novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

560
BRASÍLIA - 2003 SENADO FEDERAL SECRETARIA ESPECIAL DE EDITORAÇÃO E PUBLICAÇÕES SUBSECRETARIA DE EDIÇÕES TÉCNICAS Código Civil Quadro Comparativo 1916/2002

Upload: hatu

Post on 07-Jan-2017

233 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

BRASÍLIA - 2003

SENADO FEDERALSECRETARIA ESPECIAL DE EDITORAÇÃO E PUBLICAÇÕES

SUBSECRETARIA DE EDIÇÕES TÉCNICAS

Código CivilQuadro Comparativo 1916/2002

Page 2: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������� ������� �� ����� �����

���������

Page 3: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ ������� ������� ������������ ������

��������� ������� ��������� ���

���� � � ����

�������������� �� ����� �����

���������

Page 4: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ ������� ������� ������������ ��������������� ������� ��������� ����� ���������������� !��������������� ������� ������� ������������ ����������" ��������������� ������� ��������� ���# �����$� !������������%��&��'�������������(��������)�* ��'+�)�,� ��������-�� �� %���.�/01+2������� ��#����3������40/5�//+�1.1)��1.0����1.2��6��40/5��//+7�18�+9� ��������:������;<�=;�

><�� "���������!�������������$������9��������-<� ����?� ����������������@����-�<��������A !�$�= ���������=����-��������-�BC��* � ����A� ��������������-<� ��� ����������D� ����������������� ����%�����$��"��* << ���� �&��%����<E3 ������< �����"��������

��'��81+.�/8+��0+�

��� ;�%F� <��% = %F� <��� = �?�������!���� =��/2/0G����;������� ����������

�����)���������� ������� ��������� ���)�����;10/��;

/;�%F� <��� = )���� )�/2/0;��;�%F� <��� = )���� )�����;

%## ��7�;/

Page 5: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

Quadro Comparativo entre oNovo Código Civil e oCódigo Civil Anterior

(Atualizada até maio de 2003)

Page 6: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

���������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Parte Geral

Disposição Preliminar

Art. 1o Este Código regula os direitos eobrigações de ordem privada concer-nentes às pessoas, aos bens e ás suasrelações.

Livro I – Das Pessoas

Título I – Da Divisão das Pessoas

Capítulo I – Das Pessoas Naturais

Art. 2o Todo homem é capaz de direitos eobrigações na ordem civil.

Art. 3o A lei não distingue entre nacionaise estrangeiros quanto à aquisição e aogozo dos direitos civis.

Art. 4o A personalidade civil do homemcomeça do nascimento com vida; mas alei põe a salvo desde a concepção os di-reitos do nascituro.

Art. 5o São absolutamente incapazes deexercer pessoalmente os atos da vida ci-vil: I – os menores de dezesseis anos; II – os loucos de todo o gênero; III – os surdos-mudos, que não pude-rem exprimir a sua vontade; IV – os ausentes, declarados tais porato do juiz.

Art. 6o São incapazes, relativamente a cer-tos atos, ou à maneira de os exercer: I – os maiores de dezesseis e os meno-res de vinte e um anos;

Parte Geral

Livro I – Das Pessoas

Capítulo I – Da Personalidade e da Capa-cidade

Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos edeveres na ordem civil.

Art. 2o A personalidade civil da pessoacomeça com o nascimento com vida; masa lei põe a salvo, desde a concepção, osdireitos do nascituro.

Art. 3o São absolutamente incapazes deexercer pessoalmente os atos da vida ci-vil: I – os menores de dezesseis anos; II – os que, por enfermidade ou defici-ência mental, não tiverem o necessáriodiscernimento para a pratica desses atos; III – os que, mesmo por causa transitó-ria, não puderem exprimir sua vontade.

Art. 4o São incapazes, relativamente a cer-tos atos, ou à maneira de os exercer: I – os maiores de dezesseis e os meno-res de dezoito anos;

Page 7: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

II – os pródigos; III – os silvícolas.

Art. 7o Supre-se a incapacidade, absolutaou relativa, pelo modo instituído nesteCódigo, Parte Especial.

Art. 8o Na proteção que o Código Civilconfere aos incapazes não se compreen-de o benefício de restituição.

Art. 9o Aos vinte e um anos completosacaba a menoridade, ficando habilitado oindivíduo para todos os atos da vida ci-vil.

Art. 10. A existência da pessoa natural ter-mina com a morte. Presume-se esta, quan-

II – os ébrios habituais, os viciados emtóxicos, e os que, por deficiência mental,tenham o discernimento reduzido; III – os excepcionais, sem desenvolvi-mento mental completo; IV – os pródigos.Parágrafo único. A capacidade dos índiosserá regulada por legislação especial.

Art. 5o A menoridade cessa aos dezoitoanos completos, quando a pessoa ficahabilitada à prática de todos os atos davida civil.Parágrafo único. Cessará, para os meno-res, a incapacidade: I – pela concessão dos pais, ou de umdeles na falta do outro, mediante instru-mento público, independentemente dehomologação judicial, ou por sentença dojuiz ouvido o tutor, se o menor tiverdezesseis anos completos; II – pelo casamento; III – pelo exercício de emprego públicoefetivo; IV – pela colação de grau em curso deensino superior; V – pelo estabelecimento civil ou co-mercial, ou pela existência de relação deemprego, desde que, em função deles, omenor com dezesseis anos completos te-nha economia própria.

Art. 6o A existência de pessoa natural ter-mina com a morte; presume-se esta, quanto

Page 8: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

���������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

to aos ausentes, nos casos dos artigos481 e 482.

Art. 11. Se dois ou mais indivíduos fale-cerem na mesma ocasião, não se poden-do averiguar se alguém dos comorientesprecedeu aos outros, presumir-se-ão si-multaneamente mortos.

Art. 12. Serão inscritos em registro públi-co: I – os nascimentos, casamentos, sepa-rações judiciais, divórcios e óbitos; II – a emancipação, por outorga do paiou mãe, ou por sentença do juiz; III – a interdição dos loucos, dos sur-dos-mudos e dos pródigos; IV – a sentença declaratória da ausên-cia.

aos ausentes, nos casos em que a lei au-toriza a abertura de sucessão definitiva.

Art. 7o Pode ser declarada a morte presu-mida, sem decretação de ausência; I- se for extremamente provável a mortede quem estava em perigo de vida; II – se alguém, desaparecido em campa-nha ou feito prisioneiro, não for encontra-do até dois anos após o término da guerra. Parágrafo único. A declaração da mortepresumida, nesses casos, somente pode-rá ser requerisa depois de esgotadas asbuscas e averiguações, devendo a senten-ça fixar a data provável do falecimento.

Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falece-rem na mesma ocasião, não se podendoaveriguar se alguém dos comorientes pre-cedeu aos outros, presumir-se-ão simul-taneamente mortos.

Art. 9o Serão registrados em registros pú-blicos: I – os nascimentos, casamentos e óbi-tos; II – a emancipação por outorga dos paisou por sentença do juiz; III – a interdição por incapacidade ab-soluta ou relativa; IV – a sentença declaratória de ausên-cia e de morte presumida.

Art. 10. Far-se-á a averbação em registropúblico: I – das sentenças que decretarem a nu-lidade ou anulação do casamento, o di-vórcio, a separação judicial e orestabelecimento da sociedade conjugal; II – dos atos judiciais ou extrajudiciaisque declararem ou reconhecerem afiliação;

Page 9: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

III – dos atos judiciais ou extrajudiciaisda adoção.

Capítulo II – Dos Direitos da Personalida-de

Art. 11. Com exceção dos casos previstosem lei, os direitos da personalidade sãointransmissíveis e irrenunciáveis, nãopodendo o seu exercício sofrer limitaçãovoluntária.

Art. 12. Pode-se exigir que cesse a amea-ça, ou a lesão, a direito da personalidade,e reclamar perdas e danos, sem prejuízode outras sanções previstas em lei.Parágrafo único. Em se tratando de mor-to, terá legitimação para requerer a medi-da prevista neste artigo o cônjuge sobre-vivente, ou qualquer parente em linha reta,ou colateral até o quarto grau.

Art. 13. Salvo por exigência médica, édefeso o ato de disposição do própriocorpo, quando importar diminuição per-manente da integridade física, ou contra-riar os bons costumes.Parágrafo único. O ato previsto neste ar-tigo será admitido para fins de transplan-te, na forma estabelecida em lei especial.

Art. 14. É válida, com objetivo científico,ou altruístico, a disposição gratuita dopróprio corpo, no todo ou em parte, paradepois da morte.Parágrafo único. O ato de disposiçãopode ser livremente revogado a qualquertempo.

Art. 15. Ninguém pode ser constrangidoa submeter-se, com risco de vida, a trata-mento médico ou a intervenção cirúrgica.

Page 10: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Parte Especial

Livro I – Do Direito de Família

Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome,nele compreendidos o prenome e o so-brenome.

Art. 17. O nome da pessoa não pode serempregado por outrem em publicações ourepresentações que a exponham ao des-prezo público, ainda quando não haja in-tenção difamatória.

Art. 18. Sem autorização, não se pode usaro nome alheio em propaganda comercial.

Art. 19. O pseudônimo adotado para ati-vidades lícitas goza da proteção que sedá ao nome.

Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se ne-cessárias à administração da justiça ou àmanutenção da ordem pública, a divulga-ção de escritos, a transmissão da palavra,ou a publicação, a exposição ou a utiliza-ção da imagem de uma pessoa poderãoser proibidas, a seu requerimento e semprejuízo da indenização que couber, se lheatingirem a honra, a boa fama ou a respei-tabilidade, ou se se destinarem a fins co-merciais.Parágrafo único. Em se tratando de mortoou de ausente, são partes legítimas pararequerer essa proteção o cônjuge, os as-cendentes ou os descendentes.

Art. 21. A vida privada da pessoa naturalé inviolável, e o juiz, a requerimento dointeressado, adotará as providências ne-cessárias para impedir ou fazer cessar atocontrário a esta norma.

Page 11: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

Título VI – Da Tutela, da Curatela e daAusência

Capítulo III – Da Ausência

Seção I – Da Curadoria de Ausentes

Art. 463. Desaparecendo uma pessoa doseu domicílio, sem que dela haja notícia,se não houver deixado representante, ouprocurador, a quem toque administrar-lheos bens, o juiz, a requerimento de qual-quer interessado, ou do Ministério Públi-co, nomear-lhe-á curador.

Art. 464. Também se nomeará curador,quando o ausente deixar mandatário, quenão queira, ou não possa exercer ou con-tinuar o mandato.

Art. 465. O juiz, que nomear o curador,fixar-lhe-á os poderes e obrigações, con-forme as circunstâncias, observando, noque for aplicável, o disposto a respeitodos tutores e curadores.

Art. 466. O cônjuge de ausente, sempreque não esteja separado judicialmente,será seu legítimo curador.

Art. 467. Em falta de cônjuge, a curadoriados bens do ausente incumbe ao pai, àmãe, aos descendentes, nesta ordem, nãohavendo impedimento que os iniba deexercer o cargo.

Parágrafo único. Entre os descendentes,os mais vizinhos precedem aos mais re-

Capítulo III – Da Ausência

Seção I – Da Curadoria dos Bens do Au-sente

Art. 22. Desaparecendo uma pessoa doseu domicílio sem dela haver notícia, senão houver deixado representante ou pro-curador a quem caiba administrar-lhe osbens, o juiz, a requerimento de qualquerinteressado ou do Ministério Público, de-clarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.

Art. 23. Também se declarará a ausência,e se nomeará curador, quando o ausentedeixar mandatário que não queira ou nãopossa exercer ou continuar o mandato, ouse os seus poderes forem insuficientes.

Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fi-xar-lhe-á os poderes e obrigações, con-forme as circunstâncias, observando, noque for aplicável, o disposto a respeitodos tutores e curadores.

Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre quenão esteja separado judicialmente, ou defato por mais de dois anos antes da decla-ração da ausência, será o seu legítimocurador.

§ 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dosbens do ausente incumbe aos pais ou aosdescendentes, nesta ordem, não haven-do impedimento que os iniba de exercer ocargo.

§ 2o Entre os descendentes, os mais pró-ximos precedem os mais remotos.

Page 12: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

motos, e, entre os do mesmo grau, os va-rões preferem às mulheres.

Art. 468. Nos casos de arrecadação deherança ou quinhão de herdeiros ausen-tes, observar-se-á, quanto à nomeação docurador, o disposto neste Código, artigos1.591 a 1.594.

Seção II – Da Sucessão Provisória

Art. 469. Passando-se dois anos, semque se saiba do ausente, se não deixourepresentante, nem procurador, ou, seos deixou, em passando quatro anos,poderão os interessados requerer quese lhes abra provisoriamente a suces-são.

Art. 470. Consideram-se, para este efeito,interessados: I – o cônjuge não separado judicialmen-te; II – os herdeiros presumidos legítimos,ou os testamentários; III – os que tiverem sobre os bens doausente direito subordinado à condiçãode morte; IV – os credores de obrigações vencidase não pagas.

Art. 471. A sentença que determinar a aber-tura da sucessão provisória só produziráefeitos seis meses depois de publicadapela imprensa; mas logo que passe emjulgado, se procederá à abertura do testa-mento, se houver, e ao inventário e parti-lha dos bens, como se o ausente fossefalecido.

§ 3o Na falta das pessoas mencionadas,compete ao juiz a escolha do curador.

Seção II – Da Sucessão Provisória

Art. 26. Decorrido um ano da arrecada-ção dos bens do ausente, ou, se eledeixou representante ou procurador, emse passando três anos, poderão os in-teressados requerer que se declare aausência e se abra provisoriamente asucessão.

Art. 27. Para o efeito previsto no artigoanterior, somente se consideram interes-sados:I – o cônjuge não separado judicialmen-te;II – os herdeiros presumidos, legítimosou testamentários;III – os que tiverem sobre os bens do au-sente direito dependente de sua morte;IV – os credores de obrigações vencidase não pagas.

Art. 28. A sentença que determinar a aber-tura da sucessão provisória só produziráefeito cento e oitenta dias depois depublicada pela imprensa; mas, logo quepasse em julgado, proceder-se-á à aber-tura do testamento, se houver, e ao in-ventário e partilha dos bens, como se oausente fosse falecido.

Page 13: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

§ 1o Findo o prazo do artigo 469, e nãohavendo absolutamente interessados nasucessão provisória, cumpre ao MinistérioPúblico requerê-la ao juízo competente.

§ 2o Não comparecendo herdeiro, ou inte-ressado, tanto que passe em julgado asentença, que mandar abrir a sucessãoprovisória, proceder-se-á judicialmente àarrecadação dos bens do ausente pelaforma estabelecida nos artigos 1.591 a1.594.

Art. 472. Antes da partilha o juiz ordenaráa conversão dos bens móveis, sujeitos adeterioração ou a extravio, em imóveis, ouem títulos da dívida pública da União, oudos Estados.

Art. 473. Os herdeiros imitidos na possedos bens do ausente darão garantias darestituição deles, mediante penhores, ouhipotecas, equivalente aos quinhões res-pectivos.

Parágrafo único. O que tiver direito à pos-se provisória, mas não puder prestar agarantia exigida neste artigo, será excluí-do, mantendo-se os bens que lhe deviamsob a administração do curador, ou deoutro herdeiro designado pelo juiz, e quepreste a dita garantia.

Art. 474. Na partilha, os imóveis serãoconfiados em sua integridade aos suces-sores provisórios mais idôneos.

§ 1o Findo o prazo a que se refere o art. 26,e não havendo interessados na sucessãoprovisória, cumpre ao Ministério Públicorequerê-la ao juízo competente.

§ 2o Não comparecendo herdeiro ou inte-ressado para requerer o inventário até trin-ta dias depois de passar em julgado a sen-tença que mandar abrir a sucessão provi-sória, proceder-se-á à arrecadação dosbens do ausente pela forma estabelecidanos arts. 1.819 a 1.823.

Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quandojulgar conveniente, ordenará a conversãodos bens móveis, sujeitos a deterioraçãoou a extravio, em imóveis ou em títulosgarantidos pela União.

Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem naposse dos bens do ausente, darão garan-tias da restituição deles, mediante penho-res ou hipotecas equivalentes aos qui-nhões respectivos.

§ 1o Aquele que tiver direito à posse pro-visória, mas não puder prestar a garantiaexigida neste artigo, será excluído, man-tendo-se os bens que lhe deviam cabersob a administração do curador, ou deoutro herdeiro designado pelo juiz, e quepreste essa garantia.

§ 2o Os ascendentes, os descendentes eo cônjuge, uma vez provada a sua quali-dade de herdeiros, poderão, independen-temente de garantia, entrar na posse dosbens do ausente.

Page 14: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 475. Não sendo por desapropria-ção, os imóveis do ausente só se pode-rão alienar, quando o ordene o juiz, paralhes evitar a ruína, ou quando conve-nha convertê-los em títulos da dívidapública.

Art. 476. Empossado nos bens, os suces-sores provisórios ficarão representandoativa e passivamente o ausente; de modoque contra eles correrão as ações pen-dentes e as que de futuro àqueles se mo-verem.

Art. 477. O descendente, ascendente, oucônjuge, que for sucessor provisório doausente fará seus todos os frutos e rendi-mentos dos bens que a este couberem.Os outros sucessores, porém, deverãocapitalizar metade desses frutos e rendi-mentos, segundo o disposto no artigo472, de acordo com o representante doMinistério Público, e prestar anualmentecontas ao juiz competente.

Art. 478. O excluído, segundo o artigo 473,parágrafo único, da posse provisória, po-derá, justificando falta de meios, requererlhe seja entregue metade dos rendimen-tos do quinhão, que lhe tocaria

Art. 479. Se durante a posse provisória seprovar a época exata do falecimento doausente, considerar-se-á, nessa data aber-ta a sucessão em favor dos herdeiros queo eram àquele tempo.

Art. 31. Os imóveis do ausente só se po-derão alienar, não sendo por desapropria-ção, ou hipotecar, quando o ordene o juiz,para lhes evitar a ruína.

Art. 32. Empossados nos bens, os suces-sores provisórios ficarão representandoativa e passivamente o ausente, de modoque contra eles correrão as ações pen-dentes e as que de futuro àquele foremmovidas.

Art. 33. O descendente, ascendente oucônjuge que for sucessor provisório doausente, fará seus todos os frutos e ren-dimentos dos bens que a este couberem;os outros sucessores, porém, deverãocapitalizar metade desses frutos e rendi-mentos, segundo o disposto no art. 29,de acordo com o representante do Minis-tério Público, e prestar anualmente con-tas ao juiz competente.

Parágrafo único. Se o ausente aparecer, eficar provado que a ausência foi voluntá-ria e injustificada, perderá ele, em favordo sucessor, sua parte nos frutos e rendi-mentos.

Art. 34. O excluído, segundo o art. 30, daposse provisória poderá, justificando fal-ta de meios, requerer lhe seja entreguemetade dos rendimentos do quinhão quelhe tocaria.

Art. 35. Se durante a posse provisória seprovar a época exata do falecimento doausente, considerar-se-á, nessa data, aber-ta a sucessão em favor dos herdeiros, queo eram àquele tempo.

Page 15: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

Art. 480. Se o ausente aparecer, ou se lheprovar a existência, depois de estabelecidaa posse provisória, cessarão para logo asvantagens dos sucessores nela imitidos,ficando, todavia, obrigado a tomar as me-didas assecuratórias precisas, até a en-trega dos bens a seu dono.

Seção III – Da Sucessão Definitiva

Art. 481. Vinte anos depois de passadaem julgado a sentença que concede a aber-tura da sucessão provisória, poderão osinteressados requerer a definitiva e o le-vantamento das cauções prestadas.

Art. 482. Também se pode requerer a su-cessão definitiva, provando-se que o au-sente conta oitenta anos de nascido e quede cinco datam as últimas notícias suas.

Art. 483. Regressando o ausente nos dezanos seguintes à abertura da sucessãodefinitiva, ou algum de seus descenden-tes, ou ascendentes, aquele ou estes ha-verão só os bens existentes no estado emque se acharem, os sub-rogados em seulugar, ou o preço que os herdeiros e de-mais interessados houverem recebidopelos alienados depois daquele tempo.

Parágrafo único. Se nos dez anos desteartigo, o ausente não regressar, e nenhuminteressado promover a sucessão defini-tiva, a plena propriedade dos bens arre-cadados passará ao Estado, ou ao Distri-to Federal, se o ausente era domiciliadonas respectivas circunscrições, ou àUnião, se o eram em território ainda nãoconstituído em Estado.

Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lheprovar a existência, depois de estabelecidaa posse provisória, cessarão para logo asvantagens dos sucessores nela imitidos,ficando, todavia, obrigados a tomar asmedidas assecuratórias precisas, até aentrega dos bens a seu dono.

Seção III – Da Sucessão Definitiva

Art. 37. Dez anos depois de passada emjulgado a sentença que concede a abertu-ra da sucessão provisória, poderão os in-teressados requerer a sucessão definiti-va e o levantamento das cauções presta-das.

Art. 38. Pode-se requerer a sucessão defi-nitiva, também, provando-se que o ausen-te conta oitenta anos de idade, e que decinco datam as últimas notícias dele.

Art. 39. Regressando o ausente nos dezanos seguintes à abertura da sucessãodefinitiva, ou algum de seus descenden-tes ou ascendentes, aquele ou estes ha-verão só os bens existentes no estado emque se acharem, os sub-rogados em seulugar, ou o preço que os herdeiros e de-mais interessados houverem recebidopelos bens alienados depois daquele tem-po.

Parágrafo único. Se, nos dez anos a quese refere este artigo, o ausente não re-gressar, e nenhum interessado promovera sucessão definitiva, os bens arrecada-dos passarão ao domínio do Municípioou do Distrito Federal, se localizados nasrespectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situadosem território federal.

Page 16: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Seção IV – Dos Efeitos da Ausência Quan-to aos Direitos de Família

Art. 484. Se o ausente deixar filhos meno-res, e o outro cônjuge houver falecido,ou não tiver direito ao exercício do pátriopoder, proceder-se-á com esses filhos,como se fossem órfãos de pai e mãe.

Parte Geral

Livro I – Das Pessoas

Título I – Da Divisão das Pessoas

Capítulo II – Das Pessoas Jurídicas

Seção I – Disposições Gerais

Art. 13. As pessoas jurídicas são de direi-to público interno, ou externo, e de direitoprivado.

Art. 14. São pessoas jurídicas de direitopúblico interno: I – A União; II – cada um dos seus Estados e o Dis-trito Federal; III – cada um dos Municípios legalmen-te constituídos.

Art. 15. As pessoas jurídicas de direitopúblico são civilmente responsáveis poratos dos seus representantes que nessaqualidade causem danos a terceiros, pro-

Título II – Das Pessoas Jurídicas

Capítulo I – Disposições Gerais

Art. 40. As pessoas jurídicas são de direi-to público, interno ou externo, e de direitoprivado.

Art. 41. São pessoas jurídicas de direitopúblico interno:I – a União;II – os Estados, o Distrito Federal e osTerritórios;III – os Municípios;IV – as autarquias;V – as demais entidades de caráter públi-co criadas por lei.

Art. 42. São pessoas jurídicas de direitopúblico externo os Estados estrangeirose todas as pessoas que forem regidas pelodireito internacional público.

Art. 43. As pessoas jurídicas de direitopúblico interno são civilmente responsá-veis por atos dos seus agentes que nessaqualidade causem danos a terceiros, res-

Page 17: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

cedendo de modo contrário ao direito oufaltando a dever prescrito por lei, salvo odireito regressivo contra os causadoresdo dano.

Art. 16. São pessoas jurídicas de direitoprivado: I – as sociedades civis, religiosas, pias,morais, científicas ou literárias, as associ-ações de utilidade pública e as fundações; II – as sociedades mercantis; III – os partidos políticos.

§ 1o As sociedades mencionadas no no 1só se poderão constituir por escrito, lan-çado no registro geral, e reger-se-ão pelodisposto a seu respeito neste Código,Parte Especial.

§ 2o As sociedades mercantis continua-rão a reger-se pelo estatuído nas leis co-merciais.

§ 3o Os partidos políticos reger-se-ão pelodisposto, no que lhes for aplicável, nosartigos 17 a 22 deste Código e em lei espe-cífica.

Art. 17. As pessoas jurídicas serão repre-sentadas, ativa e passivamente, nos atosjudiciais e extrajudiciais, por quem os res-pectivos estatutos designarem, ou, não odesignando, pelos seus diretores.Seção II – Do Registro Civil das PessoasJurídicas

Art. 18. Começa a existência legal daspessoas juridicas de direito privadocom a inscrição dos seus contratos,atos constitutivos, estatutos ou com-promissos no seu registro peculiar, re-gulado por lei especial, ou com a auto-

salvado direito regressivo contra os cau-sadores do dano, se houver, por partedestes, culpa ou dolo.

Art. 44. São pessoas jurídicas de direitoprivado:I – as associações;II – as sociedades;III – as fundações.

Parágrafo único. As disposiçõesconcernentes às associações aplicam-se,subsidiariamente, às sociedades que sãoobjeto do Livro II da Parte Especial desteCódigo.

Art. 45. Começa a existência legal das pes-soas jurídicas de direito privado com ainscrição do ato constitutivo no respecti-vo registro, precedida, quando necessá-rio, de autorização ou aprovação do Po-der Executivo, averbando-se no registro

Page 18: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

rização ou aprovação do Governo, quan-do precisa.

Parágrafo único. Serão averbadas no re-gistro as alterações, que esses atos so-frerem.

Art. 19. O registro declarará: I – a denominação, os fins e a sede daassociação ou fundação; II – o modo por que se administra e re-presenta, ativa e passiva, judicial eextrajudicialmente; III – se os estatutos, o contrato ou ocompromisso são reformáveis no tocanteà administração, e de que modo; IV – se os membros respondem, ou não,subsidiariamente pelas obrigações soci-ais; V – as condições de extinção da pessoajurídica e o destino do seu patrimônionesse caso.

todas as alterações por que passar o atoconstitutivo.

Parágrafo único. Decai em três anos o di-reito de anular a constituição das pesso-as jurídicas de direito privado, por defeitodo ato respectivo, contado o prazo dapublicação de sua inscrição no registro.

Art. 46. O registro declarará:I – a denominação, os fins, a sede, o tem-po de duração e o fundo social, quandohouver;II – o nome e a individualização dos fun-dadores ou instituidores, e dos diretores;III – o modo por que se administra e re-presenta, ativa e passivamente, judicial eextrajudicialmente;IV – se o ato constitutivo é reformável notocante à administração, e de que modo;V – se os membros respondem, ou não,subsidiariamente, pelas obrigações sociais;VI – as condições de extinção da pessoajurídica e o destino do seu patrimônio,nesse caso.

Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atosdos administradores, exercidos nos limi-tes de seus poderes definidos no atoconstitutivo.

Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver adminis-tração coletiva, as decisões se tomarãopela maioria de votos dos presentes, sal-vo se o ato constitutivo dispuser de mododiverso.Parágrafo único. Decai em três anos o di-reito de anular as decisões a que se refere

Page 19: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

este artigo, quando violarem a lei ou esta-tuto, ou forem eivadas de erro, dolo, si-mulação ou fraude.

Art. 49. Se a administração da pessoa jurí-dica vier a faltar, o juiz, a requerimento dequalquer interessado, nomear-lhe-á admi-nistrador provisório.

Art. 50. Em caso de abuso da personali-dade jurídica, caracterizado pelo desviode finalidade, ou pela confusãopatrimonial, pode o juiz decidir, a reque-rimento da parte, ou do Ministério Pú-blico quando lhe couber intervir noprocesso, que os efeitos de certas e de-terminadas relações de obrigações se-jam estendidos aos bens particularesdos administradores ou sócios da pes-soa jurídica.

Art. 51. Nos casos de dissolução da pes-soa jurídica ou cassada a autorização paraseu funcionamento, ela subsistirá para osfins de liquidação, até que esta se con-clua.§ 1o Far-se-á, no registro onde a pessoajurídica estiver inscrita, a averbação desua dissolução.§ 2o As disposições para a liquidação dassociedades aplicam-se, no que couber, àsdemais pessoas jurídicas de direito priva-do.§ 3o Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoajurídica.

Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, noque couber, a proteção dos direitos dapersonalidade.

Capítulo II – Das Associações

Page 20: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Seção III – Das Sociedades ou Associa-ções Civis

Art. 20. As pessoas jurídicas têm existên-cia distinta da dos seus membros.

§ 1o Não se poderão constituir, sem pré-via autorização, as sociedades, as agên-cias ou os estabelecimentos de seguros,montepios e caixas econômicas, salvo ascooperativas e os sindicatos profissionaise agrícolas, legalmente organizados. Setiverem de funcionar no Distrito Federal,ou em territórios não constituídos em Es-tados, a autorização será do governo fe-deral; se em um só Estado, do governodeste.

§ 2o As sociedades enumeradas no artigo16, que, por falta de autorização ou de re-gistro, se não reputarem pessoas jurídi-cas, não poderão acionar a seus membros,nem a terceiros; mas estes poderãoresponsabilizá-las por todos os seus atos.

Art. 53. Constituem-se as associaçõespela união de pessoas que se organizempara fins não econômicos.

Parágrafo único. Não há, entre os associ-ados, direitos e obrigações recíprocos.

Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatutodas associações conterá:I – a denominação, os fins e a sede daassociação;II – os requisitos para a admissão, demis-são e exclusão dos associados;III – os direitos e deveres dos associa-dos;IV – as fontes de recursos para sua manu-tenção;

Page 21: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

V – o modo de constituição e funciona-mento dos órgãos deliberativos e admi-nistrativos;VI – as condições para a alteração das dis-posições estatutárias e para a dissolução.

Art. 55. Os associados devem ter iguaisdireitos, mas o estatuto poderá instituircategorias com vantagens especiais.

Art. 56. A qualidade de associado éintransmissível, se o estatuto não dispu-ser o contrário.Parágrafo único. Se o associado for titu-lar de quota ou fração ideal do patrimônioda associação, a transferência daquelanão importará, de per si, na atribuição daqualidade de associado ao adquirente ouao herdeiro, salvo disposição diversa doestatuto.

Art. 57. A exclusão do associado só éadmissível havendo justa causa, obede-cido o disposto no estatuto; sendo esteomisso, poderá também ocorrer se for reco-nhecida a existência de motivos graves, emdeliberação fundamentada, pela maioriaabsoluta dos presentes à assembléia geralespecialmente convocada para esse fim.Parágrafo único. Da decisão do órgãoque, de conformidade com o estatuto,decretar a exclusão, caberá sempre recur-so à assembléia geral.

Art. 58. Nenhum associado poderá serimpedido de exercer direito ou função quelhe tenha sido legitimamente conferido, anão ser nos casos e pela forma previstosna lei ou no estatuto.

Art. 59. Compete privativamente à assem-bléia geral:

Page 22: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 21. Termina a existência da pessoajurídica: I – pela sua dissolução, deliberada en-tre os seus membros, salvo o direito daminoria e de terceiros;II – pela sua dissolução, quando a lei de-termine; III – pela sua dissolução em virtude deato do Governo, que lhe casse a autoriza-ção para funcionar, quando a pessoa jurí-dica incorra em atos opostos aos seus finsou nocivos ao bem público.

Art. 22. Extinguindo-se uma associaçãode intuitos não econômicos, cujos esta-tutos não disponham quanto ao destinoulterior dos seus bens, e não tendo ossócios adotado a tal respeito deliberaçãoeficaz, devolver-se-á o patrimônio sociala um estabelecimento municipal, estadualou federal, de fins idênticos, ou semelhan-tes.

I – eleger os administradores;II – destituir os administradores;III – aprovar as contas;IV – alterar o estatuto.Parágrafo único. Para as deliberações aque se referem os incisos II e IV é exigidoo voto concorde de dois terços dos pre-sentes à assembléia especialmenteconvocada para esse fim, não podendoela deliberar, em primeira convocação, sema maioria absoluta dos associados, ou commenos de um terço nas convocações se-guintes.

Art. 60. A convocação da assembléia ge-ral far-se-á na forma do estatuto, garanti-do a um quinto dos associados o direitode promovê-la.

Art. 61. Dissolvida a associação, o rema-nescente do seu patrimônio líquido, de-pois de deduzidas, se for o caso, as quo-tas ou frações ideais referidas no pará-grafo único do art. 56, será destinado àentidade de fins não econômicos desig-nada no estatuto, ou, omisso este, pordeliberação dos associados, à instituiçãomunicipal, estadual ou federal, de fins idên-ticos ou semelhantes.

Page 23: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

Parágrafo único. Não havendo no Municí-pio ou no Estado, no Distrito Federal ou noterritório ainda não constituído em Estado,em que a associação teve sua sede, estabe-lecimento nas condições indicadas, opatrimônio se devolverá à Fazenda do Es-tado, à do Distrito Federal ou à União.

Art. 23. Extinguindo-se uma sociedade defins econômicos, o remanescente dopatrimônio social compartir-se-á entre ossócios ou seus herdeiros.

Seção IV – Das Fundações

Art. 24. Para criar uma fundação, far-lhe-áo seu instituidor, por escritura pública outestamento, dotação especial de bens li-vres, especificando o fim a que se desti-na, e declarando, se quiser, a maneira deadministrá-la.

Art. 25. Quando insuficiente para cons-tituir a fundação, os bens doados se-rão convertidos em títulos da dívidapública, se outra coisa não dispuser oinstituidor, até que, aumentados com osrendimentos ou novas dotações, per-façam capital bastante.

§ 1o Por cláusula do estatuto ou, no seusilêncio, por deliberação dos associados,podem estes, antes da destinação do re-manescente referida neste artigo, receberem restituição, atualizado o respectivovalor, as contribuições que tiverem pres-tado ao patrimônio da associação.

§ 2o Não existindo no Município, no Esta-do, no Distrito Federal ou no Território,em que a associação tiver sede, institui-ção nas condições indicadas neste arti-go, o que remanescer do seu patrimôniose devolverá à Fazenda do Estado, doDistrito Federal ou da União.

Capítulo III – Das Fundações

Art. 62. Para criar uma fundação, o seuinstituidor fará, por escritura pública outestamento, dotação especial de bens li-vres, especificando o fim a que se desti-na, e declarando, se quiser, a maneira deadministrá-la.Parágrafo único. A fundação somentepoderá constituir-se para fins religiosos,morais, culturais ou de assistência.

Art. 63. Quando insuficientes para cons-tituir a fundação, os bens a ela destina-dos serão, se de outro modo não dispu-ser o instituidor, incorporados em outrafundação que se proponha a fim igual ousemelhante.

Page 24: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 26. Valerá pelas fundações o Minis-tério Público do Estado, onde situadas.

Art. 27. Aqueles a quem o instituidor co-meter a aplicação do patrimônio, em ten-do ciência do encargo, formularão logo,de acordo com as suas bases, os estatu-tos da fundação projetada, submetendo-os, em seguida, à aprovação da autorida-de competente.Parágrafo único. Se esta lhe denegar, su-pri-la-á o juiz competente no Estado, noDistrito Federal ou nos territórios, com osrecursos da lei.

Art. 64. Constituída a fundação por ne-gócio jurídico entre vivos, o instituidoré obrigado a transferir-lhe a proprieda-de, ou outro direito real, sobre os bensdotados, e, se não o fizer, serãoregistrados, em nome dela, por manda-do judicial.

Art. 65. Aqueles a quem o instituidor co-meter a aplicação do patrimônio, em ten-do ciência do encargo, formularão logo,de acordo com as suas bases (art. 62), oestatuto da fundação projetada, subme-tendo-o, em seguida, à aprovação da au-toridade competente, com recurso ao juiz.Parágrafo único. Se o estatuto não for ela-borado no prazo assinado pelo instituidor,ou, não havendo prazo, em cento e oiten-ta dias, a incumbência caberá ao Ministé-rio Público.

Art. 66. Velará pelas fundações o Minis-tério Público do Estado onde situadas.§ 1o Se funcionarem no Distrito Federal,ou em Território, caberá o encargo ao Mi-nistério Público Federal.§ 2o Se estenderem a atividade por maisde um Estado, caberá o encargo, em cadaum deles, ao respectivo Ministério Públi-co.

Page 25: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

Art. 28. Para se poderem alterar os estatu-tos da fundação, é mister: I – que a reforma seja deliberada pelamaioria absoluta dos competentes paragerir e representar a fundação; II – que não contrate o fim desta; III – que seja aprovada pela autoridadecompetente.

Art. 29. A minoria vencida na modificaçãodos estatutos poderá, dentro em um ano,promover-lhe a nulidade, recorrendo aojuiz competente, salvo o direito de tercei-ros.

Art. 30. Verificado ser nociva, ou impossí-vel a mantença de uma fundação, ou ven-cido o prazo de sua existência, opatrimônio, salvo disposição em contrá-rio no ato constitutivo, ou nos estatutos,será incorporado em outras fundações,que se proponham a fins iguais ou seme-lhantes.Parágrafo único. Esta verificação poderáser promovida judicialmente pela minoriade que trata o artigo 29, ou pelo ministériopúblico.

Art. 67. Para que se possa alterar o esta-tuto da fundação é mister que a reforma:I – seja deliberada por dois terços doscompetentes para gerir e representar afundação;II – não contrarie ou desvirtue o fim desta;III – seja aprovada pelo órgão do Minis-tério Público, e, caso este a denegue, po-derá o juiz supri-la, a requerimento do in-teressado.

Art. 68. Quando a alteração não houversido aprovada por votação unânime, osadministradores da fundação, ao subme-terem o estatuto ao órgão do MinistérioPúblico, requererão que se dê ciência àminoria vencida para impugná-la, se qui-ser, em dez dias.

Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ouinútil a finalidade a que visa a fundação,ou vencido o prazo de sua existência, oórgão do Ministério Público, ou qualquerinteressado, lhe promoverá a extinção,incorporando-se o seu patrimônio, salvodisposição em contrário no atoconstitutivo, ou no estatuto, em outrafundação, designada pelo juiz, que se pro-ponha a fim igual ou semelhante.

Page 26: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Título II – Do Domicílio Civil

Art. 31. O domicílio civil da pessoa natu-ral é o lugar onde ela estabelece a suaresidência com ânimo definitivo.

Art. 32. Se, porém, a pessoa natural tiverdiversas residências onde alternadamenteviva, ou vários centros de ocupações ha-bituais, considerar-se-á domicilio seu qual-quer destes ou daquelas.

Art. 33. Ter-se-á por domicilio da pessoanatural, que não tenha residência habitu-al, ou empregue a vida em viagens, semponto central de negócios, o lugar ondefor encontrada.

Art. 34. Muda-se o domicílio, transferin-do a residência, com intenção manifestade o mudar.Parágrafo único. A prova da intenção re-sultará do que declarar a pessoa mudadaàs municipalidades dos lugares, que dei-xa, e para onde vai, ou, se tais declara-ções não fizer, da própria mudança, comas circunstâncias que a acompanharem.

Art. 35. Quanto às pessoas jurídicas, odomicílio é: I – da União, o Distrito Federal; II – dos Estados, as respectivas capi-tais;

Título III – Do Domicílio

Art. 70. O domicílio da pessoa natural é olugar onde ela estabelece a sua residên-cia com ânimo definitivo.

Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiverdiversas residências, onde, alternadamente,viva, considerar-se-á domicílio seu qual-quer delas.

Art. 72. É também domicílio da pessoanatural, quanto às relações concernentesà profissão, o lugar onde esta é exercida.Parágrafo único. Se a pessoa exercitar pro-fissão em lugares diversos, cada um de-les constituirá domicílio para as relaçõesque lhe corresponderem.

Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoanatural, que não tenha residência habitu-al, o lugar onde for encontrada.

Art. 74. Muda-se o domicílio, transferin-do a residência, com a intenção manifestade o mudar.Parágrafo único. A prova da intenção re-sultará do que declarar a pessoa àsmunicipalidades dos lugares, que deixa, epara onde vai, ou, se tais declarações nãofizer, da própria mudança, com as circuns-tâncias que a acompanharem.

Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, odomicílio é:I – da União, o Distrito Federal;II – dos Estados e Territórios, as respecti-vas capitais;

Page 27: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

III – do Município, o lugar onde funcio-ne a administração municipal; IV – das demais pessoas jurídicas, o lu-gar onde funcionarem as respectivas di-retorias e administrações, ou onde elege-rem domicílio especial nos seus estatutosou atos constitutivos.

§ 1o Quando o direito pleiteado se origi-nar de um fato ocorrido, ou de um ato pra-ticado, ou que deva produzir os seus efei-tos, fora do Distrito Federal, a União serádemandada na seção judicial em que o fatoocorreu, ou onde tiver sua sede a autori-dade de quem o ato emanou, ou este te-nha de ser executado.

§ 2o Nos Estados, observar-se-á, quantoàs causas de natureza local, oriundas defatos ocorridos, ou atos praticados porsuas autoridades, ou dados à execução,fora das capitais, o que dispuser a res-pectiva legislação.

§ 3o Tendo a pessoa jurídica de direito pri-vado diversos estabelecimentos em luga-res diferentes, cada um será consideradodomicílio para os atos nele praticados.

§ 4o Se a administração, ou diretoria, tivera sede no estrangeiro, haver-se-á por do-micílio da pessoa jurídica, no tocante àsobrigações contraídas por cada uma dassuas agências, o lugar do estabelecimen-to, sito no Brasil, a que ela corresponder.

Art. 36. Os incapazes têm por domicílio odo seus representantes.Parágrafo único. A mulher casada tem pordomicílio o do marido, salvo se estiverdesquitada, ou lhe competir a administra-ção do casal.

III – do Município, o lugar onde funcionea administração municipal;IV – das demais pessoas jurídicas, o lugaronde funcionarem as respectivas direto-rias e administrações, ou onde elegeremdomicílio especial no seu estatuto ou atosconstitutivos.

§ 1o Tendo a pessoa jurídica diversos es-tabelecimentos em lugares diferentes, cadaum deles será considerado domicílio paraos atos nele praticados.

§ 2o Se a administração, ou diretoria, tivera sede no estrangeiro, haver-se-á por do-micílio da pessoa jurídica, no tocante àsobrigações contraídas por cada uma dassuas agências, o lugar do estabelecimen-to, sito no Brasil, a que ela corresponder.

Art. 76. Têm domicílio necessário o inca-paz, o servidor público, o militar, o maríti-mo e o preso.Parágrafo único. O domicílio do incapaz éo do seu representante ou assistente; odo servidor público, o lugar em que exer-

Page 28: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art 37. Os funcionários públicos reputam-se domiciliados onde exercem as suas fun-ções, não sendo temporárias, periódicas,ou de simples comissão, porque, nestescasos, elas não operam mudanças no do-micílio anterior.

Art 38. O domicílio do militar em serviçoativo é o lugar onde servir.Parágrafo único. As pessoas com praçana armada têm o seu domicílio na respec-tiva estação naval, ou na sede do empre-go que estiverem exercendo, em terra.

Art 39. O domicílio dos oficiais e tripulan-tes da marinha mercante é o lugar ondeestiver matriculado o navio.

Art. 40. O preso, ou o desterrado, tem odomicílio no lugar onde cumpre a senten-ça ou desterro.

Art. 41. O ministro ou agente diplomáticodo Brasil, que, citado no estrangeiro ale-gar exterritorialidade sem designar ondetem, no País, o seu domicílio, poderá serdemandado no Distrito Federal ou no úl-timo ponto do território brasileiro onde oteve.

Art. 42. Nos contratos escritos poderãoos contraentes especificar domicílio ondese exercitem e cumpram os direitos e obri-gações deles resultantes.

cer permanentemente suas funções; o domilitar, onde servir, e, sendo da Marinhaou da Aeronáutica, a sede do comando aque se encontrar imediatamente subordi-nado; o do marítimo, onde o navio estivermatriculado; e o do preso, o lugar em quecumprir a sentença.

Art. 77. O agente diplomático do Brasil,que, citado no estrangeiro, alegarextraterritorialidade sem designar ondetem, no país, o seu domicílio, poderá serdemandado no Distrito Federal ou no úl-timo ponto do território brasileiro onde oteve.

Art. 78. Nos contratos escritos, poderãoos contratantes especificar domicílio ondese exercitem e cumpram os direitos e obri-gações deles resultantes.

Page 29: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

Livro II – Dos Bens

Título único – Das Diferentes Classes deBens

Capítulo I – Dos Bens Considerados emSi Mesmos

Seção I – Dos Bens Imóveis

Art. 43. São bens imóveis: I – o solo com a sua superfície, os seusacessórios e adjacências naturais, com-preendendo as árvores e frutos penden-tes, o espaço aéreo e o subsolo; II – tudo quanto o homem incorporarpermanentemente ao solo, como a semen-te lançada à terra, os edifícios e constru-ções, de modo que se não possa retirarsem destruição, modificação, fratura, oudano; III – tudo quanto no imóvel o proprietá-rio mantiver intencionalmente empregadoem sua exploração industrial,aformoseamento, ou comodidade.

Art. 44. Consideram-se imóveis para osefeitos legais: I – os direitos reais sobre imóveis, in-clusive o penhor agrícola, e as ações queos asseguram; II – as apólices da dívida pública onera-das com a cláusula de inalienabilidade; III – o direito à sucessão aberta.

Art. 45. Os bens de que trata o artigo 43, III,podem ser, em qualquer tempo mobilizados.

Art. 46. Não perdem o caráter de imóveisos materiais provisoriamente separadosde um prédio, para nele mesmo sereempregarem.

Livro II – Dos Bens

Título único – Das Diferentes Classes deBens

Capítulo I – Dos Bens Considerados emSi Mesmos

Seção I – Dos Bens Imóveis

Art. 79. São bens imóveis o solo e tudoquanto se lhe incorporar natural ou artifi-cialmente.

Art. 80. Consideram-se imóveis para osefeitos legais:I – os direitos reais sobre imóveis e asações que os asseguram;II – o direito à sucessão aberta.

Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:I – as edificações que, separadas do solo,mas conservando a sua unidade, foremremovidas para outro local;

Page 30: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Seção II – Dos Bens Móveis

Art. 47. São móveis os bens suscetíveisde movimento próprio, ou de remoção porforça alheia.

Art. 48. Consideram-se móveis para osefeitos legais: I – os direitos reais sobre objetos mó-veis e as ações correspondentes; II – os direitos de obrigações e as açõesrespectivas; III – os direitos de autor.

Art. 49. Os materiais destinados a algumaconstrução, enquanto não forem empre-gados, conservam a sua qualidade demóveis. Readquirem essa qualidade osprovenientes da demolição de algum pré-dio.

Seção III – Das Coisas Fungíveis eConsumíveis

Art. 50. São fungíveis os móveis que po-dem, e não fungíveis os que não podemsubstituir-se por outros da mesma espé-cie, qualidade e quantidade.

Art. 51. São consumíveis os bens móveis,cujo uso importa destruição imediata daprópria substância, sendo também consi-derados tais os destinados a alienação.

Seção IV – Das Coisas Divisíveis eIndivisíveis

II – os materiais provisoriamente separa-dos de um prédio, para nele sereempregarem.

Seção II – Dos Bens Móveis

Art. 82. São móveis os bens suscetíveisde movimento próprio, ou de remoção porforça alheia, sem alteração da substânciaou da destinação econômico-social.

Art. 83. Consideram-se móveis para osefeitos legais: I – as energias que tenham valor econô-mico;II – os direitos reais sobre objetos móveise as ações correspondentes; III – os direitos pessoais de caráterpatrimonial e respectivas ações;

Art. 84. Os materiais destinados a algumaconstrução, enquanto não forem empre-gados, conservam sua qualidade de mó-veis; readquirem essa qualidade os pro-venientes da demolição de algum prédio.

Seção III – Dos Bens Fungíveis eConsumíveis

Art. 85. São fungíveis os móveis que po-dem substituir-se por outros da mesmaespécie, qualidade e quantidade.

Art. 86. São consumíveis os bens móveiscujo uso importa destruição imediata daprópria substância, sendo também consi-derados tais os destinados à alienação.

Seção IV – Dos Bens Divisíveis

Page 31: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

Art. 52. Coisas divisíveis são as que sepodem partir em porções reais e distintasformando cada qual um todo perfeito.

Art. 53. São indivisíveis: I – os bens que se não podem partir semalteração na sua substância; II – os que, embora naturalmente divisí-veis se consideram indivisíveis por lei, ouvontade das partes.

Seção V – Das Coisas Singulares e Coleti-vas

Art. 54. As coisas simples ou compostas,materiais ou imateriais, são singulares oucoletivas: I – singulares, quando, embora reuni-das, se consideram de per si, independen-temente das demais; II – coletivas, ou universais, quando seencaram agregadas em todo.

Art. 55. Nas coisas coletivas, em desapa-recendo todos os indivíduos, menos um,se tem por extinta a coletividade.

Art. 56. Na coletividade, fica sub-rogadoao indivíduo o respectivo valor, e vice-versa.

Art. 57. O patrimônio e a herança consti-tuem coisas universais, ou universalida-des, e como tais subsistem, embora nãoconstem de objetos materiais.

Art. 87. Bens divisíveis são os que sepodem fracionar sem alteração na suasubstância, diminuição considerável devalor, ou prejuízo do uso a que se desti-nam.

Art. 88. Os bens naturalmente divisíveispodem tornar-se indivisíveis por determi-nação da lei ou por vontade das partes.

Seção V – Dos Bens Singulares e Coleti-vos

Art. 89. São singulares os bens que, em-bora reunidos, se consideram de per si,independentemente dos demais.

Art. 90. Constitui universalidade de fato apluralidade de bens singulares que, perti-nentes à mesma pessoa, tenhamdestinação unitária.

Page 32: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Capítulo II – Dos Bens ReciprocamenteConsiderados

Art. 58. Principal é a coisa que existe sobresi, abstrata ou concretamente. Acessória,aquela cuja existência supõe a da principal.

Art. 59. Salvo disposição em contrário, acoisa acessória segue a principal.

Art. 60. Entram na classe das coisas aces-sórias os frutos, produtos e rendimentos.

Art. 61. São acessórios do soloI – os produtos orgânicos da superfície;II – os minerais contidos no subsolo;III – as obras de aderência permanente,feitas acima ou abaixo da superfície.

Art. 62. Também se consideram acessóri-as da coisa todas as benfeitorias, qual-quer que seja o seu valor, exceto:

Parágrafo único. Os bens que formam essauniversalidade podem ser objeto de rela-ções jurídicas próprias.

Art. 91. Constitui universalidade de direi-to o complexo de relações jurídicas, de umapessoa, dotadas de valor econômico.

Capítulo II – Dos Bens ReciprocamenteConsiderados

Art. 92. Principal é o bem que existe sobresi, abstrata ou concretamente; acessório,aquele cuja existência supõe a do principal.

Art. 93. São pertenças os bens que, nãoconstituindo partes integrantes, se desti-nam, de modo duradouro, ao uso, ao ser-viço ou ao aformoseamento de outro.

Art. 94. Os negócios jurídicos que dizemrespeito ao bem principal não abrangemas pertenças, salvo se o contrário resultarda lei, da manifestação de vontade, ou dascircunstâncias do caso.

Art. 95. Apesar de ainda não separadosdo bem principal, os frutos e produtospodem ser objeto de negócio jurídico.

Page 33: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

I – a pintura em relação à tela;II – a escultura em relação à matéria-pri-ma;III – a escritura e outro qualquer trabalhográfico, em relação à matéria-prima que osrecebe.

Art. 63. As benfeitorias podem servoluptuárias, úteis ou necessárias.§1o São voluptuárias as de mero deleiteou recreio, que não aumentam o uso habi-tual da coisa, ainda que a tornem mais agra-dável ou sejam de elevado valor.§2o São úteis as que aumentam ou facili-tam o uso da coisa.§3o São necessárias as que têm por fim con-servar a coisa ou evitar que se deteriore.

Art. 64. Não se consideram benfeitoriasou melhoramentos sobrevindos à coisasem a intervenção do proprietário, pos-suidor ou detentor.

Capítulo III – Dos Bens Públicos e Parti-culares

Art. 65. São públicos os bens do domínionacional pertencentes à União, aos Esta-dos, ou aos Municípios. Todos os outrossão particulares, seja qual for a pessoa aque pertencerem.

Art. 66. Os bens públicos são:I – de uso comum do povo, tais como osmares, rios, estradas, ruas e praças;II – os de uso especial, tais como os edi-fícios ou terrenos aplicados a serviço ouestabelecimento federal, estadual ou mu-nicipal;III – os dominicais, isto é, os que consti-tuem o patrimônio da União, dos Estados,ou dos Municípios, como objeto de direi-

Art. 96. As benfeitorias podem servoluptuárias, úteis ou necessárias.§ 1o São voluptuárias as de mero deleiteou recreio, que não aumentam o uso habi-tual do bem, ainda que o tornem mais agra-dável ou sejam de elevado valor.§ 2o São úteis as que aumentam ou facili-tam o uso do bem.§ 3o São necessárias as que têm por fimconservar o bem ou evitar que se deteriore.

Art. 97. Não se consideram benfeitoriasos melhoramentos ou acréscimos sobre-vindos ao bem sem a intervenção do pro-prietário, possuidor ou detentor.

Capítulo III – Dos Bens Públicos

Art. 98. São públicos os bens do domínionacional pertencentes às pessoas jurídi-cas de direito público interno; todos osoutros são particulares, seja qual for apessoa a que pertencerem.

Art. 99. São bens públicos:I – os de uso comum do povo, tais comorios, mares, estradas, ruas e praças;II – os de uso especial, tais como edifíci-os ou terrenos destinados a serviço ouestabelecimento da administração federal,estadual, territorial ou municipal, inclusi-ve os de suas autarquias;III – os dominicais, que constituem opatrimônio das pessoas jurídicas de direi-

Page 34: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

to pessoal, ou real de cada uma dessasentidades.

Art. 67. Os bens de que trata o artigo an-tecedente só perderão a inalienabilidade,que lhes é peculiar, nos casos e forma quea lei prescrever.

Art. 68. O uso comum dos bens públicospode ser gratuito, ou retribuído, conformeas leis da União, dos Estados, ou dos Mu-nicípios, a cuja administração pertencerem.

Capítulo IV – Das Coisas que estão forado Comércio

Art. 69. São coisas fora do comércio asinsucetíveis de apropriação, e as legalmen-te inalienáveis.

Livro III – Dos Fatos Jurídicos

Disposições Preliminares

Art. 74. Na aquisição dos direitos se ob-servarão estas regras:I – adquirem-se os direitos mediante atodo adquirente ou por intermédio de ou-trem;

to público, como objeto de direito pesso-al, ou real, de cada uma dessas entidades.Parágrafo único. Não dispondo a lei emcontrário, consideram-se dominicais osbens pertencentes às pessoas jurídicasde direito público a que se tenha dadoestrutura de direito privado.

Art. 100. Os bens públicos de uso comumdo povo e os de uso especial sãoinalienáveis, enquanto conservarem a suaqualificação, na forma que a lei determi-nar.

Art. 101. Os bens públicos dominicaispodem ser alienados, observadas as exi-gências da lei.

Art. 102. Os bens públicos não estão su-jeitos a usucapião.

Art. 103. O uso comum dos bens públicospode ser gratuito ou retribuído, conformefor estabelecido legalmente pela entidadea cuja administração pertencerem.

Livro III – Dos Fatos Jurídicos

Page 35: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

II – pode uma pessoa adquiri-los para si,ou para terceiros;III – dizem-se atuais os direitos completa-mente adquiridos, e futuros os cuja aqui-sição não se acabou de operar.Parágrafo único. Chama-se deferido o di-reito futuro, quando sua aquisição pendesomente do arbítrio do sujeito; não defe-rido, quando se subordinam a fatos oucondições falíveis.

Art. 75. A todo o direito corresponde umaação, que o assegura.

Art. 76. Para propor, ou contestar umaação, é necessário ter legítimo interesseeconômico, ou moral.

Art. 77. Perece o direito, perecendo o seuobjeto.

Art. 78. Entende-se que pereceu o objetodo direito:I – quando perde as qualidades essenci-ais, ou o valor econômico;II – quando se confunde com outro, demodo que se não possa distinguir;III – quando fica em lugar de onde nãopode ser retirado.

Art. 79. Se a coisa perecer por fato alheioà vontade do dono, terá este ação, pelosprejuízos contra o culpado.

Art. 80. A mesma ação de perdas e danosterá o dono contra aquele que, incumbidode conservar a coisa, por negligência adeixe perecer; cabendo a este, por sua vez,direito regressivo contra o terceiro culpa-do.

Titulo I – Dos Atos Jurídicos Título I – Do Negócio Jurídico

Page 36: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Capítulo I – Disposições Gerais

Art. 81. Todo o ato ilícito, que tenha porfim imediato adquirir, resguardar, transfe-rir, modificar ou extinguir direitos, se de-nomina ato jurídico.

Art. 82. A validade do ato jurídico requeragente capaz, objeto lícito e forma pres-crita ou não defesa em lei.

Art. 83. A incapacidade de uma das partesnão pode ser invocada pela outra em pro-veito próprio, salvo se for indivisível oobjeto do direito ou da obrigação comum.

Art. 84. As pessoas absolutamente inca-pazes serão representadas pelos pais, tu-tores, ou curadores em todos os atos jurí-dicos; as relativamente incapazes, pelaspessoas e nos atos que este Código de-termina.

Art. 85. Nas declarações de vontade seatenderá mais à sua intenção que ao sen-tido literal da linguagem.

Capítulo I – Disposições Gerais

Art. 104. A validade do negócio jurídicorequer:I – agente capaz;II – objeto lícito, possível, determinadoou determinável;III – forma prescrita ou não defesa em lei.

Art. 105. A incapacidade relativa de umadas partes não pode ser invocada pelaoutra em benefício próprio, nem aprovei-ta aos co-interessados capazes, salvo se,neste caso, for indivisível o objeto do di-reito ou da obrigação comum.

Art. 106. A impossibilidade inicial do ob-jeto não invalida o negócio jurídico se forrelativa, ou se cessar antes de realizada acondição a que ele estiver subordinado.

Art. 107. A validade da declaração devontade não dependerá de forma especial,senão quando a lei expressamente a exigir.

Art. 108. Não dispondo a lei em contrário,a escritura pública é essencial à validadedos negócios jurídicos que visem à cons-tituição, transferência, modificação ou re-núncia de direitos reais sobre imóveis de

Page 37: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

valor superior a trinta vezes o maior salá-rio mínimo vigente no País.

Art. 109. No negócio jurídico celebradocom a cláusula de não valer sem instru-mento público, este é da substância doato.

Art. 110. A manifestação de vontade sub-siste ainda que o seu autor haja feito areserva mental de não querer o que mani-festou, salvo se dela o destinatário tinhaconhecimento.

Art. 111. O silêncio importa anuência,quando as circunstâncias ou os usos oautorizarem, e não for necessária a decla-ração de vontade expressa.

Art. 112. Nas declarações de vontade seatenderá mais à intenção nelasconsubstanciada do que ao sentido lite-ral da linguagem.

Art. 113. Os negócios jurídicos devem serinterpretados conforme a boa-fé e os usosdo lugar de sua celebração.

Art. 114. Os negócios jurídicos benéficose a renúncia interpretam-se estritamente.Capítulo II – Da Representação

Art. 115. Os poderes de representaçãoconferem-se por lei ou pelo interessado.

Art. 116. A manifestação de vontade pelorepresentante, nos limites de seus pode-res, produz efeitos em relação ao repre-sentado.

Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o re-presentado, é anulável o negócio jurídico

Page 38: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

que o representante, no seu interesse oupor conta de outrem, celebrar consigomesmo.Parágrafo único. Para esse efeito, tem-secomo celebrado pelo representante o ne-gócio realizado por aquele em quem ospoderes houverem sidosubestabelecidos.

Art. 118. O representante é obrigado aprovar às pessoas, com quem tratar emnome do representado, a sua qualidade ea extensão de seus poderes, sob pena de,não o fazendo, responder pelos atos quea estes excederem.

Art. 119. É anulável o negócio concluídopelo representante em conflito de interes-ses com o representado, se tal fato era oudevia ser do conhecimento de quem comaquele tratou.Parágrafo único. É de cento e oitenta dias,a contar da conclusão do negócio ou dacessação da incapacidade, o prazo dedecadência para pleitear-se a anulaçãoprevista neste artigo.

Art. 120. Os requisitos e os efeitos da re-presentação legal são os estabelecidosnas normas respectivas; os da represen-tação voluntária são os da Parte Especialdeste Código.Capítulo III – Da Condição, do Termo edo Encargo

Art. 121. Considera-se condição a cláu-sula que, derivando exclusivamente da von-tade das partes, subordina o efeito do ne-gócio jurídico a evento futuro e incerto.

Art. 122. São lícitas, em geral, todas ascondições não contrárias à lei, à ordem

Page 39: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

pública ou aos bons costumes; entre ascondições defesas se incluem as que pri-varem de todo efeito o negócio jurídico,ou o sujeitarem ao puro arbítrio de umadas partes.

Art. 123. Invalidam os negócios jurídicosque lhes são subordinados:I – as condições física ou juridicamenteimpossíveis, quando suspensivas;II – as condições ilícitas, ou de fazer coisailícita;III – as condições incompreensíveis oucontraditórias.

Art. 124. Têm-se por inexistentes as con-dições impossíveis, quando resolutivas,e as de não fazer coisa impossível.

Art. 125. Subordinando-se a eficácia donegócio jurídico à condição suspensiva,enquanto esta se não verificar, não se teráadquirido o direito, a que ele visa.

Art. 126. Se alguém dispuser de uma coi-sa sob condição suspensiva, e, pendenteesta, fizer quanto àquela novas disposi-ções, estas não terão valor, realizada acondição, se com ela forem incompatíveis.

Art. 127. Se for resolutiva a condição, en-quanto esta se não realizar, vigorará onegócio jurídico, podendo exercer-se des-de a conclusão deste o direito por ele es-tabelecido.

Art. 128. Sobrevindo a condiçãoresolutiva, extingue-se, para todos os efei-tos, o direito a que ela se opõe; mas, seaposta a um negócio de execução conti-nuada ou periódica, a sua realização, sal-vo disposição em contrário, não tem efi-

Page 40: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

cácia quanto aos atos já praticados, des-de que compatíveis com a natureza dacondição pendente e conforme aos dita-mes de boa-fé.

Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aosefeitos jurídicos, a condição cujoimplemento for maliciosamente obstadopela parte a quem desfavorecer, conside-rando-se, ao contrário, não verificada acondição maliciosamente levada a efeitopor aquele a quem aproveita o seuimplemento.

Art. 130. Ao titular do direito eventual,nos casos de condição suspensiva ouresolutiva, é permitido praticar os atosdestinados a conservá-lo.

Art. 131. O termo inicial suspende o exer-cício, mas não a aquisição do direito.

Art. 132. Salvo disposição legal ou con-vencional em contrário, computam-se osprazos, excluído o dia do começo, e inclu-ído o do vencimento.§ 1o Se o dia do vencimento cair em feria-do, considerar-se-á prorrogado o prazo atéo seguinte dia útil.§ 2o Meado considera-se, em qualquermês, o seu décimo quinto dia.§ 3o Os prazos de meses e anos expiramno dia de igual número do de início, ou noimediato, se faltar exata correspondência.§ 4o Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.

Art. 133. Nos testamentos, presume-se oprazo em favor do herdeiro, e, nos contra-tos, em proveito do devedor, salvo, quan-to a esses, se do teor do instrumento, oudas circunstâncias, resultar que se esta-

Page 41: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

Capítulo II – Dos Defeitos dos Atos Jurí-dicos

Art. 86. São anuláveis aos atos jurídicos,quando as declarações de vontade ema-narem de erro substancial.

Art. 87. Considera-se erro substancial oque interessa à natureza do ato, o objetoprincipal da declaração, ou alguma dasqualidades a ele essenciais.

beleceu a benefício do credor, ou de am-bos os contratantes.

Art. 134. Os negócios jurídicos entre vi-vos, sem prazo, são exeqüíveis desde logo,salvo se a execução tiver de ser feita emlugar diverso ou depender de tempo.

Art. 135. Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposições relati-vas à condição suspensiva e resolutiva.

Art. 136. O encargo não suspende a aqui-sição nem o exercício do direito, salvoquando expressamente imposto no negó-cio jurídico, pelo disponente, como con-dição suspensiva.

Art. 137. Considera-se não escrito o en-cargo ilícito ou impossível, salvo se cons-tituir o motivo determinante da liberalida-de, caso em que se invalida o negócio ju-rídico.

Capítulo IV – Dos Defeitos do NegócioJurídico

Art. 138. São anuláveis os negócios jurí-dicos, quando as declarações de vontadeemanarem de erro substancial que pode-ria ser percebido por pessoa de diligêncianormal, em face das circunstâncias donegócio.

Art. 139. O erro é substancial quando:I – interessa à natureza do negócio, aoobjeto principal da declaração, ou a algu-ma das qualidades a ele essenciais;II – concerne à identidade ou à qualidadeessencial da pessoa a quem se refira adeclaração de vontade, desde que tenhainfluído nesta de modo relevante;

Page 42: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 88. Tem-se igualmente por erro subs-tancial o que disser respeito a qualidadesessenciais da pessoa, a quem se refira adeclaração de vontade.

Art. 90. Só vicia o ato a falsa causa, quan-do expressa como razão determinante ousob forma de condição.

Art. 89. A transmissão errônea da vonta-de por instrumento, ou por interposta pes-soa, pode arguir-se de nulidade nos mes-mos casos em que a declaração direta.

Art. 91. O erro na indicação da pessoa, oucoisa, a que se referir a declaração de von-tade, não viciará o ato, quando, por seucontexto e pelas cisrcunstâncias, se pu-der identificar a coisa ou pessoa cogita-da.

Seção II – Do Dolo

Art. 92. Os atos jurídicos são anuláveispor dolo, quando este for a sua causa.

Art. 93. O dolo acidental só obriga à satis-fação das perdas e danos. É acidental o

III – sendo de direito e não implicandorecusa à aplicação da lei, for o motivoúnico ou principal do negócio jurídico.

Art. 140. O falso motivo só vicia a decla-ração de vontade quando expresso comorazão determinante.

Art. 141. A transmissão errônea da vonta-de por meios interpostos é anulável nosmesmos casos em que o é a declaraçãodireta.

Art. 142. O erro de indicação da pessoaou da coisa, a que se referir a declaraçãode vontade, não viciará o negócio quan-do, por seu contexto e pelas circunstânci-as, se puder identificar a coisa ou pessoacogitada.

Art. 143. O erro de cálculo apenas autori-za a retificação da declaração de vontade.

Art. 144. O erro não prejudica a validadedo negócio jurídico quando a pessoa, aquem a manifestação de vontade se diri-ge, se oferecer para executá-la na confor-midade da vontade real do manifestante.

Seção II – Do Dolo

Art. 145. São os negócios jurídicos anulá-veis por dolo, quando este for a sua cau-sa.

Art. 146. O dolo acidental só obriga à sa-tisfação das perdas e danos, e é acidental

Page 43: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

dolo, quando a seu despeito o ato se teriapraticado, embora por outro modo.

Art. 94. Nos atos bilaterais o silênciointecional de uma das partes a respeito defato ou qualidade que a outra parte hajaignorado, constitui omissão dolosa, pro-vando-se que sem ela se não teria cele-brado o contrato.

Art. 95. Pode também ser anulado o atopor dolo de terceiro, se uma das partes osoube.

Art. 96. O dolo do representante de umadas partes só obriga o representado a res-ponder civilmente até a importância doproveito que teve.

Art. 97. Se ambas as partes procederamcom dolo, nenhuma pode alegá-lo, paraanular o ato, ou reclamar indenização.

Seção III – Da Coação

Art. 98. A coação, para viciar a manifesta-ção da vontade, há de ser tal, que incutaao paciente fundado temor de dano à suapessoa, à sua família, ou a seus bens, imi-nente e igual, pelo menos, ao receável doato extorquido.

quando, a seu despeito, o negócio seriarealizado, embora por outro modo.

Art. 147. Nos negócios jurídicos bilate-rais, o silêncio intencional de uma daspartes a respeito de fato ou qualidade quea outra parte haja ignorado, constitui omis-são dolosa, provando-se que sem ela onegócio não se teria celebrado.

Art. 148. Pode também ser anulado o ne-gócio jurídico por dolo de terceiro, se aparte a quem aproveite dele tivesse oudevesse ter conhecimento; em caso con-trário, ainda que subsista o negócio jurí-dico, o terceiro responderá por todas asperdas e danos da parte a quem ludibriou.

Art. 149. O dolo do representante legal deuma das partes só obriga o representadoa responder civilmente até a importânciado proveito que teve; se, porém, o dolofor do representante convencional, o re-presentado responderá solidariamentecom ele por perdas e danos.

Art. 150. Se ambas as partes procederemcom dolo, nenhuma pode alegá-lo paraanular o negócio, ou reclamar indeniza-ção.

Seção III – Da Coação

Art. 151. A coação, para viciar a declara-ção da vontade, há de ser tal que incutaao paciente fundado temor de dano imi-nente e considerável à sua pessoa, à suafamília, ou aos seus bens.

Parágrafo único. Se disser respeito a pes-soa não pertencente à família do pacien-

Page 44: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 99. No apreciar a coação se terá emconta o sexo, a idade, a condição, a saú-de, o temperamento do paciente e todasas demais circunstâncias, que lhe possaminfluir na gravidade.

Art. 100. Não se considera coação a ame-aça do exercício normal de um direito, nemo simples temor reverencial.

Art. 101. A coação vicia o ato, ainda quan-do exercida por terceiro.§ 1o Se a coação exercida por terceiro forpreviamente conhecida à parte, a quem apro-veite, responderá esta solidariamente comaquele por todas as perdas e danos.

§ 2o Se a parte prejudicada com a anula-ção do ato não soube da coação exercidapor terceiro, só este responderá pelas per-das e danos.

te, o juiz, com base nas circunstâncias,decidirá se houve coação.

Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ãoem conta o sexo, a idade, a condição, asaúde, o temperamento do paciente e to-das as demais circunstâncias que possaminfluir na gravidade dela.

Art. 153. Não se considera coação a ame-aça do exercício normal de um direito, nemo simples temor reverencial.

Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coaçãoexercida por terceiro, se dela tivesse oudevesse ter conhecimento a parte a queaproveite, e esta responderá solidariamen-te com aquele por perdas e danos.

Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, sea coação decorrer de terceiro, sem que aparte a que aproveite dela tivesse ou de-vesse ter conhecimento; mas o autor dacoação responderá por todas as perdas edanos que houver causado ao coacto.

Seção IV – Do Estado de Perigo

Art. 156. Configura-se o estado de perigoquando alguém, premido da necessidadede salvar-se, ou a pessoa de sua família, degrave dano conhecido pela outra parte, as-sume obrigação excessivamente onerosa.Parágrafo único. Tratando-se de pessoanão pertencente à família do declarante, ojuiz decidirá segundo as circunstâncias.

Page 45: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

Seção V – Da Fraude contra Credores

Art. 106. Os atos de transmissão gratuitade bens, ou remissão de dívida, quandoos pratique o devedor já insolvente, oupor eles reduzido à insolvência, poderãoser anulados pelos credoresquirografários como lesivos dos seus di-reitos.Parágrafo único. Só os credores, que já oeram ao tempo desses atos, podem pleite-ar-lhes a anulação.

Art. 107. Serão igualmente anuláveis oscontratos onerosos do devedor insolven-te, quando a insolvência for notória ouhouver motivo para ser conhecida do ou-tro contraente.

Art. 108. Se o adquirente dos bens dodevedor insolvente ainda não tiver pagoo preço e este for, aproximadamente, o

Seção V – Da Lesão

Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pes-soa, sob premente necessidade, ou porinexperiência, se obriga a prestação mani-festamente desproporcional ao valor daprestação oposta.

§ 1o Aprecia-se a desproporção das pres-tações segundo os valores vigentes aotempo em que foi celebrado o negócio ju-rídico.

§ 2o Não se decretará a anulação do negó-cio, se for oferecido suplemento suficien-te, ou se a parte favorecida concordar coma redução do proveito.

Seção VI – Da Fraude contra Credores

Art. 158. Os negócios de transmissão gra-tuita de bens ou remissão de dívida, se ospraticar o devedor já insolvente, ou poreles reduzido à insolvência, ainda quan-do o ignore, poderão ser anulados peloscredores quirografários, como lesivos dosseus direitos.§ 1o Igual direito assiste aos credores cujagarantia se tornar insuficiente.§ 2o Só os credores que já o eram ao tem-po daqueles atos podem pleitear a anula-ção deles.

Art. 159. Serão igualmente anuláveis oscontratos onerosos do devedor insolven-te, quando a insolvência for notória, ouhouver motivo para ser conhecida do ou-tro contratante.

Art. 160. Se o adquirente dos bens dodevedor insolvente ainda não tiver pagoo preço e este for, aproximadamente, o

Page 46: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

corrente, desobrigar-se-á depositando-oem juízo, com citação edital de todos osinteressados.

Art. 109. A ação, nos casos dos artigos106 e 107, poderá ser intentada contra odevedor insolvente, a pessoa que com elecelebrou a estipulação considerada frau-dulenta, ou terceiros adquirentes que ha-jam procedido de má-fé.

Art. 110. O credor quirografário, que rece-ber do devedor insolvente o pagamentoda dívida ainda não vencida, ficará obri-gado a repor, em proveito do acervo so-bre que se tenha de efetuar o concurso decredores, aquilo que recebeu.

Art. 111. Presumem-se fraudatórias dosdireitos dos outros credores as garantiasde dívidas que o devedor insolvente tiverdado a algum credor.

Art. 112. Presumem-se, porém, de boa-fée valem, os negócios ordinários indispen-sáveis à manutenção de estabelecimentomercantil, agrícola, ou industrial do deve-dor.

Art. 113. Anulados os atos fraudulentos,a vantagem resultante reverterá em pro-veito do acervo sobre que se tenha deefetuar o concurso de credores.

Parágrafo único. Se os atos revogados ti-nham por único objeto atribuir direitospreferenciais, mediante hipoteca,anticrese, ou penhor, sua nulidade impor-

corrente, desobrigar-se-á depositando-oem juízo, com a citação de todos os inte-ressados.Parágrafo único. Se inferior, o adquirente,para conservar os bens, poderá depositaro preço que lhes corresponda ao valorreal.

Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e159, poderá ser intentada contra o deve-dor insolvente, a pessoa que com ele ce-lebrou a estipulação considerada fraudu-lenta, ou terceiros adquirentes que hajamprocedido de má-fé.

Art. 162. O credor quirografário, que rece-ber do devedor insolvente o pagamentoda dívida ainda não vencida, ficará obri-gado a repor, em proveito do acervo so-bre que se tenha de efetuar o concurso decredores, aquilo que recebeu.

Art. 163. Presumem-se fraudatórias dosdireitos dos outros credores as garantiasde dívidas que o devedor insolvente tiverdado a algum credor.

Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fée valem os negócios ordinários indispen-sáveis à manutenção de estabelecimentomercantil, rural, ou industrial, ou à sub-sistência do devedor e de sua família.

Art. 165. Anulados os negócios fraudu-lentos, a vantagem resultante reverterá emproveito do acervo sobre que se tenha deefetuar o concurso de credores.

Parágrafo único. Se esses negócios ti-nham por único objeto atribuir direitospreferenciais, mediante hipoteca, penhorou anticrese, sua invalidade importará

Page 47: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

tará somente na anulação da preferênciaajustada.

Capítulo V – Das Nulidades

Art. 145. É nulo o ato jurídico:I – quando for praticado por pessoa ab-solutamente incapaz;II – quando for ilícito, ou impossível, oseu objeto;III – quando não revestir a forma prescri-ta em lei;IV – quando for preterida alguma soleni-dade que a lei considere essencial para asua validade;

Seção IV – Da Simulação

Art. 102. Haverá simulação nos atos jurí-dicos em geral:I – quando aparentarem conferir ou trans-mitir direitos a pessoas diversas das a quemrealmente se conferem, ou transmitem;II – quando contiverem declaração, con-fissão, condição, ou cláusula não verda-deira;III – quando os instrumentos particularesforem antedatados, ou pós datados.

Art. 103. A simulação não se considerarádefeito em qualquer dos casos do artigoantecedente, quando não houver inten-

somente na anulação da preferência ajus-tada.

Capítulo V – Da Invalidade do NegócioJurídico

Art. 166. É nulo o negócio jurídico quan-do:I – celebrado por pessoa absolutamenteincapaz;II – for ilícito, impossível ou indeterminávelo seu objeto;III – o motivo determinante, comum aambas as partes, for ilícito;IV – não revestir a forma prescrita em lei;V – for preterida alguma solenidade que alei considere essencial para a sua validade;VI – tiver por objetivo fraudar lei imperati-va;VII – a lei taxativamente o declarar nulo, ouproibir-lhe a prática, sem cominar sanção.

Art. 167. É nulo o negócio jurídico simula-do, mas subsistirá o que se dissimulou,se válido for na substância e na forma.

§ 1o Haverá simulação nos negócios jurí-dicos quando:I – aparentarem conferir ou transmitir di-reitos a pessoas diversas daquelas àsquais realmente se conferem, ou transmi-tem;II – contiverem declaração, confissão,condição ou cláusula não verdadeira;III – os instrumentos particulares foremantedatados, ou pós-datados.

Page 48: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

ção de prejudicar a terceiros, ou de violardisposição de lei.

Art. 104. Tendo havido intuito de prejudi-car a terceiros ou infringir preceito de lei,nada poderão alegar, ou requerer oscontraentes em juízo quanto à simulaçãodo ato, em litígio de um contra o outro, oucontra terceiros.

Capítulo V – Das Nulidades

Art. 146. As nulidades do artigo antece-dente podem ser alegadas por qualquerinteressado, ou pelo Ministério Público,quando lhe couber intervir.Parágrafo único. Devem ser pronunciadaspelo juiz, quando conhecer do ato ou dosseus efeitos e as encontrar provadas, nãolhe sendo permitido supri-las, ainda a re-querimento das partes.

Art. 168. As nulidades dos artigos ante-cedentes podem ser alegadas por qual-quer interessado, ou pelo Ministério Pú-blico, quando lhe couber intervir.

Parágrafo único. As nulidades devem serpronunciadas pelo juiz, quando conhecerdo negócio jurídico ou dos seus efeitos eas encontrar provadas, não lhe sendopermitido supri-las, ainda que a requeri-mento das partes.

Art. 169. O negócio jurídico nulo não ésuscetível de confirmação, nem convales-ce pelo decurso do tempo.

Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulocontiver os requisitos de outro, subsisti-rá este quando o fim a que visavam aspartes permitir supor que o teriam queri-do, se houvessem previsto a nulidade.

Art. 171. Além dos casos expressamentedeclarados na lei, é anulável o negóciojurídico:

Page 49: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

Art. 147. É anulável o ato jurídico:I – por incapacidade do agente;II – por vício resultante de erro, dolo, co-ação, simulação ou fraude.

Art. 148. O ato anulável pode ser ratifica-do pelas partes, salvo direito de terceiro.

Art. 149. O ato de ratificação deve contera substância da obrigação ratificada e avontade expressa de ratificá-la.

Art. 150. É escusada a ratificação expres-sa, quando a obrigação já foi cumpridaem parte pelo devedor, ciente do vício quea inquinava.

Art. 151. A ratificação expressa, ou a exe-cução voluntária da obrigação anulável,nos termos dos artigos 148 a 150, importarenúncia a todas as ações, ou exceções,de que dispusesse contra o ato o deve-dor.

Art. 152. As nulidades do artigo 147 nãotêm efeito antes de julgadas por senten-ça, nem se pronunciam de ofício. Só osinteressados as podem alegar, e aprovei-tam exclusivamente aos que se alegarem,salvo o caso de solidariedade, ouindivisibilidade.

I – por incapacidade relativa do agente;II – por vício resultante de erro, dolo, co-ação, estado de perigo, lesão ou fraudecontra credores.

Art. 172. O negócio anulável pode serconfirmado pelas partes, salvo direito deterceiro.

Art. 173. O ato de confirmação deve con-ter a substância do negócio celebrado e avontade expressa de mantê-lo.

Art. 174. É escusada a confirmação expres-sa, quando o negócio já foi cumprido emparte pelo devedor, ciente do vício que oinquinava.

Art. 175. A confirmação expressa, ou aexecução voluntária de negócio anulável,nos termos dos arts. 172 a 174, importa aextinção de todas as ações, ou exceções,de que contra ele dispusesse o devedor.

Art. 176. Quando a anulabilidade do atoresultar da falta de autorização de tercei-ro, será validado se este a der posterior-mente.

Art. 177. A anulabilidade não tem efeitoantes de julgada por sentença, nem sepronuncia de ofício; só os interessados apodem alegar, e aproveita exclusivamenteaos que a alegarem, salvo o caso de soli-dariedade ou indivisibilidade.

Page 50: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 155. O menor, entre dezesseis e vintee um anos, não pode, para se eximir deuma obrigação, invocar a sua idade, sedolosamente a ocultou, inquirido pelaoutra parte, ou se, no ato de se obrigar,espontaneamente se declarou maior.

Art. 154. As obrigações contraídas pormenores, entre dezesseis e vinte e umanos, são anuláveis, quando resultem deatos por eles praticados.I – sem autorização de seus legítimos re-presentantes;II – sem assistência do curador, que neleshuovesse de intervir.

Art. 156. O menor, entre dezesseis e vintee um anos, equipara-se ao maior quantoàs obrigações resultantes de atos ilícitos,em que for culpado.

Art. 157. Ninguém pode reclamar o que,por uma obrigação anulada, pagou a umincapaz, se não provar que reverteu emproveito dele a importância paga.

Art. 178. É de quatro anos o prazo de de-cadência para pleitear-se a anulação donegócio jurídico, contado:I – no caso de coação, do dia em que elacessar;II – no de erro, dolo, fraude contra credo-res, estado de perigo ou lesão, do dia emque se realizou o negócio jurídico;III – no de atos de incapazes, do dia emque cessar a incapacidade.

Art. 179. Quando a lei dispuser que deter-minado ato é anulável, sem estabelecerprazo para pleitear-se a anulação, será estede dois anos, a contar da data da conclu-são do ato.

Art. 180. O menor, entre dezesseis e de-zoito anos, não pode, para eximir-se deuma obrigação, invocar a sua idade sedolosamente a ocultou quando inquiridopela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.

Art. 181. Ninguém pode reclamar o que,por uma obrigação anulada, pagou a umincapaz, se não provar que reverteu emproveito dele a importância paga.

Page 51: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

Art. 158. Anulado o ato, restituir-se-ão aspartes ao estado, em que antes dele seachavam, e não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente.

Parágrafo único do Art. 152A nulidade do instrumento não induz ado ato, sempre que este puder provar-sepor outro meio.

Art. 153. A nulidade parcial de um ato nãoo prejudicará na parte válida, se esta forseparável. A nulidade da obrigação prin-cipal implica a das obrigações acessórias,mas a destas não induz a da obrigaçãoprincipal.

Título II – Dos Atos Ilícitos

Art. 159. Aquele que, por ação ou omis-são voluntária, negligência, ou imprudên-cia, violar direito, ou causar prejuízo aoutrem, fica obrigado a reparar o dano. Averificação da culpa e a avaliação da res-ponsabilidade regulam-se pelo dispostoneste Código, artigos 1.518 a 1532 e 1.537a 1.553.

Art. 182. Anulado o negócio jurídico, res-tituir-se-ão as partes ao estado em queantes dele se achavam, e, não sendo pos-sível restituí-las, serão indenizadas com oequivalente.

Art. 183. A invalidade do instrumento nãoinduz a do negócio jurídico sempre queeste puder provar-se por outro meio.

Art. 184. Respeitada a intenção das par-tes, a invalidade parcial de um negóciojurídico não o prejudicará na parte válida,se esta for separável; a invalidade da obri-gação principal implica a das obrigaçõesacessórias, mas a destas não induz a daobrigação principal.

Título II – Dos Atos Jurídicos Lícitos

Art. 185. Aos atos jurídicos lícitos, quenão sejam negócios jurídicos, aplicam-se,no que couber, as disposições do Títuloanterior.

Título III – Dos Atos Ilícitos

Art. 186. Aquele que, por ação ou omis-são voluntária, negligência ou imprudên-cia, violar direito e causar dano a outrem,ainda que exclusivamente moral, cometeato ilícito.

Art. 187. Também comete ato ilícito o titu-lar de um direito que, ao exercê-lo, excedemanifestamente os limites impostos peloseu fim econômico ou social, pela boa-féou pelos bons costumes.

Page 52: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 160. Não constituem atos ilícitos:I – os praticados em legítima defesa ounão exercício regular de um direito reco-nhecido;II – a deterioração ou destruição da coisaalheia, a fim de remover perigo iminente.Parágrafo único. Neste último caso, o atoserá legítimo, somente quando as circuns-tâncias o tornarem absolutamente neces-sário, não excedendo os limites do indis-pensável para a remoção do perigo.

Título III – Da Prescrição

Capítulo I – Disposições Gerais

Art. 161. A renúncia da prescrição podeser expressa, ou tácita, e só valerá, sendofeita, sem prejuízo de terceiro, depois quea prescrição se consumar. Tácita é a re-núncia, quando se presume de fatos dointeressado, incompatíveis com a prescri-ção.

Art. 162. A prescrição pode ser alegada,em qualquer instância, pela parte a quemaproveita.

Art. 188. Não constituem atos ilícitos:I – os praticados em legítima defesa ou noexercício regular de um direito reconheci-do;II – a deterioração ou destruição da coisaalheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remo-ver perigo iminente.Parágrafo único. No caso do inciso II, oato será legítimo somente quando as cir-cunstâncias o tornarem absolutamentenecessário, não excedendo os limites doindispensável para a remoção do perigo.

Título IV – Da Prescrição e da Decadên-cia

Capítulo I – Da Prescrição

Seção I – Disposições Gerais

Art. 189. Violado o direito, nasce para otitular a pretensão, a qual se extingue, pelaprescrição, nos prazos a que aludem osarts. 205 e 206.

Art. 190. A exceção prescreve no mesmoprazo em que a pretensão.

Art. 191. A renúncia da prescrição podeser expressa ou tácita, e só valerá, sendofeita, sem prejuízo de terceiro, depois quea prescrição se consumar; tácita é a re-núncia quando se presume de fatos dointeressado, incompatíveis com a prescri-ção.

Art. 192. Os prazos de prescrição não po-dem ser alterados por acordo das partes.

Art. 193. A prescrição pode ser alegadaem qualquer grau de jurisdição, pela partea quem aproveita.

Page 53: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

Art. 163. As pessoas jurídicas estão su-jeitas aos efeitos da prescrição e podeminvocá-los sempre que lhes aproveitar.

Art. 164. As pessoas que a lei priva deadministrar os próprios bens têm ação re-gressiva contra os seus representanteslegais, quando estes, por dolo, ou negli-gência, derem causa à prescrição.

Art. 165. A prescrição iniciada contra umapessoa continua a correr contra o seu her-deiro.

Art. 166. O juiz não pode conhecer da pres-crição de direitos patrimoniais, se não foiinvocada pelas partes.

Art. 167. Com o principal prescrevem osdireitos acessórios.

Capítulo II – Das Causas que Impedemou Suspendem a Prescrição

Art. 168. Não corre a prescrição:

Art. 194. O juiz não pode suprir, de ofício,a alegação de prescrição, salvo se favore-cer a absolutamente incapaz.

Art. 195. Os relativamente incapazes e aspessoas jurídicas têm ação contra os seusassistentes ou representantes legais, quederem causa à prescrição, ou não a alega-rem oportunamente.

Art. 196. A prescrição iniciada contra umapessoa continua a correr contra o seu su-cessor.

Seção II – Das Causas que Impedem ouSuspendem a Prescrição

Art. 197. Não corre a prescrição:

Page 54: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

I – entre cônjuges, na constância do ma-trimônio;II – entre ascendentes e descendentes,durante o pátrio poder;III – entre tutelados ou curatelados e seustutores ou curadores, durante a tutela oucuratela;IV – em favor do credor pignoratíceo, domandatário, e, em geral, das pessoas quelhes são equiparadas, contra odepositente, o devedor, o mandante e aspessoas representadas, os seus herdei-ros, quanto ao direito e obrigações relati-vas aos bens confiados à sua guarda.

Art. 169. Também não corre a prescrição:I – contra os incapazes de que trata oartigo 5o;II – contra os ausentes do Brasil em servi-ço público da União, dos Estados, ou dosMunicípios;

Art. 170. Não corre igualmente:I – pendendo condição suspensiva:II – não estando vencido o prazo;III – pendendo ação de evicção.

Art. 171. Suspensa a prescrição em favorde um dos credores solidários, só apro-veitam os outros, se o objeto da obriga-ção for indivisível.

Capítulo III – Das Causas que Interrom-pem a Prescrição

I – entre os cônjuges, na constância dasociedade conjugal;II – entre ascendentes e descendentes,durante o poder familiar;III – entre tutelados ou curatelados e seustutores ou curadores, durante a tutela oucuratela.

Art. 198. Também não corre a prescrição:I – contra os incapazes de que trata o art.3o;II – contra os ausentes do País em servi-ço público da União, dos Estados ou dosMunicípios;III – contra os que se acharem servindonas Forças Armadas, em tempo de guerra.

Art. 199. Não corre igualmente a prescri-ção:I – pendendo condição suspensiva;II – não estando vencido o prazo;III – pendendo ação de evicção.

Art. 200. Quando a ação se originar defato que deva ser apurado no juízo crimi-nal, não correrá a prescrição antes da res-pectiva sentença definitiva.

Art. 201. Suspensa a prescrição em favorde um dos credores solidários, só apro-veitam os outros se a obrigação forindivisível.

Page 55: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

Art. 172. A prescrição interrompe-se:I – pela citação pessoal feita ao devedor,ainda que ordenada por juiz incompeten-te;II – pelo protesto, nas condições do nú-mero anterior;III – pela apresentação do título de crédi-to em juízo do inventário, ou em concursode credores;IV – por qualquer ato judicial que consti-tua em mora do devedor;V – por qualquer ato inequívoco, aindaque extrajudicial, que importe reconheci-mento do direito pelo devedor.

Art. 173. A prescrição interrompida reco-meça a correr da data do ato que a inter-rompeu, ou do último do processo parainterromper.

Art. 174. Em cada um dos casos do artigo172, a interrupção pode ser promovida:I – pelo próprio titular do direito em via deprescrição;II – por quem legalmente o represente;III – por terceiro que tenha legítimo inte-resse.

Art. 175. A prescrição não se interrompecom a citação nula por vício de forma, porcircunduta, ou por se achar perempta ainstância, ou a ação.

Art. 176. A interrupção da prescrição porum credor não aproveita aos outros.

Seção III – Das Causas que Interrompema Prescrição

Art. 202. A interrupção da prescrição, quesomente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:I – por despacho do juiz, mesmo incom-petente, que ordenar a citação, se o inte-ressado a promover no prazo e na formada lei processual;II – por protesto, nas condições do incisoantecedente;III – por protesto cambial;IV – pela apresentação do título de crédi-to em juízo de inventário ou em concursode credores;V – por qualquer ato judicial que consti-tua em mora o devedor;VI – por qualquer ato inequívoco, aindaque extrajudicial, que importe reconheci-mento do direito pelo devedor.

Parágrafo único. A prescrição interrompi-da recomeça a correr da data do ato que ainterrompeu, ou do último ato do proces-so para a interromper.

Art. 203. A prescrição pode ser interrom-pida por qualquer interessado.

Art. 204. A interrupção da prescrição porum credor não aproveita aos outros;

Page 56: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Semelhantemente, a interrupção operadacontra o co-devedor, ou seu herdeiro, nãoprejudica aos demais co-obrigados.

§ 1oA interrupção, porém, aberta por umdos credores solidários aproveita aosoutros; assim como a interrupção efetua-da contra o devedor solidário envolve osdemais e seus herdeiros.

§ 2oA interrupção operada contra um dosherdeiros do devedor solidário não preju-dica aos outros herdeiros ou devedoressenão quando se trate de obrigações edireitos indivisíveis.

§ 3o A interrupção produzida contra o prin-cipal devedor prejudica o fiador.

Capítulo IV – Dos Prazos da Prescrição

Art. 177. As ações pessoais prescrevem,ordinariamente, em vinte anos, as reais emdez, entre presentes, entre ausentes , emquinze, contados da data em que poderi-am ter sido propostas.

Art. 178. Prescreve:

§ 1o Em dez dias, contados do casamen-to, a ação do marido para anular o ma-trimônio contraído com mulher jádeflorada.

§ 2o Em quinze dias, contados da tradiçãoda coisa, a ação para haver abatimento dopreço da coisa móvel, recebida com vícioredibitório, ou para rescindir o contrato ereaver o preço pago, mais perdas e da-nos.

semelhantemente, a interrupção operadacontra o co-devedor, ou seu herdeiro, nãoprejudica aos demais coobrigados.

§ 1o A interrupção por um dos credoressolidários aproveita aos outros; assimcomo a interrupção efetuada contra o de-vedor solidário envolve os demais e seusherdeiros.

§ 2o A interrupção operada contra um dosherdeiros do devedor solidário não preju-dica os outros herdeiros ou devedores,senão quando se trate de obrigações edireitos indivisíveis.

§ 3o A interrupção produzida contra o prin-cipal devedor prejudica o fiador.

Seção IV – Dos Prazos da Prescrição

Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos,quando a lei não lhe haja fixado prazomenor.

Art. 206. Prescreve:

Page 57: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

§ 3o Em dois meses, contados do nasci-mento, se era presente o marido, a açãopara este contestar a legitimidade do filhode sua mulher.

§ 4o Em três meses:I – a mesma ação do parágrafo anterior, seo marido se achava ausente, ou lhe ocul-taram o nascimento; contado o prazo dodia de sua volta à casa conjugal, no pri-meiro caso, e da data do conhecimentodo fato, no segundo;II – a ação do pai, tutor, ou curador paraanular casamento do filho, pupilo, oucuratelado, contraído sem o consentimen-to daqueles, nem o seu suprimento pelojuiz; contado o prazo do dia em que tive-rem ciência do casamento.

§ 5o Em seis meses:I – a ação do cônjuge coato para anular ocasamento; contado o prazo do dia emque cessou a coação;II – a ação para anular o casamento doincapaz de consentir, promovida por este,quando se torne capaz, por seus repre-sentantes legais, ou pelos herdeiros; con-tado o prazo do dia em que cessou a inca-pacidade, no primeiro caso, do casamen-to, no segundo, e, no terceiro, da mortedo incapaz, quando esta ocorra durante aincapacidade;III – a ação para anular o casamento domenor de dezoito anos; contado o prazodo dia em que o menor perfez essa idade,se a ação for por ele movida, e da data domatrimônio, quando o for por seus repre-sentantes legais ou pelos parentes desig-nados no artigo 190.IV – a ação para haver o abatimento dopreço da coisa móvel, recebida com vícioredibitório, ou para rescindir o contrato

Page 58: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

comutativo, e haver o preço pago, maisperdas e danos; contado o prazo de tradi-ção da coisa;V – a ação dos hospedeiros, estalajadeirosou fornecedores de víveres destinados aoconsumo no próprio estabelecimento, pelopreço da hospedagem ou dos alimentosfornecidos; contado o prazo do últimopagamento.

§ 6o Em um ano:I – a ação do doador para revogar a doa-ção; contado o prazo do dia em que sou-ber do fato, que o autoriza a revogá-la;II – a ação do segurado contra o segura-dor e vice-versa, se o fato que a autorizase verificar no país; contado o prazo dodia em que o interessado tiver conheci-mento do mesmo fato.III – A ação do filho, para desobrigar ereivindicar os imóveis de sua proprieda-de, alienados ou gravados pelo pai fora doscasos expressamente legais; contado o pra-zo do dia em que chegar à maioridade;IV – a ação dos herdeiros do filho, nocaso do número anterior, contando-se oprazo do dia do falecimento, se o filhomorreu menor, e bem assim a de seu repre-sentante legal, se o pai decaiu do pátriopoder, correndo o prazo da data em quehouver decaído;V – a ação de nulidade de partilha; conta-do o prazo da data em que a sentença dapartilha passou em julgado;VI – a ação dos professores, mestres ourepetidores de ciência, literatura, ou arte,pelas lições que derem, pagáveis por pe-ríodos não excedentes a um mês; conta-do o prazo do termo de cada período ven-cido;VII – a ação dos donos de casa de pen-são, educação, ou ensino, pelas presta-

§ 1o Em um ano:I – a pretensão dos hospedeiros ou for-necedores de víveres destinados a con-sumo no próprio estabelecimento, para opagamento da hospedagem ou dos ali-mentos;II – a pretensão do segurado contra o se-gurador, ou a deste contra aquele, conta-do o prazo:a) para o segurado, no caso de seguro deresponsabilidade civil, da data em que écitado para responder à ação de indeniza-ção proposta pelo terceiro prejudicado,ou da data que a este indeniza, com aanuência do segurador;b) quanto aos demais seguros, da ciênciado fato gerador da pretensão;III – a pretensão dos tabeliães, auxiliaresda justiça, serventuários judiciais, árbitrose peritos, pela percepção de emolumentos,custas e honorários;IV – a pretensão contra os peritos, pelaavaliação dos bens que entraram para aformação do capital de sociedade anôni-ma, contado da publicação da ata da as-sembléia que aprovar o laudo;V – a pretensão dos credores não pagoscontra os sócios ou acionistas e osliquidantes, contado o prazo da publica-ção da ata de encerramento da liquidaçãoda sociedade.

Page 59: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

ções dos seus pensionistas, alunos ouaprendizes; contado o prazo do vencimen-to de cada uma;VIII – a ação dos tabeliães e outros ofici-ais do juízo, porteiros do auditório eescrivães, pelas dos atos que praticarem;contado o prazo da data daqueles por queelas se deverem;IX – a ação dos médicos, cirurgiões oufarmacêuticos, por suas visitas, opera-ções ou medicamentos; contado o prazoda data do último serviço prestado;X – a ação dos advogados, solicitadores,curadores, peritos e procuradores judici-ais, para o pagamento de seus honorári-os; contado o prazo do vencimento docontrato, da decisão final do processo,ou da revogação do mandato;XI – a ação do proprietário do prédio des-falcado contra o do prédio aumentadopela avulsão, nos termos do artigo 541;contado o prazo do dia em que ela ocor-reu , o prazo prescribente;XII – a ação dos herdeiros do filho paraprova da legitimidade da filiação; conta-do o prazo da data do seu falecimento sehouver morrido ainda menor ou incapaz;XIII – A ação do adotado para se desligarda adoção, realizada quando ele era menorou interdito; contado o prazo do dia emque cessar a menoridade ou a interdição.

§ 7o Em dois anos:I – a ação do cônjuge para anular o casa-mento nos casos do artigo 219, I, II e III;contado o prazo da data da celebração docasamento; e da data da execução desteCódigo para os casamentos anteriormen-te celebrados;II – a ação dos credores por dívida inferi-or a cem mil-réis, salvo as contempladasnos nos VI a VIII do parágrafo anterior,

§ 2o Em dois anos, a pretensão para haverprestações alimentares, a partir da dataem que se vencerem.

Page 60: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

contado o prazo do vencimento respecti-vo, se estiver prefixado, e, no caso con-trário, do dia em que foi contraída;III – a ação dos professores, mestres erepetidores de ciência, literatura ou arte,cujos honorários sejam estipulados emprestações correspondentes a períodomaiores de um mês; contado o prazo devencimento da última prestação;IV – a ação dos engenheiros, arquitetos,agrimensores e estereômetras, por seuhonorários; contado o prazo do termo dosseus trabalhos;V – a ação do segurado contra o segura-dor e, vice-versa, se o fato que a autorizase verificar fora do Brasil; contado o pra-zo do dia em que desse fato soube o inte-ressado;VI – a ação do cônjuge ou seus herdeirosnecessários para anular a doação feitapelo cônjuge adúltero ao seu cúmplice,contado o prazo da dissolução da socie-dade conjugal;VII – a ação do marido ou dos seus her-deiros, para anular atos da mulher, prati-cados sem o seu consentimento, ou ser osuprimento do juiz; contado o prazo dodia em que se dissolver a sociedade con-jugal.

§ 8o Em três anos:A ação do vendedor para resgatar o imó-vel vendido; contado o prazo da data daescritura, quando se não fixou no contra-to prazo menor.

§ 3o Em três anos:I – a pretensão relativa a aluguéis de pré-dios urbanos ou rústicos;II – a pretensão para receber prestaçõesvencidas de rendas temporárias ou vitalí-cias;III – a pretensão para haver juros, divi-dendos ou quaisquer prestações acessó-rias, pagáveis, em períodos não maioresde um ano, com capitalização ou sem ela;IV – a pretensão de ressarcimento de en-riquecimento sem causa;

Page 61: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

§ 9o Em quatro anos:I – contados da dissolução da sociedadeconjugal, a ação da mulher para:a) desobrigar ou reivindicar os imóveisdo casal, quando o marido os gravou, oualienou sem outorga uxória, ou suprimen-to dela pelo juiz:b) anular as fianças prestadas e as doa-ções feitas pelo marido fora dos casos le-gais;c) reaver do marido o dote ou os outrosbens seus, confiados à administraçãomarital;II – a ação dos herdeiros da mulher, noscasos das letras a, b e c do número anteri-

V – a pretensão de reparação civil;VI – a pretensão de restituição dos lucrosou dividendos recebidos de má-fé, cor-rendo o prazo da data em que foi delibera-da a distribuição;VII – a pretensão contra as pessoas emseguida indicadas por violação da lei oudo estatuto, contado o prazo:a) para os fundadores, da publicação dosatos constitutivos da sociedade anônima;b) para os administradores, ou fiscais, daapresentação, aos sócios, do balanço re-ferente ao exercício em que a violação te-nha sido praticada, ou da reunião ou as-sembléia geral que dela deva tomar co-nhecimento;c) para os liquidantes, da primeira assem-bléia semestral posterior à violação;VIII – a pretensão para haver o pagamen-to de título de crédito, a contar do venci-mento, ressalvadas as disposições de leiespecial;IX – a pretensão do beneficiário contra osegurador, e a do terceiro prejudicado, nocaso de seguro de responsabilidade civilobrigatório.

§ 4o Em quatro anos, a pretensão relativaà tutela, a contar da data da aprovaçãodas contas.

Page 62: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

or, quando ela faleceu, sem propor a queali se lhe assegura; contado o prazo dadata do falecimento;III – a ação da mulher ou seus herdeirospara desobrigar ou reivindicar os bensdotais alienados ou gravados pelo mari-do; contado o prazo da dissolução dasociedade conjugal;IV – a ação do interessado em pleitear aexclusão do herdeiro, ou provar a causada sua deserdação, e bem assim, a açãodo deserdado para a impugnar; contadoo prazo da abertura da sucessão;V – a ação de anular ou rescindir os con-tratos, para a qual se não tenha estabele-cido menor prazo; contado este:a) no caso de coação, do dia em que elacessar;b) no de erro, dolo, simulação ou fraude,do dia em que se realizar o ato ou o con-trato;c) quanto aos atos dos incapazes, do diaem que cessar a incapacidade;VI – a ação do filho natural para impuganaro reconhecimento; contado o prazo do diaem que atingir a maioridade ou se emanci-par.

§ 10. Em cinco anos:I – as prestações de pensões alimentíci-as;II – as prestações de rendas temporáriasou vitalícias;III – os juros, ou quaisquer outras presta-ções acessórias pagáveis anualmente, ouem períodos mais curtos;IV – os alugueres de prédio rústico ouurbano;V – a ação dos serviçais, operários e jorna-leiros, pelo pagamento dos seus salários;VI – as dívidas passivas da União, dosEstados e dos Municípios, e bem assim

§ 5o Em cinco anos:I – a pretensão de cobrança de dívidaslíquidas constantes de instrumento pú-blico ou particular;II – a pretensão dos profissionais liberaisem geral, procuradores judiciais,curadores e professores pelos seus ho-norários, contado o prazo da conclusãodos serviços, da cessação dos respecti-vos contratos ou mandato;III – a pretensão do vencedor para haverdo vencido o que despendeu em juízo.

Page 63: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

toda e qualquer ação contra a Fazendafederal, estadual ou municipal; devendoo prazo da prescrição correr da data doato ou fato do qual se originar a mesmaação. Os prazos dos números anterioresserão contados do dia em que cada pres-tação, juro, aluguer ou salário for exigível;VII – a ação civil por ofensa a direitos deautor; contado o prazo da data dacontratação;VIII – o direito de propor ação rescisória;IX – a ação por ofensa ou dano causadosao direito de propriedade; contado o pra-zo da data em que se deu a mesma ofensaou dano.

Art. 179. Os casos de prescrição não pre-vistos neste Código serão regulados,quanto ao prazo, pelo artigo 177.

Título I – Dos Atos Jurídicos

Capítulo II – Da Decadência

Art. 207. Salvo disposição legal em con-trário, não se aplicam à decadência asnormas que impedem, suspendem ou in-terrompem a prescrição.

Art. 208. Aplica-se à decadência o dispos-to nos arts. 195 e 198, inciso I.

Art. 209. É nula a renúncia à decadênciafixada em lei.

Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer dadecadência, quando estabelecida por lei.

Art. 211. Se a decadência for convencio-nal, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas ojuiz não pode suprir a alegação.

Título V – Da Prova

Page 64: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Capítulo IV – Da Forma dos Atos Jurídi-cos e da sua Prova

Art. 136. Os atos jurídicos, a que se nãoimpõe forma especial, poderão provar-semediante:I – confissão;II – atos processados em juízo;III – documentos públicos ou particulares;IV – testemunhas;V – presunção;VI – exames e vistorias;VII – arbitramento.

Art. 134. É outrossim, da substância doato a escritura pública:I – nos pactos antenupciais e nas ado-ções;II – nos contratos constitutivos outranslativos de direitos reais sobre imó-veis de valor superior a Cr$ 50.000,00(cinquenta mil cruzeiros), excetuado openhor agrícola.

Art. 134, § 1o A escritura pública, lavradaem notas de tabelião, é documento dota-do de fé pública, fazendo prova plena, e,além de outros requisitos previstos em leiespecial, deve conter:

Art. 212. Salvo o negócio a que se impõeforma especial, o fato jurídico pode serprovado mediante:I – confissão;II – documento;III – testemunha;IV – presunção;V – perícia.

Art. 213. Não tem eficácia a confissão seprovém de quem não é capaz de dispor dodireito a que se referem os fatos confes-sados.Parágrafo único. Se feita a confissão porum representante, somente é eficaz noslimites em que este pode vincular o repre-sentado.

Art. 214. A confissão é irrevogável, maspode ser anulada se decorreu de erro defato ou de coação.

Art. 215. A escritura pública, lavrada emnotas de tabelião, é documento dotadode fé pública, fazendo prova plena.

§ 1o Salvo quando exigidos por lei outrosrequisitos, a escritura pública deve conter:I – data e local de sua realização;II – reconhecimento da identidade e capa-cidade das partes e de quantos hajam com-

Page 65: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

a) data e lugar de sua realização;b) reconhecimento da identidade e capa-cidade das partes e de quantos hajam com-parecido ao ato;c) nome, nacionalidade, estado civil, pro-fissão, domicílio e residência das partes edemais comparecentes, com a indicação,quando necessário, do regime de bens docasamento, nome do cônjuge e filiação;d) manifestação da vontade das partes edos intervenientes;e) declaração de ter sido lida às partes edemais comparecentes, ou de que todosa leram;f) assinatura das partes e dos demaiscomparecentes, bem como a do tabelião,encerrando o ato.

Art. 134, § 2o Se algum comparecente nãopuder ou não souber assinar, outra pes-soa capaz assinará por ele a seu rogo.

Art. 134, § 3o A escritura será redigida emlíngua nacional.

Art. 134, § 4o Se qualquuer doscomparecentes não souber a língua naci-onal e o tabelião não entender o indiomaem que se expressa, deverá comparecertradutor público para servir de intérpreteou, não o havendo na localidade, outra pes-soa capaz, que, a juízo do tabelião, tenhaidoneidade e conhecimentos bastantes.

Art. 134, § 5o Se algum dos comparecentesnão for conhecido do tabelião, nem puderidentificar-se por documento, deverãoparticipar do ato pelo menos duastestemjnhas que o conheçam e atestemsua identidade.

parecido ao ato, por si, como representan-tes, intervenientes ou testemunhas;III – nome, nacionalidade, estado civil,profissão, domicílio e residência das par-tes e demais comparecentes, com a indi-cação, quando necessário, do regime debens do casamento, nome do outro côn-juge e filiação;IV – manifestação clara da vontade daspartes e dos intervenientes;V – referência ao cumprimento das exi-gências legais e fiscais inerentes à legiti-midade do ato;VI – declaração de ter sido lida na presen-ça das partes e demais comparecentes, oude que todos a leram;VII – assinatura das partes e dos demaiscomparecentes, bem como a do tabeliãoou seu substituto legal, encerrando o ato.

§ 2o Se algum comparecente não puder ounão souber escrever, outra pessoa capazassinará por ele, a seu rogo.

§ 3o A escritura será redigida na línguanacional.

§ 4o Se qualquer dos comparecentes nãosouber a língua nacional e o tabelião nãoentender o idioma em que se expressa,deverá comparecer tradutor público paraservir de intérprete, ou, não o havendo nalocalidade, outra pessoa capaz que, a juízodo tabelião, tenha idoneidade e conheci-mento bastantes.

Art. 215, § 5o Se algum dos comparecentesnão for conhecido do tabelião, nem puderidentificar-se por documento, deverãoparticipar do ato pelo menos duas teste-munhas que o conheçam e atestem suaidentidade.

Page 66: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 134, § 6o O valor previsto no inciso IIdeste artigo será reajustado em janeiro decada ano, em função da variação nominaldas Obrigações Reajustáveis do TesouroNacional – ORTN.

Art. 137. Farão a mesma prova que os ori-ginais as certidões textuais de qualquerpeça judicial, do protocolo das audiênci-as, ou de outro qualquer livro a cargo doescrivão, sendo extraídas por ele, ou soba sua vigilância, e por ele subscritas, as-sim como os traslados de autos, quandopor outro escrivão concertados.

Art. 138. Terão também a mesma forçaprobante os traslados e as certidões ex-traídas por oficial público, de instrumen-tos ou documentos lançados em suasnotas.

Art. 139. Os traslados, ainda que não con-certados, e as certidões considerar-se-ãoinstrumentos públicos, se os originais sehouverem produzido em juízo como pro-va de algum ato.

Art. 216. Farão a mesma prova que os ori-ginais as certidões textuais de qualquerpeça judicial, do protocolo das audiênci-as, ou de outro qualquer livro a cargo doescrivão, sendo extraídas por ele, ou soba sua vigilância, e por ele subscritas, as-sim como os traslados de autos, quandopor outro escrivão consertados.

Art. 217. Terão a mesma força probanteos traslados e as certidões, extraídos portabelião ou oficial de registro, de instru-mentos ou documentos lançados em suasnotas.

Art. 218. Os traslados e as certidões con-siderar-se-ão instrumentos públicos, seos originais se houverem produzido emjuízo como prova de algum ato.

Art. 219. As declarações constantes dedocumentos assinados presumem-se ver-dadeiras em relação aos signatários.Parágrafo único. Não tendo relação dire-ta, porém, com as disposições principaisou com a legitimidade das partes, as de-clarações enunciativas não eximem os in-teressados em sua veracidade do ônusde prová-las.

Art. 220. A anuência ou a autorização deoutrem, necessária à validade de um ato,provar-se-á do mesmo modo que este, econstará, sempre que se possa, do pró-prio instrumento.

Page 67: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

Art. 135. O instrumento particular, feito eassinado, ou somente assinado por quemesteja na disposição e administração livrede seus bens, sendo subscrito por duastestemunhas, prova as obrigações con-vencionais de qualquer valor. Mas osseus efeitos, bem como os da seção, nãose operam, a respeito de terceiros, antesde transcrito no Registro Público.

Parágrafo único. A prova do instrumentoparticular pode suprir-se pelas outras decaráter legal.

Art. 140. Os escritos de obrigação redigi-dos em língua estrangeira serão, para terefeitos legais no País, vertidos em portu-guês.

Art. 221. O instrumento particular, feito eassinado, ou somente assinado por quemesteja na livre disposição e administraçãode seus bens, prova as obrigações con-vencionais de qualquer valor; mas os seusefeitos, bem como os da cessão, não seoperam, a respeito de terceiros, antes deregistrado no registro público.

Parágrafo único. A prova do instrumentoparticular pode suprir-se pelas outras decaráter legal.

Art. 222. O telegrama, quando lhe forcontestada a autenticidade, faz provamediante conferência com o originalassinado.

Art. 223. A cópia fotográfica de documen-to, conferida por tabelião de notas, valerácomo prova de declaração da vontade,mas, impugnada sua autenticidade, deve-rá ser exibido o original.Parágrafo único. A prova não supre a au-sência do título de crédito, ou do original,nos casos em que a lei ou as circunstânci-as condicionarem o exercício do direito àsua exibição.

Art. 224. Os documentos redigidos em lín-gua estrangeira serão traduzidos para oportuguês para ter efeitos legais no País.

Art. 225. As reproduções fotográficas, ci-nematográficas, os registros fonográficose, em geral, quaisquer outras reproduçõesmecânicas ou eletrônicas de fatos ou decoisas fazem prova plena destes, se a par-te, contra quem forem exibidos, não lhesimpugnar a exatidão.

Page 68: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 141. Salvo os casos expressos, a pro-va exclusivamente testemunhal só se ad-mite nos contratos, cujo valor não passede Cr$ 10.000,00 (dez mil cruzeiros).

Parágrafo único. Qualquer que seja o va-lor do contrato, a prova testemunhal éadmissível como subsidiária ou comple-mentar da prova por escrito.

Art. 142. Não podem ser admitidos comotestemunhas:I – os loucos de todo gênero;II – os cegos e surdos, quando a ciênciado fato, que se quer provar, dependa dossentidos, que lhe faltam;III – os menores de dezesseis anos;IV – o interessado no objeto do litígio,bem como o ascendente e o descendente,ou o colateral, até o terceiro grau, de algu-ma das partes, por cosanguinidade, ouafinidade;V – os cônjuges.

Art. 226. Os livros e fichas dos empresári-os e sociedades provam contra as pesso-as a que pertencem, e, em seu favor, quan-do, escriturados sem vício extrínseco ouintrínseco, forem confirmados por outrossubsídios.Parágrafo único. A prova resultante doslivros e fichas não é bastante nos casosem que a lei exige escritura pública, ouescrito particular revestido de requisitosespeciais, e pode ser ilidida pela compro-vação da falsidade ou inexatidão doslançamentos.

Art. 227. Salvo os casos expressos, a pro-va exclusivamente testemunhal só se ad-mite nos negócios jurídicos cujo valor nãoultrapasse o décuplo do maior salário mí-nimo vigente no País ao tempo em queforam celebrados.

Parágrafo único. Qualquer que seja o va-lor do negócio jurídico, a prova testemu-nhal é admissível como subsidiária oucomplementar da prova por escrito.

Art. 228. Não podem ser admitidos comotestemunhas:I – os menores de dezesseis anos;II – aqueles que, por enfermidade ou re-tardamento mental, não tiveremdiscernimento para a prática dos atos davida civil;III – os cegos e surdos, quando a ciênciado fato que se quer provar dependa dossentidos que lhes faltam;IV – o interessado no litígio, o amigo ínti-mo ou o inimigo capital das partes;V – os cônjuges, os ascendentes, os des-cendentes e os colaterais, até o terceirograu de alguma das partes, porconsangüinidade, ou afinidade.

Page 69: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

Art . 143. Os ascendentes porconsangüinidade, ou afinidade, po-dem ser admitidos como testemunhasem questões em que se trate de verifi-car o nascimento, ou o óbito dos fi-lhos.

Art. 144. Ninguém pode ser obrigado adepor de fatos, a cujo respeito, por esta-do ou profissão, deva guardar segredo.

Parte Especial

Livro III – Do Direito das Obrigações

Título I – Das Modalidades das Obriga-ções

Capítulo I – Das Obrigações de Dar

Seção I – Das Obrigações de Dar CoisaCerta

Art. 229. Ninguém pode ser obrigado adepor sobre fato:I – a cujo respeito, por estado ou profis-são, deva guardar segredo;II – a que não possa responder sem de-sonra própria, de seu cônjuge, parente emgrau sucessível, ou amigo íntimo;III – que o exponha, ou às pessoas referi-das no inciso antecedente, a perigo devida, de demanda, ou de dano patrimonialimediato.

Art. 230. As presunções, que não as le-gais, não se admitem nos casos em que alei exclui a prova testemunhal.

Art. 231. Aquele que se nega a submeter-se a exame médico necessário não poderáaproveitar-se de sua recusa.

Art. 232. A recusa à perícia médica orde-nada pelo juiz poderá suprir a prova quese pretendia obter com o exame.

Parte Especial

Livro I – Do Direito das Obrigações

Título I – Das Modalidades das Obriga-ções

Capítulo I – Das Obrigações de Dar

Seção I – Das Obrigações de Dar CoisaCerta

Page 70: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 863. O credor de coisa certa não podeser obrigado a receber outra, ainda quemais valiosa.

Art. 864. A obrigação de dar coisa certaabrange-lhe os acessórios, posto nãomencionados, salvo se o contrário resul-tar do título, ou das circunstâncias docaso.

Art. 865. Se, no caso do artigo anteceden-te, a coisa se perder, sem culpa do deve-dor, antes da tradição, ou pendente a con-dição suspensiva, fica resolvida a obriga-ção para ambas as partes. Se a perda re-sultar de culpa do devedor, responderáeste pelo equivalente, mais as perdas edanos.

Art. 866. Deteriorada a coisa, não sendo odevedor culpado, poderá o credor resol-ver a obrigação, ou aceitar a coisa, abati-do ao seu preço o valor que perdeu.

Art. 867. Sendo culpado o devedor, pode-rá o credor exigir o equivalente, ou aceitara coisa no estado em que se acha, comdireito a reclamar, em um ou em outro caso,indenização das perdas e danos.

Art. 868. Até a tradição, pertence ao de-vedor a coisa, com os seus melhoramen-tos e acrescidos, pelos quais poderá exi-gir aumento no preço. Se o credor nãoanuir, poderá o devedor resolver a obri-gação.

Art. 869. Se a obrigação for de restituircoisa certa, e esta, sem culpa do devedor,se perder antes da tradição, sofrerá o cre-

Art. 233. A obrigação de dar coisa certaabrange os acessórios dela embora nãomencionados, salvo se o contrário resul-tar do título ou das circunstâncias docaso.

Art. 234. Se, no caso do artigo anteceden-te, a coisa se perder, sem culpa do deve-dor, antes da tradição, ou pendente a con-dição suspensiva, fica resolvida a obriga-ção para ambas as partes; se a perda re-sultar de culpa do devedor, responderáeste pelo equivalente e mais perdas e da-nos.

Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo odevedor culpado, poderá o credor resol-ver a obrigação, ou aceitar a coisa, abati-do de seu preço o valor que perdeu.

Art. 236. Sendo culpado o devedor, pode-rá o credor exigir o equivalente, ou aceitara coisa no estado em que se acha, comdireito a reclamar, em um ou em outro caso,indenização das perdas e danos.

Art. 237. Até a tradição pertence ao deve-dor a coisa, com os seus melhoramentose acrescidos, pelos quais poderá exigiraumento no preço; se o credor não anuir,poderá o devedor resolver a obrigação.Parágrafo único. Os frutos percebidos sãodo devedor, cabendo ao credor os pen-dentes.

Art. 238. Se a obrigação for de restituircoisa certa, e esta, sem culpa do devedor,se perder antes da tradição, sofrerá o cre-

Page 71: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

dor a perda antes da tradição, sofrerá ocredor a perda, e a obrigação se resolve-rá, salvos, porém, a ele os seus direitosaté o dia da perda.

Art. 870. Se a coisa se perder por culpa dodevedor, vigorará o disposto no artigo 865,2o parte.

Art. 871. Se a coisa restituível se deterio-rar sem culpa do devedor recebê-la-á, talqual se ache, o credor, sem direito a inde-nização; se por culpa do devedor, obser-var-se-á o disposto no artigo 867.

Art. 872. Se, no caso do artigo 869, a coisativer melhoramento ou aumento sem des-pesa, ou trabalho do devedor, lucrará ocredor o melhoramento, ou aumento, sempagar indenização.

Art. 873. Se para o melhoramento, ou au-mento, empregou o devedor trabalho oudispêndio, vigorará o estatuído nos arti-gos 516 a 519.

Parágrafo único. Quanto aos frutos per-cebidos, observar-se-á o disposto nosartigos 510 a 513.

Seção II – Das Obrigações de Dar CoisaIncerta

Art. 874. A coisa incerta será indicada, aomenos, pelo gênero e quantidade.

Art. 875. Nas coisas determinadas pelogênero e pela quantidade, a escolha per-tence ao devedor, se o contrário não re-

dor a perda, e a obrigação se resolverá,ressalvados os seus direitos até o dia daperda.

Art. 239. Se a coisa se perder por culpa dodevedor, responderá este pelo equivalen-te, mais perdas e danos.

Art. 240. Se a coisa restituível se deterio-rar sem culpa do devedor, recebê-la-á ocredor, tal qual se ache, sem direito a in-denização; se por culpa do devedor, ob-servar-se-á o disposto no art. 239.

Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobreviermelhoramento ou acréscimo à coisa, semdespesa ou trabalho do devedor, lucraráo credor, desobrigado de indenização.

Art. 242. Se para o melhoramento, ou au-mento, empregou o devedor trabalho oudispêndio, o caso se regulará pelas nor-mas deste Código atinentes àsbenfeitorias realizadas pelo possuidor deboa-fé ou de má-fé.

Parágrafo único. Quanto aos frutos per-cebidos, observar-se-á, do mesmo modo,o disposto neste Código, acerca do pos-suidor de boa-fé ou de má-fé.

Seção II – Das Obrigações de Dar CoisaIncerta

Art. 243. A coisa incerta será indicada, aomenos, pelo gênero e pela quantidade.

Art. 244. Nas coisas determinadas pelogênero e pela quantidade, a escolha per-tence ao devedor, se o contrário não re-

Page 72: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

sultar do título da obrigação. Mas nãopoderá dar a coisa pior, nem será obriga-do a prestar a melhor.

Art. 876. Feita a escolha, vigorará o dis-posto na seção anterior.

Art. 877. Antes da escolha, não poderá odevedor alegar perda ou deterioração dacoisa, ainda que por força maior, ou casofortuito.

Capítulo II – Das Obrigações de Fazer

Art. 880. Incorre também na obrigação deindenizar perdas e danos o devedor querecusar a prestação a ele só imposta, ousó por ele exequível.

Art. 878. Na obrigação de fazer, o credornão é obrigado a aceitar de terceiro a pres-tação, quando for convencionado que odevedor a faça pessoalmente.

Art. 879. Se a prestação do fato se impos-sibilitar sem culpa do devedor, resolver-se-á obrigação; se por culpa do devedor,responderá este pelas perdas e danos.

Art. 881. Se o fato puder ser executadopor terceiro, será livre ao credor mandá-loexecutar à custa do devedor, havendo re-cusa ou mora deste, ou pedir indenizaçãopor perdas e danos.

Capítulo III – Das Obrigações de Não-Fazer

sultar do título da obrigação; mas nãopoderá dar a coisa pior, nem será obriga-do a prestar a melhor.

Art. 245. Cientificado da escolha o credor,vigorará o disposto na Seção antecedente.

Art. 246. Antes da escolha, não poderá odevedor alegar perda ou deterioração dacoisa, ainda que por força maior ou casofortuito.

Capítulo II – Das Obrigações de Fazer

Art. 247. Incorre na obrigação de indeni-zar perdas e danos o devedor que recusara prestação a ele só imposta, ou só por eleexeqüível.

Art. 248. Se a prestação do fato tornar-seimpossível sem culpa do devedor, resol-ver-se-á a obrigação; se por culpa dele,responderá por perdas e danos.

Art. 249. Se o fato puder ser executadopor terceiro, será livre ao credor mandá-loexecutar à custa do devedor, havendo re-cusa ou mora deste, sem prejuízo da inde-nização cabível.

Parágrafo único. Em caso de urgência,pode o credor, independentemente deautorização judicial, executar ou mandarexecutar o fato, sendo depois ressarcido.

Capítulo III – Das Obrigações de Não-Fazer

Page 73: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

Art. 882. Extingue-se a obrigação de nãofazer, desde que, sem culpa do devedor,se lhe torne impossível abster-se do fatoque se obrigou a não praticar.

Art. 883. Praticado pelo devedor o ato, acuja abstenção se obrigara, o credor podeexigir dele que o desfaça, sob pena de sedesfazer à sua custa, ressarcindo o culpa-do perdas e danos.

Capítulo IV – Das Obrigações Alternati-vas

Art. 884. Nas obrigações alternativas, aescolha cabe ao devedor, se outra coisanão se estipulou.

§ 1o Não pode, porém, o devedor obrigaro credor a receber parte em uma presta-ção e parte em outra.

§ 2o Quando a obrigação for de presta-ções anuais, subentender-se-á, para odevedor, o direito de exercer cada ano aopção.

Art. 250. Extingue-se a obrigação de nãofazer, desde que, sem culpa do devedor,se lhe torne impossível abster-se do ato,que se obrigou a não praticar.

Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, acuja abstenção se obrigara, o credor podeexigir dele que o desfaça, sob pena de sedesfazer à sua custa, ressarcindo o culpa-do perdas e danos.

Parágrafo único. Em caso de urgência,poderá o credor desfazer ou mandar des-fazer, independentemente de autorizaçãojudicial, sem prejuízo do ressarcimentodevido.

Capítulo IV – Das Obrigações Alternati-vas

Art. 252. Nas obrigações alternativas, aescolha cabe ao devedor, se outra coisanão se estipulou.

§ 1o Não pode o devedor obrigar o credora receber parte em uma prestação e parteem outra.

§ 2o Quando a obrigação for de presta-ções periódicas, a faculdade de opçãopoderá ser exercida em cada período.

§ 3o No caso de pluralidade de optantes,não havendo acordo unânime entre eles,decidirá o juiz, findo o prazo por este assi-nado para a deliberação.

§ 4o Se o título deferir a opção a terceiro, eeste não quiser, ou não puder exercê-la,caberá ao juiz a escolha se não houveracordo entre as partes.

Page 74: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 885. Se uma das duas prestações nãopuder ser objeto de obrigação, ou se tor-nar inexeqüível, subsitirá o débito quantoà outra.

Art. 886. Se, por culpa do devedor, nãose puder cumprir nenhuma das presta-ções, não competindo ao credor a es-colha, ficará aquele obrigado a pagar ovalor da que por último se impossibili-tou, mais as perdas e danos que o casodeterminar.

Art. 887. Quando a escolha couber ao cre-dor e uma das prestações se tornar im-possível por culpa do devedor, o credorterá direito de exigir ou a prestaçãosubsistente ou o valor da outra, com per-das e danos. Se por culpa do devedor,ambas se tornarem inexeqüíveis, poderáo credor reclamar o valor de qualquer dasduas, além da indenização pelas perdas edanos.

