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Equipe Professor Rômulo Passos | 2015 NOVO CURSO COMPLETO DE PORTUGUÊS NA SAÚDE AULA 01 PROVAS COMENTADAS BANCA FUNCAB

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NOVO Curso Completo de Português na Saúde | 2015 – Equipe Professor Rômulo Passos

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Equipe Professor Rômulo Passos | 2015

NOVO CURSO COMPLETO DE PORTUGUÊS NA SAÚDE

AULA 01 – PROVAS COMENTADAS BANCA FUNCAB

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Olá, futura (o) concursada (o)!

Começamos o nosso Curso Completo de Português na Saúde por uma

série de provas comentadas na íntegra das mais importantes bancas de

concursos públicos em nossa área (FUNCAB, IBFC, IDECAN, IADES, AOCP,

CESGRANRIO, FCC, UPENET etc). Em seguida, trabalharemos cada tema

isoladamente.

Por que começar por provas comentadas?

As provas comentadas possibilitarão que você avalie o seu

desempenho, verifique em quais tópicos da disciplina apresenta maiores

dificuldades e, o mais importante, ganhe condicionamento para realização da

sua próxima prova. São fundamentais para o treino e raciocínio

interpretativo.

Muitos alunos também vão se submeter a concursos e seleções públicas

já nas próximas semanas. Neste contexto, as provas comentadas garantirão

uma grande base teórica e prática, uma vez que teremos a oportunidade de

trabalhar de forma integrada todos os assuntos.

Por outro lado, as aulas divididas por assunto, nas quais trabalharemos a

fundamentação teórica associada à resolução de questões comentadas,

constituem a verdadeira base do nosso curso. As duas metodologias se

fundem na melhor estratégia de aprendizagem, possibilitando o aprendizado

efetivo da Língua Portuguesa para concursos.

Condicionamento e ritmo mental

Diagnóstico das suas principais dificuldades

APRENDIZADO EFETIVO

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CRONOGRAMA

Segue o cronograma dos temas que serão trabalhados ao longo das aulas

Elas abrangem COMPLETAMENTE o conteúdo abordado na disciplina de

Língua Portuguesa para TODOS os Concursos na Saúde.

Nº Aulas Datas

1 Provas Comentadas – Parte 01 04/Fev

2 Provas Comentadas – Parte 02 07/Fev

3 Provas Comentadas – Parte 03 10/Fev

4 Provas Comentadas – Parte 04 13/Fev

5 Provas Comentadas – Parte 05 16/Fev

6 Provas Comentadas – Parte 06 19/Fev

7 Interpretação de texto e variações linguísticas (Parte I). 22/Fev

8 Interpretação de texto e variações linguísticas (Parte II). 25/Fev

9 Interpretação de texto e variações linguísticas (Parte III). 01/Mar

10 Classes Gramaticais (Parte I). 01/Mar

11 Classes Gramaticais (Parte II). 03/Mar

12 Classes Gramaticais (Parte III). 06/Mar

13 Colocação pronominal. 09/Mar

14 Sintaxe da oração e período (Parte I). 11/Mar

15 Sintaxe da oração e período (Parte II). 13/Mar

16 Sintaxe da oração e período (Parte III). 15/Mar

17 Sintaxe da oração e período (Parte IV). 18/Mar

18 Pontuação. 21/Mar

19 Regência e concordância (Parte I). 23/Mar

20 Regência e concordância (Parte II). 25/Mar

21 Crase. 28/Mar

22 Acentuação gráfica; Ortografia oficial. 01/Abr

23 Figuras de Linguagem. 03/Abr

24 Revisão e aprofundamento (Parte I) 09/Abr

25 Revisão e aprofundamento (Parte II) 14/Abr

26 Revisão e aprofundamento (Parte III) 18/Abr

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Para o seu melhor aproveitamento, primeiro resolva as 15 questões que

constituíram a prova do cargo de Enfermeiro de Vassouras – RJ, aplicada pela

FUNCAB em 2014. Em seguida, passe ao gabarito comentado, verificando

assim as suas principais dificuldades. Verifique o tempo que levou para

resolução das 15 questões.

PREFEITURA MUNICIPAL DE VASSOURAS – RJ

CONCURSO PÚBLICO para o cargo de Enfermeiro, FUNCAB, 214.

LÍNGUA PORTUGUESA

Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.

Um dos sentimentos mais deprimentes em nossa nacionalidade é o de que criminosos

ficam impunes. Temos esta sensação a respeito de praticamente tudo. Políticos não pagam por

atos de corrupção, até mesmo quando transmitidos com áudio e vídeo para o país inteiro. Em

algum momento se dirá que as provas foram colhidas de maneira ilegal. A propósito, foi por

essa razão que o Supremo Tribunal Federal absolveu o ex-presidente Collor, que tinha sido

condenado pelo Senado à perda do cargo, mas não foi punido na Justiça pelos crimes de que

era acusado. Certamente é por isso que há, no Brasil, uma desconfiança tão grande em relação

aos homens públicos: imagina-se que não pagarão pelo mal que uns deles fazem.

Mas essa convicção não diz respeito apenas ao andar de cima. Há um consenso tácito

de que os, vamos chamá-los assim, do andar de baixo, não devem ser punidos quando violam a

lei. Encontram- se atenuantes. Não tiveram oportunidades na vida. São pobres. É complicado

penalizá-los. E por aí se acaba chegando a uma anistia branca para muitos praticantes de atos

ilícitos, que causaram mal à sociedade, mas não são castigados.

O curioso, porém, está na passagem da indignação à impunidade. Duas ou três vezes

por semana nos indignamos. Um senador que bradava contra a corrupção é pego fazendo

lobby para um suspeito de crimes. Um bêbado praticamente mata um homem que teria

dirigido gracinhas a sua companheira. Um presidenciável guia sem habilitação. São atos que

revoltam. Durante horas ou dias, são trending topics em nossa conversação e governam nosso

imaginário. Mas, depois, cai tudo no esquecimento – ou é tudo perdoado. Não se paga pelo que

se fez. O estoque de fatos que nos indignam se renova o tempo todo, mas sem que mudem as

coisas.

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Muitas pessoas estão convencidas de que o Brasil se notabiliza pela impunidade,

sobretudo, dos homens públicos. Entendo que não é bem isso. Primeiro, também há os

impunes de que se tem pena. A impunidade beneficia quem tem muito poder e quem não tem

nenhum. Segundo, não é só impunidade. Nossa característica não é a mera impunidade. É uma

impunidade que se segue à indignação. Esta é intensa. A imprensa nos serve matéria cotidiana

para nos indignarmos. Às vezes, até nos revoltamos sem razão. Certas informações,

apressadas, levam a opinião pública a condenar inocentes. Mas tais casos parecem constituir

uma minoria. O problema é que, depois, a indignação se arrefece ou entra em cena algo que

torna inviável o castigo. Ou seja, nossa indignação é inútil. Os sentimentos de revolta não

resultam em grande coisa.

