novo curso de direito civil, volume 4 : tomo ii - 10ed · 12/04/2001 · capa roney camelo livro...
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ISBN978-85-472-1649-8
Gagliano,PabloStolzeNovocursodedireitocivil,volume4:tomoII:contratosemespcie/PabloStolze
Gagliano,RodolfoPamplonaFilho.10.ed.SoPaulo:Saraiva,2017.1.Contratos(Direitocivil)2.Direitocivil-LegislaoBrasilI.PamplonaFilho,
Rodolfo.II.Ttulo.16-1551CDU347(81)(094.4)
ndicesparacatlogosistemtico:
1.Cdigocivil:1916:Brasil347(81)(094.4)
2.Cdigocivil:2002:Brasil347(81)(094.4)
PresidenteEduardoMufarej
Vice-presidenteClaudioLensing
DiretoraeditorialFlviaAlvesBravin
Conselhoeditorial
PresidenteCarlosRagazzo
GerentedeaquisioRobertaDensa
ConsultoracadmicoMuriloAngeli
GerentedeconcursosRobertoNavarro
GerenteeditorialThasdeCamargoRodrigues
EdioDeborahCaetanodeFreitasViadana
ProduoeditorialAnaCristinaGarcia(coord.)|LucianaCordeiroShirakawaClarissaBoraschiMaria(coord.)|KelliPriscilaPinto|MarliaCordeiro|MnicaLandi|
TatianadosSantosRomo|TiagoDelaRosa
Diagramao(LivroFsico)Know-HowEditorial
RevisoKnow-HowEditorial
ComunicaoeMKTElaineCristinadaSilva
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CapaRoneyCamelo
Livrodigital(E-pub)
Produodoe-pubGuilhermeHenriqueMartinsSalvador
ServioseditoriaisSuraneVellenich
Datadefechamentodaedio:22-12-2016
Dvidas?
Acessewww.editorasaraiva.com.br/direito
NenhumapartedestapublicaopoderserreproduzidaporqualquermeioouformasemaprviaautorizaodaEditoraSaraiva.
AviolaodosdireitosautoraiscrimeestabelecidonaLein.9.610/98epunidopeloartigo184doCdigoPenal.
http://www.editorasaraiva.com.br/direito
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NovocursodeDireitoCivilv.4,T.ii
PabloStolzeGagliano
RodolfoPamplonaFilho
1edioago.2007
2ediodez.2008
2edio,2tiragemago.2009
3ediodez.2010
4ediojan.2011
4edio,2tiragemjun.2011
5ediojan.2012
6ediojan.2013
7ediojan.2014
7edio,2tiragemjul.2014
8ediojan.2015
9ediojan.2016
10ediojan.2017
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PABLOSTOLZEGAGLIANO
JuizdeDireitonaBahia.ProfessordeDireitoCivildaUFBAUniversidade
FederaldaBahia,daEscoladaMagistraturadoEstadodaBahiaedoCurso
LFG.MestreemDireitoCivilpelaPUCSPPontifciaUniversidadeCatlicade
SoPaulo.EspecialistaemDireitoCivilpelaFundaoFaculdadedeDireitoda
Bahia.MembrodaAcademiaBrasileiradeDireitoCivilABDCedaAcademia
deLetrasJurdicasdaBahia.
RODOLFOPAMPLONAFILHO
JuizTitularda32VaradoTrabalhodeSalvador/BA.ProfessorTitularde
DireitoCivileDireitoProcessualdoTrabalhodaUNIFACSUniversidade
Salvador.CoordenadordosCursosdeEspecializaoemDireitoCivileem
DireitoeProcessodoTrabalhodaFaculdadeBaianadeDireitoedoCursode
Especializaoon-lineemDireitoeProcessodoTrabalhodaEstcio(em
parceriatecnolgicacomoCERSCursoson-line).ProfessorAssociadoda
graduaoeps-graduao(MestradoeDoutorado)emDireitodaUFBA
UniversidadeFederaldaBahia.MestreeDoutoremDireitodasRelaes
SociaispelaPontifciaUniversidadeCatlicadeSoPauloPUCSP.Msterem
EstudiosenDerechosSocialesparaMagistradosdeTrabajodeBrasilpela
UCLMUniversidaddeCastilla-LaMancha/Espanha.EspecialistaemDireito
CivilpelaFundaoFaculdadedeDireitodaBahia.MembroePresidente
HonorriodaAcademiaBrasileiradeDireitodoTrabalho.Membroda
AcademiadeLetrasJurdicasdaBahia,AcademiaBrasileiradeDireitoCivil
ABDC,InstitutoBrasileirodeDireitoCivilIBDCivileInstitutoBrasileirode
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DireitodeFamliaIBDFAM.
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Dedicamosestaobra
A nosso Senhor Jesus Cristo, pelo discernimento na
administraodo tempoedasatividades,ensinando-nosque tudo
possvel,seforfeitocomAmor;
ARodolfinho Pamplona, gerado, gestado, nascido e crescendo,
juntocomestetomoeestaobra;
Aosservidoresda1.VaradoTrabalhodeSalvador,poraceitarem
odesafiodeumtrabalhohercleodeexcelncia;
Aos alunos do 2. ano-A notuno de 2004 da UNIFACS
Universidade Salvador, por ser a primeira turma que (quase)
conseguiucomemorarnossoaniversrio;
Aosformandosde2006(turmaBmatutinaeturmaAnoturnada
UNIFACS e 2006.2, Reitoria, da UFBA) e 2007.1, por nos ter
escolhido como professor homenageado, especialmente, as turmas
2006.2 (Centro de Convenes) e 2007.1 da UFBA, que nos
elegeramamigodaturma;
AtodososqueridosalunosdaRedeLFG,doCursoJusPodivm,da
UNIFACSUniversidadeSalvador e daUniversidadeFederal da
Bahia,peloconstanteincentivo;e
Aos amores de nossas vidas: a famlia, a magistratura e o
magistrio.
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Sumrio
Agradecimentos
NotadeAbertura
OsContratossobaVisoConstitucionalizadada(nova)EscolaBaianadePensamentoJurdico
PrefcioPrimeiraEdio
ApresentaodaPrimeiraEdio
NotadosAutoresDcimaEdio
NotadosAutoresNonaEdio
NotadosAutoresQuintaEdio
NotadosAutoresTerceiraEdio
NotadosAutoresSegundaEdio
NotadosAutoresPrimeiraEdio
CaptuloI-CompraeVenda
1.Introduo
2.ConceitoePartes
3.Caractersticas
4.ElementosEssenciais
4.1.Oconsentimento
4.2.Acoisa
4.3.Opreo
5.DespesascomoContratodeCompraeVenda
6.ResponsabilidadeCivilpelosRiscosdaCoisa
-
7.QuestesEspeciaisReferentesCompraeVenda
7.1.Vendaadescendente
7.2.Situaesespeciaisreferentesfaltadelegitimidadeparaacompraevenda
7.3.Vendaacondmino
7.4.Vendaentrecnjugeseentrecompanheiros
8.VendaAdCorpuseVendaAdMensuram
9.Promessa/CompromissodeCompraeVenda79
9.1.Naturezajurdicadodireitodopromitentecomprador
9.2.Escorohistrico
9.3.Adjudicaocompulsria
9.3.1.Aoutorgadaescrituradefinitivacomoatodevido
9.3.2.Adjudicaocompulsriadecompromissodevendaregistrado
9.3.3.Execuoespecficadocompromissodevendanoregistrado
10.ClusulasEspeciaisouPactosAcessriosCompraeVenda
10.1.Retrovenda
10.2.Vendaacontentoesujeitaprova(porexperimentao)
10.3.Preempooupreferncia
10.4.Vendacomreservadedomnio
10.5.Vendasobredocumentos
10.6.Pactodomelhorcomprador(reminiscnciadoCC/1916)
10.7.Pactocomissrio(reminiscnciadoCC/1916)
CaptuloII-TrocaouPermuta
1.DenominaoeConceito
2.Caractersticas
3.PermutadeValoresDesiguais
4.DisciplinaJurdica
CaptuloIII-ContratoEstimatrio
1.Introduo
2.ConceitoePartes
3.NaturezaJurdica
4.Caractersticas
5.DireitoseObrigaesdasPartes
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6.AntecipaodaDevoluodaCoisaConsignada
7.ProibiodePenhoraeSequestrodaCoisaConsignada
8.ResponsabilidadepeloRisco
CaptuloIV-Doao
1.Introduo
2.ConceitoePartes
3.Caractersticas
4.AceitaodaDoao
5.DoaoMortisCausa
6.DoaoInoficiosa
7.DoaoUniversal
8.PromessadeDoao(PactumdeDonando)
9.EspciesdeDoao
9.1.Doaopuradoaocomfatoreseficaciais
9.2.Doaocontemplativadoaoremuneratria
9.3.Doaoconjuntiva
9.4.Doaocomclusuladereverso
9.5.Doaomistadoaesmtuas
9.6.Doaosobformadesubvenoperidica
9.7.Doaoindiretadoaodisfarada
10.DoaoentreCompanheiroseConcubinos
11.DoaoFeitaaoNascituroeaoEmbrio
12.ExtinodoContratodeDoao
12.1.Meionaturaldeextino
12.2.Revogaodadoao(inexecuodoencargoeingratidododonatrio)
12.2.1.Hiptesesdeingratido
12.2.2.Aorevocatria:caractersticas.Condies.Prazos.Efeitos
12.2.3.Doaesnosujeitasrevogao
13.DoaoporProcurao
CaptuloV-LocaodeCoisas
1.NoesGerais
2.Conceito
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3.ConsideraesTerminolgicas
4.ElementosEssenciais
4.1.Tempo(duraodalocao)
4.2.Coisa(objetodalocao)
4.3.Retribuio(preodalocao)
5.Caractersticas
6.Modalidades
7.ContratosCorrelatos
8.AquisiodaCoisaporTerceiroeContratodeLocao
9.ContedodoContratodeLocao(DireitoseObrigaesdasPartes)
9.1.Obrigaesdolocadordireitosdolocatrio
9.1.1.Entregaraolocatrioacoisaalugada
9.1.2.Manteracoisaalugadanomesmoestado
9.1.3.Garantirousopacficodacoisa
9.2.Obrigaesdolocatriodireitosdolocador
9.2.1.Servir-sedacoisaalugadaparaosusoscontratados
9.2.2.Trataracoisaalugadacomosesuafosse
9.2.3.Pagarpontualmenteoaluguel
9.2.4.Levaraoconhecimentodolocadorasturbaesdeterceiros
9.2.5.Restituiracoisa,findaalocao,noestadoemquearecebeu
10.AIndenizaoporBenfeitoriasnaCoisaLocada
11.DireitodeReteno
12.CessodoContratodeLocaoeSublocao
13.ExtinodoContratodeLocao
14.NotassobreaLeidoInquilinato
CaptuloVI-Emprstimo
1.Introduo
2.Comodato
2.1.Histricoeconceito
2.2.Caractersticas
2.3.Prazodocontrato
2.4.Parteseobjeto
2.5.Direitoseobrigaesdaspartes
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2.6.Despesasfeitaspelocomodatrio
2.7.Extino
3.Mtuo
3.1.Histricoeconceito
3.2.Riscosdacoisaemprestada
3.3.Caractersticas
3.4.Prazodocontrato
3.5.Parteseobjeto
3.6.Mtuofeitoamenor
3.7.Garantiaderestituioaomutuante
3.8.Direitoseobrigaesdaspartes
3.9.Mtuofeneratcio
3.10.Extino
CaptuloVII-PrestaodeServio
1.ConsideraesTerminolgicasIniciais
2.ConceitoeContratosAfins
3.Caractersticas
4.Objeto
5.Forma
6.Retribuio
6.1.Compensaonaausnciadehabilitao
7.TempodeDurao
7.1.Direitoaoavisoprvio
7.2.Contagemdotempo
8.ExtinodoContrato
8.1.Direitocertificao
8.2.Indenizaespelaextinoantecipada
9.AliciamentodeModeObra
10.DireitoContinuidadeContratualnaAlienaodePrdioAgrcola
11.OContratodePrestaodeServioeaCompetnciadaJustiadoTrabalho
CaptuloVIII-Empreitada
1.NoesConceituais
-
2.Objeto
3.Caractersticas
4.Modalidades
4.1.Empreitadadelavor
4.2.Empreitadademateriais
5.OPreo
6.DireitoseDeveresdoEmpreiteiroedoComitente/DonodaObra
6.1.Remunerao
6.2.Aceitao
6.3.Pagamentodemateriaisrecebidoseinutilizados
6.4.Inalterabilidaderelativadoprojeto
7.PrazodeGarantia
8.SuspensodoContratodeEmpreitada
9.ExtinodoContratodeEmpreitada
10.EmpreitadaeJustiadoTrabalho
CaptuloIX-ContratodeEmprego
1.Introduo
2.ConceitoeDenominao
3.ElementosCaracterizadoresdaRelaodeEmprego
4.Partes
5.Caractersticas
6.ElementosdoContratodeTrabalho
7.ProvadoContratodeTrabalho
8.NulidadeContratual
9.DuraodoContrato
10.ContedodoContrato
11.ExtinodoContrato
TABELADEVERBASRESCISRIAS
CaptuloX-Depsito
1.Introduo
2.Conceito
3.Caractersticas
-
4.ParteseObjeto
5.EspciesdeDepsito
6.DireitoseObrigaesdasPartes
7.NegativadeDevoluodaCoisaDepositada
7.1.Anlisedosarts.633a635doCdigoCivil
7.2.Direitodereteno
7.3.Prisododepositrio
8.ExtinodoContratodeDepsito
CaptuloXI-Mandato
1.Introduo
2.ConceitoeDenominao
3.DistinesTerminolgicas
4.FigurasContratuaisCorrelatas
5.Partes
5.1.Mandatoconjunto
6.Caractersticas
7.Forma
8.Substabelecimento
9.ObjetodoMandato
10.Espcies
10.1.Mandatoextrajudicial
10.2.Mandatojudicial
11.ContedodoMandato
12.DireitoseObrigaesdasPartes
12.1.Obrigaesdomandatriodireitosdomandante
12.2.Obrigaesdomandantedireitosdomandatrio
13.IrrevogabilidadedoMandato
14.ExtinodoMandato
14.1.Revogaoourenncia
14.2.Morteouinterdio
14.3.Mudanadeestado
14.4.Trminodoprazoouconclusodonegcio
-
CaptuloXII-Comisso
1.Introduo
2.ConceitoeElementos
3.Caractersticas
4.FigurasContratuaisCorrelatas
5.DireitoseObrigaesdasPartes
6.EspciesdeComisso
7.ComissoeRelaodeEmprego
8.ClusulaDelCredere
9.ExtinodoContrato
CaptuloXIII-AgnciaeDistribuio
1.Introduo
2.UnidadeouDistinoConceitual?
