novos aspectos fisiopatológicos envolvidos no transtorno obsessivo-compulsivo (toc)
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OBJETIVO: consultar em periódicos científicos eletrônicos os conceitos etiológicos mais utilizados para definir a fisiopatologia do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), a fim de, posteriormente, descrever os mecanismos responsáveis por sua classificação entre os estados patológicos associados à hiperativação do Eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal (HHA). MÉTODOS: revisão não sistemática em fontes de dados secundários. CONCLUSÕES: embora o TOC ainda seja considerado um transtorno idiopático, de características heterogêneos, a hipótese na qual sugere um funcionamento anômalo no circuito cortico-estriato-tálamo-cortical, possivelmente em virtude da falta de intervenção inibitória do Núcleo Caudado desencadeie excesso da atividade talâmica, retroalimentando os pensamentos invasivos e/ou os comportamentos repetitivos originários do Córtex Órbito-Frontal, gerando níveis patológicos de ansiedade que, através da Amígdala, elevam a atividade do Eixo HHA.TRANSCRIPT
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Autor: Marcus Deminco
Escritor, Psiclogo, Dr.h. c. (Brazilian Association of Psychosomatic Medicine); Professor
de Educao Fsica; Practitioner e Tutor em Programao Neurolingustica (Brasil).
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RESUMO
OBJETIVO: consultar em peridicos cientficos eletrnicos os conceitos
etiolgicos mais utilizados para definir a fisiopatologia do Transtorno Obsessivo-
Compulsivo (TOC), a fim de, posteriormente, descrever os mecanismos responsveis
por sua classificao entre os estados patolgicos associados hiperativao do Eixo
Hipotlamo-Hipfise-Adrenal (HHA). MTODOS: reviso no sistemtica em fontes
de dados secundrios. CONCLUSES: embora o TOC ainda seja considerado um
transtorno idioptico, de caractersticas heterogneos, a hiptese na qual sugere um
funcionamento anmalo no circuito cortico-estriato-tlamo-cortical, possivelmente em
virtude da falta de interveno inibitria do Ncleo Caudado desencadeie excesso da
atividade talmica, retroalimentando os pensamentos invasivos e/ou os comportamentos
repetitivos originrios do Crtex rbito-Frontal, gerando nveis patolgicos de
ansiedade que, atravs da Amgdala, elevam a atividade do Eixo HHA.
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Palavras-Chave: Transtorno Obsessivo-Compulsivo, fisiopatolgica, Eixo Hipotlamo-
Hipfise-Adrenal, ncleo caudado, tlamo, crtex rbito-frontal.
NOVOS ASPECTOS FISIOPATOLGICOS ENVOLVIDOS
NO TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO (TOC)
mailto:[email protected]://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%A1lamohttp://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3rtex
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1. Introduo
Atualmente, estima-se que, somente no Brasil, mais de 4,5 milhes de pessoas
possuam algum tipo de transtorno psicolgico. Dos transtornos emocionais, os
transtornos de ansiedade so os problemas psiquitricos mais frequentes em servios de
atendimento primrio, e os mais comuns na populao em geral. De acordo com a
Associao Brasileira de Psiquiatria, ao menos um quarto da populao mundial sofre
de algum dos subtipos inseridos nos transtornos de ansiedade. Do ponto de vista da
sade pblica, a prevalncia dos transtornos mentais similar dos distrbios
cardiovasculares, incluindo hipertenso (FREADMAN, 1983 apud BERNIK, 2003).
Segundo a 4 edio do Manual de Diagnstico e Estatstica das Perturbaes
Mentais (DSM-IV), o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) um transtorno de
ansiedade crnico, caracterizado pela presena de obsesses e/ou compulses, que
consomem ao menos uma hora por dia, e causam sofrimento ao paciente e/ou aos seus
familiares. O Cdigo Internacional de Doenas, entretanto, em sua 10 edio (CID-10),
embora apresente os mesmos critrios diagnsticos, exige que as obsesses e/ou
compulses estejam presentes na maioria dos dias por um perodo de no mnimo duas
semanas. Tanto no DSM-IV quanto no CID-10 no existem diferenas nos critrios para
o diagnstico de crianas, adolescentes e adultos.
Obsesses so pensamentos, ideias, impulsos e imagens mentais recorrentes,
intrusivos e vivenciados como desagradveis e como prprios do individuo,
ocasionando ansiedade ou mal estar, um estado de angstia patolgica, que
consomem muito tempo e interferem negativamente nos relacionamentos e
atividades do portador. Compulses so comportamentos ou atos mentais
repetitivos, realizados para diminuir a angstia causada pelas obsesses,
obedecendo a regras rgidas, forando o individuo a agir contra sua vontade e
podem ter a finalidade a evitao de uma situao temida. (APA, 1994 apud
LAMBERT, 2006).
