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___________________________________________________________________________________________________________ Nº PESSOA COLECTIVA 502054689 Rua Avelino Santos Leite, 16 * Apartado 1205 * 4471-909 MAIA * Telfs. 229489018 – 229488348 – 229411101 Fax 229449382 E-Mail: [email protected] * Internet: www.apeca.pt NOVIDADES E LEMBRANÇAS Síntese de diversas matérias fiscais de maior relevo ocorridas na 2.ª quinzena de Março de 2014 1 2 1 - IRS – Regime simplificado – Artigo 31.º, nº 2 do Código: - Circular n.º 5/2014, de 20 de março. Encontram-se abrangidos na alínea b) do n.º 2 do artigo 31.º do CIRS, os rendimentos auferidos, por conta própria, de qualquer atividade de prestação de serviços que tenham enquadramento na alínea b) do n.º 1 do artigo 3.º do Código, independentemente da atividade estar classificada de acordo com o CAE ou com a tabela a que se refere o artigo 151.º do CIRS, incluindo as atividades classificadas com o código 1519 – Outros prestadores de serviços. Nota: - As atividades comerciais e industriais elencadas no artigo 4.º do Código do IRS, que operam através de prestação de serviços, são enquadráveis na alínea a) do n.º 1 do artigo 3.º do Código, e não na sua alínea b), sendo-lhes aplicável o coeficiente de 0,10, a que se refere a alínea e) do n.º 2 do artigo 31.º, exceto se outros se encontrarem previstos em alíneas anteriores do mesmo n.º 2. 2 - IRC - Regime simplificado de determinação da matéria coletável: - Circular n.º 6/2014, de 28 de março. Transmite o entendimento resultante do Despacho n.º 77/2014-XIX, de 27 de março, do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, segundo o qual podem optar por este regime, os sujeitos passivos: i) Residentes; ii) Nao isentos nem sujeitos a um regime especial de tributação; iii) Que exerçam , a titulo principal, uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola. Nota: - Ao referir que os sujeitos passivos isentos ou sujeitos a um regime especial de tributação não podem optar pelo regime simplificado, o legislador excluiu do seu âmbito de aplicação subjetiva, designadamente, todos os sujeitos passivos abrangidos pelo regime de transparência fiscal a que se refere o artigo 6.º do CIRC e os sujeitos passivos a que seja aplicável o regime especial de tributação dos grupos de sociedades (RETGS). A Circular esclarece ainda outras matérias, como as condições de opção pelo regime, aspetos procedimentais (inclusão/cessação) e determinação da matéria coletável. 3 - IRC - Taxas de derrama lançadas para cobrança em 2014 - Período de 2013: - Oficio Circulado n.º 20170 de 2014-03-14. Divulga a lista de Municípios, com a indicação dos códigos de Distrito/Concelho, e das taxas de derrama lançadas para cobrança em 2013, necessárias ao preenchimento da Declaração de Rendimentos Modelo 22. 1 Destina-se apenas a que os nossos associados tenham conhecimento, em tempo útil, da existência da norma ou instrução administrativa e fiquem com uma ideia sucinta do seu conteúdo. Não dispensa a leitura cuidada dos próprios documentos, aquando da sua aplicação prática. 2 Recentemente foram disponibilizadas, no Portal da AT, centenas de Informações Vinculativas, que continuarão a ser tratadas nas próximas Circulares.

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___________________________________________________________________________________________________________ Nº PESSOA COLECTIVA 502054689 Rua Avelino Santos Leite, 16 * Apartado 1205 * 4471-909 MAIA * Telfs. 229489018 – 229488348 – 229411101 Fax 229449382 E-Mail: [email protected] * Internet: www.apeca.pt

NOVIDADES E LEMBRANÇAS

Síntese de diversas matérias fiscais de maior relevo ocorridas na

2.ª quinzena de Março de 2014 1 2 1 - IRS – Regime simplificado – Artigo 31.º, nº 2 do Código: - Circular n.º 5/2014, de 20 de março.

Encontram-se abrangidos na alínea b) do n.º 2 do artigo 31.º do CIRS, os rendimentos auferidos, por conta própria, de qualquer atividade de prestação de serviços que tenham enquadramento na alínea b) do n.º 1 do artigo 3.º do Código, independentemente da atividade estar classificada de acordo com o CAE ou com a tabela a que se refere o artigo 151.º do CIRS, incluindo as atividades classificadas com o código 1519 – Outros prestadores de serviços.