Mas o que foram as grandes revoluções que mudaram o mundo – a Inglesa de 1688, a

Americana de 1776, a Francesa de 1789, a Russa de 1917 – senão um sentimento de

indignação, de revolta, de “basta”, que conseguiu traduzir-se em atos de milhares ou milhões

de pessoas e, depois, conquistar o poder? Ou seja, há casos em que a indignação traz

resultados. E não precisamos chegar a fazer uma revolução para que nossos indignados

mudem o mundo ou, pelo menos, o mundo à sua, à nossa volta. Para isso, é preciso, porém,

mudar a atitude. A mera indignação é improdutiva. Não gera ações. Resulta em desânimo.

Uma das expressões mais lamentáveis a esse respeito é que “só no Brasil” acontece

determinado absurdo. O que, por sinal, não é verdade. Tudo de ruim que temos também

acontece em algum outro lugar. Os Estados Unidos conheceram enorme fraude eleitoral em

2000, levando à posse do candidato presidencial derrotado nas urnas, George Bush. Fraude

tamanha não ocorre no Brasil desde 1930. Mas, por isso mesmo, é preciso enxergar as coisas

bem, ver o que realmente acontece. E, depois, agir para mudar. O que significa juntar-se a

outras pessoas. Solitária, uma andorinha não faz o verão.

(RIBEIRO, Renato Janine. Rev. Filosofia: nº 71, junho 2012, p. 8.)

1. Ao longo do texto, o autor orienta sua argumentação no sentido de

persuadir o leitor a concluir que:

A) mudanças sociais só ocorrem quando a indignação individual se faz seguir,

necessariamente, de ações coletivas.

B) políticos, entre nós, não são punidos por corrupção, por mais que as provas

do crime se espalhem pelo país.

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C) no Brasil, ricos e pobres, quando violam a lei, gozam da mesma situação de

impunidade.

D) a impunidade no país alimenta o crime em geral e, em particular, a

corrupção dos homens públicos.

E) para deixar o povo mais indignado, a imprensa brasileira sobrecarrega-o

diariamente de informação.

2. Para persuadir o leitor a concluir como ele, o autor se vale de todos as

estratégias argumentativas a seguir, EXCETO:

A) aludir a fatos históricos relevantes de conhecimento geral.

B) alinhar-se com o leitor, insistindo para tanto no uso da 1ª pessoa do plural.

C) explorar a relação lógica de causa/consequência.

D) arrolar exemplos para concretizar ou esclarecer um dado ponto de vista.

E) recorrer a argumento de autoridade.

3. Na argumentação desenvolvida, têm como papel justificar ponto de vista

emitido anteriormente no texto todos os enunciados a seguir, EXCETO:

A) “Duas ou três vezes por semana nos indignamos.” (parágrafo 3)

B) “A imprensa nos serve matéria cotidiana para nos indignarmos.” (parágrafo 4)

C) “Os sentimentos de revolta não resultam em grande coisa.” (parágrafo 4)

D) “A mera indignação é improdutiva.” (parágrafo 5)

E) “Tudo de ruim que temos também acontece em algum outro lugar.”

(parágrafo 5)

4. A proposição cujo conteúdo o autor sinaliza como incerto ou duvidoso

é:

A) “Mas, depois, cai tudo no esquecimento – ou é tudo perdoado.” (parágrafo 3)

B) “A impunidade beneficia quem tem muito poder e quem não tem nenhum.”

(parágrafo 4)

C) “Mas tais casos parecem constituir uma minoria.” (parágrafo 4)

D) “Tudo de ruim que temos também acontece em algum outro lugar.”

(parágrafo 5)

E) “Fraude tamanha não ocorre no Brasil desde 1930.” (parágrafo 5)

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5. Ao recorrer às expressões “andar de cima”, “andar de baixo” (parágrafo

2) para conferir maior visibilidade a uma oposição observável no grande

edifício social, o autor explora a seguinte figura de linguagem:

A) comparação.

B) metáfora.

C) metonímia.

D) hipérbole.

E) pleonasmo.

6. Consoante as normas de pontuação em vigor, e sem perder de vista o

sentido do texto, pode-se substituir por dois-pontos o ponto que finaliza

todos os períodos a seguir, EXCETO:

A) “Mas essa convicção não diz respeito apenas ao andar de cima.” (parágrafo 2)

B) “Mas, depois, cai tudo no esquecimento – ou é tudo perdoado.” (parágrafo 3)

C) “Nossa característica não é a mera impunidade.” (parágrafo 4)

D) “Mas tais casos parecem constituir uma minoria.” (parágrafo 4)

E) “Ou seja, nossa indignação é inútil.” (parágrafo 4)

7. Altera-se fundamentalmente o sentido do enunciado com a substituição

da locução em destaque proposta em:

A) “A PROPÓSITO, foi por essa razão que o Supremo Tribunal Federal absolveu

o ex-presidente Collor [...]” (parágrafo 1) / Decerto

B) “ÀS VEZES, até nos revoltamos sem razão.” (parágrafo 4) / Eventualmente

C) “OU SEJA, nossa indignação é inútil.” (parágrafo 4) /Vale dizer

D) “ou, PELO MENOS, o mundo à sua, à nossa volta.” (parágrafo 5) / no mínimo

E) “O que, POR SINAL, não é verdade.” (parágrafo 5) / aliás

8. Há evidente equívoco na caracterização da relação semântica entre as

palavras em destaque na seguinte alternativa:

A) ABSOLVEU o ex-presidente (parágrafo 1) / ABSORVEU a água (paronímia)

B) um consenso TÁCITO (parágrafo 2) / IMPLÍCITO na lei (sinonímia)

C) até nos revoltamos sem RAZÃO (parágrafo 4) / MOTIVO para brigas

(polissemia)

D) de que se tem PENA (parágrafo 4) / PENA de cauda de pavão (homonímia)

E) RESULTA em desânimo (parágrafo 5) /ADVÉM da impunidade (antonímia)

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9. Altera-se fundamentalmente o sentido do enunciado: “O estoque de

fatos que nos indignam se renova o tempo todo, MAS SEM QUE MUDEM AS

COISAS.” (parágrafo 3) com a seguinte reescrita da passagem sublinhada:

A) sem que mudem, porém, as coisas.

B) sem, não obstante, mudarem as coisas.

C) posto que sem mudarem as coisas.

D) não mudando senão as coisas.

E) não mudando, contudo, as coisas.

10. A alternativa em que o adjunto adverbial em destaque exprime

circunstância de concessão é:

A) “[...] até mesmo quando transmitidos COM ÁUDIO E VÍDEO [...] (parágrafo 1)

B) “[...] que as provas foram colhidas DE MANEIRA ILEGAL.” (parágrafo 1)

C) “[...]mas não foi punido NA JUSTIÇA pelos crimes de que era

acusado.”(parágrafo 1)

D) “[...] que bradava CONTRA A CORRUPÇÃO [...]” (parágrafo 3)

E) “Um presidenciável guia SEM HABILITAÇÃO.” (parágrafo 3)

11. Segundo as normas de concordância verbal descritas pela gramática, é

admissível fazer a substituição indicada em:

A) “Certas informações […] levam a opinião pública a CONDENAR inocentes.”

