nr 4: mudanças necessárias no quadro ii para atuação do enfermeiro do trabalho

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Reginaldo Aparecido de Andrade Norma regulamentadora - NR4 mudanças necessárias no quadro II para a atuação do enfermeiro do trabalho CAMPINAS 2013

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Mudanças necessárias na Norma Regulamentadora número 4 referente ao Quadro II de dimensionamento do pessoal do SESMT.

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Page 1: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

 

 

Reginaldo Aparecido de Andrade

Norma regulamentadora - NR4 mudanças necessárias no quadro II para

a atuação do enfermeiro do trabalho

CAMPINAS

2013

Page 2: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

 

Reginaldo Aparecido de Andrade

Norma regulamentadora - NR4 mudanças necessárias no quadro II para

a atuação do enfermeiro do trabalho.

Monografia apresentada a Disciplina

de Metodologia do Trabalho Científico como requisito básico para apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso de Pós Graduação em Enfermagem do Trabalho do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Paulista – UNIP, para obtenção do título de Especialista em Enfermagem do Trabalho.

Orientador: Profa. Dra. Raquel M. C. Coutinho

CAMPINAS 2013

Page 3: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

Reginaldo Aparecido de Andrade

Norma regulamentadora - NR4 mudanças necessárias no quadro II para

a atuação do Enfermeiro do Trabalho

Trabalho de Conclusão de Curso para

obtenção do título de Pós Graduação em

Enfermagem do Trabalho apresentado à

Universidade Paulista – UNIP.

Campinas, 20 de Setembro de 2013

Aprovado em

BANCA EXAMINADORA

___________________________/___/___

___________________________/___/___

____________________________/___/___

Page 4: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

“Se em horas de encontros podem

haver tantos desencontros,

que a hora da separação seja,

tão somente, a hora de um verdadeiro,

profundo e coletivo encontro.

De tudo ficaram três coisas:

A certeza de estar sempre começando.

A certeza de que é preciso continuar.

A certeza de ser interrompido antes de terminar.

Fazer da interrupção um caminho,

da queda um passo de dança, do medo uma escada,

do sonho uma ponte e da procura um encontro.”

FERNANDO SABINO  

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pois sem Ele

nada seria possível. A minha família, minhas filhas e todos

os amigos, por terem me dado forças para continuar nesta

caminhada, mesmo diante de todos os obstáculos e

dificuldades que surgiram ao longo deste caminho.

Page 5: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por me dar vida, amor e me trilhar neste caminho do

conhecimento e do cuidado ao próximo.

Agradeço a minha orientadora, Profa. Dra. Raquel M. C. Coutinho, pela

dedicação, paciência e ensinamentos com tamanha sabedoria e conhecimentos

científicos.

Agradeço ao Dr. Sergio Cavalari Filho, médico do trabalho na empresa Villares

Metals, por toda ajuda ensinamentos e amizade. Agradeço enfim a todos que, de

alguma forma, contribuíram para a realização deste trabalho e me ajudou a

conquistar mais uma vitória.

Page 6: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

ANDRADE, Reginaldo Ap. – Norma Regulamentadora – NR-4: Mudanças necessárias no quadro II para a atuação do enfermeiro do trabalho. Revisão Bibliográfica 2013. Pag. Monografia (Especialização de Enfermagem do Trabalho) – UNIP – Universidade Paulista, Campinas, 2013.

RESUMO

A Saúde do Trabalhador é uma abordagem que considera o processo saúde/doença no contexto do trabalho e favorece a participação ativa do trabalhador como sujeito desse processo. Essa concepção compreende ações multidisciplinares e inter-setoriais que visem à totalidade. O Quadro II da NR-4 preconiza a inclusão do enfermeiro do trabalho nas empresas de graus de risco de 1 a 4 somente se tiverem mais de 3.500 trabalhadores, exceto os casos de hospitais, ambulatórios e estabelecimentos similares; que devem ter mais de 500 empregados; no entanto, o mesmo quadro determina que se incluam auxiliares de enfermagem do trabalho em empresas com menor Grau de Risco de acordo com a Lei nº 7498/86, que regulamenta o exercício profissional da enfermagem, o auxiliar de enfermagem deve trabalhar somente sob a supervisão do enfermeiro, portanto não é profissional autônomo. Além disso, a mesma lei preconiza que o planejamento da assistência de enfermagem seja de incumbência do enfermeiro. O dimensionamento do Quadro II da Norma Regulamentadora - NR 4 encontra-se defasado no que diz respeito aos profissionais de Enfermagem do Trabalho que, juntamente com os outros profissionais do Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT, garantem a segurança e saúde do trabalhador. Para realização deste estudo, optou-se por publicações que abordavam a atuação do enfermeiro do trabalho nos riscos ocupacionais e medidas de proteção frente aos serviços que exponham diretamente seus trabalhadores aos agentes de riscos nocivos a estes trabalhadores em relação à Norma Regulamentadora 4 Quadro II – Dimensionamento do Pessoal de enfermagem Serviço Especializado em Segurança e Medicina Trabalho - SESMT do Ministério do Trabalho e a Legislação do Conselho Federal de Enfermagem - COFEN, o Enfermeiro do Trabalho tem que lutar por um espaço mais amplo em relação a estimular mudanças no quadro de dimensionamento de pessoal do SESMT.

Palavras-chave: Enfermagem do Trabalho, Saúde do Trabalhador e Norma Regulamentadora - NR4.

Page 7: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

ANDRADE, Reginaldo Ap. Regulatory Standard-NR 4: changes required in table II for the actions of the nurse. Literature review 2013. pag. Monograph (nursing Specialization of labor) - UNIP- Universidade Paulista, Campinas, 2013.

ABSTRACT

The workers ' health is an approach that considers the health/disease process in the context of work and promotes the active participation of the worker as subject of this process. This conception includes multidisciplinary and cross actions aimed at all. The table II of NR-4 advocates the inclusion of nurses work in degrees of risk DR of 1 to 4 only if they have more than 3,500 workers, except the cases of hospitals, clinics and similar establishments; they should have more than 500 employees; However, the same frame determines which include nursing assistants work in companies with lower degree of risk in accordance with law No. 7498/86 , regulating the professional practice of nursing, the nursing assistant must work only under the supervision of a nurse, so is unprofessional. In addition, the same law recommends that the planning of nursing care is of responsibility of nurses. The sizing of table II- 4 Regulatory Standard – RS- 4 is outdated with regard to nursing professionals work that, along with the other service professionals specializing in safety and occupational medicine - SESMT, guarantee the safety and health of the worker. To carry out this study, publications that addressed the role of the nurse working in occupational hazards and protective measures in relation to services that directly expose workers to risk harmful agents to these workers in relation to Regulatory Framework II-4 Standard sizing of nurse staffing Service specializing in security, Medicine - SESMT of the Ministry of labour and the law of the Federal Council of nursing - COFEN, the nurse has to fight for a broader space to encourage changes in personal SESMT sizing

Keywords: nursing, worker's health and Regulatory Standard RS 4

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ANDRADE, Reginaldo Ap. .-regulador estándar-NR-4: cambios requeridos en la tabla II para las acciones de la enfermera. Revisión de la literatura 2013. Pag. Monografía (especialización del trabajo de enfermería) - UNIP - Universidade Paulista, Campinas, 2013.

RESUMEN La salud de los trabajadores es un enfoque que considera el proceso de salud/enfermedad en el contexto de trabajo y promueve la participación activa del trabajador como sujeto de este proceso. Este concepto incluye multidisciplinar y cruzadas acciones dirigidas en absoluto. La tabla II de NR-4 aboga por la inclusión del trabajo de las enfermeras en grados de riesgo - GR de 1 a 4 sólo si tienen más de 3.500 trabajadores, salvo los casos de los hospitales, clínicas y establecimientos similares; deberían tener más de 500 empleados; Sin embargo, el mismo fotograma determina que incluyen asistentes de trabajo en empresas con menor grado de riesgo de acuerdo con la ley núm. 7498/86 , regulación de la práctica profesional de enfermería de enfermería, el auxiliar de enfermería debe trabajar solamente bajo la supervisión de una enfermera, es tan poco profesional. Además, la misma ley recomienda que la planificación de cuidados de enfermería es de responsabilidad del personal de enfermería El tamaño de la tabla II-4 regulador estándar Nº 4 ha quedado desfasado con respecto a la obra de profesionales que, junto con los otros profesionales de servicio especializada en seguridad y medicina del trabajo - SESMT, garantizar la seguridad y salud del trabajador de enfermería. Para realizar este estudio, publicaciones que abordó el papel de la enfermera en riesgos laborales y medidas de protección en materia de servicios que exponen directamente a los trabajadores para el riesgo de agentes nocivos a estos trabajadores en relación con el marco regulatorio II-4 Standard tamaño de enfermera personal de servicio especializado en seguridad y medicina del trabajo -SESMT del Ministerio de trabajo y la ley del Consejo Federal de enfermería - COFEN, la enfermera tiene que luchar por un espacio más amplio para alentar cambios en tamaño de SESMT personal. Palabras clave: enfermería, salud del trabajador y regulador estándar Nº 4

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LISTA DE SIGLAS

AAIN Associação Americana de Enfermeiros da Indústria AAOHN Associação Americana de Enfermeiros de Saúde Ocupacional

ANENT Associação Nacional de Enfermagem do Trabalho

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

BVS Biblioteca Virtual em Saúde

CAP Caixa de Aposentadoria e Pensão

CAT Comunicação de Acidente de Trabalho

CID-10 Código Internacional de Doenças

CLT Consolidação das Leis Trabalhistas

CNAE Classificação Nacional das Atividades Econômicas das Empresas

CNPq Conselho Nacional de Pesquisa

COFEN Conselho Federal de Enfermagem

FAP Fator Acidentário Previdenciário.

FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

GR Grau de Risco

INSS Instituto Nacional do Seguro Social

LILACS Literatura Americana e do Caribe em Ciências da Saúde

MEDLINE Medical Literature Analysis and Retrieval System Online

MTE Ministério do Trabalho e Emprego

NTEP Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário

OIT Organização Internacional do Trabalho

PCMSO Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

PGRSSS Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde

Simplificada.

PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

SAE Sistematização da Assistência de Enfermagem

SAT Seguro de Acidente do Trabalho

SESMT Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do

Trabalho

SSMT Secretaria de Segurança do Ministério do Trabalho

ST Saúde do Trabalhador

SUS Sistema Único de Saúde

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Lista de Quadros Quadro II – Dimensionamento do SESMT (alterado pela Portaria SSMT n.º 34, de 11 de dezembro de 1987) da NR- 4................................

pag. 26

Quadro I – Características principais dos estudos bibliográficos pesquisados entre 1.999 a 2013................................................................

pag. 31

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SUMÁRIO

Resumo Abstract Lista de Siglas Lista de Quadros 1 INTRODUÇÃO.............................................................................................. 12

2 JUSTIFICATIVA........................................................................................... 14

3 OBJETIVOS................................................................................................. 15

3.1 Objetivo Geral............................................................................................. 15

3.2 Objetivos Específicos................................................................................ 15

4 METODOLOGIA........................................................................................... 16

5 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO............................................................... 18

5.1 Norma Regulamentadora – NR-4............................................................... 24

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................... 31

7 RECOMENDAÇÕES DO ESTUDO.............................................................. 39

8 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................ 44

ANEXOS....................................................................................................... 47

Page 12: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

12

I. INTRODUÇÃO

A Saúde do Trabalhador é uma abordagem que considera o processo

saúde/doença no contexto do trabalho e favorece a participação ativa do trabalhador

como sujeito desse processo. Essa concepção compreende ações multidisciplinares

e inter-setoriais que visam à totalidade. Nessa linha de pensamento a Enfermagem

do Trabalho (lato-sensu)1 insere-se como uma especialidade que visa à promoção e

ou recuperação da saúde e à proteção e ou prevenção do trabalhador em relação

aos riscos ocupacionais. O Enfermeiro do Trabalho pela a Associação Nacional de

Enfermagem do Trabalho - ANENT2, é o profissional que cursou o 3º grau e está

incluído no Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do

Trabalho - SESMT, conforme a Norma Regulamentadora NR-4 do Ministério do

Trabalho e do Emprego – MTE. Nessa especialidade, o enfermeiro do trabalho

presta cuidado ao trabalhador e administra e supervisiona o ambulatório de Saúde

do Trabalhador em instituições públicas ou privadas, em diversos ramos da

atividade. Integrando a equipe de Saúde do Trabalhador e atuando nos três níveis

de prevenção, é função do auxiliar/técnico de enfermagem do trabalho a

participação conjunta com o enfermeiro do trabalho no planejamento, programação,

orientação e execução das atividades, sob a supervisão do enfermeiro do trabalho

(ANENT, 20120).

No Brasil, as Normas Regulamentadoras do Capítulo V, Título II, da

Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, relativas à segurança e à medicina do

trabalho, foram aprovadas pela Portaria n.° 3.214, de 08 de junho de 1978. Uma

dessas normas, a Norma Regulamentadora NR-4, estabelece as regras dos

Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho –

SESMT, e seu Quadro II determina o dimensionamento dos profissionais que o

integram: o engenheiro de segurança do trabalho, o médico do trabalho, o

enfermeiro do trabalho, o técnico de segurança do trabalho e o auxiliar de

enfermagem do trabalho (ANENT, 2011).

                                                            1  Lato-sensu: é a designação genérica que se dá aos cursos de pós-graduação que não são a

valiados pelo ministério da educação e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

2 Associação Nacional de Enfermagem do Trabalho (ANENT) nasceu da necessidade de atender as

Normas Regulamentadoras da Portaria 3214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego, que autorizou e regulamentou os cursos de especialização para os profissionais de Enfermagem.

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O Quadro II da Norma Regulamentadora NR-4 estabelece a inclusão do

Enfermeiro do Trabalho nas empresas de graus de risco de 1 a 4 e descreve que

cada ramo, cada atividade de uma empresa, tem um risco considerado, e esse risco

podemos identificá-lo pelo Classificação Nacional de Atividades Econômicas –

CNAE da empresa sendo 1 e 2 leve, 3 médio e o 4 o grave, e somente se tiverem

mais de 3.500 trabalhadores, exceto os casos de hospitais, ambulatórios e

estabelecimentos similares; que devem ter mais de 500 empregados; no entanto, o

mesmo quadro determina que se inclua o auxiliar de enfermagem do trabalho em

empresas com menor grau de risco, mas de acordo com a Lei nº 7.498/86, que

regulamenta o exercício profissional da enfermagem, o auxiliar de enfermagem deve

trabalhar somente sob a supervisão do enfermeiro (3). A mesma lei preconiza que o

planejamento da assistência de enfermagem seja de incumbência do Enfermeiro.

Assim, surgiu o questionamento sobre as divergências entre as

determinações da Norma Regulamentadora NR-4 relativas à inserção do Enfermeiro

do Trabalho e o Auxiliar de Enfermagem do Trabalho nos Serviços Especializado em

Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, e aos aspectos

legais da equipe de enfermagem brasileira em Saúde do Trabalhador.

Diante dessas considerações, este estudo teve como objetivo rever sobre o

dimensionamento de Pessoal do Quadro II da Norma Regulamentadora NR-4 sobre

a Lei n.º 7.498/86.

Os aspectos quantitativos dos profissionais de enfermagem nas instituições de saúde são enfatizados para que haja a garantia da segurança e da qualidade de assistência ao cliente e a continuidade da vigília perante a diversidade de atuação nos cuidados e na atenção da equipe de enfermagem.

Ressalto a importância desta reflexão, pois contribuirá para informar os

profissionais de enfermagem, os empregadores e os órgãos representativo da

profissão sobre questões de lei e ética profissional, conforme determina Conselho

Federal de Enfermagem – COFEN no artigo 6º da Resolução n.o 233, onde

descreve que as atividades na área de enfermagem somente podem ser realizadas

sob a efetiva e permanente supervisão do enfermeiro que assume a

responsabilidade técnica dos serviços e o técnico de enfermagem não pode assinar

a responsabilidade técnica, nem exercer qualquer atividade de enfermagem sem a

devida supervisão (ANENT, 2010).

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2 JUSTIFICATIVA

Dentre as atribuições do enfermeiro do trabalho está o atendimento de

primeiros socorros no local de trabalho, em caso de acidente, realizando curativos

ou imobilizações especiais, administrando medicamentos e tratamentos e

providenciando o atendimento médico adequado, para atenuar conseqüências e

proporcionar apoio e conforto a este trabalhador. A proposta de mudanças no Dimensionamento de Pessoal no Quadro II da

Norma Regulamentadora – NR4, e que o Enfermeiro do Trabalho, possa atuar na

Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE, realizando Consulta de

Enfermagem, Histórico de Enfermagem do Trabalhador, Diagnóstico de

Enfermagem, Prescrição de Enfermagem e Evolução de Enfermagem da saúde do

trabalhador.

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15

3. OBJETIVOS 3.1 Objetivos Principais

Analisar o Quadro II da Norma Regulamentadora - NR4, que trata do

Dimensionamento do SESMT e propor mudanças para garantir o aumento

adequado à necessidade.

3.2 Objetivos Específicos Propor mudanças para aumentar o número de efetivos da Enfermagem do

Trabalho no Quadro II da Norma Regulamentadora - NR4.

Propor a inclusão de outros profissionais importantes para a manutenção da

saúde do trabalhador.

Adequar à Supervisão dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do Trabalho

que em muitas empresas é realizado pelo médico do trabalho.

Page 16: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

16

4. METODOLOGIA

Este trabalho foi realizado com base em revisão bibliográfica, através de

análise de literatura científica, sendo de natureza exploratória e quantitativa. Para

realização foi realizado levantamentos de dados bibliográficos, que contenham

informações da atuação do enfermeiro do trabalho nos programas de saúde do

trabalhador, sobre a história da enfermagem do trabalho e a Leis 3.794 e os

Decretos do Conselho Federal de Enfermagem - COFEN, levantamentos de dados

da Norma Regulamentadora NR4 – Quadro II Dimensionamento de pessoal do

Serviço Especializado de Segurança e Medicina do trabalho - SESMT.

Foram encontrados 22 estudos que continham informações sobre Norma

Regulamentadora NR4, atuação do enfermeiro do trabalho na saúde do trabalhador.

Utilizando das palavras-chave: Enfermagem do Trabalho, Saúde do Trabalhador e

Norma Regulamentadora - NR4.

A pesquisa bibliográfica é o passo inicial na construção efetiva de um

protocolo de investigação, quer dizer, após a escolha de um assunto é necessário

fazer uma revisão bibliográfica do tema apontado. Essa pesquisa auxilia na escolha

de um método mais apropriado, assim como num conhecimento das variáveis e na

autenticidade da pesquisa. A leitura foi acompanhada de técnicas de

armazenamento, a exemplo, o fichamento. Essa técnica de leitura constitui os

arquivos específicos para auxiliar na pesquisa sobre o assunto do projeto de

pesquisa. As fichas de palavras-chave podem ser de citação/transcrição, onde se

extraem trechos citados ou transcritos na fonte documental, nas quais se resume o

conteúdo da fonte documental pesquisada (MINAYO e DESLANDES, 2007).

Para realização deste estudo, optou-se por publicações que abordavam a

atuação do enfermeiro do trabalho nos riscos ocupacionais e medidas de proteção

em frente aos serviços que exponham diretamente seus trabalhadores aos agentes

de riscos nocivos a estes trabalhadores em relação à Norma Regulamentadora 4

Quadro II – Dimensionamento do Pessoal de enfermagem Serviço Especializado em

Segurança, Medicina Trabalho - SESMT do Ministério do Trabalho e a Legislação do

Conselho Federal de Enfermagem – COFEN.

O estudo foi realizado por meio de busca on-line com levantamento

bibliográfico de produções científicas, tanto na literatura nacional como internacional,

no período de 1999 a 2013, e disponíveis em resumos na Biblioteca Virtual em

Page 17: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

17

Saúde - BVS, utilizando as seguintes bases de dados: Biblioteca de literatura Medica

Analises - Sistema Online - MEDLINE, Biblioteca Cientifica Eletrônica Online - Scielo

e Literatura Americana e do Caribe em Ciências da Saúde - LILACS, como também

em livros publicados neste mesmo período.

