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1 1 Auditoria estratégica, intervenção; Termos de notificação e autos de infração; Embargo e interdição e Responsabilidades Módulo 7

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Auditoria estratégica, intervenção;Termos de notificaç ão e autos de infração; Embargo e interdição e

Responsabilidades

Módulo 7

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Frequentemente os custos decorrentes dos acidentes de trabalho estão ocultos e, em alguns casos, embutidos nos preços do produto ou serviço.Ao não perceber o rombo que os acidentes e doenças do trabalham causam, as empresas tratam o tema mais como gasto do que como possibilidade de ganho.

Mas nem todas as empresas pensam assim. Algumas já entenderam que os acidentes de trabalho se transformaram em questão estratégica. E por isso estão mudando de atitude.

Mas infelizmente a maioria das empresas ainda têm o pensamento medíocre e acham que investir em segurança é perda de tempo e dinheiro.

Só para termos uma idéia os gastos em 2006 da previdência social com acidentes do trabalho foram de R$ 12.000.000.000,00.

Introdução

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Frente a este quadro, é cada vez maior o número de empresas que diante da complexidade deste cenário e de tantas turbulências e incertezas, estão buscando formas e técnicas para que possam desenvolver e fortalecer seu processo gerencial. A auditoria estratégica é uma das técnicas utilizadas por estas empresas.

Ao contrário do que alguns pensam, esta técnica contempla as características das pequenas, médias e também grandes empresas. Mas em especial das pequenas e médias empresas.

Nas empresas competitivas verificamos que uma importante condição para sua sobrevivência estáligada à definição de seus objetivos e ao traçado antecipado dos possíveis caminhos a serem percorridos para atingi-los.

Introdução

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Auditoria é um exame cuidadoso e sistemático das atividades desenvolvidas em determinada empresa ou setor, cujo objetivo é averiguar se elas estão de acordo com as disposições planejadas e/ou estabelecidas previamente, se foram implementadas com eficácia e se estão adequadas à consecução dos objetivos.

Processos Sistemáticos

É o processo de auditoria de um sistema de gestão, o qual deverá ser planejado, sendo que as auditorias deverão ser conduzidas de maneira periódica, para aferição, adequação e conformidade do sistema implantado.

Processos Documentados

A atividade de auditoria deverá ser padronizada por meio de procedimentos específicos com resultados documentados para assegurar a manutenção das evidências objetivas levantadas.

Auditoria

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Existem três tipos de auditoria sendo elas:

Auditorias de primeira parte

São auditorias que uma empresa realiza nela mesma, utilizando seus funcionários ou também auditores externos (consultores).

Auditorias de segunda parte

São auditorias conduzidas por entidades externas que têm interesse comercial nas relações com a organização, normalmente, o cliente, ou a própria organização auditando um fornecedor.

Auditorias de terceira parte

São auditorias que são conduzidas por uma entidade independente da organização, que pode ser, por exemplo, uma empresa de certificação.

Tipos de Auditorias

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Quanto ao Objeto - Sistema- Processo- Produto

Quanto as partes -Primeira-Segunda-Terceira

Quanto ao objetivo -Certificação;-Sistema de Gestão (Integrado ou individual)-Prêmio Nacional de Qualidade- Garantia de quesitos solicitados por clientes;-Credenciamento;-Conformidade Legal;-Implantação de novos procedimentos;-Avaliação de processos em andamento.

Classificação de auditorias

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A auditoria estratégica, neste caso, será uma ferramenta usada pela empresa, para avaliar a implantação de novos procedimentos e/ou procedimentos já em utilização.

Planejamento da auditoria:

Para o planejamento da auditoria de empresas de energia elétrica incluindo suas contratadas, éimportante um trabalho de pesquisa de informações sobre fiscalizações realizadas anteriormente, demandas das representações dos trabalhadores e intervenções de outras entidades ou órgãos.

1° Estabelecer um sistema de planejamentos;

2° Identificar os elementos de estratégia.

Auditoria estratégica

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Estabelecer um sistema de planejamento(utilizando as informações à seguir)

Identificar os elementos de estratégia

-Sistema SFIT-Registro e processos existentes no MTE/DRT;-Colegas auditores;-Fontes bibliográficas;-Legislações concorrentes;-Sindicato da Categoria;-Convenções e acordos coletivos da categoria.