(parágrafo 4) / condenarem

B) “Mas tais casos PARECEM CONSTITUIR uma minoria.” (parágrafo 4) / parece

constituírem

C) “Os sentimentos de revolta não RESULTAM em grande coisa.” (parágrafo 4) /

resulta

D) “Mas o que foram as grandes revoluções que MUDARAM o mundo [...]”

(parágrafo 5) / mudou

E) “Os Estados Unidos CONHECERAM enorme fraude eleitoral em 2000 [...]”

(parágrafo 5) / conheceu

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12. A forma verbal composta “havia bradado” substitui, sem alteração de

tempo e modo, a forma simples empregada em:

A) Um senador que bradava.

B) Um senador que bradara.

C) Um senador que bradou.

D) Um senador que brada.

E) Um senador que bradasse.

13. Tentando reescrever a oração adjetiva destacada em: “[...] mas não foi

punido na Justiça pelos crimes DE QUE ERA ACUSADO.” (parágrafo 1),

cometeu-se um ERRO de regência verbal na alternativa:

A) que lhe imputavam.

B) que atribuíam a ele.

C) que talvez tenha cometido.

D) que carregava nas costas.

E) que era responsabilizado.

14. A gramática do português padrão considera INACEITÁVEL a ênclise do

pronome átono destacado em:

A) “E por aí SE acaba chegando a uma anistia branca [...]” (parágrafo 2)

B) “Duas ou três vezes por semana NOS indignamos.” (parágrafo 3)

C) “O estoque de fatos que nos indignam SE renova o tempo todo [...]”

(parágrafo 3)

D) “É uma impunidade que SE segue à indignação.” (parágrafo 4)

E) “A imprensa NOS serve matéria cotidiana para nos indignarmos.” (parágrafo 4)

15. O uso do acento indicativo da crase é facultativo no “a” destacado em:

A) “Temos esta sensação A respeito de praticamente tudo.” (parágrafo 1)

B) “E por aí se acaba chegando A uma anistia branca [...]” (parágrafo 2)

C) “[...] que teria dirigido gracinhas A sua companheira.” (parágrafo 3)

D) “[...] levam a opinião pública A condenar inocentes.” (parágrafo 4)

E) “O que significa juntar-se A outras pessoas.” (parágrafo 5)

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GABARITO COMENTADO

Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.

Um dos sentimentos mais deprimentes em nossa nacionalidade é o de que criminosos

ficam impunes. Temos esta sensação a respeito de praticamente tudo. Políticos não pagam por

atos de corrupção, até mesmo quando transmitidos com áudio e vídeo para o país inteiro. Em

algum momento se dirá que as provas foram colhidas de maneira ilegal. A propósito, foi por

essa razão que o Supremo Tribunal Federal absolveu o ex-presidente Collor, que tinha sido

condenado pelo Senado à perda do cargo, mas não foi punido na Justiça pelos crimes de que

era acusado. Certamente é por isso que há, no Brasil, uma desconfiança tão grande em relação

aos homens públicos: imagina-se que não pagarão pelo mal que uns deles fazem.

Mas essa convicção não diz respeito apenas ao andar de cima. Há um consenso tácito

de que os, vamos chamá-los assim, do andar de baixo, não devem ser punidos quando violam a

lei. Encontram- se atenuantes. Não tiveram oportunidades na vida. São pobres. É complicado

penalizá-los. E por aí se acaba chegando a uma anistia branca para muitos praticantes de atos

ilícitos, que causaram mal à sociedade, mas não são castigados.

O curioso, porém, está na passagem da indignação à impunidade. Duas ou três vezes

por semana nos indignamos. Um senador que bradava contra a corrupção é pego fazendo

lobby para um suspeito de crimes. Um bêbado praticamente mata um homem que teria

dirigido gracinhas a sua companheira. Um presidenciável guia sem habilitação. São atos que

revoltam. Durante horas ou dias, são trending topics em nossa conversação e governam nosso

imaginário. Mas, depois, cai tudo no esquecimento – ou é tudo perdoado. Não se paga pelo que

se fez. O estoque de fatos que nos indignam se renova o tempo todo, mas sem que mudem as

coisas.

Muitas pessoas estão convencidas de que o Brasil se notabiliza pela impunidade,

sobretudo, dos homens públicos. Entendo que não é bem isso. Primeiro, também há os

impunes de que se tem pena. A impunidade beneficia quem tem muito poder e quem não tem

nenhum. Segundo, não é só impunidade. Nossa característica não é a mera impunidade. É uma

impunidade que se segue à indignação. Esta é intensa. A imprensa nos serve matéria cotidiana

para nos indignarmos. Às vezes, até nos revoltamos sem razão. Certas informações,

apressadas, levam a opinião pública a condenar inocentes. Mas tais casos parecem constituir

uma minoria. O problema é que, depois, a indignação se arrefece ou entra em cena algo que

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torna inviável o castigo. Ou seja, nossa indignação é inútil. Os sentimentos de revolta não

resultam em grande coisa.

Mas o que foram as grandes revoluções que mudaram o mundo – a Inglesa de 1688, a

Americana de 1776, a Francesa de 1789, a Russa de 1917 – senão um sentimento de

indignação, de revolta, de “basta”, que conseguiu traduzir-se em atos de milhares ou milhões

de pessoas e, depois, conquistar o poder? Ou seja, há casos em que a indignação traz

resultados. E não precisamos chegar a fazer uma revolução para que nossos indignados

mudem o mundo ou, pelo menos, o mundo à sua, à nossa volta. Para isso, é preciso, porém,

mudar a atitude. A mera indignação é improdutiva. Não gera ações. Resulta em desânimo.

Uma das expressões mais lamentáveis a esse respeito é que “só no Brasil” acontece

determinado absurdo. O que, por sinal, não é verdade. Tudo de ruim que temos também

acontece em algum outro lugar. Os Estados Unidos conheceram enorme fraude eleitoral em

2000, levando à posse do candidato presidencial derrotado nas urnas, George Bush. Fraude

tamanha não ocorre no Brasil desde 1930. Mas, por isso mesmo, é preciso enxergar as coisas

bem, ver o que realmente acontece. E, depois, agir para mudar. O que significa juntar-se a

outras pessoas. Solitária, uma andorinha não faz o verão.

(RIBEIRO, Renato Janine. Rev. Filosofia: nº 71, junho 2012, p. 8.)

1. Ao longo do texto, o autor orienta sua argumentação no sentido de

persuadir o leitor a concluir que:

A) mudanças sociais só ocorrem quando a indignação individual se faz seguir,

necessariamente, de ações coletivas.

B) políticos, entre nós, não são punidos por corrupção, por mais que as provas

do crime se espalhem pelo país.

C) no Brasil, ricos e pobres, quando violam a lei, gozam da mesma situação de

impunidade.