O caráter deste estudo é descritivo e reflexivo e baseia-se nas características

teóricas do campo da Saúde do Trabalhador, propõe-se descrever, analisar e

discutir a Norma Regulamentadora - NR-4 do Ministério do Trabalho e suas

especificidades em relação ao dimensionamento dos profissionais da enfermagem, à

compreensão da Lei n.º 7498/86 e aos aspectos ético-legais dos profissionais da

equipe de enfermagem em Saúde do Trabalhador. A fundamentação desta reflexão

baseou-se na NR-4, na legislação geral sobre Enfermagem e na caracterização da

equipe de enfermagem do trabalho da ANENT, buscando-se na análise e discussão

as similaridades e as contradições entre a legislação e o que ocorre na prática da

equipe de enfermagem da saúde do trabalhador.

Page 18: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

18

5. REFERENCIAL BIBLIOGRAFICO

A Enfermagem do trabalho surge quando as primeiras leis de acidente do

trabalho se originaram na Alemanha, em 1884, estendendo-se logo a vários países

da Europa, até chegar ao Brasil por meio do Decreto legislativo nº.3.724 de 15 de

janeiro de 1919, a fim de dar parâmetros legais para os trabalhadores que estão

expostos aos ricos do dia-a-dia. O cuidado de enfermagem profissionalizado veio a

tona para ser dirigido aos trabalhadores desde uma simples palestra de educação

em saúde, primeiros-socorros, e até a reduzir o consumo de mão de obra

desamparada por aspectos ético-legais, fazendo com que surja a enfermagem do

trabalho .

A história da enfermagem do trabalho no Brasil é bastante recente.

Inicialmente a assistência de enfermagem do trabalho era vista mais como

atendimento emergencial na empresa, o que não valoriza muito. Contudo, o espaço

para o desempenho profissional, principalmente do enfermeiro do trabalho esta se

ampliando a cada dia, seja na assistência direta aos trabalhadores, seja a seus

familiares.

A preocupação por prover serviços médicos aos trabalhadores começa a se

refletir no cenário internacional na agenda da Organização Internacional do Trabalho

- OIT, criada em 1919. Em 1953, através da Recomendação 97 sobre a Proteção da

Saúde dos Trabalhadores, a Conferência Internacional do Trabalho pede aos

Estados Membros da OIT que fomentassem a formação de médicos do trabalho

qualificados e o estudo da organização de Serviços de Medicina do Trabalho. Em

1954, a OIT convocou um grupo de especialistas para estudar as diretrizes gerais da

organização de Serviços Médicos do Trabalho. Dois anos mais tarde, o Conselho de

Administração da OIT, ao inscrever o tema na “ordem do dia” da Conferência

Internacional do Trabalho de 1958, substituiu a denominação Serviços Médicos do

Trabalho por Serviços de Medicina do Trabalho (SALVADOR. 1982).

Com efeito, em 1959 a experiência dos países industrializados transformou-se

na Recomendação nº 1123, sobre Serviços de Medicina do Trabalho, aprovada pela

Conferência Internacional do Trabalho. Este primeiro instrumento normativo de

âmbito internacional aborda aspectos que incluem a sua definição, os métodos de

                                                            3 Recomendação nº 112, o primeiro instrumento internacional em que se definiam as funções, a

organização e os meios de ação dos serviços de medicina do trabalho (8).

Page 19: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

19

aplicação da Recomendação, a organização dos Serviços, suas funções, pessoal e

instalações, e meios de ação (MENDES, 1991).

No Brasil, a tarefa do Estado de intervir no espaço do trabalho esteve prevista

na Reforma Carlos Chagas de 1920 e acabou interrompida com a criação, em 1930,

do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (LACAZ, 1997).

Em 27/06/1972, por meio da Portaria 3.237 foi instituído o Serviço

Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT, dimensionado de

acordo com o grau de risco e o número de trabalhadores das empresas, com função

de reconhecer, avaliar e controlar as causas de acidentes e doenças. A criação

deste serviço especializado, já era uma recomendação da organização Internacional

do Trabalho – OIT, e no Brasil a Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT4, em seu

artigo 164, já prescrevia a existência do SESMT nas empresas (ATLAS, 2009).

Posteriormente, a legislação sobre a temática foi resgatada na Carta

Constitucional de 1988 e regulamentada pela Lei 8080/90, a Lei Orgânica da Saúde,

especialmente em seu artigo 6º, aqui já tratada como "saúde do trabalhador", e não

mais "medicina do trabalho” (ANENT, 2011).

Apesar dos avanços significativos no campo conceitual, ainda era necessário

um novo enfoque e novas práticas para lidar com a relação trabalho-saúde,

consolidados sob esta nova denominação. Por Saúde do Trabalhador compreende-

se um corpo de práticas teóricas interdisciplinares – técnicas, sociais, humanas – e

interinstitucionais desenvolvidas por diversos atores, informados por uma

perspectiva comum (MORAES, 2007).

Com efeito, em 1959 a experiência dos países industrializados transformou-se

na Recomendação nº 112, sobre Serviços de Medicina do Trabalho, aprovada pela

Conferência Internacional do Trabalho. Este primeiro instrumento normativo de

âmbito internacional aborda aspectos que incluem a sua definição, os métodos de

aplicação da Recomendação, a organização dos Serviços, suas funções, pessoal e

instalações, e meios de ação (NUNES, 1995).

A enfermagem do trabalho é a assistência de enfermagem na saúde do

trabalhador. Estando a enfermagem do trabalho atrelada à atenção dada à saúde do

trabalhador no próprio ambiente laboral, o primeiro título de enfermeiro do trabalho                                                             4  CLT – Consolidação das Leis Trabalhista: é a principal norma legislativa brasileira referente ao

Direito do trabalho e ao Direito processual do trabalho. Ela foi criada através do Decreto-Lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943 e sancionada pelo então presidente Getúlio Vargas durante o período do Estado Novo, unificando toda legislação trabalhista então existente no Brasil.

Page 20: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

20

coube a Phillipa Flowerday, da Coleman Mustard Company, no Reino Unido em

1878, uma vez que suas ações dirigiam-se aos trabalhadores na fábrica, bem como

nas suas residências.

O enfermeiro do trabalho age como gerente do serviço de saúde porque

desenvolve uma prática autônoma, auto-motivada e auto-dirigida, e compete-lhe

fazer levantamento das necessidades de saúde da companhia e dos trabalhadores,

desenvolvendo e implementando um programa de saúde que forneça "cuidados

médicos eficientes e baratos". Esta proposição destaca dois focos de interação

significativa do enfermeiro. O primeiro com a empresa (companhia) e o segundo com

os trabalhadores. Entretanto, a ação do enfermeiro parece estar aliada ao modelo

reducionista médico, devido ao termo "cuidados médicos eficientes e baratos".

No Reino Unido da Grã-Bretanha, desde 1934, o Royal College of Nursing –

RCN realiza cursos para enfermeiros da indústria e, após a reunião do Comitê

OIT/OMS sobre saúde ocupacional, em 1952, o curso tornou-se mais abrangente

destinando-se à enfermagem para a saúde dos trabalhadores, onde quer que estes

se encontrassem.

Nestes cursos, além de conhecimentos relativos a diversas áreas, destacam-

se os conteúdos de conhecimentos da enfermagem visando os objetivos da saúde

ocupacional, dentre outros.

Na França, o enfermeiro do trabalho passa a ter presença obrigatória nos

serviços de saúde ocupacional, desde 1946. A assistência à saúde ocupacional é

toda voltada para promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, exceto para os

casos de urgência. A legislação francesa assegura aos trabalhadores a presença de

pelo menos um enfermeiro do trabalho durante todos os horários de funcionamento

da indústria. Ele desenvolve ações de natureza essencialmente preventivas e

sociais, sendo raras as ações terapêuticas, que só se aplicam em casos de

emergência e alguns poucos tratamentos realizados na empresa. Dois aspectos se

destacam nos cursos de formação – pós-graduação – para os enfermeiros do

trabalho: a ênfase na educação em saúde e os aspectos legais.

Em 1942, é fundada, nos Estados Unidos da América (USA), a Associação

Americana de Enfermeiros de Saúde Ocupacional (AAOHN), inicialmente

denominada de Associação Americana de Enfermeiros da Indústria (AAIN). Esse

órgão é o principal realizador dos programas de educação continuada,

disponibilizados para a categoria, além de promover encontros profissionais.

Page 21: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

21

A AAOHN assim definiu o enfermeiro do trabalho:

É o enfermeiro empregado por uma empresa, indústria ou organização, com o objetivo de promover, conservar e recuperar a saúde dos trabalhadores. Cabe a ele desenvolver programas de prevenção das doenças ocupacionais e dos acidentes do trabalho...

Na Holanda, em 1946, os enfermeiros que trabalhavam em postos de

primeiros socorros de grandes empresas criaram a Associação Holandesa de

Enfermeiros do Trabalho, a qual vem promovendo conclaves científicos, com grande

participação dos associados. Os primeiros cursos de saúde ocupacional para

enfermeiros foram realizados em 1960, apresentando como destaque, no conteúdo

desses cursos, disciplinas ligadas à deontologia em enfermagem do trabalho e

detalhamento das atividades de enfermagem nos exames de saúde dos

trabalhadores, tornando-se obrigatória a necessidade da confecção de uma

monografia sobre enfermagem do trabalho.

Em 1980, na Suécia, os enfermeiros do trabalho integram a equipe de saúde

ocupacional, e seu trabalho desenvolve-se em estreita relação com o engenheiro de

segurança. As visitas aos locais de trabalho são regularmente realizadas pelos dois,

em conjunto, para observação das condições de trabalho. Isto evidenciou a

interação do enfermeiro do trabalho com os demais elementos da equipe de saúde e

segurança do trabalho.

A Enfermagem do Trabalho, no Brasil, teve seu marco histórico anos depois

do ingresso dos enfermeiros em outros países do mundo. Com efeito, há mais de

quarenta anos, algumas empresas de capital misto já traziam consigo a filosofia de

saúde ocupacional e incluíam o Enfermeiro na equipe de saúde nas indústrias.

