novos fluxos migratórios: uma nova questão social · novos fluxos migratórios: uma nova questão...

31
_________________________________________________________________ Resenha MIGRAÇÕES NA ATUALIDADE nº 88, p. 1 1 PORTUGUÊS .......................................................................................................................................3 Brasil é a bola da vez da migração ...................................................................................................3 Brasileiros voltam para casa, revela Censo 2010 ............................................................................5 Portugueses já não emigravam tanto desde os anos 60.................................................................6 Haitianos: os novos imigrantes do Brasil. Entrevista especial com Duval Magalhães e Sidney da Silva ................................................................................................................................................7 ENGLISH............................................................................................................................................12 'Most Swedish emigrants ever in 2011': report ..............................................................................12 Europe's jobless flee for new El Dorados.......................................................................................12 Increasing number of immigrants arrive in Germany ....................................................................14 U.S.: Asians Surpass Hispanics as Fastest-Growing Immigrant Group ......................................15 Census 2011: Canada's population booms thanks to immigration ..............................................16 ESPAÑOL ..........................................................................................................................................18 Los latinos fijan su esperanza en Chile ..........................................................................................18 La crisis ha arrojado ya a 360.000 espanoles a trabajar al extranjero .........................................19 Argentina, una tierra cada vez más prometida para los vecinos ..................................................21 El flujo migratorio de España a Venezuela creció un 17,5% desde 2010 .....................................22 El inmigrante ecuatoriano busca otras tierras para afrontar la crisis ..........................................24 ITALIANO ..........................................................................................................................................25 Emigranti di tutto il Sud, tornate .....................................................................................................25 Emigrazione - Il 7% degli italiani vive all'estero. Aumentano le donne espatriate ......................26 Colpa della crisi anche gli immigrati lasciano l'Italia .....................................................................27 Spagna e Portogallo: quelli che se ne vanno, ad ogni costo ........................................................28 Ocse: sarà l’Asia la nuova terra di immigrazione ..........................................................................29 Resenha MIGRAÇÕES NA ATUALIDADE Ano 23 nº 88 Setembro 2012 Centro Scalabriniano de Estudos Migratórios www.csem.org.br Novos fluxos migratórios: uma nova questão social

Upload: others

Post on 26-Jun-2020

10 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

_________________________________________________________________ Resenha MIGRAÇÕES NA ATUALIDADE – nº 88, p. 1

1

ÍNDICE

PORTUGUÊS ....................................................................................................................................... 3

Brasil é a bola da vez da migração ................................................................................................... 3

Brasileiros voltam para casa, revela Censo 2010 ............................................................................ 5

Portugueses já não emigravam tanto desde os anos 60................................................................. 6

Haitianos: os novos imigrantes do Brasil. Entrevista especial com Duval Magalhães e Sidney

da Silva ................................................................................................................................................ 7

ENGLISH ............................................................................................................................................ 12

'Most Swedish emigrants ever in 2011': report .............................................................................. 12

Europe's jobless flee for new El Dorados ....................................................................................... 12

Increasing number of immigrants arrive in Germany .................................................................... 14

U.S.: Asians Surpass Hispanics as Fastest-Growing Immigrant Group ...................................... 15

Census 2011: Canada's population booms thanks to immigration .............................................. 16

ESPAÑOL .......................................................................................................................................... 18

Los latinos fijan su esperanza en Chile .......................................................................................... 18

La crisis ha arrojado ya a 360.000 espanoles a trabajar al extranjero ......................................... 19

Argentina, una tierra cada vez más prometida para los vecinos .................................................. 21

El flujo migratorio de España a Venezuela creció un 17,5% desde 2010 ..................................... 22

El inmigrante ecuatoriano busca otras tierras para afrontar la crisis .......................................... 24

ITALIANO .......................................................................................................................................... 25

Emigranti di tutto il Sud, tornate ..................................................................................................... 25

Emigrazione - Il 7% degli italiani vive all'estero. Aumentano le donne espatriate ...................... 26

Colpa della crisi anche gli immigrati lasciano l'Italia ..................................................................... 27

Spagna e Portogallo: quelli che se ne vanno, ad ogni costo ........................................................ 28

Ocse: sarà l’Asia la nuova terra di immigrazione .......................................................................... 29

Resenha MIGRAÇÕES NA ATUALIDADE – Ano 23 – nº 88 – Setembro 2012

Centro Scalabriniano de Estudos Migratórios – www.csem.org.br

Novos fluxos migratórios: uma nova questão social

_________________________________________________________________ Resenha MIGRAÇÕES NA ATUALIDADE – nº 88, p. 2

2

EDITORIAL

O fenômeno migratório está intrinsecamente relacionado ao processo de globalização, o qual ao aproximar e intensificar as relações entre os países faz com que as migrações sejam cada vez mais dinâmicas e interdependentes das condições sociais, econômicas, políticas e ambientais do cenário internacional. Nesse sentido, é inegável a relação existente entre os acontecimentos internacionais e as configurações dos fluxos migratórios.

Ademais aos fatores políticos e ambientais, desde o ano de 2008 a principal instabilidade no cenário internacional é a crise econômica que atingiu os três principais pólos de desenvolvimento mundial – Estados Unidos, Europa e Japão. A partir deste período, tais países, até então tradicionais lugares de atração de imigrantes, em alguns casos, passaram a acompanhar a saída de seus cidadãos em busca de melhores condições de vida.

Esta realidade pode ser percebida no fluxo oriundo da Espanha em direção aos países latinoamericanos e o de portugueses para o Brasil e Angola, suas antigas colônias. Além disso, evidenciam-se as migrações de retorno que também são motivadas pela crise econômica, uma vez que a falta de emprego e outras situações adversas tem feito com que muitos imigrantes indianos, venezuelanos e brasieliros decidam retornar aos seus países de origem, por exemplo.

Há de se evidenciar o aumento dos movimentos migratórios de curta-distância. No caso da União Européia, esta tendência se verifica em decorrência do acordo de livre-circulação de trabalhadores no interior do bloco, aspecto no qual a Alemanha ganha um destaque enquanto país de destino. Neste contexto encontram-se também os equatorianos que ao saírem da Espanha buscam uma nova experiência migratória em outros países europeus, como o Reino Unido ou Itália. Por fim, tal aspecto também fica evidente em países como a Argentina e Chile, onde os imigrantes latinoamericanos vão buscar melhores oportunidades.

A realidade brasileira ganha destaque nesta Resenha, pois o país vem sendo considerado a ―bola da vez‖ no que se refere à atração e recepção de imigrantes. A análise histórica das migrações internacionais no país, até então, era estudada a partir de dois períodos: o primeiro no século XIX, marcado por uma fase de recepção de imigrantes europeus, africanos, orientais entre outros; e o segundo, ao final do século XX (nas décadas de 80 e 90) onde os brasileiros passaram a emigrar em direção aos Estados Unidos, Canadá, Europa e Japão, predominantemente por motivações econômicas. É possível afirmar que o país vive hoje um novo momento. O mais recente levantamento do Ministério da Justiça mostra que a quantidade de estrangeiros vivendo no Brasil - trabalhando, estudando ou simplesmente acompanhando seus cônjuges - superou, pela primeira vez em 20 anos, o número de brasileiros que deixam o país para viver no exterior pelos mesmos motivos.

O cenário migratório do Brasil pode ser entendido como uma nova questão social, uma vez que compreende a exportação de emigrantes brasileiros, em paralelo com a entrada de imigrantes no país. Neste contexto a crise financeira, o estancamento do processo de desenvolvimento, o excedente de mão de obra, a pobreza, a ausência de perspectiva de mobilidade social, entre outras causas, seriam os principais determinantes (Patarra, 2005).

O crescimento da economia brasileira, aliado às crises internacionais, transformou o país em um pólo de atração para trabalhadores migrantes. Somado a isso está a formação do imaginário de um Brasil próspero e acolhedor, onde é possível crescer e ganhar dinheiro, como assinalam Sidnei Silva e Duval Magalhães em um dos artigos desta resenha. É preciso lembrar que, ao mesmo tempo em que o Brasil vem trabalhando com uma política de tolerância e fraternidade para com os estrangeiros que aqui vivem, como no caso dos haitianos, por outro lado, existem tentativas de contenção deste fluxo limitando a quantidade de vistos emitidos por mês.

A nova configuração das migrações internacionais traz para a comunidade internacional um questionamento: sob qual perspectiva as migrações são entendidas? Os migrantes seriam um problema ou uma possibilidade de enriquecimento sócio-cultural? É nesse sentido também que a diversificação dos fluxos migratórios impõe um desafio às políticas migratórias de cada país, haja

_________________________________________________________________ Resenha MIGRAÇÕES NA ATUALIDADE – nº 88, p. 3

3

vista que muitos não têm uma política adequada para lidar com o tema, ou quando têm, não necessariamente teriam como foco o respeito à dignidade do migrante enquanto pessoa humana. No caso brasileiro este desafio é ainda maior, pois o país tem um instrumento legal defasado historicamente no que se refere à política de migração, o qual contrasta com atual perpesctiva ideológica e de atuação prática do Conselho Nacional de Imigração – CNIg/MTE.

Por fim, fazem-se necessárias políticas públicas que atendam aos interesses dos países, mas que, acima de tudo, reconheçam os migrantes, não somente como trabalhadores, mas como indivíduos que precisam ter sua dignidade respeitada e seus direitos garantidos.

PORTUGUÊS

Brasil é a bola da vez da migração

Números do governo federal demarcam um novo fluxo de entrada de estrangeiros no Brasil, seja para morar seja para trabalhar. O mais recente levantamento do Ministério do Trabalho e Emprego reforça que 2011 já supera o contingente de 2010

Patrícia Comunello, com agência Globo

Depois de duas décadas exportando mão de obra brasileira para o mundo, o Brasil volta a ser uma nação de imigrantes, resgatando uma característica de sua história que parecia perdida após anos de crises econômicas. Levantamento do Ministério da Justiça mostra que a quantidade de estrangeiros vivendo no Brasil - trabalhando, estudando ou simplesmente acompanhando seus cônjuges - superou, pela primeira vez em 20 anos, o número de brasileiros que deixam o País para viver no exterior pelos mesmos motivos.

Segundo o Departamento de Estrangeiros da Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça, o número de estrangeiros em situação regular no Brasil aumentou 52,4% no primeiro semestre de 2011, e continuou crescendo no segundo semestre do ano passado. Até junho, o Brasil tinha 1,466 milhão de estrangeiros contra 961.877 em dezembro de 2010. A concessão de vistos de permanência cresceu 67% de 2009 para 2010, enquanto os processos de naturalização dobraram: de 1.056 para 2.116.

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) reforça o fluxo ascendente de pessoas com visto temporário para trabalho. De janeiro a setembro, 49.291 indivíduos estavam nesta condição ante 38.647 do mesmo período de 2010. O Rio Grande do Sul somou 710 emissões, ante 960 de todo 2010. Entre os perfis que são seduzidos para residir em território gaúcho estão pessoas da área artística e esportiva (36,3%), de assistência técnica, cooperação técnica e transferência de

tecnologia sem vínculo empregatício (20,6%), assistência técnica por prazo de até 90 dias sem vínculo empregatício (17,6%) e especialista com vínculo empregatício (7%).

Para o engenheiro eletrônico colombiano Diego Goméz, o Brasil virou terra de oportunidades. Goméz veio para Porto Alegre em 2009 por meio do programa de intercâmbio da Associação Internacional de Estudantes de Ciências Econômicas e Comerciais (Aiesec). Recém-formado em Bogotá, ele decidiu que iria ao exterior atrás de experiência e conhecimento para um dia voltar à sua terra e abrir seu próprio negócio. ―Queria conhecer o que ocorria pelo mundo na minha área. Sair sem nada e voltar com muita coisa‖, justifica o colombiano, hoje com 25 anos e que em 2010 obteve visto de trabalho na empresa onde começou como trainee. Colombianos responderam pela sexta maior corrente de imigração para trabalho temporário de até dois anos, segundo o MTE. Americanos lideraram o ingresso.

A demanda por trabalhadores em TI no Brasil também elevou as chances de colocação. ―Aqui tem pouco profissional para o volume de trabalho. Em meu país, é o oposto‖, descreve o engenheiro, que espera qualificar seu currículo para atuar em grandes empresas quando tiver de voltar para casa. Na adaptação à cultura e à vida local, Goméz diz que não teve muita dificuldade em se ajustar ao ritmo da Capital gaúcha, com seus 1,4 milhão de habitantes, em contraste com os 8 milhões de

_________________________________________________________________ Resenha MIGRAÇÕES NA ATUALIDADE – nº 88, p. 4

4

Bogotá. O desenvolvedor de sistemas valoriza o ambiente favorável à inovação. ―Gosto de criar do zero, de ver o filho crescer, e tenho projetos novos a cada três meses. Penso em voltar um dia a Bogotá, mas por enquanto estou bem aqui. Gosto muito do que faço‖, garantiu o estrangeiro.

O ingresso de formados para estágio remunerado atraiu 142 estrangeiros até dezembro ao País, enquanto foram 183 em 2010. Áreas de maior interesse se situam entre segmentos técnicos, engenharias e Tecnologia da Informação. Já o número de estudantes que viajam ao Brasil para trabalho remunerado, sem relação com intercâmbio, chegou a 304, ante 242 do ano anterior. O presidente o escritório da Aiesec em Porto Alegre, Cícero Hennemann Machado, associa a queda dos estágios a mudanças na legislação brasileira, que exige vínculo do programa com alguma universidade. ―Estamos conversando com duas universidades gaúchas para celebrar um convênio. O que tem crescido é o fluxo para trabalho voluntário‖, contrasta Machado. A associação registrou 786 jovens atraídos neste ano para este tipo de atividade, ante 353 de 2010.

Estrangeiros afinam domínio do idioma e da cultura

O japonês Yoshitake Doigawa, aos 24 anos, já domina o português. Empregado de uma companhia japonesa que atua em diversos segmentos de comércio exterior, o jovem está há sete meses em Porto Alegre fazendo imersão na língua e nas peculiaridades da cultura brasileira. Ele se prepara para assumir uma função em um dos escritórios da empresa e deve ficar até março na Capital gaúcha. ―No Japão, fala-se muito do crescimento do Brasil. Muitos amigos meus queriam estar aqui‖, atesta o jovem, que fez formação em teoria da arte.

Além do idioma, Yoshi, como é chamado na escola que frequenta no bairro Mont‘Serrat, assimila a diversidade do País, travando contato com a geografia, a economia e os costumes de todas as regiões. Religião é um dos focos, ressalta o japonês. ―Nunca vou estar pronto, mas entendo cada vez mais como agem os brasileiros‖, anima-se Yoshi. O pouco tempo de convivência local também já revelou o que os consumidores brasileiros experimentam mais intensamente nos últimos anos: o acesso a produtos asiáticos oriundos da China e Coreia do Sul. ―O Japão precisa se esforçar para recuperar terreno.‖

Alunos como o japonês aumentaram o trabalho e o nicho de mercado para cursos de português para estrangeiros. ―O português assumiu outra posição no mundo‖, destaca Graziela Andrighetti, que

montou com mais duas sócias a escola BemBrasil, com sede em Porto Alegre. O trio, que dava aulas do idioma em projetos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), criou um mix de aprendizado, que une língua, cultura, hábitos, economia e o jeito que os brasileiros fazem negócios. ―É tudo customizado, de acordo com o foco da empresa e do profissional que vem para cá‖, ressalta Graziela. Entre as nacionalidades que mais buscam o serviço estão, além da japonesa, a alemã, a espanhola, as latinas e a inglesa. Os ramos de atuação abrangem construção civil, arquitetura, tecnologia e postos de gestão de multinacionais.

Tratamento a ilegais desafia a nova fronteira

Não há estatísticas oficiais sobre a quantidade de imigrantes em situação irregular no País, mas os principais institutos e ONGs que trabalham com imigrantes no Brasil calculam esse número em 600 mil, o que levaria o total de estrangeiros morando hoje no Brasil para mais de dois milhões. O crescimento desse grupo também é grande. Segundo a maior instituição de apoio aos imigrantes irregulares no País - o Centro Pastoral do Migrante, em São Paulo - a instituição hospedou 477 pessoas em 2010 (267 da América do Sul), alta de 76%

A explosão de entrada de estrangeiros no País (imigração) contrasta com o encolhimento na ida de brasileiros para o exterior (emigração). O ministério estima que hoje dois milhões de brasileiros vivam no exterior, uma queda radical em comparação a 2005, quando eram quatro milhões. A razão para a balança migratória ter mudado de lado é econômica, explica o secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão. O crescimento da economia brasileira, aliado às crises que afetam os três maiores polos de desenvolvimento mundial - EUA, Europa e Japão - transformaram o País num ímã de mão de obra legal e ilegal. ―Com esse movimento migratório econômico, o Brasil voltou a ser um país de imigração e não mais de emigração. E à medida que o Brasil vai enriquecendo, a questão da imigração vai se tornando cada vez mais importante‖, afirma Abrão.