-A equipe;-O desenvolvimento da estratégia de atuação;-Cronograma de ações.

Auditoria estratégica

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A auditoria à concessionária de energia elétrica deve ser estendida às empresas prestadoras de serviço, já que o setor tem terceirizado intensamente suas atividades, com grande precarização das relações de trabalho e condições de segurança e saúde.

O planejamento deverá também prever ações a serem desenvolvidas nas prestadoras de serviço, com utilização dessa sistemática.

É impossível eliminar todos os riscos à nossa volta. O melhor que podemos fazer é eliminar alguns e minimizar o máximo possível outros.

Podemos pegar como exemplo uma pessoa que tenha que dirigir em estradas asfaltadas e escorregadias em dias chuvosos, não podemos eliminar os riscos devido à tração deficiente ou mávisibilidade, mas podemos minimizá-los.

Auditoria estratégica

O que tudo isto tem haver com a segurança no trabalho?

É exatamente isto que todo o planejamento estratégico procura: a eliminação e na maioria das vezes à minimização dos riscos de acidente, principalmente quando tratamos da eletricidade.

Neste tópico foi proposta uma metodologia para inspeção dos aspectos de segurança e saúde no trabalho no setor de energia elétrica.

Tal auditoria representa uma inspeção de caráter amplo, com análise crítica e sistemática das condições de segurança das empresas, com proposição de ações visando garantir o cumprimento da legislação e gerenciamento da segurança e saúde nos seus ambientes de trabalho e nos de suas contratadas, com a participação dos trabalhadores.

É fundamental o entendimento de que além das ações de praxe da auditoria deve ser buscado o comprometimento dos setores estratégicos da empresa na implementação e continuidade das ações negociadas, com a participação de representações dos trabalhadores.

Auditoria estratégica

As concessionárias de energia elétrica devem manter seus empregados registrados, de acordo com a legislação. Entretanto, o mesmo não se aplica às suas empreiteiras e subempreiteiras, que possuem grande quantidade de empregados sem o devido registro.

Desse modo, com relação às contratadas e subcontratadas das concessionárias de energia elétrica o auditor deverá verificar o registro de empregados.

Nas empresas prestadoras de serviço o auditor deve atentar para que seja corretamente anotada a função do empregado eletricista.

É importante, ainda, que nas empresas do setor de energia elétrica, se verifique a existência de menor de 18 anos trabalhando exposto a riscos de acidentes com energia elétrica, o que é proibido.

Auditoria estratégica com terceirizados

Como parte da auditoria estratégica existem ainda alguns documentos que podem ser solicitados e avaliados para verificar se os mesmos se encontram dentro das especificações determinadas pela lei.

Os documentos são:

• Comprovantes de treinamentos;

• Documentos de qualificação e autorização;

• CAT e relatórios de acidentes;

• Contratos das empresas prestadoras de serviços;

• Programa de controle médico de saúde ocupacional (PCMSO);

• Programa de prevenção dos riscos ambientais (PPRA);

continua

Auditoria estratégica

• Programa de condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção (PCMAT);

• Documentos da CIPA;

• SESMT;

• Prova de entrega de EPI’s;

• Certificação de EPC;

• Registro de horas de trabalho;

• Laudos periciais de periculosidade e insalubridade;

• Outros documentos.

Auditoria estratégica

Comprovantes de treinamento

A empresa deve realizar e comprovar em uma ação fiscal os treinamentos de qualificação necessários à autorização, por isso, em uma auditoria é muito importante a verificação destes comprovantes, conforme abaixo descritos, e outros que possuam a finalidade de informar aos trabalhadores quanto aos riscos profissionais nos locais de trabalho e para implementação dos procedimentos de trabalho “passo a passo”.

Assim, os trabalhadores que instalam, operam, inspecionam ou reparam instalações elétricas devem receber treinamento de:

• primeiros socorros;• de combate a incêndios;• de segurança no trabalho, contendo os riscos da atividade e seu controle;• de curso técnico na área elétrica.

