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1 NÚCLEO ESTADUAL DE JOVENS E ADULTOS-CULTURA POPULAR CONSTRUINDO UM NOVO MUNDO APOSTILA DE PORTUGUÊS ENSINO MÉDIO MÓDULO 07 PROFª: ELAINE MARIA EITELWEIN

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1

NÚCLEO ESTADUAL DE JOVENS E ADULTOS-CULTURA POPULAR

CONSTRUINDO UM NOVO MUNDO

APOSTILA DE PORTUGUÊS

ENSINO MÉDIO

MÓDULO 07

PROFª: ELAINE MARIA EITELWEIN

2

LÍNGUA

Gosto de sentir a minha língua roçar

A língua de Luís de Camões.

Gosto de ser e de estar

E quero me dedicar

A criar confusões de prosódia

E uma profusão de paródias

Que encurtem dores

E furtem cores como camaleões.

Gosto do Pessoa na pessoa

Da rosa no Rosa,

E sei que a poesia está para a prosa

Assim como o amor está para a amizade.

E que há de negar que esta lhe é superior?

E deixa os portugais morrerem à míngua

“Minha pátria é minha língua”

-Fala Mangueira!

Flor do Lácio Sambódromo

Lusamérica Latim em pó

O que quer

O que pode

Esta língua?

( Caetano Veloso. Velô, 1984 )

A LÍNGUA

Para falarmos e sermos compreendidos, para interagirmos com outras pessoas por

meio de palavras, precisamos ter domínio de uma língua. Entretanto, para falar uma língua,

não basta conhecer seu vocabulário, é preciso também ter domínio de suas leis

combinatórias. Nós podemos, por exemplo, conhecer o sentido de cada uma das palavras

desta frase:

Os iguais parecem dias todos

Esta frase, porém, nada significa para nós, porque nela não foram respeitadas as leis

de combinação das palavras. Observe como a frase ganha sentido, se combinarmos as

palavras desta forma:

Todos os dias parecem iguais.

Assim: língua é um tipo de código formado por palavras e leis combinatórias por

meio do qual as pessoas de uma comunidade comunicam-se e interagem entre si.

Além da palavra (oral ou escrita) e gestos, são também códigos os sinais de trânsito,

os símbolos, o código Morse, etc. A Língua Portuguesa, por exemplo, é o código mais

utilizado em nosso país para situações de comunicação. O código é uma convenção estabelecida por um grupo de pessoas ou por toda a

comunidade, e o número de sinais que o formam é limitado e só varia por meio de acordo entre os

usuários do código.

3

A fala, os gestos, os desenhos, a pintura, a música, a dança, o código Morse, o

código de trânsito, o código dos surdos, tudo é linguagem.

AS VARIEDADES LINGUÍSTICAS

Cada um de nós começa a aprender sua língua em casa, em contato com a família,

imitando o que ouve e apropriando-se, aos poucos, do vocabulário e das leis combinatórias

da língua. Nós vamos, também, treinando nosso aparelho fonador (a língua, os lábios, os

dentes, os maxilares, as cordas vocais) para produzir sons que se transformem em palavras,

em frases eem textos inteiros.

Em contato com outras pessoas, na rua, na escola, no trabalho, observamos que

nem todos falam como nós. Há pessoas que falam de modo diferente por serem de outras

cidades ou regiões do país, ou por terem idade diferente da nossa, ou por fazerem parte de

outro grupo ou classe social. Essas diferenças no uso da língua constituem as variedades

linguísticas.

Todas as variedades lingüísticas são corretas, desde que cumpram com eficiência

o papel fundamental de uma língua – o de permitir a interação verbal entre as

pessoas.

Exemplos de variedades linguísticas:

1)A língua como expressão de uma identidade grupal:

Publicado em Comunicação, Gírias e expressões, Rato de Sebo, Tiras

2)As gírias:

4

3)As regionalidades:

Este exemplo procura reproduzir o jeito como supostamente se fala em certas

regiões de Minas Gerais:

Causo de mineirim

Sapassado era sessetembro, taveu na cuzinhatomano uma picumel e

cuzinhano um kidicarnecumastumate pra fazer uma macarronada cum

galinhassada. Quascaídessustoquanduvi um baruividedenduforno,

parecenumtidiguerra. A receita mandopômidipipocadenda galinha prassá. O forno

isquentô, o mistorô e o fiofó da galinhispludiu! Nossinhora! Fiquei branco quinein

um lidileite. Foi um trem doidimais! Quascaídendapia! Fiqueisemsabêdoncovim,

pronconvôoncotô. Oiprocevêquelocura! Grazadeus ninguém semaxucô!

(http://bacaninha.cidadeinternet.com.br/home/mensagens/engraçadas)

4)Os estrangeirismos: neste texto a base é a língua portuguesa, mas o autor, Cunha lima,

inseriu palavras em inglês para descrever uma passagem da vida cotidiana de uma pessoa

mais madura, de classe média alta, que mora em alguma cidade grande:

Dos grafiteiros: Dos surfistas:

Bomber: grafiteiro que ataca ilegalmente. Aê: saudação.

King: bom grafiteiro, admirado. Beate: meninas de praia.

Tag: assinatura de grafiteiro. Flat: mar sem ondas.

Fui ao freezer, abri uma coca diet; e sai cantarolando um jingle,

enquanto ligava meu disc player para ouvir uma música new age.

Precisava de um relax. Meu check-up indicava stress. Dei um time e fui

ler um best-seller no living do meu flat. Desci ao playgrond; depois fui fazer

um cooper. Na rua, vi novos outdoors e revi velhos amigos do footing. Um

deles comunicou-meaquisição de uma nova maison, com quatro suítes e até

convidou-me para o open house. Marcamos, inclusive, um happy hour.

Tomaríamos um drink, um scotch, de preferência onthe rocks. O barman,

muito chic, parecia um lordinglês. Perguntou-me se eu conhecia o novo point

society da cidade: Times Square, ali na Gilberto Salomão, que fica perto do

Caf,da La Bosque e do Baby Beef, com serviçoala carte...

LIMA, Ronaldo Cunha. Novo Milênio: a língua portuguesa e os anglicismos.

5

O PORTUGUÊS BRASILEIRO: ENCONTRO DE DIFERENTES FALARES

Com a chegada dos portugueses ao Brasil em 1500, o surgimento de novos falares

foi inevitável: indígenas e posteriormente africanos passaram a falar a língua portuguesa,

que, por sua vez, adquiriu novas expressões e vocábulos trazidos por esses povos.

Há aproximadamente 20 mil vocábulos de origem tupi que constam em dicionários.

Observe as expressões nos textos a seguir:

Texto 01:

“reparando bem, todo o mundo tem pereba, só a bailarina que não tem”, diz uma

canção de Chico Buarque de Holanda. Pereba, do tupi, significa, ferida.

“Pare este nhenhenhém”. A expressão vem do ver nhe’eng(falar, piar) e significa

pare de falar sem parar, de resmungar.

O velho jogo de peteca, que é um pequeno saco cheio de areia ou serragem sobre o

qual se prendem penas de aves, tem esse nome devido ao verbo petek – golpear ou bater

com a mão espalmada. É com a palma da mão que se joga o brinquedo.

“Velha coroca” é uma velha resmungona. O termo nasceu do verbo kuruk, que

significa resmungar. –modificou-se ligeiramente. Em Português, cutucar é tocar com a mão

ou o pé.

“Estar jururu” é estar melancólico, tristonho, cabisbaixo. O termo indígena aruru,

de onde surgiu a palavra, tem o mesmo significado.

Várias palavras mantiveram pronúncia e significado praticamente originais:

mingau(papa preparada geralmente com farinha de mandioca), capim, mirim(que significa

pequeno) e socar(do verbo sok, com mesmo significado).

( NAVARRO, Eduardo de Almeida. Método moderno de tupi antigo. São Paulo: Globo, 2006.)