Jenike, Baer e Minichiello (1986 apud BARLOW e DURAND, 2008)
observaram que as obsesses mais comuns em uma amostra de cem pacientes foram a
contaminao (55%), os impulsos agressivos (50%), o teor sexual (32%), as
preocupaes somticas (35%) e a necessidade por simetria (37%). Sessenta por cento
dos que participaram da amostra apresentaram obsesses mltiplas. Leckman et al.
(1977 apud ibidem) analisaram os tipos de compulses em grupos grandes de pacientes
e descobriram que verificar, ordenar e arrumar, alm de lavar e limpar eram as
principais categorias dos rituais.
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FIGURA 1: Modelo Funcional do TOC
FIGURA 2: Modelo Cognitivo do TOC
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2. Prevalncia, Comorbidades e Caractersticas Especficas Idade e ao Gnero.
Embora, h cerca de uns 15 anos, o TOC tenha sido considerado como um
transtorno de prevalncia bastante rara, em virtude dos estudos da dcada de 1950 que
apontavam para uma prevalncia de cinco pacientes para cada 10.000 pessoas (ou
0,05%) (DEL-PORTO, 2011). Atualmente, no entanto, o TOC j ocupa o quarto lugar
dentre os transtorno psiquitrico mais comum, ficando atrs apenas das fobias, do abuso
de substncia e da depresso maior (JENIKE, RAUCH, CUMMINGS, SAVAGE e
GOODMAN, 1996 apud Ibidem).
Estima-se que nos dias de hoje, o Transtorno afete entre 2 a 3% da populao
geral. A idade mdia de seu incio ocorre no final da adolescncia ou por volta dos 20
anos. Os homens geralmente desenvolvem a doena aos 17,5 anos de idade, enquanto a
idade mdia de incio para as mulheres mostra-se um pouco superior 19,8 anos
(RASMUSSEN e EISEN, 1990 apud LAMBERT, 2006).
De acordo com os dados da Organizao Mundial de Sade (OMS), at o ano
2020 o Transtorno Obsessivo-Compulsivo estar presente entre as dez maiores causas
de comprometimento por doena. Assim sendo, o TOC representa desde ento, um
transtorno de extrema importncia para a sade pblica. Alm de bastante frequente, o
Transtorno apresenta tambm altas taxas de comorbidades com outros transtornos
psiquitricos. Em uma pesquisa avaliando 8.580 indivduos, Torres e colaboradores
encontraram 114 portadores de Transtorno obsessivo-compulsivo, e destes, 62% tinham
alguma comorbidade. Essas taxas chegam a 89%. (DINIZ et al., 2004).
O TOC pode estar associado com Transtorno Depressivo Maior, outros
Transtornos de Ansiedade (Fobia Especfica, Fobia Social, Transtorno de Pnico),
Transtornos Alimentares e Transtorno da Personalidade Obsessivo-Compulsiva. Existe
uma alta incidncia de Transtorno Obsessivo-Compulsivo em indivduos com
Transtorno de Tourette, com estimativas variando de 33 a 50 %. A incidncia de
Transtorno de Tourette no Transtorno Obsessivo-Compulsivo menor, com estimativas
variando entre 5 e 7%. Vinte a 30% dos indivduos com Transtorno Obsessivo-
Compulsivo relatam tiques atuais ou passados.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Comorbidade
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TABELA 1: resumo dos principais estudos sobre comorbidade no TOC ao longo da vida.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462001000600006#TAB01
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Gonzalez (2011) afirma que os fatores genticos esto provavelmente
implicados na etiologia do transtorno. Os estudos realizados sugerem que h diferentes
subtipos de TOC: TOC com histria familiar positiva para TOC, TOC espordico e
TOC associado com tiques. Os estudos de gmeos mostram uma alta concordncia de
TOC entre gmeos monozigticos. Em alguns estudos de famlias observou-se um
maior risco para TOC entre os familiares de pacientes com TOC. Os estudos de anlise
de segregao sugerem o envolvimento de um gene de efeito maior na etiologia do
transtorno. Rasmussen e Eisen (1990 apud LAMBERT, 2006) destacam ainda que, se
uma pessoa em sua famlia nuclear sofre de TOC, existe a chance de 23% (quase 1 em
4) de que voc desenvolva o transtorno.
