novo lar para idosos | maria marta miranda | tcc1
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Novo Larpara idosos
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Novo Larpara idosos
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RESUMO
A habitao, tal como temos hoje, fruto de modicaes construtivas de importncia inestimvel. Os espaos, que
foram se ajustando s necessidades de seus ocupantes, ofereceram aos que cederam a eles sua ateno, a oportunidade mpar de
transformao e acondicionamento evolutiva forma de viver. Desde as cavernas, habitculo rudimentar e natural do homem
pr-histrico, as paredes sempre traduziram mais que apenas abrigo das intempries ou dos perigos cotidianos: tornou-se o
aconchego para o m do dia cansativo de labor. Diacronicamente, esse trabalho se deu a expor como as moradias para idosos
passaram pelo tempo e foram modicadas por ele. Ainda, se deu a aguar a viso e exprimir o foco sobre a fase da vida em que o
lar, nem sempre, signica estar entre parentes. A velhice, futuro daqueles que conseguirem vencer a vida, pode ser agradvel ou
desagradvel mediante ateno e cuidado com que parentes, sociedade e governantes tratem esse assunto to ausente das pautas.
A condio natural do ser envelhecer, mas sob que condio isso pode acontecer que nos faz conceber esse estudo. Se no
existe alternativa velhice, preciso que se imagine os ltimos dias envoltos em dignidade e bem estar. Aos que tanto
contriburam para que os nossos dias fossem melhores valeria o esforo de conceber espaos que atendessem condio humana
de dignidade, lazer, sade e bem estar. objetivo desse estudo propiciar a, pelo menos uma casa que abriga permanentemente
idosos, a ressignicao dos espaos que a teoria indica como motivadora de um novo olhar daqueles que vivem a terceira idade.
Os vrios captulos por que foi dividido esse trabalho apresentaro de forma clara e concisa a histria do envelhecimento, os
cenrios das casas de abrigo a idosos no mundo, no Brasil e na Regio Metropolitana do Vale do Ao. A concluso validar as
constataes das observaes e oferecer alternativa de reestabelecimento do conceito de Instituio de Longa Permanncia para
Idosos (ILPI), bem como o modo como as famlias, sociedade e governos veem essas instituies que oferecem esse servio, seja
pelo poder pblico, por lantropia ou por opo comercial.
Palavras-chave: VELHICE; MORADIA; BEM ESTAR; DIGNIDADE; ABRIGO; IDOSOS; RESSIGNIFICAO.
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1- INTRODUO
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INTRODUO
Este trabalho de concluso de curso visa discusso e concepo de uma proposta de espao para acolhimento ao idoso,
seja ela de longa ou temporria permanncia, que possibilite um elo afetivo e de pertencimento entre as pessoas e o lugar. Isto
signica que o indivduo precisa se sentir como pertencente ao lugar e ao mesmo tempo sentir que esse lugar o pertence e assim,
acreditar que pode e vale a pena interferir na rotina e nos rumos desse lugar como autor da ao.
Sero confrontados os modelos de unidades de acolhimento ao idoso existentes na Regio do Vale do Ao, como previsto
na legislao brasileira por meio da lei de n 10.741, de 1 de outubro de 2003, que dispe sobre o Estatuto do Idoso.
Art. 2 - O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes pessoa humana, sem prejuzo da
proteo integral de que trata esta Lei, assegurando-se lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e
facilidades, para preservao de sua sade fsica e mental e seu aperfeioamento moral, intelectual, espiritual e
social, em condies de liberdade e dignidade.
O artigo 3 dene a priorizao do atendimento aos idosos pela prpria famlia, negando-se o atendimento asilar, exceto dos que no
a possuem ou caream de condies de manuteno da prpria sobrevivncia, de forma a assegurar os direitos fundamentais para
atendimento s suas principais necessidades.
Art. 3 - obrigao da famlia, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Pblico assegurar ao
idoso, com absoluta prioridade, a efetivao dos direitos referentes vida, sade, alimentao, educao,
cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, cidadania, liberdade, dignidade, ao respeito e convivncia familiar e
comunitria.
Pargrafo nico. A garantia de prioridade compreende:
V priorizao do atendimento do idoso por sua prpria famlia, em detrimento do atendimento asilar,
exceto dos que no a possuam ou caream de condies de manuteno da prpria sobrevivncia. (ESTATUTO
DO IDOSO, 2003, p.1 e 2).
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INTRODUO
Tambm aqui, a casa evidenciada como o refgio do ser humano. ela a ncora onde o indivduo
revigora suas foras e fortalece a sensao agradvel do lar.
Para Mincache (2010), no Caderno Temtico Kairs Gerontologia, (...) a casa o nosso canto no
mundo.
A citao traz o entendimento da casa como o centro de referncia do indivduo, desde seu nascimento
at sua morte, por meio de lembranas que cam gravadas na memria e no inconsciente e que o acompanham
ao longo de sua vida.
J o lar aparece como a vivncia familiar dentro da casa, resultante do clima espiritual que ecoa nos
ambientes concretos da moradia.
O lar uma condio complexa que integra memrias, imagens, passado e presente,
sendo um complexo de ritos pessoais e rotinas quotidianas que constitui o reexo de seus
habitantes, a includos seus sonhos, esperanas e dramas. (MIGUEL, 2002).
Discutir e propor alternativas relacionadas moradia para o idoso ento necessrio e urgente,
considerando-se que, o envelhecimento da populao traz em seus princpios, a reduo da mobilidade, da
agilidade, da fora ssea e dos reexos. Cabe ao arquiteto, muito alm de suprir as necessidades fsicas, oferecer
um acolhimento por meio de recursos arquitetnicos, que permitam a experimentao do espao atravs dos
sentidos, estimulando uma identicao e interao mais prxima com o ambiente e o convvio social interno e
externo, estes podendo produzir no idoso o entendimento da instituio como seu lar.
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INTRODUO
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2- OBJETIVOS
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OBJETIVOS
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3- JUSTIFICATIVA
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JUSTIFICATIVA
A necessidade de repensar o desenho urbano e os espaos arquitetnicos iminente e de fundamental importncia para o
prossional da Arquitetura e do Urbanismo. Em nvel mundial, a proporo de pessoas com 60 anos ou mais cresce de forma
mais rpida que a populao de outras faixas etrias. Segundo dados do IBGE (2010), estima-se que em 2050 haver dois bilhes
de idosos, 80% deles nos pases em desenvolvimento. A populao de 80 anos ou mais a que mais cresce e poder passar dos
atuais 11% para 19% em 2050.
Trazendo este cenrio para a Regio Metropolitana do Vale do Ao, o que se constata que a populao, a exemplo do que
vem ocorrendo no Brasil, cou mais madura nos ltimos 10 anos e em 2030 poder haver carncia de mo de obra jovem para
suprir a demanda do mercado.
Segundo o ltimo Censo do IBGE, no ano 2000 as cidades de Coronel Fabriciano, Timteo, Ipatinga e Santana do
Paraso tinham 8,91% de pessoas com idade entre 0 a 4 anos; em 2010, o nmero caiu para 6,67%. Na mesma estatstica, as
pessoas com idade entre 50 e 59 anos representavam 6,80% da populao total no ano de 2000 e em 2010 o nmero subiu para
10,90%. Um aumento de 4,10% (IBGE, 2010).
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4- CONTEXTUALIZAO DO TEMA
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CONTEXTUALIZAO DO TEMA
4.1 O ENVELHECIMENTO
4.1.1 NO MUNDO
O envelhecimento da populao mundial um fenmeno novo que vem ocorrendo em vrios pases de forma e ritmo
diferenciados, progredindo mais rapidamente nos pases em desenvolvimento. Em todo o mundo, o que era privilgio de poucos,
no Sculo XXI passou a ser experincia de um nmero cada vez maior de pessoas viver mais. Vive-se mais devido a melhorias
substanciais nas condies de vida e nos avanos da medicina. Um mundo cada vez mais velho fato que no pode ser ignorado,
conforme dados constantes no relatrio Envelhecimento no Sculo XXI, publicado pelo Fundo de Populao das Naes
Unidas (UNFPA 2012):
(...) no mundo todo, a cada segundo 2 pessoas celebram seu sexagsimo aniversrio em um total anual
de quase 58 milhes de aniversrios de 60 anos. Uma em cada 9 pessoas no mundo tem 60 anos de idade ou mais, e
estima-se um crescimento para 1 em cada 5 por volta de 2050.
Se o nmero de idosos cresce mais rpido do que outra faixa etria e os pases em desenvolvimento assumem esta
liderana, ca ento o desao para governantes de estabelecerem polticas pblicas de amparo mais ecientes e adequadas para
acompanhar as mudanas demandas por esse novo segmento. A reportagem publicada no Globo (2011), mostra a preocupao
com o acelerado envelhecimento da populao, que representa conquista da humanidade, mas que precisa ser tratado de forma
diferente pela sociedade em geral:
Para alguns pesquisadores, a questo da idade j ultrapassa a preocupao com os problemas ambientais
e de sustentabilidade como principal desao para a demograa global. ... Muitos se preocupam com o excesso
de populao no mundo atual, mas est na hora de comearmos a nos preocupar com a escassez de pessoas.
(REDE GLOBO, 2011)
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A grande preocupao com o envelhecimento acelerado decorrente de nmeros que apontam atualmente 800 milhes
de pessoas com mais de 60 anos no mundo, o que representa 11% da populao. Em 2050, as projees apontam para um
contingente de mais de 2 bilhes de idosos, o que constituir 22% da populao. Para assegurar a esta populao o bem-estar no
presente e no futuro urgente que governantes adotem estratgias prprias, em geral na rea da sade, j que hoje 47% dos idosos
e 23,8% das idosas participam da fora de trabalho.
Figura 1 - Distribuio da populao mundial por idade e sexo - 2011 e 2050*
Fonte: Naes Unidas (UNITED NATIONS, 2013)
O grco mostra a distribuio da populao mundial por idade e sexo em 2011 e 2050, sinalizando que em 40 anos haver um
estreitamento da base e um alargamento do topo, mais intenso entre as mulheres.
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MulheresHomens
Mulheres - 2011 Mulheres - 2050Homens - 2011Homens - 2050
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Preocupada ento com a proteo e ateno aos idosos, a Organizao das Naes Unidas (ONU) promoveu duas
conferncias mundiais sobre o tema, sendo uma em Viena em 1982 e a outra em Madri em 2002. Na conferncia dado destaque
ao fato de que antes existia uma grande preocupao com a exploso demogrca no mundo. Falava-se que a populao chegaria
rapidamente a 15 bilhes de pessoas, mas hoje os nmeros mostram que no passar de 10 bilhes.
Segundo relatrio da ONU (2011), a principal tendncia da demograa global que na maior parte dos pases do mundo a
populao no cresce mais, ou cresce menos do que no passado, resultado da tendncia global de menor fecundidade. Mesmo no
terceiro mundo, o crescimento da populao est diminuindo. Pases considerados jovens, hoje convivem com uma populao
que cresce bem mais lentamente, como ocorre no Brasil.