Texto 02:

6

Você sabia? História da língua portuguesa

Você sabia... Qual a extensão da influência africana no português brasileiro? Por

quase 300 anos, o Brasil recebeu milhares e milhares de africanos, aqui trazidos como

escravos para o trabalho rural ou na mineração. Vieram negros de praticamente toda a

África, mas deles destacam-se dois grandes grupos: o guineano-sedanês e o banto. Esses

povos falavam muitas línguas, das quais quatro exerceram razoável influência na nossa. Do

primeiro grupo, podemos mencionar o ioruba ou nagô (Nigéria) e o eue ou jeje(Benin).

Do segundo, o quimbundo (Angola) e o quicongo (Congo).

Uma série extensa de palavras oriundas dessas línguas incorporou-se ao nosso

léxico, especialmente as relativas a:

Divindades, conceitos e práticas religiosas: Oxalá, Ogum, macumba, axé, mandinga;

Comidas e bebidas: quitute, vatapá, acarajé, caruru, farofa, canjica e, possivelmente,

cachaça;

Topônimos: nomes de lugares: Caxambu, Bangu, cacimba, quilombo, senzala;

Roupas, danças e instrumentos musicais: tanga, miçanga, samba, maxixe, berimbau;

Animais, plantas e frutos: camundongo, marimbondo, dendê, jiló, quiabo;

Deformidades, doenças, partes do corpo: cacunda, capenga, calombo, caxumba,

banguela, bunda.(...)

Enquanto a maioria dessas palavras entrou há muito tempo em nossa língua, uma

outra é de chegada mais recente: rastafári, em que o elemento de origem árabe rasé título

de chefe etíope( da Etiópia). Designa tipo de penteado muito em moda nos últimos tempos

no Brasil.

A África continua inspirando...(...)

HERNANDES, Paulo. Você sabia?

www.paulohernandes.pro.br/vocesabia/indice.html

LÍNGUAS QUE MORREM

7

Diz-se que uma língua “é morta” quando já não é mais falada por mais nenhum

povo. O latim, por exemplo, do qual se originou a língua portuguesa e outras tantas,

atualmente é uma língua morta, embora ainda seja estudada. O problema que envolve a

morte de uma língua é que muitos conhecimentos e uma cultura inteira também ficam

ameaçadas de extinção.

Leia a notícia a seguir, que faz referência à extinção de línguas indígenas no Brasil:

Xetá e Xipaia, no Brasil, têm um falante cada

Algumas línguas indígenas estão literalmente à beira da extinção no Brasil

porque as poucas pessoas que as falam simplesmente não têm para quem transmitir o

conhecimento. No Paraná há só um falante da língua do povo xetá. “Ele é um solteirão,

que dificilmente vai passar sua cultura pra frente”, conta Aryon Rodrigues, do

laboratório de Línguas indígenas da Universidade de Brasília. Segundo o pesquisador,

o caso se repete na região da Altamira, no Pará, onde somente uma mulher xipaia fala a

língua de seu povo. No mesmo local, entre os curuaia, vivem somente dois falantes. “A

situação aqui é muito ruim”, diz.

Folha de São Paulo, 20 de set. 2007

Aplicando os conhecimentos: ( ENEM 2010)

Riqueza Ameaçada

Boa parte dos 180 idiomas sobreviventes está ameaçada de extinção – mais da

metade (110) é falada por menos de 500 pessoas. No passado, era comum pessoas serem

amarradas em árvores quando se expressavam em suas línguas, lembra o cacique

Felisberto Kokama, um analfabeto para seus padrões e um guardião da pureza de seu

idioma( caracterizado por uma diferença marcante entre a fala masculina e feminina), lá no

Amazonas, no Alto Solimões. Outro Kokama, o professor Leonel, da região de santo

Antônio do Iça (AM), mostra o problema atual: “Nosso povo se rendeu às pessoas brancas

pelas dificuldades de sobrevivência. O contato com a língua portuguesa foi exterminando e

dificultando a prática da nossa língua. Há poucos falantes, e, com vergonha de falar. A

língua é muito preconceituada entre nós mesmos”.

(Revista Língua Portuguesa. São Paulo: segmentos, n. 26, 2007.)

Sobre o texto:

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1) O desaparecimento gradual ou abrupto de partes importantes do patrimônio

linguístico e cultural do país possui causas variadas. Segundo o professor Leonel, da região

de santo Antônio do Iça (AM), os idiomas indígenas sobreviventes estão ameaçados de

extinção devido ao:

(a) Medo que as pessoas tinham de serem castigadas por falarem a sua língua.

(b) Número reduzido de índios que continuam falando entre si nas suas reservas.

(c) Contato com falantes de outras línguas e imposição de um outro idioma.

(d) Desaparecimento das reservas indígenas em decorrência da influência do branco.

(e) Descaso dos governantes em preservar esse patrimônio cultural brasileiro.

As variedades lingüísticas: variedade padrão e variedade não padrão

*Variedade padrão: é a variedade linguística de maior prestígio social.

*Variedade não padrão: são todas as variedades linguísticas diferentes da língua padrão.

Linguagem verbal: a unidade básica é a palavra (falada ou escrita).

Linguagem não verbal: possui outro tipo de unidade: gestos, mímica, música, dança,

fotografia, imagem, etc.

Linguagem verbal: 1º quadrinho da tirinha acima.

Linguagem não verbal: 2º, 3º e 4º quadrinhos da tirinha acima.

LINGUAGEM VERBAL E LINGUAGEM NÃO VERBAL

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Linguagem não-verbal: todos os quadrinhos da tirinha acima.

SEMÂNTICA

As palavras têm sentidos que podem variar, dependendo do contexto em que são

empregadas. É o caso, por exemplo, do verbo passar, que pode assumir diversos sentidos,

dependendo do contexto em que está inserido. Esse e outros aspectos das palavras

relacionadas ao sentido são estudados pela semântica.

Alguns dos aspectos tratados pela semântica são: sinonímia e antonímia.

Sinônimia: observe a frase: “Somente um pescador de nome Almon – um homem velho e

solitário – permaneceu na aldeia” é possível substituir o verbo permanecer por ficar sem

que haja uma alteração de sentido significativa.

Quando em contextos diferentes uma palavra pode ser substituída por outra,

dizemos que as duas são sinônimas.

Sabe-se, entretanto, que não existem sinônimos perfeitos. Veja, no texto

a seguir, a opinião do poeta Mário Quintana sobre este assunto:

SINÔNIMOS?

Esses que pensam que

Existem sinônimos,

Desconfio que não sabem distinguir

As diferentes nuaças de uma cor.

Mário Quintana. Caderno H. São Paulo: Globo.

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ANTÔNIMOS: são palavras de sentidos contrários entre si.

Observe a frase:

“À noite o silêncio negro e denso era ainda mais profundo do que durante o dia.”

O narrador emprega duas palavras que se opõem quanto ao sentido: NOITE e DIA

- por isso, são antônimas.

NOSSOS AUTORES, NOSSA LÍNGUA:

Ai! Se Sêsse!

Se um dia nós se gostasse;

Se um dia nós se queresse;

Se nós dos se impariásse,

Se juntinho nós dois vivesse!

Se juntinho nós dois morasse

Se juntinho nós dois drumisse;

Se juntinho nós dois morresse!

Se pro céu nós assubisse?

Mas porém, se acontecesse

qui São Pêdo não abrisse

as portas do céu e fosse,

tedizêquarquétoulíce?

E se eu me arriminasse

e tu cum insistisse,

práqui eu me arrezorvesse

e a minha faca puxasse,

e o buxo do céu furasse?…

Tarvezqui nós dois ficasse

tarvezqui nós dois caísse

e o céu furado arriasse

e as virgetôdas fugisse!!!

SILVA, Severino de Andrade. “Ai! Se sêsse!...

Compreensão textual:

1) Depois de ler ou ouvir o poema, sua hipótese sobre o título se confirmou?