Art. 888. Se todas as prestações se torna-rem impossíveis, sem culpa do devedor,extinguir-se-á a obrigação.

Capítulo V – Das Obrigações Divisíveis eIndivisíveis

Art. 889. Ainda que a obrigação tenha porobjeto prestação divisível, não pode ocredor ser obrigado a receber, nem o de-vedor a pagar, por partes, se assim não seajustou.

Art. 890. Havendo mais de um devedorou mais de um credor em obrigação divi-sível, esta presume-se dividida em tantasobrigações, iguais e distintas, quantos oscredores, ou devedores.

Art. 253. Se uma das duas prestações nãopuder ser objeto de obrigação ou se tor-nada inexeqüível, subsistirá o débito quan-to à outra.

Art. 254. Se, por culpa do devedor, nãose puder cumprir nenhuma das presta-ções, não competindo ao credor a es-colha, ficará aquele obrigado a pagar ovalor da que por último se impossibili-tou, mais as perdas e danos que o casodeterminar.

Art. 255. Quando a escolha couber ao cre-dor e uma das prestações tornar-se im-possível por culpa do devedor, o credorterá direito de exigir a prestaçãosubsistente ou o valor da outra, com per-das e danos; se, por culpa do devedor,ambas as prestações se tornareminexeqüíveis, poderá o credor reclamar ovalor de qualquer das duas, além da inde-nização por perdas e danos.

Art. 256. Se todas as prestações se torna-rem impossíveis sem culpa do devedor,extinguir-se-á a obrigação.

Capítulo V – Das Obrigações Divisíveis eIndivisíveis

Art. 257. Havendo mais de um devedorou mais de um credor em obrigação divi-sível, esta presume-se dividida em tantasobrigações, iguais e distintas, quantos oscredores ou devedores.

Page 75: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

Art. 891. Se, havendo dois ou mais deve-dores, a prestação não for divisível cadaum será obrigado pela dívida toda.

Parágrafo único. O devedor, que paga adívida, sub-roga-se no direito do credorem relação aos outros coobrigados.

Art. 892. Se a pluralidade for dos credo-res, poderá cada um destes exigir a dívidainteira. Mas o devedor ou devedores sedesobrigarão, pagando:I – a todos conjuntamente;II – a um, dando este caução de ratifica-ção dos outros credores.

Art. 893. Se um só dos credores remitir adívida, a obrigação não ficará extinta paracom os outros, mas estes só a poderãoexigir, descontada a quota do credorremitente.

Art. 894. Se um dos credores remitir a dí-vida, a obrigação não ficará extinta paracom os outros; mas estes só poderão exi-gir, descontada a quota do credorremitente.

Parágrafo único. O mesmo se observaráno caso de transação, novação, compen-sação ou confusão.

Art. 895. Perde a qualidade de indivisívela obrigação que se resolver em perdas edanos.

Art. 258. A obrigação é indivisível quan-do a prestação tem por objeto uma coisaou um fato não suscetíveis de divisão,por sua natureza, por motivo de ordemeconômica, ou dada a razão determinantedo negócio jurídico.

Art. 259. Se, havendo dois ou mais deve-dores, a prestação não for divisível, cadaum será obrigado pela dívida toda.

Parágrafo único. O devedor, que paga adívida, sub-roga-se no direito do credorem relação aos outros coobrigados.

Art. 260. Se a pluralidade for dos credo-res, poderá cada um destes exigir a dívidainteira; mas o devedor ou devedores sedesobrigarão, pagando:I – a todos conjuntamente;II – a um, dando este caução de ratifica-ção dos outros credores.

Art. 261. Se um só dos credores receber aprestação por inteiro, a cada um dos ou-tros assistirá o direito de exigir dele emdinheiro a parte que lhe caiba no total.

Art. 262. Se um dos credores remitir a dí-vida, a obrigação não ficará extinta paracom os outros; mas estes só a poderãoexigir, descontada a quota do credorremitente.

Parágrafo único. O mesmo critério se ob-servará no caso de transação, novação,compensação ou confusão.

Art. 263. Perde a qualidade de indivisívela obrigação que se resolver em perdas edanos.

Page 76: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

§ 1o Se, para esse efeito, houver culpa detodos os devedores, responderão todospor partes iguais.

§ 2o Se for de um só a culpa, ficarão exo-nerados os outros, respondendo só essepelas perdas e danos.

Capítulo VI – Das Obrigações Solidárias

Seção I – Disposições Gerais

Art. 896. A solidariedade não se presume;resulta de lei ou da vontade das partes.

Parágrafo único. Há solidariedade quan-do na mesma obrigação concorre mais deum credor, ou mais de um devedor, cadaum com um direito, ou obrigado à dívidatoda.

Art. 897. A obrigação solidária pode serpura e simples para um dos co-credoresou co-devedores, e condicional ou a pra-zo, para o outro.

Seção II – Da Solidariedade Ativa

Art. 898. Cada um dos credores solidáriostem direito a exigir do devedor o cumpri-mento da prestação, por inteiro.

Art. 899. Enquanto algum dos credoressolidários não demandar o devedor co-mum, a qualquer deles poderá este pagar.

§ 1o Se, para efeito do disposto neste arti-go, houver culpa de todos os devedores,responderão todos por partes iguais.

§ 2o Se for de um só a culpa, ficarão exo-nerados os outros, respondendo só essepelas perdas e danos.

Capítulo VI – Das Obrigações Solidárias

Seção I – Disposições Gerais

Art. 264. Há solidariedade, quando namesma obrigação concorre mais de umcredor, ou mais de um devedor, cada umcom direito, ou obrigado, à dívida toda.

Art. 265. A solidariedade não se presume;resulta da lei ou da vontade das partes.

Art. 266. A obrigação solidária pode serpura e simples para um dos co-credoresou co-devedores, e condicional, ou a pra-zo, ou pagável em lugar diferente, para ooutro.

Seção II – Da Solidariedade Ativa

Art. 267. Cada um dos credores solidáriostem direito a exigir do devedor o cumpri-mento da prestação por inteiro.

Art. 268. Enquanto alguns dos credoressolidários não demandarem o devedorcomum, a qualquer daqueles poderá estepagar.

Page 77: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

Art. 900. O pagamento feito a um dos cre-dores solidários extingue inteiramente adívida.

Parágrafo único. O mesmo efeito resultada novação, da compensação e da remis-são.

Art. 901. Se falecer um dos credores soli-dários, deixando herdeiros, cada um des-tes só terá direito a exigir e receber a quo-ta do crédito que corresponder ao seuquinhão hereditário, salvo se a obrigaçãofor indivisível.

Art. 902. Convertendo-se a prestação emperdas e danos, subsiste a solidariedade,e em proveito de todos os credores cor-rem os juros da mora.

Art. 903. O credor que tiver remitido a dívi-da ou recebido o pagamento, responderáaos outros pela parte, que lhes caiba.

Seção III – Da Solidariedade Passiva

Art. 904. O credor tem direito a exigir ereceber de um ou alguns dos devedores,parcial, ou totalmente, a dívida comum.No primeiro caso, todos os demais deve-dores continuam obrigados solidariamen-te pelo resto.

Art. 269. O pagamento feito a um dos cre-dores solidários extingue a dívida até omontante do que foi pago.

Art. 270. Se um dos credores solidáriosfalecer deixando herdeiros, cada um des-tes só terá direito a exigir e receber a quo-ta do crédito que corresponder ao seuquinhão hereditário, salvo se a obrigaçãofor indivisível.

Art. 271. Convertendo-se a prestação emperdas e danos, subsiste, para todos osefeitos, a solidariedade.

Art. 272. O credor que tiver remitido a dí-vida ou recebido o pagamento responde-rá aos outros pela parte que lhes caiba.

Art. 273. A um dos credores solidários nãopode o devedor opor as exceções pesso-ais oponíveis aos outros.

Art. 274. O julgamento contrário a um doscredores solidários não atinge os demais;o julgamento favorável aproveita-lhes, amenos que se funde em exceção pessoalao credor que o obteve.

Seção III – Da Solidariedade Passiva

Art. 275. O credor tem direito a exigir ereceber de um ou de alguns dos devedo-res, parcial ou totalmente, a dívida comum;se o pagamento tiver sido parcial, todosos demais devedores continuam obriga-dos solidariamente pelo resto.

Page 78: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 905. Se morrer um dos devedores so-lidários, deixando herdeiros, cada um des-tes não será obrigado a pagar senão aquota que corresponder ao seu quinhãohereditário, salvo se a obrigação

Art. 906. O pagamento parcial feito porum dos devedores e a remissão por eleobtida não aproveitam aos outros deve-dores, senão até à concorrência da quan-tia paga, ou relevada.

Art. 907. Qualquer cláusula, condição, ouobrigação adicional, estipulada entre umdos devedores solidários e o credor, nãopoderá agravar a posição dos outros semconsentimento destes.

Art. 908. Impossibilitando-se a prestaçãopor culpa de um dos devedores solidári-os, subsiste para todos o encargo de pa-gar o equivalente; mas pelas perdas e da-nos só responde o culpado.

Art. 909. Todos os devedores respondempelos juros da mora, ainda que a ação te-nha sido proposta somente contra um;mas o culpado responde aos outros pelaobrigação acrescida.

Art. 910. O credor, propondo ação contraum dos devedores solidários, não fica ini-bido de acionar os outros.

Parágrafo único. Não importará renúnciada solidariedade a propositura de açãopelo credor contra um ou alguns dos de-vedores.

Art. 276. Se um dos devedores solidáriosfalecer deixando herdeiros, nenhumdestes será obrigado a pagar senão aquota que corresponder ao seu qui-nhão hereditário, salvo se a obrigaçãofor indivisível; mas todos reunidos se-rão considerados como um devedorsolidário em relação aos demais deve-dores.

Art. 277. O pagamento parcial feito porum dos devedores e a remissão por eleobtida não aproveitam aos outros deve-dores, senão até à concorrência da quan-tia paga ou relevada.

Art. 278. Qualquer cláusula, condição ouobrigação adicional, estipulada entre umdos devedores solidários e o credor, nãopoderá agravar a posição dos outros semconsentimento destes.

Art. 279. Impossibilitando-se a prestaçãopor culpa de um dos devedores solidári-os, subsiste para todos o encargo de pa-gar o equivalente; mas pelas perdas e da-nos só responde o culpado.

Art. 280. Todos os devedores respondempelos juros da mora, ainda que a ação te-nha sido proposta somente contra um;mas o culpado responde aos outros pelaobrigação acrescida.

Page 79: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

Art. 911. O devedor demandado podeopor ao credor as exceções que lhe forempessoais e as comuns a todos; não lheaproveitando, porém, as pessoais a outroco-devedor.

Art. 912. O credor pode renunciar a soli-dariedade em favor de um, alguns, ou to-dos os devedores.

Parágrafo único. Se o credor exonerar dasolidariedade um ou mais devedores, aosoutros só lhe ficará o direito de acionar,abatendo no débito a parte corresponden-te aos devedores, cuja obrigação remitiu.

Art. 913. O devedor que satisfez a dívidapor inteiro, tem direito a exigir de cada umdos co-devedores a sua quota, dividin-do-se igualmente por todos a do insol-vente, se o houver. Presumem-se iguais,no débito, as partes de todos os co-deve-dores.

Art. 914. No caso de rateio, entre os co-devedores, pela parte que na obrigaçãoincumbia ao insolvente, contribuirão tam-bém os exonerados da solidariedade pelocredor.

Art. 915. Se a dívida solidária interessarexclusivamente a um dos devedores, res-ponderá este por toda ela para com aque-le que pagar.

Título III – Da Cessão de Crédito

Art. 1.065. O credor pode ceder o seu cré-dito, se a isso não se opuser a natureza da

Art. 281. O devedor demandado pode oporao credor as exceções que lhe forem pes-soais e as comuns a todos; não lhe apro-veitando as exceções pessoais a outro co-devedor.

Art. 282. O credor pode renunciar à soli-dariedade em favor de um, de alguns oude todos os devedores.

Parágrafo único. Se o credor exonerar dasolidariedade um ou mais devedores, sub-sistirá a dos demais.

Art. 283. O devedor que satisfez a dívidapor inteiro tem direito a exigir de cada umdos co-devedores a sua quota, dividin-do-se igualmente por todos a do insol-vente, se o houver, presumindo-se iguais,no débito, as partes de todos os co-deve-dores.

Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exo-nerados da solidariedade pelo credor, pelaparte que na obrigação incumbia ao in-solvente.

Art. 285. Se a dívida solidária interessarexclusivamente a um dos devedores, res-ponderá este por toda ela para com aque-le que pagar.

Título II – Da Transmissão das Obriga-ções

Capítulo I – Da Cessão de Crédito

Art. 286. O credor pode ceder o seu crédi-to, se a isso não se opuser a natureza da

Page 80: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

obrigação, a lei, ou a convenção com odevedor.

Art. 1.066. Salvo disposição em contrário,na cessão de um crédito se abrangem to-dos os seus acessórios.

Art. 1.067. Não vale, em relação a tercei-ros, a transmissão de um crédito, se nãose celebrar mediante instrumento públi-co, ou instrumento particular revestidodas solenidades do artigo 135.

Parágrafo único. O cessionário de créditohipotecário tem, como o sub-rogado, odireito de fazer inscrever a cessão à mar-gem da inscrição principal.

Art. 1.068. A disposição do artigo antece-dente, parte primeira, não se aplica à trans-ferência de créditos, operada por lei ousentença.

Art. 1.069. A cessão de crédito não valeem relação ao devedor, senão quando aeste notificada; mas por notificado se temo devedor que, em escrito público ou par-ticular, se declarou ciente da cessão feita.

Art. 1.070. Ocorrendo várias cessões domesmo crédito, prevalece a que se com-pletar com a tradição do título de créditocedido.

Art. 1.071. Fica desobrigado o devedorque, antes de ter conhecimento da ces-são, paga ao credor primitivo, ou que, nocaso de mais de uma cessão notificada,

obrigação, a lei, ou a convenção com odevedor; a cláusula proibitiva da cessãonão poderá ser oposta ao cessionário deboa-fé, se não constar do instrumento daobrigação.

Art. 287. Salvo disposição em contrário,na cessão de um crédito abrangem-se to-dos os seus acessórios.

Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros,a transmissão de um crédito, se não cele-brar-se mediante instrumento público, ouinstrumento particular revestido das so-lenidades do § 1o do art. 654.

Art. 289. O cessionário de crédito hipote-cário tem o direito de fazer averbar a ces-são no registro do imóvel.

Art. 290. A cessão do crédito não tem efi-cácia em relação ao devedor, senão quan-do a este notificada; mas por notificadose tem o devedor que, em escrito públicoou particular, se declarou ciente da ces-são feita.

Art. 291. Ocorrendo várias cessões domesmo crédito, prevalece a que se com-pletar com a tradição do título do créditocedido.

Art. 292. Fica desobrigado o devedor que,antes de ter conhecimento da cessão,paga ao credor primitivo, ou que, no casode mais de uma cessão notificada, paga

Page 81: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

paga ao cessionário, que lhe apresenta,com o título da cessão, o da obrigaçãocedida.

Art. 1.072. O devedor pode opor tanto aocessionário como ao cedente as exceçõesque lhe competirem no momento em quetiver conhecimento da cessão; mas, nãopode opor ao cessionário de boa-fé a si-mulação do cedente.

Art. 1.073. Na cessão por título oneroso,o cedente, ainda que se não responsabili-ze, fica responsável ao cessionário pelaexistência do crédito ao tempo que lhocedeu. A mesma responsabilidade lhe cabenas cessões por título gratuito, se tiverprocedido de má-fé.

Art. 1.074. Salvo estipulação em contrá-rio, o cedente não responde pela solvên-cia do devedor.

Art. 1.075. O cedente, responsável aocessionário pela solvência do devedor,não responde por mais do que daquelerecebeu, com os respectivos juros; mastem de ressarcir-lhes as despesas da ces-são e as que o cessionário houver feito acobrança.

Art. 1.076. Quando a transferência do cré-dito se opera por força de lei, o credororiginário não responde pela realidade dadívida, nem pela solvência do devedor.

ao cessionário que lhe apresenta, com otítulo de cessão, o da obrigação cedida;quando o crédito constar de escriturapública, prevalecerá a prioridade da noti-ficação.

Art. 293. Independentemente do conhe-cimento da cessão pelo devedor, pode ocessionário exercer os atos conservatóri-os do direito cedido.

Art. 294. O devedor pode opor aocessionário as exceções que lhe competi-rem, bem como as que, no momento emque veio a ter conhecimento da cessão,tinha contra o cedente.

Art. 295. Na cessão por título oneroso, ocedente, ainda que não se responsabilize,fica responsável ao cessionário pela exis-tência do crédito ao tempo em que lhecedeu; a mesma responsabilidade lhe cabenas cessões por título gratuito, se tiverprocedido de má-fé.

Art. 296. Salvo estipulação em contrário,o cedente não responde pela solvênciado devedor.

Art. 297. O cedente, responsável aocessionário pela solvência do devedor,não responde por mais do que daquelerecebeu, com os respectivos juros; mastem de ressarcir-lhe as despesas da ces-são e as que o cessionário houver feitocom a cobrança.

Page 82: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.077. O crédito, uma vez penhorado,não pode mais ser transferido pelo credorque tiver conhecimento da penhora; maso devedor que o pagar, não tendo notifi-cação dela, fica exonerado, subsistindosomente contra o credor os direitos deterceiro.

Art. 1.078. AS disposições deste títuloaplicam-se à cessão de outros direitospara os quais não haja modo especial detransferência.

Art. 298. O crédito, uma vez penhorado,não pode mais ser transferido pelo credorque tiver conhecimento da penhora; maso devedor que o pagar, não tendo notifi-cação dela, fica exonerado, subsistindosomente contra o credor os direitos deterceiro.

Capítulo II – Da Assunção de Dívida

Art. 299. É facultado a terceiro assumir aobrigação do devedor, com o consenti-mento expresso do credor, ficando exone-rado o devedor primitivo, salvo se aque-le, ao tempo da assunção, era insolventee o credor o ignorava.Parágrafo único. Qualquer das partespode assinar prazo ao credor para queconsinta na assunção da dívida, interpre-tando-se o seu silêncio como recusa.

Art. 300. Salvo assentimento expresso dodevedor primitivo, consideram-se extintas,a partir da assunção da dívida, as garanti-as especiais por ele originariamente da-das ao credor.

Art. 301. Se a substituição do devedor viera ser anulada, restaura-se o débito, comtodas as suas garantias, salvo as garanti-as prestadas por terceiros, exceto se esteconhecia o vício que inquinava a obriga-ção.

Art. 302. O novo devedor não pode oporao credor as exceções pessoais que com-petiam ao devedor primitivo.

Page 83: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

Título II – Dos Efeitos das Obrigações

Capítulo I – Disposições Gerais

Art. 928. A obrigação, não sendopersonalíssima, opera, assim entre as par-tes, como entre seus herdeiros.

Art. 929. Aquele que tiver prometido fatode terceiro responderá por perdas e da-nos, quando este o não executar.

Capítulo II – Do Pagamento

Seção I – De Quem Deve Pagar

Art. 930. Qualquer interessado na extinçãoda dívida pode pagá-la, usando, se o cre-dor se opuser, dos meios conducentes àexoneração do devedor.

Parágrafo único. Igual direito cabe ao ter-ceiro não interessado, se o fizer em nomee por conta do devedor.

Art. 931. O terceiro não interessado quepaga a dívida em seu próprio nome, temdireito a reembolsar-se do que pagar; masnão se sub-roga nos direitos do credor.

Parágrafo único. SE pagar antes devencida a dívida, só terá direito ao reem-bolso no vencimento.

Art. 303. O adquirente de imóvel hipote-cado pode tomar a seu cargo o pagamen-to do crédito garantido; se o credor, noti-ficado, não impugnar em trinta dias a trans-ferência do débito, entender-se-á dado oassentimento.

Título III – Do Adimplemento e Extinçãodas Obrigações

Capítulo I – Do Pagamento

Seção I – De Quem Deve Pagar

Art. 304. Qualquer interessado na extinçãoda dívida pode pagá-la, usando, se o cre-dor se opuser, dos meios conducentes àexoneração do devedor.

Parágrafo único. Igual direito cabe ao ter-ceiro não interessado, se o fizer em nomee à conta do devedor, salvo oposição des-te.

Art. 305. O terceiro não interessado, quepaga a dívida em seu próprio nome, temdireito a reembolsar-se do que pagar; masnão se sub-roga nos direitos do credor.

Parágrafo único. Se pagar antes devencida a dívida, só terá direito ao reem-bolso no vencimento.

Page 84: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 932. Opondo-se o devedor, com jus-to motivo, ao pagamento de sua dívidapor outrem, se ele, não obstante, se efetu-ar, não será o devedor obrigado areembolsá-lo, senão até à importância emque lhe aproveite.

Art. 933. Só valerá o pagamento, que im-portar em transmissão da propriedade,quando feito por quem possa alienar oobjeto, em que ele consistiu.

Parágrafo único. Se, porém, se der em pa-gamento coisa fungível, não se poderámais reclamar do credor, que, de boa-fé, arecebeu, e consumiu, ainda que o solventenão tivesse o direito de alheá-la.

Seção II – Daqueles a Quem se Deve Pagar

Art. 934. O pagamento deve ser feito aocredor ou a quem de direito o represente,sob pena de só valer depois de por eleratificado, ou tanto quanto reverter em seuproveito.

Art. 935. O pagamento feito de boa-fé aocredor putativo é válido, ainda provan-do-se depois que não era credor.

Art. 936. Não vale, porém, o pagamentocientemente feito ao credor incapaz dequitar, se o devedor não provar que embenefício dele efetivamente reverteu.

Art. 937. Considera-se autorizado a rece-ber o pagamento o portador da quitação,exceto se as circunstâncias contrariarema presunção daí resultante.

Art. 938. Se o devedor pagar ao credor,apesar de intimado da penhora feita so-

Art. 306. O pagamento feito por terceiro,com desconhecimento ou oposição dodevedor, não obriga a reembolsar aqueleque pagou, se o devedor tinha meios parailidir a ação.

Art. 307. Só terá eficácia o pagamento queimportar transmissão da propriedade,quando feito por quem possa alienar oobjeto em que ele consistiu.

Parágrafo único. Se se der em pagamentocoisa fungível, não se poderá mais recla-mar do credor que, de boa-fé, a recebeu econsumiu, ainda que o solvente não ti-vesse o direito de aliená-la.

Seção II – Daqueles a Quem se Deve Pagar

Art. 308. O pagamento deve ser feito aocredor ou a quem de direito o represente,sob pena de só valer depois de por eleratificado, ou tanto quanto reverter em seuproveito.

Art. 309. O pagamento feito de boa-fé aocredor putativo é válido, ainda provadodepois que não era credor.

Art. 310. Não vale o pagamento ciente-mente feito ao credor incapaz de quitar, seo devedor não provar que em benefíciodele efetivamente reverteu.

Art. 311. Considera-se autorizado a rece-ber o pagamento o portador da quitação,salvo se as circunstâncias contrariarem apresunção daí resultante.

Art. 312. Se o devedor pagar ao credor,apesar de intimado da penhora feita so-

Page 85: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

bre o crédito, ou da impugnação a ele opos-ta por terceiros, o pagamento não valerácontra estes, que poderão constranger odevedor a pagar de novo, ficando-lhe, en-tretanto, salvo o regresso contra o credor.

Seção III – Do Objeto de Pagamento esua Prova

Art. 947. O pagamento em dinheiro, semdeterminação da espécie, far-se-á em mo-eda corrente no lugar do cumprimento daobrigação.

§ 1o É, porém, lícito às partes estipularque se efetue em certa e determinada es-pécie de moeda, nacional ou estrangeira.

§ 2o O devedor, no caso do parágrafo an-tecedente, pode, entretanto, optar entre opagamento na espécie designada no títu-lo e o seu equivalente em moeda correnteno lugar da prestação, ao câmbio do diado vencimento. Não havendo cotaçãonesse dia, prevalecerá a imediatamenteanterior.

§ 3o Quando o devedor incorrer em mora eo ágio tiver variado entre a data do venci-mento e a do pagamento, o credor podeoptar por um deles, não se havendo esti-pulado câmbio fixo.

bre o crédito, ou da impugnação a ele opos-ta por terceiros, o pagamento não valerácontra estes, que poderão constranger odevedor a pagar de novo, ficando-lhe res-salvado o regresso contra o credor.

Seção III – Do Objeto do Pagamento esua Prova

Art. 313. O credor não é obrigado a rece-ber prestação diversa da que lhe é devi-da, ainda que mais valiosa.

Art. 314. Ainda que a obrigação tenha porobjeto prestação divisível, não pode ocredor ser obrigado a receber, nem o de-vedor a pagar, por partes, se assim não seajustou.

Art. 315. As dívidas em dinheiro deverãoser pagas no vencimento, em moeda cor-rente e pelo valor nominal, salvo o dis-posto nos artigos subseqüentes.

Page 86: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

§ 4o Se ao cotação variou no mesmo dia,tomar-se-á por base a média do mercadonessa data.

Art. 939. O devedor, que paga, tem direitoa quitação regular, e pode reter o paga-mento, enquanto lhe não for dada.

Art. 940. A quitação designará o valor e aespécie da dívida quitada, o nome do de-vedor, ou quem por este pagou, o tempo eo lugar do pagamento, com assinatura docredor, ou do seu representante.

Art. 941. Recusando o credor a quita-ção ou não a dando na devida forma,pode o devedor citá-lo para esse fim, e

Art. 316. É lícito convencionar o aumentoprogressivo de prestações sucessivas.

Art. 317. Quando, por motivosimprevisíveis, sobrevier desproporçãomanifesta entre o valor da prestação de-vida e o do momento de sua execução,poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte,de modo que assegure, quanto possível,o valor real da prestação.

Art. 318. São nulas as convenções de pa-gamento em ouro ou em moeda estrangei-ra, bem como para compensar a diferençaentre o valor desta e o da moeda nacional,excetuados os casos previstos na legisla-ção especial.

Art. 319. O devedor que paga tem direitoa quitação regular, e pode reter o paga-mento, enquanto não lhe seja dada.

Art. 320. A quitação, que sempre poderáser dada por instrumento particular, de-signará o valor e a espécie da dívida qui-tada, o nome do devedor, ou quem poreste pagou, o tempo e o lugar do paga-mento, com a assinatura do credor, ou doseu representante.

Parágrafo único. Ainda sem os requisitosestabelecidos neste artigo valerá a quita-ção, se de seus termos ou das circunstân-cias resultar haver sido paga a dívida.

Page 87: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

ficará quitado pela sentença, que conde-nar o credor.

Art. 942. Nos débitos, cuja quitação con-sista na devolução do título, perdido este,poderá o devedor exigir, retendo o paga-mento, declaração do credor que inutilizeo título sumido.

Art. 943. Quando o pagamento for emquotas periódicas, a quitação da últimaestabelece, até prova em contrário, a pre-sunção de estarem solvidas as anterio-res.

Art. 944. Sendo a quitação do capital semreserva dos juros, estes presumem-se pa-gos.

Art. 945. A entrega do título ao devedorfirma a presunção do pagamento.

§ 1o Ficará, porém, sem efeito a quitaçãoassim operada se o credor provar, dentroem sessenta dias, o não pagamento.

§ 2o Não se permite esta prova, quando seder a quitação por escritura pública

Art. 946. Presumem-se a cargo do deve-dor as despesas com o pagamento e qui-tação. Se porém, o credor mudar dedomicílo ou morrer, deixando herdeiros emlugares diferentes, correrá por conta docredor a despesa acrescida.

Art. 948. Nas indenizações por fato ilícitoprevalecerá o valor mais favorável ao le-sado.

Art. 949. Se o pagamento se houver defazer por medida, ou peso, entender-se-á,

Art. 321. Nos débitos, cuja quitação con-sista na devolução do título, perdido este,poderá o devedor exigir, retendo o paga-mento, declaração do credor que inutilizeo título desaparecido.

Art. 322. Quando o pagamento for emquotas periódicas, a quitação da últimaestabelece, até prova em contrário, a pre-sunção de estarem solvidas as anterio-res.

Art. 323. Sendo a quitação do capital semreserva dos juros, estes presumem-se pa-gos.

Art. 324. A entrega do título ao devedorfirma a presunção do pagamento.

Parágrafo único. Ficará sem efeito a qui-tação assim operada se o credor provar,em sessenta dias, a falta do pagamento.

Art. 325. Presumem-se a cargo do deve-dor as despesas com o pagamento e aquitação; se ocorrer aumento por fato docredor, suportará este a despesa acresci-da.

Art. 326. Se o pagamento se houver defazer por medida, ou peso, entender-se-á,

Page 88: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

no silêncio das partes, que aceitaram osdo lugar da execução.

Seção IV – Do Lugar do Pagamento

Art. 950. Efetuar-se-á o pagamento nodomicílio do devedor, salvo se as partesconvencionarem diversamente, ou se ocontrário dispuserem as circunstâncias, anatureza da obrigação ou a lei.

Parágrafo único. Designados dois ou maislugares, cabe ao credor entre eles a escolha.

Art. 951. Se o pagamento consistir na tra-dição de um imóvel, ou em prestações re-lativas a imóvel, far-se-á no lugar ondeeste se acha.

Seção V – Do Tempo do Pagamento

Art. 952. Salvo disposição especial desteCódigo e não tendo sido ajustada épocapara o pagamento, o credor pode exigi-loimediatamente.

Art. 953. As obrigações condicionaiscumprem-se na data do implemento dacondição, incumbida ao credor a provade que deste houve ciência o devedor.

Art. 954. Ao credor assistirá o direito decobrar a dívida antes de vencido o prazo

no silêncio das partes, que aceitaram osdo lugar da execução.

Seção IV – Do Lugar do Pagamento

Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento nodomicílio do devedor, salvo se as partesconvencionarem diversamente, ou se ocontrário resultar da lei, da natureza daobrigação ou das circunstâncias.

Parágrafo único. Designados dois ou maislugares, cabe ao credor escolher entre eles.

Art. 328. Se o pagamento consistir na tra-dição de um imóvel, ou em prestações re-lativas a imóvel, far-se-á no lugar ondesituado o bem.

Art. 329. Ocorrendo motivo grave para quese não efetue o pagamento no lugar de-terminado, poderá o devedor fazê-lo emoutro, sem prejuízo para o credor.

Art. 330. O pagamento reiteradamente feitoem outro local faz presumir renúncia do cre-dor relativamente ao previsto no contrato.

Seção V – Do Tempo do Pagamento

Art. 331. Salvo disposição legal em con-trário, não tendo sido ajustada época parao pagamento, pode o credor exigi-lo ime-diatamente.

Art. 332. As obrigações condicionais cum-prem-se na data do implemento da condi-ção, cabendo ao credor a prova de quedeste teve ciência o devedor.

Art. 333. Ao credor assistirá o direito decobrar a dívida antes de vencido o prazo

Page 89: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

estipulado no contrato ou marcado nesteCódigo:I – se, executado o devedor, se abrir con-curso creditório;II – se os bens, hipotecados, empenha-dos, ou dados em anticrese, forem penho-rados em execução por outro credor;III – se cessarem, ou se tornarem insufici-entes as garantias do débito,fidejussórias, ou reais, e o devedor, inti-mado, se negar a reforçá-las.

Parágrafo único. Nos casos deste artigo,se houver, no débito, solidariedade pas-siva, não se reputará vencido quanto aosoutros devedores solventes.

Capítulo III – Do Pagamento por Consig-nação

Art. 972. Considera-se pagamento, e ex-tingue a obrigação o depósito judicial dacoisa devida, nos casos e forma legais.

Art. 973. A consignação tem lugar:I – se o credor, sem justa causa, recusarreceber o pagamento, ou dar quitação nadevida forma;II – se o credor não for, nem mandar rece-ber a coisa no lugar, tempo e condiçõesdevidas;III – se o credor for desconecido, estiverdeclarado ausente, ou residir em lugar in-certo, ou de acesso perigoso ou difícil;IV – se ocorrer dúvida sobre quem deva legi-timamente receber o objeto do pagamento;V – se pender litígio sobre o objeto dopagamento;VI – se houver concurso de preferênciaaberto contra o credor, ou se este for in-capaz de receber o pagamento.

estipulado no contrato ou marcado nesteCódigo:I – no caso de falência do devedor, ou deconcurso de credores;II – se os bens, hipotecados ou empenha-dos, forem penhorados em execução poroutro credor;III – se cessarem, ou se se tornarem insu-ficientes, as garantias do débito,fidejussórias, ou reais, e o devedor, inti-mado, se negar a reforçá-las.

Parágrafo único. Nos casos deste artigo,se houver, no débito, solidariedade pas-siva, não se reputará vencido quanto aosoutros devedores solventes.

Capítulo II – Do Pagamento em Consig-nação

Art. 334. Considera-se pagamento, e ex-tingue a obrigação, o depósito judicial ouem estabelecimento bancário da coisadevida, nos casos e forma legais.

Art. 335. A consignação tem lugar:I – se o credor não puder, ou, sem justacausa, recusar receber o pagamento, oudar quitação na devida forma;II – se o credor não for, nem mandar rece-ber a coisa no lugar, tempo e condiçãodevidos;III – se o credor for incapaz de receber, fordesconhecido, declarado ausente, ou re-sidir em lugar incerto ou de acesso peri-goso ou difícil;IV – se ocorrer dúvida sobre quem devalegitimamente receber o objeto do paga-mento;V – se pender litígio sobre o objeto dopagamento.

Page 90: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 974. Para que a consignação tenhaforça de pagamento, será mister concor-ram, em relação às pessoas, ao objeto,modo e tempo, todos os requisitos semos quais não é válido o pagamento.

Art. 975. Nos casos do artigo 973, I, II eIII, citar-se-á o credor, para vir, ou mandarreceber, e no do mesmo artigo, no IV paraprovar o seu direito.

Art. 976. O depósito requerer-se-á no lu-gar do pagamento, cessando, tanto quese efetue, para o depositante, os juros dedívida e os riscos, salvo se for julgadoimprocedente.

Art. 977. Enquanto o credor não declararque aceita o depósito, ou não o impugnar,poderá o devedor requerer o levantamen-to, pagando as respectivas despesas, esubsistindo a obrigação para todas asconsequencias de direito.

Art. 978. Julgado procedente o depósito,o devedor já não poderá levantá-lo, em-bora o credor consinta, senão de acordocom os outros devedores e fiadores.

Art. 979. O credor que, depois de contes-tar a lide ou aceitar o depósito, aquiecerno levantamento, perderá a preferência egarantia que lhe competiam com respeitoà coisa consignada, ficando para logodesobrigados os co-devedores e fiado-res, que não anuíram.

Art. 980. Se a coisa devida for corpo certoque deva ser entregue no mesmo lugaronde está, poderá o devedor citar o cre-dor para vir ou mandar recebê-la, sob penade ser depositada.

Art. 336. Para que a consignação tenhaforça de pagamento, será mister concor-ram, em relação às pessoas, ao objeto,modo e tempo, todos os requisitos semos quais não é válido o pagamento.

Art. 337. O depósito requerer-se-á no lu-gar do pagamento, cessando, tanto quese efetue, para o depositante, os juros dadívida e os riscos, salvo se for julgadoimprocedente.

Art. 338. Enquanto o credor não declararque aceita o depósito, ou não o impugnar,poderá o devedor requerer o levantamen-to, pagando as respectivas despesas, esubsistindo a obrigação para todas asconseqüências de direito.

Art. 339. Julgado procedente o depósito,o devedor já não poderá levantá-lo, em-bora o credor consinta, senão de acordocom os outros devedores e fiadores.

Art. 340. O credor que, depois de contes-tar a lide ou aceitar o depósito, aquiescerno levantamento, perderá a preferência ea garantia que lhe competiam com respei-to à coisa consignada, ficando para logodesobrigados os co-devedores e fiado-res que não tenham anuído.

Art. 341. Se a coisa devida for imóvel oucorpo certo que deva ser entregue nomesmo lugar onde está, poderá o deve-dor citar o credor para vir ou mandarrecebê-la, sob pena de ser depositada.

Page 91: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

Art. 981. Se a escolha da coisaindeterminada competir ao credor, será elecitado para este fim, sob cominação deperder o direito e de ser de´positada acoisa que o devedor escolher. Feita a es-colha pelo devedor, proceder-se-á comono artigo antecedente.

Art. 982. As despesas com o depósitoquando julgado procedente, correrão porconta do credor, e, no caso contrário porconta do devedor.

Art. 983. O devedor de obrigação litigiosaexonerar-se-á mediante consignação, mas,se pagar a qualquer dos pretendidos cre-dores, tendo conhecimento do litígio, as-sumirá o risco do pagamento.

Art. 984. Se a dívida se vencer, pendendolitígio entre credores que se pretendammutuamente excluir, poderá qualquer de-les requerer a consignação.

Capítulo IV – Do Pagamento com Sub-Rogação

Art. 985. A sub-rogação opera-se, de ple-no direito, em favor:I – do credor que paga a dívida do deve-dor comum ao credor, a quem competiadireito de preferência;II – do adquirente do imóvel hipotecado,que paga ao credor hipotecário;III – do terceiro interessado, que paga adívida pela qual era ou podia ser obriga-do, no todo ou em parte.

Art. 986. A sub-rogação é convencional:

Art. 342. Se a escolha da coisaindeterminada competir ao credor, será elecitado para esse fim, sob cominação deperder o direito e de ser depositada a coi-sa que o devedor escolher; feita a esco-lha pelo devedor, proceder-se-á como noartigo antecedente.

Art. 343. As despesas com o depósito,quando julgado procedente, correrão àconta do credor, e, no caso contrário, àconta do devedor.

Art. 344. O devedor de obrigação litigi-osa exonerar-se-á mediante consigna-ção, mas, se pagar a qualquer dos pre-tendidos credores, tendo conhecimen-to do litígio, assumirá o risco do paga-mento.

Art. 345. Se a dívida se vencer, pendendolitígio entre credores que se pretendemmutuamente excluir, poderá qualquer de-les requerer a consignação.

Capítulo III – Do Pagamento com Sub-Rogação

Art. 346. A sub-rogação opera-se, de ple-no direito, em favor:I – do credor que paga a dívida do deve-dor comum;II – do adquirente do imóvel hipoteca-do, que paga a credor hipotecário, bemcomo do terceiro que efetiva o paga-mento para não ser privado de direitosobre imóvel;III – do terceiro interessado, que paga adívida pela qual era ou podia ser obriga-do, no todo ou em parte.

Art. 347. A sub-rogação é convencional:

Page 92: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

I – quando o credor recebe o pagamentode terceiro e expressamente lhe transferetodos os seus direitos;II – quando terceira pessoa empresta aodevedor a quantia precisa para solver adívida, sob a condição expressa de ficar omutuante sub-rogado nos direitos do cre-dor satisfeito.

Art. 987. Na hipótese do artigo antece-dente, no I, vigorará o disposto quanto àcessão de créditos.

Art. 988. A sub-rogação transfere ao novocredor todos os direitos, ações, privilégi-os e garantias do primitivo, em relação àdívida, contra o devedor principal e osfiadores.

Art. 989. Na sub-rogação legal o sub-ro-gado não poderá exercer os direitos e asações do credor, senão até à soma, quetiver desembolsado para desobrigar odevedor.

Art. 990. O credor originário, só em partereembolsado, terá preferência ao sub-ro-gado, na cobrança da dívida restante, seos bens do devedor não chegarem parasaldar inteiramente o que a um e outrodever.

Capítulo V – Da Imputação do Pagamen-to

Art. 991. A pessoa obrigada, por dois oumais débitos da mesma natureza, a um sócredor, tem o direito de indicar a qual de-les oferece pagamento, se todos forem lí-quidos e vencidos. Sem consentimentodo credor, não se fará imputação do paga-mento na dívida ilíquida, ou não vencida.

I – quando o credor recebe o pagamentode terceiro e expressamente lhe transferetodos os seus direitos;II – quando terceira pessoa empresta aodevedor a quantia precisa para solver adívida, sob a condição expressa de ficar omutuante sub-rogado nos direitos do cre-dor satisfeito.

Art. 348. Na hipótese do inciso I do artigoantecedente, vigorará o disposto quantoà cessão do crédito.

Art. 349. A sub-rogação transfere ao novocredor todos os direitos, ações, privilégi-os e garantias do primitivo, em relação àdívida, contra o devedor principal e osfiadores.

Art. 350. Na sub-rogação legal o sub-ro-gado não poderá exercer os direitos e asações do credor, senão até à soma quetiver desembolsado para desobrigar odevedor.

Art. 351. O credor originário, só em partereembolsado, terá preferência ao sub-ro-gado, na cobrança da dívida restante, seos bens do devedor não chegarem parasaldar inteiramente o que a um e outrodever.

Capítulo IV – Da Imputação do Pagamen-to

Art. 352. A pessoa obrigada por dois oumais débitos da mesma natureza, a um sócredor, tem o direito de indicar a qual de-les oferece pagamento, se todos forem lí-quidos e vencidos.

Page 93: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

Art. 992. Não tendo o devedor declaradoem qual das dívidas líquidas e vencidasquer imputar o pagamento, se aceitar aquitação de uma delas, não terá direito areclamar contra a imputação feita pelo cre-dor, salvo provando haver ele cometidoviolência, ou dolo.

Art. 993. Havendo capital e juros, o paga-mento imputar-se-á primeiro nos jurosvencidos, e, depois, no capital, salvo es-tipulação em contrário, ou se o credorpassar a quitação por conta do capital.

Art. 994. Se o devedor não fizer a indica-ção do artigo 991, e a quitação for omissaquanto à imputação, esta se fará nas dívi-das líquidas e vencidas em primeiro lugar.Se as dívidas forem todas líquidas evencidas ao mesmo tempo, a imputaçãofar-se-á na mais onerosa.

Capítulo VI – Da Dação em Pagamento

Art. 995. O credor pode consentir em re-ceber coisa que não seja dinheiro, em subs-tituição da prestação que lhe era devida.

Art. 996. Determinado o preço da coisadada em pagamento, as relações entre aspartes regular-se-ão pelas normas do con-trato de compra e venda.

Art. 997. Se for título de crédito a coisadada em pagamento, a transferência im-portará em cessão.

Art. 998. Se o credor for evicto da coisarecebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva, ficando sem efei-to a quitação dada.

Art. 353. Não tendo o devedor declaradoem qual das dívidas líquidas e vencidasquer imputar o pagamento, se aceitar aquitação de uma delas, não terá direito areclamar contra a imputação feita pelo cre-dor, salvo provando haver ele cometidoviolência ou dolo.

Art. 354. Havendo capital e juros, o paga-mento imputar-se-á primeiro nos jurosvencidos, e depois no capital, salvo esti-pulação em contrário, ou se o credor pas-sar a quitação por conta do capital.

Art. 355. Se o devedor não fizer a indica-ção do art. 352, e a quitação for omissaquanto à imputação, esta se fará nas dívi-das líquidas e vencidas em primeiro lugar.Se as dívidas forem todas líquidas evencidas ao mesmo tempo, a imputaçãofar-se-á na mais onerosa.

Capítulo V – Da Dação em Pagamento

Art. 356. O credor pode consentir em re-ceber prestação diversa da que lhe é de-vida.

Art. 357. Determinado o preço da coisadada em pagamento, as relações entre aspartes regular-se-ão pelas normas do con-trato de compra e venda.

Art. 358. Se for título de crédito a coisadada em pagamento, a transferência im-portará em cessão.

Art. 359. Se o credor for evicto da coisarecebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva, ficando sem efei-to a quitação dada, ressalvados os direi-tos de terceiros.

Page 94: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Capítulo VII – Da Novação

Art. 999. Dá-se a novação:I – quando o devedor contrai com o cre-dor nova dívida, para extinguir e substi-tuir a anterior;II – quando novo devedor sucede ao an-tigo, ficando este quite com o credor;III – quando em virtude de obrigaçãonova, outro credor é substituído ao anti-go, ficando o devedor quite com este.

Art. 1.000. Não havendo ânimo de novar,a segunda obrigação confirma simples-mente a primeira.

Art. 1.001. A novação, por substituiçãodo devedor pode ser efetuada indepen-dente de consentimento deste.

Art. 1.002. Se o novo devedor for insol-vente, não tem o credor, que o aceitou,ação regressiva contra o primeiro, salvose este obteve por má-fé a substituição.

Art. 1.003. A novação extingue os aces-sórios e garantias da dívida, sempre quenão houver estipulação em contrário.

Art. 1.004. não aproveitará, contudo, aocredor ressalvar a hipoteca, anticrese oupenhor, se os bens dados em garantiapertencerem a terceiro, que não foi partena novação.

Art. 1.005. Operada a novação entre o cre-dor e um dos devedores solidários, so-

Capítulo VI – Da Novação

Art. 360. Dá-se a novação:I – quando o devedor contrai com o cre-dor nova dívida para extinguir e substi-tuir a anterior;II – quando novo devedor sucede ao an-tigo, ficando este quite com o credor;III – quando, em virtude de obrigaçãonova, outro credor é substituído ao anti-go, ficando o devedor quite com este.

Art. 361. Não havendo ânimo de novar,expresso ou tácito mas inequívoco, a se-gunda obrigação confirma simplesmentea primeira.

Art. 362. A novação por substituição dodevedor pode ser efetuada independen-temente de consentimento deste.

Art. 363. Se o novo devedor for insolven-te, não tem o credor, que o aceitou, açãoregressiva contra o primeiro, salvo se esteobteve por má-fé a substituição.

Art. 364. A novação extingue os acessóri-os e garantias da dívida, sempre que nãohouver estipulação em contrário. Nãoaproveitará, contudo, ao credor ressalvaro penhor, a hipoteca ou a anticrese, se osbens dados em garantia pertencerem aterceiro que não foi parte na novação.

Art. 365. Operada a novação entre o cre-dor e um dos devedores solidários, so-

Page 95: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

mente sobre os bens do que contrair anova obrigação subsistem as preferênci-as e garantias do crédito novado.Parágrafo único. Os outros devedoressolidários ficam por esse fato exonerado.

Art. 1.006. Importa exoneração do fiador anovação feita sem seu consenso com odevedor principal.

Art. 1.007. Não se podem validar pornovação obrigações nulas ou extintas.

Art. 1.008. A obrigação simplesmente anu-lável pode ser confirmada pela novação.

Capítulo VIII – Da Compensação

Art. 1.009. Se duas pessoas forem ao mes-mo tempo credor e devedor uma da outra,as duas obrigações extinguem-se até ondese compensarem.

Art. 1.010. A compensação efetua-se en-tre dívidas líquidas, vencidas e de coisasfungíveis.

Art. 1.011. Embora sejam do mesmo gêne-ro as coisas fungíveis, objeto das duasprestações, não se compensarão, verifi-cando-se que diferem na qualidade quan-do especificada no contrato.

Art. 1.012. Não são compensáveis as pres-tações de coisas incertas, quando a esco-lha pertence aos dois credores, ou a umdeles como devedor de uma das obriga-ções e credor da outra.

Art. 1.013. O devedor só pode compensarcom o credor o que este lhe dever; mas o

mente sobre os bens do que contrair anova obrigação subsistem as preferênci-as e garantias do crédito novado. Os ou-tros devedores solidários ficam por essefato exonerados.

Art. 366. Importa exoneração do fiador anovação feita sem seu consenso com odevedor principal.

Art. 367. Salvo as obrigações simplesmen-te anuláveis, não podem ser objeto denovação obrigações nulas ou extintas.

Capítulo VII – Da Compensação

Art. 368. Se duas pessoas forem ao mes-mo tempo credor e devedor uma da outra,as duas obrigações extinguem-se, atéonde se compensarem.

Art. 369. A compensação efetua-se entredívidas líquidas, vencidas e de coisasfungíveis.

Art. 370. Embora sejam do mesmo gêneroas coisas fungíveis, objeto das duas pres-tações, não se compensarão, verificando-se que diferem na qualidade, quandoespecificada no contrato.

Art. 371. O devedor somente pode com-pensar com o credor o que este lhe dever;

Page 96: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

fiador pode compensar sua dívida com ade seu credor ao afiançado.

Art. 1.014. Os prazos de favor, emboraconsagrados pelo uso geral, não obstama compensação.

Art. 1.015. A diferença de causa nas dívi-das não impede a compensação, exceto:I – se uma provier de esbulho, furto ouroubo;II – se uma se originar de comodato, de-pósito ou alimentos;III – se uma for de coisa não-suscetívelde penhora.

Art. 1.018. Não haverá compensação,quando o credor e devedor por mútuoacordo a excluírem.

Art. 1.016. Não pode realizar-se a compen-sação, havendo renúncia prévia de umdos devedores.

Art. 1.017. As dívidas fiscais da União,dos Estados e dos Municípios tambémnão podem ser objeto de compensação,exceto nos casos de encontro entre a ad-ministração e o devedor, autorizados nasleis e regulamentos da Fazenda.

Art. 1.019. Obrigando-se por terceirouma pessoa, não pode compesnsar essadívida com a que o credor dele lhe de-ver.

Art. 1.020. O devedor solidário só podecompensar com o credor o que este deveao seu coobrigado, até o equivalente daparte deste na dívida comum.

mas o fiador pode compensar sua dívidacom a de seu credor ao afiançado.

Art. 372. Os prazos de favor, embora con-sagrados pelo uso geral, não obstam acompensação.

Art. 373. A diferença de causa nas dívidasnão impede a compensação, exceto:I – se provier de esbulho, furto ou roubo;II – se uma se originar de comodato, de-pósito ou alimentos;III – se uma for de coisa não suscetível depenhora.

Art. 374. A matéria da compensação, noque concerne às dívidas fiscais eparafiscais, é regida pelo disposto nestecapítulo.

Art. 375. Não haverá compensação quan-do as partes, por mútuo acordo, a excluí-rem, ou no caso de renúncia prévia de umadelas.

Art. 376. Obrigando-se por terceiro umapessoa, não pode compensar essa dívidacom a que o credor dele lhe dever.

Page 97: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

��

Art. 1.021. O devedor que, notificado, nadaopõe à cessão, que o credor faz a tercei-ros, dos seus direitos, não pode opor aocessionário a compensação, que antes daseção teria podido opor ao cedente. Se,porém, a cessão lhe não tiver sido notifi-cada, poderá opor ao cessionário compen-sação do crédito que antes tinha contra ocedente.

Art. 1.022. Quando as duas dívidas nãosão pagáveis no mesmo lugar, não se po-dem compensar sem dedução das despe-sas necessárias à operação.

Art. 1.023. Sendo a mesma pessoa obriga-da por várias dívidas compensáveis, se-rão observadas, no compensá-las, as re-gras estabelecidas quanto à imputação depagamento.

Art. 1.024. Não se admite a compensaçãoem prejuízo de direitos de terceiro. O de-vedor que se torne credor do seu credor,depois de penhorado o crédito deste, nãopode opor ao exequente a compensação,de que contra o próprio credor disporia.

Capítulo XI – Da Confusão

Art. 1.049. Extingue-se a obrigação desdeque na mesma pessoa se confundam asqualidades de credor e devedor.

Art. 1.050. A confusão pode verificar-se arespeito de toda a dívida, ou só de partedela.

Art. 1.051. A confusão operada na pessoado credor ou devedor solidário só extin-gue a obrigação até à concorrência da res-pectiva parte no crédito, ou na dívida,

Art. 377. O devedor que, notificado, nadaopõe à cessão que o credor faz a terceirosdos seus direitos, não pode opor aocessionário a compensação, que antes dacessão teria podido opor ao cedente. Se,porém, a cessão lhe não tiver sido notifi-cada, poderá opor ao cessionário compen-sação do crédito que antes tinha contra ocedente.

Art. 378. Quando as duas dívidas não sãopagáveis no mesmo lugar, não se podemcompensar sem dedução das despesasnecessárias à operação.

Art. 379. Sendo a mesma pessoa obrigadapor várias dívidas compensáveis, serãoobservadas, no compensá-las, as regrasestabelecidas quanto à imputação do pa-gamento.

Art. 380. Não se admite a compensaçãoem prejuízo de direito de terceiro. O deve-dor que se torne credor do seu credor,depois de penhorado o crédito deste, nãopode opor ao exeqüente a compensação,de que contra o próprio credor disporia.

Capítulo VIII – Da Confusão

Art. 381. Extingue-se a obrigação, desdeque na mesma pessoa se confundam asqualidades de credor e devedor.

Art. 382. A confusão pode verificar-se arespeito de toda a dívida, ou só de partedela.

Art. 383. A confusão operada na pessoado credor ou devedor solidário só extin-gue a obrigação até a concorrência da res-pectiva parte no crédito, ou na dívida,

Page 98: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

����������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

subsistindo quanto ao mais a solidarie-dade.

Art. 1.052. Cessando a confusão, para logose restabelece, com todos os seus aces-sórios, a obrigação anterior.

Capítulo XII – Da Remissão das Dívidas

Art. 1.053. A entrega voluntária do títuloda obrigação, quando por escrito particu-lar, prova a desoneração do devedor e seuscoobrigados, se o credor for capaz de ali-enar, e o devedor, capaz de adquirir.

Art. 1.054. A entrega do objeto empenha-do prova a renúncia do credor à garantiareal, mas não a extinção da dívida.

Art. 1.055. A remissão concedida a umdos co-devedores extingue a dívida naparte a ele correspondente; de modoque, ainda reservando o credor a soli-dariedade contra os outros, já lhes nãopode cobrar o débito sem dedução daparte remitida.

Capítulo XIII – Das Conseqüências daInexecução das Obrigações

Art. 1.056. Não cumprindo a obrigação,ou deixando de cumpri-la pelo modo e notempo devidos, responde o devedor porperdas e danos.

subsistindo quanto ao mais a solidarie-dade.

Art. 384. Cessando a confusão, para logose restabelece, com todos os seus aces-sórios, a obrigação anterior.

Capítulo IX – Da Remissão das Dívidas

Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelodevedor, extingue a obrigação, mas semprejuízo de terceiro.

Art. 386. A devolução voluntária do títuloda obrigação, quando por escrito particu-lar, prova desoneração do devedor e seusco-obrigados, se o credor for capaz de ali-enar, e o devedor capaz de adquirir.

Art. 387. A restituição voluntária do obje-to empenhado prova a renúncia do cre-dor à garantia real, não a extinção da dívi-da.

Art. 388. A remissão concedida a um dosco-devedores extingue a dívida na par-te a ele correspondente; de modo que,ainda reservando o credor a solidarie-dade contra os outros, já lhes não podecobrar o débito sem dedução da parteremitida.

Título IV – Do Inadimplemento das Obri-gações

Capítulo I – Disposições Gerais

Art. 389. Não cumprida a obrigação, res-ponde o devedor por perdas e danos, maisjuros e atualização monetária segundoíndices oficiais regularmente estabeleci-dos, e honorários de advogado.

Page 99: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.057. Nos contratos unilaterais, res-ponde por simples culpa o contraente, aquem o contrato aproveite, e só por dolo,aquele a quem não favoreça.

Art. 961. Nas obrigações negativas, o de-vedor fica constituído em mora, desde odia em que executar o ato de que se deviaabster.

Art. 1.058. O devedor não responde pelosprejuízos resultantes de caso fortuito, ouforça maior, se expressamente não se hou-ver por eles responsabilizado, exceto noscasos dos artigos 955, 956 e 957.

Capítulo II – Do Pagamento

Seção VI – Da Mora

Art. 955. Considera-se em mora o deve-dor que não efetuar o pagamento, e o cre-dor que não o quiser receber no tempolugar e forma convencionados.

Art. 956. Responde o devedor pelos pre-juízos a que a sua mora der causa.

Art. 390. Nas obrigações negativas o de-vedor é havido por inadimplente desde odia em que executou o ato de que se deviaabster.

Art. 391. Pelo inadimplemento das obri-gações respondem todos os bens do de-vedor.

Art. 392. Nos contratos benéficos, res-ponde por simples culpa o contratante, aquem o contrato aproveite, e por doloaquele a quem não favoreça. Nos contra-tos onerosos, responde cada uma daspartes por culpa, salvo as exceções pre-vistas em lei.

Art. 393. O devedor não responde pelosprejuízos resultantes de caso fortuito ouforça maior, se expressamente não se hou-ver por eles responsabilizado.Parágrafo único. O caso fortuito ou deforça maior verifica-se no fato necessá-rio, cujos efeitos não era possível evitarou impedir.

Capítulo II – Da Mora

Art. 394. Considera-se em mora o devedorque não efetuar o pagamento e o credorque não quiser recebê-lo no tempo, lugar eforma que a lei ou a convenção estabelecer.

Art. 395. Responde o devedor pelos pre-juízos a que sua mora der causa, mais ju-

Page 100: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Parágrafo único. Se a prestação, por cau-sa da mora, se da mora, se tornar inútil aocredor, este poderá enjeitá-la, e exigir asatisfação das perdas e danos.

Art. 963. Não havendo fato ou omissãoimputável ao devedor, não incorre este emmora.

Art. 960. O inadimplemento da obrigação,positiva e líquida, no seu termo constituide pleno direito em mora o devedor.

Parágrafo único. Não havendo prazo as-sinado, começa ela desde a interpelação,notificação ou protesto.

Art. 962. Nas obrigações provenientes dedelito, considera-se o devedor em moradesde que o perpetrou.

Art. 957. O devedor em mora respondepela impossibilidade da prestação, embo-ra essa impossibilidade resulte de casofortuito, ou força maior, se estes ocorremdurante o atraso; salvo se provar isençãode culpa, ou que o dano sobreviria, aindaquando a obrigação fosse oportunamen-te desempenhada.

Art. 958. A mora do credor subtrai o deve-dor isento de dolo À responsabilidadepela conservação da coisa, obriga o de-vedor a ressarcir as despesas emprega-das em conservá-la, e sujeita-o a recebê-la pela sua mais alta estimação, se o seuvalor oscilar entre o tempo de contrato eo do pagamento.

ros, atualização dos valores monetáriossegundo índices oficiais regularmente es-tabelecidos, e honorários de advogado.

Parágrafo único. Se a prestação, devido àmora, se tornar inútil ao credor, este po-derá enjeitá-la, e exigir a satisfação dasperdas e danos.

Art. 396. Não havendo fato ou omissãoimputável ao devedor, não incorre este emmora.

Art. 397. O inadimplemento da obrigação,positiva e líquida, no seu termo, constituide pleno direito em mora o devedor.

Parágrafo único. Não havendo termo, amora se constitui mediante interpelaçãojudicial ou extrajudicial.

Art. 398. Nas obrigações provenientes deato ilícito, considera-se o devedor emmora, desde que o praticou.

Art. 399. O devedor em mora respondepela impossibilidade da prestação, embo-ra essa impossibilidade resulte de casofortuito ou de força maior, se estes ocor-rerem durante o atraso; salvo se provarisenção de culpa, ou que o dano sobrevi-ria ainda quando a obrigação fosse opor-tunamente desempenhada.

Art. 400. A mora do credor subtrai o deve-dor isento de dolo à responsabilidade pelaconservação da coisa, obriga o credor aressarcir as despesas empregadas emconservá-la, e sujeita-o a recebê-la pelaestimação mais favorável ao devedor, seo seu valor oscilar entre o dia estabeleci-

Page 101: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 959. Purga-se a mora:I – por parte do devedor, oferecendo estea prestação, mais a importância dos pre-juízos decorrentes até o dia da oferta;II – por parte do credor, oferecendo-seeste a receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos da mora até a mesma data;III – por parte de ambos, renunciandoaquele que se julgar por ela prejudicadoos direitos que da mesma provierem.

Capítulo XIV – Das Perdas e Danos

Art. 1.059. Salvo as exceções previstasneste Código, de modo expresso, as per-das e danos devidos ao credor, abrangem,além do que ele efetivamente perdeu, oque razoavelmente deixou de lucrar.

Parágrafo único. O devedor, porém, quenão pagou no tempo e forma devidos,só responde pelos lucros, que foram oupodiam ser previstos na data da obri-gação.

Art. 1.060. Ainda que a inexecução resul-te de dolo do devedor, as perdas e danossó incluem os prejuízos efetivos e os lu-cros cessantes por efeito dela direto eimediato.

Art. 1.061. As perdas e danos, nas obriga-ções de pagamento em dinheiro, consis-tem nos juros da mora e custas, sem pre-juízo da pena convencional.

do para o pagamento e o da suaefetivação.

Art. 401. Purga-se a mora:I – por parte do devedor, oferecendo estea prestação mais a importância dos preju-ízos decorrentes do dia da oferta;II – por parte do credor, oferecendo-seeste a receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos da mora até a mesma data.

Capítulo III – Das Perdas e Danos

Art. 402. Salvo as exceções expressamen-te previstas em lei, as perdas e danos de-vidas ao credor abrangem, além do queele efetivamente perdeu, o que razoavel-mente deixou de lucrar.

Art. 403. Ainda que a inexecução resultede dolo do devedor, as perdas e danos sóincluem os prejuízos efetivos e os lucroscessantes por efeito dela direto e imedia-to, sem prejuízo do disposto na lei pro-cessual.

Art. 404. As perdas e danos, nas obriga-ções de pagamento em dinheiro, serãopagas com atualização monetária segun-do índices oficiais regularmente estabele-cidos, abrangendo juros, custas e hono-rários de advogado, sem prejuízo da penaconvencional.

Page 102: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Capítulo XV – Dos Juros Legais

Art. 1.062. A taxa dos juros moratórios,quando não convencionada, será de seispor cento ao ano.

Art. 1.063. Serão também de seis por aoano os juros os juros devidos por forçade lei, ou quando as partes osconvencionarem sem taxa estipulada.

Art. 1.064. Ainda que se não alegue pre-juízo, é obrigado o devedor aos jurosda mora, que se contarão assim as dívi-das em dinheiro, como ás prestaçõesde outra natureza, desde que lhes este-ja fixado o valor pecuniário por senten-ça judicial, arbitramento, ou acordo en-tre as partes.

Título I – Das Modalidades das Obriga-ções

Capítulo VII – Da Cláusula Penal

Art. 921. Incorre de pleno direito o deve-dor na cláusula penal, desde que se ven-ça o prazo da obrigação, ou, se o não há,desde que se constitua em mora.

Parágrafo único. Provado que os juros damora não cobrem o prejuízo, e não haven-do pena convencional, pode o juiz conce-der ao credor indenização suplementar.

Capítulo IV – Dos Juros Legais

Art. 405. Contam-se os juros de mora des-de a citação inicial.

Art. 406. Quando os juros moratórios nãoforem convencionados, ou o forem semtaxa estipulada, ou quando provierem dedeterminação da lei, serão fixados segun-do a taxa que estiver em vigor para a morado pagamento de impostos devidos à Fa-zenda Nacional.

Art. 407. Ainda que se não alegue pre-juízo, é obrigado o devedor aos jurosda mora que se contarão assim às dívi-das em dinheiro, como às prestaçõesde outra natureza, uma vez que lhesesteja fixado o valor pecuniário por sen-tença judicial, arbitramento, ou acordoentre as partes.

Capítulo V – Da Cláusula Penal

Art. 408. Incorre de pleno direito o deve-dor na cláusula penal, desde que,culposamente, deixe de cumprir a obriga-ção ou se constitua em mora.

Page 103: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 916. A cláusula penal pode ser esti-pulada conjuntamente com a obrigaçãoou em ato posterior.

Art. 917. A cláusula penal pode referir-seà inexecuação completa da obrigação, àde alguma cláusula especial ou simples-mente à mora.

Art. 918. Quando se estipular a cláusulapenal para o caso de total inadimplementoda obrigação, esta converter-se-á em al-ternativa a benefício do credor.

Art. 919. Quando se estipular a cláusulapenal para o caso de mora, ou em segu-rança especial de outra cláusula determi-nada, terá o credor o arbítrio de exigir a sa-tisfação da pena cominada, juntamente como desempenho da obrigação principal.

Art. 920. O valor da cominação impostana cláusula penal não pode exceder o daobrigação principal.

Art. 922. A nulidade da obrigação importaa da cláusula penal.

Art. 923. Resolvida a obrigação, não ten-do culpa o devedor, resolve-se a cláusulapenal.

Art. 924. Quanto se cumprir em parte aobrigação, poderá o juiz reduzir proporci-onalmente a pena estipulada para o casode mora, ou de inadimplemento.

Art. 925. Sendo indivisível a obrigação,todos os devedores e seus herdeiros, ca-

Art. 409. A cláusula penal estipulada con-juntamente com a obrigação, ou em atoposterior, pode referir-se à inexecuçãocompleta da obrigação, à de alguma cláu-sula especial ou simplesmente à mora.

Art. 410. Quando se estipular a cláusulapenal para o caso de total inadimplementoda obrigação, esta converter-se-á em al-ternativa a benefício do credor.

Art. 411. Quando se estipular a cláusulapenal para o caso de mora, ou em segu-rança especial de outra cláusula determi-nada, terá o credor o arbítrio de exigir a sa-tisfação da pena cominada, juntamente como desempenho da obrigação principal.

Art. 412. O valor da cominação impostana cláusula penal não pode exceder o daobrigação principal.

Art. 413. A penalidade deve ser reduzidaeqüitativamente pelo juiz se a obrigaçãoprincipal tiver sido cumprida em parte, ouse o montante da penalidade for manifes-tamente excessivo, tendo-se em vista anatureza e a finalidade do negócio.

Art. 414. Sendo indivisível a obrigação,todos os devedores, caindo em falta um

Page 104: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

indo em falta um deles, incorrerão na pena;mas esta só poderá demandar integral-mente do culpado. Cada um dos outrossó responde pela sua quota.

Parágrafo único. Aos não culpados ficareservada a ação regressiva contra o quedeu causa à aplicação da pena.

Art. 926. Quando a obrigação for divisí-vel, só incorre na pena o devedor, ou oherdeiro do devedor que a infringir, e pro-porcionalmente à sua parte na obrigação.

Art. 927. Para exigir a pena convencional,não é necessário que o credor alegue pre-juízo. O devedor não pode eximir-se decumpri-la, a pretexto de ser excessiva.

Título IV – Dos Contratos

Capítulo III – Das Arras

Art. 1.096. Salvo estipulação em contrá-rio, as arras em dinheiro consideram-seprincípio de pagamento. Fora esse casodevem ser restituídas, quando o contratofor concluído, ou ficar desfeito.

Art. 1.097. Se o que deu arras der causa ase impossibilitar a prestação, ou a se res-cindir o contrato, perdê-las-á em benefí-cio do outro.

deles, incorrerão na pena; mas esta só sepoderá demandar integralmente do culpa-do, respondendo cada um dos outros so-mente pela sua quota.

Parágrafo único. Aos não culpados ficareservada a ação regressiva contra aque-le que deu causa à aplicação da pena.

Art. 415. Quando a obrigação for divisí-vel, só incorre na pena o devedor ou oherdeiro do devedor que a infringir, e pro-porcionalmente à sua parte na obrigação.

Art. 416. Para exigir a pena convencional,não é necessário que o credor alegue pre-juízo.

Parágrafo único. Ainda que o prejuízo ex-ceda ao previsto na cláusula penal, nãopode o credor exigir indenização suple-mentar se assim não foi convencionado.Se o tiver sido, a pena vale como mínimoda indenização, competindo ao credorprovar o prejuízo excedente.

Capítulo VI – Das Arras ou Sinal

Art. 417. Se, por ocasião da conclusão docontrato, uma parte der à outra, a título dearras, dinheiro ou outro bem móvel, deve-rão as arras, em caso de execução, ser res-tituídas ou computadas na prestação de-vida, se do mesmo gênero da principal.

Page 105: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.094. O sinal, ou arras, dado por umdos contraentes firma a presunção deacordo final, e torna obrigatório o contra-to.

Art. 1.095. Podem, porém, as partes esti-pular o direito de se arrepender, nãoobstante as arras dadas. Em caso tal, se oarrependido for o que as deu, perdê-las-áem proveito do outro, se o que as rece-beu, restituí-las em dobro.

Título IV – Dos Contratos

Capítulo I – Disposições Gerais

Art. 418. Se a parte que deu as arras nãoexecutar o contrato, poderá a outra tê-lopor desfeito, retendo-as; se a inexecuçãofor de quem recebeu as arras, poderáquem as deu haver o contrato por desfei-to, e exigir sua devolução mais o equiva-lente, com atualização monetária segun-do índices oficiais regularmente estabele-cidos, juros e honorários de advogado.

Art. 419. A parte inocente pode pedir in-denização suplementar, se provar maiorprejuízo, valendo as arras como taxa míni-ma. Pode, também, a parte inocente exigira execução do contrato, com as perdas edanos, valendo as arras como o mínimoda indenização.

Art. 420. Se no contrato for estipulado odireito de arrependimento para qualquerdas partes, as arras ou sinal terão funçãounicamente indenizatória. Neste caso,quem as deu perdê-las-á em benefício daoutra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos oscasos não haverá direito a indenizaçãosuplementar.

Título V – Dos Contratos em Geral

Capítulo I – Disposições Gerais

Seção I – Preliminares

Art. 421. A liberdade de contratar seráexercida em razão e nos limites da funçãosocial do contrato.

Page 106: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.079. A manifestação da vontade, noscontratos, pode ser tácita, quando a leinão exigir que seja expressa.

Art. 1.089. Não pode ser objeto de contra-to a herança de pessoa viva.

Art. 1.080. A proposta de contrato obrigao proponente, se o contrário não resultardos termos dela, da natureza do negócio,ou das circunstâncias do caso.

Art. 1.081. Deixa de ser obrigatória a pro-posta:I – se, feita sem prazo a uma pessoapresente, não foi imediatamente acei-ta. Considera-se também presente apessoa que contrata por meio do tele-fone.II – se, feita sem prazo a pessoa ausente,tiver decorrido tempo suficiente para che-

Art. 422. Os contratantes são obrigados aguardar, assim na conclusão do contrato,como em sua execução, os princípios deprobidade e boa-fé.

Art. 423. Quando houver no contrato deadesão cláusulas ambíguas ou contradi-tórias, dever-se-á adotar a interpretaçãomais favorável ao aderente.

Art. 424. Nos contratos de adesão, sãonulas as cláusulas que estipulem a renún-cia antecipada do aderente a direito resul-tante da natureza do negócio.

Art. 425. É lícito às partes estipular con-tratos atípicos, observadas as normasgerais fixadas neste Código.

Art. 426. Não pode ser objeto de contratoa herança de pessoa viva.

Seção II – Da Formação dos Contratos

Art. 427. A proposta de contrato obriga oproponente, se o contrário não resultardos termos dela, da natureza do negócio,ou das circunstâncias do caso.

Art. 428. Deixa de ser obrigatória a pro-posta:I – se, feita sem prazo a pessoa presente,não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contra-ta por telefone ou por meio de comunica-ção semelhante;II – se, feita sem prazo a pessoa ausente,tiver decorrido tempo suficiente para che-

Page 107: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

gar a resposta ao conhecimento do pro-ponente;III – se, feita a pessoa ausente, não tiversido expedida a resposta dentro do prazodado;IV – se, antes dela, ou simultaneamente,chegar ao conhecimento da outra parte aretratação do proponente.

Art. 1.082. Se a aceitação, por circunstân-cia imprevista, chegar tarde ao conheci-mento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob penade responder por perdas e danos.

Art. 1.083. A aceitação fora do prazo, comadições, restrições ou modificações, im-portará nova proposta.

Art. 1.084. Se o negócio for daqueles, emque se não costuma a aceitação expressa,ou o proponente a tiver dispensado, re-putar-se-á concluído o contrato, não che-gando a tempo a recusa.

Art. 1.085. Considera-se inexistente a acei-tação, se antes dela ou com ela chegar aoproponente a retratação do aceitante.

Art. 1.086. Os contratos por correspon-dência epistolar, ou telegráfica, tornam-se perfeitos desde que a aceitação éexpedida, exceto:

gar a resposta ao conhecimento do pro-ponente;III – se, feita a pessoa ausente, não tiversido expedida a resposta dentro do prazodado;IV – se, antes dela, ou simultaneamente,chegar ao conhecimento da outra parte aretratação do proponente.

Art. 429. A oferta ao público equivale aproposta quando encerra os requisitos es-senciais ao contrato, salvo se o contrárioresultar das circunstâncias ou dos usos.

Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pelamesma via de sua divulgação, desde que res-salvada esta faculdade na oferta realizada.

Art. 430. Se a aceitação, por circunstânciaimprevista, chegar tarde ao conhecimen-to do proponente, este comunicá-lo-á ime-diatamente ao aceitante, sob pena de res-ponder por perdas e danos.

Art. 431. A aceitação fora do prazo, comadições, restrições, ou modificações, im-portará nova proposta.

Art. 432

Art. 433. Considera-se inexistente a acei-tação, se antes dela ou com ela chegar aoproponente a retratação do aceitante.

Art. 434. Os contratos entre ausentes tor-nam-se perfeitos desde que a aceitação éexpedida, exceto:I – no caso do artigo antecedente;

Page 108: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

I – no caso do artigo antecedente;II – se o proponente se houver compro-metido a esperar resposta;III – se ela não chegar no prazoconvencionado.

Art. 1.087. Reputar-se-á celebrado o con-trato no lugar em que foi proposto.

Capítulo IV – Das Estipulações em Favorde Terceiro

Art. 1.098. O que estipula em favor de tercei-ro pode exigir o cumprimento da obrigação.Parágrafo único. Ao terceiro, em favor dequem se estipulou a obrigação, também épermitido exigi-la, ficando todavia, sujei-to às condições e normas do contrato, sea ele anuir, e o estipulante o não inovarnos termos do artigo 1.100.

Art. 1.099. Se ao terceiro, em favor de quemse fez o contrato, se deixar o direito dereclamar-lhe a execução, não poderá oestipulante exonerar o devedor.

Art. 1.100. O estipulante pode reservar-seo direito de substituir o terceiro designa-do no contrato, independentemente dasua anuência e da do outro contraente.Parágrafo único. Tal substituição pode serfeita por ato entre vivos ou por disposi-ção de última vontade.

II – se o proponente se houver compro-metido a esperar resposta;III – se ela não chegar no prazoconvencionado.

Art. 435. Reputar-se-á celebrado o con-trato no lugar em que foi proposto.

Seção III – Da Estipulação em Favor deTerceiro

Art. 436. O que estipula em favor de tercei-ro pode exigir o cumprimento da obrigação.Parágrafo único. Ao terceiro, em favor dequem se estipulou a obrigação, também épermitido exigi-la, ficando, todavia, sujei-to às condições e normas do contrato, sea ele anuir, e o estipulante não o inovarnos termos do art. 438.

Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quemse fez o contrato, se deixar o direito dereclamar-lhe a execução, não poderá oestipulante exonerar o devedor.

Art. 438. O estipulante pode reservar-se odireito de substituir o terceiro designadono contrato, independentemente da suaanuência e da do outro contratante.Parágrafo único. A substituição pode serfeita por ato entre vivos ou por disposi-ção de última vontade.

Seção IV – Da Promessa de Fato de Terceiro

Art. 439. Aquele que tiver prometido fatode terceiro responderá por perdas e da-nos, quando este o não executar.

Page 109: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Capítulo V – Dos Vícios Redibitórios

Art. 1.101. A coisa recebida em virtude decontrato comutativo pode ser enjeitadapor vícios ou defeitos ocultos, que a tor-nem imprópria ao uso a que é destinadaou lhe diminuam o valor.

Parágrafo único. É aplicável a disposiçãodeste artigo às doações gravadas de en-cargo.

Art. 1.102. Salvo cláusula expressa nocontrato, a ignorância de tais vícios peloalienante não o exime da responsabilidade.

Art. 1.103. Se o alienante conhecia o ví-cio, ou o defeito, restituirá o que recebeucom perdas e danos; se o não conhecia,tão-somente restituirá o valor recebido,mais as despesas do contrato.

Art. 1.104. A responsabilidade do alienantesubsiste ainda que a coisa pereça em po-

Parágrafo único. Tal responsabilidade nãoexistirá se o terceiro for o cônjuge dopromitente, dependendo da sua anuênciao ato a ser praticado, e desde que, peloregime do casamento, a indenização, dealgum modo, venha a recair sobre os seusbens.

Art. 440. Nenhuma obrigação haverá paraquem se comprometer por outrem, se este,depois de se ter obrigado, faltar à prestação.

Seção V – Dos Vícios Redibitórios

Art. 441. A coisa recebida em virtude decontrato comutativo pode ser enjeitadapor vícios ou defeitos ocultos, que a tor-nem imprópria ao uso a que é destinada,ou lhe diminuam o valor.

Parágrafo único. É aplicável a disposiçãodeste artigo às doações onerosas.

Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa,redibindo o contrato (art. 441), pode oadquirente reclamar abatimento no preço.

Art. 443. Se o alienante conhecia o vícioou defeito da coisa, restituirá o que rece-beu com perdas e danos; se o não conhe-cia, tão-somente restituirá o valor recebi-do, mais as despesas do contrato.

Art. 444. A responsabilidade do alienantesubsiste ainda que a coisa pereça em po-

Page 110: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

der do alienatário, se perecer por víciooculto, já existente ao tempo da tradição.

Art. 1.105. Em vez de rejeitar a coisa,redibindo o contrato, pode o adquirentereclamar abatimento no preço.

Art. 1.106. Se a coisa foi vendida em hastapública, não cabe ação redibitória, nem ade pedir abatimento no preço.

Capítulo VI – Da Evicção

der do alienatário, se perecer por víciooculto, já existente ao tempo da tradição.

Art. 445. O adquirente decai do direito deobter a redibição ou abatimento no preçono prazo de trinta dias se a coisa for mó-vel, e de um ano se for imóvel, contado daentrega efetiva; se já estava na posse, oprazo conta-se da alienação, reduzido àmetade.§ 1o Quando o vício, por sua natureza, sópuder ser conhecido mais tarde, o prazocontar-se-á do momento em que dele ti-ver ciência, até o prazo máximo de cento eoitenta dias, em se tratando de bens mó-veis; e de um ano, para os imóveis.§ 2o Tratando-se de venda de animais, osprazos de garantia por vícios ocultos se-rão os estabelecidos em lei especial, ou,na falta desta, pelos usos locais, aplican-do-se o disposto no parágrafo anteceden-te se não houver regras disciplinando amatéria.

Art. 446. Não correrão os prazos do artigoantecedente na constância de cláusula degarantia; mas o adquirente deve denunci-ar o defeito ao alienante nos trinta diasseguintes ao seu descobrimento, sobpena de decadência.

Seção VI – Da Evicção

Page 111: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.107. Nos contratos onerosos, pe-los quais se transfere o domínio, posseou uso, será obrigado o alienante a res-guardar o adquirente dos riscos daevicção, toda vez que se não tenha ex-cluído expressamente esta responsabi-lidade.

Parágrafo único. As partes podem refor-çar ou diminuir essa garantia.

Art. 1.108. Não obstante a cláusula queexcluir a garantia contra a evicção, se estase der, tem direito o evicto a recobrar opreço que pagou pela coisa evicta, se nãosoube do risco da evicção, ou, dela infor-mado, o não assumiu.

Art. 1.109. Salvo estipulação em contrá-rio, tem direito o evicto, além da restitui-ção integral do preço, ou das quantias quepagou:I – à indenização dos frutos que tiversido obrigado a restituir;II – à das despesas dos contratos e dosprejuízos que diretamente resultarem daevicção;III – às custas judiciais.

Art. 1.110. Subsiste para o alienante estaobrigação, ainda que a coisa alienada es-

Art. 447. Nos contratos onerosos, oalienante responde pela evicção. Subsis-te esta garantia ainda que a aquisição setenha realizado em hasta pública.

Art. 448. Podem as partes, por cláusulaexpressa, reforçar, diminuir ou excluir aresponsabilidade pela evicção.

Art. 449. Não obstante a cláusula que ex-clui a garantia contra a evicção, se esta seder, tem direito o evicto a receber o preçoque pagou pela coisa evicta, se não sou-be do risco da evicção, ou, dele informa-do, não o assumiu.

Art. 450. Salvo estipulação em contrário,tem direito o evicto, além da restituiçãointegral do preço ou das quantias que pa-gou:I – à indenização dos frutos que tiver sidoobrigado a restituir;II – à indenização pelas despesas doscontratos e pelos prejuízos que diretamen-te resultarem da evicção;III – às custas judiciais e aos honoráriosdo advogado por ele constituído.

Parágrafo único. O preço, seja a evicçãototal ou parcial, será o do valor da coisa,na época em que se evenceu, e proporci-onal ao desfalque sofrido, no caso deevicção parcial.

Art. 451. Subsiste para o alienante estaobrigação, ainda que a coisa alienada es-

Page 112: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

teja deteriorada, exceto havendo dolo doadquirente.

Art. 1.111. Se o adquirente tiver auferidovantagem das deteriorações, e não tiversido condenado a indenizá-las, o valor dasvantagens será deduzido da quantia quelhe houver de dar o alienante.

Art. 1.112. As benfeitorias necessárias ouúteis, não abonadas ao que sofreu aevicção, serão pagas pelo alienante.

Art. 1.113. Se as benfeitorias abonadasao que sofreu a evicção tiverem sido fei-tas pelo alienante, o valor delas será leva-do em conta na restituição devida.

Art. 1.114. Se a evicção for parcial, masconsiderável, poderá o evicto optar entrea rescisão do contrato e a restituição daparte do preço correspondente ao desfal-que sofrido.

Art. 1.115. A importância do desfalque, nahipótese do artigo antecedente será cal-culada em proporção do valor da coisaao tempo em que se evenceu.

Art. 1.116. Para poder exercitar o direi-to, que da evicção lhe resulta, oadquirente notificará do litígio oalienante, quando e como lho determi-narem as leis do processo.

teja deteriorada, exceto havendo dolo doadquirente.

Art. 452. Se o adquirente tiver auferidovantagens das deteriorações, e não tiversido condenado a indenizá-las, o valor dasvantagens será deduzido da quantia quelhe houver de dar o alienante.

Art. 453. As benfeitorias necessárias ouúteis, não abonadas ao que sofreu aevicção, serão pagas pelo alienante.

Art. 454. Se as benfeitorias abonadas aoque sofreu a evicção tiverem sido feitaspelo alienante, o valor delas será levadoem conta na restituição devida.

Art. 455. Se parcial, mas considerável, fora evicção, poderá o evicto optar entre arescisão do contrato e a restituição daparte do preço correspondente ao desfal-que sofrido. Se não for considerável, ca-berá somente direito a indenização.

Art. 456. Para poder exercitar o direitoque da evicção lhe resulta, o adquirentenotificará do litígio o alienante imedia-to, ou qualquer dos anteriores, quandoe como lhe determinarem as leis do pro-cesso.

Parágrafo único. Não atendendo oalienante à denunciação da lide, e sendomanifesta a procedência da evicção, podeo adquirente deixar de oferecer contesta-ção, ou usar de recursos.

Page 113: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.117. Não pode o adquirente deman-dar pela evicção:I – se foi privado da coisa, não pelosmeios judiciais, mas por caso fortuito, for-ça maior, roubo, ou furto;II – se sabia que a coisa era alheia, oulitigiosa.

Capítulo VII – Dos Contratos Aleatórios

Art. 1.118. Se o contrato for aleatóriopor dizer respeito a coisas futuras, cujorisco de não virem a existir assuma oadquirente, terá direito o alienante atodo o preço, desde que de sua partenão se tenha havido culpa, ainda quedelas não venha a existir absolutamen-te nada.

Art. 1.119. Se for aleatório, por serem ob-jeto dele coisas futuras, tomando oadquirente a si o risco de virem a existirem qualquer quantidade, terá também odireito o alienante a todo o preço, desdeque de sua parte não tiver concorrido cul-pa, ainda que a coisa venha a existir emquantidade inferior a esperada.

Parágrafo único. Mas se da coisa nadavier a existir, alienação não haverá, e oadquirente restituirá o preço recebido.

Art. 1.120. Se for aleatório, por se refe-rir a coisas existentes, mas expostas arisco, assumido pelo adquirente, teráigualmente direito o alienante a todo opreço posto que a coisa já não existis-se, em parte, ou de todo, no dia do con-trato.

Art. 457. Não pode o adquirente deman-dar pela evicção, se sabia que a coisa eraalheia ou litigiosa.

Seção VII – Dos Contratos Aleatórios

Art. 458. Se o contrato for aleatório, pordizer respeito a coisas ou fatos futu-ros, cujo risco de não virem a existir umdos contratantes assuma, terá o outrodireito de receber integralmente o quelhe foi prometido, desde que de suaparte não tenha havido dolo ou culpa,ainda que nada do avençado venha aexistir.

Art. 459. Se for aleatório, por serem obje-to dele coisas futuras, tomando oadquirente a si o risco de virem a existirem qualquer quantidade, terá também di-reito o alienante a todo o preço, desdeque de sua parte não tiver concorrido cul-pa, ainda que a coisa venha a existir emquantidade inferior à esperada.

Parágrafo único. Mas, se da coisa nadavier a existir, alienação não haverá, e oalienante restituirá o preço recebido.

Art. 460. Se for aleatório o contrato, porse referir a coisas existentes, mas ex-postas a risco, assumido peloadquirente, terá igualmente direito oalienante a todo o preço, posto que acoisa já não existisse, em parte, ou detodo, no dia do contrato.

Page 114: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.121. A alienação aleatória do artigoantecedente poderá ser anulada comodolosa pelo prejudicado, se provar que ooutro contraente não ignorava a consu-mação do risco, a que no contrato se con-siderava exposta a coisa.

Art. 461. A alienação aleatória a que serefere o artigo antecedente poderá seranulada como dolosa pelo prejudicado,se provar que o outro contratante nãoignorava a consumação do risco, a queno contrato se considerava exposta acoisa.

Seção VIII – Do Contrato Preliminar

Art. 462. O contrato preliminar, excetoquanto à forma, deve conter todos os re-quisitos essenciais ao contrato a ser cele-brado.

Art. 463. Concluído o contrato preliminar,com observância do disposto no artigoantecedente, e desde que dele não cons-te cláusula de arrependimento, qualquerdas partes terá o direito de exigir a cele-bração do definitivo, assinando prazo àoutra para que o efetive.Parágrafo único. O contrato preliminar de-verá ser levado ao registro competente.

Art. 464. Esgotado o prazo, poderá o juiz,a pedido do interessado, suprir a vontadeda parte inadimplente, conferindo caráterdefinitivo ao contrato preliminar, salvo sea isto se opuser a natureza da obrigação.

Art. 465. Se o estipulante não der execu-ção ao contrato preliminar, poderá a outraparte considerá-lo desfeito, e pedir per-das e danos.

Art. 466. Se a promessa de contrato forunilateral, o credor, sob pena de ficar amesma sem efeito, deverá manifestar-seno prazo nela previsto, ou, inexistindoeste, no que lhe for razoavelmente assi-nado pelo devedor.

Page 115: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Capítulo II – Dos Contratos Bilaterais

Seção IX – Do Contrato com Pessoa aDeclarar

Art. 467. No momento da conclusão docontrato, pode uma das partes reservar-se a faculdade de indicar a pessoa quedeve adquirir os direitos e assumir as obri-gações dele decorrentes.

Art. 468. Essa indicação deve sercomunicada à outra parte no prazo decinco dias da conclusão do contrato,se outro não tiver sido estipulado.Parágrafo único. A aceitação da pessoanomeada não será eficaz se não se re-vestir da mesma forma que as partesusaram para o contrato.

Art. 469. A pessoa, nomeada de con-formidade com os artigos anteceden-tes, adquire os direitos e assume asobrigações decorrentes do contrato, apartir do momento em que este foi ce-lebrado.

Art. 470. O contrato será eficaz somen-te entre os contratantes originários:I – se não houver indicação de pes-soa, ou se o nomeado se recusar aaceitá-la;II – se a pessoa nomeada era insolven-te, e a outra pessoa o desconhecia nomomento da indicação.

Art. 471. Se a pessoa a nomear era inca-paz ou insolvente no momento da no-meação, o contrato produzirá seus efei-tos entre os contratantes originários.

Capítulo II – Da Extinção do Contrato

Seção I – do Distrato

Page 116: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.093. O distrato faz-se pela mesmaforma que o contrato. Mas a quitaçãovale, qualquer que seja a sua forma.

Art. 1.092, Parágrafo único. A parte lesa-da pelo inadimplemento pode requerer arescisão do contrato com perdas e danos.

Art. 1.092. Nos contratos bilaterais, nenhumdos contraentes, antes de cumprida suaobrigação, pode exigir o implemento dooutro. Se depois de conlcuído o contrato,sobrevier a uma das partes contratantesdiminuição em seu patrimônio, capaz decomprometer ou tornar duvidosa a presta-ção pela qual se obrigou, pode a parte, aquem incumbe fazer prestação em primeirolugar, recusar-se a esta, até que a garantiabastante de satisfazê-la.

Art. 472. O distrato faz-se pela mesma for-ma exigida para o contrato.

Art. 473. A resilição unilateral, nos casosem que a lei expressa ou implicitamente opermita, opera mediante denúncia notifi-cada à outra parte.Parágrafo único. Se, porém, dada a natu-reza do contrato, uma das partes houverfeito investimentos consideráveis para asua execução, a denúncia unilateral sóproduzirá efeito depois de transcorridoprazo compatível com a natureza e o vultodos investimentos.

Seção II – Cláusula Resolutiva

Art. 474. A cláusula resolutiva expressaopera de pleno direito; a tácita dependede interpelação judicial.

Art. 475. A parte lesada peloinadimplemento pode pedir a resoluçãodo contrato, se não preferir exigir-lhe ocumprimento, cabendo, em qualquer doscasos, indenização por perdas e danos.

Seção III – Da Exceção de Contrato nãoCumprido

Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhumdos contratantes, antes de cumprida a suaobrigação, pode exigir o implemento dado outro.

Page 117: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.092

Título V – Das Várias Espécies de Contra-to

Capítulo I – Da Compra e Venda

Seção I – Disposições Gerais

Art. 1.122. Pelo contrato de compra e ven-da, um dos contraentes se obriga a trans-

Art. 477. Se, depois de concluído o con-trato, sobrevier a uma das partes contra-tantes diminuição em seu patrimônio ca-paz de comprometer ou tornar duvidosa aprestação pela qual se obrigou, pode aoutra recusar-se à prestação que lhe in-cumbe, até que aquela satisfaça a que lhecompete ou dê garantia bastante desatisfazê-la.

Seção IV – Da Resolução por OnerosidadeExcessiva

Art. 478. Nos contratos de execução con-tinuada ou diferida, se a prestação de umadas partes se tornar excessivamente one-rosa, com extrema vantagem para a outra,em virtude de acontecimentos extraordi-nários e imprevisíveis, poderá o devedorpedir a resolução do contrato. Os efeitosda sentença que a decretar retroagirão àdata da citação.

Art. 479. A resolução poderá ser evitada,oferecendo-se o réu a modificar eqüitati-vamente as condições do contrato.

Art. 480. Se no contrato as obrigaçõescouberem a apenas uma das partes, po-derá ela pleitear que a sua prestação sejareduzida, ou alterado o modo de executá-la,a fim de evitar a onerosidade excessiva.

Título VI – Das Várias Espécies de Con-trato

Capítulo I – Da Compra e Venda

Seção I – Disposições Gerais

Art. 481. Pelo contrato de compra e ven-da, um dos contratantes se obriga a trans-

Page 118: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

ferir o domínio de certa coisa, e o outro, apagar-lhe certo preço em dinheiro.

Art. 1.126. A compra e venda, quandopura, considerar-se-á obrigatória e perfei-ta, desde que as partes acordarem noobjeto e no preço.

Art. 1.123. A fixação do preço pode serdeixada ao arbítrio de terceiro, que os con-tratantes logo designarem ou prometeremdesignar. Se o terceiro não aceitar a in-cumbência, ficará sem efeito o contrato,salvo quando acordarem os contraentesdesignar outra pessoa.

Art. 1.124. Também se poderá deixar a fi-xação do preço à taxa do mercado, ou dabolsa, em certo e determinado dia e lugar.

ferir o domínio de certa coisa, e o outro, apagar-lhe certo preço em dinheiro.

Art. 482. A compra e venda, quando pura,considerar-se-á obrigatória e perfeita, des-de que as partes acordarem no objeto eno preço.

Art. 483. A compra e venda pode ter porobjeto coisa atual ou futura. Neste caso,ficará sem efeito o contrato se esta nãovier a existir, salvo se a intenção das par-tes era de concluir contrato aleatório.

Art. 484. Se a venda se realizar à vista deamostras, protótipos ou modelos, enten-der-se-á que o vendedor assegura ter acoisa as qualidades que a elascorrespondem.Parágrafo único. Prevalece a amostra, oprotótipo ou o modelo, se houver contra-dição ou diferença com a maneira pela qualse descreveu a coisa no contrato.

Art. 485. A fixação do preço pode ser dei-xada ao arbítrio de terceiro, que os con-tratantes logo designarem ou prometeremdesignar. Se o terceiro não aceitar a in-cumbência, ficará sem efeito o contrato,salvo quando acordarem os contratantesdesignar outra pessoa.

Art. 486. Também se poderá deixar a fixa-ção do preço à taxa de mercado ou debolsa, em certo e determinado dia e lugar.

Art. 487. É lícito às partes fixar o preço emfunção de índices ou parâmetros, desdeque suscetíveis de objetiva determinação.

Art. 488. Convencionada a venda sem fi-xação de preço ou de critérios para a sua

Page 119: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.125. Nulo é o contrato de compra evenda, quando se deixa ao arbítrio exclusi-vo de uma das partes a taxação do preço.

Art. 1.129. Salvo cláusula em contrário,ficarão as despesas da escritura a cargodo comprador, e a cargo do vendedor asda tradição.

Art. 1.130. Não sendo a venda a crédito, ovendedor não é obrigado a entregar a coi-sa, antes de receber o preço.

Art. 1.127. Até ao momento da tradição,os riscos da coisa correm por conta dovendedor, e os do preço por conta docomprador.

§ 1o Todavia, os casos fortuitos,ocorrentes no ato de contar, marcar, ouassinalar coisas, que comumente se rece-bem, contando, pesando, medindo ou as-sinalando, e que já tiverem sido postas àdisposição do comprador, correrão porconta deste.

§ 2o Correrão também por conta do com-prador os riscos das referidas coisas, seestiver em mora de as receber quandopostas à sua disposição no tempo, lugare pelo modo ajustados.

determinação, se não houver tabelamen-to oficial, entende-se que as partes sesujeitaram ao preço corrente nas vendashabituais do vendedor.Parágrafo único. Na falta de acordo, porter havido diversidade de preço, prevale-cerá o termo médio.

Art. 489. Nulo é o contrato de compra evenda, quando se deixa ao arbítrio exclusi-vo de uma das partes a fixação do preço.

Art. 490. Salvo cláusula em contrário, fi-carão as despesas de escritura e registroa cargo do comprador, e a cargo do ven-dedor as da tradição.

Art. 491. Não sendo a venda a crédito, ovendedor não é obrigado a entregar a coi-sa antes de receber o preço.

Art. 492. Até o momento da tradição, osriscos da coisa correm por conta do ven-dedor, e os do preço por conta do com-prador.

§ 1o Todavia, os casos fortuitos,ocorrentes no ato de contar, marcar ouassinalar coisas, que comumente se rece-bem, contando, pesando, medindo ou as-sinalando, e que já tiverem sido postas àdisposição do comprador, correrão porconta deste.

§ 2o Correrão também por conta do com-prador os riscos das referidas coisas, seestiver em mora de as receber, quandopostas à sua disposição no tempo, lugare pelo modo ajustados.

Art. 493. A tradição da coisa vendida, nafalta de estipulação expressa, dar-se-á no

Page 120: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.128. Se a coisa for expedida para lugardiverso, por ordem do comprador, por suaconta correrão os riscos, uma vez entregue aquem haja de transportá-la, salvo se das ins-truções dele se afastar o vendedor.

Art. 1.131. Não obstante o prazo ajustadopara o pagamento, se antes da tradição ocomprador cair em insolvência, poderá ovendedor sobrestar na entrega da coisa,até que o comprador lhe dê caução depagar no tempo ajustado.

Art. 1.132. Os ascendentes não podemvender aos descendentes, sem que osoutros descendentes expressamente con-sintam.

Art. 1.133. Não podem ser comprados ain-da em hasta pública:I – pelos tutores, curadores,testamenteiros e administradores, os bensconfiados à sua guarda ou administração;II – pelos mandatários, os bens, de cujaadministração ou alienação estejam encar-regados;III – pelos empregados públicos os bensda União, dos Estados e dos Municípios,que estiverem sob sua administração, di-reta ou indireta. A mesma disposição apli-ca-se aos juízes, arbitradores, ou peritosque, de qualquer modo, possam influir noato ou no preço da venda;IV – pelos juízes, empregados de fazenda,secretários de tribunais, escrivães e ou-

lugar onde ela se encontrava, ao tempoda venda.

Art. 494. Se a coisa for expedida para lugardiverso, por ordem do comprador, por suaconta correrão os riscos, uma vez entreguea quem haja de transportá-la, salvo se dasinstruções dele se afastar o vendedor.

Art. 495. Não obstante o prazo ajustadopara o pagamento, se antes da tradição ocomprador cair em insolvência, poderá ovendedor sobrestar na entrega da coisa,até que o comprador lhe dê caução depagar no tempo ajustado.

Art. 496. É anulável a venda de ascenden-te a descendente, salvo se os outros des-cendentes e o cônjuge do alienante ex-pressamente houverem consentido.Parágrafo único. Em ambos os casos, dis-pensa-se o consentimento do cônjuge seo regime de bens for o da separação obri-gatória.

Art. 497. Sob pena de nulidade, não po-dem ser comprados, ainda que em hastapública:I – pelos tutores, curadores,testamenteiros e administradores, os bensconfiados à sua guarda ou administração;II – pelos servidores públicos, em geral,os bens ou direitos da pessoa jurídica aque servirem, ou que estejam sob sua ad-ministração direta ou indireta;III – pelos juízes, secretários de tribunais,arbitradores, peritos e outrosserventuários ou auxiliares da justiça, osbens ou direitos sobre que se litigar emtribunal, juízo ou conselho, no lugar ondeservirem, ou a que se estender a sua auto-ridade;

Page 121: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

tros oficiais de justiça, os bens, ou direi-tos, sobre que se litigar em tribunal, juízo,ou conselho, no lugar onde esses funcio-nários servirem, ou a que se estender asua autoridade.

Art. 1.134. Esta proibição compreende avenda ou cessão de crédito, exceto se forentre co-herdeiros, ou em pagamento dedívida, ou para garantia de bens já per-tencentes a pessoas designadas no arti-go anterior, no IV.

Art. 1.135. Se a venda se realizar à vista deamostras, entender-se-á que o vendedorassegura ter a coisa vendida as qualida-des por elas apresentadas.

Art. 1.136. Se, na venda de um imóvel, seestipular o preço por medida de extensão,ou se determinar a respectiva área, e estanão corresponder, em qualquer dos casos,às dimensões dadas, o comprador terá odireito de exigir o complemento da área, enão sendo isso possível, o de reclamar a res-cisão do contrato ou abatimento proporcio-nal do preço. Não lhe cabe, porém, esse di-reito, se o imóvel foi vendido como coisacerta discriminada, tendo sido apenasenunciativa a referência às suas dimensões.

Parágrafo único. Presume-se que a refe-rência às dimensões foi simplesmenteenunciativa, quando a diferença encon-

IV – pelos leiloeiros e seus prepostos, osbens de cuja venda estejam encarregados.

Parágrafo único. As proibições deste arti-go estendem-se à cessão de crédito.

Art. 498. A proibição contida no inciso IIIdo artigo antecedente, não compreendeos casos de compra e venda ou cessãoentre co-herdeiros, ou em pagamento dedívida, ou para garantia de bens já per-tencentes a pessoas designadas no refe-rido inciso.

Art. 499. É lícita a compra e venda entrecônjuges, com relação a bens excluídosda comunhão.

Art. 500. Se, na venda de um imóvel, seestipular o preço por medida de extensão,ou se determinar a respectiva área, e estanão corresponder, em qualquer dos ca-sos, às dimensões dadas, o comprador teráo direito de exigir o complemento da área,e, não sendo isso possível, o de reclamara resolução do contrato ou abatimentoproporcional ao preço.

§ 1o Presume-se que a referência às di-mensões foi simplesmente enunciativa,quando a diferença encontrada não exce-

Page 122: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

trada exceder de um vinte avos da exten-são total enunciada.

Art. 1.137. Em toda escritura de transfe-rência de imóveis, serão transcritas ascertidões de se acharem eles quites com aFazenda Federal, Estadual e Municipal, dequaisquer impostos a que possam estarsujeitos.Parágrafo único. A certidão negativa exo-nera o imóvel e isenta o adquirente de todaresponsabilidade.

der de um vigésimo da área total enuncia-da, ressalvado ao comprador o direito deprovar que, em tais circunstâncias, nãoteria realizado o negócio.

§ 2o Se em vez de falta houver excesso, e ovendedor provar que tinha motivos paraignorar a medida exata da área vendida,caberá ao comprador, à sua escolha, com-pletar o valor correspondente ao preçoou devolver o excesso.

§ 3o Não haverá complemento de área, nemdevolução de excesso, se o imóvel forvendido como coisa certa e discriminada,tendo sido apenas enunciativa a referên-cia às suas dimensões, ainda que nãoconste, de modo expresso, ter sido a ven-da ad corpus.

Art. 501. Decai do direito de propor asações previstas no artigo antecedente ovendedor ou o comprador que não o fizerno prazo de um ano, a contar do registrodo título.Parágrafo único. Se houver atraso naimissão de posse no imóvel, atribuível aoalienante, a partir dela fluirá o prazo dedecadência.

Art. 502. O vendedor, salvo convençãoem contrário, responde por todos os dé-

Page 123: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.138. Nas coisas vendidas conjun-tamente, o defeito oculto de uma não au-toriza a rejeição de todas.

Art. 1.139. Não pode um condômino emcoisa indivisível vender a sua parte a es-tranhos, se outro consorte a quiser, tantopor tanto. O condômino a quem não seder conhecimento da venda poderá, de-positando o preço, haver para a parte ven-dida a estranho, se o requerer no prazo deseis meses.

Parágrafo único. Sendo muitos oscondôminos, preferirá o que tiverbenfeitorias de maior valor e, na falta debenfeitorias, o de quinhão maior. Se osquinhões forem iguais, haverão a partevendida os comproprietários, que a qui-serem, depositando previamente o preço.

Seção II – Das Cláusulas Especiais à Com-pra e Venda

Da Retrovenda

Art. 1.140. O vendedor pode reservar-seo direito de recobrar, em certo prazo, oimóvel, que vendeu, restituindo o preço,mais as despesas feitas pelo comprador.Parágrafo único. Além destas, reembolsa-rá também, nesse caso, o vendedor aocomprador as empregadas em melhora-mentos do imóvel, até o valor por essesmelhoramentos acrescentados à proprie-dade.

bitos que gravem a coisa até o momentoda tradição.

Art. 503. Nas coisas vendidas conjunta-mente, o defeito oculto de uma não auto-riza a rejeição de todas.

Art. 504. Não pode um condômino emcoisa indivisível vender a sua parte a es-tranhos, se outro consorte a quiser, tantopor tanto. O condômino, a quem não seder conhecimento da venda, poderá, de-positando o preço, haver para si a partevendida a estranhos, se o requerer no pra-zo de cento e oitenta dias, sob pena dedecadência.

Parágrafo único. Sendo muitos oscondôminos, preferirá o que tiverbenfeitorias de maior valor e, na falta debenfeitorias, o de quinhão maior. Se aspartes forem iguais, haverão a parte ven-dida os comproprietários, que a quiserem,depositando previamente o preço.

Seção II – Das Cláusulas Especiais à Com-pra e Venda

Subseção I – Da Retrovenda

Art. 505. O vendedor de coisa imóvelpode reservar-se o direito de recobrá-lano prazo máximo de decadência de trêsanos, restituindo o preço recebido e re-embolsando as despesas do comprador,inclusive as que, durante o período deresgate, se efetuaram com a sua autoriza-ção escrita, ou para a realização debenfeitorias necessárias.

Page 124: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.141. O prazo para o resgate, ou re-trato, não passará de três anos, sob penade se reputar não escrito; presumindo-seestipulado o máximo do tempo, quandoas partes o não determinarem.Parágrafo único. O prazo do retrato, ex-presso, ou presumido, prevalece aindacontra o incapaz. Vencido o prazo, extin-gue-se o direito ao retrato, e torna-seirretratável a venda.

Art. 1.142. Na retrovenda, o vendedorconserva a sua ação contra os terceirosadquirentes da coisa retrovendida, aindaque eles não conhecessem a cláusula deretrato.

Art. 1.143. Se duas ou mais pessoas tive-rem direito ao retrato sobre a mesma coi-sa, e só uma o exercer, poderá o compra-dor fazer intimar as outras, para nele acor-darem.

§ 1o Não havendo acordo entre os inte-ressados, ou não querendo um deles en-trar com a importância integral do retrato,caducará o direito de todos.

§ 2o Se os diferentes condôminos do pré-dio alheado o não retrovenderam conjun-

Art. 506. Se o comprador se recusar a re-ceber as quantias a que faz jus, o vende-dor, para exercer o direito de resgate, asdepositará judicialmente.Parágrafo único. Verificada a insuficiên-cia do depósito judicial, não será o ven-dedor restituído no domínio da coisa, atée enquanto não for integralmente pago ocomprador.

Art. 507. O direito de retrato, que é cessívele transmissível a herdeiros e legatários,poderá ser exercido contra o terceiroadquirente.

Art. 508. Se a duas ou mais pessoas cou-ber o direito de retrato sobre o mesmoimóvel, e só uma o exercer, poderá o com-prador intimar as outras para nele acorda-rem, prevalecendo o pacto em favor dequem haja efetuado o depósito, contantoque seja integral.

Page 125: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

tamente e no mesmo ato, poderá cadaqual, de per si, exercitar sobre o respecti-vo quinhão o seu direito de retrato, semque o comprador possa contranger osdemais a resgatá-lo por inteiro.

Da Venda a Contento

Art. 1.144. A venda a contento reputar-se-á feita sob condição suspensiva, se nocontrato não se lhe tiver dado expressa-mente o caráter de condição resolutiva.

Parágrafo único. Nesta espécie de venda,se classifica a dos gêneros, que se costu-mam provar, medir, pesar, ou experimen-tar, antes de aceitos.

Art. 1.145. As obrigações do comprador,que recebeu, sob condição suspensiva, acoisa comprada, são as de merocomodatário, enquanto não manifesteaceitá-la.

Art. 1.146. Se o comprador não fizer de-claração alguma dentro no prazo, reputar-se-á perfeita a venda, quer seja suspensivaa condição,quer resolutiva, havendo-se,no primeiro caso, o pagamento do preçocomo expressão de que aceita a coisa ven-dida.

Subseção II – Da Venda a Contento e Su-jeita a Prova

Art. 509. A venda feita a contento do com-prador entende-se realizada sob condiçãosuspensiva, ainda que a coisa lhe tenhasido entregue; e não se reputará perfeita,enquanto o adquirente não manifestar seuagrado.

Art. 510. Também a venda sujeita a provapresume-se feita sob a condiçãosuspensiva de que a coisa tenha as quali-dades asseguradas pelo vendedor e sejaidônea para o fim a que se destina.

Art. 511. Em ambos os casos, as obriga-ções do comprador, que recebeu, sob con-dição suspensiva, a coisa comprada, sãoas de mero comodatário, enquanto nãomanifeste aceitá-la.

Page 126: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.147. Não havendo prazo estipu-lado para a declaração do comprador, ovendedor terá direito a intimá-lo judici-almente, para que o faça em prazoimprorrogável, sob pena de considerar-se perfeita a venda.

Art. 1.148. O direito resultante da venda acontento é simplesmente pessoal.

Da Preempção ou Preferência

Art. 1.149. A preempção, ou preferência,impõe ao comprador a obrigação de ofe-recer ao vendedor a coisa que aquele vaivender, ou dar em pagamento, para queeste use de seu direito de prelação na com-pra, tanto por tanto.

Art. 1.150. A União, o Estado, ou o Muni-cípio, oferecerá ao ex-proprietário o imó-vel desapropriado, pelo preço por que ofoi, caso não tenha o destino, para que sedesapropriou.

Art. 1.151. O vendedor pode também exer-cer o seu direito de prelação, intimidan-do-se ao comprador, quando lhe constarque este vai vender a coisa.

Art. 1.155. Aquele que exerce a preferên-cia, está, sob pena de a perder, obrigado apagar, em condições iguais, o preço en-contrado, ou ajustado.

Art. 512. Não havendo prazo estipuladopara a declaração do comprador, o vende-dor terá direito de intimá-lo, judicial ouextrajudicialmente, para que o faça em pra-zo improrrogável.

Subseção III – Da Preempção ou Prefe-rência

Art. 513. A preempção, ou preferência,impõe ao comprador a obrigação de ofe-recer ao vendedor a coisa que aquele vaivender, ou dar em pagamento, para queeste use de seu direito de prelação na com-pra, tanto por tanto.

Parágrafo único. O prazo para exercer odireito de preferência não poderá excedera cento e oitenta dias, se a coisa for mó-vel, ou a dois anos, se imóvel.

Art. 514. O vendedor pode também exer-cer o seu direito de prelação, intimando ocomprador, quando lhe constar que estevai vender a coisa.

Art. 515. Aquele que exerce a preferênciaestá, sob pena de a perder, obrigado apagar, em condições iguais, o preço en-contrado, ou o ajustado.

Page 127: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.152. O direito de preempção não seestende senão às situações indicadas nosartigos 1.149 e 1.150, nem a outro direitoreal que não a propriedade.

Art. 1.153. O direito de preempção cadu-cará, se a coisa for móvel, não se exercen-do nos três dias, e, se for imóvel, não seexercendo nos trinta subsequentes àque-le, em que o comprador tiver afrontado ovendedor.

Art. 1.154. Quando o direito de preempçãofor estipulado a favor de dois ou mais in-divíduos em comum, só poderá ser exerci-do em relação à coisa no seu todo. Se al-guma das pessoas, a quem ele toque, per-der, ou não exercer o seu direito, poderãoas demais utilizá-lo na forma sobredita.

Art. 1.156. Responderá por perdas e da-nos o comprador, se ao vendedor não derciência do preço e das vantagens, que lheoferecem pela coisa.

Art. 1.157. O direito de preferência não sepode ceder nem passa aos herdeiros.

Do Pacto de Melhor Comprador

Art. 1.158. O contrato de compra e vendapode ser feito com a cláusula de se desfa-

Art. 516. Inexistindo prazo estipulado, odireito de preempção caducará, se a coisafor móvel, não se exercendo nos três dias,e, se for imóvel, não se exercendo nossessenta dias subseqüentes à data em queo comprador tiver notificado o vendedor.

Art. 517. Quando o direito de preempçãofor estipulado a favor de dois ou mais in-divíduos em comum, só pode ser exercidoem relação à coisa no seu todo. Se algumadas pessoas, a quem ele toque, perder ounão exercer o seu direito, poderão as de-mais utilizá-lo na forma sobredita.

Art. 518. Responderá por perdas e danoso comprador, se alienar a coisa sem terdado ao vendedor ciência do preço e dasvantagens que por ela lhe oferecem. Res-ponderá solidariamente o adquirente, setiver procedido de má-fé.

Art. 519. Se a coisa expropriada para finsde necessidade ou utilidade pública, oupor interesse social, não tiver o destinopara que se desapropriou, ou não for uti-lizada em obras ou serviços públicos, ca-berá ao expropriado direito de preferên-cia, pelo preço atual da coisa.

Art. 520. O direito de preferência não sepode ceder nem passa aos herdeiros.

Page 128: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

zer, se, dentro em certo prazo, aparecerquem ofereça maior vantagem.Parágrafo único. Não excederá de um anoesse prazo, nem essa cláusula vigorarásenão entre os contratantes.

Art. 1.159. O pacto de melhor compradorvale por condição resolutiva, salvo con-venção em contrário.

Art. 1.160. Esse pacto não pode existir nasvendas de móveis.

Art. 1.161. O comprador prefere a quemoferecer iguais vantagens.

Do Pacto Comissório

Art. 1.162. Se, dentro no prazo fixado, ovendedor não aceitar proposta de maiorvantagem, a venda se reputará definitiva.

Art. 1.163. Ajustado que se desfaça a ven-da, não se pagando o preço até certo dia,poderá o vendedor, não pago, desfazer ocontrato, ou pedir o preço.

Subseção IV – Da Venda com Reserva deDomínio

Art. 521. Na venda de coisa móvel, podeo vendedor reservar para si a proprieda-de, até que o preço esteja integralmentepago.

Art. 522. A cláusula de reserva de domí-nio será estipulada por escrito e dependede registro no domicílio do comprador paravaler contra terceiros.

Art. 523. Não pode ser objeto de vendacom reserva de domínio a coisa

Page 129: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

insuscetível de caracterização perfeita,para estremá-la de outras congêneres. Nadúvida, decide-se a favor do terceiroadquirente de boa-fé.

Art. 524. A transferência de propriedadeao comprador dá-se no momento em queo preço esteja integralmente pago. Toda-via, pelos riscos da coisa responde o com-prador, a partir de quando lhe foi entregue.

Art. 525. O vendedor somente poderá exe-cutar a cláusula de reserva de domínioapós constituir o comprador em mora,mediante protesto do título ou interpela-ção judicial.

Art. 526. Verificada a mora do comprador,poderá o vendedor mover contra ele acompetente ação de cobrança das presta-ções vencidas e vincendas e o mais quelhe for devido; ou poderá recuperar a pos-se da coisa vendida.

Art. 527. Na segunda hipótese do artigoantecedente, é facultado ao vendedor re-ter as prestações pagas até o necessáriopara cobrir a depreciação da coisa, as des-pesas feitas e o mais que de direito lhe fordevido. O excedente será devolvido aocomprador; e o que faltar lhe será cobra-do, tudo na forma da lei processual.

Art. 528. Se o vendedor receber o paga-mento à vista, ou, posteriormente, medi-ante financiamento de instituição do mer-cado de capitais, a esta caberá exercer osdireitos e ações decorrentes do contrato,a benefício de qualquer outro. A opera-ção financeira e a respectiva ciência docomprador constarão do registro do con-trato.

Page 130: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Capítulo II – Da Troca

1.164. Aplicam-se à troca as disposiçõesreferentes à compra e venda, com as se-guintes modificações:

Subseção V – Da Venda sobre Documentos

Art. 529. Na venda sobre documentos, atradição da coisa é substituída pela entre-ga do seu título representativo e dos ou-tros documentos exigidos pelo contratoou, no silêncio deste, pelos usos.Parágrafo único. Achando-se a documen-tação em ordem, não pode o compradorrecusar o pagamento, a pretexto de defei-to de qualidade ou do estado da coisavendida, salvo se o defeito já houver sidocomprovado.

Art. 530. Não havendo estipulação emcontrário, o pagamento deve ser efetua-do na data e no lugar da entrega dos do-cumentos.

Art. 531. Se entre os documentos entreguesao comprador figurar apólice de seguro quecubra os riscos do transporte, correm estesà conta do comprador, salvo se, ao ser con-cluído o contrato, tivesse o vendedor ciên-cia da perda ou avaria da coisa.

Art. 532. Estipulado o pagamento por in-termédio de estabelecimento bancário,caberá a este efetuá-lo contra a entregados documentos, sem obrigação de veri-ficar a coisa vendida, pela qual não res-ponde.Parágrafo único. Nesse caso, somente apósa recusa do estabelecimento bancário a efe-tuar o pagamento, poderá o vendedorpretendê-lo, diretamente do comprador.

Capítulo II – Da Troca ou Permuta

Art. 533. Aplicam-se à troca as disposi-ções referentes à compra e venda, com asseguintes modificações:

Page 131: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

I – salvo disposição em contrário, cadaum dos contratantes pagará por meta-de as despesas com o instrumento datroca.II – é nula a troca de valores desiguaisentre ascendentes e descendentes, semconsentimento expresso dos outros des-cendentes.

Capítulo III – Da Doação

Seção I – Disposições Gerais

Art. 1.165. Considera-se doação o contra-to em que uma pessoa, por liberalidade,transfere do seu patrimônio bens ou van-tagens para o de outra, que os aceita.

I – salvo disposição em contrário, cadaum dos contratantes pagará por meta-de as despesas com o instrumento datroca;II – é anulável a troca de valores desi-guais entre ascendentes e descendentes,sem consentimento dos outros descen-dentes e do cônjuge do alienante.

Capítulo III – Do Contrato Estimatório

Art. 534. Pelo contrato estimatório, oconsignante entrega bens móveis aoconsignatário, que fica autorizado avendê-los, pagando àquele o preçoajustado, salvo se preferir, no prazoestabelecido, restituir-lhe a coisa con-signada.

Art. 535. O consignatário não se exonerada obrigação de pagar o preço, se a resti-tuição da coisa, em sua integridade, setornar impossível, ainda que por fato a elenão imputável.

Art. 536. A coisa consignada não podeser objeto de penhora ou seqüestro peloscredores do consignatário, enquanto nãopago integralmente o preço.

Art. 537. O consignante não pode disporda coisa antes de lhe ser restituída ou delhe ser comunicada a restituição.

Capítulo IV – Da Doação

Seção I – Disposições Gerais

Art. 538. Considera-se doação o contratoem que uma pessoa, por liberalidade,transfere do seu patrimônio bens ou van-tagens para o de outra.

Page 132: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.166. O doador pode fixar prazo aodonatário, para declarar de aceita, ou não,a liberalidade. Desde que o donatário, ci-ente do prazo, não faça dentro nele, a de-claração, entender-se-á que aceitou, se adoação não for sujeita a encargo.

Art. 1.167. A doação feita em contempla-ção do merecimento do donatário nãoperde o caráter de liberalidade, como onão perde a doação remuneratória, ou a gra-vada, no excedente ao valor dos serviçosremunerados, ou ao encargo imposto.

Art. 1.168. A doação far-se-á por escriturapública, ou instrumento particular.

Parágrafo único. A doação verbal seráválida, se, versando sobre bens móveis ede pequeno valor, se lhe seguirincontinenti a tradição.

Art. 1.169. A doação feita ao nasciturovalerá, sendo aceita pelos pais.

Art. 1.170. Às pessoas que não puderemcontratar é facultado, não obstante, acei-tar doações puras.

Art. 1.171. A doação dos pais aos filhosimporta adiantamento da legítima.

Art. 1.172. A doação em forma de subven-ção periódica ao beneficiado extingue-se,morrendo o doador, salvo se este outracoisa dispuser.

Art. 1.173. A doação feita em contempla-ção de casamento futuro com certa e de-

Art. 539. O doador pode fixar prazo aodonatário, para declarar se aceita ou nãoa liberalidade. Desde que o donatário, ci-ente do prazo, não faça, dentro dele, adeclaração, entender-se-á que aceitou, sea doação não for sujeita a encargo.

Art. 540. A doação feita em contemplaçãodo merecimento do donatário não perde ocaráter de liberalidade, como não o perdea doação remuneratória, ou a gravada, noexcedente ao valor dos serviços remune-rados ou ao encargo imposto.

Art. 541. A doação far-se-á por escriturapública ou instrumento particular.

Parágrafo único. A doação verbal seráválida, se, versando sobre bens móveis ede pequeno valor, se lhe seguirincontinenti a tradição.

Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá,sendo aceita pelo seu representante legal.

Art. 543. Se o donatário for absolutamen-te incapaz, dispensa-se a aceitação, des-de que se trate de doação pura.

Art. 544. A doação de ascendentes a des-cendentes, ou de um cônjuge a outro, im-porta adiantamento do que lhes cabe porherança.

Art. 545. A doação em forma de subven-ção periódica ao beneficiado extingue-semorrendo o doador, salvo se este outracoisa dispuser, mas não poderá ultrapas-sar a vida do donatário.

Art. 546. A doação feita em contemplaçãode casamento futuro com certa e determi-

Page 133: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

terminada pessoa, quer pelos nubentesentre si, quer por terceiro a um deles, aambos, ou aos filhos que, de futuro, hou-verem um do outro, não pode ser impugna-da por falta de aceitação, e só ficará semefeito se o casamento não se realizar.

Art. 1.174. O doador pode estipular queos bens doados voltem ao seu patrimônio,se sobreviver ao donatário.

Art. 1.175. É nula a doação de todos osbens, sem reserva de parte, ou renda sufi-ciente para a subsistência do doador.

Art. 1.176. Nula é também a doação quan-to à parte, que exceder a de que o doador,no momento da liberalidade, poderia dis-por em testamento.

Art. 1.177. A doação do cônjuge adúlteroao seu cúmplice pode ser anulada pelooutro cônjuge, ou por seus herdeiros ne-cessários, até dois anos depois de dissol-vida a sociedade conjugal.

Art. 1.178. Salvo declaração em contrário, adoação em comum a mais de uma pessoaentende-se distribuída entre elas por igual.

Parágrafo único. Se os donatários, em talcaso, forem marido e mulher, subsistirá natotalidade a doação para o cônjuge so-brevivo.

Art. 1.179. O doador não é obrigado a pa-gar juros moratórios, nem é sujeito àevicção, exceto no caso do artigo 285.

nada pessoa, quer pelos nubentes entresi, quer por terceiro a um deles, a ambos,ou aos filhos que, de futuro, houveremum do outro, não pode ser impugnada porfalta de aceitação, e só ficará sem efeitose o casamento não se realizar.

Art. 547. O doador pode estipular que osbens doados voltem ao seu patrimônio,se sobreviver ao donatário.

Parágrafo único. Não prevalece cláusulade reversão em favor de terceiro.

Art. 548. É nula a doação de todos os benssem reserva de parte, ou renda suficientepara a subsistência do doador.

Art. 549. Nula é também a doação quantoà parte que exceder à de que o doador, nomomento da liberalidade, poderia disporem testamento.

Art. 550. A doação do cônjuge adúlteroao seu cúmplice pode ser anulada pelooutro cônjuge, ou por seus herdeiros ne-cessários, até dois anos depois de dissol-vida a sociedade conjugal.

Art. 551. Salvo declaração em contrário, adoação em comum a mais de uma pessoaentende-se distribuída entre elas por igual.

Parágrafo único. Se os donatários, em talcaso, forem marido e mulher, subsistirá natotalidade a doação para o cônjuge so-brevivo.

Art. 552. O doador não é obrigado a pagarjuros moratórios, nem é sujeito às conse-qüências da evicção ou do vícioredibitório. Nas doações para casamento

Page 134: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.180. O donatário é obrigado a cum-prir os encargos da doação, caso forem abenefício do doador, de terceiro, ou dointeresse.

Parágrafo único. Se desta última espéciefor o encargo, o Ministério Público pode-rá exigir sua execução depois da morte dodoador, se este não o tiver feito.

Seção II – Da Revogação da Doação

Art. 1.181. Além dos casos comuns a to-dos os contratos, a doação também serevoga por ingratidão do donatário.Parágrafo único. A doação onerosa poder-se-á revogar por inexecução do encargo,desde que o donatário incorrer em mora.

Art. 1.182. Não se pode renunciar anteci-padamente o direito de revogar a liberali-dade por ingratidão do donatário.

Art. 1.183. Só se podem revogar por in-gratidão as doações:I – se o donatário atentou contra a vidado doador;II – se cometeu contra ele ofensa física;III – se o injuriou gravemente, ou o calu-niou;IV – se, podendo ministrar-lhos, recusouao doador os alimentos, de que este ne-cessitava.

com certa e determinada pessoa, o doa-dor ficará sujeito à evicção, salvo con-venção em contrário.

Art. 553. O donatário é obrigado a cum-prir os encargos da doação, caso forem abenefício do doador, de terceiro, ou dointeresse geral.

Parágrafo único. Se desta última espéciefor o encargo, o Ministério Público pode-rá exigir sua execução, depois da mortedo doador, se este não tiver feito.

Art. 554. A doação a entidade futura ca-ducará se, em dois anos, esta não estiverconstituída regularmente.

Seção II – Da Revogação da Doação

Art. 555. A doação pode ser revogada poringratidão do donatário, ou por inexecuçãodo encargo.

Art. 556. Não se pode renunciar antecipa-damente o direito de revogar a liberalida-de por ingratidão do donatário.

Art. 557. Podem ser revogadas por ingra-tidão as doações:I – se o donatário atentou contra a vidado doador ou cometeu crime de homicí-dio doloso contra ele;II – se cometeu contra ele ofensa física;III – se o injuriou gravemente ou o calu-niou;IV – se, podendo ministrá-los, recusou aodoador os alimentos de que este necessi-tava.

Page 135: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.184 . A revogação por qualquer des-ses motivos pleitear-se-á dentro em umano, a contar de quando chegue ao co-nhecimento do doador o fato, que a auto-rizar.

Art. 1.185. O direito de que trata o artigoprecedente não se transmite aos herdei-ros do doador, nem prejudica os dodonatário. Mas aqueles podem prosseguirna ação iniciada pelo doador, continuan-do-a contra os herdeiros do donatário, seeste falecer depois de contestada a lide.

Art. 1.186. A revogação por ingratidão nãoprejudica os direitos adquiridos por ter-ceiro, nem obriga o donatário a restituiros frutos, que percebeu antes de contes-tada a lide.

Art. 1.187. Não se revogam por ingratidão:

Art. 558. Pode ocorrer também a revoga-ção quando o ofendido, nos casos do ar-tigo anterior, for o cônjuge, ascendente,descendente, ainda que adotivo, ou irmãodo doador.

Art. 559. A revogação por qualquer des-ses motivos deverá ser pleiteada dentro deum ano, a contar de quando chegue ao co-nhecimento do doador o fato que a autori-zar, e de ter sido o donatário o seu autor.

Art. 560. O direito de revogar a doaçãonão se transmite aos herdeiros do doa-dor, nem prejudica os do donatário. Masaqueles podem prosseguir na ação inicia-da pelo doador, continuando-a contra osherdeiros do donatário, se este falecerdepois de ajuizada a lide.

Art. 561. No caso de homicídio doloso dodoador, a ação caberá aos seus herdeiros,exceto se aquele houver perdoado.

Art. 562. A doação onerosa pode serrevogada por inexecução do encargo, seo donatário incorrer em mora. Não haven-do prazo para o cumprimento, o doadorpoderá notificar judicialmente o donatário,assinando-lhe prazo razoável para quecumpra a obrigação assumida.

Art. 563. A revogação por ingratidão nãoprejudica os direitos adquiridos por ter-ceiros, nem obriga o donatário a restituiros frutos percebidos antes da citação vá-lida; mas sujeita-o a pagar os posteriores,e, quando não possa restituir em espécieas coisas doadas, a indenizá-la pelo meiotermo do seu valor.

Art. 564. Não se revogam por ingratidão:

Page 136: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

I – as doações puramente remuneratórias;II – as oneradas com encargo;III – as que se fizerem em cumprimento deobrigação natural;IV – as feitas para determinado casa-mento.

Capítulo IV – Da Locação

Seção I – Da Locação de Coisas

Disposições Gerais

Art. 1.188. Na locação de coisas, uma daspartes se obriga a ceder à outra, por tem-po determinado, ou não, o uso e gozo decoisa não fungível, mediante certa retri-buição.