Dados ainda mostram que na China a taxa de nascimento j preocupante, e na ndia, que ainda cresce mais, tambm est
diminuindo. Porm a estabilidade da populao nesses dois pases deve ser atingida em poucas dcadas. Somente na frica h um
crescimento populacional ainda grande, com mdia acima de 3 lhos por mulher. Na Europa a taxa de natalidade de 1,53 e 2,03
na Amrica do Norte e na sia. (REDE GLOBO, 2011).
O rpido crescimento da populao mundial fenmeno recente. H cerca de 2.000 anos, a populao mundial era de
cerca de 300 milhes. Foram necessrios mais de 1.600 anos para que ela duplicasse para 600 milhes. Este crescimento teve
incio em 1950, com redues de mortalidade nas regies menos desenvolvidas, o que resultou numa populao estimada em 6,1
bilhes no ano de 2000, quase duas vezes e meia a populao de 1950. Com o declnio da fecundidade na maior parte do mundo, a
taxa de crescimento global da populao tem decrescido desde seu pico de 2,0%, observado no quinqunio 1965-1970.
(NAES UNIDAS, 2011).
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CONTEXTUALIZAO DO TEMA
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Figura 2 - Aumento da populao mundial
Fonte: Reportagem Globo, G1, 2011.
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Figura 3 - Populao idosa no mundo de 1960 a 2020
Fonte: Ministrio da Sade Programa Sade do Idoso, 2002.
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CONTEXTUALIZAO DO TEMA
0 100 200 300 400 500
1960
1980
2000
2020
Pases desenvolvidos
Pases em desenvolvimento
Populao em milhes
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Em relao longevidade no mundo, outro importante ponto para entender o envelhecimento da populao, tem-se que
a Pennsula Macau, situada na China, ocupa o 1 lugar, apresentando uma expectativa de vida de 84,36 anos. O Brasil ocupa o 123
com 71,99 anos e o ltimo colocado na pesquisa cou para Angola, na frica que ocupa o 224 lugar com 38,20 anos.
importante observar que os ltimos lugares na classicao da expectativa de vida caram no continente Africano (Libria,
Moambique, Lesoto, Zmbia e Angola), pases mais pobres, onde altas taxas de fecundidade dicultam o desenvolvimento e
perpetuam a pobreza, conforme apontado em estudo da ONU e mostrado no grco abaixo. (NAES UNIDAS, 2011).
No h como negar que o envelhecimento no mundo traz grandes preocupaes por ser um fenmeno ao qual os pases
esto tentando se adaptar. De um modo geral a rea da sade a mais afetada pela crescente demanda de servios. Sendo assim,
Figura 4 - Expectativa de vida no mundo
Fonte: ISTO Independente, ed. 2105, 2010.
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pode-se armar que se existe aumento da necessidade de cuidados com esta populao, existe tambm o aumento de demandas
por opes de moradias especiais, principalmente para os idosos de baixa renda, j que so retirados do mercado de trabalho,
passando a sobreviver com o valor recebido na aposentadoria ou no benefcio da LOAS (Benefcio de Assistncia Social ao Idoso
e ao Deciente). Dados da Organizao Internacional do Trabalho (OIT, 2014), apontam que pelo menos 48% das pessoas em
todo o mundo, com idade para se aposentar, no recebem nenhum tipo de benefcio, enquanto os 52% que tm acesso a algum
provento no recebem o valor adequado.
4.1.2 NO BRASIL
Brasil, pas com uma populao estimada de 201.032.714 habitantes, que de acordo com os dados mais recentes do IBGE
(2010), vem passando por transformaes signicativas a partir do crescente envelhecimento da populao. Fenmeno este que,
como j descrito no captulo anterior, ocorreu inicialmente nos pases desenvolvidos atingindo rapidamente os pases em
desenvolvimento, tornando a longevidade uma caracterstica do mundo atual. (PRADO e DUTRA, 2004).
No Brasil, este processo ganhou maior espao ao longo da segunda metade do sculo XX e tomou maior impulso a partir
de sua ltima dcada. Em 1950, o Brasil era o 16 pas em nmero de idosos, em 2025 ser o 6.
O Brasil hoje um jovem pas de cabelos brancos. A cada ano, 650 mil novos idosos so incorporados
populao brasileira, a maior parte com doenas crnicas e alguns com limitaes funcionais. O Brasil passou de
um cenrio de mortalidade prprio de uma populao jovem para um quadro de enfermidades complexas e
onerosas, tpica dos pases longevos, caracterizado por doenas crnicas e mltiplas que perduram por anos, com
exigncia de cuidados constantes, medicao contnua e exames peridicos. (REVISTA DE SADE PBLICA,
2009).
Pode-se dizer que o aumento da expectativa de vida no cenrio nacional ocorreu nos ltimos 60 anos, impulsionado pelos
avanos tecnolgicos relacionados rea da sade, que possibilitaram maior acesso s vacinas, antibiticos, quimioterpicos,
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CONTEXTUALIZAO DO TEMA
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dentre outros medicamentos, tornando possvel a
preveno e a cura de muitas doenas. Fato que aliado
queda da fecundidade, permitiu a exploso demogrca de
pessoas com mais de sessenta anos.
O B r a s i l p a r e c e t e r
denitivamente descoberto a
velhice. Depois do Ano Nacional do
Idoso, em 1999, ganhou destaque o
mais recente congresso da Sociedade
B r a s i l e i r a d e G e r i a t r i a e
Gerontologia (SBGG), realizado na
capital do pas, em junho de 2000.
(DIRETRIO DOS GRUPOS DE
PESQUISA NO BRASIL DO
CNPq,2000).
Neste contexto, a partir de 2000 que estudos
sobre a velhice ganham espao no pas, j que idade
avanada era coisa de pases da Europa ou do Japo.
Embora projees estatsticas j indicavam esta faixa etria
como a mais crescente na maioria dos pases em
desenvolvimento.
No intuito de apurar e acompanhar os ndices de
envelhecimento no pas, dados estatsticos passaram a ser
levantados e divulgados por rgos ociais do Brasil.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geograa e
Estatstica, 2010), tem-se que no perodo de 1999 a 2009, o
ndice relativo dos idosos (60 anos ou mais de idade) no
conjunto da populao passou de 9,3% para 11,3%,
percentual ainda maior no perodo de 2009 a 2011 onde
houve aumento de 7,6%., ou seja, mais de 1,8 milho de
pessoas. Em 2050 estima-se que haver 64 milhes de
pessoas idosas, o que corresponde a 30% da populao
brasileira.
Quanto estraticao dos ndices por sexo, em
documento da Presidncia da Repblica (2011),
Coordenao Geral dos Direitos do Idoso, a estatstica
aponta para uma feminilizao da velhice em 2020, em que
14,0% da populao feminina contra 11,1% da populao
masculina sero de pessoas idosas. Segundo dados do
IBGE (2010), as mulheres continuaro vivendo mais que os
homens e em 2060 a expectativa de vida delas ser de 84,4
anos contra 78,03 dos homens. Esta predominncia do
sexo feminino entre os idosos mostra que sero elas as
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maiores dependentes dos cuidados disponibilizados nas
polticas pblicas.
Ainda no mesmo relatrio, a partir de 2043 o pas
sofrer um declnio da populao, que ter provveis
implicaes na economia com menos pessoas para produzir e
gerar renda. A reduo da populao ser acompanhada de
um acelerado envelhecimento. O grupo de mais de 65 anos
ser mais de um quarto (26,7%) dos brasileiros em 2060,
sendo que hoje representa 7,4%.
Os grcos abaixo mostram que na dcada de 40 a
pirmide brasileira comea a tomar forma invertida, resultado
do aumento da terceira idade e diminuio da porcentagem de
jovens, rearmando a permanncia do maior nmero de
idosos do sexo feminino.
Fonte: Costa, 2010
Figura 5 - Pirmides etrias absolutas
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CONTEXTUALIZAO DO TEMA
Pessoas com mais de 65 anos sero mais de um quarto dos brasileiros em 2060, segundo projeo do IBGE.
O percentual desse grupo representa 7,4% do total de pessoas que vivem no pas em 2013.
Milhes de pessoas
Idade
Mulheres - 2011Homens - 2011
2013 2040 2060
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Em anlise dos dados referentes condio econmica da populao geral de idosos, os registros apresentam que 57,9%
so aposentados e a renda familiar per capita se distribui da seguinte maneira: 43,2% at 1 salrio mnimo, 29,0% de 1 a 2 salrios
mnimos e 22,9% mais de 2 salrios mnimos. O que aponta uma grande massa com baixo poder aquisitivo e ainda, em alguns
casos, como sendo a principal fonte de renda da famlia. (IBGE, 2010).
Figura 6 - Pirmide etria relativa - Frana 2005 e Brasil 2050 (%)
Comparando a pirmide etria relativa da Frana
em 2005 com a do Brasil em 2050, tem-se que, no mximo
em 40 anos, a brasileira ser semelhante da Frana atual. O
pas ter taxa de natalidade mais baixa e, com isso, mdia de
idade maior, como pode ser observado no grco abaixo
(IBGE, 2010).
Confrontando agora o Brasil com a frica,
observa-se que h 50 anos, nosso pas tinha o mesmo perl
etrio do continente africano hoje: muitos jovens e
crianas. Desde ento, a populao cresce em ritmo cada
vez mais lento e apresenta um crescimento da faixa juvenil
muito inferior aos apresentados em pases da frica,
conforme demonstrado no grco. (IBGE, 2010).
Figura 7 - Pirmide etria relativa - frica 2005 e Brasil 1960 (%)
Fonte: Costa, 2010 Fonte: Costa, 2010
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J em relao sade apresentada por essa populao de idosos, dados conrmam que envelhecer sem doena crnica
uma exceo, tendo em vista que 48,9% dos idosos sofrem de mais de uma doena crnica e no subgrupo de 75 anos ou mais de
idade, a proporo atinge 54,0%. Alm das doenas crnicas, esta populao passa por mudanas fsicas, psicolgicas e sociais
que ocorrem de diferentes formas, embora a expectativa de vida ao nascer est ascendente saindo de 69,8 anos em 2000 para 81,2
anos em 2060 (IBGE, 2010).
Com o avano da idade, maiores so as chances do surgimento de doenas crnicas e degenerativas que no possuem cura
e cerceiam os idosos da liberdade e da autonomia. Uma das formas mais conhecidas so as demncias, sendo a mais comum o Mal
de Alzheimer.
Para enfrentar o quadro de envelhecimento da populao, a partir da dcada de 90, o governo brasileiro passou a dedicar
legislaes e programas sociais populao idosa. Polticas pblicas foram repensadas pelos governantes. Como primeiro
impulso, destaca-se a Constituio de 1988. Em seguida surge ento a Poltica Nacional do Idoso (PNI), promulgada em 1994 e
regulamentada pelo Decreto n 1948, de 03 de junho de 1996. Poltica que assegura os direitos sociais pessoa idosa, ao criar
condies para promover sua autonomia, sua integrao e sua participao efetiva na sociedade, j que a velhice inevitvel e
exige polticas prprias. A velhice a mais inesperada de todas as coisas que acontecem a um homem. (TROTSKY, DIRIO
DO EXLIO, 1935).