Apesar disso, dizem representantes das organizações e universidades que estudam o assunto, o governo não tem uma política para lidar com o tema. ―A anistia concedida aos imigrantes em 2009 foi importante, mas não resolve um problema que é basicamente de mercado de trabalho‖, diz o professor Helion Póvoa Neto, do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Migratórios da UFRJ. ―Com o assunto disperso entre vários

_________________________________________________________________ Resenha MIGRAÇÕES NA ATUALIDADE – nº 88, p. 5

5

ministérios, acaba que os imigrantes só são visíveis quando a Polícia Federal, um órgão de governo preocupado com segurança, investiga algum caso criminoso de trabalho escravo ou tráfico de pessoas.‖

Entre os imigrantes legais, os maiores grupos são os de origem portuguesa, boliviana, chinesa e paraguaia, nesta ordem. Entre os irregulares, tomando como base os registros de estrangeiros que aproveitaram a anistia concedida pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2009 - quem estivesse em situação irregular poderia pleitear um visto provisório e, em dois anos, regularizar sua situação -, os maiores grupos são os bolivianos (40% do total de cerca de 47 mil vistos provisórios emitidos), chineses (13%),

peruanos (11%), paraguaios (10%) e coreanos (3%).

Há 20 anos dando assistência jurídica a imigrantes, a advogada da Pastoral do Migrante em São Paulo, Ruth Camacho, diz que os latinos são muito discriminados no Brasil e, acuados e sem informação, demoram a perceber que estão sendo explorados. ―Nos últimos anos, têm vindo muitos imigrantes de zonas mais afastadas e rurais da Bolívia. É uma situação que lembra a dos nordestinos na década de 1970. O boliviano chega e tudo que tem é uma cama. Mas ele se sente bem, porque pensa: aqui tenho casa, comida e ainda ganho um dinheirinho.‖

Fonte: http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=82931 – 02.01.12

Brasileiros voltam para casa, revela Censo 2010

Estabilidade econômica e aumento da renda ajudam a tornar o país mais atraente para quem foi tentar a sorte no exterior. Número de imigrantes que retornaram ao país dobrou

No momento em que o mundo abre as portas para os brasileiros, de olho na sua capacidade de consumo, trabalhadores e famílias que foram buscar oportunidades lá fora retornam ao país. Este movimento está mostrado em detalhes no Censo Demográfico de 2010, que tem mais uma etapa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. O IBGE registrou os indivíduos que moravam no Brasil na data do censo, mas que tinham residido em outro país cinco anos antes. Em número absolutos, a quantidade de brasileiros que voltaram para casa praticamente dobrou no período 2005/2010 na comparação com 1995/2000, saltando de 87.886 para 174.597 pessoas. Também chamados de imigrantes internacionais de retorno, eles correspondem a 65,1% de todos os imigrantes internacionais*.

O pano de fundo desse fenômeno é a consistente melhoria nos indicadores econômicos do Brasil. No desembarque, esses brasileiros encontraram um país que ainda padece de muitas mazelas, mas inegavelmente é bem melhor do que aquele que deixaram para trás. Uma série de variáveis econômicas - mapeadas pelo IBGE e também divulgadas nesta sexta-feira - ajuda a entender esse movimento. Confirmando as conquistas proporcionadas pela estabilização da economia a partir de 1994, com o Plano Real, o censo de 2010 mostra aumento do nível de emprego, melhoria na renda, a emergência de uma vigorosa classe C e a elevação do padrão de consumo das classes D e E.

Entre 2008 e 2010, esse movimento teve o estímulo extra da crise internacional, mas não há dúvida de que seu principal motor é o crescimento do Brasil, como testemunha Rodney Kenishi, de 27 anos. Ele foi para o Japão com os pais, quando tinha 15 anos, e acabou ficando. Formou-se na faculdade de comunicação moderna, um curso voltado a relações exteriores. Voltou em novembro. ―A perspectiva aqui está melhorando, então decidi voltar para ver de perto o crescimento que já tinha visto pela televisão‖, diz Kenishi, que mora em São Paulo, no bairro do Tatuapé, trabalha na loja dos pais e pretende prestar concurso para o Itamaraty.

Movimento regional - O movimento de retorno não acontece apenas no âmbito internacional. O censo mostra que, também internamente, cresce o número de pessoas que decidem voltar a seu estado de origem. O fenômeno está sendo analisado por demógrafos como Alisson Flávio Barbieri, professor da Universidade Federal de Minas Gerais. ―O brasileiro tem visto em seu país oportunidades que ele só vislumbrava em países como Japão e Estados Unidos, que agora sofrem muito com a crise. A migração de retorno do exterior tem aumentado significativamente e, se a conjuntura econômica do país continuar, a tendência é de aumento ainda maior‖, diz.

Barbieri diz que, no Brasil, o crescimento das cidades médias reflete internamente o mesmo tipo de movimento. "As cidades de médio porte têm crescido muito mais que as grandes metrópoles, e regiões como o Nordeste, que tradicionalmente perdia população para o Sudeste, agora se tornam

_________________________________________________________________ Resenha MIGRAÇÕES NA ATUALIDADE – nº 88, p. 6

6

atraentes,‖, diz. "O abismo econômico entre as regiões do país diminuiu muito na última década, e o brasileiro prefere migrar para distâncias mais curtas, que ele encontra o mesmo dinamismo que os grandes centros tinham no passado. Por exemplo, o morador do sertão nordestino prefere mudar para cidades de médio porte de seu estado do que para São Paulo."

Principais pólos - Os estados de São Paulo, Paraná e Minas Gerais receberam, juntos, mais da metade dos integrantes internacionais no período 2005/2010, seguidos de Rio de Janeiro e Goiás. Em 1995/2000, os principais destinos dos imigrantes eram São Paulo, Paraná, Rio de

Janeiro, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. A grande novidade, portanto, é Minas Gerais, onde fica o município de Governador Valadares, famoso por exportar mão de obra para os Estados Unidos. Entre 2005 e 2010, os imigrantes vieram principalmente dos Estados Unidos (43.727), Japão (36.903), Paraguai (13.739), Portugal (16.460) e Bolívia (3.954). A parcela de brasileiros foi proporcionalmente maior entre os que vieram dos EUA (84,2% eram retornados), Japão (89,1%) e Portugal (77%), e menor entre aqueles saídos do Paraguai (55,7%) e da Bolívia (25,1%).

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/economia/brasileiros-voltam-para-casa-revela-censo-2010 - 27.04.12

Portugueses já não emigravam tanto desde os anos 60

Luciano Santos

Para fugir a um país com cada vez mais desemprego e menos oportunidades, os portugueses espalham-se pelo mundo como não acontecia desde a década de 1970. O JPN conversou com uma especialista para saber quem são os emigrantes, onde estão, o que fazem e se voltam.

Portugal vive a maior vaga de emigração desde as décadas de 60 e 70, no pré 25 de Abril. Dados avançados pelo governo português dizem que 150 mil portugueses saíram do país no ano de 2011. Segundo o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), mais de 22 mil desempregados inscritos no organismo já foram "eliminados" do sistema por terem optado por emigrar. E, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), um em cada três jovens portugueses não consegue arranjar trabalho, o que fez com que no final de 2011 a taxa de desemprego dos 14 aos 24 anos fosse de 35,4%.

O que faz tantos portugueses procurarem novos destinos para viver?

De acordo com Joana Azevedo, especialista em emigração qualificada do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES), é impossível desassociar este aumento dos índices de emigração à "crise económica e de emprego" que atravessa o país.

Quem são estes portugueses?

Em declarações ao JPN, Joana Azevedo afirma que "existem vários perfis" do emigrante português. Hoje em dia emigram mais mulheres do que no passado e cada vez mais existe a

tendência para a saída de jovens qualificados, que podem nem passar pelos centros de emprego. Ainda assim, a especialista alerta que muitos jovens que saem não são qualificados e que existe ainda um outro perfil: "aqueles que são novos demais para se reformar mas que encontram diferentes obstáculos à reentrada no mercado de trabalho português".

Para onde vão e o que fazem

Os destinos de eleição da emigração portuguesa dentro da Europa são, segundo Joana Azevedo, o Reino Unido e a Suíça. No entanto, países como a Alemanha ou a França continuam a receber grandes fluxos migratórios, "potenciados pelas redes de portugueses já existentes nesses locais". Fora do continente europeu, Angola e Brasil destacam-se por receberem cada vez mais portugueses. A proximidade linguística e a qualidade técnica lusitana surgem na linha da frente das razões para estes dois países recrutarem tantos portugueses.

De acordo com dados do IEFP relativos aos desempregados que anularam a sua inscrição por emigrarem, as áreas de "gestão e administração", "construção e engenharia civil" e "arquitetura e urbanismo" são as mais requisitadas e também aquelas em que os portugueses tendem a ter mais oportunidades. No entanto, estes dados representam apenas uma amostra da população emigrante, uma vez que a maior parte não passam pelos dados do IEFP.

Parece não existir uma tendência nas intenções de retorno dos emigrantes. No âmbito da sua investigação, Joana Azevedo diz encontrar todos os tipos de casos. "Existem emigrantes que partem

_________________________________________________________________ Resenha MIGRAÇÕES NA ATUALIDADE – nº 88, p. 7

7

com a ideia de trabalhar dois ou três anos e regressar, mas outros encontram uma boa situação ou estabelecem família e, mesmo tendo intenções de retornar, estas são muito vagas", aponta.

Joana Azevedo refere que, apesar de não existirem números concretos, muita da emigração

portuguesa continua a ser laboral. "A emigração laboral nunca parou e aumentou outra vez e voltou a aumentar em meados dos anos 2000", diz.

Fonte: http://jpn.c2com.up.pt/2012/03/30/portugueses_ja_nao_emigravam_tanto_desde_os_anos_60.html - 30.03.12

Haitianos: os novos imigrantes do Brasil. Entrevista especial com Duval Magalhães e Sidney da Silva

Patricia Fachin e Márcia Junges

O ingresso massivo de haitianos na Amazônia demonstra que está ocorrendo um novo fenômeno no Brasil: a ascensão da imigração internacional. Para Duval Magalhães, doutor em Demogafia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC-Minas, a imigração atual é diferente daquela ocorrida no século XIX, quando imigrantes europeus vieram para suprimir a demanda por mão de obra na agricultura e na indústria. A imigração haitiana, explica, acontece em outro contexto internacional, e a participação do Brasil na missão de paz da ONU no Haiti pode ter favorecido a escolha dos estrangeiros.

Na avaliação de Sidney da Silva, pesquisador da Universidade Federal do Amazonas – UFAM, a razão do deslocamento "tem a ver com a situação histórica de injustiças e pobreza impostas à população haitiana durante séculos". A atual situação econômica brasileira também contribui para o ingresso de imigrantes no país. Segundo ele, o Brasil apresenta-se "no imaginário deles" como um país próspero, onde é possível crescer e ganhar dinheiro. "As notícias de crescimento econômico no Brasil animam aqueles que se encontram numa situação de falta total de perspectivas", assinala em entrevista concedida à IHU On-Line por e-mail.

O fluxo migratório não irá se extinguir e, por esta razão, o Brasil precisa ter consciência e buscar soluções que considerem os direitos humanos dos imigrantes. "Está no momento de darmos a prova de que aprendemos a lição e mostrar ao mundo que, apesar da nossa ainda jovem democracia, temos a possibilidade de colocar os direitos humanos de todos acima da mesquinhez e falta de solidariedade, que sempre foi a marca registrada dos países desenvolvidos quando se trata da migração internacional", enfatiza Magalhães, na entrevista a seguir, concedida igualmente por e-mail.

Duval Magalhães Fernandes é graduado em Ciências Econômicas e mestre em Economia pela Universidade Federal de Minas Gerais, onde também cursou o doutorado em Demografia. É pós-doutorado pelo Instituto Univesitario de Investigación Ortega Y Gasset. Atualmente, leciona na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e é professor visitante da Universidade Peruana Cayetano Heredia.

Sidney Antônio da Silva é antropólogo, mestre e doutor em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo – USP e membro da Pastoral do Migrante e do Centro de Estudos Migratórios em São Paulo.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Em quais contextos socioeconômicos haitiano e brasileiro se dá a migração de haitianos para o Brasil?

Sidney Antônio da Silva – Se, por um lado, o contexto haitiano é catastrófico do ponto de vista socioeconômico e político, sobretudo, depois do terremoto de janeiro de 2010 – cuja situação só piorou depois com a epidemia da cólera –, por outro, o Brasil apresenta-se no imaginário deles como um país grande e próspero, onde é possível ganhar dinheiro rápido, o que nem sempre corresponde à expectativas deles. É preciso considerar também que, diante da dificuldade de emigrar para outros países, cujo controle tem aumentado, o Brasil aparece entre aqueles onde tal controle não é tão rigoroso, sobretudo, na fronteira amazônica.

IHU On-Line – Qual é o perfil dos imigrantes haitianos que chegam à Amazônia? Por que eles estão migrando para o Brasil?

Sidney Antônio da Silva – Em sua maioria, eles são do sexo masculino, entre 20 e 35 anos de idade. A escolaridade é de nível médio, alguns

_________________________________________________________________ Resenha MIGRAÇÕES NA ATUALIDADE – nº 88, p. 8

8

com qualificação de nível técnico e outros com curso superior completo e incompleto.

A razão da sua emigração tem a ver com a situação histórica de injustiças e pobreza impostas à população haitiana durante séculos. O terremoto de janeiro de 2010 agravou ainda mais a situação caótica já existente no país. Com a presença das forças de segurança brasileiras naquele país, a relação entre o Haiti e o Brasil se estreitou, abrindo, assim, uma possibilidade de ajuda àquele país.

Em geral, a imagem que se veicula pelas redes sociais é a de que, em primeiro lugar, é fácil entrar no país, sobretudo pela fronteira norte (Tabatinga-AM), onde inicialmente eles pleiteavam um visto de refugiado, porém, o governo brasileiro passou a lhes oferecer um de cunho humanitário, já que o primeiro lhes daria mais direitos. Esta via tornou-se a principal porque a entrada via aeroporto seria mais cara e mais controlada, já que o Brasil passou a exigir visto de entrada no país. Por aquela via (fronteira com o Peru), a rota é menos complicada, já que aquele país não exige visto de entrada em seu terrritório. Por outro lado, as notícias de crescimento econômico no Brasil animam aqueles que se encontram numa situação de falta total de perspectivas. Ao chegarem ao Brasil, eles recebem um visto humanitário que lhes dá o direito de tirar o CPF e a Carteira de Trabalho e também de terem acesso aos serviços de saúde publica. Porém, o grande problema da moradia e da alimentação no momento da chegada fica por conta da Igreja Católica, através da Pastoral do Migrante, a qual tem prestado um importante serviço de acolhida aos haitianos.

IHU On-Line – Que atividade essas pessoas vão desempenhar no Brasil? Qual é a perspectiva deles em relação à vivência no país?

Sidney Antônio da Silva – A inserção no mercado de trabalho é complicada, porque em geral eles não têm a qualificação exigida e os empregos disponíveis são aqueles relacionados à construção civil, serviços gerais no comércio, emprego doméstico, etc. Isto frusta a perspectiva inicial de conseguir um bom emprego e ganhar muito dinheiro para enviar às suas famílias que lá ficaram. Além da qualificação, a grande dificuldade para a inserção deles no mercado de trabalho é a barreira linguística, visto que todos falam o creole e a maioria o francês.

IHU On-Line – O senhor afirmou recentemente que a imigração tende a crescer e ser necessária no país porque a população brasileira irá diminuir nos

próximos anos em função da queda da fecundidade. Como se dará esse processo migratório?