O primeiro curso de Especialização em Enfermagem do Trabalho foi realizado

pela Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro,

em 1974. A legitimidade do curso é assegurada pela Portaria nº 3237/72, do

Ministério do Trabalho, mas que garantia apenas o acesso de técnicos e auxiliares

de enfermagem para atuarem em serviços médicos de empresas. Os Enfermeiros,

que já trabalhavam em serviços de saúde ocupacional, e que inclusive contribuíam

com a formação dos auxiliares de enfermagem, colocam em discussão a não

inclusão do Enfermeiro do Trabalho na equipe de saúde ocupacional, levando à

Associação Brasileira de Enfermagem - ABEn suas preocupações. Em decorrência

desses esforços, é que surge, em 1975, a inclusão do Enfermeiro do Trabalho como

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22

elemento legal obrigatório nas empresas a partir de três mil e quinhentos e um empregado, através da Portaria do Ministério do Trabalho nº 3460 de 31 de

dezembro de 1975. Com a homologação da lei que regulamenta o Exercício

Profissional de Enfermagem – Lei nº 7.498/86 -, a obrigatoriedade do Enfermeiro do

Trabalho prevista na referida portaria passou a ser bastante questionada, visto que a

lei do exercício profissional de enfermagem define em seu artigo 15: a orientação e

supervisão do técnico de enfermagem e do auxiliar de enfermagem somente podem

ser desempenhadas pelo Enfermeiro. Em 1978, o Ministério do Trabalho publica através da Portaria nº 3.214, de 08

de junho de 1978, as Normas Regulamentadoras relativas à medicina, higiene e

segurança do trabalho, como conseqüência das políticas voltadas para á área do

trabalho. As Normas Regulamentadoras – NR´s (Portaria Ministerial 3.214/78),

dentre uma série de recomendações técnicas, estabelece a obrigatoriedade das

empresas em constituírem o SESMT (Serviço Especializado em Segurança e

Medicina do Trabalho) e as categorias profissionais integrantes desses serviços. São

elas: médico do trabalho; engenheiro do trabalho; técnico de segurança do trabalho;

enfermeiro do trabalho e o auxiliar de enfermagem do trabalho. Todos necessitando

de formação específica para atuarem nestes serviços. As Normas

Regulamentadoras (NR´s) dão um direcionamento para o desenvolvimento das

ações e obrigações das empresas. Em especial as ações relativas às medidas de

prevenção, controle e eliminação de riscos, inerentes ao trabalho e à proteção da

saúde do trabalhador. As NR’s definem as atribuições e responsabilidades dos

integrantes das equipes dos SESMT´s, sem destacar as responsabilidades

específicas de cada categoria profissional. Contudo, na NR-4, que trata do

dimensionamento da equipe de saúde ocupacional, manteve-se a limitação da

necessidade de Enfermeiro do Trabalho somente quando a empresa possuir mais de

três mil e quinhentos funcionários. Contrariando, inclusive, a lei do exercício

profissional de enfermagem. É neste ponto que começam a surgir inquietações de importância para a área

de enfermagem. Diante das obrigações e responsabilidades da equipe dos

SESMT´s, quais seriam as atribuídas especificamente aos profissionais da

enfermagem, em especial ao enfermeiro do trabalho? Isto levou os pesquisadores

de enfermagem a investigar e discutir sobre esse tema produzindo conhecimentos

que buscavam definir, de modo mais específico, o fazer dos profissionais de

Page 23: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

23

enfermagem na área da saúde do trabalhador. Os estudos realizados sobre o ‘fazer

profissional’ apontaram para um elenco de atribuições e atividades específicas do

enfermeiro do trabalho que possivelmente vêm norteando, os currículos dos cursos

de Especialização em Enfermagem do Trabalho ao longo dos anos.

Outro aspecto a considerar, em relação à produção de conhecimento nesta

área, foi à necessidade de investigar se as atividades desenvolvidas pelos

Enfermeiros do Trabalho nas empresas atendiam as recomendações legais

vigentes.

A descrição do cargo, bem como das atribuições, foram descritas na

Classificação Brasileira de Ocupação – CBO, através do Ministério do Trabalho,

desde 1982, sendo revisada e atualizada em 2002. Nesta ultima versão (CBO

/2002), podemos perceber uma adequação das atribuições e atividades dos

profissionais da área de enfermagem às prerrogativas determinadas pela Lei do

exercício da Enfermagem - Lei nº 7.498/86. No que tange às atividades privativas do

enfermeiro, o destaque especial para o desenvolvimento de programas específicos

de promoção para saúde e a prevenção de acidentes ou agravos à saúde de grupos

específicos, onde se inclui o grupo dos trabalhadores. Encontramos também, na

Associação Nacional dos Enfermeiros do Trabalho – ANENT, a descrição das

atribuições e responsabilidades profissionais do enfermeiro do trabalho. Além de

estabelecê-las, sugere-se um currículo mínimo para os cursos de formação e

especialização dos profissionais de Enfermagem do Trabalho.

Sendo assim, entendemos que “o fazer profissional” dos Enfermeiros do

Trabalho, dentro dessa ótica, poderia ser considerado como determinado e

consagrado, levando-se em conta o fato de estar prescrito através de dispositivos

legais e normativos. Portanto, a ênfase deste estudo não está no levantamento e

destaque das atividades e atribuições desenvolvidas pelos Enfermeiros do Trabalho,

e sim nas atividades e nos comportamentos que sustentam os “modos do agir

profissional” na interação com o ambiente social da assistência de enfermagem à

saúde do trabalhador. Independentemente das questões de caráter legal e

normativo, pode-se verificar que a assistência de enfermagem alia-se à saúde do

trabalhador, não apenas com a visão do cuidado do homem que trabalha entendido

como o homem que tem uma ocupação, mas no cuidado do homem na sua relação

com o seu trabalho em diversos aspectos.

Page 24: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

24

5.1 NORMA REGULAMENTADORA - NR4

Estabeleceu a obrigatoriedade dos serviços médicos nas empresas segundo

seu grau de risco e seu número de empregados, tendo como paradigma a

Recomendação n.º 112/59 da Organização Internacional do Trabalho - OIT, que

preconizava a prevenção e proteção do trabalhador e instituía as funções dos

serviços de medicina do trabalho. A Norma Regulamentadora NR-4 regulamenta as

diretrizes para a implantação do Serviço Especializado de Segurança e Medicina do

Trabalho – SESMT, com seu dimensionamento de pessoal vinculado ao Grau de

Risco da atividade principal, conforme a atividade econômica (Quadro I da NR-4) e o

número total de empregados do estabelecimento (Quadro II da NR-4) (ATLAS,

2009). Anexo do Quadro I – NR4 -Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (104.000-6). QUADRO I (Alterado pela Portaria SIT nº 76 de 21 de novembro de 2008 Relação da Classificação de Atividades Econômicas –CNAE ( versão 2.0)* com correspondente Grau de Risco – GR para fins de dimensionamento do SESMT Cód Denominação GR A AGRICULTURA, PECUÁRIA, PRODUÇÃO FLORESTAL, PESCA E AQUICULTURA 01 AGRICULTURA, PECUÁRIA E SERVIÇOS RELACIONADOS 01.1 Produção de lavouras temporárias 01.11-3 Cultivo de cereais 3 01.12-1 Cultivo de algodão herbáceo e de outra fibras da lavoura temporária 3 01.13-0 Cultivo de cana de açúcar 3

Fonte: Portaria 34 de 11.12.87

Assim, dependendo do Grau de Risco e do número total de trabalhadores,

muitas empresas estão desobrigadas de constituir um SESMT próprio. Nesses

casos, a assistência ao trabalhador se faz por meio de convênios com empresas

privadas de medicina ocupacional, as quais normalmente não têm Enfermeiros do

Trabalho em suas equipes. Verifica-se no Quadro II que o tempo parcial consiste em

três horas e o tempo integral em seis horas diárias de trabalho (LUCAS, 2004).

Nota-se também, no Quadro II, o dimensionamento do auxiliares de

enfermagem do trabalho nas empresas de Grau de Risco 1 com mais de 2.000

trabalhadores, nas de Grau de Risco 2 e 3, com mais de 1.000, e nas de Grau de

Risco 4, mais de 500 trabalhadores.

O dimensionamento de um Enfermeiro do Trabalho em tempo parcial só é

preconizado para empresas de Grau de Risco 1 com mais de 3.500 funcionários e

de um Enfermeiro do Trabalho em tempo integral nas de Grau de Risco 2, 3 e 4 com

de 3.500 funcionários; no entanto, no dimensionamento do SESMT inclui-se o

Page 25: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

25

auxiliar de enfermagem do trabalho e não se inclui o enfermeiro do trabalho na

grande maioria de empresas de Grau de Risco 1 a 4.

Na prática, constata-se que os técnicos de enfermagem do trabalho (não

incluídos do Quadro II da NR-4) também têm atuado nas empresas sem a

supervisão do Enfermeiro do Trabalho.

Para melhor compreensão, apresenta-se o Quadro II. Os quais normalmente

não têm Enfermeiros do Trabalho em suas equipes, o que contraria as normas do

COFEN, quanto à atuação do técnico de enfermagem dentro de uma empresa sem a

Supervisão do Enfermeiro. Verifica-se no Quadro II que o tempo parcial consiste em

três horas e o tempo integral em seis horas diárias de trabalho (BUSSACOS, 1997).

Na prática, observa-se que os Enfermeiros do Trabalho são contratados por

tempo integral de oito/nove horas diárias, contrariando o disposto na Norma

Regulamentadora - NR-4, mas adequando-se ao mercado de trabalho5.

                                                            5 O mercado de trabalho esta interagindo com pessoas que procuram emprego especializado ou não

especializado (Mão de Obra) e Empresas (Pessoas Jurídicas) que oferecem emprego num sistema econômico capitalista - tendo uma função de mercado, local ou cenário onde podemos comprar ou vender produtos e serviços.

Page 26: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

26

Quadro II – Dimensionamento do SESMT (alterado pela Portaria SSMT n.º 34, de 11 de dezembro de 1987) da NR-4.

