novo manual de despachos e orientações10.6.2014

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    MANUAL DE DESPACHOS EORIENTAÇÕES PARA A SECRETARIA DEVARA DO TRABALHO

    Elaborado por Cláudio Antônio Barcelos1

    Gisele de Cássia Vieira Dias Macedo2

    Maria Aparecida Lopes Fioravanti3

    e Maria Cecília Alves Pinto4

    1 Diretor de Secretaria da 33ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte.2 Juíza Titular da 2ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte.3 Diretora de Secretaria da 2ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte.4 Juíza Titular da 26ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte.

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    ESCOLA JUDICIAL DO TRT DA 3ª REGIÃO

    Endereço

    Rua Goitacases, 1475 - 15º e 16º andaresBarro PretoCEP 30190-052Belo Horizonte - MG

    Site: http://www.trt3.jus.br/escola/

    Responsável pela revisão gramatical e jurídica:Isabela Márcia de Alcântara Fabiano - servidora da Escola Judicial

    Responsável pela diagramação:Patrícia Côrtes Araújo - servidora da Escola Judicial

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    COMPOSIÇÃO DA ESCOLA JUDICIAL DO TRT DA 3ª REGIÃO

    Biênio: 2014/2015

    DIREÇÃODESEMBARGADORA EMÍLIA FACCHINI

    COORDENAÇÃO ACADÊMICAJUIZ MAURO CÉSAR SILVA

    CONSELHO CONSULTIVO

    DEPARTAMENTO DE FORMAÇÃO INICIAL E PERMANENTE DE MAGISTRADOSDESEMBARGADOR SEBASTIÃO GERALDO DE OLIVEIRA

    DESEMBARGADOR EMERSON JOSÉ ALVES LAGEDESEMBARGADOR JOSÉ MURILO DE MORAIS

    JUIZ RICARDO MARCELO SILVAJUIZ PAULO MAURÍCIO RIBEIRO PIRES

    DEPARTAMENTO DE DEONTOLOGIAJUIZ MARCELO FURTADO VIDAL

    DESEMBARGADOR MÁRCIO FLÁVIO SALEM VIDIGALDESEMBARGADOR SEBASTIÃO GERALDO DE OLIVEIRA

    DEPARTAMENTO DE RELAÇÕES INSTITUCIONAISDESEMBARGADOR MÁRCIO FLÁVIO SALEM VIDIGAL

    DESEMBARGADORA MÔNICA SETTE LOPES

    DEPARTAMENTO DA REVISTAJUÍZA MARIA CRISTINA DINIZ CAIXETA

    DESEMBARGADORA MÔNICA SETTE LOPESJUÍZA GISELE DE CÁSSIA VIEIRA DIAS MACEDO

    DEPARTAMENTO DE FORMAÇÃO JURÍDICA DE SERVIDORESJUIZ PAULO MAURÍCIO RIBEIRO PIRES

    DESEMBARGADOR EMERSON JOSÉ ALVES LAGEJUIZ MARCELO FURTADO VIDAL

    DEPARTAMENTO DE DOCUMENTAÇÃO, PESQUISA E MEMÓRIA DA JUSTIÇA DOTRABALHOJUÍZA MARIA CRISTINA DINIZ CAIXETA

    JUÍZA GISELE DE CÁSSIA VIEIRA DIAS MACEDOJUIZ RICARDO MARCELO SILVA

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    SUMÁRIO

    INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 07

    PROCESSO TRABALHISTA ................................................................................................. 09

    FASE DE CONHECIMENTO ................................................................................................. 09

    FASE DE EXECUÇÃO .......................................................................................................... 29

    OS PRINCIPAIS ATOS OU OMISSÕES QUE COMPROMETEM O BOMFUNCIONAMENTO DA SECRETARIA DA VARA DO TRABALHO ..................................... 73

    PROCEDIMENTOS PARA A SECRETARIA .......................................................................... 77

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    Manual de Despachos e Orientações para a Secretaria de Vara do Trabalho

    INTRODUÇÃO

    O presente trabalho tem o objetivo de facilitar o dia a dia dos servidores que lidam coma preparação ou elaboração de minutas de despachos, oferecendo modelos que, a critériodo(a) juiz(a), serão alterados e adequados ao seu entendimento. Consiste, assim, emsugestões, cujo principal escopo é ajudar a definir rotinas, na tentativa de padronizar procedimentos nas Varas do Trabalho, submetidas, sempre, à apreciação do(a) juiz(a)responsável.

    Em virtude do PJe, haverá periódica necessidade de revisão do presente Manual, o queserá efetuado oportunamente, tão logo assimiladas as nuances de atuação judicial dentro doreferido sistema processual. De todo modo, dentro do possível, alguns modelos de despachosserão sugeridos na tentativa de solucionar questões já conhecidas dentro do PJe atual.

    BREVES CONCEITOS

    • Lato sensu, processo representa o método ou a técnica de que se vale o Estadopara dirimir os conflitos de interesses. Já o processo do trabalho, por sua vez, constitui oinstrumento posto à disposição dos órgãos integrantes da Justiça do Trabalho para acomposição de lides - individuais ou coletivas - decorrentes das relações de trabalho e outrasdescritas pelo art. 114/CF.

    • No processo de conhecimento ou processo cognitivo, provoca-se o exercício dafunção jurisdicional do Estado para que, com o caráter imparcial que lhe impõe a lei (art. 125,I/CPC), e mediante sentença, acolha ou não as pretensões dos litigantes.

     A decisão proferida no processo de conhecimento pode ter, em regra, as seguintesnaturezas:

    1. DECLARATÓRIA  - o provimento jurisdicional se limita a declarar a existência ouinexistência de relação jurídica, a autenticidade ou falsidade de documento (art. 4º/CPC). Assentenças meramente declaratórias não são exequíveis.

    2. CONDENATÓRIA - o provimento jurisdicional, além de seu conteúdo declaratório,que lhe é implícito, contém uma determinada imposição (condenação) ao réu.

    3. CONSTITUTIVA - o provimento jurisdicional, também de caráter declaratório, opera amodificação da relação ou da situação jurídica material intersubjetiva, havida ou ainda existente.

    • O processo cautelar , por sua vez, não se inclina à tutela do direito material, pois

    o caráter de satisfação é imanente ao processo de conhecimento. Assim, o processo cautelar destina-se à garantia e segurança do eficaz desenvolvimento do processo de conhecimentoou de execução. Sua finalidade é garantir ao indivíduo o direito de ação, respeitado o “devidoprocesso legal” (due process of law ), não se ocupando do direito material propriamente dito.

    • Na fase de execução, a atividade desempenhada pelo órgão jurisdicional consiste,fundamentalmente, em fazer atuar, de maneira efetiva, a determinação contida na decisãoproferida na fase de conhecimento, ou em um título executivo extrajudicial. Não se podeolvidar que, no processo trabalhista, a execução da sentença constitui mera fase do processo,iniciada de ofício ou a requerimento da parte (art. 878/CLT).

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    PROCESSO TRABALHISTA

    FASE DE CONHECIMENTO

    RECOMENDAÇÕES:

    1. Na elaboração de despachos, evite atos que possam ensejar adiamento de audiência.É necessário ler as atas e despachos anteriores a fim de conhecer integralmente o processo. Adiamentos de audiência implicam queda na celeridade processual, com prejuízo ao jurisdicionado.

    2. O prazo de vista de documentos/perícia/esclarecimentos do perito, em se tratando dePJe, deverá ser único.

    3. A contagem dos prazos processuais segue a regra ditada pelos §§ 3º e 4º, art. 4º/Lei nº11.419/2006, que deu origem ao Ato Conjunto TST.CSJT.GP nº 15/2008, que, pelo art. 6º, dispõe:

    Considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da divulgação doDiário Eletrônico no Portal da Justiça do Trabalho.Parágrafo único. Os prazos processuais terão início no primeiro dia útil que seguir aoconsiderado como data da publicação.

    4. Quanto à disponibilização do Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho (DEJT) noPortal da Justiça do Trabalho, dispõe o art. 7º do Ato Conjunto TST.CSJT.GP nº 15/2008 quea divulgação será feita, diariamente, de “segunda a sexta-feira, a partir das dezenove horas,exceto nos feriados nacionais”.

    5. Alguns processos têm tramitação preferencial, hipótese em que a prioridade deve ser registrada no sistema e anotada na capa dos autos, que já contém espaço próprio para anotação

    de todas as possibilidades de tramitação preferencial:5.1. As reclamatórias sujeitas ao procedimento sumaríssimo têm tramitação preferencial

    por força de lei (art. 852-A a 852-I/CLT);5.2. As reclamatórias envolvendo a massa falida também têm tramitação preferencial

    (art.768/CLT).5.3. Os processos que envolvem acidente do trabalho devem ter tramitação e julgamento

    prioritários, conforme consta da Recomendação Conjunta nº 1/GP.CGJT, de 03.05.2011,independentemente de requerimento, pois a recomendação foi expedida para juízes edesembargadores.

    5.4. Detêm direito à prioridade de tramitação pessoas com idade igual ou superior a 60anos e pessoas com doença grave (art. 1211-A/CPC, inserido pela Lei 12.008/2009), bem

    como as pessoas portadoras de deficiência física ou mental (aplicação por analogia do art. 69- A da Lei 9.784, de 29.01.1999, com a redação conferida pela Lei 12.008/2009). Nesse caso aparte interessada deve requerer a tramitação preferencial conforme art. 1211-B/CPC, inseridopela Lei nº 12.008/2009.

    6. Preclusão processual e princípios processuais - celeridade processualO instituto da preclusão propicia uma maior celeridade processual, fazendo o processo

    caminhar para frente. A preclusão temporal configura-se pela perda de faculdade ou de direito processual,

    que, por não ter sido exercido no momento ou no tempo oportuno, fica extinto. Ela não seconfunde com sanção, uma vez que esta é a consequência prevista em lei para o não

    cumprimento de determinada norma processual, pressupondo, desse modo, o inadimplementode uma obrigação afeta à parte.Há também a preclusão lógica, quando praticado ato incompatível com outro, e a

    preclusão consumativa, quando, já praticado o ato, a parte pratica outro na tentativa de

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    substituir e/ou complementar o anterior.Outros princípios processuais como o da utilidade (os prazos devem ser úteis à prática

    dos atos) e da continuidade (os prazos, uma vez iniciados, devem ter livre curso até o final)são dirigidos ao juiz e às partes, contribuindo para a celeridade processual.

    É defeso reduzir ou dilatar prazos peremptórios, ainda que mediante requerimento daspartes - peremptoriedade  (dizem-se peremptórios aqueles prazos que são fixados semqualquer possibilidade de alteração. São fatais).