Numa reviso da literatura realizada por Rasmussen e Tsuang foi encontrada
uma concordncia de 63% de TOC em 51 pares de gmeos MZ. A taxa de
concordncia de TOC entre gmeos DZ de aproximadamente 22%. Em um
estudo onde se ampliou o diagnstico englobando-se TOC e pacientes com
sintomas obsessivos e compulsivos que no preenchiam critrios diagnsticos
para TOC, foi observada uma taxa de concordncia de 87% para gmeos MZ
contra 47% para gmeos DZ. (CAREY, 1981 apud GONZALEZ, 2011).
Nurnberger e Berrettini (1998 apud DAL-FARRA, 2004) ressalvam a existncia
de uma pequena evidncia sobre a herana gentica do Transtorno Obsessivo-
Compulsivo, embora os estudos sejam pouco conclusivos, constituindo-se apenas na
possibilidade de que alteraes de ordem gentica na Serotonina possam estar ligadas ao
transtorno. Contudo, as implicaes e as inferncias a respeito das alteraes
bioqumicas no apenas no caso especfico do TOC e a contrapartida destas sobre o
comportamento podem conduzir o debate para a seguinte questo: a diminuio ou
aumento de neurotransmissores ou outras substncias no organismo se constituem na
causa dos problemas ou simplesmente representam as consequncias de disposies
psquicas?
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FIGURA 3: modelo das causas do Transtorno Obsessivo-Compulsivo.
(adaptado de BARLOW, 2008. p.185)
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3. Aspectos Neuroqumicos e Fisiopatolgicos do TOC.
As vias de Glutamato so necessrias para estabelecer a comunicao entre as
regies do Crtex rbito-Frontal e o Ncleo Caudado, e entre o Tlamo e o Crtex
rbito-Frontal. As vias de Gaba so encontradas entre o Ncleo Caudado e o Globo
Plido e entre o Globo Plido e o Tlamo. Embora no seja uma parte especfica da
comunicao dos transmissores entre as estruturas do circuito, a Dopamina atua como
um neuromodulador no ncleo caudado, e a Serotonina no Globo Plido. (FIGURA 4).
FIGURA 4: neuroqumica do TOC. (Adaptada de Jenike, Rauch et al.,1998)
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(1) GLUTAMATO
Principal neurotransmissor excitatrio do sistema nervoso. atua em duas classes de
receptores: os ionotrpicos e os metabotrpicos. Os receptores ionotrpicos de
glutamato do tipoN-metil D-Aspartato NMDA so implicados como protagonistas em
processos cognitivos que envolvem a destruio de celulas.
(2) DOPAMINA
Neurotransmissor inibitrio derivado da tirosina. Produz sensaes de satisfao. Os
neurnios dopaminrgicos podem ser divididos em 3 subgrupos quanto as funes: 1
regula os movimentos: uma deficincia de dopamina neste sistema provoca a doena
de Parkinson, caracterizada por tremuras, inflexibilidade, e outras desordens
motoras, e em fases avanadas pode verificar-se demncia; 2 o mesolmbico, funciona
na regulao do comportamento emocional; 3 o mesocortical, projeta-se apenas para o
crtex pr-frontal.
(3) SEROTONINA
Derivado do triptofano, regula o humor, o sono, a atividade sexual, o apetite, o ritmo
circadiano, as funes neuroendcrinas, temperatura corporal, sensibilidade dor,
atividade motora e funes cognitivas. Atualmente vem sendo intimamente
relacionada aos transtornos do humor, ou transtornos afetivos e a maioria dos
medicamentos chamados antidepressivos agem produzindo um aumento da
disponibilidade dessa substncia no espao entre um neurnio e outro. Tem efeito
inibidor da conduta e modulador geral da atividade psquica. Influi sobre quase todas
as funes cerebrais, inibindo-a de forma direta ou estimulando o sistema GABA.
(4) GABA
Principal neurotransmissor inibitrio do SNC. Est presente em quase todas as
regies cerebrais. Est envolvido com os processos de ansiedade. Seu efeito ansioltico
seria fruto de alteraes provocadas em estruturas do sistema lmbico, inclusive a
amgdala e o hipocampo. A inibio da sntese do GABA ou o bloqueio de seus
neurotransmissores no SNC, resultam em estimulao intensa, manifestada atravs de
convulses generalizadas.