Duval Magalhães – Segundo dados das projeções do IBGE, espera-se que o Brasil entre em um processo de redução do número de habitantes em 2040. Em 2050 projeta-se uma população total para o país de igual valor à que será observada em 2029, caso as atuais tendências de queda da fecundidade e redução da mortalidade se mantenham. Este fato, semelhante ao ocorrido em vários países da Europa, indica que para, no futuro, se manter a oferta de mão de obra será necessário contar com os imigrantes.

Ao final de 2010, o empresário Eike Batista, em entrevista ao Programa 60 minutos da rede CBS, informava que está contratando trabalhadores americanos para as suas empresas frente à escassez de mão de obra especializada em algumas áreas no Brasil. Mais recentemente, o presidente da Petrobrás, falando aos secretários estaduais da Fazenda, levantou as necessidades da Petrobrás na contratação de mão de obra e que a empresa vem sistematicamente recorrendo à contratação de especialistas estrangeiros, pois não há disponibilidade no mercado nacional.

Em resumo, a necessidade de "importação" de mão de obra já faz parte da preocupação de alguns empresários. No futuro, poderá ser uma demanda de vários setores, como aconteceu nos países do primeiro mundo.

IHU On-Line – A Amazonas foi um dos estados brasileiros a receber maior número de imigrantes regulares. Por que os imigrantes preferem esse estado?

Duval Magalhães – Em 2010, segundo dados do Ministério do Trabalho, 56021 estrangeiros receberam visto para trabalhar no Brasil. São Paulo e Rio de Janeiro são os estados que mais receberam estes estrangeiros 25.550 e 22.371, respectivamente. O estado do Amazonas ficou em quarto lugar com 1.164 solicitações de visto. No entanto, considerando a população do estado e a relação imigrantes/população, o Amazonas fica em segundo lugar, antes de Minas Gerais, o terceiro estado mais procurado.

A maioria dos vistos é concedido aos estrangeiros que buscam o Amazonas. Tal fato pode ser explicado pela concentração de empresas estrangeiras na zona franca de Manaus, importante pólo industrial da Região.

IHU On-Line – Qual é o significado da migração haitiana para a Amazônia? O que diferencia a

_________________________________________________________________ Resenha MIGRAÇÕES NA ATUALIDADE – nº 88, p. 9

9

migração de haitianos de migrações que ocorreram anteriormente?

Duval Magalhães – A chegada dos haitianos no Brasil de um modo geral é a demonstração clara de que o país iniciou a sua inserção no sistema das migrações internacionais, não só como país de emigração, mas também como de imigração. Mesmo que o volume desta imigração não possa ser considerado como uma ponta de um sistema consolidado, o fato não deixa de ser importante, pois permite à sociedade refletir sobre uma nova situação (a imigração internacional), buscando-se soluções e, o mais importante, buscando-se desenhar uma política pública.

No caso específico de Manaus, o impacto da chegada destes imigrantes, quer seja no mercado de trabalho, quer na economia da cidade, é reduzido porque alguns não permanecem na cidade, e os que ali ficam conseguem ocupar postos de trabalho que estão em oferta e não preenchidos pelos trabalhadores locais.

Em se tratando de diferenciar a migração que ocorre hoje daquela do passado, o primeiro e talvez mais importante ponto é que quase um século separa estes dois momentos. No passado, a migração, em alguns casos, foi dirigida para suprir a demanda por mão de obra na agricultura cafeeira e, posteriormente, na indústria. Esta situação se inseria num processo mais amplo que levou a grandes fluxos migratórios da Europa para as Américas, principalmente os USA.

No caso específico dos haitianos, o quadro da economia mundial é outro, assim como o é o papel desempenhado pelo Brasil na esfera da política internacional, uma vez que, juntamente com outros poucos países, é considerado um dos emergentes. Talvez um aspecto marcante que diferencia a situação da imigração, hoje, daquela observada no passado, seja a participação do Brasil na missão de paz da ONU no Haiti, o que pode ter contribuído para estreitar contatos, ampliar a curiosidade e desejo de conhecer o nosso país. Assim, pode-se dizer que a situação que experimentamos na atualidade, na migração internacional, nada tem a ver com o passado e nos coloca desafios na busca de novas soluções.

Em relação à escolha do Brasil pelos estrangeiros, é importante considerar que uma vez que o país faz coro com aqueles considerados emergentes, com situação econômica privilegiada em relação aos países centrais e, muito importante, como uma economia aberta, nada mais natural que a curiosidade, o desejo de investir no país e participar da situação econômica privilegiada leve as empresas e pessoas a buscarem o Brasil.

Ao lado deste aspecto e como bem lembrou o ex-presidente Lula, em discurso na III Conferência Brasileiros pelo Mundo, enquanto os imigrantes são considerados, em vários países, como a parcela "descartável" da população no momento de qualquer dificuldade econômica e social, durante a crise o Brasil promoveu a anistia, assinou o tratado de livre trânsito do Mercosul, dando exemplo de tolerância e fraternidade para com os estrangeiros que viviam no país

Sidney Antônio da Silva – Para a Amazônia é um fato novo, já que se trata da presença de imigrantes fora do continente americano. A imigração tradicionalmente conhecida é aquela do século XIX, que se deu no contexto do boom da borracha e que, depois da crise das exportações deste produto, os mais abastados migraram para outras regiões do país, ou seguiram para outros países, como é o caso dos Estados Unidos. Já a emigração oriunda dos países limítrofes, como do Peru, da Colômbia, da Venezuela, da Bolívia entre outros, é um fenômeno mais recente, ou seja, começa a se intensificar na segunda metade do século XX. É a primeira vez que a Amazônia, depois de muitas décadas, recebe imigrantes de fora do continente nesta condição e com tanta intensidade. Já são mais de mil só em Manaus. No Brasil, já se fala em mais dois mil. Porém, os números mudam todos os dias. A questão que se coloca é: Manaus terá condição de absorver tantos imigrantes, caso eles continuem chegando aos milhares?

IHU On-Line – Como é possível entender e compreender o fenômeno da imigração no século XXI, em plena era da globalização?

Duval Magalhães – Apesar dos números não serem muito eloquentes, estima-se que o total dos imigrantes no mundo seja de 200 milhões, aproximadamente 3,5% da população mundial. Considerando o fato de que este contingente é, usualmente, composto por pessoas jovens e em idade produtiva, que, na maioria dos casos, as questões econômicas estão no centro da tomada de decisão em relação à saída do país de origem e que no, mundo globalizado, há livre circulação de mercadorias e investimentos, devemos esperar que as trocas migratórias venham a se ampliar.

Ao mesmo tempo, novas situações como a circularidade dos imigrantes que passam a viver em dois países simultaneamente e mesmo a possibilidade de novos arranjos no mercado de trabalho, onde as empresas estimulam as diversas vivências dos seus trabalhadores, não há dúvidas

_________________________________________________________________ Resenha MIGRAÇÕES NA ATUALIDADE – nº 88, p. 10

10

que o quadro migratório do século XXI será diverso do até hoje observado.

Ao lado destas perspectivas ligadas ao mundo do trabalho, há de se considerar as mudanças climáticas e catástrofes naturais, como o caso do terremoto do Haiti, criando situações que merecem a atenção da comunidade internacional. Se aqueles que fogem das consequências destes eventos, que em alguns casos são fruto de agressões ao meio ambiente, não têm o status de refugiados, urge discutir a modernização do instrumento do refúgio para que estas pessoas possam ter alguma esperança.

Sidney Antônio da Silva – Para a antropologia, o fenômeno da migração, tão antigo quanto contemporâneo, deve ser visto e analisado como um "fato social total", pois ele movimenta tanta a sociedade de origem quanto a de chegada, ou seja, põe em movimento relações sociais, econômicas, culturais, políticas, religiosas, etc. Nessa perspectiva, a migração é um fenômeno social positivo, pois os migrantes vêm acrescentar novas experiências e valores.

Porém, para as análises economicistas, os migrantes são vistos apenas como força de trabalho barata, a qual deve ser descartada quando sua presença não for mais necessária para a economia local. É o que se vê em geral na Europa, EUA e Japão, países afetados pela crise capitalista. Desse ponto de vista, eles não são vistos como cidadãos, mas apenas como números.

IHU On-Line – O senhor percebe, no processo migratório, imigrantes que são bem-vindos e imigrantes indesejados nos países? Por que essa diferenciação acontece?

Duval Magalhães – Diversas são as questões que levam a uma boa ou má receptividade ao imigrante. Algumas etnias carregam um certo repúdio internacional, como, por exemplo, os ciganos. Outros são bem-vindos, dependendo do momento.

Na época da euforia econômica da Europa não havia tanto controle. Precisava-se da mão de obra. No caso da Espanha, foram os imigrantes que permitiram à população daquele país atingir 45 milhões de habitantes, sentimento de orgulho para os espanhóis. Sem os imigrantes, o país teria chegado em 2010, com muita dificuldade, a 40 milhões de habitantes e não cresceria nem a metade do crescimento observado na primeira década do século XXI.

Hoje, a Espanha faz de tudo para dificultar a entrada de imigrantes, principalmente dos

brasileiros. O traço xenofóbico é talvez característico do ser humano, pelo menos nas sociedades capitalistas, e em momentos de crise surge como uma espada a ser levantada, para esconder os verdadeiros culpados pela crise ou problemas sociais.

Sidney Antônio da Silva – Esta questão tem a ver com a que explicitei anteriormente. Quando a economia dos países está em ritmo de crescimento, os migrantes, ou melhor, sua força de trabalho, é bem vinda. Quando a economia vai mal, eles passam a ser responsabilizados pela crise, o que não é verdade. Há que se levar em conta também a questão de gênero, já que em alguns países as mulheres são bem vindas, uma vez que elas realizam trabalhos que, em geral, os homens não assumem, como o cuidado de crianças, idosos, limpeza da casa, etc. Outra atividade muito requisitada é a relacionada ao mercado do sexo, criando redes internacionais para o tráfico humano.

IHU On-Line – Quais são as maiores dificuldades que os haitianos encontram ao migrar para o Brasil?

Duval Magalhães – No caso dos haitianos no Brasil, várias são as situações por eles enfrentadas. No primeiro momento, após uma longa jornada que passa por vários países da América Latina e que termina na fronteira com Peru, eles têm de enfrentar a burocracia estatal para poder entrar no Brasil e obter uma documentação provisória. A falta de apoio local, o pouco ou nenhum conhecimento do nosso idioma são os primeiros grandes problemas. Os que chegam por Tabatinga, após obtenção do protocolo da solicitação do pedido de refúgio, dirigem-se a Manaus e aí novos problemas os esperam.

Com auxílio da Igreja, ficam alojados provisoriamente em casas paroquiais e partem em busca da documentação provisória (Carteira de Trabalho e CPF). Neste momento, o auxílio da comunidade (alimentação e roupas) está sempre presente. Encontrar um trabalho é outro problema, pois além da barreira do idioma, a qualificação obtida no Haiti não é reconhecida no Brasil, assim encontram-se diplomados ou universitários trabalhando em linhas de montagem ou construção civil.

Sidney Antônio da Silva – A grande dificuldade é o custo da viagem já que ela custa em média cerca de 4 mil reais. Isto significa que esta emigração é um projeto familiar, em que a família investe num

_________________________________________________________________ Resenha MIGRAÇÕES NA ATUALIDADE – nº 88, p. 11

11

dos seus membros para depois receber as remessas que este deverá enviar para os que lá ficaram. O que acontece em geral, é que os que partiram mandam buscar o restante da família, acontecendo desta forma a chamada reunificação familiar. No momento da chegada a grande dificuldade é o idioma, já que não falam o português. Outra grande dificuldade é a moradia, questão que tem sido resolvida temporariamente pelas Igrejas locais, onde salões paroquiais se transformam em grandes dormitórios. Na medida em que vão conseguindo empregos, eles alugam casas, que são ocupadas por várias pessoas, visando minorar os custos.

IHU On-Line – Como os haitianos estão se relacionando com os povos tradicionais da Amazônia?

Sidney Antônio da Silva – Se, por um lado, a questão humanitária tem mobilizado a população manauara para ajudá-los, por outro, tal presença chama a atenção, em primeiro lugar, por serem negros e por falarem outro idioma e, em segundo, por estarem competindo com os trabalhadores locais pelas vagas disponíveis no mercado de trabalho. Na verdade, esta percepção do senso comum não é nenhuma novidade nos contextos migratórios, já que o estrangeiro é visto, em geral, como um possível "invasor" e que viria alterar a ordem estabelecida.

IHU On-Line – Existe alguma política pública de assistência a esses imigrantes? Como os governos locais e federais têm atuado em relação aos haitianos?

Duval Magalhães – Apesar da mobilização de alguns setores do governo, os relatos são de que a assistência é limitada, mas ainda possível. Por exemplo, os colchonetes utilizados pelos imigrantes são fornecidos pela Secretaria de Ação Social, os cursos gratuitos de português e de informática são oferecidos por entidades governamentais em espaço da arquidiocese de Manaus. A Igreja, principalmente os scalabrinianos, tem um papel fundamental em todo o processo.

No entanto, não há uma política explícita tratando deste fluxo migratório. Ao que parece, as autoridades, em todos os níveis, ainda não se deram conta de que se trata de um processo que não irá se extinguir, mas que tem toda probabilidade de continuar e ser ampliado. Por esta razão, urge uma tomada de consciência desta realidade e uma atuação de forma clara e séria na busca de soluções que deverão considerar, em

primeiro lugar, os direitos humanos dos imigrantes e criar mecanismos para garantir que este fluxo se dê de forma segura, legal e sem expor os haitianos, que já enfrentam tantos problemas no país de origem, a situações de perigo e vulnerabilidade nas mãos de traficantes (coyotes), que não têm outro objetivo que o lucro fácil e a exploração das dificuldades alheias. Se quisermos o Brasil como uma nação que seja ouvida e respeitada no cenário internacional, teremos de buscar políticas para tratar este problema e não fingir de que não estamos vendo que o Rio Grande, da fronteira do México com os EUA, está agora na fronteira do Brasil com o Peru.

Muitos de nossos compatriotas sofreram e até vieram a falecer tentando chegar a outros países. Está no momento de darmos a prova de que aprendemos a lição e mostrar ao mundo que, apesar da nossa ainda jovem democracia, temos a possibilidade de colocar os direitos humanos de todos acima da mesquinhez e da falta de solidariedade, que sempre foi a marca registrada dos países desenvolvidos quando se trata da migração internacional.

Sidney Antônio da Silva – Até o momento não há uma política governamental voltada para estes imigrantes, resumindo-se na concessão do visto humanitário. Do ponto de vista local, constata-se a ajuda de órgãos governamentais como a Secretaria Estadual de Assistência Social e Cidadania – SEAS, através da doação de colchões, da Secretaria Estadual de Educação, com o ensino do português, do Centro de Educação Tecnológica do Amazonas Cetam, com cursos profissionalizantes, etc. Contudo, vale ressaltar que, sem a ajuda da Igreja Católica, a qual tem se mobilizado para atender às necessidades mais urgentes, a situação deles poderia ser muito parecida àquela do país de origem.

IHU On-Line – Como o senhor vê a questão das populações estigmatizadas na própria Amazônia?

Sidney Antônio da Silva – Creio que o preconceito histórico em relação aos indígenas e caboclos é um fenômeno social que está mudando, na medida em que eles se engajam na luta pela sua visibilidade e por direitos. Nesse contexto, os haitianos correm o risco de enfrentarem os mesmos preconceitos por parte dos grupos dominantes locais que se consideram brancos, já que, segundo o IBGE, são uma minoria, apenas 16%. Nessa perspectiva, seria um grupo social a mais na mesma situação daqueles, porém, com um agravante: eles são negros.

_________________________________________________________________ Resenha MIGRAÇÕES NA ATUALIDADE – nº 88, p. 12

12

IHU On-Line – Deseja acrescentar algo?

Sidney Antônio da Silva – Acredito que, para além dos possíveis estranhamentos que a presença haitiana enseja, eles nos ajudam a pensar a questão da diferença cultural, num Brasil formado por diferentes matrizes culturais, a saber, a lusitana, a indígena e a africana. Nesse sentido, só

o tempo dirá qual será o lugar que lhes atribuiremos num país onde a preocupação com a cor da pele é tão importante, e a cordialidade uma "tradição nacional".

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/45912-haitianos-os-novos-imigrantes-do-brasil-entrevista-especial-com-duval-magalhaes-e-sidney-da-silva - 06.08.12

ENGLISH

'Most Swedish emigrants ever in 2011': report

2011 marked the largest exodus from Sweden in history with over 50,000 people leaving the country, with China proving to be an ever more popular destination for Swedes who move abroad.