2) Qual é a questão abordada pelo poeta?

3) Observe a última palavra de cada verso. O que elas têm em comum?

4) Por que você acha que o poeta iniciou os oito versos do poema com a expressão

“se”?

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Análise Linguística:

1)Observe as expressões: “impariasse”, “nós dois vivesse”, “nós assubisse”, “qui são

Pêdo”, “têdizêquarquétoulice”. É possível afirmar que essas expressões não estão

registradas na norma-padrão? Por quê?

2)No poema, há duas palavras que não são usadas em nosso cotidiano. “impariasse e

arrimasse”. Considerando a leitura do poema de Zé da Luz, o que você supõe que elas

signifiquem?

3)Você já deve ter percebido que, muitas vezes, as palvras aparecem no dicionário de

forma diferente daquela que encontramos no texto. No caso dos termos “empariasse” e

“arriminasse’, como você acha que elas estão registradas no dicionário|? Mas fique

atento: é comum dizer “chuver” para o verbo “chover”. Para consultar o termo no

dicionário, você precisará procurar “chover”. Como você acha que deverá procurar as

express~pes correspondentes a “impariasse” e “arrimiasse’?

4)Se o título do poema estivesse registrado na norma-padrão, como seria?

CIÊNCIAS, IMPRENSA E LITERATURA: modos de explicar o mundo.

Leia o texto jornalístico de divulgação científica a seguir:

A estação de satélites científicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)

já está recebendo dados do telescópio orbital Corot. A missão tem como objetivo

procurar planetas semelhantes à terra(Pequenos e rochosos) fora do sistema solar.

A base brasileira em Alcântara(Maranhão) é uma das três que recebem sinais da

sonda, e está captando dados desde o dia 12, informou o INPE em comunicado. O

telescópio havia sido colocado em órbita em 27 de dezembro.

A estação de Alcântara foi um dos motivos que permitiram ao Brasil fechar o acordo

com a França – país que lidera a missão Corot – para entrar no projeto., Os franceses

bancaram 70% da construção da sonda, cujo software de funcionamento foi elaborado

com a participação dos brasileiros.

Os grandes diferenciais da Corot em relação a outros telescópios são sua precisão

para medir a intensidade do brilho das estrelas e sua capacidade de observar na mesma

direção do céu por longos períodos. Oito universidades brasileiras estão envolvidas em

pesquisas que vão analisar dados da sonda.

Folha de S. Paulo. Caderno Ciências. São Paulo, 29 jan. 2007.

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Agora, reflita sobre o funcionamento do texto jornalístico de divulgação

científica, respondendo às questões abaixo:

1) Localize o nome do jornal e o nome da seção em que essa foi publicada.

3) Qual foi o principal fato que motivou a notícia?

4) De acordo com o que você pôde observar, que características essa notícia de

divulgação científica apresenta, quanto ao tamanho(desenvolvimento), linguagem,

público a que se destina e objetivos?

Análise linguística:

“A base brasileira em Alcântara (Maranhão) é uma das três que recebem sinais

da sonda, e está captando dados desde o dia 12, informou o INPE em comunicado.

O telescópio havia sido colocado em órbita em 27 de dezembro.”

a) Que expressão substituiu “sonda”?

b) Indique uma razão para essa substituição.

c) O que leva o autor a concluir que se trata do mesmo objeto?

Artigos são palavras que podem variar quanto ao gênero(indicar feminino ou

masculino) e também quanto ao número(indicar singular ou plural). Os artigos são

palavras que acompanham o substantivo, determinando-os de modo preciso(artigos

definidos: o, os. a, as) ou vago(artigos indefinidos: um, uns, uma, umas).

Artigo definido: exemplo: A França lidera a missão Corot.

Artigo indefinido: Um planeta semelhante à Terra foi detectado.

d) Que mudanças de sentido o trecho sofreria se fosse escrito da seguinte maneira?

A base em Alcântara(Maranhão) é uma das três que recebem sinais da sonda,

e está captando dados desde o dia 12, informou o INPE em comunicado. Um

telescópio havia sido colocado em órbita em 27 de dezembro.

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Observe outra forma de analisar o tema: “exploração do espaço sideral”

Espaço Sideral

o que me diz

dos planetas,

dos anéis de saturno,

e da origem dos rios,

que aqui reúno.

o que me diz

de mercúrio,

de seu brilho escuro?

de marte

de sua superfície escarlate,

do mistério,

espalhado por toda parte.

o que me diz

de júpiter.

da lua

que atravessa olhares.

o que me diz

das nebulosas,

que fazem da terráquea existência

poeira e gás:

não origem, não fim,

que não há.

o que me diz

de plutão,

afastado do sol

como qualquer

compreensão.

tudo existe.

homem, morte,

vida real.

que tudo se explique,

será só eclipse

no espaço sideral.

(In: BONVICINO, Régis. 33 poemas. São

Paulo: Iluminuras: Secretaria de Estado da

Cultura, 1990)

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GÊNEROS TEXTUAIS

Podemos dizer que os gêneros textuais são as diferentes formas em que se

apresentam os textos narrativos, expositivos, argumentativos, etc. Por exemplo, quando

falamos de narrativas ficcionais, pensamos em diversos gêneros: fábulas, as lendas, os

mitos, os contos, as novelas, os romances, entre outros. O mesmo acontece com os

textos argumentativos; há o editorial, o artigo de opinião, etc.

Compare as mensagens do poema com a da notícia sobre a sonda Carot.

Depois classifique as características relacionadas a seguir, de acordo com o gênero

textual a que pertencem. Utilize N para notícia e P para o poema.

Características

Notícia / poema

Critica a pretensão humana de

desvendar os mistérios do espaço.

Apresenta linguagem objetiva.

Crê no sucesso das buscas espaciais.

Considera os mistérios que cercam o ser

humano complexos e de difícil

explicação.

Apresenta linguagem subjetiva.

Apresenta sentido figurado.

Apresenta sentido literal.

Expressa sentimentos e pessoalidade.

Expressa fatos e informações

organizadas de modo impessoal.

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O filho feito sem pecado

Uma moça deu à luz uma criança e mandou educar longe da cidade em que

morava. Para que ninguém soubesse jamais de sua culpa. O menino cresceu. Fez-se

homem e veio visitar a cidade, justamente onde sua mãe vivia. O rapaz viu-a,

enamorou-se dela e se casou. Meses depois, descansando o marido no colo da mulher,

reparou esta numa medalha de ouro, com a efígie de Nossa senhora da conceição,

lembrança que pusera ao pescoço do filhinho ao separar-se dele. Sentido-se criminosa e

não querendo prolongar aquela união sacrílega, contou sua história ao esposo que era,

sem saber, seu filho. Este partiu imediatamente para longe e não mais enviou notícias.

Depois nascia o filho, batizado com o nome de Tomé, e a mãe anunciou dar um

grande prêmio a quem decifrasse o enigma que apresentaria. Não acertando, pagaria

uma multa. A mulher educou o seu filho como um príncipe, foi muito feliz e morreu

rica porque ninguém conseguiu decifrar o enigma, que era assim:

Meu filho Tomé

Que muito me é!

É filho do meu filho

Irmão do meu marido

É meu neto e meu cunhado,

Filho feito sem pecado.

(CASCUDO, Luís da Câmara. Contos tradicionais do Brasil.Adaptação de Luísa freire. São

Paulo: Globo, 2003).

Observe que, além do enigma, o conto apresenta dois parágrafos. Releia cada um

deles e, a seguir, complete o quadro com as informações que estão faltando:

fatos personagens Principais ações

Situação inicial Uma moça tem um

filho e envia para

ser criado em outra

cidade. Um dia o

filho visita a

cidade, apaixona-se

pela mãe e casa-se

com ela.

-Deu à luz

-Mandou educar

longe

-Menino cresceu e

veio visitar a cidade

-Rapaz casou com a

moça.