Art. 1.189. O locador é obrigado:I – a entregar ao locatário a coisa alugadacom suas pertenças, em estado de servirao uso a que se destina, e a mantê-la nes-se estado, pelo tempo do contrato, salvocláusula expressa em contrário;II – garantir-lhe, durante o tempo do con-trato, o uso pacífico da coisa.

Art. 1.190. Se, durante a locação, se dete-riorar a coisa alugada, sem culpa do loca-tário, a este caberá pedir redução propor-cional do aluguer, ou rescindir o contrato,caso já não sirva a coisa para o fim a quese destinava.

Art. 1.191. O locador resguardará o loca-tário dos embaraços e turbações de ter-ceiros, que tenham, ou pretendam ter di-reito sobre a coisa alugada, e responderápelos seus vícios, ou defeitos, anterioresà locação.

I – as doações puramente remuneratórias;II – as oneradas com encargo já cumpri-do;III – as que se fizerem em cumprimento deobrigação natural;IV – as feitas para determinado casa-mento.

Capítulo V – Da Locação de Coisas

Art. 565. Na locação de coisas, uma daspartes se obriga a ceder à outra, por tem-po determinado ou não, o uso e gozo decoisa não fungível, mediante certa retri-buição.

Art. 566. O locador é obrigado:I – a entregar ao locatário a coisa alugada,com suas pertenças, em estado de servirao uso a que se destina, e a mantê-la nes-se estado, pelo tempo do contrato, salvocláusula expressa em contrário;II – a garantir-lhe, durante o tempo docontrato, o uso pacífico da coisa.

Art. 567. Se, durante a locação, se deteri-orar a coisa alugada, sem culpa do locatá-rio, a este caberá pedir redução proporci-onal do aluguel, ou resolver o contrato,caso já não sirva a coisa para o fim a quese destinava.

Art. 568. O locador resguardará o locatá-rio dos embaraços e turbações de tercei-ros, que tenham ou pretendam ter direitossobre a coisa alugada, e responderá pe-los seus vícios, ou defeitos, anteriores àlocação.

Page 137: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.192. O locatário é obrigado:I – a servir-se da coisa alugada para osusos convencionados, ou presumidos,conforme a natureza dela e as circunstân-cias, bem como a tratá-la com o mesmocuidado como se sua fosse;II – a pagar pontualmente o aluguer nosprazos ajustados, e, em falta de ajuste,segundo o costume do lugar;III – a levar ao conhecimento do locadoras turbações de terceiros, que se preten-dam fundadas em direito;IV – a restituir a coisa, finda a locação, noestado em que a recebeu, salvas as dete-riorações naturais ao uso regular.

Art. 1.193. Se o locatário empregar a coisaem uso diverso do ajustado, ou do a quese destina, ou se ela se danificar por abusodo locatário, poderá o locador, além de res-cindir o contrato, exigir perdas e danos.

Parágrafo único. Havendo prazo estipu-lado à duração do contrato, antes do ven-cimento não poderá o locador reaver acoisa alugada, senão ressarcindo ao lo-catário as perdas e danos resultantes, nemo locatário devolvê-la ao locador, senãopagando o aluguer pelo tempo que faltar.

Art. 1.194. A locação por tempo determi-nado cessa de pleno direito findo o prazo

Art. 569. O locatário é obrigado:I – a servir-se da coisa alugada para osusos convencionados ou presumidos,conforme a natureza dela e as circunstân-cias, bem como tratá-la com o mesmo cui-dado como se sua fosse;II – a pagar pontualmente o aluguel nosprazos ajustados, e, em falta de ajuste,segundo o costume do lugar;III – a levar ao conhecimento do locadoras turbações de terceiros, que se preten-dam fundadas em direito;IV – a restituir a coisa, finda a locação, noestado em que a recebeu, salvas as dete-riorações naturais ao uso regular.

Art. 570. Se o locatário empregar a coisaem uso diverso do ajustado, ou do a quese destina, ou se ela se danificar por abusodo locatário, poderá o locador, além de res-cindir o contrato, exigir perdas e danos.

Art. 571. Havendo prazo estipulado à du-ração do contrato, antes do vencimentonão poderá o locador reaver a coisaalugada, senão ressarcindo ao locatárioas perdas e danos resultantes, nem o lo-catário devolvê-la ao locador, senão pa-gando, proporcionalmente, a multa pre-vista no contrato.

Parágrafo único. O locatário gozará dodireito de retenção, enquanto não for res-sarcido.

Art. 572. Se a obrigação de pagar o alu-guel pelo tempo que faltar constituir in-denização excessiva, será facultado ao juizfixá-la em bases razoáveis.

Art. 573. A locação por tempo determina-do cessa de pleno direito findo o prazo

Page 138: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

estipulado, independentemente de notifi-cação, ou aviso.

Art. 1.195. Se, findo o prazo, o locatáriocontinuar na posse da coisa alugada, semoposição do locador, presumir-se-á pror-rogada a locação pelo mesmo aluguer, massem prazo determinado.

Art. 1. 196. Se, notificado o locatário nãorestituir a coisa, pagará, enquanto a tiverem seu poder, o aluguer que o locadorarbitrar, e responderá pelo dano que elavenha a sofrer, embora proveniente decaso fortuito.

Art. 1.197. Se, durante a locação, for aliena-da a coisa, não ficará o adquirente obrigadoa respeitar o contrato, se nele não for con-signada a cláusula de sua vigência no casode alienação, e constar de registro público.

Parágrafo único. Nas locações de imó-veis, não poderá, porém, despedir o loca-tário, senão observados os prazos do ar-tigo 1.209.

Art. 1.198. Morrendo o locador, ou o loca-tário, transfere-se aos seus herdeiros alocação por tempo determinado.

estipulado, independentemente de notifi-cação ou aviso.

Art. 574. Se, findo o prazo, o locatário con-tinuar na posse da coisa alugada, semoposição do locador, presumir-se-á pror-rogada a locação pelo mesmo aluguel, massem prazo determinado.

Art. 575. Se, notificado o locatário, nãorestituir a coisa, pagará, enquanto a tiverem seu poder, o aluguel que o locador ar-bitrar, e responderá pelo dano que ela ve-nha a sofrer, embora proveniente de casofortuito.

Parágrafo único. Se o aluguel arbitradofor manifestamente excessivo, poderá ojuiz reduzi-lo, mas tendo sempre em contao seu caráter de penalidade.

Art. 576. Se a coisa for alienada durante alocação, o adquirente não ficará obrigado arespeitar o contrato, se nele não for consig-nada a cláusula da sua vigência no caso dealienação, e não constar de registro.

§ 1o O registro a que se refere este artigoserá o de Títulos e Documentos do domi-cílio do locador, quando a coisa for mó-vel; e será o Registro de Imóveis da res-pectiva circunscrição, quando imóvel.

§ 2o Em se tratando de imóvel, e ainda nocaso em que o locador não esteja obriga-do a respeitar o contrato, não poderá eledespedir o locatário, senão observado oprazo de noventa dias após a notificação.

Art. 577. Morrendo o locador ou o locatá-rio, transfere-se aos seus herdeiros a lo-cação por tempo determinado.

Page 139: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.199. Não é lícito ao locatário reter acoisa alugada, exceto no caso debenfeitorias necessárias, ou no debenfeitorias úteis, se estas houverem sidofeitas com expresso consentimento dolocador.

Da Locação de Prédios –

Art. 1.200. A locação de prédios pode serestipulada por qualquer prazo.

Art. 1.201. Não havendo estipulação ex-pressa em contrário, o locatário, nas loca-ções a prazo fixo, poderá sublocar o pré-dio, no todo, ou em parte, antes ou de-pois de havê-lo recebido, e bem assimemprestá-lo, continuando responsável aolocador pela conservação do imóvel esolução do aluguer.Parágrafo único. Pode também ceder a lo-cação, consentindo o locador.

Art. 1202. O sublocatário respondesubsidiariamente, ao senhorio pela impor-tância que dever ao sublocador, quandoeste for demandado, e ainda pelos alu-gueres que se vencerem durante a lide.§1o Neste caso, notificada a ação ao su-blocatário, se não declarar logo que adi-antou alugueres ao sublocador, presumir-se-ão fraudulentos todos os recibos depagamentos adiantados, salvo se cons-tarem de escrito com data autenticada ecerta.§ 2o Salvo o caso deste artigo, nas dispo-sições anteriores, a sublocação não esta-belece direitos nem obrigações entre osublocatário e o senhorio.

Art. 1.203. Rescindida, ou finda, a loca-ção, resolvem-se as sublocações, salvo o

Art. 578. Salvo disposição em contrário, olocatário goza do direito de retenção, nocaso de benfeitorias necessárias, ou node benfeitorias úteis, se estas houveremsido feitas com expresso consentimentodo locador.

Page 140: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

direito de indenização que possa compe-tir ao sublocatário contra o sublocador.

Art. 1.204. Durante a locação, o senhorionão pode mudar a forma nem o destino doprédio alugado.

Art. 1.205. Se o prédio necessitar de repa-rações urgentes, o locatário será obriga-do a consenti-las.§ 1o Se os reparos durarem mais de quinzedias, poderá pedir abatimento proporcio-nal no aluguer.§ 2o Se durarem mais de um mês, e tolhe-rem o uso regular do prédio, poderá res-cindir o contrato.

Art. 1.206. Incumbirão ao locador, salvocláusula expressa em contrário, todas asreparações de que o prédio necessitar.Parágrafo único. O locatário é obrigado afazer por sua própria conta no prédio asreparações de estragos, que não prove-nham naturalmente do tempo, ou do uso.

Art. 1.207. O locatário tem direito a exigirdo senhorio, quando este lhe entrega oprédio, relação escrita do seu estado.

Art.1.208. Responderá o locatário peloincêndio do prédio, se não provar casofortuito ou força maior, vício de constru-ção ou propagação de fogo originado emoutro prédio.Parágrafo único. Se o prédio tiver maisde um inquilino, todos responderãopelo incêndio, inclusive o locador, senele habitar, cada um em proporção daparte que ocupe, exceto provando-seter começado o incêndio na utilizadapor um só morador, que será então oúnico responsável.

Page 141: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.209. O locatário do prédio, notifica-do para entregá-lo, por não convir ao lo-cador continuar a locação de tempoindeterminado, tem o prazo de um mês,para o desocupar, se for urbano, e, se rús-tico, o de seis meses.

Disposição Especial aos Prédios Urbanos

Art. 1.210. Não havendo estipulação emcontrário, o tempo da locação de prédiourbano regular-se-á pelos usos locais.

Disposição Especial aos Prédios Rústicos

Art. 1.211. O locatário de prédio rústicoutilizá-lo-á no mister a que se destina, demodo que o não danifique, sob pena derescisão, sob pena de rescisão do contra-to e satisfação de perdas e danos.

Art. 1.212. A locação de prazo indefini-do presume-se contratada pelo tempoindispensável ao locatário para umacolheita.

Art. 1.213. Na locação por tempoindeterminado, não querendo o locatáriocontinuá-la, avisará o senhorio seis me-ses antes de a deixar.

Capítulo V – Do Empréstimo

Seção I – Do Comodato

Art. 1.248. O comodato é o empréstimogratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto.

Art. 1.249. Os tutores, curadores, e emgeral todos os administradores de bensalheios não poderão dar em comodato sem

Capítulo VI – Do Empréstimo

Seção I – Do Comodato

Art. 579. O comodato é o empréstimo gra-tuito de coisas não fungíveis. Perfaz-secom a tradição do objeto.

Art. 580. Os tutores, curadores e em geraltodos os administradores de bens alhei-os não poderão dar em comodato, sem

Page 142: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

autorização especial, os bens confiados àsua guarda.

Art. 1.250. Se o comodato não tiver prazoconvencional, presumir-se-lhe-á o neces-sário para o uso concedido; não poden-do o comodante, salvo necessidade impre-vista e urgente, reconhecida pelo juiz, sus-pender o uso e gozo da coisa emprestada,antes de findo o prazo convencional, ou oque se determine pelo uso outorgado.

Art. 1.251. O comodatário é obrigado aconservar, como se sua própria fora, acoisa emprestada, não podendo usá-lasenão de acordo com o contrato, ou anatureza dela, sob pena de responder porperdas e danos.

Art. 1.252. O comodatário constituído emmora , além de por ela responder, pagará oaluguer da coisa durante o tempo do atra-so em restituí-la.

Art. 1.253. Se, correndo risco o objeto docomodato juntamente com outros docomodatário, antepuser este a salvação dosseus, abandonando o do comodante, res-ponderá pelo dano ocorrido, ainda que sepossa atribuir a caso fortuito, ou força maior.

Art. 1.254. O comodatário não poderá jamaisrecobrar do comodante as despesas feitascom o uso e gozo da coisa emprestada.

Art. 1.255. Se duas ou mais pessoas fo-rem simultaneamente comodatárias de

autorização especial, os bens confiados àsua guarda.

Art. 581. Se o comodato não tiver prazoconvencional, presumir-se-lhe-á o neces-sário para o uso concedido; não poden-do o comodante, salvo necessidade impre-vista e urgente, reconhecida pelo juiz, sus-pender o uso e gozo da coisa emprestada,antes de findo o prazo convencional, ou oque se determine pelo uso outorgado.

Art. 582. O comodatário é obrigado a con-servar, como se sua própria fora, a coisaemprestada, não podendo usá-la senãode acordo com o contrato ou a naturezadela, sob pena de responder por perdas edanos. O comodatário constituído emmora, além de por ela responder, pagará,até restituí-la, o aluguel da coisa que forarbitrado pelo comodante.

Art. 583. Se, correndo risco o objeto docomodato juntamente com outros docomodatário, antepuser este a salvação dosseus abandonando o do comodante, respon-derá pelo dano ocorrido, ainda que se possaatribuir a caso fortuito, ou força maior.

Art. 584. O comodatário não poderá jamaisrecobrar do comodante as despesas feitascom o uso e gozo da coisa emprestada.

Art. 585. Se duas ou mais pessoas foremsimultaneamente comodatárias de uma

Page 143: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

uma coisa, ficarão solidariamente respon-sáveis para com o comodante.

Seção II – Do Mútuo

Art. 1.256. O mútuo é o empréstimo de coisasfungíveis. O mutuário é obrigado a restituirao mutuante o que dele recebeu em coisas domesmo gênero, qualidade e quantidade.

Art. 1.257. Este empréstimo transfere odomínio da coisa emprestada ao mutuá-rio, por cuja conta correm todos os riscosdela desde a tradição.

Art. 1.258. No mútuo em moedas de ouroe prata pode convencionar-se que o pa-gamento se efetue nas mesmas espéciese quantidades, qualquer que seja ulterior-mente a oscilação dos seus valores.

Art. 1.259. O mútuo feito a pessoa menorsem prévia autorização daquele sob cujaguarda estiver, não pode ser reavido nemdo mutuário, nem de seus fiadores, ou abo-nadores.

Art. 1.260. Cessa a disposição do artigoantecedente:I – se a pessoa de cuja autorização neces-sitava o mutuário, para contrair o emprés-timo, o ratificar posteriormente;II – se o menor, estando ausente essa pes-soa, se viu obrigado a contrair o emprés-timo para os seus alimentos habituais;III – se o menor tiver bens da classeindicada no artigo 391, II. Mas, em tal caso,a execução do credor não lhes poderá ul-trapassar as forças.

coisa, ficarão solidariamente responsáveispara com o comodante.

Seção II – Do Mútuo

Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisasfungíveis. O mutuário é obrigado a restituirao mutuante o que dele recebeu em coisado mesmo gênero, qualidade e quantidade.

Art. 587. Este empréstimo transfere o do-mínio da coisa emprestada ao mutuário,por cuja conta correm todos os riscos deladesde a tradição.

Art. 588. O mútuo feito a pessoa menor,sem prévia autorização daquele sob cujaguarda estiver, não pode ser reavido nemdo mutuário, nem de seus fiadores.

Art. 589. Cessa a disposição do artigo an-tecedente:I – se a pessoa, de cuja autorização ne-cessitava o mutuário para contrair o em-préstimo, o ratificar posteriormente;II – se o menor, estando ausente essapessoa, se viu obrigado a contrair o em-préstimo para os seus alimentos habi-tuais;III – se o menor tiver bens ganhos com oseu trabalho. Mas, em tal caso, a execu-ção do credor não lhes poderá ultrapas-sar as forças;IV – se o empréstimo reverteu em benefí-cio do menor;

Page 144: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.261. O mutuante pode exigir garan-tia da restituição, se antes do vencimentoo mutuário sofrer notória mudança na for-tuna.

Art. 1.262. É permitido, mas só por clá-usula expressa, fixar juros ao emprésti-mo de dinheiro ou de outras coisasfungíveis. Esses juros podem fixar-seabaixo da taxa legal, com ou sem capi-talização.

Art. 1.263. O mutuário, que pagar jurosnão estipulados, não os poderá reavernem imputar no capital.

Art. 1.264. Não se tendo convencionadoexpressamente, o prazo do mútuo será:I – até a próxima colheita, se o mútuo forde produtos agrícolas, assim para o con-sumo, como para a semeadura;II – de trinta dias, pelo menos, até provaem contrário, se for de dinheiro;III – do espaço de tempo que declarar omutuante, se for de qualquer outra coisafungível.

Capítulo IV – Da Locação

Seção II – Da Locação de Serviços

V – se o menor obteve o empréstimo mali-ciosamente.

Art. 590. O mutuante pode exigir garantiada restituição, se antes do vencimento omutuário sofrer notória mudança em suasituação econômica.

Art. 591. Destinando-se o mútuo a finseconômicos, presumem-se devidos juros,os quais, sob pena de redução, não pode-rão exceder a taxa a que se refere o art.406, permitida a capitalização anual.

Art. 592. Não se tendo convencionadoexpressamente, o prazo do mútuo será:I – até a próxima colheita, se o mútuo forde produtos agrícolas, assim para o con-sumo, como para semeadura;II – de trinta dias, pelo menos, se for dedinheiro;III – do espaço de tempo que declarar omutuante, se for de qualquer outra coisafungível.

Capítulo VII – Da Prestação de Serviço

Art. 593. A prestação de serviço, que nãoestiver sujeita às leis trabalhistas ou a lei

Page 145: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.216. Toda a espécie de serviço outrabalho lícito, material ou imaterial, podeser contratada mediante retribuição.

Art. 1.217. No contrato de locação de ser-viços, quando qualquer das partes nãosouber ler, nem escrever, o instrumentopoderá ser escrito e assinado a rogo, subs-crevendo-o neste caso, quatro testemu-nhas.

Art. 1.218. Não se tendo estipulado, nemchegando a acordo as partes, fixar-se-ápor arbitramento a retribuição, segundo ocostume do lugar, o tempo de serviço esua qualidade.

Art. 1.219. A retribuição pagar-se-á depoisde prestado o serviço, se, por conven-ção, ou costume, não houver de ser adi-antada, ou paga em prestações.

Art. 1.220. A locação de serviços nãose poderá convencionar por mais dequatro anos, embora o contrato tenhapor causa o pagamento de dívida dolocador, ou se destine a execução decerta e determinada obra. Neste caso,decorridos quatro anos, dar-se-á porfindo o contrato, ainda que não con-cluída a obra.

Art. 1.221. Não havendo prazo estipula-do, nem se podendo inferir da naturezado contrato, ou do costume do lugar, qual-quer das partes, a seu arbítrio, medianteprévio aviso, pode rescindir o contrato.

Parágrafo único. Dar-se-á o aviso:

especial, reger-se-á pelas disposiçõesdeste Capítulo.

Art. 594. Toda a espécie de serviço outrabalho lícito, material ou imaterial, podeser contratada mediante retribuição.

Art. 595. No contrato de prestação de ser-viço, quando qualquer das partes nãosouber ler, nem escrever, o instrumentopoderá ser assinado a rogo e subscritopor duas testemunhas.

Art. 596. Não se tendo estipulado, nemchegado a acordo as partes, fixar-se-á porarbitramento a retribuição, segundo o cos-tume do lugar, o tempo de serviço e suaqualidade.

Art. 597. A retribuição pagar-se-á depoisde prestado o serviço, se, por conven-ção, ou costume, não houver de ser adi-antada, ou paga em prestações.

Art. 598. A prestação de serviço não sepoderá convencionar por mais de qua-tro anos, embora o contrato tenha porcausa o pagamento de dívida de quemo presta, ou se destine à execução decerta e determinada obra. Neste caso,decorridos quatro anos, dar-se-á porfindo o contrato, ainda que não con-cluída a obra.

Art. 599. Não havendo prazo estipulado,nem se podendo inferir da natureza docontrato, ou do costume do lugar, qual-quer das partes, a seu arbítrio, medianteprévio aviso, pode resolver o contrato.

Parágrafo único. Dar-se-á o aviso:

Page 146: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

I – com antecedência de oito dias, se osalário se hover fixado por tempo de ummês ou mais;II – com antecipação de quatro dias, se osalário estiver ajustado por semana, ouquinzena;III – de véspera, quando se tenha contra-tado por menos de sete dias.

Art. 1.222. No contrato de locação de ser-viços agrícolas, não havendo prazo esti-pulado, presume-se o de um ano agrário,que termina com a colheita ou safra daprincipal cultura pelo locatário explorada.

Art. 1.223. Não se conta no prazo do con-trato o tempo em que o locador, por culpasua, deixou de servir.

Art. 1.224. Não sendo o locador contrata-do para certo e determinado trabalho, en-tender-se-á que se obrigou a todo e qual-quer serviço compatível com as suas for-ças e condições.

Art. 1.225. O locador contratado por tem-po certo, ou por obra determinada, não sepode ausentar, ou despedir, sem justa cau-sa, antes de preenchido o tempo, ou con-cluída a obra.

Parágrafo único. Se se despedir sem jus-ta causa, terá direito à retribuição vencida,mas responderá por perdas e danos.

Art. 1.226. São justas causas para dar olocador por findo o contrato:I – ter de exercer funções públicas, oudesempenhar obrigações legais, incompa-tíveis estas ou aquelas com a continua-ção do serviço;

I – com antecedência de oito dias, se osalário se houver fixado por tempo de ummês, ou mais;II – com antecipação de quatro dias, se osalário se tiver ajustado por semana, ouquinzena;III – de véspera, quando se tenha contra-tado por menos de sete dias.

Art. 600. Não se conta no prazo do con-trato o tempo em que o prestador de ser-viço, por culpa sua, deixou de servir.

Art. 601. Não sendo o prestador de servi-ço contratado para certo e determinadotrabalho, entender-se-á que se obrigou atodo e qualquer serviço compatível comas suas forças e condições.

Art. 602. O prestador de serviço contrata-do por tempo certo, ou por obra determi-nada, não se pode ausentar, ou despedir,sem justa causa, antes de preenchido otempo, ou concluída a obra.

Parágrafo único. Se se despedir sem justacausa, terá direito à retribuição vencida, masresponderá por perdas e danos. O mesmodar-se-á, se despedido por justa causa.

Page 147: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

II – achar-se inabilitado, por força maior,para cumprir o contrato;III – exigir dele o locatário serviços supe-riores às suas forças, defesos por lei, con-trários aos bons costumes, ou alheios aocontrato;IV – tratá-lo o locatário com rigor excessi-vo, ou não lhe dar alimentação conveni-ente;V – correr perigo manifesto de dano oumal considerável;VI – não cumprir o locatário as obriga-ções do contrato;VII – ofendê-lo o locatário ou tentarofendê-lo na honra de pessoa de sua fa-mília;VIII – morrer o locatário.

Art. 1.227. O locador poderá dar por findoo contrato em qualquer dos casos do arti-go antecedente, embora o contrário tenhaconvencionado.§ 1o Despedindo-se por qualquer dosmotivos especificados no artigoantecednete, nos I, II, V e VIII, terá direitoo locador à remuneração vencida, semresponsabilidade alguma para com o lo-catário.§ 2o Despedindo-se por algum dos moti-vos designados neste artigo, nos III, IV, VIe VII, ou por falta do locatário no caso dono V, assistir-lhe-á direito à retribuiçãovencida e ao mais do artigo subseqüente.

Art 1.228. O locatário que, sem justa cau-sa, despedir o locador, será obrigado apagar-lhe por inteiro a retribuição vencida,e por metade a que lhe tocaria de então aotermo legal do contrato.

Art. 1.229. São justas causas para dar olocatário por findo o contrato:

Art. 603. Se o prestador de serviço fordespedido sem justa causa, a outra parteserá obrigada a pagar-lhe por inteiro a retri-buição vencida, e por metade a que lhe to-caria de então ao termo legal do contrato.

Page 148: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

I – força maior que o impossibilite de cum-prir suas obrigações;II – ofendê-lo o locador na honra de pes-soa de sua família;III – enfermidade ou qualquer outra cau-sa que torne o locador incapaz dos servi-ços contratados;IV – vícios ou mau procedimento do loca-dor;V – falta do locadorà observânvia do con-trato;VI – imperícia do locador no serviço con-tratado.

Art. 1.230. Na locação agrícola, o locatá-rio é obrigado a dar ao locador atestadode que o contrato está findo; e, no casode recusa, o juiz a quem competir, deveráexpedi-lo, multando o recusante em cem aduzentos mil-réis, a favor do locador. Estamesma obrigação subsiste, se o locatário,sem justa causa, dispensar os serviçosdo locador, ou se este, por motivo justifi-cado, der por findo o contrato. Todaviase, em qualquer destas hipóteses, o loca-dor estiver em débito, esta circunstânciaconstará do atestado, ficando o novo loca-tário responsável pelo devido pagamento.

Art. 1.231. O locatário poderá despedir olocador por qualquer das causasespecificadas no artigo 1.229, ainda que ocontrário tenha convencionado.§ 1o Se o locador for despedido por algu-ma das causas ali particularizadas sob os

Art. 604. Findo o contrato, o prestador deserviço tem direito a exigir da outra partea declaração de que o contrato está findo.Igual direito lhe cabe, se for despedidosem justa causa, ou se tiver havido moti-vo justo para deixar o serviço.

Page 149: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

nos I, III, e V, terá direito à retribuiçãovencida, sem responsabilidade algumapara com o locatário.

Art. 1.232. Nem o locatário, ainda que ou-tra coisa não tenha contratado, poderátransferir a outrem o direito aos serviçosajustados, nem o locador, semaprazimento do locatário, dar substituto,que os preste.

Art. 1.233. O contrato de locação de ser-viços acaba com a morte do locador.

Art. 1.234. Embora outra coisa haja esti-pulado, não poderá o locatário cobrar aolocador juros sobre as soldadas, que lheadiantar, nem, pelo tempo do contrato,sobre dívida alguma, que o locador estejapagando com serviços.

Art. 605. Nem aquele a quem os serviçossão prestados, poderá transferir a outremo direito aos serviços ajustados, nem oprestador de serviços, sem aprazimentoda outra parte, dar substituto que ospreste.

Art. 606. Se o serviço for prestado porquem não possua título de habilitação, ounão satisfaça requisitos outros estabele-cidos em lei, não poderá quem os prestoucobrar a retribuição normalmente corres-pondente ao trabalho executado. Mas sedeste resultar benefício para a outra par-te, o juiz atribuirá a quem o prestou umacompensação razoável, desde que tenhaagido com boa-fé.Parágrafo único. Não se aplica a segundaparte deste artigo, quando a proibição daprestação de serviço resultar de lei de or-dem pública.

Art. 607. O contrato de prestação de ser-viço acaba com a morte de qualquer daspartes. Termina, ainda, pelo escoamentodo prazo, pela conclusão da obra, pelarescisão do contrato mediante aviso pré-vio, por inadimplemento de qualquer daspartes ou pela impossibilidade da conti-nuação do contrato, motivada por forçamaior.

Page 150: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.235. Aquele que aliciar pessoasobrigadas a outrem por locação de servi-ços agrícolas, haja ou não instrumentodeste contrato, pagará em dobro ao loca-tário prejudicado a importância, que aolocador, pelo ajuste desfeito, houvesse decaber durante quatro anos.

Art. 1.236. A alienação do prédio agrícolaonde a locação dos serviços se opera, nãoimporta a rescisão do contrato; salvo aolocador opção entre continuá-lo com oadquirente da propriedade, ou com o lo-catário anterior

Seção III – Da Empreitada

Art. 1.237. O empreiteiro de uma obra podecontribuir para ela ou só com seu traba-lho, ou com ele e os materiais.

Art. 1.238. Quando o empreiteiro forneceos materiais, correm por sua conta os ris-cos até o momento da entrega da obra, acontento de quem a encomendou, se estenão estiver em mora de receber. Estando,correrão os riscos por igual contra as duaspartes.

Art. 1.239. Se o empreiteiro só forneceu amão-de-obra, todos os riscos, em que nãotiver culpa, correrão por conta do dono.

Art. 608. Aquele que aliciar pessoas obri-gadas em contrato escrito a prestar servi-ço a outrem pagará a este a importânciaque ao prestador de serviço, pelo ajustedesfeito, houvesse de caber durante doisanos.

Art. 609. A alienação do prédio agrícola,onde a prestação dos serviços se opera,não importa a rescisão do contrato, salvoao prestador opção entre continuá-lo como adquirente da propriedade ou com oprimitivo contratante.

Capítulo VIII – Da Empreitada

Art. 610. O empreiteiro de uma obra podecontribuir para ela só com seu trabalhoou com ele e os materiais.

§ 1o A obrigação de fornecer os materiaisnão se presume; resulta da lei ou da von-tade das partes.

§ 2o O contrato para elaboração de umprojeto não implica a obrigação deexecutá-lo, ou de fiscalizar-lhe a execução.

Art. 611. Quando o empreiteiro forneceos materiais, correm por sua conta os ris-cos até o momento da entrega da obra, acontento de quem a encomendou, se estenão estiver em mora de receber. Mas seestiver, por sua conta correrão os riscos.

Art. 612. Se o empreiteiro só forneceumão-de-obra, todos os riscos em que nãotiver culpa correrão por conta do dono.

Page 151: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.240. Sendo a empreitada unicamen-te de lavor, se a coisa perecer antes deentregue, sem mora do dono, nem culpado empreiteiro, este perderá também osalário, a não provar que a perda resultoude defeito dos materiais, e que em temporeclamara contra a sua quantidade ouqualidade.

Art. 1.241. Se a obra constar de partes dis-tintas, ou for das que se determinam pormedida, o empreiteiro terá direito a quetambém se verifique por medida, ou se-gundo as partes em que se dividir.

Parágrafo único. Tudo o que se pagou,presume-se verificado.

Art. 1.242. Concluída a obra de acordo como ajuste, ou o costume do lugar, o dono éobrigado a recebê-la. Poderá, porém,enjeitá-la, se o empreiteiro se afastou dasinstruções recebidas e dos planos dados,ou das regras técnicas em trabalhos de talnatureza.

Art. 1.243. No caso do artigo anteceden-te, segunda parte, pode o que encomen-dou a obra, em vez de enjeitá-la, recebê-lacom abatimento no preço.

Art. 1.244. O empreiteiro é obrigado a pa-gar os materiais que recebeu, se por impe-rícia os inutilizar.

Art. 613. Sendo a empreitada unicamentede lavor (art. 610), se a coisa perecer an-tes de entregue, sem mora do dono nemculpa do empreiteiro, este perderá a retri-buição, se não provar que a perda resul-tou de defeito dos materiais e que em tem-po reclamara contra a sua quantidade ouqualidade.

Art. 614. Se a obra constar de partes dis-tintas, ou for de natureza das que se de-terminam por medida, o empreiteiro terádireito a que também se verifique por me-dida, ou segundo as partes em que se di-vidir, podendo exigir o pagamento na pro-porção da obra executada.

§ 1o Tudo o que se pagou presume-severificado.

§ 2o O que se mediu presume-se verifica-do se, em trinta dias, a contar da medição,não forem denunciados os vícios ou de-feitos pelo dono da obra ou por quem es-tiver incumbido da sua fiscalização.

Art. 615. Concluída a obra de acordo como ajuste, ou o costume do lugar, o dono éobrigado a recebê-la. Poderá, porém,rejeitá-la, se o empreiteiro se afastou dasinstruções recebidas e dos planos dados,ou das regras técnicas em trabalhos de talnatureza.

Art. 616. No caso da segunda parte doartigo antecedente, pode quem encomen-dou a obra, em vez de enjeitá-la, recebê-lacom abatimento no preço.

Art. 617. O empreiteiro é obrigado a pagaros materiais que recebeu, se por imperíciaou negligência os inutilizar.

Page 152: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.245. Nos contratos de empreitadade edifícios ou outras construções consi-deráveis, o empreiteiro de materiais e exe-cução responderá, durante cinco anos,pela solidez e segurança do trabalho, as-sim em razão dos materiais, como do solo,exceto, quanto a este, se, não o achandofirme, preveniu em tempo o dono da obra.

Art. 618. Nos contratos de empreitada deedifícios ou outras construções conside-ráveis, o empreiteiro de materiais e execu-ção responderá, durante o prazoirredutível de cinco anos, pela solidez esegurança do trabalho, assim em razão dosmateriais, como do solo.

Parágrafo único. Decairá do direito asse-gurado neste artigo o dono da obra quenão propuser a ação contra o empreiteiro,nos cento e oitenta dias seguintes ao apa-recimento do vício ou defeito.

Art. 619. Salvo estipulação em contrário,o empreiteiro que se incumbir de executaruma obra, segundo plano aceito por quema encomendou, não terá direito a exigiracréscimo no preço, ainda que sejamintroduzidas modificações no projeto, anão ser que estas resultem de instruçõesescritas do dono da obra.Parágrafo único. Ainda que não tenhahavido autorização escrita, o dono da obraé obrigado a pagar ao empreiteiro os au-mentos e acréscimos, segundo o quefor arbitrado, se, sempre presente àobra, por continuadas visitas, não po-dia ignorar o que se estava passando, enunca protestou.

Art. 620. Se ocorrer diminuição no preçodo material ou da mão-de-obra superior aum décimo do preço globalconvencionado, poderá este ser revisto,a pedido do dono da obra, para que se lheassegure a diferença apurada.

Art. 621. Sem anuência de seu autor, nãopode o proprietário da obra introduzirmodificações no projeto por ele aprova-

Page 153: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.246. O arquiteto, ou construtor, que,por empreitada, se incumbir de executaruma obra segundo plano aceito por quema encomenda, não terá direito a exigiracréscimo no preço, ainda que o dos salá-rios, ou o do material, encareça, nem ain-da que se altere ou aumente, em relação àplanta, a obra ajustada, salvo se se au-mentou, ou alterou, por instruções escri-tas do outro contratante e exibidas peloempreiteiro.

Art. 1.247. O dono da obra que, fora doscasos estabelecidos nos nos III, IV eV doartigo 1.229, rescindir o contrato, apesarde começada sua execução, indenizará oempreiteiro das despesas e do trabalhofeito, assim como dos lucros que estepoderia ter, se concluísse a obra.

do, ainda que a execução seja confiada aterceiros, a não ser que, por motivossupervenientes ou razões de ordem téc-nica, fique comprovada a inconveniênciaou a excessiva onerosidade de execuçãodo projeto em sua forma originária.Parágrafo único. A proibição deste artigonão abrange alterações de pouca monta,ressalvada sempre a unidade estética daobra projetada.

Art. 622. Se a execução da obra for confi-ada a terceiros, a responsabilidade doautor do projeto respectivo, desde quenão assuma a direção ou fiscalização da-quela, ficará limitada aos danos resultan-tes de defeitos previstos no art. 618 e seuparágrafo único.

Art. 623. Mesmo após iniciada a constru-ção, pode o dono da obra suspendê-la,desde que pague ao empreiteiro as des-pesas e lucros relativos aos serviços jáfeitos, mais indenização razoável, calcu-lada em função do que ele teria ganho, seconcluída a obra.

Art. 624. Suspensa a execução da emprei-tada sem justa causa, responde o emprei-teiro por perdas e danos.

Page 154: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Capítulo VI – Do Depósito

Seção I – Do Depósito Voluntário

Art. 1.265. Pelo contrato de depósito re-cebe o depositário um objeto móvel, paraguardar, até que o depositante o reclame.

Parágrafo único. Este contrato é gratuito,mas as partes podem estipular que o de-positário seja gratificado.

Art. 625. Poderá o empreiteiro suspendera obra:I – por culpa do dono, ou por motivo deforça maior;II – quando, no decorrer dos serviços, semanifestarem dificuldades imprevisíveisde execução, resultantes de causas geo-lógicas ou hídricas, ou outras semelhan-tes, de modo que torne a empreitada ex-cessivamente onerosa, e o dono da obrase opuser ao reajuste do preço inerenteao projeto por ele elaborado, observadosos preços;III – se as modificações exigidas pelo donoda obra, por seu vulto e natureza, foremdesproporcionais ao projeto aprovado,ainda que o dono se disponha a arcar como acréscimo de preço.Art. 626. Não se extingue o contrato deempreitada pela morte de qualquer daspartes, salvo se ajustado em considera-ção às qualidades pessoais do empreitei-ro.

Capítulo IX – Do Depósito

Seção I – Do Depósito Voluntário

Art. 627. Pelo contrato de depósito rece-be o depositário um objeto móvel, paraguardar, até que o depositante o reclame.

Art. 628. O contrato de depósito é gratui-to, exceto se houver convenção em contrá-rio, se resultante de atividade negocial ouse o depositário o praticar por profissão.

Parágrafo único. Se o depósito for onero-so e a retribuição do depositário não cons-tar de lei, nem resultar de ajuste, será de-terminada pelos usos do lugar, e, na faltadestes, por arbitramento.

Page 155: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.266. O depositário é obrigado a terna guarda e conservação da coisa depo-sitada o cuidado e diligência que costu-ma com o que lhe pertence, bem como arestituíla, com todos os frutos e acresci-dos, quando lho exija o depositante.

Art. 1.267. Se o depósito se entregou fe-chado, colado, selado, ou lacrado, nessemesmo estado se manterá; e, se fordevassado, incorrerá o depositário na pre-sunção de culpa.

Art. 1.268. Ainda que o contrato fixe pra-zo à restituição, o depositário entregará odepósito, logo que se lhe exija, salvo se oobjeto for judicialmente embargado, sesobre ele pender execução, notificada aodepositário, ou se ele tiver motivo razoá-vel de suspeitar que a coisa foi furtada,ou roubada.

Art. 1.269. No caso do artigo anteceden-te, última parte, o depositário, expondo ofundamento da suspeita, requererá que serecolha o objeto ao depósito público.

Art. 1.270. Ao depositário será facultado,outrossim, requerer depósito judicial da

Art. 629. O depositário é obrigado a ter naguarda e conservação da coisa deposita-da o cuidado e diligência que costuma como que lhe pertence, bem como a restituí-la, com todos os frutos e acrescidos, quan-do o exija o depositante.

Art. 630. Se o depósito se entregou fe-chado, colado, selado, ou lacrado, nessemesmo estado se manterá.

Art. 631. Salvo disposição em contrário, arestituição da coisa deve dar-se no lugar emque tiver de ser guardada. As despesas derestituição correm por conta do depositante.

Art. 632. Se a coisa houver sido deposita-da no interesse de terceiro, e o depositá-rio tiver sido cientificado deste fato pelodepositante, não poderá ele exonerar-serestituindo a coisa a este, sem consenti-mento daquele.

Art. 633. Ainda que o contrato fixe prazo àrestituição, o depositário entregará o de-pósito logo que se lhe exija, salvo se tivero direito de retenção a que se refere o art.644, se o objeto for judicialmenteembargado, se sobre ele pender execução,notificada ao depositário, ou se houvermotivo razoável de suspeitar que a coisafoi dolosamente obtida.

Art. 634. No caso do artigo antecedente,última parte, o depositário, expondo o fun-damento da suspeita, requererá que serecolha o objeto ao Depósito Público.

Art. 635. Ao depositário será facultado,outrossim, requerer depósito judicial da

Page 156: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

coisa, quando, por qualquer motivo plau-sível, a não possa guardar, e o depositantenão lha queira receber.

Art. 1.271. O depositário que por força maiorhouver perdido a coisa depositada e recebi-do outra em seu lugar é obrigado a entregara segunda ao depositante, e ceder-lhe asações que no caso tiver contra o terceiroresponsável pela restituição da primeira.

Art. 1.272. O herdeiro do depositário quede boa-fé vendeu a coisa depositada, éobrigado a assistir o depositante na rei-vindicação, e a restituir ao comprador opreço recebido.

Art. 1.273. Salvo os casos previstos nosartigos 1.268 e 1.269, não poderá o depo-sitário furtar-se à restituição do depósitoalegando não pertencer a coisa aodepositante, ou opondo compensaçãoexceto se noutro depósito se fundar.

Art. 1.274. Sendo dois ou mais osdepositantes, e divisível a coisa, a cada umsó entregará o depositário a respectiva par-te salvo se houver entre eles solidariedade.

Art. 1.275. Sob pena de responder porperdas e danos, não poderá o depositáriosem licensa expressa do depositante, ser-vir-se da coisa depositada.

Art. 1.276. Se o depositário se tornar inca-paz, a pessoa que lhe assumir a adminis-

coisa, quando, por motivo plausível, nãoa possa guardar, e o depositante não quei-ra recebê-la.

Art. 636. O depositário, que por força maiorhouver perdido a coisa depositada e rece-bido outra em seu lugar, é obrigado a entre-gar a segunda ao depositante, e ceder-lheas ações que no caso tiver contra o terceiroresponsável pela restituição da primeira.

Art. 637. O herdeiro do depositário, quede boa-fé vendeu a coisa depositada, éobrigado a assistir o depositante na rei-vindicação, e a restituir ao comprador opreço recebido.

Art. 638. Salvo os casos previstos nosarts. 633 e 634, não poderá o depositáriofurtar-se à restituição do depósito, ale-gando não pertencer a coisa aodepositante, ou opondo compensação,exceto se noutro depósito se fundar.

Art. 639. Sendo dois ou mais depositantes,e divisível a coisa, a cada um só entregará odepositário a respectiva parte, salvo sehouver entre eles solidariedade.

Art. 640. Sob pena de responder por per-das e danos, não poderá o depositário,sem licença expressa do depositante, ser-vir-se da coisa depositada, nem a dar emdepósito a outrem.

Parágrafo único. Se o depositário, devi-damente autorizado, confiar a coisa emdepósito a terceiro, será responsável seagiu com culpa na escolha deste.

Art. 641. Se o depositário se tornar inca-paz, a pessoa que lhe assumir a adminis-

Page 157: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

tração dos bens, diligenciará imediatamen-te restituir a coisa depositada e, não que-rendo ou não podendo o depositanterecebê-la, recolhê-la-á ao depósito públi-co, ou promoverá a nomeação de outrodepositário.

Art. 1.277. O depositário não respondepelos casos fortuitos, nem de força maior,mas para que lhe valha a escusa, terá deprová-los.

Art. 1.278. O depositante é obrigado apagar ao depositário as despesas feitascom a coisa, e os prejuízos que do depó-sito provierem.

Art. 1.279. O depositário poderá reter odepósito até que se lhe pague o líquidovalor das despesas, ou dos prejuízos, aque se refere o artigo anterior, provandoimediatamente esses prejuízos ou essasdespesas.

Parágrafo único. Se essas despesas ouprejuízos não forem provados suficiente-mente, ou forem ilíquidos, o depositáriopoderá exigir caução idônea dodepositante ou, na falta desta, a remoçãoda coisa para o depósito público, até quese liquidem.

Art. 1.280. O depósito de coisas fungíveis,em que o depositário se obrigue a resti-tuir objetos do mesmo gênero, qualidadee quantidade, regular-se-á pelo dispostoacerca do mútuo.

Art. 1.281. O depósito voluntário provar-se-á por escrito.

Seção II – Do Depósito Necessário

tração dos bens diligenciará imediatamen-te restituir a coisa depositada e, não que-rendo ou não podendo o depositanterecebê-la, recolhê-la-á ao Depósito Públi-co ou promoverá nomeação de outro de-positário.

Art. 642. O depositário não responde pe-los casos de força maior; mas, para quelhe valha a escusa, terá de prová-los.

Art. 643. O depositante é obrigado a pa-gar ao depositário as despesas feitas coma coisa, e os prejuízos que do depósitoprovierem.

Art. 644. O depositário poderá reter o de-pósito até que se lhe pague a retribuiçãodevida, o líquido valor das despesas, oudos prejuízos a que se refere o artigo an-terior, provando imediatamente esses pre-juízos ou essas despesas.

Parágrafo único. Se essas dívidas, despe-sas ou prejuízos não forem provados su-ficientemente, ou forem ilíquidos, o depo-sitário poderá exigir caução idônea dodepositante ou, na falta desta, a remoçãoda coisa para o Depósito Público, até quese liquidem.

Art. 645. O depósito de coisas fungíveis,em que o depositário se obrigue a resti-tuir objetos do mesmo gênero, qualidadee quantidade, regular-se-á pelo dispostoacerca do mútuo.

Art. 646. O depósito voluntário provar-se-á por escrito.

Seção II – Do Depósito Necessário

Page 158: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.282. É depósito necessário:I – o que se faz em desempenho de obri-gação legal;II – o que se efetua por ocasião de algumacalamidade, como o incêndio, a inunda-ção, o naufrágio ou o saque.

Art. 1.283. O depósito de que se trata noartigo antecedente, no I, reger-se-á peladisposição da respectiva lei, e, ao silên-cio, ou deficiência dela, pelasconcernentes ao depósito voluntário.Parágrafo único. Essas disposições apli-cam-se, outrossim, aos depósitos previs-tos no artigo 1.282, II; podendo estes cer-tificar-se por qualquer meio de prova.

Art. 1.284. A esses depósitos é equipara-do o das bagagens dos viajantes, hóspe-des ou fregueses, nas hospedarias, esta-lagens ou casas de pensão, onde eles es-tiverem.

Parágrafo único. Os hospedeiros ouestalajadeiros por elas responderão comodepositários, bem como pelos furtos eroubos que perpetrarem as pessoas em-pregadas ou admitidas nas suas casas.

Art. 1.285. Cessa, nos casos do artigoantecedente, a responsabilidade dos hos-pedeiros ou estalajadeiros:I – se provarem que os fatos prejudiciaisaos hóspedes, viajantes ou fregueses,não podiam ser evitados;II – se ocorrer força maior, como nas hipó-teses de escalada, invasão da casa, rou-bo à mão armada, ou semelhantes.

Art. 1.286. O depósito necessário não sepresume gratuito. Na hipótese do artigo

Art. 647. É depósito necessário:I – o que se faz em desempenho de obri-gação legal;II – o que se efetua por ocasião de algumacalamidade, como o incêndio, a inunda-ção, o naufrágio ou o saque.

Art. 648. O depósito a que se refere oinciso I do artigo antecedente, reger-se-ápela disposição da respectiva lei, e, nosilêncio ou deficiência dela, pelasconcernentes ao depósito voluntário.Parágrafo único. As disposições desteartigo aplicam-se aos depósitos previs-tos no inciso II do artigo antecedente,podendo estes certificarem-se por qual-quer meio de prova.

Art. 649. Aos depósitos previstos no arti-go antecedente é equiparado o das baga-gens dos viajantes ou hóspedes nas hos-pedarias onde estiverem.

Parágrafo único. Os hospedeiros respon-derão como depositários, assim como pe-los furtos e roubos que perpetrarem aspessoas empregadas ou admitidas nosseus estabelecimentos.

Art. 650. Cessa, nos casos do artigo ante-cedente, a responsabilidade dos hospe-deiros, se provarem que os fatos prejudi-ciais aos viajantes ou hóspedes não po-diam ter sido evitados.

Art. 651. O depósito necessário não sepresume gratuito. Na hipótese do art. 649,

Page 159: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

1.284, a remuneração pelo depósito estáincluída no preço da hospedagem.

Art. 1.287. Seja voluntário ou necessárioo depósito, o depositário que o não resti-tuir, quando exigido, será compelido afazê-lo mediante prisão não excedente aum ano, e a ressarcir os prejuízos.

Capítulo VII – Do Mandato

Seção I – Disposições Gerais

Art. 1.288. Opera-se o mandato, quandoalguém recebe de outrem poderes para,em seu nome, praticar ato, ou administrarinteresses. A procuração é o instrumentodo mandato.

Art. 1.289. Todas as pessoas maiores ouemancipadas, no gozo dos direitos civis,são aptas para dar procuração medianteinstrumento particular, que valerá desdeque tenha a assinatura do outorgante.

§ 1o O instrumento particular deve conterdesignação do Estado, da cidade ou cir-cunscrição civil em que for passado, a data,o nome do outorgante, a individuação dequem seja o outorgado e bem assim o obje-tivo da outorga, a natureza, a designação eextensão dos poderes conferidos.

§ 3o O reconhecimento da firma no instru-mento particular é condição essencial àsua validade, em relação a terceiros.

§ 2o Para o ato que exigir instrumento pú-blico, o mandato, ainda quando por ins-trumento público seja outorgado, podesubstabelecer-se mediante instrumentoparticular.

a remuneração pelo depósito está incluí-da no preço da hospedagem.

Art. 652. Seja o depósito voluntário ounecessário, o depositário que não o resti-tuir quando exigido será compelido a fazê-lo mediante prisão não excedente a umano, e ressarcir os prejuízos.

Capítulo X – Do Mandato

Seção I – Disposições Gerais

Art. 653. Opera-se o mandato quando al-guém recebe de outrem poderes para, emseu nome, praticar atos ou administrar in-teresses. A procuração é o instrumentodo mandato.

Art. 654. Todas as pessoas capazes sãoaptas para dar procuração mediante ins-trumento particular, que valerá desde quetenha a assinatura do outorgante.

§ 1o O instrumento particular deve contera indicação do lugar onde foi passado, aqualificação do outorgante e do outorga-do, a data e o objetivo da outorga com adesignação e a extensão dos poderes con-feridos.

§ 2o O terceiro com quem o mandatáriotratar poderá exigir que a procuração tra-ga a firma reconhecida.

Art. 655. Ainda quando se outorgue man-dato por instrumento público, podesubstabelecer-se mediante instrumentoparticular.

Page 160: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.290. O mandato pode ser expresso,tácito, verbal ou escrito.

Art. 1.291. Para os atos que exigem instru-mento público ou particular, não se admi-te mandato verbal.

Art. 1.290, Parágrafo único. Presume-segratuito quando se não estipulou retribui-ção, exceto se o objeto do mandato fordaqueles que o mandatário trata por ofí-cio ou profissão lucrativa.

Art. 1.292. Aceitação do mandato pode sertácita, e resulta do começo de execução.

Art. 1.293. O mandato presume-se aceitoentre ausentes, quando o negócio paraque foi dado é da profissão do mandatá-rio, diz respeito à sua qualidade oficial, oufoi oferecido mediante publicidade, e omandatário não fez constar imediatamen-te a sua recusa.

Art. 1.294. O mandato pode ser especial aum ou mais negócios determinadamente,ou geral a todos os do mandante.

Art. 1.295. O mandato em termos geraissó confere poderes de administração.

§ 1o Para alienar, hipotecar, transigir, oupraticar outros quaisquer atos, que

Art. 656. O mandato pode ser expresso outácito, verbal ou escrito.

Art. 657. A outorga do mandato está su-jeita à forma exigida por lei para o ato a serpraticado. Não se admite mandato verbalquando o ato deva ser celebrado por es-crito.

Art. 658. O mandato presume-se gratuitoquando não houver sido estipulada retri-buição, exceto se o seu objetocorresponder ao daqueles que o mandatá-rio trata por ofício ou profissão lucrativa.

Parágrafo único. Se o mandato for onero-so, caberá ao mandatário a retribuição pre-vista em lei ou no contrato. Sendo estesomissos, será ela determinada pelos usosdo lugar, ou, na falta destes, porarbitramento.

Art. 659. A aceitação do mandato pode sertácita, e resulta do começo de execução.

Art. 660. O mandato pode ser especial aum ou mais negócios determinadamente,ou geral a todos os do mandante.

Art. 661. O mandato em termos gerais sóconfere poderes de administração.

§ 1o Para alienar, hipotecar, transigir, oupraticar outros quaisquer atos que

Page 161: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

exorbitem da administração ordinária, de-pende a procuração de poderes especiaise expressos.

§ 2o O poder de transigir não importa o defirmar compromisso.

Art. 1.296. Pode o mandante ratificar ouimpugnar os atos praticados em seu nomesem poderes suficientes.

Parágrafo único. A ratificação há de serexpressa, ou resultar de ato inequívoco, eretroagirá à data do ato.

Art. 1.297. O mandatário, que exceder ospoderes do mandato, ou proceder contraeles, reputar-se-á mero gestor de negóci-os, enquanto o mandante lhe não ratificaros atos.

Art. 1.298. O maior de dezesseis e menosde vinte e um anos, não emancipado, podeser mandatário, mas o mandante não temação contra ele senão de conformidadecom as regras gerais, aplicáveis às obri-gações contraídas por menores.

exorbitem da administração ordinária, de-pende a procuração de poderes especiaise expressos.

§ 2o O poder de transigir não importa o defirmar compromisso.

Art. 662. Os atos praticados por quem nãotenha mandato, ou o tenha sem poderessuficientes, são ineficazes em relaçãoàquele em cujo nome foram praticados,salvo se este os ratificar.

Parágrafo único. A ratificação há de serexpressa, ou resultar de ato inequívoco, eretroagirá à data do ato.

Art. 663. Sempre que o mandatário estipularnegócios expressamente em nome do man-dante, será este o único responsável; ficará,porém, o mandatário pessoalmente obriga-do, se agir no seu próprio nome, ainda que onegócio seja de conta do mandante.

Art. 664. O mandatário tem o direito dereter, do objeto da operação que lhe foicometida, quanto baste para pagamentode tudo que lhe for devido em conseqü-ência do mandato.

Art. 665. O mandatário que exceder ospoderes do mandato, ou proceder contraeles, será considerado mero gestor denegócios, enquanto o mandante lhe nãoratificar os atos.

Art. 666. O maior de dezesseis e menor dedezoito anos não emancipado pode sermandatário, mas o mandante não tem açãocontra ele senão de conformidade com asregras gerais, aplicáveis às obrigaçõescontraídas por menores.

Page 162: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.299. A mulher casada não pode acei-tar mandato sem autorização do marido.

Seção II – Das Obrigações do Mandatá-rio

Art. 1.300. O mandatário é obrigado a apli-car toda a sua diligência habitual na exe-cução do mandato, e a indenizar qualquerprejuízo causado por culpa sua ou daquelea quem substabelecer, sem autorização,poderes que devia exercer pessoalmente.

§ 1o Se, não obstante proibição do man-dante, o mandatário se fizer substituir naexecução do mandato, responderá ao seuconstituinte pelos prejuízos ocorridos soba gerência do substituto, embora prove-nientes de caso fortuito, salvo provandoque o caso teria sobrevindo, ainda quenão tivesse havido substabelecimento.

§ 2o Havendo poderes de substabelecer,só serão imputáveis ao mandatário osdanos causados pelo substabelecido, sefor notoriamente incapaz, ou insolvente.

Art. 1.301. O mandatário é obrigado a darcontas de sua gerência ao mandante,transferindo-lhe as vantagens provenien-

Seção II – Das Obrigações do Mandatá-rio

Art. 667. O mandatário é obrigado a apli-car toda sua diligência habitual na execu-ção do mandato, e a indenizar qualquerprejuízo causado por culpa sua ou daquelea quem substabelecer, sem autorização,poderes que devia exercer pessoalmente.

§ 1o Se, não obstante proibição do man-dante, o mandatário se fizer substituir naexecução do mandato, responderá ao seuconstituinte pelos prejuízos ocorridos soba gerência do substituto, embora prove-nientes de caso fortuito, salvo provandoque o caso teria sobrevindo, ainda quenão tivesse havido substabelecimento.

§ 2o Havendo poderes de substabelecer,só serão imputáveis ao mandatário osdanos causados pelo substabelecido, setiver agido com culpa na escolha desteou nas instruções dadas a ele.

§ 3o Se a proibição de substabelecer cons-tar da procuração, os atos praticados pelosubstabelecido não obrigam o mandante,salvo ratificação expressa, que retroagiráà data do ato.

§ 4o Sendo omissa a procuração quantoao substabelecimento, o procurador seráresponsável se o substabelecido proce-der culposamente.

Art. 668. O mandatário é obrigado a darcontas de sua gerência ao mandante,transferindo-lhe as vantagens provenien-

Page 163: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

tes do mandato, por qualquer título queseja.

Art. 1.302. O mandatário não pode com-pensar os prejuízos a que deu causa comos proveitos, que, por outro lado, tenhagranjeado ao seu constituinte.

Art. 1.303. Pelas somas que devia entre-gar ao mandante, ou recebeu para despe-sas, mas empregou em proveito seu, pa-gará o mandatário, juros, desde o momen-to em que abusou.

Art. 1.307. Se o mandatário obrar em seupróprio nome, não terá o mandante açãocontra os que com ele contrataram, nemestes contra o mandante. Em tal caso, omandatário ficará diretamente obrigado,como se seu fora o negócio, para com apessoa com quem contratou.

Art. 1.304. Sendo dois ou mais os manda-tários nomeados no mesmo instrumento,entender-se-á que são sucessivos, se nãoforem expressamente declarados conjun-tos, ou solidários, nem especificadamentedesignados para atos diferentes.

Art. 1.305. O mandatário é obrigado a apresentar o instrumento do mandato àspessoas, com quem tratar em nome do man-dante, sob pena de responder a elas porqualquer ato, que lhe exceda os poderes.

Art. 1.306. O terceiro que, depois de co-nhecer os poderes do mandatário, fizer

tes do mandato, por qualquer título queseja.

Art. 669. O mandatário não pode compen-sar os prejuízos a que deu causa com osproveitos que, por outro lado, tenha gran-jeado ao seu constituinte.

Art. 670. Pelas somas que devia entregarao mandante ou recebeu para despesa,mas empregou em proveito seu, pagará omandatário juros, desde o momento emque abusou.

Art. 671. Se o mandatário, tendo fundosou crédito do mandante, comprar, em nomepróprio, algo que devera comprar para omandante, por ter sido expressamentedesignado no mandato, terá este açãopara obrigá-lo à entrega da coisa compra-da.

Art. 672. Sendo dois ou mais os mandatá-rios nomeados no mesmo instrumento,qualquer deles poderá exercer os poderesoutorgados, se não forem expressamentedeclarados conjuntos, nem especificamen-te designados para atos diferentes, ousubordinados a atos sucessivos. Se osmandatários forem declarados conjuntos,não terá eficácia o ato praticado sem in-terferência de todos, salvo havendo rati-ficação, que retroagirá à data do ato.

Art. 673. O terceiro que, depois de conhe-cer os poderes do mandatário, com ele

Page 164: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

com ele contrato exorbitante do mandato,não tem ação nem contra o mandatário,salvo se este lhe prometeu ratificação domandante, ou se responsabilizou pesso-almente pelo contrato, nem contra o man-dante, senão quando este houver ratifi-cado o excesso do procurador.

Art. 1.308. Embora ciente da morte, inter-dição ou mudança de estado do mandan-te, deve o mandatário concluir o negócio jácomeçado, se houver perigo na demora.

Seção III – Das Obrigações do Mandante

Art. 1.309. O mandante é obrigado a satis-fazer todas as obrigações contraídas pelomandatário, na conformidade do manda-to conferido, e adiantar a importância dasdespesas necessárias à execução dele,quando o mandatário lho pedir.

Art. 1.310. É obrigado o mandante a pagarao mandatário a remuneração ajustada eas despesas de execução do mandato, ain-da que o negócio não surta o esperadoefeito, salvo tendo o mandatário culpa.

Art. 1.311. As somas adiantadas pelo man-datário, para a execução do mandato, ven-cem juros, desde a data do desembolso.

Art. 1.312. É igualmente obrigado o man-dante a ressarcir ao mandatário as perdasque sofrer com a execução do mandato,sempre que não resultem de culpa sua, ouexcesso de poderes.

Art. 1.313. Ainda que o mandatário con-trarie as instruções do mandante, se nãoexcedeu os limites do mandato, ficará omandante obrigado para com aqueles, com

celebrar negócio jurídico exorbitante domandato, não tem ação contra o mandatá-rio, salvo se este lhe prometeu ratificaçãodo mandante ou se responsabilizou pes-soalmente.

Art. 674. Embora ciente da morte, interdi-ção ou mudança de estado do mandante,deve o mandatário concluir o negócio jácomeçado, se houver perigo na demora.

Seção III – Das Obrigações do Mandante

Art. 675. O mandante é obrigado a satis-fazer todas as obrigações contraídas pelomandatário, na conformidade do manda-to conferido, e adiantar a importância dasdespesas necessárias à execução dele,quando o mandatário lho pedir.

Art. 676. É obrigado o mandante a pagarao mandatário a remuneração ajustada eas despesas da execução do mandato, ain-da que o negócio não surta o esperadoefeito, salvo tendo o mandatário culpa.

Art. 677. As somas adiantadas pelo man-datário, para a execução do mandato, ven-cem juros desde a data do desembolso.

Art. 678. É igualmente obrigado o man-dante a ressarcir ao mandatário as perdasque este sofrer com a execução do man-dato, sempre que não resultem de culpasua ou de excesso de poderes.

Art. 679. Ainda que o mandatário contra-rie as instruções do mandante, se não ex-ceder os limites do mandato, ficará o man-dante obrigado para com aqueles com

Page 165: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

quem o seu procurador contratou; mas terácontra este ação pelas perdas e danos re-sultantes da inobservância das instruções.

Art. 1.314. Se o mandato for outorgadopor duas ou mais pessoas, e para negóciocomum, cada uma ficará solidariamenteresponsável ao mandatário por todos oscompromissos e efeitos do mandato, sal-vo direito regressivo, pelas quantias quepagar, contra os outros mandantes.

Art. 1.315. O mandatário tem sobre o ob-jeto do mandato direito de retenção, atése reembolsar do que no desempenho doencargo despendeu.

Seção IV – Da Extinção do Mandato

Art. 1.316. Cessa o mandato:I – pela revogação, ou pela renúncia;II – pela morte, ou interdição de uma daspartes;III – pela mudança de estado, que inabili-te o mandante para conferir os poderes,ou o mandatário, para os exercer;IV – pela terminação do prazo, ou pelaconclusão do negócio.

quem o seu procurador contratou; mas terácontra este ação pelas perdas e danos re-sultantes da inobservância das instruções.

Art. 680. Se o mandato for outorgado porduas ou mais pessoas, e para negóciocomum, cada uma ficará solidariamenteresponsável ao mandatário por todos oscompromissos e efeitos do mandato, sal-vo direito regressivo, pelas quantias quepagar, contra os outros mandantes.

Art. 681. O mandatário tem sobre a coisade que tenha a posse em virtude do man-dato, direito de retenção, até se reembol-sar do que no desempenho do encargodespendeu.

Seção IV – Da Extinção do Mandato

Art. 682. Cessa o mandato:I – pela revogação ou pela renúncia;II – pela morte ou interdição de uma daspartes;III – pela mudança de estado que inabiliteo mandante a conferir os poderes, ou omandatário para os exercer;IV – pelo término do prazo ou pela con-clusão do negócio.

Art. 683. Quando o mandato contiver acláusula de irrevogabilidade e o mandan-te o revogar, pagará perdas e danos.

Art. 684. Quando a cláusula deirrevogabilidade for condição de um ne-gócio bilateral, ou tiver sido estipuladano exclusivo interesse do mandatário, arevogação do mandato será ineficaz.

Art. 685. Conferido o mandato com a clá-usula “em causa própria”, a sua revoga-

Page 166: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.318. A revogação do mandato, noti-ficada somente ao mandatário, não sepode opor aos terceiros, que, ignorando-a,de boa-fé com ele trataram; mas ficam sal-vas ao constituinte as ações, que no casolhe possam caber, contra o procurador.

Art. 1.317. É irrevogável o mandato:I – quando se tiver convencionado que omandante não possa revogá-lo, ou for emcausa própria a procuração dada;II – nos casos, em geral, em que for condi-ção de um contrato bilateral, ou meio decumprir uma obrigação contratada, como é,nas letras e ordens, o mandato de pagá-las;III – quando conferido ao sócio, comoadministrador ou liquidante da socieda-de, por disposição do contrato social, sal-vo se diversamente se dispuser nos esta-tutos, ou em texto especial de lei.

Art. 1.319. Tanto que for comunicada aomandatário a nomeação de outro, para omesmo negócio, considerar-se-á revoga-do o mandato anterior.

Art. 1.320. A renúncia do mandato serácomunicada ao mandante, que, se for pre-judicado pela sua inoportunidade, ou pelafalta de tempo, a fim de prover à substitui-ção do procurador, será indenizado pelomandatário, salvo se este provar que nãopodia continuar no mandato sem prejuízoconsiderável.

ção não terá eficácia, nem se extinguirápela morte de qualquer das partes, fican-do o mandatário dispensado de prestarcontas, e podendo transferir para si osbens móveis ou imóveis objeto do man-dato, obedecidas as formalidades legais.

Art. 686. A revogação do mandato, notifi-cada somente ao mandatário, não se podeopor aos terceiros que, ignorando-a, deboa-fé com ele trataram; mas ficam salvasao constituinte as ações que no caso lhepossam caber contra o procurador.

Parágrafo único. É irrevogável o mandatoque contenha poderes de cumprimento ouconfirmação de negócios encetados, aosquais se ache vinculado.

Art. 687. Tanto que for comunicada aomandatário a nomeação de outro, para omesmo negócio, considerar-se-á revoga-do o mandato anterior.

Art. 688. A renúncia do mandato serácomunicada ao mandante, que, se for pre-judicado pela sua inoportunidade, ou pelafalta de tempo, a fim de prover à substitui-ção do procurador, será indenizado pelomandatário, salvo se este provar que nãopodia continuar no mandato sem prejuízoconsiderável, e que não lhe era dadosubstabelecer.

Page 167: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.321. São válidos, a respeito doscontraentes de boa-fé, os atos com estesajustados em nome do mandante pelomandatário, enquanto este ignorar a mor-te daquele, ou a extinção, por qualqueroutra causa, do mandato.

Art. 1.322. Se falecer o mandatário, pen-dente o negócio a ele cometido, os her-deiros, tendo ciência do mandato, avisa-rão o mandante, e providenciarão a bemdele, como as circunstâncias exigirem.

Art. 1.323. Os herdeiros, no caso do artigoantecedente, devem limitar-se às medidasconservatórias, ou continuar os negóciospendentes, que se não possam demorar semperigo, regulando-se os seus serviços, den-tro desse limite pelas mesmas normas, a queos do mandatário estão sujeitos.

Seção V – Do Mandato Judicial

Art. 1.324. O mandato judicial pode serconferido por instrumento público ou par-ticular, devidamente autenticado, a pes-soa que possa procurar em juízo.

Art. 1.325. Podem ser procuradores emjuízo todos os legalmente habilitados, quenão forem:I – menores de vinte e um anos, não eman-cipados ou não declarados maiores;II – juízes em exercício;III – escrivães ou outros funcionários ju-diciais, correndo o pleito nos juízos onde

Art. 689. São válidos, a respeito dos con-tratantes de boa-fé, os atos com estesajustados em nome do mandante pelomandatário, enquanto este ignorar a mor-te daquele ou a extinção do mandato, porqualquer outra causa.

Art. 690. Se falecer o mandatário, penden-te o negócio a ele cometido, os herdeiros,tendo ciência do mandato, avisarão omandante, e providenciarão a bem dele,como as circunstâncias exigirem.

Art. 691. Os herdeiros, no caso do artigoantecedente, devem limitar-se às medidasconservatórias, ou continuar os negóciospendentes que se não possam demorar semperigo, regulando-se os seus serviços den-tro desse limite, pelas mesmas normas a queos do mandatário estão sujeitos.

Seção V – Do Mandato Judicial

Art. 692. O mandato judicial fica subordi-nado às normas que lhe dizem respeito,constantes da legislação processual, e, su-pletivamente, às estabelecidas neste Có-digo.

Page 168: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

servirem, e não procurando eles em causaprópria;IV – inibidos por sentença de procurar emjuízo, ou de exercer ofício público;V – ascendentes, ou descendentes daparte adversa, exceto em causa própria;VI – ascendentes, ou descendentes daparte adversa, exceto em causa própria.

Art. 1.326. A procuração para o foro emgeral não confere os poderes para atos,que os exijam especiais.

Art. 1.327. Constituídos, para a mesmacausa e pela mesma pessoa, dois ou maisprocuradores, consideram-se nomeadospara funcionar na falta um do outro, e pelaordem da nomeação, se não forem solidá-rios. Mas a nomeação conjunta pode con-ter a cláusula de que um nada pratique seos outros.

Art. 1.328. O substabelecimento, sem re-serva de poderes, não sendo notificado aoconstituinte, não isenta o procurador deresponder pelas obrigações do mandato.

Art. 1.329. Sob pena de responder pelodano resultante, o advogado, ou procu-rador, que aceitar a procuratura, não sepoderá escusar sem motivo justo e, se otiver, avisará em tempo o constituinte, afim de que lhe nomeie sucessor.

Art. 1.330. As obrigações do advogado edo procurador serão determinadas, assimpelos termos da procuração, como, e prin-cipalmente pelo contrato, escrito, ou ver-bal, em que se lhes houverem ajustado osserviços.

Capítulo XI – Da Comissão

Page 169: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 693. O contrato de comissão tem porobjeto a aquisição ou a venda de benspelo comissário, em seu próprio nome, àconta do comitente.

Art. 694. O comissário fica diretamenteobrigado para com as pessoas com quemcontratar, sem que estas tenham ação con-tra o comitente, nem este contra elas, sal-vo se o comissário ceder seus direitos aqualquer das partes.

Art. 695. O comissário é obrigado a agir deconformidade com as ordens e instruçõesdo comitente, devendo, na falta destas, nãopodendo pedi-las a tempo, proceder segun-do os usos em casos semelhantes.Parágrafo único. Ter-se-ão por justifica-dos os atos do comissário, se deles hou-ver resultado vantagem para o comitente,e ainda no caso em que, não admitindodemora a realização do negócio, o comis-sário agiu de acordo com os usos.

Art. 696. No desempenho das suas incum-bências o comissário é obrigado a agircom cuidado e diligência, não só para evi-tar qualquer prejuízo ao comitente, mas ain-da para lhe proporcionar o lucro que razoa-velmente se podia esperar do negócio.Parágrafo único. Responderá o comissá-rio, salvo motivo de força maior, por qual-quer prejuízo que, por ação ou omissão,ocasionar ao comitente.

Art. 697. O comissário não responde pelainsolvência das pessoas com quem tratar,exceto em caso de culpa e no do artigoseguinte.

Art. 698. Se do contrato de comissão cons-tar a cláusula del credere, responderá o

Page 170: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

comissário solidariamente com as pesso-as com que houver tratado em nome docomitente, caso em que, salvo estipula-ção em contrário, o comissário tem direitoa remuneração mais elevada, para com-pensar o ônus assumido.

Art. 699. Presume-se o comissário autori-zado a conceder dilação do prazo parapagamento, na conformidade dos usos dolugar onde se realizar o negócio, se nãohouver instruções diversas do comitente.

Art. 700. Se houver instruções docomitente proibindo prorrogação de pra-zos para pagamento, ou se esta não forconforme os usos locais, poderá ocomitente exigir que o comissário pagueincontinenti ou responda pelas conseqü-ências da dilação concedida, proceden-do-se de igual modo se o comissário nãoder ciência ao comitente dos prazos con-cedidos e de quem é seu beneficiário.

Art. 701. Não estipulada a remuneraçãodevida ao comissário, será ela arbitradasegundo os usos correntes no lugar.

Art. 702. No caso de morte do comissário,ou, quando, por motivo de força maior,não puder concluir o negócio, será devi-da pelo comitente uma remuneração pro-porcional aos trabalhos realizados.

Art. 703. Ainda que tenha dado motivo àdispensa, terá o comissário direito a serremunerado pelos serviços úteis presta-dos ao comitente, ressalvado a este o direi-to de exigir daquele os prejuízos sofridos.

Art. 704. Salvo disposição em contrário,pode o comitente, a qualquer tempo, alte-

Page 171: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

rar as instruções dadas ao comissário,entendendo-se por elas regidos tambémos negócios pendentes.

Art. 705. Se o comissário for despedidosem justa causa, terá direito a ser remune-rado pelos trabalhos prestados, bem comoa ser ressarcido pelas perdas e danos re-sultantes de sua dispensa.

Art. 706. O comitente e o comissário sãoobrigados a pagar juros um ao outro; oprimeiro pelo que o comissário houveradiantado para cumprimento de suas or-dens; e o segundo pela mora na entregados fundos que pertencerem aocomitente.

Art. 707. O crédito do comissário, relativoa comissões e despesas feitas, goza deprivilégio geral, no caso de falência ouinsolvência do comitente.

Art. 708. Para reembolso das despesasfeitas, bem como para recebimento dascomissões devidas, tem o comissário di-reito de retenção sobre os bens e valoresem seu poder em virtude da comissão.

Art. 709. São aplicáveis à comissão, noque couber, as regras sobre mandato.

Capítulo XII – Da Agência e Distribuição

Art. 710. Pelo contrato de agência, uma pes-soa assume, em caráter não eventual e semvínculos de dependência, a obrigação depromover, à conta de outra, mediante retri-buição, a realização de certos negócios, emzona determinada, caracterizando-se a dis-tribuição quando o agente tiver à sua dis-posição a coisa a ser negociada.

Page 172: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Parágrafo único. O proponente pode con-ferir poderes ao agente para que este orepresente na conclusão dos contratos.

Art. 711. Salvo ajuste, o proponente nãopode constituir, ao mesmo tempo, mais deum agente, na mesma zona, com idênticaincumbência; nem pode o agente assumiro encargo de nela tratar de negócios domesmo gênero, à conta de outros propo-nentes.

Art. 712. O agente, no desempenho quelhe foi cometido, deve agir com toda dili-gência, atendo-se às instruções recebidasdo proponente.

Art. 713. Salvo estipulação diversa, todasas despesas com a agência ou distribui-ção correm a cargo do agente ou distri-buidor.

Art. 714. Salvo ajuste, o agente ou distri-buidor terá direito à remuneração corres-pondente aos negócios concluídos den-tro de sua zona, ainda que sem a sua in-terferência.

Art. 715. O agente ou distribuidor tem di-reito à indenização se o proponente, semjusta causa, cessar o atendimento das pro-postas ou reduzi-lo tanto que se tornaantieconômica a continuação do contra-to.

Art. 716. A remuneração será devida aoagente também quando o negócio deixarde ser realizado por fato imputável ao pro-ponente.

Art. 717. Ainda que dispensado por justacausa, terá o agente direito a ser remune-

Page 173: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

rado pelos serviços úteis prestados aoproponente, sem embargo de haver esteperdas e danos pelos prejuízos sofridos.

Art. 718. Se a dispensa se der sem culpado agente, terá ele direito à remuneraçãoaté então devida, inclusive sobre os ne-gócios pendentes, além das indenizaçõesprevistas em lei especial.

Art. 719. Se o agente não puder continuaro trabalho por motivo de força maior, terádireito à remuneração correspondente aosserviços realizados, cabendo esse direitoaos herdeiros no caso de morte.

Art. 720. Se o contrato for por tempoindeterminado, qualquer das partes po-derá resolvê-lo, mediante aviso prévio denoventa dias, desde que transcorrido pra-zo compatível com a natureza e o vulto doinvestimento exigido do agente.Parágrafo único. No caso de divergênciaentre as partes, o juiz decidirá darazoabilidade do prazo e do valor devido.

Art. 721. Aplicam-se ao contrato de agên-cia e distribuição, no que couber, as re-gras concernentes ao mandato e à comis-são e as constantes de lei especial.

Capítulo III – Da Corretagem

Art. 722. Pelo contrato de corretagem, umapessoa, não ligada a outra em virtude demandato, de prestação de serviços ou porqualquer relação de dependência, obriga-se a obter para a segunda um ou mais ne-gócios, conforme as instruções recebidas.

Art. 723. O corretor é obrigado a executara mediação com a diligência e prudência

Page 174: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

que o negócio requer, prestando ao clien-te, espontaneamente, todas as informa-ções sobre o andamento dos negócios;deve, ainda, sob pena de responder porperdas e danos, prestar ao cliente todosos esclarecimentos que estiverem ao seualcance, acerca da segurança ou risco donegócio, das alterações de valores e domais que possa influir nos resultados daincumbência.

Art. 724. A remuneração do corretor, senão estiver fixada em lei, nem ajustadaentre as partes, será arbitrada segundo anatureza do negócio e os usos locais.

Art. 725. A remuneração é devida ao cor-retor uma vez que tenha conseguido oresultado previsto no contrato de media-ção, ou ainda que este não se efetive emvirtude de arrependimento das partes.

Art. 726. Iniciado e concluído o negóciodiretamente entre as partes, nenhuma re-muneração será devida ao corretor; masse, por escrito, for ajustada a corretagemcom exclusividade, terá o corretor direitoà remuneração integral, ainda que realizadoo negócio sem a sua mediação, salvo secomprovada sua inércia ou ociosidade.

Art. 727. Se, por não haver prazo determi-nado, o dono do negócio dispensar o cor-retor, e o negócio se realizar posteriormen-te, como fruto da sua mediação, a correta-gem lhe será devida; igual solução se ado-tará se o negócio se realizar após a decor-rência do prazo contratual, mas por efeitodos trabalhos do corretor.

Art. 728. Se o negócio se concluir com aintermediação de mais de um corretor, a

Page 175: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

remuneração será paga a todos em partesiguais, salvo ajuste em contrário.

Art. 729. Os preceitos sobre corretagemconstantes deste Código não excluem aaplicação de outras normas da legislaçãoespecial.

Capítulo XIV – Do Transporte

Seção I – Disposições Gerais

Art. 730. Pelo contrato de transporte al-guém se obriga, mediante retribuição, atransportar, de um lugar para outro, pes-soas ou coisas.

Art. 731. O transporte exercido em virtudede autorização, permissão ou concessão,rege-se pelas normas regulamentares epelo que for estabelecido naqueles atos,sem prejuízo do disposto neste Código.

Art. 732. Aos contratos de transporte, emgeral, são aplicáveis, quando couber, des-de que não contrariem as disposiçõesdeste Código, os preceitos constantes dalegislação especial e de tratados e con-venções internacionais.

Art. 733. Nos contratos de transportecumulativo, cada transportador se obrigaa cumprir o contrato relativamente ao res-pectivo percurso, respondendo pelos da-nos nele causados a pessoas e coisas.§ 1o O dano, resultante do atraso ou dainterrupção da viagem, será determinadoem razão da totalidade do percurso.§ 2o Se houver substituição de algum dostransportadores no decorrer do percurso,a responsabilidade solidária estender-se-á ao substituto.

Page 176: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Seção II – Do Transporte de Pessoas

Art. 734. O transportador responde pelosdanos causados às pessoas transporta-das e suas bagagens, salvo motivo deforça maior, sendo nula qualquer cláusulaexcludente da responsabilidade.Parágrafo único. É lícito ao transportadorexigir a declaração do valor da bagagem afim de fixar o limite da indenização.

Art. 735. A responsabilidade contratual dotransportador por acidente com o passa-geiro não é elidida por culpa de terceiro,contra o qual tem ação regressiva.

Art. 736. Não se subordina às normas docontrato de transporte o feito gratuitamen-te, por amizade ou cortesia.Parágrafo único. Não se considera gratui-to o transporte quando, embora feito semremuneração, o transportador auferir van-tagens indiretas.

Art. 737. O transportador está sujeito aoshorários e itinerários previstos, sob penade responder por perdas e danos, salvomotivo de força maior.

Art. 738. A pessoa transportada deve su-jeitar-se às normas estabelecidas pelotransportador, constantes no bilhete ouafixadas à vista dos usuários, abstendo-se de quaisquer atos que causem incô-modo ou prejuízo aos passageiros, dani-fiquem o veículo, ou dificultem ou impe-çam a execução normal do serviço.Parágrafo único. Se o prejuízo sofrido pelapessoa transportada for atribuível à trans-gressão de normas e instruções regula-mentares, o juiz reduzirá eqüitativamentea indenização, na medida em que a vítima

Page 177: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

houver concorrido para a ocorrência dodano.

Art. 739. O transportador não pode recu-sar passageiros, salvo os casos previs-tos nos regulamentos, ou se as condiçõesde higiene ou de saúde do interessado ojustificarem.

Art. 740. O passageiro tem direito a res-cindir o contrato de transporte antes deiniciada a viagem, sendo-lhe devida a res-tituição do valor da passagem, desde quefeita a comunicação ao transportador emtempo de ser renegociada.§ 1o Ao passageiro é facultado desistir dotransporte, mesmo depois de iniciada aviagem, sendo-lhe devida a restituição dovalor correspondente ao trecho não utili-zado, desde que provado que outra pes-soa haja sido transportada em seu lugar.§ 2o Não terá direito ao reembolso do va-lor da passagem o usuário que deixar deembarcar, salvo se provado que outra pes-soa foi transportada em seu lugar, casoem que lhe será restituído o valor do bi-lhete não utilizado.§ 3o Nas hipóteses previstas neste artigo,o transportador terá direito de reter atécinco por cento da importância a ser resti-tuída ao passageiro, a título de multa com-pensatória.

Art. 741. Interrompendo-se a viagem porqualquer motivo alheio à vontade dotransportador, ainda que em conseqüên-cia de evento imprevisível, fica ele obri-gado a concluir o transporte contratadoem outro veículo da mesma categoria, ou,com a anuência do passageiro, por moda-lidade diferente, à sua custa, correndo tam-bém por sua conta as despesas de estada

Page 178: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

e alimentação do usuário, durante a espe-ra de novo transporte.

Art. 742. O transportador, uma vez execu-tado o transporte, tem direito de retençãosobre a bagagem de passageiro e outrosobjetos pessoais deste, para garantir-sedo pagamento do valor da passagem quenão tiver sido feito no início ou durante opercurso.

Seção III – Do Transporte de Coisas

Art. 743. A coisa, entregue ao transporta-dor, deve estar caracterizada pela sua na-tureza, valor, peso e quantidade, e o maisque for necessário para que não se con-funda com outras, devendo o destinatá-rio ser indicado ao menos pelo nome eendereço.

Art. 744. Ao receber a coisa, o transporta-dor emitirá conhecimento com a mençãodos dados que a identifiquem, obedecidoo disposto em lei especial.Parágrafo único. O transportador po-derá exigir que o remetente lhe entre-gue, devidamente assinada, a relaçãodiscriminada das coisas a serem trans-portadas, em duas vias, uma das quais,por ele devidamente autenticada, ficaráfazendo parte integrante do conheci-mento.

Art. 745. Em caso de informação inexataou falsa descrição no documento a quese refere o artigo antecedente, será otransportador indenizado pelo prejuízoque sofrer, devendo a ação respectivaser ajuizada no prazo de cento e vintedias, a contar daquele ato, sob pena dedecadência.

Page 179: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 746. Poderá o transportador recusara coisa cuja embalagem seja inadequada,bem como a que possa pôr em risco a saú-de das pessoas, ou danificar o veículo eoutros bens.

Art. 747. O transportador deverá obriga-toriamente recusar a coisa cujo transporteou comercialização não sejam permitidos,ou que venha desacompanhada dos docu-mentos exigidos por lei ou regulamento.

Art. 748. Até a entrega da coisa, pode oremetente desistir do transporte e pedi-lade volta, ou ordenar seja entregue a outrodestinatário, pagando, em ambos os ca-sos, os acréscimos de despesa decorren-tes da contra-ordem, mais as perdas e da-nos que houver.

Art. 749. O transportador conduzirá a coi-sa ao seu destino, tomando todas as cau-telas necessárias para mantê-la em bomestado e entregá-la no prazo ajustado ouprevisto.

Art. 750. A responsabilidade do transpor-tador, limitada ao valor constante do co-nhecimento, começa no momento em queele, ou seus prepostos, recebem a coisa;termina quando é entregue ao destinatá-rio, ou depositada em juízo, se aquele nãofor encontrado.

Art. 751. A coisa, depositada ou guarda-da nos armazéns do transportador, em vir-tude de contrato de transporte, rege-se,no que couber, pelas disposições relati-vas a depósito.

Art. 752. Desembarcadas as mercadorias,o transportador não é obrigado a dar avi-

Page 180: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

so ao destinatário, se assim não foiconvencionado, dependendo tambémde ajuste a entrega a domicílio, e de-vem constar do conhecimento de em-barque as cláusulas de aviso ou de en-trega a domicílio.

Art. 753. Se o transporte não puder serfeito ou sofrer longa interrupção, o trans-portador solicitará, incontinenti, instru-ções ao remetente, e zelará pela coisa, porcujo perecimento ou deterioração respon-derá, salvo força maior.§ 1o Perdurando o impedimento, sem mo-tivo imputável ao transportador e semmanifestação do remetente, poderá aque-le depositar a coisa em juízo, ou vendê-la,obedecidos os preceitos legais e regula-mentares, ou os usos locais, depositandoo valor.§ 2o Se o impedimento for responsabilida-de do transportador, este poderá deposi-tar a coisa, por sua conta e risco, mas sópoderá vendê-la se perecível.§ 3o Em ambos os casos, o transportadordeve informar o remetente da efetivaçãodo depósito ou da venda.§ 4o Se o transportador mantiver a coisadepositada em seus próprios armazéns,continuará a responder pela sua guarda econservação, sendo-lhe devida, porém,uma remuneração pela custódia, a qualpoderá ser contratualmente ajustada ouse conformará aos usos adotados em cadasistema de transporte.

Art. 754. As mercadorias devem ser entre-gues ao destinatário, ou a quem apresen-tar o conhecimento endossado, devendoaquele que as receber conferi-las e apre-sentar as reclamações que tiver, sob penade decadência dos direitos.

Page 181: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Capítulo XIV – Do Contrato de Seguro

Seção I – Disposições Gerais

Art. 1.432. Considera-se contrato de se-guro aquele pelo qual uma das partes seobriga para com a outra, mediante a pagade um prêmio, a indenizá-la do prejuízoresultante de riscos futuros, previstos nocontrato.

Art. 1.433. Este contrato não obriga antesde reduzido a escrito, e considera-se per-

Parágrafo único. No caso de perda parcialou de avaria não perceptível à primeiravista, o destinatário conserva a sua açãocontra o transportador, desde que denun-cie o dano em dez dias a contar da entrega.

Art. 755. Havendo dúvida acerca de quemseja o destinatário, o transportador devedepositar a mercadoria em juízo, se nãolhe for possível obter instruções do reme-tente; se a demora puder ocasionar a de-terioração da coisa, o transportador de-verá vendê-la, depositando o saldo emjuízo.

Art. 756. No caso de transporte cumulati-vo, todos os transportadores respondemsolidariamente pelo dano causado peran-te o remetente, ressalvada a apuração fi-nal da responsabilidade entre eles, demodo que o ressarcimento recaia, por in-teiro, ou proporcionalmente, naquele ounaqueles em cujo percurso houver ocor-rido o dano.

Capítulo XV – Do Seguro

Seção I – Disposições Gerais

Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segu-rador se obriga, mediante o pagamentodo prêmio, a garantir interesse legítimo dosegurado, relativo a pessoa ou a coisa,contra riscos predeterminados.

Parágrafo único. Somente pode ser parte,no contrato de seguro, como segurador,entidade para tal fim legalmente autorizada.

Art. 758. O contrato de seguro prova-secom a exibição da apólice ou do bilhete

Page 182: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

feito desde que o segurador remete a apó-lice ao segurado, ou faz nos livros o lan-çamento usual da operação.

Art. 1.447. As apólices podem sernominativas, à ordem ou ao portador. Asde seguro sobre a vida não podem ser aoportador.Parágrafo único. As apólices nominativasmencionarão o nome do segurador, o dosegurado e o do seu representante, se ohouver, ou o do terceiro, em cujo nome sefaz o seguro.

Art. 1.434. A apólice consignará os riscosassumidos, o valor do objeto do seguro,o prêmio devido ou pago pelo segurado equaisquer outras estipulações, que nocontrato se firmarem.

Art. 1.435. As diferentes espécies de se-guro previstas neste Código serão regu-ladas pelas cláusulas das respectivas apó-lices, que não contrariarem disposiçõeslegais.

Art. 1.436. Nulo será este contrato, quan-do o risco, de que se ocupa, se filiar a atosilícitos do segurado, do beneficiado peloseguro, ou dos representantes eprepostos, quer de um, quer do outro.

do seguro, e, na falta deles, por documen-to comprobatório do pagamento do res-pectivo prêmio.

Art. 759. A emissão da apólice deverá serprecedida de proposta escrita com a de-claração dos elementos essenciais do in-teresse a ser garantido e do risco.

Art. 760. A apólice ou o bilhete de seguroserão nominativos, à ordem ou ao porta-dor, e mencionarão os riscos assumidos,o início e o fim de sua validade, o limite dagarantia e o prêmio devido, e, quando foro caso, o nome do segurado e o dobeneficiário.Parágrafo único. No seguro de pessoas, aapólice ou o bilhete não podem ser aoportador.

Art. 761. Quando o risco for assumido emco-seguro, a apólice indicará o seguradorque administrará o contrato e representa-rá os demais, para todos os seus efeitos.

Art. 762. Nulo será o contrato para garan-tia de risco proveniente de ato doloso dosegurado, do beneficiário, ou de represen-tante de um ou de outro.

Page 183: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.437. Não se pode segurar uma coi-sa por mais do que valha, nem pelo seutodo mais de uma vez. É, todavia, lícito aosegurado acautelar, mediante novo segu-ro, o risco de falência ou insolvência dosegurador.

Art. 1.438. Se o valor do seguro excederao da coisa, o segurador poderá, aindadepois de entregue a apólice, exigir a suaredução ao valor real, restituindo ao se-gurado o excesso do prêmio; e, provandoque o segurado obrou de má-fé , terá di-reito a anular o seguro, sem restituição doprêmio, nem prejuízo da ação penal queno caso couber.

Art. 1.439. Salvo o disposto no artigo 1.437,o segundo seguro da coisa já seguradapelo mesmo risco e no seu valor integral,pode ser anulado por qualquer das par-tes. O segundo segurador que ignorava oprimeiro contrato, pode, sem restituir oprêmio recebido, recusar o pagamento doobjeto seguro, ou recobrar o que por elepagou, na parte excedente ao seu valorreal, ainda que não tenha reclamado con-tra o contrato antes do sinistro.

Art. 1.440. A vida e as faculdades huma-nas também se podem estimar como obje-to segurável, e segurar, no valor ajusta-do, contra os riscos possíveis, como o damorte involuntária, inabilitação para tra-balhar, ou outros semelhantes.Parágrafo único. Considera-se morte vo-luntária a recebida em duelo, bem como osuicídio premeditado por pessoa em seujuízo.

Art. 763. Não terá direito a indenização osegurado que estiver em mora no paga-

Page 184: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.443. O segurado e o segurador sãoobrigados a guardar no contrato a maisestrita boa-fé e veracidade, assim a res-peito de objeto, como das circunstânciase declarações a ele concernentes.

Art. 1.444. Se o segurado não fizer decla-rações verdadeiras e completas, omitindocircunstâncias que possam influir na acei-tação da proposta ou na taxa do prêmio,perderá o direito ao valor do seguro, epagará o prêmio vencido.

Art. 1.445. Quando o segurado contrata oseguro mediante procurador, também estese faz responsável ao segurador pelas ine-xatidões, ou lacunas, que possam influirno contrato.

mento do prêmio, se ocorrer o sinistroantes de sua purgação.

Art. 764. Salvo disposição especial, o fatode se não ter verificado o risco, em previ-são do qual se faz o seguro, não exime osegurado de pagar o prêmio.

Art. 765. O segurado e o segurador sãoobrigados a guardar na conclusão e naexecução do contrato, a mais estrita boa-fé e veracidade, tanto a respeito do obje-to como das circunstâncias e declaraçõesa ele concernentes.

Art. 766. Se o segurado, por si ou por seurepresentante, fizer declarações inexatasou omitir circunstâncias que possam in-fluir na aceitação da proposta ou na taxado prêmio, perderá o direito à garantia,além de ficar obrigado ao prêmio vencido.

Parágrafo único. Se a inexatidão ou omis-são nas declarações não resultar de má-fédo segurado, o segurador terá direito aresolver o contrato, ou a cobrar, mesmoapós o sinistro, a diferença do prêmio.

Art. 767. No seguro à conta de outrem, osegurador pode opor ao segurado quais-quer defesas que tenha contra oestipulante, por descumprimento das nor-mas de conclusão do contrato, ou de pa-gamento do prêmio.

Art. 768. O segurado perderá o direito àgarantia se agravar intencionalmente o ris-co objeto do contrato.

Art. 769. O segurado é obrigado a comu-nicar ao segurador, logo que saiba, todoincidente suscetível de agravar conside-

Page 185: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.446. O segurador, que, ao tempo docontrato, sabe estar passado o risco deque o segurado se pretende cobrir, e, nãoobstante, expede a apólice, pagará emdobro o prêmio estipulado.

ravelmente o risco coberto, sob pena deperder o direito à garantia, se provar quesilenciou de má-fé.§ 1o O segurador, desde que o faça nosquinze dias seguintes ao recebimento doaviso da agravação do risco sem culpa dosegurado, poderá dar-lhe ciência, por es-crito, de sua decisão de resolver o contra-to.§ 2o A resolução só será eficaz trinta diasapós a notificação, devendo ser restituí-da pelo segurador a diferença do prêmio.

Art. 770. Salvo disposição em contrário, adiminuição do risco no curso do contratonão acarreta a redução do prêmio estipu-lado; mas, se a redução do risco for con-siderável, o segurado poderá exigir a revi-são do prêmio, ou a resolução do contra-to.

Art. 771. Sob pena de perder o direito àindenização, o segurado participará o si-nistro ao segurador, logo que o saiba, etomará as providências imediatas para mi-norar-lhe as conseqüências.Parágrafo único. Correm à conta do segu-rador, até o limite fixado no contrato, asdespesas de salvamento conseqüente aosinistro.

Art. 772. A mora do segurador em pagar osinistro obriga à atualização monetária daindenização devida segundo índices ofi-ciais regularmente estabelecidos, sem pre-juízo dos juros moratórios.

Art. 773. O segurador que, ao tempo docontrato, sabe estar passado o risco deque o segurado se pretende cobrir, e, nãoobstante, expede a apólice, pagará emdobro o prêmio estipulado.

Page 186: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.448. A apólice declarará também ocomeço e o fim dos riscos por ano, mês,dia e hora.§ 1o Em falta de estipulação precisa, con-tar-se-á o prazo de conformidade com oartigo 125.§ 2o A respeito de coisas que se destinema transporte de um para outro ponto, osriscos principiarão a correr, desde quesejam recebidas no primeiro lugar, e termi-narão quando entregues ao destinatário,no segundo.

Seção II – Das Obrigações do Segurado

Art. 1.449. Salvo convenção em contrá-rio, no ato de receber a apólice pagará osegurado o prêmio, que estipulou.

Art. 1.450. O segurado presume-se obri-gado a pagar os juros legais do prêmioatrasado, independentemente de in-terpelação do segurador, se a apólice ou

Art. 774. A recondução tácita do contratopelo mesmo prazo, mediante expressa clá-usula contratual, não poderá operar maisde uma vez.

Art. 775. Os agentes autorizados do se-gurador presumem-se seus representan-tes para todos os atos relativos aos con-tratos que agenciarem.

Art. 776. O segurador é obrigado a pagarem dinheiro o prejuízo resultante do riscoassumido, salvo se convencionada a re-posição da coisa.

Art. 777. O disposto no presente Capítuloaplica-se, no que couber, aos seguros re-gidos por leis próprias.

Page 187: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

os estatutos não estabelecerem maiortaxa.

Art. 1.451. Se o segurado vier a falir, oufor declarado interdito, estando em atra-so nos prêmios, ou se atrasar após a in-terdição, ou a falência, ficará o seguradorisento da responsabilidade pelos riscos,se a massa, ou o representante do interdi-to, não pagar antes do sinistro os prêmi-os atrasados.

Art. 1.452. O fato de se não ter verificadoo risco, em previsão do qual se fez o se-guro, não exime o segurado de pagar oprêmio, que estipulou, observadas as dis-posições especiais do direito marítimosobre o estorno.

Art. 1.453. Embora se hajam agravado osriscos, além do que era possível anteverno contrato, nem por isso, a não havernele cláusula expressa, terá direito o se-gurador a aumento do prêmio.

Art. 1.454. Enquanto vigorar o contra-to, o segurador abster-se-á de tudoquanto possa aumentar os riscos, ouseja, contrário aos termos do estipula-do, sob pena de perder o direito ao se-guro.

Art. 1.455. Sob a mesma pena do artigoantecedente, comunicará o segurado aosegurador todo incidente, que de qual-quer modo possa agravar o risco.

Art. 1.456. No aplicar a pena do artigo1.454, procederá o juiz com equidade, aten-tando nas circunstâncias reais, e não emprobabilidades infundadas, quanto à agra-vação dos riscos.

Page 188: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.457. Verificado o sinistro, o segura-do, logo que o saiba, comunicá-lo-á aosegurador.Parágrafo único. A omissão injustificadaexonera o segurador, se este provar que,oportunamente avisado, lhe teria sidopossível evitar, ou atenuar, asconsequencias do sinistro.

Seção III – Das Obrigações do Segurador

Art. 1.458. O segurador é obrigado a pa-gar em dinheiro o prejuízo resultante dorisco assumido e, conforme as circuns-tâncias, o valor total da coisa segura.

Art. 1.459. Sempre se presumirá não se terobrigado o segurador a indenizar prejuí-zos resultantes de vício intrínseco à coisasegura.

Art. 1.460. Quando a apólice limitar ouparticularizar os riscos do seguro compre-enderá todos os prejuízos resultantes ouconsequentes, como sejam os estragosocasionados para evitar o sinistro, mino-rar o dano, ou salvar a coisa.

Art. 1.461. Salvo expressa restrição naapólice, o risco do seguro compreenderátodos os prejuízos resultantes ouconsequentes, como sejam os estragosocasionados para evitar o sinistro, mino-rar o dano, ou salvar a coisa.

Art. 1.462. Quando ao objeto do contratose der valor determinado, e o seguro sefizer por este valor, ficará o seguradorobrigado, no caso de perda total, a pagarpelo valor ajustado a importância da in-denização, sem perder por isso o direito,que lhe asseguram os artigos 1.438 e 1.439.

Page 189: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.463. O direito à indenização podeser transmitido a terceiro como acessórioda propriedade, ou de direito real sobre acoisa segura.Parágrafo único. Opera-se essa transmis-são de pleno direito quanto à coisa hipo-tecada, ou penhorada, e, fora desses ca-sos, quando a apólice o não vedar.

Art. 1.464. No caso de sinistro, o segura-dor pode opor ao sucessor ou represen-tante do segurado todos os meios de de-fesa que contra este lhe assistiriam.

Art. 1.465. Se o segurador falir antes depassado o risco, poderá o segurado recu-sar-lhe o pagamento dos prêmios atrasa-dos, e fazer outro seguro pelo valor inte-gral.

Seção IV – Do Seguro Mútuo

Art. 1.466. Pode ajustar-se o seguro, pon-do certo número de segurados em comumentre si o prejuízo, que a qualquer delesadvenha, do risco por todos corrido. Emtal caso o conjunto dos segurados cons-titui a pessoa jurídica, a que pertencem asfunções de segurador.

Art. 1.467. Nesta forma de seguro, em lu-gar do prêmio, os segurados contribuemcom as quotas necessárias para ocorreràs despesas da administração e aos pre-juízos verificados. Sendo omissos os es-tatutos, presume-se que a taxa das quo-tas se determinará segundo as contas doano.

Art. 1.468. Será permitido também obrigara prêmios fixos os segurados, ficando,porém, estes adstritos, se a importância

Page 190: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

daqueles não cobrir a dos riscos verifica-dos, a quotizarem-se pela diferença.

Art. 1.469. As entradas suplementares eos dividendos serão proporcionais àsquotas de cada associado.

Art. 1.470. As quotas dos sócios serãofixadas conforme o valor dos respectivosseguros, podendo-se também levar emconta riscos diferentes, e estabelecê-losde duas ou mais categorias.

Seção II – Do Seguro de Dano

Art. 778. Nos seguros de dano, a garantiaprometida não pode ultrapassar o valordo interesse segurado no momento daconclusão do contrato, sob pena do dis-posto no art. 766, e sem prejuízo da açãopenal que no caso couber.

Art. 779. O risco do seguro compreenderátodos os prejuízos resultantes ou conse-qüentes, como sejam os estragos ocasio-nados para evitar o sinistro, minorar odano, ou salvar a coisa.

Art. 780. A vigência da garantia, no segu-ro de coisas transportadas, começa nomomento em que são pelo transportadorrecebidas, e cessa com a sua entrega aodestinatário.

Art. 781. A indenização não pode ultrapas-sar o valor do interesse segurado no mo-mento do sinistro, e, em hipótese alguma, olimite máximo da garantia fixado na apólice,salvo em caso de mora do segurador.

Art. 782. O segurado que, na vigência docontrato, pretender obter novo seguro

Page 191: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

sobre o mesmo interesse, e contra o mes-mo risco junto a outro segurador, devepreviamente comunicar sua intenção porescrito ao primeiro, indicando a soma porque pretende segurar-se, a fim de se com-provar a obediência ao disposto no art.778.

Art. 783. Salvo disposição em contrário, oseguro de um interesse por menos do quevalha acarreta a redução proporcional daindenização, no caso de sinistro parcial.

Art. 784. Não se inclui na garantia o sinis-tro provocado por vício intrínseco da coi-sa segurada, não declarado pelo segura-do.Parágrafo único. Entende-se por vício in-trínseco o defeito próprio da coisa, quese não encontra normalmente em outrasda mesma espécie.

Art. 785. Salvo disposição em contrário,admite-se a transferência do contrato aterceiro com a alienação ou cessão do in-teresse segurado.§ 1o Se o instrumento contratual énominativo, a transferência só produz efei-tos em relação ao segurador medianteaviso escrito assinado pelo cedente e pelocessionário.§ 2o A apólice ou o bilhete à ordem só setransfere por endosso em preto, datado eassinado pelo endossante e peloendossatário.

Art. 786. Paga a indenização, o seguradorsub-roga-se, nos limites do valor respec-tivo, nos direitos e ações que competiremao segurado contra o autor do dano.§ 1o Salvo dolo, a sub-rogação não temlugar se o dano foi causado pelo cônjuge

Page 192: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Seção V – Do Seguro de Vida

do segurado, seus descendentes ou as-cendentes, consangüíneos ou afins.§ 2o É ineficaz qualquer ato do seguradoque diminua ou extinga, em prejuízo dosegurador, os direitos a que se refere esteartigo.

Art. 787. No seguro de responsabilidadecivil, o segurador garante o pagamentode perdas e danos devidos pelo segura-do a terceiro.§ 1o Tão logo saiba o segurado das con-seqüências de ato seu, suscetível de lheacarretar a responsabilidade incluída nagarantia, comunicará o fato ao segurador.§ 2o É defeso ao segurado reconhecer suaresponsabilidade ou confessar a ação,bem como transigir com o terceiro preju-dicado, ou indenizá-lo diretamente, semanuência expressa do segurador.§ 3o Intentada a ação contra o segurado,dará este ciência da lide ao segurador.§ 4o Subsistirá a responsabilidade do se-gurado perante o terceiro, se o seguradorfor insolvente.

Art. 788. Nos seguros de responsabilida-de legalmente obrigatórios, a indenizaçãopor sinistro será paga pelo segurador di-retamente ao terceiro prejudicado.Parágrafo único. Demandado em ação di-reta pela vítima do dano, o segurador nãopoderá opor a exceção de contrato nãocumprido pelo segurado, sem promover acitação deste para integrar o contraditó-rio.

Seção III – Do Seguro de Pessoa

Art. 789. Nos seguros de pessoas, o capi-tal segurado é livremente estipulado peloproponente, que pode contratar mais de

Page 193: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.471. O seguro de vida tem por obje-to garantir, mediante o prêmio anual quese ajustar, o pagamento de certas pessoas,por morte do segurado, podendo estipular-se igualmente o pagamento dessa somaao próprio segurado, ou terceiro, se aquelesobreviver ao prazo de seu contrato.

Parágrafo único. Quando a liquidação sódeva operar-se por morte, o prêmio se podeajustar por prazo limitado ou por partescontratantes, durante a vigência do con-trato, substituírem, de comum acordo umplano por outro, feita a indenização deprêmios que a substituição exigir.

Art. 1.472. Pode uma pessoa fazer o segu-ro sobre a própria vida, o sobre a de ou-trem, justificando porém, neste últimocaso, o seu interesse pela preservaçãodaquela que segura, sob pena de não va-ler o seguro

Art. 1.473. Se o seguro não tiver por cau-sa declarada a garantia de alguma obriga-ção, é lícito ao segurado, em qualquer tem-po, substituir o seu beneficiário, e, sendoa apólice emitida à ordem, instituir obeneficiário até por ato de última vonta-de. Em falta de declaração, neste caso, oseguro será pago aos herdeiros do segu-rado, sem embargo de quaisquer disposi-ções em contrário dos estatutos da com-panhia ou associação.

um seguro sobre o mesmo interesse, como mesmo ou diversos seguradores.

Art. 790. No seguro sobre a vida de ou-tros, o proponente é obrigado a declarar,sob pena de falsidade, o seu interesse pelapreservação da vida do segurado.Parágrafo único. Até prova em contrário,presume-se o interesse, quando o segu-rado é cônjuge, ascendente ou descen-dente do proponente.

Art. 791. Se o segurado não renunciar àfaculdade, ou se o seguro não tiver comocausa declarada a garantia de alguma obri-gação, é lícita a substituição dobeneficiário, por ato entre vivos ou de úl-tima vontade.Parágrafo único. O segurador, que não forcientificado oportunamente da substitui-ção, desobrigar-se-á pagando o capitalsegurado ao antigo beneficiário.

Art. 792. Na falta de indicação da pessoaou beneficiário, ou se por qualquer moti-

Page 194: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.474.Não se pode instituirbeneficiário pessoa que for legalmenteinibida de receber a doação do segurado.

Art. 1.475. A soma estipulada como bene-fício não está sujeita às obrigações, oudívidas do segurado.

Art. 1.476. É também lícito fazer o segurode modo que só tenha direito à ele o se-gurado, se chegar a certa idade, ou forvivo a certo tempo.

vo não prevalecer a que for feita, o capitalsegurado será pago por metade ao cônju-ge não separado judicialmente, e o res-tante aos herdeiros do segurado, obede-cida a ordem da vocação hereditária.

Parágrafo único. Na falta das pessoasindicadas neste artigo, serãobeneficiários os que provarem que a mor-te do segurado os privou dos meios ne-cessários à subsistência.

Art. 793. É válida a instituição do compa-nheiro como beneficiário, se ao tempo docontrato o segurado era separado judici-almente, ou já se encontrava separado defato.

Art. 794. No seguro de vida ou de aciden-tes pessoais para o caso de morte, o capi-tal estipulado não está sujeito às dívidasdo segurado, nem se considera herançapara todos os efeitos de direito.

Art. 795. É nula, no seguro de pessoa,qualquer transação para pagamento redu-zido do capital segurado.

Art. 796. O prêmio, no seguro de vida, seráconveniado por prazo limitado, ou por todaa vida do segurado.Parágrafo único. Em qualquer hipótese,no seguro individual, o segurador não terá

Page 195: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

ação para cobrar o prêmio vencido, cujafalta de pagamento, nos prazos previstos,acarretará, conforme se estipular, a reso-lução do contrato, com a restituição dareserva já formada, ou a redução do capi-tal garantido proporcionalmente ao prê-mio pago.

Art. 797. No seguro de vida para o casode morte, é lícito estipular-se um prazo decarência, durante o qual o segurador nãoresponde pela ocorrência do sinistro.Parágrafo único. No caso deste artigo osegurador é obrigado a devolver aobeneficiário o montante da reserva técni-ca já formada.

Art. 798. O beneficiário não tem direito aocapital estipulado quando o segurado sesuicida nos primeiros dois anos de vigên-cia inicial do contrato, ou da suarecondução depois de suspenso, obser-vado o disposto no parágrafo único doartigo antecedente.Parágrafo único. Ressalvada a hipóteseprevista neste artigo, é nula a cláusulacontratual que exclui o pagamento do ca-pital por suicídio do segurado.

Art. 799. O segurador não pode eximir-seao pagamento do seguro, ainda que daapólice conste a restrição, se a morte ou aincapacidade do segurado provier da uti-lização de meio de transporte mais arris-cado, da prestação de serviço militar, daprática de esporte, ou de atos de humani-dade em auxílio de outrem.

Art. 800. Nos seguros de pessoas, o segu-rador não pode sub-rogar-se nos direitos eações do segurado, ou do beneficiário, con-tra o causador do sinistro.

Page 196: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Capítulo XIII – Da Constituição de Renda

Art. 1.424. Mediante ato entre vivos, oude última vontade, e título oneroso, ougratuito, pode constituir-se, por tempodeterminado, em benefício próprio oualheio, uma renda ou prestação periódica,entregando-se certo capital, em imóveisou dinheiro, a pessoa que se obrigue asatisfazê-la.

Art. 1.424.

Art. 801. O seguro de pessoas pode serestipulado por pessoa natural ou jurídicaem proveito de grupo que a ela, de qual-quer modo, se vincule.§ 1o O estipulante não representa o segu-rador perante o grupo segurado, e é oúnico responsável, para com o segurador,pelo cumprimento de todas as obrigaçõescontratuais.§ 2o A modificação da apólice em vigordependerá da anuência expressa de se-gurados que representem três quartos dogrupo.

Art. 802. Não se compreende nas dis-posições desta Seção a garantia do re-embolso de despesas hospitalares oude tratamento médico, nem o custeiodas despesas de luto e de funeral dosegurado.

Capítulo XVI – Da Constituição de Renda

Art. 803. Pode uma pessoa, pelo contratode constituição de renda, obrigar-se paracom outra a uma prestação periódica, atítulo gratuito.

Art. 804. O contrato pode ser também atítulo oneroso, entregando-se bens mó-veis ou imóveis à pessoa que se obriga asatisfazer as prestações a favor do credorou de terceiros.

Art. 805. Sendo o contrato a título onero-so, pode o credor, ao contratar, exigir queo rendeiro lhe preste garantia real, oufidejussória.

Page 197: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.425. É nula a constituição de rendaem favor de pessoa já falecida, ou que,dentro nos trinta dias seguintes, vier afalecer de moléstia que já sofria, quandofoi celebrado o contrato.

Art. 1.426. Os bens dados em compensa-ção da renda caem, desde a tradição, nodomínio da pessoa que por aquela se obri-gou.

Art. 1.427. Se o rendeiro, ou censuário,deixar de cumprir a obrigação estipulada,poderá o credor da renda acioná-lo, assimpara que lhe pague as prestações atrasa-das, como para que lhe dê garantias futu-ras, sob pena de rescisão do contrato.

Art. 1.428. O credor adquire o direito àrenda dia a dia, se a prestação não houverde ser paga adiantada, no começo de cadaum dos períodos prefixos.

Art. 1.429. Quando a renda for constituí-da em benefício de duas ou mais pessoas,sem determinação da parte de cada uma,entende-se que os seus direitos sãoiguais; e, salvo estipulação diversa, nãoadquirirão os sobrevivos direito à partedos que morrerem.

Art. 1.430. A renda constituída por títulogratuito pode, por ato do instituidor, ficar

Art. 806. O contrato de constituição derenda será feito a prazo certo, ou por vida,podendo ultrapassar a vida do devedormas não a do credor, seja ele o contratan-te, seja terceiro.

Art. 807. O contrato de constituição derenda requer escritura pública.

Art. 808. É nula a constituição de rendaem favor de pessoa já falecida, ou que,nos trinta dias seguintes, vier a falecer demoléstia que já sofria, quando foi celebra-do o contrato.

Art. 809. Os bens dados em compensa-ção da renda caem, desde a tradição, nodomínio da pessoa que por aquela se obri-gou.

Art. 810. Se o rendeiro, ou censuário, dei-xar de cumprir a obrigação estipulada,poderá o credor da renda acioná-lo, tantopara que lhe pague as prestações atrasa-das como para que lhe dê garantias dasfuturas, sob pena de rescisão do contrato.

Art. 811. O credor adquire o direito à ren-da dia a dia, se a prestação não houver deser paga adiantada, no começo de cadaum dos períodos prefixos.

Art. 812. Quando a renda for constituídaem benefício de duas ou mais pessoas,sem determinação da parte de cada uma,entende-se que os seus direitos sãoiguais; e, salvo estipulação diversa, nãoadquirirão os sobrevivos direito à partedos que morrerem.

Art. 813. A renda constituída por títulogratuito pode, por ato do instituidor, ficar

Page 198: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

isenta de todas as execuções pendentese futuras. Essa isenção existe de plenodireito em favor dos montepios e pensõesalimentícias.

Art. 1.431. A renda viculada a um imóvelconstitui direito real, de acordo com o es-tabelecido nos artigos 749 a 754.

Capítulo XV – Do Jogo e da Aposta

Art. 1.477. As dívidas de jogo, ou aposta,não obrigam a pagamento; mas não se poderecobrar a quantia, que voluntariamente sepagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se operdente é menor , ou intredito.

Parágrafo único. Aplica-se esta disposiçãoa qualquer contrato que encubra ou envol-va reconhecimento, novação ou fiança dedívidas de jogo; mas a nulidade resultantenão pode ser oposta ao terceiro de boa-fé.

Art. 1.478. Não se pode exigir reembolsodo que se emprestou para jogo, ou apos-ta, no ato de apostar, ou jogo.

isenta de todas as execuções pendentese futuras.Parágrafo único. A isenção prevista nesteartigo prevalece de pleno direito em favordos montepios e pensões alimentícias.

Capítulo XVII – Do Jogo e da Aposta

Art. 814. As dívidas de jogo ou de apostanão obrigam a pagamento; mas não se poderecobrar a quantia, que voluntariamente sepagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se operdente é menor ou interdito.

§ 1o Estende-se esta disposição a qualquercontrato que encubra ou envolva reconhe-cimento, novação ou fiança de dívida dejogo; mas a nulidade resultante não podeser oposta ao terceiro de boa-fé.

§ 2o O preceito contido neste artigo temaplicação, ainda que se trate de jogo nãoproibido, só se excetuando os jogos eapostas legalmente permitidos.

§ 3o Excetuam-se, igualmente, os prêmiosoferecidos ou prometidos para o vence-dor em competição de natureza esportiva,intelectual ou artística, desde que os inte-ressados se submetam às prescrições le-gais e regulamentares.

Art. 815. Não se pode exigir reembolso doque se emprestou para jogo ou aposta,no ato de apostar ou jogar.

Art. 816. As disposições dos arts. 814 e815 não se aplicam aos contratos sobre

Page 199: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.479. São equiparados ao jogo, sub-metendo-se, como tais, ao disposto nosartigos antecedentes, os contratos sobretítulos de bolsa, mercadorias ou valores,em que se estipule a liquidação exclusiva-mente pela diferença entre o preço ajusta-do e a cotação que eles tiverem, no venci-mento do ajuste.

Art. 1.480. O sorteio, para dirimir ques-tões, ou dividir coisas comuns, conside-rar-se-á sistema de partilha, ou processode transação, conforme o caso.

Capítulo XVI – Da Fiança

Seção I – Disposições Gerais

Art. 1.481. Dá-se o contrato de fiança,quando uma pessoa se obriga por outra,para com o seu credor, a satisfazer a obri-gação, caso o devedor não a cumpra.

Art. 1.482. Se o fiador tiver quem lhe abo-ne a solvência, ao abonador se aplicará odisposto neste Capítulo, sobre fiança.

Art. 1.483. A fiança dar-se-á por escrito, enão admite interpretação extensiva.

Art. 1.484. Pode-se estipular a fiança, ain-da sem consentimento do devedor.

Art. 1.485. As dívidas futuras podem serobjeto de fiança; mas o fiador, neste caso,

títulos de bolsa, mercadorias ou valores,em que se estipulem a liquidação exclusi-vamente pela diferença entre o preço ajus-tado e a cotação que eles tiverem no ven-cimento do ajuste.

Art. 817. O sorteio para dirimir questõesou dividir coisas comuns considera-sesistema de partilha ou processo de tran-sação, conforme o caso.

Capítulo XVIII – Da Fiança

Seção I – Disposições Gerais

Art. 818. Pelo contrato de fiança, uma pes-soa garante satisfazer ao credor uma obri-gação assumida pelo devedor, caso estenão a cumpra.

Art. 819. A fiança dar-se-á por escrito, enão admite interpretação extensiva.

Art. 820. Pode-se estipular a fiança, aindaque sem consentimento do devedor oucontra a sua vontade.

Art. 821. As dívidas futuras podem serobjeto de fiança; mas o fiador, neste caso,

Page 200: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

não será demendado senão depois quese fizer certa e líquida a obrigação do prin-cipal devedor.

Art. 1.486. Não sendo limitada a fiança,compreenderá todos os acessórios da dí-vida principal, inclusive as despesas ju-diciais, desde a citação do fiador.

Art. 1.487. A fiança pode ser de valor infe-rior ao da obrigação principal e contraídaem condições menos onerosas. Quandoexceder o valor da dívida, ou for mais one-rosa que ela, não valerá senão até o limiteda obrigação afiançada.

Art. 1.488. As obrigações nulas não sãosuscetíveis de fiança, exceto se a nulida-de resultar apenas de incapacidade pes-soal do devedor.Parágrafo único. Esta exceção não abran-ge o caso do artigo 1.259.

Art. 1.489. Quando alguém houver dedar fiador, o credor não pode ser obri-gado a aceitá-lo, se não for pessoa idô-nea, domiciliada no município, onde te-nha de prestar a fiança, e não possuabens suficientes para desempenhar aobrigação.

Art. 1.490. Se o fiador se tornar insolven-te, ou incapaz, poderá o credor exigir queseja substituído.

Seção II – Dos Efeitos da Fiança

Art. 1.491. O fiador demandado pelo pa-gamento da dívida tem direito a exigir, atéà contestação da lide, que sejam primeiroexcutidos os bens do devedor.

não será demandado senão depois quese fizer certa e líquida a obrigação do prin-cipal devedor.

Art. 822. Não sendo limitada, a fiança com-preenderá todos os acessórios da dívidaprincipal, inclusive as despesas judiciais,desde a citação do fiador.

Art. 823. A fiança pode ser de valor inferi-or ao da obrigação principal e contraídaem condições menos onerosas, e, quan-do exceder o valor da dívida, ou for maisonerosa que ela, não valerá senão até aolimite da obrigação afiançada.

Art. 824. As obrigações nulas não sãosuscetíveis de fiança, exceto se a nulida-de resultar apenas de incapacidade pes-soal do devedor.Parágrafo único. A exceção estabelecidaneste artigo não abrange o caso de mú-tuo feito a menor.

Art. 825. Quando alguém houver de ofe-recer fiador, o credor não pode ser obriga-do a aceitá-lo se não for pessoa idônea,domiciliada no município onde tenha deprestar a fiança, e não possua bens sufi-cientes para cumprir a obrigação.

Art. 826. Se o fiador se tornar insolventeou incapaz, poderá o credor exigir que sejasubstituído.

Seção II – Dos Efeitos da Fiança

Art. 827. O fiador demandado pelo paga-mento da dívida tem direito a exigir, até acontestação da lide, que sejam primeiroexecutados os bens do devedor.

Page 201: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Parágrafo único. O fiador, que alegar obenefício de ordem a que se refere esteartigo, deve nomear bens do devedor,sitos no mesmo município, livres edesembargados, quantos bastem parasolver o débito.

Art. 1.492. Não aproveita este benefícioao fiador:I – se ele o renunciou expressamente;II – se se obrigou como principal paga-dor, ou devedor solidário;III – se o devedor for insolvente, ou falido.

Art. 1.493. A fiança conjuntamente pres-tada a um só débito por mais de uma pes-soa importa o compromisso de solidarie-dade entre elas, se declaradamente nãose reservaram o benefício da divisão.Parágrafo único. Estipulado este benefí-cio, cada fiador responde unicamente pelaparte que, em proporção, lhe couber nopagamento.

Art. 1.494. Pode também cada fiador taxar,no contrato, a parte da dívida que tomasob sua responsabilidade, e, neste caso,não será obrigado a mais.

Art. 1.495. O fiador que pagar integralmentea dívida, fica sub-rogado nos direitos docredor; mas só poderá demandar a cadaum dos outros fiadores pela respectivaquota.

Parágrafo único. A parte do fiador insol-vente distribuir-se-á pelos outros.

Art. 1.496. O devedor responde tambémao fiador por todas as perdas e danos queeste pagar, e pelos que sofrer em razão dafiança.

Parágrafo único. O fiador que alegar obenefício de ordem, a que se refere esteartigo, deve nomear bens do devedor,sitos no mesmo município, livres edesembargados, quantos bastem parasolver o débito.

Art. 828. Não aproveita este benefício aofiador:I – se ele o renunciou expressamente;II – se se obrigou como principal paga-dor, ou devedor solidário;III – se o devedor for insolvente, ou falido.

Art. 829. A fiança conjuntamente presta-da a um só débito por mais de uma pessoaimporta o compromisso de solidariedadeentre elas, se declaradamente não se re-servarem o benefício de divisão.Parágrafo único. Estipulado este benefí-cio, cada fiador responde unicamente pelaparte que, em proporção, lhe couber nopagamento.

Art. 830. Cada fiador pode fixar no contra-to a parte da dívida que toma sob sua res-ponsabilidade, caso em que não será pormais obrigado.

Art. 831. O fiador que pagar integralmen-te a dívida fica sub-rogado nos direitosdo credor; mas só poderá demandar a cadaum dos outros fiadores pela respectivaquota.

Parágrafo único. A parte do fiador insol-vente distribuir-se-á pelos outros.

Art. 832. O devedor responde tambémperante o fiador por todas as perdas edanos que este pagar, e pelos que sofrerem razão da fiança.

Page 202: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.497. O fiador tem direito aos jurosdo desembolso pela taxa estipulada naobrigação principal, e, não havendo taxaconvencionada, aos juros legais da mora.

Art. 1.498. Quando o credor, sem justacausa, demorar a execução iniciada con-tra o devedor, poderá o fiador, ou oabonador, promover-lhe o andamento.

Art. 1.499. O fiador, ainda antes de haverpago, pode exigir que o devedor satisfaçaa obrigação, ou o exonere da fiança desdeque a dívida se torne exigível, ou tenhadecorrido o prazo dentro no qual o deve-dor se obrigou a desonerá-lo.

Art. 1.500. O fiador poderá exonerar-se dafiança que tiver assinado sem limitaçãode tempo, sempre que lhe convier, fican-do, porém, obrigado por todos os efeitosda fiança, anteriores ao ato amigável, ou àsentença que o exonerar.

Art. 1.501. A obrigação do fiador passa-lhe aos herdeiros; mas a responsabilida-de da fiança se limita ao tempo decorridoaté a morte do fiador, e não pode ultrapas-sar as forças da herança.

Seção III – Da Extinção da Fiança

Art. 1.502. O fiador pode opor ao credoras exceções que lhe forem pessoais, e asextintivas da obrigação que compitam aodevedor principal, se não provierem sim-plesmente de incapacidade pessoal, sal-vo o caso do artigo 1.259.

Art. 1.503. O fiador, ainda que solidáriocom o principal devedor, ficará desobri-gado:

Art. 833. O fiador tem direito aos juros dodesembolso pela taxa estipulada na obri-gação principal, e, não havendo taxaconvencionada, aos juros legais da mora.

Art. 834. Quando o credor, sem justa cau-sa, demorar a execução iniciada contra odevedor, poderá o fiador promover-lhe oandamento.

Art. 835. O fiador poderá exonerar-se dafiança que tiver assinado sem limitaçãode tempo, sempre que lhe convier, fican-do obrigado por todos os efeitos da fian-ça, durante sessenta dias após a notifica-ção do credor.

Art. 836. A obrigação do fiador passa aosherdeiros; mas a responsabilidade da fi-ança se limita ao tempo decorrido até amorte do fiador, e não pode ultrapassar asforças da herança.

Seção III – Da Extinção da Fiança

Art. 837. O fiador pode opor ao credor asexceções que lhe forem pessoais, e asextintivas da obrigação que competem aodevedor principal, se não provierem sim-plesmente de incapacidade pessoal, sal-vo o caso do mútuo feito a pessoa menor.

Art. 838. O fiador, ainda que solidário, fi-cará desobrigado:

Page 203: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

I – se, sem consentimento seu, o credorconceder moratória ao devedor;II – se, por fato do credor, for impossível asub-rogação nos seus direitos e preferên-cias;III – se o credor, em pagamento da dívida,aceitar amigavelmente do devedor objetodiverso do que este era obrigado a lhedar, ainda que depois venha a perdê-lopor evicção.

Art. 1.504. Se, feita a nomeação nas con-dições do artigo 1.491, parágrafo único, odevedor, retardando-se a execução, cairem insolvência, ficará exonerado o fiador,provando que os bens por ele indicadoseram, ao tempo da penhora, suficientespara a solução da dívida afiançada.

Título II – Dos Efeitos das Obrigações

Capítulo XIX – Da Transação

Art. 1.025. É lícito aos interessados pre-venirem, ou terminarem o litígio medianteconcessões mútuas.

Art. 1.035. Só quanto a direitospatrimoniais de caráter privado se permi-te a transação.

Art. 1.027. A transação interpreta-serestritivamente. Por ela não se transmi-

I – se, sem consentimento seu, o credorconceder moratória ao devedor;II – se, por fato do credor, for impossível asub-rogação nos seus direitos e preferên-cias;III – se o credor, em pagamento da dívida,aceitar amigavelmente do devedor objetodiverso do que este era obrigado a lhedar, ainda que depois venha a perdê-lopor evicção.

Art. 839. Se for invocado o benefício daexcussão e o devedor, retardando-se aexecução, cair em insolvência, ficará exo-nerado o fiador que o invocou, se provarque os bens por ele indicados eram, aotempo da penhora, suficientes para a so-lução da dívida afiançada.

Capítulo XIX – Da Transação

Art. 840. É lícito aos interessados preve-nirem ou terminarem o litígio medianteconcessões mútuas.

Art. 841. Só quanto a direitos patrimoniaisde caráter privado se permite a transação.

Art. 842. A transação far-se-á por escritu-ra pública, nas obrigações em que a lei oexige, ou por instrumento particular, nasem que ela o admite; se recair sobre direi-tos contestados em juízo, será feita porescritura pública, ou por termo nos autos,assinado pelos transigentes e homologa-do pelo juiz.

Art. 843. A transação interpreta-serestritivamente, e por ela não se trans-

Page 204: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

tem, apenas se declaram ou reconhecemdireitos.

Art. 1.028 . Se a transação recair sobredireitos contestados em juízo, far-se-á:I – por termo nos autos, assinado pelostransigentes e homologado pelo juiz;II – por escritura pública, nas obrigaçõesem que a lei o exige, ou particular, nas queela o admite.

Art. 1.029. Não havendo ainda litígio, atransação realizar-se-á por aquele dosmodos indicados no artigo antecedente,no II, que no caso couber.