     A instrumentalidade dos atos processuais, consagrada nos arts. 154 e 244/CPC (oato valerá, caso atinja a finalidade prevista, embora praticado de forma diversa da constantena lei, sem cominação de nulidade) - e outros princípios, como o da economia processual,também propiciam celeridade ao processo.

    7. Despacho e seu cumprimento - Não deve haver preconceito contra o despacho“grande”, pois o importante é sempre proferir despacho “saneador”, auto explicativo, comfundamento jurídico ou legal, de boa apresentação gramatical e estética, com registro doprazo para cumprimento da ordem, penalidade ou consequência da omissão, data e local deseu proferimento. O despacho deve ser elaborado da melhor forma possível, de acordo comas normas vigentes, dispensando explicações verbais a quem vai cumpri-lo, abreviando oandamento do processo e diminuindo o trabalho ou serviço da Secretaria.

    Sendo protocolizada petição na fase de conhecimento, elaborar imediatamente odespacho. O seu cumprimento, muitas vezes, pode e deve ocorrer antes da assinatura pelo juiz, inclusive quando houver pedido de intimação de testemunhas, visando a evitar adiamentoda audiência. A aplicação do art. 162, § 4º/CPC, quanto à prática de ofício dos atos ordinatóriospelo servidor, é útil para a celeridade processual, principalmente nos casos de intimação detestemunhas.

    8. Atas de audiência e decisões no processo físico - MarcaçãoDiante da importância das atas de audiência e decisões, com necessidade constante de

    serem rapidamente localizadas, sugere-se o procedimento de colocar MARCADOR de cartolina

    colorida, autuado sem numeração imediatamente antes das atas e decisões. Com o PJe,essa providência será totalmente dispensável, pois as marcações dos atos processuais edocumentos serão aquelas próprias do sistema.

     A autuação deve ser padronizada na seguinte ordem:- PETIÇÃO INICIAL- DECLARAÇÃO DE POBREZA (SE HOUVER)- PROCURAÇÃO DO AUTOR- DOCUMENTOS- CITAÇÃO (NOTIFICAÇÃO)- MARCADOR ANTES DA ATA DE AUDIÊNCIA INAUGURAL- ATA DE AUDIÊNCIA INAUGURAL

    - DEFESA- ATOS CONSTITUTIVOS DA RECLAMADA- PREPOSIÇÃO- PROCURAÇÃO- DOCUMENTOS(Observação: se houver mais de uma defesa, inserir outro MARCADOR antes de cada

    uma delas, sendo que a autuação dos atos constitutivos, preposição, procuração e documentosapresentados pelas empresas observará a mesma sequência).

    - IMPUGNAÇÃO AOS DOCUMENTOS (SE HOUVER)- PERÍCIA (SE HOUVER)- MANIFESTAÇÃO DAS PARTES

    - MARCADOR ANTES DA ATA DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO- ATA DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO- MARCADOR ANTES DA DECISÃO- DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU

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    Também os atos processuais posteriores aos indicados e importantes, tais como decisãode embargos declaratórios e acórdãos, devem ser marcados na forma indicada.

    O marcador funciona como divisor de águas, uma vez que a defesa vem, muitas vezes,acompanhada de diversos documentos. Seu uso é importante até mesmo quando se elaboradespacho na fase de execução, sendo necessário visualizar todas as determinações judiciaisa serem cumpridas.

    9. Tramitação: Outro detalhe importante é o correto uso da tramitação na capados autos, uma vez que nela se faz a indicação dos principais atos, tais como datas dainicial, da instrução, dos adiamentos, da perícia, nome do Perito Oficial e, por fim, oresultado do julgamento, colocando sempre, entre parênteses, o número da folha atinentea cada ato.

    10. Importante cumprir o disposto na Recomendação Conjunta GP.CGJT nº 2 de 2011 eno Ofício TST.GP nº 218/2012, no que diz respeito ao encaminhamento de cópias desentenças e acórdãos que reconheçam a conduta culposa do empregador em acidentede trabalho para a respectiva unidade da Procuradoria-Geral Federal - PGF e para o TST.Sugere-se inserir nas decisões o seguinte texto:

    Após o trânsito em julgado, encaminhem-se cópias desta sentença para osendereços eletrônicos institucionais da Procuradoria Regional Federal de MinasGerais ([email protected]) e do Tribunal Superior do Trabalho([email protected]), para fins de subsidiar eventual ajuizamento de açãoregressiva a que alude o art. 120 da Lei nº 8.213/91, atendo-se à RecomendaçãoConjunta GP.CGJT nº 2/2011 e ao Ofício TST.GP nº 218/2012.

    11. No que diz respeito ao  adicional de insalubridade, a Recomendação ConjuntaGP.CGJT nº 3, de 27.09.2013, e o Ofício Circular TST.GP nº 670/2013 determinam a remessade cópia das sentenças que reconheçam a presença de agentes insalubres no meio ambiente

    de trabalho, por meio de prova pericial, ao Ministério do Trabalho e Emprego e tambémpara o c. TST. Sugere-se inserir nas decisões o seguinte texto:

    Após o trânsito em julgado, encaminhem-se cópias desta sentença em que houveo reconhecimento, por meio de prova pericial, de agente insalubre no meio ambientedo trabalho, para os endereços eletrônicos institucionais do Ministério do Trabalhoe Emprego ([email protected]) e do Tribunal Superior do Trabalho([email protected]), para fins de subsidiar o planejamento de ações defiscalização do MTe, bem como para conhecimento do c. TST, nos termos daRecomendação Conjunta GP.CGJT nº 3 de 27.09.2013 e o Ofício Circular TST.GP nº670/2013.

    12. GFIP - No que diz respeito às contribuições previdenciárias, deverá constar dasentença ou do acordo o respectivo recolhimento por meio da GPS, acompanhada da GFIP,discriminando os meses de competência do respectivo recolhimento em prol do trabalhador.Nesse sentido a DA 26/RP11/SINGESPA (URGE Belo Horizonte). Registrar no acordo ousentença o seguinte:

    As contribuições previdenciárias deverão ser quitadas por meio da GPS,acompanhada da GFIP (código de informação), discriminando-se os meses decompetência do respectivo recolhimento em prol do trabalhador e comprovando-se o fato nos autos em ___ dias.

    Em caso de descumprimento da obrigação pelo(a) reclamado(a), ser-lhe-á impostamulta, no valor de R$ , implicando, ainda, na nomeação de perito para a emissãodas guias, cujos honorários serão acrescidos ao valor da condenação, quando daliquidação (§§ 5º e 6º, art. 461/CPC).

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    EXTINÇÃO DO PROCESSO ANTES DA 1ª AUDIÊNCIA - POSSIBILIDADES

    PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO

    Caso haja informação do Correio de: MUDOU-SE ou ENDEREÇO INSUFICIENTE, adecisão é a seguinte:

    Vistos.Tendo em vista o conteúdo negativo da certidão de f. , e considerando que oprocedimento sumaríssimo não admite emenda à inicial, extingo o processo semresolução do mérito, com base no art. 852-B, II e § 1º /CLT.Retire-se o feito de pauta.À Secretaria para os registros pertinentes.Dê-se ciência ao reclamante, intimando-o para receber seus documentos, em 5 dias.Tudo cumprido e após o prazo legal, ao arquivo, com baixa na distribuição.

    Caso haja pedidos sem o correspondente valor, a decisão é a seguinte:

    Vistos.Tendo em vista a existência de pedidos sem a correspondente liquidação e valor aeles atribuído (f. ), e considerando que o procedimento sumaríssimo não admitepedido sem o respectivo valor, extingo o processo sem resolução do mérito, combase no art. 852-B, I e § 1º/CLT.Retire-se o feito de pauta.À Secretaria para os registros pertinentes.Dê-se ciência ao reclamante, intimando-o para receber seus documentos, em 5 dias.Tudo cumprido e após o prazo legal, ao arquivo, com baixa na distribuição.

    PROCEDIMENTO ORDINÁRIO

    Caso haja informação do Correio de: MUDOU-SE ou ENDEREÇO INSUFICIENTE, odespacho é o seguinte:

    Intime-se o(a) reclamante para, em 10 dias, indicar o novo ou correto endereçodo(a) reclamado(a) e/ou requerer o que lhe aprouver, sob pena de indeferimentoda inicial.

    Transcorrido o prazo sem manifestação, proferir decisão extinguindo o processo semresolução do mérito, com base no art. 267, I, c/c art. 284, parágrafo único/CPC nos seguintestermos:

    Vistos.Tendo em vista o não atendimento da determinação de f. , atinente à emenda dainicial, indefiro a inicial e extingo o processo sem resolução do mérito, com basenos arts. 267, I c/c 284, parágrafo único/CPC.Retire-se o feito de pauta.À Secretaria para os registros pertinentes.Dê-se ciência ao reclamante, intimando-o para receber seus documentos, em 5 dias.Tudo cumprido e após o prazo legal, ao arquivo, com baixa na distribuição.

    DEVOLUÇÃO DE INTIMAÇÃO

    Caso seja devolvida intimação de parte ou testemunha e estando a audiência próxima(até 5 dias), opte por tentar cumprir a determinação judicial por telefone, certificando o fatonos autos, quando deverá ser anotado o nome da pessoa contactada; frustrada a tentativa,

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    ainda assim evite adiar a audiência, uma vez que as partes ou testemunhas poderão comparecer espontaneamente. Evite expedir mandado porque é dispendioso e, em muitos casos,desnecessário.

     Alguns magistrados optam por seguiro rito do art. 825/CLT e não admitem apresentaçãodo rol de testemunhas, seja o rito sumaríssimo ou não. Assim, a parte interessada deve exibir a carta-convite na hipótese de ausência da testemunha, ensejando a sua intimação ou conduçãocoercitiva.

    Seguem alguns modelos de despacho:

    QUANDO DEVOLVIDA A INTIMAÇÃO DO RECLAMANTE:

    Intime-se o(a) procurador(a) do(a) reclamante, se necessário, por telefone,certificando o fato nos autos, para que cientifique o(a) seu(sua) cliente daantecipação/adiamento da audiência já designada, haja vista a devolução daintimação de f. .

    QUANDO DEVOLVIDA A INTIMAÇÃO DÀ TESTEMUNHA:

    Sobre a devolução da intimação enviada à sua testemunha, Sr.(a) __________,cientifique-se o(a) reclamado(a)/reclamante, se necessário, por telefone,certificando o fato nos autos, para que possa trazer a referida testemunhaindependentemente de intimação, ou para que, em tempo hábil, requeira o que lheaprouver, sob pena de preclusão da prova pretendida.

    Em caso de vir aos autos informação do Correio sobre reclamado AUSENTE e havendoprazo disponível, faça-se a citação por meio de MANDADO, inclusive pedindo urgência, se for o caso. Caso contrário, aguardar a audiência, mesmo porque o(a) reclamado(a) poderácomparecer independentemente de citação, ou, ainda, o(a) autor(a) poderá não comparecer à

    audiência, com arquivamento da reclamatória.