Além disso, o auditor deve solicitar curso específico quando o trabalhador realizar serviços em “linha viva”, em subestação, em iluminação pública, em poda de árvores, em construção e manutenção de redes elétricas, em ligação e corte de residências, etc.

Auditoria estratégica

• Documentos de qualificação e autorização

De acordo com a NR-10, que já estudamos, os trabalhadores que trabalham em instalações elétricas devem possuir qualificação e autorização para exercício das atividades.

Profissional qualificado:

• certificado de curso técnico da área elétrica, reconhecido pelo sistema oficial de ensino – Federal, Estadual ou Municipal;

• certificado de treinamento realizado na empresa ou através de cursos especializados, conduzido por profissional autorizado;

• certificado de treinamento especializado e realizado por centros de treinamento reconhecidos pelo sistema oficial de ensino.

Auditoria estratégica

Profissional autorizado:

• documentos de profissional qualificado, conforme acima;

• a testado de saúde Ocupacional – ASO, em que conste a compatibilidade de seu estado de saúde com a função;

• documento comprobatório de aptidão para prestar atendimento de primeiros socorros;

• documento comprobatório de aptidão em prevenção e combate a incêndios;

• autorização formal da empresa anotada no seu registro de empregado.

Auditoria estratégica

• CAT’s e relatórios de acidentes

As CAT’s são documentos úteis para se conhecer a história dos acidentes na empresa.Apesar de pouco precisas, as informações das CAT’s permitem, por exemplo, selecionar osacidentes por ordem de importância, de tipo, de gravidade da lesão ou localizá-los no tempopor um período que, sugerimos de 3 anos, além de possibilitar o resgate das atas da CIPAcom as investigações e informações complementares referentes aos acidentes.

Auditoria estratégica

A empresa deve elaborar relatório de análise de acidente, conduzido e assinado peloSESMT e a CIPA, com todo detalhamento necessário ao perfeito entendimento daocorrência, contendo:

• informações da qualificação do acidentado;• descrições do ambiente e dos fatos da ocorrência;• entrevistas com o acidentado, quando possível, entrevistas com testemunhas eentrevistas com companheiros;• descrições dos métodos e processos, dos procedimentos de trabalho prescritos,• da habitualidade e práticas regularmente adotadas,• dos equipamentos ou sistemas de proteção coletiva adotados e• dos equipamentos de proteção individual.

Os dados contidos nestes documentos poderão servir para o auditor embasar seurelatório de análise de acidente do trabalho.

Auditoria estratégica

• Contratos das empresas prestadoras de serviços

A terceirização nos setores de energia elétrica tem se mostrado como significativo fator de precarização das condições de segurança e saúdo do trabalho. Assim, os contratos devem contemplar, de maneira precisa e responsável, os diversos aspectos necessários relativos à segurança e saúde do trabalho.

A importância, abrangência, detalhamento, bem como a forma de abordagem dada às questões da segurança nos contratos com empresas prestadoras de serviços refletem o compromisso da contratante com a segurança e saúde no trabalho e esses documentos são importantes instrumentos para análise do sistema de gestão na área da segurança.

Também, é a partir da análise do contrato de prestação de serviços celebrado entre concessionária e prestadora de serviços e da verificação física efetuada pelo auditor que será possível definir o CNAE das terceirizadas, já que na maioria das vezes o CNPJ destas não traduz a realidade.

Após a verificação do auditor sobre qual o verdadeiro CNAE da empresa que a prestadora de serviços esta enquadrada é importante que esta informação conste no relatório desta auditoria.

Auditoria estratégica

• Programa de controle médico de saúde ocupacional (PCMSO)

Esse Programa constitui-se num dos elementos de segurança e saúde do trabalho da empresa e não pode prescindir de total engajamento e correspondência com o sistema de gestão adotado na empresa, se houver, integrando-o, tanto na fase de planejamento de ações quanto na fase de monitoração dos resultados das medidas de controle implementadas.

Frente às situações específicas do setor elétrico, onde na maioria dos casos não estão presentes os riscos clássicos industriais, o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) deve considerar com profundidade fatores:

• de ordem psicossocial. • de natureza biomecânica. • de natureza organizacional.