Nota: - As atividades comerciais e industriais elencadas no artigo 4.º do Código do IRS, que operam através de prestação de serviços, são enquadráveis na alínea a) do n.º 1 do artigo 3.º do Código, e não na sua alínea b), sendo-lhes aplicável o coeficiente de 0,10, a que se refere a alínea e) do n.º 2 do artigo 31.º, exceto se outros se encontrarem previstos em alíneas anteriores do mesmo n.º 2.

2 - IRC - Regime simplificado de determinação da matéria coletável: - Circular n.º 6/2014, de 28 de março.

Transmite o entendimento resultante do Despacho n.º 77/2014-XIX, de 27 de março, do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, segundo o qual podem optar por este regime, os sujeitos passivos: i) Residentes; ii) Nao isentos nem sujeitos a um regime especial de tributação; iii) Que exerçam , a titulo principal, uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola.

Nota: - Ao referir que os sujeitos passivos isentos ou sujeitos a um regime especial de tributação não podem optar pelo regime simplificado, o legislador excluiu do seu âmbito de aplicação subjetiva, designadamente, todos os sujeitos passivos abrangidos pelo regime de transparência fiscal a que se refere o artigo 6.º do CIRC e os sujeitos passivos a que seja aplicável o regime especial de tributação dos grupos de sociedades (RETGS). A Circular esclarece ainda outras matérias, como as condições de opção pelo regime, aspetos procedimentais (inclusão/cessação) e determinação da matéria coletável.

3 - IRC - Taxas de derrama lançadas para cobrança em 2014 - Período de 2013: - Oficio Circulado n.º 20170 de 2014-03-14.

Divulga a lista de Municípios, com a indicação dos códigos de Distrito/Concelho, e das taxas de derrama lançadas para cobrança em 2013, necessárias ao preenchimento da Declaração de Rendimentos Modelo 22.

1 Destina-se apenas a que os nossos associados tenham conhecimento, em tempo útil, da existência da norma ou instrução administrativa e fiquem com uma ideia sucinta do seu conteúdo. Não dispensa a leitura cuidada dos próprios documentos, aquando da sua aplicação prática.

2 Recentemente foram disponibilizadas, no Portal da AT, centenas de Informações Vinculativas, que continuarão a ser tratadas nas próximas Circulares.

___________________________________________________________________________________________________________ Nº PESSOA COLECTIVA 502054689 Rua Avelino Santos Leite, 16 * Apartado 1205 * 4471-909 MAIA * Telfs. 229489018 – 229488348 – 229411101 Fax 229449382 E-Mail: [email protected] * Internet: www.apeca.pt

Nota: - Deve ser tido em conta o esclarecimento constante do mesmo, do seguinte teor: - Para sujeitos passivos cujo volume de negócios no período anterior ultrapasse 150.000,00 Euros, a taxa de derrama a

aplicar é a taxa normal; - Para sujeitos passivos cujo volume de negócios no período anterior não ultrapasse 150.000,00 Euros, mas seja superior

ao referido no âmbito da isenção, a taxa de derrama a aplicar é a taxa reduzida; - Estão isentos de derrama os sujeitos passivos cujo volume de negócios no período anterior não ultrapasse o montante

indicado na coluna "Âmbito da isenção".

4 - IRS – Regime simplificado - Alteração do n° 2 do art.º 28.° do Código do IRS - Limite de € 200.000: - Ofício Circulado n.º 20172, de 2014.03.28.

Procede à divulgação do entendimento sancionado pelo Despacho n.º 71/2014 - XIX do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, segundo o qual, em 2014, ficam enquadrados no regime simplificado os titulares de rendimentos da categoria B que: a) Tendo iniciado a atividade em 2013 e ficado enquadrados no regime simplificado, face ao valor anual de rendimentos estimado não ser superior a € 150 000, não tenham efetivamente ultrapassado os € 200 000 (cf. n.ºs 2 e 10 do art° 28° do CIRS); b) Estando enquadrados no regime simplificado, tenham em 2012 ultrapassado o valor de €150 000, mas em 2013 não ultrapassaram os € 200 000, considerando que não se verifica a condição de ter sido ultrapassado o limite em dois períodos de tributação consecutivos (cf. 1.ª parte do n.º 6 do art° 28° do CIRS); c) Estando enquadrados no regime simplificado, não tenham em 2013 ultrapassado o valor de €250 000, considerando que não se verifica a condição de ter sido ultrapassado o limite num único exercício em mais de 25 % (cf. 2.ª parte do n.º 6 do art.° 28.° do CIRS).