    REQUERIMENTO DE PERÍCIA

    Havendo requerimento para realização de perícia, o fato deverá ser levado aoconhecimento do Juiz ou de seus sua realização.

    REQUERIMENTO DE JUNTADA DE DOCUMENTOS

    Em caso de requerimento para juntada de documentos, deve-se primeiro observar adeterminação da ata de audiência anterior (sempre fazer cuidadosa leitura das atas de audiência).

    Se nela não constar a expressão “PRECLUSA A PROVA DOCUMENTAL” e sendo o prazosuficiente, deve ser dada vista à parte contrária, via de regra até 5 dias, dependendo da data dapróxima audiência (se necessário, o prazo poderá ser menor). Na hipótese de estar preclusa aprova documental, verificar com o Juiz ou com os assistentes o “valor” dos documentos, umavez que eles podem interessar ao próprio juízo. Porém, por via das dúvidas, sugere-se dar vistaà outra parte (mesmo juntados, em decisão, o Juiz poderá não conhecer dos documentos) ouaguardar a audiência, devendo-se, neste último caso, apor um recado na contracapa dos autospara alertar o Juiz de que os referidos documentos ainda não foram submetidos ao contraditório,ou seja, não foi aberta vista à parte contrária, para eventual impugnação.

    DEVOLUÇÃO DE DOCUMENTOS

    Respeitado o entendimento de cada Juiz, jamais devolva documentos porque, em casode a juntada estar preclusa, eles podem simplesmente ser desconsiderados e podem atéservir em outra fase do processo. Ademais, o processo é instruído não apenas para o Juiz de

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    primeiro grau, mas também para o Tribunal, na hipótese de recurso. Estando os documentosnos autos, viabiliza-se a apreciação acerca da oportunidade, ou não, de sua juntada, pois sóassim o Tribunal saberá se se trata de documentos novos ou não. Tal procedimento evita,ainda, eventuais nulidades, com prejuízo para a celeridade processual e a segurança jurídica.

    MODELO DE DESPACHO QUANDO HÁ JUNTADA DE PETIÇÃO OU DOCUMENTOSINTEMPESTIVAMENTE:

    Junte-se a petição de f. ___/___, registrando-se a sua intempestividade.Intime-se.

    Ou:

    Juntem-se os documentos de f. ___/___, registrando-se a sua intempestividade.Intime-se.

    O contraditório é princípio processual que deve ser observado em todas as fases doprocesso. Portanto, apresentados documentos por uma parte, a outra deverá ter vista deles,sob pena de cerceamento de defesa, o que poderá levar a instância superior a anular a decisãoproferida.

    CARTA PRECATÓRIA INQUIRITÓRIA

    Em caso de Carta Precatória Inquiritória (CPI), a redação anterior da Consolidação dosProvimentos da Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho, em título específico sobre ascartas precatórias (arts. 49 e 50), registrava que deveriam ser expedidas “preferencialmenteapós o interrogatório das partes”, fazendo-se acompanhar obrigatoriamente dos quesitos doJuízo deprecante e facultativamente dos quesitos das partes. Em decorrência, o Juízodeprecado poderia recusar-se ao cumprimento da CPI por imprecisão do objeto, caso não

    fosse enviada a quesitação pelo Juízo deprecante. Na atual redação da Consolidação deProvimentos essas exigências não se encontram mais anotadas.

    De qualquer modo, quando a parte requerer a oitiva de testemunhas por carta precatória,deverá apresentar os documentos necessários à sua expedição em formato definido no art.89-A, do Provimento nº 1, de 03.04.2008, alterado pelo Provimento nº 3, de 04.10.2012, doTRT/3ª Região. O modelo de despacho é o seguinte:

    Intime-se o(a) requerente para, em 2 dias, apresentar as peças necessárias àformação da Carta Precatória Inquiritória, em formato PDF, observando o tamanhomáximo de 1,5 MB para cada anexo, gravados em CD, a ser juntado aos autos, via

    protocolo, conforme art. 89-A, do Provimento nº 1, de 03.04.2008, alterado peloProvimento nº 3 de 04.10.2012, do TRT/3ª Região. O não cumprimento dadeterminação acima implicará o indeferimento da CPI, com preclusão da prova.

     Ao receber ofício comunicando o cumprimento de CPI em data posterior à da audiênciaque será realizada pelo Juízo Deprecante, recomenda-se o seu adiamento, nos seguintestermos:

    Tendo em vista a data da audiência a se realizar perante o MM. Juízo deprecado,adio a audiência neste Juízo para o dia ___/___/____, às ____ horas, mantendo asmesmas cominações previstas na ata anterior. Intimem-se as partes para prestarem

    depoimento pessoal, sob pena de confissão, bem como cientifiquem-se osrespectivos procuradores, inclusive quanto à audiência designada pelo MM. Juízodeprecado. Outrossim, havendo testemunhas já arroladas neste Juízo, intimem-se as mesmas do presente adiamento.

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     Após a inclusão do processo na pauta, por meio do andamento competente no sistemainformatizado, é necessário certificar o ato nos seguintes termos:

    CERTIFICO que, em cumprimento à determinação de f. ____, incluí os presentesautos na pauta do dia __/___/___, às ___:___ horas. Dou fé.

    CARTA PRECATÓRIA INQUIRITÓRIA - CUMPRIMENTO NO JUÍZO DEPRECADO

    Recomenda-se dar prioridade ao cumprimento das CPIs, que devem ser incluídas empauta o mais rápido possível. Verificar com o Juiz ou o servidor responsável pela marcação dapauta a data para a audiência.

    É salutar que o andamento correspondente à marcação da audiência seja lançado nomomento em que esta é designada.

    Observe-se que deverá ser respeitado o prazo mínimo de 15 dias entre o despacho e adata da audiência, levando-se em conta a data e o tempo gasto pelo correio, malote, distribuiçãoe cumprimento da intimação a ser determinada pelo Juízo deprecante.

    Sendo assim, também as partes deverão ser intimadas pessoalmente, ou por meio deseus procuradores, do dia e da hora da audiência, se, nos documentos que instruírem a CPI,for possível encontrar dados ou endereços. A obrigação de intimar as partes é do JuízoDeprecante, mas sendo possível a intimação pelo Juízo Deprecado, aumenta a possibilidadede realização da audiência.

    De qualquer modo, sugere-se expedir sempre ofício ao Juízo deprecante, informando-odo dia e da hora da audiência designada para a inquirição de testemunhas, evitando com issoa necessidade de repetição do ato.

    Ressalte-se que o art. 70 do Provimento nº 01/08/TRT/3ª Região determina que ascomunicações feitas entre as Secretarias e seções dos órgãos de primeiro grau serãoencaminhadas, preferencialmente, por intermédio de correio eletrônico.

     Assim, deve-se dar preferência à comunicação da data da audiência ao Juízo Deprecanteatravés de e-mail, o qual deverá ser impresso e autuado no processo.

    MODELO DE DESPACHO PARA INTIMAR A TESTEMUNHA EM CARTA PRECATÓRIAINQUIRITÓRIA

    Para cumprimento da presente, inclua-se o processo na pauta do dia ___/___/___,às ___ horas, intimando-se a(s) testemunha(s) arrolada(s) e comunicando-se aoMM. Juízo deprecante o dia e a hora da oitiva. Caso seja possível, intimem-se osprocuradores das partes.

     Após a inclusão do processo na pauta, por meio do andamento competente no sistemainformatizado, é necessário certificar o ato nos seguintes termos:

    CERTIFICO que, em cumprimento à determinação de f. ____, incluí os presentesautos na pauta do dia ___/___/___, às ___:___ horas. Dou fé.

    PERÍCIA EM FASE DE CONHECIMENTO

    Para apuração da alegada insalubridade/periculosidade/acidente de trabalho/doença ocupacional, nomeio o(a) Dr.(a) _______________, que deverá produzir seu laudo em 20 dias.Intimem-se as partes para apresentarem quesitos e assistentes técnicos, no prazocomum de 5 dias, sob pena de preclusão.

    Em seguida, intime-se o(a) perito(a).Fica autorizada a presença do(a) reclamante nas diligências periciais, devendoele(a) contactar o(a) perito(a) oficial.Após a apresentação do laudo, dê-se vista às partes para eventual manifestação

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    no prazo comum de 5 dias.

    OBSERVAÇÃO: Os peritos têm sido intimados por e-mail, sendo o fato certificado nosautos.

    PEDIDO DE ESCLARECIMENTOS AO PERITO

    Note-se que a dinâmica processual impressa pelo despacho acima não autoriza aapresentação de quesitos suplementares (art. 425/CPC), pois foi concedido prazo para osquesitos sob pena de preclusão.

    O primeiro pedido de esclarecimentos, via de regra, deve ser sempre deferido. Os demais,quando representarem repetição indevida, devem ser indeferidos.

    Quando uma das partes pedir esclarecimentos, e ainda estiver em curso o prazo comumde vista, aguardar o seu decurso, para que o perito se manifeste, em uma única oportunidade,sobre todos os pedidos de esclarecimentos.

    Proferir o seguinte despacho:

    Intime-se o(a) perito(a) para prestar os esclarecimentos solicitados pela(s) parte(s)às f. _______, no prazo de 5 dias.Intime-se o(a) perito(a), por e-mail ou telefone se necessário.

    No caso do segundo pedido de esclarecimentos, ou outros posteriores, claramentedesnecessários, proferir o seguinte despacho:

    Indefiro o presente pedido de esclarecimentos, tendo em vista que a matéria já foisuficientemente abordada no laudo pericial e por meio dos esclarecimentos já

    prestados.Intime-se.

    MODELOS DE DESPACHO EM PEDIDOS DE TUTELA ANTECIPADA

    Ante a proximidade da audiência, o pedido de tutela antecipada será nela apreciado.Aguarde-se.

    Ante a inexistência de prova robusta nos autos a respeito dos fatos alegados nainicial, restando afastada a verossimilhança da alegação, e, ainda, considerandoque o deferimento do pedido trará efeitos irreversíveis, indefiro, por ora, a tutela

    postulada. Aguarde-se a audiência. Intime-se o(a) requerente.

    Analisada a petição inicial e os documentos de f. ___, concluo que foi produzidaprova inequívoca da alegação referente a ________________________, cujaverossimilhança é aferida juntamente com o fundado receio de dano irreparávelou de difícil reparação, nos termos do art. 273/CPC, razão pela qual defiro a tutelaantecipada, para conceder ao(à) reclamante __________________________.Intimem-se.

    O(a) reclamante pleiteia tutela antecipada, com expedição de certidão de habilitaçãode crédito.