While Sweden added 67,285 people to its population last year, a record 51,179 people left the country, reported Statistics Sweden (Statistiska Centralbyrån - SCB).

"I would say this is due to Swedish companies that have moved abroad, and to an extent, some Swedes follow. I‘m thinking of these call centers, they maybe move to other countries and then have a need for people who can speak Swedish,‖ said Lena Bernhardtz of the SCB to Dagens Nyheter on Monday.

2011 gave the biggest emigration figure ever, even larger than 1887‘s mass exodus to America.

SCB suggests the growing numbers of emigrants are due to the populations ―increased ability to move‖.

However, the agency emphasized the importance of viewing the emigration figures in relation to Sweden's larger population.

While the 1887 movement entailed one percent of the total population leaving Sweden, the new figures, while involving a larger total number of people, only amounts to one half of a percent of Sweden's total population of 9.48 million people.

China proved to be the fastest growing popular destination for Swedes moving abroad, with an 80 percent growth of Swedish emigrants to China compared to 2010.

Last year, 1,787 people chose to move to China, a figure which is five times higher than back in 2000.

As with previous years, SCB reported that the most popular destinations for Swedish emigrants were the Nordic neighbours, the UK and the United States.

Bernhardtz also noted that emigrants are also returning to Sweden to a greater extent than in previous years, which has been made easier than ever in recent years, and particularly applies to students who have taken gap years or have worked abroad.

The immigration figures grew in 2011 as well, with 96,467 arriving in Sweden last year.

While 15,000 of these people were Swedish born, the SCB reported that people from Poland, Iraq and Afghanistan were the most common natonalities of people who immigrated to Sweden in 2011.

Fonte: http://www.thelocal.se/39228/20120221/ - 23.02.12

Europe's jobless flee for new El Dorados

Africa and Latin America are proving a godsend for workers

Alasdair Fotheringham

In the grimy dockland suburb of Alcantara, Lisbon, a heavy, grey frosted-glass door in an equally forbidding office block currently offers an entrance to what has become the new El Dorado for a

growing sector of the Portuguese workforce: Angola.

For centuries, the former colony was as ruthlessly exploited by its European masters as any other in

13

Africa. But today, with the Portuguese economy floundering, the boot is firmly on the other foot. For most of the past decade, Angola's diamond-mining and oil-rich economy has grown by 10 per cent a year. With 7,000 Portuguese businesses already established there and clear linguistic, human and political links, too, when Angola started looking for a huge range of skilled workers from abroad to help rebuild the country, the old "mother nation" stood head and shoulders above the rest.

But for the recession-struck Portuguese to make it out there, there is only one legal path: head to Alcantara and that grim-looking door, behind which the Angolan consulate is currently processing Portuguese immigration papers at an average of more than 20,000 a year.

"It's for one reason: in Portugal, the recession is here to stay, and that's true for everybody," says Ricardo Bordalo, a Portuguese journalist from the Lusa news agency. Based in Angola between 2008 and 2011, he watched the number of his compatriots there increase from 20,000 to 130,000. "In Angola, after the war, the country was completely destroyed, and they needed people there. And many thousands of Portuguese had already lived there before independence. There's always been a special relationship between Portugal and Angola. Sometimes we hate each other, sometimes we love each other, and now it's our turn to go there. But it's not easy to get a visa: they make us suffer a little bit."

The Angolans themselves have no comment to make about the boom in immigration from their former colonial masters – at least not to this publication. "The Independent on Sunday is a very bad newspaper," one extremely well-built official said by way of explanation, albeit with a large grin, before firmly inviting me to turn around, leave the embassy building at once and "go and interview those Portuguese people over there".

Uniformly in their thirties and forties, the two dozen or so men and women milling about one Wednesday lunchtime almost all confirm they are – hopefully – Angola bound. However, they shy away from interviews and refuse point-blank to give their names. ("They wouldn't want to risk getting into trouble with the Angolan authorities," Bordalo points out.) Only one man, an electrical engineer – on condition of anonymity – is willing to go on tape.

"A lot of us want to go, just look at the queues," he says. "Many of my colleagues have already gone. It's impossible to find work here, even for highly qualified people. My wife has a master's degree in psychology, but her association was forced to close, and she is unemployed. What work there is

pays very poorly. People like her are now earning €600 [£500] a month. Many graduates are working in call centres, selling stuff. Not that they sell anything."

It is true that Portuguese emigration is a well-established tradition – to the point where Portuguese economists estimate that, in the 1960s, money that was sent home from abroad contributed around a quarter of Portugal's GDP. However, destinations that were more popular in the past, such as the UK or other EU countries, are now far less appealing.

"All over Europe, there are millions of unemployed. Britain and France are not well [sic]. The same goes for the United States. There are many rich, but many poor," the electrical engineer points out. "In Angola, the economy is booming. It's not easy to get a visa, but I was contacted directly by the company there, and that makes it much faster. I'm going there for at least a year, and then we will see. Five or six years would be the target."

While unskilled people can get jobs there, the demand for unskilled labour is more limited – and woe betide anybody caught trying to enter Angola without the correct paperwork. "I heard of a bunch of guys who went there on tourist visas who then tried to start work on a building," the electrical engineer says with a chuckle. "They got put on the next TAP [the Portuguese national airline] flight back to Lisbon."

There is no attempt by Portugal's government to stop this brain drain, which has already seen an estimated 10 per cent of the country's workforce emigrate. Indeed, last December, the Prime Minister, Pedro Passos Coelho, suggested to teachers who were "supplementary to our requirements" that they "try Angola or Brazil, where there's a huge demand for primary and secondary school educators. We have a drop in population, and either they can retrain in other areas, or if they want to stay as teachers, look through the entire Portuguese-speaking market."

However, on arriving in Luanda, Angola may not appear to be as shiny an El Dorado as it seems from rainy, economically battered Portugal, where GDP is forecast to shrink by 3 per cent in 2012. "Some people go there and they get depressed in less than a week because they can't stand the streets full of rubbish, the fear of going out at night, the three-hour traffic jams and the corruption that exists in some areas," commented Antonio Fernandes – a Portuguese businessman returning to live in Angola last December as an emigrant – to the Spanish El País newspaper last year. "This is no country for softies."

14

However, at the moment, that heavy grey door fronting Angola's consulate in Alcantara is one of the fast-dwindling alternatives Portugal's beleaguered workforce can still take – hoping for some kind of viable future.

Migration: Europe loses skilled workers as Indians return

Spain: The economic crisis is forcing 1,200 young Spaniards to emigrate to Argentina each month, Prime Minister Mariano Rajoy claimed last year. Around 30,000 Spaniards moved to Argentina between June 2009 and November 2010. Some 6,400 went to Chile and 6,800 headed for Uruguay.

Italy: The Italian economy has been at a virtual standstill since 2000 and around 600,000, often highly educated young Italians, have gone abroad in the past decade. Most have emigrated to North and South America. Many blamed Silvio Berlusconi for their country's rising unemployment rates.

India: India's rapidly growing economy has triggered a reverse migration of its diaspora previously settled in the UK and US, said a recent report. About 300,000 Indians employed overseas are expected to return to the country by 2015.

Fonte: http://www.independent.co.uk/news/world/europe/europes-jobless-flee-for-new-el-dorados-7576277.html - 18.03.12

Increasing number of immigrants arrive in Germany

The foreign population of Germany increased substantially in 2011. Experts say the jump is likely due to its economic growth and the freedom of movement granted to citizens of the new EU states.

Around 6.93 million people with only foreign citizenship lived in Germany at the end of 2011 - 177,300 more than a year earlier. Federal Statistical Office figures showed that the increase of 2.6 percent was the highest in 15 years.

The vast majority, some 88 percent, of arrivals moved to Germany from other European Union countries.

"The higher figures are, of course, due to implementation of free movement for new EU member states last year," Ilona Riesen of the Cologne Institute for Economic Research said.

Last year saw Germany open its borders to workers from all EU countries except Romania and Bulgaria. The Statistics Office figures showed significant growth in the number of Poles and Hungarians coming to Germany in 2011.

High interest in jobs in Germany

While the statistics alone say little about foreigners' motives for coming to or leaving Germany, the researchers found a strong correlation between immigration and employment opportunities.

More people came to Germany from the EU crisis states than in previous years, but perhaps not as many as might be expected given the economic misery in some EU states. Riesen said.

"My guess is that people do not just immediately pack up their things and move to another country, even when a crisis breaks out in a country," she said.

Language barrier in the euro crisis states

The language barrier plays a role in keeping people from moving to Germany, according to labor market expert Marion Rang, of the Federal Employment Agency's foreign placement department, which specializes in luring highly skilled job seekers to Germany.

"We focus our work on the euro crisis countries, because they have a workforce that we can use here in Germany," she said. "There are many unemployed engineers in Spain, while in Germany we are looking for engineers."

The department also tries to recruit suitable applicants for German companies. Language skills are also a key issue, she said: "In Germany, most vacancies are found in small and mid-sized companies, who want to be able to converse with their employees in German." There has been no real mass influx of job seekers from the euro crisis countries - but a lot of interest, which can also be seen in the booming German language classes at the local Goethe Institute.

Unrealistic expectations

Rang said there are often family reasons that can frighten people into abandoning emigration plans. German companies also have to confront job-seekers expectation that they will be in cities like Berlin, Hamburg or Munich.

"If they hear that the vacancies tend to be in rural Baden-Württemberg or eastern Germany, a lot of them will take a deep breath," Rand said before adding that geography is less of an obstacle for people who really want to live in Germany.

15

In contrast, immigrants from outside the EU require a work permit. Statistics show there has been a positive development over the last five years, Riesen said, with the proportion of non-EU nationals with a permanent settlement permit increasing significantly.

"This settlement permit brings with it the right to permanent residence in Germany," she said. "This

is the most important aspect for third-country nationals, because if someone is allowed to live in Germany permanently and without restrictions, then the hopes and possibilities for better integration are of course much better."

Fonte: http://www.dw.de/dw/article/0,,15864426_page_0,00.html – 06.04.12

U.S.: Asians Surpass Hispanics as Fastest-Growing Immigrant Group

Jim Lobe and Ethan Freedman

Asia has surpassed Latin America as the largest source of new immigrants to the United States, according to a major new report that found that Asian-Americans also enjoy the highest incomes and best education of any racial group in the United States.

The 214-page report, released Tuesday by the Pew Research Centre, said Asian-Americans now constitute nearly six percent of the total U.S. population, or some 18.2 million people. That‘s a more than five-fold increase since 1965, when immigration laws were liberalised to permit more non-Europeans to come to the United States.

Asian immigration has risen steadily since 1965, according to the report, entitled ―The Rise of Asian Americans‖, but the growth rate appears to have accelerated in the last few decades, with nearly three out of every four-Americans with Asian ancestry having been born abroad. Japanese-Americans are the only sub-group in which the majority was born in the United States.

―A century ago, most Asian Americans were low-skilled, low-wage laborers crowded into ethnic enclaves and targets of official discrimination,‖ the report stated. ―Today they are the most likely of any major racial or ethnic group in America to live in mixed neighborhoods and to marry across racial lines.‖

This shift is part of a trend that would seem to indicate that Americans are becoming more tolerant towards immigrants, especially Asian-American ones. A 2010 Pew survey found that among white Americans, 62 percent ―would be fine‖ with a relative marrying interracially, particularly someone who is black, Hispanic or Asian, up from 51 percent in 2001.

Chinese-Americans comprised the largest sub-group of all Asian-Americans, with about four million people, or about 23 percent of the total. They were followed by Filipino-Americans (3.4

million), Indian-Americans (3.2), Vietnamese-Americans (1.74), Korean-Americans (1.71) and Japanese-Americans (1.3). Together, those six sub-groups are the vast majority of the total Asian population in the United States.

Traditional values: Education and hard work

―Many Asians come to the United States because they still perceive it as a land of opportunity,‖ Andrew Lam, an editor at New America Media, an umbrella group of ethnic news organisations, told IPS.

The report, based in part on recent telephone interviews in English and seven other languages with a nationally representative sample of more than 3,500 Asian-Americans, also found that Asian-Americans place significantly more emphasis on attaining higher education and working hard than other racial groups in the United States.

While 93 percent of respondents in the poll said they believed that Americans who hailed from the same country of origin are ―very hard-working‖, only 57 percent of those respondents agreed that the same held true for their American counterparts as a whole.

Asian-Americans stand out for their educational achievements, in particular. While 26 percent of the U.S. population has a bachelor‘s degree or higher, the comparable figure for Asians is 49 percent – nearly twice as high – and 18 percentage points higher than white Americans. The more recent arrivals have an even higher percentage – 61 percent among adults aged 25 to 64.

Asian-Americans also stand out compared to their cohorts in their home countries. On average, about 26 percent of Japanese and South Koreans in the same age group have a bachelor‘s degree, compared to nearly 70 percent of comparably aged recent immigrants from those two countries.

16

Financial and economic aspects

According to the Department of Labour, the unemployment rate among Asians as a group is less than in America as a whole. The Asian-American unemployment rate stands at about 7.5 percent, lower than any other demographic, including white (8.7 percent), black (16) and Hispanic (12.5) and lower than the national unemployment rate of 8.2 percent.

The view among various Asian groups can differ significantly in terms of education and income. Indian-Americans, for example, lead all other sub-groups in both categories. Americans with Korean, Vietnamese or Chinese ancestry suffer higher poverty rates than does the general public, while those with Indian, Japanese or Filipino origins have lower rates.

And while the median household income in 2010 for the general U.S. population was nearly 50,000 dollars, for Asian-Americans the median figure was 66,000, according to the report.

Findings from the U.S. Census Bureau fall along the similar lines: between 2002 and 2007, Asian-owned businesses increased 40.4 percent – nearly twice the national rate – amounting to 1.5 million total businesses, generating more than half a trillion dollars in receipts and employing nearly three million people.

―Asian-owned businesses continued to be one of the strongest segments of our nation‘s economy,‖

said Census Bureau Deputy Director Thomas Mesenbourg.

Asians‘ success, however, has no helped alleviate racial tensions. In April, D.C. Councilman Marion Barry was caught on tape making derogatory comments about Asian-Americans and their businesses.

―We‘ve got to do something about these Asians coming in, opening up businesses – those dirty shops,‖ Barry said, after winning his city‘s Democratic primary, ―They ought to go.‖

Census data compiled by Pew suggests that Asian immigrants outnumbered Hispanic immigrants at some point between 2007 and 2010. In 2007, about 540,000 Hispanics – both documented and undocumented – came to the United States, while only 390,000 Asians did so.

But by 2010, about 430,000 Asians – or 36 percent of all new immigrants – arrived here, compared to about 370,000 Hispanics.

The reversal appears to have resulted primarily from a decrease in Hispanic immigration, particularly after the 2008 financial crisis, when a combination of harsh anti-immigrant legislation at the state level, tighter border security, and the slump in the U.S. economy (especially its construction industry, where many male Hispanic immigrants have found work) discouraged many would-be immigrants from crossing the border.

Fonte: http://www.ipsnews.net/2012/06/u-s-asians-surpass-hispanics-as-fastest-growing-immigrant-group/ - 25.06.12

Census 2011: Canada's population booms thanks to immigration

Randy Boswell

Canada's population of 33.5 million people is growing faster than that of any other G8 nation — fuelled primarily by immigration — while the booming West continues to reshape this country's demographic landscape, a new census has revealed.

The latest national head-count, released Wednesday by Statistics Canada, shows strong and steady growth in nearly every corner of a country that remains firmly in the grip of a westward shift in population power — one that will see growing political and economic influence from Western Canada, observers say.

Up from 31.6 million at the time of the previous census in 2006, the Canadian population remains the smallest among the G8 but by far the fastest-growing, with a 5.9 per cent growth rate in the past

five years that not only exceeds the 4.4 per cent rise in the U.S., but also Canada's own previous increase of 5.4 per cent between 2001 and 2006.

Sustaining the growth spurt is Canada's open-arms approach to immigration, a phenomenon that has become twice as important as natural increase — the difference between births and deaths — in driving the country's population upward.

Initial results of the 2011 census — conducted last year under a cloud of controversy after the Conservative government's elimination of the mandatory long-form questionnaire — show Alberta again leading all provinces in population growth (10.8 per cent since the last census in 2006) and its two largest cities, Calgary and Edmonton, outpacing the country's 31 other metropolitan areas with soaring increases of more than 12 per cent in the number of residents over the past five years.