TABELA 2: os principais neurotransmissores envolvidos no TOC.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Receptor_(bioqu%C3%ADmica)http://pt.wikipedia.org/wiki/NMDA
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FIGURA 5: o hormnio liberador de Corticotropina (CRH) na hipfise estimula a liberao do
hormnio Adrenocorticotropina (ACTH) na circulao sistmica. O ACTH atinge o crtex das
glndulas adrenais estimulando as clulas a produzirem e liberarem glicocorticoides. Que, por
sua vez fazem o feedback negativo tanto na hipfise como no hipotlamo. (GUIZZO, 2009).
TABELA 3: estados associados hiperativao, hipoativao ou a disfuno do eixo HHA
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Estudos como PET (Positron Emission Tomography) e SPECT (Single Photon
Emission Computed Tomography) revelaram que as pessoas com Transtorno Obsessivo-
Compulsivo possuem atividade cerebral diferente das outras pessoas sem o Transtorno.
As pesquisas indicam a existncia de uma comunicao prejudicada entre o Crtex
rbito-Frontal, o Ncleo Caudado e o Tlamo. O Ncleo Caudado, localizado entre o
Tlamo e o Crtex rbito-Frontal, no funciona adequadamente, fazendo com que o
Tlamo se torne hiperativo, enviando sinais de preocupao interminveis para o
Crtex rbito-Frontal que corresponde, elevando a ansiedade. (FIGURA 6). (KNEIPP,
2010).
FIGURA 6
Para Holsboer (2000 apud JUREMA, 2011) de maneira geral, as alteraes no
Eixo HHA parecem ser dependentes do estado, tendendo a melhorar com a resoluo da
sndrome depressiva. De fato, estudos prvios tm descrito um feedback negativo
prejudicado do Eixo HHA, levando hipercortisolemia, como ocorre na depresso
melanclica. Alm da depresso melanclica, uma srie de outras condies pode estar
associada ao aumento e ativao prolongada do Eixo HHA, incluindo anorexia nervosa,
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com ou sem desnutrio, Transtorno Obsessivo-Compulsivo, pnico, ansiedade,
alcoolismo ativo crnico, abstinncia de lcool e narcticos, diabetes mellitus mal
controlado e hipertiroidismo.
Outro grupo de estados caracterizado pela hipoativao do sistema do estresse,
em vez de ativao contnua, na qual a secreo cronicamente reduzida do fator
liberador de corticotrofina (CRF) pode resultar em hipoativao patolgica e feedback
negativo ampliado do Eixo HHA. Pacientes com Transtorno de estresse ps-traumtico,
depresso atpica ou sazonal e sndrome de fadiga crnica recaem nessa categoria.
Similarmente, pacientes com fibromialgia possuem excreo de cortisol urinria livre
diminuda e frequentemente queixam-se de fadiga. Pacientes com hipotireoidismo
possuem uma clara evidncia de hiposecreo de CRF.
A hiperatividade do Eixo HHA na depresso maior um dos achados mais
consistentes em psiquiatria. Um percentual significativo de pacientes com
depresso maior demonstrou maiores concentraes de cortisol (o
glicocorticoide endgeno em humanos) no plasma, urina e no lquido
cefalorraquidiano (LCR); uma resposta exagerada de cortisol ao hormnio
adrenocorticotrfico (ACTH); e um aumento das glndulas pituitria e
adrenal. (NEMEROFF, 1996 apud Ibidem).
Englert (2006) adverte que quando o eixo HHA muito ativo e os nveis de
Corticotrofina (CRH) no crebro so, ao mesmo tempo, altos demais, os sinais no nervo
vago so bloqueados. Esse nervo, uma avenida importante do sistema nervoso
autnomo, controla as contraes do estmago e o trato digestivo (Tambm envia
impulsos nervosos ao corao e aos msculos). Um exemplo clssico da reao desses
rgos provocada por estresse a paralisao da digesto aps uma cirurgia. Tambm
pode intensificar fobias e ataques de pnico. Pacientes com agorafobia (medo de lugares
abertos) ou claustrofobia (medo de espaos fechados) produzem muito pouco Hormnio
Adrenocorticotrfico (ACTH) aps receber CRH como tratamento.
Soravia (2006 apud GRAEFF, 2011) salienta que, tanto o eixo HHA como o
eixo simptico-adrenal ativado pela ansiedade antecipatria. Na ansiedade aguda, a
ativao do eixo HHA adaptativa, j que, entre outras coisas, os corticoides parecem
reduzir o medo percebido, prejudicando a recuperao da memria de informaes que
eliciam emoo. Na ansiedade crnica, no entanto, a ativao de longo prazo do eixo
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HHA pode se tornar prejudicial, j que os corticoides dificultam os mecanismos de
resilincia no hipocampo.