    O(a) reclamado(a) reconhece ser devida a importância líquida de R$_________,apresentando fundadas razões que tornam controversos os demais pedidos daexordial.Destarte, defere-se a tutela antecipada no que diz respeito à importância de

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    R$_________, reconhecida em defesa, devendo ser expedida certidão de habilitaçãode crédito junto ao Juízo Falimentar do(a) reclamado(a), dela constando que ocrédito se encontra atualizado até a data da decretação da falência.Intimem-se as partes.

    PROTESTO JUDICIAL

    Nos termos do art. 867/CPC, acolho o protesto do(a) requerente nos autos dapresente medida cautelar.Com cópia da inicial, intime-se o(a) requerido(a) sobre a presente decisão.Custas no importe de R$_______, calculadas sobre o valor dado à causa, pelo(a)requerente, isento(a).À falta de outros requerimentos e decorrido o prazo de 48 horas previsto no art.872/CPC, deverão ser os autos entregues à(ao) requerente, independentementede traslado.

    EMBARGOS DE TERCEIRO

    Os embargos de terceiro, como ação autônoma, devem ser veiculados em petiçãoinicial apresentada com todos os requisitos do art. 282/CPC, conforme dispõe o aqrt. 1050/CPC. Ademais, devem ser instruídos com os documentos indispensáveis à sua propositura(art. 283/CPC). Caso não atendidos os requisitos ditados pelos dispositivos legais citados,proferir o seguinte despacho:

    Verificando-se que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 282 e 283/CPC, concedo ao(à) embargante o prazo de 10 dias para que supra asirregularidades, sob pena de indeferimento da inicial e extinção do processo semresolução do mérito. Intime-se.

    Outra hipótese: o embargante não indica exequente e executado(s) dos autos principaisno polo passivo dos embargos de terceiro:

    Verificando-se que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 282, 283e 1050/CPC, concedo ao(à) embargante o prazo de 10 dias para que emende ainicial, especificando quem são os embargados, os quais deverão ser qualificados,sob pena de indeferimento da inicial e extinção do processo sem resolução domérito. Intime-se.

    Não apresentado o auto de penhora, há julgados que extinguem os embargos de terceiropor ausência de pressuposto de constituição do processo (art. 267, IV/CPC), uma vez que a

    instrução dos embargos de terceiro exige prova da constrição sofrida. Há situações em que omagistrado entende necessário intimar o embargante para apresentar tal documento. Nessahipótese:

    Intime-se o(a) embargante para, em 10 dias, apresentar a prova da apreensão judicial, sob pena de indeferimento da inicial e extinção do processo sem resoluçãodo mérito.Cumpra-se.

    Estando correta a inicial, com os elementos de prova necessários, o despacho é oseguinte:

    Registre-se a presente ação como embargos de terceiro, registrando comoembargadas as partes do processo principal. Registre-se também o nome de seusrespectivos procuradores.

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    Certifique-se nos autos principais.Citem-se os embargados, por meio de seus procuradores mediante publicação noDEJT (art. 1050, § 3º/CPC), para, no prazo de 10 dias, impugnarem os presentesembargos de terceiro (art. 1053/CPC), especificando se têm provas a produzir, sobpena de preclusão. Serão citados por via postal, e respectivo comprovante deentrega (CE), o(s) embargado(s) que não contam com procurador constituído nosautos principais.Intime-se, ainda, o(a) embargante para, no prazo de 5 dias, especificar se temoutras provas a produzir, sob pena de preclusão. Após, conclusos.

    OBSERVAÇÕES:1. Deve-se sempre determinar o registro de ambas as partes do processo principal no

    polo passivo dos embargos de terceiro, embora o(a) embargante, via de regra, apenas arrolecomo embargado o autor da ação principal.

    2. Por outro lado, não obstante os embargos de terceiro sejam um processo autônomo,recomenda-se o registro do nome dos procuradores das partes que constam do processoprincipal, o que tem gerado bons resultados, pois, normalmente, a citação é feita mediantecomunicação a esses profissionais, que comparecem e fazem a defesa. Não se pode, olvidar,entretanto, da necessidade de juntarem o instrumento de procuração, que os habilita arepresentarem os embargados nos autos dos embargos de terceiro.

    3. Verificando-se que os procuradores dos embargados não apresentaram instrumentode mandato nos autos dos embargos de terceiro, deve ser marcado prazo razoável para ser sanado o defeito, nos termos do art. 13/CPC, de aplicação subsidiária ao processo do trabalho(art. 769/CLT).

    Intime(m)-se o(s) embargado(s) para, em 2 dias, apresentar(em) instrumento demandato, regularizando a representação processual (art. 13/CPC), sob pena denão conhecimento da petição de f. ___.Cumpra-se.

    OBSERVAÇÃO: Havendo provas a produzir em audiência, incluir o processo em pauta.Caso as partes não tenham provas a produzir, fazer os autos conclusos ao Juiz para julgamentodos embargos de terceiro. Separar também o processo principal para análise conjunta.

     Anotam-se nesse ponto sugestões apresentadas pelo colega Marcos Vinícius Barroso,quanto à pesquisa prévia ao julgamento dos embargos de terceiros. Nesse sentido:

    1. Usar o INFOJUD (imposto de renda) e o CCS para verificar se o terceiro é terceiromesmo, ou se faz parte do círculo do executado, que usa certa pessoa para dar a impressãode que ela é estranha ao processo e foi lesada. Ainda, o IRPF ou IRPJ irá demonstrar se o

    alegado terceiro tinha recursos para adquirir o bem que dá fundamento aos embargos por eleopostos (em muitos casos, não tem recursos).

    2. A pesquisa tem amparo no art. 765/CLT (poder instrutório do juiz) e na busca daverdade real. Se a alegação de terceiro resistir a esses dois controles, passa-se à análise dosargumentos jurídicos. Caso não, o processo é extinto sem resolução do mérito, por ausênciade interesse processual, ou por se tratar de lide simulada.

    3. Sugestão de decisão:

    Com base no poder instrutório do juiz (art. 765/CLT), após pesquisa nos sistemas

    INFOJUD e CCS, restou demonstrado que o terceiro embargante, no exercíciofinanceiro em que narra a aquisição do bem constrito, não possuía recursos paraadquiri-lo. Acrescente-se, ainda, que não há comprovação de financiamento paraa aquisição do bem.

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    Omitir ou fraudar as informações fiscais constitui crime, conforme arts. 3º e 4º/Lei8.137/91, razão pela qual se presumem corretas as declarações fiscais do terceiro-embargante.Intimado a manifestar-se, o terceiro-embargante não se manifestou (ou  empregouevasivas).Por esses fundamentos, conclui-se que o terceiro, na verdade, age em conluiocom o(a) executado(a), com o objetivo de fraudar a execução, simulando alienaçãopatrimonial inexistente, para impedir que o Judiciário torne efetiva a execução.Essa conduta é reprovável, sendo manifesta a ausência de interesse processualdo embargante.Em decorrência, extinguem-se os embargos de terceiro sem resolução do mérito,nos termos do inciso VI, art. 267/CPC. Aplica-se ao terceiro-embargante e ao(à)executado(a) que o(a) aliciou para os presentes embargos, solidariamente (art.942, do CC), multa de 20% sobre o valor em execução, correspondente aR$______(inciso II, art. 600 e art. 601/CPC).

    4. Sugestão de decisão, quando a inconsistência é percebida com base na pesquisaefetuada junto ao CCS:

    Com base no poder instrutório do juiz (art. 765/CLT), após pesquisa nos sistemasINFOJUD e CCS, restou demonstrado que o terceiro embargante é, na verdade,procurador bancário, sem que tal fato tenha sido anotado no contrato social daempresa, atuando de forma oculta.Não demonstrada a averbação do instrumento de procuração à margem dainscrição da sociedade (art. 1012/CC), o procurador, terceiro-embargante, respondepessoal e solidariamente com a sociedade.A situação irregular fica mais evidente quando, embora procurador bancário daempresa, na sua declaração de IRPF, o terceiro nada mencionou sobre pagamentosdela recebidos, em decorrência dos atos de gestão (ao menos, de capital), não

    sendo razoável admitir o empenho de tempo e conhecimento sem a necessáriacontrapartida pela empresa devedora.Assim, em face do suspeito relacionamento mantido com o(a) executado(a), presume-se que o terceiro está sendo usado para “proteger” o patrimônio do devedor.Em decorrência, extinguem-se os embargos de terceiro sem resolução do mérito,nos termos do inciso VI, art. 267/CPC. Aplica-se ao terceiro-embargante e ao(à)executado(a) que o(a) aliciou para os presentes embargos, solidariamente (art.942, do CC), multa de 20% sobre o valor em execução, correspondente a R$______(inciso II, art. 600 e art. 601/CPC).

    PROCEDIMENTO APÓS DECISÃO FINAL NO PROCESSO DE CONHECIMENTO

    Em toda e qualquer fase do processo, o requerimento de juntada de procuração ousubstabelecimento deverá ser prontamente analisado. Deve-se proceder à anotação e aocadastramento do procurador na forma do requerimento contido na inicial, defesa e outraspetições.

    MODELO DE DESPACHO QUANDO HOUVER REQUERIMENTO DE ALTERAÇÃODE NOME DE PROCURADOR OU ENDEREÇO

    Anote-se e cadastre-se conforme requerido.

    EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

     Após a prolação da sentença, inicia-se o prazo de 5 dias para oposição de embargosde declaração. O prazo para os entes públicos oporem embargos de declaração é em

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    dobro, nos termos do inciso III, art. 1º/Decreto-lei nº 779/1969 e da OJ 192/SDI-I/TST, queassim dispõe: “EMBARGOS DECLARATÓRIOS. PRAZO EM DOBRO. PESSOA JURÍDICADE DIREITO PÚBLICO. DECRETO-LEI Nº 779/1969. É em dobro o prazo para a interposiçãode embargos declaratórios por Pessoa Jurídica de Direito Público.”

    Proferir o seguinte despacho:

    Registre-se a oposição dos Embargos de Declaração.Venham-me os autos conclusos para julgamento.

    OBSERVAÇÃO: A redação original da OJ nº 142/SDI-I/TST reputava nulo o julgamentode ED sem a prévia vista à parte contrária na hipótese de ser conferido efeito modificativo àsentença. Com a inserção do item II à referida OJ, vê-se que as sentenças foram excluídas dorol de decisões passíveis de nulidade, por acolherem embargos de declaração com efeitomodificativo sem que seja concedida oportunidade de manifestação prévia à parte contrária.Essa exclusão decorre do efeito devolutivo amplo conferido ao recurso ordinário.