Esse envelhecimento desencadeia profundas mudanas na sociedade de um modo geral, atingindo principalmente as
reas da sade, da losoa e da poltica. Tom Kirkwood (2001, p.71), em seu livro Os Melhores Anos de Nossas Vidas, levanta
uma discusso sobre o que se pensa da velhice enquanto um processo necessrio e inevitvel:
(...) Duas das ideias mais comuns sobre a velhice, no entanto, so falsas. A primeira diz que a velhice
inevitvel porque simplesmente temos que sofrer desgaste. A segunda, que necessria e que somos
programados para morrer porque, de outra maneira, o mundo caria intoleravelmente congestionado de gente. O
envelhecimento, contudo, nem inevitvel nem necessrio, pelo menos no da maneira como supem tantas
pessoas. uma boa notcia essa, se temos esperana de, eventualmente, melhorar a condio e a qualidade de vida
na velhice.
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CONTEXTUALIZAO DO TEMA
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A discusso proposta pelo autor mostra que o grande desao consiste na descoberta do envelhecer como simplesmente
passar para uma nova etapa da vida. Uma nova fase que deve ser vivida de maneira positiva, saudvel e feliz e que preciso investir
na velhice como se investe na infncia e na juventude.
Portanto, sendo o envelhecimento um fato que caminha a passos largos no mundo e no Brasil, cabe ento sociedade
buscar novas solues para assistir adequadamente a este grupo. No que se refere longevidade, de acordo com o
Ministrio da Sade (2009), o Brasil tem se organizado na tentativa de responder s crescentes demandas desta populao,
preparando-se para enfrentar as questes da sade e do bem estar do idoso.
Como providncia ainda em 1 de outubro de 2003 foi sancionada a lei 10.741, que dispe sobre o estatuto do idoso e d
outras providncias. Dentre todas as medidas nele previstas, trata tambm da questo da moradia, no captulo IX, artigo 37 onde
consta: O idoso tem direito moradia digna, no seio da famlia natural ou substituta, ou desacompanhado de seus familiares,
quando assim o desejar, ou ainda, em instituio pblica ou privada.
Considerando o preconizado nesse artigo e pensando nos crescentes ndices de doenas crnicas e degenerativas que
acometem o indivduo, principalmente em idade mais avanada, ca a certeza de que haver um aumento de demandas por lares
que ofeream solues ou adaptaes nos ambientes, a m de torn-los mais agradvel, seguro e confortvel. Fica ento para o
arquiteto o papel de reinventar novos conceitos de Arquitetura e Urbanismo, em atendimento aos cuidados requeridos por esta
faixa etria.
4.1.3 NA REGIO METROPOLITANA DO VALE DO AO
Estreitando a anlise do envelhecimento, para melhor entendimento e identicao da rea de atuao, cuidar este
captulo dos dados relativos populao idosa residente nos municpios que integram a Regio Metropolitana do Vale do Ao
(RMVA), tanto do ponto de vista da distribuio por faixa etria e sexo, como de polticas pblicas municipais.
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Para constatao se h na regio aumento dos idosos, como vem ocorrendo no mundo e no Brasil, dados sero analisados
e confrontados com outras cidades do pas, bem como com cidades de outros pases, para vericao e entendimento do
comportamento da velhice no Vale do Ao. Para conabilidade estatstica, sero utilizados dados disponibilizados por rgos
ociais do governo. A seguir, ainda como forma de vericao da tendncia apresentada nos quatro municpios, dados sero
confrontados com os registrados para o Estado de Minas Gerais, Brasil e Mundo.
As anlises contribuiro ainda para a denio do projeto a ser proposto, no que se refere ao tipo de modalidade de longa
ou temporria permanncia, municpio de atuao e seleo da instituio para interveno.
A discusso iniciar a partir da reportagem do caderno de notcias do dia 25/12/2011, onde consta: Cidades da regio
esto cando mais maduras. Ainda em destaque informa que A populao idosa aumentou 4,10% nas cidades-polo do Vale do
Ao nos ltimos 10 anos, e em 2030 pode haver carncia de mo-de-obra jovem para suprir a demanda.
A preocupao relatada acima decorrente do fato de que o envelhecimento retira o indivduo do meio produtivo,
diminuindo a mo-de-obra disponvel. Ainda o cenrio agravado pela diminuio da fecundidade apresentada na regio,
conforme mostra os ndices apontados em pesquisa do Instituto de Geograa e Estatstica (IBGE 2010):
(...) na dcada de 80 havia em mdia 5,8 pessoas por domiclio no Vale do Ao. Em 2010, esse nmero passou
para 2,9. Seguindo essa tendncia nacional, num perodo de uma dcada o ndice de nascimentos na regio do Vale
do Ao caiu bastante.
Dados que conrmam a Regio Metropolitana do Vale do Ao com o mesmo comportamento identicado no Brasil e no
Mundo, tanto do ponto de vista do crescimento do nmero de idosos como pela reduo da taxa de fecundidade.
Segundo o Coordenador Regional do IBGE, Joo Braga (2010):
(...) a populao do Vale do Ao est envelhecendo numa proporo quase que geomtrica e, infelizmente, os
gestores governamentais no esto investindo em polticas pblicas para atender a demanda na mesma
proporo. Essa uma realidade que foi constatada em todo o pas no ltimo Censo.
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CONTEXTUALIZAO DO TEMA
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Reportagem do CRAS Comemorao Dia do Idoso, 1 Outubro de 2011.
Figura 8 - Comemorao ao dia do idoso em Coronel Fabriciano 2011
Pode-se armar que os problemas oriundos do envelhecimento na populao no Vale do Ao, no diferem das demais regies do
pas: novo segmento que cresce assustadoramente, exigindo maior ateno e cuidado pela sociedade. O que agrava ainda mais que poucas
so as polticas pblicas de amparo ao idoso e mesmo assim apresentam baixo ndice de cumprimento. Atores que alavancaram o
desenvolvimento da regio siderrgica so hoje personagens esquecidos, cando normalmente desprovidos de cuidados e ateno.
Ainda analisando os dados estatsticos do ltimo Censo do IBGE, tem-se que em dez anos o ndice de crianas nos quatro
municpios do Vale do Ao caiu, mas em contrapartida subiu 4,10% o nmero de pessoas entre 50 a 59 anos de idade, conforme
dados abaixo:
(...) em 2000 Coronel Fabriciano, Timteo, Ipatinga e Santana do Paraso tinha 8,91% de pessoas
com idade entre 0 a 4 anos; em 2010, o nmero caiu para 6,67%. Na mesma estatstica, as pessoas com
idade entre 50 e 59 anos representavam 6,80% da populao total no ano de 2000 e, em 2010, o nmero
subiu para 10,90%. Um aumento de 4,10%.
As fotos abaixo mostram cenas de uma reportagem em comemorao ao dia do idoso, realizada no municpio de Coronel
Fabriciano em 1 de outubro de 2011. Nesta atividade organizada pelo CRAS (Centro de Referncia de Assistncia Social) so
destacados os nmeros de 37.000 idosos registrados na Regio Metropolitana do Vale do Ao, bem como o aumento de 32%
desta populao.
NOVO LAR PARA IDOSOS
56
-
Como o envelhecimento um fenmeno da atualidade, faz-se necessrio o comparativo entre os nmeros registrados no
ano de 2000 e 2010, nos municpios estudados, para vericao do comportamento dessa populao frente s faixas etrias. As
anlises sero realizadas para cada municpio, separadamente, no intuito de levantar um diagnstico que possibilite a escolha da
instituio a ser beneciada pela proposta Novo Lar para Idosos.
Municpio de Coronel Fabriciano:
Segundo o Censo de 2010, foi registrado um total 103.694 habitantes residentes no municpio, sendo seu Produto Interno
Bruto (PIB) com destaque na rea de prestao de servios.
No que se refere ao Desenvolvimento
Humano Municipal (IDH-M) se classica
como Alto, com um ndice de 0,744. Em
relao ao IDH-M de Longevidade na faixa de
muito alto com 0,852 e no IDH-M de Renda
alto com 0,793.
Para vericao da evoluo do
envelhecimento no municpio, comparando as
pirmides de distribuio da populao por
sexo, segundo os grupos de idade, tem-se no
ano de 2000 o registro de 7.559 idosos, sendo
3.332 do sexo masculino, o que corresponde a
3 , 5 % e 4 . 2 2 7 d o s e x o f e m i n i n o ,
correspondendo a 4,3% desta populao.
Figura 9 - Distribuio da populao por sexo, segundos os grupos de idade
Coronel Fabriciano (MG) - 2000
Fonte: Censo IBGE, 2000
57
CONTEXTUALIZAO DO TEMA
-
NOVO LAR PARA IDOSOS
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J em 2010 este nmero passa para
11.248, distribudos em 4.862 do sexo
masculino, com um percentual de 4,7% e 7.559
do sexo feminino, correspondendo a 6,1%,
conforme vericado ao lado:
Comparando os dados da pirmide de
2000 com os de 2010, tem-se em 10 anos um
aumento de 67% da populao de idosos no
municpio e ainda o nmero de mulheres sendo
superior ao dos homens. Mesmo com este
percentual de envelhecimento bastante
expressivo, Coronel Fabriciano no possui
poltica pblica especca de amparo ao idoso,
Figura 10 - Distribuio da populao por sexo, segundos os grupos de idade
Coronel Fabriciano (MG) - 2010
Fonte: Censo IBGE, 2010
esto atualmente se organizando para constituio da mesma.
Outro dado importante a existncia somente de uma Instituio de Longa Permanncia para atender a demanda de
moradia especial para esta faixa etria, subsidiada pela Prefeitura Municipal.
Municpio de Ipatinga:
Para este municpio, o Censo de 2010 registrou uma populao de 239.468 habitantes, sendo seu PIB o maior da
microrregio onde est inserido, se destacando na rea indstria. Apresenta IDH-Municipal alto com ndice de 0,771, ndice de
Longevidade muito alto com 0,864 e ndice de Renda alto com 0,752. Cidade apontada em 2013 como a que apresentou o melhor
IDH do Vale do Ao, ocupando a 220 posio na classicao de melhor regio para se viver. (G1, 2013).
-
59
A pirmide de distribuio populacional,
ao lado, mostra a faixa etria acima de 60 anos de
idade, em 2000, com um total de 12.975 pessoas,
sendo 5.895 do sexo masculino, correspondendo
a 2,8% e 7.080 do sexo feminino, representando
3,3%.
No ano de 2010, conforme demonstrado
na pirmide, a populao de idosos aumentou
em 57%, totalizando 22.854 pessoas, cando
d is t r ibu das entre 10 .366 mascul inos,
representando 4,3% e 12.488 femininos,
correspondendo a 5,2%.