17

The first batch of data from last year's census is peppered with indicators of the West's growing importance, a trend that was also evident in the 2006 population tally.

For the first time in Canadian history, the proportion of the population living west of Ontario (30.7 per cent) is greater than the number of people living to the east (30.6 per cent). The population shift has already had political implications; the West's growth was recognized in an electoral reform package recently approved by Parliament that will boost the number of MPs from Alberta and B.C. by six each, along with 15 new members from Ontario and three from Quebec.

This symbolic east-to-west shift has been more a gradual one than a sea change between now and the last census, says Michael Holden, a senior economist with the Canada West Foundation. "30.7 per cent of Canadians live in Western Canada now. Fifty years ago, it was 26.4 per cent," he noted.

Nevertheless, "on the political side we've already seen for the first time ever, really, a majority government that was brought into power on the strength of its performance in Ontario and Western Canada, as opposed to the sort of traditional Ontario-Quebec political coalition," Holden said.

The Conservative government's base is strongest in Alberta and elsewhere in Western Canada, he said. As those parts of the country grow "it's more likely that we'll see increasing western influence in decision-making in Ottawa," he said.

That could present challenges in forming a national forward-looking policy, "which for the first time ever has to have a more significant western Canadian component because this region accounts for about 40 per cent of national economic output now, and it's growing quickly."

The census also shows clearly that Saskatchewan has emerged as a full partner with Alberta in the oil-and-gas-fuelled economic boom that's attracting both immigrants from abroad and migrants from other parts of Canada.

"When we observe the high immigration, and a lot of internal migration, people will tend to go where they can find work," said Marc Hamel, director general of Statistics Canada's census program.

For the first time since the 1986 census, when the number of Saskatchewan residents briefly topped one million, the province's once-declining numbers — a net decrease of 1.1 per cent was registered between 1996 and 2006 — have been emphatically reversed in the past five years and the population lifted to 1,033,381.

Another sign of Saskatchewan's population boom, powered by its above-average growth rate of 6.7 per cent, is the spiking number of people moving to the province's principal cities, Regina and Saskatoon, both seeing population increases of around 10 per cent since 2006.

It's clear, said University of Victoria census historian Peter Baskerville, that "the economy is shifting to Saskatchewan and Alberta in terms of resources, and manufacturing is declining in the central belt of Ontario and Quebec — that's been going on for a lot of years."

But even in parts of the country that couldn't quite match the pace of growth witnessed in the Prairies, there were substantial increases in population, the census data shows.

British Columbia's share of Canada's population reached a new high of 13.1 per cent, with the province's total residents up seven per cent to 4.4 million. Kelowna, which grew by 10.8 per cent since 2006, was the country's fourth-fastest-growing city after Calgary, Edmonton and Saskatoon.

Ontario, despite being hit hard by the recession of 2008-09 and facing painful adjustments in the manufacturing sector — most notably the auto industry — increased its population to 12.9 million and its overall share of the country's population to a highest-ever 38.4 per cent.

Two Ontario cities facing particularly hard economic times — Windsor and Thunder Bay — did experience population decreases, a rarity among Canada's urban centres during a generally widespread period of growth, especially in major metropolitan areas.

And Quebec, while seeing its share of Canada's population dip slightly to 23.6 per cent, actually accelerated its growth rate from 4.3 per cent in 2006 to 4.7 per cent in the latest census period. The province, which now has more than 7.9 million people, is also on pace to reach the eight-million milestone in the coming months.

Meanwhile, the same magnetic attraction that oil wealth appears to be having in Western Canada seems to be boosting the number of people moving to — and staying in — petroleum-rich Newfoundland and Labrador. Canada's easternmost province, which had not recorded a period of population growth since 1986, notched its numbers up by 1.8 per cent to more than 250,000 people.

Nova Scotia, New Brunswick and Prince Edward Island all had higher rates of population growth in the 2011 census than in the 2006 count.

18

Manitoba and the Yukon also experienced significant jumps in their growth rates because of influxes of immigrants.

Even though there's been a slight increase in the number of Canadians classified as living in rural areas — agricultural districts, small towns beyond the orbit of larger centres and most of the northern territories — the much faster growth of cities has pushed the proportion of rural Canadians to a historic low of 18.9 per cent.

In contrast, more than one-third of all Canadians — 35 per cent of the population — now live in one of the country's three largest cities: Toronto, Montreal and Vancouver. Each of those centres grew substantially over the past five years, the gains — once again — driven by the arrival of tens of thousands of immigrants.

As the single most important factor affecting the size of Canada's citizenry, the ongoing influx of newcomers to the country offers the promise of

economic renewal and multicultural evolution but also presents major challenges in integrating and accommodating immigrant communities.

"I think Canadians are still quite supportive of immigration," said Jack Jedwab, executive director of the Montreal-based Association for Canadian Studies. "I think they understand — and this (census) will only reconfirm their understanding — that Canada needs immigration."

But Jedwab, whose research in recent years has illuminated significant levels of concern among Canadians about immigration from Muslim nations, said, "the issue is going to be the sources of immigration, what countries people are coming from. That's still going to be a source of concern in terms of issues of accommodation in Quebec, and integration, and we'll continue to have debates about that."

Fonte: http://www.vancouversun.com/technology/Census+2011+Canada+population+booms+thanks+immigration/6119668/story.html - 09.02.11

ESPAÑOL

Los latinos fijan su esperanza en Chile

Atraídos por oportunidades económicas y mejores condiciones de seguridad, un número cada vez mayor de migrantes ven a Chile como un buen destino para intentar un cambio de vida.

―Mi expectativa es encontrar una vida mejor y crecimiento económico‖, dice Pamela Méndez, quien arribó en marzo a Chile proveniente de Bolivia, incrementando el número de extranjeros asentados en el país en las últimas dos décadas. Como ella, unos 370 000 inmigrantes residen hoy en Chile.

La mayoría provenien depaíses latinoamericanos como Perú, Argentina, Bolivia, Colombia y Haití. La cifra duplica los que residían en el país en 1990 (184 464), según el Departamento de Extranjería. Hoy, los migrantes representan el 2,08% del total de la población chilena, calculada en 17 millones de habitantes.

Además, son factores claves en algunos sectores económicos, como la salud pública y la minería. ―Me parece que Chile es un buen país para buscar oportunidades. Tiene mejores condiciones de trabajo y de vida‖, señala Méndez, de 29 años y especialista en comercio exterior.

Unos 25 143 bolivianos viven en la actualidad en Chile y son la tercera mayor colonia de migrantes.

En segundo lugar, se ubican los argentinos, con 61 873 personas, equivalentes al 16% del total de extranjeros. También se dinamizó el flujo de haitianos, quienes comenzaron masivamente a arribar al país tras el terremoto del 2010 y hoy son unos 2 300, mientras que los españoles, agobiados por la crisis financiera europea, subieron sus solicitudes de residencia de 289 el año pasado a 309 solo en el primer semestre de este año.

La mayoría de inmigrantes en Chile son peruanos, que pasaron de 37 860 a 138 525 en los últimos 10 años. La mayor parte cruzó la frontera para emplearse en el área de servicios y la construcción, donde son muy apreciados. Las ‗nanas‘ o empleadas domésticas peruanas son especialmente requeridas entre familias adineradas. Estas las prefieren a las chilenas, porque hablan y cocinan mejor. Igual es el caso de los obreros peruanos, que obtienen mejores resultados en la pujante industria inmobiliaria local. No obstante, una mínima parte de los peruanos accede en Chile a oficios más calificados.

Quienes tienen menos calificación viven en precarias condiciones, muchos de ellos hacinados en conventillos del casco histórico de Santiago, donde son frecuentes los incendios por las defectuosas instalaciones eléctricas. ―Los que

19

vienen sin preparación, al menos técnica, viven en precarias viviendas, gastan lo necesario para subsistir y el resto lo envían a sus familias en sus países de origen‖, explicó Manuel Hidalgo, peruano y presidente de la Asociación de Inmigrantes por la Integración Latinoamericana.

Él llegó a Chile hace 36 años. Pese a que muchos viven mal o ganan poco, los peruanos se quedan en Chile porque igualmente les alcanza para enviar dinero ―para la mantención de sus familias y los estudios de sus hijos‖ en su país de origen, agregó Hidalgo.

Los colombianos, por su parte, han protagonizado el aumento más explosivo entre la comunidades extranjeras residentes en Chile. Su presencia creció en 252% en la última década, en la mayoría de los casos buscando refugio por razones políticas. Hoy, los ciudadanos provenientes de Colombia representan el 4% del total de migrantes. ―Llegué a Chile porque mis dos hijos corrían riesgo de vida. Su padre estuvo vinculado a un partido político y por esto sufrimos persecución política y debimos escapar‖, narró Elvira Gamba. Ella se benefició de un programa temporal que ofrece la Agencia de la ONU para los refugiados, (Acnur). Unos 1 700 colombianos viven en Chile bajo estos programas.

Los extranjeros trabajan en salud, minería... Con una economía que creció al 5% promedio anual en la última década, un desempleo acotado (en marzo pasado se ubicó en 6,7%) y bajos niveles de

delincuencia y criminalidad, Chile está requiriendo cada vez más mano de obra. Y el incremento de inmigrantes resulta importante para mantener el ritmo de crecimiento del país. ―Un importante número de extranjeros ha encontrado trabajo en sectores como minería, agricultura, salud, y construcción, donde existe un déficit de personal‖, explicó Carolina Stefoni, directora del Magíster de la Facultad de Sociología de la Universidad Alberto Hurtado.

―Hoy día, más de la mitad de los profesionales de la salud primaria pública chilena son médicos extranjeros (en su mayoría bolivianos y ecuatorianos), mientras que en el norte chileno, donde se concentra la gran producción de cobre, se advierte un grueso de inmigrantes en los sectores de minería y agricultura‖, agregó la catedrática e investigadora.

El aumento de los migrantes llevó al Gobierno a anunciar una reforma a la ley migratoria, que facilitará la obtención de visas de residencia, eliminará una cláusula que impide a las empresas contratar a más de 15% de extranjeros y acelerará la validación de títulos profesionales. La investigación titulada ‗Mujeres peruanas en el norte de Chile. Cruces y superposiciones de fronteras de género, etnia, y clase‘, dada a conocer este año, descubrió que son más mujeres que hombres las que llegan a Chile, en calidad de inmigrantes.

Fonte: http://www.elcomercio.com/mundo/latinos-fijan-esperanza-Chile-inmigrante_0_770923006.html - 10.09.12

La crisis ha arrojado ya a 360.000 espanoles a trabajar al extranjero

Los nuevos emigrantes son, sobre todo, jóvenes muy cualificados que se dirigen a Centroeuropa y los países nórdicos

En los cinco años que transcurrieron entre 1962 y 1966, los centrales de la gran ola migratoria española de aquella década del siglo pasado, unas 790.000 personas abandonaron el país en busca no ya de un futuro mejor, sino simplemente de un futuro en otros lugares de Europa. En otros cinco años, desde enero de 2008 hasta que concluya este 2012, más de la mitad de aquella cifra, otros 400.000 españoles, se habrán visto abocados a emigrar para encontrar en el extranjero lo que la crisis económica les niega en España, un sitio en el mundo laboral. De hecho, el pasado 2011 fue el primer año en lo que va de siglo en el que el saldo del flujo migratorio del país fue negativo, es decir, dejaron España más personas de las que llegaron para establecerse.

Desde comienzos de 2008, con los primeros signos de lo que entonces parecía solo una ralentización -«aterrizaje suave» lo llamaba el ministro de Economía y Hacienda del momento, Pedro Solbes-, hasta el pasado 1 de julio, 357.418 españoles han traspasado ya las fronteras nacionales en busca de un trabajo, según datos del Censo Electoral de Españoles Residentes en el Extranjero (CERA), que elabora el Instituto Nacional de Estadística (INE) y registra mes a mes a los mayores de 18 años que se dan de alta para poder seguir ejerciendo su derecho al voto en España desde otros países. Y eso si se contabiliza únicamente a quienes se inscriben en los consulados españoles en el extranjero, pues muchos no lo hacen hasta pasado el tiempo a la

20

espera de un posible retorno que a veces no llega nunca.

Esta cifra de nuevos emigrantes supone un incremento de casi un 30% sobre los poco más de 1,2 millones de personas registradas en el CERA al inicio de 2008, que ahora son casi 1,56 millones. Con unas perspectivas de paro que todavía para 2013 el propio Gobierno reconoce se situará por encima del 24%, y del 22% hasta al menos 2016, este nuevo éxodo, que los sociólogos denominan 'emigración selectiva', tiene un amplio recorrido al alza.

"Mientras la situación en España no mejore, la gente, sobre todo los jóvenes, seguirán marchándose", asegura Adrián Zamoro, socio fundador de la empresa BInternational, dedicada a la interconexión laboral de españoles con empresas en el extranjero a través de su plataforma web. Y aunque a largo plazo, "cuando las cosas vuelvan a como eran hace cinco o seis años", pronostica una ligera bajada, a su juicio, el fenómeno de la emigración laboral "se estabilizará para continuar indefinidamente en el tiempo porque la gente joven no tiene mayor problema en irse fuera". Zamoro argumenta que "la generación actual tiene acceso desde su ordenador a lo que pasa en cualquier lugar del globo, tiene amigos que están en otros países y por 50 euros puede ir a pasar un fin de semana a cualquier punto de Europa. Es una generación muy abierta a trabajar fuera".

A diferencia de aquella emigración de la España de los 60, de mano de obra sin estudios, sin cualificación profesional, sin idiomas pero con mucha hambre, la de ahora, por contra, constituye una auténtica fuga de talento. El perfil del nuevo emigrante laboral es, por lo general, el de un joven de entre 25 y 35 años, sin responsabilidades familiares, altamente cualificado, capaz de manejarse en al menos un idioma extranjero -normalmente inglés, pero también los hay que dominan el alemán o el francés- y procedente de las ramas de ingeniería, ciencias, informática, arquitectura, economía o sanidad. En unos casos, su ocupación en el exterior viene facilitada por la realización de estudios y/o prácticas en los países de destino; en otros, por la creciente demanda de profesionales en las economías aún pujantes de Europa -Reino Unido, Alemania, Francia y países nórdicos- o de emergentes como Brasil, Chile y hasta países árabes y China.

Dónde y en qué

Pero ¿dónde y qué trabajos encuentran los españoles que deciden buscarlo más allá de

nuestras fronteras?. "Una cosa es dónde preferirían ir y otra dónde tienen finalmente que ir", señala Zamoro. "Hay quienes quisieran destinos como Nueva York, Australia e incluso África, pero la opción práctica, donde se reclaman ahora más puestos es Centroeuropa. Alemania tiene una fuerte demanda de ingenieros en el sector industrial; los países nórdicos, para ciencia e investigación; e Inglaterra, Irlanda y Francia requieren profesionales para el sector médico-sanitario".

La red Eures de movilidad laboral integrada por los servicios públicos de empleo de todos los países de la UE más Suiza, Noruega e Islandia, recogía en su web -ec.europa.ue/eures-, a fecha del pasado viernes, algo más de 1.313.000 puestos vacantes, de los que 890.000 (el 67,8% del total) correspondían a solo dos países: Reino Unido, con casi 477.000 ofertas y Alemania, con cerca de 413.000. Con más de 50.000 empleos a cubrir figuraban Francia y Austria, mientras que por encima de las 25.000 plazas estaban Dinamarca, Suecia, Polonia, República Checa y Holanda. Finlandia, con más de 23.500 y Suiza, con casi 13.400, también ofrecen un buen número de puestos de trabajo. Curiosamente, España aparece en esta lista con 1.400 empleos vacantes.

En cuanto a las profesiones más requeridas, la clasificación de Eures la encabezan, además de ingenieros de todo tipo y programadores de sistemas y otros especialistas informáticos, otros empleos menos cualificados como cocineros, camareros, vendedores y representantes comerciales.

Debilidades y fortalezas

Lo que si encabeza España -como no podía ser de otro modo tratándose del campeón continental del paro- es la lista de solicitantes de empleo que han registrado su currículum en ese portal de movilidad laboral europea, con más de 227.200 personas. Casi el doble que el segundo país, Italia, con poco más de 116.500 inscritos. En total, hay 916.364 personas apuntadas en Eures. Paradójicamente, casi 400.000 menos que puestos vacantes.