D) a impunidade no país alimenta o crime em geral e, em particular, a

corrupção dos homens públicos.

E) para deixar o povo mais indignado, a imprensa brasileira sobrecarrega-o

diariamente de informação.

Comentários:

Temos nesse texto a modalidade dissertativa argumentativa, pois o

autor defende seu ponto de vista sobre o tema através de vários argumentos

até o ápice, que é quando conclama os leitores que se unam para, por meio de

ações concretas, mudarem o país.

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A temática gira em torno de qual seria a atitude correta frente à

corrupção e demais situações que ficam sem resposta adequada por conta da

impunidade. Devemos apenas ficar indignados? Ou deveríamos ficar

indignados e agirmos para que não houvesse tanta impunidade em nosso

país?

Dito isso, com vários argumentos, o autor faz o grande convite: Que

todos se unam, juntem-se a uma só voz para combaterem efetivamente a

impunidade, seja dos políticos, seja dos que não o são.

Vamos, agora, à análise das alternativas:

Alternativa a: Já de início temos a resposta correta. Segundo o texto, as

mudanças sociais só ocorrem quando a indignação individual se faz seguir,

necessariamente, de ações coletivas.

Isso quer dizer que a mera indignação não será produtiva, visto que ela

apenas resulta em desânimo desprovido de ações enérgicas que resultariam na

mudança da situação. Tal mudança, por sua vez, só acontecerá quando toda

a coletividade agir em voz uníssona contra toda e qualquer forma de

impunidade.

Alternativa b: Uma leitura desatenta nos levaria a marcar esta

alternativa como a correta, entretanto, veja que o pensamento central do autor

não é “que todos os políticos ficam impunes”, e, sim, que alguns é que o

ficarão.

Veja este fragmento, do final do primeiro parágrafo: “Certamente é por

isso que há, no Brasil, uma desconfiança tão grande em relação aos homens

públicos: imagina-se que não pagarão pelo mal que uns deles fazem.”.

Assim, entendemos que não são todos, mas apenas alguns (“uns”). Eis o

erro desta assertiva. Além do que, esse é apenas um dos vários argumentos

utilizados pelo autor, e não o tema central do texto.

Alternativa c: O texto não fala literalmente de “ricos e pobres”, termos

esses que possuem carga semântica bem mais ampla que os exemplos citados.

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Fala-se, sim, de “políticos” e daqueles “do andar de baixo”. Claro que

dentre os “do andar de baixo” estão os pobres, mas estes não seriam a

totalidade do grupo nominado por essa expressão.

Da mesma forma, nem todos os políticos são ricos! O erro da assertiva

foi, assim, extrapolar os limites de significação do texto. Além do que, apesar

de os pobres ficarem impunes, o número de políticos ricos que não é punido é

muito maior que aquele.

Argumente-se, ainda, que esta alternativa seria, à semelhança da

anterior, apenas um argumento, e não o ponto central do texto.

Alternativa d: Esta assertiva também é muito sutil! Mas veja que não

está dito em lugar algum que “a impunidade no país alimenta o crime em geral

e, em particular, a corrupção dos homens públicos”.

Fala-se do sentimento, da indignação que permeia os brasileiros quanto

aos crimes que não são punidos e da sensação deprimente que a sucede por

conta de ninguém tomar a atitude correta para combater esse problema.

Assim, a ênfase do escritor é para que haja mudança nesse mero e

“deprimente” sentimento de revolta para uma atitude que, coletivamente,

tenha efetividade.

Alternativa e: O fato de a imprensa nos servir de matéria cotidiana para

nos indignarmos não é o foco do texto, constitui-se apenas de um dos

muitos argumentos citados cujo objetivo é conduzir-nos à conclusão de que

devemos deixar o sentimento individual de indignação inerte para ações

coletivamente efetivas contra a impunidade.

Observa-se que algumas dessas alternativas têm argumentos usados no

texto, mas, frise-se, nenhum deles reveste-se de importância principal, já que

são apenas argumentos que culminariam no ponto central do texto, que é o

despertar para uma luta coletiva contra a impunidade. Assim sendo, a que

melhor responde o enunciado da questão é a alternativa “a”.

Gabarito: A.

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2. Para persuadir o leitor a concluir como ele, o autor se vale de todos as

estratégias argumentativas a seguir, EXCETO:

A) aludir a fatos históricos relevantes de conhecimento geral.

B) alinhar-se com o leitor, insistindo para tanto no uso da 1ª pessoa do plural.

C) explorar a relação lógica de causa/consequência.

D) arrolar exemplos para concretizar ou esclarecer um dado ponto de vista.

E) recorrer a argumento de autoridade.

Comentários:

Esta assertiva testa nossos conhecimentos sobre as estratégias

argumentativas. Quando estamos redigindo um texto dissertativo, podemos

usar vários recursos para demonstrarmos o nosso ponto de vista e

convencermos a outrem sobre nossa opinião em determinada temática. Assim,

há várias formas de fazê-lo:

Argumentação por autoridade ou informações de terceiros: É quando

citamos, nos nossos argumentos, o pensamento de alguém que tenha

grande destaque e autoridade na área sobre a qual estamos falando. Por

exemplo, ao se falar de Filosofia, tudo será mais fácil se dissermos algo

que Sócrates ou Aristóteles tenham dito, pois estes são dois grandes

expositores nessa área.

Argumentação por analogia ou comparação: É quando o autor faz

comparação entre o que está falando com algum acontecimento que

guarde com aquele alguma relação de analogia. Por exemplo, comparar o

aflorar de grandes pensamentos a uma erupção vulcânica.

Argumento por apresentação de dados estatísticos: É provar aquilo se

diz no texto pelo uso de informações estatísticas. Por exemplo, podemos

citar os vários dados percentuais que os políticos usam em época de

campanha para dar maior credibilidade (e para nos enganar!) aos seus

discursos.

Argumentação por exemplos: Esse tipo também é muito usado, pois ele

tira o discurso do plano abstrato e situa-o no plano concreto, pois visa

a demonstrar que o que se está a afirmar já aconteceu em outros

momentos.

Feita a revisão necessária, vamos juntos aos comentários!

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Alternativa a: Aludir a fatos históricos relevantes de conhecimento geral

é usar argumentos por exemplos.

Alternativa b: Alinhar-se com o leitor, insistindo no uso da 1ª pessoa do

plural, apesar de não estar entre as quatro estratégias de argumentação que

apresentamos, também, indubitavelmente, foi um recurso utilizado pelo

autor, pois, ao inserir-se no grupo dos que precisam mudar de atitude frente à

corrupção, ele deu maior credibilidade ao texto.

Alternativa c: Explorar a relação lógica de causa/consequência também

está presente. O texto é bastante enfático ao dizer que a consequência da

impunidade é causada pela nossa falta de ação coletiva.

Alternativa d: Arrolar exemplos para concretizar ou esclarecer um dado

ponto de vista também é muito visto no texto, como em “Os Estados Unidos

conheceram enorme fraude eleitoral em 2000, levando à posse do candidato

presidencial derrotado nas urnas, George Bush. Fraude tamanha não ocorre no

Brasil desde 1930.”.