OBS: Hospitais, Ambulatórios, Maternidade, Casas de Saúde e Repouso, Clínicas e estabelecimentos similares com mais de 500 empregados deverão contratar enfermeiro em tempo integral. Técnico de Segurança do trabalho e os Auxiliares e Técnicos em Enfermagem – 8hs/dia. * Engenheiro, Médico e Enfermeiro – 3hs (tempo parcial) ou 6hs (tempo integral) carga horária de

trabalho parcial (3h/ dia). ** A partir de 05 funcionários a necessidade de contratação, podendo ser tercerializado.

O 1º Congresso Internacional de Enfermagem do trabalho foi realizado pela

Associação Nacional de Enfermagem do Trabalho – ANENT no período de 08 a 11

de Agosto de 2000, em parceria com a Universidade Bandeirantes de São Paulo -

SP – UNIBAN e com o apoio do CNPq: sugeriu mudanças no nome do Serviço

Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT, para Serviço de

Engenharia e Saúde do Trabalhador – SEST, visto que não é composto só por

engenheiro e medico, mas sim por uma diversidade de profissionais da área da

saúde, além do Enfermeiro do Trabalho, há o Fonoaudiólogo, Nutricionista,

Psicólogo, Assistente Social, entre outros. Além de enfatizarem a importância das

Leis e Normas Trabalhistas (GIL, 1994).

Com estas portarias, leis e Normas Regulamentadoras, a enfermagem do

trabalho ganha destaque na saúde do trabalhador (18). É exigido do Enfermeiro do

Trabalho de acordo com a NR-4 para fazer parte do SESMT de uma empresa,

certificado do curso de especialização de enfermagem do trabalho em nível de pós-

Page 27: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

27

graduação de enfermagem, autorizado pelo Ministério de Educação, com os

seguintes conhecimentos:

• Introdução a Saúde Ocupacional.

• Psicologia do Trabalho.

• Ciências Sociais.

• Epidemiologia e Estatística.

• Legislação do Trabalho.

• Informática na Enfermagem Ocupacional.

• Metodologia da Pesquisa.

• Higiene do Trabalho.

• Saneamento do Meio.

• Toxicologia.

• Ergonomia.

• Fisiologia do Trabalho.

• Doenças Ocupacionais e Não-ocupacionais

Hoje no quadro de dimensionamento de pessoal da SESMT, quanto maior o risco

ocupacional e de acordo com o numero de colaboradores maior é o numero de

profissionais para fazerem parte da SESMT.

Em instituições com Grau de Risco 4 como Hospitais, Laboratórios, Clínicas

com mais de 500 empregados terão que contratar um Enfermeiro do Trabalho em

tempo integral. Como consta descrito no Quadro II da NR4 a enfermagem tem sua

Lei federal de exercício da profissão Lei nº 7.498/86, mas é no Decreto de Lei nº

94.406/87, no art. 8 inciso II e letra “o” que confirma a atribuição do Enfermeiro do

Trabalho em programas de segurança do trabalho e de acordo com a história da

enfermagem essas Leis foram à maior conquista da profissão (MENDES, 1991).

A Resolução do COFEN nº 311/07, reformulou o Código de ética da

Enfermagem, pensando na responsabilidade de conduta ética, deveres e proibições,

direitos e princípios da profissão (CHAVES, 2009).

Ao deixar de fazer o que é da competência do Enfermeiro e abrir espaço para

outros profissionais, além de perdermos espaço no mercado de trabalho e

diminuirmos a valorização do Enfermeiro do Trabalho. Devemos fazer o que é de

competência do Enfermeiro do Trabalho, de acordo com nossas habilidades e

conhecimentos. Assim podemos pensar em harmonizar, equilibrar a Norma

Regulamentadora NR4 (Portaria 3.214/78) com a Lei 7.498/86 (LUCAS, 2004).

Page 28: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

28

O papel fundamental do profissional de enfermagem é o Registro, feito pela

realização da Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE6 e o Processo

de Enfermagem - PE, pois são estratégias que colocam em prática o conhecimento

e habilidade do mesmo por ser privativo de acordo com a Resolução nº 272/2002,

além de ser um processo de trabalho importantíssimo na promoção e prevenção da

saúde, bem como na colaboração á empresa e o trabalhador quando envolvidos em

processos judiciais, pois se documenta tudo em relação aos cuidados prestados ao

colaborador, em seu prontuário, que é sigiloso (MENDES,1995).

Vale lembrar que o diagnóstico do cliente faz parte da Sistematização da

Assistência de Enfermagem - SAE e o Processo de Enfermagem - PE. O perfil do

Enfermeiro do Trabalho envolve ações realizadas ao serviço e higiene, medicina e

segurança do trabalho, propiciando interação com a equipe de trabalho e promoção

da saúde do trabalhador, bem como a valorização deste. Descrevemos as demais

atribuições deste profissional:

ATRIBUIÇÕES TÉCNICAS

• Realizar consulta de enfermagem com auxilio do Processo de Enfermagem

para com os colaboradores, atentando na anaminese, minimizando o

absenteísmo.

• Diagnosticar as necessidades de enfermagem do trabalho com o auxilio de

um plano estratégico de assistência a ser prestada pela equipe de

enfermagem do trabalho para a proteção, preservação e reabilitação da

saúde do trabalhador. Exemplo: fazer levantamento de doenças

ocupacionais, buscando diminuições das mesmas.

• Realizar teste de acuidade visual.

• Realizar curativos e medicações de acordo com a Prescrição Médica.

• Implantar a Sistematização da Assistência de Enfermagem em prol da defesa

do profissional, trabalhador e responsáveis pela instituição (Pública ou

Privada)

• Participar de campanhas de promoção a saúde: hipertensão, diabete,

vacinação, tabagismo, alcoolismo, primeiros socorros, obesidade.                                                             6 Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE: É a essência da prática da Enfermagem,

instrumento e metodologia da profissão, e como tal ajuda o enfermeiro a tomar decisões, prever e avaliar conseqüências. Vislumbra o aperfeiçoamento da capacidade de solucionar problemas, tomar decisões e maximizar oportunidades e recursos formando hábitos de pensamento.

Page 29: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

29

• Fazer a desinfecção e esterilização de materiais, através das medidas de

Biossegurança7.

• Participar e avaliar os projetos realizados com equipe multidisciplinar (PPRA,

PGRSSS, PCMSO).

• Visitar os locais de trabalho participando da identificação das necessidades

no campo de segurança, higiene e melhoria do trabalho de acordo com o

setor.

• Supervisionar e avaliar as atividades de enfermagem aos funcionários.

• Executar tratamento e descarte de resíduos de materiais de acordo com

normas da Agencia nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA8.

• Zelar pela segurança individual e coletiva, utilizando equipamentos de

proteção apropriados, quando da execução dos serviços.

• Avaliar insumos e medicamentos quando solicitados e recebidos.

.ATRIBUIÇÕES ADMINISTRATIVAS:

• Planejar, organizar e executar atividades de enfermagem do trabalho,

empregando processo de rotina e/ou específicos.

• Manter ambiente adequado para o cuidado a saúde do trabalhador.

• Executar trabalhos específicos em cooperação com outros profissionais

emitindo pareceres para realizar levantamento e identificar problemas propor

soluções e elaborar programas e projetos.

• Manter organizações de registros, arquivos, documentações da empresa

ligada ao setor.

• Guardar os prontuários eletrônicos dos colaboradores em local seguro e

acessível somente para equipe de profissionais do setor, respeitando a

Resolução nº 1.639 do Conselho Federal de Medicina, já os registros em

                                                            7 Biossegurança: È o conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, diminuir ou eliminar riscos

inerentes às atividades que possam comprometer: a saúde humana, em virtude da adoção de novas tecnologias e fatores de risco a que estamos expostos.

8 Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é uma agência reguladora vinculada ao

Ministério da Saúde do Brasil.Juridicamente concebida como uma autarquia de regime especial, a agência exerce o controle sanitário de todos os produtos e serviços (nacionais ou importados) submetidos à vigilância sanitária, tais como medicamentos, alimentos, cosméticos, saneantes, derivados do tabaco, produtos médicos, sangue, hemoderivados e serviços de saúde.

 

Page 30: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

30

papel devem ficar arquivados de 20 até 30 anos de acordo com a Norma

Regulamentadora NR-7.

• Controlar estoques de materiais, medicamentos e insumos.

• Controlar e enviar para manutenção os equipamentos em fornecedores

selecionados.

• Registrar comunicações internas e externas.

• Ter ala para registro de reuniões com equipe, com chefia, com colaboradores,

atividades educativas, treinamentos, capacitações

. ATRIBUIÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SERVIÇO.

• Orientação continuada e atualizada sobre os procedimentos executados pela

equipe de enfermagem do trabalho através de treinamentos, minimizando

riscos ocupacionais com equipe.

• Planejar e desenvolver palestras e outros eventos sobre a saúde e riscos

ocupacionais, de acordo com a realidade do local de trabalho, para que

sensibilizem o mesmo.

• Promover treinamento, capacitação como membro da CIPA9, DST, Primeiros

Socorros, Normas Regulamentadoras, entre outros.

• Manter-se atualizado em relação ás tendências e inovação tecnológica

cientifica de sua área de atuação e das necessidades do setor ou

departamento

• Criar informes internos permanentes com tema sobre a atualidade da saúde,

podendo ser expostos em mural e cartazes.

• Desenvolver o lúdico, ações sociais, algo diferente no lazer, tudo em benefício

do bem estar do trabalhador.

                                                            9 CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes que visa à prevenção de acidentes e doenças

relacionadas ao trabalho, buscando conciliar o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde de todos os trabalhadores.

 

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31

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quadro I – Características principais dos estudos bibliográficos pesquisados entre 1.999 a 2012. Autor/Ano Caráter do Artigo Local em que

foi publicado. Objetivo do artigo

1. LUCAS (2004)

Qualitativo do tipo descritivo-exploratório.

São Paulo - SP.

Verificar os conhecimentos dos profissionais e sobre suas técnicas e procedimentos.

2. BULHÕES

(1994)

Qualitativo do tipo descritivo-exploratorio.

Rio de Janeiro – RJ..

Identificar as principais patologias ocupacionais e risco laboral.

3. RAMAZZINI

(2000)

Qualitativo do tipo descritivo-exploratório

São Paulo - SP.