3.Caractersticas
4.ContratosCorrelatos
5.DireitoseObrigaesdasPartes
6.ExtinodoContrato
CaptuloXIV-Corretagem
1.NoesIntrodutrias
2.ConceitoeInstitutosAnlogos
3.Tipologia
4.Caractersticas
5.DireitoseDeveresdoCorretoredoComitente
6.RemuneraodoCorretor
7.ExtinodoContratodeCorretagem
8.CorretagemeJustiadoTrabalho
CaptuloXV-Transporte
1.Introduo
2.Conceito
3.Caractersticas
4.TransportedeCoisasouMercadorias
5.TransportedePessoas
-
6.TransporteGratuito
7.ExtinodoContratodeTransporte
CaptuloXVI-Seguro
1.NoesIntrodutrias
2.Escorohistrico
3.Conceito
4.Princpiosreguladores
5.Naturezajurdica
6.Caractersticas
7.Partes
8.Objetodoseguro:Orisco
9.Aboa-feocontratodeseguro
10.Aplice
11.Direitoseobrigaesdaspartes
12.Prmio
12.1.Moranopagamentodoprmio
13.Agenteautorizadodosegurador:ocorretordeseguros
14.Espciesdeseguro:segurodedanoesegurodepessoa
14.1.Segurodedano
14.1.1.Noesgeraisdedanoindenizvel
14.1.2.Segurodedano:limiteseproibiodosobresseguro
14.1.3.Sinistroparcial
14.1.4.Garantiadoseguroevciointrnsecodacoisasegurada
14.1.5.Segurodecoisastransportadas
14.1.6.Transfernciadocontrato
14.1.7.Direitoderegressodacompanhiaseguradora
14.1.8.Seguroderesponsabilidadecivil
14.2.Segurodepessoa
14.2.1.Noesintrodutrias
14.2.2.Segurodeacidentespessoais
14.2.3.Segurodevida
14.2.4.Seguroemgrupo
15.Prazosprescricionaiseocontratodeseguro
-
16.Extinodocontrato
CaptuloXVII-ConstituiodeRenda
1.Introduo
2.Conceito
3.Caractersticas
4.Forma
5.DireitoseObrigaesdasPartes
6.NulidadedaConstituiodeRenda
7.DireitodeAcrescer
8.ExtinodoContrato
CaptuloXVIII-JogoeAposta
1.NoesIntrodutrias
2.Conceito
3.NaturezaJurdica
4.EspciesdeJogo
5.Caractersticas
6.ContratosDiferenciais
7.UtilizaodoSorteio
8.ExigibilidadedeDvidadeJogocontradanoExterior398
9.OReembolsodeEmprstimoparaJogoouAposta
10.ExtinodoContrato
CaptuloXIX-Fiana
1.Introduo
2.Conceito
3.Caractersticas
4.Partes
5.Objeto
6.EspciesdeFiana
7.EfeitosdaFiana
7.1.Benefciodeordem
7.2.Direitosedeveresdaspartes
8.FianaConjunta
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9.LimitaoTemporaldaFiana
10.FianaeAval
11.FianaeOutorgaUxria
12.ExtinodaFiana
CaptuloXX-Transao
1.VisoMetodolgicadosAutores
2.ConceitoeNaturezaJurdica
3.Elementosanaliticamenteconsiderados
4.Caractersticas
5.Espcies
6.Forma
7.Objeto
8.Efeitos
CaptuloXXI-Compromisso
1.EsclarecimentosIniciais
2.NoesHistricasGerais
3.ConceitodeCompromisso
4.Caractersticas
5.NaturezaJurdica
6.OCompromissonoProcedimentodaArbitragem
7.ExtinodoContratodeCompromisso
CaptuloXXII-RepresentaoComercial
1.Introduo
2.ConceitoeContextualizao
3.Caractersticas
4.ContratosCorrelatos
5.RequisitosdeValidadedoContratodeRepresentaoComercial
6.DireitoseObrigaesdasPartes
6.1.Deveresdorepresentantedireitosdorepresentado
6.2.Direitosdorepresentantedeveresdorepresentado
7.ExtinodoContrato
Referncias
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Agradecimentos
Pessoasparaagradecerquenofaltamnonossoconvviodiuturno.
De fato, diante de tanto carinho que temos recebido, a despeito de nossas
ausnciasporcontadeinmeroscompromissos,omnimoquepodemosfazer
registrar,humildemente,onossoMUITOOBRIGADO!
Valeuportudo!
BeijoseabraosaPinho,VirgniaeLourdes(nossospais),Fred,Camila,Luiz
AugustoeRicardo(irmos),KallineeEmilia(esposas);BibieNana;Marinae
Rodolfinho Pamplona (filhos), BenaMutim,OliveirosGuanais Filho,Geraldo
Vilaa(irmomaisnovo,garotoprodgio),Dr.WaldomiroPereira(peloapoiode
sempre, generosidade no compartilhar da cultura e pelo presente do BGB
traduzido),Dr.BoscoDrummond(peloconstanteincentivo),amigoNunis(pela
sincera amizade),Martinha (pela presena e oraes para que este tomo fosse
concludocomomenorprejuzo familiarpossvel),CleideeMarli (peloapoio
no controle das feras), Ana Thereza Meirelles, Maria Guilhermina Barreto
(Guila), Slvia e Hudson Resed, Guilherme Bellintani, Francisco Salles,
FranciscoFonteneleeasaudosaequipeJusPodivm,CamiloColani,Tatianade
Almeida Granja (pela amizade e apoio na aquisio dos Cdigos Civis da
-
Espanha, Alemanha, Itlia e Frana), Thiago Borges, Renato Barros, Eduardo
Lima Sodr, Eugnio Kruschewsky, Joo Glicrio Filho, Mariana Moura,
Ricardo Sampaio (pelo bate-papo no aeroporto deBraslia), Ronaldo Torres e
Lucinha,Vivaldo,HlioLimaePratesMaia(pelaeternadisputaporquem
maisamigoumdooutro!),GamilFoppel,RogrioGreco(e todososJuristas
deCristo),SebastianMello,VasconceloseLouise(Casal20daUnisulBahia),
Iuri Lemos Vieira (grande vocalista e corretor de seguros...), aos vizinhos do
Palcio Itaigara (pela solidariedade no Tsunami no prdio e pelo jogo de
buraco nas quintas e domingos), Salominho Resed, Luciano Figueiredo,
RobertoFigueiredo,AndrMorgandeGodi,TalitaMoreiraLima,AnaPaula
Didier, Marcos Avallone (MT), Fernanda Barretto (UNIFACS e UniJorge),
LeandroFernandez,RoniAndrade,LuizCarlosdeAssis Jr.,MarinaXimenes,
Lueli Santos, LeonardoGrizagoridis da Silva (RJ), RodrigoFoureaux, Thiago
Moreira,PolianaG.TeixeiraStulzer,NoemiLemos,FernandoGaburri,Micheli
Correa Berti, Fernando Oliveira, Lislaine Irineu (Uberaba/MG), Gilberto de
Jesus,MarceloRodriguesMonteiro,MarcellaBotelho, LaraMonyque Santos,
SalomoViana,RodrigoMoraes,CiceroAlissonBezerraBarros,SatyaInagawa,
Pedro Henrique Rodrigues, a Arnold Junior e Erica (pelo atendimento na
operadoradecelular, enquantoescrevamoso livro...),LeilianeRibeiroAguiar
(Leila), Paula Cabral Freitas, Edson Saldanha, Jlia Pringsheim Garcia,
NathaliaCavalcante,GilbertoFreitas,MarcelaFreitas,aoscolegasdoTribunal
de Justia do Estado da Bahia e do Tribunal Regional do Trabalho, aos
serventurios das Comarcas de Amlia Rodrigues, Simes Filho, Teixeira de
Freitas, Eunpolis, Ilhus e Salvador, aos gerentes regionais da Saraiva e
livreiros,portodooapoionadivulgaodonossotrabalho,eatodososdemais
-
amigosque,emboranomencionados,torcerampornossosucesso.
-
NotadeAbertura
OSCONTRATOSSOBAVISOCONSTITUCIONALIZADADA(NOVA)ESCOLABAIANADEPENSAMENTOJURDICO
Aconvitedosautores,venhodesempenharatarefa,aumstempoprazerosae
honrosa, de apresentar este segundo tomo do quarto volume de obra j
consagradaemnossosmeiosjurdicos.
Umdosautores,PabloStolzeGagliano, tiveaoportunidadedeconhecerao
longodetodoumanodeestudosnasdisciplinasobrigatriasdeTeoriaGeraldo
Direito e Filosofia do Direito, por mim ministradas no Programa de Ps-
GraduaoemDireitodaPUCSP,aotempoemquealifezoseumestrado.Nesta
oportunidade, revelou-se um dos mais brilhantes estudantes de todos quantos
passaramporminhasaulas,aolongodessesmaisdequinzeanosdedocnciana
ps-graduao stricto sensu, em diversos locais do Pas. J o outro,Rodolfo
Pamplona Filho, a quem conheci ainda como estudante de graduao na
FaculdadedeDireitodaUFBAUniversidadeFederaldaBahia,integraagora,
talcomooprimeiro,oseuquadrodocente,sendoigualmenteumdosquemaisse
destacam,combrilhoedisposioparaotrabalho,nalutapelaimplantaodo
CursodeMestradoemDireitoPblicodaUCSALUniversidadeCatlicade
Salvador,emquefuiindicadoparaacoordenao,noprojetooriginal.
-
porseencontrarementreosjuristasbaianosdanovageraopessoasassim,
quetantofariamasgloriosasgeraespassadasseorgulharemdeporelesserem
sucedidas, o meu convencimento de que as condies para prosperarem os
estudosjurdicosemsolobaiano,atualmente,soasmaispropcias,motivoque
meatraiuparacompartilhardessemomento,transferindo-meparasolobaiano,e
aindaresgatandoantigasrazesfamiliares.