Figura 11 - Distribuio da populao por sexo, segundos os grupos de idade
Ipatinga (MG) - 2000
Fonte: Censo IBGE, 2000
Figura 12 - Distribuio da populao por sexo, segundos os grupos de idade
Ipatinga (MG) - 2010
Fonte: Censo IBGE, 2010
CONTEXTUALIZAO DO TEMA
-
Ipatinga tambm apresenta elevado percentual de envelhecimento da populao, porm o municpio possui, desde de
08 de agosto de 2012, a Lei n 3.091, que dispe sobre a Poltica Municipal do Idoso e sobre o Conselho Municipal do Idoso,
visando assegurar a esta faixa etria os direitos sociais, promover sua integrao e efetiva participao na sociedade.
Em seu Artigo 4 esta poltica tem como instrumento de deliberao, de aes e de captao de recursos, respectivamente:
I - o Conselho Municipal do Idoso de Ipatinga - CMII;
II - o Fundo Municipal do Idoso de Ipatinga - FMII;
III - a Conferncia Municipal do Idoso.
Para atendimento ao pblico de idosos que necessitam do acolhimento em moradias especiais existem trs Instituies de
Longa Permanncia para Idosos (ILPI) e uma Residncia Inclusiva, que cumprem os requisitos previstos na poltica pblica
municipal.
Municpio de Santana do Paraso:
Com 27.265 habitantes registrado no censo de 2010, tem seu PIB com destaque para servios e agropecuria. Em seu
IDH Municipal apresentou, em 2010, um ndice de 0,685, estando na faixa mdia, IDH-M de Longevidade muito alto com ndice
de 0,878 e IDH-M de Renda mdio para um ndice de 0,663.
Quanto evoluo do envelhecimento no municipio, segundo dados coletados no censo do IBGE e demonstrado no
grco, tem-se no ano de 2000 o registro de 1.224 idosos, sendo 596 pessoas do sexo masculino representando 3,2% e 628 do
sexo feminino representando 3,3%.
NOVO LAR PARA IDOSOS
60
-
Figura 13 - Distribuio da populao por sexo, segundos os grupos de idade
Santana do Paraso (MG) - 2000
Fonte: Censo IBGE, 2000
Figura 14 - Distribuio da populao por sexo, segundos os grupos de idade
Santana do Paraso (MG) - 2010
Fonte: Censo IBGE, 2010
No grco de 2010 esta faixa etria
apresentou um aumento de 53%, passando para
2.288 pessoas com idade acima de 60 anos,
distribuda entre 1.099 do sexo masculino sendo
3,9% e 1.189 do sexo feminino sendo 4,5%.
A e l e v a o d o p e r c e n t u a l d e
envelhecimento da populao no perodo de 10
anos, conrma a tendncia do municpio para o
aumento de idosos, bem como a feminilizao
da velhice. Esta faixa etria enfrentar maiores
desaos, considerando a classicao mediana
nos ndices de desenvolvimento humano
municipal e de renda, ag ravados pela
inexistncia de poltica pblica especca para
amparo a este segmento.
H carncia tambm na disponibilidade
de moradia especial para assistir os velhos, j que
o municpio possui somente uma Instituio de
Longa Permanncia para Idosos (ILPI),
subsidiada pela Prefeitura Municipal.
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CONTEXTUALIZAO DO TEMA
-
NOVO LAR PARA IDOSOS
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Figura 15 - Distribuio da populao por sexo, segundos os grupos de idade
Timteo (MG) - 2000
Fonte: Censo IBGE, 2010
Municpio de Timteo:
Com uma populao de 81.243 habitantes registrados pelo censo de 2010, o muncpo tem o segundo maior PIB de sua
microrregio, perdendo apenas para Ipatinga, destaca-se na rea industrial. Tambm em 2010 apresentou IDH Municipal na
classicao alto, de Longevidade muito alto e de Renda alto.
Em relao pirmide de distribuio da populao por sexo, em 2000 foi registrado um total de 5.434 pessoas com idade
igual ou superior a 60 anos, sendo 2.508 do sexo masculino, representando 4,8% e 2.926 do sexo feminino, com 4%.
Em 2010, o grco aponta para um acrscimo de 63% do segmento da terceira idade, cando com um total de 8.599
pessoas, distribuidas entre 3.789 do sexo masculino, com 4,8% e 4.810 do sexo feminino representando 5,8%.
-
Timteo, como os demais municpios
da RMVA, conr ma a tendnc ia ao
envelhecimento da populao e feminilizao
da velhice. Para enfrentar os desaos advindos
deste cenrio, est se organizando para
aprovao de uma poltica pblica de amparo
ao idoso. Como moradia especial para
acolhimento a este pblico da terceira idade
possui uma Instituio de Longa Permanncia
para Idosos (ILPI), que mantem convnio com
a Prefeitura Municipal.
Figura 16 - Distribuio da populao por sexo, segundos os grupos de idade
Timteo (MG) - 2010
Fonte: Censo IBGE, 2010
Diante dos dados registrados, constata-se no Vale do Ao a mesma tendncia levantada pelos censos demogrcos
realizados no mundo e no pas, onde a populao envelhece e apresenta um nmero maior de longevos do sexo feminino.
Neste sentido, se o cenrio aponta para o futuro tendo os idosos como maioria preciso ento que haja construo de
novos paradigmas, novas leis de ateno e superao de preconceitos, possibilitando aos mais velhos o convvio na sociedade
como indivduos que possuem direitos como as crianas e os adolescentes.
Embora Ipatinga com um aumento de 57% de pessoas idosas, se comparada aos demais municpios da RMVA, no
apresente o maior ndice de envelhecimento da regio, perdendo em classicao para Coronel Fabriciano (67%) e Timteo
(63%), possui um nmero expressivo de pessoas nesta faixa etria num total de 22.854, correspondendo a 9,5% dos habitantes em
2010. Quatro anos se passaram e pela tendncia ao crescimento, este nmero no mais representa a realidade do municpio.
Inuenciaram tambm na escolha o crescimento de 12,72% na taxa de Desenvolvimento Humano, comparando os
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CONTEXTUALIZAO DO TEMA
-
nmeros de 2000 e 2010, em que pessoas tem melhor
qualidade de vida e consequentemente longevidade, maior
acesso educao e renda; e a existncia de Lei Municipal
de Amparo ao Idoso, que permite alm dos cuidados
necessrios a esta populao a possibilidade de captao de
recursos sociais para melhorias do espao.
Considerando ainda, a tarefa de uma proposta de
ressignicao do espao e seu carter em uma instituio
asilar, que na atualidade recebe nomenclatura de
Instituies de Longa Permanncia para Idosos (ILPI), mas
em sua trajetria histrica mostra poucas mudanas na
contextualizao da sociedade, do ponto de vista de
sentimento e de tipologia arquitetnica, faz-se necessria
interveno que possibilite ao lugar o estabelecimento de
vnculos e de pertencimento.
Fica ento denida a cidade de Ipatinga para aplicao do projeto
Novo Lar para Idosos, por oferecer trs moradias especiais de longa
permanncia, que contribuiro com dados e informaes signicativas no
estudo de casos, instrumento a ser utilizado para denio da instituio a
receber a interveno.
NOVO LAR PARA IDOSOS
64
-
4.1.4 O IDOSO NA FAMLIA E NA SOCIEDADE
Analisar as relaes do idoso com a famlia e a sociedade importante para o entendimento das especicidades advindas
com o processo do envelhecimento. A longevidade uma questo da atualidade como pode ser vericado na reportagem Como
Viver Mais e Melhor, publicada na Revista Veja, edio 2121, de 15 de julho de 2009:
(...) envelhecer j foi um milagre, um sonho e tambm uma sentena cruel. Nossos poetas
romnticos, por exemplo, almejavam a vida curta, cravejada de muita tosse e olhos fundos, aureolados de
acentuadas olheiras. E, quando a vida se estendia, sentiam-se trados pelo destino, envergonhados diante da
posteridade (...)
O trecho da reportagem evidencia o retrato antigo de uma velhice indesejvel e desrespeitosa, diferentemente
do que ocorre em pases orientais, onde a velhice objeto de adorao pela idade acumulada e pela sabedoria adquirida ao longo
dos anos. Tamanho respeito e ateno que desde 1947, no Japo comemora-se o Dia do Respeito aos Idosos (Keiro no Hi),
motivo de orgulho para os mais jovens que procuram os mais velhos em busca de conhecimento e experincia.
Para a atualidade, longevos modicam este conceito, pois buscam maior qualidade de vida e alegria de viver, como
evidenciado em trecho da mesma reportagem (...) mas isso so histrias do Sculo XIX, quando viver no estava na moda. Hoje,
mais do que viver simplesmente, est na moda a alegria de viver. poca marcada por uma populao crescente que busca novas
oportunidades e novas concepes de vida. Neste sentido, a velhice no Sculo XXI no pode ser visualizada somente pelo vis do
aumento crescente de pessoas que envelhecem, mas tambm pelo modo como estas pessoas se organizam em busca de novas
oportunidades e de novas concepes de vida.
Porm, embora esteja na moda a alegria de viver, a longevidade traz em seu contexto relaes que se modicam, o idoso
perde seu lugar de comando na famlia e h uma inverso dos papis onde os lhos passam a se responsabilizar pelos pais,
consequentemente as pessoas idosas se tornam cada vez mais dependentes.
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CONTEXTUALIZAO DO TEMA
-
O conceito de famlia constituda por pai, me, lhos, na mesma casa, pessoas do mesmo sangue, nos dias atuais tem sido
modicado e no h como negar que os comportamentos tm alterado esses padres. A formao do ncleo familiar afetada,
dentre outros fatores, pela diminuio do nmero de membros da famlia, pelos elevados ndices de divrcio, pela falta de pessoas
em casa para cuidar do idoso. Alm deste cenrio, ainda h o envelhecimento dos membros da famlia, que requerem maior
cuidado pela dependncia gerada, como constatado na matria Como Construir o Futuro (Revista Veja on-line), em que a
pesquisadora Ana Amlia Camarano, do IPEA (Instituo de Pesquisas Econmicas Aplicadas) arma:
NOVO LAR PARA IDOSOS
66
Para melhor discorrer sobre as relaes que envolvem o idoso na famlia, faz-se necessrio buscar o signicado deste
termo. Instituio que vem sofrendo modicaes ao longo dos sculos e que afetam a crescente populao da Melhor Idade,
que alm de buscar viver mais e melhor, carece de uma relao duradoura e estreita com sua famlia. De acordo com Holanda
(1986, p.755, 2 ed.), Famlia so pessoas aparentadas, que vivem, em geral, na mesma casa, particularmente o pai, a me e os
lhos. Pessoas do mesmo sangue. Ascendncia, linhagem, estirpe.