Identificar os tipos de exposições que causam riscos aos trabalhadores.

4 SILVA et al

(2010)

Qualitativo do tipo descritivo-exploratório

Goiânia - GO

Identificar a atuação do enfermeiro do trabalho com relação a saúde trabalhador.

5. BRASIL (2002)

Qualitativo do tipo descritivo-exploratório

Brasília - DF.

Identificação das equipes multidisciplinares que compõem o SESMT.

6. ATLAS (2009)

Qualitativo do tipo descritivo-exploratório

São Paulo - SP.

Identificação das Normas Regulamentadora do Ministério do Trabalho.

7

ANENT (2010)

Qualitativo do tipo descritivo-exploratório

Brasília- DF

Identificação do dimensionamento de pessoal da NR 4 – Quadro II da Norma Regulamentadora – Ministério do trabalho e Emprego

8. MORAES

(2007)

Qualitativo do tipo descritivo-exploratório

São Paulo – SP.

Identificação dos regimentos do Curso de Enfermagem do trabalho.

9. COREN (2010)

Qualitativo do tipo descritivo-exploratório

Belo Horizonte - MG.

Identificação do Enfermeiro do Trabalho e sua atuação.

10.

BUSSACOS (2007)

Qualitativo do tipo descritivo-exploratório

São Paulo – SP.

Identificação da atuação da enfermagem do trabalho nos cuidados prestado a elaboração da assistência de enfermagem.

11. ARSENSI

(2007)

Qualitativo do tipo descritivo-exploratório

São Paulo – SP.

Identificação da elaboração das Leis de Segurança no Trabalho.

12. MENDES

(1991)

Qualitativo do tipo descritivo-exploratório

São Paulo – SP.

Identificação dos riscos ocupacionais causados pelo trabalho.

13. ATLAS (2009)

Qualitativo do tipo descritivo-exploratório.

São Paulo – SP.

Identificação das Normas da lei do COFEN - Conselho Federal de Enfermagem.

Foram encontrados estudos que é de caráter descritivo e reflexivo e baseia-se

nas características teóricas do campo da Saúde do Trabalhador, propõe-se

descrever, analisar e discutir a Norma Regulamentadora - NR4 do Ministério do

Trabalho e suas especificidades em relação ao dimensionamento dos profissionais

Page 32: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

32

da enfermagem, à compreensão da Lei n.º 7498/86 e aos aspectos ético-legais dos

profissionais da equipe de enfermagem em Saúde do Trabalhador. A

fundamentação desta reflexão baseou-se na NR-4, na legislação geral sobre

Enfermagem e na caracterização da equipe de enfermagem do trabalho da ANENT,

buscando-se na análise e discussão as similaridades e as contradições entre a

legislação e o que ocorre na pratica da equipe de enfermagem da saúde do

trabalhador (BULHÕES,1994).

Conforme o artigo 6º da Resolução n.o 233 do COFEN, as atividades na área

de enfermagem somente podem ser realizadas sob a efetiva e permanente

supervisão do enfermeiro que assina a responsabilidade técnica dos serviços.

Ressalta-se que o Auxiliares e/ou os Técnicos em Enfermagem do Trabalho não

podem assinar a responsabilidade técnica, nem exercer qualquer atividade de

enfermagem sem a devida supervisão. Irregularidades nessa prática foram

confirmadas em estudo realizado com profissionais de Saúde dos Trabalhadores.

Destaca-se que há um princípio básico do Direito Administrativo em relação às

normas, que é o da legalidade. Os atos administrativos (atos normativos, portarias,

resoluções e orientações) devem obedecer sempre à lei. Nesta reflexão, a Norma

Regulamentadora NR-4, como ato administrativo normativo, contraria determinações

da Lei n.o 7498/86. O poder regulamentar consiste num poder administrativo, no

exercício de função normativa subordinada, qualquer que seja seu objeto. Trata-se

de um poder limitado. Não é poder legislativo, portanto não pode criar normas que

alterem a ordem jurídica. Seus limites naturais situam-se no âmbito da competência

executiva e administrativa em que se inserem. Assim, ultrapassar esses limites

significa também abuso de poder e de competência (KURCGANT, 1991)

Atualmente uma nova realidade tem se apresentado para os profissionais

Enfermeiros do Trabalho, principalmente quanto ao padrão de contratação. Observa-

se na prática do cotidiano que o dimensionamento citado anteriormente na Norma

Regulamentadora NR4 não é seguido na íntegra por algumas empresas, em

especial aquelas que buscam a conservação da saúde dos seus funcionários e

também a proteção jurídica e econômica.

Nessa concepção, constatamos que trabalhadores são todas as pessoas

(homens e mulheres), que exercem atividades para manter o sustendo próprio e/ou

de seus dependentes, independentemente da forma de inserção no mercado de

trabalho, nos setores formais ou informais da economia. Em relação ao contexto

Page 33: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

33

apresentado, vemos qual é o fator ideal a que o Enfermeiro do Trabalho deve lutar

para auxiliar o trabalhador: trabalho legalizado e de acordo interesse, habilidade e

experiência do mesmo, pois trabalhando no que temos facilidade é maior a

produtividade e diminui os riscos ocupacionais, pois se trabalha com atenção

redobrada (SELIGMANN, 1995).

Está havendo maior reconhecimento do Enfermeiro do Trabalho em diversos

campos: certificações, orientações sobre Norma Regulamentadora NR32,

coordenação de trabalhos e projetos, promoção da saúde e controle especiais,

outros. Enfim, constatamos que a Enfermagem do trabalho possui seu

reconhecimento limitado, devido à dificuldade de encontrar assuntos sobre esta

profissão, mesmo sabendo da importância do Enfermeiro do Trabalho na

elaboração, execução e avaliação dos programas de promoção à saúde do

trabalhador de instituições públicas ou privadas (BRASIL, 2002).

Quanto à contratação de Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem do

Trabalho, devido às exigências de legislações e bem como as necessidades deste

profissional na promoção de saúde do trabalhador, mas ainda acrescentamos nós

Enfermeiros do Trabalho deveram lutar por um espaço mais amplo em relação a

estimular mudanças no quadro de dimensionamento de pessoal do SESMT,

buscando a inserção em empresas com números menores de trabalhadores. Nota-

se, no entanto, ausência de suporte e incentivo por parte da legislação brasileira, na

valorização deste profissional, uma vez que a presença do Enfermeiro do Trabalho

só se faz obrigatória para empresas com números de funcionários iguais ou

superiores a 3.501. Possivelmente, a única medida política que tem auxiliado a

classe é a implantação do Fundo Acidentário Previdenciário - FAP, ainda que

baseado em interesses econômicos, incentiva as empresas a investirem na

promoção da saúde de seus trabalhadores (SILVA 2010).

O maior empreendimento do Enfermeiro do Trabalho está em contribuir para

evitar os acidentes e doenças, pela identificação e eliminação dos riscos existentes

no ambiente de trabalho. O profissional de enfermagem identifica as necessidades e

características sócio-econômicas e culturais do núcleo comunitário ocupacional em

que está inserido. Esta inserção lhe permite tomar atitudes de mobilizar recursos

humanos, financeiros e materiais da comunidade para incrementar as atividades

preventivas e protecionistas [de proteção], elaborando projetos/programas com

potencialidades de êxito, no propósito de minimizar os problemas de saúde vigente.

Page 34: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

34

O Enfermeiro do Trabalho assiste ao trabalhador de maneira integral. Ele

deve considerar o cenário em que a empresa se localiza, seu ambiente interno,

verificando questões como: ruído, processo de trabalho, matérias primas utilizadas

na produção e seus riscos para a saúde do trabalhador. Devem considerar, também,

o modo de vida dos trabalhadores, seus problemas pessoais, bem como os que

adquirem da própria empresa. Com base nessas informações, o Enfermeiro do

Trabalho realiza o diagnóstico do grupo de trabalhadores e desenvolve as suas

ações, envolvendo programas de saúde, educação para saúde, cuidados

específicos de enfermagem, melhoria da sua qualidade de vida e orientação à sua

família. A título de ilustração pode citar o caso de um trabalhador que chega ao

ambulatório com queixa de “dor de cabeça” [cefaléia10]. A interpretação dada pelo

enfermeiro a esta situação é que irá definir a sua ação no que se refere ao

atendimento a ser prestado. Podendo o enfermeiro interpretar a situação “dor de

cabeça” apenas como uma alteração fisiológica do trabalhador, ele irá, certamente,

administrar somente o analgésico prescrito, dando por resolvida a questão. Porém,

interpretando a situação “dor de cabeça” como um sintoma decorrente de alguma

situação inerente ao local e às condições de trabalho, desse trabalhador tais como:

iluminamento, odores, possibilidade de vazamento de gases ou substâncias tóxicas,

ruído excessivo, dentre outras, a ação do profissional enfermeiro terá outra

abrangência. Ele possivelmente irá prestar o atendimento individual a esse

trabalhador, estabelecendo ações relativas ao grupo–cliente dos trabalhadores, no

intuito de programar medidas de prevenção para que outros trabalhadores não

tenham suas atividades interrompidas, pelos mesmos fatores existentes no ambiente

que levaram aquele primeiro trabalhador ao ambulatório da empresa (SOUZA,

1992).

A Enfermagem do Trabalho preocupa-se com trabalhadores. Sua atenção

volta-se para os trabalhadores de todas as categorias e de todos os setores de

ocupação, onde quer que se encontrem.

Enfermeiro do Trabalho com a enfermagem na saúde do trabalhador

compreendem:

• As exigências sociais.

• O desenvolvimento técnico-científico.

                                                            10 Cefaléia: A dor de cabeça simples ou cefaléia de tensão, em geral é conseqüência de tensão

muscular, posição desconfortável do corpo, fadiga, ou do estresse social e até psicológico.  

Page 35: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

35

• A singularidade da profissão de Enfermagem.

• As instâncias de atuação da enfermagem: técnica, científica, administrativa,

de ensino e pesquisa.

• A natureza das ações de enfermagem: preventiva e curativa.

• A valorização profissional.

• A remuneração e reconhecimento social.

• A formação educacional.

• A visibilidade social.

• Os direitos e deveres de prestar assistência.

• A autonomia profissional.