Prova cabal do que venho de afirmar , justamente, a presente obra, cuja
consagraosdevecrescer,commaisumtomo,enriquecidacomofoidetantas
inovaes. Merece todos os encmios a abordagem atualizada da matria
civilstica a partir de suas bases constitucionais, j que destamatria tambm
caberia afirmar o mesmo que a Corte Constitucional Federal Alem, quando
certa feita qualificou o Direito Processual Penal de Direito Constitucional
Aplicado, pois tambm na esfera privatstica, que em linguagem referimos
comocvel, hde seproceder investigaes sobo enfoque constitucional, nos
quadros do Estado Democrtico de Direito contemporneo, tal como aqui
almejamosimplementar.
Alis, entendo que esta uma condio necessria, ainda que no seja
suficiente,paraqueseconsumeoidealconsagradonaquelafrmulapoltica,por
nsadotadacomaConstituiode1988,edaqualmuitasvezestemosantida
sensao de estarmos nos distanciando, com o passar do tempo, quando o
contrrioqueeradeseesperar.Otrabalhodedoutrinadorescomoosvalorosos
autoresdapresenteobraquenostraznovoalento.
Salvador,9desetembrode2006.
-
WillisSantiagoGuerraFilho
ProfessorTitulardoCentrodeCinciasJurdicasePolticasdaUniversidade
FederaldoEstadodoRiodeJaneiro(UNIRIO).Coordenador(indicado)do
MestradoemDireitoPblico(emimplantao)daUniversidadeCatlicade
Salvador(UCSAL).ProfessorconvidadodosCursosdeMestradoemDireitoda
FundaoInstitutoparaoEnsinodeOsasco(UNIFIEO),daFaculdade
AutnomadeDireitodeSoPaulo(FADISP)edaUniversidadeCandido
Mendes(UCAMRJ).
-
PrefcioPrimeiraEdio
Lisonjeado com o amvel convite formulado pelos diletos amigos Pablo
StolzeGaglianoeRodolfoPamplonaFilhoparaprefaciarovolumeIV, tomo
2, concernente aos contratos em espcie, de sua obra dedicada ao estudo do
DireitoCivil,fao-ocomamaiorsatisfaoeorgulho.
Trata-se de trabalho de flego, dividido em 22 captulos, com mltiplas
subdivises,nosquaispraticamentenadadeixoudeserenfrentadopelosilustres
Autores. Como bons juristas, no se contentaram em reproduzir conceitos
assentes, nem se conformaram com a simples exegese das normas positivas,
produzindoobrademuitareflexoecriatividade.
Ovolumequeoravemalumerevelamaturidadedeseusautores,quenose
eximiram, emmomento algum, de assumir posio pessoal diante de aspectos
controvertidos, filiando-se a esta ou quela corrente, fazendo-o sempre
fundamentadamente. E restou bastante valorizado com o recurso ampla
bibliografia,nacionaleestrangeira,bemcomoaorepertriodejurisprudnciado
pas,sejaoanteriorvignciadonovodiploma,queaindadegrandeserventia,
sejaoposterior.
No se olvidaram, sem dvida, os j consagrados civilistas da crtica
-
formuladaporLafayetteRodriguesPereiraaosqueacreditam,equivocadamente,
queoDireitoCivil,presoletradostextos,nocapazdeprogresso,senopor
via de reformas legislativas. Em realidade, a formao cientfica do Direito
caminhaperpetuamente,noobstanteaimobilidadedalei.Acinciaeaprtica
arrancam aquelas regras dos veios em que permanecemocultas, e, dando-lhes
uma preciso luminosa, as reduzem a mximas definidas. A combinao dos
diversos elementos fornecidos pelos textos permite cincia a formao de
novasnoesedenovasregras.Assim,pois,degeraoemgerao,adoutrina,
ainda tendo sempre por base a mesma coleo de textos, progride, muda de
fisionomia, enriquece-se, completa-se, aperfeioa-se (Prefcio, inDireito das
cousas,2.ed.,RiodeJaneiro:Ed.J.RibeirodosSantos,p.XeXI).
Esbanjando clareza e elegncia na forma e irradiando preciso, segurana e
profundidadenocontedo,ovolumeoraprefaciado,dedicadoaoscontratosem
espcie,de indiscutvel rigor tcnico-doutrinrio,almdeconstituir ferramenta
hbil aos estudantes, ser de grande utilidade para todos os operadores do
Direito,dequalquernvel.
Os talentosos autores merecem, pois, encmios e louvor por brindarem o
mundo jurdico commais um alentado e exemplar volume de sua prestigiosa
coleo,queembreve,paragudiodetodosns,estarcompleta.
CarlosRobertoGonalves
DesembargadoraposentadodoTribunaldeJustiadeSoPauloeProfessor
doComplexoJurdicoDamsiodeJesus.
-
ApresentaodaPrimeiraEdio
Sabidamente,oDireitodasObrigaes,desdeaantiguidaderomana,sempre
representouoramomaisdinmicododireitoprivado.Elenoscolocadiantede
princpios, leis, regras e costumes que se apresentam em uma permanente
modificao, com reclamo de uma sempre renovada atualizao de seus
estudos.
Nessecontexto,assumeparticularrelevnciaodireitodoscontratos,emquea
imaginao humana atua com desenvoltura, criando constantemente novas
figurasderelaesnegociais,quemelhoratendamaosinteressesrecprocosdos
contratantes.
Nestemomento emque o legislador (certa ou erradamente, j no importa)
houveporbemprocederameiaunificaododireitoprivado, somospostos
diante de um Cdigo Civil em que, ao lado dos contratos civis tradicionais,
sensivelmente incrementados, novas figuras contratuais das mais diversas
origenssotrazidasparaseucontedo.
Estud-las, esclarecer o que diz o novo Cdigo (ou deixou de dizer),
representaumdesafioquesereservaparaanovageraodejuristas.
Os ilustres professoresPablo StolzeGagliano eRodolfo Pamplona Filho
-
aceitaramessedesafio.
Esesaramvitoriosos.Demonstra-oaleituradostrabalhosquenestelivrose
contm.
YussefSaidCahali
DesembargadoraposentadodoTribunaldeJustiadeSoPaulo.Professorda
UniversidadedeSoPaulo.
-
NotadosAutoresDcimaEdio
Oanode2017prometeserummarcoemnossasvidas!
Nessadata,completamos15anosdaestreiadovolume1(ParteGeral)do
nossoNovoCursodeDireitoCivil,oprimognitodeumaprofcuaparceria,que
logofoisucedidoporvriosvolumes,inclusiveestelivro,totalmentefocadoem
umavisoabrangentedosContratosemEspcie.
Comefeito,maisdoquecolegas,tornamo-nosparceiros.
Maisdoqueparceiros,tornamo-nosamigos.
Maisdoqueamigos,tornamo-nosirmos.
E,nessafraternidade,vriosfrutosforamgerados.
At o momento, lanamos, juntos, 8 obras em coautoria, a saber, 7
volumes/tomosdonossoNovoCursodeDireitoCivil(ParteGeral,Obrigaes,
Responsabilidade Civil, Teoria Geral dos Contratos, Contratos em Espcie,
Direito de Famlia e Sucesses), e uma obra apartada, O Novo Divrcio,
publicadaquandodapromulgaodaEmendaConstitucionaln.66/2010.
Masessafraternidadecontinuaaproduzirnovosresultados!
Justamente no ano em que debutamos, ao completar 3 lustros de
-
publicaes,voc,amigoleitor,quemganharopresente.
Almdahabitualededicadarevisoeatualizaodotextodestanovaedio
quechegassuasmos,temosaimensahonradeanunciarque,nesseano,temos
tambmaprevisodelanardoisnovosfilhos.
O primeiro o volume 5 da coleo, inteiramente dedicado ao estudo dos
DireitosReais, que j est sendo ultimado nomomento em que se redigem
estaslinhas.
Osegundoaproladanossaproduo:umManualdeDireitoCivil,como
cursocompletodadisciplina,quefacilitaraconsultarpidadenossosamigos
leitoresemumnicovolume,abrangendotodososramosdoDireitoCivil,com
precisotcnica.
Eumfilhonoconcorrercomooutro.
OManual ter a caracterstica da consulta rpida, condensada, enquanto os
tomos do Novo Curso de Direito Civil tero cortes epistemolgicos bem
direcionadossdisciplinasespecficas,comoaprofundamentodequestesque
nosopossveisemumaobradaenvergaduradovolumenico.
Um complementando o outro, sem tomar o seu espao, como devem se
comportarmembrosdeumamesmafamlia.
Nestanovafasedenossasvidas,rendemoshomenagensavoc,queridoleitor,
portodooapoioecarinhodemonstrados.
Reiteramos nosso pedido para que nos ajude a cumprir nosso permanente
compromissodehonraramissodeensinaronovoDireitoCivilbrasileirocom
-
profundidade, objetividade e leveza. Por isso, continuamos sempre abertos a
toda e qualquer sugesto de aperfeioamento, que pode nos ser enviada pelos
nossose-mailspessoais,aquidivulgados.
Essasaudvelinteraovirtualnostemfeitomuitobem(eaumentado,acada
edio,alistadeagradecimentos...).
Muitoobrigadoportudo!
ComDeus,sempre!
Salvador,novembrode2016.
PabloStolzeGagliano
RodolfoPamplonaFilho
Visitenossossites:e
mailto:[email protected]:[email protected]://www.pablostolze.com.brhttp://www.rodolfopamplonafilho.com.br
-
NotadosAutoresNonaEdio
Anualmente, a cada nova edio da obra, temos feito cuidadosa reviso e
atualizaodotexto.
Muitas vezes, procedemos tambm com ampliaes, incorporando novas
reflexesedissecandoinstitutosantesnoabordados.
Todavia,oquefizemos,destavez,comtodaacoleo,queagoraentregamos
aonossoqueridopblicoleitor,foimuitomaisdoqueisso.
De fato, o ano de 2015 mostrou-se profcuo em matria de produo
legislativa.
O advento de um novo Cdigo de Processo Civil afetou profundamente
aspectosdonossodireitomaterial.
Ademais, outros diplomasmodificaram expressamente preceitos legislativos
que eram objeto de referncia em edies anteriores de vrios volumes desta
obra,exigindonovoesforointelectualpara(res)sistematizaracompreensoeo
ensinodetradicionaisinstitutoscivis.
Destaque-se, ainda, que boa parte da doutrina e jurisprudncia aqui trazida,
emboraatualizada,serefere,pormotivosbvios,legislaoprocessualcivilde
1973,oquedeixamosclaroaonossoleitor.
-
Assim,nestenovonascimento,renovamostambmonossocompromissode
manterestamissodeensinaronovoDireitoCivilbrasileirocomprofundidade,
objetividade e leveza, sempre abertos a toda e qualquer sugesto de
aperfeioamento, pelo que informamos nossos atuais e-mails e sites para a
saudvelinterao,pessoale/ouvirtual.
Muitoobrigadoportodooapoioquevoc,queridoleitor,nosproporciona!
ComDeus,sempre!
Salvador,dezembrode2015.
PabloStolzeGagliano
RodolfoPamplonaFilho
Visiteossites:e
mailto:[email protected]:[email protected]://www.pablostolze.com.brhttp://www.rodolfopamplonafilho.com.br
-
NotadosAutoresQuintaEdio
Aprimeiraediodoprimeirovolumedestacoleofoipublicadaemmaro
de2002.
Parecequefoiontem...
Fizemos o lanamento oficial em um grande congresso realizado em
Salvador/BA,nodia 3 de abril de 2002 e, naquelemomento, percebemosque
estvamosdiantedealgomaravilhosoqueuniriaindelevelmenteasnossasvidas,
comoumsmbolodeumafraternidadeinabalvel.
Olivrosaiudocontrole...eraumafrasequerepetamosumparaooutro,de
formareiterada,aoconstataroxitodanossamodestaempreitada.
Enovoslivrosseseguiram,inclusiveestevolumededicadoaosContratosem
Espcie.
Em agosto de 2011,menos de 10 anos da estreia daquele que costumamos
chamar de nosso primognito, estamos redigindo estas linhas com uma
emoorenovada.
Vemosqueestaprofcuaparceriagerousetelivrosevriosartigosdegrande
repercusso.
-
Alcanamosmentes e almas em todo o Pas, seja pessoalmente, seja por e-
mailsounocontatopormeiodenossossiteeblog.
Crescemoscomosereshumanos,experimentandonovassensaesemnosso
convviofamiliar,acadmicoeprofissional.
Mantivemos o nosso corao de estudante aberto para tudo que nos foi
ofertado, nunca fechando nossos horizontes para a pesquisa e o renovar do
debateedoaprendizado,emcursosnoBrasilenoexterior.