Art. 1.031. A transação não aproveita, nemprejudica senão aos que nela intervieram,ainda que diga respeito a coisa indivisível.

§ 1o Se for concluída entre credor e o de-vedor principal, desobrigará o fiador.

§ 2o Se entre um dos credores solidários eo devedor, extingue a obrigação deste paracom os outros credores.

§ 3o Se entre um dos devedores solidáriose seu credor, extingue a dívida em relaçãoaos co-devdores.

Art. 1.032. Dada a evicção da coisa re-nunciada por um dos transigentes, ou porele transferida à outra parte, não revive aobrigação extinta pela transação; mas aoevicto cabe o direito de reclamar perdas edanos.

mitem, apenas se declaram ou reconhe-cem direitos.

Art. 844. A transação não aproveita, nemprejudica senão aos que nela intervierem,ainda que diga respeito a coisa indivisível.

§ 1o Se for concluída entre o credor e odevedor, desobrigará o fiador.

§ 2o Se entre um dos credores solidários eo devedor, extingue a obrigação deste paracom os outros credores.

§ 3o Se entre um dos devedores solidáriose seu credor, extingue a dívida em relaçãoaos co-devedores.

Art. 845. Dada a evicção da coisa renun-ciada por um dos transigentes, ou por eletransferida à outra parte, não revive a obri-gação extinta pela transação; mas aoevicto cabe o direito de reclamar perdas edanos.Parágrafo único. Se um dos transigentesadquirir, depois da transação, novo di-reito sobre a coisa renunciada outransferida, a transação feita não o ini-birá de exercê-lo.

Page 205: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.033. A transação concernente a obri-gações resultantes de delito não perime aação penal da justiça pública.

Art. 1.034. É admissível, na transação, apena convencional.

Art. 1.026. Sendo nula qualquer das cláu-sulas de transação, nula será esta.

Parágrafo único. Quando a transação ver-sar sobre diversos direitos contestados enão prevalecer em relação a um, fica, nãoobstante, válida relativamente aos outros.

Art. 1.036. É nula a transação a respeitode litígio decidido por sentença passadaem julgado, se dela não tinha ciência al-gum dos transatores, ou quando, por tí-tulo ulteriormente descoberto, se verificaque nenhum deles tinha direito sobre oobjeto da transação.

Art. 846. A transação concernente a obri-gações resultantes de delito não extinguea ação penal pública.

Art. 847. É admissível, na transação, a penaconvencional.

Art. 848. Sendo nula qualquer das cláu-sulas da transação, nula será esta.

Parágrafo único. Quando a transação ver-sar sobre diversos direitos contestados,independentes entre si, o fato de não pre-valecer em relação a um não prejudicaráos demais.

Art. 849. A transação só se anula por dolo,coação, ou erro essencial quanto à pes-soa ou coisa controversa.Parágrafo único. A transação não se anu-la por erro de direito a respeito das ques-tões que foram objeto de controvérsiaentre as partes.

Art. 850. É nula a transação a respeito dolitígio decidido por sentença passada emjulgado, se dela não tinha ciência algumdos transatores, ou quando, por título ul-teriormente descoberto, se verificar quenenhum deles tinha direito sobre o objetoda transação.

Capítulo XX – Do Compromisso

Art. 851. É admitido compromisso, judici-al ou extrajudicial, para resolver litígiosentre pessoas que podem contratar.

Art. 852. É vedado compromisso para so-lução de questões de estado, de direitopessoal de família e de outras que nãotenham caráter estritamente patrimonial.

Page 206: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Título VI – Das Obrigações por Declara-ção Unilateral da Vontade

Capítulo II – Da Promessa de Recompensa

Art. 1.512. Aquele que, por anúncios pú-blicos, se comprometer a recompensar, ougratificar, a quem preencha certa condi-ção, ou desempenhe certo serviço, con-trai obrigação de fazer o prometido.

Art. 1.513. Quem quer que, nos termos doartigo antecedente, fizer o dito serviço,ou satisfizer a dita condição, ainda quenão pelo interesse da promessa, poderáexigir a recompensa estipulada.

Art. 1.514. Antes de prestado o serviço,ou preenchida a condição, pode opromitente revogar a promessa, contantoque o faça com a mesma publicidade.

Art. 1.515. Se o ato contemplado na pro-messa for praticado por mais de um indi-víduo, terá direito à recompensa o queprimeiro o executou.

§ 1o Sendo simultânea a execução, a cadaum tocará um quinhão igual na recompen-sa.

Art. 853. Admite-se nos contratos a cláu-sula compromissória, para resolver diver-gências mediante juízo arbitral, na formaestabelecida em lei especial.

Título VII – Dos Atos Unilaterais

Capítulo I – Da Promessa de Recompensa

Art. 854. Aquele que, por anúncios públi-cos, se comprometer a recompensar, ougratificar, a quem preencha certa condi-ção, ou desempenhe certo serviço, con-trai obrigação de cumprir o prometido.

Art. 855. Quem quer que, nos termos doartigo antecedente, fizer o serviço, ousatisfizer a condição, ainda que não pelointeresse da promessa, poderá exigir a re-compensa estipulada.

Art. 856. Antes de prestado o serviçoou preenchida a condição, pode opromitente revogar a promessa,contanto que o faça com a mesma pu-blicidade; se houver assinado prazo àexecução da tarefa, entender-se-á querenuncia o arbítrio de retirar, durante ele,a oferta.Parágrafo único. O candidato de boa-fé,que houver feito despesas, terá direito areembolso.

Art. 857. Se o ato contemplado na pro-messa for praticado por mais de um indi-víduo, terá direito à recompensa o queprimeiro o executou.

Art. 858. Sendo simultânea a execução, acada um tocará quinhão igual na recom-pensa; se esta não for divisível, conferir-

Page 207: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

§ 2o Se essa não for divisível, conferir-se-á por sorteio.

Art. 1.516. Nos concursos que se abrirem,com promessa pública de recompensa, écondição essencial, para valerem, a fixa-ção de um prazo, observadas também asdisposições dos parágrafos seguintes.

§ 1o A decisão da pessoa nomeada, nosanúncios, como juiz, obriga os interessa-dos.

§ 2o Em falta de pessoa designada parajulgar o mérito dos trabalhos, que se apre-sentarem, entender-se-á que o promitentereservou essa função.

§ 3o Se os trabalhos tiverem mérito igual,proceder-se-á de acordo com o artigo an-tecedente.

Art. 1.517. As obras premiadas, nos con-cursos de que trata o artigo anterior, sóficarão pertencendo ao promitente, se talcláusula estipular na publicação da pro-messa.

Título V – Das Várias Espécies de Contra-tos

Capítulo VIII – Da Gestão de Negócios

Art. 1.331. Aquele que, sem autorizaçãodo interessado, intervém na gestão denegócio alheio, dirigi-lo-á segundo o in-teresse e a vontade presumível de seudono, ficando responsável a este e àspessoas com quem tratar.

Art. 1.332. Se a gestão for iniciada contraa vontade manifesta ou presumível do in-

se-á por sorteio, e o que obtiver a coisadará ao outro o valor de seu quinhão.

Art. 859. Nos concursos que se abriremcom promessa pública de recompensa, écondição essencial, para valerem, a fixa-ção de um prazo, observadas também asdisposições dos parágrafos seguintes.

§ 1o A decisão da pessoa nomeada, nosanúncios, como juiz, obriga os interessa-dos.

§ 2o Em falta de pessoa designada parajulgar o mérito dos trabalhos que se apre-sentarem, entender-se-á que o promitentese reservou essa função.

§ 3o Se os trabalhos tiverem mérito igual,proceder-se-á de acordo com os arts. 857e 858.

Art. 860. As obras premiadas, nos con-cursos de que trata o artigo antecedente,só ficarão pertencendo ao promitente, seassim for estipulado na publicação da pro-messa.

Capítulo II – Da Gestão de Negócios

Art. 861. Aquele que, sem autorização dointeressado, intervém na gestão de negó-cio alheio, dirigi-lo-á segundo o interessee a vontade presumível de seu dono, fi-cando responsável a este e às pessoascom que tratar.

Art. 862. Se a gestão foi iniciada contra avontade manifesta ou presumível do inte-

Page 208: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

teressado, responderá o gestor até peloscasos fortuitos, não provando que teriamsobrevindo, ainda quando se houvesseabstido.

Art. 1.333.No caso do artigo antecedente,se os prejuízos da gestão excederem o seuproveito, poderá o dono do negócio exi-gir que o gestor restitua as coisas ao es-tado anterior, ou o indenize da diferença.

Art. 1.334. Tanto que se possa, comuni-cará o gestor ao dono do negócio a ges-tão que assumiu, aguardando-lhe a res-posta, se da espera não resultar perigo.

Art. 1.335. Enquanto do dono não provi-denciar, valerá o gestor pelo negócio, atélevar a cabo, esperando, se aquele falecerdurante a gestão, as instruções dos her-deiros, sem se descuidar, entretanto dasmedidas que o caso reclame.

Art. 1.336. O gestor envidará toda a suadiligência habitual na administração donegócio, ressarcindo ao dono todo o pre-juízo resultante de qualquer culpa na ges-tão.

Art. 1.337. Se o gestor se fizer substituirpor outrem, responderá pelas faltas dosubstituto, ainda que seja pessoa idônea,sem prejuízo da ação, que a ele, ou aodono do negócio, contra ela possa caber.

Parágrafo único. Havendo mais de umgestor, será solidária a sua responsabili-dade.

Art. 1.338. O gestor responde pelo casofortuito, quando fizer operações arrisca-das, ainda que o dono costumasse fazê-

ressado, responderá o gestor até peloscasos fortuitos, não provando que teriamsobrevindo, ainda quando se houvesseabstido.

Art. 863. No caso do artigo antecedente,se os prejuízos da gestão excederem o seuproveito, poderá o dono do negócio exi-gir que o gestor restitua as coisas ao es-tado anterior, ou o indenize da diferença.

Art. 864. Tanto que se possa, comunicaráo gestor ao dono do negócio a gestãoque assumiu, aguardando-lhe a resposta,se da espera não resultar perigo.

Art. 865. Enquanto o dono não providen-ciar, velará o gestor pelo negócio, até olevar a cabo, esperando, se aquele falecerdurante a gestão, as instruções dos her-deiros, sem se descuidar, entretanto, dasmedidas que o caso reclame.

Art. 866. O gestor envidará toda sua dili-gência habitual na administração do ne-gócio, ressarcindo ao dono o prejuízo re-sultante de qualquer culpa na gestão.

Art. 867. Se o gestor se fizer substituir poroutrem, responderá pelas faltas do subs-tituto, ainda que seja pessoa idônea, semprejuízo da ação que a ele, ou ao dono donegócio, contra ela possa caber.

Parágrafo único. Havendo mais de umgestor, solidária será a sua responsabili-dade.

Art. 868. O gestor responde pelo caso for-tuito quando fizer operações arriscadas,ainda que o dono costumasse fazê-las, ou

Page 209: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

las, ou quando preterir interesses destepor amor dos seus.

Parágrafo único. Não obstante, querendoo dono aproveitar-se da gestão, será obri-gado a indenizar o gestor das despesasnecessárias que tiver feito e dos prejuízosque, por causa da gestão, houver sofrido.

Art. 1.339. Se o negócio for utilmente ad-ministrado, cumprirá o dono as obrigaçõescontraídas em seu nome, reembolsandoao gestor as despesas necessárias ouúteis que houver feito, com os juros le-gais, desde o desembolso.

§ 1o A utilidade ou necessidade da despe-sa apreciar-se-á, não pelo resultado obti-do, mas segundo as circunstâncias daocasião em que se fizeram.

§ 2o Vigora o disposto neste artigo, aindaquando o gestor, em erro quanto ao donodo negócio, der a outra pessoa as contasda gestão.

Art. 1.340. Aplica-se, outrossim, a dispo-sição do artigo antecedente, quando agestão se proponha a acudir a prejuízosiminentes, ou redunde em proveito dodono do negócio, ou da coisa. Mas nun-ca a indenização ao gestor excederá emimportância as vantagens obtidas com agestão.

Art. 1.341. Quando alguém, na ausênciado indivíduo obrigado a alimentos, porele os prestar a quem se devem, poder-lhes-á reaver do devedor a importância,ainda que este não ratifique o ato.

quando preterir interesse deste em pro-veito de interesses seus.

Parágrafo único. Querendo o dono apro-veitar-se da gestão, será obrigado a inde-nizar o gestor das despesas necessárias,que tiver feito, e dos prejuízos, que pormotivo da gestão, houver sofrido.

Art. 869. Se o negócio for utilmente admi-nistrado, cumprirá ao dono as obrigaçõescontraídas em seu nome, reembolsandoao gestor as despesas necessárias ouúteis que houver feito, com os juros le-gais, desde o desembolso, respondendoainda pelos prejuízos que este houversofrido por causa da gestão.

§ 1o A utilidade, ou necessidade, da des-pesa, apreciar-se-á não pelo resultadoobtido, mas segundo as circunstâncias daocasião em que se fizerem.

§ 2o Vigora o disposto neste artigo, aindaquando o gestor, em erro quanto ao donodo negócio, der a outra pessoa as contasda gestão.

Art. 870. Aplica-se a disposição do artigoantecedente, quando a gestão se propo-nha a acudir a prejuízos iminentes, ou re-dunde em proveito do dono do negócioou da coisa; mas a indenização ao gestornão excederá, em importância, as vanta-gens obtidas com a gestão.

Art. 871. Quando alguém, na ausência doindivíduo obrigado a alimentos, por eleos prestar a quem se devem, poder-lhes-áreaver do devedor a importância, aindaque este não ratifique o ato.

Page 210: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.342. As despesas do enterro, pro-porcionadas aos usos locais e à condiçãodo falecido, feitas por terceiro, podem sercobradas da pessoa que teria a obrigaçãode alimentar a que veio a falecer, aindamesmo que esta não tenha deixado bens.

Parágrafo único. Cessa o disposto nesteartigo e no antecedente, em se provandoque o gestor fez essas despesas com osimples intento de bem fazer.

Art. 1.343. A ratificação pura e simples dodono do negócio retroage ao dia do co-meço da gestão, e produz todos os efei-tos do mandato.

Art. 1.344. Se o dono do negócio, ou dacoisa, desaprovar a gestão, por contráriaaos seus interesses, vigorará o dispostonos artigos 1.332 e 1.333, salvo o estatuídono artigo 1.340.

Art. 1.345. Se os negócios alheios foremconexos aos do gestor, de tal arte que senão possam gerir separadamente, haver-se-á o gestor por sócio daquele, cujos in-teresses agenciar de envolta com os seus.

Parágrafo único. Neste caso aquele emcujo benefício interveio o gestor, só éobrigado na razão das vantagens que lo-grar.

Título II – Dos Efeitos das Obrigações

Capítulo II – Do Pagamento

Seção VII – Do Pagamento Indevido

Art. 964. Todo aquele que recebeu o quelhe não era devido fica obrigado a resti-

Art. 872. Nas despesas do enterro, pro-porcionadas aos usos locais e à condiçãodo falecido, feitas por terceiro, podem sercobradas da pessoa que teria a obrigaçãode alimentar a que veio a falecer, aindamesmo que esta não tenha deixado bens.

Parágrafo único. Cessa o disposto nesteartigo e no antecedente, em se provandoque o gestor fez essas despesas com osimples intento de bem-fazer.

Art. 873. A ratificação pura e simples dodono do negócio retroage ao dia do co-meço da gestão, e produz todos os efei-tos do mandato.

Art. 874. Se o dono do negócio, ou dacoisa, desaprovar a gestão, consideran-do-a contrária aos seus interesses, vigo-rará o disposto nos arts. 862 e 863, salvoo estabelecido nos arts. 869 e 870.

Art. 875. Se os negócios alheios foremconexos ao do gestor, de tal arte que senão possam gerir separadamente, haver-se-á o gestor por sócio daquele cujos in-teresses agenciar de envolta com os seus.

Parágrafo único. No caso deste artigo,aquele em cujo benefício interveio ogestor só é obrigado na razão das vanta-gens que lograr.

Capítulo III – Do Pagamento Indevido

Art. 876. Todo aquele que recebeu o quelhe não era devido fica obrigado a resti-

Page 211: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

tuir. A mesma obrigação incumbe ao querecebe dívida condicional antes de cum-prida a condição.

Art. 965. Ao que voluntariamente pagouo indevido incumbe a prova de tê-lo feitopor erro.

Art. 966. Aos frutos, acesssões,benfeitorias e deteriorações sobrevindasà coisa dada em pagamento indevido, apli-ca-se o disposto nos artigos 510 a 519.

Art. 967. Se, aquele, que indevidamenterecebeu um imóvel, o tiver alienado,deve assistir o proprietário na retifica-ção do registro, nos termos do artigo860.

Art. 968. Se, aquele, que indevidamenterecebeu um imóvel, o tiver alienado emboa-fé, por título oneroso, responde so-mente pelo preço recebido; mas, se obroude má-fé, além do valor do imóvel, res-ponde por perdas e danos.

Parágrafo único. Se o imóvel se alheoupor título gratuito, ou se, alheando –se,por título oneroso, obrou de má-fé o ter-ceiro adquirente, cabe ao que pagou porerro o direito de reivindicação.

Art. 969. Fica isento de restituir pagamen-to indevido aquele que, recebendo-o porconta de dívida verdadeira, inutilizou otítulo, deixou de prescrever a ação ou abriumão das garantias que asseguravam seudireito; mas o que pagou, dispõe de açãoregressiva contra o verdadeiro devedor eseu fiador.

tuir; obrigação que incumbe àquele querecebe dívida condicional antes de cum-prida a condição.

Art. 877. Àquele que voluntariamente pa-gou o indevido incumbe a prova de tê-lofeito por erro.

Art. 878. Aos frutos, acessões,benfeitorias e deteriorações sobrevindasà coisa dada em pagamento indevido, apli-ca-se o disposto neste Código sobre opossuidor de boa-fé ou de má-fé, confor-me o caso.

Art. 879. Se aquele que indevidamenterecebeu um imóvel o tiver alienado em boa-fé, por título oneroso, responde somentepela quantia recebida; mas, se agiu de má-fé, além do valor do imóvel, responde porperdas e danos.

Parágrafo único. Se o imóvel foi alienadopor título gratuito, ou se, alienado por tí-tulo oneroso, o terceiro adquirente agiude má-fé, cabe ao que pagou por erro odireito de reivindicação.

Art. 880. Fica isento de restituir pagamen-to indevido aquele que, recebendo-ocomo parte de dívida verdadeira, inutili-zou o título, deixou prescrever a preten-são ou abriu mão das garantias que asse-guravam seu direito; mas aquele que pa-gou dispõe de ação regressiva contra overdadeiro devedor e seu fiador.

Page 212: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 970. Não se pode repetir o que sepagou para solver dívida prescrita, oucumprir obrigação natural.

Art. 971. Não terá direito à repetição aqueleque deu alguma coisa para obter fim ilíci-to, imoral ou proibido por lei.

Art. 881. Se o pagamento indevido tiverconsistido no desempenho de obrigaçãode fazer ou para eximir-se da obrigação denão fazer, aquele que recebeu a prestaçãofica na obrigação de indenizar o que acumpriu, na medida do lucro obtido.

Art. 882. Não se pode repetir o que sepagou para solver dívida prescrita, oucumprir obrigação judicialmente inexigível.

Art. 883. Não terá direito à repetição aqueleque deu alguma coisa para obter fim ilíci-to, imoral, ou proibido por lei.

Parágrafo único. No caso deste artigo, oque se deu reverterá em favor de estabe-lecimento local de beneficência, a critériodo juiz.

Capítulo IV – Do Enriquecimento semCausa

Art. 884. Aquele que, sem justa causa, seenriquecer à custa de outrem, será obri-gado a restituir o indevidamente auferido,feita a atualização dos valores monetári-os.Parágrafo único. Se o enriquecimento ti-ver por objeto coisa determinada, quem arecebeu é obrigado a restituí-la, e, se acoisa não mais subsistir, a restituição sefará pelo valor do bem na época em quefoi exigido.

Art. 885. A restituição é devida, não sóquando não tenha havido causa que jus-tifique o enriquecimento, mas também seesta deixou de existir.

Art. 886. Não caberá a restituição por en-riquecimento, se a lei conferir ao lesado

Page 213: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Título VI – Das Obrigações por Declara-ção Unilateral da Vontade

outros meios para se ressarcir do prejuízosofrido.

Título VIII – Dos Títulos de Crédito

Capítulo I – Disposições Gerais

Art. 887. O título de crédito, documentonecessário ao exercício do direito literal eautônomo nele contido, somente produzefeito quando preencha os requisitos dalei.

Art. 888. A omissão de qualquer requisitolegal, que tire ao escrito a sua validadecomo título de crédito, não implica ainvalidade do negócio jurídico que lhe deuorigem.

Art. 889. Deve o título de crédito conter adata da emissão, a indicação precisa dosdireitos que confere, e a assinatura doemitente.§ 1o É à vista o título de crédito que nãocontenha indicação de vencimento.§ 2o Considera-se lugar de emissão e depagamento, quando não indicado no títu-lo, o domicílio do emitente.§ 3o O título poderá ser emitido a partirdos caracteres criados em computador oumeio técnico equivalente e que constemda escrituração do emitente, observadosos requisitos mínimos previstos neste ar-tigo.

Art. 890. Consideram-se não escritas notítulo a cláusula de juros, a proibitiva deendosso, a excludente de responsabilida-de pelo pagamento ou por despesas, aque dispense a observância de termos eformalidade prescritas, e a que, além dos

Page 214: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

limites fixados em lei, exclua ou restrinjadireitos e obrigações.

Art. 891. O título de crédito, incompletoao tempo da emissão, deve ser preenchi-do de conformidade com os ajustes reali-zados.Parágrafo único. O descumprimento dosajustes previstos neste artigo pelos quedeles participaram, não constitui motivode oposição ao terceiro portador, salvose este, ao adquirir o título, tiver agido demá-fé.

Art. 892. Aquele que, sem ter poderes, ouexcedendo os que tem, lança a sua assi-natura em título de crédito, como manda-tário ou representante de outrem, fica pes-soalmente obrigado, e, pagando o título,tem ele os mesmos direitos que teria osuposto mandante ou representado.

Art. 893. A transferência do título de cré-dito implica a de todos os direitos que lhesão inerentes.

Art. 894. O portador de título representa-tivo de mercadoria tem o direito de trans-feri-lo, de conformidade com as normasque regulam a sua circulação, ou de rece-ber aquela independentemente de quais-quer formalidades, além da entrega do tí-tulo devidamente quitado.

Art. 895. Enquanto o título de crédito es-tiver em circulação, só ele poderá ser dadoem garantia, ou ser objeto de medidas ju-diciais, e não, separadamente, os direitosou mercadorias que representa.

Art. 896. O título de crédito não pode serreivindicado do portador que o adquiriu

Page 215: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

de boa-fé e na conformidade das normasque disciplinam a sua circulação.

Art. 897. O pagamento de título de crédi-to, que contenha obrigação de pagarsoma determinada, pode ser garantido poraval.Parágrafo único. É vedado o aval parcial.

Art. 898. O aval deve ser dado no versoou no anverso do próprio título.§ 1o Para a validade do aval, dado no an-verso do título, é suficiente a simples as-sinatura do avalista.§ 2o Considera-se não escrito o aval can-celado.

Art. 899. O avalista equipara-se àquelecujo nome indicar; na falta de indicação,ao emitente ou devedor final.§ 1o Pagando o título, tem o avalista açãode regresso contra o seu avalizado e de-mais coobrigados anteriores.§ 2o Subsiste a responsabilidade doavalista, ainda que nula a obrigação da-quele a quem se equipara, a menos que anulidade decorra de vício de forma.

Art. 900. O aval posterior ao vencimentoproduz os mesmos efeitos do anteriormen-te dado.

Art. 901. Fica validamente desonerado odevedor que paga título de crédito ao le-gítimo portador, no vencimento, sem opo-sição, salvo se agiu de má-fé.Parágrafo único. Pagando, pode o deve-dor exigir do credor, além da entrega dotítulo, quitação regular.

Art. 902. Não é o credor obrigado a rece-ber o pagamento antes do vencimento do

Page 216: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Capítulo I – Dos Títulos ao Portador

Art. 1.505. O detentor de um título ao por-tador, quando ele autorizado a dispor, podereclamar do respectivo subscritor ou emis-sor a prestação devida. O subscritor, ouemissor, porém, exonera-se, pagando aqualquer detentor, esteja ou não autoriza-do a dispor do título.

Art. 1.506. A obrigação do emissor sub-siste, ainda que o título tenha entrado emcirculação contra sua vontade.

Art. 1.507. Ao portador de boa-fé, osubscritor, ou o emissor, não poderá oporoutra defesa, além da que assente em nu-lidade interna ou externa do título, ou emdireito pessoal ao emissor, ou subscritor,contra o portador.

Art. 1.511. É nulo o título, em que o signa-tário, ou emissor, se obrigue, sem autori-zação de lei federal, a pagar ao portadorquantia certo em dinheiro.

título, e aquele que o paga, antes do ven-cimento, fica responsável pela validadedo pagamento.§ 1o No vencimento, não pode o credorrecusar pagamento, ainda que parcial.§ 2o No caso de pagamento parcial, emque se não opera a tradição do título, alémda quitação em separado, outra deverá serfirmada no próprio título.

Art. 903. Salvo disposição diversa em leiespecial, regem-se os títulos de créditopelo disposto neste Código.

Capítulo II – Do Título ao Portador

Art. 904. A transferência de título ao por-tador se faz por simples tradição.

Art. 905. O possuidor de título ao porta-dor tem direito à prestação nele indicada,mediante a sua simples apresentação aodevedor.

Parágrafo único. A prestação é devida ain-da que o título tenha entrado em circula-ção contra a vontade do emitente.

Art. 906. O devedor só poderá opor aoportador exceção fundada em direito pes-soal, ou em nulidade de sua obrigação.

Art. 907. É nulo o título ao portador emiti-do sem autorização de lei especial.

Page 217: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Parágrafo único. Esta disposição não seaplica às obrigações emitidas pelos Esta-dos ou pelos Municípios, as quais conti-nuarão a ser regidas por lei especial.

Art. 1.509. A pessoa, injustamentedesapossada de títulos ao portador, sómediante intervenção judicial poderá im-pedir que ao ilegítimo detentor se pague aimportância do capital, ou seu interesse.

Parágrafo único. Se, citado o detentordesses títulos, não forem apresentadosem três anos dessa data, poderá o juizdeclará-los caducos, ordenando ao deve-dor que lavre outros, em substituição dosreclamados.

Art. 1.510. Se o título, com o nome do cre-dor, trouxer a cláusula de poder ser paga aprestação ao portador, embolsando a este,o devedor exonerar-se-á validamente;mas poderá exigir dele que justifique o seudireito, ou preste caução.

Art. 908. O possuidor de título dilacera-do, porém identificável, tem direito a ob-ter do emitente a substituição do anterior,mediante a restituição do primeiro e o pa-gamento das despesas.

Art. 909. O proprietário, que perder ouextraviar título, ou for injustamentedesapossado dele, poderá obter novo tí-tulo em juízo, bem como impedir sejampagos a outrem capital e rendimentos.

Parágrafo único. O pagamento, feito an-tes de ter ciência da ação referida nesteartigo, exonera o devedor, salvo se se pro-var que ele tinha conhecimento do fato.

Capítulo III – Do Título à Ordem

Art. 910. O endosso deve ser lançado peloendossante no verso ou anverso do pró-prio título.§ 1o Pode o endossante designar oendossatário, e para validade do endos-so, dado no verso do título, é suficiente asimples assinatura do endossante.§ 2o A transferência por endosso comple-ta-se com a tradição do título.

Page 218: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

§ 3o Considera-se não escrito o endossocancelado, total ou parcialmente.

Art. 911. Considera-se legítimo possuidoro portador do título à ordem com sérieregular e ininterrupta de endossos, aindaque o último seja em branco.Parágrafo único. Aquele que paga o títuloestá obrigado a verificar a regularidadeda série de endossos, mas não a autenti-cidade das assinaturas.

Art. 912. Considera-se não escrita no en-dosso qualquer condição a que o subor-dine o endossante.Parágrafo único. É nulo o endosso parci-al.

Art. 913. O endossatário de endosso embranco pode mudá-lo para endosso empreto, completando-o com o seu nome oude terceiro; pode endossar novamente otítulo, em branco ou em preto; ou podetransferi-lo sem novo endosso.

Art. 914. Ressalvada cláusula expressaem contrário, constante do endosso,não responde o endossante pelo cum-primento da prestação constante do tí-tulo.§ 1o Assumindo responsabilidade pelopagamento, o endossante se torna deve-dor solidário.§ 2o Pagando o título, tem o endossanteação de regresso contra os coobrigadosanteriores.

Art. 915. O devedor, além das exceçõesfundadas nas relações pessoais que tivercom o portador, só poderá opor a este asexceções relativas à forma do título e aoseu conteúdo literal, à falsidade da pró-

Page 219: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

pria assinatura, a defeito de capacidadeou de representação no momento da subs-crição, e à falta de requisito necessário aoexercício da ação.

Art. 916. As exceções, fundadas em rela-ção do devedor com os portadores prece-dentes, somente poderão ser por ele opos-tas ao portador, se este, ao adquirir o títu-lo, tiver agido de má-fé.

Art. 917. A cláusula constitutiva de man-dato, lançada no endosso, confere aoendossatário o exercício dos direitos ine-rentes ao título, salvo restrição expressa-mente estatuída.§ 1o O endossatário de endosso-mandatosó pode endossar novamente o título naqualidade de procurador, com os mesmospoderes que recebeu.§ 2o Com a morte ou a superveniente inca-pacidade do endossante, não perde efi-cácia o endosso-mandato.§ 3o Pode o devedor opor ao endossatáriode endosso-mandato somente as exce-ções que tiver contra o endossante.

Art. 918. A cláusula constitutiva de pe-nhor, lançada no endosso, confere aoendossatário o exercício dos direitos ine-rentes ao título.§ 1o O endossatário de endosso-penhorsó pode endossar novamente o título naqualidade de procurador.§ 2o Não pode o devedor opor aoendossatário de endosso-penhor as ex-ceções que tinha contra o endossante,salvo se aquele tiver agido de má-fé.

Art. 919. A aquisição de título à ordem,por meio diverso do endosso, tem efeitode cessão civil.

Page 220: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 920. O endosso posterior ao vencimen-to produz os mesmos efeitos do anterior.

Capítulo IV – Do Título Nominativo

Art. 921. É título nominativo o emitido emfavor de pessoa cujo nome conste no re-gistro do emitente.

Art. 922. Transfere-se o título nominativomediante termo, em registro do emitente,assinado pelo proprietário e peloadquirente.

Art. 923. O título nominativo também podeser transferido por endosso que conte-nha o nome do endossatário.§ 1o A transferência mediante endosso sótem eficácia perante o emitente, uma vezfeita a competente averbação em seu re-gistro, podendo o emitente exigir doendossatário que comprove a autentici-dade da assinatura do endossante.§ 2o O endossatário, legitimado por sérieregular e ininterrupta de endossos, tem odireito de obter a averbação no registrodo emitente, comprovada a autenticidadedas assinaturas de todos os endossantes.§ 3o Caso o título original contenha onome do primitivo proprietário, tem direi-to o adquirente a obter do emitente novotítulo, em seu nome, devendo a emissãodo novo título constar no registro do emi-tente.

Art. 924. Ressalvada proibição legal, podeo título nominativo ser transformado em àordem ou ao portador, a pedido do propri-etário e à sua custa.

Art. 925. Fica desonerado de responsabi-lidade o emitente que de boa-fé fizer a

Page 221: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Parte Geral

Livro III – Dos Fatos Jurídicos

Título II – Dos Atos Ilícitos

Art. 159. Aquele que, por ação ou omis-são voluntária, negligência, ou imprudên-cia, violar direito, ou causar prejuízo aoutrem, fica obrigado a reparar o dano. Averificação da culpa e a avaliação da res-ponsabilidade regulam-se pelo dispostoneste Código, artigos 1.518 a 1.532 e 1.537a 1.553.

(ver art. 155 e art. 156 da Parte Geral, LivroIII – Dos Fatos Jurídicos, Título I, DosAtos Jurídicos, Capítulo V – Das Nulida-des)

transferência pelos modos indicados nosartigos antecedentes.

Art. 926. Qualquer negócio ou medida ju-dicial, que tenha por objeto o título, sóproduz efeito perante o emitente ou ter-ceiros, uma vez feita a competenteaverbação no registro do emitente.

Título IX – Da Responsabilidade Civil

Capítulo I – Da Obrigação de Indenizar

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts.186 e 187), causar dano a outrem, fica obri-gado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de re-parar o dano, independentemente de cul-pa, nos casos especificados em lei, ouquando a atividade normalmente desen-volvida pelo autor do dano implicar, porsua natureza, risco para os direitos deoutrem.

Art. 928. O incapaz responde pelos preju-ízos que causar, se as pessoas por ele res-ponsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficien-tes.

Parágrafo único. A indenização previstaneste artigo, que deverá ser eqüitativa,

Page 222: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Parte Especial

Livro III – Do Direito das Obrigações

Título VII – Das Obrigações por Atos Ilí-citos

Art. 1.519. Se o dono da coisa, no caso doartigo 160, II, não for culpado do perigo,assistir-lhe-á a direito à indenização doprejuízo que sofreu.

Art. 1.520. Se o perigo ocorrer por cul-pa de terceiro, contra este ficará comação regressiva, no caso do artigo 160,II, o autor do dano, para haver a impor-tância que tiver ressarcido ao dono dacoisa.Parágrafo único. A mesma ação compe-tirá contra aquele em defesa de quem sedanificou a coisa.

Art. 1.521. São também responsáveis pelareparação civil:I – os pais, pelos filhos menores que esti-verem sob seu poder e em sua compa-nhia;II – o tutor e o curador, pelos pupilos ecuratelados, que se acharem nas mesmascondições;

não terá lugar se privar do necessário oincapaz ou as pessoas que dele depen-dem.

Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o donoda coisa, no caso do inciso II do art. 188,não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízoque sofreram.

Art. 930. No caso do inciso II do art. 188,se o perigo ocorrer por culpa de terceiro,contra este terá o autor do dano ação re-gressiva para haver a importância que ti-ver ressarcido ao lesado.Parágrafo único. A mesma ação competirácontra aquele em defesa de quem se cau-sou o dano (art. 188, inciso I).

Art. 931. Ressalvados outros casos pre-vistos em lei especial, os empresáriosindividuais e as empresas respondemindependentemente de culpa pelos da-nos causados pelos produtos postosem circulação.

Art. 932. São também responsáveis pelareparação civil:I – os pais, pelos filhos menores que esti-verem sob sua autoridade e em sua com-panhia;II – o tutor e o curador, pelos pupilos ecuratelados, que se acharem nas mesmascondições;

Page 223: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

III – o patrão, amo ou comitente, por seusempregados, serviçais e prepostos, noexercício do trabalho que lhes competir,ou por ocasião dele;IV – os donos de hotéis, hospedarias,casas ou estabelecimentos, onde se al-bergue por dinheiro, mesmo para fins deeducação, pelos seus hóspedes, morado-res e educandos;V – os que gratuitamente houverem parti-cipado nos produtos do crime, até à con-corrente quantia.

Art. 1.522. A responsabilidade estabelecidano artigo antecedente, no III, abrange aspessoas jurídicas, que exercerem explora-ção industrial.

Art. 1.523. Excetuadas as do artigo 1.521,V, só serão responsáveis as pessoas enu-meradas nesse e no artigo 1.522, provan-do-se que elas concorreram para o danopor culpa, ou negligência de sua parte.

Art. 1.524. O que ressarcir o dano causa-do por outrem, se este não for descen-dente seu, pode reaver, daquele por quempagou, o que houver pago.

Art. 1.525. A responsabilidade civil é in-dependente da criminal; não se poderá,porém, questionar mais sobre a existênciado fato, ou quem seja o seu autor, quandoestas questões se acharem decididas nocrime.

III – o empregador ou comitente, por seusempregados, serviçais e prepostos, noexercício do trabalho que lhes competir,ou em razão dele;IV – os donos de hotéis, hospedarias,casas ou estabelecimentos onde se alber-gue por dinheiro, mesmo para fins de edu-cação, pelos seus hóspedes, moradores eeducandos;V – os que gratuitamente houverem parti-cipado nos produtos do crime, até a con-corrente quantia.

Art. 933. As pessoas indicadas nos incisosI a V do artigo antecedente, ainda que nãohaja culpa de sua parte, responderão pe-los atos praticados pelos terceiros ali re-feridos.

Art. 934. Aquele que ressarcir o dano cau-sado por outrem pode reaver o que hou-ver pago daquele por quem pagou, salvose o causador do dano for descendenteseu, absoluta ou relativamente incapaz.

Art. 935. A responsabilidade civil é inde-pendente da criminal, não se podendoquestionar mais sobre a existência do fato,ou sobre quem seja o seu autor, quandoestas questões se acharem decididas nojuízo criminal.

Page 224: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.527. O dono ou detentor, do animalressarcirá o dano por este causado, se nãoprovar:I – que o guardava e vigiava com o cuida-do preciso;II – que o animal foi provocado por outro;III – que houve imprudência do ofendi-do;IV – que o fato resultou de caso fortuitoou de força maior.

Art. 1.528. O dono do edifício ou constru-ção responde pelos danos que resultaremde sua ruína, se esta provier de falta de re-paros, cuja necessidade fosse manifesta.

Art. 1.529. Aquele que habitar uma casa,ou parte dela, responde pelo dano prove-niente das coisas que dela caírem ou fo-rem lançadas em lugar indevido.

Art. 1.530. O credor que demandar o de-vedor antes de vencida a dívida, fora doscasos em que a lei permita, ficará obriga-do a esperar o tempo que faltava para ovencimento, a descontar os juros corres-pondentes, embora estipulados, e a pa-gar as custas em dobro.

Art. 1.531. Aquele que demandar por dívi-da já paga, no todo ou em parte, sem res-salvar as quantias recebidas, ou pedirmais do que for devido, ficará obrigado apagar ao devedor, no primeiro caso, odobro do que houver cobrado e, no se-gundo, o equivalente do que dele exigir,salvo se, por lhe estar prescrito o direito,decair da ação.

Art. 1.532. Não se aplicarão as penas dosartigos 1.530 e 1.531, quando o autor de-sistir da ação antes de contestada a lide.

Art. 936. O dono, ou detentor, do animalressarcirá o dano por este causado, se nãoprovar culpa da vítima ou força maior.

Art. 937. O dono de edifício ou construçãoresponde pelos danos que resultarem desua ruína, se esta provier de falta de repa-ros, cuja necessidade fosse manifesta.

Art. 938. Aquele que habitar prédio, ouparte dele, responde pelo dano proveni-ente das coisas que dele caírem ou foremlançadas em lugar indevido.

Art. 939. O credor que demandar o deve-dor antes de vencida a dívida, fora doscasos em que a lei o permita, ficará obri-gado a esperar o tempo que faltava para ovencimento, a descontar os juros corres-pondentes, embora estipulados, e a pa-gar as custas em dobro.

Art. 940. Aquele que demandar por dívidajá paga, no todo ou em parte, sem ressal-var as quantias recebidas ou pedir maisdo que for devido, ficará obrigado a pa-gar ao devedor, no primeiro caso, o dobrodo que houver cobrado e, no segundo, oequivalente do que dele exigir, salvo sehouver prescrição.

Art. 941. As penas previstas nos arts. 939e 940 não se aplicarão quando o autordesistir da ação antes de contestada a lide,

Page 225: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.518. Os bens do responsável pelaofensa ou violação do direito de outremficam sujeitos à reparação do dano cau-sado, e, se tiver mais de um autor a ofen-sa, todos responderão solidariamentepela reparação.

Parágrafo único. São solidariamente res-ponsáveis com os autores os cúmplices eas pessoas designadas no artigo 1.521.

Art. 1.526. O direito de exigir reparação, ea obrigação de prestá-la transmitem-secom a herança, exceto nos casos que esteCódigo excluir.

Título VIII – Da Liquidação das Obriga-ções

Capítulo I – Disposições Gerais

salvo ao réu o direito de haver indeniza-ção por algum prejuízo que prove ter so-frido.

Art. 942. Os bens do responsável pelaofensa ou violação do direito de outremficam sujeitos à reparação do dano cau-sado; e, se a ofensa tiver mais de um au-tor, todos responderão solidariamente pelareparação.

Parágrafo único. São solidariamente res-ponsáveis com os autores os co-autorese as pessoas designadas no art. 932.

Art. 943. O direito de exigir reparação e aobrigação de prestá-la transmitem-se coma herança.

Capítulo II – Da Indenização

Art. 944. A indenização mede-se pela ex-tensão do dano.Parágrafo único. Se houver excessivadesproporção entre a gravidade da culpae o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativa-mente, a indenização.

Art. 945. Se a vítima tiver concorridoculposamente para o evento danoso, a suaindenização será fixada tendo-se em con-ta a gravidade de sua culpa em confrontocom a do autor do dano.

Art. 946. Se a obrigação for indeterminada,e não houver na lei ou no contrato dispo-sição fixando a indenização devida peloinadimplente, apurar-se-á o valor das per-

Page 226: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.533. Considera-se líquida a obriga-ção certa, quanto à sua existência, e de-terminada, quanto ao seu objeto.

Art. 1.534. Se o devedor não puder cum-prir a prestação na espécie ajustada,substituir-se-á pelo seu valor, em moe-da corrente, no lugar onde se execute aobrigação.

Art. 1.535. À execução judicial das obri-gações de fazer, ou não fazer, e, em geral,à indenização de perdas e danos precede-rá a liquidação do valor respectivo, todavez que o não fixe a lei, ou a convençãodas partes.

Art. 1.536

Capítulo II – Da Liquidação das Obriga-ções Resultantes de Atos Ilícitos

Art. 1.537. A indenização, no caso de ho-micídio, consiste:I – no pagamento das despesas com otratamento da vítima, seu funeral e o lutoda família;II – na prestação de alimentos às pesso-as a quem o defunto os devia.

Art. 1.538. No caso de ferimento ou outraofensa à saúde, o ofensor indenizará oofendido das despesas do tratamento edos lucros cessantes até o fim da conva-lescença, além de lhe pagar a importânciada multa no grau médio da pena criminalcorrespondente.

§ 1o Esta soma será duplicada, se doferimento resultar aleijão ou deformidade.

das e danos na forma que a lei processualdeterminar.

Art. 947. Se o devedor não puder cum-prir a prestação na espécie ajustada,substituir-se-á pelo seu valor, em moe-da corrente.

Art. 948. No caso de homicídio, a indeni-zação consiste, sem excluir outras repara-ções:I – no pagamento das despesas com otratamento da vítima, seu funeral e o lutoda família;II – na prestação de alimentos às pessoas aquem o morto os devia, levando-se em contaa duração provável da vida da vítima.

Art. 949. No caso de lesão ou outra ofen-sa à saúde, o ofensor indenizará o ofendi-do das despesas do tratamento e dos lu-cros cessantes até ao fim da convales-cença, além de algum outro prejuízo que oofendido prove haver sofrido.

Page 227: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

§ 2o Se o ofendido, aleijado ou deforma-do, for mulher solteira ou viúva, aindacapaz de casar, a indenização consistiráem dotá-la, segundo as posses doofensor, as circunstâncias do ofendido ea gravidade do defeito.

Art. 1.539. Se da ofensa resultar defeitopelo qual o ofendido não possa exercerseu ofício ou profissão, ou se lhe diminuao valor do trabalho, a indenização, alémdas despesas do tratamento e lucroscessantes até o fim da convalescênça, in-cluirá uma pensão correspondente à im-portância do trabalho, para que se inabili-tou, ou da depreciação que ele sofreu.

Art. 1.540. As disposições precedentesse aplicam ainda ao caso em que a mor-te, ou lesão, resulte de ato consideradocrime justificável, se não foi perpetra-do pelo ofensor em repulsa de agres-são do ofendido.

Art. 1.541. Havendo usurpação ouesbulho alheio, a indenização consistiráem se restituir a coisa, mais o valor dassuas deteriorações, ou, faltando ela, emse embolsar o seu equivalente ao prejudi-cado.

Art. 1.542. Se a coisa estiver em poder deterceiro, este será obrigado a entregá-lacorrendo a indenização pelos bens dodelinquente.

Art. 950. Se da ofensa resultar defeito peloqual o ofendido não possa exercer o seuofício ou profissão, ou se lhe diminua acapacidade de trabalho, a indenização,além das despesas do tratamento e lucroscessantes até ao fim da convalescença,incluirá pensão correspondente à impor-tância do trabalho para que se inabilitou,ou da depreciação que ele sofreu.

Parágrafo único. O prejudicado, se prefe-rir, poderá exigir que a indenização sejaarbitrada e paga de uma só vez.

Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e950 aplica-se ainda no caso de indeniza-ção devida por aquele que, no exercíciode atividade profissional, por negligên-cia, imprudência ou imperícia, causar amorte do paciente, agravar-lhe o mal,causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para otrabalho.

Art. 952. Havendo usurpação ou esbulhodo alheio, além da restituição da coisa, aindenização consistirá em pagar o valordas suas deteriorações e o devido a títulode lucros cessantes; faltando a coisa, de-ver-se-á reembolsar o seu equivalente aoprejudicado.

Page 228: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.543.Para se restituir o equivalente,quando não exista a própria coisa (artigo1.541), estimar-se-á ela pelo seu preço or-dinário e pelo de afeição, contanto queeste não se avantaje àquele.

Art. 1.544. Além dos juros ordinários, con-tados proporcionalmente ao valor dodano, e desde o tempo do crime, a satisfa-ção compreende os juros compostos.

Art. 1.545. Os médicos, cirurgiões, farma-cêuticos, parteiras e dentistas são obri-gados a satisfazer o dano, sempre que daimprudência, negligência, ou imperícia, ematos profissionais, resultar morte, inabili-tação de servir, ou ferimento.

Art. 1.546. O farmacêutico responde soli-dariamente pelos erros e enganos do seupreposto.

Art. 1.547. A indenização por injúria oucalúnia consistirá na reparação do danoque delas resulte ao ofendido.Parágrafo único. Se este não puder pro-var prejuízo material, pagar-lhe-á oofensor o dobro da multa no grau máximoda pena criminal respectiva (artigo 1.550).

Art. 1.548. A mulher agravada em sua hon-ra tem direito a exigir do ofensor, se estenão puder ou não quiser reparar o malpelo casamento, um dote correspondenteà sua própria condição e estado:I – se, virgem e menor, for deflorada;II – se, mulher honesta, for violentada, oualterada por ameaças;III – se for seduzida com promessas decasamento;IV – se for raptada.

Parágrafo único. Para se restituir o equi-valente, quando não exista a própria coi-sa, estimar-se-á ela pelo seu preço ordi-nário e pelo de afeição, contanto que estenão se avantaje àquele.

Art. 953. A indenização por injúria, difa-mação ou calúnia consistirá na reparaçãodo dano que delas resulte ao ofendido.Parágrafo único. Se o ofendido não puderprovar prejuízo material, caberá ao juiz fi-xar, eqüitativamente, o valor da indeniza-ção, na conformidade das circunstânciasdo caso.

Page 229: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.549. Nos demais crimes de violên-cia sexual, ou ultraje ao pudor, arbitrar-se-á judicialmente a indenização.

Art. 1.550. A indenização por ofensa à li-berdade pessoal consistirá no pagamen-to das perdas e danos que sobrevieremao ofendido, e no de uma soma calculadanos termos do parágrafo único do artigo1.547.

Art. 1.551. Consideram-se ofensivos daliberdade pessoal:I – o cárcere privado;II – a prisão por queixa ou denúncia falsae de má fé;III – a prisão ilegal.

Art. 1.552. No caso do artigo anteceden-te, no III, só a autoridade, que ordenou aprisão, é obrigada a ressarcir o dano.

Art. 1.553. Nos casos não previstos nesteCapítulo, se fixará por arbitramento a in-denização.

Título IX – Do Concurso de CredoresDas Preferências e Privilégios Creditórios

Art. 1.554. Procede-se ao concurso de cre-dores, toda vez que as dívidas excedam àimportância dos bens do devedor.

Art. 1.555. A discussão entre os credorespode versar, quer sobre a preferência en-tre eles disputada, quer sobre a nulidade,simulação, fraude, ou falsidade das dívi-das e contratos.

Art. 1.556. Não havendo título legal à pre-ferência, terão os credores igual direitosobre os bens do devedor comum.

Art. 954. A indenização por ofensa à liber-dade pessoal consistirá no pagamentodas perdas e danos que sobrevierem aoofendido, e se este não puder provar pre-juízo, tem aplicação o disposto no pará-grafo único do artigo antecedente.

Parágrafo único. Consideram-se ofensi-vos da liberdade pessoal:I – o cárcere privado;II – a prisão por queixa ou denúncia falsae de má-fé;III – a prisão ilegal.

Título X – Das Preferências e PrivilégiosCreditórios

Art. 955. Procede-se à declaração de in-solvência toda vez que as dívidas exce-dam à importância dos bens do devedor.

Art. 956. A discussão entre os credorespode versar quer sobre a preferência en-tre eles disputada, quer sobre a nulidade,simulação, fraude, ou falsidade das dívi-das e contratos.

Art. 957. Não havendo título legal à prefe-rência, terão os credores igual direito so-bre os bens do devedor comum.

Page 230: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.557. Os títulos legais de preferênciasão os privilégios e os direitos reais.

Art. 1.558. Conservam seus respectivosdireitos os credores, hipotecários ou pri-vilegiados:I – sobre o preço do seguro da coisa grava-da com hipoteca ou privilégio, ou sobre aindenização devida, havendo responsávelpela perda ou danificação da coisa;II – sobre o valor da indenização, se a coisaobrigada à hipoteca ou privilégio for desa-propriada, ou submetida a servidão legal.

Art. 1.559. Nesses casos, o devedor dopreço do seguro, ou da indenização, seexonera pagando sem oposição dos cre-dores hipotecários ou privilegiados.

Art. 1.560. O crédito real prefere ao pes-soal de qualquer espécie, salvo a exceçãoestabelecida no parágrafo único do arti-go 759; o crédito pessoal privilegiado, aosimples, e o privilégio especial, ao geral.

Art. 1.561. A preferência resultante de hi-poteca, penhor e mais direitos reais, de-terminar-se-á de conformidade com o dis-posto no Livro antecedente.

Art. 1.562. Quando concorrerem aos mes-mos bens, e por título igual, dois ou maiscredores da mesma classe, especialmenteprivilegiados, haverá entre eles rateio, pro-porcional ao valor dos respectivos crédi-tos, se o produto não bastar para o paga-mento integral de todos.

Art. 1.563. Os privilégios, excetuado o deque trata o parágrafo único do artigo 759,se referem somente:

Art. 958. Os títulos legais de preferênciasão os privilégios e os direitos reais.

Art. 959. Conservam seus respectivos di-reitos os credores, hipotecários ou privi-legiados:I – sobre o preço do seguro da coisa grava-da com hipoteca ou privilégio, ou sobre aindenização devida, havendo responsávelpela perda ou danificação da coisa;II – sobre o valor da indenização, se acoisa obrigada a hipoteca ou privilégiofor desapropriada.

Art. 960. Nos casos a que se refere o arti-go antecedente, o devedor do seguro, ouda indenização, exonera-se pagando semoposição dos credores hipotecários ouprivilegiados.

Art. 961. O crédito real prefere ao pessoalde qualquer espécie; o crédito pessoalprivilegiado, ao simples; e o privilégioespecial, ao geral.

Art. 962. Quando concorrerem aos mes-mos bens, e por título igual, dois ou maiscredores da mesma classe especialmenteprivilegiados, haverá entre eles rateio pro-porcional ao valor dos respectivos crédi-tos, se o produto não bastar para o paga-mento integral de todos.

Page 231: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.564. Do preço do imóvel hipoteca-do, porém, serão deduzidas as custas judi-ciais de sua execução, bem como as despe-sas de conservação com ele feitas por ter-ceiro, mediante consenso do devedor e docredor, depois de constituída a hipoteca.

Art. 1.565. O privilégio especial só com-preende os bens sujeitos, por expressadisposição de lei, ao pagamento do crédi-to, que ele favorece, e o geral, todos osbens não sujeitos a crédito real, nem aprivilégio especial.

Art. 1.566. Têm privilégio especial:I – sobre a coisa arrecadada e liquidada, ocredor de custas e despesas judiciais fei-tas com arrecadação e liquidação;II – sobre a coisa salvada, o credor pordespesas de salvamento;III – sobre a coisa beneficiada, o credorpor benfeitorias necessárias ou úteis;IV – sobre os prédios rústicos ou urba-nos, fábricas, oficinas, ou quaiquer ou-tras construções, o credor de materiais, di-nheiro, ou serviços para a sua edificação,reconstrução, ou melhoramento;V – sobre os frutos agrícolas, o credorpor sementes, instrumentos e serviços àcultura, ou à colheita;VI – sobre as alfaias e utênseis de usodoméstico, nos prédios rústicos ou urba-nos, o credor de alugueres, quanto às pres-tações do ano corrente e do anterior;VII – sobre os exemplares da obra exis-tente na massa do editor, o autor dela, osseus legítimos representantes, pelo cré-dito fundado contra aquele no contratode edição;VIII – sobre o produto da colheita, para aqual houver concorrido com o seu traba-lho, e precipuamente a quaisquer outros

Art. 963. O privilégio especial só compre-ende os bens sujeitos, por expressa dis-posição de lei, ao pagamento do créditoque ele favorece; e o geral, todos os bensnão sujeitos a crédito real nem a privilé-gio especial.

Art. 964. Têm privilégio especial:I – sobre a coisa arrecadada e liquidada, ocredor de custas e despesas judiciais fei-tas com a arrecadação e liquidação;II – sobre a coisa salvada, o credor pordespesas de salvamento;III – sobre a coisa beneficiada, o credorpor benfeitorias necessárias ou úteis;IV – sobre os prédios rústicos ou urba-nos, fábricas, oficinas, ou quaisquer ou-tras construções, o credor de materiais, di-nheiro, ou serviços para a sua edificação,reconstrução, ou melhoramento;V – sobre os frutos agrícolas, o credorpor sementes, instrumentos e serviços àcultura, ou à colheita;VI – sobre as alfaias e utensílios de usodoméstico, nos prédios rústicos ou urba-nos, o credor de aluguéis, quanto às pres-tações do ano corrente e do anterior;VII – sobre os exemplares da obra exis-tente na massa do editor, o autor dela, ouseus legítimos representantes, pelo cré-dito fundado contra aquele no contratoda edição;VIII – sobre o produto da colheita, para aqual houver concorrido com o seu traba-lho, e precipuamente a quaisquer outros

Page 232: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

créditos, o trabalhador agrícola, quanto àdívida dos seus salários.

Art. 1.567. Cessa o privilégio estabeleci-do no artigo antecedente, no V, desde queos frutos são reduzidos a outra espécie,ou vendidos depois de recolhidos.

Art. 1.568. Havendo , a um tempo, credo-res com direito ao privilégio do artigo1.566, III, e ao desse artigo, no IV, aplicar-se-lhes-á o disposto no artigo 1.562.

Art. 1.569. Gozam de privilégio geral, naordem seguinte, sobre os bens do deve-dor:I – o crédito por despesas do seu funeral,feito sem pompa, segundo a condição dofinado e o costume do lugar;II – o crédito por custas judiciais, ou pordespesas com arrecadação e liquidaçãoda massa;III – o crédito por despesas com o luto docônjuge sobrevivo e dos filhos do deve-dor falecido, se forem moderadas;IV – o crédito por despesas com a doençade que faleceu o devedor, no semestreanterior à sua morte;V – o crédito pelos gastos necessários àmantença do devedor falecido e sua famí-lia, no trimestre anterior ao falecimento;VI – o crédito pelos impostos devidos àFazenda Pública, no ano corrente e noanterior.

créditos, ainda que reais, o trabalhador agrí-cola, quanto à dívida dos seus salários.

Art. 965. Goza de privilégio geral, na or-dem seguinte, sobre os bens do devedor:I – o crédito por despesa de seu funeral,feito segundo a condição do morto e ocostume do lugar;II – o crédito por custas judiciais, ou pordespesas com a arrecadação e liquidaçãoda massa;III – o crédito por despesas com o luto docônjuge sobrevivo e dos filhos do deve-dor falecido, se foram moderadas;IV – o crédito por despesas com a doençade que faleceu o devedor, no semestreanterior à sua morte;V – o crédito pelos gastos necessários àmantença do devedor falecido e sua famí-lia, no trimestre anterior ao falecimento;VI – o crédito pelos impostos devidos àFazenda Pública, no ano corrente e noanterior;VII – o crédito pelos salários dos empre-gados do serviço doméstico do devedor,nos seus derradeiros seis meses de vida;VIII – os demais créditos de privilégiogeral.

Livro II – Do Direito de Empresa

Título I – Do Empresário

Page 233: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Capítulo I – Da Caracterização e da Inscri-ção

Art. 966. Considera-se empresário quemexerce profissionalmente atividade eco-nômica organizada para a produção ou acirculação de bens ou de serviços.Parágrafo único. Não se considera em-presário quem exerce profissão intelec-tual, de natureza científica, literária ouartística, ainda com o concurso de au-xiliares ou colaboradores, salvo se oexercício da profissão constituir ele-mento de empresa.

Art. 967. É obrigatória a inscrição do em-presário no Registro Público de Empre-sas Mercantis da respectiva sede, antesdo início de sua atividade.

Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento que contenha:I – o seu nome, nacionalidade, domicí-lio, estado civil e, se casado, o regimede bens;II – a firma, com a respectiva assinaturaautógrafa;III – o capital;IV – o objeto e a sede da empresa.§ 1o Com as indicações estabelecidas nes-te artigo, a inscrição será tomada por ter-mo no livro próprio do Registro Públicode Empresas Mercantis, e obedecerá a nú-mero de ordem contínuo para todos osempresários inscritos.§ 2o À margem da inscrição, e com as mes-mas formalidades, serão averbadas quais-quer modificações nela ocorrentes.

Art. 969. O empresário que instituir su-cursal, filial ou agência, em lugar sujeito àjurisdição de outro Registro Público de

Page 234: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Empresas Mercantis, neste deverá tam-bém inscrevê-la, com a prova da inscriçãooriginária.Parágrafo único. Em qualquer caso, aconstituição do estabelecimento secun-dário deverá ser averbada no RegistroPúblico de Empresas Mercantis da res-pectiva sede.

Art. 970. A lei assegurará tratamento fa-vorecido, diferenciado e simplificado aoempresário rural e ao pequeno empresá-rio, quanto à inscrição e aos efeitos daídecorrentes.

Art. 971. O empresário, cuja atividade ru-ral constitua sua principal profissão, pode,observadas as formalidades de que tra-tam o art. 968 e seus parágrafos, requererinscrição no Registro Público de Empre-sas Mercantis da respectiva sede, casoem que, depois de inscrito, ficará equipa-rado, para todos os efeitos, ao empresá-rio sujeito a registro.

Capítulo II – Da Capacidade

Art. 972. Podem exercer a atividade deempresário os que estiverem em plenogozo da capacidade civil e não forem le-galmente impedidos.

Art. 973. A pessoa legalmente impedidade exercer atividade própria de empresá-rio, se a exercer, responderá pelas obriga-ções contraídas.

Art. 974. Poderá o incapaz, por meio derepresentante ou devidamente assistido,continuar a empresa antes exercida porele enquanto capaz, por seus pais ou peloautor de herança.

Page 235: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

§ 1o Nos casos deste artigo, precederáautorização judicial, após exame das cir-cunstâncias e dos riscos da empresa, bemcomo da conveniência em continuá-la,podendo a autorização ser revogada pelojuiz, ouvidos os pais, tutores ou repre-sentantes legais do menor ou do interdi-to, sem prejuízo dos direitos adquiridospor terceiros.§ 2o Não ficam sujeitos ao resultado daempresa os bens que o incapaz já pos-suía, ao tempo da sucessão ou da interdi-ção, desde que estranhos ao acervo da-quela, devendo tais fatos constar doalvará que conceder a autorização.

Art. 975. Se o representante ou assistentedo incapaz for pessoa que, por disposi-ção de lei, não puder exercer atividade deempresário, nomeará, com a aprovação dojuiz, um ou mais gerentes.§ 1o Do mesmo modo será nomeado ge-rente em todos os casos em que o juizentender ser conveniente.§ 2o A aprovação do juiz não exime o re-presentante ou assistente do menor oudo interdito da responsabilidade pelosatos dos gerentes nomeados.

Art. 976. A prova da emancipação e daautorização do incapaz, nos casos do art.974, e a de eventual revogação desta, se-rão inscritas ou averbadas no RegistroPúblico de Empresas Mercantis.Parágrafo único. O uso da nova firma ca-berá, conforme o caso, ao gerente; ou aorepresentante do incapaz; ou a este, quan-do puder ser autorizado.

Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contra-tar sociedade, entre si ou com terceiros,desde que não tenham casado no regime

Page 236: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Título V – Das Várias Espécies de Contra-tos

Capítulo XI – Da Sociedade

Seção I – Disposições Gerais

Art. 1.363. Celebram contrato de socieda-de as pessoas que mutuamente se obri-gam a combinar seus esforços ou recur-sos, para lograr fins comuns.

da comunhão universal de bens, ou no daseparação obrigatória.

Art. 978. O empresário casado pode,sem necessidade de outorga conju-gal, qualquer que seja o regime debens, alienar os imóveis que integremo patrimônio da empresa ou gravá-losde ônus real.

Art. 979. Além de no Registro Civil, serãoarquivados e averbados, no Registro Pú-blico de Empresas Mercantis, os pactos edeclarações antenupciais do empresário,o título de doação, herança, ou legado, debens clausulados de incomunicabilidadeou inalienabilidade.

Art. 980. A sentença que decretar ou ho-mologar a separação judicial do empresá-rio e o ato de reconciliação não podem seropostos a terceiros, antes de arquivadose averbados no Registro Público de Em-presas Mercantis.

Título II – Da Sociedade

Capítulo Único – Disposições Gerais

Art. 981. Celebram contrato de socie-dade as pessoas que reciprocamente seobrigam a contribuir, com bens ou ser-viços, para o exercício de atividade eco-nômica e a partilha, entre si, dos resul-tados.

Parágrafo único. A atividade pode restrin-gir-se à realização de um ou mais negóci-os determinados.

Page 237: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.364. Quando as sociedades civisrevestirem as formas estabelecidas nasleis comerciais, entre as quais se incluia das sociedades anônimas, obedece-rão aos respectivos preceitos, no emque não contrariem os deste Código;mas serão inscritas no registro civil oseu foro.

Art. 1.365. Não revestindo nenhuma dasformas do artigo antecedente, a socieda-de reger-se-á pelo que nesse Capítulo seprescreve.

Art. 1.366. Nas questões entre os sócios,a sociedade só se provará por escrito; masos estranhos poderão prová-la de qual-quer modo.

Art. 1.367. As sociedades são universais,ou particulares.

Art. 1.368. É universal a sociedade, querabranja todos os bens presentes, ou to-dos os futuros, quer uns e outros na suatotalidade, quer somente a dos seus fru-tos e rendimentos.

Art. 1.369. O simples ajuste de sociedadeuniversal, sem outra declaração, entende-se restrito a tudo o que de futuro ganharcada um dos associados.

Art. 1.370. A sociedade particular só com-preende os bens ou serviços declaradosno contrato.

Art. 1.371. Também se considera particu-lar a sociedade constituída especialmen-te para executar em comum certa empresa,explorar certa indústria, ou exercer certaprofissão.

Page 238: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.372. É nula a cláusula, que atribuatodos os lucros a um dos sócios, ou sub-traia o quinhão social de algum deles àcomparticipação nos prejuízos.

Art. 1.373. Se a sociedade for de todos osbens, o domínio e a posse deles tornar-se-ão comuns independentemente de tra-dição real, salvo o direito de terceiros.

Art. 1.374. No silêncio do contrato, o pra-zo da sociedade será indefinido, salvo acada sócio o direito de retirar-se medianteaviso com dois meses de antecedência aotermo do ano social. Se, porém, o objetoda sociedade for negócio ou empresa, quedeva durar certo lapso de tempo, enquantoesse negócio, ou essa empresa, não se ulti-me, terão os sócios de manter a sociedade.

Art. 982. Salvo as exceções expressas,considera-se empresária a sociedade quetem por objeto o exercício de atividadeprópria de empresário sujeito a registro(art. 967); e, simples, as demais.Parágrafo único. Independentementede seu objeto, considera-se empresáriaa sociedade por ações; e, simples, acooperativa.

Art. 983. A sociedade empresária deveconstituir-se segundo um dos tipos regu-lados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedadesimples pode constituir-se de conformi-dade com um desses tipos, e, não o fazen-do, subordina-se às normas que lhe sãopróprias.Parágrafo único. Ressalvam-se as dispo-sições concernentes à sociedade em con-ta de participação e à cooperativa, bemcomo as constantes de leis especiais que,para o exercício de certas atividades, im-

Page 239: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

ponham a constituição da sociedade se-gundo determinado tipo.

Art. 984. A sociedade que tenha por obje-to o exercício de atividade própria de em-presário rural e seja constituída, ou trans-formada, de acordo com um dos tipos desociedade empresária, pode, com as for-malidades do art. 968, requerer inscriçãono Registro Público de Empresas Mercan-tis da sua sede, caso em que, depois deinscrita, ficará equiparada, para todos osefeitos, à sociedade empresária.Parágrafo único. Embora já constituída asociedade segundo um daqueles tipos, opedido de inscrição se subordinará, noque for aplicável, às normas que regem atransformação.

Art. 985. A sociedade adquire personali-dade jurídica com a inscrição, no registropróprio e na forma da lei, dos seus atosconstitutivos (arts. 45 e 1.150).

Subtítulo I – Da Sociedade Não Personifi-cada

Capítulo I – Da Sociedade em Comum

Art. 986. Enquanto não inscritos os atosconstitutivos, reger-se-á a sociedade,exceto por ações em organização, pelodisposto neste Capítulo, observadas,subsidiariamente e no que com ele fo-rem compatíveis, as normas da socie-dade simples.

Art. 987. Os sócios, nas relações entre siou com terceiros, somente por escritopodem provar a existência da sociedade,mas os terceiros podem prová-la de qual-quer modo.

Page 240: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 988. Os bens e dívidas sociais cons-tituem patrimônio especial, do qual ossócios são titulares em comum.

Art. 989. Os bens sociais respondem pe-los atos de gestão praticados por qual-quer dos sócios, salvo pacto expresso li-mitativo de poderes, que somente terá efi-cácia contra o terceiro que o conheça oudeva conhecer.

Art. 990. Todos os sócios respondem so-lidária e ilimitadamente pelas obrigaçõessociais, excluído do benefício de ordem,previsto no art. 1.024, aquele que contra-tou pela sociedade.

Capítulo II – Da Sociedade em Conta deParticipação

Art. 991. Na sociedade em conta de parti-cipação, a atividade constitutiva do obje-to social é exercida unicamente pelo só-cio ostensivo, em seu nome individual esob sua própria e exclusiva responsabili-dade, participando os demais dos resul-tados correspondentes.Parágrafo único. Obriga-se perante tercei-ro tão-somente o sócio ostensivo; e, ex-clusivamente perante este, o sócio parti-cipante, nos termos do contrato social.

Art. 992. A constituição da sociedade emconta de participação independe de qual-quer formalidade e pode provar-se portodos os meios de direito.

Art. 993. O contrato social produz efeitosomente entre os sócios, e a eventual ins-crição de seu instrumento em qualquerregistro não confere personalidade jurídi-ca à sociedade.

Page 241: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Parágrafo único. Sem prejuízo do direitode fiscalizar a gestão dos negócios soci-ais, o sócio participante não pode tomarparte nas relações do sócio ostensivo comterceiros, sob pena de responder solidari-amente com este pelas obrigações em queintervier.

Art. 994. A contribuição do sócio partici-pante constitui, com a do sócio ostensi-vo, patrimônio especial, objeto da contade participação relativa aos negócios so-ciais.§ 1o A especialização patrimonial somenteproduz efeitos em relação aos sócios.§ 2o A falência do sócio ostensivo acarre-ta a dissolução da sociedade e a liquida-ção da respectiva conta, cujo saldo cons-tituirá crédito quirografário.§ 3o Falindo o sócio participante, o con-trato social fica sujeito às normas que re-gulam os efeitos da falência nos contra-tos bilaterais do falido.

Art. 995. Salvo estipulação em contrário,o sócio ostensivo não pode admitir novosócio sem o consentimento expresso dosdemais.

Art. 996. Aplica-se à sociedade em contade participação, subsidiariamente e noque com ela for compatível, o dispostopara a sociedade simples, e a sua liquida-ção rege-se pelas normas relativas à pres-tação de contas, na forma da lei proces-sual.Parágrafo único. Havendo mais de umsócio ostensivo, as respectivas contasserão prestadas e julgadas no mesmo pro-cesso.

Subtítulo II – Da Sociedade Personificada

Page 242: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Capítulo I – Da Sociedade Simples

Seção I – Do Contrato Social

Art. 997. A sociedade constitui-se medi-ante contrato escrito, particular ou públi-co, que, além de cláusulas estipuladaspelas partes, mencionará:I – nome, nacionalidade, estado civil, pro-fissão e residência dos sócios, se pesso-as naturais, e a firma ou a denominação,nacionalidade e sede dos sócios, se jurí-dicas;II – denominação, objeto, sede e prazo dasociedade;III – capital da sociedade, expresso emmoeda corrente, podendo compreenderqualquer espécie de bens, suscetíveis deavaliação pecuniária;IV – a quota de cada sócio no capital so-cial, e o modo de realizá-la;V – as prestações a que se obriga o sócio,cuja contribuição consista em serviços;VI – as pessoas naturais incumbidas daadministração da sociedade, e seus po-deres e atribuições;VII – a participação de cada sócio noslucros e nas perdas;VIII – se os sócios respondem, ou não,subsidiariamente, pelas obrigações soci-ais.Parágrafo único. É ineficaz em relação a ter-ceiros qualquer pacto separado, contrárioao disposto no instrumento do contrato.

Art. 998. Nos trinta dias subseqüentes àsua constituição, a sociedade deverá re-querer a inscrição do contrato social noRegistro Civil das Pessoas Jurídicas dolocal de sua sede.§ 1o O pedido de inscrição será acompa-nhado do instrumento autenticado do

Page 243: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Seção II – Dos Direitos e Obrigações Re-cíprocas dos Sócios

Art. 1.375. As obrigações dos sócios co-meçam imediatamente com o contrato seeste fixar outra época, e acabam quando,dissolvida a sociedade, estiverem satisfei-tas e extintas as responsabilidades sociais.

contrato, e, se algum sócio nele houversido representado por procurador, o darespectiva procuração, bem como, se foro caso, da prova de autorização da autori-dade competente.§ 2o Com todas as indicações enumeradasno artigo antecedente, será a inscrição to-mada por termo no livro de registro pró-prio, e obedecerá a número de ordem contí-nua para todas as sociedades inscritas.

Art. 999. As modificações do contratosocial, que tenham por objeto matériaindicada no art. 997, dependem do con-sentimento de todos os sócios; as demaispodem ser decididas por maioria absolutade votos, se o contrato não determinar anecessidade de deliberação unânime.Parágrafo único. Qualquer modificação docontrato social será averbada, cumprin-do-se as formalidades previstas no artigoantecedente.

Art. 1.000. A sociedade simples que insti-tuir sucursal, filial ou agência na circuns-crição de outro Registro Civil das Pesso-as Jurídicas, neste deverá tambéminscrevê-la, com a prova da inscrição ori-ginária.Parágrafo único. Em qualquer caso, aconstituição da sucursal, filial ou agênciadeverá ser averbada no Registro Civil darespectiva sede.

Seção II – Dos Direitos e Obrigações dosSócios

Art. 1.001. As obrigações dos sócios co-meçam imediatamente com o contrato, seeste não fixar outra data, e terminam quan-do, liquidada a sociedade, se extinguiremas responsabilidades sociais.

Page 244: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.376. A entrada imposta a cada sóciopode consistir em bens, no seu uso e gozo,na cessão de direitos, ou somente na pres-tação de serviços. No silêncio do contra-to, presumir-se-ão iguais entre si as en-tradas.

Art. 1.377. Se o sócio entrar para a socie-dade com objeto determinado, que venhaa ser evicto, responderá aos consócioscomo o vendedor ao comprador.

Art. 1.002. O sócio não pode ser substitu-ído no exercício das suas funções, sem oconsentimento dos demais sócios, expres-so em modificação do contrato social.

Art. 1.003. A cessão total ou parcial dequota, sem a correspondente modificaçãodo contrato social com o consentimentodos demais sócios, não terá eficácia quan-to a estes e à sociedade.Parágrafo único. Até dois anos depois deaverbada a modificação do contrato,responde o cedente solidariamente como cessionário, perante a sociedade e ter-ceiros, pelas obrigações que tinha comosócio.

Art. 1.004. Os sócios são obrigados, naforma e prazo previstos, às contribuiçõesestabelecidas no contrato social, e aque-le que deixar de fazê-lo, nos trinta diasseguintes ao da notificação pela socieda-de, responderá perante esta pelo danoemergente da mora.Parágrafo único. Verificada a mora, pode-rá a maioria dos demais sócios preferir, àindenização, a exclusão do sócio remisso,ou reduzir-lhe a quota ao montante já rea-lizado, aplicando-se, em ambos os casos,o disposto no § 1o do art. 1.031.

Art. 1.005. O sócio que, a título de quotasocial, transmitir domínio, posse ou uso,responde pela evicção; e pela solvênciado devedor, aquele que transferir crédito.

Page 245: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.378. Se a entrada consistir em coi-sas fungíveis, ficarão, salvo declaraçãoem contrário, pertencendo em comum aosassociados.

Art. 1.379. Pertencem ao patrimônio soci-al todos os lucros obtidos pelo sócio, naindústria que se obrigou a exercer em be-nefício da sociedade.

Art. 1.380. Cada sócio indenizará a so-ciedade dos prejuízos que esta sofrerpor culpa dele, e não poderá compensá-los com os proveitos, que lhe houvergranjeado.

Art. 1.381. Se o contrato não declarar aparte de cada sócio nos lucros e perdas,entender-se-á proporcionada, quanto aossócios de capital, à soma com que entra-ram. Em relação aos sócios de indústria,guardar-se-á o disposto no artigo 1.409,parágrafo único.

Art. 1.382. O sócio preposto à administra-ção pode exigir da sociedade, além do quepor conta dela despender, a importânciadas obrigações em boa-fé contraídas nagerência dos negócios sociais e o valordos prejuízos, que lhe ela causar.

Art. 1.384. Se a administração se incumbira dois ou mais sócios, não se lhes discri-minando as funções, nem declarando quesó funcionarão conjuntamente, cada um

Art. 1.006. O sócio, cuja contribuição con-sista em serviços, não pode, salvo con-venção em contrário, empregar-se em ati-vidade estranha à sociedade, sob penade ser privado de seus lucros e dela ex-cluído.

Art. 1.007. Salvo estipulação em contrá-rio, o sócio participa dos lucros e das per-das, na proporção das respectivas quo-tas, mas aquele, cuja contribuição con-siste em serviços, somente participa doslucros na proporção da média do valordas quotas.

Page 246: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

de per si poderá praticar todos os atosque na administração couberem.

Art. 1.385. Estipulando-se que um dosadministradores nada possa fazer sem osoutros, entende-se, a não haver conven-ção posterior, obrigatório o concurso detodos, ainda ausentes, ou impossibilita-dos, na ocasião, de prestá-lo, salvo noscasos urgentes, em que a omissão, ou tar-dança, das medidas pudesse ocasionardano irreparável, ou grave.

Art. 1.386. Em falta de estipulações explí-citas quanto à gerência social:I – presume-se que cada sócio tem o direi-to de administrar, e válido é o que fizer,ainda em relação aos associados que nãoconsentiram, podendo, porém, qualquerdestes opor-se, antes de levado o ato aefeito;II – cada sócio pode servir-se das coi-sas pertencentes à sociedade, contantoque lhes dê o seu destino, não as utili-ze contra o interesse social, nem tolhaaos outros aproveitá-las nos limites doseu direito;III – cada sócio pode obrigar os outrosa contribuir com ele para as despesasnecessárias à conservação dos benssociais;IV – nenhum sócio, ainda que lhe pareçavantajoso, pode, sem consentimento dosoutros, fazer alteração nos imóveis dasociedade.

Art. 1.387. O sócio que não tiver a admi-nistração da sociedade não poderá obri-gar os bens sociais.

Art. 1.388. Para associar um estranho aoseu quinhão social, não necessita o sócio

Page 247: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

do concurso dos outros; mas não pode,sem aquiescência deles, associá-lo à so-ciedade.

Art. 1.389. O sócio que recebeu por intei-ro a sua parte em uma dívida ativa da so-ciedade, será obrigado a conferi-la, se, porinsolvência do devedor, a sociedade nãopuder acabar de cobrá-la.

Art. 1.390. Se as coisas, cujo uso e gozoexlcusivamente constituírem a entrada dosócio, não forem fungíveis, consistindoem corpos certos e determinados, o risco,que correrem, será por conta dos respec-tivos donos.§ 1o Se, porém, forem fungíveis, ou se,ainda guardadas, se deteriorarem, se fo-rem destinadas a circular no comércio, ouse forem transferidas à sociedade por umvalor determinado e constante de inven-tário ou balanço autênticos, por conta dasociedade correrão os riscos a que esti-verem expostas.§ 2o Perecendo a coisa de importânciadeterminada nos termos do parágrafo an-tecedente, última parte, o dono só lhepoderá exigir o valor constante do inven-tário ou balanço.

Art. 1.391. Os sócios têm direito à indenizçãodas perdas e danos que sofrerem em seusbens por motivo dos negócios sociais.

Art. 1.392. Havendo comunicação de lu-cros ilícitos, cada um dos sócios terá derepor o que recebeu do sócio delinquente,se este for condenado à restituição.

Art. 1.372 (Seção I – Disposições Gerais)É nula a cláusula, que atribua todos oslucros a um dos sócios a um dos sócios,

Art. 1.008. É nula a estipulação contratualque exclua qualquer sócio de participardos lucros e das perdas.

Page 248: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

ou subtraia o quinhão social de algumdeles à comparticipação nos prejuízos.

Art. 1.393. O sócio que recebeu de outrolucros ilícitos, conhecendo ou devendoconhecer-lhes a procedência, incorre emcumplicidade, e fica obrigado solidaria-mente a restituir.

Art. 1.394. Todos os sócios têm direito devotar nas assembléias gerais, onde, salvoestipulação em contrário, sempre se deli-berará por maioria de votos.

Art. 1.009. A distribuição de lucros ilícitosou fictícios acarreta responsabilidade so-lidária dos administradores que a realiza-rem e dos sócios que os receberem, co-nhecendo ou devendo conhecer-lhes ailegitimidade.

Seção III – Da Administração

Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo con-trato social, competir aos sócios decidirsobre os negócios da sociedade, as deli-berações serão tomadas por maioria devotos, contados segundo o valor dasquotas de cada um.§ 1o Para formação da maioria absolutasão necessários votos correspondentesa mais de metade do capital.§ 2o Prevalece a decisão sufragada pormaior número de sócios no caso de empa-te, e, se este persistir, decidirá o juiz.§ 3o Responde por perdas e danos o sócioque, tendo em alguma operação interessecontrário ao da sociedade, participar dadeliberação que a aprove graças a seu voto.

Art. 1.011. O administrador da sociedadedeverá ter, no exercício de suas funções,o cuidado e a diligência que todo homemativo e probo costuma empregar na admi-nistração de seus próprios negócios.§ 1o Não podem ser administradores, alémdas pessoas impedidas por lei especial,os condenados a pena que vede, ainda

Page 249: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.383. O sócio investido na adminis-tração por texto expresso do contrato pode

que temporariamente, o acesso a cargospúblicos; ou por crime falimentar, de pre-varicação, peita ou suborno, concussão,peculato; ou contra a economia popular,contra o sistema financeiro nacional, con-tra as normas de defesa da concorrência,contra as relações de consumo, a fé pú-blica ou a propriedade, enquanto perdu-rarem os efeitos da condenação.§ 2o Aplicam-se à atividade dos adminis-tradores, no que couber, as disposiçõesconcernentes ao mandato.

Art. 1.012. O administrador, nomeado porinstrumento em separado, deve averbá-loà margem da inscrição da sociedade, e,pelos atos que praticar, antes de requerera averbação, responde pessoal e solidari-amente com a sociedade.

Art. 1.013. A administração da sociedade,nada dispondo o contrato social, compe-te separadamente a cada um dos sócios.§ 1o Se a administração competir separa-damente a vários administradores, cadaum pode impugnar operação pretendidapor outro, cabendo a decisão aos sócios,por maioria de votos.§ 2o Responde por perdas e danos perante asociedade o administrador que realizar ope-rações, sabendo ou devendo saber que es-tava agindo em desacordo com a maioria.

Art. 1.014. Nos atos de competência con-junta de vários administradores, torna-senecessário o concurso de todos, salvo noscasos urgentes, em que a omissão ou re-tardo das providências possa ocasionardano irreparável ou grave.

Art. 1.015. No silêncio do contrato, osadministradores podem praticar todos os

Page 250: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

praticar, independentemente dos outros,todos os atos, que não excederem os limi-tes normais dela, uma vez que procedasem dolo.

§ 1o Os poderes, que exercer, serãoirrevogáveis durante o prazo estabeleci-do, salvo causa legítima superveniente.§ 2o Se forem conferidos, porém, depoisdo contrato, serão revogáveis como osde simples mandato.§ 3o Também serão revogáveis, em qual-quer tempo, os dos diretores ou adminis-tradores de sociedades de qualquer es-pécie, ainda que nomeados nos respecti-vos contratos, estatutos, se não foremsócios.

atos pertinentes à gestão da sociedade;não constituindo objeto social, aoneração ou a venda de bens imóveisdepende do que a maioria dos sócios de-cidir.Parágrafo único. O excesso por parte dosadministradores somente pode ser opos-to a terceiros se ocorrer pelo menos umadas seguintes hipóteses:I – se a limitação de poderes estiver ins-crita ou averbada no registro próprio dasociedade;II – provando-se que era conhecida doterceiro;III – tratando-se de operação evidentemen-te estranha aos negócios da sociedade.

Art. 1.016. Os administradores respondemsolidariamente perante a sociedade e osterceiros prejudicados, por culpa no de-sempenho de suas funções.

Art. 1.017. O administrador que, sem con-sentimento escrito dos sócios, aplicar cré-ditos ou bens sociais em proveito próprioou de terceiros, terá de restituí-los à soci-edade, ou pagar o equivalente, com to-dos os lucros resultantes, e, se houverprejuízo, por ele também responderá.

Page 251: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Seção III – Das Obrigações da Sociedadee dos Sócios para com Terceiros

Parágrafo único. Fica sujeito às sançõeso administrador que, tendo em qualqueroperação interesse contrário ao da socie-dade, tome parte na correspondente deli-beração.

Art. 1.018. Ao administrador é vedado fa-zer-se substituir no exercício de suas fun-ções, sendo-lhe facultado, nos limites deseus poderes, constituir mandatários dasociedade, especificados no instrumentoos atos e operações que poderão praticar.

Art. 1.019. São irrevogáveis os poderesdo sócio investido na administração porcláusula expressa do contrato social, sal-vo justa causa, reconhecida judicialmen-te, a pedido de qualquer dos sócios.Parágrafo único. São revogáveis, a qual-quer tempo, os poderes conferidos a só-cio por ato separado, ou a quem não sejasócio.

Art. 1.020. Os administradores são obri-gados a prestar aos sócios contasjustificadas de sua administração, e apre-sentar-lhes o inventário anualmente, bemcomo o balanço patrimonial e o de resul-tado econômico.

Art. 1.021. Salvo estipulação que determi-ne época própria, o sócio pode, a qual-quer tempo, examinar os livros e docu-mentos, e o estado da caixa e da carteirada sociedade.

Seção IV – Das Relações com Terceiros

Art. 1.022. A sociedade adquire direitos,assume obrigações e procede judicialmen-te, por meio de administradores com po-

Page 252: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.395. São dívidas da sociedade asobrigações contraídas conjuntamente portodos os sócios, ou por algum deles noexercício do mandato social.

Art. 1.396. Se o cabedal social não cobriras dívidas da sociedade, por elas respon-derão os associados, na proporção emque houverem de participar nas perdassociais.

Parágrafo único. Se um dos sócios for in-solvente, sua parte na dívida será na mes-ma razão distribuída entre os outros.

deres especiais, ou, não os havendo, porintermédio de qualquer administrador.

Art. 1.023. Se os bens da sociedade nãolhe cobrirem as dívidas, respondem ossócios pelo saldo, na proporção em queparticipem das perdas sociais, salvo cláu-sula de responsabilidade solidária.

Art. 1.024. Os bens particulares dos sóci-os não podem ser executados por dívidasda sociedade, senão depois de executa-dos os bens sociais.

Art. 1.025. O sócio, admitido em socieda-de já constituída, não se exime das dívi-das sociais anteriores à admissão.

Art. 1.026. O credor particular de sóciopode, na insuficiência de outros bens dodevedor, fazer recair a execução sobre o quea este couber nos lucros da sociedade, ouna parte que lhe tocar em liquidação.Parágrafo único. Se a sociedade não esti-ver dissolvida, pode o credor requerer aliquidação da quota do devedor, cujo valor,apurado na forma do art. 1.031, será depo-sitado em dinheiro, no juízo da execução,até noventa dias após aquela liquidação.

Art. 1.027. Os herdeiros do cônjuge desócio, ou o cônjuge do que se separoujudicialmente, não podem exigir desde logo

Page 253: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.397. Os devedores da sociedade nãose desobrigam pagando a um sócio nãoautorizado para receber.

Art. 1.398. Os sócios não são solidaria-mente obrigados pelas dívidas sociais,nem os atos de um, não autorizado, obri-gam os outros, salvo redundando em pro-veito da sociedade.

a parte que lhes couber na quota social,mas concorrer à divisão periódica dos lu-cros, até que se liquide a sociedade.

Seção V – Da Resolução da Sociedade emRelação a um Sócio

Art. 1.028. No caso de morte de sócio, li-quidar-se-á sua quota, salvo:I – se o contrato dispuser diferentemente;II – se os sócios remanescentes optarempela dissolução da sociedade;III – se, por acordo com os herdeiros, re-gular-se a substituição do sócio falecido.

Art. 1.029. Além dos casos previstos nalei ou no contrato, qualquer sócio poderetirar-se da sociedade; se de prazoindeterminado, mediante notificação aosdemais sócios, com antecedência mínimade sessenta dias; se de prazo determina-do, provando judicialmente justa causa.Parágrafo único. Nos trinta dias subse-qüentes à notificação, podem os demaissócios optar pela dissolução da sociedade.

Art. 1.030. Ressalvado o disposto no art.1.004 e seu parágrafo único, pode o sócioser excluído judicialmente, mediante inicia-tiva da maioria dos demais sócios, por faltagrave no cumprimento de suas obrigações,ou, ainda, por incapacidade superveniente.

Page 254: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Seção IV – Da Dissolução da Sociedade

Art. 1.399. Dissolve-se a sociedade:I – pelo implemento da condição, a quefoi subordinada a sua durabilidade, oupelo vencimento do prazo estabelecido nocontrato;II – pela extinção do capital social, ou seudesfalque em quantidade tamanha que aimpossibilite de continuar;

Parágrafo único. Será de pleno direito ex-cluído da sociedade o sócio declarado fa-lido, ou aquele cuja quota tenha sido li-quidada nos termos do parágrafo únicodo art. 1.026.

Art. 1.031. Nos casos em que a socie-dade se resolver em relação a um sócio,o valor da sua quota, considerada pelomontante efetivamente realizado, liqui-dar-se-á, salvo disposição contratualem contrário, com base na situaçãopatrimonial da sociedade, à data da re-solução, verificada em balanço especi-almente levantado.§ 1o O capital social sofrerá a correspon-dente redução, salvo se os demais sóciossuprirem o valor da quota.§ 2o A quota liquidada será paga em di-nheiro, no prazo de noventa dias, a partirda liquidação, salvo acordo, ou estipula-ção contratual em contrário.

Art. 1.032. A retirada, exclusão ou mortedo sócio, não o exime, ou a seus herdei-ros, da responsabilidade pelas obrigaçõessociais anteriores, até dois anos apósaverbada a resolução da sociedade; nemnos dois primeiros casos, pelas posterio-res e em igual prazo, enquanto não se re-querer a averbação.

Seção VI – Dissolução

Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quan-do ocorrer:I – o vencimento do prazo de duração,salvo se, vencido este e sem oposição desócio, não entrar a sociedade em liquida-ção, caso em que se prorrogará por tempoindeterminado;II – o consenso unânime dos sócios;

Page 255: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

III – pela consecução do fim social, oupela verificação de sua inexequibilidade;IV – pela falência, incapacidade, ou mor-te de um dos sócios;V – pela renúncia de qualquer deles, se asociedade for de prazo indeterminado;VI – pelo consenso unânime dos associa-dos.

Parágrafo único. Os nos II,IV e V não seaplicam à sociedade de fins não econômi-cos.

III – a deliberação dos sócios, por maioriaabsoluta, na sociedade de prazoindeterminado;IV – a falta de pluralidade de sócios, nãoreconstituída no prazo de cento e oitentadias;V – a extinção, na forma da lei, de autori-zação para funcionar.

Art. 1.034. A sociedade pode ser dissolvi-da judicialmente, a requerimento de qual-quer dos sócios, quando:I – anulada a sua constituição;II – exaurido o fim social, ou verificada asua inexeqüibilidade.

Art. 1.035. O contrato pode prever outrascausas de dissolução, a serem verificadasjudicialmente quando contestadas.

Art. 1.036. Ocorrida a dissolução, cumpreaos administradores providenciar imedia-tamente a investidura do liquidante, e res-tringir a gestão própria aos negóciosinadiáveis, vedadas novas operações,pelas quais responderão solidária e ilimi-tadamente.Parágrafo único. Dissolvida de pleno di-reito a sociedade, pode o sócio requerer,desde logo, a liquidação judicial.

Art. 1.037. Ocorrendo a hipótese previstano inciso V do art. 1.033, o Ministério Pú-blico, tão logo lhe comunique a autorida-de competente, promoverá a liquidaçãojudicial da sociedade, se os administra-dores não o tiverem feito nos trinta diasseguintes à perda da autorização, ou se o

Page 256: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.400. A prorrogação do prazo socialsó se prova por escrito, nas mesmas con-dições do contrato que o fixou.

Art. 1.401. Se a sociedade se prorrogardepois de vencido o prazo do contrato,entender-se-á que se constituiu de novo;se dentro no prazo, ter-se-á por continua-ção da anterior.

Art. 1.402. É lícito estipular que, morto umdos sócios, continue a sociedade com osherdeiros, ou só com os associados

sócio não houver exercido a faculdadeassegurada no parágrafo único do artigoantecedente.Parágrafo único. Caso o Ministério Públi-co não promova a liquidação judicial dasociedade nos quinze dias subseqüentesao recebimento da comunicação, a autori-dade competente para conceder a autori-zação nomeará interventor com poderespara requerer a medida e administrar asociedade até que seja nomeado oliquidante.

Art. 1.038. Se não estiver designado nocontrato social, o liquidante será eleito pordeliberação dos sócios, podendo a esco-lha recair em pessoa estranha à socieda-de.§ 1o O liquidante pode ser destituído, atodo tempo:I – se eleito pela forma prevista neste arti-go, mediante deliberação dos sócios;II – em qualquer caso, por via judicial, arequerimento de um ou mais sócios, ocor-rendo justa causa.§ 2o A liquidação da sociedade se proces-sa de conformidade com o disposto noCapítulo IX, deste Subtítulo.

Page 257: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

sobrevivos. Neste segundo caso, o her-deiro do falecido terá direito à partilha doque houver, quando ele faleceu, mas nãoparticipará dos lucros e perdas ulteriores,que não forem consequência direta deatos anteriores ao falecimento.

Art. 1.403. Se o contrato estipular que asociedade continue com herdeiro dosócio falecido, cumprir-se-á a estipula-ção, toda vez que se possa; mas, sendomenor o herdeiro, será dissolvido emrelação a ele, o vínculo social, caso ojuiz determine.

Art. 1.404. A renúncia de um dos sóciossó dissolve a sociedade, quando feita deboa-fé, em tempo oportuno, e notificadaaos sócios dois meses antes.

Art. 1.405. A renúncia é de má-fé, quandoo sócio renunciante pretende apropriar-se exclusivamente dos benefícios que ossócios tinham em mente colher em co-mum; e haver-se-á por inoportuna, se ascoisas não estiverem no seu estado inte-gral, ou se a sociedade puder ser prejudi-cada com a dissolução nesse momento.

Art. 1.406. No primeiro caso do artigo an-tecedente, os demais sócios têm o direitode excluir desde logo o sócio de má-fé,salvas as suas quotas na vantagem espe-rada. No segundo, a sociedade pode con-tinuar, apesar da oposição do renuncian-te, até à época do primeiro balanço ordi-nário, ou até a conclusão do negócio pen-dente.

Art. 1.407. Subsiste, ainda após a disso-lução da sociedade, a responsabilidadesocial para com terceiros, pelas dívidas

Page 258: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

que houver contraído. Não se tendo esti-pulado a responsabilidade solidária dossócios para com terceiros, a dívida serádistribuída por aqueles, em partes propor-cionais às suas entradas.

Art. 1.408. Quando a sociedade tiver du-ração prefixa, nenhum sócio lhe poderáexigir a dissolução, antes de expirar o pra-zo social, se não provar algum dos casosdo artigo 1.399, I a IV.

Art. 1.409. São aplicáveis à partilha entreos sócios as regras da partilha entre her-deiros.Parágrafo único. O sócio de indústria,porém, só terá direito a participar noslucros da sociedade, sem responsabili-dade nas suas perdas, salvo se o con-trário se estipulou no contrato. Se estenão declarar a parte dos lucros, enten-der-se-á que ela é proporcional à menordas entradas.

Capítulo II – Da Sociedade em Nome Co-letivo

Art. 1.039. Somente pessoas físicas po-dem tomar parte na sociedade em nomecoletivo, respondendo todos os sócios,solidária e ilimitadamente, pelas obriga-ções sociais.Parágrafo único. Sem prejuízo da respon-sabilidade perante terceiros, podem ossócios, no ato constitutivo, ou por unâni-me convenção posterior, limitar entre si aresponsabilidade de cada um.

Art. 1.040. A sociedade em nome coletivose rege pelas normas deste Capítulo e, noque seja omisso, pelas do Capítulo ante-cedente.

Page 259: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.041. O contrato deve mencionar,além das indicações referidas no art. 997,a firma social.

Art. 1.042. A administração da sociedadecompete exclusivamente a sócios, sendoo uso da firma, nos limites do contrato,privativo dos que tenham os necessáriospoderes.

Art. 1.043. O credor particular de sócionão pode, antes de dissolver-se a socie-dade, pretender a liquidação da quota dodevedor.Parágrafo único. Poderá fazê-lo quando:I – a sociedade houver sido prorrogadatacitamente;II – tendo ocorrido prorrogação contratual,for acolhida judicialmente oposição do cre-dor, levantada no prazo de noventa dias,contado da publicação do ato dilatório.

Art. 1.044. A sociedade se dissolve de ple-no direito por qualquer das causas enu-meradas no art. 1.033 e, se empresária, tam-bém pela declaração da falência.

Capítulo III – Da Sociedade em ComanditaSimples

Art. 1.045. Na sociedade em comanditasimples tomam parte sócios de duas cate-gorias: os comanditados, pessoas físicas,responsáveis solidária e ilimitadamentepelas obrigações sociais; e oscomanditários, obrigados somente pelovalor de sua quota.Parágrafo único. O contrato deve discrimi-nar os comanditados e os comanditários.

Art. 1.046. Aplicam-se à sociedade emcomandita simples as normas da socieda-

Page 260: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

de em nome coletivo, no que forem com-patíveis com as deste Capítulo.Parágrafo único. Aos comanditados ca-bem os mesmos direitos e obrigações dossócios da sociedade em nome coletivo.

Art. 1.047. Sem prejuízo da faculdade departicipar das deliberações da sociedadee de lhe fiscalizar as operações, não podeo comanditário praticar qualquer ato degestão, nem ter o nome na firma social,sob pena de ficar sujeito às responsabili-dades de sócio comanditado.Parágrafo único. Pode o comanditário serconstituído procurador da sociedade,para negócio determinado e com poderesespeciais.

Art. 1.048. Somente após averbada amodificação do contrato, produz efei-to, quanto a terceiros, a diminuição daquota do comanditário, em conseqüên-cia de ter sido reduzido o capital social,sempre sem prejuízo dos credorespreexistentes.

Art. 1.049. O sócio comanditário não éobrigado à reposição de lucros recebidosde boa-fé e de acordo com o balanço.Parágrafo único. Diminuído o capital so-cial por perdas supervenientes, não podeo comanditário receber quaisquer lucros,antes de reintegrado aquele.

Art. 1.050. No caso de morte de sóciocomanditário, a sociedade, salvo disposi-ção do contrato, continuará com os seussucessores, que designarão quem os re-presente.

Art. 1.051. Dissolve-se de pleno direito asociedade:

Page 261: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

I – por qualquer das causas previstas noart. 1.044;II – quando por mais de cento e oitentadias perdurar a falta de uma das categori-as de sócio.Parágrafo único. Na falta de sóciocomanditado, os comanditários nomearãoadministrador provisório para praticar,durante o período referido no inciso II esem assumir a condição de sócio, os atosde administração.

Capítulo IV – Da Sociedade Limitada

Seção I – Disposições Preliminares

Art. 1.052. Na sociedade limitada, a res-ponsabilidade de cada sócio é restrita aovalor de suas quotas, mas todos respon-dem solidariamente pela integralização docapital social.

Art. 1.053. A sociedade limitada rege-se,nas omissões deste Capítulo, pelas nor-mas da sociedade simples.Parágrafo único. O contrato social pode-rá prever a regência supletiva da socieda-de limitada pelas normas da sociedadeanônima.

Art. 1.054. O contrato mencionará, no quecouber, as indicações do art. 997, e, se foro caso, a firma social.

Seção II – Das Quotas

Art. 1.055. O capital social divide-se emquotas, iguais ou desiguais, cabendo umaou diversas a cada sócio.§ 1o Pela exata estimação de bens conferi-dos ao capital social respondem solidari-amente todos os sócios, até o prazo de

Page 262: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

cinco anos da data do registro da socie-dade.§ 2o É vedada contribuição que consistaem prestação de serviços.

Art. 1.056. A quota é indivisível em rela-ção à sociedade, salvo para efeito detransferência, caso em que se observaráo disposto no artigo seguinte.§ 1o No caso de condomínio de quota, osdireitos a ela inerentes somente podemser exercidos pelo condômino represen-tante, ou pelo inventariante do espólio desócio falecido.§ 2o Sem prejuízo do disposto no art. 1.052,os condôminos de quota indivisa respon-dem solidariamente pelas prestações ne-cessárias à sua integralização.

Art. 1.057. Na omissão do contrato, o só-cio pode ceder sua quota, total ou parci-almente, a quem seja sócio, independen-temente de audiência dos outros, ou aestranho, se não houver oposição de ti-tulares de mais de um quarto do capitalsocial.Parágrafo único. A cessão terá eficáciaquanto à sociedade e terceiros, inclusivepara os fins do parágrafo único do art.1.003, a partir da averbação do respectivoinstrumento, subscrito pelos sóciosanuentes.

Art. 1.058. Não integralizada a quota desócio remisso, os outros sócios podem,sem prejuízo do disposto no art. 1.004 eseu parágrafo único, tomá-la para si outransferi-la a terceiros, excluindo o primi-tivo titular e devolvendo-lhe o que hou-ver pago, deduzidos os juros da mora, asprestações estabelecidas no contrato maisas despesas.

Page 263: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.059. Os sócios serão obrigados àreposição dos lucros e das quantias reti-radas, a qualquer título, ainda que autori-zados pelo contrato, quando tais lucrosou quantia se distribuírem com prejuízodo capital.

Seção III – Da Administração

Art. 1.060. A sociedade limitada é adminis-trada por uma ou mais pessoas designadasno contrato social ou em ato separado.Parágrafo único. A administração atribuí-da no contrato a todos os sócios não seestende de pleno direito aos que posteri-ormente adquiram essa qualidade.

Art. 1.061. Se o contrato permitir adminis-tradores não sócios, a designação delesdependerá de aprovação da unanimidadedos sócios, enquanto o capital não esti-ver integralizado, e de dois terços, no mí-nimo, após a integralização.

Art. 1.062. O administrador designado emato separado investir-se-á no cargo medi-ante termo de posse no livro de atas daadministração.§ 1o Se o termo não for assinado nos trin-ta dias seguintes à designação, esta setornará sem efeito.§ 2o Nos dez dias seguintes ao dainvestidura, deve o administrador reque-rer seja averbada sua nomeação no regis-tro competente, mencionando o seunome, nacionalidade, estado civil, residên-cia, com exibição de documento de identi-dade, o ato e a data da nomeação e o pra-zo de gestão.

Art. 1.063. O exercício do cargo de admi-nistrador cessa pela destituição, em qual-

Page 264: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

quer tempo, do titular, ou pelo término doprazo se, fixado no contrato ou em atoseparado, não houver recondução.§ 1o Tratando-se de sócio nomeado admi-nistrador no contrato, sua destituiçãosomente se opera pela aprovação de titu-lares de quotas correspondentes, no mí-nimo, a dois terços do capital social, sal-vo disposição contratual diversa.§ 2o A cessação do exercício do cargo deadministrador deve ser averbada no re-gistro competente, mediante requerimen-to apresentado nos dez dias seguintes aoda ocorrência.§ 3o A renúncia de administrador torna-seeficaz, em relação à sociedade, desde omomento em que esta toma conhecimen-to da comunicação escrita do renuncian-te; e, em relação a terceiros, após aaverbação e publicação.

Art. 1.064. O uso da firma ou denomina-ção social é privativo dos administrado-res que tenham os necessários poderes.

Art. 1.065. Ao término de cada exercíciosocial, proceder-se-á à elaboração do in-ventário, do balanço patrimonial e do ba-lanço de resultado econômico.

Seção IV – Do Conselho Fiscal

Art. 1.066. Sem prejuízo dos poderes daassembléia dos sócios, pode o contratoinstituir conselho fiscal composto de trêsou mais membros e respectivos suplen-tes, sócios ou não, residentes no País, elei-tos na assembléia anual prevista no art.1.078.§ 1o Não podem fazer parte do conselhofiscal, além dos inelegíveis enumeradosno § 1o do art. 1.011, os membros dos de-

Page 265: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

mais órgãos da sociedade ou de outra porela controlada, os empregados de quais-quer delas ou dos respectivos adminis-tradores, o cônjuge ou parente destes atéo terceiro grau.§ 2o É assegurado aos sócios minoritários,que representarem pelo menos um quintodo capital social, o direito de eleger, sepa-radamente, um dos membros do conselhofiscal e o respectivo suplente.

Art. 1.067. O membro ou suplente eleito,assinando termo de posse lavrado no li-vro de atas e pareceres do conselho fis-cal, em que se mencione o seu nome, na-cionalidade, estado civil, residência e adata da escolha, ficará investido nas suasfunções, que exercerá, salvo cessaçãoanterior, até a subseqüente assembléiaanual.Parágrafo único. Se o termo não for assi-nado nos trinta dias seguintes ao da elei-ção, esta se tornará sem efeito.

Art. 1.068. A remuneração dos membrosdo conselho fiscal será fixada, anual-mente, pela assembléia dos sócios queos eleger.

Art. 1.069. Além de outras atribuições de-terminadas na lei ou no contrato social,aos membros do conselho fiscal incum-bem, individual ou conjuntamente, os de-veres seguintes:I – examinar, pelo menos trimestralmente,os livros e papéis da sociedade e o esta-do da caixa e da carteira, devendo os ad-ministradores ou liquidantes prestar-lhesas informações solicitadas;II – lavrar no livro de atas e pareceres doconselho fiscal o resultado dos examesreferidos no inciso I deste artigo;

Page 266: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

III – exarar no mesmo livro e apresentar àassembléia anual dos sócios parecer so-bre os negócios e as operações sociaisdo exercício em que servirem, tomando porbase o balanço patrimonial e o de resulta-do econômico;IV – denunciar os erros, fraudes ou cri-mes que descobrirem, sugerindo provi-dências úteis à sociedade;V – convocar a assembléia dos sócios sea diretoria retardar por mais de trinta diasa sua convocação anual, ou sempre queocorram motivos graves e urgentes;VI – praticar, durante o período da liqui-dação da sociedade, os atos a que serefere este artigo, tendo em vista as dis-posições especiais reguladoras da liqui-dação.

Art. 1.070. As atribuições e poderes con-feridos pela lei ao conselho fiscal nãopodem ser outorgados a outro órgão dasociedade, e a responsabilidade de seusmembros obedece à regra que define a dosadministradores (art. 1.016).Parágrafo único. O conselho fiscal pode-rá escolher para assisti-lo no exame doslivros, dos balanços e das contas, conta-bilista legalmente habilitado, mediante re-muneração aprovada pela assembléia dossócios.

Seção V – Das Deliberações dos Sócios

Art. 1.071. Dependem da deliberação dossócios, além de outras matérias indicadasna lei ou no contrato:I – a aprovação das contas da administra-ção;II – a designação dos administradores,quando feita em ato separado;III – a destituição dos administradores;

Page 267: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

IV – o modo de sua remuneração, quandonão estabelecido no contrato;V – a modificação do contrato social;VI – a incorporação, a fusão e a dissolu-ção da sociedade, ou a cessação do esta-do de liquidação;VII – a nomeação e destituição dosliquidantes e o julgamento das suas con-tas;VIII – o pedido de concordata.

Art. 1.072. As deliberações dos sócios,obedecido o disposto no art. 1.010, serãotomadas em reunião ou em assembléia,conforme previsto no contrato social, de-vendo ser convocadas pelos administra-dores nos casos previstos em lei ou nocontrato.§ 1o A deliberação em assembléia seráobrigatória se o número dos sócios forsuperior a dez.§ 2o Dispensam-se as formalidades deconvocação previstas no § 3o do art. 1.152,quando todos os sócios compareceremou se declararem, por escrito, cientes dolocal, data, hora e ordem do dia.§ 3o A reunião ou a assembléia tornam-sedispensáveis quando todos os sóciosdecidirem, por escrito, sobre a matéria queseria objeto delas.§ 4o No caso do inciso VIII do artigo ante-cedente, os administradores, se houverurgência e com autorização de titularesde mais da metade do capital social, po-dem requerer concordata preventiva.§ 5o As deliberações tomadas de confor-midade com a lei e o contrato vinculamtodos os sócios, ainda que ausentes oudissidentes.§ 6o Aplica-se às reuniões dos sócios, noscasos omissos no contrato, o dispostona presente Seção sobre a assembléia.

Page 268: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.073. A reunião ou a assembléia po-dem também ser convocadas:I – por sócio, quando os administradoresretardarem a convocação, por mais de ses-senta dias, nos casos previstos em lei ouno contrato, ou por titulares de mais deum quinto do capital, quando não atendi-do, no prazo de oito dias, pedido de con-vocação fundamentado, com indicaçãodas matérias a serem tratadas;II – pelo conselho fiscal, se houver, noscasos a que se refere o inciso V do art. 1.069.

Art. 1.074. A assembléia dos sócios insta-la-se com a presença, em primeira convo-cação, de titulares de no mínimo três quar-tos do capital social, e, em segunda, comqualquer número.§ 1o O sócio pode ser representado naassembléia por outro sócio, ou por advo-gado, mediante outorga de mandato comespecificação dos atos autorizados, de-vendo o instrumento ser levado a regis-tro, juntamente com a ata.§ 2o Nenhum sócio, por si ou na condiçãode mandatário, pode votar matéria que lhediga respeito diretamente.

Art. 1.075. A assembléia será presidida esecretariada por sócios escolhidos entreos presentes.§ 1o Dos trabalhos e deliberações será la-vrada, no livro de atas da assembléia, ataassinada pelos membros da mesa e porsócios participantes da reunião, quantosbastem à validade das deliberações, massem prejuízo dos que queiram assiná-la.§ 2o Cópia da ata autenticada pelos admi-nistradores, ou pela mesa, será, nos vintedias subseqüentes à reunião, apresenta-da ao Registro Público de Empresas Mer-cantis para arquivamento e averbação.

Page 269: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

§ 3o Ao sócio, que a solicitar, será entre-gue cópia autenticada da ata.

Art. 1.076. Ressalvado o disposto no art.1.061 e no § 1o do art. 1.063, as delibera-ções dos sócios serão tomadas:I – pelos votos correspondentes, no mí-nimo, a três quartos do capital social, noscasos previstos nos incisos V e VI do art.1.071;II – pelos votos correspondentes a maisde metade do capital social, nos casosprevistos nos incisos II, III, IV e VIII doart. 1.071;III – pela maioria de votos dos presentes,nos demais casos previstos na lei ou nocontrato, se este não exigir maioria maiselevada.

Art. 1.077. Quando houver modificaçãodo contrato, fusão da sociedade, incor-poração de outra, ou dela por outra, terá osócio que dissentiu o direito de retirar-seda sociedade, nos trinta dias subseqüen-tes à reunião, aplicando-se, no silênciodo contrato social antes vigente, o dis-posto no art. 1.031.

Art. 1.078. A assembléia dos sócios deverealizar-se ao menos uma vez por ano, nosquatro meses seguintes à ao término doexercício social, com o objetivo de:I – tomar as contas dos administradores edeliberar sobre o balanço patrimonial e ode resultado econômico;II – designar administradores, quando foro caso;III – tratar de qualquer outro assunto cons-tante da ordem do dia.§ 1o Até trinta dias antes da data marcadapara a assembléia, os documentos referi-dos no inciso I deste artigo devem ser

Page 270: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

postos, por escrito, e com a prova do res-pectivo recebimento, à disposição dossócios que não exerçam a administração.§ 2o Instalada a assembléia, proceder-se-á à leitura dos documentos referidos noparágrafo antecedente, os quais serãosubmetidos, pelo presidente, a discussãoe votação, nesta não podendo tomar par-te os membros da administração e, se hou-ver, os do conselho fiscal.§ 3o A aprovação, sem reserva, do balan-ço patrimonial e do de resultado econô-mico, salvo erro, dolo ou simulação, exo-nera de responsabilidade os membros daadministração e, se houver, os do conse-lho fiscal.§ 4o Extingue-se em dois anos o direito deanular a aprovação a que se refere o pará-grafo antecedente.

Art. 1.079. Aplica-se às reuniões dos só-cios, nos casos omissos no contrato, oestabelecido nesta Seção sobre a assem-bléia, obedecido o disposto no § 1o doart. 1.072.

Art. 1.080. As deliberações infringentesdo contrato ou da lei tornam ilimitada aresponsabilidade dos que expressamenteas aprovaram.

Seção VI – Do Aumento e da Redução doCapital

Art. 1.081. Ressalvado o disposto em leiespecial, integralizadas as quotas, podeser o capital aumentado, com a correspon-dente modificação do contrato.§ 1o Até trinta dias após a deliberação,terão os sócios preferência para partici-par do aumento, na proporção das quo-tas de que sejam titulares.

Page 271: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

§ 2o À cessão do direito de preferência,aplica-se o disposto no caput do art.1.057.§ 3o Decorrido o prazo da preferência, eassumida pelos sócios, ou por terceiros,a totalidade do aumento, haverá reuniãoou assembléia dos sócios, para que sejaaprovada a modificação do contrato.

Art. 1.082. Pode a sociedade reduzir o ca-pital, mediante a correspondente modifi-cação do contrato:I – depois de integralizado, se houver per-das irreparáveis;II – se excessivo em relação ao objeto dasociedade.

Art. 1.083. No caso do inciso I do artigoantecedente, a redução do capital serárealizada com a diminuição proporcionaldo valor nominal das quotas, tornando-se efetiva a partir da averbação, no Regis-tro Público de Empresas Mercantis, da atada assembléia que a tenha aprovado.

Art. 1.084. No caso do inciso II do art.1.082, a redução do capital será feita resti-tuindo-se parte do valor das quotas aossócios, ou dispensando-se as prestaçõesainda devidas, com diminuição proporci-onal, em ambos os casos, do valor nomi-nal das quotas.§ 1o No prazo de noventa dias, contadoda data da publicação da ata da assem-bléia que aprovar a redução, o credorquirografário, por título líquido anterior aessa data, poderá opor-se ao deliberado.§ 2o A redução somente se tornará eficazse, no prazo estabelecido no parágrafoantecedente, não for impugnada, ou seprovado o pagamento da dívida ou o de-pósito judicial do respectivo valor.

Page 272: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

§ 3o Satisfeitas as condições estabelecidasno parágrafo antecedente, proceder-se-áà averbação, no Registro Público de Em-presas Mercantis, da ata que tenha apro-vado a redução.

Seção VII – Da Resolução da Sociedadeem Relação a Sócios Minoritários

Art. 1.085. Ressalvado o disposto no art.1.030, quando a maioria dos sócios, re-presentativa de mais da metade do capitalsocial, entender que um ou mais sóciosestão pondo em risco a continuidade daempresa, em virtude de atos de inegávelgravidade, poderá excluí-los da socieda-de, mediante alteração do contrato social,desde que prevista neste a exclusão porjusta causa.Parágrafo único. A exclusão somente po-derá ser determinada em reunião ou as-sembléia especialmente convocada paraesse fim, ciente o acusado em tempo hábilpara permitir seu comparecimento e o exer-cício do direito de defesa.

Art. 1.086. Efetuado o registro da altera-ção contratual, aplicar-se-á o disposto nosarts. 1.031 e 1.032.

Seção VIII – Da Dissolução

Art. 1.087. A sociedade dissolve-se, depleno direito, por qualquer das causasprevistas no art. 1.044.

Capítulo V – Da Sociedade Anônima

Seção Unica – Da Caracterização

Art. 1.088. Na sociedade anônima ou com-panhia, o capital divide-se em ações, obri-

Page 273: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

gando-se cada sócio ou acionista somen-te pelo preço de emissão das ações quesubscrever ou adquirir.

Art. 1.089. A sociedade anônima rege-sepor lei especial, aplicando-se-lhe, nos ca-sos omissos, as disposições deste Código.

Capítulo VI – Da Sociedade em Comanditapor Ações

Art. 1.090. A sociedade em comandita porações tem o capital dividido em ações,regendo-se pelas normas relativas à soci-edade anônima, sem prejuízo das modifi-cações constantes deste Capítulo, e ope-ra sob firma ou denominação.

Art. 1.091. Somente o acionista tem quali-dade para administrar a sociedade e, comodiretor, responde subsidiária e ilimitada-mente pelas obrigações da sociedade.§ 1o Se houver mais de um diretor, serãosolidariamente responsáveis, depois deesgotados os bens sociais.§ 2o Os diretores serão nomeados no atoconstitutivo da sociedade, sem limitaçãode tempo, e somente poderão ser destitu-ídos por deliberação de acionistas querepresentem no mínimo dois terços docapital social.§ 3o O diretor destituído ou exoneradocontinua, durante dois anos, responsá-vel pelas obrigações sociais contraídassob sua administração.

Art. 1.092. A assembléia geral não pode,sem o consentimento dos diretores, mu-dar o objeto essencial da sociedade, pror-rogar-lhe o prazo de duração, aumentarou diminuir o capital social, criar debên-tures, ou partes beneficiárias.

Page 274: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Capítulo VII – Da Sociedade Cooperativa

Art. 1.093. A sociedade cooperativa reger-se-á pelo disposto no presente Capítulo,ressalvada a legislação especial.

Art. 1.094. São características da socieda-de cooperativa:I – variabilidade, ou dispensa do capitalsocial;II – concurso de sócios em número míni-mo necessário a compor a administraçãoda sociedade, sem limitação de númeromáximo;III – limitação do valor da soma de quotasdo capital social que cada sócio poderátomar;IV – intransferibilidade das quotas do ca-pital a terceiros estranhos à sociedade,ainda que por herança;V – quorum, para a assembléia geral fun-cionar e deliberar, fundado no número desócios presentes à reunião, e não no ca-pital social representado;VI – direito de cada sócio a um só votonas deliberações, tenha ou não capital asociedade, e qualquer que seja o valor desua participação;II – distribuição dos resultados, propor-cionalmente ao valor das operaçõesefetuadas pelo sócio com a sociedade,podendo ser atribuído juro fixo ao capitalrealizado;VIII – indivisibilidade do fundo de reser-va entre os sócios, ainda que em caso dedissolução da sociedade.

Art. 1.095. Na sociedade cooperativa, aresponsabilidade dos sócios pode ser li-mitada ou ilimitada.§ 1o É limitada a responsabilidade na coo-perativa em que o sócio responde somen-

Page 275: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

te pelo valor de suas quotas e pelo preju-ízo verificado nas operações sociais, guar-dada a proporção de sua participação nasmesmas operações.§ 2o É ilimitada a responsabilidade na co-operativa em que o sócio responde soli-dária e ilimitadamente pelas obrigaçõessociais.

Art. 1.096. No que a lei for omissa, apli-cam-se as disposições referentes à socie-dade simples, resguardadas as caracterís-ticas estabelecidas no art. 1.094.

Capítulo VIII – Das Sociedades Coliga-das

Art. 1.097. Consideram-se coligadas associedades que, em suas relações de ca-pital, são controladas, filiadas, ou de sim-ples participação, na forma dos artigosseguintes.

Art. 1.098. É controlada:I – a sociedade de cujo capital outra soci-edade possua a maioria dos votos nasdeliberações dos quotistas ou da assem-bléia geral e o poder de eleger a maioriados administradores;II – a sociedade cujo controle, referido noinciso antecedente, esteja em poder deoutra, mediante ações ou quotas possuí-das por sociedades ou sociedades poresta já controladas.

Art. 1.099. Diz-se coligada ou filiada a so-ciedade de cujo capital outra sociedadeparticipa com dez por cento ou mais, docapital da outra, sem controlá-la.

Art. 1.100. É de simples participação asociedade de cujo capital outra socieda-

Page 276: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

de possua menos de dez por cento docapital com direito de voto.

Art. 1.101. Salvo disposição especial delei, a sociedade não pode participar deoutra, que seja sua sócia, por montantesuperior, segundo o balanço, ao das pró-prias reservas, excluída a reserva legal.Parágrafo único. Aprovado o balanço emque se verifique ter sido excedido esselimite, a sociedade não poderá exercer odireito de voto correspondente às açõesou quotas em excesso, as quais devemser alienadas nos cento e oitenta dias se-guintes àquela aprovação.

Capítulo IX – Da Liquidação da Socie-dade

Art. 1.102. Dissolvida a sociedade e no-meado o liquidante na forma do dispostoneste Livro, procede-se à sua liquidação,de conformidade com os preceitos desteCapítulo, ressalvado o disposto no atoconstitutivo ou no instrumento da disso-lução.Parágrafo único. O liquidante, que nãoseja administrador da sociedade, inves-tir-se-á nas funções, averbada a sua no-meação no registro próprio.

Art. 1.103. Constituem deveres doliquidante:I – averbar e publicar a ata, sentença ouinstrumento de dissolução da sociedade;II – arrecadar os bens, livros e documen-tos da sociedade, onde quer que estejam;III – proceder, nos quinze dias seguintesao da sua investidura e com a assistência,sempre que possível, dos administrado-res, à elaboração do inventário e do ba-lanço geral do ativo e do passivo;

Page 277: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

IV – ultimar os negócios da sociedade,realizar o ativo, pagar o passivo e parti-lhar o remanescente entre os sócios ouacionistas;V – exigir dos quotistas, quando insufici-ente o ativo à solução do passivo, aintegralização de suas quotas e, se for ocaso, as quantias necessárias, nos limitesda responsabilidade de cada um e pro-porcionalmente à respectiva participaçãonas perdas, repartindo-se, entre os sóci-os solventes e na mesma proporção, odevido pelo insolvente;VI – convocar assembléia dos quotistas,cada seis meses, para apresentar relatórioe balanço do estado da liquidação, pres-tando conta dos atos praticados duranteo semestre, ou sempre que necessário;VII – confessar a falência da sociedade epedir concordata, de acordo com as for-malidades prescritas para o tipo de socie-dade liquidanda;VIII – finda a liquidação, apresentar aossócios o relatório da liquidação e as suascontas finais;IX – averbar a ata da reunião ou da assem-bléia, ou o instrumento firmado pelos sóci-os, que considerar encerrada a liquidação.Parágrafo único. Em todos os atos, docu-mentos ou publicações, o liquidante em-pregará a firma ou denominação socialsempre seguida da cláusula “em liquida-ção” e de sua assinatura individual, coma declaração de sua qualidade.

Art. 1.104. As obrigações e a responsabi-lidade do liquidante regem-se pelos pre-ceitos peculiares às dos administradoresda sociedade liquidanda.

Art. 1.105. Compete ao liquidante repre-sentar a sociedade e praticar todos os atos

Page 278: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

necessários à sua liquidação, inclusivealienar bens móveis ou imóveis, transigir,receber e dar quitação.Parágrafo único. Sem estar expressamen-te autorizado pelo contrato social, ou pelovoto da maioria dos sócios, não pode oliquidante gravar de ônus reais os móveise imóveis, contrair empréstimos, salvoquando indispensáveis ao pagamento deobrigações inadiáveis, nem prosseguir,embora para facilitar a liquidação, na ati-vidade social.

Art. 1.106. Respeitados os direitos doscredores preferenciais, pagará oliquidante as dívidas sociais proporci-onalmente, sem distinção entre vencidase vincendas, mas, em relação a estas,com desconto.Parágrafo único. Se o ativo for superiorao passivo, pode o liquidante, sob suaresponsabilidade pessoal, pagar integral-mente as dívidas vencidas.

Art. 1.107. Os sócios podem resolver, pormaioria de votos, antes de ultimada a li-quidação, mas depois de pagos os credo-res, que o liquidante faça rateios por an-tecipação da partilha, à medida em que seapurem os haveres sociais.

Art. 1.108. Pago o passivo e partilhado oremanescente, convocará o liquidanteassembléia dos sócios para a prestaçãofinal de contas.

Art. 1.109. Aprovadas as contas, encerra-se a liquidação, e a sociedade se extin-gue, ao ser averbada no registro próprio aata da assembléia.Parágrafo único. O dissidente tem o prazode trinta dias, a contar da publicação da

Page 279: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

ata, devidamente averbada, para promo-ver a ação que couber.Art. 1.110. Encerrada a liquidação, o cre-dor não satisfeito só terá direito a exi-gir dos sócios, individualmente, o pa-gamento do seu crédito, até o limite dasoma por eles recebida em partilha, e apropor contra o liquidante ação de per-das e danos.

Art. 1.111. No caso de liquidação judicial,será observado o disposto na lei proces-sual.

Art. 1.112. No curso de liquidação judici-al, o juiz convocará, se necessário, reu-nião ou assembléia para deliberar sobreos interesses da liquidação, e as presidi-rá, resolvendo sumariamente as questõessuscitadas.Parágrafo único. As atas das assembléiasserão, em cópia autêntica, apensadas aoprocesso judicial.

Capítulo X – Da Transformação, da In-corporação, da Fusão e da Cisão das So-ciedades

Art. 1.113. O ato de transformaçãoindepende de dissolução ou liquidaçãoda sociedade, e obedecerá aos precei-tos reguladores da constituição e ins-crição próprios do tipo em que vai con-verter-se.

Art. 1.114. A transformação depende doconsentimento de todos os sócios, salvose prevista no ato constitutivo, caso emque o dissidente poderá retirar-se da soci-edade, aplicando-se, no silêncio do esta-tuto ou do contrato social, o disposto noart. 1.031.

Page 280: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.115. A transformação não modifica-rá nem prejudicará, em qualquer caso, osdireitos dos credores.Parágrafo único. A falência da sociedadetransformada somente produzirá efeitosem relação aos sócios que, no tipo anteri-or, a eles estariam sujeitos, se o pediremos titulares de créditos anteriores à trans-formação, e somente a estes beneficiará.

Art. 1.116. Na incorporação, uma ou vári-as sociedades são absorvidas por outra,que lhes sucede em todos os direitos e obri-gações, devendo todas aprová-la, na for-ma estabelecida para os respectivos tipos.

Art. 1.117. A deliberação dos sócios dasociedade incorporada deverá aprovar asbases da operação e o projeto de reformado ato constitutivo.§ 1o A sociedade que houver de ser incor-porada tomará conhecimento desse ato,e, se o aprovar, autorizará os administra-dores a praticar o necessário à incorpora-ção, inclusive a subscrição em bens pelovalor da diferença que se verificar entre oativo e o passivo.§ 2o A deliberação dos sócios da socieda-de incorporadora compreenderá a nome-ação dos peritos para a avaliação dopatrimônio líquido da sociedade, que te-nha de ser incorporada.

Art. 1.118. Aprovados os atos da incor-poração, a incorporadora declarará extin-ta a incorporada, e promoverá a respecti-va averbação no registro próprio.

Art. 1.119. A fusão determina a extinçãodas sociedades que se unem, para formarsociedade nova, que a elas sucederá nosdireitos e obrigações.

Page 281: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.120. A fusão será decidida, na for-ma estabelecida para os respectivos ti-pos, pelas sociedades que pretendamunir-se.§ 1o Em reunião ou assembléia dos sóciosde cada sociedade, deliberada a fusão eaprovado o projeto do ato constitutivoda nova sociedade, bem como o plano dedistribuição do capital social, serão no-meados os peritos para a avaliação dopatrimônio da sociedade.§ 2o Apresentados os laudos, os adminis-tradores convocarão reunião ou assem-bléia dos sócios para tomar conhecimen-to deles, decidindo sobre a constituiçãodefinitiva da nova sociedade.§ 3o É vedado aos sócios votar o laudo deavaliação do patrimônio da sociedade deque façam parte.

Art. 1.121. Constituída a nova sociedade,aos administradores incumbe fazer inscre-ver, no registro próprio da sede, os atosrelativos à fusão.

Art. 1.122. Até noventa dias após publi-cados os atos relativos à incorporação,fusão ou cisão, o credor anterior, por elaprejudicado, poderá promover judicial-mente a anulação deles.§ 1o A consignação em pagamento preju-dicará a anulação pleiteada.§ 2o Sendo ilíquida a dívida, a sociedadepoderá garantir-lhe a execução, suspen-dendo-se o processo de anulação.§ 3o Ocorrendo, no prazo deste artigo, afalência da sociedade incorporadora, dasociedade nova ou da cindida, qualquercredor anterior terá direito a pedir a sepa-ração dos patrimônios, para o fim de se-rem os créditos pagos pelos bens das res-pectivas massas.

Page 282: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Capitulo XI – Da Sociedade Dependentede Autorização

Seção I – Disposições Gerais

Art. 1.123. A sociedade que dependa deautorização do Poder Executivo para fun-cionar reger-se-á por este título, sem pre-juízo do disposto em lei especial.Parágrafo único. A competência para aautorização será sempre do Poder Execu-tivo federal.