A sociedade no est preparada
para cuidar do parente que
envelhece. Muitos lares no
tm sequer espao fsico, muito
menos estrutura emocional e
nanceira para lidar com esse tipo
de situao. Por isso to
frequente haver brigas de famlia
para saber quem vai cuidar do
v o v e m u i t o s i d o s o s
simplesmente perdem o direito a
um endereo xo, morando ora
com um lho, ora com outro,
sentindo-se um peso para todos.
(CAMARANO citado por VEJA
ONLINE, 2006).
-
Neste sentido, a falta de gente em casa com tempo para se dedicar ao idoso tambm impacta sobre as estratgias familiares
nos cuidados necessrios a esta faixa etria. Funes que antes eram concentradas no ambiente familiar so transferidas para
outras instituies.
Alm da famlia preciso pensar o idoso no convvio social, de forma a possibilitar a troca de experincia e afeto sem
segreg-lo da sociedade. Isto requer a criao de uma estrutura que estimule novos caminhos para o idoso que possa reetir em
reverso dos sentimentos de tristeza, inutilidade e abandono.
Em face de tal situao, e como o envelhecimento da populao um fenmeno mundial, o Brasil que j foi considerado
um pas de jovens, est agora, segundo estatsticas do IBGE (2010), caminhando a passos largos para seu envelhecimento,
urgente que conceitos sejam modicados a partir do novo olhar do espao arquitetnico disponibilizado ao idoso. Isto ,
enxergar a velhice no como problema, mas sim como oportunidade para proposio de uma arquitetura mais funcional e
inclusiva, que possibilite ao indivduo a moradia segura e confortvel, que quebre o paradigma do abandono e desamparo familiar
e crie possibilidades para o estabelecimento de um novo conceito de vida plena, onde o idoso passa a ser o sujeito da ao e possa
ser reconhecido como um cidado de direitos.
Se existe alguma certeza quanto ao futuro, a de que ele ser mais velho. Aos poucos, o mundo ao nosso
redor ter cada vez mais idosos, resultado de um movimento demogrco no qual a taxa de fecundidade
continuar caindo e a expectativa de vida, subindo. (ISTO, 2009).
Conclui-se ento que como o envelhecer um processo natural e crescente que caracteriza uma fase do indivduo, que a
longevidade traz em seu conceito o acmulo de idade, com diversidade da condio de sade, e que no mbito familiar a velhice
assiste s alteraes dos papis de cada membro, preciso repensar nossas moradias destinadas a esta populao de forma
diferente e que criem condies para que a velhice no s acrescente anos vida, mas tambm acrescente vida aos anos.
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CONTEXTUALIZAO DO TEMA
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NOVO LAR PARA IDOSOS
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4.2 O ASILO
4.2.1 HISTRICO DA INSTITUIO ASILAR
A Instituio Asilar no uma prerrogativa da
vida moderna e pode ser considerada a mais antiga
modalidade de amparo e cuidado ao idoso fora de sua
famlia. De origem assistencialista, o asilo foi criado a
sculos para abrigar e atender pessoas pobres e doentes
em situao de excluso social.
Historicamente, foi o cristianismo o pioneiro no
amparo a estas pessoas que cavam subjugadas prpria
sorte, como misso social da igreja baseada no ministrio
cristo. No artigo Trajetria das Instituies de Longa
Permanncia para Idosos no Brasil de Oliveira Arajo,
Souza, Mancussi e Faro (S.D.), as autoras mencionam:
H registro de que o primeiro asilo foi fundado pelo
Papa Pelgio II (520-590), que transformou a sua casa
em um hospital para velhos. (ALCNTARA; 2004,
P.149).
A institucionalizao do asilo, portanto se d
pelo cristianismo, que acolhe e protege uma classe
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CONTEXTUALIZAO DO TEMA
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NOVO LAR PARA IDOSOS
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CONTEXTUALIZAO DO TEMA
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NOVO LAR PARA IDOSOS
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4.2.2 SIMBOLOGIAS PRESENTES NAS INSTITUIES ASILARES
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CONTEXTUALIZAO DO TEMA
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CONTEXTUALIZAO DO TEMA
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4.2.3 O CORPO NO ESPAO
Este captulo tratar da anlise fenomenolgica da instituio asilar, em seu conceito de espao social fechado, onde regras
so estabelecidas e impostas ao idoso no sentido de limitar e homogeneizar as atividades dirias dos internos, para melhor
entendimento das relaes e dos vnculos ali presentes.
O texto O Fenmeno do Lugar de Christian Norberg Schulz (1976), ser utilizado como fundamentao terica, uma
vez que preciso vericar o valor do lugar como algo perceptvel, carregado de signicncia e carter utilitrio, em seu equilbrio
entre espacialidade e expresso construtiva.
Sua abordagem, utilizando-se da lingustica numa tica estruturadora do pensamento e da Gestalt sobre o entendimento
da percepo e simbologia atribuda s coisas e lugares, complementar o entendimento do valor simblico do asilo e suas
funes enquanto moradia de idosos, com seus projetos que alteram o desenho urbano e traz signicncia ao espao.
Buscou no conceito de Fenomenologia denido por Edmund Husserl (1859-1938), como sendo uma investigao
sistemtica da conscincia e seus objetos, fundamentos para sua teoria da fenomenologia como sendo um mtodo que exige
um retorno s coisas, em oposio s abstraes e construes mentais.
Por outro lado, preciso tambm ver o idoso, enquanto ator social, que vai reduzindo o seu eu na medida em que a
instituio menos aberta para o mundo exterior, como ocorre nos manicmios, prises e conventos.
Foi, portanto, a partir do pensamento das relaes que se do entre construir e habitar e da misso da arquitetura em
possibilitar experincias e sensaes que um espao pode causar que Norberg-Schulz baseou sua teoria.
Mtodo que vm para contestar pensamentos prevalecentes no modernismo, em que predominou o excesso de
funcionalismo, sistemas estruturais e reproduo dos modelos. Fato que provocou na arquitetura o afastamento do ser humano.
Era preciso ento retomar os conceitos e buscar uma arquitetura mais humanizada, pensada para seu usurio de forma nica,
possibilitando vivncias e sensaes de acordo com o uso e o espao.
Neste contexto e inuenciadas pelas ideias preconizadas pelo modernismo, estilo que tomou vulto principalmente a partir
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CONTEXTUALIZAO DO TEMA
-
da primeira metade do sculo XX, surgem as edicaes
asilares, com sua construo fechada, para recolhimento de
indivduos esquecidos em sua valorizao enquanto seres
humanos.
O desejo de afastar indivduos velhos, doentes e
indesejveis do convvio com a sociedade, fomentou a
criao de uma tipologia construtiva que muito se
assemelha ao sistema prisional, onde se v quartos
dispostos ao longo de corredores, um ptio central para o
banho de sol e cercada por muro, impedindo o contato
entre o interior e o exterior. Lugar que no inspira e nem
possibilita pessoalidade e sentimento de pertencimento.
Para Norberg-Schulz,1976, a fenomenologia da
arquitetura criaria e impulsionaria a capacidade da
ressignicao do ambiente com a criao de lugares
especcos, j que a mente, segundo princpio da Gestalt,
congura os registros que chegam a ela mediante a
percepo ou a memria e permite que o mundo seja visto
como um todo e no em partes, tornando assim mais
explcito o que est implcito.
Neste sentido a arquitetura passa a ser vista no s
pelos mtodos construtivos, ou estruturais, mas tambm no
sentido da necessidade de haver interao e inteno em
causar sensaes.
Ainda no intuito de explicitar as ideias da interao
entre lugar e identidade, utiliza-se da antiga noo romana
do Genius loci (espirito do lugar), para mostrar a
signicncia e a ligao do espao com o sagrado.
baseado ento no Genius loci, que Norberg-Schulz
interpreta o conceito de habitar, como estar em paz num
lugar protegido. Em sua teoria, o lugar tem grande
importncia por ser a totalidade criada entre as coisas
concretas e a qualidade ambiental. Elege o lugar e a cidade
como possuidores de um espirito prprio e inconfundvel,
que dialogam com as necessidades do homem
contemporneo.
Com base ento no conceito de habitar, como
estar em paz num lugar protegido, cabe aqui uma
indagao de qual o carter dado instituio asilar, uma
vez que pessoas so retiradas do lar, involuntariamente, e
instaladas em um lugar sem vnculo e sem valor simblico,
estabelecendo uma ruptura em sua histria de vida.
Ainda para Norberg-Schulz o cercamento
colocado em seu texto, como um importante fator para
delimitar ou diferenciar um lugar no espao e ainda
possibilita a materializao mental da construo, objeto da
NOVO LAR PARA IDOSOS
78
-
arquitetura. Traz neste conceito a ideia de que o arquiteto
deve agir sobre a cultura e mudar as coisas, de forma a
tornar clara a localizao da existncia humana, que est
entre o cu e a terra.
O cercamento como limite ou diferenciador de um
lugar no espao nos asilos so os muros construdos ao
redor da edicao, com a inteno de impossibilitar o
contato dos internos com o mundo exterior. Isso porque as
pessoas ali colocadas no possuem mais contribuies para
o crescimento da sociedade, nem tampouco necessitam
experimentar sensaes com a materializao mental da
construo.
Neste contexto, o cercamento da instituio asilar,
baseado na teoria de Norberg-Schulz, deveria proporcionar
a continuidade da existncia humana cercada por
fenmenos concretos como natureza, cidades, casas,
pessoas, dentre outros e por fenmenos menos tangveis
como os sentimentos.
Sendo assim, um lugar um fenmeno qualitativo
total que no pode ser reduzido a nenhuma de suas
propriedades, como as relaes espaciais, sem que se perca
de vista sua natureza concreta. A qualidade ambiental dos
lugares seria, portanto, denidora das atividades humanas,
j que funes similares exercidas em lugares diferentes
tendem a ser realizadas de formas diferentes, pois, os
lugares so diferentes.
J o espao pode ser considerado como uma
dimenso existencial. Segundo Norberg-Schulz, 1976,
espao indica a organizao tridimensional dos elementos
que formam um lugar, o carter denota a atmosfera
geral que a propriedade mais abrangente de um lugar.
Sendo ento, o lugar algo perceptvel, carregado de
signicncia e carter utilitrio. J o seu reconhecimento se
d por meio da sua experimentao e interao e apenas
possvel por meio das relaes entre sujeito e ambiente.
Sem o espao no h lugar-ambiente, ambos se
complementam e se relacionam.
Para Heidegger (SD), lsofo alemo, a fronteira
no aquilo em que uma coisa termina, mas, como j
sabiam os gregos, a fronteira aquilo em que algo comea a
se fazer presente. Os lugares so literalmente interiores
o que signica dizer que renem o que conhecido.
Discutindo ento o conceito acima, tem-se que o
limite, a fronteira ou qualquer outra demarcao estabelece
o vnculo com o espao, criando a referncia do lugar e seu
valor simblico.