• O aspecto histórico.

• As relações de poder e hierarquia.

• Os modelos de assistência à saúde.

• A prática social.

• As mudanças no mundo social.

A Enfermagem do Trabalho no Brasil enfrenta, sem dúvida, enorme desafios

profissionais, na luta pelo direito e dever de prestação de uma assistência de

enfermagem em prol da saúde dos trabalhadores.

Os Enfermeiros do Trabalho, na maioria desses serviços, não desenvolvem

ainda uma atividade consentânea com a sua formação profissional especializada.

Trabalham sempre, funcional e tecnicamente, subordinados a um médico, na maioria

das vezes sem direito sequer ao registro da denominação do cargo que ocupam

embora a especialização nessa área e o competente registro sejam-lhe exigidos

como condições para serem admitidos nesses serviços (SILVA, 2010).

As ações dos Enfermeiros do Trabalho centralizam-se nas medidas de

prevenção e controle dos riscos ocupacionais existentes no ambiente de trabalho,

bem como na correção de danos causados por riscos ou acidentes. De certa forma,

a natureza destas ações pode ser entendida como preventiva e assistencial. Ações

que ressaltam o agir profissional do enfermeiro do trabalho quanto ao aspecto

educativo e de promoção da saúde e evidenciam o papel de educador do enfermeiro

do trabalho neste cenário. Ações as medidas de recuperação da saúde do

trabalhador e sua reintegração ao processo de trabalho. O Enfermeiro participa e

contribui com cuidados de Enfermagem adequados à reabilitação do trabalhador. As

funções gerenciais e administrativas integram o foco de atuação dos Enfermeiros do

Page 36: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

36

Trabalho em sua interação com o ambiente social da assistência de enfermagem á

saúde dos trabalhadores.

O aspecto da distribuição do trabalho entre a equipe multiprofissional, como

elemento de caracterização do agir profissional do Enfermeiro, sinaliza para o

reconhecimento da natureza do seu trabalho e respeito a sua formação profissional.

Na interação entre os membros da equipe de saúde o trabalho da Equipe de

Enfermagem é reconhecido como bem específico (GUIMARÃES, 2009).

Uma das atividades multiprofissional na área da saúde ao trabalhador é a

inclusão no SESMT no quadro de dimensionamento de pessoal o profissional de

saúde Fisioterapeuta, que estuda, diagnostica, previne e trata os distúrbios, entre

outros, cinético-funcionais (da biomecânica e funcionalidade humana) decorrentes

de alterações de órgãos e sistemas humanos a Fisioterapia estuda os efeitos

benéficos dos recursos físicos como o movimento corporal, as irradiações e

correntes eletromagnéticas, o ultrassom, entre outros recursos, sobre o organismo

humano. É a área de atuação do profissional formado em um curso superior de

bacharelado em Fisioterapia. O fisioterapeuta é capacitado a diagnosticar

disfunções, avaliar, reavaliar, prescrever (tratamento fisioterapêutico), emitir,

prognóstico, elaborar projetos de intervenção e decidir pela alta fisioterapêutica

(SILVA, 2010).

A concepção sobre a ação do cuidar do profissional (Enfermeiro) manifesta-se

na intenção objetiva de um ato concreto que guarda certa limitação quanto à

interpretação que o recebedor deste cuidado faz sobre o processo da assistência de

enfermagem.

A concepção de cuidar é:

• Primeiramente, humano. Pela natureza do ser que é o homem.

• Em segundo lugar, econômico. Porque na saúde do trabalhador, se o

mesmo tiver um bom atendimento de saúde, ele vai trabalhar melhor.

• Em terceiro lugar, ele é social, que o trabalhador, estando bem de

saúde, sendo tratado como uma pessoa humana com suas

possibilidades de adoecer e sendo atendido nas suas necessidades,

ele vai ter satisfação no trabalho e, logicamente, a empresa vai ser

socialmente bem resolvida.

Porque o cuidar tem todos esses componentes: o componente humano, o do bem

estar−colocando aí a saúde como valor essencial, não doença, mas saúde – um

Page 37: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

37

componente social no sentido de ajudar as pessoas a viver socialmente bem

econômico-financeira.

O enfoque nas concepções recai na saúde como equilíbrio ou como elemento

de capacitação para o trabalho. Também expressa o cuidar do Enfermeiro como um

processo contínuo de interações, e demonstra que sua efetividade decorre da

atenção assegurada na sua presença freqüente nas discussões de questões que

norteiam a vida do trabalhador na sua relação com o ambiente laboral. Mesmo o

destaque dado ao enfoque preventivo, na atuação do Enfermeiro, não traduz apenas

a difusão de comportamentos e atitudes restritas à prevenção de danos físicos ou

doenças, mas sim uma atitude constante de atenção à sua própria saúde e vida,

sobre todos os aspectos (ARSENSI, 2010).

Profissional de nível Técnico em Enfermagem, com especialização na área de

Saúde Ocupacional e Enfermagem do Trabalho, desempenha suas funções sob a

supervisão do Enfermeiro (a) do Trabalho, promovendo a prevenção de acidentes e

recuperação da saúde do trabalhador. Atende a clientela em sua área de atuação,

nos termos da NR-4, anexa à Portaria nº 3.214/78, do Ministério do Trabalho e

Emprego. Tem como funções específicas:

• Atender ao trabalhador; conscientizar a clientela na; Prevenção de Acidentes

(CIPA)

• Incentivar o uso de EPI.

• Fazer levantamento de dados epidemiológicos, participarem de Palestras

Educativas na empresa; aplicar princípios de normas de higiene pessoal e

ambiental

• Aplicar exercícios ergonômicos na realização do trabalho;

• Avaliar riscos e iatrogênias11 ao executar procedimentos técnicos;

• Identificar e avaliar rotinas, protocolos de trabalho, instalações e

equipamentos;

• Realizar primeiros socorros em situações de emergência.

• Manter os registros na sede do Serviço de Medicina do Trabalho.

• Manter atualizados os dados estatísticos de atendimento e de acidentes, com

e sem afastamento do trabalho.

• Reconhecer a fisiologia do stress, suas causas, competências e prevenção.                                                             11 Iatrogenias: Geralmente a palavra é usada para se referir às conseqüências de ações danosas dos

médicos, mas também pode ser resultado das ações de outros profissionais, como psicólogos, terapeutas, enfermeiros, dentistas, etc.

Page 38: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

38

• Realizar transporte de vítimas aplicando métodos adequados.

Enfermeiros são produtores de saúde e executam seu trabalho com liberdade

para ser criativo, relacionar-se com o usuário e experimentar soluções para

problemas, interagir e instruir os usuários no processo de produção da própria

saúde. Os administradores precisam se preocupar com as atitudes e desempenho

dos profissionais, pois isso resulta na produção e os objetivos vão ser alcançados

através da competência e a supervisão da enfermagem que tem como objetivo real

preocupação com o bem estar ou estar melhor da saúde dos trabalhadores

(GOMEZ, 1997).

A Supervisão de enfermagem é um processo educativo e contínuo, que

consiste em motivar e orientar os supervisionados na execução das atividades com

base nas normas, a fim de manter elevada a qualidade do serviço prestado.

Considera a supervisão como processo dinâmico e democrático de integração e

coordenação dos recursos humanos e materiais, numa estrutura organizada,

visando alcançar objetivos definidos em um programa de trabalho, mediante o

desenvolvimento do pessoal. O papel do supervisor mudou para orientador e

facilitador no ambiente de trabalho. Os problemas diagnosticados servem de

subsídios para o planejamento visando sempre a melhoria e ao crescimento do

pessoal. O prestígio e a autoridade do supervisor são legitimados quando vem dos

subordinados, tendo por base o respeito, a postura profissional e a competência

(CHAVES, 2009).

Page 39: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

39

7. RECOMENDAÇÕES DO ESTUDO.   

 

O Conselho Federal de Enfermagem - COFEN-SP esclarece que o Quadro II

na Norma Regulamentadora – NR-4 sofreu alterações pela Portaria Secretaria de

Segurança do Ministério do Trabalho SSMT 34 de 11/12/87. O item 4.4.1 prevê os

requisitos mínimos necessários aos profissionais que integram os Serviços

Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. Esse item foi

também alterado pela Portaria nº 11 de 17/09/90. Em relação aos questionamentos

feitos em sua manifestação, temos o que se segue:  

1. A Norma Regulamentadora NR-4 fere a Lei do Exercício Profissional (Lei nº

7.498/86) e seu Decreto Regulamentador (Decreto nº 94.406/87), tendo em

vista que no Artigo 15º da referida Lei diz que: as atividades referidas nos

artigos 12º e 13º (atribuições dos Técnicos de Enfermagem, respectivamente)

da Lei nº 7.498/86, quando exercidas em instituições de saúde, públicas e

privadas, e em programas de saúde, somente podem ser desempenhadas

sob orientação e supervisão do Enfermeiro. De acordo com a hierarquia das

normas, uma lei menor não pode sobrepor a uma lei maior, ou seja, a Lei

7.498/86 é uma Lei Federal e ordinária e somente pode ser revogada pelo

Congresso Nacional por outra lei que trate sobre a mesma matéria. Portanto,

uma Norma Regulamentadora está abaixo de uma Lei Federal na escala da

hierarquia das normas. Desse modo, a NR-4 necessita ser revisada e

atualizada, pois não se enquadra na norma legal, além de estar equivocada

quanto ao Dimensionamento de Pessoal.

2. A contratação de funcionários capacitados para exercer a Enfermagem do

Trabalho cabe a empresa contratadora. No caso de substituição do Técnico

de Enfermagem pelo Enfermeiro do Trabalho, não há qualquer irregularidade

desde que o profissional seja inscrito e tenha sua especialidade reconhecida

pelo Conselho Regional de sua área de jurisdição e pelo COFEN.

A Enfermagem do Trabalho tem desempenhado papel decisivo no

planejamento da prestação de serviços de saúde e de segurança nos locais de

trabalho, onde é percebida nitidamente a profundidade da assistência e o caráter

global no custo-benefício. Além do conhecimento técnico-científico, o Enfermeiro do

Trabalho deve possuir uma visão ampla dentro da empresa, que supere os

horizontes da enfermagem, porém sem interferir ou exercer outra atividade não

Page 40: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

40

inerente às suas funções é sabido que o ambiente de trabalho tem influência

significativa na saúde dos indivíduos e é local privilegiado para a prestação de

assistência preventiva à saúde, uma vez que grande parte da vida se passa no

ambiente de trabalho (RAMANZZINI, 2001).