Auditoria estratégica

Além dos fatores citados, evidentemente o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) deverá levar em conta os demais riscos presentes nas atividades executadas conforme cada caso especificamente.

O controle médico deverá incluir:

• avaliações clínicas cuidadosas, admissionais e periódicas, com ênfase em aspectos neurológicos e osteo–músculo- ligamentares de modo geral;

• avaliação de aspectos físicos do trabalhador pertinentes a outros riscos levantados, incluindo ruído, calor ambiente e exposição a produtos químicos;

• avaliação psicológica voltada para o tipo de atividade a desenvolver;

• avaliação de acuidade visual (trabalho muitas vezes à distância, e com percepção de detalhes).

Exames complementares poderão ser solicitados, a critério médico, conforme cada caso.

Auditoria estratégica

• Programa de prevenção dos riscos ambientais (PPRA)

O Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais é um documento de revisão anual, sendo fundamental a abordagem, dentre todos os riscos ambientais, sobretudo dos riscos relativos à:

• radiação eletromagnética, principalmente na construção e manutenção de linhas de elevado potencial (transmissão e sub-transmissão) e em subestações;• ruído em usinas de geração elétrica e subestações;• calor em usinas de geração elétrica (sala de máquinas), serviços em redessubterrâneas de distribuição de energia elétrica e em subestações;• umidade em caixas subterrâneas;• riscos biológicos diversos nos serviços em redes subterrâneas de distribuição de energia elétrica (eventual proximidade com redes de esgoto) e obras de construção de modo geral;• gases tóxicos, asfixiantes, inflamáveis nos serviços em redes subterrâneas de distribuição de energia elétrica tais como metano, monóxido de carbono, etc.;

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Auditoria estratégica

• produtos químicos diversos como solventes para limpeza de acessórios, óleos dielétricos utilizados nos equipamentos, óleos lubrificantes minerais e hidrocarbonetos nos serviços de manutenção mecânica em equipamentos sobretudo em subestações de energia, usinas de geração e transformadores na rede de distribuição;• ácido sulfúrico em baterias fixas de acumuladores em usinas de geração elétrica;• ascarel ou Bifenis Policlorados (PCBs);• outros riscos ambientais.

O PPRA deve estar articulado com os demais documentos de segurança e saúde do trabalho como PCMSO e PCMAT (em caso de construção de linhas elétricas, obras civis de apoio a estruturas prediais), e, inclusive, com todos os documentos relativos ao sistema de gestão em segurança adotado pela empresa.

Auditoria estratégica

• Programa de condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção (PCMAT)

O PCMAT - Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção - é um documento de extrema importância no caso das atividades de construção no setor elétrico.

Sabemos que o PPRA é um documento de higiene e não contempla o risco elétrico, assim o PCMAT, obrigatório nas atividades de construção, deverá, abordar de modo detalhado os riscos de origem elétrica, bem como todos os riscos de acidentes presentes nos ambientes, tais como riscos de queda, riscos relacionados ao transporte, áreas de vivência, operação de equipamentos, etc.

Auditoria estratégica

As medidas preventivas para cada risco identificado, sobretudo de acidentes, os equipamentos de proteção coletiva e individuais e o ferramental necessário deverão ser especificados para cada operação.

A execução das proteções coletivas tais como aterramento, equipotencialização de equipamentos e instalações elétricas, dentre outras, deverão ser objeto de projeto em conformidade com as etapas de execução da obra.

Auditoria estratégica

Documentos da CIPA:

A comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA já é de conhecimento de todos, contudo cabe ressaltar alguns aspectos de interesse particular ao setor elétrico que abaixo destacamos:

• deve ser constituída baseada no CNAE “real” da concessionária ou prestadora, por estabelecimento, e sua organização deverá obedecer a critérios que permitam obrigatoriamente a representação dos setores que ofereçam maior risco ou que apresentem o maior número de acidentes;

• as constatações ou comunicações de risco ou as ocorrências de acidentes do trabalho devem estar formalizadas nas atas das reuniões, com os encaminhamentos necessários;

• as concessionárias e prestadoras de serviço deverão promover a integração de suas CIPAS e de todos os responsáveis pela atribuição da NR-5;

• a CIPA deve ser considerada pela concessionária e prestadoras como instituto fundamental para uma gestão de segurança e saúde do trabalho.