Por sectores profesionales, la mayoría de los solicitantes europeos pertenecen a los ámbitos de la administración, la economía y el Derecho (casi 94.000), seguidos de los de ventas y compras (61.700), hostelería (59.000), trabajos técnicos (53.500), cultura y medios de comunicación (49.500), informática y tecnologías (38.000) y construcción (con cerca de 32.000).

21

En cuanto a los candidatos españoles, el creador de BInternational señala que su punto más débil sigue siendo su bajo conocimiento de idiomas. "Todo el mundo dice que tiene un nivel de inglés alto pero cuando haces una prueba ves que no es así, ni mucho menos". Por contra, entre sus fortalezas destaca el carácter abierto. "No tenemos problemas para trabajar con gentes de distintas nacionalidades. Cada vez hay menos temor al cambio, tanto de país como de ocupación, y nos adaptamos muy bien a otras formas de trabajar. Aunque suene a tópico, es cierto que un alemán tiene más problemas para adaptarse a trabajar en España que un español en Alemania".

En este sentido, Adrián Zamoro afirma que los trabajadores españoles en el extranjero están, por lo general, bien considerados. "Los ingenieros están muy bien valorados. Se reconoce su buena formación académica, aunque mucho más teórica que práctica. A los médicos, y sobre todo al sector de la enfermería española, se los rifan en Francia. Aunque como esto va más bien por sectores, también los hay en los que se considera que la preparación de los españoles no es la requerida en algunos países; por ejemplo, las de las carreras y ocupaciones relacionadas con las Humanidades".

Fonte: http://www.diariodenavarra.es/noticias/mas_actualidad/economia/2012/08/19/la_crisis_arrojado_360_000_espanoles_trabajar_extranjero_89182_1033.html - 18.08.12

Argentina, una tierra cada vez más prometida para los vecinos

"Los nuevos edificios de la capital argentina fueron hechos por paraguayos", asegura con cierto orgullo Isidro Méndez, de 60 años. Este inmigrante, que dirige una empresa constructora, es uno de los centenares de miles de extranjeros que llegaron a este país solo cargando la ilusión de un futuro mejor.

La constante recuperación económica y el consecuente aumento del empleo desde mediados de la década pasada en Argentina frenaron la expulsión de nacionales e impulsaron la inmigración desde el resto de América del Sur, especialmente de Paraguay y también de Bolivia. Si bien no es un fenómeno nuevo, sí lo es el notable incremento que adquirió en este lapso.

Un aspecto agregado y fundamental fue la facilidad para radicarse, dispuesta por el gobierno centroizquierdista del hoy fallecido Néstor Kirchner (2003-2007), antecesor del de su esposa, Cristina Fernández.

"Nosotros sabemos sufrir", resume para IPS el paraguayo Méndez, que se radicó en este país con solo 17 años. Aprendió a trabajar como obrero de la construcción primero y ahora, como patrón, tiene decenas de compatriotas a su cargo levantando viviendas individuales y edificios.

"El Impacto de las Migraciones en Argentina", un estudio presentado este mes por la OIM, indica que 77 por ciento de los extranjeros residentes en Argentina son originarios de otros países sudamericanos.

Vienen sobre todo de los limítrofes Bolivia, Brasil, Chile, Paraguay y Uruguay, así como de Perú. Entre 2001 y 2010, la cantidad de extranjeros creció de un millón a 1,4 millones, los cuales han sido "casi plenamente absorbidos por el mercado laboral", sostiene la OIM (Organización Internacional de las Migraciones).

Los datos indican que 39 por ciento de esas personas proceden de Paraguay, sumaban 325.000 en el censo de 2001 y más de 550.000 en 2010. Los varones se emplean principalmente en la construcción y las mujeres en el servicio doméstico.

"Todos los que vienen hoy de Paraguay trabajan", asegura Méndez. "A los argentinos, el polvo y la pala les da asco. Y si llueve y hay que vaciar camiones de bolsas de cemento, como me pasó hoy, seguro que harían huelga", agrega irónicamente.

El estudio de la OIM señala que entre 2003 y 2010, la construcción en Argentina tuvo un crecimiento anual de productividad de 14 por ciento.

La segunda comunidad de extranjeros es la boliviana, que reúne a 25 por ciento de la nueva inmigración en 2010. En 2001 eran 231.000 los procedentes de ese país, mientras que en 2010 llegaron a más de 345.000 y su ocupación mayoritaria se da en la producción fruti- hortícola y en el comercio.

Numerosas familias de bolivianos arriendan tierras en los distritos de los alrededores de las ciudades para proveerlas de frutas y verduras, señala la OIM. También se ubican en la industria textil y de calzado.

Estos dos colectivos nacionales provienen principalmente de las capas más bajas de las sociedades de origen y cuentan con escaso nivel de instrucción. En el caso de los paraguayos

22

radicados en Argentina, 59 por ciento llegaron solo con estudios primarios, mientras que 43 por ciento de los bolivianos apenas culminaron ese ciclo.

La mayoría (55 por ciento) se emplean en forma precaria, sin que puedan realizar los aportes al sistema de seguro de salud y provisional. Pero acceden a servicios públicos de sanidad y educación y a transferencias de ingresos del Estado.

Entre los 1,4 millones de extranjeros residentes en Argentina también hay 14 por ciento de chilenos, 11 por ciento de peruanos, ocho por ciento de uruguayos y tres por ciento de brasileños.

En diálogo con IPS, Juan Artola, representante regional de OIM para el Cono Sur de América, confirmó que los inmigrantes llegan a Argentina "porque hay trabajo y porque hay una legislación que les permite acceder a la residencia con relativa facilidad".

La tradicional inmigración de países limítrofes se aceleró en los años 90 a raíz de la Ley de Convertibilidad, un régimen cambiario impuesto por el gobierno de Carlos Menem (1989-1999) que mantuvo el peso (la moneda nacional) a la par del dólar por casi una década, facilitando el ahorro en la divisa.

Pero ese régimen no tenía una base sólida y terminó colapsando a fines de 2001. El peso sufrió una profunda devaluación, mientras la economía sucumbía junto al gobierno de Fernando de la Rúa (1999-2001).

La imparable pérdida de empleos y el consecuente incremento de la pobreza, que llegó a afectar a más de 50 por ciento de los entonces 38 millones de argentinos, empujaron a decenas de miles al exterior y también a miles de inmigrantes a sus lugares de origen. Igualmente, la mayoría de los extranjeros permanecieron en el país.

Susana, quien prefirió mantener su apellido en el anonimato, contó a IPS que ella es de Perú. Llegó

a Argentina "en la época de Menem". Sin papeles, trabajó en el servicio doméstico en forma precaria por varios años.

Con la crisis y la devaluación de 2002 se le hizo difícil seguir enviando dólares a Perú para la manutención de su hija. Pero logró radicarse. Sus empleadores comenzaron a hacerle aportes y en 2008 trajo a su hija a estudiar a la estatal Universidad de Buenos Aires.

En su caso, los trámites de radicación realizados a partir de la nueva legislación facilitaron mucho su estabilidad laboral y la reagrupación familiar.

Argentina derogó en 2003 una norma de la dictadura (1976-1983) sobre la radicación de extranjeros y sancionó una nueva ley que reconoce la inmigración como un derecho humano.

La norma facilita los trámites, reconoce a los inmigrantes el derecho a acceder a servicios de salud y educación, prohíbe que se les niegue atención a quienes carezcan de radicación y elimina la obligación de los funcionarios de denunciarlos. En 2006 se lanzó además una campaña denominada Patria Grande para el acceso de extranjeros a la residencia temporaria aun sin contrato de trabajo. Solo se accedía con el documento nacional y el certificado de carencia de antecedentes penales.

"Evidentemente, aquí muchos encuentran mejores posibilidades de trabajo. Aun cuando se inserten, en principio, en forma precaria, pueden formalizarse luego si tienen los papeles de radicación", explicó Artola.

El funcionario de la OIM destacó que "ningún otro país de América del Sur recibe la proporción de inmigrantes que recibe Argentina". "Es un país que además nunca deportó, siempre fue abierto, y donde el mercado laboral creció mucho desde 2003".

Fonte: http://www.ipsnoticias.net/nota.asp?idnews=101447 - 27.08.12

El flujo migratorio de España a Venezuela creció un 17,5% desde 2010

Muchos venezolanos que emigraron en los últimos años a España están ahora regresando al país, debido fundamentalmente a la crisis económica. El flujo de emigración de España con destino a Venezuela ascendió 17,5 % entre los años 2010 y 2011, según cifras del Instituto Nacional de Estadística (INE) del país ibérico. De España salieron con destino a Venezuela 7.088 personas en 2010 en comparación con los 8.332 que lo hicieron el año pasado.

Por falta de oportunidades reales en Venezuela, en 2005 muchos ciudadanos decidieron probar suerte en España, con la idea de regresar y comprar una

casa Pero la severa crisis económica en Europa los obligó a regresar antes de cumplir el proyecto inicial.

23

También hay una tendencia a la baja en la emigración hacia España. Según las cifras del INE español, bajó 3% la cantidad de venezolanos que emigraron a ese país entre 2010 y 2011.

En 2010 ingresaron a España 12.646 venezolanos mientras que en 2011 se redujo a 12. 289.

Sin embargo, todavía el número de venezolanos que está emigrando a España es mayor que el que regresa.

Cifras del INE reportan que para 2011 el saldo migratorio entre España y Venezuela (como país de nacimiento) fue de 3.881, es decir, que fueron más los venezolanos que ingresaron a España que los que salieron de ese país ese año. Esto se mide por la diferencia entre los que entraron y los que salieron.

Los hijos de españoles nacidos en Venezuela se registran en España como ciudadanos de nacionalidad española. Cuando se toma en cuenta la nacionalidad venezolana, el saldo migratorio es sólo 2.340.

La página del INE de España reporta para el 1 de enero de este año, que 64.381 venezolanos vivían en ese país. Su promedio de edad es de 34,54 años.

En 2011, España recibió de Venezuela 7.735 inmigrantes. Según cifras del INE, ese mismo año 5.396 venezolanos salieron de España con destino ―al extranjero‖. Esto implica que todavía es comparativamente alta la salida de venezolanos hacia la Madre Patria, aunque cabe señalar que Venezuela no se encuentra entre las colonias de extranjeros más numerosas de España.

Este flujo migratorio se enmarca en el fenómeno de emigración que vive actualmente España debido a la situación económica.

Tal es el caso del arquitecto Alberto León, de 55 años, quien se vino desde las Islas Canarias en 2009. Su historia también tiene que ver con problemas económicos y el desempleo.

El saldo migratorio español, es decir, la diferencia entre el número de personas que entra a España y el que sale, registró un negativo de 50.090 personas en 2011, año en el que se registra la mayor baja en el último lustro, según un reporte de la página de Radio y TV de España (www.rtve.es). Esto viene impulsado por la emigración de los propios ciudadanos españoles y de países como Ecuador (-11.926) y Marruecos (-20.425), con saldos migratorios negativos, es decir que son más los que se van que los que ingresan al territorio.

La emigración tiende a crecer en España en los últimos años. Según el índice de variación

residencial que calcula el INE, aumentó en 53% la cantidad de gente que se muda al extranjero entre el año 2008 hasta 2011.

Fabiola y Jonatha regresan a Venezuela con dos niñas nacidas en Madrid. Ella es abogada y él oficial barnicero de madera. Esta habilidad le permitió conseguir fácilmente trabajo en su área. Aunque obtuvo su legalidad laboral, nunca logró un empleo realmente estable.

Fabiola, que inicialmente pensaba que podría trabajar en una oficina, pronto comprendió que eso era ilusión y se vio obligada a invertir su tiempo en empleos precarios atendiendo niños y "cachifeando". Llegó a ganar hasta 75 euros a la semana.

La pareja decidió venirse por las consecuencias de una alta tasa de paro en España (24,3% en junio, según la oficina estadística comunitaria Eurostat). Jonatha es uno de los afectados. Está desempleado desde hace casi un año, y estuvo recibiendo unos un mil 100 euros mensuales por esa condición.

Cifras del INE de España reportan que la cantidad de autorizaciones de trabajo concedidas a ciudadanos venezolanos se redujeron 58% entre 2008 y 2010.

La pareja de tachirenses dejó cada cual en San Cristóbal a un hijo de un anterior matrimonio, por lo que enviaban remesas de al menos 50 euros mensuales para su atención. Venezuela no aparece entre los primeros 12 países en cantidad de remesas enviadas desde España, según la página www.remesas.org.

Entre 2008 y 2009 se redujeron en 5,4% las remesas desde la Comunidad de Madrid, cifra atribuida al desempleo entre la población de inmigrantes, según la misma fuente.

Fabiola identifica las razones para retornar: ―Aunque hay problemas de integración, decidimos irnos porque se acabó el trabajo en España. Yo nunca he logrado hacer papeles aquí y tener permiso de residencia. Siempre trabajé por horas, soy una ilegal. No tengo prestaciones, se me han ido cerrando todas las oportunidades. Mi marido quedó desempleado y no encuentra trabajo. Sale todos los días, le reciben el currículo, pero no hay 'curro', le dicen. El dinero que terminó de recibir mi marido por el paro no significa nada aquí, 5.000 euros en varios meses… Ahora solo tiene la ayuda de 426 euros mensuales por el paro, porque ya se agotó el subsidio de prestación‖.

No tienen grandes expectativas por volver al terruño: ―Oímos que todo es diferente a la Venezuela de hace siete años. La delincuencia es

24

horrorosa. Aquí las niñas van al parque todos los días y nadie las molesta, cada cual está en familia, con sus niños, compartiendo, no hay tiroteos ni roban alguna cartera‖, dijo.

Fonte: http://www.cronicasdelaemigracion.com/articulo/cronicas/el-flujo-migratorio-de-espana-a-venezuela-crecio-un-17-5-desde-2010/20120827133352044758.html - 27.08.12

El inmigrante ecuatoriano busca otras tierras para afrontar la crisis

Luego de tres años de aplicación, los programas de retorno de inmigrantes implementados por el Gobierno de Ecuador no registran un alto número de beneficiarios, a pesar de que la crisis económica que afecta a países como España y Estados Unidos ha golpeado a muchos ecuatorianos.

En el caso de los ecuatorianos en España, la secretaria del Migrante, Betty Tola, ha dicho que el retorno a Ecuador es ―minoritario‖, y que hay connacionales que prefieren trasladarse a otros países de Europa.

La situación de parte de la comunidad ecuatoriana en España no es buena. En diálogo con diario EL PAÍS, Tola señaló que ―la crisis en España ha impactado mucho a los ecuatorianos en términos de empleo‖. Según datos recabados por la funcionaria, unos 100.000 ecuatorianos no tienen trabajo en el país ibérico y dos tercios de esas personas no reciben ninguna prestación de desempleo.

La Embajada ecuatoriana en Madrid ha dicho que en este año se han producido unos 3.000 desahucios

Por otra parte, hay ecuatorianos que afrontan deudas hipotecarias que no las pueden pagar. La Embajada ecuatoriana en Madrid ha dicho que en este año se han producido unos 3.000 desahucios y que registros anteriores señalan la existencia de unos 8.000 juicios hipotecarios pendientes entre la comunidad ecuatoriana.

Pero no todas son malas noticias para los ecuatorianos en el país ibérico. Un nuevo convenio de seguridad social entre Ecuador y España, que ha entrado en vigencia en este año, permite que ciudadanos de los dos países puedan acceder a una pensión de jubilación sumando los periodos de trabajo efectuados en ambas naciones.

En cualquier caso, el número de ecuatorianos que residen en España ha descendido. Según datos del Instituto Nacional de Estadística (INE) de abril pasado, la cantidad de nacionales ecuatorianos residentes en España disminuyó en un 10,1% entre enero de 2010 y principios de este año. Esto, más allá de que la comunidad ecuatoriana en el país ibérico sigue siendo la segunda más grande entre

aquellas que no pertenecen a la Unión Europea, superada solo por la marroquí.

Así, hay un porcentaje de ecuatorianos que se va de España, pero que no retorna a Ecuador. ―Se puede constatar una migración de ecuatorianos hacia otros lugares de Europa, como lo hemos advertido en el Reino Unido, donde tenemos una Casa del Migrante‖, manifestó Tola.