Nesta nova edio revista, ampliada e atualizada, revisamos tpicos,
esclarecendo e sanando as inevitveis imperfeies decorrentes da falibilidade
humanaoudamodificaonormativa.
Registramos, mais uma vez, o nosso agradecimento sincero pela interao
comosleitores,dasmaisdiversasformaspossveis(salasdeaula,congressos,e-
mails,redessociaisetc.).Talcontatopermiteumaatualizaoeaperfeioamento
constante da obra, motivo pelo qual sempre inserimos novos nomes nos
agradecimentosdolivro.
Destaforma,renovamosebuscamoscumprironossocompromissopblicode
respeitoaosestudiososdoDireitoCivilbrasileiro.
MuitoobrigadoportudoaDeuseavoc,amigo(a)leitor(a)!
Salvador,agostode2011.
PabloStolzeGagliano
RodolfoPamplonaFilho
Visiteossites:e
mailto:[email protected]:[email protected]://www.pablostolze.com.br
-
http://www.rodolfopamplonafilho.blogspot.com
-
NotadosAutoresTerceiraEdio
Oltimoanoquevivemosfoirepletodegrandesemoes.
Com efeito, se iniciamos a redao do volume VII (Direito de Famlia),
destacoleo,comonimodecompletar,omaisrpidopossvel,anossaobra,
tambmtivemosimensosoutrosdesafiosquenostomaram,sobremaneira,todoo
tempolivre.
Do ponto de vista profissional, reorganizamos nossas agendas, permitindo
estabelecer novos contatos com queridos novos amigos em todos os rinces
desteBrasilcontinental.
Realizamos cursos fora doEstado e doPas, buscando abrir, aindamais, os
horizontes, o que tem sido uma experincia enriquecedora, inclusive para este
livro.
Se problemas pessoais, notadamente de sade na famlia, tambm nos
atacaram, sentimos, por outro lado, um forte intercmbio de energias, com as
maravilhosascorrentesdeorao,pensamentopositivoesolidariedade,quenos
fizeram,quaseliteralmente,renascerdascinzas.
Ecomesteespritorenovadoquetemosahonraeoprazerdeapresentarao
nossofielpblicoleitorasnovasediesdonossoNovoCursodeDireitoCivil,
-
a saber: 12 edio do volume I (Parte Geral), 11 edio do volume II
(Obrigaes),8ediodovolumeIII(ResponsabilidadeCivil),6ediodo
volume IV, tomo 1 (TeoriaGeral dosContratos) e 3 edio do volume IV,
tomo2(ContratosemEspcie).
Esperamos,emCristo,terminaronovorebentodestaprofcuaparceriaainda
noanoemcurso.
E,maisumavez,aproveitamosaoportunidadeparaagradecer.
Agradecero carinhocomque somos recebidos em todosos lugares emque
palestramosouministramosaulas.
Agradecer o apoio em todos os momentos, alegres ou difceis, por que
passamosrecentemente.
Agradecer, sempre, a interao mantida com os leitores, seja no contato
pessoalnassalasdeaula,corredoresoucongressos;sejapelaimensaquantidade
demensagenseletrnicasrecebidasdiariamente.
Comoafirmamosanteriormente,deformapblica,estecompartilhardeideias
acaba transformando nossos leitores em coautores virtuais da obra, motivo
pelo qual sempre temos ampliado o rol de agradecimentos de cada edio de
todos os volumes, inserindo os nomes daqueles que trouxeram contribuies
paraolapidardaobra.
Receba,voc,amigoleitor,onossosinceroecarinhosoabrao!
Salvador,julhode2009.
PabloStolzeGagliano
mailto:[email protected]
-
RodolfoPamplonaFilho
Visiteossites:e
mailto:[email protected]://www.pablostolze.com.brhttp://www.unifacs.br/revistajuridica
-
NotadosAutoresSegundaEdio
comhumildadeealegriaincontidaqueapresentamosaonossoamigoleitor,
poucomaisdeseismesesdepois,asegundaediodovolumeIV(Contratos),
tomo2(ContratosemEspcie)donossoNovoCursodeDireitoCivil.
Mantendo o nosso compromisso habitual com o pblico leitor, revisamos
tpicos, tanto do ponto de vista de esclarecimento de posicionamentos, com
insero de novas referncias doutrinrias e jurisprudenciais, quanto de
aperfeioamentoredacional.
Este trabalho, inclusive, foi realizado emparalelo redao do volumeVII
(DireitodeFamlia),quepretendemoslanarjuntocomestaedio.
Agradecemos, mais uma vez, a constante interao que estamos mantendo
com os leitores, seja no contato pessoal nas salas de aula, corredores ou
congressos; seja pela imensa quantidade de mensagens eletrnicas recebidas
diariamente,oquemuitonosalegra.
Temos afirmado publicamente que este compartilhar de ideias acaba
transformandonossosleitoresemcoautoresvirtuaisdaobra,motivopeloqual
sempre temos ampliado o rol de agradecimentos de cada edio de todos os
volumes, inserindo os nomes daqueles que trouxeram contribuies para o
-
lapidardaobra.
Aestemaravilhososentimentodeconstruocoletivadeumtexto,dedicamos
esta nova edio, com a sincera promessa de continuar lutando pela constante
evoluodenossaobra.
Umcarinhosoabrao!
Salvador,agostode2008.
PabloStolzeGagliano
RodolfoPamplonaFilho
Visiteossites:e
mailto:[email protected]:[email protected]://www.pablostolze.com.brhttp://www.unifacs.br/revistajuridica
-
NotadosAutoresPrimeiraEdio
comgrande jbiloque, finalmente,apresentamoscomunidade jurdicao
maisnovofilhodanossacoleoNovoCursodeDireitoCivil,asaber,otomo
2dovolumeIV,inteiramentededicadoaoscontratosemespcie.
Algum tempo se passou desde o lanamento do ltimo tomo, e, com isso,
acreditamos ter aprofundado e amadurecido ainda mais o nosso projeto
bibliogrfico.
Passamospormudanasprofundasemnossasvidas, tantodopontodevista
pessoal quanto profissional.Quem acompanha a obra desde o seu nascedouro
pode constatar, com uma simples leitura, o quanto tivemos de alteraes no
nosso cotidiano, podendo-se destacar, somente para ilustrar, a concluso, com
louvor, doMestrado dePablo na PUCSP, com a sua participao em cursos
presenciaisetelepresenciaisemtodooPas,eoretornodeRodolfoaSalvador,
depoisdemaisdetrsanosnatitularidadeemVarasdoTrabalhodointeriorda
Bahia, com seu ingresso no corpo docente de Programas de Ps-Graduao
strictosensuenaUFBAUniversidadeFederaldaBahia.
Tudo isso, aliado aos inadiveis compromissos pessoais, fez com que
tivssemosdeatrasarumpoucoaproduodosnovostomosevolumes,oque,
-
agora,retomado,comanimusdecompletude.
Comoenfatizamosnotomoanterior,apropostadovolumeapresentaruma
anlise minuciosa de formas contratuais tpicas e atpicas, como a
complementaonaturaldoconhecimentodateoriageraldoscontratos.
Issoporqueadisciplinageralapremissabsicaparacompreendercadaum
dos contratos em espcie, tendo em vista a busca de uma sistematizao
realmentegeneralizantedaconcepotericadessesnegciosjurdicos.
Aqui,buscou-seabordartodososcontratosprevistosnovigenteCdigoCivil
brasileiro, bem como abrir captulos sobre outrasmodalidades contratuais no
codificadas, a saber, nesta primeira edio, os contratos de emprego e de
representaocomercial.
bvio que, dada a liberdade criativa da autonomia da vontade, este tomo
sempre estar na busca de seu aperfeioamento ou desdobramento (dado o
grande volume de texto produzido), uma vez que novas formas contratuais
surgema cadadia, sendonossa inteno ampliar a anlise, coma inserode
novasfigurascontratuaisacadaedio.
Oquenopoderamosdeixardefazer lanar, logo,anossavisosobreos
contratos tpicos codificados, por ser um dos pedidos constantes dos nossos
amigosleitores.
Porissomesmoquejosconvidamosanosdarsugestesdeoutrasformas
contratuaisaseremabordadasemeventuaisfuturasnovasedies,inclusivecom
apropostadeoutrosenfoques,poisessadialtica temsidoa tnicadacoleo
que nos propusemos a escrever, constituindo-se tal inter-relao em um dos
-
pontosaltosdoseudesenvolvimento.
Destaque-sequeessesegundotomofoiiniciadojuntamentecomoanterior,no
momentoemquesedecidiupelofracionamentodovolumeIV,motivopeloqual
procuramosdarnfasesuaconcluso.
Gostaramos de registrar que, por isso, os dois tomos esto intimamente
relacionados, formando sistematicamente um corpo nico, valendo destacar, a
ttulode exemplo,que em todosos captulosdeste segundo tomo,napartede
caractersticas dos contratos abordados, fizemos referncia s modalidades
classificatrias procedidas no primeiro tomo, ao qual remetemos o leitor,
inclusiveparaverificaodas citaes, umavezque ahonestidade intelectual,
com a expressa indicao dos autores originais das ideias (quando no eram
inteiramentenossas),semprefoiumnortenodesenvolvimentodestaobra.
Salientamos,ainda,commuitasatisfao,queinserimos,emtodososvolumes
(inclusive neste tomo ora apresentado), todos os Enunciados das Jornadas da
JustiaFederal(I,IIe,atmesmo,arecenteIV,de25a27-10-2006).
Damesma forma, seguimos nossa tradio pessoal de homenagear grandes
juristas brasileiros, chamando, desta vez, um baiano honorrio, o Professor
WillisSantiagoGuerraFilho,seguindoatrilhaaberta,nosvolumesanteriores,
por Josaphat Marinho, Calmon de Passos, Pinho Pedreira e Rodrigues
Pinto.Paraoprefcioeaapresentao,tivemosahonradecontarcomtextosda
lavra dos consagrados ProfessoresCarlosRobertoGonalves eYussef Said
Cahali.E,paraotextodeorelha,acompanhiadabaianidadeinescondveldo
ilustreProfessorCristianoChavesdeFarias.
-
Por fim, revelamos, semmedo da transparncia, que esses dois tomos, em
especial, foram escritos dedicada e compulsivamente, com troca quase
instantnea de e-mails, varando madrugadas, ou, na maior parte das vezes,
sacrificando completamente os poucos momentos de lazer, nicos horrios
disponveis diante do fato de que o exerccio consciente e dedicado da
magistraturaedomagistrioaprioridadeprofissionaldenossasvidas.
Alis,pesquisamos incessantementeodireitonacionaleestrangeiro,notaro
osnossos leitores,oquemuitoenriqueceuanossaobra, apesardoexcessode
trabalho.
Porisso,almdasdedicatriaseagradecimentosconstantesdaparteinicialdo
livro, gostaramos de registrar,mais uma vez, o nosso profundo amor nossa
famlia,quetemsidoasustentaoparaanossaproduointelectual.Serfamlia
suportar, tantonosentidodetolerarasnossasfalhasquantodeseroapoio
paratodasashoras.
E grande famlia dos amantes doDireito Civil brasileiro entregamos este
tomo, encerrando o livro de contratos, na esperana de que alcance amesma
aceitaodosvolumesanteriores.
Salvador,maiode2007.
PabloStolzeGagliano
RodolfoPamplonaFilho
Consulteossites:e
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-
http://www.unifacs.br/revistajuridica
-
CaptuloI
CompraeVenda
Sumrio: 1. Introduo. 2. Conceito e partes. 3. Caractersticas. 4. Elementos essenciais. 4.1. O
consentimento. 4.2. A coisa. 4.3. O preo. 5. Despesas com o contrato de compra e venda. 6.
Responsabilidade civil pelos riscos da coisa. 7.Questes especiais referentes compra e venda. 7.1.
Vendaadescendente.7.2.Situaesespeciaisreferentesfaltadelegitimidadeparaacompraevenda.