Alternativa e: Chegamos ao nosso gabarito! Recorrer a argumento de

autoridade realmente foi um recurso não explorado pelo autor do texto.

Note que o fato de ele ter citado do nome do ex-presidente Collor não

quer dizer que foi citada uma autoridade, visto que o referido político figura

negativamente no texto. Fique esperto!

Gabarito: E.

3. Na argumentação desenvolvida, têm como papel justificar ponto de vista

emitido anteriormente no texto todos os enunciados a seguir, EXCETO:

A) “Duas ou três vezes por semana nos indignamos.” (parágrafo 3)

B) “A imprensa nos serve matéria cotidiana para nos indignarmos.” (parágrafo 4)

C) “Os sentimentos de revolta não resultam em grande coisa.” (parágrafo 4)

D) “A mera indignação é improdutiva.” (parágrafo 5)

E) “Tudo de ruim que temos também acontece em algum outro lugar.”

(parágrafo 5)

Comentários:

BUSCA-SE XYZ INTRODUZIR AS ALTERNAYTIVAS

Alternativa a: A expressão “Duas ou três vezes por semana nos

indignamos”, do parágrafo 3º, realmente não faz referência a algo já dito no

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texto. Pelo contrário, refere-se a uma sequência cujos exemplos são o senador,

o bêbado e o presidenciável. É nosso gabarito.

Alternativa b: Antes da frase da alternativa, temos: “É uma impunidade

que se segue à indignação. Esta é intensa.”. Logo depois, temos o seguinte: “A

imprensa nos serve matéria cotidiana para nos indignarmos.”, o que nos

leva, inevitavelmente, a considerar esta opção correta.

Alternativa c: Aqui, à semelhança da alternativa anterior, também temos

continuidade entre as expressões “Ou seja, nossa indignação é inútil.” e “Os

sentimentos de revolta não resultam em grande coisa.”. Correta, portanto, tal

assertiva.

Alternativa d: “A mera indignação é improdutiva” refere-se ao

sentimento que não produz ação efetiva. Assim, também correta esta

alternativa.

Alternativa e: “Tudo de ruim que temos também acontece em algum

outro lugar.” refere-se, dentre outros assuntos, à corrupção, à impunidade, à

atitude errada frente a estas etc., temas abordados anteriormente e que

servem para justificar o ponto de vista do autor. Dessa forma, todas as

alternativas fazem referência a um argumento anteriormente mencionado,

objetivando justificá-lo, exceto a alternativa “a”.

Gabarito: A.

4. A proposição cujo conteúdo o autor sinaliza como incerto ou duvidoso

é:

A) “Mas, depois, cai tudo no esquecimento – ou é tudo perdoado.” (parágrafo 3)

B) “A impunidade beneficia quem tem muito poder e quem não tem nenhum.”

(parágrafo 4)

C) “Mas tais casos parecem constituir uma minoria.” (parágrafo 4)

D) “Tudo de ruim que temos também acontece em algum outro lugar.”

(parágrafo 5)

E) “Fraude tamanha não ocorre no Brasil desde 1930.” (parágrafo 5)

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Comentários:

Vamos ver o contexto em que a expressão que contém o gabarito se

insere:

“É uma impunidade que se segue à indignação. Esta é intensa. A imprensa nos serve

matéria cotidiana para nos indignarmos. Às vezes, até nos revoltamos sem razão. Certas

informações, apressadas, levam a opinião pública a condenar inocentes. Mas tais casos

parecem constituir uma minoria.”.

Vamos, agora, aos comentários.

Alternativa a: Esta opção é a única que poderia nos deixar em dúvida.

Vejamos: “Mas, depois, cai tudo no esquecimento – ou é tudo perdoado.”. O ou

aqui não é para indicar dúvida, mas, sim, opções que certamente, ou seja,

com certeza, acontecem.

Alternativa b: Esta opção também não contém elementos que expressam

dúvida.

Alternativa c: O mesmo já não podemos dizer desta alternativa.

Vejamos:

“Mas tais casos parecem constituir uma minoria.”

O trecho refere-se à influência que a imprensa exerce quanto à opinião

pública pensar que inocentes são culpados. Ao utilizar-se da palavra

“parecem”, o autor claramente expõe uma atitude de dúvida. É o nosso

gabarito.

Alternativas d/e: Não satisfazem ao enunciado da questão.

Gabarito: C.

5. Ao recorrer às expressões “andar de cima”, “andar de baixo” (parágrafo

2) para conferir maior visibilidade a uma oposição observável no grande

edifício social, o autor explora a seguinte figura de linguagem:

A) comparação.

B) metáfora.

C) metonímia.

D) hipérbole.

E) pleonasmo.

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Comentários:

Alternativa a: A comparação ocorre quando está presente

expressamente o termo comparativo: como, feito. Ex.: “Minha alma anseia por

Ti como a corça anseia pelas águas, SENHOR”.

Alternativa b: Já a metáfora é uma comparação subentendida, pois o

conectivo fica implícito na frase. Ex.: Clara é uma boneca (é como se fosse

uma boneca). É o que ocorre nas expressões “andar de cima”, “andar de

baixo”, que compara as classes sociais aos degraus de um edifício. É nosso

gabarito.

Alternativa c: A metonímia consiste em substituir um termo por outro

com o qual tenha alguma relação lógica. Ex.: No almoço de ontem, comi dois

pratos. Note que houve a substituição da comida (conteúdo) pelo recipiente (o

prato). Outro exemplo: Li muito Jorge Amado (substituição da obra pelo autor).

Alternativa d: A hipérbole é o exagero intencional para dar ênfase ao

que falamos. Ex.: Jeremias chorava rios de lágrimas.

Alternativa e: O pleonasmo é a repetição intencional de uma palavra

para reforçar uma ideia. Ex.: A ti te digo, estude! Ou: Vi tudo com os meus

próprios olhos.

Gabarito: B.

6. Consoante as normas de pontuação em vigor, e sem perder de vista o

sentido do texto, pode-se substituir por dois-pontos o ponto que finaliza

todos os períodos a seguir, EXCETO:

A) “Mas essa convicção não diz respeito apenas ao andar de cima.” (parágrafo 2)

B) “Mas, depois, cai tudo no esquecimento – ou é tudo perdoado.” (parágrafo 3)

C) “Nossa característica não é a mera impunidade.” (parágrafo 4)

D) “Mas tais casos parecem constituir uma minoria.” (parágrafo 4)

E) “Ou seja, nossa indignação é inútil.” (parágrafo 4)

Comentários:

Alternativa a/b/c/e: Poder-se-ia, sim, utilizar os dois pontos sem

prejuízo do texto, em ambas situações. .

Alternativa d: A palavra “tais” é um item de coesão textual, pois faz

referência a algo que já foi dito, amarrando assim as partes do texto.

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Portanto, inaplicáveis os dois pontos, visto que esse recurso deve ser

utilizado para introduzir algo que ainda será dito. É nosso gabarito.