Auditoria estratégica

• SESMT:

Além do registro do SESMT no MTE, fichas de registro e registros de ponto de seus membros, épertinente a verificação de documentos que traduzam o efetivo trabalho realizado pelo SESMT, seu envolvimento e autonomia na empresa, como atas de reuniões, relatórios, etc..

Os SESMT e CIPAS ou designados para atribuições da NR-5 da concessionária e das prestadoras de serviços, onde houver, devem trabalhar em conjunto e integrados com o principal objetivo de fornecer as mesmas condições de dignidade quer seja o trabalhador próprio ou terceirizado, bem como buscar a redução de acidentes do trabalho.

Auditoria estratégica

• Prova de entrega de EPI’s:

Conforme temos observado, os Comprovantes de Entrega de EPI não discriminam corretamente o tipo de EPI fornecido ao empregado, trazendo informações genéricas, tais como substituição de BOTINAS, CAPACETES, LUVAS.

Desse modo, tomando-se como base apenas a Ficha de Controle de Fornecimento de EPI, é impossível saber se o EPI fornecido é o adequado para a função do empregado.

Uma visita ao almoxarifado da empresa, quando possível, para verificar a quantidade de EPI em estoque, as notas fiscais de aquisição de EPI e as Fichas de Controle de Fornecimento de EPI são elementos importantes para se formar juízo a respeito da seriedade com que o fornecimento de equipamento adequado e em boas condições é tratado dentro da empresa.

Auditoria estratégica

• Certificação de EPC:

Os dispositivos de proteção coletiva utilizados nas concessionárias de energia elétrica e suas empreiteiras e sub-empreiteiras devem garantir perfeita funcionalidade elétrica e mecânica com isolação para execução das tarefas sem riscos de choque elétrico.

As empresas fabricantes desse ferramental realizam testes de isolação do equipamento, por ocasião da fabricação dos mesmos. Entretanto, devido às solicitações dos serviços e do manuseio e guarda não apropriados, esses EPC acabam perdendo essa condição defuncionalidade segura .

Por esse motivo, é necessário que as empresas submetam esses EPC a testes de integridade, sempre que se suspeitar de algum dano que possa comprometer o seu bom funcionamento, ou periodicamente, de acordo com o fabricante, devendo as empresasdocumentarem esses procedimentos, através do arquivamento de certificados de integridade dos equipamentos, emitidos pela empresa que realizou os testes.

Auditoria estratégica

• Registro de horas de trabalho:

As atividades mencionadas relativas aos setores de eletricidade exigem grande sobrecarga física. Esses trabalhadores ficam expostos a intempéries durante sua jornada de trabalho, despendem muito esforço físico por sua condição de trabalho e por carregar e descarregar materiais e equipamentos permanentemente.

Existe, ainda, outra condição de risco a ser considerada que é a remuneração por produção, que faz com que o trabalhador negligencie diversos procedimentos de segurança, a fim de apresentar produtividade à empresa.

Se a essas condições descritas são acrescentadas horas extras à jornada de trabalho, teremos um cenário totalmente favorável à ocorrência de acidentes que como sabemos, quando há energia elétrica envolvida, são sempre graves.

Auditoria estratégica

Auditoria estratégica

• Laudos periciais de periculosidade e insalubridade:

É necessária a realização de perícia para trabalhadores em condições de periculosidade, com elaboração de laudo técnico assinado por profissional legalmente habilitado, destinada à caracterização da condição de periculosidade.

Esse documento deverá ser exigido das empresas envolvidas (concessionárias e suas contratadas) para caracterização ou não da condição de periculosidade dos trabalhadores que interagem com o risco elétrico, e então deve-se comparar se o exercício dessa atividade é compatível com a qualificação técnica exigida e se todos os trabalhadores submetidos a esse risco recebem o referido adicional.

Finalmente, devemos salientar que o pagamento de um adicional não elimina o risco da atividade sendo, portanto, fundamental a eliminação ou minimização do risco pela empresa através da implantação de sistemas, equipamentos, procedimentos ou outras medidas de segurança que garantam a integridade física do trabalhador.