    RECURSO ORDINÁRIO

     Após a prolação da sentença, caso não sejam opostos embargos de declaração, oucaso opostos, a partir da publicação do julgamento dos referidos embargos, inicia-se o prazode 8 dias para interposição do recurso ordinário. Caso sejam parte os entes públicosdiscriminados no Decreto-lei nº 779/1969, o prazo é contado em dobro, sendo de 16 dias.Ressalva-se que o prazo de 16 dias não se aplica para fins de contrarrazoar recurso,mas tão somente para interpor recurso.

     A tempestividade é um dos pressupostos de admissibilidade do recurso.

    Em caso de interposição de recurso, observar os pressupostos objetivos e subjetivos,sendo os seguintes:

    - LEGITIMIDADE - possui legitimidade para recorrer, em princípio, quem é parte narelação jurídica processual. O preposto não pode recorrer porque não é parte, massimples representante do preponente. Sua atuação, em juízo, limita-se à audiência enela se exaure (art. 843, caput  e § 1o/CLT);

    - CAPACIDADE - ao longo do procedimento, pode ocorrer que a parte capaz se torneincapaz, como, por exemplo, no caso de deficiência mental adquirida no curso doprocesso ou de grave enfermidade (art. 3o, II/CCB);

    - INTERESSE - só tem interesse recursal aquele para quem a decisão criou estado

    desfavorável, relativamente a qualquer pretensão deduzida em juízo; do contrário,ele não terá interesse em recorrer;

    - RECORRIBILIDADE DO ATO - observar se o recurso é cabível, sob pena de denegar-lhe seguimento, ao fundamento de ser incabível;

    - ADEQUAÇÃO - para cada espécie de pronunciamento jurisdicional a lei prevê recursopróprio, específico, ou seja, adequado. Deve-se atentar para o princípio da fungibilidaderecursal (ou da conversibilidade), pelo qual o juiz pode conhecer de um recurso por outro, desde que não haja erro grosseiro e os pressupostos de admissibilidade dorecurso cabível sejam observados;

    - TEMPESTIVIDADE - os recursos devem ser interpostos dentro do prazo fixado por lei;

    - REPRESENTAÇÃO - o advogado subscritor do recurso deverá estar regularmenteinvestido de mandato judicial, sendo a procuração o instrumento hábil para tanto;poderá também ser caracterizado o mandato tácito, sempre que o advogado quesubscreveu a peça recursal houver comparecido à audiência junto com a parte;

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    - DEPÓSITO RECURSAL - qualquer recurso, inclusive o extraordinário, somente seráadmitido mediante o prévio depósito do valor da condenação (art. 899, § 1º/CLT). Oart. 7º/Lei nº 5.584/1970, determina que a comprovação do depósito deverá ser feitadentro do prazo para o recurso. Não havendo condenação em pecúnia, é evidenteque o depósito será inexigível. Estão dispensados do depósito recursal os entespúblicos (art. 1o, IV/ Decreto-lei nº 779/1969, bem como a massa falida (Súmula nº86/TST), herança jacente e outros - Ver Instrução Normativa nº 03/1993/TST(atualizada pela Instrução Normativa nº 168/2010/TST).Essa dispensa não se aplica à empresa em liquidação extrajudicial, situaçãoexpressamente prevista na Súmula nº 86/TST. Entendemos também que não sebeneficia da dispensa a  empresa em recuperação judicial, que não foiexpressamente beneficiada no texto da súmula, tratando-se de situação jurídica distintada massa falida.

    - CUSTAS - O depósito das custas processuais deve ser comprovado nos autos dentrodo prazo recursal, sob pena de não conhecimento do recurso, por deserção (art. 789,§ 1º/CLT). O recolhimento deve ser efetuado exclusivamente mediante Guia deRecolhimento da União - GRU, nos termos previstos no art. 1º do Ato Conjunto nº 21do TST/CSJT/GP/SG, de 07.12.2010, constituindo ônus da parte comprová-lo.

    - ALÇADA - As ações de exclusiva alçada das Varas do Trabalho são as de valor inferior ao dobro do salário mínimo legal e não permitem qualquer recurso, salvo sehouver violação à Constituição Federal (Lei 5.584/70, art. 2o, §§ 3o e 4o, com redaçãoda Lei nº 7.402/1985). A alçada é fixada pelo valor dado à causa na data do ajuizamentoda ação, desde que não impugnado, sendo inalterável no curso do processo (Súmulanº 71/TST).

    AGRAVO DE INSTRUMENTO

     A não comprovação do depósito recursal gera o não conhecimento do apelo por falta depreparo. A parte cujo recurso foi denegado tem como meio de impugnação da referida decisão

    o AGRAVO DE INSTRUMENTO, que tem finalidade específica, devendo sempre ser encaminhado ao Tribunal, para apreciação, nos termos do art. 524/CPC.

    O agravo de instrumento é dirigido diretamente ao Tribunal, para tentar fazer subir umrecurso cujo seguimento foi denegado pelo juízo recorrido (alínea “b” do art. 897/CLT). Anote-se, ainda, que a Lei nº 12.275/2010, de 29/06/2010, em vigor a partir de 13/08/2010, alterandoa redação do inciso I, § 5º, do art. 897/CLT, estabelece a exigência de depósito recursalpara admissibilidade do Agravo de Instrumento.

     A mencionada lei ainda incluiu o § 7º ao art. 899/CLT, estabelecendo que o depósito recursaldeverá corresponder a 50% (cinquenta por cento) do valor do depósito do recurso ao qual sepretende destrancar. O procedimento encontra-se disciplinado na letra “a” do item II, da InstruçãoNormativa nº 03/1993/TST, alterada pela Instrução Normativa nº 168/2010/TST, de 13/08/2010.

    JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE

    Todos os pressupostos recursais - subjetivos e objetivos - submetem-se ao crivo do juízo de admissibilidade. O juízo de admissibilidade é feito, inicialmente, pelo juízo “a quo”,prolator da decisão impugnada, e, em um segundo momento, pelo juízo “ad quem”, que é ocompetente para apreciar o apelo interposto. Conhecer de um apelo significa reconhecer apresença dos pressupostos subjetivos e objetivos; dar-lhe (ou negar-lhe) provimento é coisadiversa, revelando o exame do mérito recursal. Entretanto, é aconselhável que, antes de ser feito o juízo de admissibilidade, seja dada vista do recurso à parte contrária.

     Apresentado o apelo, deverá ser proferido o seguinte despacho:

    Registre-se a interposição do Recurso Ordinário pelo(a) reclamante/reclamado(a).Vista à parte contrária, pelo prazo legal.Intime-se.

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    Manual de Despachos e Orientações para a Secretaria de Vara do Trabalho

    Caso tenha havido o recolhimento das custas, acrescer ao despacho acima o seguinte:

    Registre-se o recolhimento das custas, para fins estatísticos.

    OBSERVAÇÃO: Entende-se como parte ativa e passiva o(s) reclamante(s) e o(s)reclamado(s) respectivamente, ou seja, parte ativa significa um, dois, três ou mais reclamantes/autores e, da mesma forma, parte passiva significa um, dois, três ou mais reclamados/réus.

    Fica anotado que a desistência da ação, no processo de conhecimento trabalhista, sóserá eficaz se - decorrido o prazo para a resposta - a ela anuir o réu (art. 267, § 4o/CPC). Nafase recursal, no entanto, o recorrente pode desistir do recurso sem o assentimento da partecontrária ou dos litisconsortes, pois, nesse caso, há norma legal expressa (art. 501/CPC).

    O recurso adesivo segue a mesma sorte do principal, ou seja, caso o recorrente principaldesista do seu recurso, o recurso adesivo não terá prosseguimento, conforme art. 500/CPC.Parece-nos que o prazo para interposição do recurso adesivo, em se tratando de órgãopúblico, é de 8 dias. Note-se que o prazo em dobro para recorrer lhe foi assegurado quandoda prolação da decisão, com decurso sem a prática do ato. Esse raciocínio encontra amparono art. 900/CLT, segundo o qual o prazo para o recorrido ofertar suas razões é igual àqueleconcedido ao recorrente. E na hipótese de manejo de recurso pelo reclamante, o órgão públicoserá intimado para contrarrazoá-lo, podendo, no mesmo prazo, interpor o recurso adesivo.

    O prazo para recorrer ou contrarrazoar recurso é único e comum para ambas as partes,quer estejam no polo ativo ou passivo. Desse modo, por exemplo, o prazo para contrarrazoar recurso do reclamante é único e comum para os reclamados, ainda que haja litisconsórcio,com procuradores distintos, por aplicação dos arts. 900 e 901, parágrafo único/CLT.

     Assim, é inaplicável ao processo trabalhista o art. 191/CPC, em respeito ao princípio daceleridade processual. Ver também o art. 6o/Lei 5.584/1970. Nesse sentido, o teor da Orientação

    Jurisprudencial nº 310 da SDI-I/TST:

    LITISCONSORTES. PROCURADORES DISTINTOS. PRAZO EM DOBRO. ART. 191DO CPC. INAPLICÁVEL AO PROCESSO DO TRABALHO. (DJ 11.08.2003) -  A regracontida no art. 191 do CPC é inaplicável ao processo do trabalho, em face da suaincompatibilidade com o princípio da celeridade inerente ao processo trabalhista.

    MODELO DE DESPACHO QUANDO HOUVER MAIS DE UMA RECLAMADA PARACONTRARRAZOAR RECURSO:

    Intimem-se os(as) reclamados(as) para, no prazo legal, comum, na Secretaria da Vara,

    contrarrazoarem o recurso (arts. 900 e 901, parágrafo único/CLT e OJ 310/SDI-I/TST).

    Veja-se exemplo de uma hipótese em que o(a) reclamado(a) insistiu no requerimento,sob o argumento de que havia litisconsórcio com procuradores distintos:

    Decorrido o prazo comum concedido às f. ___, defiro a vista requerida, sendo quea apreciação das contrarrazões, acaso apresentadas fora do prazo comum, ficaráa cargo da d. instância recursal.Intime-se.

    Ou

    Indefiro o pedido de vista, ante os termos dos arts. 900, 901, parágrafo únicop/CLTe da OJ nº 310/SDI-I/TST.Subam os autos ao TRT. Intime-se.

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    Manual de Despachos e Orientações para a Secretaria de Vara do Trabalho

    O art. 162, § 4o/CPC determina a prática de atos ordinatórios de ofício pelo servidor,razão pela qual poderá ser concedida vista do recurso à parte contrária como ato ordinatório,ficando o recebimento do recurso condicionado à decisão posterior do Juiz. A decisãointerlocutória de admissibilidade do recurso deverá ser elaborada nos termos seguintes:

    Recebo o recurso ordinário interposto pelo(a) reclamado(a), porque tempestivo,garantido pelo depósito recursal (f. ___) e pagamento das custas (f. ___), contandocom regular representação processual (f. ___), e por estarem presentes ospressupostos intrínsecos de admissibilidade da medida.Ao Eg. TRT.