Gabarito: D.

7. Altera-se fundamentalmente o sentido do enunciado com a substituição

da locução em destaque proposta em:

A) “A PROPÓSITO, foi por essa razão que o Supremo Tribunal Federal absolveu

o ex-presidente Collor [...]” (parágrafo 1) / Decerto

B) “ÀS VEZES, até nos revoltamos sem razão.” (parágrafo 4) / Eventualmente

C) “OU SEJA, nossa indignação é inútil.” (parágrafo 4) /Vale dizer

D) “ou, PELO MENOS, o mundo à sua, à nossa volta.” (parágrafo 5) / no mínimo

E) “O que, POR SINAL, não é verdade.” (parágrafo 5) / aliás

Comentários:

Alternativa a: Logo de saída, já temos nosso gabarito. A expressão “a

propósito” significa “a esse respeito”. É utilizada quando se quer dar

continuidade a uma sequência de pensamentos por meio de exemplos.

Já a palavra “decerto” é um advérbio e indica certeza. Assim, a

substituição proposta por esta assertiva alteraria significação do enunciado.

Alternativa b: “Às vezes” é sinônimo de “eventualmente”.

Alternativa c: “Ou seja” pode ser substituída por “vale dizer”, sem

nenhum problema.

Alternativa d: “Pelo menos” e “no mínimo” também guardam relação de

contiguidade semântica.

Alternativa e: “Por sinal” e “aliás” também são expressões equivalentes.

Gabarito: A.

8. Há evidente equívoco na caracterização da relação semântica entre as

palavras em destaque na seguinte alternativa:

A) ABSOLVEU o ex-presidente (parágrafo 1) / ABSORVEU a água (paronímia)

B) um consenso TÁCITO (parágrafo 2) / IMPLÍCITO na lei (sinonímia)

C) até nos revoltamos sem RAZÃO (parágrafo 4) / MOTIVO para brigas

(polissemia)

D) de que se tem PENA (parágrafo 4) / PENA de cauda de pavão (homonímia)

E) RESULTA em desânimo (parágrafo 5) /ADVÉM da impunidade (antonímia)

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Comentários:

Vamos revisar rapidamente a matéria:

Homônimos

Homógrafos

Palavras que possuem mesma grafia, mas

pronúncia diferente. Ex.: Leste (verbo) e Leste

(substantivo).

Homófonos

Palavras que possuem mesma pronúncia, mas

grafia diferente. Ex.: Acento (sinal gráfico) e

Assento (lugar para sentar).

Perfeitos

Palavras que possuem a mesma grafia e

pronúncia. Ex.: Livre (adjetivo) e Livre (verbo:

que eu livre).

Parônimos

São aquelas palavras parecidas na grafia, mas

diferentes na significação. Ex.: Flagrante

(evidente) e Fragrante (perfumado).

Observe que tanto nos homônimos quanto nos parônimos os significados

das palavras serão sempre distintos.

Alternativa a: “Absolver” significa dar por inocente; isentar (alguém) da

penalidade que corresponde a uma culpa. Já “absorver” significa embeber,

puxar para dentro. Nota-se, dessa forma, que estamos diante de um parônimo,

pois as pronúncias e grafias são semelhantes.

Alternativa b: “Tácito” e “implícito” são palavras de significação

idêntica. Logo, estamos diante de palavras sinônimas. Observação: Os

estudiosos dizem que não há palavras de sentido exatamente iguais. O que há

é uma grande proximidade, mas igualdade, não.

Alternativa c: “Razão” e “motivo” são palavras sinônimas, daí o erro da

alternativa. É nosso gabarito.

Alternativa d: “Pena”, de dó, e “pena”, de plumagem das aves. São

homônimos perfeitos, visto que têm mesma grafia e pronúncia, mas

significado diferente.

Alternativa e: “Resulta” refere-se ao fim de uma ação, ao passo que

“advém” denota início, origem. Correta, portanto.

Gabarito: C.

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9. Altera-se fundamentalmente o sentido do enunciado: “O estoque de

fatos que nos indignam se renova o tempo todo, MAS SEM QUE MUDEM AS

COISAS.” (parágrafo 3) com a seguinte reescrita da passagem sublinhada:

A) sem que mudem, porém, as coisas.

B) sem, não obstante, mudarem as coisas.

C) posto que sem mudarem as coisas.

D) não mudando senão as coisas.

E) não mudando, contudo, as coisas.

Comentários:

A conjunção “mas” é adversativa. Assim, a relação estabelecida entre as

orações constitutivas desse período é de contraste, oposição.

Vamos às alternativas:

Alternativa a: “Porém” é conjunção adversativa e fez com que a

substituição proposta por esta opção mantivesse o sentido original.

Alternativa b: “Não obstante” é uma expressão conjuntiva concessiva,

visto que relaciona ideias que mesmo opostas não implicam a exclusão da

outra. Essa expressão é semelhante a “apesar de”.

Alternativa c: “Posto que” é conjunção concessiva, expressa ideias que

se opõem, sem serem excludentes. Também mantém o sentido original da

frase. Assim com as alternativas [a] e [b], a alternativa [c] encontra-se correta.

Alternativa d: “Senão” tem várias classificações, vejamos:

Pode ser conjunção aditiva, com sentido de “mas também”, pode ser

conjunção adversativa, com o sentido de “mas sim”, pode ser preposição,

com o sentido de “afora”, “exceto”, “salvo” e pode ser substantivo, com o

sentido de “mácula”, “defeito”, “problema”.

Sabendo disso vamos para o texto em questão: “O estoque de fatos que

nos indignam se renova o tempo todo, MAS SEM QUE MUDEM AS COISAS.”.

Fazendo a substituição proposta, ficaria assim:

“O estoque de fatos que nos indignam se renova o tempo todo,

NÃO MUDANDO SENÃO AS COISAS.”

O único significado possível para o “senão” nesse contexto é “afora,

exceto, salvo”, o que daria significação exatamente ao contrário do que quis

dar o autor do texto. Portanto, a substituição não mantém o sentido original

do texto. Ela significaria que as “coisas mudam”, quando elas na verdade não

mudam! É nosso gabarito.

Alternativa e: “Contudo” também é conjunção adversativa.

Gabarito: D.

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10. A alternativa em que o adjunto adverbial em destaque exprime

circunstância de concessão é:

A) “[...] até mesmo quando transmitidos COM ÁUDIO E VÍDEO [...] (parágrafo 1)

B) “[...] que as provas foram colhidas DE MANEIRA ILEGAL.” (parágrafo 1)

C) “[...]mas não foi punido NA JUSTIÇA pelos crimes de que era

acusado.”(parágrafo 1)

D) “[...] que bradava CONTRA A CORRUPÇÃO [...]” (parágrafo 3)

E) “Um presidenciável guia SEM HABILITAÇÃO.” (parágrafo 3)

Comentários:

Alternativa a: “COM ÁUDIO E VÍDEO” expressa instrumentalidade, não

concessão. Poderíamos, por isso, substituí-la por “por meio de”.