Art. 1.124. Na falta de prazo estipuladoem lei ou em ato do poder público, seráconsiderada caduca a autorização se asociedade não entrar em funcionamentonos doze meses seguintes à respectivapublicação.

Art. 1.125. Ao Poder Executivo é facul-tado, a qualquer tempo, cassar a auto-rização concedida a sociedade nacio-nal ou estrangeira que infringir dispo-sição de ordem pública ou praticar atoscontrários aos fins declarados no seuestatuto.

Seção II – Da Sociedade Nacional

Art. 1.126. É nacional a sociedade organi-zada de conformidade com a lei brasileirae que tenha no País a sede de sua admi-nistração.Parágrafo único. Quando a lei exigir quetodos ou alguns sócios sejam brasileiros,as ações da sociedade anônima revesti-rão, no silêncio da lei, a forma nominativa.Qualquer que seja o tipo da sociedade, nasua sede ficará arquivada cópia autênticado documento comprobatório da nacio-nalidade dos sócios.

Page 283: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.127. Não haverá mudança de nacio-nalidade de sociedade brasileira sem oconsentimento unânime dos sócios ouacionistas.

Art. 1.128. O requerimento de autorizaçãode sociedade nacional deve ser acompa-nhado de cópia do contrato, assinada portodos os sócios, ou, tratando-se de soci-edade anônima, de cópia, autenticada pe-los fundadores, dos documentos exigidospela lei especial.Parágrafo único. Se a sociedade tiver sidoconstituída por escritura pública, bastarájuntar-se ao requerimento a respectivacertidão.

Art. 1.129. Ao Poder Executivo é faculta-do exigir que se procedam a alterações ouaditamento no contrato ou no estatuto,devendo os sócios, ou, tratando-se desociedade anônima, os fundadores, cum-prir as formalidades legais para revisãodos atos constitutivos, e juntar ao pro-cesso prova regular.

Art. 1.130. Ao Poder Executivo é faculta-do recusar a autorização, se a sociedadenão atender às condições econômicas, fi-nanceiras ou jurídicas especificadas em lei.

Art. 1.131. Expedido o decreto de autori-zação, cumprirá à sociedade publicar osatos referidos nos arts. 1.128 e 1.129, emtrinta dias, no órgão oficial da União, cujoexemplar representará prova para inscri-ção, no registro próprio, dos atosconstitutivos da sociedade.Parágrafo único. A sociedade promoverá,também no órgão oficial da União e noprazo de trinta dias, a publicação do ter-mo de inscrição.

Page 284: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.132. As sociedades anônimas naci-onais, que dependam de autorização doPoder Executivo para funcionar, não seconstituirão sem obtê-la, quando seusfundadores pretenderem recorrer a subs-crição pública para a formação do capital.§ 1o Os fundadores deverão juntar ao re-querimento cópias autênticas do projetodo estatuto e do prospecto.§ 2o Obtida a autorização e constituída asociedade, proceder-se-á à inscrição dosseus atos constitutivos.

Art. 1.133. Dependem de aprovação asmodificações do contrato ou do estatutode sociedade sujeita a autorização do Po-der Executivo, salvo se decorrerem deaumento do capital social, em virtude deutilização de reservas ou reavaliação doativo.

Seção III – Da Sociedade Estrangeira

Art. 1.134. A sociedade estrangeira, qual-quer que seja o seu objeto, não pode, semautorização do Poder Executivo, funcio-nar no País, ainda que por estabelecimen-tos subordinados, podendo, todavia,ressalvados os casos expressos em lei, seracionista de sociedade anônima brasileira.§ 1o Ao requerimento de autorização de-vem juntar-se:I – prova de se achar a sociedade consti-tuída conforme a lei de seu país;II – inteiro teor do contrato ou do estatu-to;III – relação dos membros de todos osórgãos da administração da sociedade,com nome, nacionalidade, profissão, do-micílio e, salvo quanto a ações ao porta-dor, o valor da participação de cada umno capital da sociedade;

Page 285: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

IV – cópia do ato que autorizou o funcio-namento no Brasil e fixou o capital desti-nado às operações no território nacional;V – prova de nomeação do representanteno Brasil, com poderes expressos paraaceitar as condições exigidas para a auto-rização;VI – último balanço.§ 2o Os documentos serão autenticados,de conformidade com a lei nacional dasociedade requerente, legalizados no con-sulado brasileiro da respectiva sede e acom-panhados de tradução em vernáculo.

Art. 1.135. É facultado ao Poder Executi-vo, para conceder a autorização, estabe-lecer condições convenientes à defesa dosinteresses nacionais.Parágrafo único. Aceitas as condições,expedirá o Poder Executivo decreto deautorização, do qual constará o montantede capital destinado às operações no País,cabendo à sociedade promover a publi-cação dos atos referidos no art. 1.131 e no§ 1o do art. 1.134.

Art. 1.136. A sociedade autorizada nãopode iniciar sua atividade antes de inscri-ta no registro próprio do lugar em que sedeva estabelecer.§ 1o O requerimento de inscrição será ins-truído com exemplar da publicação exigidano parágrafo único do artigo anteceden-te, acompanhado de documento do de-pósito em dinheiro, em estabelecimentobancário oficial, do capital ali menciona-do.§ 2o Arquivados esses documentos, a ins-crição será feita por termo em livro espe-cial para as sociedades estrangeiras, comnúmero de ordem contínuo para todas associedades inscritas; no termo constarão:

Page 286: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

I – nome, objeto, duração e sede da soci-edade no estrangeiro;II – lugar da sucursal, filial ou agência, noPaís;III – data e número do decreto de autori-zação;IV – capital destinado às operações noPaís;V – individuação do seu representantepermanente.§ 3o Inscrita a sociedade, promover-se-á apublicação determinada no parágrafo úni-co do art. 1.131.

Art. 1.137. A sociedade estrangeira auto-rizada a funcionar ficará sujeita às leis eaos tribunais brasileiros, quanto aos atosou operações praticados no Brasil.Parágrafo único. A sociedade estrangeirafuncionará no território nacional com onome que tiver em seu país de origem,podendo acrescentar as palavras “do Bra-sil” ou “para o Brasil”.

Art. 1.138. A sociedade estrangeira auto-rizada a funcionar é obrigada a ter, perma-nentemente, representante no Brasil, compoderes para resolver quaisquer questõese receber citação judicial pela sociedade.Parágrafo único. O representante somen-te pode agir perante terceiros depois dearquivado e averbado o instrumento desua nomeação.

Art. 1.139. Qualquer modificação no con-trato ou no estatuto dependerá da apro-vação do Poder Executivo, para produzirefeitos no território nacional.

Art. 1.140. A sociedade estrangeira deve,sob pena de lhe ser cassada a autoriza-ção, reproduzir no órgão oficial da União,

Page 287: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

e do Estado, se for o caso, as publicaçõesque, segundo a sua lei nacional, seja obri-gada a fazer relativamente ao balançopatrimonial e ao de resultado econômico,bem como aos atos de sua administração.Parágrafo único. Sob pena, também, delhe ser cassada a autorização, a socieda-de estrangeira deverá publicar o balançopatrimonial e o de resultado econômicodas sucursais, filiais ou agências existen-tes no País.

Art. 1.141. Mediante autorização do Po-der Executivo, a sociedade estrangeiraadmitida a funcionar no País pode nacio-nalizar-se, transferindo sua sede para oBrasil.§ 1o Para o fim previsto neste artigo, de-verá a sociedade, por seus representan-tes, oferecer, com o requerimento, os do-cumentos exigidos no art. 1.134, e ainda aprova da realização do capital, pela formadeclarada no contrato, ou no estatuto, edo ato em que foi deliberada a nacionali-zação.§ 2o O Poder Executivo poderá impor ascondições que julgar convenientes à de-fesa dos interesses nacionais.§ 3o Aceitas as condições pelo represen-tante, proceder-se-á, após a expedição dodecreto de autorização, à inscrição da so-ciedade e publicação do respectivo ter-mo.

Título III – Do Estabelecimento

Capítulo Único – Disposições Gerais

Art. 1.142. Considera-se estabelecimentotodo complexo de bens organizado, paraexercício da empresa, por empresário, oupor sociedade empresária.

Page 288: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.143. Pode o estabelecimento serobjeto unitário de direitos e de negóciosjurídicos, translativos ou constitutivos,que sejam compatíveis com a sua nature-za.

Art. 1.144. O contrato que tenha por obje-to a alienação, o usufruto ou arrendamen-to do estabelecimento, só produzirá efei-tos quanto a terceiros depois de averbadoà margem da inscrição do empresário, ouda sociedade empresária, no Registro Pú-blico de Empresas Mercantis, e de publi-cado na imprensa oficial.

Art. 1.145. Se ao alienante não restarembens suficientes para solver o seu passi-vo, a eficácia da alienação do estabeleci-mento depende do pagamento de todosos credores, ou do consentimento des-tes, de modo expresso ou tácito, em trintadias a partir de sua notificação.

Art. 1.146. O adquirente do estabelecimen-to responde pelo pagamento dos débitosanteriores à transferência, desde que re-gularmente contabilizados, continuandoo devedor primitivo solidariamente obri-gado pelo prazo de um ano, a partir, quan-to aos créditos vencidos, da publicação,e, quanto aos outros, da data do venci-mento.

Art. 1.147. Não havendo autorização ex-pressa, o alienante do estabelecimentonão pode fazer concorrência aoadquirente, nos cinco anos subseqüen-tes à transferência.Parágrafo único. No caso de arrendamen-to ou usufruto do estabelecimento, a proi-bição prevista neste artigo persistirá du-rante o prazo do contrato.

Page 289: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.148. Salvo disposição em contrário,a transferência importa a sub-rogação doadquirente nos contratos estipulados paraexploração do estabelecimento, se não ti-verem caráter pessoal, podendo os ter-ceiros rescindir o contrato em noventadias a contar da publicação da transfe-rência, se ocorrer justa causa, ressalvada,neste caso, a responsabilidade doalienante.

Art. 1.149. A cessão dos créditos referen-tes ao estabelecimento transferido produ-zirá efeito em relação aos respectivos de-vedores, desde o momento da publicaçãoda transferência, mas o devedor ficará exo-nerado se de boa-fé pagar ao cedente.

Título IV – Dos Institutos Complementa-res

Capítulo I – Do Registro

Art. 1.150. O empresário e a sociedadeempresária vinculam-se ao Registro Pú-blico de Empresas Mercantis a cargo dasJuntas Comerciais, e a sociedade simplesao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, oqual deverá obedecer às normas fixadaspara aquele registro, se a sociedade sim-ples adotar um dos tipos de sociedadeempresária.

Art. 1.151. O registro dos atos sujeitos àformalidade exigida no artigo anteceden-te será requerido pela pessoa obrigada emlei, e, no caso de omissão ou demora, pelosócio ou qualquer interessado.§ 1o Os documentos necessários ao re-gistro deverão ser apresentados no prazode trinta dias, contado da lavratura dosatos respectivos.

Page 290: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

§ 2o Requerido além do prazo previstoneste artigo, o registro somente produzi-rá efeito a partir da data de sua conces-são.§ 3o As pessoas obrigadas a requerer oregistro responderão por perdas e danos,em caso de omissão ou demora.

Art. 1.152. Cabe ao órgão incumbido doregistro verificar a regularidade das pu-blicações determinadas em lei, de acordocom o disposto nos parágrafos deste arti-go.§ 1o Salvo exceção expressa, as publica-ções ordenadas neste Livro serão feitasno órgão oficial da União ou do Estado,conforme o local da sede do empresárioou da sociedade, e em jornal de grandecirculação.§ 2o As publicações das sociedades es-trangeiras serão feitas nos órgãos ofici-ais da União e do Estado onde tiveremsucursais, filiais ou agências.§ 3o O anúncio de convocação da assem-bléia de sócios será publicado por trêsvezes, ao menos, devendo mediar, entre adata da primeira inserção e a da realizaçãoda assembléia, o prazo mínimo de oitodias, para a primeira convocação, e de cin-co dias, para as posteriores.

Art. 1.153. Cumpre à autoridade compe-tente, antes de efetivar o registro, verifi-car a autenticidade e a legitimidade do sig-natário do requerimento, bem como fisca-lizar a observância das prescrições legaisconcernentes ao ato ou aos documentosapresentados.Parágrafo único. Das irregularidades en-contradas deve ser notificado o requeren-te, que, se for o caso, poderá saná-las,obedecendo às formalidades da lei.

Page 291: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.154. O ato sujeito a registro, ressal-vadas disposições especiais da lei, nãopode, antes do cumprimento das respec-tivas formalidades, ser oposto a terceiro,salvo prova de que este o conhecia.Parágrafo único. O terceiro não pode ale-gar ignorância, desde que cumpridas asreferidas formalidades.

Capítulo II – Do Nome Empresarial

Art. 1.155. Considera-se nome empresari-al a firma ou a denominação adotada, deconformidade com este Capítulo, para oexercício de empresa.Parágrafo único. Equipara-se ao nomeempresarial, para os efeitos da proteçãoda lei, a denominação das sociedades sim-ples, associações e fundações.

Art. 1.156. O empresário opera sob firmaconstituída por seu nome, completo ouabreviado, aditando-lhe, se quiser, desig-nação mais precisa da sua pessoa ou dogênero de atividade.

Art. 1.157. A sociedade em que houver sóci-os de responsabilidade ilimitada operará sobfirma, na qual somente os nomes daquelespoderão figurar, bastando para formá-laaditar ao nome de um deles a expressão “ecompanhia” ou sua abreviatura.Parágrafo único. Ficam solidária e ilimita-damente responsáveis pelas obrigaçõescontraídas sob a firma social aqueles que,por seus nomes, figurarem na firma dasociedade de que trata este artigo.

Art. 1.158. Pode a sociedade limitada ado-tar firma ou denominação, integradas pelapalavra final “limitada” ou a sua abrevia-tura.

Page 292: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

§ 1o A firma será composta com o nome deum ou mais sócios, desde que pessoas físi-cas, de modo indicativo da relação social.§ 2o A denominação deve designar o ob-jeto da sociedade, sendo permitido nelafigurar o nome de um ou mais sócios.§ 3o A omissão da palavra “limitada” de-termina a responsabilidade solidária e ili-mitada dos administradores que assimempregarem a firma ou a denominação dasociedade.

Art. 1.159. A sociedade cooperativa fun-ciona sob denominação integrada pelovocábulo “cooperativa”.

Art. 1.160. A sociedade anônima opera sobdenominação designativa do objeto soci-al, integrada pelas expressões “socieda-de anônima” ou “companhia”, por exten-so ou abreviadamente.Parágrafo único. Pode constar da deno-minação o nome do fundador, acionista,ou pessoa que haja concorrido para obom êxito da formação da empresa.

Art. 1.161. A sociedade em comandita porações pode, em lugar de firma, adotar de-nominação designativa do objeto social,aditada da expressão “comandita porações”.

Art. 1.162. A sociedade em conta de partici-pação não pode ter firma ou denominação.

Art. 1.163. O nome de empresário devedistinguir-se de qualquer outro já inscritono mesmo registro.Parágrafo único. Se o empresário tivernome idêntico ao de outros já inscritos,deverá acrescentar designação que o dis-tinga.

Page 293: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.164. O nome empresarial não podeser objeto de alienação.Parágrafo único. O adquirente de estabe-lecimento, por ato entre vivos, pode, se ocontrato o permitir, usar o nome doalienante, precedido do seu próprio, coma qualificação de sucessor.

Art. 1.165. O nome de sócio que vier afalecer, for excluído ou se retirar, não podeser conservado na firma social.

Art. 1.166. A inscrição do empresário, oudos atos constitutivos das pessoas jurídi-cas, ou as respectivas averbações, no re-gistro próprio, asseguram o uso exclusivodo nome nos limites do respectivo Estado.Parágrafo único. O uso previsto neste arti-go estender-se-á a todo o território nacio-nal, se registrado na forma da lei especial.

Art. 1.167. Cabe ao prejudicado, a qual-quer tempo, ação para anular a inscriçãodo nome empresarial feita com violaçãoda lei ou do contrato.

Art. 1.168. A inscrição do nome empresa-rial será cancelada, a requerimento de qual-quer interessado, quando cessar o exercí-cio da atividade para que foi adotado, ouquando ultimar-se a liquidação da socie-dade que o inscreveu.

Capítulo III – Dos Prepostos

Seção I – Disposições Gerais

Art. 1.169. O preposto não pode, sem auto-rização escrita, fazer-se substituir no desem-penho da preposição, sob pena de respon-der pessoalmente pelos atos do substitutoe pelas obrigações por ele contraídas.

Page 294: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.170. O preposto, salvo autorizaçãoexpressa, não pode negociar por contaprópria ou de terceiro, nem participar, em-bora indiretamente, de operação do mes-mo gênero da que lhe foi cometida, sobpena de responder por perdas e danos ede serem retidos pelo preponente os lu-cros da operação.

Art. 1.171. Considera-se perfeita a entre-ga de papéis, bens ou valores aopreposto, encarregado pelo preponente,se os recebeu sem protesto, salvo noscasos em que haja prazo para reclamação.

Seção II – Do Gerente

Art. 1.172. Considera-se gerente opreposto permanente no exercício da em-presa, na sede desta, ou em sucursal, filialou agência.

Art. 1.173. Quando a lei não exigir pode-res especiais, considera-se o gerente au-torizado a praticar todos os atos necessá-rios ao exercício dos poderes que lhe fo-ram outorgados.Parágrafo único. Na falta de estipula-ção diversa, consideram-se solidáriosos poderes conferidos a dois ou maisgerentes.

Art. 1.174. As limitações contidas na ou-torga de poderes, para serem opostas aterceiros, dependem do arquivamento eaverbação do instrumento no RegistroPúblico de Empresas Mercantis, salvo seprovado serem conhecidas da pessoa quetratou com o gerente.Parágrafo único. Para o mesmo efeito ecom idêntica ressalva, deve a modifica-ção ou revogação do mandato ser arqui-

Page 295: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

vada e averbada no Registro Público deEmpresas Mercantis.

Art. 1.175. O preponente responde como gerente pelos atos que este pratiqueem seu próprio nome, mas à conta da-quele.

Art. 1.176. O gerente pode estar em juízoem nome do preponente, pelas obriga-ções resultantes do exercício da suafunção.

Seção III – Do Contabilista e outros Auxi-liares

Art. 1.177. Os assentos lançados nos li-vros ou fichas do preponente, por qual-quer dos prepostos encarregados de suaescrituração, produzem, salvo se houverprocedido de má-fé, os mesmos efeitoscomo se o fossem por aquele.Parágrafo único. No exercício de suas fun-ções, os prepostos são pessoalmente res-ponsáveis, perante os preponentes, pe-los atos culposos; e, perante terceiros, so-lidariamente com o preponente, pelos atosdolosos.

Art. 1.178. Os preponentes são responsá-veis pelos atos de quaisquer prepostos,praticados nos seus estabelecimentos erelativos à atividade da empresa, aindaque não autorizados por escrito.Parágrafo único. Quando tais atos forempraticados fora do estabelecimento, so-mente obrigarão o preponente nos limitesdos poderes conferidos por escrito, cujoinstrumento pode ser suprido pela certi-dão ou cópia autêntica do seu teor.

Capítulo IV – Da Escrituração

Page 296: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.179. O empresário e a sociedadeempresária são obrigados a seguir um sis-tema de contabilidade, mecanizado ounão, com base na escrituração uniformede seus livros, em correspondência com adocumentação respectiva, e a levantaranualmente o balanço patrimonial e o deresultado econômico.§ 1o Salvo o disposto no art. 1.180, o nú-mero e a espécie de livros ficam a critériodos interessados.§ 2o É dispensado das exigências desteartigo o pequeno empresário a que se re-fere o art. 970.

Art. 1.180. Além dos demais livros exigi-dos por lei, é indispensável o Diário, quepode ser substituído por fichas no caso deescrituração mecanizada ou eletrônica.Parágrafo único. A adoção de fichas nãodispensa o uso de livro apropriado para olançamento do balanço patrimonial e dode resultado econômico.

Art. 1.181. Salvo disposição especial delei, os livros obrigatórios e, se for o caso,as fichas, antes de postos em uso, devemser autenticados no Registro Público deEmpresas Mercantis.Parágrafo único. A autenticação não sefará sem que esteja inscrito o empresário,ou a sociedade empresária, que poderáfazer autenticar livros não obrigatórios.

Art. 1.182. Sem prejuízo do disposto noart. 1.174, a escrituração ficará sob a res-ponsabilidade de contabilista legalmentehabilitado, salvo se nenhum houver nalocalidade.

Art. 1.183. A escrituração será feita em idi-oma e moeda corrente nacionais e em for-

Page 297: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

ma contábil, por ordem cronológica de dia,mês e ano, sem intervalos em branco, nementrelinhas, borrões, rasuras, emendas outransportes para as margens.Parágrafo único. É permitido o uso de có-digo de números ou de abreviaturas, queconstem de livro próprio, regularmenteautenticado.

Art. 1.184. No Diário serão lançadas, comindividuação, clareza e caracterização dodocumento respectivo, dia a dia, por es-crita direta ou reprodução, todas as ope-rações relativas ao exercício da empresa.§ 1o Admite-se a escrituração resumida doDiário, com totais que não excedam o pe-ríodo de trinta dias, relativamente a con-tas cujas operações sejam numerosas ourealizadas fora da sede do estabelecimen-to, desde que utilizados livros auxiliaresregularmente autenticados, para registroindividualizado, e conservados os docu-mentos que permitam a sua perfeita verifi-cação.§ 2o Serão lançados no Diário o balançopatrimonial e o de resultado econômico,devendo ambos ser assinados por técni-co em Ciências Contábeis legalmente ha-bilitado e pelo empresário ou sociedadeempresária.

Art. 1.185. O empresário ou sociedadeempresária que adotar o sistema de fi-chas de lançamentos poderá substituiro livro Diário pelo livro Balancetes Diá-rios e Balanços, observadas as mesmasformalidades extrínsecas exigidas paraaquele.

Art. 1.186. O livro Balancetes Diários eBalanços será escriturado de modo queregistre:

Page 298: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

I – a posição diária de cada uma das con-tas ou títulos contábeis, pelo respectivosaldo, em forma de balancetes diários;II – o balanço patrimonial e o de resultadoeconômico, no encerramento do exercício.

Art. 1.187. Na coleta dos elementos parao inventário serão observados os critéri-os de avaliação a seguir determinados:I – os bens destinados à exploração daatividade serão avaliados pelo custo deaquisição, devendo, na avaliação dos quese desgastam ou depreciam com o uso,pela ação do tempo ou outros fatores, aten-der-se à desvalorização respectiva, crian-do-se fundos de amortização para asse-gurar-lhes a substituição ou a conserva-ção do valor;II – os valores mobiliários, matéria-prima,bens destinados à alienação, ou que cons-tituem produtos ou artigos da indústriaou comércio da empresa, podem ser esti-mados pelo custo de aquisição ou de fa-bricação, ou pelo preço corrente, sempreque este for inferior ao preço de custo, equando o preço corrente ou venal estiveracima do valor do custo de aquisição, oufabricação, e os bens forem avaliados pelopreço corrente, a diferença entre este e opreço de custo não será levada em contapara a distribuição de lucros, nem para aspercentagens referentes a fundos de re-serva;III – o valor das ações e dos títulos derenda fixa pode ser determinado com basena respectiva cotação da Bolsa de Valo-res; os não cotados e as participações nãoacionárias serão considerados pelo seuvalor de aquisição;IV – os créditos serão considerados deconformidade com o presumível valor derealização, não se levando em conta os

Page 299: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

prescritos ou de difícil liqüidação, salvose houver, quanto aos últimos, previsãoequivalente.Parágrafo único. Entre os valores do ati-vo podem figurar, desde que se preceda,anualmente, à sua amortização:I – as despesas de instalação da socieda-de, até o limite correspondente a dez porcento do capital social;II – os juros pagos aos acionistas da so-ciedade anônima, no período anteceden-te ao início das operações sociais, à taxanão superior a doze por cento ao ano, fi-xada no estatuto;III – a quantia efetivamente paga a títulode aviamento de estabelecimento adqui-rido pelo empresário ou sociedade.

Art. 1.188. O balanço patrimonial deveráexprimir, com fidelidade e clareza, a situa-ção real da empresa e, atendidas as pecu-liaridades desta, bem como as disposiçõesdas leis especiais, indicará, distintamen-te, o ativo e o passivo.Parágrafo único. Lei especial disporá so-bre as informações que acompanharão obalanço patrimonial, em caso de socieda-des coligadas.

Art. 1.189. O balanço de resultado econô-mico, ou demonstração da conta de lu-cros e perdas, acompanhará o balançopatrimonial e dele constarão crédito e dé-bito, na forma da lei especial.

Art. 1.190. Ressalvados os casos previs-tos em lei, nenhuma autoridade, juiz outribunal, sob qualquer pretexto, poderáfazer ou ordenar diligência para verificarse o empresário ou a sociedade empresá-ria observam, ou não, em seus livros efichas, as formalidades prescritas em lei.

Page 300: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.191. O juiz só poderá autorizar a exi-bição integral dos livros e papéis de es-crituração quando necessária para resol-ver questões relativas a sucessão, comu-nhão ou sociedade, administração ou ges-tão à conta de outrem, ou em caso de fa-lência.§ 1o O juiz ou tribunal que conhecer demedida cautelar ou de ação pode, a re-querimento ou de ofício, ordenar que oslivros de qualquer das partes, ou deambas, sejam examinados na presença doempresário ou da sociedade empresária aque pertencerem, ou de pessoas por es-tes nomeadas, para deles se extrair o queinteressar à questão.§ 2o Achando-se os livros em outra juris-dição, nela se fará o exame, perante o res-pectivo juiz.

Art. 1.192. Recusada a apresentação doslivros, nos casos do artigo antecedente,serão apreendidos judicialmente e, no doseu § 1o, ter-se-á como verdadeiro o ale-gado pela parte contrária para se provarpelos livros.Parágrafo único. A confissão resultanteda recusa pode ser elidida por prova do-cumental em contrário.

Art. 1.193. As restrições estabelecidasneste Capítulo ao exame da escrituração,em parte ou por inteiro, não se aplicam àsautoridades fazendárias, no exercício dafiscalização do pagamento de impostos,nos termos estritos das respectivas leisespeciais.

Art. 1.194. O empresário e a sociedadeempresária são obrigados a conservar emboa guarda toda a escrituração, corres-pondência e mais papéis concernentes à

Page 301: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Livro II – Do Direito das Coisas

Título I – Da Posse

Capítulo I – Da Posse e sua Classificação

Art. 485. Considera-se possuidor todoaquele que tem de fato o exercício, pleno,ou não, de algum dos poderes inerentesao domínio, ou propriedade.

Art. 486. Quando, por força de obriga-ção, ou direito, em casos como o usu-frutuário, do credor pignoratício, dolocatário, se exerce temporariamente aposse direta, não anula esta às pesso-as, de quem eles a houverem, a posseindireta.

Art. 487. Não é possuidor aquele que,achando-se em relação de dependênciapara com outro, conserva a posse em nomedeste e em cumprimento de ordens ou ins-truções suas.

Art. 488. Se duas ou mais pessoas possu-írem coisa indivisa, ou estiverem no gozo

sua atividade, enquanto não ocorrer pres-crição ou decadência no tocante aos atosneles consignados.

Art. 1.195. As disposições deste Capítuloaplicam-se às sucursais, filiais ou agênci-as, no Brasil, do empresário ou sociedadecom sede em país estrangeiro.

Livro III – Do Direito das Coisas

Título I – Da Posse

Capítulo I – Da Posse e sua Classificação

Art. 1.196. Considera-se possuidor todoaquele que tem de fato o exercício, plenoou não, de algum dos poderes inerentes àpropriedade.

Art. 1.197. A posse direta, de pessoaque tem a coisa em seu poder, tempora-riamente, em virtude de direito pessoal,ou real, não anula a indireta, de quemaquela foi havida, podendo o possui-dor direto defender a sua posse contrao indireto.

Art. 1.198. Considera-se detentor aqueleque, achando-se em relação de dependên-cia para com outro, conserva a posse emnome deste e em cumprimento de ordensou instruções suas.

Parágrafo único. Aquele que começou acomportar-se do modo como prescreveeste artigo, em relação ao bem e à outrapessoa, presume-se detentor, até que pro-ve o contrário.

Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas pos-suírem coisa indivisa, poderá cada uma

Page 302: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

do mesmo direito, poderá cada uma exer-cer sobre o objeto comum atospossessórios, contanto que não excluamos dos outros compossuidores.

Art. 489. É injusta a posse que não forviolenta, clandestina ou precária.

Art. 490. É de boa-fé a posse, se o possui-dor ignora o vício, ou o obstáculo que lheimpede a aquisição da coisa, ou do direi-to, possuído.

Parágrafo único. O possuidor com justo tí-tulo tem por si a presunção de boa-fé, sal-vo prova em contra´rio, ou quando a leiexpressamente não admita esta presunção.

Art. 491. A posse de boa-fé só perde estecaráter no caso e desde o momento emque as circunstâncias façam presumir queo possuidor não ignora que possuiindevidamente.

Art. 492. Salvo prova em contrário, enten-de-se manter a posse o mesmo caráter, comque foi adquirida.

Capítulo II – Da Aquisição da Posse

Art. 493. Adquire-se a posse:I – pela apreensão da coisa, ou pelo exer-cício do direito;II – pelo fato de se dispor da coisa, ou dodireito;III – por qualquer dos modos de aquisi-ção em geral.Parágrafo único. É aplicável à aquisiçãoda posse o disposto neste Código, arti-gos 81 a 85.

Art. 494. A posse pode ser adquirida:

exercer sobre ela atos possessórios,contanto que não excluam os dos outroscompossuidores.

Art. 1.200. É justa a posse que não forviolenta, clandestina ou precária.

Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o pos-suidor ignora o vício, ou o obstáculo queimpede a aquisição da coisa.

Parágrafo único. O possuidor com justo tí-tulo tem por si a presunção de boa-fé, sal-vo prova em contrário, ou quando a lei ex-pressamente não admite esta presunção.

Art. 1.202. A posse de boa-fé só perdeeste caráter no caso e desde o momentoem que as circunstâncias façam presumirque o possuidor não ignora que possuiindevidamente.

Art. 1.203. Salvo prova em contrário, en-tende-se manter a posse o mesmo carátercom que foi adquirida.

Capítulo II – Da Aquisição da Posse

Art. 1.204. Adquire-se a posse desde omomento em que se torna possível o exer-cício, em nome próprio, de qualquer dospoderes inerentes à propriedade.

Art. 1.205. A posse pode ser adquirida:

Page 303: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

I – pela própria pessoa que a pretende;II – por seu representante, ou procurador;III – por terceiro sem mandato, dependen-do de ratificação;IV – pelo constituto possessório.

Art. 495. A posse transmite-se com osmesmos caracteres aos herdeiros e lega-tários do possuidor.

Art. 496. O sucessor universal continua dedireito a posse do seu antecessor; e ao su-cessor singular é facultado unir sua posseà do antecessor, para os efeitos legais.

Art. 497. Não induzem posse os atos demera permissão ou tolerância, assim comonão autorizam a sua aquisição os atos vio-lentos, ou clandestinos, senão depois decessar a violência, ou a clandestinidade.

Art. 498. A posse do imóvel faz presumir,até prova contrária, a dos móveis e obje-tos que nele estiverem.

Capítulo III – Dos Efeitos da Posse

Art. 499. O possuidor tem direito a sermantido na posse, em caso de turbação, erestituído, no de esbulho.Art. 501. O possuidor, que tenha justo re-ceio de ser molestado na posse, poderáimpetrar ao juiz que o segure da violênciaiminente, cominando pena a quem lhetransgredir o preceito.

Art. 502. O possuidor turbado, ouesbulhado, poderá manter-se, ou restituir-se por sua própria força, contanto que ofaça logo.Parágrafo único. Os atos de defesa, oude desforço, não podem ir além do in-

I – pela própria pessoa que a pretende oupor seu representante;II – por terceiro sem mandato, dependen-do de ratificação.

Art. 1.206. A posse transmite-se aos her-deiros ou legatários do possuidor com osmesmos caracteres.

Art. 1.207. O sucessor universal continuade direito a posse do seu antecessor; e aosucessor singular é facultado unir sua pos-se à do antecessor, para os efeitos legais.

Art. 1.208. Não induzem posse os atos demera permissão ou tolerância assim comonão autorizam a sua aquisição os atos vio-lentos, ou clandestinos, senão depois decessar a violência ou a clandestinidade.

Art. 1.209. A posse do imóvel faz presu-mir, até prova contrária, a das coisas mó-veis que nele estiverem.

Capítulo III – Dos Efeitos da Posse

Art. 1.210. O possuidor tem direito a sermantido na posse em caso de turbação,restituído no de esbulho, e segurado deviolência iminente, se tiver justo receiode ser molestado.

§ 1o O possuidor turbado, ou esbulhado,poderá manter-se ou restituir-se por suaprópria força, contanto que o faça logo;os atos de defesa, ou de desforço, nãopodem ir além do indispensável à manu-tenção, ou restituição da posse.

Page 304: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

dispensável à manutenção ou restitui-ção da posse.

Art. 505. Não obsta à manutenção, ou rein-tegração na posse, a alegação de domí-nio, ou de outro direito sobre a coisa. Nãose deve, entretanto, julgar a posse em fa-vor daquele a quem evidentemente nãopertencer o domínio.

Art. 500. Quando mais de uma pessoa sedisser possuidora, manter-se-á provisori-amente a que detiver a coisa, não sendomanifesto que a obteve de alguma dasoutras por modo vicioso.

Art. 503. O possuidor manutenido, ou re-integrado, na posse, tem direito à indeni-zação dos prejuízos sofridos, operando-se a reintegração à custa do esbulhador,no mesmo lugar do esbulho.

Art. 504. O possuidor pode intentar açãode esbulho, ou a de indenização, contra oterceiro, que recebeu a coisa esbulhada,sabendo que o era.

Art. 506. Quando o possuidor tiver sidoesbulhado, será reintegrado na posse,desde que o requeira, sem ser ouvido oautor do esbulho antes da reintegração.

Art. 507. Na posse de menos de ano edia, nenhum possuidor serámanutenido, ou reintegrado judicial-mente, senão contra os que tiveremmelhor posse.Parágrafo único. Entende-se melhor aposse que se fundar em justo título; nafalta de título, ou sendo os títulosiguais, a mais antiga; se da mesma data,a posse atual. Mas, se todas forem du-

§ 2o Não obsta à manutenção ou reinte-gração na posse a alegação de proprieda-de, ou de outro direito sobre a coisa.

Art. 1.211. Quando mais de uma pessoase disser possuidora, manter-se-á provi-soriamente a que tiver a coisa, se não es-tiver manifesto que a obteve de algumadas outras por modo vicioso.

Art. 1.212. O possuidor pode intentar aação de esbulho, ou a de indenização,contra o terceiro, que recebeu a coisaesbulhada sabendo que o era.

Page 305: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

vidosas, será sequestrada a coisa, en-quanto se não apurar a quem toque.

Art. 508. Se a posse for de mais de ano edia, o possuidor será mantido sumariamen-te, até ser convencido pelos meios ordi-nários.

Art. 509. O disposto nos artigos antece-dentes não se aplica às servidões contí-nuas não aparentes, nem às descontínuas,salvo quando os respectivos títulos pro-vierem do possuidor do prédio serviente,ou daqueles de quem este o ouve.

Art. 510. O possuidor de boa-fé tem direi-to, enquanto ela durar, aos frutos colhi-dos com antecipação.

Art. 511. Os frutos pendentes ao tempoem que cessar a boa-fé devem ser restitu-ídos, depois de deduzidas as despesasde produção e custeio. Devem ser tam-bém restituídos os frutos colhidos comantecipação.

Art. 512. Os frutos naturais e industriaisreputam-se colhidos e percebidos, logoque são separados. Os civis reputam-sepercebidos dia por dia.

Art. 513. O possuidor de má-fé respondepor todos os frutos colhidos e percebi-dos, bem como pelos que, por culpa sua,deixou de perceber, desde o momento emque se constituiu de má-fé, tem direito,porém, às despesas da produção e cus-teio.

Art. 514. O possuidor de boa-fé não res-ponde pela perda ou deterioração da coi-sa, a que não der causa.

Art. 1.213. O disposto nos artigos antece-dentes não se aplica às servidões nãoaparentes, salvo quando os respectivostítulos provierem do possuidor do prédioserviente, ou daqueles de quem este ohouve.

Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem di-reito, enquanto ela durar, aos frutos per-cebidos.

Parágrafo único. Os frutos pendentes aotempo em que cessar a boa-fé devem serrestituídos, depois de deduzidas as des-pesas da produção e custeio; devem sertambém restituídos os frutos colhidos comantecipação.

Art. 1.215. Os frutos naturais e industriaisreputam-se colhidos e percebidos, logoque são separados; os civis reputam-sepercebidos dia por dia.

Art. 1.216. O possuidor de má-fé respon-de por todos os frutos colhidos e perce-bidos, bem como pelos que, por culpa sua,deixou de perceber, desde o momento emque se constituiu de má-fé; tem direito àsdespesas da produção e custeio.

Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não res-ponde pela perda ou deterioração da coi-sa, a que não der causa.

Page 306: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 515. O possuidor de má-fé respondepela perda, ou deterioração da coisa, ain-da que acidentais, salvo se provar que domesmo modo se teriam dado, estando elana posse do reivindicante.

Art. 516. O possuidor de boa-fé tem direi-to à indenização das benfeitorias neces-sárias e úteis, bem como, quanto àsvoluptuárias, se não lhe forem pagas, aode levantá-las, quando o puder sem detri-mento da coisa. Pelo valor das benfeitoriasnecessárias e úteis, poderá exercer o di-reito de retenção.

Art. 517. Ao possuidor de má-fé serão res-sarcidas somente as benfeitorias neces-sárias; mas não lhe assiste o direito deretenção pela importância destas, nem ode levantar as voluptuárias.

Art. 518. As benfeitorias compensam-se comos danos, e só obrigam ao ressarcimento,se ao tempo da evicção ainda existirem.

Art. 519. O reivindicante obrigado a inde-nizar as benfeitorias tem direito de optarentre o seu valor atual e o seu custo.

Capítulo IV – Da Perda da Posse

Art. 520. Perde-se a posse das coisas:I – pelo abandono;II – pela tradição;III – pela perda, ou destruição delas, oupor serem postas fora do comércio;IV – pela posse de outrem, ainda contra avontade do possuidor, se este não foimanutenido, ou reintegrado em tempocompetente;

Art. 1.218. O possuidor de má-fé respon-de pela perda, ou deterioração da coisa,ainda que acidentais, salvo se provar quede igual modo se teriam dado, estando elana posse do reivindicante.

Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem di-reito à indenização das benfeitorias ne-cessárias e úteis, bem como, quanto àsvoluptuárias, se não lhe forem pagas, alevantá-las, quando o puder sem detrimen-to da coisa, e poderá exercer o direito deretenção pelo valor das benfeitorias ne-cessárias e úteis.

Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serãoressarcidas somente as benfeitorias ne-cessárias; não lhe assiste o direito de re-tenção pela importância destas, nem o delevantar as voluptuárias.

Art. 1.221. As benfeitorias compensam-secom os danos, e só obrigam ao ressarcimen-to se ao tempo da evicção ainda existirem.

Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a in-denizar as benfeitorias ao possuidor demá-fé, tem o direito de optar entre o seuvalor atual e o seu custo; ao possuidor deboa-fé indenizará pelo valor atual.

Capítulo IV – Da Perda da Posse

Art. 1.223. Perde-se a posse quando ces-sa, embora contra a vontade do possui-dor, o poder sobre o bem, ao qual se refe-re o art. 1.196.

Page 307: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

V – pelo constituto possessório.Parágrafo único. Perde-se a posse dosdireitos, em se tornando impossívelexercê-los, ou não se exercendo por tem-po, que baste para prescreverem.

Art. 521. Aquele que tiver perdido, ou aquem houverem sido furtados, coisa mó-vel, ou título ao portador, pode reavê-los dapessoa que os detiver, salvo a esta o direitoregressivo contra quem lhos transferiu.Parágrafo único. Sendo o objeto compra-do em leilão público, feira ou mercado, odono, que pretender a restituição, é obri-gado a pagar ao possuidor o preço porque o comprou.

Art. 522. Só se considera perdida a possepara o ausente, quando, tendo notícia daocupação, se abstém de retomar a coisa,ou, tentando recuperá-la, é violentamen-te repelido.

Capítulo V – Da Proteção Possessória

Art. 523. As ações de manutenção eesbulho serão sumárias, quando intenta-das dentro em ano e dia da turbação ouesbulho; e, passado esse prazo, ordinári-as, não perdendo, contudo, o caráterpossessório.

Título III – Dos Direitos Reais sobre Coi-sas Alheias

Capítulo I – Disposições Gerais

Art. 674. São direitos reais, além da pro-priedade:I – a enfiteuse;II – as servidões;III – usufruto;

Art. 1.224. Só se considera perdida a pos-se para quem não presenciou o esbulho,quando, tendo notícia dele, se abstém deretornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido.

Título II – Dos Direitos Reais

Capítulo Único – Disposições Gerais

Art. 1.225. São direitos reais:I – a propriedade;II – a superfície;III – as servidões;IV – o usufruto;

Page 308: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

IV – o uso;V – a habitação;VI – as rendas expressamente constituí-das sobre imóveis;VII – o penhor;VIII – a anticrese;IX – a hipoteca.

Art. 675. Os direitos reais sobre coisasmóveis, quando constituídos, ou trans-mitidos por atos entre vivos, só se adqui-rem com a tradição.

Art. 676. Os direitos reais sobre imóveisconstituídos ou transmitidos por atosentre vivos só se adquirem depois datranscrição, ou da inscrição, no registrode imóveis, dos referidos títulos, salvo oscasos expressos nesse Código.

Art. 677. Os direitos reais passam com oimóvel para o domínio do adquirente.Parágrafo único. O ônus dos impostos so-bre prédios transmite-se aos adquirentes,salvo constando da escritura as certidõesdo recebimento, pelo fisco, dos impostosdevidos e, em caso de venda em praça, atéo equivalente do preço da arrematação.

Capítulo II – Da Enfiteuse

Art. 678. Dá-se a enfiteuse, aforamento, ouemprazamento, quando por ato entre vivos,ou de última vontade, o proprietário atribuia outrem o domínio útil do imóvel, pagandoa pessoa, que o adquire, e assim se consti-tui enfiteuta, ao senhorio direto uma pen-são, ou foro, anual, certo e invariável.

Art. 679. O contrato de enfiteuse é perpé-tuo. A enfiteuse por tempo limitado consi-dera-se arrendamento, e como tal se rege.

V – o uso;VI – a habitação;VII – o direito do promitente compradordo imóvel;VIII – o penhor;IX – a hipoteca;X – a anticrese.

Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisasmóveis, quando constituídos, ou trans-mitidos por atos entre vivos, só se adqui-rem com a tradição.

Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveisconstituídos, ou transmitidos por atosentre vivos, só se adquirem com o regis-tro no Cartório de Registro de Imóveis dosreferidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), sal-vo os casos expressos neste Código.

Page 309: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 680. Só podem ser objeto de enfiteuseterras não cultivadas ou terrenos que sedestinem a edificação.

Art. 681. Os bens enfitêuticostransmmitem-se por herança na mesmaordem estabelecida a respeito dos alodiaisneste Código, artigos 1.603 a 1.619; mas,não podem ser divididos em glebas semconsentimento do senhorio.

Art. 682. É obrigado o enfiteuta a satisfa-zer os impostos e os ônus reais que gra-varem o imóvel.

Art. 683. O enfiteuta, ou foreiro, não podevender nem dar em pagamento o domínioútil, sem prévio aviso ao senhorio direito,para que este exerça o direito de opção; eo senhorio direto tem trinta dias para de-clarar, por escrito, datado e assinado, quequer a preferência na alienação, pelo mes-mo preço e nas mesmas condições.

Art. 684. Compete igualmente ao foreiro odireito de preferência, no caso de querero senhorio vender o domínio direto oudá-lo em pagamento. Para este efeito, fi-cará o dito senhorio sujeito à mesma obri-gação imposta, em semelhantes circuns-tâncias, ao foreiro.

Art. 685. Se o enfiteuta não cumprir o dis-posto no artigo 683, poderá o senhoriodireto usar, não obstante, de seu direitode preferência, havendo do adquirente oprédio pelo preço da aquisição.

Art. 686. Sempre que se realizar a transfe-rência do domínio útil, por venda oudação em pagamento, o senhorio direto,que não usar da opção, terá direito de re-

Page 310: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

ceber do alienante o laudêmio, que seráde dois e meio por cento sobre o preço daalienação, se outro não tiver fixado no tí-tulo de aforamento.

Art. 687. O foreiro não tem direito à remis-são do foro, por esterilidade ou destrui-ção parcial do prédio enfitêutico, nem pelaperda total de seus frutos; pode, em taiscasos, porém, abandoná-lo ao senhoriodireto, e, independentemente do seu con-senso, fazer inscrever o ato da renúncia.

Art. 688. É lícito ao enfiteuta doar, dar emdote, ou trocar por coisa não fungível oprédio aforado, avisando o senhorio dire-to, dentro em sessenta dias, contados doato de transmissão, sob pena de continu-ar responsável pelo pagamento do foro.

Art. 689. Fazendo-se penhora, por dívidado enfiteuta, sobre o prédio emprazado,será citado o senhorio direto, para assis-tir à praça, e terá preferência, quer, no casode arrematação, sobre os demaislançadores, em condições iguais, quer, emfalta deles, no caso de adjudicação.

Art. 690. Quando o prédio emprazado viera pertencer a várias pessoas, estas, den-tro em seis meses, elegerão um cabecel,sob pena de se devolver ao senhorio odireito de escolha.§ 1o Feita a escolha, todas as ações dosenhorio contra os foreiros serão propos-tas contra o cabecel, salvo a este o direitoregressivo contra os outros pelas respec-tivas quotas.§ 2o Se, porém, o senhorio direto convierna divisão do prazo, cada uma das glebasem que for dividido constituirá prazo dis-tinto.

Page 311: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 691. Se o enfiteuta pretender aban-donar gratuitamente ao senhorio o prédioaforado, poderão opor-se os credores pre-judicados com o abandono, prestandocaução pelas pensões futuras, até quesejam pagos de suas dívidas.

Art. 692. A enfiteuse extingue-se:I – pela natural deterioração no prédioaforado, quando chegue a não valer ocapital correspondente ao foro e mais umquinto deste;II – pelo comisso, deixando o foreiro depagar as pensões devidas, por três anosconsecutivos, caso em que o senhorio oindenizará das benfeitorias necessárias;III – falecendo o enfiteuta, sem herdeiros,salvo o direito dos credores.

Art. 693. Todos os aforamentos, inclusi-ve, os constituídos enteriormente a esteCódigo, salvo acordo entre as partes,são resgatáveis dez anos depois deconstituídos, mediante pagamento deum laudêmio, que será de dois e meiopor cento sobre o valor atual da propri-edade plena, e de dez pensões anuaispelo foreiro, que não poderá no seucontrato renunciar ao direito de resga-te, nem contrariar as disposições impe-rativas deste Capítulo.

Art. 694. A subenfiteuse está sujeita àsmesmas disposições que a enfiteuse. Ados terrenos de marinha e acrescidos seráregulada em lei especial.

Título II – Da Propriedade

Capítulo I – Da Propriedade em Geral

Título III – Da Propriedade

Capítulo I – Da Propriedade em Geral

Seção I – Disposições Preliminares

Page 312: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 524. A lei assegura ao proprietário odireito de usar, gozar e dispor de seusbens, e de reavê-los do poder de quemquer que injustamente os possua.

Art. 1.228. O proprietário tem a faculda-de de usar, gozar e dispor da coisa, e odireito de reavê-la do poder de quemquer que injustamente a possua ou de-tenha.

§ 1o O direito de propriedade deve ser exer-cido em consonância com as suas finali-dades econômicas e sociais e de modoque sejam preservados, de conformidadecom o estabelecido em lei especial, a flo-ra, a fauna, as belezas naturais, o equilí-brio ecológico e o patrimônio histórico eartístico, bem como evitada a poluição doar e das águas.

§ 2o São defesos os atos que não trazemao proprietário qualquer comodidade, ouutilidade, e sejam animados pela intençãode prejudicar outrem.

§ 3o O proprietário pode ser privado dacoisa, nos casos de desapropriação, pornecessidade ou utilidade pública ou inte-resse social, bem como no de requisição,em caso de perigo público iminente.

§ 4o O proprietário também pode ser pri-vado da coisa se o imóvel reivindicadoconsistir em extensa área, na posseininterrupta e de boa-fé, por mais de cin-co anos, de considerável número de pes-soas, e estas nela houverem realizado, emconjunto ou separadamente, obras e ser-viços considerados pelo juiz de interessesocial e econômico relevante.

§ 5o No caso do parágrafo antecedente, ojuiz fixará a justa indenização devida aoproprietário; pago o preço, valerá a sen-tença como título para o registro do imó-vel em nome dos possuidores.

Page 313: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Parágrafo único. A propriedade literária ci-entífica e artística será regulada conformeas disposições do Capítulo VI deste Título.

Art. 525. É plena a propriedade, quandotodos os seus direitos elementares se achamreunidos no do proprietário; limitada, quan-do têm Onus real, ou é resolúvel.

Art. 526. A propriedade do solo abrange ado que lhe está superior e inferior em todaaltura e em toda a profundidade, úteis aoseu exercício, não podendo, todavia, oproprietário opor-se a trabalhos que se-jam empreendidos a uma altura ou pro-fundidade tais, que não tenha ele interes-se algum em impedi-los.

Art. 527. O domínio presume-se exclusivoe ilimitado, até a prova em contrário.

Art. 528. Os frutos e mais produtos dacoisa pertencem, ainda quando separa-dos, ao seu proprietário, salvo se, pormotivo jurídico, especial, houverem decaber a outrem.

Art. 529. O proprietário, ou o inquilino deum prédio, em que alguém tem direito de

Art. 1.229. A propriedade do solo abrangea do espaço aéreo e subsolo correspon-dentes, em altura e profundidade úteis aoseu exercício, não podendo o proprietárioopor-se a atividades que sejam realizadas,por terceiros, a uma altura ou profundida-de tais, que não tenha ele interesse legíti-mo em impedi-las.

Art. 1.230. A propriedade do solo nãoabrange as jazidas, minas e demais recur-sos minerais, os potenciais de energia hi-dráulica, os monumentos arqueológicose outros bens referidos por leis especiais.

Parágrafo único. O proprietário do solotem o direito de explorar os recursos mi-nerais de emprego imediato na constru-ção civil, desde que não submetidos atransformação industrial, obedecido o dis-posto em lei especial.

Art. 1.231. A propriedade presume-se ple-na e exclusiva, até prova em contrário.

Art. 1.232. Os frutos e mais produtos dacoisa pertencem, ainda quando separa-dos, ao seu proprietário, salvo se, por pre-ceito jurídico especial, couberem a outrem.

Page 314: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

fazer obras, pode, no caso de dano imi-nente, exigir do autor delas as precisasseguranças contra o prejuízo eventual.

Seção II – Da Descoberta

Art. 1.233. Quem quer que ache coisaalheia perdida há de restituí-la ao donoou legítimo possuidor.Parágrafo único. Não o conhecendo, odescobridor fará por encontrá-lo, e, se nãoo encontrar, entregará a coisa achada àautoridade competente.

Art. 1.234. Aquele que restituir a coisaachada, nos termos do artigo anteceden-te, terá direito a uma recompensa não in-ferior a cinco por cento do seu valor, e àindenização pelas despesas que houverfeito com a conservação e transporte dacoisa, se o dono não preferir abandoná-la.Parágrafo único. Na determinação domontante da recompensa, considerar-se-á o esforço desenvolvido pelo descobri-dor para encontrar o dono, ou o legítimopossuidor, as possibilidades que teria estede encontrar a coisa e a situação econô-mica de ambos.

Art. 1.235. O descobridor responde pelosprejuízos causados ao proprietário oupossuidor legítimo, quando tiver proce-dido com dolo.

Art. 1.236. A autoridade competente daráconhecimento da descoberta através daimprensa e outros meios de informação,somente expedindo editais se o seu valoros comportar.

Art. 1.237. Decorridos sessenta dias dadivulgação da notícia pela imprensa, ou

Page 315: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Capítulo II – Da Propriedade Imóvel

Seção I – Da Aquisição da PropriedadeImóvel

Art. 530. Adquire-se a propriedade imó-vel:I – pela transcrição do título de transfe-rência no registro de imóvel;II – pela acessão;III – pelo usucapião;IV – pelo direito hereditário.

Seção IV – Do Usucapião

Art. 550. Aquele que, por vinte anos, seminterrupção, nem oposição, possuir comoseu um imóvel, adquirir-lhe-á o domínio,independentemente de título e boa-fé que,em tal caso, se presume, podendo reque-rer ao juiz que assim o declare por senten-ça, a qual lhe servirá de título para a trans-crição no registro de imóveis.

do edital, não se apresentando quem com-prove a propriedade sobre a coisa, seráesta vendida em hasta pública e,deduzidas do preço as despesas, mais arecompensa do descobridor, pertencerá oremanescente ao Município em cuja cir-cunscrição se deparou o objeto perdido.Parágrafo único. Sendo de diminuto va-lor, poderá o Município abandonar a coi-sa em favor de quem a achou.

Capítulo II – Da Aquisição da Proprieda-de Imóvel

Seção I – Do Usucapião

Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos,sem interrupção, nem oposição, possuircomo seu um imóvel, adquire-lhe a pro-priedade, independentemente de título eboa-fé; podendo requerer ao juiz que as-sim o declare por sentença, a qual serviráde título para o registro no Cartório deRegistro de Imóveis.

Parágrafo único. O prazo estabelecidoneste artigo reduzir-se-á a dez anos se opossuidor houver estabelecido no imó-vel a sua moradia habitual, ou nele reali-zado obras ou serviços de caráter produ-tivo.

Page 316: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 551. Adquire também o domínio do imó-vel aquele que, por dez anos entre presen-tes, ou quinze entre ausentes, o possuircomo seu, contínua e incontestadamente,com justo título e boa-fé.

Parágrafo único. Reputam-se presentes osmoradores do mesmo município e ausen-tes os que habitem município diverso.

Art. 1.239. Aquele que, não sendo propri-etário de imóvel rural ou urbano, possuacomo sua, por cinco anos ininterruptos,sem oposição, área de terra em zona ruralnão superior a cinqüenta hectares, tornan-do-a produtiva por seu trabalho ou de suafamília, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.

Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua,área urbana de até duzentos e cinqüentametros quadrados, por cinco anosininterruptamente e sem oposição, utili-zando-a para sua moradia ou de sua famí-lia, adquirir-lhe-á o domínio, desde quenão seja proprietário de outro imóvel ur-bano ou rural.§ 1o O título de domínio e a concessão deuso serão conferidos ao homem ou à mu-lher, ou a ambos, independentemente doestado civil.§ 2o O direito previsto no parágrafo ante-cedente não será reconhecido ao mesmopossuidor mais de uma vez.

Art. 1.241. Poderá o possuidor requererao juiz seja declarada adquirida, medianteusucapião, a propriedade imóvel.Parágrafo único. A declaração obtida naforma deste artigo constituirá título hábilpara o registro no Cartório de Registro deImóveis.

Art. 1.242. Adquire também a propriedadedo imóvel aquele que, contínua eincontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos.

Page 317: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Parágrafo único. Será de cinco anos o pra-zo previsto neste artigo se o imóvel hou-ver sido adquirido, onerosamente, combase no registro constante do respectivocartório, cancelada posteriormente, des-de que os possuidores nele tiverem esta-belecido a sua moradia, ou realizado inves-timentos de interesse social e econômico.

Art. 1.243. O possuidor pode, para o fimde contar o tempo exigido pelos artigosantecedentes, acrescentar à sua posse ados seus antecessores (art. 1.207),contanto que todas sejam contínuas, pa-cíficas e, nos casos do art. 1.242, com jus-to título e de boa-fé.

Art. 1.244. Estende-se ao possuidor o dis-posto quanto ao devedor acerca das cau-sas que obstam, suspendem ou interrom-pem a prescrição, as quais também se apli-cam à usucapião.

Seção II – Da Aquisição pelo Registro doTítulo

Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a pro-priedade mediante o registro do títulotranslativo no Registro de Imóveis.

§ 1o Enquanto não se registrar o títulotranslativo, o alienante continua a ser ha-vido como dono do imóvel.

§ 2o Enquanto não se promover, por meiode ação própria, a decretação deinvalidade do registro, e o respectivo can-celamento, o adquirente continua a serhavido como dono do imóvel.

Art. 552. O possuidor pode, para o fim decontar o tempo exigido pelos artigos an-tecedentes, acrescentar à sua posse a doseu antecessor, contanto que ambas se-jam contínuas e pacíficas.

Art. 553. As causas que obstam, suspen-dem, ou interrompem a prescrição, tam-bém se aplicam ao usucapião, assim comoao possuidor se estende o disposto quan-to ao devedor.

Seção II – Da Aquisição pela Transcriçãodo Título

Art. 531. Estão sujeitos à transcrição, norespectivo registro, os títulos translativosde propriedade imóvel, por ato entre vi-vos.

Art. 532, I a III

Art. 533

Page 318: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.246. O registro é eficaz desde omomento em que se apresentar o título aooficial do registro, e este o prenotar noprotocolo.

Art. 1.247. Se o teor do registro não expri-mir a verdade, poderá o interessado recla-mar que se retifique ou anule.

Parágrafo único. Cancelado o registro,poderá o proprietário reivindicar o imó-vel, independentemente da boa-fé ou dotítulo do terceiro adquirente.

Seção III – Da Aquisição por Acessão

Art. 1.248. A acessão pode dar-se:I – por formação de ilhas;II – por aluvião;III – por avulsão;IV – por abandono de álveo;V – por plantações ou construções.

Subseção I – Das Ilhas

Art. 534. A transcrição datar-se-á do diaem que se apresentar o título ao oficial doregistro, e este o prenotar no protocolo.

Art. 535. Sobrevindo a falência ou insol-vência do alienante entre a prenotação dotítulo e sua transcrição por atraso do ofi-cial, ou dúvida julgada improcedente, far-se-á, não obstante, a transcrição exigida,que retroage, nesse caso, à data daprenotação.

Parágrafo único. Se, porém, ao tempo datranscrição ainda não estiver pago o imó-vel, o adquirente, logo que for notificadoda falência, ou tenha conhecimento dainsolvência do alienante, depositará emjuízo o preço.

Seção III – Da Aquisição por Acessão

Art. 536. A acessão pode dar-se:I – pela formação de ilhas;II – por aluvião;III – por avulsão;IV – por abandono de álveo;V – pela construção de obras ou planta-ções.

Das Ilhas

Page 319: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.249. As ilhas que se formarem emcorrentes comuns ou particulares perten-cem aos proprietários ribeirinhos fronteiros,observadas as regras seguintes:I – as que se formarem no meio do rioconsideram-se acréscimos sobrevindosaos terrenos ribeirinhos fronteiros deambas as margens, na proporção de suastestadas, até a linha que dividir o álveoem duas partes iguais;II – as que se formarem entre a referidalinha e uma das margens consideram-seacréscimos aos terrenos ribeirinhosfronteiros desse mesmo lado;III – as que se formarem pelo desdobra-mento de um novo braço do rio continu-am a pertencer aos proprietários dos ter-renos à custa dos quais se constituíram.

Subseção II – Da Aluvião

Art. 1.250. Os acréscimos formados, su-cessiva e imperceptivelmente, por depó-sitos e aterros naturais ao longo das mar-gens das correntes, ou pelo desvio daságuas destas, pertencem aos donos dosterrenos marginais, sem indenização.

Parágrafo único. O terreno aluvial, que seformar em frente de prédios de proprietá-rios diferentes, dividir-se-á entre eles, naproporção da testada de cada um sobre aantiga margem.

Art. 537. As ilhas situadas nos rios nãonavegáveis pertencem aos proprietáriosribeirinhos fronteiros, observadas as re-gras seguintes:I – as que se formarem no meio do rio,consideram-se acréscimos sobrevindosaos terrenos ribeirinhos fronteiros deambas as margens, na proporção de suastestadas, até a linha que dividir o álveoem duas partes iguais;II – as que se formarem entre essa linha euma das margens consideram-se acrésci-mos aos terrenos ribeirinhos fronteirosdesse mesmo lado;III – as que se formarem pelo desdobra-mento de um novo braço do rio continu-am a pertencer aos proprietários dos ter-renos à custa dos quais se constituíram.

Da Aluvião

Art. 538. Os acréscimos formados por de-pósitos e aterros naturais, ou pelo desviodas águas dos rios, ainda que estes sejamnavegáveis, pertencem aos donos dosterrenos marginais.

Art. 539. Os donos de terrenos que confi-nem com águas dormentes, como as delagos e tanques, não adquirem o solo des-coberto pela retração delas, nem perdemo que elas invadirem.

Art. 540. Quando o terreno aluvial se for-mar em frente à prédios de proprietáriosdiferentes, dividir-se-á entre eles, na pro-porção da testada de cada um sobre aantiga margem; respeitada as disposiçõesconcernentes à navegação.

Page 320: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Subseção III – Da Avulsão

Art. 1.251. Quando, por força natural vio-lenta, uma porção de terra se destacar deum prédio e se juntar a outro, o dono des-te adquirirá a propriedade do acréscimo,se indenizar o dono do primeiro ou, semindenização, se, em um ano, ninguém hou-ver reclamado.

Parágrafo único. Recusando-se ao paga-mento de indenização, o dono do prédio aque se juntou a porção de terra deveráaquiescer a que se remova a parte acres-cida.

Subseção IV – Do Álveo Abandonado

Art. 1.252. O álveo abandonado de cor-rente pertence aos proprietários ribeiri-nhos das duas margens, sem que tenhamindenização os donos dos terrenos poronde as águas abrirem novo curso, en-tendendo-se que os prédios marginais seestendem até o meio do álveo.

Da Avulsão

Art. 541. Quando, por força natural vio-lenta, uma porção de terra se destacar deum prédio e se juntar a outro, poderá odono do primeiro reclamá-lo do segundo,cabendo a este a opção entre aquiescer aque se remova a parte acrescida, ou inde-nizar o reclamante.

Art. 542. Se ninguém reclamar dentro deum ano, considerar-se-á definitivamenteincorporada essa porção de terra ao pré-dio, onde se acha, perdendo o antigodono o direito reivindicá-la, ou ser inde-nizado.

Art. 543. Quando a avulsão for de coisanão suscetível de aderência natural, apli-car-se-á o disposto quanto às coisas per-didas.

Do Álveo Abandonado

Art. 544. O álveo abandonado do rio pú-blico, ou particular, pertence aos proprie-tários ribeirinhos das duas margens, semque tenham direito a indenização algumaos donos dos terrenos por onde as águasabrirem novo curso. Entende-se que osprédios marginais se estendem até o meiodo álveo.

Page 321: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Subseção V – Das Construções e Planta-ções

Art. 1.253. Toda construção ou plantaçãoexistente em um terreno presume-se feitapelo proprietário e à sua custa, até que seprove o contrário.

Art. 1.254. Aquele que semeia, planta ouedifica em terreno próprio com sementes,plantas ou materiais alheios, adquire apropriedade destes; mas fica obrigado apagar-lhes o valor, além de responder porperdas e danos, se agiu de má-fé.

Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ouedifica em terreno alheio perde, em pro-veito do proprietário, as sementes, plan-tas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização.

Parágrafo único. Se a construção ou aplantação exceder consideravelmente ovalor do terreno, aquele que, de boa-fé,plantou ou edificou, adquirirá a proprie-dade do solo, mediante pagamento da in-denização fixada judicialmente, se nãohouver acordo.

Art. 1.256. Se de ambas as partes houvemá-fé, adquirirá o proprietário as semen-tes, plantas e construções, devendo res-sarcir o valor das acessões.

Parágrafo único. Presume-se má-fé noproprietário, quando o trabalho de cons-

Das Construções e Plantações

Art. 545. Toda construção, ou plantação,existente em um terreno, se presume feitapelo proprietário e á sua custa, até que ocontrário se prove.

Art. 546. Aquele que semeia, planta ouedifica em terreno próprio, com sementes,plantas ou materiais alheios, adquire apropriedade destes; mas fica obrigado apagar-lhes o valor, além de responder porperdas e danos, se obrou de má-fé.

Art. 547. Aquele que semeia, planta ouedifica em terreno alheio perde, em pro-veito do proprietário, as sementes, plan-tas e construções, mas tem direito à inde-nização. Não o terá, porém, se procedeude má-fé, caso em que poderá ser cons-trangido a repor as coisas no estado an-terior e a pagar os prejuízos.

Art. 548. Se de ambas as partes houvemá-fé, adquirirá o proprietário as semen-tes, plantas e construções, com encargo,porém, de ressarcir o valor dasbenfeitorias.

Parágrafo único. Presume-se má-fé noproprietário, quando o trabalho de cons-

Page 322: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

trução, ou lavoura, se fez em sua presen-ça e sem impugnação sua.

Art. 1.257. O disposto no artigo antece-dente aplica-se ao caso de não pertence-rem as sementes, plantas ou materiais aquem de boa-fé os empregou em soloalheio.

Parágrafo único. O proprietário das se-mentes, plantas ou materiais poderá co-brar do proprietário do solo a indenizaçãodevida, quando não puder havê-la doplantador ou construtor.

Art. 1.258. Se a construção, feita parcial-mente em solo próprio, invade solo alheioem proporção não superior à vigésimaparte deste, adquire o construtor de boa-fé a propriedade da parte do solo invadi-do, se o valor da construção exceder odessa parte, e responde por indenizaçãoque represente, também, o valor da áreaperdida e a desvalorização da área rema-nescente.Parágrafo único. Pagando em décuplo asperdas e danos previstos neste artigo, oconstrutor de má-fé adquire a proprieda-de da parte do solo que invadiu, se emproporção à vigésima parte deste e o va-lor da construção exceder consideravel-mente o dessa parte e não se puder demo-lir a porção invasora sem grave prejuízopara a construção.

Art. 1.259. Se o construtor estiver de boa-fé, e a invasão do solo alheio exceder avigésima parte deste, adquire a proprie-dade da parte do solo invadido, e respon-de por perdas e danos que abranjam ovalor que a invasão acrescer à constru-ção, mais o da área perdida e o da desva-

trução. Ou lavoura se fez em sua presen-ça e sem impugnação sua.

Art. 549. O disposto no artigo anteceden-te aplica-se também ao caso de não per-tencerem as sementes, plantas, ou materi-ais a quem de boa-fé os empregou em soloalheio.

Parágrafo único. O proprietário das se-mentes, plantas ou materiais poderá co-brar do proprietário do solo a indenizaçãodevida, quando não puder havê-la doplantador, ou construtor.

Page 323: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

lorização da área remanescente; se de má-fé, é obrigado a demolir o que nele cons-truiu, pagando as perdas e danos apura-dos, que serão devidos em dobro.

Capítulo III – Da Aquisição da Proprieda-de Móvel

Seção I – Da Usucapião

Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvelcomo sua, contínua e incontestadamentedurante três anos, com justo título e boa-fé,adquirir-lhe-á a propriedade.

Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel seprolongar por cinco anos, produziráusucapião, independentemente de títuloou boa-fé.

Art. 1.262. Aplica-se à usucapião das coi-sas móveis o disposto nos arts. 1.243 e1.244.

Seção II – Da Ocupação

Art. 1.263. Quem se assenhorear de coisasem dono para logo lhe adquire a proprie-dade, não sendo essa ocupação defesapor lei.

Capítulo III – Da Aquisição e Perda daPropriedade Móvel

Seção IV – Do Usucapião

Art. 618. Adquirirá o domínio da coisamóvel o que a possuir como sua, sem in-terrupção, nem oposição, durante trêsanos.

Parágrafo único. Não gera usucapião aposse, que se não firme em justo título,bem como a inquinada, original ousuperveniente de má-fé.

Art. 619. Se a posse da coisa móvel seprolongar por cinco anos, produziráusucapião independentemente de título eboa-fé.

Parágrafo único. As disposições dos arti-gos 552 e 553 são aplicáveis ao usucapiãodas coisas móveis.

Seção I – Da Ocupação

Art. 592. Quem se assenhorar de coisaabandonada, ou ainda não apropriada,para logo lhe adquire a propriedade, nãosendo essa ocupação defesa por lei.

Parágrafo único. Volvem a não ter donoas coisas móveis, quando o seu as aban-dona, com intenção de renunciá-las.

Art. 593. São coisas sem dono e sujeitas àapropriação:

Page 324: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

I – as animais bravios, enquanto entre-gues à sua natural liberdade;II – os mansos e domesticados que nãoforem assinalados, se tiverem perdido ohábito de voltar ao lugar onde costumamrecolher-se, salvo a hipótese do artigo596;;III – os enxames de abelhas, anteriormen-te apropriados, se o dono da colméia, aque pertenciam, os não reclamar imedia-tamente;IV – as pedras, conchas e outras subs-tâncias minerais, vegetais ou animais ar-rojadas às praias pelo mar, se não apre-sentarem sinal de domínio anterior.

Da Caça

Art. 594. Observados os regulamentosadministrativos da caça, poderá ela exer-cer-se nas terras públicas, ou nas particu-lares, com licença de seu dono.

Art. 595. Pertence ao caçador o animal porele apreendido. Se o caçador for no encalçodo animal e o tiver ferido, este lhe pertence-rá, embora outrem o tenha apreendido.

Art. 596. Não se reputam animais de caça osdomesticados que fugirem a seus donos,enquanto estes lhe andarem à procura.

Art. 597. Se a caça ferida se acolher a ter-reno cercado, murado, valado, ou cultiva-do, o dono deste, não querendo permitir aentrada do caçador, terá que a entregar,ou expelir.

Art. 598. Aquele que penetrar em terrenoalheio, sem licença do dono, para caçar,perderá para este a caça, que apanhe, e res-ponder-lhes-á pelo dano que lhe cause.

Page 325: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Da Pesca

Art. 599. Observados os regulamentosadministrativos, lícito é pescar em águaspúblicas, ou nas particulares, com o con-sentimento de seu dono.

Art. 600. Pertence ao pescador o peixe,que pescar, e o que arpoado, ou farpado,perseguir, embora outrem o colha.

Art. 601. Aquele quem, sem permissãodo proprietário, pescar, em águas alhei-as, perderá para ele o peixe que apa-nhe, e responder-lhe-á pelo dano quelhe faça.

Art. 602. Nas águas particulares, que atra-vessem terrenos de muitos donos, cadaum dos ribeirinhos tem direito a pescar deseu lado até ao meio delas.

Da Invenção

Art. 603. Quem quer que ache coisa alheiaperdida, há de restituí-la ao dono ou legí-timo possuidor.Parágrafo único. Não o conhecendo, oinventor fará por descobri-lo, e, quan-do se lhe não depare, entregará o obje-to achado à autoridade competente nolugar.

Art. 604. O que restituir a coisa achada,nos termos do artigo precedente, terá di-reito a uma recompensa e à indenizaçãopelas despesas que houver feito com aconservação e transporte da coisa, se odono não preferir abandoná-la.

Art. 605. O inventor responde pelos pre-juízos causados ao proprietário ou pos-

Page 326: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Seção III – Do Achado do Tesouro

Art. 1.264. O depósito antigo de coisaspreciosas, oculto e de cujo dono não hajamemória, será dividido por igual entre oproprietário do prédio e o que achar o te-souro casualmente.

Art. 1.265. O tesouro pertencerá por intei-ro ao proprietário do prédio, se for acha-do por ele, ou em pesquisa que ordenou,ou por terceiro não autorizado.

Art. 1.266. Achando-se em terrenoaforado, o tesouro será dividido por igualentre o descobridor e o enfiteuta, ou serádeste por inteiro quando ele mesmo sejao descobridor.

suidor legítimo, quando tiver procedidocom dolo.

Art. 606. Decorridos seis meses do avi-so à autoridade, não se apresentandoninguém que mostre domínio sobre acoisa, será esta vendida em hasta pú-blica, e, deduzidas do preço as despe-sas, mais a recompensa do inventor,pertencerá o remanescente ao Estado,ou ao Distrito Federal, se nas respecti-vas circunscrições se deparou o objetoperdido, ou à União, se foi achado emterritório ainda não constituído em es-tado.

Do Tesouro

Art. 607. O depósito antigo de moeda oucoisas preciosas, enterrado, ou oculto, decujo dono não haja memória, se alguémcasualmente o achar em prédio alheio, di-vidir-se-á por igual entre o proprietáriodeste e o inventor.

Art. 608. Se o que achar for o senhor doprédio, algum operário seu, mandado empesquisa, ou terceiro não autorizado pelodono do prédio, a este pertencerá por in-teiro o tesouro.

Art. 609. Deparando-se em terrenoaforado, partir-se-á igualmente entre o in-ventor e o enfiteuta, ou será deste porinteiro, quando ele mesmo seja o inven-tor.

Art. 610. Deixa de considerar-se tesouroo depósito achado, se alguém mostrar quelhe pertence.

Page 327: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Seção IV – Da Tradição

Art. 1.267. A propriedade das coisas nãose transfere pelos negócios jurídicos an-tes da tradição.Parágrafo único. Subentende-se a tradi-ção quando o transmitente continua apossuir pelo constituto possessório;quando cede ao adquirente o direito à res-tituição da coisa, que se encontra em po-der de terceiro; ou quando o adquirentejá está na posse da coisa, por ocasião donegócio jurídico.

Art. 1.268. Feita por quem não seja propri-etário, a tradição não aliena a proprieda-de, exceto se a coisa, oferecida ao públi-co, em leilão ou estabelecimento comerci-al, for transferida em circunstâncias taisque, ao adquirente de boa-fé, como a qual-quer pessoa, o alienante se afigurar dono.§ 1o Se o adquirente estiver de boa-fé e oalienante adquirir depois a propriedade,considera-se realizada a transferência des-de o momento em que ocorreu a tradição.

§ 2o Não transfere a propriedade a tradi-ção, quando tiver por título um negóciojurídico nulo.

Seção V – Da Especificação

Art. 1.269. Aquele que, trabalhando emmatéria-prima em parte alheia, obtiver es-

Seção V – Da Tradição

Art. 620. O domínio das coisas não setransfere pelos contratos antes da tradi-ção. Mas esta se subentende, quando otransmitente continua a possuir peloconstituto possessório.

Art. 621. Se a coisa alienada estiver naposse de terceiro, obterá o adquirente aposse indireta pela cessão que lhe fizer oalienante de seu direito à restituição.Parágrafo único. Nos casos deste artigo edo antecedente, parte final, a aquisiçãoda posse indireta equivale à tradição.

Art. 622. Feita por quem não seja proprie-tário, a tradição não alheia a propriedade.Mas, se o adquirente estiver de boa-fé, eo alienante adquirir depois o domínio,considera-se revalidada a transferência eoperado o efeito da tradição, desde omomento de seu ato.

Parágrafo único. Também não transfere odomínio a tradição, quando tiver por títu-lo um ato nulo.

Seção II – Da Especificação

Art. 611. Aquele que, trabalhando em ma-téria-prima, obtiver espécie nova, desta

Page 328: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

pécie nova, desta será proprietário, se nãose puder restituir à forma anterior.

Art. 1.270. Se toda a matéria for alheia, enão se puder reduzir à forma precedente,será do especificador de boa-fé a espécienova.

§ 1o Sendo praticável a redução, ou quan-do impraticável, se a espécie nova se ob-teve de má-fé, pertencerá ao dono da ma-téria-prima.

§ 2o Em qualquer caso, inclusive o da pin-tura em relação à tela, da escultura, escri-tura e outro qualquer trabalho gráfico emrelação à matéria-prima, a espécie novaserá do especificador, se o seu valor exce-der consideravelmente o da matéria-pri-ma.

Art. 1.271. Aos prejudicados, nas hipóte-ses dos arts. 1.269 e 1.270, se ressarcirá odano que sofrerem, menos aoespecificador de má-fé, no caso do § 1o

do artigo antecedente, quando irredutívela especificação.

Seção VI – Da Confusão, da Comissão eda Adjunção*

Art. 1.272. As coisas pertencentes a di-versos donos, confundidas, misturadasou adjuntadas sem o consentimento de-les, continuam a pertencer-lhes, sendopossível separá-las sem deterioração.

será proprietário se a matéria era sua, ain-da que só em parte, e não se puder resti-tuir à forma anterior.

Art. 612. Se toda a matéria for alheia, enão se puder reduzir à forma precedente,será do especificador de boa-fé a espécienova.

§ 1o Mas, sendo praticável a redução, ouquando impraticável, se a espécie novase obteve de má-fé, pertencerá ao donoda matéria-prima.

§ 2o Em qualquer caso, porém, se o preçoda mão-de-obra exceder consideravelmen-te o valor da matéria-prima, a espécie novaserá do especificador.

Art. 613. Aos prejudicados nas hipótesesdos dois artigos precedentes, menos aúltima do artigo 612, § 1o, concernente àespecificação irredutível obtida em má-fé,se ressarcirá o dano, que sofrerem.

Art. 614. A especificação obtida por algu-ma das maneiras do artigo 62 atribui a pro-priedade ao especificador, mas não o exi-me à indenização.

Seção III – Da Confusão, da Comistão eda Adjunção

Art. 615. As coisas pertencentes a diver-sos donos, confundidas, misturadas, ouajuntadas, sem o consentimento deles,continuam a pertencer-lhes, sendo possí-vel separá-las sem deterioração.

Page 329: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

§ 1o Não sendo possível a separação dascoisas, ou exigindo dispêndio excessivo,subsiste indiviso o todo, cabendo a cadaum dos donos quinhão proporcional aovalor da coisa com que entrou para a mis-tura ou agregado.

§ 2o Se uma das coisas puder considerar-se principal, o dono sê-lo-á do todo, inde-nizando os outros.

Art. 1.273. Se a confusão, comissão ouadjunção se operou de má-fé, à outra par-te caberá escolher entre adquirir a propri-edade do todo, pagando o que não forseu, abatida a indenização que lhe for de-vida, ou renunciar ao que lhe pertencer,caso em que será indenizado.

Art. 1.274. Se da união de matérias de na-tureza diversa se formar espécie nova, àconfusão, comissão ou adjunção aplicam-se as normas dos arts. 1.272 e 1.273.

Capítulo IV – Da Perda da Propriedade

Art. 1.275. Além das causas consideradasneste Código, perde-se a propriedade:I – por alienação;II – pela renúncia;III – por abandono;IV – por perecimento da coisa;V – por desapropriação.

Parágrafo único. Nos casos dos incisos Ie II, os efeitos da perda da propriedadeimóvel serão subordinados ao registro dotítulo transmissivo ou do ato renunciativono Registro de Imóveis.

§ 1o Não o sendo, ou exigido a separaçãodispêndio excessivo, subsiste indiviso otodo, cabendo a cada um dos donos qui-nhão proporcional ao valor da coisa, comque entrou para a mistura ou agregado.

§ 2o Se, porém, uma das coisas puder con-siderar-se principal, o dono sê-lo-á dotodo, indenizando os outros.

Art. 616. Se a confusão, adjunção, ou mis-tura se operou de má-fé, à outra parte ca-berá escolher entre guardar o todo, pa-gando a porção, que não for sua, ou re-nunciar as que lhe pertencerem, medianteindenização completa.

Art. 617. Se da mistura de matérias de na-tureza diversa se formar nova espécie, aconfusão terá a natureza de especificaçãopara o efeito de atribuir o domínio ao res-pectivo autor.

Seção VI – Da Perda da Propriedade Imóvel

Art. 589. Além das causas de extinçãoconsideradas meste Código, também seperde a propriedade imóvel:I – pela alienação;II – pela renúncia;III – pelo abandono;IV – pelo perecimento do imóvel.

§ 1o Nos dois primeiros casos deste arti-go, os efeitos da perda do domínio serãosubordinados à transcrição do títulotransmissivo, ou do ato renunciativo, noregistro do lugar do imóvel.

Page 330: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

§ 2o O imóvel abandonado arrecadar-se-ácomo bem vago e passará ao domínio doEstado, do Território ou do Distrito Fede-ral, se se achar nas respectivas circuns-crições: a) dez anos depois, quando se tratar deimóvel localizado em zona urbana. b) três anos depois, quando se tratar deimóvel localizado em zona rural.

Art. 590. Também se perde a propriedadeimóvel mediante desapropriação por ne-cessidade ou utilidade pública.§ 1o Consideram-se casos de necessida-de pública:I – a defesa do Território Nacional;II – a segurança pública;III – os socorros públicos, nos casos decalamidade;IV – a salubridade pública.§2o Consideram-se casos de utilidade pú-blica:I – a fundação de povoação e a de estabe-lecimento de assistência, educação ouinstrução pública;II – a abertura, alargamento ou prolonga-mento de ruas, praças, canais, estradasde ferro e, em geral, de quaisquer viaspúblicas;III – a construção de obras, ou estabele-cimentos destinados ao bem geral de umalocalidade, sua decoração e higiene;IV – a exploração de minas.

Art. 591. Em caso de perigo iminente, comoguerra ou comoção intestina, poderão asautoridades competentes usar da propri-edade particular até onde o bem públicoexija, garantindo ao proprietário o direitoà indenização posterior.Parágrafo único. Nos demais casos, o pro-prietário será previamente indenizado, e,

Page 331: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.276. O imóvel urbano que o propri-etário abandonar, com a intenção de nãomais o conservar em seu patrimônio, e quese não encontrar na posse de outrem,poderá ser arrecadado, como bem vago, epassar, três anos depois, à propriedadedo Município ou à do Distrito Federal, sese achar nas respectivas circunscrições.§ 1o O imóvel situado na zona rural, aban-donado nas mesmas circunstâncias, po-derá ser arrecadado, como bem vago, epassar, três anos depois, à propriedadeda União, onde quer que ele se localize.§ 2o Presumir-se-á de modo absoluto aintenção a que se refere este artigo,quando, cessados os atos de posse,deixar o proprietário de satisfazer osônus fiscais.

Capítulo V – Dos Direitos de Vizinhança

Seção I – Do Uso Anormal da Proprieda-de

Art. 1.277. O proprietário ou o possuidorde um prédio tem o direito de fazer cessaras interferências prejudiciais à seguran-ça, ao sossego e à saúde dos que o habi-tam, provocadas pela utilização de pro-priedade vizinha.

Parágrafo único. Proíbem-se as interferên-cias considerando-se a natureza da utili-zação, a localização do prédio, atendidasas normas que distribuem as edificaçõesem zonas, e os limites ordinários de tole-rância dos moradores da vizinhança.

se recusar a indenização, consignar-se-lhe-á judicialmente o valor.

Seção V – Dos Direitos de Vizinhança

Do Uso Nocivo da Propriedade

Art. 554. O proprietário ou inquilino deum prédio tem o direito de impedir que omau uso da propriedade vizinha possaprejudicar a segurança, o sossego e a saú-de dos que o habitam.

Page 332: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.278. O direito a que se refere o arti-go antecedente não prevalece quando asinterferências forem justificadas por inte-resse público, caso em que o proprietárioou o possuidor, causador delas, pagaráao vizinho indenização cabal.Art. 1.279. Ainda que por decisão judicialdevam ser toleradas as interferências,poderá o vizinho exigir a sua redução, oueliminação, quando estas se tornarempossíveis.

Art. 1.280. O proprietário ou o possuidortem direito a exigir do dono do prédio vizi-nho a demolição, ou a reparação deste,quando ameace ruína, bem como que lhepreste caução pelo dano iminente.

Art. 1.281. O proprietário ou o possuidorde um prédio, em que alguém tenha direi-to de fazer obras, pode, no caso de danoiminente, exigir do autor delas as neces-sárias garantias contra o prejuízo eventu-al.

Seção II – Das Árvores Limítrofes

Art. 1.282. A árvore, cujo tronco estiverna linha divisória, presume-se pertencerem comum aos donos dos prédiosconfinantes.

Art. 1.283. As raízes e os ramos de árvore,que ultrapassarem a estrema do prédio,poderão ser cortados, até o plano verticaldivisório, pelo proprietário do terreno in-vadido.

Art. 1.284. Os frutos caídos de árvore doterreno vizinho pertencem ao dono dosolo onde caíram, se este for de proprie-dade particular.

Art. 555. O proprietário tem direito a exigirdo dono do prédio vizinho a demolição,ou reparação necessária, quando esteameace ruína, bem como que preste cau-ção pelo dano iminente.

Das Árvores Limítrofes

Art. 556. A árvore, cujo tronco estiver nalinha divisória, presume-se pertencer emcomum aos donos dos prédiosconfinantes.

Art. 558. As raízes e ramos de árvores queultrapassarem a extrema do prédio, pode-rão ser cortados, até o plano vertical divi-sório, pelo proprietário do terreno invadi-do.

Art. 557. Os frutos caídos de árvore doterreno vizinho pertencem ao dono dosolo onde caíram, se este for propriedadeparticular.

Page 333: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Seção III – Da Passagem Forçada

Art. 1.285. O dono do prédio que não ti-ver acesso a via pública, nascente ou por-to, pode, mediante pagamento de indeni-zação cabal, constranger o vizinho a lhedar passagem, cujo rumo será judicialmen-te fixado, se necessário.

§ 1o Sofrerá o constrangimento o vizinhocujo imóvel mais natural e facilmente seprestar à passagem.

§ 2o Se ocorrer alienação parcial do pré-dio, de modo que uma das partes perca oacesso a via pública, nascente ou porto,o proprietário da outra deve tolerar a pas-sagem.

§ 3o Aplica-se o disposto no parágrafoantecedente ainda quando, antes da alie-nação, existia passagem através de imó-

Da Passagem Forçada

Art. 559. O dono do prédio rústico, ouurbano, que se achar encravado em ou-tro, em saída pela via pública, fonte ouporto, tem direito a reclamar do vizinhoque lhe daixe passagem, fixando-se a estajudicialmente o rumo, quando necessário.

Art. 560. Os donos dos prédios por ondese estabelece a passagem para o prédioencravado têm direito a indenização ca-bal.

Art. 561. O proprietário que, por culpa sua,perder o direito de trânsito pelos prédioscontíguos, poderá exigir nova comunica-ção com a via pública, pagando o dobrodo valor da primeira indenização.

Art. 562. Não constituem servidão as pas-sagens e atravessadouros particulares,por propriedades também particulares,que não se dirigem a fontes, pontes oulugares públicos, privados de outraserventia.

Page 334: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

vel vizinho, não estando o proprietário des-te constrangido, depois, a dar uma outra.

Seção IV – Da Passagem de Cabos e Tu-bulações

Art. 1.286. Mediante recebimento de in-denização que atenda, também, à desva-lorização da área remanescente, o propri-etário é obrigado a tolerar a passagem,através de seu imóvel, de cabos, tubula-ções e outros condutos subterrâneos deserviços de utilidade pública, em provei-to de proprietários vizinhos, quando deoutro modo for impossível ou excessiva-mente onerosa.Parágrafo único. O proprietário prejudi-cado pode exigir que a instalação seja fei-ta de modo menos gravoso ao prédio one-rado, bem como, depois, seja removida, àsua custa, para outro local do imóvel.

Art. 1.287. Se as instalações ofereceremgrave risco, será facultado ao proprietá-rio do prédio onerado exigir a realizaçãode obras de segurança.

Seção V – Das Águas

Art. 1.288. O dono ou o possuidor do pré-dio inferior é obrigado a receber as águasque correm naturalmente do superior, nãopodendo realizar obras que embaracem oseu fluxo; porém a condição natural e an-terior do prédio inferior não pode ser agra-vada por obras feitas pelo dono ou pos-suidor do prédio superior.

Art. 1.289. Quando as águas, artificialmen-te levadas ao prédio superior, ou aí colhi-

Das Águas

Art. 563. O dono do prédio inferior é obri-gado a receber as águas que correm natu-ralmente do superior. Se o dono deste fi-zer obras de arte, para facilitar o escoa-mento, procederá de modo que não piorea condição natural e anterior do outro.

Art. 564. Quando as águas, artificialmen-te levadas ao prédio superior, correm dele

Page 335: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

das, correrem dele para o inferior, poderáo dono deste reclamar que se desviem, ouse lhe indenize o prejuízo que sofrer.

Parágrafo único. Da indenização será de-duzido o valor do benefício obtido.

Art. 1.290. O proprietário de nascente, oudo solo onde caem águas pluviais, satis-feitas as necessidades de seu consumo,não pode impedir, ou desviar o curso na-tural das águas remanescentes pelos pré-dios inferiores.

Art. 1.291. O possuidor do imóvel superi-or não poderá poluir as águas indispen-sáveis às primeiras necessidades da vidados possuidores dos imóveis inferiores;as demais, que poluir, deverá recuperar,ressarcindo os danos que estes sofrerem,se não for possível a recuperação ou odesvio do curso artificial das águas.

Art. 1.292. O proprietário tem direito deconstruir barragens, açudes, ou outrasobras para represamento de água em seuprédio; se as águas represadas invadiremprédio alheio, será o seu proprietário in-denizado pelo dano sofrido, deduzido ovalor do benefício obtido.

Art. 1.293. É permitido a quem quer queseja, mediante prévia indenização aos pro-prietários prejudicados, construir canais,através de prédios alheios, para receber

para o inferior, poderá o dono deste recla-mar que se desviem, ou se lhe indenize oprejuízo que sofrer.

Art. 565. O proprietário de fonte não cap-tada, satisfeitas as necessidades de seuconsumo, não pode impedir o curso natu-ral das águas pelos prédios inferiores.

Art. 566. As águas pluviais que corrempor lugares públicos, assim como as dosrios públicos, podem ser utilizadas, porqualquer proprietário dos terrenos poronde passem, observados os regulamen-tos administrativos.

Art. 567. É permitido a quem quer que seja,mediante prévia indenização aos proprie-tários prejudicados, canalizar, em provei-to agrícola ou industrial, as águas a que

Page 336: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

as águas a que tenha direito, indispensá-veis às primeiras necessidades da vida, e,desde que não cause prejuízo considerá-vel à agricultura e à indústria, bem comopara o escoamento de águas supérfluasou acumuladas, ou a drenagem de terre-nos.§ 1o Ao proprietário prejudicado, em talcaso, também assiste direito a ressarci-mento pelos danos que de futuro lheadvenham da infiltração ou irrupção daságuas, bem como da deterioração dasobras destinadas a canalizá-las.

§ 2o O proprietário prejudicado poderáexigir que seja subterrânea a canalizaçãoque atravessa áreas edificadas, pátios,hortas, jardins ou quintais.

§ 3o O aqueduto será construído de ma-neira que cause o menor prejuízo aos pro-prietários dos imóveis vizinhos, e aexpensas do seu dono, a quem incumbemtambém as despesas de conservação.

Art. 1.294. Aplica-se ao direito de aque-duto o disposto nos arts. 1.286 e 1.287.

Art. 1.295. O aqueduto não impedirá queos proprietários cerquem os imóveis econstruam sobre ele, sem prejuízo para asua segurança e conservação; os propri-etários dos imóveis poderão usar daságuas do aqueduto para as primeiras ne-cessidades da vida.

Art. 1.296. Havendo no aqueduto águassupérfluas, outros poderão canalizá-las,

tenha direito, através de prédios rústicosalheios, não sendo chácaras ou sítiosmurados, quintais, pátios, hortas, ou jar-dins.Parágrafo único. Ao proprietário prejudi-cado, em tal caso, também assiste o direi-to de indenização pelos danos, que defuturo lhe advenham com a infiltração oua irrupção das águas, bem como com adeterioração das obras destinadas acanalizá-las.

Art. 568. Serão pleiteadas em ação sumáriaas questões relativas à servidão de águas eàs indenizações correspondentes.

Page 337: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

para os fins previstos no art. 1.293, medi-ante pagamento de indenização aos pro-prietários prejudicados e ao dono do aque-duto, de importância equivalente às des-pesas que então seriam necessárias paraa condução das águas até o ponto de de-rivação.Parágrafo único. Têm preferência os pro-prietários dos imóveis atravessados peloaqueduto.

Seção VI – Dos Limites entre Prédios e doDireito de Tapagem

Art. 1.297. O proprietário tem direito a cer-car, murar, valar ou tapar de qualquer modoo seu prédio, urbano ou rural, e pode cons-tranger o seu confinante a proceder comele à demarcação entre os dois prédios, aaviventar rumos apagados e a renovarmarcos destruídos ou arruinados, repar-tindo-se proporcionalmente entre os in-teressados as respectivas despesas.

§ 1o Os intervalos, muros, cercas e os ta-pumes divisórios, tais como sebes vivas,cercas de arame ou de madeira, valas oubanquetas, presumem-se, até prova emcontrário, pertencer a ambos os proprie-tários confinantes, sendo estes obrigados,de conformidade com os costumes da lo-calidade, a concorrer, em partes iguais,para as despesas de sua construção econservação.

§ 2o As sebes vivas, as árvores, ou plan-tas quaisquer, que servem de marco divi-sório, só podem ser cortadas, ou arranca-das, de comum acordo entre proprietári-os.

Do Direito de Tapagem

Art. 588. O proprietário tem direito a cer-car, murar, valar, ou tapar de qualquer modoo seu prédio, urbano ou rural, conforman-do-se com estas disposições:

§ 1o Os tapumes divisórios entre proprie-dades presumem-se comuns, sendo obri-gados a concorrer, em partes iguais, paraas despesas de sua construção e conser-vação, os proprietários dos imóveisconfinantes.

Page 338: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

§ 3o A construção de tapumes especi-ais para impedir a passagem de animaisde pequeno porte, ou para outro fim,pode ser exigida de quem provocou anecessidade deles, pelo proprietário,que não está obrigado a concorrer paraas despesas.

Art. 1.298. Sendo confusos, os limites, emfalta de outro meio, se determinarão deconformidade com a posse justa; e, nãose achando ela provada, o terreno con-testado se dividirá por partes iguais entreos prédios, ou, não sendo possível a divi-

§ 2o Por “tapumes” entendem-se as sebesvivas, as cercas de arame ou de madeira,as valas ou banquetas, ou quaisquer ou-tros meios de separação de terrenos, ob-servadas as dimensões estabelecidas emposturas municipais, de acordo com oscostumes de cada localidade, contantoque impeçam a passagem de animais degrande porte, como sejam gado vacum,cavalar e muar.

§ 3o A obrigação de cercar as proprieda-des para deter nos seus limites aves do-mésticas e animais, tais como cabritos,porcos e carneiros, que exigem tapumesespeciais, cabe exclusivamente aos pro-prietários e detentores.

Dos Limites entre Prédios

Art. 569. Todo proprietário pode obrigaro seu confinante a proceder com ele àdemarcação entre os dois prédios, a avi-ventar rumos apagados e a renovar mar-cos destruídos ou arruinados, repartindo-se proporcionalmente entre os interessa-dos as respectivas despesas.

Art. 570. No caso de confusão, os limites,em falta de outro meio, se determinarãode conformidade com a posse; e, não seachando ela provada, o terreno contesta-do se repartirá proporcionalmente entreos prédios, ou não sendo possível a divi-

Page 339: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

são cômoda, se adjudicará a um deles,mediante indenização ao outro.

Seção VII – Do Direito de Construir

Art. 1.299. O proprietário pode levantarem seu terreno as construções que lheaprouver, salvo o direito dos vizinhos eos regulamentos administrativos.

Art. 1.300. O proprietário construirá demaneira que o seu prédio não despejeáguas, diretamente, sobre o prédio vizi-nho.

Art. 1.301. É defeso abrir janelas, ou fazereirado, terraço ou varanda, a menos demetro e meio do terreno vizinho.

§ 1o As janelas cuja visão não incida so-bre a linha divisória, bem como as per-pendiculares, não poderão ser abertas amenos de setenta e cinco centímetros.

§ 2o As disposições deste artigo nãoabrangem as aberturas para luz ou venti-lação, não maiores de dez centímetros delargura sobre vinte de comprimento e

são cômoda, se ajudicará a um deles, me-diante indenização ao proprietário preju-dicado.

Art. 571. Do intervalo, muro, vala, cercaou qualquer outra obra divisória entre doisprédios têm o direito a usar em comum osproprietários confinantes, presumindo-se,até prova em contrário, pertencer a ambos.

Do Direito de Construir

Art. 572. O proprietário pode levantar emseu terreno as construções que lheaprouver, salvo o direito dos vizinhos eos regulamentos administrativos.

Art. 575. O proprietário edificará de ma-neira que o beiral do seu telhado não des-peje sobre o prédio vizinho, deixando en-tre eles e o beiral, quando por outro modoo não possa evitar, um intervalo de dezcentímetros pelo menos.

Art. 573. O proprietário pode embargar aconstrução do prédio que invada a áreado seu, ou sobre este deite goteiras, bemcomo a daquele, em que, a menos de metroe meio do seu, se abra janela, ou se façaeirado, terraço, ou varanda.

§ 1o A disposição deste artigo não abran-ge as frestas, seteiras, ou óculos para luz,não maiores de dez centímetros de largu-ra sobre vinte de comprimento.

Page 340: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

construídas a mais de dois metros de al-tura de cada piso.

Art. 1.302. O proprietário pode, no lapsode ano e dia após a conclusão da obra,exigir que se desfaça janela, sacada, terra-ço ou goteira sobre o seu prédio; escoa-do o prazo, não poderá, por sua vez,edificar sem atender ao disposto no arti-go antecedente, nem impedir, ou dificul-tar, o escoamento das águas da goteira,com prejuízo para o prédio vizinho.

Parágrafo único. Em se tratando de vãos,ou aberturas para luz, seja qual for a quan-tidade, altura e disposição, o vizinho po-derá, a todo tempo, levantar a suaedificação, ou contramuro, ainda que lhesvede a claridade.

Art. 1.303. Na zona rural, não será permiti-do levantar edificações a menos de trêsmetros do terreno vizinho.

Art. 1.304. Nas cidades, vilas e povoadoscuja edificação estiver adstrita a alinha-

Art. 574. As disposições do artigo prece-dente não são aplicáveis a prédios sepa-rados por estrada, caminho, rua ou qual-quer outra passagem pública.

Art. 576. O proprietário, que anuir em ja-nela, sacada, terraço, ou goteira sobre oseu prédio, só até o lapso de ano e diaapós a conclusão da obra poderá exigirque se desfaça.

Art. 577. Em prédio rústico, não se pode-rão, sem licença do vizinho, fazer novasconstruções, ou acréscimos às existentes,a menos de metro e meio do limite comum.

Art. 578. As estrebarias, currais, pocilgas,estrumeiras, e, em geral, as construçõesque incomodam ou prejudicam a vizinhan-ça, guardarão a distância fixada nas postu-ras municipais e regulamentos de higiene.

Art. 573, § 2o Os vãos, ou aberturas paraluz não prescrevem contra o vizinho, que,a todo tempo, levantará, querendo, a suacasa, ou contramuro, ainda que lhes vedea claridade.

Art. 579. Nas cidades, vilas e povoados,cuja edificação estiver adstrita a alinha-

Page 341: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

mento, o dono de um terreno pode neleedificar, madeirando na parede divisóriado prédio contíguo, se ela suportar a novaconstrução; mas terá de embolsar ao vizi-nho metade do valor da parede e do chãocorrespondentes.

Art. 1.305. O confinante, que primeiroconstruir, pode assentar a parede divisó-ria até meia espessura no terreno contí-guo, sem perder por isso o direito a havermeio valor dela se o vizinho a travejar, casoem que o primeiro fixará a largura e a pro-fundidade do alicerce.

Parágrafo único. Se a parede divisóriapertencer a um dos vizinhos, e não tivercapacidade para ser travejada pelo outro,não poderá este fazer-lhe alicerce ao pésem prestar caução àquele, pelo risco aque expõe a construção anterior.

Art. 1.306. O condômino da parede-meiapode utilizá-la até ao meio da espessura,não pondo em risco a segurança ou a se-paração dos dois prédios, e avisandopreviamente o outro condômino das obrasque ali tenciona fazer; não pode sem con-sentimento do outro, fazer, na parede-meia,armários, ou obras semelhantes,correspondendo a outras, da mesma na-tureza, já feitas do lado oposto.

Art. 1.307. Qualquer dos confinantes podealtear a parede divisória, se necessárioreconstruindo-a, para suportar oalteamento; arcará com todas as despe-sas, inclusive de conservação, ou commetade, se o vizinho adquirir meação tam-bém na parte aumentada.

mento, o dono de um terreno vago podeedificá-lo, madeirando na parede divisó-ria do prédio contíguo, se ela agüentar anova construção; mas terá de embolsarao vizinho meio valor da parede e do chãocorrespondente.

Art. 580. O confinante, que primeiro cons-truir, pode assentar a parede divisória atémeia espessura no terreno contíguo, semperder por isso o direito a haver meio va-lor dela, se o vizinho a travejar. Neste caso,o primeiro fixará a largura do alicerce, as-sim como a profundidade, se o terreno nãofor de rocha.

Parágrafo único. Se a parede divisóriapertencer a um dos vizinhos, e não tivercapacidade para ser travejada pelo outro,não poderá este fazer-lhe alicerce ao pésem prestar caução àquele, pelo risco aque a insufuciência da nova obra expo-nha a construção anterior.

Art. 581. O condômino da parede-meiapode utilizá-la até ao meio da espessura,não pondo em risco a segurança ou a se-paração dos dois prédios, e avisando pre-viamente o outro consorte das obras, queali tencione fazer. Não pode, porém, semconsentimento do outro, fazer, na parede-meia, armários, ou obras semelhantes,correspondendo a outras, da mesma na-tureza, já feitas do lado oposto.

Page 342: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.308. Não é lícito encostar à parededivisória chaminés, fogões, fornos ouquaisquer aparelhos ou depósitos susce-tíveis de produzir infiltrações ou interfe-rências prejudiciais ao vizinho.

Parágrafo único. A disposição anteriornão abrange as chaminés ordinárias e osfogões de cozinha.

Art. 1.309. São proibidas construções ca-pazes de poluir, ou inutilizar, para uso or-dinário, a água do poço, ou nascentealheia, a elas preexistentes.

Art. 1.310. Não é permitido fazer escava-ções ou quaisquer obras que tirem aopoço ou à nascente de outrem a água in-dispensável às suas necessidades nor-mais.

Art. 1.311. Não é permitida a execução dequalquer obra ou serviço suscetível deprovocar desmoronamento ou deslocaçãode terra, ou que comprometa a segurançado prédio vizinho, senão após haveremsido feitas as obras acautelatórias.Parágrafo único. O proprietário do prédiovizinho tem direito a ressarcimento pelosprejuízos que sofrer, não obstante have-

Art. 582. O dono de um prédio, ameaçadopela construção de chaminés, fogões oufornos, no contíguo, ainda que a paredeseja comum, pode embargar a obra e exi-gir caução contra os prejuízos possíveis.

Art. 583. Não é lícito encostar à parede-meia, ou à parede, do vizinho, sem per-missão sua, fornalhas, fornos de forja oude fundição, aparelhos higiênicos, fossos,cano de esgoto, depósito de sal, ou dequaisquer substâncias corrosivas, oususcetíveis de produzir infiltrações dani-nhas.

Parágrafo único. Não se incluem na proi-bição deste e do artigo antecedente aschaminés ordinárias, nem os fornos decozinha.

Art. 584. São proibidas construções ca-pazes de poluir, ou inutilizar para o usoordinário, a água do poço ou fonte alheia,a elas preexistente.

Art. 585. Não é permitido fazer escava-ções que tirem ao poço ou à fonte de ou-trem a água necessária. É porém, permiti-do fazê-las, se apenas diminuírem o supri-mento do poço ou da fonte do vizinho, enão forem mais profundas que as deste,em relação ao nível do lençol d’água.

Page 343: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

rem sido realizadas as obrasacautelatórias.

Art. 1.312. Todo aquele que violar as proi-bições estabelecidas nesta Seção é obri-gado a demolir as construções feitas, res-pondendo por perdas e danos.

Art. 1.313. O proprietário ou ocupante doimóvel é obrigado a tolerar que o vizinhoentre no prédio, mediante prévio aviso,para:I – dele temporariamente usar, quando in-dispensável à reparação, construção, re-construção ou limpeza de sua casa ou domuro divisório;II – apoderar-se de coisas suas, inclusiveanimais que aí se encontrem casualmen-te.

§ 1o O disposto neste artigo aplica-se aoscasos de limpeza ou reparação de esgo-tos, goteiras, aparelhos higiênicos, poçose nascentes e ao aparo de cerca viva.

§ 2o Na hipótese do inciso II, uma vez en-tregues as coisas buscadas pelo vizinho,poderá ser impedida a sua entrada no imó-vel.

§ 3o Se do exercício do direito asseguradoneste artigo provier dano, terá o prejudi-cado direito a ressarcimento.

Capítulo VI – Do Condomínio Geral

Seção I – Do Condomínio Voluntário

Subseção I – Dos Direitos e Deveres dosCondôminos

Art. 586. Todo aquele que violar as dispo-sições dos artigos 580 e seguintes é obri-gado a demolir as construções feitas, res-pondendo por perdas e danos.

Art. 587. Todo o proprietário é obrigado aconsentir que entre no seu prédio, e deletemporariamente use, mediante prévioaviso, o vizinho, quando seja indispensá-vel à reparação ou limpeza, construção ereconstrução de sua casa. Mas, se daí lheprovier dano, terá direito a ser indeniza-do.

Parágrafo único. As mesmas disposiçõesaplicam-se aos casos de limpeza ou repa-ração dos esgotos, goteiras e aparelhoshigiênicos, assim como dos poços e fon-tes já existentes.

Art. 587

Capítulo IV – Do Condomínio

Seção I – Dos Direitos e Deveres dosCondôminos

Page 344: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.314. Cada condômino pode usar dacoisa conforme sua destinação, sobre elaexercer todos os direitos compatíveis coma indivisão, reivindicá-la de terceiro, de-fender a sua posse e alhear a respectivaparte ideal, ou gravá-la.

Parágrafo único. Nenhum dos condôminospode alterar a destinação da coisa comum,nem dar posse, uso ou gozo dela a estra-nhos, sem o consenso dos outros.

Art. 1.315. O condômino é obrigado, naproporção de sua parte, a concorrer paraas despesas de conservação ou divisãoda coisa, e a suportar os ônus a que esti-ver sujeita.

Parágrafo único. Presumem-se iguais aspartes ideais dos condôminos.

Art. 1.316. Pode o condômino eximir-sedo pagamento das despesas e dívidas,renunciando à parte ideal.§ 1o Se os demais condôminos assumemas despesas e as dívidas, a renúncia lhesaproveita, adquirindo a parte ideal dequem renunciou, na proporção dos paga-mentos que fizerem.§ 2o Se não há condômino que faça os pa-gamentos, a coisa comum será dividida.

Art. 623. Na propriedade em comum,compropriedade, ou condomínio, cadacondômino ou consorte pode:I – udar livremente da coisa conforme seudestino, e, sobre ele exercer todos os di-reitos compatíveis com a indivisão;II – reivindicá-la de terceiro;III – alhear a respectiva parte indivisa, ougravá-la.

Art. 628. Nenhum dos comproprietáriospode alterar a coisa comum, sem o con-senso dos outros.

Art. 624. O condômino é obrigado a con-correr, na proporção de sua parte, para asdespesas de conservação ou divisão dacoisa e suportar na mesma razão os ônus,a que estiver sujeita.

Parágrafo único. Se com isso não se con-formar algum dos condôminos, será divi-dida a coisa, respondendo o quinhão decada um pela parte nas despesas da divi-são.

Parágrafo único

Page 345: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.317. Quando a dívida houver sidocontraída por todos os condôminos, semse discriminar a parte de cada um na obri-gação, nem se estipular solidariedade,entende-se que cada qual se obrigou pro-porcionalmente ao seu quinhão na coisacomum.

Art. 1.318. As dívidas contraídas por umdos condôminos em proveito da comu-nhão, e durante ela, obrigam o contratan-te; mas terá este ação regressiva contraos demais.

Art. 1.319. Cada condômino responde aosoutros pelos frutos que percebeu da coi-sa e pelo dano que lhe causou.

Art. 1.320. A todo tempo será lícito aocondômino exigir a divisão da coisa co-mum, respondendo o quinhão de cadaum pela sua parte nas despesas da di-visão.

§ 1o Podem os condôminos acordar quefique indivisa a coisa comum por prazonão maior de cinco anos, suscetível deprorrogação ulterior.

§ 2o Não poderá exceder de cinco anos aindivisão estabelecida pelo doador oupelo testador.

§ 3o A requerimento de qualquer interes-sado e se graves razões o aconselharem,pode o juiz determinar a divisão da coisacomum antes do prazo.

Art. 626. Quando a dívida houver sidocontraída por todos os condôminos, semse discriminar a parte de cada um na obri-gação coletiva, nem se estipular solidari-edade, entende-se que cada qual se obri-gou proporcionalmente ao seu quinhão,ou sorte, na coisa comum.

Art. 625. As dívidas contraídas por umdos condôminos em proveito da comu-nhão, e durante ela, obrigam o contraente,mas asseguram-lhe ação regressiva con-tra os demais.Parágrafo único. Se algum deles não anuir,proceder-se-á conforme o parágrafo úni-co do artigo anterior.

Art. 627. Cada consorte responde aosoutros pelos frutos que percebeu dacoisa comum, e pelo dano, que lhe cau-sou.

Art. 629. A todo tempo será lícito aocondômino exigir a divisão da coisa co-mum.

Parágrafo único. Podem, porém, osconsortes acordar que fique indivisa portermo não maior de cinco anos, suscetí-vel de prorrogação ulterior.

Art. 630. Se a indivisão for condiçãoestabelecida pelo doador, ou testador, en-tende-se que o foi somente por cincoanos.

Page 346: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.321. Aplicam-se à divisão do con-domínio, no que couber, as regras de par-tilha de herança.

Art. 1.322. Quando a coisa for indivisível,e os consortes não quiserem adjudicá-laa um só, indenizando os outros, será ven-dida e repartido o apurado, preferindo-se,na venda, em condições iguais de oferta,o condômino ao estranho, e entre oscondôminos aquele que tiver na coisabenfeitorias mais valiosas, e, não as ha-vendo, o de quinhão maior.

Parágrafo único. Se nenhum doscondôminos tem benfeitorias na coisa co-mum e participam todos do condomínioem partes iguais, realizar-se-á licitaçãoentre estranhos e, antes de adjudicada acoisa àquele que ofereceu maior lanço,proceder-se-á à licitação entre oscondôminos, a fim de que a coisa sejaadjudicada a quem afinal oferecer melhorlanço, preferindo, em condições iguais, ocondômino ao estranho.

Art. 631. A divisão entre condôminos ésimplesmente declaratória e não atributivada propriedade. Essa poderá, entretanto,ser julgada preliminarmente no mesmoprocesso.

Art. 632. Quando a coisa for indivisível,ou se tornar, pela divisão, imprópria aoseu destino, e os consortes não quise-rem adjudicá-la a um só, indenizandoos outros, será vendida e repartido opreço, preferindo-se, na venda, em con-dições iguais de oferta, o condôminoao estranho, entre os condôminos o quetiver na coisa benfeitorias mais valio-sas, e, não as havendo, o de quinhãomaior.

Art. 633. Nenhum condômino pode, semprévio consenso dos outros, dar pos-se, uso, ou gozo da propriedade a es-tranhos.

Art. 634. O condômino, como qualqueroutro possuidor, poderá defender a suaposse contra outrem.

Page 347: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Subseção II – Da Administração do Con-domínio

Art. 1.323. Deliberando a maioria sobre aadministração da coisa comum, escolheráo administrador, que poderá ser estranhoao condomínio; resolvendo alugá-la, pre-ferir-se-á, em condições iguais, ocondômino ao que não o é.

Art. 1.324. O condômino que administrarsem oposição dos outros presume-se re-presentante comum.

.Art. 1.325. A maioria será calculada pelovalor dos quinhões.

§ 1o As deliberações serão obrigatórias,sendo tomadas por maioria absoluta.

Seção II – Da Administração do Condo-mínio

Art. 635. Quando, por circunstância defato ou por desacordo, não for possível ouso e gozo em comum, resolverão oscopndôminos se a coisa deve ser admi-nistrada, vendida ou alugada.

§ 1o Se todos concordarem que se nãovenda, à maioria competirá deliberar so-bre a administração ou locação da coisacomum.

§ 2o Pronunciando-se a maioria pela admi-nistração, escolherá também o adminis-trador.

Art. 636. Resolvendo-se alugar a coisacomum, preferir-se-á, em condições iguais,o condômino ao estranho.

Art. 640. O condômino, que administrarsem oposição dos outros, presume-semandatário comum.

Art. 641. Aplicam-se, nos casos, à divisãodo condomínio as regras de partilha daherança.

Art. 637. A maioria será calculada não pelonúmero, senão pelo valor dos quinhões.

§ 1o As deliberações não obrigarão, nãosendo tomadas por maioria absoluta, isto

Page 348: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

§ 2o Não sendo possível alcançar maioriaabsoluta, decidirá o juiz, a requerimentode qualquer condômino, ouvidos os ou-tros.

§ 3o Havendo dúvida quanto ao valor doquinhão, será este avaliado judicialmente.

Art. 1.326. Os frutos da coisa comum, nãohavendo em contrário estipulação ou dis-posição de última vontade, serão parti-lhados na proporção dos quinhões.

Seção II – Do Condomínio Necessário

Art. 1.327. O condomínio por meação deparedes, cercas, muros e valas regula-sepelo disposto neste Código (arts. 1.297 e1.298; 1.304 a 1.307).

Art. 1.328. O proprietário que tiver direitoa estremar um imóvel com paredes, cer-cas, muros, valas ou valados, tê-lo-á igual-mente a adquirir meação na parede, muro,valado ou cerca do vizinho, embolsando-lhe metade do que atualmente valer a obrae o terreno por ela ocupado (art. 1.297).

Art. 1.329. Não convindo os dois no pre-ço da obra, será este arbitrado por peri-tos, a expensas de ambos os confinantes.

Art. 1.330. Qualquer que seja o valor dameação, enquanto aquele que pretendera divisão não o pagar ou depositar, ne-nhum uso poderá fazer na parede, muro,vala, cerca ou qualquer outra obra divisó-ria.

é, por votos que representem mais de maiodo valor total.

§ 2o Havendo empate, decidirá o juiz, arequerimento de qualquer condômino,ouvidos os outros.

Art. 639. Nos casos de dúvida, presumem-se iguais os quinhões.

Art. 638. Os frutos da coisa comum, nãohavendo em contrário estipulação ou dis-posição de última vontade, serão parti-lhados na proporção dos quinhões.

Seção III – Do Condomínio em Paredes,Cercas, Muros e Valas

Art. 642. O condomínio por meação deparedes, cercas, muros e valas regula-sepelo disposto neste Código, artigos 569 a589 e 623 a 634.

Art. 643. O proprietário que tiver direito aestremar um imóvel com paredes, cercas,muros, valas ou valados, tê-lo-á igualmen-te a adquirir meação na parede, muro, vala,valado ou cerca do vizinho, embolsando-lhe metade do que atualmente valer a obrae o terreno por ela ocupado.

Art. 644. Não convindo os dois no preçoda obra, será este arbitrado por peritos, aexpensas de ambos os confinantes.

Art. 645. Qualquer que seja o preço dameação, enquanto o que pretender ameação, enquanto o que pretender a divi-são não o pagar ou depositar, nenhumuso poderá fazer da parede, muro, vala,cerca, ou qualquer outra obra divisória.

Page 349: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Capítulo VII – Do Condomínio Edilício

Seção I – Disposições Gerais

Art. 1.331. Pode haver, em edificações,partes que são propriedade exclusiva, epartes que são propriedade comum doscondôminos.

§ 1o As partes suscetíveis de utilizaçãoindependente, tais como apartamentos,escritórios, salas, lojas, sobrelojas ou abri-gos para veículos, com as respectivas fra-ções ideais no solo e nas outras partescomuns, sujeitam-se a propriedade exclu-siva, podendo ser alienadas e gravadaslivremente por seus proprietários.§ 2o O solo, a estrutura do prédio, o telha-do, a rede geral de distribuição de água,esgoto, gás e eletricidade, a calefação erefrigeração centrais, e as demais partescomuns, inclusive o acesso ao logradouropúblico, são utilizados em comum peloscondôminos, não podendo ser alienadosseparadamente, ou divididos.§ 3o A fração ideal no solo e nas outraspartes comuns é proporcional ao valor daunidade imobiliária, o qual se calcula emrelação ao conjunto da edificação.

Seção IV – Do Compáscuo

Art. 646. Se o compáscuo em prédios par-ticulares for estabelecido por servidão,reger-se-á pelas normas desta. Se não,observar-se-á, no que lhe for aplicável, odisposto neste capítulo, caso outra coisanão estipule o título de onde resulte acomunhão de pastos.Parágrafo único. O compáscuo em terre-nos baldios e públicos regular-se-á pelodisposto na legislação municipal.

Page 350: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

§ 4o Nenhuma unidade imobiliária podeser privada do acesso ao logradouro pú-blico.§ 5o O terraço de cobertura é parte co-mum, salvo disposição contrária da escri-tura de constituição do condomínio.

Art. 1.332. Institui-se o condomínioedilício por ato entre vivos ou testamen-to, registrado no Cartório de Registro deImóveis, devendo constar daquele ato,além do disposto em lei especial:I – a discriminação e individualização dasunidades de propriedade exclusiva,estremadas uma das outras e das partescomuns;II – a determinação da fração ideal atribu-ída a cada unidade, relativamente ao ter-reno e partes comuns;III – o fim a que as unidades se destinam.

Art. 1.333. A convenção que constitui ocondomínio edilício deve ser subscritapelos titulares de, no mínimo, dois terçosdas frações ideais e torna-se, desde logo,obrigatória para os titulares de direito so-bre as unidades, ou para quantos sobreelas tenham posse ou detenção.Parágrafo único. Para ser oponível contraterceiros, a convenção do condomíniodeverá ser registrada no Cartório de Re-gistro de Imóveis.

Art. 1.334. Além das cláusulas referidasno art. 1.332 e das que os interessadoshouverem por bem estipular, a conven-ção determinará:I – a quota proporcional e o modo de pa-gamento das contribuições doscondôminos para atender às despesasordinárias e extraordinárias do condomí-nio;

Page 351: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

II – sua forma de administração;III – a competência das assembléias, for-ma de sua convocação e quorum exigidopara as deliberações;IV – as sanções a que estão sujeitos oscondôminos, ou possuidores;V – o regimento interno.§ 1o A convenção poderá ser feita por es-critura pública ou por instrumento parti-cular.§ 2o São equiparados aos proprietários,para os fins deste artigo, salvo disposi-ção em contrário, os promitentes compra-dores e os cessionários de direitos relati-vos às unidades autônomas.

Art. 1.335. São direitos do condômino:I – usar, fruir e livremente dispor das suasunidades;II – usar das partes comuns, conforme asua destinação, e contanto que não ex-clua a utilização dos demaiscompossuidores;III – votar nas deliberações da assembléiae delas participar, estando quite.

Art. 1.336. São deveres do condômino:I – Contribuir para as despesas do con-domínio, na proporção de suas fraçõesideais;II – não realizar obras que comprometama segurança da edificação;III – não alterar a forma e a cor da fachada,das partes e esquadrias externas;IV – dar às suas partes a mesmadestinação que tem a edificação, e não asutilizar de maneira prejudicial ao sossego,salubridade e segurança dos possuido-res, ou aos bons costumes.§ 1o O condômino que não pagar a suacontribuição ficará sujeito aos jurosmoratórios convencionados ou, não sen-

Page 352: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

do previstos, os de um por cento ao mês emulta de até dois por cento sobre o débi-to.§ 2o O condômino, que não cumprir qual-quer dos deveres estabelecidos nosincisos II a IV, pagará a multa prevista noato constitutivo ou na convenção, nãopodendo ela ser superior a cinco vezes ovalor de suas contribuições mensais, in-dependentemente das perdas e danos quese apurarem; não havendo disposiçãoexpressa, caberá à assembléia geral, pordois terços no mínimo dos condôminosrestantes, deliberar sobre a cobrança damulta.

Art. 1337. O condômino, ou possuidor, quenão cumpre reiteradamente com os seusdeveres perante o condomínio poderá, pordeliberação de três quartos doscondôminos restantes, ser constrangidoa pagar multa correspondente até aoquíntuplo do valor atribuído à contribui-ção para as despesas condominiais, con-forme a gravidade das faltas e a reitera-ção, independentemente das perdas edanos que se apurem.Parágrafo único. O condômino ou pos-suidor que, por seu reiterado comporta-mento anti-social, gerar incompatibilida-de de convivência com os demaiscondôminos ou possuidores, poderá serconstrangido a pagar multa correspon-dente ao décuplo do valor atribuído à con-tribuição para as despesas condominiais,até ulterior deliberação da assembléia.

Art. 1.338. Resolvendo o condômino alu-gar área no abrigo para veículos, preferir-se-á, em condições iguais, qualquer doscondôminos a estranhos, e, entre todos,os possuidores.

Page 353: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.339. Os direitos de cada condôminoàs partes comuns são inseparáveis de suapropriedade exclusiva; são tambéminseparáveis das frações ideais corres-pondentes as unidades imobiliárias, comas suas partes acessórias.§ 1o Nos casos deste artigo é proibidoalienar ou gravar os bens em separado.§ 2o É permitido ao condômino alienarparte acessória de sua unidade imobiliáriaa outro condômino, só podendo fazê-lo aterceiro se essa faculdade constar do atoconstitutivo do condomínio, e se a ela nãose opuser a respectiva assembléia geral.

Art. 1.340. As despesas relativas a partescomuns de uso exclusivo de umcondômino, ou de alguns deles, incum-bem a quem delas se serve.

Art. 1.341. A realização de obras no con-domínio depende:I – se voluptuárias, de voto de dois ter-ços dos condôminos;II – se úteis, de voto da maioria doscondôminos.§ 1o As obras ou reparações necessáriaspodem ser realizadas, independentemen-te de autorização, pelo síndico, ou, emcaso de omissão ou impedimento deste,por qualquer condômino.§ 2o Se as obras ou reparos necessáriosforem urgentes e importarem em despe-sas excessivas, determinada sua realiza-ção, o síndico ou o condômino que to-mou a iniciativa delas dará ciência à as-sembléia, que deverá ser convocada ime-diatamente.§ 3o Não sendo urgentes, as obras ou re-paros necessários, que importarem emdespesas excessivas, somente poderãoser efetuadas após autorização da assem-

Page 354: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

bléia, especialmente convocada pelo síndi-co, ou, em caso de omissão ou impedimen-to deste, por qualquer dos condôminos.§ 4o O condômino que realizar obras oureparos necessários será reembolsado dasdespesas que efetuar, não tendo direito àrestituição das que fizer com obras ou re-paros de outra natureza, embora de inte-resse comum.

Art. 1.342. A realização de obras, em par-tes comuns, em acréscimo às já existen-tes, a fim de lhes facilitar ou aumentar autilização, depende da aprovação de doisterços dos votos dos condôminos, nãosendo permitidas construções, nas par-tes comuns, suscetíveis de prejudicar autilização, por qualquer dos condôminos,das partes próprias, ou comuns.

Art. 1.343. A construção de outro pavi-mento, ou, no solo comum, de outro edifí-cio, destinado a conter novas unidadesimobiliárias, depende da aprovação daunanimidade dos condôminos.

Art. 1.344. Ao proprietário do terraço decobertura incumbem as despesas da suaconservação, de modo que não haja da-nos às unidades imobiliárias inferiores.

Art. 1.345. O adquirente de unidade res-ponde pelos débitos do alienante, em re-lação ao condomínio, inclusive multas ejuros moratórios.

Art. 1.346. É obrigatório o seguro de todaa edificação contra o risco de incêndio oudestruição, total ou parcial.

Seção II – Da Administração do Condo-mínio

Page 355: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.347. A assembléia escolherá um sín-dico, que poderá não ser condômino, paraadministrar o condomínio, por prazo nãosuperior a dois anos, o qual poderá reno-var-se.

Art. 1.348. Compete ao síndico:I – convocar a assembléia dos condôminos;II – representar, ativa e passivamente, ocondomínio, praticando, em juízo ou foradele, os atos necessários à defesa dosinteresses comuns;III – dar imediato conhecimento à assem-bléia da existência de procedimento judi-cial ou administrativo, de interesse docondomínio;IV – cumprir e fazer cumprir a convenção,o regimento interno e as determinaçõesda assembléia;V – diligenciar a conservação e a guardadas partes comuns e zelar pela prestaçãodos serviços que interessem aos possui-dores;VI – elaborar o orçamento da receita e dadespesa relativa a cada ano;VII – cobrar dos condôminos as suas con-tribuições, bem como impor e cobrar asmultas devidas;VIII – prestar contas à assembléia, anual-mente e quando exigidas;IX – realizar o seguro da edificação.§ 1o Poderá a assembléia investir outrapessoa, em lugar do síndico, em poderesde representação.§ 2o O síndico pode transferir a outrem,total ou parcialmente, os poderes de re-presentação ou as funções administrativas,mediante aprovação da assembléia, salvodisposição em contrário da convenção.

Art. 1.349. A assembléia, especialmenteconvocada para o fim estabelecido no §

Page 356: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

2o do artigo antecedente, poderá, pelovoto da maioria absoluta de seus mem-bros, destituir o síndico que praticar irre-gularidades, não prestar contas, ou nãoadministrar convenientemente o condo-mínio.

Art. 1.350. Convocará o síndico, anual-mente, reunião da assembléia doscondôminos, na forma prevista na con-venção, a fim de aprovar o orçamento dasdespesas, as contribuições doscondôminos e a prestação de contas, eeventualmente eleger-lhe o substituto ealterar o regimento interno.§ 1o Se o síndico não convocar a assem-bléia, um quarto dos condôminos poderáfazê-lo.§ 2o Se a assembléia não se reunir, o juizdecidirá, a requerimento de qualquercondômino.

Art. 1.351. Depende da aprovação de doisterços dos votos dos condôminos a alte-ração da convenção e do regimento inter-no; a mudança da destinação do edifício,ou da unidade imobiliária, depende deaprovação pela unanimidade doscondôminos.

Art. 1.352. Salvo quando exigido quorumespecial, as deliberações da assembléiaserão tomadas, em primeira convocação,por maioria de votos dos condôminos pre-sentes que representem pelo menos me-tade das frações ideais.Parágrafo único. Os votos serão propor-cionais às frações ideais no solo e nasoutras partes comuns pertencentes a cadacondômino, salvo disposição diversa daconvenção de constituição do condomí-nio.

Page 357: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.353. Em segunda convocação, aassembléia poderá deliberar por maioriados votos dos presentes, salvo quandoexigido quorum especial.

Art. 1.354. A assembléia não poderá deli-berar se todos os condôminos não foremconvocados para a reunião.

Art. 1.355. Assembléias extraordináriaspoderão ser convocadas pelo síndico oupor um quarto dos condôminos.