Nota: - Os contribuintes enquadrados no regime simplificado, que em 2014 ainda se encontrem no decurso do triénio, podem exercer a opção pelo regime da contabilidade até 31 de março, dado que o prazo estabelecido no n° 9 do art° 177° da Lei n° 83-C/2013, de 31 de dezembro, foi prorrogado pelo despacho n.º 57/2014 - XIX, do SEAF. - Os contribuintes que tenham concluído o triénio no regime simplificado em 2013, e pretendam a partir de 2014 ficar enquadrados no regime da contabilidade, devem exercer a respetiva opção até ao fim do mês de março de 2014 (cf. n.ºs 3 e 4 do art° 28° do CIRS). - Tratando-se de contribuintes que em 2013 se encontravam no regime da contabilidade por imposição legal, ficam enquadrados no regime simplificado em 2014 se o seu rendimento anual ilíquido da categoria B tiver sido em 2013 igual ou inferior a € 200 000. Caso pretendam manter o regime da contabilidade, devem exercer a respetiva opção até ao fim do mês de março de 2014 (cf. n.ºs 3 e 4 do art.° 28.° do CIRS).

5 - IVA - Taxas - Produtos destinados à agricultura - Ceras de enxertia destinadas à parafinagem dos enxertos-prontos (videiras): - Informação Vinculativa – Despacho de 2013-02-25 - Processo nº 4374.

Apenas podem beneficiar do enquadramento na verba 2.5 da lista II anexa ao Código do IVA, os utensílios, máquinas ou equipamentos que reúnam os pressupostos nela mencionados, não estando contemplados os consumíveis, ainda que estes tenham uma aplicação exclusiva ou principal na agricultura, pecuária ou silvicultura.

Nota: - Assim, considera-se que os produtos constantes do pedido de informação vinculativa não reúnem os propósitos previstos na citada verba 2.5 da lista II anexa ao CIVA, sendo, por isso, tributados à taxa normal.

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6 - IVA - Taxa - Óleo alimentar usado – BIODIESEL: - Informação Vinculativa – Despacho de 2012-12-10 - Processo nº 4218.

Os óleos alimentares usados nunca beneficiaram de enquadramento em qualquer verba das listas anexas ao CIVA, sendo sujeitos à aplicação da taxa normal do imposto.

Nota: - No que concerne ao "biodiesel", não tendo enquadramento em qualquer verba das listas I ou II anexas ao CIVA, a respetiva transmissão está, de igual modo, sujeita à aplicação da taxa normal do imposto.

7 - IVA - Taxas - Cursos de preparação para o parto: - Informação Vinculativa – Despacho de 2012-12-04 - Processo nº 4200.

Relativamente ao conceito de prestações de serviços médicos, importa referir que o Acórdão do Tribunal de Justiça da Comunidade Europeia, de 14 de setembro de 2000, Processo 384/98, considera como tais, as que consistam em prestar assistência a pessoas, diagnosticando e tratando uma doença ou qualquer anomalia de saúde.

Nota: - Assim, os serviços prestados no âmbito dos "cursos de preparação para o parto", muito embora se relacionem com o setor da saúde e, ainda que lecionados por técnicos competentes nessa área, nomeadamente, parteiras, fisioterapeutas e enfermeiros, extravasam o âmbito de aplicação das isenções previstas quer no nº 1 quer no nº 2, ambos do art. 9º do CIVA, pelo que não podem aproveitar do enquadramento nas referidas isenções, devendo ser tributados à taxa normal.

8 - IVA - Taxas – Produtos alimentares - Enlatado composto de bacalhau, grão, azeite, vinagre, cebola e salsa: - Informação Vinculativa – Despacho de 2012-12-13 - Processo nº 4198.

A Lei nº 64-B/2011, de 30 de dezembro (Lei do Orçamento do Estado para 2012) introduziu algumas alterações ao Código do IVA. Entre estas procedeu à revogação da verba 1.8 da lista II anexa ao CIVA, onde se enquadravam os produtos pré-confecionados ou pré-cozinhados, designadamente de peixe.

Nota: - Deste modo, conclui-se que o produto em causa, por se caraterizar como um produto pré-confecionado de peixe, é tributado à taxa normal de IVA, por falta de enquadramento nas diferentes verbas das listas anexas ao CIVA.

9 - IVA - Taxas - Produtos alimentares – Flores comestíveis: - Informação Vinculativa – Despacho de 2012-12-13 - Processo nº 4191.

A requerente solicita esclarecimento sobre a taxa de IVA aplicar na comercialização de florescências comestíveis em fresco, sem qualquer tipo de transformação, designadamente: brincos de princesa (antirrhinum), begónia, calêndula, courgette flower, margarida (daisy), cravo (dianthus), gerânio (geranium), impation, lavanda (lavender), nasturtium, pansy, rosas, salvia, tagetes.