79
CONTEXTUALIZAO DO TEMA
-
Paolo Portoghesi e Heidegger (SD), tambm
discutem o espao como um sistema de lugares que
estabelecem a relao interior-exterior e possuem graus
variados de extenso e cercamento carregados de
signicncia.
Com base ento nas ideias de Norberg-Schulz,
(1976), cabe aqui uma reexo sobre a tipologia adotada nas
instituies asilares, lugares que mostram uma relao
corrompida pela falta de vnculos existentes entre o lugar e
o indivduo ali assistido, pelo cercamento como fronteira e
tipologia reproduzida.
A identidade do espao asilar necessita ser
priorizada na contemporaneidade, seja por meio da
fenomenologia do lugar ou por meio de outros conceitos.
Quando a unio entre o natural e o
produzido se completar, nossas
constr ues aprendero e se
adaptaro, curaro a si mesmas e
evoluiro. Contudo, este um poder
com o qual ainda no chegamos a
sonhar. Comentrio do americano
Kevin Kelly, escritor e conhecedor da
tecnologia, (RICHARD ROGERS,
1997).
Embora se tenha tantos conceitos que preconizam
uma arquitetura pensada e projetada para possibilitar a
experimentao do indivduo em seu espao, na atualidade
ainda se concebe um grande volume de construes de
asilos que carecem de uma caracterizao para formao de
uma identidade entre espao, lugar e arquitetura.
Em contrapartida, a nova populao de idosos
buscando qualidade de vida, vivendo mais e com maior
autonomia e independncia, a criao de leis especcas de
ateno e este segmento, o desejo de no se ter ruptura de
vida entre a residncia e a instituio, exigiro neste sculo o
planejamento de lugares que se aproximem mais da
concepo de lar.
A valorizao do corpo no espao, atualmente
pensada em modelos alternativos de creches e condomnios
para idosos, lugares ainda restritos a uma pequena parcela
desta faixa etria, o desao estender esta concepo para
os lugares pblicos.
NOVO LAR PARA IDOSOS
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4.2.4 PROMOO DO CONTATO COM OS TEMAS VELHICE E ASILO
No intuito de fomentar uma reexo sobre os temas que envolvem o idoso, para vericar possveis percepes
sobre o processo de envelhecimento, uma vez que a velhice e suas consequncias so deixadas de lado, no fazendo
parte do cotidiano das pessoas, foram realizadas duas intervenes que buscaram suscitar na populao envolvida o
contato com o assunto.
Como constatao, aps aplicao das atividades, a velhice precisa ser encarada de forma mais responsvel e
melhor debatida pelos segmentos da sociedade, j que o envelhecimento uma realidade do mundo e no somente
daqueles asilados e seus familiares. Isto se no quisermos permitir que o modelo pblico institucionalizado
atualmente perpetue e permanea nas mesmas condies e com a mesma tipologia arquitetnica, fria, sombria e
impessoal.
4.2.4.1 24 SEMANA INTEGRADA DO CAU/UNILESTE 2 SEMESTRE/2014
No dia 22/09/2014, na sala E 107, foi preparado um espao caracterizando o aconchego do lar, com esteiras
pelo cho, um cantinho da vov com compoteiras de balas dispostas sobre a mesinha de canto, pipoca, refrigerante e a
projeo de um bom lme de nome E Se Vivssemos Todos Juntos, em que alunos do 9 e demais perodos puderam
entrar em contato com algumas questes advindas do envelhecimento.
Filme lanado em 12 de outubro de 2012, do gnero comdia, foi dirigido por Stpahane Robelin e contou com
a participao de Jane Fonda, Pierre Richard, Geraldine Chaplin, todos j em suas fases maduras de vida, tornando o
enredo mais real.
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CONTEXTUALIZAO DO TEMA
-
Embalagens personalizadas Novo Lar para Idosos:
Embalagens para pipoca e copo para refrigerante foram adesivados com o logotipo do TCC1 no intuito de tornar pblico
o tema escolhido para o Trabalho. As caixinhas de pipocas ainda receberam adesivos contendo trechos de um pensamento sobre
o idoso, como forma de resgatar e tratar explicitamente a velhice numa perspectiva mais desaadora, pois:
(...) a sensao corporal de prazer possibilita experimentar a alegria ou a felicidade, sendo misso da arquitetura
criar espaos sensveis e estimulantes que favoream o desenvolvimento da existncia humana. (OKAMOTO
p. 253, 2002).
Figura 17 - Alunos assistindo o lme E Se Vivssemos Todos Juntos
Fonte: Prpria, 2014
NOVO LAR PARA IDOSOS
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-
Figura 18 - Espao Cantinho da Vov
Fonte: Prpria, 2014
Figura 19 - Embalagens produzidas
Fonte: Prpria, 2014
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CONTEXTUALIZAO DO TEMA
-
O Filme:
Conta a histria de cinco amigos de longa data que
acabam morando na mesma casa, deciso tomada aps um
deles passar alguns dias em um asilo sob recomendaes
mdicas e presso do lho. Diante da internao, um se
revolta com a condio do amigo e, com o auxlio dos
outros, o leva para casa onde todos passaro a conviver e a
ajudarem-se mutuamente nas diculdades de cada um.
Figura 20 Cena do lme citado
Fonte: Prpria, 2014
Figura 21 Cena do lme citado
Fonte: Prpria, 2014
Em meio a desavenas e individualidades,
somadas aos problemas de sade que enfrentam, os
amigos tentam se ajeitar dividindo as tarefas de casa.
NOVO LAR PARA IDOSOS
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-
Figura 22 - Cena do lme citado
Figura 23 - Cena do lme citado
Figura 24 - Cena do lme citado
Fonte: Prpria, 2014
Fonte: Prpria, 2014
Fonte: Prpria, 2014
A vida inteira planejada, exceto a velhice, no
se pensa nos ltimos anos e nem no que fazer nesse
tempo.
A tarefa no fcil, j que, junto a idade, vem a
dependncia e a necessidade de auxilio de terceiros.
Mesmo causando estranheza, os personagens se
apropriam dos espaos conforme seus desejos,
necessidades e limitaes.
85
CONTEXTUALIZAO DO TEMA
-
4.2.3 LEVANTAMENTO DE CAMPO
Pblico Alvo: Externo
Embora seja evidente o aumento do nmero de idosos no Brasil, ainda se conhece muito pouco sobre a pessoa idosa.
Percebendo a necessidade de conhecer como as pessoas, de faixas etrias variadas, lidam com o tema envelhecimento, utilizou-se
de uma pesquisa escrita com questes sobre moradia, sentimentos e relacionamentos, quesitos de grande importncia
principalmente quando se est em fase avanada da idade, que foi distribuda a 100 pessoas.
No representou estranheza quando um indivduo, ainda jovem, perguntou se o questionrio era mesmo para ser
respondido por ele e no somente por quem j estivesse em idade mais avanada. Momento em que foi levado a reetir sobre uma
fase da vida que chega para ns, para nossos familiares e para quem mais tiver sorte. Numa perspectiva de ressaltar a velhice como
sendo uma fase que deve ser aproveitada em sua plenitude.
Compilao das respostas:
Para apurao dos dados foram retornadas 40% das pesquisas distribudas, o que pode ser interpretado como
consequncia do baixo interesse no tema envelhecimento por parte da populao. O percentual de participao provavelmente
seria maior se o assunto abordado fosse referente infncia, j que as crianas so tidas como futuro e a velhice como o m da
vida. Viso distorcida que necessita ser modicada, haja vista que a velhice o futuro de todos ns, inclusive dessas crianas.
NOVO LAR PARA IDOSOS
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-
Foi observado com a pesquisa maior
interesse das mulheres na discusso do tema,
reetindo nos resultados, conforme grco
abaixo, onde o percentual de participao
feminina cou superior ao masculino.
Quanto a indagao sobre morar em asilo,
apenas quatro pessoas responderam sim, o que
refora o estigma negativo atrelado s instituies
asilares. Visto que as respostas positivas foram
dadas pelo pblico feminino, interpreta-se que os
homens apresentam maior resistncia a receber
cuidados.
Figura 25 - Relao Percentual dos Entrevistados Divididos
por Sexo e Faixa etria
Fonte: Prpria, 2014.
Fonte: Prpria, 2014.
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CONTEXTUALIZAO DO TEMA
Figura 26: Moraria em asilo?
Indecisos
No
Sim
10
3
8
15
4
0 Mulheres - 2011
Homens - 2011
-
Ouviu coisas
ruins sobre asilos
Sentir-se
desamparado
Sentir-se
abandonado
Sentir-se
sozinho
5
2
15
3
2
2
3
0
0
Ter um cantinho
para viver
Cuidado prossional
da sade
Ter amigos
para conversar
Ter segurana
e proteo
Ter companhia
Figura 27 - Condicionantes para respostas positivas
Fonte: Prpria, 2014.
Figura 28 - Condicionantes para respostas negativas
Fonte: Prpria, 2014.
J o grco que apresenta as condicionantes que
levaram os pesquisados a responderem que no
procurariam um asilo para morar, aponta o abandono como
o item de maior relevncia, aparecendo ainda como
motivos coisas ruins que so ouvidas, desamparo e estar
sozinho, fatores que foram discutidos a longo deste
trabalho.
N a s r e s p o s t a s p o s i t i va s , a s p r i n c i p a i s
condicionantes esto relacionadas aos cuidados por
prossionais da sade, segurana e convvio com outras
pessoas. Para esta questo foi permitido a escolha de mais
de uma opo.
NOVO LAR PARA IDOSOS
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-
5 - ESTUDO DE CASOS
-
No planejamento inicial foi proposta a aplicao de um questionrio para
levantamento de alguns fatos relevantes associados vida externa e como se deu a
passagem do lar para a instituio, no intuito de entender as relaes entre internos,
familiares e sociedade.
O questionrio foi elaborado, porm na primeira visita esta ideia foi dissipada pelo
elevado nmero de internos com incapacidade, uns em seus leitos e outros alienados em
uma cadeira, ora disposta no ptio central, ora no interior dos quartos destinados a eles.
Nas visitas percebeu-se o quanto estas instituies esto margem da sociedade,
sobrevivendo por meio de convnios com a Prefeitura Municipal e por obras de caridade,
sendo as trs Instituies de Longa Permanncia para Idosos, em Ipatinga, fundadas e
administradas por igrejas locais. Fatos que comprovam a concepo do asilo, at os dias
atuais, no campo da caridade pelo cristianismo.
Os convnios junto Prefeitura Municipal, da Sade (R$50.000,00/ano) e da
Assistncia (R$300.000,00/ano) so destinados ao pagamento de pessoal da equipe
multidisciplinar, cuidadores e servios gerais. Demais despesas so acobertadas pelas
igrejas, aposentadoria e Lei Orgnica de Assistncia Social (LOAS), j que todos os
internos recebem algum tipo de benefcio. No sendo percebida, portanto, maiores
preocupaes do governo no investimento da qualidade de vida do idoso interno.