O conflito

- moça (mãe e

esposa)

- filho (também

marido)

Sequência final

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Estrutura básica da narrativa ficcional e tipos de narrador:

Observe que, no primeiro parágrafo desse conto, há dois momentos. O parágrafo

começa com apresentação dos elementos que compõem a história, a situação inicial. Em

seguida, o narrador apresenta o conflito e seu desenvolvimento. O segundo parágrafo é

a sequência final. Temos, com isso, a estrutura básica da narrativa ficcional.

Situação Inicial: a definição ou indicação de tempo, espaço, das personagens e a

questão que será abordada.

Conflito: a questão em torno da qual estão reunidas as personagens; é a resolução do

conflito que justifica e movimenta a trama da narrativa ficcional, O clímax é o ponto

mais intenso do conflito.

Sequência Final: o desenlace é quando o leitor descobre como o conflito foi resolvido

na trama. Nem sempre a história termina com uma resposta explícita ao conflito, mas

sempre uma elaboração da questão abordada na trama.

Perceba que a história que você leu é contada por alguém: o narrador.

Dizemos que um narrador pode contar em1ª ou 3ª pessoa. Se narra em 1ª pessoa,

ele participa da história. Se ele é onisciente ou observador, o texto é narrado na 3ª

pessoa. Onisciente é o narrador que sabe tudo o que aconteceu e o que vai acontecer

com as personagens.

Observador é o narrador que se comporta como uma câmera que filma tudo o que

acontece, sem saber o que a personagem está pensando.

SABEGO, Vera. Projeto incentivo à leitura. São Paulo: natura, 2006. P, 99

No conto de Câmara Cascudo, temos um narrador em 3ª pessoa.

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Folha em branco

Milhares de estudantes que enfrentam neste final de semana o Exame Nacional

do Ensino Médio (Enem) estarão amanhã diante de um dos terrores da vida escolar: a

folha em branco. Naquele espaço fatídico ( não usem esta palavra, por favor), eles terão

que fazer uma redação de próprio punho para provar que sabem se comunicar por

escrito em bom português e que são capazes de se posicionar sobre a realidade que os

cerca. Na condição de quem se vê diariamente confrontado com esse desafio, por dever

de ofício, me atrevo a deixar duas ou três sugestões para a garotada nesta crônica

sabatina.

A primeira delas é resposta que sempre dou quando um jovem vem me dizer que

não sabe nem como começar um texto:

-Conte para um amigo! – respondo.

Um truque elementar para destravar o cérebro é a gente escrever como se

estivesse contando um episódio qualquer a um amigo. Claro, numa redação formal é

preciso ter cuidado para não cair na armadilha das gírias, dos clichês e das repetições,

mas ajuda bastante usar uma linguagem simples e evitar termos que não são do

vocabulário usual do autor.

Outra coisa que costumo esclarecer aos angustiados redatores é que ninguém

escreve bem sem um pouco de sacrifício. Juntar as letrinhas é sempre difícil para quem

não faz isso todos os dias. Mas também é muito gratificante constatar que aquilo que

escrevemos faz sentido para as outras pessoas e, às vezes, até emociona.

O esforço, portanto, faz parte do processo de escrita e tem que começar bem

antes do confronto com a folha em branco. É essencial, para quem precisa supera esse

desafio, dominar o conteúdo gramatical, saber concordância nominal e verbal, não

tropeçar na ortografia, caprichar na pontuação e na acentuação. Com esse instrumento

nas mãos( e na cabeça), é só fazer o óbvio: ler o enunciado com atenção, formular uma

tese clara, desenvolvê-la e defendê-la.

A redação exige uma conclusão e posicionamento do autor. Mas não está

terminada quando a gente coloca o ponto final. Aí, é preciso fazer um exercício de

humildade: reler, cortar tudo o que não for cavalo (a sábia lição do escultor grego

Phídias)e, mais importante, passar para o lugar do amigo que está “ouvindo” a sua

história.

É pelo olhar do leitor – e não do autor – que a redação tem que fazer sentido, ter

uma mensagem clara e cumprir seu propósito de comunicar. Senão, mesmo com linhas

e parágrafos, ela continuará sendo uma folha em branco.

Nilson Souza. Jornal Zero Hora, 20/10/2011. P.33.

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Dissertação: estrutura

Introdução: No primeiro parágrafo você deverá expor o problema e o caminho a ser

seguido no texto para expô-lo ou para defender algum ponto de vista a respeito dele.

Desenvolvimento: Aqui se encontram os argumentos, opiniões, estatísticas, fatos e

exemplos. Ao apresentá-los você deve sempre se direcionar para um lado da questão,

um ângulo de visão, uma opinião específica. Essa opinião deve ser anteriormente

pensada e analisada para que se possa fazer uma boa argumentação ou exposição.

Conclusão: Aqui você deixa claro o objetivo da sua dissertação, expõe o ponto de vista

defendido ou a conclusão da sua exposição de forma que se arremate todos os

argumentos utilizados durante a construção do texto e apresente proposta para diminuir

o problema apresentado.

Exemplo de uma dissertação:

Punição X Educação

A violência em todas as diferentes sociedades humanas parece ser uma constante

crescente. Infelizmente os jornais criminalísticos nunca ficam sem conteúdo para exibir,

esse conteúdo traz uma grande revolta à população que o absorve, principalmente,

quando os transmissores dessas informações usam demasiado sensacionalismo ao

transmiti-las. A revolta da população torna-se mais acentuada quando os delitos são

cometidos por pessoas que teoricamente não deveriam ser capazes de cometê-los.

O que mais polemiza a questão da maioridade penal é a brandura com que o

estado através de suas leis reage aos crimes cometidos por menores. O estado afirma em

sua constituição que uma pessoa só é mentalmente capaz de assumir seus atos aos 18

anos, mas a habilidade com que certos jovens cometem seus crimes denota inteligência

suficiente para exercerem responsabilidade penal. Nesse ponto o estado mostra-se

contraditório, pois, permite que jovens considerados “mentalmente incapazes” exerçam

o direito ao voto.

Por outro lado,a imprensa sensacionalista, no senso comum, propõem uma

obsessiva busca a punições para esses delinquentes e esquecem-se que o agente

transformador do ser humano é a educação e não o “ferro”, é exatamente isso que nos

distingue dos animais. O sábio Pitágoras cita isso numa frase em que diz: ”Educai as

crianças para que não seja preciso punir os adultos”.

Para a resolução deste problema devem ser adotadas várias medidas conjuntas, a primeira

delas é o estado acabar com a contradição de idades entre o eleitorado e a justiça criminal. Outra

medida importante é o endurecimento no tratamento dos delinquentes, endurecimentos que deve visar apenas o desestímulo dessas práticas. E a mais importante de todas as medidas é o estado

investir em educação de qualidade que não vise apenas o aprendizado de aritmética, gramática

etc. Mas também foque bastante no ensino de filosofia, sociologia e outras matérias que levem

os estudantes a pensarem a respeito de teorias da felicidade, moral, ética e a conviverem em

sociedade como seres racionais.

19

TIPOS DE DISCURSO: AS VOZES DO TEXTO

Discurso direto: quando a voz da personagem é apresentada fielmente no texto, temos

o discurso direto:

“O homem esbarrava o avanço do cavalo, que era zelado, manteúdo, formoso

como nenhum outro. Redizia:

- Ah, não sabia, não. Deus o tenha em sua guarda. Mas que é que há,Miguilim?

(ROSA, Guimarães. Manuelzão e Miguilim. 9ª edição. Rio de janeiro: Nova fronteira, 1984.p.139.)

Observe o uso de dois pontos e do travessão indicando a fala dos personagens

Discurso indireto: quando a voz do narrador e a voz da personagem são apresentadas

sem distinção explícita.