Art. 1.356. Poderá haver no condomínioum conselho fiscal, composto de trêsmembros, eleitos pela assembléia, por pra-zo não superior a dois anos, ao qual com-pete dar parecer sobre as contas do síndi-co.

Seção III – Da Extinção do Condomínio

Art. 1.357. Se a edificação for total ou con-sideravelmente destruída, ou ameace ruí-na, os condôminos deliberarão em assem-bléia sobre a reconstrução, ou venda, porvotos que representem metade mais umadas frações ideais.§ 1o Deliberada a reconstrução, poderá ocondômino eximir-se do pagamento dasdespesas respectivas, alienando os seusdireitos a outros condôminos, medianteavaliação judicial.§ 2o Realizada a venda, em que se preferi-rá, em condições iguais de oferta, ocondômino ao estranho, será repartido oapurado entre os condôminos, proporci-onalmente ao valor das suas unidadesimobiliárias.

Art. 1.358. Se ocorrer desapropriação,a indenização será repartida na propor-

Page 358: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

ção a que se refere o § 2o do artigo an-tecedente.

Capítulo VIII – Da Propriedade Resolúvel

Art. 1.359. Resolvida a propriedade peloimplemento da condição ou pelo adventodo termo, entendem-se também resolvidosos direitos reais concedidos na sua pen-dência, e o proprietário, em cujo favor seopera a resolução, pode reivindicar a coisado poder de quem a possua ou detenha.

Art. 1.360. Se a propriedade se resolverpor outra causa superveniente, o possui-dor, que a tiver adquirido por título anteri-or à sua resolução, será considerado pro-prietário perfeito, restando à pessoa, emcujo benefício houve a resolução, açãocontra aquele cuja propriedade se resol-veu para haver a própria coisa ou o seuvalor.

Capítulo IX – Propriedade Fiduciária

Art. 1.361. Considera-se fiduciária a pro-priedade resolúvel de coisa móvelinfungível que o devedor, com escopo degarantia, transfere ao credor.§ 1o Constitui-se a propriedade fiduciáriacom o registro do contrato, celebrado porinstrumento público ou particular, que lheserve de título, no Registro de Títulos eDocumentos do domicílio do devedor, ou,em se tratando de veículos, na repartiçãocompetente para o licenciamento, fazen-do-se a anotação no certificado de regis-tro.§ 2o Com a constituição da propriedadefiduciária, dá-se o desdobramento da pos-se, tornando-se o devedor possuidor di-reto da coisa.

Capítulo V – Da Propriedade Resolúvel

Art. 647. Resolvido o domínio peloimplemento da condição ou pelo adventodo termo, entendem-se também resolvi-dos os direitos reais concedidos na suapendência, e o proprietário, em cujo favorse opera a resolução, pode reivindicar acoisa do poder de quem a detenha.

Art. 648. Se, porém, o domínio se resolverpor outra causa superveniente, o possui-dor, que o tiver adquirido por título ante-rior à resolução, será considerado propri-etário perfeito, restando à pessoa em cujobenefício houve a resolução ação contraaquele cujo domínio se resolveu para ha-ver a própria coisa, ou seu valor.

Page 359: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

§ 3o A propriedade superveniente, adqui-rida pelo devedor, torna eficaz, desde oarquivamento, a transferência da proprie-dade fiduciária.

Art. 1.362. O contrato, que serve de títuloà propriedade fiduciária, conterá:I – o total da dívida, ou sua estimativa;II – o prazo, ou a época do pagamento;III – a taxa de juros, se houver;IV – a descrição da coisa objeto da trans-ferência, com os elementos indispensá-veis à sua identificação.

Art. 1.363. Antes de vencida a dívida, odevedor, a suas expensas e risco, podeusar a coisa segundo sua destinação, sen-do obrigado, como depositário:I – a empregar na guarda da coisa a dili-gência exigida por sua natureza;II – a entregá-la ao credor, se a dívida nãofor paga no vencimento.

Art. 1.364. Vencida a dívida, e não paga,fica o credor obrigado a vender, judici-al ou extrajudicialmente, a coisa a ter-ceiros, a aplicar o preço no pagamentode seu crédito e das despesas de co-brança, e a entregar o saldo, se houver,ao devedor.

Art. 1.365. É nula a cláusula que autorizao proprietário fiduciário a ficar com a coi-sa alienada em garantia, se a dívida nãofor paga no vencimento.Parágrafo único. O devedor pode, com aanuência do credor, dar seu direito even-tual à coisa em pagamento da dívida, apóso vencimento desta.

Art. 1.366. Quando, vendida a coisa, oproduto não bastar para o pagamento da

Page 360: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

dívida e das despesas de cobrança, con-tinuará o devedor obrigado pelo restante.

Art. 1.367. Aplica-se à propriedadefiduciária, no que couber, o disposto nosarts. 1.421, 1.425, 1.426, 1.427 e 1.436.

Art. 1.368. O terceiro, interessado ou não,que pagar a dívida, se sub-rogará de ple-no direito no crédito e na propriedadefiduciária.

Título IV – Da Superfície

Art. 1.369. O proprietário pode concedera outrem o direito de construir ou de plan-tar em seu terreno, por tempo determina-do, mediante escritura pública devidamen-te registrada no Cartório de Registro deImóveis.Parágrafo único. O direito de superfícienão autoriza obra no subsolo, salvo sefor inerente ao objeto da concessão.

Art. 1.370. A concessão da superfície serágratuita ou onerosa; se onerosa, estipu-larão as partes se o pagamento será feitode uma só vez, ou parceladamente.

Art. 1.371. O superficiário responderá pe-los encargos e tributos que incidirem so-bre o imóvel.

Art. 1.372. O direito de superfície podetransferir-se a terceiros e, por morte dosuperficiário, aos seus herdeiros.Parágrafo único. Não poderá ser estipula-do pelo concedente, a nenhum título, qual-quer pagamento pela transferência.

Art. 1.373. Em caso de alienação do imó-vel ou do direito de superfície, o

Page 361: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

superficiário ou o proprietário tem direitode preferência, em igualdade de condições.

Art. 1.374. Antes do termo final, resolver-se-á a concessão se o superficiário der aoterreno destinação diversa daquela paraque foi concedida.

Art. 1.375. Extinta a concessão, o proprie-tário passará a ter a propriedade plenasobre o terreno, construção ou plantação,independentemente de indenização, se aspartes não houverem estipulado o con-trário.

Art. 1.376. No caso de extinção do direitode superfície em conseqüência de desa-propriação, a indenização cabe ao propri-etário e ao superficiário, no valor corres-pondente ao direito real de cada um.

Art. 1.377. O direito de superfície, consti-tuído por pessoa jurídica de direito públi-co interno, rege-se por este Código, noque não for diversamente disciplinado emlei especial.

Título V – Das Servidões

Capítulo I – Da Constituição das Servi-dões

Art. 1.378. A servidão proporciona utili-dade para o prédio dominante, e grava oprédio serviente, que pertence a diversodono, e constitui-se mediante declaraçãoexpressa dos proprietários, ou por testa-mento, e subseqüente registro no Cartó-rio de Registro de Imóveis.

Título III – Dos Direitos Reais Sobre Coi-sas Alheias

Capítulo III – Das Servidões Prediais

Seção I – Da Constituição das Servidões

Page 362: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.379. O exercício incontestado e con-tínuo de uma servidão aparente, por dezanos, nos termos do art. 1.242, autoriza ointeressado a registrá-la em seu nome noRegistro de Imóveis, valendo-lhe comotítulo a sentença que julgar consumado ausucapião.

Parágrafo único. Se o possuidor não tivertítulo, o prazo da usucapião será de vinteanos.

Capítulo II – Do Exercício das Servidões

Art. 1.380. O dono de uma servidão podefazer todas as obras necessárias à suaconservação e uso, e, se a servidão per-tencer a mais de um prédio, serão as des-pesas rateadas entre os respectivos do-nos.

Art. 1.381. As obras a que se refere o arti-go antecedente devem ser feitas pelodono do prédio dominante, se o contrárionão dispuser expressamente o título.

Art. 1.382. Quando a obrigação incumbirao dono do prédio serviente, este poderá

Art. 695. Impõe-se a servidão predial a umprédio em favor do outro, pertencente adiverso dono. Por ela perde o proprietáriodo prédio serviente o exercício de algunsde seus direitos dominicais, ou fica obri-gado a tolerar que dele se utilize, para cer-to fim, o dono do prédio dominante.

Art. 696. A servidão não se presume.

Art. 697. As servidões não aparentes sópodem ser estabelecidas por meio detranscrição no registro de imóveis.

Art. 698. A posse incontestada e contí-nua de uma servidão por dez ou quinzeanos, nos termos do artigo 551, autoriza opossuidor a transcrevê-la em seu nomeno registro de imóveis, servindo-lhe detítulo a sentença que julgar consumado ousucapião.

Parágrafo único. Se o possuidor não tivertítulo, o prazo do usucapião será de vinteanos.

Art. 699. O dono de uma servidão tem di-reito a fazer todas as obras necessárias àsua conservação e uso. Se a servidão per-tencer a mais de um prédio, serão as des-pesas rateadas entre os respectivos do-nos.

Art. 700. As obras a que se refere o artigoantecedente devem ser feitas pelo donodo prédio dominante, se o contrário nãodispuser o título expressamente.

Art. 701. Quando a obrigação incumbir aodono do prédio serviente, este poderá

Page 363: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

exonerar-se, abandonando, total ou par-cialmente, a propriedade ao dono do do-minante.

Parágrafo único. Se o proprietário do pré-dio dominante se recusar a receber a pro-priedade do serviente, ou parte dela, ca-ber-lhe-á custear as obras.

Art. 1.383. O dono do prédio serviente nãopoderá embaraçar de modo algum o exer-cício legítimo da servidão.

Art. 1.384. A servidão pode ser removida,de um local para outro, pelo dono do pré-dio serviente e à sua custa, se em nadadiminuir as vantagens do prédio dominan-te, ou pelo dono deste e à sua custa, sehouver considerável incremento da utili-dade e não prejudicar o prédio serviente.

Art. 1.385. Restringir-se-á o exercício daservidão às necessidades do prédio do-minante, evitando-se, quanto possível,agravar o encargo ao prédio serviente.

§ 1o Constituída para certo fim, a servidãonão se pode ampliar a outro.

§ 2o Nas servidões de trânsito, a de maiorinclui a de menor ônus, e a menor exclui amais onerosa.

§ 3o Se as necessidades da cultura, ou daindústria, do prédio dominante impuse-rem à servidão maior largueza, o dono doserviente é obrigado a sofrê-la; mas temdireito a ser indenizado pelo excesso.

exonerar-se, abandonando a propriedadeao dono do dominante.

Art. 702. O dono do prédio serviente nãopoderá embaraçar de modo algum o usolegítimo da servidão.

Art. 703. Pode o dono do prédio servienteremover de um local para o outro a servi-dão, contanto que o faça à sua custa, enão diminua em nada as vantagens doprédio dominante.

Art. 704. Restringir-se-á o uso da servi-dão às necessidades do prédio dominan-te, evitando, quanto possível, agravar oencargo ao prédio serviente.

Parágrafo único. Constituída para certofim, a servidão não se pode ampliar a ou-tro, salvo o disposto no artigo seguinte.

Art. 705. Nas servidões de trânsito a demaior inclui a de menor ônus, e a menorexclui a mais onerosa.

Art. 706. Se as necessidades da culturado prédio dominante impuserem à servi-dão maior largueza, o dono do serviente éobrigado a sofrê-la; mas tem direito a serindenizado pelo excesso.

Parágrafo único. Se, porém, esse acrésci-mo de encargo for devido à mudança na

Page 364: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.386. As servidões prediais sãoindivisíveis, e subsistem, no caso de divi-são dos imóveis, em benefício de cadauma das porções do prédio dominante, econtinuam a gravar cada uma das do pré-dio serviente, salvo se, por natureza, oudestino, só se aplicarem a certa parte deum ou de outro.

Capítulo III – Da Extinção das Servidões

Art. 1.387. Salvo nas desapropriações, aservidão, uma vez registrada, só se extin-gue, com respeito a terceiros, quando can-celada.Parágrafo único. Se o prédio dominanteestiver hipotecado, e a servidão se men-cionar no título hipotecário, será tambémpreciso, para a cancelar, o consentimentodo credor.

Art. 1.388. O dono do prédio serviente temdireito, pelos meios judiciais, ao cancela-mento do registro, embora o dono do pré-dio dominante lho impugne:I – quando o titular houver renunciado asua servidão;II – quando tiver cessado, para o prédiodominante, a utilidade ou a comodidade,que determinou a constituição da servidão;III – quando o dono do prédio servienteresgatar a servidão.

Art. 1.389. Também se extingue a servi-dão, ficando ao dono do prédio serviente

maneira de exercer a servidão, como nocaso de se pretender edificar em terrenoaté então destionado a cultura, poderáimpedi-lo o dono do prédio serviente.

Art. 707. As servidões prediais sãoindivisíveis. Subsistem, no caso de parti-lha, em benefício de cada um dos quinhõesdo prédio dominante, e continuam a gra-var cada um dos do prédio serviente, sal-vo se, por natureza ou destino, só se apli-carem a certa parte de um, ou de outro.

Seção II – Da Extinção das Servidões

Art. 708. Salvo nas desapropriações, aservidão, uma vez transcrita, só se extin-gue, com respeito a terceiros, quando can-celada.

Art. 709. O dono do prédio serviente temdireito, pelos meios judiciais, ao cancela-mento da transcrição, embora o dono doprédio dominante lho impugne:I – quando o titular houver renunciado asua servidão;II – quando a servidão for de passagem,que tenha cessado pela abertura de estra-da pública, acessível ao prédio dominante;III – quando o dono do prédio servienteresgatar a servidão.

Art. 710. As servidões prediais extinguem-se:

Page 365: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

a faculdade de fazê-la cancelar, mediantea prova da extinção:I – pela reunião dos dois prédios no do-mínio da mesma pessoa;II – pela supressão das respectivas obraspor efeito de contrato, ou de outro títuloexpresso;III – pelo não uso, durante dez anos con-tínuos.

Título VI – Do Usufruto

Capítulo I – Disposições Gerais

Art. 1.390. O usufruto pode recair em umou mais bens, móveis ou imóveis, em umpatrimônio inteiro, ou parte deste, abran-gendo-lhe, no todo ou em parte, os frutose utilidades.

Art. 1.391. O usufruto de imóveis, quan-do não resulte de usucapião, constituir-se-á mediante registro no Cartório de Re-gistro de Imóveis.

I – pela reunião dos dois prédios no do-mínio da mesma pessoa;II – pela supressão das respectivas obraspor efeito de contrato, ou de outro títuloexpresso;III – pelo não uso, durante dez anos con-tínuos.

Art. 711. Extinta, por alguma das causasdo artigo anterior, a servidão predial trans-crita, fica ao dono do prédio serviente odireito de fazê-la cancelar, mediante a pro-va da extinção.

Art. 712. Se o prédio dominante estiverhipotecado, e a servidão se mencionar notítulo hipotecário, será também preciso, paraa cancelar, o consentimento do credor.

Capítulo IV – Do Usufruto

Seção I – Disposições Gerais

Art. 713. Constitui usufruto o direito realde fruir as utilidades e frutos de uma coi-sa, enquanto temporariamente destacadoda propriedade.

Art. 714. O usufruto pode recair em um oumais bens, móveis ou imóveis, em umpatrimônio inteiro, ou parte deste, abran-gendo-lhe, no todo ou em parte, os frutose utilidades.

Art. 715. O usufruto de imóveis, quandonão resulte do direito de família, depen-derá de transcrição no respectivo regis-tro.

Page 366: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.392. Salvo disposição em contrário,o usufruto estende-se aos acessórios dacoisa e seus acrescidos.

§ 1o Se, entre os acessórios e os acresci-dos, houver coisas consumíveis, terá ousufrutuário o dever de restituir, findo ousufruto, as que ainda houver e, das ou-tras, o equivalente em gênero, qualidade equantidade, ou, não sendo possível, o seuvalor, estimado ao tempo da restituição.

§ 2o Se há no prédio em que recai o usu-fruto florestas ou os recursos minerais aque se refere o art. 1.230, devem o dono eo usufrutuário prefixar-lhe a extensão dogozo e a maneira de exploração.

§ 3o Se o usufruto recai sobre universali-dade ou quota-parte de bens, o usufrutu-ário tem direito à parte do tesouro achadopor outrem, e ao preço pago pelo vizinhodo prédio usufruído, para obter meaçãoem parede, cerca, muro, vala ou valado.

Art. 1.393. Não se pode transferir o usu-fruto por alienação; mas o seu exercíciopode ceder-se por título gratuito ou one-roso.

Capítulo II – Dos Direitos do Usufrutuário

Art. 1.394. O usufrutuário tem direito àposse, uso, administração e percepçãodos frutos.

Art. 1.395. Quando o usufruto recai emtítulos de crédito, o usufrutuário tem di-reito a perceber os frutos e a cobrar asrespectivas dívidas.

Art. 716. Salvo disposição em contrário, ousufruto estende-se aos acessórios dacoisa e seus acrescidos.

Art. 717. O usufruto só se pode transferir,por alienação, ao proprietário da coisa;mas o seu exercício pode ceder-se por tí-tulo gratuito ou oneroso.

Seção II – Dos Direitos do Usufrutuário

Art. 718. O usufrutuário tem direito à pos-se, uso, administração e percepção dosfrutos.

Art. 719. Quando o usufruto recai em títu-los de crédito, o usufrutuário tem direito,não só a cobrar as respectivas dívidas,mas ainda a empregar-lhes a importância

Page 367: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Parágrafo único. Cobradas as dívidas, ousufrutuário aplicará, de imediato, a im-portância em títulos da mesma natureza,ou em títulos da dívida pública federal,com cláusula de atualização monetáriasegundo índices oficiais regularmenteestabelecidos.

Art. 1.396. Salvo direito adquirido poroutrem, o usufrutuário faz seus os frutosnaturais, pendentes ao começar o usufru-to, sem encargo de pagar as despesas deprodução.

Parágrafo único. Os frutos naturais, pen-dentes ao tempo em que cessa o usufru-to, pertencem ao dono, também sem com-pensação das despesas.

Art. 1.397. As crias dos animais perten-cem ao usufrutuário, deduzidas quantasbastem para inteirar as cabeças de gadoexistentes ao começar o usufruto.

Art. 1.398. Os frutos civis, vencidos nadata inicial do usufruto, pertencem ao pro-prietário, e ao usufrutuário os vencidosna data em que cessa o usufruto.

Art. 1.399. O usufrutuário pode usufruirem pessoa, ou mediante arrendamento, o

recebida. Essa aplicação, porém, corre porsua conta e risco; e, cessando o usufruto,o proprietário pode recusar os novos tí-tulos, exigindo em espécie o dinheiro.

Art. 720. Quando o usufruto recai sobreapólices da dívida pública ou títulos se-melhantes, de cotação variável, a aliena-ção deles só se efetuará mediante prévioacordo entre usufrutuário e o dono.

Art. 721. Salvo direito adquirido por ou-trem, o usufrutuário faz seus frutos natu-rais, pendentes ao começar o usufruto,sem encargo de pagar as despesas de pro-dução.

Parágrafo único. Os frutos naturais, po-rém, pendentes ao tempo em que cessa ousufruto, pertencem ao dono, também semcompensação das despesas.

Art. 722. As crias dos animais pertencemao usufrutuário, deduzidas quantas bas-tem para inteirar as cabeças de gado exis-tentes ao começar o usufruto.

Art. 723. Os frutos civis, vencidos na datainicial do usufruto, pertencem ao proprie-tário, e ao usufrutuário os vencidos nadata em que cessa o usufruto.

Art. 724. O usufrutuário pode usufruir empessoa, ou mediante arrendamento, o pré-

Page 368: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

prédio, mas não mudar-lhe a destinaçãoeconômica, sem expressa autorização doproprietário.

Capítulo III – Dos Deveres do Usufrutuário

Art. 1.400. O usufrutuário, antes de assu-mir o usufruto, inventariará, à sua custa,

dio, mas não mudar-lhe o gênero de cul-tura, sem licença do proprietário ou auto-rização expressa no título; salvo se, poralgum outro, como os de pai, ou marido,lhe couber tal direito.

Art. 725. Se o usufruto recai em florestas,ou minas, podem o dono e o usufrutuárioprefixar-lhe a extensão do gozo e a manei-ra de exploração.

Art. 726. As coisas que se consomem pelouso caem para logo no domínio do usu-frutuário, ficando, porém, este obrigado arestituir, findo o usufruto, o equivalenteem gênero, qualidade e quantidade, ou,não sendo possível, o seu valor, pelo pre-ço corrente ao tempo da restituição.Parágrafo único. Se, porém, as referidascoisas foram avaliadas no título constitutivodo usufruto, salvo cláusula expressa emcontrário, o usufrutuário é obrigado a pagá-las pelo preço da avaliação.

Art. 727. O usufrutuário não tem direito àparte do tesouro achado por outrem, nemao preço pago pelo vizinho do prédio usu-fruído, para obter meação em parede, cer-ca, muro, vala ou valado.

Art. 728. Não procede o disposto na se-gunda parte do artigo anterior, quando ousufruto recair sobre universalidade ouquota-parte de bens.

Seção III – Das Obrigações do Usufrutu-ário

Art. 729. O usufrutuário, antes de assumiro usufruto, inventariará, à sua custa, os

Page 369: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

os bens que receber, determinando o es-tado em que se acham, e dará caução,fidejussória ou real, se lha exigir o dono,de velar-lhes pela conservação, e entregá-los findo o usufruto.

Parágrafo único. Não é obrigado à cau-ção o doador que se reservar o usufrutoda coisa doada.

Art. 1.401. O usufrutuário que não quiserou não puder dar caução suficiente per-derá o direito de administrar o usufruto;e, neste caso, os bens serão administra-dos pelo proprietário, que ficará obriga-do, mediante caução, a entregar ao usu-frutuário o rendimento deles, deduzidasas despesas de administração, entre asquais se incluirá a quantia fixada pelo juizcomo remuneração do administrador.

Art. 1.402. O usufrutuário não é obrigadoa pagar as deteriorações resultantes doexercício regular do usufruto.

Art. 1.403 Incumbem ao usufrutuário:I – as despesas ordinárias de conserva-ção dos bens no estado em que os rece-beu;II – as prestações e os tributos devidospela posse ou rendimento da coisa usu-fruída.

Art. 1.404. Incumbem ao dono as repara-ções extraordinárias e as que não foremde custo módico; mas o usufrutuário lhe

bens que receber, determinando o estadoem que se acham, e dará caução,fidejussória ou real, se lha exigir o dono,de velar-lhes pela conservação, e entragá-los findo o usufruto.

Art. 730. O usufrutuário, que não quiserou não puder dar caução suficiente, per-derá o direito de administrar o usufruto; eneste caso, os bens serão administradospelo proprietário, que ficará obrigado,mediante caução, a entregar ao usufrutu-ário o rendimento deles, deduzidas as des-pesas da administração, entre as quais seincluirá a quantia taxado pelo juiz em re-muneração do administrador.

Art. 731. Não são obrigados à caução:I – o doador, que se reservar o usufrutoda coisa doada;II – os pais, usufrutuários dos bens dosfilhos menores.

Art. 732. O usufrutuário não é obrigado apagar as deteriorações resultantes do exer-cício regular do usufruto.

Art. 733. Incumbem ao usufrutuário:I – as despesas ordinárias de conserva-ção dos bens no estado em que os rece-beu;II – os foros, as pensões e os impostosreais devidos pela posse, ou rendimentoda coisa usufruída.

Art. 734. Incumbem ao dono as repara-ções extraordinárias e as que não foremde custo módico; mas o usufrutuário lhe

Page 370: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

pagará os juros do capital despendidocom as que forem necessárias à conser-vação, ou aumentarem o rendimento dacoisa usufruída.

§ 1o Não se consideram módicas as des-pesas superiores a dois terços do líquidorendimento em um ano.

§ 2o Se o dono não fizer as reparações aque está obrigado, e que são indispensá-veis à conservação da coisa, o usufrutuá-rio pode realizá-las, cobrando daquele aimportância despendida.

Art. 1.405. Se o usufruto recair numpatrimônio, ou parte deste, será o usufru-tuário obrigado aos juros da dívida queonerar o patrimônio ou a parte dele.

Art. 1.406. O usufrutuário é obrigado adar ciência ao dono de qualquer lesão pro-duzida contra a posse da coisa, ou os di-reitos deste.

Art. 1.407. Se a coisa estiver segurada,incumbe ao usufrutuário pagar, durante ousufruto, as contribuições do seguro.

§ 1o Se o usufrutuário fizer o seguro, aoproprietário caberá o direito dele resultan-te contra o segurador.

§ 2o Em qualquer hipótese, o direito dousufrutuário fica sub-rogado no valor daindenização do seguro.

Art. 1.408. Se um edifício sujeito a usufru-to for destruído sem culpa do proprietá-rio, não será este obrigado a reconstruí-lo, nem o usufruto se restabelecerá, se o

pagará os juros do capital despendidocom as que forem necessárias à conser-vação, ou aumentarem o rendimento dacoisa usufruída.

Parágrafo único. Não se consideram mó-dicas as despesas superiores a dois ter-ços do líquido rendimento em um ano.

Art. 736. Se o usufruto recair em coisa sin-gular, ou parte dela, só responderá o usu-frutuário pelo juro da dívida que onerar opatrimônio ou a parte dele, sobre que re-caia o usufruto.

Art. 735. Se a coisa estiver segura, incum-be ao usufrutuário pagar, durante o usu-fruto, as contribuições do seguro.

§ 1o Se o usufrutuário fizer o seguro, aoproprietário caberá o direito dele resultan-te contra o segurador.

§ 2o Em qualquer hipótese, o direito dousufrutuário fica sub-rogado no valor daindenização do seguro.

Art. 737. Se um edifício sujeito a usufrutofor destruído sem culpa do proprietário,não será este obrigado a reconstruí-lo,nem o usufruto se restabelecerá, se o pro-

Page 371: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

proprietário reconstruir à sua custa o pré-dio; mas se a indenização do seguro foraplicada à reconstrução do prédio, resta-belecer-se-á o usufruto.

Art. 1.409

Capítulo IV – Da Extinção do Usufruto

Art. 1.409. Também fica sub-rogada noônus do usufruto, em lugar do prédio, aindenização paga, se ele for desapropria-do, ou a importância do dano, ressarcidopelo terceiro responsável no caso de da-nificação ou perda.

Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cance-lando-se o registro no Cartório de Regis-tro de Imóveis:I – pela renúncia ou morte do usufrutuário;II – pelo termo de sua duração;III – pela extinção da pessoa jurídica, emfavor de quem o usufruto foi constituído,ou, se ela perdurar, pelo decurso de trintaanos da data em que se começou a exer-cer;IV – pela cessação do motivo de que seorigina;V – pela destruição da coisa, guardadasas disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ªparte, e 1.409;VI – pela consolidação;VII – por culpa do usufrutuário, quandoaliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens,

prietário reconstruir à sua custa o prédio;mas, se ele estava seguro, a indenizaçãopaga fica sujeita ao ônus do usufruto. Sea indenização do seguro for aplicada àreconstrução do prédio, restabelecer-se-á o usufruto.

Art. 738. Também fica sub-rogado no ônusdo usufruto, em lugar do prédio, a inde-nização paga, se ele for desapropriado, oua importância do dano, ressarcido pelo ter-ceiro responsável, no caso de danificação.

Seção IV – Da Extinção do Usufruto

Art. 739. O usufruto extingue-se:I – pela morte do usufrutuário;II – pelo termo de sua duração;III – pela cessação da causa de que seorigina;IV – pela destruição da coisa, não sendofungível, guardadas as disposições dosartigos 735, 737, 2ª parte, e 738;V – pela consolidação;VI – pela prescrição;VII – por culpa do usufrutuário, quandoaliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens,não lhes acudindo com os reparos de con-servação.

Page 372: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

não lhes acudindo com os reparos de con-servação, ou quando, no usufruto de tí-tulos de crédito, não dá às importânciasrecebidas a aplicação prevista no pará-grafo único do art. 1.395;VIII – Pelo não uso, ou não fruição, dacoisa em que o usufruto recai (arts. 1.390e 1.399).

Art. 1.411. Constituído o usufruto em fa-vor de duas ou mais pessoas, extinguir-se-á a parte em relação a cada uma dasque falecerem, salvo se, por estipulaçãoexpressa, o quinhão desses couber aosobrevivente.

Título VII – Do Uso

Art. 1.412. O usuário usará da coisa e per-ceberá os seus frutos, quanto o exigiremas necessidades suas e de sua família.§ 1o Avaliar-se-ão as necessidades pes-soais do usuário conforme a sua condi-ção social e o lugar onde viver.§ 2o As necessidades da família do usuá-rio compreendem as de seu cônjuge, dosfilhos solteiros e das pessoas de seu ser-viço doméstico.

Art. 740. Constituído o usufruto em favorde dois ou mais indivíduos, extinguir-se-á parte a parte, em relação a cada um dosque falecerem, salvo se, por estipulaçãoexpressa, o quinhão desses couber aossobreviventes.

Art. 741. O usufruto constituído em favorde pessoa jurídica extingue-se com esta,ou, se ela perdurar, aos cem anos da dataem que se começou a exercer.

Capítulo V – Do Uso

Art. 742. O usuário fruirá a utilidade dacoisa dada em uso, quando o exigirem asnecessidades pessoais do usuário, con-forme a sua condição social e o lugar ondeviver.

Art. 743. Avaliar-se-ão as necessidadespassoais do usuário, conforme a sua con-dição social e o lugar onde viver.

Art. 744. As necessidades da família dousuário compreendem:

Page 373: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.413. São aplicáveis ao uso, no quenão for contrário à sua natureza, as dis-posições relativas ao usufruto.

Título VIII – Da Habitação

Art. 1.414. Quando o uso consistir no di-reito de habitar gratuitamente casa alheia,o titular deste direito não a pode alugar,nem emprestar, mas simplesmente ocupá-la com sua família.

Art. 1.415. Se o direito real de habitaçãofor conferido a mais de uma pessoa, qual-quer delas que sozinha habite a casa nãoterá de pagar aluguel à outra, ou às ou-tras, mas não as pode inibir de exercerem,querendo, o direito, que também lhes com-pete, de habitá-la.

Art. 1.416. São aplicáveis à habitação, noque não for contrário à sua natureza, asdisposições relativas ao usufruto.

I – as do seu cônjuge;II – as dos filhos solteiros, ainda que ile-gítimos;III – as das pessoas de seu serviço do-méstico.

Art. 745. São aplicáveis ao uso, no quenão for contrário à sua natureza, as dis-posições relativas ao usufruto.

Capítulo VI – Da Habitação

Art. 746. Quando o uso consistir no direi-to de habitar gratuitamente casa alheia, otitular deste direito não pode alugar, nememprestar, mas simplesmente ocupá-lacom sua família.

Art. 747. Se o direito real de habitação forconferido a mais de uma pessoa, qualquerdelas, que habite, sozinha, a casa, não teráque pagar aluguer à outra, ou às outras,mas não as pode inibir de exercerem, que-rendo, o direito, que também lhes compe-te, de habitá-la.

Art. 748. São aplicáveis à habitação, noem que não lhe contrariarem a natureza, asdisposições concernentes ao usufruto.

Capítulo VII – Das Rendas Constituídassobre Imóveis

Art. 749. No caso de desapropriação,por necessidade ou utilidade pública,de prédio sujeito a constituição de ren-da, aplicar-se-á em constituir outra opreço do imóvel obrigado. O mesmodestino terá, em caso análogo, a inde-nização do seguro.

Page 374: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 750. O pagamento da renda constitu-ída sobre um imóvel incumbe, de plenodireito, ao adquirente do prédio gravado.Esta obrigação estende-se às rendasvencidas antes da alienação, salvo o di-reito regressivo do adquirente contra oalienante.

Art. 751. O imóvel sujeito a prestações derenda pode ser resgatado, pagando o de-vedor um capital em espécie, cujo rendi-mento, calculado pela taxa legal dos juros,assegure ao credor renda equivalente.

Art. 752. No caso de falência, insolvênciaou execução do prédio gravado, o credorda renda tem preferência aos credores parahaver o capital indicado no artigo antece-dente.

Art. 753. A renda constituída por disposi-ção de última vontade começa a ter efeitodesde a morte do constituinte, mas nãovalerá contra terceiros adquirentes, en-quanto não transcrita no competente re-gistro.

Art. 754. No caso de transmissão do pré-dio gravado a muitos sucessores, o ônusreal da renda continua a gravá-lo em to-das as suas partes.

Capítulo VIII – Dos Direitos Reais de Ga-rantia

Art. 755. Nas dívidas garantidas por pe-nhor, anticrese ou hipoteca, a coisa dadaem garantia fica sujeita, por vínculo real,ao cumprimento da obrigação.

Art. 756. Só aquele que pode alienar, po-derá hipotecar, dar em anticrese, ou em-

Page 375: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

penhar. Só as coisas que se podem alie-nar poderão ser dadas em penhor,anticrese ou hipoteca.Parágrafo único. O domíniosuperveniente revalida, desde a inscrição,as garantias reais estabelecidas por quempossuía a coisa a título de proprietário.

Art. 757. A coisa comum a dois ou maisproprietários não pode ser dada em ga-rantia real, na sua totalidade, sem o con-sentimento de todos; mas cada um podeindividualmente dar em garantia real aparte que tiver, se for divisível a coisa, esó a respeito dessa parte vigorará aindivisibilidade da garantia.

Art. 758. O pagamento de uma ou maisprestações da dívida não importa exone-ração correspondente de garantia, aindaque esta compreenda vários bens, salvodisposição expressa no título, ou na qui-tação.

Art. 759. O credor hipotecário e opignoratício têm o direito de excutir a coi-sa hipotecada, ou empenhada, e preferir,no pagamento, a outros credores, obser-vada, quanto à hipoteca, a prioridade nainscrição.Parágrafo único. Excetua-se desta regra adívida proveniente de salários do traba-lhador agrícola, que será paga,precipuamente a quaisquer outros crédi-tos, pelo produto da colheita para a qualhouver concorrido com o seu trabalho.

Art. 760. O credor anticrético tem direito areter em seu poder a coisa, enquanto adívida não for paga. Extingue-se, porém,esse direito decorridos quinze anos do diada transcrição.

Page 376: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 761. Os contratos de penhor, anticresee hipoteca declararão, sob pena de nãovalerem contra terceiros:I – o total da dívida, ou sua estimação;II – o prazo fixado para pagamento;III – a taxa de juros, se houver;IV – a coisa dada em garantia, com as suasespecificações.

Art. 762. A dívida considera-se vencida:I – se, deteriorando-se, ou depreciando-se a coisa dada em segurança, desfalcar agarantia, e o devedor, intimidado, a nãoreforçar;II – se o devedor cair em insolvência, oufalir;III – se as prestações não forem pontual-mente pagas, toda vez que deste modo seachar estipulado o pagamento. Nestecaso, o recebimento posterior da presta-ção atrasada importa renúncia do credorao seu direito de execução imediata;IV – se perecer o objeto dado em garan-tia;V – se se desapropriar a coisa dada emgarantia, depositando-se a parte do pre-ço, que for necessária para o pagamentointegral do credor.§ 1o Nos casos de perecimento ou deteri-oração do objeto dado em garantia, a in-denização, estando ele seguro ou haven-do alguém responsável pelo dano, se sub-rogará na coisa destruída ou deteriorada,em benefício do credor, a quem assistirásobre ela preferência até ao seu completoreembolso.§ 2o Nos casos dos nos IV e V, só se vence-rá a hipoteca antes do prazo estipulado,se o sinistro, ou a desapropriação recairsobre o objeto dado em garantia, e estanão abranger outros; subsistindo no casocontrário, a dívida reduzida, com a res-

Page 377: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Título IX – Do Direito do Promitente Com-prador

Art. 1.417. Mediante promessa de comprae venda, em que se não pactuou arrepen-dimento, celebrada por instrumento pú-

pectiva garantia sobre os demais bens,não desapropriados, danificados, oudestruídos.

Art. 763. O antecipado vencimento da dí-vida, nas hipóteses do artigo anterior, nãoimporta o dos juros correspondentes aoprazo convencional por decorrer.

Art. 764. Salvo cláusula expressa, o ter-ceiro que presta garantia real por dívidaalheia não fica obrigado a substituí-la, oureforçá-la, quando, sem culpa sua, se per-ca, deteriore, ou desvalie.

Art. 765. É nula a cláusula que autoriza ocredor pignoratício, anticrético ou hipo-tecário a ficar com o objeto da garantia, sea dívida não for paga no vencimento.

Art. 766. Os sucessores do devedor nãopodem remir parcialmente o penhor ou ahipoteca na proporção dos seus qui-nhões; qualquer deles, porém, pode fazê-lo no todo.Parágrafo único. O herdeiro ou sucessorque fizer a remissão fica sub-rogado nosdireitos do credor pelas cotas que houversatisfeito.

Art. 767. Quando excutido o penhor, ouexecutada a hipoteca, o produto não bas-tar para pagamento da dívida e despesasjudiciais, continuará o devedor obrigadopessoalmente pelo restante.

Page 378: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

blico ou particular, e registrada no Cartó-rio de Registro de Imóveis, adquire opromitente comprador direito real à aqui-sição do imóvel.

Art. 1.418. O promitente comprador, titu-lar de direito real, pode exigir dopromitente vendedor, ou de terceiros, aquem os direitos deste forem cedidos, aoutorga da escritura definitiva de comprae venda, conforme o disposto no instru-mento preliminar; e, se houver recusa, re-querer ao juiz a adjudicação do imóvel.

Título X – Do Penhor, da Hipoteca e daAnticrese

Capítulo I – Disposições Gerais

Art. 1.419. Nas dívidas garantidas porpenhor, anticrese ou hipoteca, o bem dadoem garantia fica sujeito, por vínculo real,ao cumprimento da obrigação.

Art. 1.420. Só aquele que pode alienarpoderá empenhar, hipotecar ou dar emanticrese; só os bens que se podem alie-nar poderão ser dados em penhor,anticrese ou hipoteca.§ 1o A propriedade superveniente tornaeficaz, desde o registro, as garantias reaisestabelecidas por quem não era dono.§ 2o A coisa comum a dois ou mais propri-etários não pode ser dada em garantia real,na sua totalidade, sem o consentimentode todos; mas cada um pode individual-mente dar em garantia real a parte que ti-ver.

Art. 1.421. O pagamento de uma ou maisprestações da dívida não importa exone-ração correspondente da garantia, ainda

Page 379: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

que esta compreenda vários bens, salvodisposição expressa no título ou na qui-tação.

Art. 1.422. O credor hipotecário e opignoratício têm o direito de excutir a coi-sa hipotecada ou empenhada, e preferir,no pagamento, a outros credores, obser-vada, quanto à hipoteca, a prioridade noregistro.Parágrafo único. Excetuam-se da regraestabelecida neste artigo as dívidas que,em virtude de outras leis, devam ser pa-gas precipuamente a quaisquer outroscréditos.

Art. 1.423. O credor anticrético tem direitoa reter em seu poder o bem, enquanto adívida não for paga; extingue-se esse di-reito decorridos quinze anos da data desua constituição.

Art. 1.424. Os contratos de penhor,anticrese ou hipoteca declararão, sobpena de não terem eficácia:I – o valor do crédito, sua estimação, ouvalor máximo;II – o prazo fixado para pagamento;III – a taxa dos juros, se houver;IV – o bem dado em garantia com as suasespecificações.

Art. 1.425. A dívida considera-se vencida:I – se, deteriorando-se, ou depreciando-se o bem dado em segurança, desfalcar agarantia, e o devedor, intimado, não a re-forçar ou substituir;II – se o devedor cair em insolvência oufalir;III – se as prestações não forem pontual-mente pagas, toda vez que deste modo seachar estipulado o pagamento. Neste

Page 380: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

caso, o recebimento posterior da presta-ção atrasada importa renúncia do credorao seu direito de execução imediata;IV – se perecer o bem dado em garantia, enão for substituído;V – se se desapropriar o bem dado emgarantia, hipótese na qual se depositará aparte do preço que for necessária para opagamento integral do credor.§ 1o Nos casos de perecimento da coisadada em garantia, esta se sub-rogará naindenização do seguro, ou no ressarci-mento do dano, em benefício do credor, aquem assistirá sobre ela preferência atéseu completo reembolso.§ 2o Nos casos dos incisos IV e V, só sevencerá a hipoteca antes do prazo estipu-lado, se o perecimento, ou a desapropria-ção recair sobre o bem dado em garantia,e esta não abranger outras; subsistindo,no caso contrário, a dívida reduzida, coma respectiva garantia sobre os demaisbens, não desapropriados ou destruídos.

Art. 1.426. Nas hipóteses do artigo anteri-or, de vencimento antecipado da dívida,não se compreendem os juros correspon-dentes ao tempo ainda não decorrido.

Art. 1.427. Salvo cláusula expressa, o ter-ceiro que presta garantia real por dívidaalheia não fica obrigado a substituí-la, oureforçá-la, quando, sem culpa sua, se per-ca, deteriore, ou desvalorize.

Art. 1.428. É nula a cláusula que autorizao credor pignoratício, anticrético ou hi-potecário a ficar com o objeto da garantia,se a dívida não for paga no vencimento.Parágrafo único. Após o vencimento, po-derá o devedor dar a coisa em pagamentoda dívida.

Page 381: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.429. Os sucessores do devedor nãopodem remir parcialmente o penhor ou ahipoteca na proporção dos seus qui-nhões; qualquer deles, porém, pode fazê-lo no todo.Parágrafo único. O herdeiro ou sucessorque fizer a remição fica sub-rogado nosdireitos do credor pelas quotas que hou-ver satisfeito.

Art. 1.430. Quando, excutido o penhor, ouexecutada a hipoteca, o produto não bas-tar para pagamento da dívida e despesasjudiciais, continuará o devedor obrigadopessoalmente pelo restante.

Capítulo II – Do Penhor

Seção I – Da Constituição do Penhor

Art. 1.431. Constitui-se o penhor pelatransferência efetiva da posse que, emgarantia do débito ao credor ou a quem orepresente, faz o devedor, ou alguém porele, de uma coisa móvel, suscetível de ali-enação.Parágrafo único. No penhor rural, indus-trial, mercantil e de veículos, as coisasempenhadas continuam em poder do de-vedor, que as deve guardar e conservar.

Capítulo IX – Do Penhor

Seção I – Disposições Gerais

Art. 768. Constitui-se o penhor pela tradi-ção efetiva, que, em garantia do débito,ao credor, ou a quem o represente, faz odevedor, ou alguém por ele, de um objetomóvel, suscetível de alienação.

Art. 769. Só se pode constituir o penhorcom a posse da coisa móvel pelo credor,salvo no caso de penhor agrícola ou pe-cuário, em que os objetos continuam empoder do devedor, por efeito da cláusulaconstituti.

Art. 770. O instrumento do penhor con-vencional determinará precisamente ovalor do débito e o objeto empenhado,em termos que o discriminem dos seus

Page 382: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.432. O instrumento do penhor de-verá ser levado a registro, por qualquerdos contratantes; o do penhor comumserá registrado no Cartório de Títulos eDocumentos.

Seção II – Dos Direitos do CredorPignoratício

Art. 1.433. O credor pignoratício tem di-reito:I – à posse da coisa empenhada;II – à retenção dela, até que o indenizemdas despesas devidamente justificadas,que tiver feito, não sendo ocasionadaspor culpa sua;III – ao ressarcimento do prejuízo quehouver sofrido por vício da coisa empe-nhada;IV – a promover a execução judicial, ou avenda amigável, se lhe permitir expressa-mente o contrato, ou lhe autorizar o deve-dor mediante procuração;V – a apropriar-se dos frutos da coisaempenhada que se encontra em seu po-der;VI – a promover a venda antecipada, me-diante prévia autorização judicial, sempreque haja receio fundado de que a coisaempenhada se perca ou deteriore, deven-do o preço ser depositado. O dono da

congêneres. Quando o objeto do penhorfor coisa fungível, bastará declarar-lhe aqualidade e quantidade.

Art. 771. Se o contrato se fizer medianteinstrumento particular, será firmado pelaspartes, e lavrado em duplicata, ficando umexemplar com cada um dos contraentes,qualquer dos quais pode levá-lo à trans-crição.

Page 383: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

coisa empenhada pode impedir a vendaantecipada, substituindo-a, ou oferecen-do outra garantia real idônea.

Art. 1.434. O credor não pode ser cons-trangido a devolver a coisa empenhada,ou uma parte dela, antes de ser integral-mente pago, podendo o juiz, a requerimen-to do proprietário, determinar que sejavendida apenas uma das coisas, ou parteda coisa empenhada, suficiente para opagamento do credor.

Seção III – Das Obrigações do CredorPignoratício

Art. 1.435. O credor pignoratício é obriga-do:I – à custódia da coisa, como depositário,e a ressarcir ao dono a perda ou deteriora-ção de que for culpado, podendo ser com-pensada na dívida, até a concorrente quan-tia, a importância da responsabilidade;II – à defesa da posse da coisa empenha-da e a dar ciência, ao dono dela, das cir-cunstâncias que tornarem necessário oexercício de ação possessória;III – a imputar o valor dos frutos, de quese apropriar (art. 1.433, inciso V) nas des-pesas de guarda e conservação, nos ju-ros e no capital da obrigação garantida,sucessivamente;IV – a restituí-la, com os respectivos fru-tos e acessões, uma vez paga a dívida;V – a entregar o que sobeje do preço, quan-do a dívida for paga, no caso do inciso IVdo art. 1.433.

Art. 772. O credor pignoratício não pode,paga a dívida, recusar a entrega da coisaa quem a empenhou. Pode retê-la, porém,até que o indenizem das despesas, devi-damente justificadas, que tiver feito, nãosendo ocasionadas por culpa sua.

Art. 773. Pode igualmente o credor exigirdo devedor a satisfação do prejuízo quehouver sofrido por vício da coisa empe-nhada.

Art. 774. O credor pignoratício é obriga-do, como depositário:I – a empregar na guarda do penhor a dili-gência exigida pela natureza da coisa;II – a entregá-lo com os respectivos fru-tos e acessões, uma vez paga a dívida,observadas as disposições dos artigosantecedentes;III – a entregar o que sobeje do preço,quando a dívida for paga, seja porexcussão judicial, ou por venda amigável,se lha permitir expressamente o contrato,ou lha autorizar o devedor mediante pro-curação especial;IV – a ressarcir ao dono a perda ou deteri-oração, de que for culpado.

Page 384: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Seção IV – Da Extinção do Penhor

Art. 1.436. Extingue-se o penhor:I – extinguindo-se a obrigação;II – perecendo a coisa;III – renunciando o credor;IV – confundindo-se na mesma pessoa asqualidades de credor e de dono da coisa;V – dando-se a adjudicação judicial, a re-missão ou a venda da coisa empenhada,feita pelo credor ou por ele autorizada.

§ 1o Presume-se a renúncia do credor quan-do consentir na venda particular do penhorsem reserva de preço, quando restituir asua posse ao devedor, ou quando anuir àsua substituição por outra garantia.

§ 2o Operando-se a confusão tão-somen-te quanto a parte da dívida pignoratícia,subsistirá inteiro o penhor quanto ao res-to.

Art. 1.437. Produz efeitos a extinção dopenhor depois de averbado o cancelamen-to do registro, à vista da respectiva prova.

Seção V – Do Penhor Rural

Subseção I – Disposições Gerais

Art. 1.438. Constitui-se o penhor ruralmediante instrumento público ou particu-

Art. 775. No caso do artigo antecedente,no IV, pode compensar-se na dívida, até àconcorrente quantia, a importância da res-ponsabilidade do credor.

Seção VI – Da Extinção do Penhor

Art. 802. Resolve-se o penhor:I – extinguindo-se a obrigação;II – perecendo a coisa;III – renunciando o credor;IV – dando-se a adjudicação judicial, a re-missão, ou a venda amigável do penhor, sea permitir expressamente o contrato, ou forautorizada pelo devedor, ou pelo credor;V – confundindo-se na mesma pessoa asqualidades de credor e dono da coisa;VI – dando-se a adjudicação judicial, aremissão, ou a venda do penhor, autoriza-da pelo credor.

Art. 803. Presume-se a renúncia do credor,quando consentir na venda particular dopenhor sem reserva de preço, quando res-tituir a sua posse ao devedor, ou quandoanuir à sua substituição por outra garantia.

Art. 804. Operando-se a confusão tão-so-mente quanto a parte da dívidapignoratícia, subsistirá inteiro o penhorquanto ao resto.

Seção V – Da Transcrição do Penhor

Art. 796. O penhor agrícola será transcri-to no registro de imóveis.

Page 385: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

lar, registrado no Cartório de Registro deImóveis da circunscrição em que estive-rem situadas as coisas empenhadas.Parágrafo único. Prometendo pagar emdinheiro a dívida, que garante com penhorrural, o devedor poderá emitir, em favordo credor, cédula rural pignoratícia, naforma determinada em lei especial.

Art. 1.439. O penhor agrícola e o penhorpecuário somente podem serconvencionados, respectivamente, pelosprazos máximos de três e quatro anos, pror-rogáveis, uma só vez, até o limite de igualtempo.

§ 1o Embora vencidos os prazos, perma-nece a garantia, enquanto subsistirem osbens que a constituem.

§ 2o A prorrogação deve ser averbada àmargem do registro respectivo, medianterequerimento do credor e do devedor.

Art. 1.440. Se o prédio estiver hipoteca-do, o penhor rural poderá constituir-seindependentemente da anuência do cre-dor hipotecário, mas não lhe prejudica odireito de preferência, nem restringe a ex-tensão da hipoteca, ao ser executada.

Art. 1.441. Tem o credor direito a verificaro estado das coisas empenhadas, inspe-cionando-as onde se acharem, por si oupor pessoa que credenciar.

Parágrafo único. Enquanto não cancela-da, continua a transcrição a valer contraterceiros.

Seção III – Do Penhor Agrícola

Art. 782. O penhor agrícola só se podeconvencionar pelo prazo de um ano, ulte-riormente prorrogável por seis meses.Art. 788. O penhor de animais não admiteprazo maior de dois anos, mas pode serprorrogado por igual período, averbando-se a prorrogação no título respectivo.

Art. 788. Parágrafo único. Vencida a pror-rogação, o penhor será excutido, quandonão seja reconstituído.

Page 386: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Subseção II – Do Penhor Agrícola

Art. 1.442. Podem ser objeto de penhor:I – máquinas e instrumentos de agricultu-ra;II – colheitas pendentes, ou em via de for-mação;III – frutos acondicionados ou armazena-dos;IV – lenha cortada e carvão vegetal;V – animais do serviço ordinário de esta-belecimento agrícola.

Art. 1.443. O penhor agrícola que recaisobre colheita pendente, ou em via de for-mação, abrange a imediatamente seguin-te, no caso de frustrar-se ou ser insufici-ente a que se deu em garantia.Parágrafo único. Se o credor não financi-ar a nova safra, poderá o devedor consti-tuir com outrem novo penhor, em quantiamáxima equivalente à do primeiro; o se-gundo penhor terá preferência sobre oprimeiro, abrangendo este apenas o ex-cesso apurado na colheita seguinte.

Subseção III – Do Penhor Pecuário

Art. 1.444. Podem ser objeto de penhor osanimais que integram a atividade pastoril,agrícola ou de lacticínios.

Art. 781. Podem ser objeto de penhor agrí-cola:I – máquinas e instrumentos aratórios, oude locomoção;II – colheitas pendentes, ou em via de for-mação no ano do contrato, quer resultemde prévia cultura, quer de produção es-pontânea do solo;III – frutos armazenados, em ser, ou bene-ficiados e acondicionados para a venda;IV – lenha cortada ou madeira das mataspreparada para o corte;V – animais do serviço ordinário de esta-belecimento agrícola.

Art. 783. Se o prédio estiver hipotecado,não se poderá, sob pena de nulidade, so-bre ele constituir penhor agrícola, semanuência do credor hipotecário, por estedada no próprio instrumento de consti-tuição do penhor.

Page 387: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.445. O devedor não poderá alienaros animais empenhados sem prévio con-sentimento, por escrito, do credor.Parágrafo único. Quando o devedorpretende alienar o gado empenhado ou,por negligência, ameace prejudicar ocredor, poderá este requerer se deposi-tem os animais sob a guarda de tercei-ro, ou exigir que se lhe pague a dívidade imediato.

Parágrafo único. Quando o devedor pre-tende alienar o gado empenhado ou, pornegligência, ameace prejudicar o credor,poderá este requerer se depositem os ani-mais sob a guarda de terceiro, ou exigirque se lhe pague a dívida de imediato.

Art. 1.446. Os animais da mesma espécie,comprados para substituir os mortos, fi-cam sub-rogados no penhor.

Parágrafo único. Presume-se a substitui-ção prevista neste artigo, mas não teráeficácia contra terceiros, se não constarde menção adicional ao respectivo con-trato, a qual deverá ser averbada.

Seção VI – Do Penhor Industrial e Mer-cantil

Art. 1.447. Podem ser objeto de penhormáquinas, aparelhos, materiais, instru-mentos, instalados e em funcionamento,com os acessórios ou sem eles; animais,utilizados na indústria; sal e bens desti-

Art. 784. No penhor de animais, sob penade nulidade, o instrumento designá-los-ácom a maior precisão, particularizando olugar onde se achem, e o destino que ti-verem.

Art. 785. O devedor não poderá vender ogado empenhado, sem prévio consenti-mento escrito do credor.

Art. 786. Quando o devedor pretenda ven-der o gado empenhado, ou, por negligen-te, ameace prejudicar o credor, poderá esterequerer se depositem os animais sob aguarda de terceiros, ou exigir que se lhepague a dívida incontinenti.

Art. 787. Os animais da mesma espécie,comprados para substituir os mortos, fi-cam sub-rogados no penhor.

Parágrafo único. Esta substituição presu-me-se, mas não valerá contra terceiros, senão constar de menção adicional ao res-pectivo contrato.

Page 388: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

nados à exploração das salinas; produtosde suinocultura, animais destinados à in-dustrialização de carnes e derivados; ma-térias-primas e produtos industrializados.Parágrafo único. Regula-se pelas dispo-sições relativas aos armazéns gerais openhor das mercadorias neles deposita-das.

Art. 1.448. Constitui-se o penhor indus-trial, ou o mercantil, mediante instrumen-to público ou particular, registrado noCartório de Registro de Imóveis da cir-cunscrição onde estiverem situadas ascoisas empenhadas.Parágrafo único. Prometendo pagar emdinheiro a dívida, que garante com penhorindustrial ou mercantil, o devedor poderáemitir, em favor do credor, cédula do res-pectivo crédito, na forma e para os finsque a lei especial determinar.

Art. 1.449. O devedor não pode, sem oconsentimento por escrito do credor, al-terar as coisas empenhadas ou mudar-lhesa situação, nem delas dispor. O devedorque, anuindo o credor, alienar as coisasempenhadas, deverá repor outros bens damesma natureza, que ficarão sub-rogadosno penhor.

Art. 1.450. Tem o credor direito a verificaro estado das coisas empenhadas, inspe-cionando-as onde se acharem, por si oupor pessoa que credenciar.

Seção VII – Do Penhor de Direitos e Títu-los de Crédito

Art. 1.451. Podem ser objeto de penhordireitos, suscetíveis de cessão, sobre coi-sas móveis.

Seção IV – Da Caução de Títulos de Cré-dito

Page 389: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.452. Constitui-se o penhor de direi-to mediante instrumento público ou parti-cular, registrado no Registro de Títulos eDocumentos.Parágrafo único. O titular de direito empe-nhado deverá entregar ao credorpignoratício os documentoscomprobatórios desse direito, salvo se ti-ver interesse legítimo em conservá-los.

Art. 1.453. O penhor de crédito não temeficácia senão quando notificado ao de-vedor; por notificado tem-se o devedorque, em instrumento público ou particu-lar, declarar-se ciente da existência do pe-nhor.

Art. 1.454. O credor pignoratício deve pra-ticar os atos necessários à conservação edefesa do direito empenhado e cobrar osjuros e mais prestações acessórias com-preendidas na garantia.

Art. 1.455. Deverá o credor pignoratíciocobrar o crédito empenhado, assim quese torne exigível. Se este consistirnuma prestação pecuniária, deposita-rá a importância recebida, de acordocom o devedor pignoratício, ou ondeo juiz determinar; se consistir na en-trega da coisa, nesta se sub-rogará openhor.Parágrafo único. Estando vencido ocrédito pignoratício, tem o credor direi-to a reter, da quantia recebida, o quelhe é devido, restituindo o restante aodevedor; ou a excutir a coisa a ele en-tregue.

Art. 1.456. Se o mesmo crédito for objetode vários penhores, só ao credorpignoratício, cujo direito prefira aos de-

Page 390: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

mais, o devedor deve pagar; responde porperdas e danos aos demais credores ocredor preferente que, notificado porqualquer um deles, não promover opor-tunamente a cobrança.

Art. 1.457. O titular do crédito empenha-do só pode receber o pagamento com aanuência, por escrito, do credorpignoratício, caso em que o penhor se ex-tinguirá.

Art. 1.458. O penhor, que recai sobre títu-lo de crédito, constitui-se mediante ins-trumento público ou particular ou endos-so pignoratício, com a tradição do títuloao credor, regendo-se pelas DisposiçõesGerais deste Título e, no que couber, pelapresente Seção.

Art. 1.459. Ao credor, em penhor de títulode crédito, compete o direito de:I – conservar a posse do título e recuperá-la de quem quer que o detenha;

Art. 789. A caução de títulosnominativos de dívida da União, dosEstados ou dos Municípios e quipara-se ao penhor e vale contra terceiros,desde que for transcrita, ainda que es-ses títulos não hajam sido entregues aocredor.

Art. 790. Também se equipara ao penhor,mas com as modificações dos artigos se-guintes, a caução de títulos de crédito pes-soal.

Art. 791. Esta caução principia a ter efeitocom a tradição do título ao credor, e pro-var-se-á por escrito, nos termos dos arti-gos 770 e 771.

Art. 792. Ao credor por esta caução com-pete o direito de:I – conservar e recuperar a posse dos tí-tulos caucionados, por todos os meios

Page 391: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

II – usar dos meios judiciais convenien-tes para assegurar os seus direitos, e osdo credor do título empenhado;III – fazer intimar ao devedor do título quenão pague ao seu credor, enquanto duraro penhor;IV – receber a importânciaconsubstanciada no título e os respecti-vos juros, se exigíveis, restituindo o títu-lo ao devedor, quando este solver a obri-gação.

Art. 1.460. O devedor do título empe-nhado que receber a intimação previstano inciso III do artigo antecedente, ouse der por ciente do penhor, não pode-rá pagar ao seu credor. Se o fizer, res-ponderá solidariamente por este, porperdas e danos, perante o credorpignoratício.

Parágrafo único. Se o credor der quitaçãoao devedor do título empenhado, deverásaldar imediatamente a dívida, em cujagarantia se constituiu o penhor.

Seção VIII – Do Penhor de Veículos

cíveis ou criminais, contra qualquer de-tentor, inclusive o próprio dono;II – Fazer intimar ao devedor dos títuloscaucionados, que não pague ao seu cre-dor, enquanto durar a caução.III – usar das ações, recursos e exceçõesconvenientes, para assegurar os seus di-reitos, bem como os do credorcaucionante, como se deste fora procura-dor especial;IV – Receber a importância dos títuloscaucionados, e restituí-los ao devedor,quando este solver a obrigação por elesgarantida.

Art. 793. No caso do artigo antecedente,no IV, o credor caucionado ficará, comodepositário, responsável ao credorcaucionário, pelo que receber além do queeste lhe devia.

Art. 794. O devedor de título caucionado,tanto que receba a intimação do artigo792, no II, ou se dê por ciente da caução,não poderá receber quitação do seu cre-dor.

Art. 795. Aquele que, sendo credor numtítulo de crédito, depois de o ter caucio-nado, quitar o devedor, ficará, por essefato, obrigado a saldar imediatamente adívida, em cuja garantia prestou caução;e o devedor que, ciente de estar caucio-nado o seu título de débito, aceitar quita-ção do credor caucionante, responderásolidariamente por perdas e danos ao cau-cionado.

Page 392: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.461. Podem ser objeto de penhor osveículos empregados em qualquer espé-cie de transporte ou condução.

Art. 1.462. Constitui-se o penhor, a que serefere o artigo antecedente, mediante ins-trumento público ou particular, registra-do no Cartório de Títulos e Documentosdo domicílio do devedor, e anotado nocertificado de propriedade.Parágrafo único. Prometendo pagar em di-nheiro a dívida garantida com o penhor,poderá o devedor emitir cédula de crédi-to, na forma e para os fins que a lei espe-cial determinar.

Art. 1.463. Não se fará o penhor de veícu-los sem que estejam previamente segura-dos contra furto, avaria, perecimento edanos causados a terceiros.

Art. 1.464. Tem o credor direito a verificaro estado do veículo empenhado, inspeci-onando-o onde se achar, por si ou porpessoa que credenciar.

Art. 1.465. A alienação, ou a mudança,do veículo empenhado sem prévia co-municação ao credor importa no venci-mento antecipado do créditopignoratício.

Art. 1.466. O penhor de veículos só sepode convencionar pelo prazo máximo dedois anos, prorrogável até o limite de igualtempo, averbada a prorrogação à margemdo registro respectivo.

Seção IX – Do Penhor Legal

Art. 1.467. São credores pignoratícios, in-dependentemente de convenção:

Seção II – Do Penhor Legal

Art. 776. São credores pignoratícios , in-dependentemente de convenção:

Page 393: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

I – os hospedeiros, ou fornecedores depousada ou alimento, sobre as bagagens,móveis, jóias ou dinheiro que os seusconsumidores ou fregueses tiverem con-sigo nas respectivas casas ou estabeleci-mentos, pelas despesas ou consumo queaí tiverem feito;II – o dono do prédio rústico ou urbano,sobre os bens móveis que o rendeiro ouinquilino tiver guarnecendo o mesmo pré-dio, pelos aluguéis ou rendas.

Art. 1.468. A conta das dívidas enumera-das no inciso I do artigo antecedente seráextraída conforme a tabela impressa, pré-via e ostensivamente exposta na casa, dospreços de hospedagem, da pensão ou dosgêneros fornecidos, sob pena de nulida-de do penhor.

Art. 1.469. Em cada um dos casos do art.1.467, o credor poderá tomar em garantiaum ou mais objetos até o valor da dívida.

Art. 1.470. Os credores, compreendidosno art. 1.467, podem fazer efetivo o pe-nhor, antes de recorrerem à autoridadejudiciária, sempre que haja perigo na de-mora, dando aos devedores comprovan-te dos bens de que se apossarem.

Art. 1.471. Tomado o penhor, requererá ocredor, ato contínuo, a sua homologaçãojudicial.

Art. 1.472. Pode o locatário impedir a cons-tituição do penhor mediante caução idô-nea.

I – os hospedeiros, estalajadeiros ou for-necedores de pousada ou alimento, so-bre as bagagens, móveis, jóias ou dinhei-ro que os seus consumidores ou fregue-ses tiverem consigo nas respectivas ca-sas ou estabelecimentos, pelas despesasou consumo que aí tiverem feito;II – o dono do prédio rústico ou urbano,sobre os bens móveis que o rendeiro ouinquilino tiver guarnecendo o mesmo pré-dio, pelos alugueres ou rendas.

Art. 777. A conta das dívidas enumeradasno artigo antecedente, no I será extraídaconforme a tabela impressa, prévia e os-tensivamente exposta na casa, dos pre-ços da hospedagem, da pensão ou dosgêneros fornecidos, sob pena de nulida-de do penhor.

Art. 778. Em cada um dos casos do artigo776, o credor poderá tomar em garantiaum ou mais objetos até o valor da dívida..

Art. 779. Os credores compreendidos noreferido artigo podem fazer efetivo o pe-nhor, antes de recorrerem à autoridadejudiciária, sempre que haja perigo na de-mora.

Art. 780. Tomado o penhor, requererá ocredor, ato contínuo, a homologação,apresentando, com a conta por menor dasdespesas do devedor, a tabela dos pre-ços, junta à relação dos objetos retidos, epedindo a citação dele para, em vinte equatro horas, pagar, ou alegar defesa.

Page 394: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Capítulo III – Da Hipoteca

Seção I – Disposições Gerais

Art. 1.473. Podem ser objeto de hipoteca:I – os imóveis e os acessórios dos imó-veis conjuntamente com eles;II – o domínio direto;III – o domínio útil;IV – as estradas de ferro;V – os recursos naturais a que se refere oart. 1.230, independentemente do soloonde se acham;VI – os navios;VII – as aeronaves.

Parágrafo único. A hipoteca dos navios edas aeronaves reger-se-á pelo dispostoem lei especial.

Art. 1.474. A hipoteca abrange todas asacessões, melhoramentos ou construçõesdo imóvel. Subsistem os ônus reais cons-tituídos e registrados, anteriormente à hi-poteca, sobre o mesmo imóvel.

Art. 1.475. É nula a cláusula que proíbe aoproprietário alienar imóvel hipotecado.

Parágrafo único. Pode convencionar-seque vencerá o crédito hipotecário, se oimóvel for alienado.

Art. 1.476. O dono do imóvel hipotecadopode constituir outra hipoteca sobre ele,mediante novo título, em favor do mesmoou de outro credor.

Capítulo XI – Da Hipoteca

Seção I – Disposições Gerais

Art. 809. A lei da hipoteca é a civil, ecivil sua jurisdição, ainda que a dívidaseja comercial, e comerciantes as par-tes.

Art. 810. Podem ser objeto de hipoteca:I – os imóveis;II – os acessórios dos imóveis conjunta-mente com eles;III – o domínio direto;IV – o domínio útil;V – as estradas de ferro;VI – as minas e pedreiras, independente-mente do solo onde se acham;VII – os navios.

Art. 811. A hipoteca abrange todas asacessões, melhoramentos ou construçõesdo imóvel. Subsistem os ônus reais cons-tituídos e transcritos, anteriormente à hi-poteca, sobre o mesmo imóvel.

Art. 812. O dono do imóvel hipotecadopode constituir sobre ele, mediante novotítulo, outra hipoteca, em favor do mes-mo, ou de outro credor.

Page 395: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.477. Salvo o caso de insolvência dodevedor, o credor da segunda hipoteca,embora vencida, não poderá executar oimóvel antes de vencida a primeira.

Parágrafo único. Não se considera insol-vente o devedor por faltar ao pagamentodas obrigações garantidas por hipotecasposteriores à primeira.

Art. 1.478. Se o devedor da obrigação ga-rantida pela primeira hipoteca não se ofe-recer, no vencimento, para pagá-la, o cre-dor da segunda pode promover-lhe aextinção, consignando a importância e ci-tando o primeiro credor para recebê-la e odevedor para pagá-la; se este não pagar,o segundo credor, efetuando o pagamen-to, se sub-rogará nos direitos da hipotecaanterior, sem prejuízo dos que lhe compe-tirem contra o devedor comum.

Parágrafo único. Se o primeiro credor es-tiver promovendo a execução da hipote-ca, o credor da segunda depositará a im-portância do débito e as despesas judici-ais.

Art. 1.479. O adquirente do imóvel hipo-tecado, desde que não se tenha obrigadopessoalmente a pagar as dívidas aos cre-dores hipotecários, poderá exonerar-se dahipoteca, abandonando-lhes o imóvel.

Art. 1.480. O adquirente notificará o ven-dedor e os credores hipotecários, defe-rindo-lhes, conjuntamente, a posse doimóvel, ou o depositará em juízo.

Art. 813. Salvo caso de insolvência dodevedor, o credor da segunda hipoteca,embora vencida, não poderá executar oimóvel antes de vencida a primeira.

Parágrafo único. Não se considera insol-vente o devedor, por faltar ao pagamentodas obrigações garantidas por hipotecasposteriores à primeira.

Art. 814. A hipoteca anterior pode serremida, em se vencendo, pelo credor dasegunda, se o devedor não se oferecer aremi-la.§ 1o Para a remissão, neste caso, consig-nará o segundo credor a importância dodébito e das despesas judiciais, caso seesteja promovendo a execução, intiman-do o credor anterior para levantá-la e odevedor para remi-la, se quiser.§ 2o O segundo credor, que remirt a hipo-teca anterior, ficará ipso facto sub-roga-do nos direitos desta, sem prejuízo dosque lhe competirem contra o devedor co-mum.

Page 396: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Parágrafo único. Poderá o adquirenteexercer a faculdade de abandonar o imó-vel hipotecado, até as vinte e quatro ho-ras subseqüentes à citação, com que seinicia o procedimento executivo.

Art. 1.481. Dentro em trinta dias, conta-dos do registro do título aquisitivo, tem oadquirente do imóvel hipotecado o direi-to de remi-lo, citando os credores hipote-cários e propondo importância não inferi-or ao preço por que o adquiriu.

§ 1o Se o credor impugnar o preço daaquisição ou a importância oferecida,realizar-se-á licitação, efetuando-se avenda judicial a quem oferecer maiorpreço, assegurada preferência aoadquirente do imóvel.

§ 2o Não impugnado pelo credor, o preçoda aquisição ou o preço proposto peloadquirente, haver-se-á por definitivamen-te fixado para a remissão do imóvel, queficará livre de hipoteca, uma vez pago oudepositado o preço.

§ 3o Se o adquirente deixar de remir o imó-vel, sujeitando-o a execução, ficará obri-gado a ressarcir os credores hipotecáriosda desvalorização que, por sua culpa, omesmo vier a sofrer, além das despesasjudiciais da execução.

Art. 815. Ao adquirente do imóvel hipote-cado cabe igualmente o direito de remi-lo.§ 1o Se o adquirente quiser forrar-se aosefeitos da execução da hipoteca, notifica-rá judicialmente, dentro em trinta dias, oseu contrato aos credores hipotecários,propondo, para a remissão, no mínimo, opreço por que adquiriu o imóvel. A notifi-cação executar-se-á no domicílio inscrito,ou por editais, se ali não estiver o credor.

§ 2o O credor notificado pode, no prazoassinado para a oposição, requerer que oimóvel seja licitado.

Art. 816. São admitidos a licitar:I – os credores hipotecários;II – os fiadores;III – o mesmo adquirente.

Page 397: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

§ 4o Disporá de ação regressiva contra ovendedor o adquirente que ficar privadodo imóvel em conseqüência de licitaçãoou penhora, o que pagar a hipoteca, o que,por causa de adjudicação ou licitação,desembolsar com o pagamento da hi-poteca importância excedente à da com-pra e o que suportar custas e despesasjudiciais.

Art. 1.482. Realizada a praça, o executadopoderá, até a assinatura do auto dearrematação ou até que seja publicada asentença de adjudicação, remir o imóvelhipotecado, oferecendo preço igual ao daavaliação, se não tiver havido licitantes,ou ao do maior lance oferecido. Igual di-reito caberá ao cônjuge, aos descenden-tes ou ascendentes do executado.

§ 1o Não sendo requerida a licitação, opreço da aquisição ou aquele que oadquirente propuser, haver-se-á por defi-nitivamente fixado para a remissão do imó-vel, que, pago ou depositado o dito pre-ço, ficará livre de hipotecas.§ 2 o Não notificando o adquirente, nostrinta dias do artigo 815, § 1o , aos credo-res hipotecários, fica obrigado:I – às perdas e danos para com os credo-res hipotecários;II – às custas e despesas judiciais;III – à diferença entre a avaliação e a adju-dicação, caso esta se efetue. § 3o O imóvel será penhorado e vendidopor conta do adquirente, ainda que elequeira pagar, ou depositar o preço da ven-da, ou da avaliação, exceto se o credorconsentir, se o preço da venda ou da ava-liação bastar para a solução da hipoteca,ou se o adquirente a resgatar. A avaliaçãonunca será em preço inferior ao da venda.

§ 4o Disporá de ação regressiva contra ovendedor o adquirente que sofrer expro-priação do imóvel mediante licitação oupenhora, o que pagar a hipoteca, o quepor causa da adjudicação, ou licitação dahipoteca importância excedente à da com-pra e o que suportar custas e despesasjudiciais.

Page 398: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.483. No caso de falência, ou insol-vência, do devedor hipotecário, o direitode remição defere-se à massa, ou aos cre-dores em concurso, não podendo o cre-dor recusar o preço da avaliação do imó-vel.

Parágrafo único. Pode o credor hipotecá-rio, para pagamento de seu crédito, reque-rer a adjudicação do imóvel avaliado emquantia inferior àquele, desde que dê qui-tação pela sua totalidade.

Art. 819. O credor da hipoteca legal, ouquem o represente, poderá, mostrando ainsuficiência dos imóveis especializados,exigir que seja reforçada com outros, pos-teriormente adquiridos pelo responsável.

Art. 820. A hipoteca legal pode ser substi-tuída por caução de títulos da dívida públi-ca federal ou estadual, recebidos pelo va-lor de sua cotação mínima no ano corrente.

Art. 821. No caso de falência do devedorhipotecário, o direito de remissão devol-ve-se à massa, em prejuízo da qual nãopoderá o credor impedir o pagamento dopreço por que foi avaliado o imóvel. Orestante da dívida hipotecária antrará emconcurso com as quirografárias. No casode insolvência, cabe aquele direito aoscredores em concurso.

Art. 822. Pode o credor hipotecário, nocaso de insolvência ou falência do deve-dor, para pagamento de sua dívida, reque-rer a adjudicação do imóvel avaliado emquantia inferior a esta, desde que dê qui-tação pela sua totalidade.

Art. 823. São nulas, em benefício da mas-sa, as hipotecas celebradas, em garantiade débitos anteriores, nos quarenta diasprecedentes à declaração da quebra ou àinstauração do concurso de preferência.

Art. 824. Compete ao exequente o direitode prosseguir na execução da sentença

Page 399: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.484. É lícito aos interessados fazerconstar das escrituras o valor entre si ajus-tado dos imóveis hipotecados, o qual,devidamente atualizado, será a base paraas arrematações, adjudicações e remições,dispensada a avaliação.

Art. 1.485. Mediante simples averbação,requerida por ambas as partes, poderáprorrogar-se a hipoteca, até perfazer vin-te anos, da data do contrato. Desde queperfaça esse prazo, só poderá subsistir ocontrato de hipoteca, reconstituindo-sepor novo título e novo registro; e, nessecaso, lhe será mantida a precedência, queentão lhe competir.

Art. 1.486. Podem o credor e o devedor,no ato constitutivo da hipoteca, autorizar

contra os adquirentes dos bens do con-denado; mas para ser oposto a terceiros,conforme valer, e sem importar preferência,depende de inscrição e especialização.

Art. 825. São suscetíveis do contrato dehipoteca os navios, posto que ainda emconstrução. As hipotecas de navios re-ger-se-ão pelo disposto neste Código enos regulamentos especiais, que sobre oassunto se expedirem.

Art. 826. A execução do imóvel hipoteca-do far-se-á por ação executiva. Não seráválida a venda judicial de imóveis grava-dos por hipotecas, devidamente inscritas,sem que tenham sido notificados judicial-mente os respectivos credores hipotecá-rios que não forem de qualquer modo par-tes na execução.

Art. 818. É lícito aos interessados fazerconstar das escrituras o valor entre si ajus-tado dos imóveis hipotecados, o qual seráa base para as arrematações, adjudicaçõese remissões, dispensada a avaliação. Asremissões não serão permitidas antes derealizada a primeira praça nem depois daassinatura do auto de arrematação.

Art. 817. Mediante simples averbaçãorequerida por ambas as partes, poderáprorrogar-se a hipoteca, até perfazer trin-ta anos da data do contrato. Desde queperfaça trinta anos, só poderá subsistir ocontrato de hipoteca, reconstituindo-sepor nova inscrição; e, neste caso, lhe serámantida a precedência, que então lhe com-petir.

Page 400: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

a emissão da correspondente cédula hi-potecária, na forma e para os fins previs-tos em lei especial.

Art. 1.487. A hipoteca pode ser constituí-da para garantia de dívida futura ou con-dicionada, desde que determinado o va-lor máximo do crédito a ser garantido.§ 1o Nos casos deste artigo, a execuçãoda hipoteca dependerá de prévia e expres-sa concordância do devedor quanto à ve-rificação da condição, ou ao montante dadívida.§ 2o Havendo divergência entre o credore o devedor, caberá àquele fazer prova deseu crédito. Reconhecido este, o devedorresponderá, inclusive, por perdas e da-nos, em razão da superveniente desvalo-rização do imóvel.

Art. 1.488. Se o imóvel, dado em garantiahipotecária, vier a ser loteado, ou se nelese constituir condomínio edilício, poderáo ônus ser dividido, gravando cada loteou unidade autônoma, se o requereremao juiz o credor, o devedor ou os donos,obedecida a proporção entre o valor decada um deles e o crédito.§ 1o O credor só poderá se opor ao pedidode desmembramento do ônus, provandoque o mesmo importa em diminuição desua garantia.§ 2o Salvo convenção em contrário, todasas despesas judiciais ou extrajudiciais§ 3o O desmembramento do ônus não exo-nera o devedor originário da responsabi-lidade a que se refere o art. 1.430, salvoanuência do credor.

Seção II – Da Hipoteca Legal

Art. 1.489. A lei confere hipoteca:

Seção II – Da Hipoteca Legal

Art. 827. A lei confere hipoteca:

Page 401: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

I – às pessoas de direito público interno(art. 41) sobre os imóveis pertencentesaos encarregados da cobrança, guarda ouadministração dos respectivos fundos erendas;II – aos filhos, sobre os imóveis do pai ouda mãe que passar a outras núpcias, an-tes de fazer o inventário do casal anterior;III – ao ofendido, ou aos seus herdeiros,sobre os imóveis do delinqüente, parasatisfação do dano causado pelo delito epagamento das despesas judiciais;IV – ao co-herdeiro, para garantia do seuquinhão ou torna da partilha, sobre o imó-vel adjudicado ao herdeiro reponente;V – ao credor sobre o imóvel arrematado,para garantia do pagamento do restantedo preço da arrematação.

I – à mulher casada, sobre os imóveis domarido para garantia do dote e dos outrosbens particulares dela, sujeitos à adminis-tração marital;II – aos descendentes, sobre os imóveisdo ascendente, que lhes administra osbens;III – aos filhos, sobre os imóveis do pai,ou da mãe, que passar outras núpcias,antes de fazer inventário do casal anteri-or;IV – às pessoas que não tenham adminis-tração de seus bens, sobre os imóveis deseus tutores ou curadores;V – à Fazenda Pública federal, estadualou municipal, sobre os imóveis dos te-soureiros, coletores, administradores,exatores, prepostos, rendeiros econtratadores de rendas e fiadores;VI – ao ofendido, ou a seus herdeiros,sobre os imóveis do delinquente, parasatisfação do dano causado pelo delito epagamento das custas;VII – à Fazenda Pública federal, estadualou municipal, sobre os imóveis dodelinquente, para o cumprimento das pe-nas pecuniárias e pagamento das custas;VIII – ao co-herdeiro para garantia do seuquinhão ou torna da partilha, sobre o imó-vel adjudicado ao herdeiro reponente.

Art. 828. As hipotecas legais, de qualquernatureza, não valerão em caso de algumcontra terceiros, não estando inscritos eespecializadas.

Art. 829. Quando os bens do criminosonão bastarem para a solução integral dasobrigações enumeradas no artigo 827, VIe VII, a satisfação do ofendido e seus her-deiros preferirá às penas pecuniárias ecustas judiciais.

Page 402: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.490. O credor da hipoteca legal, ouquem o represente, poderá, provando ainsuficiência dos imóveis especializados,exigir do devedor que seja reforçado comoutros.

Art. 1.491. A hipoteca legal pode ser subs-tituída por caução de títulos da dívidapública federal ou estadual, recebidospelo valor de sua cotação mínima no anocorrente; ou por outra garantia, a critériodo juiz, a requerimento do devedor.

Seção III – Do Registro da Hipoteca

Art. 1.492. As hipotecas serão registradasno cartório do lugar do imóvel, ou no decada um deles, se o título se referir a maisde um.

Parágrafo único. Compete aos interessa-dos, exibido o título, requerer o registroda hipoteca.

Art. 1.493. Os registros e averbações se-guirão a ordem em que forem requeridas,verificando-se ela pela da sua numeraçãosucessiva no protocolo.

Parágrafo único. O número de ordem de-termina a prioridade, e esta a preferênciaentre as hipotecas.

Art. 830. Vale a inscrição da hipoteca, en-quanto a obrigação perdurar; mas a espe-cialização, em completando trinta anos,deve ser renovada.

Seção III – Da Inscrição da Hipoteca

Art. 831. Todas as hipotecas serão inscri-tas no registro do lugar do imóvel, ou node cada um deles, se o título se referir amais de um.

Art. 832. Para a inscrição das hipotecashaverá em cada cartório do registro deimóveis os livros necessários.

Art. 833. As inscrições e averbações, noslivros de hipotecas, seguirão a ordem, emque forem requeridas, verificando-se elapela sua numeração sucessiva no proto-colo.

Parágrafo único. O número de ordem de-termina a prioridade, e esta a preferênciaentre as hipotecas.

Page 403: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.494. Não se registrarão no mesmodia duas hipotecas, ou uma hipoteca eoutro direito real, sobre o mesmo imóvel,em favor de pessoas diversas, salvo se asescrituras, do mesmo dia, indicarem a horaem que foram lavradas.

Art. 1.495. Quando se apresentar ao ofici-al do registro título de hipoteca que men-cione a constituição de anterior, não re-gistrada, sobrestará ele na inscrição danova, depois de a prenotar, até trinta dias,aguardando que o interessado inscreva aprecedente; esgotado o prazo, sem quese requeira a inscrição desta, a hipotecaulterior será registrada e obterá preferên-cia.

Art. 1.496. Se tiver dúvida sobre a legali-dade do registro requerido, o oficial fará,ainda assim, a prenotação do pedido. Se adúvida, dentro em noventa dias, forjulgada improcedente, o registro efetuar-se-á com o mesmo número que teria nadata da prenotação; no caso contrário,cancelada esta, receberá o registro o nú-mero correspondente à data em que setornar a requerer.

Art. 1.497. As hipotecas legais, de qual-quer natureza, deverão ser registradas eespecializadas.§ 1o O registro e a especialização das hi-potecas legais incumbem a quem está obri-gado a prestar a garantia, mas os interes-sados podem promover a inscrição delas,ou solicitar ao Ministério Público que ofaça.§ 2o As pessoas, às quais incumbir o re-gistro e a especialização das hipotecas

Art. 836. Não se inscreverão no mesmodia duas hipotecas, ou uma hipoteca eoutro direito real, sobre o mesmo imóvel,em favor de pessoas diversas, salvo de-terminando-se precisamente a hora emque se lavrou cada uma das escrituras.

Art. 837. Quando, antes de inscrita a pri-meira, se apresentar ao oficial do registro,para inscrever, segunda hipotecasobreestará ele na inscrição desta, depoisde a prenotar, até trinta dias, aguardandoque o interessado inscreva primeiro a pre-cedente.

Art. 834. Quando o oficial tiver dúvidasobre a legalidade da inscrição requerida,declará-la-á por escrito ao requerente,depois de mencionar, em forma deprenotação, o pedido no respectivo livro.Art. 835. Se a dúvida, dentro em trinta dias,for julgada improcedente, a inscrição far-se-á com o mesmo número que teria nadata da prenotação. No caso contrário,desprezada esta, receberá a inscrição onúmero correspondente à data, em que setornar a requerer.

Page 404: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

legais, estão sujeitas a perdas e danos pelaomissão.

Art. 838. Compete aos interessados, exi-bindo o traslado da escritura, requerera inscrição da hipoteca; incumbindo es-pecialmente promover a da legal às pes-soas determinadas nos artigos seguin-tes.

Art. 839. Incumbe ao marido, ou ao pai,requerer a inscrição e especialização dahipoteca legal da mulher casada.§ 1o O oficial público que lavrar a escritu-ra de dote, ou lançar em nota a relaçãodos bens particulares da mulher,comunicá-lo-á ex-officio ao oficial do re-gistro de imóveis.§ 2o Consideram-se interessados em re-querer a inscrição desta hipoteca, no casode não o fazer o marido ou o pai, o dotador,a própria mulher e qualquer dos seus pa-rentes sucessíveis.

Art. 840. Incumbe requerer a inscrição eespecialização da hipoteca legal dos in-capazes:I – ao pai, mãe, tutor ou curador, antes deassumir a administração dos respectivosbens, e, em falta daqueles, ao MinistérioPúblico;II – ao inventariante, ou ao testamenteiro,antes de entregar o legado, ou a herança.

Art. 841. O escrivão, em se assinando ter-mo de tutela ou de curatela, remeterá, deofício, e com a possível brevidade, umacópia dele ao oficial do registro de imó-veis.Parágrafo único. Na inscrição desta hipo-teca se considerará interessado qualquerparente sucessível do incapaz.

Page 405: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 842. A inscrição da hipoteca legal doofendido compete, além deste:I – se ele for incapaz, ao seu representan-te legal, para satisfação do estatuído noartigo 827, no VI;II – ao Ministério Público, para o dispos-to no artigo 827, no VII.

Art. 843. Os interessados na inscrição dasreferidas hipotecas podem pessoalmentepromovê-la, ou solicitar a sua promoçãooficial ao Ministério Público.

Art. 844. A inscrição da hipoteca dos bensdos responsáveis para com a FazendaPública será requerida por eles mesmos,e, em sua falta, pelos procuradores e re-presentantes fiscais.

Art. 845. As pessoas a quem incumbir ainscrição e a especialização das hipote-cas legais ficarão sujeitas a perdas e da-nos pela omissão.

Art. 846. A inscrição da hipoteca, legal ouconvencional, declarará:I – o nome, o domicílio e a profissão docredor e do devedor;II – a data, a natureza do título, o valor docrédito e o da coisa ou sua estimação, fi-xada por acordo entre as partes, o prazo eos juros estipulados;III – a situação, a denominação e os ca-racterísticos da coisa hipotecada.Parágrafo único. O credor, além do seudomicílio real, poderá designar outro,onde possa também ser citado.

Art. 847. Os credores quirografários e ospor hipoteca não inscrita em primeiro lu-gar e sem concorrência, só por via de açãoordinária de nulidade ou rescisão pode-

Page 406: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.498. Vale o registro da hipoteca,enquanto a obrigação perdurar; mas aespecialização, em completando vinteanos, deve ser renovada.

Seção IV – Da Extinção da Hipoteca

Art. 1.499. A hipoteca extingue-se:I – pela extinção da obrigação principal;II – pelo perecimento da coisa;III – pela resolução da propriedade;IV – pela renúncia do credor;V – pela remição;VI – pela arrematação ou adjudicação.

Art. 1.500. Extingue-se ainda a hipotecacom a averbação, no Registro de Imóveis,do cancelamento do registro, à vista darespectiva prova.

Art. 1.501. Não extinguirá a hipoteca, de-vidamente registrada, a arrematação ouadjudicação, sem que tenham sido notifi-cados judicialmente os respectivos cre-

rão invalidar os efeitos da primeira hipo-teca, a que compete a prioridade pelo res-pectivo registro.

Art. 848. As hipotecas somente valemcontra terceiro desde a data da inscrição.Enquanto não inscritas, as hipotecas sósubsistem entre os contraentes.

Seção IV – Da Extinção da Hipoteca

Art. 849. A hipoteca extingue-se:I – pelo desaparecimento da obrigaçãoprincipal;II – pela destruição da coisa ou resoluçãodo domínio;III – pela renúncia do credor;IV – para remissão;V – Pela sentença passada em julgado;VI – pela prescrição;VII – pela arrematação ou adjudicação.

Art. 850. A extinção da hipoteca só come-ça a ter efeito contra terceiros depois deaverbada no respectivo registro.

Art. 851. A inscrição cancelar-se-á, emcada um dos casos de extinção da hipote-ca, à vista da respectiva prova ou, inde-pendente desta, a requerimento de ambasas partes, se forem capazes, e conhecidasdo oficial do registro.

Page 407: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

dores hipotecários, que não forem de qual-quer modo partes na execução.

Seção V – Da Hipoteca das Vias Férreas

Art. 1.502. As hipotecas sobre as estra-das de ferro serão registradas no Municí-pio da estação inicial da respectiva linha.

Art. 1.503. Os credores hipotecários nãopodem embaraçar a exploração da linha,nem contrariar as modificações, que a ad-ministração deliberar, no leito da estrada,em suas dependências, ou no seu material.

Art. 1.504. A hipoteca será circunscrita àlinha ou às linhas especificadas na escri-tura e ao respectivo material de explora-ção, no estado em que ao tempo da exe-cução estiverem; mas os credores hipote-cários poderão opor-se à venda da estra-da, à de suas linhas, de seus ramais ou departe considerável do material de explora-ção; bem como à fusão com outra empre-sa, sempre que com isso a garantia dodébito enfraquecer.

Art. 1.505. Na execução das hipotecas seráintimado o representante da União ou doEstado, para, dentro em quinze dias, remira estrada de ferro hipotecada, pagando opreço da arrematação ou da adjudicação.

Seção V – Da Hipoteca das Vias Férreas

Art. 852. As hipotecas sobre as estradasde ferro serão inscritas no município daestação inicial da respectiva linha.

Art. 853. Os credores hipotecários nãopodem embaraçar a exploração da linha,nem contrariar as modificações, que a ad-ministração deliberar, no leito da estrada,em suas dependências, ou no seu material.

Art. 854. A hipoteca será circunscrita àlinha ou linhas especificadas na escriturae ao respectivo material de exploração, noestado em que ao tempo da execução es-tiverem. Não obstante, os credores hipo-tecários poderão opor-se à venda da es-trada, à de suas linhas, de seus ramais, oude parte considerável do material de ex-ploração; bem como a fusão com outraempresa, sempre que a garantia do débitolhes parecer com isso enfraquecida.

Art. 855. Nas execuções dessas hipote-cas não se passará carta ao maior licitan-te, nem ao credor adjudiciatário, antes dese intimar o representante da FazendaNacional, ou do Estado, a que tocar a pre-ferência, para, dentro em quinze dias,utilizá-la, se quiser, pagando o preço daarrematação, ou da adjudicação fixada.

Seção VI – Do Registro de Imóveis

Art. 856. O registro de imóveis compreen-de:I – a transcrição dos títulos de transmis-são da propriedade;

Page 408: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

II – a transcrição dos títulos enumeradosno artigo 532;III – a transcrição dos títulosconstitutivos de ônus reais sobre coisasalheias;IV – A inscrição das hipotecas.

Art. 857. Se o título de transmissão forgratuito, poderá ser promovida a transcri-ção:I – pelo próprio adquirente;II – por quem de direito o represente;III – pelo próprio transferente com provada aceitação do beneficiado.

Art. 858. A transcrição do título de trans-missão do domínio direto aproveita ao ti-tular do domínio útil, e vice-versa.

Art. 859. Presume-se pertencer o direitoreal à pessoa em cujo nome se inscreveu,ou transcreveu.

Art. 860. Se o teor do registro de imóveisnão exprimir a verdade, poderá o prejudi-cado reclamar que se retifique.Parágrafo único. Enquanto se não trans-crever o título de transmissão, o alienantecontinua a ser havido como dono do imó-vel, e responde pelos seus encargos.

Art. 861. Serão feitas as inscrições, outrasncrições, no registro correspondenteao lugar, onde estiver o imóvel.

Art. 862. Salvo convenção em contrário,incumbem ao adquirente as despesas datranscrição dos títulos de transmissão dapropriedade e ao devedor as da inscrição,ou transcrição dos ônus reais.

Capítulo X – Da Anticrese Capítulo IV – Da Anticrese

Page 409: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 805. Pode o devedor, ou outrem porele, entregando ao credor um imóvel, ce-der-lhe o direito de perceber, em compen-sação da dívida, os frutos e rendimentos.

§ 1o É permitido estipular que os frutos erendimentos do imóvel, na sua totalida-de, sejam percebidos pelo credor, somen-te à conta de juros.

§ 2o O imóvel hipotecado pode ser dadoem anticrese pelo devedor ao credor hi-potecário, assim como o imóvel sujeito aanticrese pode ser hipotecado pelo deve-dor ao credor anticrético.

Art. 806. O credor anticrético pode fruirdiretamente o imóvel ou arrendá-lo a ter-ceiro, salvo pacto em contrário, manten-do, no último caso, até ser pago, o direitode retenção do imóvel.

Art. 806. O credor anticrético pode fruirdiretamente o imóvel ou arrendá-lo a ter-ceiro, salvo pacto em contrário, manten-do, no último caso, até ser pago, o direitode retenção do imóvel.

Art. 807. O credor anticrético respondepelas deteriorações, que, por culpa sua, o

Art. 1.506. Pode o devedor ou outrem porele, com a entrega do imóvel ao credor,ceder-lhe o direito de perceber, em com-pensação da dívida, os frutos e rendimen-tos.

§ 1o É permitido estipular que os frutos erendimentos do imóvel sejam percebidospelo credor à conta de juros, mas se o seuvalor ultrapassar a taxa máxima permitidaem lei para as operações financeiras, oremanescente será imputado ao capital.

§ 2o Quando a anticrese recair sobre bemimóvel, este poderá ser hipotecado pelodevedor ao credor anticrético, ou a tercei-ros, assim como o imóvel hipotecado po-derá ser dado em anticrese.

Art. 1.507. O credor anticrético pode ad-ministrar os bens dados em anticrese efruir seus frutos e utilidades, mas deveráapresentar anualmente balanço, exato efiel, de sua administração.

§ 1o Se o devedor anticrético não concor-dar com o que se contém no balanço, porser inexato, ou ruinosa a administração,poderá impugná-lo, e, se o quiser, reque-rer a transformação em arrendamento, fi-xando o juiz o valor mensal do aluguel, oqual poderá ser corrigido anualmente.

§ 2o O credor anticrético pode, salvo pac-to em sentido contrário, arrendar os bensdados em anticrese a terceiro, mantendo,até ser pago, direito de retenção do imó-vel, embora o aluguel desse arrendamen-to não seja vinculativo para o devedor.

Art. 1.508. O credor anticrético respondepelas deteriorações que, por culpa sua, o

Page 410: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

imóvel sofrer, e pelos frutos que, por suanegligência, deixar de perceber.

Art. 808. O credor anticrético pode vindi-car os seus direitos contra o adquirentedo imóvel, os credores quirografários eos hipotecários posteriores à transcriçãoda anticrese.

§ 1o Se, porém, executar o imóvel por não-pagamento da dívida, ou permitir que ou-tro credor o execute, sem opor o seu direi-to de retenção ao exequente, não terá pre-ferência sobre o preço.

§ 2o Também não a terá sobre a indeniza-ção do seguro, quando o prédio sejadestruído, nem, se for desapropriado, so-bre a da desapropriação.

Livro I – Do Direito de Família

Título I – Do Casamento

imóvel vier a sofrer, e pelos frutos e rendi-mentos que, por sua negligência, deixarde perceber.

Art. 1.509. O credor anticrético pode vin-dicar os seus direitos contra o adquirentedos bens, os credores quirografários e oshipotecários posteriores ao registro daanticrese.

§ 1o Se executar os bens por falta de paga-mento da dívida, ou permitir que outrocredor o execute, sem opor o seu direitode retenção ao exeqüente, não terá prefe-rência sobre o preço.

§ 2o O credor anticrético não terá prefe-rência sobre a indenização do seguro,quando o prédio seja destruído, nem, seforem desapropriados os bens, com rela-ção à desapropriação.

Art. 1.510. O adquirente dos bens dadosem anticrese poderá remi-los, antes dovencimento da dívida, pagando a sua to-talidade à data do pedido de remição eimitir-se-á, se for o caso, na sua posse.

Livro IV – Do Direito de Família

Título I – Do Direito Pessoal

Subtítulo I – Do Casamento

Capítulo I – Disposições Gerais

Art. 1.511. O casamento estabelece comu-nhão plena de vida, com base na igualda-de de direitos e deveres dos cônjuges.

Art. 1.512. O casamento é civil e gratuita asua celebração.

Page 411: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Parágrafo único. A habilitação para o ca-samento, o registro e a primeira certidãoserão isentos de selos, emolumentos ecustas, para as pessoas cuja pobreza fordeclarada, sob as penas da lei.

Art. 1.513. É defeso a qualquer pessoa, dedireito público ou privado, interferir nacomunhão de vida instituída pela família.

Art. 1.514. O casamento se realiza no mo-mento em que o homem e a mulher mani-festam, perante o juiz, a sua vontade deestabelecer vínculo conjugal, e o juiz osdeclara casados.

Art. 1.515. O casamento religioso, queatender às exigências da lei para a valida-de do casamento civil, equipara-se a este,desde que registrado no registro próprio,produzindo efeitos a partir da data de suacelebração.

Art. 1.516. O registro do casamento religi-oso submete-se aos mesmos requisitosexigidos para o casamento civil.§ 1o O registro civil do casamento religio-so deverá ser promovido dentro de no-venta dias de sua realização, mediantecomunicação do celebrante ao ofício com-petente, ou por iniciativa de qualquer in-teressado, desde que haja sido homolo-gada previamente a habilitação reguladaneste Código. Após o referido prazo, oregistro dependerá de nova habilitação.§ 2o O casamento religioso, celebrado semas formalidades exigidas neste Código,terá efeitos civis se, a requerimento docasal, for registrado, a qualquer tempo,no registro civil, mediante prévia habilita-ção perante a autoridade competente eobservado o prazo do art. 1.532.

Page 412: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Capítulo II – Dos Impedimentos

Art. 184. A afinidade resultante defiliação espúria poderá provar-se porconfissão espontânea dos ascendentesda pessoa impedida, os quais, se o qui-serem, terão o direito de fazê-lo em se-gredo de justiça.Parágrafo único. A resultante defiliação natural poderá ser também pro-vada por confissão espontânea dosascendentes, se da filiação não existir aprova prescrita no artigo 357.

Art. 185. Para o casamento dos menoresde vinte e um anos, sendo filhos legíti-mos, é mister o consentimento de ambosos pais.

Art. 186. Discordando eles entre si, pre-valecerá a vontade paterna, ou, sendoo casal separado, divorciado ou tiversido o seu casamento anulado, a von-tade do cônjuge, com quem estiveremos filhos.

Parágrafo único. Sendo, porém, ilegítimosos pais, bastará o consentimento do quehouver reconhecido o menor, ou, se estenão for reconhecido, o consentimento ma-terno.

Art. 187. Até a celebração do matrimôniopodem os pais, tutores e curadores retra-tar o seu consentimento.

§ 3o Será nulo o registro civil do casamen-to religioso se, antes dele, qualquer dosconsorciados houver contraído com ou-trem casamento civil.

Capítulo II – Da Capacidade para o Casa-mento

Art. 1.517. O homem e a mulher comdezesseis anos podem casar, exigindo-seautorização de ambos os pais, ou de seusrepresentantes legais, enquanto não atin-gida a maioridade civil.

Parágrafo único. Se houver divergênciaentre os pais, aplica-se o disposto no pa-rágrafo único do art. 1.631.

Art. 1.518. Até à celebração do casamen-to podem os pais, tutores ou curadoresrevogar a autorização.

Page 413: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 188. A denegação do consentimento,quando injusta, pode ser suprida pelo juiz,com recurso para a instância superior.

Art. 183. Não podem casar:I – os ascendentes com os descendentes,seja o parentesco legítimo ou ilegítimo,natural ou civil;II – os afins em linha reta, seja o vínculolegítimo ou ilegítimo;III – o adotante com o cônjuge do ado-tado e do adotado com cônjuge doadotante;IV – os irmãos, legítimos ou ilegítimos,germanos ou não, e os colaterais, legíti-mos ou ilegítimos, até o terceiro grau in-clusive;V – o adotado com o filho supervenienteao pai ou à mãe adotiva;VI – as pessoas casadas;VII – o cônjuge adúltero com o seu co-réu, por tal condenado como delinquenteno homicídio;VIII – o cônjuge sobrevivente com o con-denado como delinquente no homicídio,ou tentativa de homicídio, contra o seuconsorte;IX – as pessoas por qualquer motivocoatas e as incapazes de consentir, oumanifestar, de modo inequívoco, o con-sentimento;X – o raptor com a raptada, enquanto estanão se ache fora do seu poder e em lugarseguro;

Art. 1.519. A denegação do consentimen-to, quando injusta, pode ser suprida pelojuiz.

Art. 1.520. Excepcionalmente, será permi-tido o casamento de quem ainda não al-cançou a idade núbil (art. 1.517), para evi-tar imposição ou cumprimento de penacriminal ou em caso de gravidez.

Capítulo III – Dos Impedimentos

Art. 1.521. Não podem casar:I – os ascendentes com os descendentes,seja o parentesco natural ou civil;II – os afins em linha reta;III – o adotante com quem foi cônjuge doadotado e o adotado com quem o foi doadotante;IV – os irmãos, unilaterais ou bilaterais, edemais colaterais, até o terceiro grau in-clusive;V – o adotado com o filho do adotante;VI – as pessoas casadas;VII – o cônjuge sobrevivente com o con-denado por homicídio ou tentativa dehomicídio contra o seu consorte.

Page 414: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

XI – os sujeitos ao pátrio poder, tutela, oucuratela, enquanto não obtiverem, ou lhesnão for suprido o consentimento do pai,tutor, ou curador;XII – as mulheres menores de dezesseisanos e os homens menores de dezoito;XIII – o viúvo ou a viúva que tiver filhodo cônjuge falecido, enquanto não fizerinventário dos bens do casal e der parti-lha aos herdeiros;XIV – a viúva, ou a mulher cujo casamen-to se desfez por ser nulo ou ter sido anu-lado, até dez meses depois do começo daviuvez, ou da dissolução da sociedadeconjugal, salvo se antes de findo esseprazo der à luz algum filho;XV – o tutor ou curador e os seus des-cendentes, ascendentes, irmãos, cunha-dos ou sobrinhos, com a pessoa tutela-da ou curatelada, enquanto não cessara tutela ou a curatela, e não estiveremsaldadas as respectivas contas, salvopermissão paterna ou materna manifes-tada em escrito autêntico ou em testa-mento;XVI – o juiz, ou escrivão e seus descen-dentes, ascendentes, irmãos, cunhados ousobrinhos, com órfão ou viúva, da circuns-crição territorial onde um ou outro tiverexercício, salvo licença especial da auto-ridade judiciária superior.

Capítulo III – Da Oposição do Impedi-mento

Art. 189. Os impedimentos do artigo 183, Ia XII, podem ser opostos:I – pelo oficial do registro civil;II – por quem presidir à celebração do ca-samento;III – por qualquer pessoa maior, que, sobsua assinatura, apresente declaração es-

Art. 1.522. Os impedimentos podem seropostos, até o momento da celebração docasamento, por qualquer pessoa capaz.

Page 415: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

crita, instruída com as provas do fato quealegar.

Parágrafo único. Se não puder instruir opo-sição com as provas, precisará o oponenteo lugar onde existam, ou nomeará pelo me-nos duas testemunhas, residentes no Mu-nicípio, que atestem o impedimento.

Art. 190. Os outros impedimentos só po-derão ser opostos:I – pelos parentes, em linha reta, de umdos nubentes, sejam cosangüíneos ouafins.II – pelos colaterais, em segundo grausejam cosanguíneos ou afins.

Art. 191. O oficial do registro civil daráaos nubentes, ou seus representantes,nota do impedimento oposto, indicandoos fundamentos, as provas, e, se o impe-dimento não se opôs ex officio, o nomedo oponente.Parágrafo único. Fica salvo aos nubentesfazer a prova contrária ao impedimento epromover as ações civis e criminais con-tra o oponente de má fé.

Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial deregistro, tiver conhecimento da existên-cia de algum impedimento, será obrigadoa declará-lo.

Capítulo IV – Das Causas Suspensivas

Art. 1.523. Não devem casar:I – o viúvo ou a viúva que tiver filho docônjuge falecido, enquanto não fizer in-ventário dos bens do casal e der partilhaaos herdeiros;II – a viúva, ou a mulher cujo casamentose desfez por ser nulo ou ter sido anula-

Page 416: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Capítulo I – Das Formalidades Prelimina-res

Art. 180. A habilitação para casamento faz-se perante o oficial do registro civil, apre-sentando-se os seguintes documentos:I – certidão de idade ou prova equivalente;II – declaração do estado, do domicílio eda residência atual dos contraentes e deseus pais, se forem conhecidos;

do, até dez meses depois do começo daviuvez, ou da dissolução da sociedadeconjugal;III – o divorciado, enquanto não houversido homologada ou decidida a partilhados bens do casal;IV – o tutor ou o curador e os seus des-cendentes, ascendentes, irmãos, cunha-dos ou sobrinhos, com a pessoa tuteladaou curatelada, enquanto não cessar a tu-tela ou curatela, e não estiverem saldadasas respectivas contas.

Parágrafo único. É permitido aosnubentes solicitar ao juiz que não lhessejam aplicadas as causas suspensivasprevistas nos incisos I, III e IV deste arti-go, provando-se a inexistência de prejuí-zo, respectivamente, para o herdeiro, parao ex-cônjuge e para a pessoa tutelada oucuratelada; no caso do inciso II, a nubentedeverá provar nascimento de filho, ouinexistência de gravidez, na fluência doprazo.

Art. 1.524. As causas suspensivas da ce-lebração do casamento podem ser argüi-das pelos parentes em linha reta de umdos nubentes, sejam consangüíneos ouafins, e pelos colaterais em segundo grau,sejam também consangüíneos ou afins.

Capítulo V – Do Processo de Habilitaçãopara o Casamento

Art. 1.525. O requerimento de habilitaçãopara o casamento será firmado por ambosos nubentes, de próprio punho, ou, a seupedido, por procurador, e deve ser instru-ído com os seguintes documentos:I – certidão de nascimento ou documentoequivalente;

Page 417: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

III – autorização das pessoas sob cujadependência legal estiverem, ou ato judi-cial que a supra;IV – declaração de duas testemunhasmaiores, parentes, ou estranhos, que ates-tem conhecê-los e afirmem não existir im-pedimento, que os iniba de casar;V – certidão de óbito do cônjuge falecido,da anulação do casamento anterior ou doregistro da sentença de divórcio.

Parágrafo único. Se algum doscontraentes houver residido a maior par-te do último ano em outro Estado, apre-sentará prova de que o deixou sem impe-dimento para casar, ou de que cessou oexistente.

Art. 180. A habilitação para casamento faz-se perante o oficial do registro civil, apre-sentando-se os seguintes documentos:...

Art. 181. À vista desses documentos apre-sentados pelos pretendentes, ou seusprocuradores, o oficial do registro lavraráos proclamas de casamento, medianteedital, que se afixará durante quinze dias,em lugar ostensivo do edifício, onde secelebrarem os casamentos, e se publicarápela imprensa, onde a houver.

§ 1o Se, decorrido este prazo, não apare-cer quem oponha impedimento, nem lheconstar algum dos que de ofício lhe cum-pre declarar, o oficial do registro certifica-rá aos pretendentes que estão habilita-

II – autorização por escrito das pessoassob cuja dependência legal estiverem, ouato judicial que a supra;III – declaração de duas testemunhasmaiores, parentes ou não, que atestemconhecê-los e afirmem não existir impedi-mento que os iniba de casar;IV – declaração do estado civil, do domi-cílio e da residência atual dos contraentese de seus pais, se forem conhecidos;V – certidão de óbito do cônjuge falecido,de sentença declaratória de nulidade oude anulação de casamento, transitada emjulgado, ou do registro da sentença dedivórcio.

Art. 1.526. A habilitação será feita peranteo oficial do Registro Civil e, após a audi-ência do Ministério Público, será homo-logada pelo juiz.

Art. 1.527. Estando em ordem a documen-tação, o oficial extrairá o edital, que se afi-xará durante quinze dias nas circunscri-ções do Registro Civil de ambos osnubentes, e, obrigatoriamente, se publi-cará na imprensa local, se houver.

Page 418: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

dos para casar dentro dos três meses ime-diatos.§ 2o Se os nubentes residirem em diversascircunscrições do registro civil, em uma eem outra se publicarão os editais.

Art. 182. O registro dos editais far-se-á nocartório do oficial, que os houver publi-cado, dando-se deles certidão a quempedir.

Parágrafo único. A autoridade competen-te, havendo urgência, poderá dispensar apublicação.

Art. 1.528. É dever do oficial do registroesclarecer os nubentes a respeito dos fa-tos que podem ocasionar a invalidade docasamento, bem como sobre os diversosregimes de bens.

Art. 1.529. Tanto os impedimentos quan-to as causas suspensivas serão opostosem declaração escrita e assinada, instruí-da com as provas do fato alegado, ou coma indicação do lugar onde possam serobtidas.

Art. 1.530. O oficial do registro dará aosnubentes ou a seus representantes notada oposição, indicando os fundamentos,as provas e o nome de quem a ofereceu.Parágrafo único. Podem os nubentes re-querer prazo razoável para fazer provacontrária aos fatos alegados, e promoveras ações civis e criminais contra o opo-nente de má-fé.

Art. 1.531. Cumpridas as formalidades dosarts. 1.526 e 1.527 e verificada a inexistênciade fato obstativo, o oficial do registro ex-trairá o certificado de habilitação.

Page 419: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Capítulo IV – Da Celebração do Casa-mento

Art.. 192. Celebrar-se-á o casamento nodia, hora e lugar previamente designadospela autoridade que houver de presidir aoato, mediante petição dos contraentes,que se mostrem habilitados com a certi-dão do artigo 181, § 1o.

Art. 193. A solenidade celebrar-se-á nacasa das audiências, com toda a publici-dade, a portas abertas, presentes, pelomenos, duas testemunhas, parentes ounão dos contraentes, ou, em caso de for-ça maior, querendo as partes, e consenti-do o juiz, noutro edifício, público ou par-ticular.

Parágrafo único. Quando o casamento forem casa particular, ficará esta de portasabertas durante o ato, e, se algum doscontraentes não souber escrever, serãoquatro as testemunhas.

Art. 194. Presentes os contraentes, empessoa ou por procurador especial, jun-tamente com as testemunhas e o oficialdo registro, o presidente do ato, ouvidaaos nubentes a afirmação de que persis-tem no propósito de casar por livre e es-pontânea vontade, declarará efetuado ocasamento nestes termos:

Art. 1.532. A eficácia da habilitação seráde noventa dias, a contar da data em quefoi extraído o certificado.

Capítulo VI – Da Celebração do Casa-mento

Art. 1.533. Celebrar-se-á o casamento, nodia, hora e lugar previamente designadospela autoridade que houver de presidir oato, mediante petição dos contraentes,que se mostrem habilitados com a certi-dão do art. 1.531.

Art. 1.534. A solenidade realizar-se-á nasede do cartório, com toda publicidade, aportas abertas, presentes pelo menosduas testemunhas, parentes ou não doscontraentes, ou, querendo as partes econsentindo a autoridade celebrante, nou-tro edifício público ou particular.

§ 1o Quando o casamento for em edifícioparticular, ficará este de portas abertasdurante o ato.

§ 2o Serão quatro as testemunhas na hi-pótese do parágrafo anterior e se algumdos contraentes não souber ou não pu-der escrever.

Art. 1.535. Presentes os contraentes, empessoa ou por procurador especial, jun-tamente com as testemunhas e o oficialdo registro, o presidente do ato, ouvidaaos nubentes a afirmação de que preten-dem casar por livre e espontânea vonta-de, declarará efetuado o casamento, nes-tes termos: “De acordo com a vontade que

Page 420: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

“De acordo com a vontade que ambosacabais de afirmar perante mim, de vosreceberdes por marido e mulher, eu, emnome da lei , vos declaro casados.”

Art. 195. Do matrimônio, logo depois decelebrado, se lavrará o assento no livrode registro. No assento, assinado pelopresidente do ato, os cônjuges, as teste-munhas, e o oficial de registro, serãoexarados:I – os nomes, prenomes, datas de nasci-mento, profissão, domicílio e residênciaatual dos cônjuges;II – os nomes, prenomes, datas de nasci-mentos ou de morte, domicílio e residên-cia atual dos pais;III – os nomes e prenomes do cônjugeprecedente e a data da dissolução do ca-samento anterior;IV – a data da publicação dos proclamas eda celebração do casamento;V – a relação dos documentos apresenta-dos ao oficial do registro;VI – o regime do casamento, com a decla-ração da data e do cartório em cujas notasfoi passada a escritura antenupcial, quan-do o regime não for o de comunhão parci-al, ou o legal estabelecido no Título IIIdeste livro, para outros casamentos.

Art. 196. O instrumento da autorizaçãopara casar transcrever-se-á integralmentena escritura antenupcial.

Art. 197. A celebração do casamento seráimediatamente suspensa, se algum doscontraentes:I – recusar a solene afrimação da sua von-tade;

ambos acabais de afirmar perante mim, devos receberdes por marido e mulher, eu,em nome da lei, vos declaro casados.”

Art. 1.536. Do casamento, logo depois decelebrado, lavrar-se-á o assento no livrode registro. No assento, assinado pelopresidente do ato, pelos cônjuges, as tes-temunhas, e o oficial do registro, serãoexarados:I – os prenomes, sobrenomes, datas denascimento, profissão, domicílio e resi-dência atual dos cônjuges;II – os prenomes, sobrenomes, datas denascimento ou de morte, domicílio e resi-dência atual dos pais;III – o prenome e sobrenome do cônjugeprecedente e a data da dissolução do ca-samento anterior;IV – a data da publicação dos proclamas eda celebração do casamento;V – a relação dos documentos apresenta-dos ao oficial do registro;VI – o prenome, sobrenome, profissão,domicílio e residência atual das testemu-nhas;VII – o regime do casamento, com a decla-ração da data e do cartório em cujas notasfoi lavrada a escritura antenupcial, quan-do o regime não for o da comunhão parci-al, ou o obrigatoriamente estabelecido.

Art. 1.537. O instrumento da autorizaçãopara casar transcrever-se-á integralmentena escritura antenupcial.

Art. 1.538. A celebração do casamento seráimediatamente suspensa se algum doscontraentes:I – recusar a solene afirmação da sua von-tade;

Page 421: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

II – declarar que esta não é livre e espon-tânea;III – manifestar-se arrependido.Parágrafo único. O nubente que, por al-gum destes fatos, der causa à suspensãodo ato, não será admitido a retratar-se nomesmo dia.Art. 198. No caso de moléstia grave de umdos nubentes, o presidente do ato irácelebrá-lo na casa do impedido, e, sendourgente, ainda à noite, perante quatro tes-temunhas, que saibam ler e escrever.

§ 1o A falta ou impedimento da autoridadecompetente para presidir o casamentosuprir-se-á por qualquer dois seus subs-titutos legais, e a do oficial do registrocivil por outro ad hoc, nomeado pelo pre-sidente do ato.

§ 2o O termo avulso, que o oficial ad hoclavrar, será levado ao registro no mais bre-ve prazo possível.

Art. 199. O oficial de registro, mediantedespacho da autoridade competente, àvista dos documentos exigidos no artigo180 e independentemente do edital deproclamas, dará a certidão ordenada noartigo 181, § 1o:I – quando ocorrer motivo urgente quejustifique a imediata celebração do casa-mento;II – quando algum dos contraentes esti-ver em iminente risco de vida.Parágrafo único. Neste caso, não obten-do os contraentes a presença da autorida-de, a quem incumbe presidir o ato, nem a deseu substituto, poderão celebrá-lo em pre-sença de seis testemunhas, que com os

II – declarar que esta não é livre e espon-tânea;III – manifestar-se arrependido.Parágrafo único. O nubente que, por al-gum dos fatos mencionados neste artigo,der causa à suspensão do ato, não seráadmitido a retratar-se no mesmo dia.Art. 1.539. No caso de moléstia grave deum dos nubentes, o presidente do ato irácelebrá-lo onde se encontrar o impedido,sendo urgente, ainda que à noite, peranteduas testemunhas que saibam ler e escre-ver.

§ 1o A falta ou impedimento da autoridadecompetente para presidir o casamentosuprir-se-á por qualquer dos seus substi-tutos legais, e a do oficial do Registro Ci-vil por outro ad hoc, nomeado pelo presi-dente do ato.

§ 2o O termo avulso, lavrado pelo oficialad hoc, será registrado no respectivo re-gistro dentro em cinco dias, perante duastestemunhas, ficando arquivado.

Art. 1.540. Quando algum dos contraentesestiver em iminente risco de vida, nãoobtendo a presença da autoridade à qualincumba presidir o ato, nem a de seu subs-tituto, poderá o casamento ser celebradona presença de seis testemunhas, que comos nubentes não tenham parentesco emlinha reta, ou, na colateral, até segundograu.

Page 422: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

nubentes não tenham parentesco em linhareta, ou, na colateral, em segundo grau.

Art. 200. Essas testemunhas comparece-rão dentro em cinco dias ante a autorida-de judicial mais próxima, pedindo que selhes tomem por termo as seguintes decla-rações:I – que foram convocadas por parte doenfermo;II – que este parecia em perigo de vidamas em seu juízo;III – que em sua presença declararam oscontraentes livre e espontaneamente re-ceber-se por marido e mulher.

§ 1o Autuado o pedido e tomadas as de-clarações, o juiz procederá às diligênciasnecessárias para verificar se oscontraentes podiam ter-se habilitado parao casamento, na forma ordinária, ouvidosos interessados, que o requererem, den-tro em quinze dias.

§ 2o Verificada a idoneidade dos cônjugespara o casamento, assim o decidirá a au-toridade competente, com recurso volun-tário às partes.

§ 3o Se da decisão não se tiver recorrido,ou se ela passar em julgado, apesar dosrecursos interpostos, o juiz mandarátranscrevê-la no livro do registro dos ca-samentos.

§ 4o O assento assim lavrado retrotrairá osefeitos do casamento, quanto ao estado doscônjuges, à data da celebração e, quantoaos filhos comuns, à data do nascimento.

§ 5o Serão dispensadas as formalidadesdeste e do artigo anterior, se o enfermo

Art. 1.541. Realizado o casamento, devemas testemunhas comparecer perante a au-toridade judicial mais próxima, dentro emdez dias, pedindo que lhes tome por ter-mo a declaração de:I – que foram convocadas por parte doenfermo;II – que este parecia em perigo de vida,mas em seu juízo;III – que, em sua presença, declararam oscontraentes, livre e espontaneamente, re-ceber-se por marido e mulher.

§ 1o Autuado o pedido e tomadas as de-clarações, o juiz procederá às diligênciasnecessárias para verificar se oscontraentes podiam ter-se habilitado, naforma ordinária, ouvidos os interessadosque o requererem, dentro em quinze dias.

§ 2o Verificada a idoneidade dos cônjugespara o casamento, assim o decidirá a au-toridade competente, com recurso volun-tário às partes.

§ 3o Se da decisão não se tiver recorrido,ou se ela passar em julgado, apesar dosrecursos interpostos, o juiz mandaráregistrá-la no livro do Registro dos Casa-mentos.

§ 4o O assento assim lavrado retrotrairáos efeitos do casamento, quanto ao esta-do dos cônjuges, à data da celebração.

§ 5o Serão dispensadas as formalidadesdeste e do artigo antecedente, se o enfer-

Page 423: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

convalescer e puder ratificar o casamentoem presença da autoridade competente dooficial de registro.

Art. 201. O casamento pode celebrar-semediante procuração, que outorgue po-deres especiais ao mandatário para rece-ber, em nome do outorgante, o outrocontraente.

Parágrafo único. Pode casar por procura-ção o preso, ou o condenado, quando lhenão permita comparecer em pessoa com-parecer em pessoa a autoridade, sob cujaguarda estiver.

Capítulo V – Das Provas do Casamento

Art. 202. O casamento celebrado no Bra-sil prova-se pela certidão do registro, fei-to ao tempo de sua celebração.

Parágrafo único. Justificada a falta ou per-da do registro civil, é admissível qualqueroutra espécie de prova.

mo convalescer e puder ratificar o casa-mento na presença da autoridade compe-tente e do oficial do registro.

Art. 1.542. O casamento pode celebrar-semediante procuração, por instrumentopúblico, com poderes especiais.

§ 1o A revogação do mandato não neces-sita chegar ao conhecimento do manda-tário; mas, celebrado o casamento sem queo mandatário ou o outro contraente tives-sem ciência da revogação, responderá omandante por perdas e danos.

§ 2o O nubente que não estiver em imi-nente risco de vida poderá fazer-se repre-sentar no casamento nuncupativo.

§ 3o A eficácia do mandato não ultrapas-sará noventa dias.

§ 4o Só por instrumento público se pode-rá revogar o mandato.

Capítulo VII – Das Provas do Casamento

Art. 1.543. O casamento celebrado no Bra-sil prova-se pela certidão do registro.

Parágrafo único. Justificada a falta ou per-da do registro civil, é admissível qualqueroutra espécie de prova.

Page 424: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 204. O casamento celebrado fora doBrasil prova-se de acordo com a lei dopaís onde se celebrou.

Parágrafo único. Se, porém, se contraiuperante agente consular, provar-se-á porcertidão do assento no registro do con-sulado.

Art. 203. O casamento de pessoas quefaleceram na posse do estado de casadasnão se pode contestar em prejuízo da pro-le comum, salvo mediante certidão do re-gistro civil, que prove que já era casadaalguma delas, quando contraiu o matri-mônio impugnado.

Art. 205. Quando a prova da celebraçãolegal do casamento resultar de processojudicial, a inscrição da sentença no livrodo registro civil produzirá, assim no quetoca aos cônjuges, como no que respeitaaos filhos, todos os efeitos civis desde adata do casamento.

Art. 206. Na dúvida entre as provas pró econtra, julgar-se-á pelo casamento, se oscônjuges, cujo matrimônio se impugna,viverem ou tiverem vivido na posse doestado de casados.

Art. 1.544. O casamento de brasileiro,celebrado no estrangeiro, perante asrespectivas autoridades ou os cônsu-les brasileiros, deverá ser registrado emcento e oitenta dias, a contar da voltade um ou de ambos os cônjuges ao Bra-sil, no cartório do respectivo domicí-lio, ou, em sua falta, no 1o Ofício daCapital do Estado em que passarem aresidir.

Art. 1.545. O casamento de pessoas que,na posse do estado de casadas, não pos-sam manifestar vontade, ou tenham fale-cido, não se pode contestar em prejuízoda prole comum, salvo mediante certidãodo Registro Civil que prove que já era ca-sada alguma delas, quando contraiu o ca-samento impugnado.

Art. 1.546. Quando a prova da celebraçãolegal do casamento resultar de processojudicial, o registro da sentença no livrodo Registro Civil produzirá, tanto no quetoca aos cônjuges como no que respeitaaos filhos, todos os efeitos civis desde adata do casamento.

Art. 1.547. Na dúvida entre as provas fa-voráveis e contrárias, julgar-se-á pelo ca-samento, se os cônjuges, cujo casamentose impugna, viverem ou tiverem vivido naposse do estado de casados.

Page 425: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Capítulo VI – Do Casamento Nulo e Anu-lável

Art. 207. É nulo e de nenhum efeito, quan-to aos contraentes e aos filhos, o casa-mento contraído com infração de qualquerdos nos I a VIII do artigo 183.

Art. 208. É também nulo o casamento con-traído perante autoridade incompetente.Mas esta nulidade se considerará sana-da, se não se alegar dentro em dois anosda celebração.

Parágrafo único. Antess de vencido esseprazo, a declaração da nulidade poderáser requerida:I – por qualquer interessado;II – pelo Ministério Público, salvo se jáhouver falecido algum dos cônjuges.

Art. 209. É anulável o casamento contraí-do com infração de qualquer dos nos IX aXII do artigo 183.

Capítulo VIII – Da Invalidade do Casa-mento

Art. 1.548. É nulo o casamento contraí-do:I – pelo enfermo mental sem o necessá-rio discernimento para os atos da vidacivil;II – por infringência de impedimento.

Art. 1.549. A decretação de nulidade decasamento, pelos motivos previstos noartigo antecedente, pode ser promovidamediante ação direta, por qualquer inte-ressado, ou pelo Ministério Público.

Art. 1.550. É anulável o casamento:I – de quem não completou a idade míni-ma para casar;II – do menor em idade núbil, quando nãoautorizado por seu representante legal;III – por vício da vontade, nos termos dosarts. 1.556 a 1.558;IV – do incapaz de consentir ou manifes-tar, de modo inequívoco, o consentimen-to;V – realizado pelo mandatário, sem queele ou o outro contraente soubesse darevogação do mandato, e não sobrevin-do coabitação entre os cônjuges;VI – por incompetência da autoridadecelebrante.Parágrafo único. Equipara-se à revogaçãoa invalidade do mandato judicialmente de-cretada.

Page 426: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 210. A anulação do casamento con-traído pelo coato ou pelo incapaz de con-sentir, só poderá ser promovida:I – pelo próprio coato;II – pelo incapaz;III – por seus representantes legais.

Art. 211. O que contraiu o casamento,enquanto incapaz, pode ratificá-lo, quan-do adquirir a necessária capacidade, e estaratificação retrotrairá os seus efeitos àdata da celebração.

Art. 212. A anulação do casamento con-traído com infração do no XI do artigo 183só pode ser requerida pelas pessoas quetinham o direito de consentir

Art. 215. Por defeito da idade não se anu-lará o casamento de que resultou gravi-dez.

Art. 213. A anulação do casamento damenor de dezesseis anos ou do menor dedezoito será requerida:I – pelo próprio cônjuge menor;II – pelos seus representantes legais;III – pelas pessoas designadas no artigo190, naquela mesma ordem.

Art. 214. Podem, entretanto, casar-se osreferidos menores para evitar a imposiçãoou o cumprimento de pena criminal.Parágrafo único. Em tal caso o juiz poderáordenar a separação de corpos, até queos cômjuges alcancem a idade legal.

Art. 1.551. Não se anulará, por motivo deidade, o casamento de que resultou gra-videz.

Art. 1.552. A anulação do casamento dosmenores de dezesseis anos será requerida:I – pelo próprio cônjuge menor;II – por seus representantes legais;III – por seus ascendentes.

Art. 1.553. O menor que não atingiu a ida-de núbil poderá, depois de completá-la,confirmar seu casamento, com a autoriza-ção de seus representantes legais, se ne-cessária, ou com suprimento judicial.

Page 427: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.554. Subsiste o casamento celebra-do por aquele que, sem possuir a compe-tência exigida na lei, exercer publicamenteas funções de juiz de casamentos e, nes-sa qualidade, tiver registrado o ato noRegistro Civil.

Art. 1.555. O casamento do menor em ida-de núbil, quando não autorizado por seurepresentante legal, só poderá ser anula-do se a ação for proposta em cento e oi-tenta dias, por iniciativa do incapaz, aodeixar de sê-lo, de seus representanteslegais ou de seus herdeiros necessários.§ 1o O prazo estabelecido neste artigo serácontado do dia em que cessou a incapaci-dade, no primeiro caso; a partir do casa-mento, no segundo; e, no terceiro, damorte do incapaz.§ 2o Não se anulará o casamento quandoà sua celebração houverem assistido osrepresentantes legais do incapaz, ou tive-rem, por qualquer modo, manifestado suaaprovação.