7.3.Vendaacondmino.7.4.Vendaentrecnjugeseentrecompanheiros.8.Vendaadcorpusevenda
ad mensuram. 9. Promessa/compromisso de compra e venda. 9.1. Natureza jurdica do direito do
promitente comprador. 9.2. Escoro histrico. 9.3. Adjudicao compulsria. 9.3.1. A outorga da
escritura definitiva como ato devido. 9.3.2. Adjudicao compulsria de compromisso de venda
registrado.9.3.3.Execuoespecficadocompromissodevendanoregistrado.10.Clusulasespeciais
oupactosacessrioscompraevenda.10.1.Retrovenda.10.2.Vendaacontentoesujeitaprova(por
experimentao). 10.3. Preempooupreferncia. 10.4.Venda com reserva de domnio. 10.5.Venda
sobre documentos. 10.6. Pacto do melhor comprador (reminiscncia do CC/1916). 10.7. Pacto
comissrio(reminiscnciadoCC/1916).
1.INTRODUO
O contrato de compra e venda abre a parte de nossa obra dedicada aos
contratos emespcie,noapenaspela topogrfica razode seroprimeirodos
contratosdisciplinadospelocodificador (arts.481a532),mas,sobretudo,pela
largatradiohistricaeaceitaosocialdequegoza,noBrasilenomundo.
O Cdigo Civil italiano tambm inicia o seu Ttulo III (Dos contratos em
-
espcie)comotpicoDavenda,nosseguintestermos:
Art.1.470.Avendaocontratoquetemporobjetoatransfernciadapropriedadedeumacoisaoua
transfernciadeumoutrodireitocontraumpreoequivalente1.
Na mesma linha, o Cdigo Civil alemo abre a sua Seo VII, Ttulo I
(Obrigaesemparticular), comaCompra (Kauf), consoante sepodenotarda
leituradeseu433:
433.Obrigaestpicasdecontratodecompra.(1)Atravsdocontratodecompraestarovendedor
deumacoisaobrigadoaentregaracoisaaocompradoreaproporcionarapropriedadedacoisa.(...) 2.
Daanlisedessesdoisexcertoslegislativos,jpodemosobservarqueodireito
comparado,assimcomoobrasileiro,dcertaprimaziaaocontratodecomprae
venda,disciplinando-oemprimeirolugar.
A justificativa de tal postura legislativa afigura-se-nos clara e de fcil
entendimento, se considerarmos que talvez a compra e venda seja a atividade
negocialmaiscomumedifundidaemtodoomundoedemaiorrelevnciaparao
sistemacapitalista,desdeosvultososcontratosdefornecimento,pactuadospor
grandescorporaes,simplesaquisiodeumdoce,nalanchonetedaesquina.
Acompraevendafazpartedavidadohomemmoderno3.
Interessante, outrossim, salientarmos a controvrsia conceitual existente na
doutrina,e refletidanasnormasdodireitonacionaleestrangeiro,porcontade
que a presente espcie contratual enfatizada, por alguns, na ao de venda
(contratodevendaecompra),aopassoqueoutrosinvertemaspalavras(compra
evenda).
Veja-se,porexemplo,nascitaes legislativasacimareferidas,queodireito
-
italianoprefereenfocaraaodevenda(talqualodireitofrancs4),enquanto
osalemespreferemsalientaracompra.Namesmalinha,oCdigoCivilda
Venezuela:
Artculo1.474.Laventaesuncontratoporelcualelvendedorseobligaatransferirlapropiedadde
unacosayelcompradorapagarelprecio.
Alatere taisdiscussesconceituais,odireitopositivobrasileiroconsagroua
denominaocontratodecompraevenda,talqualoCdigoCivilportugus5eo
chileno6,consoantepodemosobservarnaanlisedoart.481doCdigoCivilde
2002,expressoestaqueseradotadaaolongodopresentecaptulo.
2.CONCEITOEPARTES
A definio do contrato de compra e venda extremamente simples,
dispensando grande esforo intelectual: traduz o negcio jurdico em que se
pretende a aquisio da propriedade de determinada coisa, mediante o
pagamentodeumpreo.
Trata-se, pois, de um negcio jurdico bilateral, pelo qual uma das partes
(vendedora)seobrigaatransferirapropriedadedeumacoisamvelouimvel
outra(compradora),medianteopagamentodeumaquantiaemdinheiro(preo).
Nooutra,alis,adicolegaldonossoprprioCdigoCivil,quedispe:
Art.481.Pelocontratodecompraevenda,umdoscontratantes seobrigaa transferirodomniode
certacoisa,eooutro,apagar-lhecertopreoemdinheiro.
Nota-se, portanto, a existncia de dois atores fundamentais neste cenrio
jurdico:ovendedor(queseobriga transfernciadodomnio)eocomprador
(queseobrigaaopagamentodopreo).
-
de salientar, entretanto, que, no sistema jurdico brasileiro, o contrato de
compraevendaproduzapenasefeitosjurdicosobrigacionais,nooperando,de
persi,atransfernciadapropriedade,senoasimplesobrigaodefaz-lo.
Nessemesmodiapasoodireitoargentino,consoantepodemosobservardo
pensamentodeGUILLERMOA.BORDA:
Aunque ya volveremos sobre el tema, conviene destacar ab initio que este contrato no supone
transferenciadelapropiedadnilaentregaefectivadelprecio,sinolaobligacindehacerlo7.
Com isso queremos dizer que, celebrado o contrato de compra e venda, as
partes ainda no podem considerar-se donas do preo (vendedor) ou da coisa
(comprador), seno at que se opere a tradio da coisa vendida, embora j
sejamtitularesdodireitodeexigirasuaprestao.
Ouseja,atransfernciadepropriedade,nodireitopositivobrasileiro,resulta
da constituio do ttulo (contrato) e de uma posterior solenidade (modo
tradiodobemmvel/registrodobemimvel).Porexemplo:seCaiocelebrou
contrato de compra e venda comSilvio (vendedor), enquanto no se operar o
registrodottuloconstitutivonocartriodeimveis,oprimeironopoderser
reputadodonodacoisa.
Sobeste aspecto,demonstrandoanatureza jurdicaobrigacionaldocontrato
decompraevenda,erabastanteclarooAnteprojetodoCdigodeObrigaes,
deautoriadograndeCAIOMRIODASILVAPEREIRA,que,emseuart.388,
dispunha:
Ocontratodecompraevendaconstituio ttulocausalda transfernciadedomnio,aqualseopera
pelatradio,oupelatranscrionoregistrodasededoimvel,enopodeserobstadapelamortedo
vendedor,nemporatoemanadodesteoudeterceiro,salvocasodedvida,levantadaperanteooficial
-
doregistro,ouporeleprprio8(grifosnossos).
Diferentemente,nosistemafrancs,ocontratotemrepercussorealimediata,
comodestacaRACHELBERNARDI,eminteressanteestudosobreotema:
O sistema francs reconhece s convenes, por si mesmas, o efeito translativo da propriedade
mobiliria,independentementedequalquerformalidadeextrnsecaedequalqueratodeexecuo,no
apenasemrelaospartescontratantes,mastambmemrelaoaosterceirosemrelaoaosquaisa
convenoseriaoponvel.Poroutrolado,oartigo2.279doCdigoCivilfrancsestabeleceque,quanto
aosbensmveis,aposseequivaleao ttulo,oqueensejao reconhecimentodeque,concretamente,a
tradiopodesuplantaraeficciarealdasconvenes9.
Claroest, finalmente,queaspartes envolvidasnopresentecontratodevem
ser dotadas dos requisitos de capacidade e legitimidade, indispensveis para a
perfeitavalidadenosomentedaavenaemquesto,mas,tambm,dequalquer
negciojurdico10.
3.CARACTERSTICAS
Trata-se, em sntese, de um negcio jurdico bilateral e sinalagmtico, em
regra consensual, comutativo ou aleatrio, autorizador da transferncia de
propriedade, de execuo instantnea ou diferida11, entre outras
caractersticas12.
Nesse sentido, conveniente lembrarque, nosdiasque correm, a compra e
vendacostumeiramentepactuadasobaformadecontratodeadeso.
um contrato bilateral, na sua formao, pois exige a conjugao das
vontades contrapostas do vendedor e do comprador, as quais, quando
harmonizadas,formamoconsentimento,ncleodoreferidonegcio.Soboutro
enfoque,consideradobilateralporgerarouproduzirdireitoseobrigaespara
-
ambasaspartesenvolvidasnaavena.
O denominado autocontrato ou contrato consigo mesmo, aquela espcie de
negcio jurdicoemqueumanicapessoacelebraoatoemseuprpriofavor,
pareceexcepcionararegradabilateralidadenaformaodocontrato.ocaso
do sujeito, dotado de poderes de representao (procurador/mandatrio), que
efetiva a compra e venda consigo mesmo, ou seja, que acaba por adquirir,
segundo o preo solicitado pelo mandante, a coisa a ser vendida. Mas as
aparncias enganam. Neste caso, a unilateralidade da avena apenas
superficial,pois,nofundo,omandatrio/compradorageemnomeenointeresse
do mandante/vendedor, por meio do instituto jurdico da representao
voluntria(mandato).
NodizerdeORLANDOGOMES,
a figura do autocontrato equvoca, porque violenta o princpio da duplicidade das declaraes de
vontades,oquelevoualgunstratadistasaconsider-lonegciounilateral.Seocontratooencontroea
integraodeduasvontades,pressupeduasdeclaraes,nosendopossveladmitir-sequeresultede
uma s. A essa objeo responde-se dizendo-se que o essencial para a formao do contrato a
integrao de declaraes animadas por interesses contrapostos. Na formao do autocontrato, o
representanteemiteduasdeclaraesdevontadesdistintasqueconsubstanciamosinteressesdosquais
setornouopontodeconvergncia13.
Temos, assim, sob o critrio eminentemente cientfico, que o contrato de
compraevendabilateralnasuaformaoequantoaosseusefeitos.
Nessa mesma linha, da sua nsita bilateralidade resulta a consequente
caractersticadaexistnciadosinalagmaentreasprestaespactuadas.Fala-se,
pois,queumcontratobilateralesinalagmtico.
Eoqueviriaaser,pois,osinalagma?
-
NaprecisadefinioetimolgicadeAntnioHouaiss:
sinalagma s.m. JURmtua dependncia de obrigaes num contrato ETIM gr. sunllagma, atos
trocaderelaes,dondecomrciontimo;relaesdenegcios,porconsequncia,conveno,pacto,
contrato14.
Emnossosentir,osinalagma,caractersticaimanenteaoscontratosbilaterais,
traduziria a relaoounexodecausalidade (reciprocidade)entreasprestaes
opostas, pactuadas. Assim, a prestao devida pelo vendedor (transferir a
propriedade da coisa) seria correlata, recproca ou correspectiva, por fora do
sinalagma,emfacedaprestaodocomprador(pagaropreo).H,comosev,
entreambas,umainequvocarelaodereciprocidade:opreosomentedevido
porqueacoisatambmo,evice-versa.
Dessanoo,ademais,nodiscrepaLUIZGUILHERMELOUREIRO:
Nos contratos bilaterais ou sinalagmticos, ao contrrio, os contratantes so simultnea e
reciprocamente credor edevedordooutro.Em tais contratos socriadosdireitos eobrigaespara
ambasaspartes;cadaumadelasficaadstritaaumaprestao(grifamos).
Eexemplifica:
A doutrina cita como exemplo de contrato bilateral a compra e venda, onde o vendedor tem a
obrigaodeentregaracoisavendidaaocompradoreodireitoa receberopreoajustado;enquanto
estetemaobrigaodepagaropreoemdinheiroeodireitodereceberacoisa(art.481doCC)15.
Almdebilateral,,emgeral,consensual,ouseja, torna-seperfeitoquando
aspartesconvencionamarespeitodopreoedacoisaaservendida.Valedizer,
ocontratoseformapelosimplesconsentimento,independentementedaentrega
dobem.
Veja,nesseponto,onossoregramentolegal:
Art.482.Acompraevenda,quandopura,considerar-se-obrigatriaeperfeita,desdequeaspartes
-
acordaremnoobjetoenopreo16.
Da leitura do supramencionado dispositivo possvel extrair os elementos
essenciaisdocontratodecompraevenda(consentimento,coisaepreo),oque
esmiuaremosnoprximotpico.
, ainda, espcie de negcio jurdico oneroso, podendo ser comutativo ou
aleatrio.
oneroso porque traduz, para cada parte, o experimento de um ganho ou
benefcio,eaconsequentediminuiopatrimonial:ovendedorsebeneficiacom
opreo,eperdeacoisa;ocompradorsebeneficiacomacoisa,eperdeopreo.
Vale registrar que somente nos contratos onerosos que o alienante
responderpelosriscosdaevico,naformadoart.447doCC/2002,bemcomo
pelosvciosredibitrios,abrindo-seaoadquirente,nestecaso,apossibilidadede
rejeitar a coisa, redibindo o contrato (via ao redibitria), ou reclamar o
abatimentonopreo(viaaoestimatriaouquantiminoris)17.