“Aprumou-se, fixou os olhos nos olhos do polícia, que se desviaram. Um

homem. Besteira pensar que ia ficar murcho o resto da vida. Estava acabado?Não

estava. Mas para que suprimir aquele doente quebambeava e só queria ir para baixo?

Inutilizar-se por causa da fraqueza fardada que vadiava na feira e insultava os pobres!

Não se utilizava, não valia a pena inutilizar-se. Guardava a sua força... “

(RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. 89. Ed. Rio de janeiro: Record. 2003.p.107.)

20

Texto Narrativo:

Constitui basicamente uma sequência de fatos ou acontecimentos no tempo.

Apresenta um narrador em terceira ou primeira pessoa, personagens e caracterização de

espaço.

Observe o exemplo:

Originário da Etiópia, onde já era utilizado em tempos remotos, o café atravessou o

Mediterrâneo e chegou à Europa durante a segunda metade do século XVII. Era a

época do Barroco e das monarquias absolutistas, e a expansão do comércio

internacional enriquecia a burguesia europeia, que se dava ares de nobreza. Já no

século XVIII, os cafés tornaram-se centros de encontro e de reunião elegante de

aristocratas, burgueses e intelectuais ociosos. (nosso século3. São Paulo, Abril, 1980. P. 83.)

CLASSES GRAMATICAIS:

Classificação tradicional

Na gramática da língua portuguesa, a classificação mais tradicional divide as

palavras em dez classes.

O substantivo e o verbo podem ser entendidos como classes importantes em

uma frase, pois geralmente estes elementos são a base para outras relações, ou mesmo

constituintes que são necessários para o entendimento básico da ideia de uma frase. As

classes artigo, numeral, pronome, adjetivo e advérbio geralmente especificam o

substantivo e o verbo, são classes adjuntas. As classes preposição, conjunção,

pronome, servem para ligar, relacionar outras palavras, são classes conectivas. Além

destas classes, há uma que serve para expressar sentimentos: a interjeição

21

Classes gramaticais variáveis Classes gramaticais invariáveis

Substantivos Advérbios

Artigos Preposições

Adjetivos Conjunções

Numerais interjeições

Pronomes

verbos

Artigos definidos e indefinidos

Artigos são palavras que podem variar quanto ao gênero(indicar feminino ou

masculino) e também quanto ao número(indicar singular ou plural). Os artigos são

palavras que acompanham o substantivo, determinando-os de modo preciso(artigos

definidos: o, os. a, as) ou vago(artigos indefinidos: um, uns, uma, umas).

Artigo definido: exemplo: A França lidera a missão Corot.

Artigo indefinido: Um planeta semelhante à Terra foi detectado.

Os Substantivos:

Os substantivos podem ser classificados em:

Comuns e próprios

Comuns são aqueles que dão nome a espécie: pessoa, rio, planeta;próprios são

aqueles que designam um indivíduo da espécie: João, Amazonas, Marte.

Concretos e abstratos

Concretos são aqueles que designam os seres propriamente ditos, isto é, os

nomes de pessoas, de animais, vegetais, lugares e coisas: homem, cão, árvore,

Brasil, caneta; abstratos são aqueles que designam ações, estados e qualidades:

beleza, colheita, doença, bondade, juventude.

Coletivos

São substantivos comuns que, no singular, designam um conjunto de seres ou

coisas da mesma espécie. No substantivo coletivo, trata-se de um único ser uma

pluralidade de indivíduos: elenco (conjunto de atores); matilha (conjunto de cães

de caça), etc.

Primitivos e derivados

22

Primitivos são aqueles de que derivam outros vocábulos: ferro é um substantivo

primitivo porque dele derivam outras palavras (ferreiro, ferraria, ferradura);

derivados são aqueles que procedem de outras palavras (guerreiro é derivado

por vir de guerra, guerra + eiro).

Simples e composto

Simples: são aqueles substantivos constituídos de um só radical: casa, casarão;

compostos: são aqueles formados na união de dois ou mais radicais: boca-de-

leão, couve-flor, passatempo.

Exercícios: substantivos

“Um amor assim delicado

Você pega e despreza

Não devia ter despertado

Ajoelha e não reza

Dessa coisa que mete medo

Pela sua grandeza

Não sou o único culpado

Disso eu tenho a certeza...”

(Queixa- Caetano Veloso)

Por definição, substantivo abstrato é aquele que não tem existência própria, só

existe apoiado em outro ser. Sabendo disso:

1) Indique a alternativa em que só aparecem substantivos abstratos:

(a) tempo, angústia, saudade, ausência, esperança, imagem

(b) angústia, choro, sol, presença, esperança, amizade

(c) amigo, dor, claridade, esperança, luz, tempo

(d) amizade, saudade, presença, esperança, amizade.

(e) espaço, mãos, claridade, rosto, ausência, esperança

23

2)Relacione as duas colunas de acordo com a classificação dos substantivos.

1) menino ( ) abstrato

2) passatempo ( ) coletivo

3) Rio de Janeiro ( ) próprio

4) lápis ( ) concreto

Os Adjetivos:

Adjetivos são palavras que caracterizam um substantivo, conferindo-lhe uma

qualidade, característica, aspecto ou estado. Podem ser simples, sendo formados por

apenas um radical, ou compostos, sendo formados por dois ou mais radicais.

Exemplos de adjetivos simples:

A maçã é vermelha.

O menino é muito bonito.

Minha mãe está zangada.

Exemplos de adjetivos compostos:

Meu vestido verde-escuro está estragado.

Meu pai é franco-brasileiro.

Que menino mal-educado!

Os adjetivos variam em gênero (masculino e feminino), em número (singular e plural) e

em grau (normal, comparativo e superlativo).

(INSPER 2007)

24

a) Destaque os adjetivos presentes no 1º quadrinho:

b) Qual é o substantivo que estes adjetivos estão caracterizando?

Pronomes

Pronomes pessoais: são termos que substituem ou acompanham o substantivo. Servem

para representar os nomes dos seres e determinar as pessoas do discurso, que são:

1ª pessoa............a que fala

2ª pessoa............com quem se fala

3ª pessoa............de quem se fala

Eu aprecio tua dedicação aos estudos. Será que ela aprecia também?

*Os pronomes pessoais classificam-se em: retos e oblíquos:

*São pronomes retos, quando atuam como sujeito da oração.

Singular Plural Exemplo

1ª pessoa eu nós Eu estudo todos os dias.

2ª pessoa tu vós Tu também tens estudado?

3ª pessoa ele/ela eles/elas Será que ela estuda também?

São pronomes oblíquos, quando atuam como complemento (objeto direto ou

indireto).

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Quanto à acentuação, classificam-se em oblíquos átonos (acompanham formas verbais)

e oblíquos tônicos (acompanhados de preposição):

Pronomes oblíquos átonos: me, te, o, a, lhe, se, nos, vos, os, as, lhes.

Desejo-te

Faça-me o favor...

Em verbos terminados em -r, -s ou -z, elimina-se a terminação e os pronomes o(s),

a(s) se tornam lo(s), la(s).Em verbos terminados em -am, -em, -ão e -õe os

pronomes se tornam no(s), na(s).

Pronomes oblíquos tônicos: mim, ti, ele, ela, si, nós, vós, eles, elas.

Amim pouco importa o que dizem...

Os pronomes de tratamento tem a função de pronome pessoal e serve para designar

as pessoas do discurso.

Pronomes Possessivos - Indicam posse. Estabelece relação da pessoa do discurso com

algo que lhe pertence.

Singular Plural

1ª pessoa meu(s), minha(s) nosso(s), nossa(s)

2ª pessoa teu(s), tua(s) vosso(s), vossa(s)

3ª pessoa seu(s), sua(s) dele(s), dela(s)

PRONOMES DEMONSTRATIVOS – Indicam a posição de um ser ou objeto em

relação às pessoas do discurso.

1ª pessoa este(s), esta(s), isto.................se refere a algo que está perto da pessoa que

fala.