Alternativa b: “DE MANEIRA ILEGAL” indica modo.

Alternativa c: “NA JUSTIÇA” indica lugar.

Alternativa d: “CONTRA A CORRUPÇÃO” indica circunstância de

oposição, mas veja que aqui não temos três ideias, há apenas uma, por isso

que não podemos classificá-lo com concessiva. Explicaremos isso em detalhes

na próxima alternativa.

Alternativa e: Adjunto adverbial é o termo da oração que indica uma

circunstância, pois tem o papel do advérbio. As orações concessivas

expressam oposição entre as ideias das orações, sem excluir nenhuma delas.

Outro fato que você precisa saber sobre esse tipo de oração é que nelas

temos três pensamentos, sendo dois expressos pelas orações que se opõem,

e um pensamento que fica implícito.

Assim, na oração “Um presidenciável guia SEM HABILITAÇÃO”, temos

três ideias:

1ª: O presidenciável está guiando;

2ª: Ele está guiando sem habilitação; e

3ª: a ideia que fica implícita: Para que o presidenciável guiasse, seria

necessária a habilitação.

Assim, mesmo não tendo habilitação, o presidenciável guiou. Temos,

então, duas ideias se opondo, mas sem que uma exclua a outra. Isso é

típico das orações concessivas. Memorize esta dica, pois esse assunto está

sendo recorrente nas provas. Gabarito.

Gabarito: E.

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11. Segundo as normas de concordância verbal descritas pela gramática, é

admissível fazer a substituição indicada em:

A) “Certas informações […] levam a opinião pública a CONDENAR inocentes.”

(parágrafo 4) / condenarem

B) “Mas tais casos PARECEM CONSTITUIR uma minoria.” (parágrafo 4) / parece

constituírem

C) “Os sentimentos de revolta não RESULTAM em grande coisa.” (parágrafo 4) /

resulta

D) “Mas o que foram as grandes revoluções que MUDARAM o mundo [...]”

(parágrafo 5) / mudou

E) “Os Estados Unidos CONHECERAM enorme fraude eleitoral em 2000 [...]”

(parágrafo 5) / conheceu

Comentários:

Alternativa a: O verbo tem que combinar com “opinião pública”,

devendo, dessa forma, ficar no singular. Incorreta.

Alternativa b: A expressão “parecem constituir” é formada por dois

verbos: “Parecem”, que está na 3ª pessoa do singular do presente do

indicativo e “constituir”, que está no infinitivo impessoal.

Quando fizermos a alteração proposta, haverá mudança de classificação

para o segundo verbo, ou seja, “constituírem” já estará no infinitivo pessoal.

Assim, “tais casos” continuará concordando no plural com o verbo

“constituírem”, o que torna tal alteração perfeitamente possível. Eis aqui a

nossa alternativa correta. Mas vamos às demais:

Alternativa c: “Os sentimentos de revolta” deve fazer a concordância

com o verbo no plural. Incorreta.

Alternativa d: “Mudou” não está concordando com “grandes

revoluções”. Incorreta.

Alternativa e: O termo “Os Estados Unidos” exige que o verbo fique no

plural. Incorreta.

Gabarito: B.

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12. A forma verbal composta “havia bradado” substitui, sem alteração de

tempo e modo, a forma simples empregada em:

A) Um senador que bradava.

B) Um senador que bradara.

C) Um senador que bradou.

D) Um senador que brada.

E) Um senador que bradasse.

Comentários: Temos aqui a cobrança sobre uma construção verbal

pouco usada atualmente: O pretérito mais-que-perfeito do indicativo.

Esse tempo na sua forma simples, cantara, estudara, sonhara etc. quase

não aparece. Todavia, na forma composta é bastante utilizado no dia-a-dia:

Tinha (ou havia) cantado, tinha (ou havia) estudado, tinha (ou havia) sonhado.

Tanto a forma simples quanto a composta expressam ação passada em

relação a outro fato também passado, como em “Quando fiz a prova, eu

estudara (ou tinha/havia estudado) bastante”.

Sabendo disso, vamos à análise!

Alternativa a: “Bradava” está no imperfeito do indicativo e indica que a

ação estava se desenrolando no passado. Não serve, portanto.

Alternativa b: “Bradara”, como já vimos, está no mais-que-perfeito do

indicativo e expressa um fato passado em relação a outro também passado.

“Bradara”, portanto, é o mesmo que “havia/tinha” bradado. Eis o nosso

gabarito.

Alternativa c: “Bradou” está no pretérito perfeito do indicativo,

expressa uma ação completa no passado. Incorreta.

Alternativa d: “Brada” está no presente do indicativo.

Alternativa e: “Bradasse” está no imperfeito do subjuntivo, indicando

ação hipotética em desenvolvimento no passado.

Gabarito: B.

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13. Tentando reescrever a oração adjetiva destacada em: “[...] mas não foi

punido na Justiça pelos crimes DE QUE ERA ACUSADO.” (parágrafo 1),

cometeu-se um ERRO de regência verbal na alternativa:

A) que lhe imputavam.

B) que atribuíam a ele.

C) que talvez tenha cometido.

D) que carregava nas costas.

E) que era responsabilizado.

Comentários: A regência verbal estuda a relação entre os verbos e seus

complementos indicando qual a preposição correta a ser empregada. Trata

ainda sobre os casos em que não se usará a preposição entre estes e aqueles.

Temos nessa relação um termo regente (o verbo) e um termo regido (o

seu complemento).

Observe: “Aquele morador de rua precisa ajuda”. Fica claro que faltou

um termo entre “precisa” e “ajuda”. Assim, a regência correta do verbo

“precisar” exige a preposição “de”. Reescrevendo: “Aquele morador de rua

precisa de ajuda”.

Entendido o que é regência, vamos em busca do ponto!

Alternativa a: O verbo “Imputar” é transitivo indireto. Assim, o

complemento “lhe” (que poderia ser substituído por “a ele”) está corretamente

empregado.

Alternativa b: “Atribuir” aqui também é transitivo indireto e está

corretamente ligado ao seu complemento por meio de preposição.

Alternativa c: “Cometer” é transitivo direto, não necessitando de

preposição. Alternativa igualmente correta.

Alternativa d: “Carregar” aqui é transitivo direto. O seu complemento é

“os crimes”. “Nas costas” é adjunto adverbial e não faz concordância com o

verbo. Correta.

Alternativa e: Faltou nesta alternativa a preposição exigida pelo termo

“responsabilizado”, pois quem é responsabilizado é responsabilizado POR

algo.

Ficaria correto assim: “[...] mas não foi punido na Justiça pelos crimes

POR QUE ERA RESPONSABILIZADO.” Gabarito.

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Obs.: Note que não houve a necessidade de saber o que é uma oração

adjetiva. O examinador é especialista em apavorar você. Por isso que ele usa

esses termos para tentar desestabilizar seu emocional. Mas o que ele quer é,

na verdade, saber sobre regência, somente! Fique esperto!