Ressalte-se, porm, que, na forma do art. 503 do CC/2002, nas coisas
vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma no autoriza a rejeio de
todas. Tal regra, no nosso entendimento, deve ser temperada em funo da
utilidadedacoisacoletiva.Emsetratandodeumauniversalidade,porexemplo,
uma biblioteca ou uma coleo de selos, cujo valor, em seu conjunto, pode
superarovalordecadaumdositenssomados,individualmenteconsiderados,ou
nahiptesedeaausnciadeuminutilizaroufazerperderosentidodaaquisio
dos demais (ex.: par de brincos, cartas de baralho etc.), sem que sejam
considerados,por isso,meraspartes integrantes18,a regra legalpodenofazer
-
sentidoseaplicada.
Nessalinha,podersercomutativo(seasprestaesdaspartesforemcertas)
oualeatrio,senohouvercertezaquantoocorrnciadeumadasprestaes.
Aesserespeito,comabsolutapropriedade,SLVIOVENOSApontifica:(...)
contrato geralmente comutativo porque, no momento de sua concluso, as partes conhecem o
contedo de sua prestao. Admite-se a compra e venda aleatria quando uma das partes pode no
conhecer de incio o contedo de sua prestao, o que no suprime os fundamentos bsicos do
negcio19.
Exemplodecontratoaleatrioacompraevendadeumasafradesoja20.
Podemos ainda dizer que um contrato autorizador da transferncia de
propriedade. Sobre essa caracterstica j discorremos acima, quando
mencionamosqueaobrigaoprincipaldovendedor transferirodomnioda
coisa,aopassoqueadocompradoropreo.Frise-se,maisumavez,queesse
efeito(translativo)consequnciadocontrato,esomenteseconcretizapormeio
datradio(mveis)edoregistro(imveis)21.Observe-se,porm,queacompra
e venda , na classificao dos contratos reciprocamente considerados, um
contratoprincipaledefinitivo.
Ocontratodecompraevendapodeaindasedartantonamodalidadeparitria
quantonadeadeso, a depender de as partes estaremem iguais condiesde
negociao, estabelecendo livremente as clusulas contratuais, na fase de
puntuao,ouseumdospactuantespredetermina(ouseja,impe)asclusulas
donegciojurdico,respectivamente.
negciojurdicodeamplautilizao,comojdito,peloqueinvocadoem
quasetodosos tiposderelaescontratuais(civis,comerciais,consumeristase
-
administrativos), salvo as trabalhistas, pois, nesta modalidade, a fora de
trabalho (ou seja, em ltima anlise, o prprio trabalhador) que o objeto da
relaojurdicadedireitomaterial.
Trata-se,ainda,deumcontratoquepodedar-setantodeformalivre(ouseja,
nosolene),ou,acontrariosensu,comrigor formal (contratosolene),quando
envolvabensimveis,ateordoart.108doCC/2002.
Quanto designao, trata-se, por bvio, de um contrato nominado e, pela
existnciadeumadisciplinalegalespecfica,deumcontratotpico.
O contrato de compra e venda , tambm, um contrato impessoal, pois s
interessaoresultadodaatividadecontratada,independentementedequemsejaa
pessoaqueirrealiz-la.Dessaforma,falecendoocompradorouvendedorantes
da tradio da coisa ou da transcrio (registro) da transferncia, pode a
providnciaserexigidadoseuesplio22.
,tambm,umcontratocausal,quepodeserinvalidadoquandooseumotivo
determinanteforinexistente,ilcitoouimoral.
Mesmo tratando-se de contrato que envolve, normalmente, duas pessoas,
considerado um contrato individual, pois se refere a uma estipulao entre
pessoas determinadas, ainda que em nmero elevado, mas consideradas
individualmente.
Pela funo econmica, estabelece uma troca, haja vista que se caracteriza
pelapermutadeutilidadeseconmicas,sendoumadelasodinheiro.
Finalmente, um contrato instantneo, pelo fato de seus efeitos serem
produzidos de uma s vez, podendo ser de execuo imediata quando se
-
consumanomomentodacelebrao,comaentregadobemmvelouregistrodo
contrato de transferncia de bem imvel, ou diferida quando as partes
fixamprazoparaasuaexigibilidadeoucumprimento.
4.ELEMENTOSESSENCIAIS
Ainda que os requisitos (planos de existncia e validade) dos negcios
jurdicos sejam imanentes a todas as espcies contratuais, merecem eles, no
contratodecompraevenda,algumasespecificaeseminudncias.
De fato, da leitura do mencionado art. 482 do CC/200223, como visto,
possvelextrairoselementosessenciaisespecficosdacompraevenda,asaber:
a)oconsentimento(seuncleo);
b)opreo;
c)acoisa.
Analisemos,separadamente,cadaumdessesrequisitos.
4.1.Oconsentimento
Superada a fase das tratativas preliminares, ao firmarem as partes seu
consentimentoarespeitodopreoedacoisaaservendida,ocontratoreputa-se
formado,independentementedeformapreviamenteestabelecidaemlei.
Note-se,entretanto,que,emnossosistema,seocontratoversarsobreimvel
que suplante o teto de 30 salrios mnimos, considera-se indispensvel a
lavraturadoatoemescriturapblica,sobpenadenulidadeabsoluta.
Nessesentido,oart.108donossoCdigoCivil:
-
Art. 108. No dispondo a lei em contrrio, a escritura pblica essencial validade dos negcios
jurdicos que visem constituio, transferncia, modificao ou renncia de direitos reais sobre
imveisdevalorsuperioratrintavezesomaiorsalriomnimovigentenoPas24.
No se confunda, outrossim, a exigncia da forma pblica do contrato
definitivo de compra e venda com a do contrato preliminar de promessa25, j
que, para este ltimo, a lei tambm admitiu a forma particular (art. 1.417),
cabendo-noslembrarqueumadasvantagensdapromessadecompraevenda,
exatamente,apossibilidadedesuaformalizaosemosrigoresdoinstrumento
pblico26.
4.2.Acoisa
Por bvia razo, o bem, objeto do contrato de compra e venda, dever ser
coisapassveldecirculaonocomrciojurdico(acoisanopodeserbemfora
docomrcio, sejapordisposiode lei, contratooupor suaprprianatureza),
certaedeterminada(oudeterminvel),oqueafasta,porconsequncia,todosos
interesses no suscetveis de aferio ou valor econmico essencial, como a
honra,onome,aintegridadefsica,avidaetc.
Fixada tal premissa, fica claro que uma quantidade inimaginvel de objetos
pode transferir-se por meio da compra e venda, o que, inclusive, alm de
demonstrarprogressoculturaleespiritual(emlongoperododaAntiguidade,os
bens circulavam especialmente por fora das guerras e batalhas), favorece e
estimulaaeconomia.
Desnecessrionotar,ainda,queobempassveldetransfernciadever
ser de propriedade do vendedor, sob pena de o negcio ser nulo (por falta de
-
possibilidade jurdica), por caracterizar a indesejvel alienaoa non domino.
Apenas por exceo, podemos admitir que a coisa vendida possa ser alheia,
desdequeovendedoraadquiraantesdeocompradorsofreraperda.
Note-se,entretanto,queseoobjetodonegcioforemdireitosenocoisas
,mais tcnico seria denomin-lo contrato de cesso de direitos, em vez de
contratodecompraevenda.
NatrilhadepensamentodePABLOSTOLZEGAGLIANO,reputamosmais
apropriadaautilizaodapalavraalienaoparacaracterizaratransfernciade
coisasdeumtitularparaooutro,reservandoaexpressocessoparaosdireitos
emgeral27.
ocasodacessoonerosadodireitohereditriooudequotasdedeterminada
sociedade.
Postoisso,podemosobservarqueoCdigoCivil,emseuart.48328,admite
queacompraevendatenhaporobjetocoisasatuaisoufuturas29.
Por coisa atual entende-se o objeto existente e disponvel, ao tempo da
celebraodonegcio;acoisafutura,porsuavez,aquelaque,postoaindano
tenha existncia real, de potencial ocorrncia. Imagine-se, por exemplo, a
compra de uma safra de cacau que ainda no foi plantada. Em tal caso, o
contrato ficar sem efeito se a coisa no vier a existir, consoante previsto no
mesmodispositivo,ressalvadaahiptesedeaspartesterempretendidopactuar
contratoaleatrio30.
Olegisladorcuidouaindadeestabelecerque,casoavendaserealizevista
deamostra,prottiposoumodelos,entender-se-queovendedorasseguratera
-
coisaasqualidadesqueaelacorrespondem(art.484).Trata-sederegraclara,j
existente no campo do Direito do Consumidor, e agora definitivamente
implantadaparaoscontratoscivisemgeral.
Ora, se o que se pretendeu, com a edio do novo diploma, dentre outras
finalidades, foiabuscadaconcretizaodo idealticonoplano jurdico,nada
maisjustoque,luzdoprincpiodaboa-fobjetiva,apartevendedoravenhaa
cumpriroseudeverdelealdadecontratual,comamximadiligncia.
Essa previso legal tem que ver, alis, com os princpios da eticidade e
socialidade, cujo contedo nada mais faz do que relativizar a fruio de um
direitosubjetivo,reconhecendo-se,segundoMIGUELREALE,queestedeve
ser exercido em benefcio da pessoa, mas sempre respeitados os fins tico-
sociaisdacomunidadeaqueo seu titularpertence.Noh, emsuma,direitos
individuaisabsolutos,umavezqueodireitodecadaumacabaondeodeoutrem
comea31.
Por issomesmo,cumpre-nos lembrarque,havendocontradiooudiferena
entre a maneira pela qual se descreveu a coisa no contrato e a
amostra/prottipo/modelo,prevalecerqualquerdestesltimos,umavezquese
presume tenha o comprador se orientado pelo objeto apresentado para a
efetivaodacompra.
No campo do Direito do Consumidor, dever prevalecer a oferta, a
publicidadeouoanncio,feitopelofornecedordoprodutoouservio,cabendo
ao consumidor (comprador), alternativamente e sua escolha, exigir o
cumprimento forado da obrigao, nos termos da oferta, apresentao ou
-
publicidade; aceitar outro produto ou prestao de servio equivalente; ou,
finalmente, rescindir o contrato, com direito restituio da quantia
eventualmente antecipada,monetariamente atualizada, e a perdas e danos (art.
35doCDC).
NodizerdeVASCONCELLOSEBENJAMIN:
AparceriaentreoDireitoeacomunicaomercadolgicacomoconsumidorevoluiudeumaproteo
extracontratual(frgil)paraumatutela(efetiva)nafasedaformaodocontratoe,apartirdesta,para
umregimeespecialdeexecuododocumentocontratual.nestaltimaconcepoqueasmensagens
mercadolgicas, em particular a publicidade, ganham fora obrigatria, transformando-se a
comunicaopublicitriaemautnticoservioinformativoembenefciodosconsumidores32.
Fora convir, portanto, que o sistema protetivo do Cdigo de Defesa do
ConsumidormaisamplodoqueofiguradonoCdigoCivilbrasileiro.
4.3.Opreo
OCdigoCivilitaliano,emseusarts.1.473e1.47433,dispeque:
Art.1.473(DeterminaodoPreoConfiadaaumTerceiro).
Aspartespodemconfiaradeterminaodopreoaumterceiroindicadonocontratoouaserindicado
posteriormente.
Seoterceironoquiserounopuderaceitaroencargo,ouentoseaspartesnosepuseremdeacordo
quantosuaindicaoousuasubstituio,seraindicao,arequerimentodeumadaspartes,feita
pelopresidentedotribunaldolugaremqueforconcludoocontrato.
Art.1.474(FaltadeDeterminaoExpressadoPreo).
Seocontratotiverporobjetocoisasqueovendedorvendehabitualmenteeaspartesnodeterminaram
opreo,nemconvencionaramomododedetermin-lo,nemseachaele fixadoporatodeautoridade
pblica,presumir-se-queaspartesquiseramreferir-seaopreonormalmentecobradopelovendedor.
Sesetratardecoisasquetmumpreodebolsaoudemercado,estabelecer-se-opreodeacordocom
ascotaesoucomospreoscorrentesdo lugaremquedeveser feitaaentregaoucomosdapraa
-
maisprxima.