2ª pessoa esse(s), essa(s), isso................se refere a algo que esta perto da pessoa que

ouve.

3ª pessoa aquele(s), aquela(s), aquilo...se refere a algo distante de ambos.

Estes livros e essas apostilas devem ser guardadas naquela estante.

Estes - perto de quem fala

essas - perto de quem ouve

naquela - distante de ambos

26

Exercícios sobre pronomes demonstrativos:

a) Corrija o pronome demonstrativo "essa" dos dois quadrinhos abaixo e justifique sua

resposta.

b) No segundo quadrinho qual palavra fica subentendida ?

Pronomes indefinidos – São imprecisos, vagos. Referem-se à 3ª pessoa do discurso.

Podem ser variáveis (se flexionando em gênero e número) ou invariáveis.

São formas variáveis: algum(s), alguma(s), nenhum(s),nenhuma(s), todo(s), toda(s),

muito(s), muita(s), pouco(s), pouca(s), tanto(s), tanta(s), certo(s), certa(s), vário(s),

vária(s), outro(s), outra(s), certo(s), certa(s), quanto(s), quanta(s), tal, tais, qual, quais,

qualquer, quaisquer...

São formas invariáveis: quem, alguém, ninguém, outrem, cada, algo, tudo, nada..

Algumas pessoas estudam diariamente. Ninguém estuda diariamente.

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Pronomes interrogativos – São empregados para formular perguntas diretas ou

indiretas. Podem ser variáveis ou invariáveis.

Variáveis: qual, quais, quanto(s), quanta(s).

Invariáveis: que, onde, quem...

Quantos de vocês estudam diariamente? Quem de vocês estuda diariamente?

Pronomes interrogativos – São os que relacionam uma oração a um substantivo que

representa. Também se classificam em variáveis e invariáveis.

Variáveis: o(a) qual, os(as) quais, quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s).

Invariáveis:que, quem, onde.

Conseguiu o emprego que tanto queria.

Advérbio:

Compare estes exemplos:

*O ônibus chegou.

*O ônibus chegou ontem.

A palavra ontem acrescentou ao verbo chegou uma circunstância de tempo: ontem é

um advérbio.

*Marcos jogou bem.

*Marcos jogou muito bem.

A palavra muito intensificou o sentido do advérbio bem: muito, aqui, é um advérbio.

*A criança é linda.

*A criança é muito linda.

A palavra muito intensificou a qualidade contida no adjetivo linda: muito, nessa frase,

é um advérbio.

Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sentido do verbo, do adjetivo e do

próprio advérbio.

Às vezes, um advérbio pode se referir a uma oração inteira; nessa situação,

normalmente transmitem a avaliação de quem fala ou escreve sobre o conteúdo da

oração.

28

Por exemplo:

As providências tomadas foram infrutíferas, lamentavelmente.

Quando modifica um verbo, o advérbio pode acrescentar várias ideias, tais como:

Tempo: Ela chegou tarde.

Lugar: Ele mora aqui.

Modo: Eles agiram mal.

Negação: Ela não saiu de casa.

Dúvida: Talvez ele volte.

Exercícios sobre advérbios:

1) Observe, na fala do recruta Zero, o uso de circunstâncias

que completam e modificam o verbo “fazer”. Destaque-as:

2) No 2º quadrinho, ele acrescenta uma circunstância ao verbo

voltar: o advérbio “já”. O que aconteceria se ele usasse o

advérbio “depois?

Preposição

Preposição é a palavra que estabelece uma relação entre dois ou mais termos da oração.

Essa relação é do tipo subordinativa, ou seja, entre os elementos ligados pela

preposição não há sentido dissociado, separado, individualizado; ao contrário, o sentido

da expressão é dependente da união de todos os elementos que a preposição vincula.

Exemplos:

1. Os amigos de João estranharam o seu modo de vestir.

*amigos de João / modo de vestir: elementos ligados por preposição

de: preposição

29

2. Ela esperou com entusiasmo aquele breve passeio.

* esperou com entusiasmo: elementos ligados por preposição

* com: preposição

Esse tipo de relação é considerada uma conexão em que os conectivos cumprem

a função de ligar elementos. A preposição é um desses conectivos e se presta a ligar

palavras entre si num processo de subordinação denominado regência.

Diz-se regência devido ao fato de que, na relação estabelecida pelas preposições,

o primeiro elemento – chamado antecedente – é o termo que rege, que impõe um

regime; o segundo elemento, por sua vez – chamado consequente – é o termo regido,

aquele que cumpre o regime estabelecido pelo antecedente.

Exemplos:

1. A hora das refeições é sagrada.

hora das refeições: elementos ligados por preposição

de + as = das: preposição

hora: termo antecedente = rege a construção "das refeições"

refeições: termo consequente = é regido pela construção "hora da"

2. Alguém passou por aqui.

passou por aqui: elementos ligados por preposição

por: preposição

passou: termo antecedente = rege a construção "por aqui"

aqui: termo consequente = é regido pela construção "passou por"

As preposições são palavras invariáveis, pois não sofrem flexão de gênero,

número ou variação em grau como os nomes, nem de pessoa, número, tempo, modo,

aspecto e voz como os verbos. No entanto, em diversas situações as preposições se

combinam a outras palavras da língua (fenômeno da contração) e, assim, estabelecem

uma relação de concordância em gênero e número com essas palavras às quais se ligam.

Mesmo assim, não se trata de uma variação própria da preposição, mas sim da palavra

com a qual ela se funde.

Por exemplo:

de + o = do

por + a = pela

em + um = num

30

As preposições podem introduzir:

a) Complementos Verbais

Por exemplo:

Eu obedeço "aos meus pais".

b) Complementos Nominais

Por exemplo:

Continuo obediente "aos meus pais".

c) Locuções Adjetivas

Por exemplo:

É uma pessoa "de valor".

d) Locuções Adverbiais

Por exemplo:

Tive de agir "com cautela".

e) Orações Reduzidas

Por exemplo:

"Ao chegar", comentou sobre o fato ocorrido.

Interjeição

Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sensações, estados de

espírito, ou que procura agir sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo

comportamento sem que, para isso, seja necessário fazer uso de estruturas linguísticas

mais elaboradas. Observe o exemplo:

Droga! Preste atenção quando eu estou falando!

No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua raiva se traduz

numa palavra: Droga!

31

Ele poderia ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou simplesmente

uma palavra. Ele empregou a interjeição Droga!

As sentenças da língua costumam se organizar de forma lógica: há uma sintaxe que

estrutura seus elementos e os distribui em posições adequadas a cada um deles. As

interjeições, por outro lado, são uma espécie de "palavra-frase", ou seja, há uma ideia

expressa por uma palavra (ou um conjunto de palavras - locução interjetiva) que poderia

ser colocada em termos de uma sentença. Veja os exemplos:

1) Bravo! Bis!

bravo e bis: interjeição

sentença (sugestão): "Foi muito bom! Repitam!"

2) Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé...

ai: interjeição

sentença (sugestão): "Isso está doendo!" ou "Estou com dor!"

A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em que não há uma ideia

organizada de maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim a manifestação

de um suspiro, um estado da alma decorrente de uma situação particular, um momento

ou um contexto específico.

Exemplos:

1) Ah, como eu queria voltar a ser criança!

ah: expressão de um estado emotivo = interjeição

2) Hum! Esse pudim estava maravilhoso!

hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição

O significado das interjeições está vinculado à maneira como elas são proferidas.

Desse modo, o tom da fala é que dita o sentido que a expressão vai adquirir em cada

contexto de enunciação.

Exemplos:

1)Psiu!

contexto: alguém pronunciando essa expressão na rua

significado da interjeição (sugestão): "Estou te chamando! Ei, espere!"

32

2)Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!

puxa: interjeição

tom da fala: euforia

3)Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!

puxa: interjeição

tom da fala: decepção

As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:

a) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, tristeza, dor, etc.