    OBSERVAÇÃO: O art. 18, inciso I, da Consolidação dos Provimentos da CGJT determinapronunciamento explícito do Juízo acerca da admissibilidade dos recursos ordinários e agravosde petição interpostos.

    O mandato tácito também se inclui dentro da regular representação processualidentificada no despacho. A critério do juiz pode ser explicitada essa circunstância.

    DECLARAÇÃO DE POBREZA

    A Orientação Jurisprudencial nº 269, da SDI-I/TST estabelece: “O benefício da justiçagratuita pode ser requerido em qualquer tempo ou grau de jurisdição, desde que, na faserecursal, seja o requerimento formulado no prazo alusivo ao recurso”.

    Quando o(a) reclamante formular pedido de justiça gratuita no próprio recursoordinário ou em petição separada, mas dentro do prazo recursal, proferir a seguinte decisãointerlocutória:

    Defiro ao(à) reclamante os benefícios da justiça gratuita. Recebo o recurso, porquetempestivo, regular a representação processual (f. ___) e por estarem presentes

    os pressupostos intrínsecos de admissibilidade.Ao Eg. TRT.

    Não observados os pressupostos recursais, após o prazo de contrarrazões, seguemabaixo os seguintes modelos de decisão interlocutória:

    Nego seguimento ao recurso de f. ___, uma vez que, cientificado(a) o(a) recorrenteda decisão no dia _____, o prazo recursal se escoou no dia ____; portanto,intempestivo se apresenta o apelo.Intime-se.

    Nego seguimento ao recurso de f. ____ porque deserto, uma vez que inexistentenos autos a comprovação do pagamento das custas processuais, conforme exigênciado art. 789, § 1º/CLT e art. 1º do Ato Conjunto nº 21 do TST/CSJT/GP/SG, de 07.12.2010.Intime-se.

    Nego seguimento ao recurso de f. ____ porque deserto, uma  vez que o recorrentenão efetuou o pagamento das custas processuais, mediante Guia de Recolhimentoda União – GRU, nos termos previstos no art. 1º do Ato Conjunto nº 21 do TST/CSJT/GP/SG, de 07.12.2010.Intime-se.

    Nego seguimento ao recurso de f. ___por falta de preparo, uma vez que não veioaos autos a comprovação do depósito recursal, conforme exigência do art. 899, §1o /CLT c/c art. 7º /Lei nº 5.584/1970.Intime-se.

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    Nego seguimento ao recurso de f. ___por falta de preparo, uma vez que o recorrentenão efetuou o recolhimento do depósito recursal mediante guia GFIP, conformeexigência do art. 899, § 1o /CLT c/c art. 7º/Lei nº 5.584/1970 e previsão da Súmula nº426/TST, notando-se que a hipótese versa sobre relação de trabalho submetida aoregime do FGTS.Intime-se.

    OBSERVAÇÃO: Não é exigível o recolhimento do depósito recursal em guia GFIPquando se tratar de relação de trabalho não submetida ao regime do FGTS, conformeprevisto na Súmula nº 426/TST.

    Nego seguimento ao recurso ordinário interposto pelo(a) reclamado(a), ante adeserção por ausência de preparo.Não há embasamento legal para deferir os benefícios da justiça gratuita às pessoas jurídicas de direito privado, que, como ente coletivo, têm presumida a capacidadede arcar com os ônus do processo. Inteligência do art. 14/Lei nº 5.584/1970, §§ 1ºe 2º, art. 790, § 3º/CLT e art. 4º, caput/ Lei nº 1.060/1950.Ainda que se entendesse de modo contrário, os benefícios da gratuidade da justiçanão isentam a parte da obrigação de efetuar o depósito recursal, porquanto afinalidade jurídica deste é a garantia do juízo, sendo pressuposto extrínseco deadmissibilidade do recurso, ônus do qual a empresa deve se desincumbir quandoda interposição do apelo, como prevê o art. 899/CLT.Intime-se o(a) reclamado(a).Após o prazo legal, conclusos.

    OBSERVAÇÃO: Anote-se que o STJ editou a Súmula nº 481, que assim dispõe: “Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais.”  Há julgados na Justiça doTrabalho aplicando essa súmula e deferindo justiça gratuita a pessoas jurídicas , e

    inúmeros outros negando sua aplicação, por incompatível com os princípios trabalhistas.

    Nego seguimento ao recurso de f. ___, por ser este processo de exclusiva alçadado juízo de 1º grau e não versar sobre matéria constitucional.Intime-se.

    Nego seguimento ao recurso de f. ___, pois o(a) recorrente não possui legitimidadepara recorrer.Intime-se o(a) recorrente.

    Nego seguimento ao recurso de f. ___ por faltar ao(à) recorrente interesse recursal,

     já que nenhuma situação desfavorável lhe foi criada com a decisão proferida.Intime-se.

    De acordo com o art. 499/CPC c/c art. 769/CLT, o vencido poderá interpor recursocontra a sentença que lhe for desfavorável. Porém, no caso sub judice, este Juízoacolheu a preliminar de inépcia da inicial, extinguindo o processo com base noart. 267, I/CPC, conforme requerido pelo(a) reclamado(a), atendido(a) integralmenteem sua pretensão. Logo, não tem interesse recursal. Nego seguimento ao recursode f. ___.Intime-se o(a) reclamado(a).

    Registre-se que para alguns processualistas, o recurso deve ser conhecido, pois oacolhimento de preliminar implica resolução do processo sem extinção do mérito. O apelopode versar sobre prejudiciais de mérito ou mérito propriamente dito, em busca de coisa julgada material e extinção do processo com resolução do mérito. Por essa razão, haverá

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    interesse recursal, já que existe a possibilidade de alteração substancial da decisão recorrida.Dentro dessa linha de entendimento, o recurso deverá ser conhecido e remetido ao Tribunalpara sua apreciação.

    Nego seguimento ao recurso de f. ___, por não ser adequado à espécie.Intime-se.

    Nego seguimento ao recurso de f. ___, por apócrifo.Intime-se.

    Em caso de recurso apresentado por advogado sem procuração nos autos, não deveser ele conhecido. É que o primeiro juízo de admissibilidade já é efetuado na fase recursal.Nesse sentido, o item I da Súmula nº 383/TST

    MANDATO. ARTS. 13 E 37 DO CPC. FASE RECURSAL. INAPLICABILIDADE - Res.129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005I - É inadmissível, em instância recursal, o oferecimento tardio de procuração, nos termosdo art. 37 do CPC, ainda que mediante protesto por posterior juntada, já que a interposiçãode recurso não pode ser reputada ato urgente. (ex-OJ nº 311 da SBDI-1 - DJ 11.08.2003)II - Inadmissível na fase recursal a regularização da representação processual, na formado art. 13 do CPC, cuja aplicação se restringe ao Juízo de 1º grau. (ex-OJ nº 149 daSBDI-1 - inserida em 27.11.1998)

    Nessa hipótese, deve-se proferir o seguinte despacho:

    Nego seguimento ao recurso, uma vez subscrito por advogado(a) que não contacom instrumento de procuração nos autos, não se cogitando de mandato tácito(item I da Súmula nº 383/TST).Intime-se o(a) recorrente.

    RECURSO ADESIVO - NEGATIVA DE SEGUIMENTO DO RECURSO PRINCIPAL –CONSEQUÊNCIAS.

     A Súmula nº 283/TST dispõe sobre o recurso adesivo:

    RECURSO ADESIVO. PERTINÊNCIA NO PROCESSO DO TRABALHO.CORRELAÇÃO DE MATÉRIAS (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 - Orecurso adesivo é compatível com o processo do trabalho e cabe, no prazo de 8 (oito)dias, nas hipóteses de interposição de recurso ordinário, de agravo de petição, de revistae de embargos, sendo desnecessário que a matéria nele veiculada esteja relacionada

    com a do recurso interposto pela parte contrária.

    Negado seguimento ao recurso principal, o despacho é o seguinte:

    Nego seguimento ao recurso ordinário, por ausência de preparo. Por consequência,fica prejudicado o recurso adesivo da parte contrária, já que este segue a sorte doprincipal (art. 500, III/CPC).Intimem-se as partes.

     A parte cujo recurso foi denegado tem como meio de impugnação da referida decisão orecurso de AGRAVO DE INSTRUMENTO, que tem finalidade específica, devendo sempre ser 

    encaminhado ao Tribunal para apreciação, nos termos do art. 524/CPC. Note-se que o agravode instrumento é dirigido diretamente ao Tribunal, para tentar fazer subir um recurso cujoseguimento foi denegado pelo juízo recorrido (alínea “b” do art. 897/CLT). Anote-se, ainda,que a Lei nº 12275/2010, em vigor a partir de 13/08/2010, alterando a redação do inciso I, § 5º,

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    art. 897/CLT, estabelece a exigência de depósito recursal para admissibilidade do Agravo deInstrumento. A mencionada lei ainda incluiu o § 7º ao art. 899/CLT, estabelecendo que odepósito recursal deverá corresponder a 50% (cinquenta por cento) do valor do depósito dorecurso ao qual se pretende destrancar. O procedimento encontra-se disciplinado na InstruçãoNormativa nº 03/1993/TST, atualizada pela Instrução Normativa nº 168/TST, de 13/08/2010.

    CONTRARRAZÕES OU CONTRAMINUTA INTEMPESTIVA – PROFERIR O SEGUINTEDESPACHO:

    Embora intempestiva a petição, defiro a sua juntada.

    Não se denega seguimento a contrarrazões ou a contraminuta intempestiva, ou eivadade outro vício, por falta de previsão legal. Verificada a hipótese da intempestividade, por exemplo,caberá ao Juízo ad quem apenas não conhecer da contrariedade ao recurso. Por isso, sugere-se que as contrarrazões sejam juntadas aos autos, com ressalva, ou não, da intempestividadeou de outra irregularidade pelo Juízo a quo.

    RECURSO EX OFFICIO 

    MODELO DE DESPACHO QUANDO A DECISÃO NÃO DETERMINOU A SUBIDA DERECURSO EX OFFICIO 

    Considerando que não foi observado o necessário recurso “ex officio”, na formado art. 1o, inciso V, do Decreto-lei nº 779/1969, determino a subida dos autos aoEg. TRT.Intimem-se as partes.

    OBSERVAÇÃO: Na fase de conhecimento, não é obrigatório o recurso ex officioquando a condenação corresponder a montante inferior a 60 salários mínimos , nos

    termos do § 2o do art. 475/CPC, de aplicação subsidiária ao processo do trabalho, e conformeSúmula nº 303, I, “a”/TST.

