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No fundo, no h ningum que resista msica.O filsofo alemo Friedrich Nietzsche, brio de msica, afirmou que a vida sem msica seria um erro, um fardo, um exlio. De facto, -nos difcil imaginar a vida sem msica. Nenhuma comunidade, nenhuma civilizao vive sem ela. Quase todos os Estados possuem o seu hino, todas as religies tm os seus cnticos, todos os homens tm algum contacto com a msica. A msica no s a mais sentimental das artes, como tambm serve de modelo a todas elas. De certo modo, atravs da msica que artes to diferentes como a literatura e a arquitectura, por exemplo, se entrelaam. A literatura aspira a tornar-se msica, ou seja, aspira a transmitir-nos as mesmas sensaes que a msica nos transmite. Por vezes quase que o consegue. Com a arquitectura, atravs da harmonia, da proporo e da beleza das formas, passa-se a mesma coisa. No foi por acaso que Goethe definiu a arquitectura deste modo : "A arquitectura msica congelada".No entanto, as nossas tentativas para interpretar a msica (ou at para defini-la) redundam inevitavelmente num colossal fracasso. Como interpretar aquilo que anterior linguagem, e que portanto faz com que esteja para l da fronteira do entendimento humano?Apesar de a msica estabelecer os limites da linguagem, ela prpria uma linguagem. a verdadeira linguagem universal. A msica faz-nos esquecer de ns prprios, conduz-nos a um lugar desconhecido para ns, permite-nos abandonar este amontoado de partculas que o nosso corpo, faz-nos sentir o que na realidade no sentimos, e ao expressar os mais elevados estados da conscincia humana revela-nos indcios do transcendente.Enfim, penso que no descabido dizer que a msica um mistrio to insondvel como o da origem do universo. Termino com uma observao do antroplogo francs Lvi-Strauss: " A inveno da melodia o supremo mistrio das cincias humanas".