Quando me pergunto: “quem sou eu?”, vem a resposta: “eu não

sou esse corpo mortal, mas sim a consciência, o Eu Real.” Então outro pensamento surge repentinamente: “por que o Eu Real se manifestou?” Em outras palavras, “porque Deus criou o mundo?”

B.: A investigação “quem sou eu?” significa encontrar a fonte do ego ou pensamento-eu. Então, você não deve ocupar a mente com ou-tros pensamentos, tais como “eu não sou o corpo”. Buscar a fonte do “eu” é um meio de se livrar dos outros pensamentos. Você não deve deixar nenhum espaço para os outros pensamentos tais como você os mencionou, mas apenas manter toda a mente fixada na fonte do pensamento “eu”. Toda vez que um pensamento lhe distrair dessa “auto-atenção”, você deve perguntar: “para quem surgiu esse pensamento?”; e, descobrindo que foi para mim, deve retornar ao pensamento “eu” per-guntando: “quem sou eu e de onde eu venho?”

D.: Quando tento meditar, os ou-tros pensamentos surgem com mais força do que o normal.

B.: Sim, todos os tipos de pen-samento surgem na meditação. Isso é assim mesmo. Tudo que estava oculto em você é trazido à tona. Se não fosse assim, como estes pen-samentos poderão ser dissolvidos? Os pensamentos surgem esponta-neamente apenas para serem extin-tos no momento certo. Com isso, a mente vai se fortalecendo.

D.: Eu devo me concentrar no pensamento “‘quem sou eu?”

B.: Você deve se concentrar in-teriormente e ver de onde surge o pensamento “eu”. Ao invés de voltar-se para fora, volte-se para

dentro e veja onde surge o pensa-mento “eu”.

D.: E o Bhagavan diz que se eu vir isso realizarei o Eu Superior?

B.: Não existe o “realizar o Eu Superior”. Como é possível realizar ou “tornar real” aquilo que já é real? As pessoas “realizam” ou en-caram como real o que é irreal e tudo o que precisam é desistir de fazer isso. Quando você fizer isso, você permanecerá como (realmente) é e sempre foi, e o Real será Real. Todas as religiões e sua práticas surgiram apenas para ajudar as pes-soas a desistirem de ver o irreal como real.

Do livro “Os Ensinamentos de Ramana Maharshi em Suas Próprias Palavras”, de Arthur Osborne. Tradução de Niraj.

Ramana–Arunachala–Shiva

E o Senhor da Piedade, Shiva, se fez carne para atender a necessida-de da humanidade.

Ramana-Arunachala-Shiva veio para colocar ao nosso alcance o que antes estava reservado a pou-cos, o que não era disponível aos mais simples. Veio nos trazer a “po-derosa arma” da atma vichara, para nos libertar das amarras do egoísmo e da tirania da mente. Veio mos-trar o caminho para que o homem possa descobrir-se e ser realmente o que é!

Om Namah Shivaya

Om Namah Shivaya

Om Namo Bhagavate Sri Ramanaya

Ser realmente o que é

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O Encontro fevereiro, 2012

A Luz no Caminho - Associação Espiritualista | Rua Maxwell, 145 - Vila Isabel - Rio de Janeiro, RJ - CEP 20541-100 | (21) 2208 5196 | Horário de funcionamento (inclusive dias santos e feriados): segundas e quartas, das 14h30 às 20h30 - terças e quintas, das 14h30 às 21h00 - sábados, das 14h00 às 20h00 | Mais informações no site: www.aluznocaminho.org.br | Site da Casa de Ramana: www.casaderamana.org.br | Notícias da Casa: www.casaderamana.blogspot.com

Por Luzia Scarpati

Irmanados em torno do MestreNossa História

Maharshi foi e é um grande Pai. Eu o conheci através da dor física e permaneci pela gratidão e doação.

Conviver com mãe Daura foi para mim o maior aprendizado. Lembro da beleza dos atendimentos das análises e de cada irmão instrumen-to com quem convivi e das reuni-ões de que participei com a Dona da Casa (Vera Carolina de Mello). Guardo no meu coração todas essas boas lembranças.

O tempo foi passando e os jo-vens chegando, por que não juntá-los em reunião? Criou-se os “Jovens de Ramana”. Doação e muito amor em servir na assistência aos irmãos

menos favorecidos e na causa maior: o amor a Ramana, nosso Mestre.

Ser presidente da Casa, para mim, foi o maior desafio. No primei-ro ano, mãe Daura cumpriu. E só os dois últimos anos que assumi, com amor, dedicação e humildade, junto a uma Diretoria que desejava um só lema: trabalhar, doar e ser fiel aos desígnios de Ramana.

Sim, lembranças ficaram e são guardadas apesar do tempo e do agora. Tenho certeza de que o lega-do das mulheres presidentes foi de grande amor, de grande força e de grande importância no caminho para receber os homens presidentes.

Que Ramana esteja sempre co-nosco, e Ele está, onde estivermos. Paz e bem a todos.

Campanha da felicidadeEm 1978, a presidente-fundadora

de A Luz no Caminho, Daura Fran-ça, propôs à Diretoria que lhe fos-se concedida a honra de dinamizar uma campanha para a construção da Casa de Ramana, para abrigar anciãs carentes. Ela recebeu o nome de “Campanha da Felicidade”.

A dificuldade em encontrar um local que facultasse a sua realiza-ção os levou à deliberação da re-alização de obras de ampliação do imóvel da Rua Maxwell, 145. Mas, em pouco tempo, a instituição já estava novamente pequena, tendo em vista a expansão do Departa-

Casa de Ramana

mento de Assistência Social. Em 1983, a partir de uma orientação, foi adquirida a casa da Rua Maxwell, 412 – A. Em 1989, houve a compra de outra, menor, à Rua Conde de Bonfim, 1088, nº 11, para que, fu-turamente, fossem as duas vendidas para aquisição da Casa de Ramana. Em 1993, com a venda de ambas, a associação adquiriu imóvel maior, capaz de abrigar suas atividades de assistência social.

Em agosto daquele ano, o Con-selho Nacional de Seviço Social ex-pediu resolução que obrigava tem-plos e igrejas a separarem de si

as atividades de assistência social, dando-lhes personalidade jurídica própria. Em novembro, em reu-nião de Diretoria, Daura referiu-se ao décimo canto do Ramana Gita, que fala sobre a sociedade. Logo após, exortou a todos no sentido de união e, visando cumprir a lei, foi criada a Casa de Ramana – Socieda-de Beneficente de Auxílio a Anciãos, que tinha A Luz no Caminho como mantenedora.

Esse texto foi resumido do livro “Nossa História”, de Vera Carolina de Mello. Continuaremos a contar a história da Casa de Ramana nas próximas edições de O Encontro.