    Note-se que, na fase de execução, os limites são diferentes para a UNIÃO, ESTADOSe MUNICÍPIOS, não sendo necessário expedir o PRECATÓRIO quando a execução ficadentro dos valores estipulados. Nesse caso, quanto à União, suas autarquias e fundações, olimite é de 60 salários mínimos (SM); quanto aos Estados, suas autarquias e fundações, olimite é de 40 SM (art. 87 do ADCT, inciso I, acrescido pela EC nº 37/2002, Lei nº 15.683/05,de 21/07/2005 e Decreto nº 44.136, de 25/10/2005) e, para os municípios, suas autarquias efundações, 30 SM (art. 87/ADCT, inciso I, acrescido pela EC nº 37/2002), salvo se houver leiestadual ou municipal fixando montante inferior. Assim, a Lei do Estado de Minas Gerais de nº

    20.540/2012 fixou em R$11.815,06 por credor tal limite. Com relação ao Município de BeloHorizonte a Lei nº 9.532/2008 estipulou o valor de R$5.000,00 por credor.

    Nessas hipóteses, a Vara do Trabalho faz a r equisição direta ao Órgão devedor, comprazo de 60 dias para o pagamento, sob pena de sequestro (aplicação analógica do art. 17 daLei 10.259/2001), nos termos da EC nº 37/2002, da Resolução Administrativa nº 149/2001 doTRT/3a Região e da Resolução Administrativa nº 136/2002/TRT/3a Região. – Ver TRT/DGJ/OFÍCIO CIRCULAR/039/2002, de 05.12.2002.

     As RPVs direcionadas ao Estado e à União são intermediadas pela Secretaria deExecuções e Precatórios (SEP) (art. 88/Provimento nº 1/2008/TRT/3ª Região e arts. 68 e 70/

    Ordem de Serviço nº 01/2011/VPADM/TRT/3ª Região). As RPVs relativas aos municípios e respectivas fundações e autarquias são expedidasdiretamente pelas Varas do Trabalho (art. 88/Provimento nº 1/2008/TRT/3ª Região e art. 74/Ordem de Serviço nº 01/2011/VPADM/TRT/3ª Região).

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    RESTAURAÇÃO DE AUTOS: Segundo o art. 1063/CPC, a restauração dos autos consistena sua recomposição quando desaparecem total ou parcialmente suas peças.

    Inicia-se com o pedido de restauração formulado pela parte interessada, geralmenteacompanhado de documentos, incluindo certidão da Secretaria informando sobre odesaparecimento dos autos.

     A providência também poderá ter início mediante promoção do(a) Diretor(a) de Secretariaao(à) Juiz(a), dando conhecimento do fato e certificando o ocorrido:

    CERTIDÃO (OU PROMOÇÃO RELATANDO O OCORRIDO)

    Tendo em vista o extravio dos autos em epígrafe, bem como frustrados os esforçospara sua localização, sugiro a V. Exa. a restauração dos autos, nos termos dosarts. 1063 e seguintes/CPC, com os documentos que acompanham esta promoção,intimando-se as partes para apresentarem cópias das petições, atos e documentosque estiverem em seu poder (art. 1065/CPC).

    Diretor de Secretaria

    Acolho a sugestão. Intimem-se as partes, com cópia da promoção supra, para, em5 dias, manifestarem-se a respeito.

    Havendo petição do(a) reclamante:

    Proceda-se à restauração dos autos. Cite-se o(a) reclamado(a) para contestar opedido, em 5 dias, devendo apresentar as cópias das petições, atos e documentosque estiverem em seu poder.

    Decorrido o prazo:

    Homologo a restauração dos autos. Intimem-se as partes e ... (ex: à DSCJ para aelaboração da conta final etc.).

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    FASE DE EXECUÇÃO

    LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA

     A execução trabalhista é integrada por três fases distintas e sequentes, cujo objetivocomum é realizar o comando decisório contido no título exequendo:

    1 - LIQUIDAÇÃO - é por meio da liquidação de sentença que se determina o valor daexecução, mediante cálculos, artigos ou arbitramento. A liquidação é julgada por sentença,que a encerra, dando início à execução.

    OBSERVAÇÃO: na Justiça do Trabalho, o processo só é incluído na fase de execução,para fins estatísticos, após a homologação da conta e lançamento no sistema informatizadodo início da execução, ou seja, após terminado o procedimento de liquidação de sentença.Nesse aspecto, o processo que está em fase de liquidação de sentença não aparece nasestatísticas processos em fase de execução, mas, sim, como processo em fase de liquidaçãode sentença.

    2 - CONSTRIÇÃO - liquidado o título executivo, será o devedor citado para quitar odébito em 48 horas (CLT, art. 880 “caput”) ou cumprir a obrigação de fazer, não fazer, e/oudar que lhe foi imposta por sentença, ou que foi assumida por acordo. Deixando de cumpri-la, sujeitar-se-á à penhora de bens, tantos quantos bastem ao pagamento da dívida, com osacréscimos legais (CLT, art. 883). No caso da obrigação de fazer, não fazer e/ou dar sujeita-se o devedor  às penalidades previstas no próprio título executivo ou na legislação, sendoque, em algumas hipóteses, a Secretaria da Vara poderá realizar o ato em nome doempregador, quando se trata, por exemplo, de anotação da CTPS. Também a liberação doFGTS poderá ocorrer por alvará, e a expedição da guia do seguro-desemprego (CD/SD)poderá ser substituída por ofício endereçado à Superintendência Regional do Trabalho eEmprego - SRTE, para que pague o benefício, caso o trabalhador preencha os requisitos

    legais.

    3 - EXPROPRIAÇÃO  - julgada subsistente a penhora, os bens já avaliados serãoremetidos à praça ou ao leilão, para serem alienados; esta é a última das fases integrantes daexecução trabalhista, cuja finalidade consiste em expropriar bens do devedor, para que aobrigação seja cumprida (CPC, art. 646) de maneira integral. Para tanto, respondem pelaexecução inclusive os bens futuros do devedor (CPC, art. 591), ressalvadas as exceçõeslegais.

    PARTICULARIDADES E PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DA EXECUÇÃO

    Da igualdade de tratamento das partes – este princípio é extraído do texto constitucional,que assegura a igualdade de todos perante a lei (art. 5 o, “caput”). Não se pode esquecer,entretanto, de que a posição do credor, na execução, é de superioridade, enquanto a dodevedor é de sujeição;

    Da natureza real da execução - significa que os atos executórios atuam sobre os bensdo devedor e não sobre a pessoa física deste (art. 646/CPC). Entende-se como patrimônio,para efeito de execução, o conjunto de bens, corpóreos e incorpóreos, presentes ou futuros,de direitos e de obrigações economicamente apreciáveis;

    Da limitação expropriatória - os atos expropriatórios devem ter como limite o valor da

    dívida, com os acréscimos legais, não podendo a execução servir de pretexto a uma alienaçãototal do patrimônio do devedor, quando parte dos bens for bastante para atender à satisfaçãodo direito do credor. Registre-se que, na hipótese de agrupamento de execuções, o valor dadívida será definido pela soma dos valores de todas as execuções reunidas;

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    Da utilidade para o credor  - razões éticas impedem o credor de fazer uso da execuçãoapenas para causar danos ao devedor; o § 2o do art. 659/CPC dispõe que: “Não se levará aefeito a penhora, quando evidente que o produto da execução dos bens encontrados serátotalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução”;

    Da especificidade - o princípio aplica-se à execução para a entrega de coisa certa, bemcomo para execução das obrigações de fazer e não fazer. Apenas em casos excepcionais épermitida sua substituição pelo equivalente em dinheiro;

    Da responsabilidade pelas despesas processuais - incumbe ao devedor realizar nãoapenas o pagamento dos valores devidos ao credor ou o cumprimento de qualquer obrigaçãoestampada no título executivo, mas, também, das custas, emolumentos, despesas compublicação de editais, honorários periciais etc. (arts. 789 a 790-B/CLT);

    Do não aviltamento do devedor  - a execução não deve afrontar a dignidade humanado devedor, expropriando-lhe bens indispensáveis à sua subsistência e à dos membros desua família; por esse motivo, a lei tornou insusceptíveis de penhora determinados bens (art.649/CPC), que atendem a essa necessidade vital do devedor e também às circunstâncias deordem sentimental, religiosa, profissional e outras; no caso dos bens enumerados no inciso V,art. 649/CPC, a impenhorabilidade é restrita a bens pertencentes ao devedor pessoa física, enão jurídica, já que esta não tem profissão, o que é inerente à primeira;

    Da livre disponibilidade do processo pelo credor   - faculta ao credor desistir daexecução ou de algumas medidas executivas (art. 569/CPC). Nessa hipótese, os embargos àexecução serão extintos quando versarem apenas sobre questões processuais (alínea a,parágrafo único, art. 569/CPC). Nos demais casos, a extinção dependerá da concordância doembargante (alínea b, parágrafo único, art. 569/CPC).

    Execução de ofício - deverá ser promovida ex officio (art. 878 / CLT), mas pode também

    ser solicitada por qualquer interessado;

    Execução provisória - No processo trabalhista, o art. 899/CLT dispõe que “os recursosserão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceçõesprevistas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora.” Ou seja, a execuçãoprovisória deve ser iniciada ex officio.

    Nesse aspecto, é bom ressaltar que os embargos à execução/impugnação à sentençade liquidação, bem como o agravo de petição, devem ser julgados, só não podendo ser praticados atos que importem alienação de domínio. No âmbito do processo civil, é admitida aalienação de domínio quando prestada caução idônea (inciso III do art. 475-O/CPC), ou em

    caso de situação de necessidade do credor, demonstrada nos autos (inciso I, §2º, art. 475-O/CPC). Isso ocorre porque no processo civil, a execução provisória, regra geral, corre por conta e risco do credor, que se obriga a reparar eventuais danos causados ao devedor (art.475-O, I/CPC).

    Registre-se que a aplicação do disposto no art. 475-O/CPC ao processo do trabalho érechaçada pela maioria das Turmas do c. TST, que, no julgamento do E-ED-RR- 34500-47.2007.5.03.0064, assim se posicionou sobre o tema:

    EMBARGOS - ARTIGO 475-O DO CPC - LEVANTAMENTO DO DEPÓSITO RECURSAL- INAPLICABILIDADE AO PROCESSO DO TRABALHO - O procedimento tratado pelo

    artigo 475-O do CPC possui disciplina própria na lei processual trabalhista - artigo 899da CLT -, que limita a execução provisória à penhora. Assim, não há falar, na espécie,em aplicação supletiva da norma processual comum. Precedentes das 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 7ªe 8ª Turmas do TST. (Relatora Ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, Subseção I

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    Especializada em Dissídios Individuais, Processo RR -34500-47.2007.5.03.0064,publicado em 01.07.2011).