Desde 2008, más de 17.000 ecuatorianos, quienes han regresado desde diversos países, se han beneficiado de los programas de retorno de inmigrantes desarrollados por el gobierno de Ecuador. La cifra no es mayor si se toma en cuenta que solo en el caso de España estarían residiendo, según la secretaria Betty Tola, unos 600.000 ecuatorianos –entre registrados y no registrados-. Estados Unidos e Italia son otros países con importantes comunidades de ecuatorianos.

8.159 personas han regresado con el plan de ayuda a connacionales en condición de alta vulnerabilidad

El programa de envío a Ecuador de menaje de casa exento de impuestos ha beneficiado hasta el momento a 7.214 ecuatorianos retornados al país, mientras que 8.159 personas han regresado con el plan de ayuda a connacionales en condición de alta vulnerabilidad.

Junto con ello, el Estado ecuatoriano ha entregado 2.034 créditos a emigrantes retornados por medio de la Banca del Migrante, en tanto que 535 negocios productivos han sido impulsados a través del programa Fondo Cucayo, el cual otorga un capital semilla no reembolsable que requiere una contra parte por parte del inmigrante.

A decir de la secretaria Betty Tola, Ecuador ha invertido unos 11.6 millones de euros en los créditos otorgados por la Banca del Migrante, y ha entregado otros 4 millones de euros en el Fondo Cucayo.

Ecuador ha entregado 2.034 créditos a emigrantes retornados por medio de la Banca del Migrante

―Muchos migrantes han hecho un proceso de reagrupación familiar, en el que hay hijos que ya están insertados en una dinámica que incluye la escuela y las amistades. Entonces, me parece que

25

el retorno al país de origen es más complejo‖, señaló Tola, al explicar por qué los migrantes ecuatorianos no se han acogido en gran número a los planes de retorno.

La funcionaria dijo que en todo caso la Senami busca dar el mensaje de que ―para quienes estén interesados en regresar,hay un conjunto de programas implementados por el gobierno ecuatoriano a los cuales se pueden acoger‖.

Organizaciones como la Federación Nacional de Asociaciones de Ecuatorianos en España (Fenadee), sin embargo,piden una revisión de los planes de retorno de la Senami para hacerlos más útiles para ecuatorianos que sí pensarían en regresar a su país frente a la crisis económica que soporta el país ibérico.

Juan Carlos Lucero, presidente de la Fenadee, dijo a EL PAÍS que hay ecuatorianos interesados en aplicar al Fondo Cucayo pero que no tienen el

dinero necesario para colocar toda la contrapartida económica que exige dicho programa de desarrollo productivo. ―Para el envío del menaje de casa también se requiere de dinero para el transporte de las cosas del hogar. Y lo que ocurre es que aquí en España hay ecuatorianos que han perdido su trabajo y su vivienda, y no tienen recursos económicos. Es en ellos en los que debería pensar la Senami con sus planes de retorno‖, señaló Lucero.

A decir del dirigente, ―si bien hay países latinoamericanos que tratan de replicar el trabajo a favor de los inmigrantes que sí ha hecho la Senami, lo que hace falta en los planes de retorno es una mayor protección a quienes hoy no tienen dinero en España y quieren volver a Ecuador‖.

Fonte: http://internacional.elpais.com/internacional/2011/10/21/actualidad/1319186484_883225.html - 21.10.12

ITALIANO

Emigranti di tutto il Sud, tornate

Roberto Saviano

Oggi andare via è l'unica prospettiva per chi è nato nel Mezzogiorno. Eppure proprio loro sono l'immagine migliore che questa terra può dare. Bisogna incentivarli a rientrare in Italia e a investire nei luoghi d'origine

Roberto SavianoNessuna persona con cui avevo un rapporto di amicizia nella mia zona vive più in Campania. Nemmeno i miei parenti sono rimasti a Napoli e Caserta: gran parte di loro è andata via. Appartengo a una generazione di migranti. Negli anni Sessanta o Settanta, e a dire il vero anche per tutti gli Ottanta, quando al Sud si aveva un figlio emigrante c'era la tendenza a nasconderlo, come se fosse una sorta di debolezza. Le famiglie più realizzate erano quelle che si trasferivano in blocco mentre chi si divideva, spesso con donne, figli, fidanzate e fratelli costretti all'attesa, provava disagio nel confessare l'emigrazione. Le frasi erano attente: "E' andato un periodo fuori" oppure "E' a Milano ma ora mi ha detto che tornerà". A Massimo Troisi, nell'esordio di "Ricomincio da tre", tutti a Firenze ripetevano la stessa domanda: "Emigrante?" e lui ribatteva sempre con una negazione.

Dagli anni Novanta invece percezione e sensibilità sono cambiate, con connotati forse più drammatici.

Quando ci si incontra per strada spesso il dialogo tra genitori è: "Tua figlia poi che fa?", "Mia figlia è a Milano!" oppure "E' in Inghilterra, sai...". E quando arriva la replica "E tua figlia?", a quel punto si manifesta l'imbarazzo per il giovane rimasto in città: rispondere "Lavora a Napoli" spesso significa ammettere che non sta combinando granché, e allora sempre più si dice "Sta per partire per Milano" oppure "Vive qui... ma si sta per trasferire!". Fare le valigie ormai è la sola possibilità di crescita: un motivo d'orgoglio. Tranne poche eccezioni, il lavoro al Sud sembra sinonimo di raccomandazioni o protezioni: appare come una concessione, anche quando c'è talento e tanto, anche quando i giovani hanno i meriti per avere diritto a un posto.

L'emigrazione e' protagonista pure nelle statistiche. Gli ultimi dati danno volto all'esodo verso il Nord, in testa la Campania con 33.800 persone l'anno; 23.700 provengono dalla Sicilia; 19.600 dalla Puglia; 14.200 dalla Calabria. Il Rapporto Svimez 2011, redatto dall'Associazione per lo sviluppo dell'industria nel Mezzogiorno, racconta che l'Italia è l'unico paese in Europa ancora spaccato in due: a un Centro-Nord che attira flussi corrisponde un Sud che espelle forza lavoro senza rimpiazzarla. Eppure l'immagine migliore che il Sud possa dare oggi sono proprio i

26

suoi migranti. E' da loro che vengono le storie di resistenza e capacità. La qualità della manodopera, il dinamismo delle intelligenze, i professori meridionali, i dirigenti approdati nelle istituzioni economiche settentrionali. Insomma un'intera umanità capace di affermarsi con le proprie doti e la propria volontà.

Ma nel nord Italia i flussi che arrivano dal Sud sono due. Persone e capitali. Spesso questi ultimi sono capitali criminali. Li testimoniano catene di pizzerie cresciute molto in fretta e con azionisti occulti nascosti dietro sigle offshore; gelaterie di lusso nate dal nulla; negozi di abbigliamento che spuntano ovunque con società meridionali e un Dna chiaramente da riciclaggio; finanziarie alimentate con soldi dei clan. Una trasfusione che solo in apparenza diffonde benessere, mentre trasmette un contagio letale che lentamente soffoca il mercato e la concorrenza.

E' una doppia emorragia che strappa al Sud risorse economiche e umane. Non è una questione solo meridionale, non si può ignorarla o sperare di confinarla in quella che una volta si chiamava con disprezzo Bassa Italia. Basterebbe poco per invertire il circuito della fuga e renderlo virtuoso: se solo si riuscisse a convincere le comunità di emigrati a investire nelle regioni d'origine, allora la linfa potrebbe tornare alle radici. I meridionali d'Argentina, d'America, di Germania e d'Australia dovrebbero essere incentivati con agevolazioni e sgravi fiscali a percorrere in senso inverso la diaspora. Non è impossibile: il Brasile lo sta facendo, trasformando l'identità in sviluppo, legando emigrati a comunità di provenienza nella nuova prosperità del gigante amazzonico. E' questo il modello Brasile a cui mi piace guardare, senza arrendermi alla nostra realtà sempre più povera di idee e di iniziativa.

Fonte: http://espresso.repubblica.it/dettaglio/emigranti-di-tutto-il-sud-tornate/2182029 - 22.05.12

Emigrazione - Il 7% degli italiani vive all'estero. Aumentano le donne espatriate

Al 1° gennaio 2012 sono 4.208.977 i cittadini italiani iscritti all‘Aire, l'Anagrafe degli italiani all'estero, di cui 2.017.163 donne (47,9%). L‘aumento rispetto allo scorso anno è di 93.742 unità. E‘ uno dei dati contenuti nel Rapporto Migrantes ―Italiani nel Mondo‖ presentato in una conferenza a Roma.

Al 1° gennaio 2012 sono 4.208.977 i cittadini italiani iscritti all‘Aire, l'Anagrafe degli italiani all'estero, di cui 2.017.163 donne (47,9%). L‘aumento rispetto allo scorso anno è di 93.742 unità. E‘ il dato che viene fornito dal Rapporto Migrantes ―Italiani nel Mondo‖ presentato, in una conferenza a Roma.

Rispetto agli oltre 60 milioni di italiani residenti in Italia i connazionali residenti all‘estero incidono per circa il 7%.

Ben il 54% del totale degli iscritti ha dato come motivo di iscrizione l‘espatrio, ma continua l‘ascesa dei ―nati all‘estero‖, arrivati al 38,3% (più di 1 milione e 600 mila). A rilevante distanza invece, si collocano gli iscritti per aver acquisito la cittadinanza italiana (3,2%, 133.577).

Il 37,1% (1,6 milioni) è all‘estero da più di 15 anni e il 14,9% (quasi 630 mila) lo è da 10-15 anni. Continuano ad aumentare (1 milione 131 mila) coloro che sono iscritti all‘Aire da 5-10 anni che sono il 26,9% del totale. L‘11,5% (quasi 500 mila italiani) è, invece, iscritto solo da 3 anni (tra di essi, quindi, anche i nuovi espatriati).

Quasi 800 mila hanno più di 65 anni (19,0%), quasi 665 mila sono, invece, minorenni (15,8%). Il 21,2% ha un‘età compresa tra i 19 e i 34 anni (890 mila), ma il 25,0% (poco più di 1 milione) ha tra i 35 e i 49 anni. Il 19,1%, infine, ha un‘età compresa tra i 50 e i 64 anni (poco più di 800 mila). La stragrande maggioranza è celibe/nubile (53,7%) mentre i coniugati sono il 38,2%.

Continenti e Paesi di residenza

La ripartizione continentale è così strutturata: Europa (2.306.769, 54,8%), America (1.672.414, 39,7%), Oceania (134.008, 3,2%), Africa (54.533, 1,3%) e Asia (41.253, 1,0%). In Europa è l‘UE a 15 a fare la parte del leone con 1.695.955 (40,3%) residenti italiani perché include i paesi di vecchia e tradizionale emigrazione italiana. Proprio in quest‘area si trovano le collettività più numerose, a partire dagli italiani in Germania (639.283, 15,2%); seguono le collettività francese (366.170, 8,7%), belga (252.257, 6,0%), britannica (201.705, 4,8%) e spagnola (118.690, 2,8%). Seguono gli altri paesi europei, con prevalenza della Svizzera (546.614, 13,0%). La comunità negli Stati Uniti è composta da 216.767 italiani in possesso di cittadinanza (5,2%); in Canada sono, invece, 135.070 persone (3,2%). Più articolata la situazione nell‘America meridionale, Latina specialmente, dove l‘Argentina torna, nel 2012, ad essere il primo paese prendendo il posto che, nel 2011, era la Germania,

27

con 664.387 italiani (15,8%). Seguono il Brasile (298.370, 7,1%) e il Venezuela (113.271, 2,7%). L‘Oceania con 134.008 (3,2%) è il terzo continente a livello numerico e quasi tutti si trovano in Australia (130.570, 3,1%).

Regioni, province e comuni di partenza

Il 53,3% degli attuali cittadini italiani all‘estero è registrato nel Meridione (oltre 1 milione e 400 mila dal Sud e quasi 800 mila dalle Isole) e 1.327.000 (31,5%) nel Nord Italia (poco più di 657 mila dal Nord Ovest e quasi 670 mila dal Nord Est) e il 15,2%, infine, ovvero 640 mila, è partito dalle regioni del Centro Italia. Nella graduatoria regionale al primo posto troviamo, come sempre, la Sicilia (674.572) seguita, nell‘ordine, da Campania (431.830), Lazio (375.310), Calabria (360.312), Lombardia (332.403, aumento annuale di 41 mila ),

Puglia (319.111) e Veneto (306.050), per limitarci alle regioni con minimo 300 mila connazionali.

«La settima edizione del Rapporto Italiani nel Mondo, pur mantenendo invariata la sua struttura, presenta contenuti innovativi a livello statistico, socio-culturale, economico e pastorale. Rispetto al passato si colloca in un anno in cui la messa in sicurezza delle finanze pubbliche ha comportato, per il 2012, una ulteriore e pesante decurtazione nel bilancio del Ministero degli Affari Esteri». Cosi si legge nell‘Introduzione al Rapporto, nella quale mons. Giancarlo Perego, Direttore Generale della Fondazione Migrantes, richiama la necessità di una maggiore attenzione alle collettività di connazionali che vivono nel mondo, dalle quali può venire un significativo aiuto all‘Italia per superare questa difficile fase di crisi.

Fonte: http://www.cna.it/News/EMIGRAZIONE-Il-7-degli-italiani-vive-all-estero.-Aumentano-le-donne-espatriate - 31.05.12

Colpa della crisi anche gli immigrati lasciano l'Italia

Il Paese perde preziosa forza lavoro qualificata. Una riflessione del fondatore dello "Sportello dei Diritti" Giovanni D'Agata.

Un altro effetto tangibile della crisi per Giovanni D'Agata, fondatore dello "Sportello dei Diritti" è la riduzione dei flussi d'ingresso di stranieri in Italia e l'aumento del numero di chi lascia il Nostro Paese nel tentativo di trovare lavoro in altre mete meno colpite dalla crisi o che addirittura chiede di essere rimpatriato nelle nazioni d'origine, dove l'economia tutto sommato è in crescita e le condizioni di vita migliorano. E non è raro incontrare stranieri che affermano che per loro, in Italia non è rimasto più neanche il lavoro nero.

Le categorie di migranti interessate? Secondo alcune statistiche tutte: operai, badanti, infermieri. E perfino prostitute. In quattro anni, si è ridotto di oltre tre quarti il numero di arrivi ed è aumentata notevolmente la quantità di partenze. Ad essere interessato maggiormente dal fenomeno è il Nord Est da decenni meta di flussi migratori imponenti ed oggi colpito gravemente dalla crisi e quindi da flussi in uscita.

Secondo l'Istat al 1° gennaio 2012 gli extra-comunitari regolari in Italia erano 3,6 milioni: mentre il numero di stranieri compresi gli irregolari che vivono stabilmente sul territorio nazionale sarebbero poco più di 5 milioni. Ma la riduzione dei flussi è possibile evidenziarla esaminando i dati dell'Istat sul saldo migratorio (che sarebbe la differenza tra chi arriva e chi parte), che rileva come tra il 2011 e il 2012, al netto degli arrivi, lo

stesso sia ancora positivo con un aumento di circa 102 mila unità di cittadini non comunitari regolarmente soggiornanti. Ma questa grandezza dev'essere contestualizzata: tra il 2005 e il 2010 quando il saldo migratorio si attestava mediamente sulle 330mila unità, con picchi di mezzo milione per anno nel 2007 e nel 2008: ciò vuol dire che - nonostante i notevoli flussi migratori causati fra l'altro dalla cosiddetta "primavera araba" - giunge in Italia solo uno straniero su quattro rispetto a poco meno di un lustro fa e molti lasciano il Paese.

Un altro indice di questo fenomeno riguarda il numero di nuovi permessi rilasciati nel 2011, 361.690, quasi il 40% in meno rispetto al 2010. Come dicevamo, sono le regioni del Nord Est ad essere interessate maggiormente dal fenomeno: i nuovi permessi tra il 2010 e il 2011 si sono ridotti da 170 a 83mila, specialmente quelli rilasciati per motivi di lavoro che sono crollati del 65%. Tutto ciò mentre giungono i primi dati del censimento 2011, secondo cui al 9 ottobre 2011 sono scomparsi quasi un milione di stranieri rispetto all'iscrizione anagrafica perché probabilmente hanno lasciato il territorio nazionale.

Le analisi che arrivano da associazioni ed enti di tutela sulla perdita di appeal dell'Italia sono impietose: per esempio, la Fondazione Ismu, in Lombardia sostiene che dieci immigrati su cento avrebbero dichiarato l'intenzione di trasferirsi dall'Italia entro 12 mesi: se tali numeri fossero

28

proiettati sul quadro nazionale, significherebbe un rientro potenziale, ogni anno, di 150mila stranieri. Ed aumentano, a tal proposito le richieste di rimpatrio volontario assistito con una quintuplicazione dei posti disponibili rispetto al 2009.