Por exemplo:

- Você faz o que no Brasil?

-Eu? Eu negocio com madeiras.

-Ah, deve ser muito interessante.

b) Sintetizar uma frase apelativa

Por exemplo:

Cuidado! Saia da minha frente.

As interjeições podem ser formadas por:

a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô

b)palavras: Oba!, Olá!, Claro!

c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!, Ora bolas!

A ideia expressa pela interjeição depende muitas vezes da entonação com que é

pronunciada; por isso, pode ocorrer que uma interjeição tenha mais de um sentido.

33

Conjunção

É uma das classes de palavras definidas pela gramática geral. As conjunções são

palavras invariáveis que servem para conectar orações ou dois termos de mesma função

sintática estabelecendo entre eles uma relação de dependência ou de simples

coordenação.

Exemplos:

Portanto, logo, pois, como, mas, e, embora, porque, entretanto, nem, quando,

ora, que, porém, todavia, quer, contudo, seja, conforme.

Quando conectam duas orações que apresentem diferentes níveis sintáticos, ou

seja, uma oração é um membro sintático da outra, são chamadas de conjunções

subordinativas.

Saiba que:

As conjunções "e"," antes", "agora"," quando" são adversativas quando

equivalem a "mas".

Carlos fala, e não faz.

O bom educador não proíbe, antes orienta.

Sou muito bom; agora, bobo não sou.

Foram mal na prova, quando poderiam ter ido muito bem.

”Senão” é conjunção adversativa quando equivale a “mas sim”.

Conseguimos vencer não por protecionismo, senão por capacidade.

Das conjunções adversativas, "mas" deve ser empregada sempre no início da

oração: as outras (porém, todavia, contudo, etc.) podem vir no início ou no meio.

Ninguém respondeu a pergunta, mas os alunos sabiam a resposta.

Ninguém respondeu a pergunta; os alunos, porém, sabiam a resposta.

A palavra “pois”, quando é conjunção conclusiva, vem geralmente após um ou

mais termos da oração a que pertence.

Você o provocou com essas palavras; não se queixe, pois, de seus ataques.

34

Quando é conjunção explicativa," pois" vem, geralmente, após um verbo no

imperativo e sempre no início da oração a que pertence.

Não tenha receio, pois eu a protegerei...

Conjunções Essenciais

As conjunções ditas "essenciais" são: e, nem, mas, porém, todavia, contudo,

entretanto, ou, pois, porque, portanto, se, ora, apesar e como.

Coordenativas

Oração coordenada é a que se coloca do lado de outra, sem desempenhar função

sintática; são sintaticamente independentes.

Aditivas

As aditivas estabelecem uma relação de ligação entre duas orações (ex.: e, nem,

mas também, como também, além de (disso, disto, aquilo), tanto... quanto, bem como).

Fabio jogou bola e descansou.

Agrediu a outro e foi agredido.

Adversativas

As copulativas ou adversativas ligam duas orações ou palavras, expressando

ideia de contraste ou compensação. Também pode gerar um sentido de consequência a

algo dito anteriormente (ex.: mas, porém, todavia, entretanto, no entanto, senão, não

obstante, contudo, etc).

Obs.: antes das Conjunções adversativas a vírgula é obrigatória.

Ia à igreja, porém não seguia os mandamentos.

Conclusivas

As conclusivas ligam a oração anterior a uma oração que expressa ideia de

conclusão ou consequência. Servem para dar conclusões às orações (ex.: logo, por isso,

pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim).

Não estudou, logo não passou na prova.

Alternativas

As alternativas ligam orações ou palavras, expressando ideia de alternância ou

escolha, indicando fatos que se realizam separadamente (ex.: ou, ou...ou, ora, já...já,

quer... quer, seja... seja, talvez... talvez).

Ora a criança chora, ora a criança ri.

35

Explicativas

As explicativas ligam a oração anterior a uma oração que a explica, que justifica

a ideia nela contida. Expressam a relação de explicação, razão ou motivo (ex.: que,

porque, porquanto, pois, por isso (anteposta ao verbo), já que, visto que, como).

Subordinativas

As conjunções subordinativas ligam uma oração de nível sintático inferior

(oração subordinada) a uma de nível sintático superior (oração principal). Uma vez que

uma oração é um membro sintático de outra, esta oração pode exercer funções diversas,

correspondendo um tipo específico de conjunção para cada uma delas. Um período

formado por conjunções subordinadas que não contém as tais conjunções é chamado de:

oração principal. Funcionam como adjuntos adverbiais.

Integrantes

Introduzem uma oração (chamada de substantiva) que pode funcionar como sujeito,

objeto direto, predicativo, aposto, agente da passiva, objeto indireto, complemento

nominal (nos três últimos casos pode haver uma preposição anteposta a conjunção) de

outra oração. As conjunções subordinativas integrantes são que e se.

Quando o verbo exprime uma certeza, usa-se que; quando não, usa-se "se".

Afirmo que studei.

Não sei se fizeram ou se farão.

Espero que a ajuda não demore.

Uma forma de identificar o se e o que como conjunções integrantes é substituí-los

por "isso", "isto" ou "aquilo".

Afirmo que estudei. (afirmo isto)

Não sei se fizeram ou se farão. (não sei isto)

Espero que a ajuda não demore. (espero isto)

As adverbiais podem ser classificadas de acordo com o valor semântico que

possuem.

Causa

Funcionam como adjunto adverbial de causa. Estabelece, na frase, uma relação de

causa e consequência entre dois ou mais fatos mencionados (ex.: :porque, pois,

porquanto, como, pois que, por isso que, já que, uma vez que, visto que, visto como,

que, na medida em que).

Foi para lápoisestava doente.

36

Não fomos à festa porquetínhamos de estudar.

Como o calor estava forte, pusemo-nos a andar pelo passeio público.

Como o frio era grande, aproximaram-se da lareira.

Comparativa

Funcionam como adjunto adverbial de comparação. Iniciam uma oração que contém

o segundo membro de uma comparação (ex.: que, mais/menos (do) que, (tal) qual,

(tão/tanto) quanto, como, assim como, bem como, como se, que nem).

Indica comparação entre dois membros.

Era mais azul do que é agora.

Levantou-se como se estivesse indo à maratona.

O doce estava tão doce quanto o outro que acabou.

Concessiva

Funcionam como adjunto adverbial de concessão. Inicia uma oração subordinada

em que se admite um fato contrário à ação proposta pela oração principal, mas

incapaz de impedi-la (ex.: (muito) embora, ainda que, se bem que, mesmo que, mesmo

quando, posto que, apesar de que, por mais que, nem que, conquanto, malgrado, não

obstante, inobstante, em que pese)

Apesar de não terem pego ônibus, vi-os chegando ao destino.

Estava cansado, embora tenha chegado ao destino.

Condicional

Funcionam como adjunto adverbial de condição. Iniciam uma oração subordinada

em que se indica uma hipótese ou uma condição necessária para que seja realizado ou

não o fato principal (ex.: se, caso, quando, contanto que, salvo se, sem que, dado que,

desde que, a menos que, a não ser que, uma vez que). .

*Seria mais poeta, a menos que fosse político.

*Caso estivesse por perto, nada disso teria acontecido.

*Não sairia sem que dormisse antes.

*Ele poderia sair, contanto que terminasse a tarefa.

*Ficou decidido que seria ao ar livre exceto se chovesse.

Conformativa

Funcionam como adjunto adverbial de conformidade. Inicia uma oração

subordinada em que se exprime a conformidade de um pensamento com o da oração

principal (ex.: conforme, como, segundo, consoante (todas elas com mesmo valor de

conforme)).

37

*Cristo nasceu para todos, cada qual como o merece.

*Tal foi a conclusão de Aires, segundo se lê no Memorial.