4. Tlamo, Ncleo Caudado & Crtex rbito-Frontal.
FIGURA 7: Tlamo, gnglios da base e algumas estruturas relacionadas
Vilela (2009) explica que todas as mensagens sensoriais, com exceo das
provenientes dos receptores do olfato, passam pelo tlamo antes de atingir o crtex
cerebral. Esta uma regio de substncia cinzenta localizada entre o tronco enceflico e
o crebro. O tlamo atua como estao retransmissora de impulsos nervosos para o
crtex cerebral. Ele responsvel pela conduo dos impulsos s regies apropriadas do
crebro onde eles devem ser processados. O tlamo tambm est relacionado com
alteraes no comportamento emocional; que decorre, no s da prpria atividade, mas
tambm de conexes com outras estruturas do sistema lmbico (que regula as emoes).
Suas principais funes:
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Integrao Sensorial;
Integrao Motora.
O tlamo recebe informaes sensoriais do corpo e as passa para o crtex
cerebral. O crtex cerebral envia informaes motoras para o tlamo que
posteriormente so distribudas pelo corpo. Participa, juntamente com o
tronco enceflico, do sistema reticular, que encarregado de filtrar
mensagens que se dirigem s partes conscientes do crebro. (Ibidem).
Os gnglios da base, que no passado se acreditava estar implicados apenas no
comportamento motor, so, na verdade, importantes em inmeras outras funes
psquicas como o processamento de vivncias cognitivas. Estudos recentes utilizando
imagem de ressonncia magntica mostraram tendncia a diminuio do ncleo
caudado em pacientes com TOC. De forma confluente, estudos com neuroimagem
funcional, sugerem a implicao de um circuito cerebral envolvendo o crtex rbito-
frontal, o giro cngulo, o ncleo caudado e o tlamo na patofisiologia do TOC. Entre as
diversas hipteses formuladas a partir desses achados, especula-se que um dficit no
funcionamento do ncleo caudado levaria a uma filtragem inadequada de preocupaes
que ento estimulariam o crtex rbito-frontal a desencadear aes adaptativas: as
compulses. (MIGUEL FILHO, 1995).
O crtex rbito-frontal tem o papel de regular nossas habilidades de inibir,
avaliar e agir com informao emocional e social, dependendo da tarefa a ser decidida,
alguns fatores desses pode ser mais importante que outros. Se nossa habilidade de
processar qualquer informao est prejudicada, a tomada de deciso ficar alterada,
possuindo uma relevncia para processar, avaliar e filtrar informaes sociais e
emocionais. (GAZZANIGA, 2006 apud DA SILVA, 2011).
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5. Concluses
Segundo Barlow (2008) a tendncia de desenvolver ansiedade como base em
pensamentos compulssivos adicionais pode ter os mesmos precursores biolgicos e
psicolgicos generalizados que a ansiedade em geral. Gazzaniga (2006 apud DA
SILVA, 2011) destaca que o sistema lmbico ampliado em um circuito neural que
juntos invocam um papel em diferentes tarefas emocionais, onde formado pelo
hipocampo, hipotlamo, giro do cngulo, amgdala, tlamo, ncleos somatossensorial e
crtex rbito-frontal.
Ainda este autor, ressalva que a amgdala possui o papel de processar o
significado emocional dos estmulos e gera reaes emocionais e comportamentais
imediatos. Interagindo com outros sistemas da memria, particularmente o de memria
hipocampal, quando existem eventos explcitos ou declarativos das propriedades
emocionais dos estmulos de fundamental importncia para aquisio e expresso do
aprendizado emocional adquirido na resposta condicionada aversiva, existe dois modos
principais de interao da amgdala com a interao da memria declarativas
dependentes do hipocampo.
Valendo-se, portanto, destas afirmativas e considerando o modelo de
funcionamento anmalo do circuito cortico-estriato-tlamo-cortical, onde o Ncleo
Caudado, o Tlamo e o Crtex rbito-Frontal no funcionam adequadamente, exigindo
que o Tlamo se torne hiperativo enviando sinais de preocupao interminveis ao
Crtex rbito-Frontal, este estudo sugere que, os pensamentos invasivos e/ou os
comportamentos repetitivos originrios do Crtex rbito-Frontal, sem a interveno do
Ncleo Caudado, geram nveis patolgicos de ansiedade que, atravs da Amgdala,
elevam a atividade do Eixo Hipotlamo-Hipfise-Adrenal (HHA). (FIGURA 8).
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FIGURA 8: esquema hipottico da Hiperativao do Eixo HHA
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6. Referncias
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