Se alcune forze politiche possono esultare, rispetto a tali cifre impietose, perché in questi anni hanno combattuto una battaglia ideologica contro l'immigrazione, non cogliendone i benefici, si pongono alcuni problemi seri per il Nostro Paese se vogliamo pensare ad una nuova crescita.

Fonte: http://www.csem.org.br/csem/noticias/189-colpa-della-crisi-anche-gli-immigrati-lasciano-l-italia - 10.08.12

Spagna e Portogallo: quelli che se ne vanno, ad ogni costo

Di Stefania Summermatter

La crisi economica e socio-politica ha spinto migliaia di spagnoli e portoghesi a trasferirsi in Svizzera. Senza un lavoro né un letto dove dormire, il loro sogno può però trasformarsi in un incubo. Gli emigranti si raccontano.

«Mi ci è voluto un anno per decidermi, e poi da un giorno all'altro mi sono detta: ora basta, prendo l'auto e me ne vado in Svizzera. E così è stato. Sono partita con il mio compagno a fine settembre, diretti a Zermatt. Non avevamo un contratto di lavoro, né un posto dove dormire, ma pensavamo di farci assumere in qualche albergo della regione. Un po' folli, un po' sprovveduti…»

«Di lavoro non ce n'era e l'ostello più a buon mercato costava 60 franchi a notte. Per noi spagnoli, è praticamente un salasso. Quando sono entrata in un fast-food il primo giorno mi sono messa a piangere talmente era caro. Abbiamo resistito due settimane e poi abbiamo raggiunto un'amica a Berna. E ci siamo fermati qui».

Angela* ha 39 anni. Una casa a Valencia, una figlia all'università e qualche risparmio in banca. È una donna radiosa, di quelle che riescono a trovare il lato positivo di ogni esperienza. Seduta in un caffè della città, racconta a swissinfo.ch la sua storia. «C'è gente che emigra per disperazione, perché si ritrova senza un lavoro e con l'acqua alla gola. Per me è stato diverso. Io un lavoro ce l'avevo… Forse non pagato benissimo, ma era comunque una sicurezza».

E allora perché lasciare tutto e partire?. «Perché in Spagna non riuscivo più ad immaginarmi un futuro, replica Angela. Con questa crisi economica e socio-politica che ci sta divorando come un cancro. Volevo provare a vivere in un paese con un'autentica democrazia e condizioni di lavoro dignitose. Costi quel che costi. Ora lavoro come cameriera in un ristorante spagnolo».

Come Angela, migliaia di cittadini dell'Europa del Sud sono sfuggiti alla crisi per cercare fortuna all'estero. Alcuni sono partiti al Nord - verso la Germania, l'Inghilterra o l'Olanda - mentre altri hanno scelto i paesi emergenti dell'America Latina

o le ex colonie portoghesi in Africa. E anche la Svizzera è tornata a essere una meta privilegiata. A fine dicembre 2011 si contavano 224'171 cittadini portoghesi, 11'000 in più rispetto all'anno precedente, e 66'011 spagnoli (+1'848).

Stando a José Raimundo Insua, segretario del Consiglio dei residenti spagnoli (CRE) di Berna-Basilea, i nuovi emigranti si possono dividere in tre categorie. «I giovani altamente qualificati; le persone che hanno già vissuto in prima persona un'esperienza in Svizzera o che hanno una rete di contatti molto ampia; e quelli che invece vengono alla cieca e spesso hanno un'immagine stereotipata della Svizzera».

Partire allo sbaraglio

Le statistiche riflettono però solo una parte della realtà. «Ci sono persone che arrivano in Svizzera senza un contratto di lavoro e quindi non si annunciano nemmeno alle autorità. Restano come turisti per i primi tre mesi, dormendo da amici, nei centri di accoglienza per i senzatetto o perfino nella propria automobile. La situazione è davvero drammatica», commenta Antonio Da Cunha, presidente della Federazione delle associazioni portoghesi in Svizzera e professore di geografia all'Università di Losanna.

È il caso di Laura* e Alexander*, operai portoghesi. «Lo scorso anno la fabbrica nella quale lavoravamo ha fatto bancarotta e così ci siamo ritrovati senza un lavoro e con un'ipoteca da pagare. In molti ci avevano parlato della Svizzera come una meta sicura, dove vivono molti portoghesi e si trova facilmente lavoro. Basta adattarsi, ci dicevano».

Nel giro di pochi giorni la coppia ha chiuso baracca, ha infilato tutto ciò che poteva in auto ed ha varcato la frontiera. «Siamo arrivati a Berna un venerdì sera. Era il mese di luglio. Faceva caldo. Non

29

sapevamo dove andare a dormire e così abbiamo abbassato i sedili e ci siamo addormentati in auto. Ci siamo rimasti per tre giorni prima di trovare un appiglio presso una famiglia di conoscenti», racconta Laura.

Se alcune imprese continuano a offrire un alloggio agli stagionali, per chi arriva in Svizzera allo sbaraglio la situazione può rivelarsi drammatica. «C'è capitato di mandare delle persone nei dormitori della città, ma i letti sono contati. Normalmente queste strutture sarebbero destinate ai barboni e non agli emigranti europei», ci dice dal canto suo Sonia Lopez, assistente sociale presso la Missione cattolica spagnola di Berna.

«Emigrare è un po' come morire»

Dopo il boom economico d'inizio secolo, dal 2008 Spagna e Portogallo sono precipitate in una crisi profonda che ha portato il tasso di disoccupazione rispettivamente al 22,9% e al 14%. In Spagna un giovane su due è senza lavoro e, per la prima volta dal 1990, il numero delle persone emigrate ha superato nel 2011 quello degli immigrati. In Portogallo la situazione non è certo più rosea. Vivere con un salario di 500 euro al mese – poco più del minimo legale – è diventato ormai impossibile in un paese in cui i prezzi stanno salendo alle stelle e il lavoro si fa sempre più precario. Allora l'unica alternativa sembra essere la fuga.

«Con i miei amici non si parla d'altro: crisi, disoccupazione, clientelismo, disillusione… », racconta Giovanna*. «Tutti vogliono andarsene perché la Spagna non offre più un futuro ai propri giovani».

Venticinque anni e un diploma di educatrice in tasca, questa giovane spagnola è di passaggio in Svizzera. La incontriamo al centro Asturiano di Berna. «Il mio compagno vive qui ormai da sette anni. Sono venuta a trovarlo, ma soprattutto a cercare lavoro in qualche scuola dell'infanzia. È da tanto tempo che sto pensando di lasciare il mio paese, ma senza un buon contratto in mano e qualche conoscenza di tedesco è troppo difficile partire».

Giovanna sa di cosa parla. Qualche anno fa era venuta in Svizzera a lavorare per una ditta di pulizie. «L'ho fatto per disperazione e per amore. Ma non è stato facile… Arrivavo alla sera esausta e triste. Sentivo di deludere i miei genitori, che avevano lavorato una vita per pagarmi gli studi. Così sono tornata in Spagna con l'idea di pianificare meglio il mio futuro ed è quello che sto cercando di fare ora».

«Emigrare è un po' come morire, afferma Giovanna, ma quando il proprio paese non rappresenta più un'alternativa credibile, l'unica possibilità è mettersi in viaggio. Il tempo ci dirà se sarà per sempre o soltanto per un momento».

Fonte: http://www.swissinfo.ch/ita/societa/Quelli_che_se_ne_vanno,_ad_ogni_costo.html?cid=32162230 - 27.02.12

Ocse: sarà l’Asia la nuova terra di immigrazione

L‘Asia è al centro delle previsioni Ocse. Secondo l‘Organizzazione per la cooperazione e lo sviluppo, il continente asiatico si appresta a trasformarsi da terra di emigrazione in luogo di immigrazione per lavoratori qualificati. Nel 2010 il 30% dei flussi migratori verso i Paesi Ocse era costituito da migranti asiatici. Soprattutto indiani e cinesi sono migranti qualificati. ―Nel breve periodo l‘Asia resterà una fonte di lavoratori altamente preparati – si legge nell‘ International migration outlook 2012- Nel lungo periodo, visto lo sviluppo asiatico, produrrà un numero ancora maggiore di giovani formati ma queste persone tenderanno a restare nel continente d‘origine e l‘Asia attrarrà lavoratori qualificati dalle altre zone del mondo‖. Nel 2010, la Cina è stata di nuovo il principale Paese d‘origine dei flussi migratori verso i Paesi Ocse, quasi un migrante su dieci è un cittadino cinese. Romania,

India e Polonia seguono, ognuna contribuisce a circa il 5% del totale.

E‘ in continuo aumento il numero di studenti internazionali, che ha raggiunto quota 2,6 milioni di giovani nei Paesi Ocse e la Federazione Russa. L‘Australia ha scalzato la Francia dalla terza posizione delle principali destinazioni degli studenti, dopo Stati Uniti e Regno Unito. Gli studenti stranieri sono in media più del 6% di tutti gli studenti dei Paesi Ocse. Anche in questo caso, il 25% dei giovani che migrano all‘estero per studiare sono cinesi e indiani insieme. ―Sono una fonte importante di futura migrazione per lavoro‖, si legge nel rapporto.

L'International migration outlook 2012 diffuso dall‘Ocse affronta anche la questione della migrazione forzata e umanitaria. Nel 2010 sono arrivati meno richiedenti asilo che nel 2009. La Francia è rimasta il Paese Ocse che ne ha accolti il

30

maggior numero, seguita dagli Usa e dalla Germania. Il principale paese d‘origine dei richiedenti asilo nel 2010 è stata la Serbia, seguita da Afghanistan e Cina. Nel 2011, questo trend è cambiato perché le richieste d‘asilo sono aumentate di oltre il 20% per la ‗primavera araba‘ e per la crescita di domande di protezione internazionale da parte degli afgani. La crisi economica ha colpito duramente i migranti e nella maggior parte dei Paesi Ocse è stata accusata di più dagli immigrati che hanno perso il lavoro.

Il tasso di disoccupazione degli stranieri complessivamente nell‘Ocse, è aumentato di 4

punti percentuali tra il 2008 e il 2011, mentre è aumentato del 2.5% per i nativi. Ancora più preoccupante è la disoccupazione a lungo termine per i migranti, che costituiscono una percentuale tra il 14 e il 30% dell‘aumento nella disoccupazione complessiva a lungo termine. Tra il 2008 e il 2011 sono aumentati molto anche i giovani migranti ‗Neet‘, che non studiano e non lavorano. Questo è successo soprattutto in Grecia, Spagna, Irlanda e Italia. L‘Ocse invita i governi a studiare politiche mirate a ridurre questo fenomeno.

Fonte: http://affaritaliani.libero.it/sociale/asia-nuova-terra-di-immigrazione280612.html - 30.06.12

__________________________________

31

Títulos da Resenha Migrações na Atualidade

1. BRASIGUAIOS

2. EMIGRAR - Opção ou necessidade

3. OS EXPULSOS DA TERRA

4. MIGRAÇÕES E TRABALHO

5. LEIS E MIGRAÇÃO

6. MIGRAÇÕES NORDESTINAS

7. JOVENS MIGRANTES

8. MIGRAÇÕES INTERNAS: Aspectos vários

9. DESEMPREGO

10. VÍTIMAS DO RACISMO

11. MORADIA: Direito de todos

12. FAVELAS: Migração da dignidade humana

13. FOME E MISÉRIA

14. LATINO - AMERICANOS EM MIGRAÇÃO

15. A FAMÍLIA

16. TRABALHO ESCRAVO

17. SOS: Pequenos sem lar

18. REFUGIADOS

19. EXCLUÍDOS - Um clamor à justiça e a solidariedade

20. MULHER MIGRANTE - Solidariedade e acolhida

21. SEM – TERRAS

22. DIREITOS HUMANOS - Violação e defesa

23. TERRA E MIGRAÇÃO

24. MIGRANTES EM SITUAÇÃO IRREGULAR

25. CRIANÇAS, ADOLESCENTES E TRABALHO

26. CF /97 E AS MIGRAÇÕES

27. MIGRANTES E AS RELAÇÕES DE TRABALHO

28. VIOLÊNCIA CONTRA MIGRANTES.

29. PELA DIGNIDADE DO MIGRANTE

30. DESEMPREGO EM ALTA

31. EDUCAR É PRECISO

32. SECA AUMENTA O VAIVÉM DE MIGRANTES

33. ANISTIA A ESTRANGEIROS EM SITUAÇÃO ILEGAL

34. SEM TRABALHO ... por quê?

35. DESAFIOS DA MIGRAÇÃO frente ao novo milênio

36. O MIGRANTE É VÍTIMA !...

37. REFUGIADOS: desafio à solidariedade

38. DIGNIDADE HUMANA E PAZ - CF/2000

39. XENOFOBIA

40. TRÁFICO HUMANO - a escravidão moderna

41. CRIANÇAS E ADOLESCENTES na armadilha da globalização

42. DROGAS, uma ameaça à VIDA.

43. MULHERES: Protagonistas ou excluídas?

44. MIGRANTES e Conflitos armados

45. RETRATO SOCIAL dos MIGRANTES.

46. POVOS INDÍGENAS, resgate de uma civilização.

47. ALIMENTAÇÃO é um direito humano. Por que tanta fome?

48. IMIGRANTE: rejeitado, mas indispensável!

49. ÁGUA: fonte de segurança alimentar.

50. PESSOAS IDOSAS: dignidade e esperança.

51. A MERCANTILIZAÇÃO DO SER HUMANO

52. EMIGRAÇÃO: As lutas de brasileiros e brasileiras no exterior.

53. DISCRIMINAÇÕES: o ser humano ferido.

54. MIGRAÇÕES INTERNACIONAIS: rumos e desafios.

55. MIGRAÇÕES: culturas e integração.

56. REFUGIADOS: novos desafios na conjuntura atual.

57. TRÁFICO DE SERES HUMANOS: negação da dignidade.

58. MIGRAÇÕES: leis insuficientes e políticas migratórias discriminatórias.

59. MIGRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO.

60. XENOFOBIA: o migrante como ameaça. Por quê?

61. RELIGIÕES: força e fragilidade dos migrantes

62. MIGRAÇÕES INTERNACIONAIS: novos fluxos e políticas seletivas

63. POBREZA produz migração. Migração contrasta a pobreza?

64. CAMINHOS E DESCAMINHOS DA INTEGRAÇÃO

65. POVOS EM FUGA: os/as deslocados/as

66. CRIMINALIZAÇÃO DOS MIGRANTES E VIOLÊNCIA NO CONTEXTO MIGRATÓRIO: desafios

67. MIGRAÇÕES E TRABALHO: valorizar a contribuição e erradicar a exploração

68. MIGRAÇÕES E CULTURA: como superar a discriminação?

69. MIGRAÇÕES E REFÚGIO: a ambigüidade das estratégias de proteção

70. LEIS E POLÍTICAS MIGRATÓRIAS: direito a ter direitos

71. MIGRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO: qual o papel das remessas?

72. O PAPEL PROFÉTICO DAS RELIGIÕES junto aos migrantes

73. TRÁFICO DE PESSOAS: quais são as estratégias de combate?

74. CIDADE: lugar de encontro ou exclusão?

75. SER MIGRANTE EM TEMPOS DE CRISE

76. ENTRE ASSIMILAÇÃO e INTEGRAÇÃO

77. MUDANÇAS CLIMÁTICAS e REFUGIADOS AMBIENTAIS

78. AS MIGRAÇÕES GERAM VIOLÊNCIA OU REAÇÕES VIOLENTAS?

79. TRABALHADORES MIGRANTES: indispensáveis, mas sem direitos

80. XENOFOBIA: a nova face da exclusão

81. MULHERES REFUGIADAS

82. RELIGIÃO: fator de integração dos migrantes?

83. Os rumos do TRÁFICO DE SERES HUMANOS

84. MIGRAÇÃO DE RETORNO e crise: sonho frustrado?

85. Os desafios da MIGRAÇÃO FEMININA

86. As RELIGIÕES diante dos desafios das MIGRAÇÕES INTERNACIONAIS

87. TRÁFICO DE PESSOAS: é possível combater?

88. Novos FLUXOS MIGRATÓRIOS: uma nova questão social