Nota: - Compulsadas as normas legais relativas ao IVA, verifica-se que as referidas "flores frescas", ainda que comestíveis, não se encontram abrangidas por qualquer das Listas anexas ao Código do IVA (CIVA), pelo que a sua transmissão é passível de tributação, à taxa normal.

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10 - IVA - Taxas – Bilhetes de ingresso em espetáculos efetuadas por jardins zoológicos, botânicos e aquários: - Informação Vinculativa – Despacho de 2012-12-06 - Processo nº 3951.

As prestações de serviços efetuadas pelos jardins zoológicos, botânicos e aquários, cuja contraprestação se consubstancia no pagamento de bilhetes de entrada nos respetivos recintos, foram objeto de reenquadramento em IVA, com a publicação da Lei n.º 64-B/2011, de 30 de dezembro, que aprovou o Orçamento de Estado para 2012, que consistiu na revogação da verba 2.15 da Lista I anexa ao CIVA.

Nota: - Assim, a partir de 1 de janeiro de 2012, as prestações de serviços tituladas pela emissão de bilhetes de entrada num jardim zoológico, são tributadas à taxa normal, por falta de enquadramento na verba 2.6 da Lista II, por tais operações não se incluírem nos divertimentos públicos tipificados na mesma.

11 - IVA - Taxa - Medicina estética: - Informação Vinculativa – Despacho de 2012-11-07 - Processo nº 4133.

Face à jurisprudência comunitária constante do Acórdão do Tribunal de Justiça da União Europeia, de 14 de setembro de 2000, bem como à Recomendação do Comité IVA de 2011.10.19, conclui-se que os atos médicos cujo objetivo terapêutico não vise a realização de diagnósticos, o tratamento e, na medida do possível, a cura de doenças ou anomalias da saúde, estão excluídos do âmbito de aplicação da isenção prevista no artigo 9.º do Código do IVA.

Nota: - Assim, os serviços prestados na área da medicina estética apenas podem beneficiar da isenção nos termos do referido artigo 9.º, quando os mesmos tenham subjacente um processo corretivo, reconstrutivo ou outro, que se insira no conceito do que, para efeitos de IVA, se considera como prestações de serviços médicos. Caso contrário, aqueles serviços, ainda que realizados por profissionais que possuam as qualificações exigidas (médicos), não aproveitam da isenção estabelecida na isenção prevista no n.º 1 do artigo 9.º do CIVA, sendo sujeitos a tributação à taxa normal.

12 - IVA - Taxas - Cartões de desconto: - Informação Vinculativa – Despacho de 2013-01-30 - Processo nº 4115.

A entrega de cartões personalizados aos aderentes mediante contraprestação, configuram uma transmissão de bens na aceção do n.º 1 do artigo 3.º, sujeita a imposto nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 1.º e tributada à taxa normal, conforme previsto na alínea c) do n.º 1 do artigo 18.º, todos do CIVA.

Nota: - O que estava em causa era saber o enquadramento da emissão de um cartão personalizado fornecido aos aderentes, por contrapartida de determinada importância, o qual, mediante a sua apresentação aos parceiros/estabelecimentos comerciais, no ato da compra, concede direito ao desconto estabelecido no respetivo contrato

13 - IVA - Taxas - Alojamento local (Portaria nº 517/2008) - Alojamento em estabelecimento tipo hoteleiro: - Informação Vinculativa – Despacho de 2012-11-07 - Processo nº 4111.

A Portaria n.º 517/2008, de 25 de junho (atualizada pela Portaria n.º 138/2012, de 14 de maio), regulamenta os requisitos mínimos sobre as normas de funcionamento a observar pelos estabelecimentos de "alojamento local".

Nota: - De acordo com o disposto na verba 2.17 da lista I anexa ao Código do IVA (CIVA), são tributadas à taxa reduzida, as prestações de serviços efetuadas no âmbito do "Alojamento em estabelecimento tipo hoteleiro", onde se inclui a prestação de serviços de "alojamento local", como tal regulado pelas normas legais acima descritas.

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14 - IVA - Taxas - "barras de apoio" - Utilizadas por pessoas com deficiência: - Informação Vinculativa – Despacho de 2012-11-08 - Processo nº 3873.

De acordo com o Despacho Conjunto 26026/2006, de 22 de dezembro, do Ministro das Finanças, da Solidariedade e Segurança Social e da Saúde, só os bens constantes da citada lista beneficiam do enquadramento na verba 2.9 da Lista I anexa ao Código do IVA, e consequentemente, só as respetivas transmissões são sujeitas a tributação à taxa reduzida do imposto.