Art. 1.556. O casamento pode ser anuladopor vício da vontade, se houve por partede um dos nubentes, ao consentir, erroessencial quanto à pessoa do outro.

Art. 216. Quando requerida por tercei-ros a anulação do casamento, poderãoos cônjuges ratificá-lo, em perfazendoa idade fixada no artigo 183, no XII, anteo juiz e o oficial do registro civil. A rati-ficação terá efeito retroativo, subsistin-do, entretanto, o regime da separaçãode bens.

Art. 217. A anulação do casamento nãoobsta à legitimidade do filho concebidoou havido antes ou na constância dele.

Art. 218. É também anulável o casamento,se houve por parte de um dos nubentes,ao consentir, erro essencial quanto à pes-soa do outro.

Page 428: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.557. Considera-se erro essencialsobre a pessoa do outro cônjuge:I – o que diz respeito à sua identidade,sua honra e boa fama, sendo esse erro talque o seu conhecimento ulterior torne in-suportável a vida em comum ao cônjugeenganado;II – a ignorância de crime, anterior ao ca-samento, que, por sua natureza, torne in-suportável a vida conjugal;III – a ignorância, anterior ao casamento,de defeito físico irremediável, ou de mo-léstia grave e transmissível, pelo contá-gio ou herança, capaz de pôr em risco asaúde do outro cônjuge ou de sua des-cendência;IV – a ignorância, anterior ao casamento,de doença mental grave que, por sua na-tureza, torne insuportável a vida em co-mum ao cônjuge enganado.

Art. 1.558. É anulável o casamento em vir-tude de coação, quando o consentimentode um ou de ambos os cônjuges houver

Art. 219. Considera-se erro essencial so-bre a pessoa do outro cônjuge:I – o que diz respeito à identidade do ou-tro cônjuge, sua honra e boa fama, sendoerro tal, que o seu conhecimento ulteriortorne insuportável a vida em comum aocômjuge enganado;II – a ignorância de crime inafiançável,anterior ao casamento e definitivamentejulgado por sentença condenatória;III – a ignorância, anterior ao casamento,de defeito físico irremediável ou de mo-léstia grave e transmissível, por contágioou herança, capaz de pôr em risco a saúdedo outro cônjuge ou de sua descendên-cia;IV – o defloramento da mulher, ignoradopelo marido.

Art. 220. A anulação do casamento, noscasos do artigo antecedente, só a poderádemandar o cônjuge enganado.

Art. 221. Embora anulável, ou mesmo nulose contraído de boa-fé por ambos os côn-juges, o casamento, em relação a estescomo aos filhos, produz todos os efeitoscivis até o dia da sentença anulatória.Parágrafo único. Se um dos cônjuges es-tava de boa-fé, ao celebrar o casamento,os seus efeitos civis só a esse e aos filhosaproveitarão.

Art. 222. A nulidade do casamento pro-cessar-se-á por ação ordinária, na qualserá nomeado curador que o defenda.

Page 429: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

sido captado mediante fundado temor demal considerável e iminente para a vida, asaúde e a honra, sua ou de seus familia-res.

Art. 1.559. Somente o cônjuge que incidiuem erro, ou sofreu coação, pode deman-dar a anulação do casamento; mas a coa-bitação, havendo ciência do vício, validao ato, ressalvadas as hipóteses dosincisos III e IV do art. 1.557.

Art. 1.560. O prazo para ser intentada aação de anulação do casamento, a contarda data da celebração, é de:I – cento e oitenta dias, no caso do incisoIV do art. 1.550;II – dois anos, se incompetente a autori-dade celebrante;III – três anos, nos casos dos incisos I aIV do art. 1.557;IV – quatro anos, se houver coação.§ 1o Extingue-se, em cento e oitenta dias,o direito de anular o casamento dos me-nores de dezesseis anos, contado o prazopara o menor do dia em que perfez essaidade; e da data do casamento, para seusrepresentantes legais ou ascendentes.§ 2o Na hipótese do inciso V do art. 1.550,o prazo para anulação do casamento é decento e oitenta dias, a partir da data emque o mandante tiver conhecimento dacelebração.

Art. 1.561. Embora anulável ou mesmonulo, se contraído de boa-fé por ambosos cônjuges, o casamento, em relação aestes como aos filhos, produz todos osefeitos até o dia da sentença anulatória.§ 1o Se um dos cônjuges estava de boa-féao celebrar o casamento, os seus efeitoscivis só a ele e aos filhos aproveitarão.

Page 430: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 223. Antes de mover a ação de nuli-dade do casamento, a de anulação, ou ade desquite, requererá o autor, com docu-mentos que a autorizem, a separação decorpos, que será concedida pelo juiz coma possível brevidade.

Art. 224. Concedida a separação, a mu-lher poderá pedir alimentos provisionais,que lhe serão arbitrados, na forma do arti-go 400.

Título II – Dos Efeitos Jurídicos do Casa-mento

Capítulo I – Disposições Gerais

§ 2o Se ambos os cônjuges estavam demá-fé ao celebrar o casamento, os seusefeitos civis só aos filhos aproveitarão.

Art. 1.562. Antes de mover a ação de nuli-dade do casamento, a de anulação, a deseparação judicial, a de divórcio direto oua de dissolução de união estável, poderárequerer a parte, comprovando sua neces-sidade, a separação de corpos, que seráconcedida pelo juiz com a possível brevi-dade.

Art. 1.563. A sentença que decretar a nuli-dade do casamento retroagirá à data dasua celebração, sem prejudicar a aquisi-ção de direitos, a título oneroso, por ter-ceiros de boa-fé, nem a resultante de sen-tença transitada em julgado.

Art. 1.564. Quando o casamento for anu-lado por culpa de um dos cônjuges, esteincorrerá:I – na perda de todas as vantagenshavidas do cônjuge inocente;II – na obrigação de cumprir as promes-sas que lhe fez no contrato antenupcial.

Capítulo IX – Da Eficácia do Casamento

Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mu-lher assumem mutuamente a condição de

Page 431: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 229. Criando a família legítima, o ca-samento legitima os filhos comuns, antesdele nascido ou concebidos.

Art. 230. O regime dos bens entre cônju-ges começa a vigorar desde a data do ca-samento, e é irrevogável.

Art. 231. São deveres de ambos os cônju-ges:I – fidelidade recíproca;II – vida em comum, no domicílio conju-gal;III – mútua assistência;IV – sustento, guarda e educação dos fi-lhos.

Art. 232. Quando o casamento for anula-do por culpa de um dos cônjuges, esteincorrerá:I – na perda de todas as vantagenshavidas do cônjuge inocente;II – na obrigação de cumprir as promes-sas, que lhe fez, no contrato antenupcial.

consortes, companheiros e responsáveispelos encargos da família.

§ 1o Qualquer dos nubentes, querendo,poderá acrescer ao seu o sobrenome dooutro.

§ 2o O planejamento familiar é de livre de-cisão do casal, competindo ao Estado pro-piciar recursos educacionais e financei-ros para o exercício desse direito, vedadoqualquer tipo de coerção por parte de ins-tituições privadas ou públicas.

Art. 1.566. São deveres de ambos os côn-juges:I – fidelidade recíproca;II – vida em comum, no domicílio conju-gal;III – mútua assistência;IV – sustento, guarda e educação dos fi-lhos;V – respeito e consideração mútuos.

Art. 1.567. A direção da sociedade conju-gal será exercida, em colaboração, pelo

Page 432: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Capítulo II – Dos Direitos e Deveres doMarido

Art. 233. O marido é o chefe da sociedadeconjugal, função que exerce com a cola-boração da mulher, no interesse comumdo casal e dos filhos.Compete-lhe:I – a representação legal da família;II – a administração dos bens comuns edos particulares da mulher que ao maridoincumbir administrar, em virtude do regi-

marido e pela mulher, sempre no interessedo casal e dos filhos.Parágrafo único. Havendo divergência,qualquer dos cônjuges poderá recorrer aojuiz, que decidirá tendo em consideraçãoaqueles interesses.

Art. 1.568. Os cônjuges são obrigados aconcorrer, na proporção de seus bens edos rendimentos do trabalho, para o sus-tento da família e a educação dos filhos,qualquer que seja o regime patrimonial.

Art. 1.569. O domicílio do casal será esco-lhido por ambos os cônjuges, mas um eoutro podem ausentar-se do domicílioconjugal para atender a encargos públi-cos, ao exercício de sua profissão, ou ainteresses particulares relevantes.

Art. 1.570. Se qualquer dos cônjuges esti-ver em lugar remoto ou não sabido, en-carcerado por mais de cento e oitenta dias,interditado judicialmente ou privado,episodicamente, de consciência, em vir-tude de enfermidade ou de acidente, ooutro exercerá com exclusividade a dire-ção da família, cabendo-lhe a administra-ção dos bens.

Page 433: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

me matrimonial adotado, ou de pactoantenupcial;III – o direito de fixar o domicílio da famí-lia, ressalvada a possibilidade de recorrera mulher ao juiz, no caso de deliberaçãoque a prejudique;IV – prover a manutenção da família, guar-dadas as disposições dos artigos 275 e277.

Art. 234. A obrigação de sustentar a mu-lher cessa, para o marido, quando elaabandona sem justo motivo a habilita-ção conjugal, e esta recusa voltar. Nes-te caso, o juiz pode, segundo ascisrcustâncias, ordenar, em proveito domarido e dos filhos, o sequestro tem-porário de parte dos rendimentos parti-culares da mulher.

Art. 235. O marido não pode, sem consen-timento da mulher, qualquer que seja oregime de bens:I – alienar, hipotecar ou gravar de ônusreal os bens imóveis, ou direitos reais so-bre imóveis alheios;II – pleitear, como autor ou réu, acercadesses bens e direitos;III – prestar fiança;IV – fazer doação, não sendoremuneratória ou de pequeno valor, comos bens ou rendimentos comuns.

Art. 236. Valerão, porém, os dotes ou do-ações nupciais feitas às filhas e as doa-ções feitas aos filhos por ocasião de secasarem, ou estabelecerem economia se-parada.

Art. 237. Cabe ao juiz suprir a outorga damulher, quando esta a denegue sem moti-vo justo, ou lhe seja impossível dá-la.

Page 434: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 238. O suprimento judicial da outor-ga autoriza o ato do marido, mas não obri-ga os bens próprios da mulher.

Art. 239. A anulação dos atos do maridopraticados sem outorga da mulher, ou semsuprimento do juiz, só poderá ser deman-dada por ela, ou seus herdeiros.

Capítulo III – Dos Direitos e Deveres daMulher

Art. 240. A mulher, com o casamento, as-sume a condição de companheira,consorte e colaboradora do marido nosencargos de família, cumprindo-lhe velarpela direção material e moral desta.Parágrafo único. A mulher poderá acres-cer aos seus os apelidos do marido.

Art. 241. Se o regime de bens não for o dacomunhão universal, o marido recobraráda mulher as despesas, que com a defesados bens e direitos particulares desta hou-ver feito.

Art. 242. A mulher não pode, sem autori-zação do marido:I – praticar os atos que este não poderiasem consentimento da mulher;II – alienar ou gravar de ônus real os imó-veis de seu domínio particular, qualquerque seja o regime de bens;III – alienar os seus direitos reais sobreimóveis de outrem;IV – contrair obrigações que possam im-portar em alheação de bens do casal.

Art. 243. A autorização do marido podeser geral ou especial, mas deve constarde instrumento público ou particular pre-viamente autenticado.

Page 435: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 244. Esta autorização é revogável atodo tempo, respeitados os direitos deterceiros e os efeitos necessários dos atosiniciados.

Art. 245. A autorização marital pode su-prir-se judicialmente:I – nos casos do artigo 242, nosI a V;II – nos casos do artigo 242, nosVII e VIII,se o marido não ministrar os meios de sub-sistência à mulher e aos filhos.Parágrafo único. O suprimento judicial daautorização valida os atos da mulher, masnão obriga os bens próprios do marido.

Art. 246. A mulher que exercer profissãolucrativa, distinta da do marido, terá direi-to de praticar todos os atos inerentes aoseu exercício e à sua defesa. O produtodo seu trabalho assim auferido, e os benscom ele adquiridos, constituem, salvo es-tipulação diversa em pacto antenupcial,bens reservados, dos quais poderá dis-por livremente, com observância, porém,do preceituado na parte final do artigo 240e nos II e III, do artigo 242.

Art. 247. Presume-se a mulher autorizadapelo marido:I – para a compra, ainda a crédito, dascoisas necessárias à economia domésti-ca;II – para obter, por empréstimo, as quanti-as que a aquisição dessas coisas possaexigir;III – para contrair as obrigaçõesconcernentes à indústria, ou profissãoque exercer com autorização do marido,ou suprimento do juiz.Parágrafo único. Considerar-se-á sempreautorizada pelo marido a mulher que ocu-par cargo público, ou, por mais de seis

Page 436: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

meses, se entregar a profissão exercidafora do lar conjugal.

Art. 248. A mulher casada pode livremente:I – exercer o direito que lhe competir so-bre as pessoas e os bens dos filhos deleito anterior;II – desobrigar ou reivindicar os imóveisdo casal que o marido tenha gravado oualienado sem sua outorga ou suprimentodo juiz;III – anular as fianças ou doações feitaspelo marido com infração do disposto nosnos III e IV do artigo 235;IV – reivindicar os bens comuns, móveisou imóveis, doados ou transferidos pelomarido à concubina;Parágrafo único. Este direito prevalece,esteja ou não a mulher em companhia domarido, e ainda que a doação se dissimuleem venda ou outro contrato.V – dispor dos bens adquiridos na con-formidade do número anterior e de quais-quer outros que possua, livre da adminis-tração do marido, não sendo imóveis;VI – promover os meios assecuratórios eas ações que, em razão do dote ou de ou-tros bens seus, sujeitos à administraçãodo marido, contra este lhe competirem;VII – praticar quaisquer outros atos nãovedados por lei;VIII – propor a separação judicial e o di-vórcio.

Art. 249. As ações fundadas nos nos II,III, IV e VI do artigo antecedente compe-tem à mulher e seus herdeiros.

Art. 250. Salvo o caso do no IV do artigo248, fica ao terceiro, prejudicado com a sen-tença favorável à mulher, o direito regressi-vo contra o marido ou seus herdeiros.

Page 437: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 251. À mulher compete a direção e aadministração do casal, quando o marido:I – estiver em lugar remoto ou não sabi-do;II – estiverem em cárcere por mais de doisanos;III – for judicialmente declarado interdito.Parágrafo único. Nestes casos, cabe àmulher:I – administrar os bens comuns;II – dispor dos particulares e alienar osmóveis comuns e os do marido;III – administrar os do marido;IV – alienar os imóveis comuns e os domarido mediante autorização especial dojuiz.

Art. 252. A falta, não suprida pelo juiz, deautorização do marido, quando necessá-ria, invalidará o ato da mulher, podendoesta nulidade ser alegada pelo outro côn-juge, até dois anos depois de terminada asociedade conjugal.Parágrafo único. A ratificação do marido,provada por instrumento público ou par-ticular autenticado, revalida o ato.

Art. 253. Os atos da mulher autorizadospelo marido obrigam todos os bens do ca-sal, se o regime matrimonial for o de comu-nhão, e somente os particulares dela, seoutro for o regime e o marido não assumirconjuntamente a responsabilidade do ato.

Art. 254. Qualquer que seja o regime docasamento, os bens de ambos os cônju-ges ficam obrigados igualmente pelosatos que a mulher praticar na conformida-de do artigo 247.

Art. 255. A anulação dos atos de um côn-juge por falta da outorga indispensável

Page 438: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

do outro, importa ficar o primeiro obriga-do pela importância da vantagem que doato anulado lhe haja advindo, a ele, aoconsorte ou ao casal.Parágrafo único. Quando o cônjuge res-ponsável pelo ato anulado não tiver bensparticulares, que bastem, o dano aos ter-ceiros de boa-fé se comporá pelos benscomuns, na razão do proveito que lucraro casal.

Título IV – Da Dissolução da SociedadeConjugal e da Proteção da Pessoa dos Fi-lhos

Capítulo X – Da Dissolução da Socieda-de e do Vínculo Conjugal

Art. 1.571. A sociedade conjugal termina:I – pela morte de um dos cônjuges;II – pela nulidade ou anulação do casa-mento;III – pela separação judicial;IV – pelo divórcio.§ 1o O casamento válido só se dissolve pelamorte de um dos cônjuges ou pelo divór-cio, aplicando-se a presunção estabelecidaneste Código quanto ao ausente.§ 2o Dissolvido o casamento pelo divór-cio direto ou por conversão, o cônjugepoderá manter o nome de casado; salvo,no segundo caso, dispondo em contrárioa sentença de separação judicial.

Art. 1.572. Qualquer dos cônjuges pode-rá propor a ação de separação judicial, im-putando ao outro qualquer ato que im-porte grave violação dos deveres do ca-samento e torne insuportável a vida emcomum.§ 1o A separação judicial pode também serpedida se um dos cônjuges provar ruptu-

Page 439: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

ra da vida em comum há mais de um ano ea impossibilidade de sua reconstituição.§ 2o O cônjuge pode ainda pedir a separa-ção judicial quando o outro estiver aco-metido de doença mental grave, manifes-tada após o casamento, que torne impos-sível a continuação da vida em comum,desde que, após uma duração de doisanos, a enfermidade tenha sido reconhe-cida de cura improvável.§ 3o No caso do parágrafo 2o, reverterãoao cônjuge enfermo, que não houver pe-dido a separação judicial, os remanescen-tes dos bens que levou para o casamen-to, e se o regime dos bens adotado o per-mitir, a meação dos adquiridos na cons-tância da sociedade conjugal.

Art. 1.573. Podem caracterizar a impossi-bilidade da comunhão de vida a ocorrên-cia de algum dos seguintes motivos:I – adultério;II – tentativa de morte;III – sevícia ou injúria grave;IV – abandono voluntário do lar conju-gal, durante um ano contínuo;V – condenação por crime infamante;VI – conduta desonrosa.Parágrafo único. O juiz poderá consideraroutros fatos que tornem evidente a im-possibilidade da vida em comum.

Art. 1.574. Dar-se-á a separação judicialpor mútuo consentimento dos cônjugesse forem casados por mais de um ano e omanifestarem perante o juiz, sendo por eledevidamente homologada a convenção.Parágrafo único. O juiz pode recusar ahomologação e não decretar a separaçãojudicial se apurar que a convenção nãopreserva suficientemente os interessesdos filhos ou de um dos cônjuges.

Page 440: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.575. A sentença de separação judi-cial importa a separação de corpos e apartilha de bens.Parágrafo único. A partilha de bens pode-rá ser feita mediante proposta dos cônju-ges e homologada pelo juiz ou por estedecidida.

Art. 1.576. A separação judicial põe termoaos deveres de coabitação e fidelidaderecíproca e ao regime de bens.Parágrafo único. O procedimento judicialda separação caberá somente aos cônju-ges, e, no caso de incapacidade, serãorepresentados pelo curador, pelo ascen-dente ou pelo irmão.

Art. 1.577. Seja qual for a causa da sepa-ração judicial e o modo como esta se faça,é lícito aos cônjuges restabelecer, a todotempo, a sociedade conjugal, por ato re-gular em juízo.Parágrafo único. A reconciliação em nadaprejudicará o direito de terceiros, adquiri-do antes e durante o estado de separado,seja qual for o regime de bens.

Art. 1.578. O cônjuge declarado culpadona ação de separação judicial perde o di-reito de usar o sobrenome do outro, des-de que expressamente requerido pelo côn-juge inocente e se a alteração não acarre-tar:I – evidente prejuízo para a sua identifica-ção;II – manifesta distinção entre o seu nomede família e o dos filhos havidos da uniãodissolvida;III – dano grave reconhecido na decisãojudicial.§ 1o O cônjuge inocente na ação de sepa-ração judicial poderá renunciar, a qualquer

Page 441: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Capítulo II – Da Proteção da Pessoa dosFilhos

momento, ao direito de usar o sobrenomedo outro.§ 2o Nos demais casos caberá a opçãopela conservação do nome de casado.

Art. 1.579. O divórcio não modificará osdireitos e deveres dos pais em relação aosfilhos.Parágrafo único. Novo casamento dequalquer dos pais, ou de ambos, não po-derá importar restrições aos direitos e de-veres previstos neste artigo.

Art. 1.580. Decorrido um ano do trânsitoem julgado da sentença que houver de-cretado a separação judicial, ou da decisãoconcessiva da medida cautelar de separa-ção de corpos, qualquer das partes poderárequerer sua conversão em divórcio.§ 1o A conversão em divórcio da separa-ção judicial dos cônjuges será decretadapor sentença, da qual não constará refe-rência à causa que a determinou.§ 2o O divórcio poderá ser requerido, porum ou por ambos os cônjuges, no casode comprovada separação de fato pormais de dois anos.

Art. 1.581. O divórcio pode ser concedidosem que haja prévia partilha de bens.

Art. 1.582. O pedido de divórcio somentecompetirá aos cônjuges.Parágrafo único. Se o cônjuge for incapazpara propor a ação ou defender-se, poderáfazê-lo o curador, o ascendente ou o irmão.

Capítulo XI – Da Proteção da Pessoa dosFilhos

Art. 1.583. No caso de dissolução da so-ciedade ou do vínculo conjugal pela se-

Page 442: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 329. A mãe, que contrai novas núpci-as, não perde o direito a ter consigo osfilhos, que só lhe poderão ser retirados,mandando o juiz, provado que ela, ou opadrasto, não os trata convenientemente.

paração judicial por mútuo consentimen-to ou pelo divórcio direto consensual,observar-se-á o que os cônjuges acorda-rem sobre a guarda dos filhos.

Art. 1.584. Decretada a separação judicialou o divórcio, sem que haja entre as par-tes acordo quanto à guarda dos filhos,será ela atribuída a quem revelar melhorescondições para exercê-la.Parágrafo único. Verificando que os filhosnão devem permanecer sob a guarda dopai ou da mãe, o juiz deferirá a sua guardaà pessoa que revele compatibilidade coma natureza da medida, de preferência le-vando em conta o grau de parentesco erelação de afinidade e afetividade, de acor-do com o disposto na lei específica.

Art. 1.585. Em sede de medida cautelar deseparação de corpos, aplica-se quanto àguarda dos filhos as disposições do arti-go antecedente.

Art. 1.586. Havendo motivos graves, po-derá o juiz, em qualquer caso, a bem dosfilhos, regular de maneira diferente daestabelecida nos artigos antecedentes asituação deles para com os pais.

Art. 1.587. No caso de invalidade do ca-samento, havendo filhos comuns, obser-var-se-á o disposto nos arts. 1.584 e 1.586.

Art. 1.588. O pai ou a mãe que contrairnovas núpcias não perde o direito de terconsigo os filhos, que só lhe poderão serretirados por mandado judicial, provadoque não são tratados convenientemente.

Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guardanão estejam os filhos, poderá visitá-los e

Page 443: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Título V – Das Relações de Parentesco

Capítulo I – Disposições Gerais

Art. 330. São parentes, em linha reta, aspessoas que estão unidas para com as ou-tras na relação de ascendentes e descen-dentes.

Art. 331. São parentes, em linha colateral,ou transversal, até o sexto grau, as pes-soas que provém de um só tronco, semdescenderem umas das outras.

Art. 333. Contam-se, na linha reta, osgraus de parentesco pelo número de ge-rações, e, na colateral, também pelo nú-mero delas, subindo, porém, de um dosparentes até ao ascendente comum, e des-cendo, depois, até encontrar o outro pa-rente.

Art. 334. Cada cônjuge é aliado aos pa-rentes do outro pelo vínculo da afinida-de.

tê-los em sua companhia, segundo o queacordar com o outro cônjuge, ou for fixa-do pelo juiz, bem como fiscalizar sua ma-nutenção e educação.

Art. 1.590. As disposições relativas à guar-da e prestação de alimentos aos filhosmenores estendem-se aos maiores inca-pazes.

Subtítulo II – Das Relações de Parentes-co

Capítulo I – Disposições Gerais

Art. 1.591. São parentes em linha reta aspessoas que estão umas para com as ou-tras na relação de ascendentes e descen-dentes.

Art. 1.592. São parentes em linha colateralou transversal, até o quarto grau, as pes-soas provenientes de um só tronco, semdescenderem uma da outra.

Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil,conforme resulte de consangüinidade ououtra origem.

Art. 1.594. Contam-se, na linha reta, osgraus de parentesco pelo número de ge-rações, e, na colateral, também pelo nú-mero delas, subindo de um dos parentesaté ao ascendente comum, e descendo atéencontrar o outro parente.

Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiroé aliado aos parentes do outro pelo vín-culo da afinidade.

Page 444: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 335. A afinidade, na linha reta, não seextingue com a dissolução do casamento,que a originou.

Capítulo II – Da Filiação Legítima

Art. 338. Presumem-se concebidos naconstância do casamento:I – os filhos nascidos cento e oitenta dias,pelo menos, depois de estabelecida a con-vivência conjugal;II – os nascidos dentro nos trezentos diassubsequentes à dissolução da sociedadeconjugal por morte, desquite, ou anula-ção.

Art. 339. A legitimidade do filho nasci-do antes de decorridos os cento e oi-tenta dias de que trata o no I do artigoantecedente, não pode, entretanto, sercontestada:I – se o marido, antes de casar, tinha ciên-cia da gravidez da mulher;

§ 1o O parentesco por afinidade limita-seaos ascendentes, aos descendentes e aosirmãos do cônjuge ou companheiro.

§ 2o Na linha reta, a afinidade não se extin-gue com a dissolução do casamento ouda união estável.

Capítulo II – Da Filiação

Art. 1.596. Os filhos, havidos ou não darelação de casamento, ou por adoção, te-rão os mesmos direitos e qualificações,proibidas quaisquer designaçõesdiscriminatórias relativas à filiação.

Art. 1.597. Presumem-se concebidos naconstância do casamento os filhos:I – nascidos cento e oitenta dias, pelomenos, depois de estabelecida a convi-vência conjugal;II – nascidos nos trezentos diassubsequentes à dissolução da sociedadeconjugal, por morte, separação judicial,nulidade e anulação do casamento;III – havidos por fecundação artificialhomóloga, mesmo que falecido o marido;IV – havidos, a qualquer tempo, quandose tratar de embriões excedentários, de-correntes de concepção artificialhomóloga;V – havidos por inseminação artificialheteróloga, desde que tenha prévia auto-rização do marido.

Art. 1.598. Salvo prova em contrário, se,antes de decorrido o prazo previsto noinciso II do art. 1.523, a mulher contrairnovas núpcias e lhe nascer algum filho,este se presume do primeiro marido, senascido dentro dos trezentos dias a con-tar da data do falecimento deste e, do se-

Page 445: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

II – se assistiu, pessoalmente, ou por pro-curador, a lavrar-se o termo de nascimen-to do filho, sem contestar paternidade.

Art. 340. A legitimidade do filho concebi-do na constância do casamento, ou pre-sumido tal, só se pode contestar, provan-do-se:I – que o marido se achava fisicamenteimpossibilitado de coabitar com a mulhernos primeiros cento e vinte e um dias, oumais, dos trezentos que houverem prece-dido ao nascimento do filho;II – que a esse tempo estavam os cônju-ges legalmente separados.

Art. 341. Não valerá o motivo do artigo an-tecedente, no II – se os cônjuges houveremconvivido algum dia sob o teto conjugal.

Art. 342. Só em sendo absoluta a impo-tência, vale a sua alegação contra a legiti-midade do filho.

Art. 343. Não basta o adultério da mulher,com quem o marido vivia sob o mesmoteto, para ilidir a presunção legal de legiti-midade da prole.

Art. 344. Cabe privativamente ao maridoo direito de contestar a legitimidade dosfilhos nascidos de sua mulher.

gundo, se o nascimento ocorrer após esseperíodo e já decorrido o prazo a que serefere o inciso I do art. 1597.

Art. 1.599. A prova da impotência do côn-juge para gerar, à época da concepção,ilide a presunção da paternidade.

Art. 1.600. Não basta o adultério da mu-lher, ainda que confessado, para ilidir apresunção legal da paternidade.

Art. 1.601. Cabe ao marido o direito de con-testar a paternidade dos filhos nascidos desua mulher, sendo tal ação imprescritível.Parágrafo único. Contestada a filiação, osherdeiros do impugnante têm direito deprosseguir na ação.

Art. 1.602. Não basta a confissão maternapara excluir a paternidade.

Art. 1.603. A filiação prova-se pela certi-dão do termo de nascimento registradano Registro Civil.

Page 446: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 346. Não basta a confissão maternapara excluir a paternidade.

Art. 348. Ninguém pode vindicar estadocontrário ao que resulta do registro denascimento, salvo provando-se erro oufalsidade do registro.

Art. 349. Na falta, ou defeito do termo denascimento, poderá provar-se a filiaçãolegítima, por qualquer modo admissível emdireito:I – quando houver começo de prova porescrito, proveniente dos pais, conjunta ouseparadamente;II – quando existirem veementes presun-ções resultantes de fatos já certos.

Art. 350. A ação de prova de filiação legí-tima compete ao filho, enquanto viver, pas-sando aos herdeiros, se ele morrer menor,ou incapaz.

Art. 351. Se a ação tiver sido iniciada pelofilho, poderão continuá-la os herdeiros,salvo se o autor desistiu, ou a instânciafoi perempta.

Capítulo III – Da Legitimação

Art. 352. Os filhos legitimados são, emtudo, equiparados aos legítimos.

Art. 353. A legitimação resulta do casa-mento dos pais, estando concebido oudepois de havido o filho.

Art. 354. A legitimação dos filhos faleci-dos aproveita aos seus descendentes.

Capítulo IV – Do Reconhecimento dosFilhos Ilegítimos

Art. 1.604. Ninguém pode vindicar estadocontrário ao que resulta do registro denascimento, salvo provando-se erro oufalsidade do registro.

Art. 1.605. Na falta, ou defeito, do termode nascimento, poderá provar-se a filiaçãopor qualquer modo admissível em direito:I – quando houver começo de prova porescrito, proveniente dos pais, conjunta ouseparadamente;II – quando existirem veementes presun-ções resultantes de fatos já certos.

Art. 1.606. A ação de prova de filiaçãocompete ao filho, enquanto viver, passan-do aos herdeiros, se ele morrer menor ouincapaz.

Parágrafo único. Se iniciada a ação pelofilho, os herdeiros poderão continuá-la,salvo se julgado extinto o processo.

Capítulo III – Do Reconhecimento dosFilhos

Page 447: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 356. Quando a maternidade constardo termo de nascimento do filho, a mãe sóa poderá contestar, provando a falsidadedo termo, ou das declarações nele conti-das.

Art. 359. O filho ilegítimo, reconhecido porum dos cônjuges, não poderá residir nolar conjugal sem o consentimento do ou-tro.

Art. 360. O filho reconhecido, enquantomenor, ficará sob poder do progenitor, queo reconheceu, e, se ambos o reconhece-ram, sob o do pai.

Art. 1.607. O filho havido fora do casa-mento pode ser reconhecido pelos pais,conjunta ou separadamente.

Art. 1.608. Quando a maternidade constardo termo do nascimento do filho, a mãesó poderá contestá-la, provando a falsi-dade do termo, ou das declarações nelecontidas.

Art. 1.609. O reconhecimento dos filhoshavidos fora do casamento é irrevogávele será feito:I – no registro do nascimento;II – por escritura pública ou escrito parti-cular, a ser arquivado em cartório;III – por testamento, ainda queincidentalmente manifestado;IV – por manifestação direta e expressaperante o juiz, ainda que o reconhecimen-to não haja sido o objeto único e principaldo ato que o contém.Parágrafo único. O reconhecimento podepreceder o nascimento do filho ou serposterior ao seu falecimento, se ele deixardescendentes.

Art. 1.610. O reconhecimento não podeser revogado, nem mesmo quando feitoem testamento.

Art. 1.611. O filho havido fora do casa-mento, reconhecido por um dos cônjuges,não poderá residir no lar conjugal sem oconsentimento do outro.

Art. 1.612. O filho reconhecido, enquan-to menor, ficará sob a guarda do genitorque o reconheceu, e, se ambos o reco-nheceram e não houver acordo, sob ade quem melhor atender aos interessesdo menor.

Page 448: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 361. Não se pode subordinar a condi-ção, ou a termo, o reconhecimento do fi-lho.

Art. 362. O filho maior não pode ser reco-nhecido sem o seu consentimento, e omenor pode impugnar o reconhecimento,dentro nos quatro anos que se seguiremà maioridade, ou emancipação.

Art. 363. Os filhos ilegítimos de pessoasque não caibam no artigo 183, nosI a VI, têmação contra os pais, ou seus herdeiros, parademandar o reconhecimento da filiação:I – se ao tempo da concepção a mãe esta-va concubinado com o pretendido pai;II – se a concepção do filho reclamantecoincidiu com o rapto da mãe pelo supos-to pai, ou suas relações sexuais com ela;III – se existir escrito daquele a quem seatribui a paternidade, reconhecendo-a ex-pressamente.

Art. 364. A investigação da maternidadesó se não permite, quando tenha por fimatribuir prole ilegítima à mulher casada,ou incestuosa à solteira.

Art. 365. Qualquer pessoa, que justo inte-resse tenha, pode contestar a ação de in-vestigação da paternidade, ou maternida-de.

Art. 366. A sentença, que julgar proceden-te a ação de investigação, produzirá osmesmos efeitos do reconhecimento; po-dendo, porém, ordenar que o filho se criee eduque fora da companhia daquele doapais, que negou esta qualidade.

Art. 367. A filiação paterna e a maternapodem resultar de casamento declarado

Art. 1.613. São ineficazes a condição e otermo apostos ao ato de reconhecimentodo filho.

Art. 1.614. O filho maior não pode ser re-conhecido sem o seu consentimento, e omenor pode impugnar o reconhecimento,nos quatro anos que se seguirem à maio-ridade, ou à emancipação.

Art. 1.615. Qualquer pessoa, que justo in-teresse tenha, pode contestar a ação deinvestigação de paternidade, ou materni-dade.

Art. 1.616. A sentença que julgar proceden-te a ação de investigação produzirá os mes-mos efeitos do reconhecimento; mas pode-rá ordenar que o filho se crie e eduque forada companhia dos pais ou daquele que lhecontestou essa qualidade.

Art. 1.617. A filiação materna ou paternapode resultar de casamento declarado

Page 449: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

nulo, ainda mesmo sem as condições doputativo.

Capítulo V – Da Adoção

Art. 368. Só os maiores de trinta anos po-dem adotar.

Parágrafo único. Ninguém pode adotar,sendo casado, senão decorridos cincoanos após o casamento.

Art. 369. O adotante há de ser, pelo menos,dezesseis anos mais velho que o adotado.

Art. 371. Enquanto não der contas de suaadministração, e saldar o seu alcance, nãopode o tutor, ou curador, adotar o pupilo,ou o curatelado.

Art. 370. Ninguém pode ser adotado porduas pessoas, salvo se forem marido emulher.

nulo, ainda mesmo sem as condições doputativo.

Capítulo IV – Da Adoção

Art. 1.618. Só a pessoa maior de dezoitoanos pode adotar.

Parágrafo único. A adoção por ambos oscônjuges ou companheiros poderá serformalizada, desde que um deles tenhacompletado dezoito anos de idade, com-provada a estabilidade da família.

Art. 1.619. O adotante há de ser pelo menosdezesseis anos mais velho que o adotado.

Art. 1.620. Enquanto não der contas desua administração e não saldar o débito,não poderá o tutor ou o curador adotar opupilo ou o curatelado.

Art. 1.621. A adoção depende de consen-timento dos pais ou dos representanteslegais, de quem se deseja adotar, e da con-cordância deste, se contar mais de dozeanos.§ 1o O consentimento será dispensado emrelação à criança ou adolescente cujospais sejam desconhecidos ou tenham sidodestituídos do poder familiar.§ 2o O consentimento previsto no caput érevogável até a publicação da sentençaconstitutiva da adoção.

Art. 1.622. Ninguém pode ser adotado porduas pessoas, salvo se forem marido emulher, ou se viverem em união estável.

Page 450: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 372. Não se pode adotar sem o con-sentimento do adotado ou de seu re-presentante legal se for incapaz ounascituro.

Parágrafo único. Os divorciados e os ju-dicialmente separados poderão adotarconjuntamente, contanto que acordemsobre a guarda e o regime de visitas, edesde que o estágio de convivência te-nha sido iniciado na constância da socie-dade conjugal.

Art. 1.623. A adoção obedecerá a proces-so judicial, observados os requisitos es-tabelecidos neste Código.Parágrafo único. A adoção de maiores dedezoito anos dependerá, igualmente, daassistência efetiva do Poder Público e desentença constitutiva.

Art. 1.624. Não há necessidade do con-sentimento do representante legal do me-nor, se provado que se trata de infanteexposto, ou de menor cujos pais sejamdesconhecidos, estejam desaparecidos,ou tenham sido destituídos do poder fa-miliar, sem nomeação de tutor; ou de ór-fão não reclamado por qualquer parente,por mais de um ano.

Art. 1.625. Somente será admitida a ado-ção que constituir efetivo benefício parao adotando.

Art. 1.626. A adoção atribui a situação defilho ao adotado, desligando-o de qual-quer vínculo com os pais e parentesconsangüíneos, salvo quanto aos impe-dimentos para o casamento.Parágrafo único. Se um dos cônjugesou companheiros adota o filho do ou-

Page 451: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 373. O adotado, quando menor, ouinterdito, poderá desligar-se da adoção noano imediato ao em que cessar a interdi-ção, ou a menoridade.

Art. 374. Também se dissolve o vínculoda adoção:I – quando as suas partes convierem;II – nos casos em que é admitida adeserdação.

Art. 375. A adoção far-se-á por escriturapública, em que se não admite condiçãonem termo.

Art. 376. O parentesco resultante da ado-ção limita-se ao adotante e ao adotado,salvo quanto aos impedimentos matrimo-niais, a cujo respeito se observará o dis-posto no artigo 183, nos III e V.

tro, mantêm-se os vínculos de filiaçãoentre o adotado e o cônjuge ou compa-nheiro do adotante e os respectivos pa-rentes.

Art. 1.627. A decisão confere ao adotadoo sobrenome do adotante, podendo de-terminar a modificação de seu prenome,se menor, a pedido do adotante ou doadotado.

Art. 1.628. Os efeitos da adoção começama partir do trânsito em julgado da senten-ça, exceto se o adotante vier a falecer nocurso do procedimento, caso em que teráforça retroativa à data do óbito. As rela-ções de parentesco se estabelecem nãosó entre o adotante e o adotado, comotambém entre aquele e os descendentesdeste e entre o adotado e todos os paren-tes do adotante.

Page 452: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 377. Quando o adotante tiver filhoslegítimos, legitimados ou reconhecidos, arelação de adoção não envolve a de su-cessão hereditária.

Art. 378. Os direitos e deveres que resul-tam do parentesco natural não se extin-guem pela adoção, exceto o pátrio poder,que será transferido do pai natural para oadotivo.

Capítulo VI – Do Pátrio Poder

Seção I – Disposições Gerais

Art. 379. Os filhos legítimos, os legitima-dos, os legalmente reconhecidos e os ado-tivos estão sujeitos ao pátrio poder en-quanto menores.

Art. 380. Durante o casamento compete opátrio poder aos pais, exercendo-o o ma-rido com a colaboração da mulher. Na fal-ta ou impedimento de um dos progenito-res passará o outro a exercê-lo com ex-clusividade.

Parágrafo único. Divergindo os progeni-tores quanto ao exercício do pátrio poder,prevalecerá a decisão do pai, ressalvadoà mãe o direito de recorrer ao juiz parasolução da divergência.

Art. 381. O desquite não altera as rela-ções entre pais e filhos senão quanto aodireito, que aos primeiros cabe, de teremem sua companhia os segundos.

Art. 1.629. A adoção por estrangeiro obe-decerá aos casos e condições que foremestabelecidos em lei.

Capítulo V – Do Poder Familiar

Seção I – Disposições Gerais

Art. 1.630. Os filhos estão sujeitos ao po-der familiar, enquanto menores.

Art. 1.631. Durante o casamento e a uniãoestável, compete o poder familiar aos pais;na falta ou impedimento de um deles, ooutro o exercerá com exclusividade.

Parágrafo único. Divergindo os pais quan-to ao exercício do poder familiar, é asse-gurado a qualquer deles recorrer ao juizpara solução do desacordo.

Art. 1.632. A separação judicial, o divórcioe a dissolução da união estável não alteramas relações entre pais e filhos senão quan-to ao direito, que aos primeiros cabe, deterem em sua companhia os segundos.

Page 453: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 382. Dissolvido o casamento pela mor-te de um dos cônjuges, o pátrio poder com-pete ao cônjuge sobrevivente.

Art. 383. O filho ilegítimo não reconheci-do pelo pai fica sob o poder materno.

Seção II – Do Pátrio Poder Quanto à Pes-soa dos Filhos

Art. 384. Compete aos pais, quanto à pes-soa dos filhos menores:I – dirigir-lhe a criação e educação;II – tê-los em sua companhia e guarda;III – conceder-lhes, ou negar-lhes con-sentimento para casarem;IV – nomear-lhes tutor, por testamento oudocumento autêntico, se o outro dos paislhe não sobreviver, ou o sobrevivo nãopuder exercitar o pátrio poder;V – representá-los, até os dezesseis anos,nos atos da vida civil, e assisti-los, apósessa idade, nos atos em que forem partes,suprindo-lhes o consentimento;VI – reclamá-los de quem ilegalmente osdetenha;VII – exigir que lhes prestem obediência,respeito e os serviços próprios de sua ida-de e condição.

Seção IV – Da Suspensão e Extinção doPátrio Poder

Art. 392. Extingue-se o pátrio poder:I – pela morte dos pais ou do filho;II – pela emancipação, nos termos do pa-rágrafo único do artigo 9o, Parte Geral;III – pela maioridade;IV – pela adoção.

Art. 1.633. O filho, não reconhecido pelopai, fica sob poder familiar exclusivo damãe; se a mãe não for conhecida oucapaz de exercê-lo, dar-se-á tutor aomenor.

Seção II – Do Exercício do Poder Familiar

Art. 1.634. Compete aos pais, quanto àpessoa dos filhos menores:I – dirigir-lhes a criação e educação;II – tê-los em sua companhia e guarda;III – conceder-lhes ou negar-lhes consen-timento para casarem;IV – nomear-lhes tutor por testamento oudocumento autêntico, se o outro dos paisnão lhe sobreviver, ou o sobrevivo nãopuder exercer o poder familiar;V – representá-los, até aos dezesseisanos, nos atos da vida civil, e assisti-los,após essa idade, nos atos em que forempartes, suprindo-lhes o consentimento;VI – reclamá-los de quem ilegalmente osdetenha;VII – exigir que lhes prestem obediência,respeito e os serviços próprios de sua ida-de e condição.

Seção III – Da Suspensão e Extinção doPoder Familiar

Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar:I – pela morte dos pais ou do filho;II – pela emancipação, nos termos do art.5o, parágrafo único;III – pela maioridade;IV – pela adoção;

Page 454: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 393. A mãe que contrai novas núpci-as não perde, quanto aos filhos de leitoanterior, os direitos ao pátrio poder, exer-cendo-os sem qualquer interferência domarido.

Art. 394. Se o pai, ou mãe, abusar do seupoder, faltando aos deveres paternos, ouarruinando os bens dos filhos, cabe aoMinistério Público, adotar a medida, quelhe pareça reclamada pela segurança domenor e seus haveres, suspendendo até,quando convenha, o pátrio poder.Parágrafo único. Suspende-se igualmen-te o exercício do pátrio poder, ao pai oumãe condenados por sentença irrecorrívelem crime cuja pena exceda de dois anosde prisão.

Art. 395. Perderá por ato judicial o pátriopoder o pai, ou mãe:I – que castigar imoderadamente o filho;II – que o deixar em abandono;Que praticar atos contrários à moral e aosbons costumes.

Titulo III – Do Regime de Bens Entre osCônjuges

V – por decisão judicial, na forma doartigo 1.638.

Art 1.636. O pai ou a mãe que contrai no-vas núpcias, ou estabelece união estável,não perde, quanto aos filhos do relacio-namento anterior, os direitos ao poder fa-miliar, exercendo-os sem qualquer interfe-rência do novo cônjuge ou companheiro.Parágrafo único. Igual preceito ao esta-belecido neste artigo aplica-se ao pai ou àmãe solteiros que casarem ou estabelece-rem união estável.

Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de suaautoridade, faltando aos deveres a eles ine-rentes ou arruinando os bens dos filhos,cabe ao juiz, requerendo algum parente, ouo Ministério Público, adotar a medida quelhe pareça reclamada pela segurança domenor e seus haveres, até suspendendo opoder familiar, quando convenha.Parágrafo único. Suspende-se igualmenteo exercício do poder familiar ao pai ou à mãecondenados por sentença irrecorrível, emvirtude de crime cuja pena exceda a doisanos de prisão.

Art. 1.638. Perderá por ato judicial o po-der familiar o pai ou a mãe que:I – castigar imoderadamente o filho;II – deixar o filho em abandono;III – praticar atos contrários à moral e aosbons costumes;IV – incidir, reiteradamente, nas faltas pre-vistas no artigo antecedente.

Título II – Do Direito Patrimonial

Subtítulo I – Do Regime de Bens Entre osCônjuges

Page 455: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Capítulo I – Disposições Gerais

Art. 256. É lícito aos nubentes, antes decelebrado o casamento, estipular, quantoaos seus bens, o que lhes aprouver.Parágrafo único. Serão nulas tais conven-ções:I – não se fazendo por escritura pública;II – não se lhes seguindo o casamento.

Art. 257. Ter-se-á por não escrita a con-venção ou cláusula:I – que prejudique os direitos conjugais,ou os paternos;II – que contravenha disposição absolu-ta da lei.

Art. 258. Não havendo convenção emcontrário, ou sendo nula, vigorará, quan-to aos bens entre os cônjuges, o regimede comunhão parcial.

Parágrafo único. É, porém, obrigatório oda separação de bens no casamento:

Capítulo I – Disposições Gerais

Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes decelebrado o casamento, estipular, quantoaos seus bens, o que lhes aprouver.

§ 1o O regime de bens entre os cônjugescomeça a vigorar desde a data do casa-mento.

§ 2o É admissível alteração do regime debens, mediante autorização judicial em pe-dido motivado de ambos os cônjuges, apu-rada a procedência das razões invocadas eressalvados os direitos de terceiros.

Art. 1.640. Não havendo convenção, ousendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quan-to aos bens entre os cônjuges, o regimeda comunhão parcial.

Parágrafo único. Poderão os nubentes, noprocesso de habilitação, optar por qual-quer dos regimes que este código regula.Quanto à forma, reduzir-se-á a termo aopção pela comunhão parcial, fazendo-seo pacto antenupcial por escritura pública,nas demais escolhas.

Art. 1.641. É obrigatório o regime da sepa-ração de bens no casamento:

Page 456: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

I – das pessoas que o celebrarem com in-fração do estatuído no artigo 183, nos XI aXVI;II – do maior de sessenta anos e da maiorde cinquenta anos;III – do órfão de pai e mãe, ou do menor,nos termos do artigo 394 e 395, emboracase, nos termos do artigo 183, nos XI, como consentimento do tutor;IV – de todos os que dependerem, paracasar, de autorização judicial.

Art. 259. Embora o regime não seja o dacomunhão de bens, prevalecerão, no si-lêncio do contrato, os princípios dela,

I – das pessoas que o contraírem cominobservância das causas suspensivas dacelebração do casamento;II – da pessoa maior de sessenta anos;III – de todos os que dependerem, paracasar, de suprimento judicial.

Art. 1.642. Qualquer que seja o regime debens, tanto o marido quanto a mulher po-dem livremente:I – praticar todos os atos de disposição ede administração necessários ao desem-penho de sua profissão, com as limitaçõesestabelecida no inciso I do art. 1.647;II – administrar os bens próprios;III – desobrigar ou reivindicar os imóveisque tenham sido gravados ou alienadossem o seu consentimento ou sem supri-mento judicial;IV – demandar a rescisão dos contratosde fiança e doação, ou a invalidação doaval, realizados pelo outro cônjuge cominfração do disposto nos incisos III e IVdo art. 1.647;V – reivindicar os bens comuns, móveisou imóveis, doados ou transferidos pelooutro cônjuge ao concubino, desde queprovado que os bens não foram adquiri-dos pelo esforço comum destes, se o ca-sal estiver separado de fato por mais decinco anos;VI – praticar todos os atos que não lhesforem vedados expressamente.

Page 457: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

quanto à comunicação dos adquiridos naconstância do casamento.

Art. 1.643. Podem os cônjuges, indepen-dentemente de autorização um do outro:I – comprar, ainda a crédito, as coisas ne-cessárias à economia doméstica;II – obter, por empréstimo, as quantias quea aquisição dessas coisas possa exigir.

Art. 1.644. As dívidas contraídas para osfins do artigo antecedente obrigam soli-dariamente ambos os cônjuges.

Art. 1.645. As ações fundadas nos incisosIII, IV e V do art. 1.642 competem ao côn-juge prejudicado e a seus herdeiros.

Art. 1.646. No caso dos incisos III e IV doart. 1.642, o terceiro, prejudicado com asentença favorável ao autor, terá direitoregressivo contra o cônjuge, que realizouo negócio jurídico, ou seus herdeiros.

Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art.1.648, nenhum dos cônjuges pode, semautorização do outro, exceto no regime daseparação absoluta:I – alienar ou gravar de ônus real os bensimóveis;II – pleitear, como autor ou réu, acercadesses bens ou direitos;III – prestar fiança ou aval;IV – fazer doação, não sendoremuneratória, de bens comuns, ou dosque possam integrar futura meação.Parágrafo único. São válidas as doaçõesnupciais feitas aos filhos quando casaremou estabelecerem economia separada.

Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do arti-go antecedente, suprir a outorga, quando

Page 458: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 260. O marido, que estiver na possede bens particulares da mulher, será paracom ela e seus herdeiros responsável:I – como usufrutuário, se o rendimentofor comum;II – como procurador, se tiver mandado,expresso ou tácito, para os administrar;III – como depositário, se não for usufru-tuário, nem administrador.

Art. 261. As convenções antenupciaisnão terão efeito para com terceiro senão

um dos cônjuges a denegue sem motivojusto, ou lhe seja impossível concedê-la.

Art. 1.649. A falta de autorização, não su-prida pelo juiz, quando necessária (art.1.647), tornará anulável o ato praticado,podendo o outro cônjuge pleitear-lhe aanulação, até dois anos depois de termi-nada a sociedade conjugal.Parágrafo único. A aprovação torna váli-do o ato, desde que feita por instrumentopúblico, ou particular, autenticado.

Art. 1.650. A decretação de invalidade dosatos praticados sem outorga, sem consen-timento, ou sem suprimento do juiz, sópoderá ser demandada pelo cônjuge aquem cabia concedê-la, ou por seus her-deiros.

Art. 1.651. Quando um dos cônjuges nãopuder exercer a administração dos bensque lhe incumbe, segundo o regime debens, caberá ao outro:I – gerir os bens comuns e os do consorte;II – alienar os bens móveis comuns;III – alienar os imóveis comuns e os mó-veis ou imóveis do consorte, medianteautorização judicial.

Art. 1.652. O cônjuge, que estiver na possedos bens particulares do outro, será paracom este e seus herdeiros responsável:I – como usufrutuário, se o rendimentofor comum;II – como procurador, se tiver mandatoexpresso ou tácito para os administrar;III – como depositário, se não for usufru-tuário, nem administrador.

Page 459: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

depois de transcritas, em livro especial,pelo oficial do registro de imóveis do do-micílio dos cônjuges.

Capítulo V – Do Regime Dotal

Seção I – Da Constituição do Dote

Art. 278. É da essência do regime dotaldescreverem-se e estimarem-se cada umde per si, na escritura antenupcial, osbens, que constituem o dote, com expres-sa declaração de que a este regime ficamsujeitos.

Capítulo II – Do Pacto Antenupcial

Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial senão for feito por escritura pública, e inefi-caz se não lhe seguir o casamento.

Art. 1.654. A eficácia do pacto antenupcial,realizado por menor, fica condicionada àaprovação de seu representante legal,salvo as hipóteses de regime obrigatóriode separação de bens.

Art. 1.655. É nula a convenção ou cláusu-la dela que contravenha disposição ab-soluta de lei.

Art. 1.656. No pacto antenupcial, que ado-tar o regime de participação final nosaqüestos, poder-se-á convencionar a li-vre disposição dos bens imóveis, desdeque particulares.

Art. 1.657. As convenções antenupciaisnão terão efeito perante terceiros senãodepois de registradas, em livro especial,pelo oficial do Registro de Imóveis dodomicílio dos cônjuges.

Page 460: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 279. O dote pode ser constituído pelaprópria nubente, por qualquer dos seusascendentes, ou por outrem.Parágrafo único. Na celebração do con-trato intervirão sempre, em pessoa, ou porprocurador, todos os interessados.

Art. 280. O dote pode compreender, notodo, ou em parte, os bens presentes efuturos da mulher.Parágrafo único. Os bens futuros, porém,só se consideram compreendidos no dote,quando, adquiridos por título gratuito,assim for declarado em cláusula expressado pacto antenupcial.

Art. 281. Não é lícito aos casados aumen-tar o dote.

Art. 282. O dote constituído por estranhosdurante o matrimônio não altera, quantoaos outros bens, o regimepreestabelecido.

Art. 283. É lícito estipular na escrituraantenupcial a reversão do dote ao dotador,dissolvida a sociedade conjugal.

Art. 284. Se o dote for prometido pelos paisconjuntamente, sem declaração da partecom que um e outro contribuem, entende-se que cada um se obrigou por metade.

Art. 285. Quando o dote for constituídopor qualquer outra pessoa, esta só res-ponderá pela evicção se houver procedi-do de má-fé, ou se a responsabilidade ti-ver sido estipulada.

Art. 286. Os frutos do dote são devidosdesde a celebração do casamento, se nãose estipulou prazo.

Page 461: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 287. É permitido estipular no contra-to dotal:I – que a mulher receba, diretamente, parasuas despesas particulares, uma determina-da parte dos rendimentos dos bens dotais;II – que, a par dos bens dotais, haja ou-tros, submetidos a regimes diversos.

Art. 288. Aplica-se, no regime dotal, aosadquiridos o disposto neste Título.

Seção II – Dos Direitos e Obrigações doMarido em Relação aos Bens Dotais

Art. 289. Na vigência da sociedade conju-gal, é direito do marido:I – administrar os bens dotais;II – perceber os seus frutos;III – usar das ações judiciais a que deremlugar.

Art. 290. Salvo cláusula expressa em con-trário, presumir-se-á transferido ao mari-do o domínio dos bens, sobre que recair odote, se forem móveis, e não transferido,se forem imóveis.

Art. 291. O imóvel adquirido com a impor-tância do dote, quando este consistir emdinheiro, será considerado dotal.

Art. 292. Quando o dote importaralheação, o marido considerar-se-á pro-prietário, e poderá dispor dos bens dotais,correndo por conta sua os riscos e vanta-gens que lhe sobrevierem.

Art. 293. Os imóveis dotais não podemsob pena de nulidade, ser onerados, nemalienados, salvo em hasta pública, e porautorização do juiz competente, nos ca-sos seguintes:

Page 462: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

I – se de acordo o marido e a mulher qui-serem dotar suas filhas comuns;II – em caso de extrema necessidade, porfaltarem outros recursos para subsistên-cia da família;III – no caso da primeira parte do § 2o doartigo 299;IV – para reparos indispensáveis à con-servação de outro imóvel ou imóveisdotais;V – quando se acharem indivisos com ter-ceiros, e a divisão for impossível, ou pre-judicial;VI – no caso de desapropriação por utili-dade pública;VII – quando estiverem situados em lugardistante do domicílio conjugal, e por issofor manifesta a conveniência de vendê-los.Parágrafo único. Nos três últimos casos,o preço será aplicado em outros bens, nosquais ficará sub-rogado.

Art. 294. Ficará subsidiariamente respon-sável o juiz que conceder a alienação forados casos e sem formalidades do artigoantecedente, ou não providenciar na sub-rogação do preço em conformidade como parágrafo único do mesmo artigo.

Art. 295. A nulidade da alienação podeser promovida.I – pela mulher;II – pelos herdeiros.Parágrafo único. A reivindicação dos mó-veis, porém, só será permitida, se o mari-do não tiver bens com que responda peloseu valor, ou se a alienação pelo marido eas subsequentes entre terceiros tiveremsido feitas por título gratuito ou de má-fé.

Art. 296. O marido fica obrigado por perdase danos aos terceiros prejudicados com a

Page 463: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

nulidade, se no contrato de alienação nãose declarar a natureza dotal dos imóveis.

Art. 297. Se o marido não tiver imóveis,que se possam hipotecar em garantia dodote, poder-se-á no contrato antenupcialestipular fiança, ou outra caução.

Art. 298. O direito aos imóveis dotais nãoprescreve durante o matrimônio. Masprescreve, sob a responsabilidade domarido, o direito aos móveis dotais.

Art. 299. Quanto às dívidas passivas, ob-servar-se-á o seguinte:§ 1o As do marido, contraídas antes oudepois do casamento, não serão pagassenão por seus bens particulares.§ 2o As da mulher, anteriores ao casamen-to, serão pagas pelos seus bensextradotais, ou, em falta destes, pelos fru-tos dos bens dotais, pelos móveis dotais,e, em último caso, pelos imóveis dotais.As contraídas depois do casamento sópoderão ser pagas pelos bens extradotais.

Seção III – Da Restituição do Dote

Art. 300. O dote deve ser restituído pelomarido à mulher, ou a seus herdeiros, den-tro do mês que se seguir à dissolução dasociedade conjugal, se não o puder serimediatamente.

Art. 301. O preço dos bens fungíveis, ounão fungíveis, quando legalmente aliena-dos, só pode ser pedido seis meses depoisda dissolução da sociedade conjugal.

Art. 302. Se os móveis dotais tiverem con-sumido por uso ordinário, o marido seráobrigado a restituir somente os que resta-

Page 464: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

rem, e no estado em que se acharem ao tem-po da dissolução da sociedade conjugal.

Art. 303. A mulher pode, em todo o caso,reter os objetos de seu uso, em conformi-dade com a disposição do artigo 263, no

IX, deduzindo-se o seu valor do que omarido houver de restituir.

Art. 304. Se o dote compreender capitaisou rendas, que tenham sofrido diminuiçãoou depreciação eventual, sem culpa domarido, desonerar-se-á da obrigação de res-tituí-los, entregando os respectivos títulos.Parágrafo único. Quando, porém, consti-tuído em usufruto, o marido ou seus her-deiros serão obrigados somente a resti-tuir o título respectivo e os frutos perce-bidos após a dissolução da sociedadeconjugal.

Art. 305. Presume-se recebido o dote:I – se o casamento se tiver prolongadopor cinco anos depois do prazo estabele-cido para sua entrega;II – se o devedor for a mulher.Parágrafo único. Fica, porém, salvo aomarido o direito de provar que o não rece-beu, apesar de o ter exigido.

Art. 306. Dada a dissolução da sociedadeconjugal, os frutos dotais, quecorrespondam ao ano corrente, serão di-vididos entre os dois cônjuges, ou entreum e os herdeiros do outro, proporcional-mente à duração do casamento, no decur-so do mesmo ano. Os anos do casamentocontam-se da data de sua celebração.Parágrafo único. Tratando-se de colhei-tas obtidas em períodos superiores ouinferiores a um ano, a divisão se efetuaráproporcionalmente ao tempo de duração

Page 465: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

da sociedade conjugal, dentro do perío-do da colheita.

Art. 307. O marido tem direito à indenizaçãodas benfeitorias necessárias e úteis, segun-do o seu valor ao tempo da restituição, eresponde pelos danos de que tiver culpa.Parágrafo único. Este direito e esta obri-gação transmitem-se aos seus herdeiros.

Seção IV – Da Separação do Dote e suaAdministração pela Mulher

Art. 308. A mulher pode requerer judicial-mente a separação do dote, quando a de-sordem nos negócios do marido leve arecear que os bens deste não bastem aassegurar os dela; salvo o direito, que aoscredores assiste, de se oporem à separa-ção, quando fraudulenta.

Art. 309. Separado o dote, terá por admi-nistradora a mulher, mas continuaráinalienável, provendo o juiz, quando con-ceder a separação, a que sejam converti-dos em imóveis os valores entregues pelomarido em reposição dos bens dotais.Parágrafo único. A sentença da separa-ção será averbada no registro de que tra-ta o artigo 261, para produzir efeitos emrelação a terceiros.

Seção V – Dos Bens Parafernais

Art. 310. A mulher conserva a proprieda-de, a administração, o gozo e a livre dis-posição dos bens parafernais; não poden-do, porém, alienar os imóveis.

Art. 311. Se o marido, como procuradorconstituído para administrar os bensparafernais ou particulares da mulher, for

Page 466: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

dispensado, por cláusula expressa, deprestar-lhes contas, será somente obriga-do a restituir os frutos existentes:I – quando ela lhe pedir contas;II – quando ela lhe revogar o mandato;III – quando dissolvida a sociedade con-jugal.

Capítulo VI – Das Doações Antenupciais

Art. 312. Salvo o caso de separação obriga-tória de bens, é livre aos contraentes esti-pular escritura antenupcial, doações recí-procas ou de um ao outro, contanto quenão excedam à metade dos bens do doador.

Art. 313. As doações para casamento po-dem também ser feitas por terceiros, nocontrato antenupcial, ou em escritura pú-blica anterior ao casamento.

Art. 314. As doações estipuladas nos con-tratos antenupciais, para depois da mortedo doador, aproveitarão aos filhos dodonatário, ainda que este faleça entes da-quele.Parágrafo único. No caso, porém, de so-breviver o doador a todos os filhos dodonatário, caducará a doação.

Capítulo III – Do Regime da ComunhãoParcial

Art. 269. No regime de comunhão limitadaou parcial, excluem-se da comunhão:I – os bens que cada cônjuge possuir aocasar, e os que lhe sobrevierem, na cons-

Capítulo III – Do Regime de ComunhãoParcial

Art. 1.658. No regime de comunhão parcial,comunicam-se os bens que sobrevierem aocasal, na constância do casamento, com asexceções dos artigos seguintes.

Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:I – os bens que cada cônjuge possuirao casar, e os que lhe sobrevierem, naconstância do casamento, por doação

Page 467: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

tância do matrimônio, por doação ou porsucessão;II – os adquiridos com valores exclusiva-mente pertencentes a um dos cônjuges,em sub-rogação dos bens particulares;III – os rendimentos de bens de filhosanteriores ao matrimônio, a que tenha di-reito qualquer dos cônjuges emconsequência do pátrio poder;IV – os demais bens que se consideramtambém excluídos da comunhão univer-sal.

Art. 270. Igualmente não se comunicam:I – as obrigações anteriores ao casamen-to;II – as provenientes de atos ilícitos.

Art. 271. Entram na comunhão:I – os bens adquiridos na constância docasamento por título oneroso, ainda quesó em nome de um dos cônjuges;II – os adquiridos por fato eventual, comou sem concurso de trabalho ou despesaanterior;III – os adquiridos por doação, herança oulegado, em favor de ambos os cônjuges;IV – as benfeitorias em bens particularesde cada cônjuge;V – os frutos dos bens comuns, ou dosparticulares de cada cônjuge, percebidosna constância do casamento, ou penden-tes ao tempo de cessar a comunhão dosadquiridos;VI – os frutos civis do trabalho, ou indús-tria de cada cônjuge, ou de ambos.

ou sucessão, e os sub-rogados em seulugar;II – os bens adquiridos com valores ex-clusivamente pertencentes a um dos côn-juges em sub-rogação dos bens particu-lares;III – as obrigações anteriores ao casamen-to;IV – as obrigações provenientes de atosilícitos, salvo reversão em proveito docasal;V – os bens de uso pessoal, os livros einstrumentos de profissão;VI – os proventos do trabalho pessoal decada cônjuge;VII – as pensões, meios-soldos,montepios e outras rendas semelhantes.

Art. 1.660. Entram na comunhão:I – os bens adquiridos na constância docasamento por título oneroso, ainda quesó em nome de um dos cônjuges;II – os bens adquiridos por fato eventual,com ou sem o concurso de trabalho oudespesa anterior;III – os bens adquiridos por doação, he-rança ou legado, em favor de ambos oscônjuges;IV – as benfeitorias em bens particularesde cada cônjuge;V – os frutos dos bens comuns, ou dosparticulares de cada cônjuge, percebidosna constância do casamento, ou penden-tes ao tempo de cessar a comunhão.

Page 468: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 272. São incomunicáveis os bens cujaaquisição tiver por título uma causa ante-rior ao casamento.

Art. 273. No regime da comunhão parcialpresumem-se adquiridos na constância docasamento os móveis, quando não se pro-var com documento autêntico, que o fo-ram em data anterior.

Art. 274. A administração dos bens docasal compete ao marido, e as dívidas poreste contraídas obrigam, não só os benscomuns, senão ainda, em falta destes, osparticulares de um e outro cônjuge, narazão do proveito que cada qual houverlucrado.

Art. 275. É aplicável a disposição do arti-go antecedente às dívidas contraídas pelamulher, nos casos em que os seus atossão autorizados pelo marido, se presumemsê-lo, ou escusam autorização.

Art. 1.661. São incomunicáveis os benscuja aquisição tiver por título uma causaanterior ao casamento.

Art. 1.662. No regime da comunhão parci-al, presumem-se adquiridos na constân-cia do casamento os bens móveis, quan-do não se provar que o foram em dataanterior.

Art. 1.663. A administração do patrimôniocomum compete a qualquer dos cônjuges.

§ 1o As dívidas contraídas no exercício daadministração obrigam os bens comuns eparticulares do cônjuge que os adminis-tra, e os do outro na razão do proveitoque houver auferido.

§ 2o A anuência de ambos os cônjuges énecessária para os atos, a título gratuito,que impliquem cessão do uso ou gozo dosbens comuns.

§ 3o Em caso de malversação dos bens, ojuiz poderá atribuir a administração a ape-nas um dos cônjuges.

Art. 1.664. Os bens da comunhão respon-dem pelas obrigações contraídas pelo ma-rido ou pela mulher para atender aos encar-

Page 469: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Capítulo II – Do Regime da ComunhãoUniversal

Art. 262. O regime da comunhão univer-sal importa a comunicação de todos osbens presentes e futuros dos cônjuges esuas dívidas passivas, com as exceçõesdos artigos seguintes.

Art. 263. São excluídos da comunhão;I – as pensões, meios-soldos, montepios,tenças e outras rendas semelhantes;II – os bens doados ou legados com acláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar;III – os bens gravados de fideicomisso eo direito do herdeiro fideicomissário, an-tes de realizar a condição suspensiva;IV – o dote prometido ou constituído afilhos do outro leito;V – o dote prometido ou constituído ex-pressamente por um só dos cônjuges afilho comum;VI – as obrigações provenientes de atosilícitos;VII – as dívidas anteriores ao casamento,salvo se provierem de despesas com seussprestos, ou reverterem em proveito comum;

gos da família, às despesas de administra-ção e às decorrentes de imposição legal.

Art. 1.665. A administração e a disposiçãodos bens constitutivos do patrimônioparticular competem ao cônjuge proprie-tário, salvo convenção diversa em pactoantenupcial.

Art. 1.666. As dívidas, contraídas por qual-quer dos cônjuges na administração deseus bens particulares e em benefício des-tes, não obrigam os bens comuns.

Capítulo IV – Do Regime de ComunhãoUniversal

Art. 1.667. O regime de comunhão univer-sal importa a comunicação de todos osbens presentes e futuros dos cônjuges esuas dívidas passivas, com as exceçõesdo artigo seguinte.

Art. 1.668. São excluídos da comunhão:I – os bens doados ou herdados com acláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar;II – os bens gravados de fideicomisso e odireito do herdeiro fideicomissário, antesde realizada a condição suspensiva;III – as dívidas anteriores ao casamento,salvo se provierem de despesas com seusaprestos, ou reverterem em proveito co-mum;IV – as doações antenupciais feitas porum dos cônjuges ao outro com a cláusulade incomunicabilidade;V – os bens referidos nos incisos V a VIIdo art. 1.659.

Page 470: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

VIII – as doações antenupciais feitas porum dos cônjuges ao outro com a cláusulade incomunicabilidade;IX – as roupas de uso pessoal, as jóiasesponsalícias dadas antes do casamentopelo esposo, os livros e instrumentos deprofissão e os retratos da família;X – a fiança prestada pelo marido sem aoutorga da mulher;XI – os bens da herança necessária a quese impuser a cláusula deincomunicabilidade;XII – os bens reservados;XIII – os frutos civis do trabalho ou in-dústria de cada cônjuge ou de ambos.

Art. 264. As dívidas não compreendidasnas duas exceções do no VII, do artigoantecedente, só se poderão pagar duran-te o casamento, pelos bens que o cônju-ge devedor trouxer para o casal.

Art. 265. A incomunicabilidade dos bensenumerados no artigo 263 não se lhes es-tende aos frutos, quando se percebam ouvençam durante o casamento.

Art. 266. Na constância da sociedade con-jugal, a propriedade e posse dos bens écomum.

Parágrafo único. A mulher, porém, só osadministrará por autorização do marido, ounos casos do artigo 284, no V, e artigo 251.

Art. 267. Dissolve-se a comunhão:I – pela morte de um dos cônjuges;

Art. 1.669. A incomunicabilidade dos bensenumerados no artigo antecedente não seestende aos frutos, quando se percebamou vençam durante o casamento.

Art. 1.670. Aplica-se ao regime da comu-nhão universal o disposto no Capítuloantecedente, quanto à administração dosbens.

Page 471: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

II – pela sentença que anula o casamento;III – pela separação judicial;IV – pelo divórcio.

Art. 268. Extinta a comunhão, e efetuada adivisão do ativo e passivo, cessará a res-ponsabilidade de cada um dos cônjugespara com os credores do outro por dívi-das que este houver contraído.

Art. 1.671. Extinta a comunhão, e efetua-da a divisão do ativo e do passivo, cessa-rá a responsabilidade de cada um dos côn-juges para com os credores do outro.

Capítulo V – Do Regime de ParticipaçãoFinal nos Aqüestos

Art. 1.672. No regime de participação finalnos aqüestos, cada cônjuge possuipatrimônio próprio, consoante dispostono artigo seguinte, e lhe cabe, à época dadissolução da sociedade conjugal, direi-to à metade dos bens adquiridos pelo ca-sal, a título oneroso, na constância docasamento.

Art. 1.673. Integram o patrimônio próprioos bens que cada cônjuge possuía ao ca-sar e os por ele adquiridos, a qualquertítulo, na constância do casamento.Parágrafo único. A administração dessesbens é exclusiva de cada cônjuge, que ospoderá livremente alienar, se forem móveis.

Art. 1.674. Sobrevindo a dissolução dasociedade conjugal, apurar-se-á o mon-tante dos aqüestos, excluindo-se da somados patrimônios próprios:I – os bens anteriores ao casamento e osque em seu lugar se sub-rogaram;II – os que sobrevieram a cada cônjugepor sucessão ou liberalidade;III – as dívidas relativas a esses bens.Parágrafo único. Salvo prova em contrá-rio, presumem-se adquiridos durante ocasamento os bens móveis.

Page 472: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.675. Ao determinar-se o montantedos aqüestos, computar-se-á o valor dasdoações feitas por um dos cônjuges, sema necessária autorização do outro; nessecaso, o bem poderá ser reivindicado pelocônjuge prejudicado ou por seus herdei-ros, ou declarado no monte partilhável,por valor equivalente ao da época da dis-solução.

Art. 1.676. Incorpora-se ao monte o valordos bens alienados em detrimento dameação, se não houver preferência docônjuge lesado, ou de seus herdeiros, deos reivindicar.

Art. 1.677. Pelas dívidas posteriores aocasamento, contraídas por um dos cônju-ges, somente este responderá, salvo pro-va de terem revertido, parcial ou totalmen-te, em benefício do outro.

Art. 1.678. Se um dos cônjuges solveu umadívida do outro com bens do seupatrimônio, o valor do pagamento deveser atualizado e imputado, na data da dis-solução, à meação do outro cônjuge.

Art. 1.679. No caso de bens adquiridospelo trabalho conjunto, terá cada um doscônjuges uma quota igual no condomínioou no crédito por aquele modo estabele-cido.

Art. 1.680. As coisas móveis, em face deterceiros, presumem-se do domínio docônjuge devedor, salvo se o bem for deuso pessoal do outro.

Art. 1.681. Os bens imóveis são de propri-edade do cônjuge cujo nome constar noregistro.

Page 473: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Capítulo IV – Do Regime da Separação

Art. 276. Quando os contraentes casarem,estipulando separação de bens, permane-cerão os de cada cônjuge sob a adminis-tração exclusiva dele, que os poderá li-vremente alienar, se forem móveis.

Parágrafo único. Impugnada atitularidade, caberá ao cônjuge proprietá-rio provar a aquisição regular dos bens.

Art. 1.682. O direito à meação não é re-nunciável, cessível ou penhorável na vi-gência do regime matrimonial.

Art. 1.683. Na dissolução do regime de benspor separação judicial ou por divórcio, ve-rificar-se-á o montante dos aqüestos à dataem que cessou a convivência.

Art. 1.684. Se não for possível nem con-veniente a divisão de todos os bens emnatureza, calcular-se-á o valor de algunsou de todos para reposição em dinheiroao cônjuge não-proprietário.Parágrafo único. Não se podendo realizara reposição em dinheiro, serão avaliadose, mediante autorização judicial, alienadostantos bens quantos bastarem.

Art. 1.685. Na dissolução da sociedadeconjugal por morte, verificar-se-á ameação do cônjuge sobrevivente de con-formidade com os artigos antecedentes,deferindo-se a herança aos herdeiros naforma estabelecida neste Código.

Art. 1.686. As dívidas de um dos cônju-ges, quando superiores à sua meação, nãoobrigam ao outro, ou a seus herdeiros.

Capítulo VI – Do Regime de Separação deBens

Art. 1.687. Estipulada a separação de bens,estes permanecerão sob a administraçãoexclusiva de cada um dos cônjuges, queos poderá livremente alienar ou gravar deônus real.

Page 474: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 277. A mulher é obrigada a contribuirpara as despesas do casal com os rendi-mentos de seus bens, na proporção deseu valor, relativamente ao dos do mari-do, salvo estipulação em contrário no con-trato antenupcial.

Capítulo VI – Do Pátrio Poder

Seção III – Do Pátrio Poder Quanto aosBens dos Filhos

Art. 385. O pai e, na sua falta, a mãe são osadministradores legais dos bens dos fi-lhos que se achem sob o seu poder, salvoo disposto no artigo 225.

Art. 386. Não podem, porém, alienar, hi-potecar, ou gravar de ônus reais, osimóveis dos filhos, nem contrair, emnome deles, obrigações que ultrapas-sem os limites da simples administra-ção, exceto por necessidade, ou eviden-te utilidade da prole, mediante préviaautorização do juiz.

Art. 1.688. Ambos os cônjuges são obri-gados a contribuir para as despesas docasal na proporção dos rendimentos deseu trabalho e de seus bens, salvo esti-pulação em contrário no pactoantenupcial.

Subtítulo II – Do Usufruto e da Adminis-tração dos Bens de Filhos Menores

Art. 1.689. O pai e a mãe, enquanto noexercício do poder familiar:I – são usufrutuários dos bens dos filhos;II – têm a administração dos bens dos fi-lhos menores sob sua autoridade.

Art. 1.690. Compete aos pais, e na faltade um deles ao outro, com exclusivida-de, representar os filhos menores dedezesseis anos, bem como assisti-losaté completarem a maioridade ou serememancipados.

Parágrafo único. Os pais devem decidirem comum as questões relativas aos fi-lhos e a seus bens; havendo divergência,poderá qualquer deles recorrer ao juiz paraa solução necessária.

Art. 1.691. Não podem os pais alienar,ou gravar de ônus real os imóveis dosfilhos, nem contrair, em nome deles,obrigações que ultrapassem os limitesda simples administração, salvo pornecessidade ou evidente interesse daprole, mediante prévia autorização dojuiz.

Page 475: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 388. Só têm o direito de opor a nulida-de aos atos praticados com infração dosartigos antecedentes:I – o filho;II – os herdeiros;III – o representante legal do filho, sedurante a menoridade cessar o pátriopoder.

Art. 387. Sempre que no exercício dopátrio poder colidirem os interesses dospais com os do filho, a requerimento des-te ou do Ministério Público, o juiz lhe darácurador especial.

Art. 391. Excluem-se assim do usufrutocomo da administração dos pais:I – os bens adquiridos pelo filho ilegíti-mo, antes do reconhecimento;II – os adquiridos pelo filho em serviço ,militar, de magistério, ou em qualquer ou-tra função pública;III – os deixados ou doados ao filho sob acondição de não serem administrados pe-los pais;IV – os bens que ao filho couberem naherança, quando os pais forem excluídosda sucessão.

Capítulo VII – Dos Alimentos

Art. 396. De acordo com o prescrito nesteCapítulo podem os parentes exigir uns dosoutros os alimentos, de que necessitempara subsistir.

Parágrafo único. Podem pleitear a decla-ração de nulidade dos atos previstos nesteartigo:I – os filhos;II – os herdeiros;III – o representante legal.

Art. 1.692. Sempre que no exercício dopoder familiar colidir o interesse dos paiscom o do filho, a requerimento deste oudo Ministério Público o juiz lhe darácurador especial.

Art. 1.693. Excluem-se do usufruto e daadministração dos pais:I – os bens adquiridos pelo filho havidofora do casamento, antes do reconheci-mento;II – os valores auferidos pelo filho maiorde dezesseis anos, no exercício de ativi-dade profissional e os bens com tais re-cursos adquiridos;III – os bens deixados ou doados ao filho,sob a condição de não serem usufruídos,ou administrados, pelos pais;IV – os bens que aos filhos couberem naherança, quando os pais forem excluídosda sucessão.

Subtítulo III – Dos Alimentos

Art. 1.694. Podem os parentes, os côn-juges ou companheiros pedir uns aosoutros os alimentos de que necessitempara viver de modo compatível com asua condição social, inclusive paraatender às necessidades de sua educa-ção.

Page 476: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 400. Os alimentos devem ser fixadosna proporção das necessidades do recla-mante e dos recursos da pessoa obrigada.

Art. 399. São devidos os alimentos quan-do o parente, que os pretende, não tembens, nem pode prover, pelo seu traba-lho, à própria mantença, e o de quem sereclamam, pode fornecê-los, sem desfal-que do necessário ao seu sustento.

Parágrafo único. No caso de pais que, navelhice, carência ou enfermidade, ficaramsem condições de prover o próprio sus-tento, principalmente quando se despo-jaram de bens em favor da prole, cabe,sem perda de tempo e até em caráterprovisional, aos filhos maiores e capazes,o dever de ajudá-los, de ampará-los, coma obrigação irrenunciável de assisti-los ealimentá-los até o final de suas vidas.

Art. 397. O direito à prestação de alimen-tos é recíproco entre pais e filhos, e exten-sivo a todos ascendentes, recaindo a obri-gação nos mais próximos em grau, uns emfalta de outros.

Art. 398. Na falta dos ascendentes cabe aobrigação aos descendentes, guardada aordem da sucessão e, faltando estes, aosirmãos, assim germanos, como unilaterais.

§ 1o Os alimentos devem ser fixados naproporção das necessidades do reclaman-te e dos recursos da pessoa obrigada.

§ 2o Os alimentos serão apenas os indis-pensáveis à subsistência, quando a situ-ação de necessidade resultar de culpa dequem os pleiteia.

Art. 1.695. São devidos os alimentos quan-do quem os pretende não tem bens sufici-entes, nem pode prover, pelo seu traba-lho, à própria mantença, e aquele, de quemse reclamam, pode fornecê-los, sem des-falque do necessário ao seu sustento.

Art. 1.696. O direito à prestação de ali-mentos é recíproco entre pais e filhos, eextensivo a todos os ascendentes, reca-indo a obrigação nos mais próximos emgrau, uns em falta de outros.

Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe aobrigação aos descendentes, guardada aordem de sucessão e, faltando estes, aosirmãos, assim germanos como unilaterais.

Art. 1.698. Se o parente, que deve alimen-tos em primeiro lugar, não estiver em con-dições de suportar totalmente o encargo,serão chamados a concorrer os de grau

Page 477: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 401. Se, fixados os alimentos, sobre-vier mudança na fortuna de quem os su-pre, ou na de quem os recebe, poderá ointeressado reclamar ao juiz, conforme ascircunstâncias, exoneração, redução, ouagravação do encargo.

Art. 402. A obrigação de prestar alimen-tos não se transmite aos herdeiros do de-vedor.

Art. 403. A pessoa obrigada a suprir ali-mentos poderá pensionar o alimentando,ou dar-lhe em casa hospedagem e sus-tento.

Parágrafo único. Compete, porém, ao juiz,se as circunstâncias exigirem, fixar a ma-neira da prestação devida.

imediato; sendo várias as pessoas obri-gadas a prestar alimentos, todas devemconcorrer na proporção dos respectivosrecursos, e, intentada ação contra umadelas, poderão as demais ser chamadas aintegrar a lide.

Art. 1.699. Se, fixados os alimentos, so-brevier mudança na situação financeira dequem os supre, ou na de quem os recebe,poderá o interessado reclamar ao juiz, con-forme as circunstâncias, exoneração, re-dução ou majoração do encargo.

Art. 1.700. A obrigação de prestar alimen-tos transmite-se aos herdeiros do deve-dor, na forma do art. 1.694.

Art. 1.701. A pessoa obrigada a suprir ali-mentos poderá pensionar o alimentando,ou dar-lhe hospedagem e sustento, semprejuízo do dever de prestar o necessárioà sua educação, quando menor.

Parágrafo único. Compete ao juiz, se ascircunstâncias o exigirem, fixar a forma documprimento da prestação.

Art. 1.702. Na separação judicial litigiosa,sendo um dos cônjuges inocente e des-provido de recursos, prestar-lhe-á o ou-tro a pensão alimentícia que o juiz fixar,obedecidos os critérios estabelecidos noart. 1.694.

Art. 1.703. Para a manutenção dos filhos,os cônjuges separados judicialmente con-tribuirão na proporção de seus recursos.

Page 478: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 404. Pode-se deixar de exercer, masnão se pode renunciar o direito a alimen-tos.

Art. 405. O casamento, embora nulo, e afiliação espúria, provada quer por senten-ça irrecorrível, não provocada pelo filho,quer por confissão, ou declaração escritado pai, fazem certa a paternidade, somentepara o efeito da prestação de alimentos.

Art. 1.704. Se um dos cônjuges separa-dos judicialmente vier a necessitar de ali-mentos, será o outro obrigado a prestá-los mediante pensão a ser fixada pelo juiz,caso não tenha sido declarado culpadona ação de separação judicial.Parágrafo único. Se o cônjuge declaradoculpado vier a necessitar de alimentos, enão tiver parentes em condições deprestá-los, nem aptidão para o trabalho, ooutro cônjuge será obrigado a assegurá-los, fixando o juiz o valor indispensável àsobrevivência.

Art. 1.705. Para obter alimentos, o filhohavido fora do casamento pode acionar ogenitor, sendo facultado ao juiz determi-nar, a pedido de qualquer das partes, quea ação se processe em segredo de justiça.

Art. 1.706. Os alimentos provisionais se-rão fixados pelo juiz, nos termos da lei pro-cessual.

Art. 1.707. Pode o credor não exercer, po-rém lhe é vedado renunciar o direito a ali-mentos, sendo o respectivo créditoinsuscetível de cessão, compensação oupenhora.

Art. 1.708. Com o casamento, a união es-tável ou o concubinato do credor, cessa odever de prestar alimentos.Parágrafo único. Com relação ao credorcessa, também, o direito a alimentos, se

Page 479: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Parte Geral

Livro II – Dos Bens

Título único – Das Diferentes Classes deBens

Capítulo V – Do Bem de Família

Art. 70. É permitido aos chefes de famíliadestinar um prédio para domicílio desta,com a cláusula de ficar isento de execu-ção por dívidas, salvo as que provieremde impostos relativos ao mesmo prédio.

Parágrafo único. Essa isenção durará en-quanto viverem os cônjuges e até que osfilhos completem sua maioridade.

tiver procedimento indigno em relação aodevedor.Art. 1.709. O novo casamento do cônjugedevedor não extingue a obrigação cons-tante da sentença de divórcio.

Art. 1.710. As prestações alimentícias, dequalquer natureza, serão atualizadas se-gundo índice oficial regularmente estabe-lecido.

Subtítulo IV – Do Bem de Família

Art. 1.711. Podem os cônjuges, ou a enti-dade familiar, mediante escritura públicaou testamento, destinar parte de seupatrimônio para instituir bem de família,desde que não ultrapasse um terço dopatrimônio líquido existente ao tempo dainstituição, mantidas as regras sobre aimpenhorabilidade do imóvel residencialestabelecida em lei especial.

Parágrafo único. O terceiro poderá igual-mente instituir bem de família por testa-mento ou doação, dependendo a eficáciado ato da aceitação expressa de ambos oscônjuges beneficiados ou da entidade fa-miliar beneficiada.

Page 480: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.712. O bem de família consistirá emprédio residencial urbano ou rural, comsuas pertenças e acessórios, destinando-se em ambos os casos a domicílio familiar,e poderá abranger valores mobiliários, cujarenda será aplicada na conservação doimóvel e no sustento da família.

Art. 1.713. Os valores mobiliários, desti-nados aos fins previstos no artigo ante-cedente, não poderão exceder o valor doprédio instituído em bem de família, à épo-ca de sua instituição.§ 1o Deverão os valores mobiliários serdevidamente individualizados no instru-mento de instituição do bem de família.§ 2o Se se tratar de títulos nominativos, asua instituição como bem de família deve-rá constar dos respectivos livros de re-gistro.§ 3o O instituidor poderá determinar que aadministração dos valores mobiliários sejaconfiada a instituição financeira, bemcomo disciplinar a forma de pagamentoda respectiva renda aos beneficiários,caso em que a responsabilidade dos ad-ministradores obedecerá às regras docontrato de depósito.

Art. 1.714. O bem de família, quer instituí-do pelos cônjuges ou por terceiro, cons-titui-se pelo registro de seu título no Re-gistro de Imóveis.

Art. 1.715. O bem de família é isento deexecução por dívidas posteriores à suainstituição, salvo as que provierem de tri-butos relativos ao prédio, ou de despe-sas de condomínio.Parágrafo único. No caso de execuçãopelas dívidas referidas neste artigo, o sal-do existente será aplicado em outro pré-

Page 481: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 71. Para o exercício desse direito énecessário que os instituidores no ato dainstituição não tenham dívidas, cujo pa-gamento possa por ele ser prejudicado.Parágrafo único. A isenção se refere a dí-vidas posteriores ao ato, e não às anterio-res, se se verificar que a solução destasse tornou inexequível em virtude do atoda instituição.

Art. 72. O prédio, nas condições acimaditas, não poderá ter outro destino, ouser alienado, sem o consentimento dosinteressados e dos seus representanteslegais.

Art. 73. A instituição deverá constar deescritura pública transcrita no registrode imóveis e publicada na imprensa lo-cal e, na falta desta, na da capital doEstado.

dio, como bem de família, ou em títulos dadívida pública, para sustento familiar, sal-vo se motivos relevantes aconselharemoutra solução, a critério do juiz.

Art. 1.716. A isenção de que trata o artigoantecedente durará enquanto viver umdos cônjuges, ou, na falta destes, até queos filhos completem a maioridade.

Art. 1.717. O prédio e os valores mobiliári-os, constituídos como bem da família, nãopodem ter destino diverso do previsto noart. 1.712 ou serem alienados sem o con-sentimento dos interessados e seus re-presentantes legais, ouvido o MinistérioPúblico.

Art. 1.718. Qualquer forma de liquidaçãoda entidade administradora, a que se refe-re o § 3o do art. 1.713, não atingirá os valo-res a ela confiados, ordenando o juiz asua transferência para outra instituição se-melhante, obedecendo-se, no caso de fa-lência, ao disposto sobre pedido de resti-tuição.

Page 482: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.719. Comprovada a impossibilida-de da manutenção do bem de família nascondições em que foi instituído, poderá ojuiz, a requerimento dos interessados, ex-tingui-lo ou autorizar a sub-rogação dosbens que o constituem em outros, ouvi-dos o instituidor e o Ministério Público.

Art. 1.720. Salvo disposição em contráriodo ato de instituição, a administração dobem de família compete a ambos os côn-juges, resolvendo o juiz em caso de diver-gência.Parágrafo único. Com o falecimento deambos os cônjuges, a administração pas-sará ao filho mais velho, se for maior, e, docontrário, a seu tutor.

Art. 1.721. A dissolução da sociedade con-jugal não extingue o bem de família.Parágrafo único. Dissolvida a sociedadeconjugal pela morte de um dos cônjuges,o sobrevivente poderá pedir a extinçãodo bem de família, se for o único bem docasal.

Art. 1.722. Extingue-se, igualmente, o bemde família com a morte de ambos os côn-juges e a maioridade dos filhos, desde quenão sujeitos a curatela.

Título III – Da União Estável

Art. 1.723. É reconhecida como entida-de familiar a união estável entre o ho-mem e a mulher, configurada na convi-vência pública, contínua e duradoura eestabelecida com o objetivo de consti-tuição de família.§ 1o A união estável não se constituirá seocorrerem os impedimentos do art. 1.521;não se aplicando a incidência do inciso

Page 483: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Parte Especial

Livro I – Do Direito de Família

Título VI – Da Tutela, Da Curatela e daAusência

Capítulo I – Da Tutela

Seção I – Dos Tutores

Art. 406. Os filhos menores são postosem tutela:I – falecendo os pais, ou sendo julgadosausentes;II – decaindo os pais do pátrio poder.

VI no caso de a pessoa casada se acharseparada de fato ou judicialmente.§ 2o As causas suspensivas do art. 1.523não impedirão a caracterização da uniãoestável.

Art. 1.724. As relações pessoais entre oscompanheiros obedecerão aos deveres delealdade, respeito e assistência, e de guar-da, sustento e educação dos filhos.

Art. 1.725. Na união estável, salvo contratoescrito entre os companheiros, aplica-se àsrelações patrimoniais, no que couber, o re-gime da comunhão parcial de bens.

Art. 1.726. A união estável poderá con-verter-se em casamento, mediante pedidodos companheiros ao juiz e assento noRegistro Civil.

Art. 1.727. As relações não eventuais en-tre o homem e a mulher, impedidos de ca-sar, constituem concubinato.

Título IV – Da Tutela e da Curatela

Capítulo I – Da Tutela

Seção I – Dos Tutores

Art. 1.728. Os filhos menores são postosem tutela:I – com o falecimento dos pais, ou sendoestes julgados ausentes;II – em caso de os pais decaírem do poderfamiliar.

Page 484: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 407. O direito de nomear tutor com-pete ao pai, à mãe, ao avô paterno e aomaterno. Cada uma destas pessoas o exer-cerá no caso de falta ou incapacidade dasque lhes antecederam na ordem aquiestabelecida.

Parágrafo único. A nomeação deve cons-tar de testamento ou de qualquer outrodocumento autêntico.

Art. 408. Nula é a nomeação de tutor pelopai, ou pela mãe, que, ao tempo de suamorte, não tenha o pátrio poder.

Art. 409. Em falta de tutor nomeado pelospais, incumbe a tutela aos parentesconsanguíneos do menor, por esta ordem:I – ao avô paterno, depois ao materno, e,na falta deste, à avó paterna, ou materna;II – aos irmãos, preferindo os bilateraisaos unilaterais, o do sexo masculino aodo feminino, o mais velho ao mais moço;III – aos tios, sendo preferido o do sexomasculino ao do feminino, o mais velhoao mais moço.

Art. 410. O juiz nomeará tutor idôneo eresidente no domicílio do menor:I – na falta de tutor testamentário, ou legí-timo;II – quando estes forem excluídos ou es-cusados da tutela;III – quando removidos por não idôneoso tutor legítimo e o testamentário.

Art. 411. Aos irmãos órfãos se dará um sótutor. No caso, porém, de ser nomeadomais de um, por disposição testamentá-ria, entende-se que a tutela foi cometidaao primeiro, e que os outros lhe hão desuceder pela ordem de nomeação, dado o

Art. 1.729. O direito de nomear tutor com-pete aos pais, em conjunto.

Parágrafo único. A nomeação deve cons-tar de testamento ou de qualquer outrodocumento autêntico.

Art. 1.730. É nula a nomeação de tutor pelopai ou pela mãe que, ao tempo de suamorte, não tinha o poder familiar.

Art. 1.731. Em falta de tutor nomeado pe-los pais incumbe a tutela aos parentesconsangüíneos do menor, por esta ordem:I – aos ascendentes, preferindo o de graumais próximo ao mais remoto;II – aos colaterais até o terceiro grau, pre-ferindo os mais próximos aos mais remo-tos, e, no mesmo grau, os mais velhos aosmais moços; em qualquer dos casos, ojuiz escolherá entre eles o mais apto a exer-cer a tutela em benefício do menor.

Art. 1.732. O juiz nomeará tutor idôneo eresidente no domicílio do menor:I – na falta de tutor testamentário ou legí-timo;II – quando estes forem excluídos ou es-cusados da tutela;III – quando removidos por não idôneoso tutor legítimo e o testamentário.

Art. 1.733. Aos irmãos órfãos dar-se-á umsó tutor.

Page 485: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

caso de morte, incapacidade, escusa ouqualquer outro impedimento legal.

Parágrafo único. Quem institui um menorherdeiro, ou legatário seu, poderá nome-ar-lhe curador especial para os bens dei-xados, ainda que o menor se ache sob opátrio poder, ou sob tutela.

Art. 412. Os menores abandonados terãotutores nomeados pelo juiz, ou serão re-colhidos a estabelecimentos públicos paraeste fim destinados. Na falta desses esta-belecimentos, ficam sob a tutela das pes-soas que, voluntária e gratuitamente, seencarregarem da sua criação.

Seção II – Dos Incapazes de Exercer aTutela

Art. 413. Não podem ser tutores e serãoexonerados da tutela, caso a exerçam:I – os que não tiverem a livre administra-ção de seus bens;II – os que, no momento de lhes serdeferida a tutela, se acharem constituídosem obrigação para com o menor, ou tive-rem que fazer valer direitos contra este; eaqueles cujos pais, filhos, ou cônjugestiverem demanda com o menor;III – os inimigos do menor, ou de seuspais, ou que tiverem sido por estes ex-pressamente excluídos da tutela;

§ 1o No caso de ser nomeado mais deum tutor por disposição testamentáriasem indicação de precedência, enten-de-se que a tutela foi cometida ao pri-meiro, e que os outros lhe sucederãopela ordem de nomeação, se ocorrermorte, incapacidade, escusa ou qual-quer outro impedimento.

§ 2o Quem institui um menor herdeiro, oulegatário seu, poderá nomear-lhe curadorespecial para os bens deixados, ainda queo beneficiário se encontre sob o poderfamiliar, ou tutela.

Art. 1.734. Os menores abandonados te-rão tutores nomeados pelo juiz, ou serãorecolhidos a estabelecimento público paraeste fim destinado, e, na falta desse esta-belecimento, ficam sob a tutela das pes-soas que, voluntária e gratuitamente, seencarregarem da sua criação.

Seção II – Dos Incapazes de Exercer aTutela

Art. 1.735. Não podem ser tutores e serãoexonerados da tutela, caso a exerçam:I – aqueles que não tiverem a livre admi-nistração de seus bens;II – aqueles que, no momento de lhes serdeferida a tutela, se acharem constituídosem obrigação para com o menor, ou tive-rem que fazer valer direitos contra este, eaqueles cujos pais, filhos ou cônjuges ti-verem demanda contra o menor;III – os inimigos do menor, ou de seuspais, ou que tiverem sido por estes ex-pressamente excluídos da tutela;

Page 486: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

IV – os condenados por crime de furto,roubo, estelionato ou falsidade, tenhamou não cumprido a pena;V – as pessoas de mau procedimento, oufalhas em probidade, e as culpadas deabusos em tutorias anteriores;VI – os que exercerem função pública in-compatível com a boa administração datutela.

Seção III – Da Escusa dos Tutores

Art. 414. Podem escusar-se da tutela:I – as mulheres;II – os maiores de sessenta anos;III – os que tiverem em seu poder mais decinco filhos;IV – os impossibilitados por enfermida-de;V – os que habitarem longe do lugar ondese haja de exercer a tutela;VI – os que já exercerem tutela, ou curatela;VII – os militares, em serviço.

Art. 415. Quem não for parente do menornão poderá ser obrigado a aceitar a tutela,se houver no lugar parente idôneo,cosangüíneo ou afim, em condições deexercê-la.

Art. 416. A escusa apresentar-se-á nos dezdias subseqüentes à intimação do nome-ado, sob pena de entender-se renunciadoo direito de alegá-la. Se o motivoescusatório ocorrer depois de aceita a tu-tela, os dez dias contar-se-ão do em queele sobrevier.

Art. 417. Se o juiz não admitir a escusa,exercerá o nomeado a tutela, enquanto o

IV – os condenados por crime de furto,roubo, estelionato, falsidade, contra a fa-mília ou os costumes, tenham ou nãocumprido pena;V – as pessoas de mau procedimento, oufalhas em probidade, e as culpadas deabuso em tutorias anteriores;VI – aqueles que exercerem função públi-ca incompatível com a boa administraçãoda tutela.

Seção III – Da Escusa dos Tutores

Art. 1.736. Podem escusar-se da tutela:I – mulheres casadas;II – maiores de sessenta anos;III – aqueles que tiverem sob sua autori-dade mais de três filhos;IV – os impossibilitados por enfermida-de;V – aqueles que habitarem longe do lugaronde se haja de exercer a tutela;VI – aqueles que já exercerem tutela oucuratela;VII – militares em serviço.

Art. 1.737. Quem não for parente do me-nor não poderá ser obrigado a aceitar atutela, se houver no lugar parente idôneo,consangüíneo ou afim, em condições deexercê-la.

Art. 1.738. A escusa apresentar-se-á nosdez dias subseqüentes à designação, sobpena de entender-se renunciado o direitode alegá-la; se o motivo escusatório ocor-rer depois de aceita a tutela, os dez diascontar-se-ão do em que ele sobrevier.

Art. 1.739. Se o juiz não admitir a escusa,exercerá o nomeado a tutela, enquanto o

Page 487: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

recurso interposto não tiver provimento,e responderá desde logo pelas perdas edanos, que o menor venha a sofrer.

Seção IV – Da Garantia da Tutela

Art. 418. O tutor, antes de assumir a tute-la, é obrigado a especializar, em hipotecalegal, que será inscrita, os imóveis neces-sários, para acautelar, sob sua adminis-tração, os bens do menor.

Art. 419. Se todos os imóveis de sua pro-priedade não valerem o patrimônio domenor, reforçará o tutor a hipoteca medi-ante caução real ou fidejussória; salvo separa tal não tiver meios, ou for de reco-nhecida idoneidade.

Art. 420. O juiz responde subsidiariamentepelos prejuízos, que sofra o menor em ra-zão da insolvência do tutor, de lhe não terexigido a garantia legal, ou de o não haverremovido, tanto que se tornou suspeito.

Art. 421. A responsabilidade será pessoale direta, quando o juiz não tiver nomeadotutor, ou quando a nomeação não houversido oportuna.

Seção V – Do Exercício da Tutela

Art. 424. Cabe ao tutor, quanto à pessoado menor:I – dirigir-lhe a educação, defendê-lo eprestar-lhe alimentos, conforme os seushaveres e condição;II – reclamar do juiz que providencie, comohouver por bem, quando o menor hajamister correção.

recurso interposto não tiver provimento,e responderá desde logo pelas perdas edanos que o menor venha a sofrer.

Seção IV – Do Exercício da Tutela

Art. 1.740. Incumbe ao tutor, quanto àpessoa do menor:I – dirigir-lhe a educação, defendê-lo eprestar-lhe alimentos, conforme os seushaveres e condição;II – reclamar do juiz que providencie, comohouver por bem, quando o menor hajamister correção;III – adimplir os demais deveres que nor-malmente cabem aos pais, ouvida a opi-

Page 488: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

nião do menor, se este já contar doze anosde idade.

Art. 1.741. Incumbe ao tutor, sob a inspe-ção do juiz, administrar os bens do tutela-do, em proveito deste, cumprindo seusdeveres com zelo e boa-fé.

Art. 1.742. Para fiscalização dos atos dotutor, pode o juiz nomear um protutor.

Art. 1.743. Se os bens e interesses admi-nistrativos exigirem conhecimentos téc-nicos, forem complexos, ou realizados emlugares distantes do domicílio do tutor,poderá este, mediante aprovação judicial,delegar a outras pessoas físicas ou jurídi-cas o exercício parcial da tutela.

Art. 1.744. A responsabilidade do juizserá:I – direta e pessoal, quando não tiver no-meado o tutor, ou não o houver feito opor-tunamente;II – subsidiária, quando não tiver exigidogarantia legal do tutor, nem o removido,tanto que se tornou suspeito.

Art. 1.745. Os bens do menor serão entre-gues ao tutor mediante termo especifica-do deles e seus valores, ainda que os paiso tenham dispensado.

Parágrafo único. Se o patrimônio do me-nor for de valor considerável, poderá ojuiz condicionar o exercício da tutela àprestação de caução bastante, podendodispensá-la se o tutor for de reconhecidaidoneidade.

Art. 1.746. Se o menor possuir bens, serásustentado e educado a expensas deles,

Art. 422. Incumbe ao tutor, sob a inspe-ção do juiz, reger a pessoa do menor, ve-lar por ele, e administrar-lhe os bens.

Art. 423. Os bens do menor serão entre-gues ao tutor mediante termo especifica-do dos bens e seus valores, ainda que ospais o tenham dispensado.

Art. 425. Se o menor possuir bens, serásustentado e educado a expensas suas,

Page 489: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

arbitrando o juiz, para tal fim, as quantias,que lhe pareçam necessárias, atento o ren-dimento da fortuna do pupilo, quando opai, ou a mãe, não as houver taxado.

Art. 426. Compete mais ao tutor:I – representar o menor, até os dezesseisanos, nos atos da vida civil, e assisti-lo,após essa idade, nos atos em que for par-te, suprindo-lhe o consentimento;II – receber as rendas e pensões do me-nor;III – fazer-lhe as despesas de subsistên-cia e educação, bem como as da adminis-tração de seus bens;IV – alienar os bens do menor destinadosà venda.

Art. 427. Compete-lhe, também, com au-torização do juiz:I – fazer as despesas necessárias com aconservação e o melhoramento dos bens;II – receber as quantias devidas ao órfão,e pagar-lhe as dívidas;III – aceitar por ele herança, legados, oudoações, com ou sem encargos;IV – transigir;V – promover-lhe, mediante praça públi-ca, o arrendamento dos bens de raiz;VI – vender-lhe em praça os móveis, cujaconservação não convier, e os imóveis,nos casos em que for permitido;VII – propor em juízo as ações e promovertodas as diligências a bem do menor, assimcomo defendê-lo nos pleitos contra elemovidos, segundo o disposto no artigo 84.

arbitrando o juiz para tal fim as quantiasque lhe pareçam necessárias, consideradoo rendimento da fortuna do pupilo quan-do o pai ou a mãe não as houver fixado.

Art. 1.747. Compete mais ao tutor:I – representar o menor, até os dezesseisanos, nos atos da vida civil, e assisti-lo,após essa idade, nos atos em que for parte;II – receber as rendas e pensões do me-nor, e as quantias a ele devidas;III – fazer-lhe as despesas de subsistên-cia e educação, bem como as de adminis-tração, conservação e melhoramentos deseus bens;IV – alienar os bens do menor destinadosa venda;V – promover-lhe, mediante preço conve-niente, o arrendamento de bens de raiz.

Art. 1.748. Compete também ao tutor, comautorização do juiz:I – pagar as dívidas do menor;II – aceitar por ele heranças, legados oudoações, ainda que com encargos;III – transigir;IV – vender-lhe os bens móveis, cuja con-servação não convier, e os imóveis noscasos em que for permitido;V – propor em juízo as ações, ou nelasassistir o menor, e promover todas as dili-gências a bem deste, assim como defendê-lo nos pleitos contra ele movidos.

Parágrafo único. No caso de falta de au-torização, a eficácia de ato do tutor de-pende da aprovação ulterior do juiz.

Page 490: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 428. Ainda com autorização judicial,não pode o tutor, sob pena de nulidade:I – adquirir por si, ou por interposta pes-soa, por contrato particular, ou em hastapública, bens móveis, ou de raiz perten-centes ao menor;II – dispor dos bens do menor a títulogratuito;III – constituir-se cessionário de crédito,ou direito, contra o menor.

Art. 429. Os imóveis pertencentes aosmenores só podem ser vendidos, quandohouver manifesta vantagem, e sempre emhasta pública.

Art. 430. Antes de assumir a tutela, o tu-tor declarará tudo o que lhe deva o menor,sob pena de lho não poder cobrar, en-quanto exerça a tutoria, salvo provandoque não conhecia o débito, quando assu-miu.

Art. 431. O tutor responde pelos prejuí-zos, que, por negligência, culpa, ou dolo,causar ao pupilo; mas tem direito a serpago do que legalmente despender noexercício da tutela, e, salvo no caso doartigo 412, a perceber uma gratificação porseu trabalho.

Parágrafo único. Não tendo os pais domenor fixado essa gratificação, arbitra-la-á o juiz, até dez por cento, no máximo, darenda líquida anual dos bens administra-dos pelo tutor.

Art. 1.749. Ainda com a autorização judi-cial, não pode o tutor, sob pena de nulida-de:I – adquirir por si, ou por interposta pes-soa, mediante contrato particular, bensmóveis ou imóveis pertencentes ao me-nor;II – dispor dos bens do menor a títulogratuito;III – constituir-se cessionário de créditoou de direito, contra o menor.

Art. 1.750. Os imóveis pertencentes aosmenores sob tutela somente podem servendidos quando houver manifesta van-tagem, mediante prévia avaliação judiciale aprovação do juiz.

Art. 1.751. Antes de assumir a tutela, otutor declarará tudo o que o menor lhedeva, sob pena de não lhe poder cobrar,enquanto exerça a tutoria, salvo provan-do que não conhecia o débito quando aassumiu.

Art. 1.752. O tutor responde pelos prejuí-zos que, por culpa, ou dolo, causar ao tu-telado; mas tem direito a ser pago peloque realmente despender no exercício datutela, salvo no caso do art. 1.734, e a per-ceber remuneração proporcional à impor-tância dos bens administrados.

§ 1o Ao protutor será arbitrada uma gra-tificação módica pela fiscalização efe-tuada.

Page 491: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Seção VI – Dos Bens de Órfãos

Art. 432. Os tutores não podem conser-var em seu poder dinheiros de seus tute-lados de seus tutelados, além do neces-sário, para as despesas ordinárias com oseu sustento, a sua educação e a admi-nistração de seus bens.

§ 1o Os objetos de ouro, prata, pedras pre-ciosas e móveis desnecessários, serãovendidos em hasta pública, e seu produ-to convertido em títulos de responsabili-dade da União, ou dos Estados, recolhi-do às Caixas Econômicas Federais ou apli-cado na aquisição de imóveis, conformefor determinado pelo juiz. O mesmo desti-no terá o dinheiro proveniente de qual-quer outra procedência.

§ 2o Os tutores respondem pela demorana aplicação dos valores acima ditos, pa-gando os juros legais desde o dia em quelhes deveriam dar esse destino, o que nãoos exime da obrigação, que o juiz fará efe-tiva, da referida aplicação.

Art. 433. Os valores que existirem nasCaixas Econômicas Federais, na forma doartigo anterior, não se poderão retirar, se-não mediante ordem do juiz, e somente:

§ 2o São solidariamente responsáveis pe-los prejuízos as pessoas às quais compe-tia fiscalizar a atividade do tutor, e as queconcorreram para o dano.

Seção V – Dos Bens do Tutelado

Art. 1.753. Os tutores não podem conser-var em seu poder dinheiro dos tutelados,além do necessário para as despesas or-dinárias com o seu sustento, a sua educa-ção e a administração de seus bens.

§ 1o Se houver necessidade, os objetosde ouro e prata, pedras preciosas e mó-veis serão avaliados por pessoa idônea e,após autorização judicial, alienados, e oseu produto convertido em títulos, obri-gações e letras de responsabilidade dire-ta ou indireta da União ou dos Estados,atendendo-se preferentemente à rentabi-lidade, e recolhidos ao estabelecimentobancário oficial ou aplicado na aquisiçãode imóveis, conforme for determinado pelojuiz.

§ 2o O mesmo destino previsto no pará-grafo antecedente terá o dinheiro prove-niente de qualquer outra procedência.

§ 3o Os tutores respondem pela demorana aplicação dos valores acima referidos,pagando os juros legais desde o dia emque deveriam dar esse destino, o que nãoos exime da obrigação, que o juiz fará efe-tiva, da referida aplicação.

Art. 1.754. Os valores que existirem em es-tabelecimento bancário oficial, na forma doartigo antecedente, não se poderão retirar,senão mediante ordem do juiz, e somente:

Page 492: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

I – para as despesas com o sustento eeducação do pupilo, ou a administraçãode seus bens;II – para se comprarem bens de raiz e títu-los da dívida pública da União, ou dosEstados;III – para se empregarem em conformida-de com o disposto por quem os houverdoado, ou deixado;IV – para se entregarem aos órfãos, quan-do emancipados, ou maiores, ou, mortoseles, aos seus herdeiros.

Seção VII – Da Prestação de Contas daTutela

Art. 434. Os tutores, embora o contráriodispusessem os pais dos tutelados, sãoobrigados a prestar contas da sua admi-nistração.

Art. 435. No fim de cada ano de adminis-tração, os tutores submeterão ao juiz obalanço respectivo, que, depois de apro-vado, se anexará aos autos do inventário.

Art. 436. Os tutores prestarão contas dedois em dois anos, e bem assim quando,por qualquer motivo, deixarem o exercícioda tutela, ou toda vez que o juiz o houverpor conveniente.

Parágrafo único. As contas serão presta-das em juízo, e julgadas depois de audi-ência dos interessados; recolhendo o tu-tor imediatamente em caixas econômicasos saldos, ou adquirindo bens imóveis,ou títulos da dívida pública.

Art. 437. Finda a tutela pela emancipa-ção, ou maioridade, a quitação do me-

I – para as despesas com o sustento eeducação do tutelado, ou a administra-ção de seus bens;II – para se comprarem bens imóveis e títu-los, obrigações ou letras, nas condiçõesprevistas no § 1o do artigo antecedente;III – para se empregarem em conformida-de com o disposto por quem os houverdoado, ou deixado;IV – para se entregarem aos órfãos, quan-do emancipados, ou maiores, ou, mortoseles, aos seus herdeiros.

Seção VI – Da Prestação de Contas

Art. 1.755. Os tutores, embora o contráriotivessem disposto os pais dos tutelados,são obrigados a prestar contas da suaadministração.

Art. 1.756. No fim de cada ano de adminis-tração, os tutores submeterão ao juiz obalanço respectivo, que, depois de apro-vado, se anexará aos autos do inventário.

Art. 1.757. Os tutores prestarão contas dedois em dois anos, e também quando, porqualquer motivo, deixarem o exercício datutela ou toda vez que o juiz achar conve-niente.

Parágrafo único. As contas serão presta-das em juízo, e julgadas depois da audi-ência dos interessados, recolhendo o tu-tor imediatamente a estabelecimento ban-cário oficial os saldos, ou adquirindo bensimóveis, ou títulos, obrigações ou letras,na forma do § 1o do art. 1.753.

Art. 1.758. Finda a tutela pela emanci-pação ou maioridade, a quitação do

Page 493: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

nor não produzirá efeito antes de apro-vadas as contas pelo juiz, subsistindointeira, até então, a responsabilidade dotutor.

Art. 438. Nos casos de morte, ausência,ou interdição do tutor, as contas serãoprestadas por seus herdeiros, ou repre-sentantes.

Art. 439. Serão levadas a crédito do tutortodas as despesas justificadas e reconhe-cidamente proveitosas ao menor.

Art. 440. As despesas com a prestação decontas serão pagas pelo tutelado.

Art. 441. O alcance do tutor, bem como osaldo contra o tutelado, vencerão jurosdesde o julgamento definitivo das con-tas.

Seção VIII – Da Cessação da Tutela

Art. 442. Cessa a condição de pupilo:I – com a maioridade, ou a emancipaçãodo menor;II – caindo o menor sob o pátrio poder, nocaso de legitimação, reconhecimento ouadoção.

Art. 443. Cessam as funções do tutor:I – expirando o termo, em que era obriga-do a servir;II – sobrevindo escusa legítima;III – sendo removido.

Art. 444. Os tutores são obrigados a ser-vir por espaço de dois anos.

Parágrafo único. Podem, porém, continu-ar além desse prazo, no exercício da tute-

menor não produzirá efeito antes deaprovadas as contas pelo juiz, subsis-tindo inteira, até então, a responsabili-dade do tutor.

Art. 1.759. Nos casos de morte, ausência,ou interdição do tutor, as contas serãoprestadas por seus herdeiros ou represen-tantes.

Art. 1.760. Serão levadas a crédito do tu-tor todas as despesas justificadas e reco-nhecidamente proveitosas ao menor.

Art. 1.761. As despesas com a prestaçãodas contas serão pagas pelo tutelado.

Art. 1.762. O alcance do tutor, bem comoo saldo contra o tutelado, são dívidas devalor e vencem juros desde o julgamentodefinitivo das contas.

Seção VII – Da Cessação da Tutela

Art. 1.763. Cessa a condição de tutelado:I – com a maioridade ou a emancipaçãodo menor;II – ao cair o menor sob o poder familiar,no caso de reconhecimento ou adoção.

Art. 1.764. Cessam as funções do tutor:I – ao expirar o termo, em que era obriga-do a servir;II – ao sobrevir escusa legítima;III – ao ser removido.

Art. 1.765. O tutor é obrigado a servir porespaço de dois anos.

Parágrafo único. Pode o tutor continuarno exercício da tutela, além do prazo pre-

Page 494: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

la, se o quiserem, e o juiz tiver por conve-niente ao menor.

Art. 445. Será destituído o tutor, quandonegligente, prevaricador ou incurso em in-capacidade.

Capítulo II – Da Curatela

Seção I – Disposições Gerais

Art. 446. Estão sujeitos à curatela:I – os loucos de todo o gênero;II – os surdos-mudos, sem educação queos habilite a enunciar precisamente a suavontade;III – os pródigos.

Art. 447. A interdição deve ser promovi-da:I – pelo pai, mãe, ou tutor;II – pelo cônjuge, ou algum parente próxi-mo;III – pelo Ministério Público.

Art. 448. O Ministério Público só promo-verá a interdição:I – no caso de loucura furiosa;II – se não existir, ou não promover a in-terdição alguma das pessoas designadasno artigo antecedente, nos I e II;III – se, existindo, forem menores, ou in-capazes.

Art. 449. Nos casos em que a interdiçãofor promovida pelo Ministério Público, ojuiz nomeará defensor ao suposto inca-

visto neste artigo, se o quiser e o juiz jul-gar conveniente ao menor.

Art. 1.766. Será destituído o tutor, quan-do negligente, prevaricador ou incurso emincapacidade.

Capítulo II – Da Curatela

Seção I – Dos Interditos

Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela:I – aqueles que, por enfermidade ou defi-ciência mental, não tiverem o necessáriodiscernimento para os atos da vida civil;II – aqueles que, por outra causa duradou-ra, não puderem exprimir a sua vontade;III – os deficientes mentais, os ébrios ha-bituais e os viciados em tóxicos;IV – os excepcionais sem completo de-senvolvimento mental;V – os pródigos.

Art. 1.768. A interdição deve ser promovi-da:I – pelos pais ou tutores;II – pelo cônjuge, ou por qualquer paren-te;III – pelo Ministério Público.

Art. 1.769. O Ministério Público só pro-moverá interdição:I – em caso de doença mental grave;II – se não existir ou não promover a inter-dição alguma das pessoas designadas nosincisos I e II do artigo antecedente;III – se, existindo, forem incapazes as pes-soas mencionadas no inciso antecedente.

Art. 1.770. Nos casos em que a interdiçãofor promovida pelo Ministério Público, ojuiz nomeará defensor ao suposto inca-

Page 495: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

paz. Nos demais casos o Ministério Pú-blico será o defensor.

Art. 450. Antes de se pronunciar acercada interdição, examinará pessoalmente ojuiz o argüido de incapacidade, ouvindoprofissionais.

Art. 451. Pronunciada a interdição do sur-do-mudo, o juiz assinará, segundo o de-senvolvimento mental do interdito, os li-mites da curatela.

Art. 452. A sentença que declara a interdi-ção produz efeitos desde logo, embora su-jeita a recurso.

Art. 453. Decretada a interdição, fica o in-terdito sujeito à curatela, à qual se aplicao disposto no capítulo antecedente, coma restrição do artigo 451 e as modifica-ções dos artigos seguintes.

Art. 454. O cônjuge, não separado judici-almente, é, de direito, curador do outro,quando interdito.

§ 1o Na falta do cônjuge, é curador legíti-mo o pai; na falta deste, a mãe; e, na des-ta, o descendente maior.

§ 2o Entre os descendentes, os mais próxi-mos precedem aos mais remotos, e, dentreos do mesmo grau, os varões às mulheres.

§ 3o Na falta das pessoas mencionadas,compete ao juiz a escolha do curador.

paz; nos demais casos o Ministério Públi-co será o defensor.

Art. 1.771. Antes de pronunciar-se acercada interdição, o juiz, assistido por especi-alistas, examinará pessoalmente o argüi-do de incapacidade.

Art. 1.772. Pronunciada a interdição daspessoas a que se referem os incisos III eIV do art. 1.767, o juiz assinará, segundo oestado ou o desenvolvimento mental dointerdito, os limites da curatela, que po-derão circunscrever-se às restrições cons-tantes do art. 1.782.

Art. 1.773. A sentença que declara a inter-dição produz efeitos desde logo, emborasujeita a recurso.

Art. 1.774. Aplicam-se à curatela as dis-posições concernentes à tutela, com asmodificações dos artigos seguintes.

Art. 1.775. O cônjuge ou companheiro, nãoseparado judicialmente ou de fato, é, de di-reito, curador do outro, quando interdito.

§1o Na falta do cônjuge ou companheiro,é curador legítimo o pai ou a mãe; na faltadestes, o descendente que se demonstrarmais apto.

§ 2o Entre os descendentes, os mais pró-ximos precedem aos mais remotos.

§ 3o Na falta das pessoas mencionadasneste artigo, compete ao juiz a escolha docurador.

Page 496: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 455. Quando o curador for o cônjuge,não será obrigado a apresentar os balan-ços anuais, nem a fazer inventário, se oregime do casamento for o da comunhão,ou se os bens do incapaz se acharem des-critos em instrumento público, qualquerque seja o regime do casamento.§ 1o Se o curador for o marido, observar-se-á o disposto nos artigos 233 a 239.§ 2o Se a mulher for a curadora, observar-se-á o disposto no artigo 251, parágrafoúnico.§ 3o Se for o pai, ou mãe, não terá aplica-ção o disposto no artigo 435.

Art. 456. Havendo meio de educar o sur-do-mudo, o curador promover-lhe-á o in-gresso em estabelecimento apropriado.

Art. 457. Os loucos, sempre que parecerinconveniente conservá-los em casa, ouo exigir o seu tratamento, serão tambémrecolhidos em estabelecimento adequado.

Art. 458. A autoridade do curador esten-de-se à pessoa e bens dos filhos docuratelado, nascidos ou nascituros.

Seção III – Da Curatela do Nascituro

Art. 462. Dar-se-á curador ao nascituro,se o pai falecer, estando a mulher grávida,e não tendo o pátrio poder.

Parágrafo único. Se a mulher estiver inter-dita, seu curador será o do nascituro.

Art. 1.776. Havendo meio de recuperar ointerdito, o curador promover-lhe-á o tra-tamento em estabelecimento apropriado.

Art. 1.777. Os interditos referidos nosincisos I, III e IV do art. 1.767 serão reco-lhidos em estabelecimentos adequados,quando não se adaptarem ao convíviodoméstico.

Art. 1.778. A autoridade do curador es-tende-se à pessoa e aos bens dos filhosdo curatelado, observado o art. 5o.

Seção II – Da Curatela do Nascituro e doEnfermo ou Portador de Deficiência Física

Art. 1.779. Dar-se-á curador ao nascituro,se o pai falecer estando grávida a mulher,e não tendo o poder familiar.

Parágrafo único. Se a mulher estiver inter-dita, seu curador será o do nascituro.

Art. 1.780. A requerimento do enfermo ouportador de deficiência física, ou, na im-possibilidade de fazê-lo, de qualquer das

Page 497: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Seção II – Dos Pródigos

Art. 459. A interdição do pródigo só o pri-vará de, sem curador, emprestar, transigir,dar quitação, alienar, hipotecar, demandarou ser demandado e praticar, em geral, atosque não sejam de mera administração.

Art. 460. O pródigo só incorrerá em inter-dição, havendo cônjuge, ou tendo ascen-dentes ou descendentes legítimos, que apromovam.

Art. 461. Levantar-se-á a interdição, ces-sando a incapacidade, que a determinou,ou não existindo mais os parentes desig-nados no artigo anterior.

Livro IV – Do Direito das Sucessões

Título I – Da Sucessão em Geral

Capítulo I – Disposições Gerais

Art. 1.572. Aberta a sucessão, o domínioe a posse da herança transmitem-se, des-de logo, aos herdeiros legítimos testamen-tários.

pessoas a que se refere o art. 1.768, dar-se-lhe-á curador para cuidar de todos oualguns de seus negócios ou bens.

Seção III – do Exercício da Curatela

Art. 1.781. As regras a respeito do exercícioda tutela aplicam-se ao da curatela, com arestrição do art. 1.772 e as desta Seção.

Art. 1.782. A interdição do pródigo só o pri-vará de, sem curador, emprestar, transigir,dar quitação, alienar, hipotecar, demandarou ser demandado, e praticar, em geral, osatos que não sejam de mera administração.

Art. 1.783. Quando o curador for o cônju-ge e o regime de bens do casamento forde comunhão universal, não será obriga-do à prestação de contas, salvo determi-nação judicial.

Livro V – Do Direito das Sucessões

Título I – Da Sucessão em Geral

Capítulo I – Disposições Gerais

Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herançatransmite-se, desde logo, aos herdeiroslegítimos e testamentários.

Page 498: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.573. A sucessão dá-se por disposi-ção de última vontade, ou em virtude da lei.

Art. 1.574 . Morrendo a pessoa sem testa-mento, transmite-se a herança a seus her-deiros legítimos. Ocorrerá outro tantoquanto aos bens que não forem compre-endidos no testamento.

Art. 1.575. Também subsiste a sucessãolegítima se o testamento caducar, ou forjulgado nulo.

Art. 1.576. Havendo herdeiros necessári-os, o testador só poderá dispor da meta-de da herança.

Art. 1.577. A capacidade para suceder é ado tempo da abertura da sucessão, quese regulará conforme a lei então em vigor.

Art. 1.785. A sucessão abre-se no lugardo último domicílio do falecido.

Art. 1.786. A sucessão dá-se por lei oupor disposição de última vontade.

Art. 1.787. Regula a sucessão e alegitimação para suceder a lei vigente aotempo da abertura daquela.

Art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testa-mento, transmite a herança aos herdeiroslegítimos; o mesmo ocorrerá quanto aosbens que não forem compreendidos notestamento; e subsiste a sucessão legíti-ma se o testamento caducar, ou for julga-do nulo.

Art. 1.789. Havendo herdeiros necessári-os, o testador só poderá dispor da meta-de da herança.

Art. 1.790. A companheira ou o compa-nheiro participará da sucessão do outro,quanto aos bens adquiridos onerosamen-te na vigência da união estável, nas con-dições seguintes:I – se concorrer com filhos comuns, terádireito a uma quota equivalente à que porlei for atribuída ao filho;II – se concorrer com descendentes só doautor da herança, tocar-lhe-á a metade doque couber a cada um daqueles;III – se concorrer com outros parentessucessíveis, terá direito a um terço da he-rança;

Page 499: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Capítulo II – Da Transmissão da Herança

IV – não havendo parentes sucessíveis,terá direito à totalidade da herança.

Capítulo II – Da Herança e de sua Admi-nistração

Art. 1.791. A herança defere-se como umtodo unitário, ainda que vários sejam osherdeiros.

Parágrafo único. Até a partilha, o direitodos co-herdeiros, quanto à propriedade eposse da herança, será indivisível, e re-gular-se-á pelas normas relativas ao con-domínio.

Art. 1.792. O herdeiro não responde porencargos superiores às forças da heran-ça; incumbe-lhe, porém, a prova do ex-cesso, salvo se houver inventário que aescuse, demostrando o valor dos bensherdados.

Art. 1.793. O direito à sucessão aberta,bem como o quinhão de que disponha oco-herdeiro, pode ser objeto de cessãopor escritura pública.§ 1o Os direitos, conferidos ao herdeiro emconseqüência de substituição ou de direi-to de acrescer, presumem-se não abrangi-dos pela cessão feita anteriormente.§ 2o É ineficaz a cessão, pelo co-herdeiro, deseu direito hereditário sobre qualquer bemda herança considerado singularmente.§ 3o Ineficaz é a disposição, sem préviaautorização do juiz da sucessão, por qual-quer herdeiro, de bem componente doacervo hereditário, pendente aindivisibilidade.

Art. 1.794. O co-herdeiro não poderá ce-der a sua quota hereditária a pessoa es-

Page 500: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.578. A sucessão abre-se no lugardo último domicílio do falecido.

Art. 1.579. Ao cônjuge sobrevivente, nocasamento celebrado sob o regime da co-munhão de bens, cabe continuar até apartilha na posse da herança com o cargode cabeça do casal.§ 1o Se, porém, o cônjuge sobrevivo for amulher, será mister, para isso, que estives-se vivendo com o marido ao tempo de suamorte, salvo prova de que essa convivên-cia se tornou impossível sem culpa dela.§ 2o Na falta de cônjuge sobrevivente, anomeação de inventariante recairá no co-herdeiro que se achar na posse corporal ena administração dos bens. Entre co-her-deiros a preferência se graduará pela ido-neidade.§ 3o Na falta de cônjuge ou de herdeiro,será inventariante o testamenteiro.

tranha à sucessão, se outro co-herdeiro aquiser, tanto por tanto.

Art. 1.795. O co-herdeiro, a quem não seder conhecimento da cessão, poderá, de-positado o preço, haver para si a quotacedida a estranho, se o requerer até centoe oitenta dias após a transmissão.Parágrafo único. Sendo vários os co-her-deiros a exercer a preferência, entre elesse distribuirá o quinhão cedido, na pro-porção das respectivas quotas hereditá-rias.