Auditoria estratégica

Outros documentos:

Também podem ser solicitados, dentre outros documentos, conforme as especificidades dos ambientes de trabalho alguns outros documentos com informações adicionais, tais como:

• Ordens de serviço.

• Medições da qualidade do sistema de aterramento e dos sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (pára-raios).

• Programa de Conservação Auditiva. Conforme os níveis de ruído e as particularidades de estações e subestações e usinas de geração.

Auditoria estratégica

Após as análises dos documentos, verificações físicas e entrevistas com os trabalhadores e diretores da empresa, a equipe de auditoria terá elementos suficientes para analisar conjuntamente e avaliar a empresa quanto à segurança e saúde de seus trabalhadores.

É importante considerar para o diagnóstico da empres a quanto à gestão em segurança os seguintes pontos:

• irregularidades encontradas quanto ao cumprimento da legislação de segurança e saúde no trabalho;

• comprometimento dos níveis gerenciais e estratégicos da empresa com a segurança e responsabilidade e transparência no tratamento com as questões relativas à SST;

• participação de todos os trabalhadores;

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Auditoria estratégica

• sistema de gestão em segurança adotado (sua política, organização, planejamento, implementação, formas de avaliação, ações para melhorias)

• a integração da segurança diretamente ligada ao sistema geral de gestão da empresa;

• envolvimento das contratadas no sistema de gestão da segurança adotado;

• monitoramento da performance em segurança das contratadas como elemento fundamental do sistema de gestão adotado.

A partir do diagnóstico da empresa, deve ser planejada e realizada a intervenção, etapa primordial do processo de auditoria, para que possa ser atingido o objetivo da auditoria estratégica, ou seja, garantir que a empresa gerencie eficazmente a sua segurança e saúde dos trabalhadores.

Assim, deve a intervenção buscar não somente a correção de determinadas irregularidades ou melhorias específicas, mas principalmente interferir a fim de que seja implementada na empresa, uma gestão eficaz e permanente em segurança e saúde do trabalho.

Intervenção

Obviamente, a intervenção centra-se na empresa contratante principal – concessionária de energia elétrica, mas não se limita a esta. Embora caiba à contratante incluir os contratados no seu sistema de gestão e monitorar a performance destes, é importante que as intervenções sejam feitas também nas contratadas, em conformidade com as intervenções feitas na empresa principal.

As ações a serem implementadas pela empresa também deverão ser expostas, de modo claro e objetivo. Este momento já constitui o início do processo de intervenção. Diversas estratégias poderão ser adotadas para a intervenção, baseadas em diferentes enfoques, orientador, negociador ou repressor, conforme o diagnóstico feito.

Intervenção

Os termos de auto de infração destinam-se exclusivamente aos estabelecimentos ou instituições, ou seja, a pessoas jurídicas. E são emitidos quando estas desenvolvem suas atividades em não conformidade com qualquer que seja o aspecto legal exigido.

A empresa é, dependendo da gravidade, notificada, recebendo um prazo para regularizar a sua não conformidade. Caso ela não cumpra com o exigido ela é então autuada e dependendo da situação, embargada.

Termo de notificação e Auto de infração

O embargo e interdição estabelece as situações em que as empresas se sujeitam a sofrer paralisação de seus serviços, máquinas ou equipamentos, bem como os procedimentos a serem observados, pela fiscalização trabalhista, na adoção de tais medidas punitivas no tocante à Segurança e a Medicina do Trabalho. A fundamentação legal ordinária e específica que dá embasamento jurídico à existência desta NR é o artigo 161 da CLT.

Os pontos principais da NR 3 da portaria 3.214/78 que diz respeito a este assunto são:

• Embargo e interdição são medidas de urgência, adotadas a partir da constatação de situação de trabalho que caracterize risco grave e iminente ao trabalhador.

• Considera-se grave e iminente risco toda condição ou situação de trabalho que possa causar acidente ou doença relacionada ao trabalho com lesão grave à integridade física do trabalhador.

• A interdição implica na paralisação total ou parcial do estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento.

Embargo e interdição

• O embargo implica na paralisação total ou parcial da obra.