Quandoaspartessetiveremreferidoaojustopreo,aplicar-se-oasdisposiesdasalneasanteriores,
e,quandonoocorreremoscasosnelasprevistos,seropreo,nafaltadeacordo,determinadoporum
terceironomeadodeconformidadecomaalnea2doartigoanterior.
Essesdispositivos,extradosdoDireitoestrangeiro,demonstramclaramentea
preocupaoquetemolegisladoremestabelecercritriosdefixaodopreo,
pois,casoestesejaconsideradocompletamenteindeterminado,ocontratonose
reputarperfeitoeacabado.
, portanto, o preo um pressuposto existencial ou elemento constitutivo
especficodocontratodecompraevenda34.
Nesse diapaso, em nosso direito positivo, a situao no poderia ser
diferente.
Cuidou o codificador de dispensar cinco artigos para regular o preo, no
contratosobestudo(arts.485a489).
Em princpio, o preo dever ser fixado pelas prprias partes, segundo a
autonomiadesuasvontades.Entendemos,contudo,queaautonomiadavontade,
no caso especfico, no absoluta, uma vez que o preo deve observar o
princpio da equivalncia material das prestaes35, bem como deve ser
considerado srio (no sentido de no nfimo), pois, em caso contrrio,
configurar-se-iaumadoaosimulada.
Nohbice,porm,aqueopreosejaindicadoporterceiro,aserdesignado
pelos prprios contraentes. Este terceiro atuaria como rbitro, especialmente
nomeadopararealizarafixaodaquantiaaserpagapelocomprador.Espera-
se,portanto,destesujeito,lisuraebomsensonocumprimentodoseuencargo.
-
Nahiptese, entretanto, de o terceiro no aceitar a incumbncia, ficar sem
efeito o contrato, ressalvada a hiptese de os contratantes designarem outra
pessoa(art.485).
Emnossopensar,casooterceirodenegueeaspartesnoindiquemsubstituto,
conclumos no ser caso de simples ineficcia do contrato, mas,
fundamentalmente,deinexistncia,porausnciaderequisitoespecfico(preo),
consoantemencionadolinhasacima36.
Nadaimpede,outrossim,quesedeixeafixaodopreo taxademercado
oudebolsa,emcertoedeterminadodiaelugar(art.486).
Sobre essa possibilidade, pondera, com preciso, SLVIO DE SALVO
VENOSAque
senadatafixadahouverocorridooscilaodepreo,levar-se-emcontaopreomdio,seocontrato
noestipulardiferentemente,como,porexemplo,opreomaisaltooumaisbaixododia,opreode
determinadohorrio,opreodeaberturaouencerramentodomercadooudopregoetc. 37.
De fato, as partes tm plena liberdade de proceder s devidas alteraes e
adaptaes em face do ndice ou critrio escolhido, se no houver, por certo,
razosuperiorquelimiteessafaculdade.
Nessa mesma linha, podero as partes servir-se de ndices ou parmetros
objetivosparaafixaodopreo,desdequenosejamabusivosouextorsivos38.
Interessante notar, ainda, que o art. 488 do Cdigo admite a utilizao do
costumepraeter legem, segundo as vendas habituais da parte vendedora, em
cartersupletivo,casoocontratosejaconvencionadosemfixaodepreooude
critriosparaasuadeterminao,enohouvertabelamentooficial.
-
A ttulo de reviso, lembremo-nos, na trilha de pensamento do insupervel
NORBERTOBOBBIO,que
umexemploquasequeindiscutidodefontereconhecidarepresentadopelocostume.Nestecaso,com
efeito,estamosdiantederegrasproduzidaspelavidasocialexternamenteaoordenamentojurdicodo
Estado,eporesteltimoacolhidasnumsegundomomentocomonormasjurdicas39.
Tal regra, semcorrespondentenoCdigoanterior, afigura-se-nosmuitotil,
poispermiteasubsistnciadocontratopactuado.
Frise-se, por fim, que, no havendo acordo nesta hiptese, por ter havido
diversidade de preo, prevalecer o termo mdio, ou seja, o valor mdio
resultantedospreospraticadospelovendedornosltimostempos,naformado
pargrafonicodomencionadoart.488.
Cumpre-nosadvertiraindaquealeireputanulodeplenodireitoocontratode
compra e venda quando se deixe ao exclusivo arbtrio de uma das partes a
fixao do preo (art. 489). Trata-se de regra clara, que decorre da proibio
legaldasclusulasoucondiespuramentepotestativas, reputadas ilcitas,por
traduziremumaarbitrriamanifestaodavontadehumana40.
Conforme j explicamos em outra oportunidade, a proibio legal diz
respeitoscondiespuramentepotestativas, que so aquelas quederivamdo
exclusivoarbtriodeumadaspartes.
Noseconfundem,outrossim,comascondiessimplesmentepotestativas,as
quais, dependendo tambm de algum fator externo ou circunstancial, no
caracterizamabusooutirania,razopelaqualsoadmitidaspelodireito.
Ascondiespuramentepotestativascaracterizam-sepelousodeexpresses
-
como: se eu quiser, caso seja do interesse deste declarante, se, na data
avenada,estedeclaranteconsiderar-seemcondiesdeprestaretc.Todaselas
traduzem arbtrio injustificado, seno abuso de poder econmico, em franco
desrespeitoaoprincpiodaboa-fobjetiva.
Poroutrolado,ascondiessimplesmentepotestativas,apardederivaremda
vontade de uma das partes apenas, aliam-se a outros fatores, externos ou
circunstanciais,osquaisamenizameventualpredomniodavontadedeumdos
declarantessobreadooutro.Tome-seahiptesedoindivduoqueprometedoar
vultosaquantiaaumatleta, seelevenceroprximo torneiodesportivo.Nesse
caso,asimplesvontadedoatletanodeterminaasuavitria,queexige,paraa
suaocorrncia,aconjugaodeoutrosfatores:preparotcnico,nveldosoutros
competidores,boaformafsicaetc.41.
Sobreotema,valeinvocarasintticaeinteligenteconclusodeARNOLDO
WALD:
So potestativas as condies que dependem da vontade do agente. Distinguem-se, na matria, as
condiespuramentepotestativas,queficamaoexclusivoarbtriodeumdoscontratanteseprivamde
todo o efeito o ato jurdico, das demais condies potestativas, em que se exige da parte um certo
esforo, ou determinado trabalho.Viciamo ato as primeiras, citando-se como exemplode condies
potestativas as seguintes: se a parte quiser, se pedir, se desejar etc. So, ao contrrio, condies
potestativas que no viciam o ato por importar desempenho de uma atividade as que subordinam a
validadedeumadoaoadeterminadolivroqueodonatriodeverescrever,vendadedeterminado
objeto,aquisiodedeterminadobem,conclusodeumcursoetc. 42.
preciso que se observe ainda que, se por um lado a lei veda o
estabelecimentodecondioquederiveexclusivamentedocaprichodeumadas
partes, tal no ocorre na chamada venda a contento, pacto acessrio que d
-
direitoaocompradordeexperimentaracoisaantesdeaceit-la,umavezquea
sua causa no o arbtrio, mas sim a satisfao do adquirente, o que
plenamenteadmitidoporlei43.
Porfim,valelembrarque,naformadoart.491,nosendoavendaacrdito,
ovendedornoobrigadoaentregaracoisaantesdereceberopreo.Talregra
a mais perfeita traduo da exceptio non adimpleti contractus (exceo de
contratonocumprido),tpicadoscontratosbilaterais44,erevelaque,dadoque
nem sempre a simultaneidade de prestaes alcanvel (embora sempre
recomendvel), h grande importncia no estabelecimento de garantias para o
cumprimentodopactuado.
5.DESPESASCOMOCONTRATODECOMPRAEVENDA
Ocontratodecompra,comojseexplicitou,temapenasefeitosobrigacionais,
noimportando,deformaimediata,natransfernciadapropriedade.
Paraessefim,necessriasefazaentregadobem,ouseja,asuatradio,no
caso de bensmveis. Tratando-se de bens imveis, a propriedade somente se
transferirse,seguindo-seaottulo(contrato),ocorreroregistroimobilirio.
Taisatos,notadamenteoregistro,importamemcustos.
Equemdevearcarcomeles?
Arespostaestnoart.490doCC/2002,quepreceitua,inverbis:
Art.490.Salvoclusulaemcontrrio,ficaroasdespesasdeescrituraeregistroacargodocomprador,
eacargodovendedorasdatradio.
Interessante ressaltar que, estando as partes em condio de igualdade, o
-
exercciodaautonomiadavontadepermitequeosnussejamtransferidosparaa
partecontrria,oqueimportadizer,portanto,queanormalegal,nesteaspecto,
de carter supletivo (no caso de silncio) e orientador de conduta, e no
imperativo.
Nesse sentido, importante explicitar tambm que o vendedor, salvo
convenoemcontrrio,respondeportodososdbitosquegravemacoisaato
momentodatradio,naformadoart.502doCC/2002.
Pormaisbviaquepareaa regra, a suaexplicitaopelavia legislativa se
mostrabastanteconveniente,umavezqueresolveoscostumeirosconflitossobre
quem responsvel pelo pagamento de dvidas contradas posteriormente
celebraodonegciojurdicodecompraevenda,masantesdatransfernciada
propriedade.
Em nosso sentir, tambm h de se aplicar a regra no caso da transferncia
imobiliria,porcontadeumaadequadaerecomendvelinterpretaoextensiva
dapalavratradio,jque,porcontadodifundidoadgio,ondehamesma
razo,devehaveromesmodireito.
6.RESPONSABILIDADECIVILPELOSRISCOSDACOISA
Trata-se,agora,deenfrentarmosoinstigantetemareferenteresponsabilidade
civilpeloriscodeacoisaperecer,porcasofortuitoouforamaior.
Como sabemos, a regra geral do nosso sistema no sentido de que a
transfernciadapropriedadedacoisavendidasomenteseoperaquandodasua
tradio ou registro. At que se consume, pois, qualquer desses atos, a coisa
-
continua juridicamentevinculadaaovendedor,umavezqueaindano saiudo
seumbitodedomnio.
Poisbem.
Partindo-se dessa premissa, foroso convir que a responsabilidade pela
integridade da coisa, em face do risco de perecimento por caso fortuito ou de
foramaior,correporcontadoalienante.Aplica-seodogmadoresperitdomino
(acoisapereceparaodono).
Nessesentido,dispenossoCdigoCivil:
Art.492.Atomomentodatradio,osriscosdacoisacorremporcontadovendedor,eosdopreo
porcontadocomprador.
Talregra,apardeextremamenteclara,afigura-seimportante,namedidaem
que espanca qualquer dvida referente responsabilidade pela perda ou
deterioraodacoisa.
Claro est, entretanto, que se a coisa pereceuou se deterioroupor culpa do
prprio comprador, arcar este com as consequncias jurdicas do seu prprio
ato.
Ressalva,entretanto,olegislador(1.),queoscasosfortuitosocorrentesno
atodecontar,marcarouassinalarcoisas,quecomumenteserecebem,contando,
pesando,medindoouassinalando,equejtiveremsidopostasdisposiodo
comprador, correro por conta deste. Assim, imagine que Filognio pretenda
comprar 150 vacas do fazendeiro Oliveiros. No dia da venda, o comprador
solicitaque200resesdorebanhodeOliveirossejamreunidasemumapastagem
ameiocaminhoentreasduaspropriedadesruraisepostassuadisposiopara
-
a escolha. Ocorrendo um sbito desmoronamento, que culminou com o
perecimento de trinta cabeas, o pretenso comprador dever arcar com esse
prejuzo,umavezquereferidosanimaisjestavamsuadisposio.Todavia,se
os animais fossem reunidos na fazenda do prprio vendedor, entendemos que,
nestecaso,nofariasentidoatribuir-seresponsabilidadeaocomprador,pelofato
deosbensnohaveremsadodoseuhbitatnatural.Ademais,odanopoderia
ocorrermesmoqueavendanohouvessesidoproposta.
Namesma linha (2.), correro tambmpor contadocompradoros riscos
das referidas coisas se estiver em mora de as receber, quando postas sua
disposionotempo,lugaremodoajustados,oqueperfeitamentecompatvel
comaregradoart.400doCdigoCivil45.
Vemos, portanto, que amora do comprador tambm lhe desfavorvel, na
medidaemquelheimperesponsabilidadepelosriscospendentessobreacoisa.
Ainda no campo da responsabilidade, questo interessante diz respeito a
coisasentreguesforadolocaldeconcretizaodonegcio.