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ESTUDO DE CASOS
-
5.1 INSTITUIES DE LONGA PERMANNCIA PARA IDOSOS EM IPATINGA
5.1.1 INSTITUIO: LAR DOS VELHOS PAULO DE TARSO
Situada Rua Loureno da Veiga, 96 Bairro Bom Retiro Ipatinga, MG. Telefone de contato (31) 3823-2811. Foi
visitada em 04/11/2014.
Lar fundado em 1967 pela Casa Espirita que se situa em edicao vizinha. Possui atualmente 42 internos, contrariando a
resoluo 109 do Conselho Nacional de Assistncia Social (CNAS) Tipicao Nacional de Servios Socioassistenciais,
publicada em 11 de novembro de 2009, que dene o mximo de 20 pessoas por instituio. Acolhe um pblico misto, sendo que
dentre os 42 assistidos somente um procurou o Lar voluntariamente, os demais
so provenientes de decises familiares. Um dado que constata o abandono do idoso que somente trs deles recebem o
acompanhamento de familiares, os outros foram ali deixados e esquecidos.
Fonte: Prpria, 2014
NOVO LAR PARA IDOSOS
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A edicao constituda por duas alas, no sendo divididas por sexo, os quartos femininos e masculinos se misturam pela
extenso dos corredores. As condies de sade variam muito, existindo idosos em leitos denitivos, cadeirantes, Portadores de
mal de Alzheimer e outras, poucos acompanham o dia-a-dia na instituio.
Todos os internos recebem um benefcio da Previdncia Social, aposentadoria, penso ou Lei Orgnica de Assistncia
Social (LOAS), valor que retido pela instituio para cobrir suas despesas. De acordo com a legislao 70% ca para a instituio
e 30% devem ser mantidos com o benecirio. Porm existe o descumprimento da lei, sendo em alguns casos por necessidade do
prprio asilo e em outros por falta de condio do prprio idoso administrar a quantia ou at mesmo por no ter como gastar.
Os quartos so compartilhados por 3 pessoas e o banheiro que antes era coletivo, agora de uso individual compartilhado
por dois quartos. No possuem armrios para guarda de seus pertences, que so armazenados em um nico cmodo.
um lar onde pessoas so agrupadas pelas condies de sade que apresentam. Que perdem os vnculos externos e a
identidade enquanto indivduo criador de uma histria de vida, abandonados pela famlia por ser um peso.
Abandono que faz diferena para um interno que se mantem todos os dias assentado na porta de entrada aberta,
observando o movimento na rua como forma de manter vivas as lembranas de aes corriqueiras e cotidianas presentes na vida
de um cidado comum.
A equipe multidisciplinar se utiliza de atividades de terapias, trabalhos manuais, danas, pequenas caminhadas, passeios
feirinha do bairro, para tornar mais produtiva a vida daqueles que podem se deslocar.
No ptio central uma ocina improvisada de marcenaria, com um voluntrio fabricando pequenos objetos de madeira
para uso na instituio.
A visita se tornou mais rica a partir do instante que a Sra. Antnia, professora e nica interna voluntria, se juntou ao
grupo e foi apontando melhorias necessrias que visualiza na instituio. Esta senhorinha est na instituio h 1 ano, porm nos
nais de semana e feriados ca com a lha e netas. Foi inserida no lar porque estava sendo maltratada pelo lho. Ela mantem seus
pertences guardados em uma trouxa de pano.
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ESTUDO DE CASOS
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Necessidades apontadas:
1 - Assistentes Sociais: Mudana no desenho da cozinha, criando espao para que alguns deles possam preparar
alimentos, por mais simples que sejam, como forma de tornar aquele lugar mais prximo de suas casas.
2 - Dona Antnia: Sugere troca do piso da rea externa onde permanecem em grande tempo. No ptio central mais verde
e ores nas reas destinadas ao jardim. Fechamento por tijolo de uma porta atualmente isolada, que ca na sala de TV e permite a
passagem do som para seu quarto. Uma cozinha mais alegre e com o mobilirio mais bem disposto.
3 - Carpinteiro voluntrio: Disfarce de dois pilares no centro da cozinha. Colocao de armrios nos quartos, tornando
possvel a guarda e os cuidados com as roupas e pertences por cada um.
Embora a instituio tenha sua tipologia construtiva denida, percebe-se a possibilidade de modicaes que permitam
ao local maior comunicao do espao com os internos e deste com seu entorno, j que possui em seu entorno equipamentos
urbanos como escola estadual, praa, clube, igrejas e hospital. Mostrou-se bastante aberta a intervenes de melhorias no espao e
integrao com o ambiente externo, contrariamente ao que indica sua edicao, concebida de forma fechada e voltada para o seu
interior, reproduzindo a tipologia existente para esse tipo de moradia.
NOVO LAR PARA IDOSOS
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5.1.2 INSTITUIO: LAR DIVINA PROVIDNCIA DA SOCIEDADE DE SO VICENTE DE PAULO
Esta se situa Rua Tupiniquins, 95 Bairro Iguau Ipatinga, MG.
Telefone de contato (31)3821-3838. Foi visitada em 06/11/2014.
Fonte: Prpria, 2014
Lar fundado em 30/12/1989 pelo Padre Efrain Solano e entregue aos vicentinos para dirigir e administrar. Possui
atualmente 50 internos, contrariando a legislao que estabelece o nmero limite de pessoas, sendo 20 do sexo feminino e 30 do
sexo masculino. Para correo do nmero excedente, foi estabelecido o prazo de julho/2015 para que se chegue aos 40 internos.
Uma curiosidade que dentre os internos est uma senhora de 107 anos, abrigada antes mesmo da inaugurao da casa e
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ESTUDO DE CASOS
-
ali permanece at os dias atuais, embora no apresente conexes com o mundo.
Em sua histria abrigou muitos idosos vindo de outros municpios, fato que pode ter contribudo para o afastamento do
convvio entre internos e familiares, embora pessoas do prprio municpio estejam ali sem o acompanhamento familiar. Neste
ano, foi estabelecida a regra de s permitir o acesso daqueles residentes em Ipatinga.
No intuito de minimizar o abandono do idoso, a casa mantem um sistema de apadrinhamento pelos vicentinos, onde cada
interno possui um padrinho responsvel pelas datas comemorativas, como aniversrio, natal, etc. Foi relatado pela Assistente
Social que alguns fazem questo de comparecer e participar da organizao da festividade, j outros pedem para que eles
organizem e informem o valor para envio.
Construo de dois pavimentos que tem sua frente fechada por grade alta possibilitando o contato do idoso com o mundo
externo, porm o porto de entrada mantido sempre trancado. Possui separao das alas feminina e masculina e uma tipologia
construtiva muito semelhante a hospitalar. Os quartos so compartilhados por quatro pessoas e so dispostos ao longo de
corredores, possuindo ainda um ptio central pequeno, localizados no primeiro pavimento. J o segundo pavimento dividido em
salas e so utilizadas pelos vicentinos.
Possui na rea externa um enorme ptio que era utilizado para armazenamento das doaes destinadas ao lar, est sendo
fechado por falta de quantidade de doaes sucientes que justique a manuteno daquele espao.
uma instituio bastante visitada por escolas municipais, onde crianas cantam, leem histrias, trazem doaes e passam
algum tempo visando momentos mais vivos e alegres para queles que vivem o abandono. Um destaque para o lar a escola de
alfabetizao em funcionamento, onde alguns idosos participam e estabelecem vnculos com a educadora.
A arquitetura existente diculta adaptaes e modicaes que possam promover melhorias nos espaos, para tornar os
ambientes mais acolhedores e com mais esperana de vida.
O formato maudo da construo, as aberturas insucientes, as cores utilizadas na pintura das paredes e a pouca
incidncia de luz somam para uma sensao de peso e de connamento, tornando o lugar ainda mais triste e frio.
NOVO LAR PARA IDOSOS
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5.1.3 INSTITUIO: AO EVANGLICA DE AMPARO AOS NECESSITADOS DE IPATINGA
Situada Rua Blumenau, 105 Bairro Veneza II Ipatinga, MG.
Telefone para contato (31)3825-0655. Foi visitada em 06/11/2014.
Instituio fundada em 26/03/1971 pela Igreja Assembleia de Deus iniciou os trabalhos com creche, passando a receber
idosas a partir de 2005. Alvo de denncias foram obrigados a realizar correes e adaptaes exigidas na Resoluo RDC N
283, de 26 de setembro de 2005 da Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria - ANVISA, motivo pelo qual possuem projeto
arquitetnico e pelas melhorias realizadas a instituio que mais se assemelha a uma tipologia de casa lar.
Fonte: Prpria, 2014
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ESTUDO DE CASOS
-
Abriga 20 idosas e mantm o desejo de ingresso de internos do sexo masculino, porm necessria ampliao da
construo, o que demanda investimentos. Os quartos so espaosos, com portas largas e acomodam quatro internos. Um ponto
forte observado em seus espaos a presena de espelho na parede, o que permite a idosa se ver.
Possuem um espao de convivncia situado frente dos quartos, alm de um espao aberto na rea externa da construo
para o banho de sol, onde tambm acontecem ocinas de atividades manuais. A lavanderia industrial dividida, conforme
exigncia da ANVISA em rea suja e rea limpa e possui um grande armrio onde as roupas das internas cam separadas e
guardadas.
Uma nica idosa que foi voluntariamente para a instituio possui em seu espao dentro do quarto compartilhado, um
guarda-roupa, rdio e uma cmoda, como forma de manter sua autonomia na guarda de seus pertences, vnculos que trouxe da
vida externa.
Mesmo com as reformas exigidas pela ANVISA ainda necessria alguma melhoria, porm a instituio est em situao
de privilgio se comparada com as outras duas visitadas, embora a Assistente Social tenha expressado grande interesse em
parcerias.
NOVO LAR PARA IDOSOS
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-
Concluindo o estudo de caso, tem-se que as trs instituies esto ligadas s religies Espirita, Catlica e Assembleia de
Deus, duas abrigam idosos do sexo masculino e feminino e uma somente do sexo feminino. A impessoalidade e a falta de vnculo
so presentes nas trs, fazendo dos lugares algo que no faria parte de uma escolha se assim pudesse ser.
Os Lares Paulo de Tarso e da Sociedade So Vicente de Paulo so os que apresentam maiores necessidades de adaptaes,
embora as construes atuais dicultem reformas. Para atendimento as exigncias de convnio junto Prefeitura Municipal,
esto em processo de elaborao do projeto arquitetnico da edicao.
Para este Trabalho de Concluso de Curso 1, somente uma instituio ser estudada para proposio de um projeto de
ressignicao, adequao e reposicionamento do usurio na relao com o espao habitado. Visto as necessidades imediatas, e a
latente demanda por outros espaos que possibilitem a reinsero do idoso ao convvio social, foi escolhido o Lar dos Velhos
Paulo de Tarso. No posso deixar de mencionar que a Sra. Antnia, nica moradora voluntria, muito inuenciou nesta escolha,
sugeriu melhorias e solicitou ajuda para tornar aquele lugar mais integrador. Interlocuo que ofereceu maior clareza aos
levantamentos, possibilitando uma tica diferente entre espao vivenciado esporadicamente e espao habitado.