Neste sentido, fortalece-se que a troca de experiências e as propostas de

melhorias entre os profissionais atribuem muitos benefícios ao trabalhador e sua

saúde Para uma maior lucratividade das empresas, muitos optam por delegar

assistência de seus trabalhadores  com os acidentes de trabalho. Visando uma

proposta para o desenvolvimento de programas para a promoção de saúde no

trabalho, destacam-se as contribuições do Enfermeiro do Trabalho (GOMEZ, 1997).

As reflexões do estudo esclareceram alguns aspectos no sentido de que

práticas ilegais e antiéticas sejam coibidas. O estudo também propõe aos conselhos

da categoria profissional uma nova maneira de fiscalizar as instituições irregulares,

de acordo com cada experiência vivida (SILVA, 2010).

Sugere-se, inclusive, nova redação para a Norma Regulamentadora NR-4,

incluindo o Enfermeiro do Trabalho em todas as empresas que mantenham um

SESMT e/ou ambulatório de Saúde do Trabalhador (BRASIL, 2010).

A Enfermagem do Trabalho no Brasil enfrenta, sem dúvida, enorme desafios

profissionais, na luta pelo direito e dever de prestação de uma assistência de

enfermagem em prol da saúde dos trabalhadores. Podemos destacar, entre outros,

os seguintes problemas:

1) Esforço pela garantia de nossa presença em maior quantidade, junto aos

trabalhadores;

2) Melhor qualificação profissional;

3) Correta e competente definição do nosso papel na equipe de saúde

ocupacional;

4) Fortalecimento de nossa organização profissional.

As ações dos enfermeiros do trabalho centralizam-se nas medidas de

prevenção e controle dos riscos ocupacionais existentes no ambiente de trabalho,

bem como na correção de danos causados por riscos ou acidentes. De certa forma,

a natureza destas ações pode ser entendida como preventiva e assistencial.

Ações que ressaltam o agir profissional do enfermeiro do trabalho quanto ao

aspecto educativo e de promoção da saúde, e evidenciam o papel de educador do

enfermeiro do trabalho neste cenário.

Page 41: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

41

Ações as medidas de recuperação da saúde do trabalhador e sua

reintegração ao processo de trabalho. O enfermeiro participa e contribui com

cuidados de enfermagem adequados à reabilitação do trabalhador.

As funções gerenciais e administrativas integram o foco de atuação dos

enfermeiros do trabalho em sua interação com o ambiente social da assistência de

enfermagem á saúde dos trabalhadores.

O aspecto da distribuição do trabalho entre a equipe multiprofissional, como

elemento de caracterização do agir profissional do enfermeiro, sinaliza para o

reconhecimento da natureza do seu trabalho e respeito a sua formação profissional.

Na interação entre os membros da equipe de saúde o trabalho da equipe de

enfermagem é reconhecido como bem específico (SILVA, 2010)

A participação do Enfermeiro do Trabalho, nas esferas de planejamento das

ações de saúde das organizações, tem sido crescente. Este profissional tem sido

convidado a integrar equipes de planejamento e gestão em saúde apresentando

propostas e soluções fundamentadas, sobretudo, na sua visão em relação à saúde

individual e coletiva dos trabalhadores e da população em geral (GUIMARÃES,

2009).

As atividades fim da empresa é produzir o carro, o petróleo, a cadeira, a

mesa, etc. Mas, se o empresário valoriza o homem e a saúde do homem, ele vê o

trabalho do Enfermeiro muito bem. Agora se ele não vê o trabalhador com a

necessidade de ser saudável para poder trabalhar, ele não valoriza. “Então, o

trabalho do Enfermeiro é uma mera ocupação de um cargo legal, está cumprindo a

lei. A importância dada às questões de saúde dos trabalhadores irá depender da

visão dos empresários em função de seus interesses (GATTÁS, 2006).

Independentemente do caráter próprio dos "modos de agir profissional" dos

Enfermeiros do Trabalho, o comportamento do organismo social empresa

demarcaria um foco de interação. Quando a visão sobre a saúde do trabalhador se

sobrepõe às questões legais, podemos entender que o que se espera das ações dos

profissionais é a busca de melhores resultados para a empresa no que tange à

saúde de seus empregados conferindo com a força de trabalho (BUSSACOS, 1997).

Em contrapartida, quando o foco de atenção às questões da saúde

ocupacional restringe-se ao cumprimento estrito da lei, o resultado das ações dos

profissionais torna-se precária ao discutir sobre a formação do Enfermeiro do

Trabalho, com base nas recomendações do Comitê Misto da OIT/OMS (1981),

Page 42: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

42

destaca que foi considerado essencial que se dê formação especializada aos

Enfermeiros que se destinam a trabalhos em serviços de saúde ocupacional e

recomenda, entre outros, como objetivos da especialização dessa categoria, o

seguinte:

a) conhecer a estrutura organizacional da empresa;

b) construir um modelo teórico que demonstre as linhas de comunicação e

cooperação no interesse da saúde do empregado, quer na empresa, quer

fora dela.

Não obstante, a interação do Enfermeiro com o ambiente social deixa claro que

a estrutura organizacional da empresa é um dos componentes presentes nesta

interação. Tenha-se em conta que: se o trabalhador for saudável, pode ter certeza

também de que a empresa é saudável e vai gerar dinheiro (GUIMARÃES, 2009).

O ambiente de trabalho, além de ser excelente para as ações educativas de

saúde relativas aos comportamentos dos trabalhadores, quando investidos deste

papel, serve também para torná-lo um elemento disseminador das orientações

recebidas, em especial dos Enfermeiros do Trabalho (CHAVES, 2009).

Assim, o trabalhador, enquanto cliente do Enfermeiro do Trabalho é visto como

um elemento essencial na caracterização e planejamento da Assistência de

Enfermagem a ser prestada, e caso este Enfermeiro conceba o trabalhador como

um ser social, ou seja, envolvido com interações dentro e fora do ambiente do

trabalho, o que o torna elemento ativo nesse processo. Olhando-se por este ângulo,

o Enfermeiro do Trabalho, no desenvolvimento de suas ações junto ao trabalhador,

utiliza esta oportunidade para orientá-lo sobre outros aspectos da sua vida e saúde

(SILVA, 2010).

Poderíamos depreender que o cuidado de enfermagem na saúde do

trabalhador requer uma atitude preventiva inerente aos modos de agir dos

Enfermeiros do Trabalho.

Esta atitude preventiva tem a visão do Enfermeiro do Trabalho que, com as

mudanças do Quadro II na NR-4, não se restringiria apenas à observância dos riscos

ambientais, por vezes evidentes, próprios do local de trabalho, mas aos

comportamentos manifestos dos trabalhadores sobre o sentido desta prevenção em

sua própria vida.

O Enfermeiro do Trabalho, com isso, é visto como um elemento de propulsão

das ações assistenciais de saúde em geral e como entendidas quanto à saúde do

Page 43: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

43

trabalhador. A formação profissional e a natureza das suas atividades lhe conferem

habilidade e competência no sentido de ser ele um facilitador e articulador no

atendimento às necessidades do trabalhador relativas à saúde, sem se distanciar do

alcance dos objetivos da empresa, e relativamente à garantia dos processos de

trabalho e produtividade (GOMEZ, 1997).

Acredita-se que as reflexões do estudo esclareceram alguns aspectos no

sentido de que práticas ilegais e antiéticas sejam coibidas. O estudo também propõe

aos conselhos da categoria profissional uma nova maneira de fiscalizar as

instituições irregulares, de acordo com cada experiência vivida. Sugere-se, inclusive,

nova redação para a NR-4, incluindo o enfermeiro do trabalho em todas as

empresas que mantenham um SESMT e/ou ambulatório de Saúde do Trabalhador.

Além disso, é imprescindível denunciar as empresas irregulares ao Ministério

Público do Trabalho com o escopo de fazê-las submeter-se à legislação já existente,

dando ampla efetividade àquilo que já está previsto em lei (BRASIL, 2010).

Page 44: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

44

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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enfermagem do trabalho. [On-line] acessado em 12 abr 2013, disponível em: www.anent.org.br.

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Saúde do Trabalhador – Centro de Estudos de Enfermagem e Nutrição].E 171. Série 72- edição. Ed. L.Tr. São Paulo, 1992.

Page 47: NR 4: Mudanças necessárias no Quadro II para atuação do enfermeiro do trabalho

     

 

 

 

47

ANEXO

DECLARAÇÃO

Eu, REGINALDO APARECIDO DE ANDRADE, portador do documento de

identidade RG nº 17.768.798-8 CPF nº 068.643.528-11, aluno regularmente

matriculado co curso de Pós-Graduação de Enfermagem do Trabalho, do programa

de Lato Sensu da UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA, sob o nº RA 900415-8

declaro a quem possa interessar e para todos os fins de direto, que:

1. Sou o legítimo autor da monografia cujo título é: “NORMA REGULAMENTADORA - NR 4: MUDANÇAS NECESSÁRIAS DO QUADRO II PARA A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO DO TRABALHO.”, da qual esta

declaração faz parte, em seus ANEXOS;

2. Respeitei a legislação vigente sobre diretos autorais, em especial, citado

sempre as fontes as quais recorri para transcrever ou adaptar textos produzidos

por terceiros, conforme as normas técnicas em vigor.

Declaro-me, ainda, ciente de que se for apurado a qualquer tempo qualquer

falsidade quanto ás declarações 1 e 2, acima, este meu trabalho monográfico

poderá ser considerado NULO e, consequentemente, o certificado de conclusão de

curso/diploma correspondente ao curso para o qual entreguei esta monografia será

cancelado, podendo toda qualquer informação a respeito desse fato vir a tornar-se

de conhecimento público.

Por ser expressão da verdade, dato e assino a presente DECLARAÇÃO.

Em Campinas, 20 de Setembro de 2013.

________________________________