De fato, a regra geral de que a tradio da coisa vendida, na falta de
estipulao expressa, dar-se- no lugar onde ela se encontrava, ao tempo da
venda(art.493doCC/2002)46.
Todavia,nadaimpedequeaspartesestabeleamqueatradiosejafeitaem
lugardiverso.
Nessecaso,dequemseroosriscosporeventualperecimentooudeteriorao
dacoisa?
Sobreotema,dispeanossalei:
-
Art.494.Seacoisaforexpedidaparalugardiverso,porordemdocomprador,porsuacontacorrero
os riscos, uma vez entregue a quem haja de transport-la, salvo se das instrues dele se afastar o
vendedor.
Claro est que se a coisa expedida para lugar diverso ou entregue a
terceiros para que seja o portador, ambas as situaes por determinao do
comprador,estepassaraassumiraresponsabilidadepelaintegridadedamesma,
atchegaraoseulocaldedestino.Emcasocomoeste,interessaacelebraode
umcontratodeseguro,parapreveniroadquirentedeeventuaisprejuzos47.
Assim,porexemplo,seMarinacomprarevistasrarasdocolecionadorMaicon
eesteasentregaaumportador(ouaoserviodecorreios),conformeinstrues
expressasdacompradora,noarcarovendedorcomosriscosdeeventualperda
oudeterioraodacoisa.
Se, entretanto, ovendedor,mesmodiantedaordem recebida, afasta-sedela,
fazretornarparasiaassunodorisco.
Aesserespeito,compercucincia,pontificaCAIOMRIO:
Se, porm, o vendedor contrariar as instrues do adquirente, suporta os riscos ocorridos durante o
transporte,porque,assimprocedendo,agecomomandatrioinfiel(ClvisBevilqua).Noseescusar
comaalegaodequeprocurousertilaocompradormedianteaadoodemeiomaiseficienteemais
rpido(transporteareoemvezdeterrestre,porexemplo),porquenosetratadeapurarumapossvel
intenodebemservir.Deixandodeseguirasinstruesdocomprador,tomouasioriscodacoisaata
sua efetiva entrega, e, desta sorte, a pessoa que a transportou deixa de ser um representante do
adquirente.Atradiofica,pois,adiadaatachegadaaodestino48.
Trata-se,portanto,deumahiptesederesponsabilidadecivilcontratual,pois,
descumprindo o vendedor as instrues expressas do comprador, impe-se-lhe
arcarcomasconsequnciasdanosasdoseucomportamento49.
-
Entendemos ainda que, no caso da chamada tradio simblica ou
tradioficta,entendidacomoasubstituiodaentregamaterialdobempelo
ato indicativo do propsito de transmitir a posse ou pela entrega de coisa que
represente a transferida, o respeito boa-f objetiva impe considerar que a
finalidade declarada est consumada, pelo que a propriedade do bem se
aperfeioou,sendoconsideradalegtima.
de ressaltar, ainda, que o Cdigo d ao vendedor poderes para sobrestar
(paralisar)aentregadacoisa,atqueocomprador lhedgarantia (cauo)de
pagarnotempoajustado,casoesteltimohajacadoeminsolvncia(art.495).
Disto se depreende, a nosso ver, que esta garantia poder ser real ou pessoal
(fidejussria),adependerdoquantoconvencionadoentreasprpriaspartes50.
Com esse expediente, o legislador pretende evitar que o alienante seja
prejudicado, caso opere a transferncia do bem, sem o correspondente
recebimentodopreo.Emoutraspalavras,evitaoenriquecimentosemcausa.
7.QUESTESESPECIAISREFERENTESCOMPRAEVENDA
Neste ponto da obra, levaremos o nosso caro leitor a tomar contato com
instigantes questes relativas ao contrato de compra e venda, que muito tm
aguado a curiosidade dos juristas e despertado acesas polmicas na
jurisprudncia.
7.1.Vendaadescendente
O art. 1.132 do Cdigo Civil de 1916 dispunha que os ascendentes no
podemvenderaosdescendentes,semqueosoutrosdescendentesexpressamente
-
consintam.
Este dispositivo, em verdade, criava uma restrio venda a descendentes,
quenogozariamde legitimidadepara figurar comoadquirentesneste tipode
contrato. Estariam, pois, nesse contexto, impedidos de celebrar este negcio,
ainda que fossem perfeitamente capazes, se os demais descendentes no
houvessemexpressadoasuaaquiescncia51.
Em verdade, o que visou a nossa lei, neste particular, foi exatamente
resguardar a legtima dos demais descendentes, que no participassem da
referidavenda.
Nessesentido,sobreaquestodalegtima,permita-noscolacionaradoutrina
dePABLOSTOLZEGAGLIANO:
Fundamentalmente,trssistemassucessriossousualmenteadotadosnoDireitoComparado52:
1)osistemadaliberdadeabsoluta;
2)osistemadaconcentraoobrigatriae
3)osistemadadivisonecessria.
De acordo como primeiro (1), o testador teria plena liberdade para dispor a respeito dos seus bens,
como bem lhe aprouvesse, para depois da sua morte. No existiriam, pois, limitaes legais ou
restriesnormativasderivadasdaexistnciadeumaespecialclassedeherdeiros.
O segundo sistema (2), por sua vez, vigente sobretudo nas ordenaes mais antigas, admitia que a
heranafossetransmitidaapenasparadeterminadoherdeiro,aexemplodovetustobenefciodecorrente
daprimogenitura.
Oterceiroeltimo(3),consagradonoDireitoBrasileiro,reconheceumaparcialautonomiaaotestador,
namedidaemqueestepoderdisporapenasdemetadedosseusbens,casoexistadeterminadaclasse
preferencialdeherdeiros(herdeirosnecessriosoureservatrios).
Emaisadiantearremata:
-
Temos,portanto,que,metadedopatrimniodotestador,tocaraoherdeironecessrio,reconhecendo-
seaoautordaheranaaliberdadededisporapenasdaoutrafrao,denominadaporodisponvel.
Essarestrioaodireitodotestador,sejencontroujustificativaemsociedadesantigas,ondeamaior
riquezadeumafamliaeraafundiria,noseexplicamais,nosdiasquecorrem53.
Entretanto, embora mantenhamos a nossa crtica reserva da legtima
sobretudoporque incentivadiscrdias e, afinal, seo autordaheranaquisesse
beneficiar determinada classe de herdeiros, poderia perfeitamente fazer um
testamentoofatoquealeiamantm,adotandoaindaprovidnciastutelares
emfacedestaporopatrimonial.
Eumadessasmedidasdeproteolegtima,precisamente,anecessidade
desecolheraanunciadosdemaisherdeirosnecessriospreferenciais,paraque
sepossareputarvlidaareferidavenda54.
Acesacontrovrsia,entretanto,instalou-senajurisprudnciaacercadograuda
referidainvalidade,decorrentedaviolaodestepreceito,antesdaentradaem
vigordoCdigoCivilde2002.
Alguns entenderam tratar-se de hiptese de nulidade absoluta, por afronta a
expresso dispositivo legal; enquanto outros juristas defenderam a tese da
anulabilidade.
A justificativa para a primeira soluo (nulidade absoluta), consoante
mencionamos,resultariadaconjugaodojmencionadoart.1.132comoart.
145,V,doCdigorevogado55.Oprimeiro,utilizandoaexpressonopodem,
proibia que se efetuasse venda de ascendente a descendente, sem o
consentimentodosdemais;josegundo,situadonaParteGeral,referiasernulo
o ato jurdico quando a lei lhe negasse efeito. Da anlise de ambos os
-
dispositivosdecorreriaaindigitadanulidade.
Ocorre que floresceu na doutrina e na jurisprudncia corrente diversa que
sufragavaameraanulabilidadedonegciosobcomento.
Nessesentido,leia-sepreleodeARNOLDOWALD:
Segundoamelhorjurisprudncia,talvenda,feitasemoconsentimentodequemdedireito,anulvele
no nula de pleno direito (Smula 494) e a nulidade pode ser declarada em ao movida contra o
ascendente,aindaemvidadeste(RE115.105,julgadopeloSTF,nestev.,p.550)56.
De fato, a corrente da anulabilidade, muito mais razovel, soluciona, com
muitomaiseficciaeutilidade,aproblemticaquestoreferentevendaentre
ascendentesedescendentes.
Isso porque, caso fosse seguida a tese da nulidade absoluta, alguns
intransponveis (seno esdrxulos) obstculos surgiriam, a exemplo da
imprescritibilidade do vcio e, ainda, da possibilidade de o negcio ser
impugnadoporqualquerpessoa,ou,atmesmo,teranulidadereconhecidapelo
juizdeofcio.
Ademais, seguindo-se essa corrente, estar-se-ia impedindo, por via oblqua,
que os demais herdeiros pudessem, posteriormente, chancelar o ato, eis que,
comosesabe,onegciojurdiconulonoadmiteconfirmao57.
Por isso, a jurisprudncia do Superior Tribunal de Justia, com inegvel
acerto,emdiversosjulgados58,adotouestaltimavertentedepensamento,mais
consentneacomonossosistemajurdico.
Nesse contexto, o Supremo Tribunal Federal havia editado a Smula 494,
cancelandoaanteriorSmula152,cujoteoroseguinte:
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Smula n. 494 A ao para anular venda de ascendente a descendente, sem consentimento dos
demais,prescreveem20(vinte)anos,contadosdadatadoato,revogadaaSmulan.152.
Como se v, a despeito de haver seguido a linha da anulabilidade, a nossa
SupremaCorte acabou por admitir um incompreensvel prazo vintenrio, para
quesepudesseimpugnaroatoviciado.Esse(longo)prazo,apardefavorecera
sensao de insegurana jurdica, no se harmoniza com o nosso sistema de
nulidades vigente, que, como se sabe, adota curtos prazos decadenciais para a
anulaodonegciojurdico(vide,porexemplo,oart.171doCC).
OCdigoCivilde2002,porsuavez,visandocolocarumfimcontrovrsia,
disps,emseuart.496,que:
Art.496.anulvelavendadeascendenteadescendente,salvoseosoutrosdescendenteseocnjuge
doalienanteexpressamentehouveremconsentido.
Pargrafonico.Emambososcasos,dispensa-seoconsentimentodocnjugeseoregimedebensforo
daseparaoobrigatria59(grifamos).
Observe-se,delogo,arefernciafeitaaocnjugedoalienante,oqual,quando
nocasadonoregimedaseparaoobrigatriadebens,tambmdeveranuirna
venda.
Tal circunstncia se justifica, pelo fato de o Cdigo de 2002 ter erigido o
cnjugecondiodeherdeironecessrio.
Discorrendo sobre o tema, vejam as consideraes de PABLO STOLZE
GAGLIANO:
Nesse contexto, observamos que o cnjuge migrou da condio de herdeiro facultativo para a de
necessrio(seoregimedebensassimopermitir)dividindoespaocomosdescendenteseascendentes
dodecujus.
Leiam-se,aesserespeito,osarts.1.829e1.830doCdigoCivil(grifosnossos):
-
DaOrdemdaVocaoHereditria
Art.1.829.Asucessolegtimadefere-senaordemseguinte:
I aos descendentes, em concorrncia com o cnjuge sobrevivente, salvo se casado este com o
falecido no regime da comunho universal, ou no da separao obrigatria de bens (art. 1.640,
pargrafonico);ouse,noregimedacomunhoparcial,oautordaherananohouverdeixadobens
particulares;
IIaosascendentes,emconcorrnciacomocnjuge;
IIIaocnjugesobrevivente;
IVaoscolaterais.
Art.1.830.Somentereconhecidodireitosucessrioaocnjugesobreviventese,aotempodamortedo
outro,noestavamseparadosjudicialmente,nemseparadosdefatohmaisdedoisanos,salvoprova,
nestecaso,dequeessaconvivnciasetornaraimpossvelsemculpadosobrevivente.
Em verdade, a opo do legislador foi, ao que nos parece, razovel, no sentido de se tentar
homogeneizarodireitodocnjuge,quedeixariadedetero(nemsemprebemcompreendido)direitoao
usufrutovidual,epassariaafazerjusdiretamenteherana.
Justificandotalpostura,ponderaMIGUELREALE:
Comaadoodoregimelegaldeseparaoparcialcomcomunhodeaquestos,entendeuacomisso
queespecialatenodeviaserdadaaosdireitosdocnjuge suprstite emmatria sucessria. Seria,
comefeito,injustificadopassardoregimedacomunhouniversal,queimportaacomunicaodetodos
os bens presentes e futuros dos cnjuges, para o regime de comunh