    Em execução provisória, não deve ser efetuada penhora via BACENJUD quando oexecutado nomear bens à penhora (vide item III da Súmula 417/TST). Caso o executado nãofaça essa nomeação, o referido item III da Súmula 417/TST, interpretado a contrario sensu,consagra entendimento no sentido de que tal providência não viola direito líquido e certo doexecutado;

    Imodificabilidade da sentença exequenda  - na fase de liquidação, não se poderámodificar, ou inovar a sentença exequenda (liquidanda), nem discutir matéria concernente àcausa principal (art. 879/CLT). As razões da imodificabilidade da sentença liquidanda, ou doveto à nova discussão da lide, encontram o seu fundamento no imperativo constitucional dorespeito à coisa julgada (art. 5o, XXXVI/CF);

    Direito de prelação (preferência) do credor  - a execução se realiza no interesse docredor, que adquire, pela penhora, o direito de preferência sobre os bens apreendidos. Aprioridade da penhora atribui ao credor um direito real erga omnes. No processo civil, sendo odevedor insolvente, a sentença declaratória desse estado produzirá, dentre outros efeitos, aexecução mediante concurso universal de credores (art. 751, III/CPC);

    Especificação, pelo credor, da espécie de execução - um dos deveres do credor é ode indicar a modalidade de execução de sua preferência, sempre que por mais de um modoela puder ser processada (art. 615, I/CPC);

    A penhora só pode incidir sobre bens penhoráveis ou alienáveis  - o devedor responde, perante a execução, com a totalidade dos seus bens, corpóreos ou incorpóreos,presentes ou futuros, ressalvadas as restrições mencionadas na lei (art. 591/CPC);

    Necessidade de intimação do cônjuge – incidindo a penhora sobre bem imóvel, énecessária a intimação do cônjuge do devedor, sob pena de nulidade da execução (art. 12, §2o/Lei nº 6.830/1980);

    Necessidade de intimação de credor pignoratício, hipotecário, anticrético ouusufrutuário – incidindo a penhora sobre bens gravados por penhor, hipoteca, anticrese ouusufruto, torna-se necessária a intimação dos respectivos credores, sob pena de nulidade daexecução (art. 615, II/CPC);

    Alienação antecipada de bens - a expropriação judicial dos bens penhorados é efetuada,via de regra, após o trânsito em julgado da sentença que julgou os embargos à execução (ou,

    simplesmente, da sentença homologatória da liquidação, nos casos em que o devedor nãooferecer embargos), em praça ou leilão (§§ 1º e 3º e caput do art. 888/CLT), precedida deedital afixado na sede do juízo e publicado no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho (DEJT),com a antecedência de, no mínimo, 20 (vinte) dias.

     A alienação antecipada justifica-se, ainda mais, quando se tem em conta o custo diáriode 0,1% do valor da avaliação por dia de armazenagem, devido ao leiloeiro, nomeado depositáriodo bem (parágrafo único, art. 6º/Provimento nº 4/2007/TRT/3ª Região). Nessa hipótese, referidacomissão consumirá parte razoável do valor do bem, que será alienado pelo valor de mercado,muitas vezes inferior a 50% da avaliação. Ou seja, a venda antecipada de bens (inciso I, art.670/CPC c/c art. 878/CLT) representa benefício ao devedor, livrando-o da depreciação do seupatrimônio e decorrente perda de capacidade para o pagamento da dívida.

    Os casos de alienação antecipada (bens facilmente deterioráveis, avariados, que exigemgrandes despesas para sua guarda e conservação, semoventes etc.) estão enumerados peloart. 1.113/CPC. Sobre esse tema foi aprovado o Enunciado nº 33 na Jornada Nacional sobreExecução na Justiça do Trabalho/2010, nos seguintes termos:

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    VENDA ANTECIPADA DE BENS. No intuito de promover a efetividade da execução, aalienação antecipada de bens é um instrumento que o direito positivo oferece, evitandoa depreciação econômica do bem penhorado, estimulando a solução da execuçãomediante conciliação entre as partes e contribuindo para uma nova cultura de efetividadedas decisões judiciais.

    Alienação por iniciativa particular   - prevista pelo art. 685-C/CPC, a medida temaplicação no âmbito da Justiça do Trabalho. Não realizada a adjudicação, o exequente poderárequerer que os bens sejam alienados por sua própria iniciativa ou por meio de corretor credenciado perante o Tribunal. Nesse caso, o juiz fixará prazo para que seja efetivada, fixandoo preço mínimo, as condições de pagamento e as garantias, bem como a comissão decorretagem, se for o caso. A formalização da alienação será efetuada por termo nos autos,assinado pelo juiz, exequente e adquirente, bem como pelo executado, acaso presente. Seráexpedida carta de alienação do imóvel para o registro imobiliário. Tratando-se de bem móvel,será expedido apenas o mandado de entrega do bem ao adquirente.

    No âmbito do TRT/3ª Região, a matéria está disciplinada pelo Provimento nº 2, de02.08.2012, segundo o qual “Diante da ausência de iniciativa do exequente, a medida deveráser tomada pelo Juízo da execução, antes da realização de hasta pública” (vide parágrafoúnico, art. 1º do Provimento nº 2/2012);

    O juízo da execução é sempre de primeiro grau - no processo do trabalho, a execuçãoé processada pelas Varas do Trabalho, ainda que a decisão tenha sido proferida pelo TribunalRegional do Trabalho;

    Da não prejudicialidade para o devedor  - art. 620/CPC - quando o credor puder, por diversos meios, promover a execução, o juiz determinará que se faça pelo modo menos gravosoao devedor, respeitado sempre o interesse do credor, por ser seu crédito de natureza alimentar;nas execuções definitivas, a penhora via BACENJUD deve ser utilizada com prioridade sobreoutras formas de constrição, segundo orientação do próprio TST, constante do art. 85 da

    Consolidação dos Provimentos da CGJT.

    Referido preceito não se aplica de forma absoluta ao processo do trabalho, o mesmoocorrendo relativamente às restrições do art. 649/CPC, que devem ser analisados com bastantecuidado pelo magistrado, no que diz respeito à compatibilidade exigida pelo art. 769/CLT.

    Há diversos julgados sustentando a inaplicabilidade do referido princípio ao direito dotrabalho, exatamente por versar a execução sobre verbas de natureza alimentar, cabendo aodevedor o pagamento do débito ou indicação de bens à penhora (art. 880/CLT), sob pena deexecução, oportunidade em que o magistrado deverá priorizar a satisfação do crédito dotrabalhador, mediante constrição de bens no patrimônio do devedor, respeitadas tão somente

    as hipóteses de impenhorabilidade (imóvel residencial e outros).

    Dr. Márcio Flávio Salem Vidigal, sustentou em palestra realizada em Diamantina/MG, nodia 18.10.2013, a inaplicabilidade desse preceito legal ao processo do trabalho, afirmandoque o art. 620/CPC aplica-se a relações de direito civil, em que a parte débil é o devedor. Nodireito do trabalho, a parte débil é o trabalhador (credor), em cujo proveito a execução deveser processada. O devedor tem a possibilidade de indicar o bem a ser oferecido em garantia(art. 884/CPC). Não o fazendo, devolve-se ao Juiz do Trabalho a obrigação legal de penhorar-lhe tantos bens quantos sejam necessários à satisfação da execução.

    Quanto à impenhorabilidade do salário, pensão e aposentadoria, bem como de contas

    de poupança, tem-se a OJ 153, SBDI II/TST:

    MANDADO DE SEGURANÇA. EXECUÇÃO. ORDEM DE PENHORA SOBRE VALORESEXISTENTES EM CONTA SALÁRIO. art. 649, IV, do CPC. ILEGALIDADE. (DEJT

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    divulgado em 03, 04 e 05.12.2008) Ofende direito líquido e certo decisão quedetermina o bloqueio de numerário existente em conta salário, para satisfação decrédito trabalhista, ainda que seja limitado a determinado percentual dos valoresrecebidos ou a valor revertido para fundo de aplicação ou poupança, visto que oart. 649, IV, do CPC contém norma imperativa que não admite interpretaçãoampliativa, sendo a exceção prevista no art. 649, § 2º, do CPC espécie e não gênerode crédito de natureza alimentícia, não englobando o crédito trabalhista.

    No mesmo sentido a OJ nº 8/TRT/3ª Região:

    MANDADO DE SEGURANÇA. BLOQUEIO DE CONTA BANCÁRIA. VALORESRESULTANTES DE SALÁRIO OU BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. Fere direito líquidoe certo da pessoa física impetrante a determinação de penhora ou bloqueio devalores existentes em sua conta bancária, quando resultantes de salário oubenefício previdenciário, por lei considerados absolutamente impenhoráveis (incisoIV do art. 649 do CPC). (Disponibilização/divulgação: DEJT/TRT3 27/06/2012, 28/06/2012 e 29/06/2012)

    Sobre o tema, propondo avanço em prol da efetividade da sentença trabalhista,privilegiando o crédito alimentar do trabalhador, há os Enunciados nº 23 e nº 29 da JornadaNacional sobre Execução na Justiça do Trabalho/2010:

    23. EXECUÇÃO. PENHORA DE CADERNETA DE POUPANÇA. INCOMPATIBILIDADEDO ART. 649, INCISO X, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL (CPC) COM OSPRINCÍPIOS DO DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO. I - A regra prevista no art.649, X, do CPC, que declara impenhorável a quantia depositada em caderneta depoupança até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, é incompatível com o direito eo Processo do Trabalho. II - A incompatibilidade com os princípios do direito e do Processodo Trabalho é manifesta, pois confere uma dupla e injustificável proteção ao devedor,

    em prejuízo ao credor, no caso e em regra, o trabalhador hipossuficiente. A proteçãofinda por blindar o salário e o seu excedente que não foi necessário para a subsistênciae se transformou em poupança. Há, na hipótese, manifesta inobservância do privilégiolegal conferido ao crédito trabalhista e da proteção do trabalhador hipossuficiente.

    29. PENHORA DE SALÁRIO, PENSÃO E APOSENTADORIA. POSSIBILIDADE EMEXECUÇÃO TRABALHISTA. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 1º, § 1º, DA LEI Nº10.820/2003; ART. 3º, INCISO I, DO DECRETO Nº 4.840/2003; ART. 115, INCISO VI,DA LEI 8.213/1991; E ART. 154, INCISO VI, DO DECRETO Nº 3.048/99. SUPREMACIADO CRÉDITO TRABALHISTA. ART. 100, § 1º-A, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL EART. 186 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL (CTN). É lícita, excepcionalmente, a

    penhora de até 30% dos rendimentos decorrentes do trabalho, pensão e aposentadoria,discriminados no inciso IV do art. 649 do Código de Processo Civil (CPC), por expressaprevisão no § 2º do art. 649 do CPC, desde que comprovado o esgotamento de todos osmeios disponíveis de localização dos bens do deve