(Machado de Assis)

Consecutiva

Funcionam como adjunto adverbial de consequência. Iniciam uma oração na qual se

indica a consequência (ex.: que (combinada com uma das palavras tal, tanto, tão ou

tamanho, presentes ou latentes na oração anterior), de forma que, de modo que, de

sorte que, de maneira que, de jeito que, cada que, sem que, que (= sem que).

*Soube que tivera uma emoção tão grande que Deus quase a levou.

*Falou tanto na reunião que ficou rouco.

Proporcional

Funcionam como adjunto adverbial de proporção. Iniciam uma oração subordinada

em que se menciona um fato realizado ou para realizar-se simultaneamente com o da

oração principal (ex.: à medida que, à proporção que, ao passo que, enquanto, quanto

mais/menos ... (mais/menos), tanto mais/menos ... (mais/menos)).

*À proporção que nos elevávamos, elevava-se igualmente o dia nos ares.

*Tudo isso vou escrevendo à medida que entramos no Ano Novo.

*O preço do leite aumenta ao passo que esse alimento falta no mercado.

Temporal

Funcionam como adjunto adverbial de tempo. Iniciam uma oração subordinada

indicadora de circunstância de tempo (ex.: logo que, quando, enquanto, até que, antes

que, depois que, assim que, sempre que, apenas, mal, cada vez que, desde quando,

desde que).

*Custas a vir e, quando vens, não demora.

*Ela sorriu, quando me viu.

*Implicou comigo assim que me viu.

38

Finalidade

Funcionam como adjunto adverbial de finalidade. Introduzem uma oração que expressa

a finalidade ou o objetivo com que se realiza a principal. (ex: a fim de que, para que,

que, porque = para que).

*Toque o sinal para que todos entrem no salão.

*Aproxime-se a fim de que possamos vê-lo melhor.

Exercitando:

*A imagem que ilustra a questão é de autoria do cartunista Quino

1) No quadrinho do cartunista Quino, encontramos a conjunção mas, que pode ser

classificada como:

39

(a) Conjunção consecutiva.

(b) Conjunção aditiva.

(c) Conjunção adversativa.

(d) Conjunção alternativa.

(e) Conjunção conclusiva.

APLICANDO O CONHECIMENTO:

O “politicamente correto” tem seus exageros, como chamar baixinho de

“verticalmente prejudicado”, mas, no fundo, vem de uma louvável preocupação em não

ofender os diferentes. É muito mais gentil chamar estrabismo de “idiossincrasia ótica”

do que de vesguice. O linguajar brasileiro está cheio de expressões racistas e

preconceituosas que precisam de uma correção, e até as várias denominações para

bêbado (pinguço, bebo, pé-de-cana) poderiam ser substituídas por algo como “contumaz

etílico”, para lhe poupar os sentimentos.

O tratamento verbal dado aos negros é o melhor exemplo da condescendência

que passa por tolerância racial no Brasil. Termos como “crioulo”, “negão” etc. são até

considerados carinhosos, do tipo de carinho que se dá a inferiores, e, felizmente, cada

vez menos ouvidos. “Negro” também não é mais correto. Foi substituído por

afrodescentente, por influência dos afro-americans, num caso de colonialismo cultural

positivo. Está certo. Enquanto o racismo que não quer dizer seu nome continua no

Brasil, uma integração real pode começar pela linguagem.

VERÍSSIMO, L. F. Peixe na cama. Diário de Pernambuco. 10 jun. 2006 (adaptado).

1) Ao comparar a linguagem cotidiana utilizada no Brasil e as exigências do

comportamento “politicamente correto”, o autor tem a intenção de:

(a) Defender o uso de termos que revelam a despreocupação do brasileiro quanto

ao preconceito racial, que inexiste no Brasil.

(b)Criticar o racismo declarado do brasileiro, que convive com a discriminação

camuflada em certas expressões linguísticas.

(c)Sugerir que o país adote, além de uma postura linguística "politicamente

correta", uma política de convivência sem preconceito racial.

(d)Questionar a condenação de certas expressões consideradas "politicamente

incorretas", o que impede os falantes de usarem a linguagem espontaneamente.

(e)Mostrar que os problemas de tolerância racial, no Brasil, já estão superados, o

que se evidencia na linguagem cotidiana.

40

2)“Em uma reportagem a respeito da utilização do computador, um jornalista

posicionou-se da seguinte forma:

A humanidade viveu milhares de anos sem o computador,e conseguiu se virar.

Um escritor brasileiro disse com orgulho que ainda escreve à máquina ou à mão; que

precisa do contato físico com o papel. Um professor liberal refletiu que o computador

não mudou apenas a vida de algumas pessoas, ampliando a oferta de pesquisa e

correspondência, mudou a carreira de todo o mundo. Um professor arrematou que todas

as disciplinas hoje não podem ser imaginadas sem os recursos da computação e, para

um físico, ele é imprescindível para, por exemplo, investigar a natureza subatômica.”

Como era a vida antes do computador? OceaAir em Revista, n. 1. 2007.(adaptado)

1) Entre as diferentes estratégias argumentativas utilizadas na construção de

textos, no fragmento, está presente:

(a) A comparação entre elementos.

(b) A reduplicação de informações.

(c) O confronto de pontos de vista.

(d) A repetição de conceitos.

(e) A citação de autoridade.

ANÁLISE SINTÁTICA

A análise sintática tem como objetivo examinar a estrutura de um período e das

orações que compõem um período.

Estrutura de um Período

Observe:

Conhecemos mais pessoas quando estamos viajando.

Ao analisarmos a estrutura do período acima, é possível identificar duas orações:

Conhecemos mais pessoas e quando estamos viajando.

Termos da Oração

No período "Conhecemos mais pessoas quando estamos viajando", existem seis

palavras. Cada uma delas exerce uma determinada função nas orações. Em análise

sintática, cada palavra da oração é chamada de termo da oração. Termo é a palavra

considerada de acordo com a função sintática que exerce na oração.

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Segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira, os termos da oração podem ser:

1) Essenciais

Também conhecidos como termos "fundamentais", são representados pelo

sujeito e predicado nas orações.

2) Integrantes

Completam o sentido dos verbos e dos nomes, são representados por:

* complemento verbal - objeto direto e indireto;

* complemento nominal;

* agente da passiva.

3) Acessórios

Desempenham função secundária (especificam o substantivo ou expressam

circunstância). São representados por:

* adjunto adnominal;

* adjunto adverbial;

* aposto.

Observe a resposta que Miguelito dá a Mafalda. Ela está correta? Quem é o

sujeito da oração proposta por Mafalda?

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Termos Essenciais da Oração

1) Sujeito

É o termo da oração sobre o qual se diz alguma coisa.

Ex: Maria fez faculdade de Letras.

Maria é o sujeito da oração, pois é a respeito dela que se diz algo.

Núcleo do Sujeito

É a palavra mais importante do sujeito. No exemplo citado acima, Maria é o

sujeito e núcleo do sujeito, também.

Porém, às vezes, o sujeito vem composto por várias palavras e conectivos.

Então, é preciso identificar qual destas palavras é a mais importante.

Ex: O carro de meu pai é azul.

O sujeito é: O carro do meu pai./ Temos cinco termos, destes o mais importante é :

carro. Logo, carro é o núcleo do sujeito.

2) Predicado

É o termo da oração que afirma alguma coisa sobre o sujeito e apresenta um verbo

que normalmente concorda com o sujeito em número e pessoa.

Tipos de Predicado:

Predicado Verbal: é aquele que apresenta como núcleo um verbo significativo (VI, VTD,

VTI ou VTDI)

Predicado Nominal: é aquele que apresenta como núcleo um predicativo do sujeito, que

se liga ao sujeito por meio de um verbo de ligação.

Predicado Verbo-Nominal: é aquele que apresenta dois núcleos: um verbo significativo

e um predicativo (do sujeito ou do objeto)

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adultos/ Neide Aparecida de Almeida...(et al.). 1. Ed. São Paulo: Globo.

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São Paulo:IBEP:1998.