Gabarito: E.

14. A gramática do português padrão considera INACEITÁVEL a ênclise do

pronome átono destacado em:

A) “E por aí SE acaba chegando a uma anistia branca [...]” (parágrafo 2)

B) “Duas ou três vezes por semana NOS indignamos.” (parágrafo 3)

C) “O estoque de fatos que nos indignam SE renova o tempo todo [...]”

(parágrafo 3)

D) “É uma impunidade que SE segue à indignação.” (parágrafo 4)

E) “A imprensa NOS serve matéria cotidiana para nos indignarmos.” (parágrafo

4)

Comentários: Estamos diante de colocação pronominal. Toda palavra

atrativa, que é o caso da palavra “que”, gera próclise. Veja:

“A mãe botou-o de castigo” - “A mãe que botou-o de castigo”

Erro de colocação pronominal

“A mãe que o botou de castigo”

Emprego correto

Vamos revisar o conteúdo!

Há palavras que atraem o pronome para logo depois de si e para antes

do verbo (próclise). A tais palavras damos o nome de atrativas ou fatores de

próclise. Os fatores de próclise geralmente elencados pelos gramáticos são:

Palavras negativas (não, nada, nunca, jamais, nem etc.)

Ex.: Nunca SE referiram ao acontecido, nem O resolveram.

Palavra negativa + Pronome + Verbo Palavra negativa + Pronome + Verbo

Advérbios (hoje, amanhã, talvez, lá etc.)

Ex.: Hoje ME trouxe o documento.

Advérbio + Pronome + Verbo

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Pronomes relativos (que, quem, qual, onde etc.)

Ex.: “...você e eu tivemos pais que NOS geraram.”

Pronome relativo + Pronome + Verbo

Pronomes indefinidos (tudo, alguém, outros etc.)

Ex.: Alguns AS elogiaram; outros SE mantiveram indiferentes.

Pronome indefinido + Pronome + Verbo

Pronomes demonstrativos (este, aquilo, isso etc.)

Ex.: Esta NOS entretém, pois está sendo uma boa luta.

Conjunção coordenativa alternativa (ou... ou, ora... ora etc.)

Ex.: Ou SE estuda, ou não SE vence.

Conjunções subordinativas (que, como, embora etc.)

Ex.: Como SE sabe, temos que nos doar para os estudos.

Conjunção subordinativa + Pronome + Verbo

É conveniente lembrar que ênclise é o emprego do pronome depois do

verbo. Assim, vamos às alternativas.

Alternativa a: Esta alternativa não foi o gabarito oficial, mas, conforme

comentários acima, quando há a presença de um advérbio, há

obrigatoriedade de próclise, tendo em vista que essa classe morfológica atrai

o pronome par antes do verbo. Assim, neste caso seria inaceitável a ênclise

sugerida.

Alternativa b: “Indignamo-nos” seria a forma sugerida nesta opção.

Correta.

Alternativa c: “Renova-se” também, nesse contexto, é aceitável. Correta.

Alternativa d: Aqui temos o gabarito oficial. Veja: “É uma impunidade

que SE segue à indignação.”. Adaptando, temos: “É uma impunidade que

segue-SE à indignação.” Note que nesta alternativa temos o pronome relativo

que, palavra atrativa. Por isso, não há possibilidade da construção “... que

segue-SE”. O correto seria “... que SE segue”. É o nosso gabarito.

Alternativa e: Por último, temos aqui “A imprensa NOS serve”, que ficará

“A imprensa serve-NOS. Correta.

Gabarito: D. Mas a questão deveria ter sido anulada, pois tem dois

gabaritos.

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15. O uso do acento indicativo da crase é facultativo no “a” destacado em:

A) “Temos esta sensação A respeito de praticamente tudo.” (parágrafo 1)

B) “E por aí se acaba chegando A uma anistia branca [...]” (parágrafo 2)

C) “[...] que teria dirigido gracinhas A sua companheira.” (parágrafo 3)

D) “[...] levam a opinião pública A condenar inocentes.” (parágrafo 4)

E) “O que significa juntar-se A outras pessoas.” (parágrafo 5)

Comentários: O acento grave, indicativo da crase, é usando para

assinalar a fusão da preposição “a” com outro “a”, que pode ser artigo ou

pronome.

Sempre a crase ocorrerá com palavras femininas, existindo somente

duas exceções a essa regra: O “aquele” e o “aquilo”, que podem receber o

acento grave. Ex.: Fui àquele comércio ontem. Reitero: A regra é acento grave

antes de palavras femininas.

Alternativa a: “Respeito” é palavra masculina, não admitindo crase.

Alternativa b: “Uma” é artigo indefinido. Diante dele não se usa o

acento grave.

Alternativa c: “Sua” é pronome possessivo feminino. Diante deles, a

crase é facultativa. Assim, estariam corretas as duas construções: “[...] que

teria dirigido gracinhas A sua companheira.” E “[...] que teria dirigido

gracinhas À sua companheira.”

Crase facultativa

(Só há três casos)

Exemplos

1. Diante de pronomes possessivos

femininos no singular

Ele pediu um auxílio-doença devido à (ou a) sua

enfermidade.

2. Diante da preposição até. Em sua bravura, ele lutou até à (ou a) morte.

3. Diante de nomes próprios

femininos, já que nesses casos o

emprego do artigo é facultativo.

Emocionado, o orador fez menção à (ou a) Marta e à

(ou a) Maria.

Alternativa d: “Opinião” é palavra masculina. Diante dessas palavras

não ocorre crase.

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Alternativa e: “Outras” está no plural e o “a” está no singular. Nesses

casos também não ocorre crase. Outro exemplo: Fui a várias bibliotecas em

Paris. Quando o “a” está no singular e o termo regido está no plural não

ocorre crase.

Critério prático geral para

ver se há crase

Exemplo

Troque o termo regido por

outra palavra que pertença

à sua mesma classe

gramatical. Caso apareça

antes dele “ao” é porque

haverá crase ali.

“A união entre os políticos levou à unanimidade de

aprovação no momento da votação.”

Substantivo feminino

Fazendo a substituição, temos:

“A união entre os políticos levou ao desentendimento de

aprovação no momento da votação.”

Substantivo masculino

Gabarito: C.

Chegamos ao final do nosso primeiro encontro, e perceba quantas

informações já trabalhamos em apenas uma aula. Ainda restam outros 25

encontros. Ao final, você estará preparada (o) a gabaritar qualquer prova de

português para concursos públicos.

Se você gostou da nossa abordagem, indique esse curso aos seus

amigos, especialmente os das outras áreas da saúde (fisioterapeutas,

psicólogos, nutricionistas, técnicos em enfermagem, enfermeiros, terapeutas

ocupacionais, dentistas, assistentes sociais, médicos, farmacêuticos etc) que

ainda não conhecem o trabalho da Equipe Professor Rômulo Passos, uma

equipe que tem em vocês a razão de ser.

Obrigado pelo carinho!

Equipe Professor Romulo Passos!!