Art. 1.796. No prazo de trinta dias, a con-tar da abertura da sucessão, instaurar-se-á inventário do patrimônio hereditário,perante o juízo competente no lugar dasucessão, para fins de liquidação e, quan-do for o caso, de partilha da herança.

Page 501: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.580. Sendo chamadas simultaneamen-te, a uma herança, duas ou mais pessoas,será indivisível o seu direito quanto à pos-se e ao domínio, até se ultimar a partilha.Parágrafo único. Qualquer dos co-herdei-ros pode reclamar a universalidade da he-rança ao terceiro, que indevidamente apossua, não podendo este opor-lhe, emexceção, o caráter parcial do seu direitonos bens da sucessão

Art. 1.797. Até o compromisso doinventariante, a administração da heran-ça caberá, sucessivamente:I – ao cônjuge ou companheiro, se com ooutro convivia ao tempo da abertura dasucessão;II – ao herdeiro que estiver na posse eadministração dos bens, e, se houver maisde um nessas condições, ao mais velho;III – ao testamenteiro;IV – a pessoa de confiança do juiz, nafalta ou escusa das indicadas nos incisosantecedentes, ou quando tiverem de serafastadas por motivo grave levado aoconhecimento do juiz.

Capítulo III – Da Vocação Hereditária

Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pes-soas nascidas ou já concebidas no mo-mento da abertura da sucessão.

Art. 1.799. Na sucessão testamentáriapodem ainda ser chamados a suceder:I – os filhos, ainda não concebidos, depessoas indicadas pelo testador, desdeque vivas estas ao abrir-se a sucessão;II – as pessoas jurídicas;III – as pessoas jurídicas, cuja organiza-ção for determinada pelo testador sob aforma de fundação.

Page 502: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.800. No caso do inciso I do artigoantecedente, os bens da herança serãoconfiados, após a liquidação ou partilha,a curador nomeado pelo juiz.§ 1o Salvo disposição testamentária emcontrário, a curatela caberá à pessoa cujofilho o testador esperava ter por herdeiro,e, sucessivamente, às pessoas indicadasno art. 1.775.§ 2o Os poderes, deveres e responsabili-dades do curador, assim nomeado, regem-se pelas disposições concernentes àcuratela dos incapazes, no que couber.§ 3o Nascendo com vida o herdeiro espe-rado, ser-lhe-á deferida a sucessão, comos frutos e rendimentos relativos à deixa,a partir da morte do testador.§ 4o Se, decorridos dois anos após a aber-tura da sucessão, não for concebido oherdeiro esperado, os bens reservados,salvo disposição em contrário do testa-dor, caberão aos herdeiros legítimos.

Art. 1.801. Não podem ser nomeados her-deiros nem legatários:I – a pessoa que, a rogo, escreveu o testa-mento, nem o seu cônjuge ou companhei-ro, ou os seus ascendentes e irmãos;II – as testemunhas do testamento;III – o concubino do testador casado, sal-vo se este, sem culpa sua, estiver separadode fato do cônjuge há mais de cinco anos;IV – o tabelião, civil ou militar, ou o co-mandante ou escrivão, perante quem sefizer, assim como o que fizer ou aprovar otestamento.

Art. 1.802. São nulas as disposições tes-tamentárias em favor de pessoas não le-gitimadas a suceder, ainda quando simu-ladas sob a forma de contrato oneroso,ou feitas mediante interposta pessoa.

Page 503: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Capítulo III – Da Aceitação e Renúncia daHerança

Art. 1.581. A aceitação da herança podeser expressa ou tácita; a renúncia, porém,deverá constar, expressamente, de escri-tura pública, ou termo judicial.

§ 1o É expressa a aceitação, quando se fazpor declaração escrita; tácita, quando re-sulta de atos compatíveis somente com ocaráter de herdeiros.

§ 2o Não exprimem aceitação da herançaos atos oficiosos, como o funeral do fina-do, os meramente conservatórios, ou osde administração e guarda interina.

Art. 1.582. Havendo testamento, obser-var-se-á o disposto no artigo anteceden-te:

Parágrafo único. Presumem-se pessoasinterpostas os ascendentes, os descen-dentes, os irmãos e o cônjuge ou compa-nheiro do não legitimado a suceder.

Art. 1.803. É lícita a deixa ao filho doconcubino, quando também o for do tes-tador.

Capítulo IV – Da Aceitação e Renúncia daHerança

Art. 1.804. Aceita a herança, torna-se de-finitiva a sua transmissão ao herdeiro,desde a abertura da sucessão.Parágrafo único. A transmissão tem-se pornão verificada quando o herdeiro renun-cia à herança.

Art. 1.805. A aceitação da herança, quan-do expressa, faz-se por declaração escri-ta; quando tácita, há de resultar tão-so-mente de atos próprios da qualidade deherdeiro.

§ 1o Não exprimem aceitação de herançaos atos oficiosos, como o funeral do fina-do, os meramente conservatórios, ou osde administração e guarda provisória.

§ 2o Não importa igualmente aceitação acessão gratuita, pura e simples, da heran-ça, aos demais co-herdeiros.

Page 504: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.806. A renúncia da herança deveconstar expressamente de instrumentopúblico ou termo judicial.

Art. 1.807. O interessado em que o herdei-ro declare se aceita, ou não, a herança,poderá, vinte dias após aberta a suces-são, requerer ao juiz prazo razoável, nãomaior de trinta dias, para, nele, se pronun-ciar o herdeiro, sob pena de se haver aherança por aceita.

Art. 1.808. Não se pode aceitar ou renun-ciar a herança em parte, sob condição oua termo.

§ 1o O herdeiro, a quem se testarem lega-dos, pode aceitá-los, renunciando a he-rança; ou, aceitando-a, repudiá-los.

§ 2o O herdeiro, chamado, na mesma su-cessão, a mais de um quinhão hereditário,sob títulos sucessórios diversos, pode li-

I – se o falecido não deixar o cônjuge, ouherdeiros descendentes ou ascendentes;II – se o herdeiro nomeado não existir, ounão aceitar a herança;III – se, em qualquer dos casos previstosnos dois números antecedentes, não hou-ver colateral sucessível, notoriamenteconhecido;IV – se, verificada alguma das hipótesesdos três números anteriores, não houvertestamenteiro nomeado, o nomeado nãoexistir, ou não aceitar a testamentaria.

Art. 1.584. O interessado em que o herdei-ro declare se aceita, ou não, a herança,poderá, vinte dias depois de aberta a su-cessão, requerer ao juiz prazo razoável nãomaior de trinta dias, para, dentro nele, sepronunciar o herdeiro, sob pena de sehaver a herança por aceita.

Art. 1.583. Não se pode aceitar ou renun-ciar a herança em parte, sob condição, oua termo; mas o herdeiro, a quem se testa-rem legados, pode aceitá-los, renuncian-do à herança, ou, aceitando-a, repudiá-los.

Art. 1.583. Não se pode aceitar ou renun-ciar a herança em parte, sob condição, oua termo; mas o herdeiro, a quem se testa-rem legados, pode aceitá-los, renuncian-do à herança, ou, aceitando-a, repudiá-los.

Page 505: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

vremente deliberar quanto aos quinhõesque aceita e aos que renuncia.

Art. 1.809. Falecendo o herdeiro antes dedeclarar se aceita a herança, o poder deaceitar passa-lhe aos herdeiros, a menosque se trate de vocação adstrita a umacondição suspensiva, ainda nãoverificada.

Parágrafo único. Os chamados à suces-são do herdeiro falecido antes da aceita-ção, desde que concordem em receber asegunda herança, poderão aceitar ou re-nunciar a primeira.

Art. 1.810. Na sucessão legítima, a parte dorenunciante acresce à dos outros herdei-ros da mesma classe e, sendo ele o únicodesta, devolve-se aos da subseqüente.

Art. 1.811. Ninguém pode suceder, repre-sentando herdeiro renunciante. Se, porém,ele for o único legítimo da sua classe, ouse todos os outros da mesma classe re-nunciarem a herança, poderão os filhosvir à sucessão, por direito próprio, e porcabeça.

Art. 1.812. São irrevogáveis os atos deaceitação ou de renúncia da herança.

Art. 1.813. Quando o herdeiro prejudicaros seus credores, renunciando à herança,

Art. 1.585. Falecendo o herdeiro, antes dedeclarar se aceita a herança, o direito deaceitar passa-lhe aos herdeiros, a menosque se trate de instituição adstrita a umacondição suspensiva, ainda nãoverificada.

Art. 1.589. Na sucessão legítima, a parte dorenunciante acresce à dos outros herdei-ros da mesma classe, e, sendo ele o únicodesta, devolve-se os da subseqüente.

Art. 1.590. É retratável a renúncia, quan-do proveniente de violência, erro ou dolo,ouvidos os interessados. A aceitaçãopode retratar-se, se não resultar prejuízoa credores, sendo lícito a estes, no casocontrário, reclamar a providência referidano artigo 1.586.

Art. 1.588. Ninguém pode suceder, repre-sentando herdeiro renunciante. Se, porém,ele for o único legítimo de sua classe, ouse todos os outros da mesma classe re-nunciarem à herança, poderão os filhosvir à sucessão, por direito próprio, e porcabeça.

Art. 1.586. Quando o herdeiro prejudicaros seus credores, renunciando à herança,

Page 506: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

poderão eles, com autorização do juiz,aceitá-la em nome do renunciante.

§ 1o A habilitação dos credores se fará noprazo de trinta dias seguintes ao conheci-mento do fato.

§ 2o Pagas as dívidas do renunciante, pre-valece a renúncia quanto ao remanescen-te, que será devolvido aos demais herdei-ros.

Capítulo V – Dos Excluídos da Sucessão

Art. 1.814. São excluídos da sucessão osherdeiros ou legatários:I – que houverem sido autores, co-auto-res ou partícipes de homicídio doloso, outentativa deste, contra a pessoa de cujasucessão se tratar, seu cônjuge, compa-nheiro, ascendente ou descendente;II – que houverem acusado caluniosamen-te em juízo o autor da herança ou incorre-rem em crime contra a sua honra, ou deseu cônjuge ou companheiro;III – que, por violência ou meios fraudu-lentos, inibirem ou obstarem o autor daherança de dispor livremente de seus benspor ato de última vontade.

poderão eles, com autorização do juiz,aceitá-la em nome do renunciante. Nessecaso, e depois de pagas as dívidas do re-nunciante, o remanescente será devolvi-do aos outros herdeiros.

Art. 1.586. Quando o herdeiro prejudicaros seus credores, renunciando à herança,poderão eles, com autorização do juiz,aceitá-la em nome do renunciante. Nessecaso, e depois de pagas as dívidas do re-nunciante, o remanescente será devolvi-do aos outros herdeiros.

Art. 1.587. O herdeiro não responde porencargos superiores às forças da herança;incumbe-lhe, porém, a prova do excesso,salvo se existir inventário, que a escuse,demosntrando o valor dos bens herdados.

Capítulo V – Dos Que não Podem Suce-der

Art. 1.595. São excluídos da sucessão osherdeiros, ou legatários:I – que houverem sido autores ou cúmpli-ces em crime de homicídio voluntário, outentativa deste, contra a pessoa de cujasucessão se tratar;II – que a acusaram caluniosamente emjuízo, ou incorreram em crime contra a suahonra;III – que, por violência ou fraude, a inibi-ram de livremente dispor dos seus bens emtestamento ou codicilo, ou lhe obstaram aexecução dos atos de última vontade.

Page 507: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.815. A exclusão do herdeiro ou le-gatário, em qualquer desses casos de in-dignidade, será declarada por sentença.Parágrafo único. O direito de demandar aexclusão do herdeiro ou legatário extin-gue-se em quatro anos, contados da aber-tura da sucessão.

Art. 1.816. São pessoais os efeitos da ex-clusão; os descendentes do herdeiro ex-cluído sucedem, como se ele morto fosseantes da abertura da sucessão.

Parágrafo único. O excluído da sucessãonão terá direito ao usufruto ou à adminis-tração dos bens que a seus sucessorescouberem na herança, nem à sucessãoeventual desses bens.

Art. 1.817. São válidas as alienações one-rosas de bens hereditários a terceiros deboa-fé, e os atos de administração legal-mente praticados pelo herdeiro, antes dasentença de exclusão; mas aos herdeirossubsiste, quando prejudicados, o direitode demandar-lhe perdas e danos.

Parágrafo único. O excluído da sucessãoé obrigado a restituir os frutos e rendi-mentos que dos bens da herança houverpercebido, mas tem direito a ser indenizadodas despesas com a conservação deles.

Art. 1.818. Aquele que incorreu em atosque determinem a exclusão da herançaserá admitido a suceder, se o ofendido o

Art. 1.596. A exclusão do herdeiro, ou le-gatário, em qualquer desses casos de in-dignidade, será declarada por sentença,em ação ordinária, movida por quem te-nha interesse na sucessão.

Art. 1.599. São pessoais os efeitos da ex-clusão. Os descendentes do herdeiro ex-cluído sucedem, como se ele morto fosse.

Art. 1.601. O herdeiro excluído terá direitoa reclamar indenização por quaisquer des-pesas feitas com a conservação dos benshereditários, e cobrar os créditos que lheassistam contra a herança.

Art. 1.602. O excluído da sucessão nãoterá direito ao usufruto e à administraçãodos bens, que a seus filhos couberem naherança, ou à sucessão eventual dessesbens.

Art. 1.600. São válidas as alienações debens hereditários, e os atos de adminis-tração legalmente praticados pelo herdei-ro excluído, antes da sentença de exclu-são; mas aos co-herdeiros subsiste, quan-do prejudicados, o direito a demandar-lheperdas e danos.

Art. 1.598. O excluído da sucessão é obri-gado a restituir os frutos e rendimentos quedos bens da herança houver percebido.

Art. 1.597. O indivíduo incurso em atosque determinem a exclusão da herança aela será, não obstante, admitido, se a pes-

Page 508: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

tiver expressamente reabilitado em testa-mento, ou em outro ato autêntico.

Parágrafo único. Não havendo reabilita-ção expressa, o indigno, contemplado emtestamento do ofendido, quando o testa-dor, ao testar, já conhecia a causa da in-dignidade, pode suceder no limite da dis-posição testamentária.

Capítulo VI – Da Herança Jacente

Art. 1.819. Falecendo alguém sem deixartestamento nem herdeiro legítimo notori-amente conhecido, os bens da herança,depois de arrecadados, ficarão sob a guar-da e administração de um curador, até asua entrega ao sucessor devidamentehabilitado ou à declaração de sua vacân-cia.

Art. 1.820. Praticadas as diligências dearrecadação e ultimado o inventário, se-

soa ofendida, cujo herdeiro ele for, assim oresolveu por ato autêntico, ou testamento.

Capítulo IV – Da Herança Jacente

Art. 1.591. Não havendo testamento, a he-rança é jacente, e ficará sob a guarda, con-servação e administração de um curador:I – se o falecido não deixar cônjuge, nemherdeiro descendente ou ascendente, nemcolateral sucessível, notoriamente conhe-cido;II – se os herdeiros, descendentes ou as-cendentes, renunciarem à herança, e nãohouver cônjuge, ou colateral sucessível,notoriamente conhecido.

Art. 1.592. Havendo testamento, obser-var-se-á o disposto no artigo antece-dente:I – se o falecido não deixar cônjuge, ouherdeiros descendentes ou ascendentes;II – se o herdeiro nomeado não existir, ounão aceitar a herança;III – se, em qualquer dos casos previstosnos dois números antecedentes, não hou-ver colateral sucessível, notoriamenteconhecido;IV – se, verificada alguma das hipótesesdos três números anteriores, não houvertestamenteiro nomeado, o nomeado nãoexistir, ou não aceitar a testamentaria.

Art. 1.593. Serão declarados vacantes osbens da herança jacente, se, praticadas

Page 509: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

rão expedidos editais na forma da lei pro-cessual, e, decorrido um ano de sua pri-meira publicação, sem que haja herdeirohabilitado, ou penda habilitação, será aherança declarada vacante.

Art. 1.821. É assegurado aos credores odireito de pedir o pagamento das dívidasreconhecidas, nos limites das forças daherança.

Art. 1.822. A declaração de vacância daherança não prejudicará os herdeiros quelegalmente se habilitarem; mas, decorri-dos cinco anos da abertura da sucessão,os bens arrecadados passarão ao domí-nio do Município ou do Distrito Federal,se localizados nas respectivas circunscri-ções, incorporando-se ao domínio daUnião quando situados em território fe-deral.

Parágrafo único. Não se habilitando até adeclaração de vacância, os colaterais fi-carão excluídos da sucessão.

Art. 1.823. Quando todos os chamados asuceder renunciarem à herança, será estadesde logo declarada vacante.

Capítulo VII – Da Petição de Herança

Art. 1.824. O herdeiro pode, em ação depetição de herança, demandar o reconhe-cimento de seu direito sucessório, paraobter a restituição da herança, ou de par-te dela, contra quem, na qualidade de her-deiro, ou mesmo sem título, a possua.

Art. 1.825. A ação de petição de herança,ainda que exercida por um só dos herdei-

todas as diligências legais, não aparece-rem herdeiros.Parágrafo único. Esta declaração não sefará senão um ano depois de concluído oinventário.

Art. 1.594. A declaração de vacância daherança não prejudicará os herdeiros quelegalmente se habilitarem; mas, decorri-dos cinco anos da abertura da sucessão,os bens arrecadados passarão ao domí-nio do Município ou do Distrito Federal,se localizados nas respectivas circunscri-ções, incorporando-se ao domínio daUnião, quando situados em território fe-deral.

Parágrafo único. Se não forem notoria-mente conhecidos, os colaterais ficarãoexcluídos da sucessão legítima após adeclaração de vacância.

Page 510: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

ros, poderá compreender todos os benshereditários.

Art. 1.826. O possuidor da herança estáobrigado à restituição dos bens do acer-vo, fixando-se-lhe a responsabilidade se-gundo a sua posse, observado o dispos-to nos arts. 1.214 a 1.222.Parágrafo único. A partir da citação, a res-ponsabilidade do possuidor se há de afe-rir pelas regras concernentes à posse demá-fé e à mora.

Art. 1.827. O herdeiro pode demandar osbens da herança, mesmo em poder de ter-ceiros, sem prejuízo da responsabilidadedo possuidor originário pelo valor dosbens alienados.Parágrafo único. São eficazes as aliena-ções feitas, a título oneroso, pelo herdei-ro aparente a terceiro de boa-fé.

Art. 1.828. O herdeiro aparente, que deboa-fé houver pago um legado, não estáobrigado a prestar o equivalente ao ver-dadeiro sucessor, ressalvado a este odireito de proceder contra quem o rece-beu.

Título II – Da Sucessão Legítima

Capítulo I – Da Ordem da Vocação Here-ditária

Art. 1.829. A sucessão legítima defere-sena ordem seguinte:I – aos descendentes, em concorrênciacom o cônjuge sobrevivente, salvo secasado este com o falecido no regime dacomunhão universal, ou no da separaçãoobrigatória de bens (art. 1.640, parágrafoúnico); ou se, no regime da comunhão

Título II – Da Sucessão Legítima

Capítulo I – Da Ordem da Vocação Here-ditária

Art. 1.603. A sucessão legítima defere-sena ordem seguinte:I – aos descendentes;II – aos ascendentes;III – ao cônjuge sobrevivente;IV – aos colaterais;V – aos Municípios, ao Distrito Federalou à União.

Page 511: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

parcial, o autor da herança não houverdeixado bens particulares;II – aos ascendentes, em concorrência como cônjuge;III – ao cônjuge sobrevivente;IV – aos colaterais.

Art. 1.830. Somente é reconhecido direitosucessório ao cônjuge sobrevivente se,ao tempo da morte do outro, não estavamseparados judicialmente, nem separadosde fato há mais de dois anos, salvo prova,neste caso, de que essa convivência setornara impossível sem culpa do sobrevi-vente.

Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qual-quer que seja o regime de bens, será asse-gurado, sem prejuízo da participação quelhe caiba na herança, o direito real de ha-bitação relativamente ao imóvel destina-do à residência da família, desde que sejao único daquela natureza a inventariar.

Art. 1.832. Em concorrência com os des-cendentes (art. 1.829, inciso I) caberá aocônjuge quinhão igual ao dos que suce-derem por cabeça, não podendo a suaquota ser inferior à quarta parte da heran-ça, se for ascendente dos herdeiros comque concorrer.

Art. 1.833. Entre os descendentes, os emgrau mais próximo excluem os mais remo-tos, salvo o direito de representação.

Art. 1.834. Os descendentes da mesmaclasse têm os mesmos direitos à suces-são de seus ascendentes.

Art. 1.835. Na linha descendente, os fi-lhos sucedem por cabeça, e os outros

Art. 1.604. Na linha descendente, os fi-lhos sucedem por cabeça, e os outros des-

Page 512: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

descendentes, por cabeça ou por estirpe,conforme se achem ou não no mesmo grau.

Art. 1.836. Na falta de descendentes,são chamados à sucessão os ascen-dentes, em concorrência com o cônju-ge sobrevivente.

§ 1o Na classe dos ascendentes, o graumais próximo exclui o mais remoto, semdistinção de linhas.

§ 2o Havendo igualdade em grau e diver-sidade em linha, os ascendentes da linhapaterna herdam a metade, cabendo a ou-tra aos da linha materna.

Art. 1.837. Concorrendo com ascendenteem primeiro grau, ao cônjuge tocará umterço da herança; caber-lhe-á a metadedesta se houver um só ascendente, ou semaior for aquele grau.

cendentes, por cabeça ou por estirpe, con-forme se achem, ou não, no mesmo grau.

Art. 1.605. Para os efeitos da sucessão,aos filhos legítimos se equiparam os legi-timados, os naturais reconhecidos e osadotivos.§ 2o Ao filho adotivo, se concorrer comlegítimos, supervenientes à adoção, to-cará somente metade da herança cabívela cada um deles.

Art. 1.606. Não havendo herdeiros da clas-se dos descendentes, são chamados àsucessão os ascendentes.

Art. 1.607. Na classe dos ascendentes, ograu mais próximo exclui o mais remoto,sem distinção de linhas.

Art. 1.608. Havendo igualdade em grau ediversidade em linha, a herança partir-se-á entre as duas linhas meio pelo meio.

Art. 1.609. Falecendo sem descendênciao filho adotivo, se lhe sobrevierem os paise o adotante, àqueles tocará por inteiro aherança.Parágrafo único. Em falta dos pais, embo-ra haja outros ascendentes, devolve-se aherança ao adotante.

Art. 1.610. Quando o descendente ilegíti-mo tiver direito à sucessão do ascenden-

Page 513: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.838. Em falta de descendentes eascendentes, será deferida a sucessão porinteiro ao cônjuge sobrevivente.

Art. 1.839. Se não houver cônjuge sobre-vivente, nas condições estabelecidas noart. 1.830, serão chamados a suceder oscolaterais até o quarto grau.

Art. 1.840. Na classe dos colaterais, osmais próximos excluem os mais remotos,salvo o direito de representação concedi-do aos filhos de irmãos.

Art. 1.841. Concorrendo à herança do fa-lecido irmãos bilaterais com irmãos unila-terais, cada um destes herdará metade doque cada um daqueles herdar.

te, haverá direito o ascendente ilegítimo àsucessão do descendente.

Art. 1.611. à falta de descendentes ou as-cendentes será deferida a sucessão aocônjuge sobrevivente, se, ao tempo damorte do outro, não estava dissolvida asociedade conjugal.

§ 1o O cônjuge viúvo, se o regime de bensdo casamento não era o da comunhãouniversal, terá direito, enquanto durar aviuvez, ao usufruto da quarta parte dosbens do cônjuge falecido, se houver fi-lhos deste ou do casal, e à metade, se nãohouver filhos, embora sobrevivam ascen-dentes do de cujus.

§ 2o Ao cônjuge sobrevivente, casado sobregime da comunhão universal, enquantoviver e permanecer viúvo, será assegura-do, sem prejuízo da participação quelhe caiba na herança, o direito real dehabitação relativamente ao imóvel des-tinado à residência da família, desde queseja o único bem daquela natureza ainventariar.

Art. 1.612. Se não houver cônjuge sobre-vivente, ou ele incorrer na incapacidadedo artigo 1.611, serão chamados a suce-der os colaterais até o quarto grau

Art. 1.613. Na classe dos colaterais, osmais próximos excluem os mais remotos,salvo o direito de representação concedi-do aos filhos de irmãos.

Art. 1.614. Concorrendo à herança do fa-lecido irmãos bilaterais com irmãos unila-terais, cada um destes herdará metade doque cada um daqueles herdar.

Page 514: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.842. Não concorrendo à herança ir-mão bilateral, herdarão, em partes iguais,os unilaterais.

Art. 1.843. Na falta de irmãos, herdarãoos filhos destes e, não os havendo, ostios.

§ 1o Se concorrerem à herança somentefilhos de irmãos falecidos, herdarão porcabeça.

§ 2o Se concorrem filhos de irmãos bilate-rais com filhos de irmãos unilaterais, cadaum destes herdará a metade do que her-dar cada um daqueles.

§ 3o Se todos forem filhos de irmãos bila-terais, ou todos de irmãos unilaterais, her-darão por igual.

Art. 1.844. Não sobrevivendo cônjuge, oucompanheiro, nem parente algumsucessível, ou tendo eles renunciado aherança, esta se devolve ao Município ouao Distrito Federal, se localizada nas res-pectivas circunscrições, ou à União, quan-do situada em território federal.

Capítulo II – Dos Herdeiros Necessários

Art. 1.615. Se com tio ou tios concorreremfilhos de irmão unilateral ou bilateral, te-rão eles, por direito de representação, aparte que caberia ao pai ou à mãe, se vi-vessem.

Art. 1.616. Não concorrendo à herança ir-mão germano, herdarão, em partes iguaisentre si, os unilaterais.

Art. 1.617. Em falta de irmãos, herdarão osfilhos destes:

§ 1o Se só concorrerem à herança filhosde irmãos falecidos, herdarão por cabeça.

§ 2o Se concorrerem filhos de irmãos bila-terais, com filhos de irmãos unilaterais,cada um destes herdará a metade do queherdar cada um daqueles.

§ 3o Se todos forem filhos de irmãosgermanos, ou todos de irmãos unilaterais,herdarão todos por igual.

Art. 1.618. Não há direito de sucessãoentre o adotado e os parentes doadotante.

Art. 1.619. Não sobrevivendo cônjuge,nem parente algum sucessível, ou tendoeles renunciado à herança, esta se devol-ve ao Município ou ao Distrito Federal,se localizada nas respectivas circunscri-ções, ou à União, quando situada em ter-ritório federal.

Título III – Da Sucessão Testamentária

Capítulo XII – Dos Herdeiros Necessários

Page 515: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.721. O testador que tiver descen-dente ou ascendente sucessível, não po-derá dispor de mais da metade de seusbens; a outra pertencerá de pleno direitoao descendente e, em sua falta, ao ascen-dente, dos quais constitui a legítima, se-gundo o disposto neste Código.

Art. 1.722. Calcula-se a metade disponí-vel sobre o total dos bens existentes aofalecer o testador, abatidas as dívidas eas despesas do funeral.Parágrafo único. Calculam-se as legíti-mas sobre a soma que resultar, adicio-nando-se à metade dos bens que entãopossuía o testador a importância dasdoações por ele feitas aos seus descen-dentes.

Art. 1.723. Não obstante o direito reco-nhecido aos descendentes e ascenden-tes no artigo 1.721, pode o testador deter-minar a conversão dos bens da legítimaem outras espécies, prescrever-lhes aincomunicabilidade, confiá-los à livre ad-ministração da mulher herdeira, e estabe-lecer-lhes condições de inalienabilidadetemporária ou vitalícia. A cláusula deinalienabilidade, entretanto, não obstaráà livre disposição dos bens por testamen-to e, em falta deste, à sua transmissão,desembaraçados de qualquer ônus, aosherdeiros legítimos.

Art. 1.845. São herdeiros necessáriosos descendentes, os ascendentes e ocônjuge.

Art. 1.846. Pertence aos herdeiros neces-sários, de pleno direito, a metade dos bensda herança, constituindo a legítima.

Art. 1.847. Calcula-se a legítima sobre ovalor dos bens existentes na abertura dasucessão, abatidas as dívidas e as despe-sas do funeral, adicionando-se, em segui-da, o valor dos bens sujeitos a colação.

Art. 1.848. Salvo se houver justa causa,declarada no testamento, não pode o tes-tador estabelecer cláusula deinalienabilidade, impenhorabilidade, e de

Page 516: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.724. O herdeiro necessário, a quemo testador deixar a sua metade disponí-vel, ou algum legado, não perderá o direi-to à legítima.

Art. 1.725. Para excluir da sucessão o côn-juge ou os parentes colaterais, basta queo testador disponha do seu patrimônio,sem os contemplar.

Título II – Da Sucessão Legítima

Capítulo II – Do Direito de Representação

Art. 1.620. Dá-se o direito de representa-ção, quando a lei chama certos parentesdo falecido a suceder em todos os direi-tos, em que ele sucederia, se vivesse.

Art. 1.621. O direito de representação dá-se na linha reta descendente, mas nuncana ascendente.

Art. 1.622. Na linha transversal, só se dá odireito de representação em favor dos fi-lhos de irmãos do falecido, quando comirmão deste concorrerem.

Art. 1.623. Os representantes só podemherdar, como tais, o que herdaria o repre-sentado, se vivesse.

incomunicabilidade, sobre os bens da le-gítima.§ 1o Não é permitido ao testador estabele-cer a conversão dos bens da legítima emoutros de espécie diversa.§ 2o Mediante autorização judicial e ha-vendo justa causa, podem ser alienadosos bens gravados, convertendo-se o pro-duto em outros bens, que ficarão sub-ro-gados nos ônus dos primeiros.

Art. 1.849. O herdeiro necessário, a quemo testador deixar a sua parte disponível,ou algum legado, não perderá o direito àlegítima.

Art. 1.850. Para excluir da sucessão osherdeiros colaterais, basta que o testadordisponha de seu patrimônio sem os con-templar.

Capítulo III – Do Direito de Representação

Art. 1.851. Dá-se o direito de representa-ção, quando a lei chama certos parentesdo falecido a suceder em todos os direi-tos, em que ele sucederia, se vivo fosse.

Art. 1.852. O direito de representação dá-se na linha reta descendente, mas nuncana ascendente.

Art. 1.853. Na linha transversal, somentese dá o direito de representação em favordos filhos de irmãos do falecido, quandocom irmãos deste concorrerem.

Art. 1.854. Os representantes só podemherdar, como tais, o que herdaria o repre-sentado, se vivo fosse.

Page 517: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.855. O quinhão do representado par-tir-se-á por igual entre os representantes.

Art. 1.856. O renunciante à herança de umapessoa poderá representá-la na sucessãode outra.

Título III – Da Sucessão Testamentária

Capítulo I – Do Testamento em Geral

Art. 1.857. Toda pessoa capaz pode dis-por, por testamento, da totalidade dosseus bens, ou de parte deles, para depoisde sua morte.§ 1o A legítima dos herdeiros necessáriosnão poderá ser incluída no testamento.§ 2o São válidas as disposições testamen-tárias de caráter não patrimonial, ainda queo testador somente a elas se tenha limita-do.

Art. 1.858. O testamento é atopersonalíssimo, podendo ser mudado aqualquer tempo.

Art. 1.859. Extingue-se em cinco anos odireito de impugnar a validade do testa-mento, contado o prazo da data do seuregistro.

Capítulo II – Da Capacidade de Testar

Art. 1.624. O quinhão do representado par-tir-se-á por igual entre os representantes.

Art. 1.625. O renunciante à herança de umapessoa poderá representá-la na sucessãode outra.

Título III – Da Sucessão Testamentária

Capítulo I – Do Testamento em Geral

Art. 1.626. Considera-se testamento o atorevogável pelo qual alguém, de conformi-dade com a lei, dispõe, no todo ou emparte, do seu patrimônio, para depois dasua morte.

Capítulo II – Da Capacidade para FazerTestamento

Art. 1.627. São incapazes de testar:I – os menores de dezesseis anos;

Page 518: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.860. Além dos incapazes, não po-dem testar os que, no ato de fazê-lo, nãotiverem pleno discernimento.Parágrafo único. Podem testar os maioresde dezesseis anos.

Art. 1.861. A incapacidade supervenientedo testador não invalida o testamento,nem o testamento do incapaz se validacom a superveniência da capacidade.

Capítulo III – Das Formas Ordinárias doTestamento

Seção I – Disposições Gerais

Art. 1.862. São testamentos ordinários:I – o público;II – o cerrado;III – o particular.

Art. 1.863. É proibido o testamento con-juntivo, seja simultâneo, recíproco oucorrespectivo.

Seção II – Do Testamento Público

Art. 1.864. São requisitos essenciais dotestamento público:I – ser escrito por tabelião ou por seu subs-tituto legal em seu livro de notas, de acor-

II – os loucos de todo o gênero;III – os que, ao testar, não estejam em seuperfeito juízo;IV – os surdos-mudos, que não puderemmanifestar a sua vontade.

Art. 1.628. A incapacidade supervenientenão invalida o testamento eficaz, nem otestamento do incapaz se valida com asuperveniência da capacidade.

Capítulo III – Das Formas Ordinárias doTestamento

Seção I – Disposições Gerais

Art. 1.629. Este Código reconhece comotestamentos ordinários:I – o público;II – o cerrado;III – o particular.

Art. 1.630. É proibido o testamento con-juntivo, seja simultâneo, recíproco oucorrespectivo.

Art. 1.631. Não se admitem outros testa-mentos especiais, além dos contempladosneste Código.

Seção II – Do Testamento Público

Art. 1.632. São requisitos essenciais dotestamento público:I – que seja escrito por oficial público emseu livro de notas, de acordo com o dita-

Page 519: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

do com as declarações do testador, po-dendo este servir-se de minuta, notas ouapontamentos;II – lavrado o instrumento, ser lido em vozalta pelo tabelião ao testador e a duas tes-temunhas, a um só tempo; ou pelo testa-dor, se o quiser, na presença destas e dooficial;III – ser o instrumento, em seguida à leitu-ra, assinado pelo testador, pelas testemu-nhas e pelo tabelião.

Parágrafo único. O testamento públicopode ser escrito manualmente ou mecani-camente, bem como ser feito pela inser-ção da declaração de vontade em partesimpressas de livro de notas, desde querubricadas todas as páginas pelo testa-dor, se mais de uma.

Art. 1.865. Se o testador não souber, ounão puder assinar, o tabelião ou seusubstituto legal assim o declarará, as-sinando, neste caso, pelo testador, e, aseu rogo, uma das testemunhasinstrumentárias.

do ou as declarações do testador, em pre-sença de cinco testemunhas;II – que as testemunhas assistam a todo oato;III – que, depois de escrito, seja lido pelooficial, na presença do testador e das tes-temunhas, ou pelo testador, se o quiser,na presença destas e do oficial;IV – que, em seguida à leitura, seja o atoassinado pelo testador, pelas testemu-nhas e pelo oficial.

Parágrafo único. As declarações do tes-tador serão feitas na língua nacional.

Art. 1.633. Se o testador não souber, ounão puder assinar, o oficial assim o decla-rará, assinando, neste caso, pelo testa-dor, e a seu rogo, uma das testemunhasinstrumentárias.

Art. 1.634. O oficial público, especifican-do cada uma dessas formalidades, porta-rá por fé, no testamento, haverem sidotodas observadas.Parágrafo único. Se faltar, ou não se men-cionar alguma delas, será nulo o testamen-to, respondendo o oficial público civil ecriminalmente.

Art. 1.635. Considera-se habilitado a tes-tar publicamente aquele que puder fazerde viva voz as suas declarações, e verifi-

Page 520: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.866. O indivíduo inteiramente sur-do, sabendo ler, lerá o seu testamento, e,se não o souber, designará quem o leia emseu lugar, presentes as testemunhas.

Art. 1.867. Ao cego só se permite o testa-mento público, que lhe será lido, em vozalta, duas vezes, uma pelo tabelião ou porseu substituto legal, e a outra por umadas testemunhas, designada pelo testa-dor, fazendo-se de tudo circunstanciadamenção no testamento.

Seção III – Do Testamento Cerrado

Art. 1.868. O testamento escrito pelo tes-tador, ou por outra pessoa, a seu rogo, epor aquele assinado, será válido se apro-vado pelo tabelião ou seu substituto le-gal, observadas as seguintes formalida-des:I – que o testador o entregue ao tabeliãoem presença de duas testemunhas;II – que o testador declare que aquele é oseu testamento e quer que seja aprova-do;III – que o tabelião lavre, desde logo, oauto de aprovação, na presença de duastestemunhas, e o leia, em seguida, ao tes-tador e testemunhas;IV – que o auto de aprovação seja assina-do pelo tabelião, pelas testemunhas e pelotestador.

car, pela sua leitura, haverem sido fielmen-te exaradas.

Art. 1.636. O indivíduo inteiramente sur-do, sabendo ler, lerá o seu testamento, e,se o não souber, designará quem o leia emseu lugar, presentes as testemunhas.

Art. 1.637. Ao cego só se permite o testa-mento público, que lhe será lido, em altavoz, duas vezes, uma pelo oficial, e a ou-tra por uma das testemunhas designadaspelo testador, fazendo-se de tudo circuns-tanciada menção no testamento.

Seção III – Do Testamento Cerrado

Art. 1.638. São requisitos essenciais dotestamento cerrado:I – que seja escrito pelo testador, ou poroutra pessoa, a seu rogo;II – que seja assinado pelo testador;III – que não sabendo, ou não podendo otestador assinar, seja assinado pela pes-soa que lho escreveu;IV – que o testador o entregue ao oficialem presença, quando menos, de cinco tes-temunhas;V – que o oficial, perante as testemunhas,pergunte ao testador se aquele é seu tes-tamento, e quer que seja aprovado, quan-do o testador não se tenha antecipado emdeclará-lo;VI – que para logo, em presença das tes-temunhas, o oficial exare o auto de apro-vação, declarando nele que o testador lheentregou o testamento e o tinha por seu,bom, firme e vailoso;VII – que imediatamente depois da suaúltima palavra comece o instrumento deaprovação;

Page 521: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Parágrafo único. O testamento cerradopode ser escrito mecanicamente, desdeque seu subscritor numere e autentique,com a sua assinatura, todas as paginas.

Art. 1.869. O tabelião deve começar o autode aprovação imediatamente depois daúltima palavra do testador, declarando,sob sua fé, que o testador lhe entregoupara ser aprovado na presença das teste-munhas; passando a cerrar e coser o ins-trumento aprovado.Parágrafo único. Se não houver espaçona última folha do testamento, para inícioda aprovação, o tabelião aporá nele o seusinal público, mencionando a circunstân-cia no auto.

Art. 1.870. Se o tabelião tiver escrito o tes-tamento a rogo do testador, poderá, nãoobstante, aprová-lo.

Art. 1.871. O testamento pode ser escritoem língua nacional ou estrangeira, pelopróprio testador, ou por outrem, a seu rogo.

VIII – que, não sendo isto possível, porfalta absoluta de espaço na última folhaescrita, o oficial ponha nele o seu sinalpúblico e assim o declare no instrumento;IX – que o instrumento ou auto de apro-vação seja lido pelo oficial, assinando ele,as testemunhas e o testador, se souber epuder;X – que, não sabendo, ou não podendo otestador assinar, assine por ele uma dastestemunhas, declarando, ao pé da assi-natura, que o faz a rogo do testador, pornão saber ou não poder assinar;XI – que o tabelião o cerre e cosa, depoisde concluído o instrumento de aprova-ção.

Art. 1.639. Se o oficial tiver escrito o tes-tamento a rogo do testador, podê-lo-á, nãoobstante, aprovar.

Art. 1.640. O testamento pode ser escrito,em língua nacional ou estrangeira, pelopróprio testador, ou por outrem, a seu rogo.

Page 522: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.872. Não pode dispor de seus bensem testamento cerrado quem não saibaou não possa ler.

Art. 1.873. Pode fazer testamento cerradoo surdo-mudo, contanto que o escrevatodo, e o assine de sua mão, e que, aoentregá-lo ao oficial público, ante as duastestemunhas, escreva, na face externa dopapel ou do envoltório, que aquele é oseu testamento, cuja aprovação lhe pede.

Art. 1.874. Depois de aprovado e cerrado,será o testamento entregue ao testador, eo tabelião lançará, no seu livro, nota dolugar, dia, mês e ano em que o testamentofoi aprovado e entregue.

Art. 1.875. Falecido o testador, o testamen-to será apresentado ao juiz, que o abrirá e ofará registrar, ordenando seja cumprido, senão achar vício externo que o torne eivadode nulidade ou suspeito de falsidade.

Seção IV – Do Testamento Particular

Art. 1.876. O testamento particular podeser escrito de próprio punho ou medianteprocesso mecânico.

A assinatura será sempre do próprio tes-tador, ou de quem lhe escreveu o testa-mento.

Art. 1.641. Não poderá dispor de seus bensem testamento cerrado quem não saiba,ou não possa ler.

Art. 1.642. Pode fazer testamento cerradoo surdo-mudo, contanto que o escrevatodo, e o assine de sua mão, e que, aoentregá-lo ao oficial público, ante as cincotestemunhas, escreva, na face externa dopapel, ou do envoltório, que aquele é o seutestamento, cuja aprovação lhe pede.

Art. 1.643. Depois de aprovado e cerrado,será o testamento entregue ao testador, eo oficial lançará, no seu livro, nota do lu-gar, dia, mês e ano em que o testamentofoi aprovado e entregue.

Art. 1.644. O testamento será aberto pelojuiz, que o fará registrar e arquivar no cartó-rio a que tocar, ordenando que seja cumpri-do, se lhe não achar vício externo que otorne suspeito de nulidade ou falsidade.

Seção IV – Do Testamento Particular

Art. 1.645. São requisitos essenciais dotestamento particular:I – que seja escrito e assinado pelo testa-dor;II – que nele intervenham cinco testemu-nhas, além do testador;III – que seja lido perante as testemunhas,e depois de lido, por elas assinado.

Page 523: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

§ 1o Se escrito de próprio punho, são re-quisitos essenciais à sua validade seja lidoe assinado por quem o escreveu, na pre-sença de pelo menos três testemunhas,que o devem subscrever.§ 2o Se elaborado por processo mecânico,não pode conter rasuras ou espaços embranco, devendo ser assinado pelo testa-dor, depois de o ter lido na presença depelo menos três testemunhas, que o subs-creverão.

Art. 1.877. Morto o testador, publicar-se-á em juízo o testamento, com citação dosherdeiros legítimos.

Art. 1.878. Se as testemunhas forem con-testes sobre o fato da disposição, ou, aomenos, sobre a sua leitura perante elas, ese reconhecerem as próprias assinaturas,assim como a do testador, o testamentoserá confirmado.

Parágrafo único. Se faltarem testemunhas,por morte ou ausência, e se pelo menosuma delas o reconhecer, o testamentopoderá ser confirmado, se, a critério dojuiz, houver prova suficiente de sua vera-cidade.

Art. 1.879. Em circunstâncias excepcionaisdeclaradas na cédula, o testamento parti-cular de próprio punho e assinado pelotestador, sem testemunhas, poderá serconfirmado, a critério do juiz.

Art. 1.880. O testamento particular podeser escrito em língua estrangeira, contantoque as testemunhas a compreendam.

Art. 1.646. Morto o testador, publicar-se-á em juízo o testamento, com citação dosherdeiros legítimos.

Art. 1.647. Se as testemunhas forem con-testes sobre o fato da disposição, ou, aomenos, sobre a sua leitura perante elas, ese reconhecerem as próprias assinaturas,assim como a do testador, será confirma-do o testamento.

Art. 1.648. Faltando até duas das teste-munhas, por morte, ou ausência em lugarnão sabido, o testamento pode ser confir-mado, se as três restantes forem contes-tes, nos termos do artigo antecedente.

Art. 1.649. O testamento particular podeser escrito em língua estrangeira, contantoque as testemunhas a compreendam.

Seção V – Das Testemunhas Testamentá-rias

Page 524: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Capítulo IV – Dos Codicilos

Art. 1.881. Toda pessoa capaz de testarpoderá, mediante escrito particular seu,datado e assinado, fazer disposições es-peciais sobre o seu enterro, sobre esmo-las de pouca monta a certas e determina-das pessoas, ou, indeterminadamente,aos pobres de certo lugar, assim como le-gar móveis, roupas ou jóias, de poucovalor, de seu uso pessoal.

Art. 1.882. Os atos a que se refere o artigoantecedente, salvo direito de terceiro, va-lerão como codicilos, deixe ou não testa-mento o autor.

Art. 1.883. Pelo modo estabelecido no art.1.881, poder-se-ão nomear ou substituirtestamenteiros.

Art. 1.884. Os atos previstos nos arti-gos antecedentes revogam-se por atosiguais, e consideram-se revogados, se,havendo testamento posterior, de qual-quer natureza, este os não confirmar oumodificar.

Art. 1.885. Se estiver fechado o codicilo,abrir-se-á do mesmo modo que o testa-mento cerrado.

Capítulo V – Dos Testamentos Especiais

Art. 1.650. Não podem ser testemunhasem testamentos:I – os menores de dezesseis anos;II – os loucos de todo o gênero;III – os surdos-mudos e os cegos;IV – o herdeiro instituído, seus ascenden-tes e descendentes, irmãos e cônjuge;V – os legatários.

Capítulo IV – Dos Codicilos

Art. 1.651. Toda pessoa capaz de testarpoderá, mediante escrito particular seu,datado e assinado, fazer disposições es-peciais sobre seu enterro, sobre esmolasde pouca monta e certas e determinadaspessoas, ou, indeterminadamente, aospobres de certo lugar, assim como legarmóveis, roupas ou jóias, não mui valio-sas, de seu uso pessoal.

Art. 1.652. Esses atos, salvo direito de ter-ceiro, valerão como codicilos, deixe, ounão, testamento o autor.

Art. 1.653. Pelo modo estabelecido no ar-tigo 1.651, se poderão nomear ou substi-tuir testamenteiros.

Art. 1.654. Os atos desta espécie revo-gam-se por atos iguais, e consideram-serevogados, se, havendo testamento pos-terior, de qualquer natureza, este os nãoconfirmar, ou modificar.

Art. 1.655. Se estiver fechado o codicilo,abrir-se-á do mesmo modo que o testa-mento cerrado.

Capítulo V – Dos Testamentos Especiais

Page 525: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Seção I – Disposições Gerais

Art. 1.886. São testamentos especiais:I – o marítimo;II – o aeronáutico;III – o militar.

Art. 1.887. Não se admitem outros testa-mentos especiais além dos contempladosneste Código.

Seção II – Do Testamento Marítimo e doTestamento Aeronáutico

Art. 1.888. Quem estiver em viagem, a bor-do de navio nacional, de guerra ou mer-cante, pode testar perante o comandante,em presença de duas testemunhas, porforma que corresponda ao testamentopúblico ou ao cerrado.

Parágrafo único. O registro do testamen-to será feito no diário de bordo.

Seção I – Do Testamento Marítimo

Art. 1.656. O testamento, nos navios na-cionais, de guerra, ou mercantes, em via-gem de alto-mar, será lavrado pelo coman-dante, ou pelo escrivão de bordo, que re-digirá as declarações do testador, ou asescreverá, por ele ditadas, ante duas tes-temunhas idôneas, de preferência esco-lhidas entre os passageiros, e presentes atodo o ato, cujo instrumento assinarãodepois do testador.

Parágrafo único. Se o testador não puderescrever, assinará por ele uma das teste-munhas, declarando que o faz a seu rogo.

Art. 1.657. O testador, querendo, poderáescrever ele mesmo o seu testamento, oufazê-lo escrever por outrem. No primeirocaso, o próprio testador assinará; no se-gundo, quem o escreveu, com adelcaração de que o subscreve a rogo dotestador.§ 1o O testamento assim feito será pelotestador entregue ao comandante ou es-crivão de bordo, perante duas testemu-

Page 526: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.889. Quem estiver em viagem, a bor-do de aeronave militar ou comercial, podetestar perante pessoa designada pelo co-mandante, observado o disposto no arti-go antecedente.

Art. 1.890. O testamento marítimo ou ae-ronáutico ficará sob a guarda do coman-dante, que o entregará às autoridadesadministrativas do primeiro porto ou ae-roporto nacional, contra recibo averbadono diário de bordo.

Art. 1.891. Caducará o testamento maríti-mo, ou aeronáutico, se o testador nãomorrer na viagem, nem nos noventa diassubseqüentes ao seu desembarque emterra, onde possa fazer, na forma ordiná-ria, outro testamento.

Art. 1.892. Não valerá o testamento marí-timo, ainda que feito no curso de uma vi-agem, se, ao tempo em que se fez, o navioestava em porto onde o testador pudessedesembarcar e testar na forma ordinária.

Seção III – Do Testamento Militar

Art. 1.893. O testamento dos militares edemais pessoas a serviço das Forças Ar-madas em campanha, dentro do País oufora dele, assim como em praça sitiada, ouque esteja de comunicações interrompi-

nhas, que reconheçam e entendam o tes-tador, declarando este, no mesmo ato, serseu testamento o escrito apresentado.§ 2o O comandante, ou o escrivão, recebê-lo-á, e, em seguida, abaixo do escrito, cer-tificará todo o ocorrido, datando e assi-nando com o testador e as testemunhas.

Art. 1.658. O testamento marítimo cadu-cará, se o testador não morrer na viagem,nem nos três meses subseqüentes ao seudesembarque em terra, onde possa se fa-zer, na forma ordinária, outro testamento.

Art. 1.659. Não valerá o testamento marí-timo, bem que feito no curso de uma via-gem, se, ao tempo em que se fez, o navioestava em porto, onde o testador pudes-se desembarcar, e testar na forma ordiná-ria.

Seção II – Do Testamento Militar

Art. 1.660. O testamento dos militares emais pessoas ao serviço do Exército emcampanha, dentro ou fora do País, assimcomo em praça sitiada, ou que esteja decomunicações cortadas, poderá fazer-se,

Page 527: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

não havendo oficial público, ante duastestemunhas, ou três, se o testador nãopuder, ou não souber assinar, caso em queassinará por ele a terceira.

§ 1o Se o testador pertencer a corpo ouseção de corpo destacado, o testamentoserá escrito pelo respectivo comandante,ainda que oficial inferior.

§ 2o Se o testador estiver em tratamentono hospital, o testamento será escrito pelorespectivo oficial de saúde, ou pelo dire-tor do estabelecimento.

§ 3oSe o testador for o oficial mais gradu-ado, o testamento será escrito por aqueleque o substituir.

Art. 1.661. Se o testador souber escrever,poderá fazer o testamento de seu punho,contanto que o date e o assine por exten-so, e o apresente aberto ou cerrado, napresença de duas testemunhas ao audi-tor, ou ao oficial de patente, que lhe façaas vezes neste mister.

Parágrafo único. O auditor, ou oficial, aquem o testamento se apresente, notará,em qualquer parte dele, o lugar, dia, mês eano, em que lhe for apresentado. Esta notaserá assinada por ele e pelas ditas teste-munhas.

Art. 1.662. Caduca o testamento militar,desde que, depois dele, o testador estejatrês meses seguidos em lugar onde possatestar na forma ordinária, salvo se estetestamento apresentar as solenidadesprescritas no parágrafo único do artigoantecedente.

das, poderá fazer-se, não havendo tabe-lião ou seu substituto legal, ante duas, outrês testemunhas, se o testador não pu-der, ou não souber assinar, caso em queassinará por ele uma delas.

§ 1o Se o testador pertencer a corpo ouseção de corpo destacado, o testamentoserá escrito pelo respectivo comandante,ainda que de graduação ou posto inferior.

§ 2o Se o testador estiver em tratamentoem hospital, o testamento será escrito pelorespectivo oficial de saúde, ou pelo dire-tor do estabelecimento.

§ 3o Se o testador for o oficial mais gradu-ado, o testamento será escrito por aqueleque o substituir.

Art. 1.894. Se o testador souber escrever,poderá fazer o testamento de seu punho,contanto que o date e assine por extenso,e o apresente aberto ou cerrado, na pre-sença de duas testemunhas ao auditor,ou ao oficial de patente, que lhe faça asvezes neste mister.

Parágrafo único. O auditor, ou o oficial aquem o testamento se apresente notará,em qualquer parte dele, lugar, dia, mês eano, em que lhe for apresentado, nota estaque será assinada por ele e pelas teste-munhas.

Art. 1.895. Caduca o testamento militar,desde que, depois dele, o testador esteja,noventa dias seguidos, em lugar ondepossa testar na forma ordinária, salvo seesse testamento apresentar as solenida-des prescritas no parágrafo único do arti-go antecedente.

Page 528: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.663. As pessoas designadas no ar-tigo 1.660, estando empenhadas em com-bate, ou feridas, podem testarnuncupativamente, confiando a sua últi-ma vontade a duas testemunhas.

Parágrafo único. Não terá, porém, efeitoesse testamento, se o testador não morrerna guerra, e convalescer do ferimento.

Capítulo VI – Das Disposições Testamen-tárias em Geral

Art. 1.664. A nomeação de herdeiro, oulegatário, pode fazer-se pura e simples-mente, sob condição, para certo fim oumodo, ou por certa causa.

Art. 1.665. A designação do tempo em quedeva começar ou cessar o direito do her-deiro salvo nas disposiçõesfideicomissárias, ter-se-á por não escrita.

Art. 1.666. Quando a cláusula testamen-tária for suscetível de interpretações dife-rentes, prevalecerá a que melhor assegu-re a observância da vontade do testador.

Art. 1.667. É nula a disposição:I – que institua herdeiro, ou legatário, soba condição captatória de que este dispo-nha, também por testamento, em benefí-cio do testador;II – que se refira a pessoa incerta, cujaidentidade se não possa averiguar;III – que favoreça a pessoa incerta, come-tendo a determinação de sua identidade aterceiro;IV – que deixe a arbítrio do herdeiro, oude outrem, fixar o valor ao legado.

Art. 1.896. As pessoas designadas no art.1.893, estando empenhadas em combate,ou feridas, podem testar oralmente, confi-ando a sua última vontade a duas teste-munhas.

Parágrafo único. Não terá efeito o testa-mento se o testador não morrer na guerraou convalescer do ferimento.

Capítulo VI – Das Disposições Testamen-tárias

Art. 1.897. A nomeação de herdeiro, oulegatário, pode fazer-se pura e simples-mente, sob condição, para certo fim oumodo, ou por certo motivo.

Art. 1.898. A designação do tempo em quedeva começar ou cessar o direito do her-deiro, salvo nas disposiçõesfideicomissárias, ter-se-á por não escrita.

Art. 1.899. Quando a cláusula testamen-tária for suscetível de interpretações dife-rentes, prevalecerá a que melhor assegu-re a observância da vontade do testador.

Art. 1.900. É nula a disposição:I – que institua herdeiro ou legatário soba condição captatória de que este dispo-nha, também por testamento, em benefí-cio do testador, ou de terceiro;II – que se refira a pessoa incerta, cujaidentidade não se possa averiguar;III – que favoreça a pessoa incerta, come-tendo a determinação de sua identidade aterceiro;IV – que deixe a arbítrio do herdeiro, oude outrem, fixar o valor do legado;V – que favoreça as pessoas a que se re-ferem os arts. 1.801 e 1.802.

Page 529: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.668. Valerá porém, a disposição:I – em favor de pessoa incerta que devaser determinada por terceiro, dentre duasou mais pessoas mencionadas pelo testa-dor, ou pertencentes a uma família, ou aum corpo coletivo, ou a um estabeleci-mento por ele designado;II – em remuneração de serviços presta-dos ao testador, por ocasião da moléstiade que faleceu, ainda que fique a arbítriodo herdeiro, ou de outrem, determinar va-lor do legado.

Art. 1.669. A disposição geral em favordos pobres, dos estabelecimentos parti-culares de caridade, ou dos de assistên-cia pública, entender-se-á relativa aospobres do lugar do domicílio do testadorao tempo de sua morte, ou dos estabele-cimentos aí sitos, salvo se manifestamen-te constar que tinha em mente beneficiaros de outra localidade.

Parágrafo único. Nestes casos, as insti-tuições particulares preferirão sempre àspúblicas.

Art. 1.670. O erro na designação de pes-soa do herdeiro, do legatário, ou da coisalegada anula a disposição, salvo se, pelocontexto do testamento, por outros do-cumentos, ou por fatos inequívocos, sepuder identificar a pessoa ou coisa, a queo testador queria referir-se.

Art. 1.671. Se o testamento nomear doisou mais herdeiros, sem discriminar a partede cada um, partilhar-se-á por igual, entretodos, a porção disponível do testador.

Art. 1.672. Se o testador nomear certosherdeiros individualmente, e outros cole-

Art. 1.901. Valerá a disposição:I – em favor de pessoa incerta que devaser determinada por terceiro, dentre duasou mais pessoas mencionadas pelo testa-dor, ou pertencentes a uma família, ou aum corpo coletivo, ou a um estabeleci-mento por ele designado;II – em remuneração de serviços presta-dos ao testador, por ocasião da moléstiade que faleceu, ainda que fique ao arbítriodo herdeiro ou de outrem determinar ovalor do legado.

Art. 1.902. A disposição geral em favordos pobres, dos estabelecimentos parti-culares de caridade, ou dos de assistên-cia pública, entender-se-á relativa aospobres do lugar do domicílio do testadorao tempo de sua morte, ou dos estabele-cimentos aí sitos, salvo se manifestamen-te constar que tinha em mente beneficiaros de outra localidade.

Parágrafo único. Nos casos deste artigo,as instituições particulares preferirão sem-pre às públicas.

Art. 1.903. O erro na designação da pes-soa do herdeiro, do legatário, ou da coisalegada anula a disposição, salvo se, pelocontexto do testamento, por outros do-cumentos, ou por fatos inequívocos, sepuder identificar a pessoa ou coisa a queo testador queria referir-se.

Art. 1.904. Se o testamento nomear doisou mais herdeiros, sem discriminar a partede cada um, partilhar-se-á por igual, entretodos, a porção disponível do testador.

Art. 1.905. Se o testador nomear certosherdeiros individualmente e outros cole-

Page 530: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

tivamente, a herança será dividida em tan-tas quotas quantos forem os indivíduos eos grupos designados.

Art. 1.673.Se forem determinadas as quo-tas de cada herdeiro, e não absorveremtoda a herança, o remanescente pertence-rá aos herdeiros legítimos, segundo a or-dem da sucessão hereditária.

Art. 1.674. Se forem determinados os qui-nhões de uns e de outros herdeiros,quinhoar-se-á, distribuidamente, porigual, a estes últimos o que restar, depoisde completas as porções hereditárias dosprimeiros.

Art. 1.675. Dispondo o testador que nãocaiba ao herdeiro instituído certo e deter-minado objeto, dentre os da herança, to-cará ele aos herdeiros legítimos.

Art. 1.676. A cláusula de inalienabilidadetemporária, ou vitalícia, imposta aos benspelos testadores ou doadores, não pode-rá, em caso algum, salvo os de expropria-ção por necessidade ou utilidade pública,e de execução por dívidas provenientesde impostos relativos aos respectivos

tivamente, a herança será dividida em tan-tas quotas quantos forem os indivíduos eos grupos designados.

Art. 1.906. Se forem determinadas as quo-tas de cada herdeiro, e não absorveremtoda a herança, o remanescente pertence-rá aos herdeiros legítimos, segundo a or-dem da vocação hereditária.

Art. 1.907. Se forem determinados os qui-nhões de uns e não os de outros herdei-ros, distribuir-se-á por igual a estes últi-mos o que restar, depois de completas asporções hereditárias dos primeiros.

Art. 1.908. Dispondo o testador que nãocaiba ao herdeiro instituído certo e deter-minado objeto, dentre os da herança, to-cará ele aos herdeiros legítimos.

Art. 1.909. São anuláveis as disposiçõestestamentárias inquinadas de erro, doloou coação.Parágrafo único. Extingue-se em quatroanos o direito de anular a disposição, con-tados de quando o interessado tiver co-nhecimento do vício.

Art. 1.910. A ineficácia de uma disposiçãotestamentária importa a das outras que,sem aquela, não teriam sido determinadaspelo testador.

Art. 1.911. A cláusula de inalienabilidade,imposta aos bens por ato de liberalidade,implica impenhorabilidade eincomunicabilidade.

Page 531: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

imóveis, ser invalidada ou dispensada poratos judiciais de qualquer espécie, sobpena de nulidade.

Art. 1.677. Quando, nas hipóteses do arti-go antecedente, se der alienação de bensclausulados, o produto se converterá emoutros bens, que ficarão sub-rogados nasobrigações dos primeiros.

Capítulo VII – Dos Legados

Art. 1.678. É nulo o legado de coisa alheia.Mas, se a coisa legada, não pertencendoao testador, quando testou, se houverdepois tornado sua, por qualquer título,terá efeito a disposição, como se sua fos-se a coisa, ao tempo em que ele fez o tes-tamento.

Art. 1.679. Se o testador ordenar que oherdeiro, ou legatário, entregue coisa desua propriedade a outrem, não o cumprin-do ele, entender-se-á que renunciou aherança, ou o legado.

Art. 1.680. Se tão-somente em parte per-tencer ao testador, ou, no caso do artigoantecedente, ao herdeiro, ou ao legatário,a coisa legada, só quanto a essa partevalerá o legado.

Art. 1.681. Se o legado for de coisa móvel,que se determine pelo gênero, ou pelaespécie, será cumprido, ainda que tal coi-sa não exista entre os bens deixados pelotestador.

Parágrafo único. No caso de desapropria-ção de bens clausulados, ou de sua alie-nação, por conveniência econômica dodonatário ou do herdeiro, mediante auto-rização judicial, o produto da venda con-verter-se-á em outros bens, sobre os quaisincidirão as restrições apostas aos primei-ros.

Capítulo VII – Dos Legados

Seção I – Disposições Gerais

Art. 1.912. É ineficaz o legado de coisacerta que não pertença ao testador nomomento da abertura da sucessão.

Art. 1.913. Se o testador ordenar que oherdeiro ou legatário entregue coisa desua propriedade a outrem, não o cumprin-do ele, entender-se-á que renunciou àherança ou ao legado.

Art. 1.914. Se tão-somente em parte a coi-sa legada pertencer ao testador, ou, nocaso do artigo antecedente, ao herdeiroou ao legatário, só quanto a essa partevalerá o legado.

Art. 1.915. Se o legado for de coisa que sedetermine pelo gênero, será o mesmocumprido, ainda que tal coisa não existaentre os bens deixados pelo testador.

Page 532: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.682. Se o testador legar coisa sua,singularizando-a, só valerá o legado, se,ao tempo do seu falecimento, ela se acha-va entre os bens da herança. Se, porém, acoisa legada existir entre os bens do tes-tador, mas em quantidade inferior à do le-gado, este só valerá quanto à existente.

Art. 1.683. O legado de coisa, ou quanti-dade, que deva tirar-se de certo lugar, sóvalerá se nele for achada, e até à quanti-dade que ali se achar.

Art. 1.684. Nulo será o legado consisten-te em coisa certa, que, na data do testa-mento já era do legatário, ou depois lhe foitransferida gratuitamente pelo testador.

Art. 1.685. O legado de crédito, ou de qui-tação de dívida, valerá tão-somente até àimportância desta, ou daquele, ao tempoda morte do testador.

§ 1o Cumpre-se este legado, entregando oherdeiro ao legatário o título respectivo.

§ 2o Este legado não compreende as dívi-das posteriores à data do testamento.

Art. 1.686. Não o declarando expressamen-te o testador, não se reputará compensa-ção da sua dívida o legado, que ele faça ocredor. Subsistirá do mesmo modo inte-gralmente esse legado, se a dívida lhe foiposterior, e o testador a solveu antes demorrer.

Art. 1.687. O legado de alimentos abrangeo sustento, a cura, o vestuário e a casa,enquanto o legatário viver, além da edu-cação, se ele for menor.

Art. 1.916. Se o testador legar coisa sua,singularizando-a, só terá eficácia o lega-do se, ao tempo do seu falecimento, ela seachava entre os bens da herança; se acoisa legada existir entre os bens do tes-tador, mas em quantidade inferior à do le-gado, este será eficaz apenas quanto àexistente.

Art. 1.917. O legado de coisa que devaencontrar-se em determinado lugar só teráeficácia se nele for achada, salvo se remo-vida a título transitório.

Art. 1.918. O legado de crédito, ou de qui-tação de dívida, terá eficácia somente atéa importância desta, ou daquele, ao tem-po da morte do testador.

§ 1o Cumpre-se o legado, entregando oherdeiro ao legatário o título respectivo.

§ 2o Este legado não compreende as dívi-das posteriores à data do testamento.

Art. 1.919. Não o declarando expressamen-te o testador, não se reputará compensa-ção da sua dívida o legado que ele faça aocredor.Parágrafo único. Subsistirá integralmenteo legado, se a dívida lhe foi posterior, e otestador a solveu antes de morrer.

Art. 1.920. O legado de alimentos abrangeo sustento, a cura, o vestuário e a casa,enquanto o legatário viver, além da edu-cação, se ele for menor.

Page 533: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.688. O legado de usufruto, sem fixa-ção de tempo, entende-se deixado ao le-gatário por toda a sua vida.

Art. 1.689. Se aquele que legando algu-mas propriedades, lhe ajuntar depois no-vas aquisições, estas, ainda que contí-guas, não se compreendem no imóvel le-gado, salvo expressa declaração em con-trário do testador.

Parágrafo único. Não se aplica o dispostoneste artigo às benfeitorias necessárias,úteis ou voluptuárias feitas no prédio le-gado.

Capítulo VIII – Dos Efeitos do Legado edo seu Pagamento

Art. 1.690. O legado puro e simples confe-re, desde a morte do testador, ao legatárioo direito, transmissível aos seus suces-sores, de pedir aos herdeiros instituídosa coisa legada.

Parágrafo único. Não pode, porém, o le-gatário entrar, por autoridade própria, naposse da coisa legada.

Art. 1.692. Desde o dia da morte do testa-dor pertence ao legatário a coisa legada,com os frutos que produzir.

Art. 1.921. O legado de usufruto, sem fixa-ção de tempo, entende-se deixado ao le-gatário por toda a sua vida.

Art. 1.922. Se aquele que legar um imóvellhe ajuntar depois novas aquisições, es-tas, ainda que contíguas, não se compre-endem no legado, salvo expressa declara-ção em contrário do testador.

Parágrafo único. Não se aplica o dispostoneste artigo às benfeitorias necessárias,úteis ou voluptuárias feitas no prédio le-gado.

Seção II – Dos Efeitos do Legado e doseu Pagamento

Art. 1.923. Desde a abertura da sucessão,pertence ao legatário a coisa certa, exis-tente no acervo, salvo se o legado estiversob condição suspensiva.

§ 1o Não se defere de imediato a posse dacoisa, nem nela pode o legatário entrarpor autoridade própria.

§ 2o O legado de coisa certa existente naherança transfere também ao legatário osfrutos que produzir, desde a morte do tes-tador, exceto se dependente de condiçãosuspensiva, ou de termo inicial.

Page 534: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.691. O direito de pedir o legado nãose exercerá, enquanto se litigue sobre avalidade do testamento, e, nos legadoscondicionais, ou a prazo, enquanto pen-da a condição, ou o prazo se não vença.

Art. 1.693. O legado em dinheiro só vencejuros desde o dia em que se constituir emmora a pessoa obrigada a prestá-lo.

Art. 1.694. Se o legado consistir em rendavitalícia, ou pensão periódica, esta, ouaquela, correrá da morte do testador.

Art. 1.695. Se o legado for de quantidadescertas, em prestações periódicas, dataráda morte do testador o primeiro período, eo legatário terá direito a cada prestação,uma vez encetado cada um dos períodossucessivos, ainda que antes do termo delevenha a falecer.

Art. 1.696. Sendo periódicas as prestações,só no termo de cada período se poderãoexigir.

Parágrafo único. Se, porém, forem deixa-das a título de alimentos, pagar-se-ão nocomeço de cada período, sempre que ocontrário não disponha o testador.

Art. 1.697. Se o legado consiste em coisadeterminada pelo gênero, ou pela espé-cie, ao herdeiro tocará escolhê-la, guar-dando, porém, o meio-termo entre ascongêneres da melhor e pior qualidade.

Art. 1.698. A mesma regra observar-se-á,quando a escolha for deixada a arbítrio deterceiro; e, se este a não quiser, ou não

Art. 1.924. O direito de pedir o legado nãose exercerá, enquanto se litigue sobre avalidade do testamento, e, nos legadoscondicionais, ou a prazo, enquanto estejapendente a condição ou o prazo não sevença.

Art. 1.925. O legado em dinheiro só vencejuros desde o dia em que se constituir emmora a pessoa obrigada a prestá-lo.

Art. 1.926. Se o legado consistir em rendavitalícia ou pensão periódica, esta ouaquela correrá da morte do testador.

Art. 1.927. Se o legado for de quantidadescertas, em prestações periódicas, dataráda morte do testador o primeiro período, eo legatário terá direito a cada prestação,uma vez encetado cada um dos períodossucessivos, ainda que venha a falecerantes do termo dele.

Art. 1.928. Sendo periódicas as prestações,só no termo de cada período se poderãoexigir.

Parágrafo único. Se as prestações foremdeixadas a título de alimentos, pagar-se-ão no começo de cada período, sempreque outra coisa não tenha disposto o tes-tador.

Art. 1.929. Se o legado consiste em coisadeterminada pelo gênero, ao herdeiro to-cará escolhê-la, guardando o meio-termoentre as congêneres da melhor e pior qua-lidade.

Art. 1.930. O estabelecido no artigo ante-cedente será observado, quando a esco-lha for deixada a arbítrio de terceiro; e, se

Page 535: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

puder exercer, ao juiz competirá fazê-la,guardado o disposto no artigo anterior,última parte.

Art. 1.699. Se a opção foi deixada ao lega-tário, este poderá escolher, do gênero, ouespécie, determinado, a melhor coisa quehouver na herança; e, se nesta não existircoisa de tal espécie, dar-lha-á de outracongênere o herdeiro, observada a dis-posição do artigo 1.697, última parte.

Art. 1.700. No legado alternativo, presu-me-se deixada ao herdeiro a opção.

Art. 1.701. Se o herdeiro, ou legatário, aquem couber a opção, falecer antes deexercê-la, passará este direito aos seusherdeiros.

Parágrafo único. Uma vez feita, porém, aopção é irrevogável.

Art. 1.702. Instituindo o testador mais deum herdeiro, sem designar os que hão deexecutar os legados, por estes responde-rão, proporcionalmente ao que herdarem,todos os herdeiros instituídos.

Art. 1.703. Se o testador cometerdesignadamente a certos herdeiros a exe-cução dos legados, por estes só aquelesresponderão.

este não a quiser ou não a puder exercer,ao juiz competirá fazê-la, guardado o dis-posto na última parte do artigo antece-dente.

Art. 1.931. Se a opção foi deixada ao lega-tário, este poderá escolher, do gênero de-terminado, a melhor coisa que houver naherança; e, se nesta não existir coisa detal gênero, dar-lhe-á de outra congênereo herdeiro, observada a disposição na úl-tima parte do art. 1.929.

Art. 1.932. No legado alternativo, presu-me-se deixada ao herdeiro a opção.

Art. 1.933. Se o herdeiro ou legatário aquem couber a opção falecer antes deexercê-la, passará este poder aos seusherdeiros.

Art. 1.934. No silêncio do testamento, ocumprimento dos legados incumbe aosherdeiros e, não os havendo, aos legatá-rios, na proporção do que herdaram.

Parágrafo único. O encargo estabelecidoneste artigo, não havendo disposição tes-

Page 536: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.704. Se algum legado consistir emcoisa pertencente a herdeiro ou legatário,só a ele incumbirá cumpri-lo, com regres-so contra os co-herdeiros, pela quota decada um, salvo se o contrário expressa-mente dispôs o testador.

Art. 1.705. As despesas e os riscos daentrega do legado correm por conta dolegatário, se não dispuser diversamente otestador.

Art. 1.706. A coisa legada entregar-se-á,como os seus acessórios, no lugar e esta-do em que se achava ao falecer o testa-dor, passando ao legatário com todos osencargos, que a onerarem.

Art. 1.707. Ao legatário, nos legados comencargo, se aplica o disposto no artigo1.180.

Capítulo IX – Da Caducidade dos Legados

Art. 1.708. Caducará o legado:I – se, depois do testamento, o testadormodificar a coisa legada, ao ponto de jánão ter a forma, nem lhe caber a denomi-nação que tinha;II – se o testador alienar, por qualquer tí-tulo, no todo, ou em parte, a coisa legada.Em tal caso, caducará o legado, até ondeela deixou de pertencer ao testador;

tamentária em contrário, caberá ao herdeiroou legatário incumbido pelo testador daexecução do legado; quando indicadosmais de um, os onerados dividirão entresi o ônus, na proporção do que recebamda herança.

Art. 1.935. Se algum legado consistir emcoisa pertencente a herdeiro ou legatário(art. 1.913), só a ele incumbirá cumpri-lo,com regresso contra os co-herdeiros, pelaquota de cada um, salvo se o contrárioexpressamente dispôs o testador.

Art. 1.936. As despesas e os riscos daentrega do legado correm à conta do le-gatário, se não dispuser diversamente otestador.

Art. 1.937. A coisa legada entregar-se-á,com seus acessórios, no lugar e estadoem que se achava ao falecer o testador,passando ao legatário com todos os en-cargos que a onerarem.

Art. 1.938. Nos legados com encargo, apli-ca-se ao legatário o disposto neste Códi-go quanto às doações de igual natureza.

Seção III – Da Caducidade dos Legados

Art. 1.939. Caducará o legado:I – se, depois do testamento, o testadormodificar a coisa legada, ao ponto de jánão ter a forma nem lhe caber a denomina-ção que possuía;II – se o testador, por qualquer título, ali-enar no todo ou em parte a coisa legada;nesse caso, caducará até onde ela deixoude pertencer ao testador;

Page 537: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

III – se a coisa perecer, ou for evicta, vivoou morto o testador, sem culpa do herdei-ro;IV – se o legatário for excluído da suces-são, nos termos do artigo 1.595;V – se o legatário falecer antes do testa-dor.

Art. 1.709. Se o legado for de duas ou maiscoisas alternativamente, e algumas delasperecerem, subsistirá quanto às restan-tes. Perecendo parte de uma, valerá, quan-to ao seu remanescente, o legado.

Capítulo X – Do Direito de Acrescer entreHerdeiros e Legatários

Art. 1.710. Verifica-se o direito de acres-cer entre co-herdeiros, quando estes, pelamesma disposição de um testamento, sãoconjuntamente chamados à herança emquinhões não determinados.

Parágrafo único. Aos co-legatários com-petirá também este direito, quando nome-ados conjuntamente a resoeito de uma sócoisa, determinada e certa, ou quando nãose possa dividir o objeto legado, sem ris-co de se deteriorar.

Art. 1.711. Considera-se feita a distribui-ção das partes, ou quinhões, pelo testa-dor, quando este designa a cada um dosnomeados a sua quota, ou o objeto, quelhe deixa.

Art. 1.712. Se um dos herdeiros nomea-dos morrer antes do testador, renunciar aherança, ou dela for excluído, e bem assim

III – se a coisa perecer ou for evicta, vivoou morto o testador, sem culpa do herdei-ro ou legatário incumbido do seu cumpri-mento;IV – se o legatário for excluído da suces-são, nos termos do art. 1.815;V – se o legatário falecer antes do testa-dor.

Art. 1.940. Se o legado for de duas ou maiscoisas alternativamente, e algumas delasperecerem, subsistirá quanto às restan-tes; perecendo parte de uma, valerá, quan-to ao seu remanescente, o legado.

Capítulo VIII – Do Direito de Acrescerentre Herdeiros e Legatários

Art. 1.941. Quando vários herdeiros, pelamesma disposição testamentária, foremconjuntamente chamados à herança emquinhões não determinados, e qualquerdeles não puder ou não quiser aceitá-la, asua parte acrescerá à dos co-herdeiros,salvo o direito do substituto.

Art. 1.942. O direito de acrescer competiráaos co-legatários, quando nomeados con-juntamente a respeito de uma só coisa,determinada e certa, ou quando o objetodo legado não puder ser dividido sem ris-co de desvalorização.

Art. 1.943. Se um dos co-herdeiros ou co-legatários, nas condições do artigo ante-cedente, morrer antes do testador; se re-

Page 538: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

se a condição, sob a qual foi instituído,não se verificar, acrescerá o seu quinhão,salvo o direito do substituto à parte dosco-herdeiros conjuntos.

Art. 1.714. Os co-herdeiros, a quem acres-cer o quinhão do que deixou de herdar,ficam sujeitos às obrigações e encargos,que o oneravam.Parágrafo único. Esta disposição aplica-se igualmente ao co-legatário, a quem apro-veita a caducidade total ou parcial do le-gado.

Art. 1.713. Quando se não efetua o direitode acrescer, nos termos do artigo antece-dente, transmite-se aos herdeiros legíti-mos a quota vaga do nomeado.

Art. 1.715. Não existindo o direito de acres-cer entre os co-legatários, a quota do quefalta acresce ao herdeiro, ou legatário,incumbido de satisfazer esse legado, ou atodos os herdeiros, em proporção dosseus quinhões, se o legado se deduziu daherança.

Art. 1.716. Legado um só usufruto con-juntamente a duas ou mais pessoas, aparte do que faltar acresce aos co-legatá-rios. Se, porém, não houve conjunção

nunciar a herança ou legado, ou destesfor excluído, e, se a condição sob a qualfoi instituído não se verificar, acrescerá oseu quinhão, salvo o direito do substitu-to, à parte dos co-herdeiros ou co-legatá-rios conjuntos.

Parágrafo único. Os co-herdeiros ou co-legatários, aos quais acresceu o quinhãodaquele que não quis ou não pôde suce-der, ficam sujeitos às obrigações ou en-cargos que o oneravam.

Art. 1.944. Quando não se efetua o direitode acrescer, transmite-se aos herdeiroslegítimos a quota vaga do nomeado.

Parágrafo único. Não existindo o direitode acrescer entre os co-legatários, a quo-ta do que faltar acresce ao herdeiro ou aolegatário incumbido de satisfazer esse le-gado, ou a todos os herdeiros, na propor-ção dos seus quinhões, se o legado sededuziu da herança.

Art. 1.945. Não pode o beneficiário doacréscimo repudiá-lo separadamente daherança ou legado que lhe caiba, salvo seo acréscimo comportar encargos especi-ais impostos pelo testador; nesse caso,uma vez repudiado, reverte o acréscimopara a pessoa a favor de quem os encar-gos foram instituídos.

Art. 1.946. Legado um só usufruto con-juntamente a duas ou mais pessoas, aparte da que faltar acresce aos co-legatá-rios.

Page 539: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

entre estes, ou se, apesar de conjuntos,só lhes foi legada certa parte do usufruto,as quotas dos que faltarem consolidar-se-ão na propriedade, à medida que elesforem faltando.

Art. 1.716. Legado um só usufruto con-juntamente a duas ou mais pessoas, aparte do que faltar acresce aos co-legatá-rios. Se, porém, não houve conjunçãoentre estes, ou se, apesar de conjuntos,só lhes foi legada certa parte do usufruto,as quotas dos que faltarem consolidar-se-ão na propriedade, à medida que elesforem faltando.

Capítulo XI – Da Capacidade Para Adqui-rir por Testamento

Art. 1.717. Podem adquirir por testamentoas pessoas existentes ao tempo da mortedo testador, que não forem por este Códi-go declaradas incapazes.

Art. 1.718. São absolutamente incapazesde adquirir por testamento os indivíduosnão concebidos até a morte do testador,salvo se a disposição deste se referir àprole eventual de pessoas por ele desig-nadas e existentes ao abrir-se a sucessão.

Art. 1.719. Não podem também ser nome-ados herdeiros, nem legatários:I – a pessoa que, a rogo, escreveu o testa-mento, nem o seu cônjuge, ou os seusascendentes, descendentes, e irmãos;II – as testemunhas do testamento;III – a concubina do testador casado;IV – o oficial público, civil ou militar, nemo comandante, ou escrivão, perante quemse fizer, assim como o que fizer, ou apro-var o testamento.

Parágrafo único. Se não houver conjun-ção entre os co-legatários, ou se, apesarde conjuntos, só lhes foi legada certa par-te do usufruto, consolidar-se-ão na pro-priedade as quotas dos que faltarem, àmedida que eles forem faltando.

Page 540: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.720. São nulas as disposições emfavor de incapazes, ainda quando simu-lem a forma de contrato oneroso, ou osbeneficiem por interposta a pessoa. Re-putam-se pessoas interpostas o pai, a mãe,os descendentes e o cônjuge do incapaz.

Capítulo XIV – Das Substituições

Art. 1.729. O testador pode substituir ou-tra pessoa ao herdeiro, ou legatário, no-meado para o caso de um ou outro nãoquerer ou não poder aceitar a herança, ouo legado. Presume-se que a substituiçãofoi determinada para as duas alternativas,ainda que o testador só a uma se refira.

Art. 1.730. Também lhe é lícito substituirmuitas pessoas a uma só, ou vice-versa, eainda substituir com reciprocidade ou semela.

Art. 1.731. O substituto fica sujeito aoencargo ou condição impostos ao substi-tuído, quando não for diversa a intençãomanifestada pelo testador, ou não resul-tar outra coisa da natureza da condição,ou do encargo.

Art. 1.732. Se, entre muitos co-herdeirosou legatários de partes desiguais, forestabelecida substituição recíproca, a pro-porção dos quinhões, fixada na primeiradisposição, entender-se-á mantida na se-gunda. Se, porém, com as outras anterior-mente nomeada, for incluída mais algumapessoa na substituição, o quinhão vagopertencerá em partes iguais aos substitu-tos.

Capítulo IX – Das Substituições

Seção I – Da Substituição Vulgar e daRecíproca

Art. 1.947. O testador pode substituir ou-tra pessoa ao herdeiro ou ao legatárionomeado, para o caso de um ou outro nãoquerer ou não poder aceitar a herança ou olegado, presumindo-se que a substituiçãofoi determinada para as duas alternativas,ainda que o testador só a uma se refira.

Art. 1.948. Também é lícito ao testadorsubstituir muitas pessoas por uma só, ouvice-versa, e ainda substituir com recipro-cidade ou sem ela.

Art. 1.949. O substituto fica sujeito à con-dição ou encargo imposto ao substituí-do, quando não for diversa a intençãomanifestada pelo testador, ou não resul-tar outra coisa da natureza da condiçãoou do encargo.

Art. 1.950. Se, entre muitos co-herdeirosou legatários de partes desiguais, forestabelecida substituição recíproca, a pro-porção dos quinhões fixada na primeiradisposição entender-se-á mantida na se-gunda; se, com as outras anteriormentenomeadas, for incluída mais alguma pes-soa na substituição, o quinhão vago per-tencerá em partes iguais aos substitutos.

Page 541: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.733. Pode também o testador instituirherdeiros ou legatários por meio defideicomisso, impondo a um deles, o grava-do ou fiduciário, a obrigação de, por suamorte, a certo tempo, ou sob certa condi-ção, transmitir ao outro, que se qualifica defideicomissário, a herança, ou legado.

Art. 1.734. O fiduciário tem a propriedadeda herança ou legado, mas restrita e reso-lúvel.

Parágrafo único. É obrigado, porém, a pro-ceder ao inventário dos bens gravados,e, se lho exigir o fideicomissário, a prestarcaução de restituí-los.

Art. 1.735. O fideicomissário pode renun-ciar a herança, ou legado, e, neste caso, ofideicomisso caduca, ficando os bens pro-priedade pura do fiduciário, se não hou-ver disposição contrária do testador.

Art. 1.736. Se o fideicomissário aceitar aherança ou legado, terá direito à parte que,ao fiduciário, em qualquer tempo, acrescer.

Seção II – Da Substituição Fideicomissária

Art. 1.951. Pode o testador instituir herdei-ros ou legatários, estabelecendo que, porocasião de sua morte, a herança ou o lega-do se transmita ao fiduciário, resolvendo-se o direito deste, por sua morte, a certotempo ou sob certa condição, em favor deoutrem, que se qualifica de fideicomissário.

Art. 1.952. A substituição fideicomissáriasomente se permite em favor dos não con-cebidos ao tempo da morte do testador.Parágrafo único. Se, ao tempo da mortedo testador, já houver nascido ofideicomissário, adquirirá este a proprie-dade dos bens fideicometidos, converten-do-se em usufruto o direito do fiduciário.

Art. 1.953. O fiduciário tem a propriedadeda herança ou legado, mas restrita e reso-lúvel.

Parágrafo único. O fiduciário é obrigado aproceder ao inventário dos bens grava-dos, e a prestar caução de restituí-los se oexigir o fideicomissário.

Art. 1.954. Salvo disposição em contráriodo testador, se o fiduciário renunciar aherança ou o legado, defere-se aofideicomissário o poder de aceitar.

Art. 1.955. O fideicomissário pode renunci-ar a herança ou o legado, e, neste caso, ofideicomisso caduca, deixando de ser reso-lúvel a propriedade do fiduciário, se nãohouver disposição contrária do testador.

Art. 1.956. Se o fideicomissário aceitar a he-rança ou o legado, terá direito à parte que,ao fiduciário, em qualquer tempo acrescer.

Page 542: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.737. O fideicomissário respondepelos encargos da herança que ainda res-tarem, quando vier à sucessão.

Art. 1.738. Caduca o fideicomisso, se ofideicomissário morrer antes de realizar-se a condição resolutória do direito desteúltimo. Neste caso a propriedade consoli-da-se no fiduciário nos termos do artigo1.735.

Art. 1.739. São nulos os fideicomissos alémdo segundo grau.

Art. 1.740. A nulidade da substituição ile-gal não prejudica a instituição, que valerásem o encargo resolutório.

Capítulo XV – Da Deserdação

Art. 1.741. Os herdeiros necessários po-dem ser privados de sua legítima, oudeserdados, em todos os casos em quepodem ser excluídos da sucessão.

Art. 1.744. Além das causas mencionadasno artigo 1.595, autorizam a deserdaçãodos descendentes por seus ascendentes:I – ofensas físicas;II – injúria grave;III – desonestidade da filha que vive nacasa paterna;IV – relações ilícitas com a madrasta, ou opadrasto;V – desamparo do ascendente em aliena-ção mental ou grave enfermidade.

Art. 1.745. Semelhantemente, além dascausas enumeradas no artigo 1.595, auto-rizam a deserdação dos ascendentes pe-los descendentes:I – ofensas físicas;

Art. 1.957. Ao sobrevir a sucessão, ofideicomissário responde pelos encargosda herança que ainda restarem.

Art. 1.958. Caduca o fideicomisso se ofideicomissário morrer antes do fiduciário,ou antes de realizar-se a condiçãoresolutória do direito deste último; nessecaso, a propriedade consolida-se nofiduciário, nos termos do art. 1.955.

Art. 1.959. São nulos os fideicomissos alémdo segundo grau.

Art. 1.960. A nulidade da substituição ile-gal não prejudica a instituição, que valerásem o encargo resolutório.

Capítulo X – Da Deserdação

Art. 1.961. Os herdeiros necessários po-dem ser privados de sua legítima, oudeserdados, em todos os casos em quepodem ser excluídos da sucessão.

Art. 1.962. Além das causas mencionadasno art. 1.814, autorizam a deserdação dosdescendentes por seus ascendentes:I – ofensa física;II – injúria grave;III – relações ilícitas com a madrasta oucom o padrasto;IV – desamparo do ascendente em aliena-ção mental ou grave enfermidade.

Art. 1.963. Além das causas enumeradasno art. 1.814, autorizam a deserdação dosascendentes pelos descendentes:I – ofensa física;II – injúria grave;

Page 543: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

II – injúria grave;III – relações ilícitas com a mulher do filhoou neto, ou com o marido da filha ou neta;IV – desamparo do filho ou neto em alie-nação mental ou grave enfermidade.

Art. 1.742. A deserdação só pode ser or-denada em testamento, com expressa de-claração de causa.

Art. 1.743. Ao herdeiro instituído, ou àque-le a quem aproveite a deserdação, incum-be provar a veracidade da causa alegadapelo testador.

Parágrafo único. Não se provando a cau-sa invocada para a deserdação, e nulas asdisposições, que prejudiquem a legítimado deserdado.

Capítulo XIII – Da Redução das Disposi-ções Testamentárias

Art. 1.726. Quando o testador só em partedispuser da sua metade disponível, en-tender-se-á que instituiu os herdeiros le-gítimos no remanescente.

Art. 1.727. As disposições, que excede-rem a metade disponível, reduzir-se-ão aoslimites dela, em conformidade com o dis-posto nos parágrafos seguintes.

§ 1o Em se verificando excederem as dis-posições testamentárias a porção dispo-nível, serão proporcionalmente reduzidas

III – relações ilícitas com a mulher ou com-panheira do filho ou a do neto, ou com omarido ou companheiro da filha ou o daneta;IV – desamparo do filho ou neto com de-ficiência mental ou grave enfermidade.

Art. 1.964. Somente com expressa decla-ração de causa pode a deserdação ser or-denada em testamento.

Art. 1.965. Ao herdeiro instituído, ou àque-le a quem aproveite a deserdação, incum-be provar a veracidade da causa alegadapelo testador.

Parágrafo único. O direito de provar acausa da deserdação extingue-se no pra-zo de quatro anos, a contar da data daabertura do testamento.

Capítulo XI – Da Redução das Disposi-ções Testamentárias

Art. 1.966. O remanescente pertencerá aosherdeiros legítimos, quando o testador sóem parte dispuser da quota hereditáriadisponível.

Art. 1.967. As disposições que excederema parte disponível reduzir-se-ão aos limi-tes dela, de conformidade com o dispostonos parágrafos seguintes.

§ 1o Em se verificando excederem as dis-posições testamentárias a porção dispo-nível, serão proporcionalmente reduzidas

Page 544: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

as quotas do herdeiro ou herdeiros insti-tuídos, até onde baste, e, não bastando,também os legados, na proporção de seuvalor.

§ 2o Se o testador, prevenindo o caso, dis-puser que se inteirem, de preferência cer-tos herdeiros e legatários, a redução far-se-á nos outros quinhões ou legados,observando-se, a seu respeito, a ordemestabelecida no parágrafo anterior.

Art. 1.728. Quando consistir em prédio di-visível o legado sujeito à redução, far-se-áesta, dividindo-o proporcionalmente.

§ 1o Se não for possível a divisão, e oexcesso do legado montar a mais de umquarto do valor do prédio, o legatário dei-xará inteiro na herança o imóvel legado,ficando com o direito de pedir aos herdei-ros o valor que couber na metade dispo-nível. Se o excesso não for de mais de umquarto, aos herdeiros torná-lo-á em dinhei-ro o legatário, que ficará com o prédio.

§ 2o Se o legatário for ao mesmo tempoherdeiro necessário, poderá inteirar sualegítima no mesmo imóvel, de preferênciaaos outros, sempre que ela e a partesubsistente do legado lhe absorverem ovalor.

Capítulo XVI – Da Revogação dos Testa-mentos

Art. 1.746. O testamento pode ser revoga-do pelo mesmo modo e forma por que podeser feito.

Art. 1.747. A revogação do testamentopode ser total ou parcial.

as quotas do herdeiro ou herdeiros insti-tuídos, até onde baste, e, não bastando,também os legados, na proporção do seuvalor.

§ 2o Se o testador, prevenindo o caso, dis-puser que se inteirem, de preferência, cer-tos herdeiros e legatários, a redução far-se-á nos outros quinhões ou legados,observando-se a seu respeito a ordemestabelecida no parágrafo antecedente.

Art. 1.968. Quando consistir em prédiodivisível o legado sujeito a redução, far-se-á esta dividindo-o proporcionalmente.

§ 1o Se não for possível a divisão, e oexcesso do legado montar a mais de umquarto do valor do prédio, o legatário dei-xará inteiro na herança o imóvel legado,ficando com o direito de pedir aos herdei-ros o valor que couber na parte disponí-vel; se o excesso não for de mais de umquarto, aos herdeiros fará tornar em dinhei-ro o legatário, que ficará com o prédio.

§ 2o Se o legatário for ao mesmo tempoherdeiro necessário, poderá inteirar sualegítima no mesmo imóvel, de preferênciaaos outros, sempre que ela e a partesubsistente do legado lhe absorverem ovalor.

Capítulo XII – Da Revogação do Testa-mento

Art. 1.969. O testamento pode ser revoga-do pelo mesmo modo e forma como podeser feito.

Art. 1.970. A revogação do testamentopode ser total ou parcial.

Page 545: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Parágrafo único. Se parcial, ou se o testa-mento posterior não contiver cláusularevogatória expressa, o anterior subsisteem tudo que não for contrário ao posteri-or.

Art. 1.748. A revogação produzirá seusefeitos, ainda quando o testamento, quea encerra, caduque por exclusão, incapa-cidade, ou renúncia do herdeiro, nele no-meado; mas não valerá, se o testamentorevogatório for anulado por omissão ouinfração de solenidades essenciais, ou porvícios intrínsecos.

Art. 1.749. O testamento cerrado que otestador abrir ou dilacerar, ou for abertoou dilacerado com seu consentimento,haver-se-á como revogado.

Art. 1.750. Sobrevindo descendentesucessível ao testador, que o não tinha,ou não o conhecia, quando testou, rom-pe-se o testamento em todas as suas dis-posições, se esse descendente sobrevi-ver ao testador.

Art. 1.751. Rompe-se também o testamen-to feito na ignorância de existirem outrosherdeiros necessários.

Art. 1.752. Não se rompe, porém, o testa-mento, em que o testador dispuser da suametade, não contemplando os herdeirosnecessários, de cuja existência saiba, oudeserdando-os, nessa parte, sem mençãode causa legal.

Capítulo XVII – Do Testamenteiro

Parágrafo único. Se parcial, ou se o testa-mento posterior não contiver cláusularevogatória expressa, o anterior subsisteem tudo que não for contrário ao posteri-or.

Art. 1.971. A revogação produzirá seusefeitos, ainda quando o testamento, quea encerra, vier a caducar por exclusão, in-capacidade ou renúncia do herdeiro nelenomeado; não valerá, se o testamentorevogatório for anulado por omissão ouinfração de solenidades essenciais ou porvícios intrínsecos.

Art. 1.972. O testamento cerrado que otestador abrir ou dilacerar, ou for abertoou dilacerado com seu consentimento,haver-se-á como revogado.

Capítulo XIII – Do Rompimento do Testa-mento

Art. 1.973. Sobrevindo descendentesucessível ao testador, que não o tinhaou não o conhecia quando testou, rom-pe-se o testamento em todas as suas dis-posições, se esse descendente sobrevi-ver ao testador.

Art. 1.974. Rompe-se também o testamen-to feito na ignorância de existirem outrosherdeiros necessários.

Art. 1.975. Não se rompe o testamento, seo testador dispuser da sua metade, nãocontemplando os herdeiros necessáriosde cuja existência saiba, ou quando osexclua dessa parte.

Capítulo XIV – Do Testamenteiro

Page 546: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.753. O testador pode nomear um oumais testamenteiros conjuntos ou sepa-rados, para lhe darem cumprimento às dis-posições de última vontade.

Art. 1.754. O testador pode também con-ceder ao testamenteiro a posse e adminis-tração da herança, ou de parte dela, nãohavendo cônjuge ou herdeiros necessá-rios.

Parágrafo único. Qualquer herdeiro pode,entretanto, requerer partilha imediata, oudevolução da herança, habilitando o tes-tador para o cumprimento dos legados,ou dando caução de prestá-los.

Art. 1.755. Tendo o testamenteiro a possee a administração dos bens, incumbe-lherequerer o inventário e cumprir o testa-mento.

Parágrafo único. Se lhe não competir aposse e a administração, assistir-lhe-á di-reito a exigir dos herdeiros os meios decumprir as disposições testamentárias; e,se os legatários o demandarem, poderánomear à execução os bens da herança.

Art. 1.756. O testamenteiro nomeado, ouqualquer parte interessada, pode reque-rer, assim como o juiz pode ordenar, deofício, ao detentor do testamento que oleve a registro.

Art. 1.757. O testamenteiro é obrigado acumprir as disposições testamentárias, noprazo marcado pelo testador, e a dar con-tas do que recebeu e despendeu, subsis-tindo sua responsabilidade enquanto du-rar a execução do testamento.

Art. 1.976. O testador pode nomear um oumais testamenteiros, conjuntos ou sepa-rados, para lhe darem cumprimento às dis-posições de última vontade.

Art. 1.977. O testador pode conceder aotestamenteiro a posse e a administraçãoda herança, ou de parte dela, não haven-do cônjuge ou herdeiros necessários.

Parágrafo único. Qualquer herdeiro poderequerer partilha imediata, ou devoluçãoda herança, habilitando o testamenteirocom os meios necessários para o cumpri-mento dos legados, ou dando caução deprestá-los.

Art. 1.978. Tendo o testamenteiro a possee a administração dos bens, incumbe-lherequerer inventário e cumprir o testamen-to.

Art. 1.979. O testamenteiro nomeado, ouqualquer parte interessada, pode reque-rer, assim como o juiz pode ordenar, deofício, ao detentor do testamento, que oleve a registro.

Art. 1.980. O testamenteiro é obrigado acumprir as disposições testamentárias, noprazo marcado pelo testador, e a dar con-tas do que recebeu e despendeu, subsis-tindo sua responsabilidade enquanto du-rar a execução do testamento.

Page 547: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 1.758. Levar-se-ão em conta aotestamenteiro as despesas feitas com odesempenho de seu cargo e a execuçãodo testamento.

Art. 1.759. Sendo glosadas as despe-sas por ilegais, ou por não conformesao testamento, remover-se-á otestamenteiro, perdendo o prêmio dei-xado pelo testador.

Art. 1.760. Compete ao testamenteiro, comou sem o concurso do inventariante e dosherdeiros instituídos, propugnar a valida-de do testamento.

Art. 1.761. Além das atribuições exaradasnos artigos anteriores, terá otestamenteiro as que lhe conferir o testa-dor, nos limites da lei.

Art. 1.762. Não cancedendo o testadorprazo maior, cumprirá o testamenteiro otestamento e prestará contas no lapso deum ano, contado da aceitação datestamentaria.

Parágrafo único. Pode esse prazo prorro-gar-se, porém, ocorrendo motivo cabal.

Art. 1.763. Na falta de testamenteiro no-meado pelo testador, a execução testamen-tária compete ao cabeça-de-casal, e, emfalta deste, ao herdeiro nomeado pelo juiz.

Art. 1.764. O encargo da testamentaria nãose transmite aos herdeiros dotestamenteiro, nem é delegável. Mas otestamenteiro pode fazer-se representarem juízo e fora dele, mediante procuradorcom poderes especiais.

Art. 1.981. Compete ao testamenteiro, comou sem o concurso do inventariante e dosherdeiros instituídos, defender a valida-de do testamento.

Art. 1.982. Além das atribuições exaradasnos artigos antecedentes, terá otestamenteiro as que lhe conferir o testa-dor, nos limites da lei.

Art. 1.983. Não concedendo o testadorprazo maior, cumprirá o testamenteiro otestamento e prestará contas em cento eoitenta dias, contados da aceitação datestamentaria.

Parágrafo único. Pode esse prazo ser pror-rogado se houver motivo suficiente.

Art. 1.984. Na falta de testamenteiro no-meado pelo testador, a execução testamen-tária compete a um dos cônjuges, e, emfalta destes, ao herdeiro nomeado pelojuiz.

Art. 1.985. O encargo da testamentaria nãose transmite aos herdeiros dotestamenteiro, nem é delegável; mas otestamenteiro pode fazer-se representarem juízo e fora dele, mediante mandatáriocom poderes especiais.

Page 548: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.765. Havendo simultaneamente maisde um testamenteiro, que tenham aceitadoo cargo, poderá cada qual exercê-lo, emfalta de outros. Mas todos ficam solidari-amente obrigados a dar conta dos bens,que lhe forem confiados, salvo se cadaum tiver, pelo testamento, funções distin-tas, e a elas se limitar.

Art. 1.766. Quando o testamenteiro nãofor herdeiro, nem legatário, terá direito aum prêmio, que, se o testador o não hou-ver taxado, será de um por cento a cincopor cento, arbitrado pelo juiz, sobre todaa herança líquida, conforme a importânciadela, e a maior ou menor dificuldade naexecução do testamento.

Parágrafo único. Este prêmio deduzir-se-á somente da metade disponível, quandohouver herdeiro necessário,

Art. 1.767. O testamenteiro que for legatá-rio poderá preferir o prêmio ao legado.

Art. 1.768. Reverterá à herança o prêmio,que o testamenteiro perder, por ser remo-vido, ou não ser cumprido o testamento.

Art. 1.769. Se o testador tiver distribuídotoda a herança em legados, o testamenteiroexercerá as funções de cabeça-de-casal.

Título IV – Do Inventário e Partilha

Capítulo I – Do Inventário

Art. 1.770. Proceder-se-á ao inventário epartilha judiciais na forma das leis em vi-gor no domicílio do falecido, observado oque se dispõe no artigo 1.603, começan-

Art. 1.986. Havendo simultaneamente maisde um testamenteiro, que tenha aceitadoo cargo, poderá cada qual exercê-lo, emfalta dos outros; mas todos ficam solida-riamente obrigados a dar conta dos bensque lhes forem confiados, salvo se cadaum tiver, pelo testamento, funções distin-tas, e a elas se limitar.

Art. 1.987. Salvo disposição testamentáriaem contrário, o testamenteiro, que não sejaherdeiro ou legatário, terá direito a um prê-mio, que, se o testador não o houver fixa-do, será de um a cinco por cento, arbitradopelo juiz, sobre a herança líquida, conformea importância dela e maior ou menor dificul-dade na execução do testamento.

Parágrafo único. O prêmio arbitrado serápago à conta da parte disponível, quandohouver herdeiro necessário.

Art. 1.988. O herdeiro ou o legatário no-meado testamenteiro poderá preferir o prê-mio à herança ou ao legado.

Art. 1.989. Reverterá à herança o prêmio queo testamenteiro perder, por ser removidoou por não ter cumprido o testamento.

Art. 1.990. Se o testador tiver distribuídotoda a herança em legados, exercerá otestamenteiro as funções de inventariante.

Título IV – Do Inventário e da Partilha

Capítulo I – Do Inventário

Page 549: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

do-se dentro em um mês, a contar da aber-tura da sucessão, e ultimando-se nos trêsmeses subseqüentes, prazo este que o juizpoderá dilatar, a requerimento doinventariante, por motivo justo.Parágrafo único. Quando se exceder o úl-timo prazo deste artigo, e por culpa doinventariante não se achar finda a parti-lha, poderá o juiz removê-lo, se algum her-deiro o requerer, e, se for testamenteiro, oprivará do prêmio, a que tenha direito.

Art. 1.771. No inventário, serão descritoscom individuação e clareza todos os bensda herança, assim como os alheios nelaencontrados.

Capítulo III – Dos Sonegados

Art. 1.780. O herdeiro que sonegar bensda herança, não os descrevendo no in-ventário, quando estejam em seu poder,ou, com ciência sua, no de outrem, ou queos omitir na colação, a que os deva levar,ou o que deixar de restituí-los, perderá odireito, que sobre eles cabia.

Art. 1.781. Além da pena cominada no ar-tigo antecedente, se o sonegador for opróprio inventariante, remover-se-á, em seprovando a sonegação, ou negando ele aexistência dos bens, quando indicados.

Art. 1.782. A pena de sonegados só sepode requerer e impor em ação ordinária,movida pelos herdeiros, ou pelos credo-res da herança.

Art. 1.991. Desde a assinatura do com-promisso até a homologação da partilha,a administração da herança será exercidapelo inventariante.

Capítulo II – Dos Sonegados

Art.1.992. O herdeiro que sonegar bensda herança, não os descrevendo no in-ventário quando estejam em seu poder,ou, com o seu conhecimento, no de ou-trem, ou que os omitir na colação, a que osdeva levar, ou que deixar de restituí-los,perderá o direito que sobre eles lhe cabia.

Art. 1.993. Além da pena cominada no ar-tigo antecedente, se o sonegador for opróprio inventariante, remover-se-á, em seprovando a sonegação, ou negando ele aexistência dos bens, quando indicados.

Art.1.994. A pena de sonegados só se poderequerer e impor em ação movida pelosherdeiros ou pelos credores da herança.

Page 550: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Parágrafo único. A sentença que se pro-ferir na ação de sonegados, movida porqualquer dos herdeiros, ou credores, apro-veita aos demais interessados.

Art. 1.783. Se não se restituírem os benssonegados, por já os não ter o sonegadorem seu poder, pagará ele a importânciados valores, que ocultou, mais as perdase danos.

Art. 1.784. Só se pode argüir de sonega-ção o inventariante depois de encerrada adescrição dos bens, com a declaração, porele feita, de não existirem outros porinventariar e partir, e o herdeiro, depoisde declarar no inventário que os não pos-sui.

Capítulo V – Do Pagamento das Dívidas

Art. 1.796. A herança responde pelo pa-gamento das dívidas do falecido; mas,feita a partilha, só respondem os herdei-ros, cada qual em proporção da parte, quena herança lhe coube.

§ 1o Quando, antes da partilha, for reque-rido no inventário o pagamento de dívi-das constantes de documentos, revesti-dos de formalidades legais, constituindoprova bastante da obrigação, e houverimpugnação, que se não funde na alega-ção de pagamento, acompanhada de pro-va valiosa, o juiz mandará reservar, empoder do inventariante, bens suficientespara solução do débito, sobre os quaisvenha a recair oportunamente a execução.

§ 2o No caso figurado no parágrafo ante-cedente, o credor será obrigado a iniciar aação de cobrança dentro no prazo de trin-

Parágrafo único. A sentença que se pro-ferir na ação de sonegados, movida porqualquer dos herdeiros ou credores, apro-veita aos demais interessados.

Art. 1.995. Se não se restituírem os benssonegados, por já não os ter o sonegadorem seu poder, pagará ele a importânciados valores que ocultou, mais as perdas edanos.

Art. 1.996. Só se pode argüir de sonega-ção o inventariante depois de encerrada adescrição dos bens, com a declaração, porele feita, de não existirem outros porinventariar e partir, assim como argüir oherdeiro, depois de declarar-se no inven-tário que não os possui.

Capítulo III – Do Pagamento das Dívidas

Art. 1.997. A herança responde pelo pa-gamento das dívidas do falecido; mas,feita a partilha, só respondem os herdei-ros, cada qual em proporção da parte quena herança lhe coube.

§ 1o Quando, antes da partilha, for reque-rido no inventário o pagamento de dívi-das constantes de documentos, revesti-dos de formalidades legais, constituindoprova bastante da obrigação, e houverimpugnação, que não se funde na alega-ção de pagamento, acompanhada de pro-va valiosa, o juiz mandará reservar, empoder do inventariante, bens suficientespara solução do débito, sobre os quaisvenha a recair oportunamente a execução.

§ 2o No caso previsto no parágrafo ante-cedente, o credor será obrigado a iniciar aação de cobrança no prazo de trinta dias,

Page 551: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

ta dias, sob pena de se tornar de nenhumefeito a providência indicada.

Art. 1.797. As despesas funerárias, hajaou não herdeiros legítimos, sairão do mon-te da herança. Mas as de sufrágios poralma do finado só obrigarão a herança,quando ordenadas em testamento oucodicilo.

Art. 1.798. Sempre que houver ação re-gressiva de uns contra outros herdeiros,a parte do co-herdeiro insolvente dividir-se-á em proporção entre os demais.

Art. 1.799. Os legatários e credores daherança podem exigir que do patrimôniodo falecido se discrimine o do herdeiro, eem concurso com os credores deste, ser-lhes-ão preferidos no pagamento.

Art. 1.800. Se o herdeiro for devedor aoespólio, sua dívida será partilhada igual-mente entre todos, salvo se a maioria con-sentir que o débito seja imputado inteira-mente no quinhão do devedor.

Capítulo IV – Das Colações

Art. 1.786. Os descendentes, que concor-rerem à sucessão do ascendente comum,são obrigados a conferir doações e osdotes, que dele em vida receberam.

Art. 1.785. A colação tem por fim igualaras legítimas dos herdeiros. Os bens con-

sob pena de se tornar de nenhum efeito aprovidência indicada.

Art. 1.998. As despesas funerárias, hajaou não herdeiros legítimos, sairão do mon-te da herança; mas as de sufrágios poralma do falecido só obrigarão a herançaquando ordenadas em testamento oucodicilo.

Art. 1.999. Sempre que houver ação re-gressiva de uns contra outros herdeiros,a parte do co-herdeiro insolvente dividir-se-á em proporção entre os demais.

Art. 2.000. Os legatários e credores daherança podem exigir que do patrimôniodo falecido se discrimine o do herdeiro, e,em concurso com os credores deste, ser-lhes-ão preferidos no pagamento.

Art. 2.001. Se o herdeiro for devedor aoespólio, sua dívida será partilhada igual-mente entre todos, salvo se a maioria con-sentir que o débito seja imputado inteira-mente no quinhão do devedor.

Capítulo IV – Da Colação

Art. 2.002. Os descendentes que concor-rerem à sucessão do ascendente comumsão obrigados, para igualar as legítimas, aconferir o valor das doações que dele emvida receberam, sob pena de sonegação.

Parágrafo único. Para cálculo da legítima,o valor dos bens conferidos será compu-tado na parte indisponível, sem aumentara disponível.

Art. 2.003. A colação tem por fim igualar,na proporção estabelecida neste Código,

Page 552: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

feridos não aumentam a metade disponí-vel.

Art. 1.787. No caso do artigo anteceden-te, se ao tempo do falecimento do doador,os donatários já não possuírem os bensdoados, terão à colação o seu valor.

Art. 1.792. Os bens doados, ou dotados,imóveis, ou móveis, serão conferidos pelovalor certo, ou pela estimação que deleshouver sido feita na data da doação.

§ 1o Se do ato de doação ou do dote, nãoconstar o valor certo, nem houver estima-ção feita naquela época, os bens serãoconferidos na partilha pelo que então secalcular valessem ao tempo daqueles atos.

§ 2o Só o valor dos bens doados ou dota-dos entrará em colação; não assim o dasbenfeitorias acrescidas, as quais perten-cerão ao herdeiro donatário, correndo tam-bém por conta deste os danos e perdas,que eles sofrerem.

Art. 1.788. São dispensados da colaçãoos dotes ou as doações que o doadordeterminar que saiam de sua metade,

as legítimas dos descendentes e do côn-juge sobrevivente, obrigando também osdonatários que, ao tempo do falecimentodo doador, já não possuírem os bens do-ados.

Parágrafo único. Se, computados os va-lores das doações feitas em adiantamen-to de legítima, não houver no acervo benssuficientes para igualar as legítimas dosdescendentes e do cônjuge, os bens as-sim doados serão conferidos em espécie,ou, quando deles já não disponha odonatário, pelo seu valor ao tempo da li-beralidade.

Art. 2.004. O valor de colação dos bensdoados será aquele, certo ou estimativo,que lhes atribuir o ato de liberalidade.

§ 1o Se do ato de doação não constar va-lor certo, nem houver estimação feita na-quela época, os bens serão conferidos napartilha pelo que então se calcular vales-sem ao tempo da liberalidade.

§ 2o Só o valor dos bens doados entraráem colação; não assim o das benfeitoriasacrescidas, as quais pertencerão ao her-deiro donatário, correndo também à contadeste os rendimentos ou lucros, assim comoos danos e perdas que eles sofrerem.

Art. 2.005. São dispensadas da colaçãoas doações que o doador determinar sai-am da parte disponível, contanto que não

Page 553: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

a excedam, computado o seu valor ao tem-po da doação.

Parágrafo único. Presume-se imputada naparte disponível a liberalidade feita a des-cendente que, ao tempo do ato, não seriachamado à sucessão na qualidade de her-deiro necessário.

Art. 2.006. A dispensa da colação podeser outorgada pelo doador em testamen-to, ou no próprio título de liberalidade.

Art. 2.007. São sujeitas à redução as doa-ções em que se apurar excesso quanto aoque o doador poderia dispor, no momen-to da liberalidade.

§ 1o O excesso será apurado com base novalor que os bens doados tinham, nomomento da liberalidade.

§ 2o A redução da liberalidade far-se-á pelarestituição ao monte do excesso assimapurado; a restituição será em espécie, ou,se não mais existir o bem em poder dodonatário, em dinheiro, segundo o seuvalor ao tempo da abertura da sucessão,observadas, no que forem aplicáveis, asregras deste Código sobre a redução dasdisposições testamentárias.

§ 3o Sujeita-se a redução, nos termos doparágrafo antecedente, a parte da doaçãofeita a herdeiros necessários que excedera legítima e mais a quota disponível.

§ 4o Sendo várias as doações a herdeirosnecessários, feitas em diferentes datas,serão elas reduzidas a partir da última, atéa eliminação do excesso.

contanto que não excedam, computado oseu valor ao tempo da doação.

Art. 1.789. A dispensa de colação podeser outorgada pelo doador, ou dotador,em testamento, ou no próprio título da li-beralidade.

Page 554: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 2.008. Aquele que renunciou a heran-ça ou dela foi excluído, deve, não obstante,conferir as doações recebidas, para o fimde repor o que exceder o disponível.

Art. 2.009. Quando os netos, representan-do os seus pais, sucederem aos avós, se-rão obrigados a trazer à colação, ainda quenão o hajam herdado, o que os pais teriamde conferir.

Art. 2.010. Não virão à colação os gastosordinários do ascendente com o descen-dente, enquanto menor, na sua educação,estudos, sustento, vestuário, tratamentonas enfermidades, enxoval, assim como asdespesas de casamento, ou as feitas no in-teresse de sua defesa em processo-crime.

Art. 2.011. As doações remuneratórias deserviços feitos ao ascendente tambémnão estão sujeitas a colação.

Art. 2.012. Sendo feita a doação por am-bos os cônjuges, no inventário de cadaum se conferirá por metade.

Capítulo V – Da Partilha

Art. 2.013. O herdeiro pode sempre reque-rer a partilha, ainda que o testador o pro-íba, cabendo igual faculdade aos seuscessionários e credores.

Art. 1.790. O que renunciou à herança, oudela foi excluído, deve, não obstante, con-ferir as doações recebidas, para o fim derepor a parte inoficiosa.

Parágrafo único. Considera-se inoficiosaa parte da doação, ou do dote, que exce-der a legítima e mais a metade disponível.

Art. 1.791. Quando os netos, representan-do os seus pais, sucederem aos avós, se-rão obrigados a trazer à colação, ainda queo não hajam herdado, o que os pais teriamde conferir.

Art. 1.793. Não virão também à colação osgastos ordinários do ascendente com odescendente, enquanto menor, na suaeducação, estudos, sustento, vestuário, tra-tamento nas enfermidades, enxoval e des-pesas de casamento e livramento em pro-cesso-crime, de que tenha sido absolvido.

Art. 1.794. As doações remuneratórias deserviços feitos ao ascendente tambémnão estão sujeitas à colação.

Art. 1.795. Sendo feita a doação por am-bos os cônjuges, no inventário de cadaum se conferirá por metade.

Capítulo II – Da Partilha

Art. 1.772. O herdeiro pode requerer a par-tilha, embora lhe seja defeso pelo testa-dor.

§ 2o Não obsta à partilha o estar um oumais herdeiros na posse de certos bensdo espólio, salvo se da morte do proprie-tário houver decorrido vinte anos.

Page 555: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

Art. 2.014. Pode o testador indicar os bense valores que devem compor os quinhõeshereditários, deliberando ele próprio apartilha, que prevalecerá, salvo se o valordos bens não corresponder às quotasestabelecidas.

Art. 2.015. Se os herdeiros forem capazes,poderão fazer partilha amigável, por es-critura pública, termo nos autos do inven-tário, ou escrito particular, homologadopelo juiz.

Art. 2.016. Será sempre judicial a partilha,se os herdeiros divergirem, assim comose algum deles for incapaz.

Art. 2.017. No partilhar os bens, obser-var-se-á, quanto ao seu valor, natureza equalidade, a maior igualdade possível.

Art. 2.018. É válida a partilha feita porascendente, por ato entre vivos ou deúltima vontade, contanto que não pre-judique a legítima dos herdeiros neces-sários.

Art. 2.019. Os bens insuscetíveis de divi-são cômoda, que não couberem nameação do cônjuge sobrevivente ou noquinhão de um só herdeiro, serão vendi-dos judicialmente, partilhando-se o valorapurado, a não ser que haja acordo paraserem adjudicados a todos.§ 1o Não se fará a venda judicial se o côn-juge sobrevivente ou um ou mais herdei-ros requererem lhes seja adjudicado o bem,repondo aos outros, em dinheiro, a dife-rença, após avaliação atualizada.§ 2o Se a adjudicação for requerida pormais de um herdeiro, observar-se-á o pro-cesso da licitação.

Art. 1.773. Se os herdeiros forem maiorese capazes, poderão fazer partilha amigá-vel, por escritura pública, termo nos au-tos do inventário, ou escrito particular,homologado pelo juiz.

Art. 1.774. Será sempre judicial a partilha,se os herdeiros divergirem, assim comose algum deles for menor, ou incapaz.

Art. 1.775. No partilhar dos bens, obser-var-se-á, quanto ao seu valor, natureza equalidade, a maior igualdade possível.

Art. 1.776. É válida a partilha feita pelopai, por ato entre vivos ou de última von-tade, contanto que não prejudique a legí-tima dos herdeiros necessários.

Art. 1.777. O imóvel que não couber noquinhão de um só herdeiro, ou não admi-tir divisão cômoda, será vendido em has-ta pública, dividindo-se-lhe o preço, excetose um ou mais herdeiros requererem lhesseja adjudicado, repondo aos outros, emdinheiro, o que sobrar.

Page 556: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 1.778. Os herdeiros em posse dos bensda herança, o cabeça-de-casal e oinventariante são obrigados a trazer aoacervo os frutos que, desde a abertura dasucessão, perceberam, têm direito ao re-embolso das despesas necessárias e úteis,que fizeram, e respondem pelo dano, a que,por dolo, ou culpa, deram causa.

Art. 1.779. Quando parte da herança con-sistir em bens remotos do lugar do inventá-rio, litigiosos, ou de liquidação morosa, oudifícil, poderá proceder-se, no prazo legal, àpartilha dos outros, reservando-se aquelespara uma ou mais sobrepartilhas, sob a guar-da e administração do mesmo, ou diversoinventariante, a aprazimento da maioria dosherdeiros.

Art. 1.779. Quando parte da herança con-sistir em bens remotos do lugar do inventá-rio, litigiosos, ou de liquidação morosa, oudifícil, poderá proceder-se, no prazo legal, àpartilha dos outros, reservando-se aquelespara uma ou mais sobrepartilhas, sob a guar-da e administração do mesmo, ou diversoinventariante, a aprazimento da maioria dosherdeiros.

Capítulo VI – Da Garantia dos QuinhõesHereditários

Art. 1.801. Julgada a partilha, fica o direitode cada um dos herdeiros circunscrito aosbens do seu quinhão.

Art. 1.802. Os co-herdeiros são reciproca-mente obrigados a indenizar-se, no casode evicção, dos bens aquinnhoados.

Art. 1.803. Cessa essa obrigação mútua,havendo convenção em contrário, e bem

Art. 2.020. Os herdeiros em posse dos bensda herança, o cônjuge sobrevivente e oinventariante são obrigados a trazer aoacervo os frutos que perceberam, desde aabertura da sucessão; têm direito ao re-embolso das despesas necessárias e úteisque fizeram, e respondem pelo dano a que,por dolo ou culpa, deram causa.

Art. 2.021. Quando parte da herança con-sistir em bens remotos do lugar do inventá-rio, litigiosos, ou de liquidação morosa oudifícil, poderá proceder-se, no prazo legal, àpartilha dos outros, reservando-se aquelespara uma ou mais sobrepartilhas, sob a guar-da e a administração do mesmo ou diversoinventariante, e consentimento da maioriados herdeiros.

Art. 2.022. Ficam sujeitos a sobrepartilhaos bens sonegados e quaisquer outrosbens da herança de que se tiver ciênciaapós a partilha.

Capítulo VI – Da Garantia dos QuinhõesHereditários

Art. 2.023. Julgada a partilha, fica o direitode cada um dos herdeiros circunscrito aosbens do seu quinhão.

Art. 2.024. Os co-herdeiros são reciproca-mente obrigados a indenizar-se no casode evicção dos bens aquinhoados.

Art. 2.025. Cessa a obrigação mútuaestabelecida no artigo antecedente, ha-

Page 557: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

assim dando-se a evicção por culpa doevicto, ou por fato posterior à partilha.

Art. 1.804. O evicto será indenizado pelosco-herdeiros na proporção de suas quo-tas hereditárias; mas, se algum deles seachar insolvente, responderão os demais,na mesma proporção, pela parte desse,menos a quota que corresponderia ao in-denizado.

Capítulo VII – Da Nulidade da Partilha

Art. 1.805. A partilha, uma vez feita ejulgada, só é anulável pelos vícios e de-feitos que invalidam, em geral, os atos ju-rídicos.

Disposições Finais

vendo convenção em contrário, e bemassim dando-se a evicção por culpa doevicto, ou por fato posterior à partilha.

Art. 2.026. O evicto será indenizado pelosco-herdeiros na proporção de suas quo-tas hereditárias, mas, se algum deles seachar insolvente, responderão os demaisna mesma proporção, pela parte desse,menos a quota que corresponderia ao in-denizado.

Capítulo VII – Da Anulação da Partilha

Art. 2.027. A partilha, uma vez feita ejulgada, só é anulável pelos vícios e de-feitos que invalidam, em geral, os negóci-os jurídicos.

Parágrafo único. Extingue-se em um anoo direito de anular a partilha.

Livro Complementar – Das DisposiçõesFinais e Transitórias

Art. 2.028. Serão os da lei anterior osprazos, quando reduzidos por este Có-digo, e se, na data de sua entrada emvigor, já houver transcorrido mais dametade do tempo estabelecido na leirevogada.

Art. 2.029. Até dois anos após a entra-da em vigor deste Código, os prazosestabelecidos no parágrafo único doart. 1.238 e no parágrafo único do art.1.242 serão acrescidos de dois anos,qualquer que seja o tempo transcorridona vigência do anterior, Lei no 3.071, de1o de janeiro de 1916.

Page 558: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 2.030. O acréscimo de que trata o arti-go antecedente, será feito nos casos a quese refere o § 4o do art. 1.228.

Art. 2.031. As associações, sociedades efundações, constituídas na forma das leisanteriores, terão o prazo de um ano parase adaptarem às disposições deste Códi-go, a partir de sua vigência; igual prazo éconcedido aos empresários.

Art. 2.032. As fundações, instituídas se-gundo a legislação anterior, inclusive asde fins diversos dos previstos no pará-grafo único do art. 62, subordinam-se,quanto ao seu funcionamento, ao dispos-to neste Código.

Art. 2.033. Salvo o disposto em lei especi-al, as modificações dos atos constitutivosdas pessoas jurídicas referidas no art. 44,bem como a sua transformação, incorpo-ração, cisão ou fusão, regem-se desdelogo por este Código.

Art. 2.034. A dissolução e a liquidação daspessoas jurídicas referidas no artigo an-tecedente, quando iniciadas antes da vi-gência deste Código, obedecerão ao dis-posto nas leis anteriores.

Art. 2.035. A validade dos negócios e de-mais atos jurídicos, constituídos antes daentrada em vigor deste Código, obedeceao disposto nas leis anteriores, referidasno art. 2.045, mas os seus efeitos, produ-zidos após a vigência deste Código, aospreceitos dele se subordinam, salvo sehouver sido prevista pelas partes deter-minada forma de execução.Parágrafo único. Nenhuma convençãoprevalecerá se contrariar preceitos de or-

Page 559: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

��������������� � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

���

dem pública, tais como os estabelecidospor este Código para assegurar a funçãosocial da propriedade e dos contratos.

Art. 2.036. A locação de prédio urbano,que esteja sujeita à lei especial, por estacontinua a ser regida.

Art. 2.037. Salvo disposição em contrário,aplicam-se aos empresários e sociedadesempresárias as disposições de lei nãorevogadas por este Código, referentes acomerciantes, ou a sociedades comerci-ais, bem como a atividades mercantis.

Art. 2.038. Fica proibida a constituição deenfiteuses e subenfiteuses, subordinan-do-se as existentes, até sua extinção, àsdisposições do Código Civil anterior, Leino 3.071, de 1o de janeiro de 1916, e leisposteriores.§ 1o Nos aforamentos a que se refere esteartigo é defeso:I – cobrar laudêmio ou prestação análoganas transmissões de bem aforado, sobreo valor das construções ou plantações;II – constituir subenfiteuse.§ 2o A enfiteuse dos terrenos de marinha eacrescidos regula-se por lei especial.

Art. 2.039. O regime de bens nos casa-mentos celebrados na vigência do Códi-go Civil anterior, Lei no 3.071, de 1o de ja-neiro de 1916, é o por ele estabelecido.

Art. 2.040. A hipoteca legal dos bens dotutor ou curador, inscrita em conformida-de com o inciso IV do art. 827 do CódigoCivil anterior, Lei no 3.071, de 1o de janeirode 1916, poderá ser cancelada, obedecidoo disposto no parágrafo único do art. 1.745deste Código.

Page 560: Novo código civil - quadro comparativo 1916/2002

������������������ � ��

Lei no 3.071/1916 Lei no 10.406/2002

Quadro Comparativo entre o Novo Código Civil e o Código Civil Anterior

Art. 2.041. As disposições deste Códigorelativas à ordem da vocação hereditária(arts. 1.829 a 1.844) não se aplicam à su-cessão aberta antes de sua vigência, pre-valecendo o disposto na lei anterior (Leino 3.071, de 1o de janeiro de 1916).

Art. 2.042. Aplica-se o disposto no caputdo art. 1.848, quando aberta a sucessãono prazo de um ano após a entrada emvigor deste Código, ainda que o testamen-to tenha sido feito na vigência do anteri-or, Lei no 3.071, de 1o de janeiro de 1916;se, no prazo, o testador não aditar o testa-mento para declarar a justa causa de cláu-sula aposta à legítima, não subsistirá arestrição.

Art. 2.043. Até que por outra forma se dis-ciplinem, continuam em vigor as disposi-ções de natureza processual, administra-tiva ou penal, constantes de leis cujospreceitos de natureza civil hajam sido in-corporados a este Código.

Art. 2.044. Este Código entrará em vigor 1(um) ano após a sua publicação.

Art. 2.045. Revogam-se a Lei no 3.071, de1o de janeiro de 1916 – Código Civil e aParte Primeira do Código Comercial, Leino 556, de 25 de junho de 1850.

Art. 2.046. Todas as remissões, em diplo-mas legislativos, aos Códigos referidosno artigo antecedente, consideram-se fei-tas às disposições correspondentes des-te Código.Brasília, 10 de janeiro de 2002; 181o da In-dependência e 114o da República.FERNANDO HENRIQUE CARDOSOAloysio Nunes Ferreira Filho

Art. 1.806. O Código Civil entrará em vi-gor no dia 1o de janeiro de 1917.

Art. 1.807