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ESTUDO DE CASOS
-
6 - OBRAS ANLOGAS
-
Fonte: archdaily.com.br, 2010
-
Sero aqui referenciadas obras anlogas no intuito de apresentar resultados satisfatrios de projetos para atendimento ao
idoso, dentro da concepo arquitetnica e solues espaciais, numa perspectiva diferente do que foi levantado e registrado nas
visitas tcnicas s Instituies de Longa Permanncia para Idosos (ILPI) na cidade de Ipatinga. As analogias contribuiro para a
proposio de modicaes e melhorias que favoream o corpo no espao, as relaes entre o pblico e o privado, bem como o
conhecimento de modalidades alternativas buscando novos signicados e novos usos do ambiente.
6.1 CENTRO GERITRICO HABITAO COLETIVA - AIRES MATEUS PORTUGAL
Obra selecionada para incluso no trabalho, por se tratar de uma edicao contempornea, ousada na congurao dos
ambientes, considerou as limitaes do seu pblico, promovendo novas experimentaes do corpo no espao.
Ficha da edicao:
Localizao: Alccer do Sal, Portugal;
Arquiteto Responsvel: Francisco Aires Mateus & Manuel Aires Mateus;
Equipe De Projeto: Giacomo Brenna, Paola Marini, Anna Bacchetta, Miguel Pereira;
rea: 1,560 m2;
Ano: 2010.
O projeto nasceu de uma leitura atenta da vida de uma comunidade em particular, uma espcie de micro
sociedade com as suas prprias regras. O programa pode denir-se entre um hotel e um hospital, procurando
compreender e reinterpretar a combinao pblico/privado, respondendo s necessidades de uma vida social, e
ao mesmo tempo de isolamento. As unidades independentes agregam-se a um nico corpo com um desenho
claro e expressivo. (ARCHDAILY.COM.BR, 2010).
105
OBRAS ANLOGAS
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Da mesma forma que o arquiteto utilizou-se da leitura de vida de uma comunidade para denir seu projeto, este trabalho,
na instituio a ser escolhida, considerar as prticas dirias, necessidades e anseios dos assistidos por ela.
Outro ponto de relevncia na obra anloga, a valorizao do espao destinado a circulao, mesmo considerando a
reduo da mobilidade apresentada em idade avanada, item que ser abordado no presente trabalho por meio de intervenes
nos acessos comuns e nas reas de vivncia, tornando-os ambientes mais integradores.
A mobilidade reduzida daqueles que habitaro o edifcio sugeriu que qualquer desvio deveria ser uma
experincia variada e emotiva. A distncia entre as unidades independentes medida e desenhada para que a ideia
de percurso se transforme em vida, e o tempo em forma.
O edifcio, percurso desenhado, um muro que naturalmente se ergue da topograa: limita e dene o espao
exterior, organizada todo o lote. (ARCHDAILY.COM.BR, 2010).
Fonte: archdaily.com.br, 2010
NOVO LAR PARA IDOSOS
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Fonte: archdaily.com.br, 2010
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OBRAS ANLOGAS
Figura 34 - Cortes
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Fonte: archdaily.com.br, 2010
NOVO LAR PARA IDOSOS
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Figura 35 - Planta primeiro pavimento
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Fonte: archdaily.com.br, 2010
109
OBRAS ANLOGAS
Figura 36 - Planta segundo pavimento
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6.2 MEMRIA VIVA
Instituio referenciada neste trabalho em virtude de ser uma nova modalidade de assistncia ao idoso inaugurada no
municpio de Ipatinga, ampliando o horizonte da populao quanto s possibilidades de cuidados na velhice, at ento limitada
aos asilos pblicos convencionais.
um centro dia situado no Bairro Cidade Nobre, em Ipatinga, MG, para permanncia temporria do idoso. O nome
Memria Viva foi escolhido para no intimidar o longevo e seus parentes. Oferece um espao onde a pessoa se sente em casa, mas
com um atendimento mais completo e direcionado para a melhoria de sua qualidade de vida. Tem como objetivo o
prolongamento do perodo ativo na velhice por meio de atividades direcionadas e convivncia social.
Fonte: Prpria
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OBRAS ANLOGAS
Figura 37 - Centro Memria Viva, Ipatinga, MG
-
Ficha da edicao:
Localizao: Rua Dom Pedro II, N161- Bairro Cidade Nobre, Ipatinga, MG.
Fundado em agosto de 2014, ainda no tem seu o quadro de assistidos preenchidos. A aceitao do pblico ainda lenta,
devido resistncia da sociedade com este tipo de empreendimento. Possui capacidade para atendimento a cinco internos em
perodo integral ou 10 meios perodos. Atualmente tem apenas um interno de perodo integral e alguns outros que participam das
ocinas teraputicas.
O horrio de funcionamento de 7h as 18h, de segunda a sexta e os idosos podem ou no fazer as refeies na instituio,
cando a critrio do cliente. O servio oferecido depende da necessidade do paciente cujo custo pode variar de R$1.300, meio
perodo, at R$ 4.500, perodo integral, com todas as atividades e refeies.
Fonte: Prpria, 2014
Aos internos so oferecidas
d ive r s a s oc ina s d i r i a s com o
acompanhamento de prossionais da
sade. Alm da assistncia ao idoso
disponibilizam consultoria arquitetnica,
para realizar adaptaes necessrias na
casa dos pacientes, no intuito de adequar
os espaos de acordo com a necessidade,
oferecendo maior conforto.
NOVO LAR PARA IDOSOS
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Figura 38 - Vista externa
-
Fonte: Memria Viva, 2014
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OBRAS ANLOGAS
Figura 39 - Planta baixa/layout
-
NOVO LAR PARA IDOSOS
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-
Fonte: Jeitodeviver.com.br, 2014
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OBRAS ANLOGAS
Figura 40 - interior da Instituio
-
116
Fonte: Jeitodeviver.com.br, 2014 Fonte: Jeitodeviver.com.br, 2014
NOVO LAR PARA IDOSOS
Figura 41 - vista da cozinha da instituio Figura 42 - sala de Televiso da instituio
-
A instituio possui um espao acolhedor mais
prxima do conceito de lar, o que minimiza o sofrimento
gerado pelo rompimento da histria vivida no lar e a
mudana para o local.
Ambientes destinados para o convvio
social entre internos e com visitantes integram a
edicao, tornando a moradia aconchegante e
pessoal. Espaos que foram projetados tirando
p r o ve i t o d a s v i s a d a s e x t e r n a s , q u e
proporcionam maior contato com o entorno e a
natureza.
Fonte: Jeitodeviver.com.br, 2014 Fonte: Jeitodeviver.com.br, 2014
117
OBRAS ANLOGAS
Figura 43 - sala de estar da instituio Figura 44 - rea de convvio social da instituio
-
7- PROPOSTA
-
121
PROPOSTA
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Ipatinga
Belo Horizonte
Cel. Fabriciano
Santana do
Paraso
IPATINGA
Novo Larpara idosos
Fonte: Prpria, 2014.
NOVO LAR PARA IDOSOS
122
Figura 45 - Diagrama de localizao
-
Fonte: www.google.com/maps
Praa
-
NOVO LAR PARA IDOSOS
124
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Fonte: Prpria, 2014. Fonte: Prpria, 2014.
-
Fonte: Prpria, 2014. Fonte: Prpria, 2014.
NOVO LAR PARA IDOSOS
126
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PROPOSTA
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Fonte: Prpria, 2014.
NOVO LAR PARA IDOSOS
128
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129
PROPOSTA
-
Fonte: Prpria, 2014.
NOVO LAR PARA IDOSOS
130
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Fonte: Prpria, 2014.
Fonte: Prpria, 2014.
131
PROPOSTA
-
Fonte: Prpria, 2014.
Fonte: Prpria, 2014.
NOVO LAR PARA IDOSOS
132
-
Fonte: Prpria, 2014.
133
PROPOSTA
-
Fonte: Prpria, 2014.
NOVO LAR PARA IDOSOS
134
-
Fonte: Prpria, 2014.
135
PROPOSTA
-
8 - NORMAS E LEGISLAES
CONSTRUTIVAS
-
Para atendimento s propostas apresentadas neste
trabalho, devero ser consideradas normas e legislaes, que
estabelecem padres mnimos como requisitos para
elaborao e avaliao de projetos arquitetnicos em
estabelecimentos assistenciais, com o objetivo de torn-los
adequados s necessidades de seus usurios, de forma
responsvel.
Embora a instituio, objeto deste trabalho, no seja
do setor da sade, cuida e responsabiliza-se por pessoas com
os mais variados problemas de sade decorrente da idade
avanada, fato que a coloca sob a scalizao dos padres
requeridos pela Vigilncia Sanitria.
Assim sendo, a RESOLUO - RDC N. 50,
publicada em 21 de fevereiro de 2002, deve ser seguida como
requisito norteador no programa de intervenes proposto
para o Lar dos Velhos Paulo de Tarso, como complemento ao
projeto arquitetnico da instituio.
Art. 1.Estabelece regras
para aprovar o Regulamento Tcnico
d e s t i n a d o a o p l a n e j a m e n t o ,
programao, elaborao, avaliao e
aprovao de projetos fsicos de
estabelecimentos assistenciais de
sade, em todo territrio nacional, na
rea publica e privada. (RDC N. 50)
Segundo a RDC N 50, por meio da aprovao do
projeto arquitetnico pela Vigilncia Sanitria, que a
instituio regulariza seu processo de adequao, motivo pelo
qual as trs instituies visitadas disseram estar preparando
seus projetos para apresentao.
Estabelece em seu texto requisitos bsicos e
abrangentes a toda edicao, tais como dimensionamento
de espaos, limpeza, circulaes verticais, acabamentos de
paredes, pisos e bancadas, condies de segurana contra
incndios, dentre outros. Portanto esta norma dene padres
a m de assegurar qualidade aos espaos modicados.
139
NORMAS E LEGISLAES CONSTRUTIVAS
-
No que se refere a requisitos de acessibilidade, ser
considerada a Norma ABNT NBR 9050, j que:
Es t abe l ece c r i t r io s e
p a r m e t r o s t c n i c o s a s e r e m
observados quando do projeto da
construo, instalao e adaptao de
edicaes, mobilirio, espaos e
equipamentos urbanos s condies de
acessibilidade. (ABNT NBR 9050)
Requisitos estes estabelecidos para permitir s
pessoas portadoras de necessidades especiais e mobilidade
reduzida o acesso a produtos, servios, atividades,
informaes, etc..
Portanto, nas modicaes propostas para a
Instituio de Longa Permanncia para Idosos (ILPI) Lar
dos Velhos Paulo de Tarso, esta norma muito contribuir
para proporcionar aos idosos, com todas as suas limitaes,
acessos aos espaos de forma digna, segura e autnom