• Considera-se obra todo e qualquer serviço de engenharia de construção, montagem, instalação, manutenção ou reforma.

• Durante a vigência da interdição ou do embargo, podem ser desenvolvidas atividades necessárias à correção da situação de grave e iminente risco, desde que adotadas medidas de proteção adequadas aos trabalhadores envolvidos.

• Durante a paralisação decorrente da imposição de interdição ou embargo, os empregados devem receber os salários como se estivessem em efetivo exercício.

Embargo e interdição

Cabe ao empregador e aos contratados:

• As responsabilidades quanto ao cumprimento da NR- 10, e estas são solidárias aos contratantes e contratados envolvidos.

• É de responsabilidade dos contratantes manter os trabalhadores informados sobre os riscos a que estão expostos, instruindo-os quanto aos procedimentos e medidas de controle contra os riscos elétricos a serem adotados.

• Cabe à empresa, na ocorrência de acidentes de trabalho envolvendo instalações e serviços em eletricidade, propor e adotar medidas preventivas e corretivas.

Responsabilidades

Cabe aos trabalhadores:

• Zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser afetadas por suas ações ou omissões no trabalho;

• Responsabilizar-se junto com a empresa pelo cumprimento das disposições legais e regulamentares, inclusive quanto aos procedimentos internos de segurança e saúde; e • Comunicar, de imediato, ao responsável pela execução do serviço as situações que considerar de risco para sua segurança e saúde e a de outras pessoas.

Responsabilidades

Responsabilidade Civil e Criminal decorrentes dos a cidentes de trabalho.

Existem direitos e deveres: Direitos(Constituição Federal) e Deveres(Códigos Civil e Criminal) dos trabalhadores. A Constituição Federal prevê:

Capítulo II- Dos Direitos Sociais

Artigo 7º, Inciso XXVIII:

São direitos dos trabalhadores, urbanos e rurais, além de outros que visam a melhoria da sua condição social:

Seguro contra acidentes do trabalho a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.

• Dolo: é a vontade do agente dirigida para o resultado danoso. • Dolosa: a ação ou omissão voluntária do agente causador do dano no sentido de causar o acidente. • Culposos: o agente não possui a vontade de causar o dano, mas age ou se omite com Negligência, Imprudência ou Imperícia.

Responsabilidades

• Culpa por negligência é a inobservância de normas que nos ordenam agir com atenção, capacidade, solicitude e discernimento. É a típica falta de cuidado ou atenção. • Culpa por imprudência é a precipitação ou o ato de proceder sem cautela. Éassumir um risco desnecessário. • Culpa por imperícia é a falta de habilidade ou a inaptidão para praticar certo ato;

Responsabilidade Penal

Artigo 123 do Código Penal:

Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto ou iminente.

Pena: Detenção de 3 meses a 1 ano, se o fato não constitui crime mais grave.

Responsabilidades Frente às Normas e à legislação :• Uma das origens das responsabilidades – Código Civil • Toda pessoa é capaz no que se refere a direitos e deveres na ordem civil • As pessoas jurídicas são responsáveis por atos de seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros.

Responsabilidades

Não há crime sem lei anterior que o defina.

Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.

Quando não atuamos de forma responsável -Código Penal

• Homicídio simples

• Perigo para a vida de outrem

Responsabilidades

A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:

•Tenha por lei a obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; •De outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; •Com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.

De acordo com o Artigo 1522 do Código Civil Brasileiro,

“Também responderão solidariamente pela reparação, o PATRÃO, AMO ou COMITENTE por seus empregados, SERVIÇAIS e PREPOSTOS, no exercício do trabalho que lhes competir ou por ocasião dele”.

Quando um EMPREGADO ou PREPOSTO, age de forma ilícita, e dela advém um dano ou ofensa a direito alheio, é como se a própria PESSOA JURÍDICA estivesse agindo (Direito de Regresso).

Responsabilidades

Regulamentos Administrativos - CLT

• Cabe as empresas cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho.

• Instruir os empregados, através de ordem de serviço, quanto as precauções a tomar para evitar acidentes.

• Somente profissional qualificado poderáinstalar, operar, inspecionar ou reparar instalações elétricas.

Responsabilidades

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FIM

Fim do módulo 7