Nota: - Assim, a transmissão de "barras de apoio", que se destinam a ser utilizadas por pessoas com deficiência, porque não se encontra elencada nos diferentes itens do referido Despacho Conjunto 26026/2006, de 22 de dezembro, não beneficia, por isso, do enquadramento na citada verba 2.9 da Lista I, ou noutra das diferentes verbas anexas ao Código do IVA, sendo consequentemente, passível da taxa normal do imposto.

15 - IVA - Taxas - Produtos destinados à alimentação de pombos de criação, competição, muda, dieta e manutenção: - Informação Vinculativa – Despacho de 2012-11-05 - Processo nº 3866.

O artigo 98º da Diretiva 2006/112/CE prevê a aplicação de uma ou duas taxas reduzidas. No entanto, restringe a sua aplicação às transmissões de bens ou prestações de serviços constantes do Anexo III - Lista da entrega de bens e prestações de serviços a que se podem aplicar as taxas reduzidas previstas no artigo 98, constando do ponto 1 do referido anexo, "Produtos alimentares (incluindo bebidas, com exceção das bebidas alcoólicas) destinados ao consumo humano e animal, animais vivos, sementes, plantas e ingredientes normalmente destinados à preparação de alimentos, bem como produtos normalmente destinados a servir de complemento ou de substituto de produtos alimentares". Constata-se, assim, que a legislação comunitária prevê a aplicação de uma taxa reduzida aos produtos alimentares destinados ao consumo animal.

Nota: - Não obstante, a aplicação de uma taxa reduzida a que se refere a norma referida no ponto anterior não é de aplicação obrigatória, ficando, assim, sujeita ao poder discricionário legislativo nacional. No caso em apreço, o poder legislativo entendeu por bem restringir a aplicação da taxa reduzida aos bens alimentares para consumo de animais destinados, por sua vez, à alimentação humana. Relativamente à alimentação de animais que não se destinem à alimentação humana, como se trata do caso apresentado pela requerente, a sua tributação faz-se por aplicação da taxa normal de IVA.

16 - IVA - Taxas - Centro de estágio - Local de alojamento com direito a pequeno-almoço: - Informação Vinculativa – Despacho de 2013-09-10 - Processo nº 5456.

A expressão "estabelecimento de tipo hoteleiro" utilizada na redação da verba 2.17 da Lista I anexa ao CIVA, é aplicada num sentido amplo, uma vez que esta expressão abrange não só os estabelecimentos hoteleiros referidos pelo artigo 11.º do DL. n.º 39/2008, de 7/3 mas, também, outras unidades com funções análogas aos estabelecimentos hoteleiros, ou seja, engloba também os estabelecimentos que, independentemente da sua classificação, prestem serviços de alojamento (entende-se por serviços de alojamento, o alojamento propriamente dito, assim como prestações de serviços acessórias a esses alojamento, nomeadamente limpezas e prestações de serviço de apoio).

Nota: - Assim, o alojamento num centro de estágio, com direito a pequeno-almoço, beneficia do enquadramento na Verba 2.17 da Lista I, anexa ao Código do IVA e, como tal sujeitas à taxa reduzida.

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17 - IVA - Taxas - Transmissão de bens - "leitão assado" - "carcaças de leitões em cru": - Informação Vinculativa – Despacho de 2012-11-02 – Processo nº 3796.

A transmissão de "carcaças de leitão" está sujeita à aplicação da taxa reduzida, enquanto a transmissão de "leitão assado", está sujeita à aplicação da taxa normal.

Nota: - O que estava em causa era saber se era possível o cliente adquirir as carcaças de leitão em fresco (cru) e efetuar o pagamento à parte da prestação de serviços de "assadura", permitindo faturar discriminadamente a operação em causa, designadamente: "carcaça de leitão" à taxa reduzida e a prestação de serviços de "assar o leitão" à taxa geral normal.

18 - IVA - Taxas – Cedência da posição contratual num contrato de leasing de uma viatura: - Informação Vinculativa – Despacho de 2013-03-07 - Processo nº 4506.

A cedência da posição contratual num contrato de leasing de uma viatura consubstancia uma prestação de serviços tributada.

Nota: - O seu valor tributável será o valor da contraprestação obtida ou a obter do adquirente, do destinatário ou de um terceiro, ou seja, na situação em apreço, o valor tributável será o valor estabelecido entre as partes, ou seja, o valor da cedência a pagar pelo destinatário.

19 - IVA - Faturação - Prestações de serviços de caráter continuado: - Informação Vinculativa – Despacho de 2013-05-10 - Processo nº 4702.

Nos termos do disposto no nº 3 do art.7º do CIVA (Facto gerador e exigibilidade do imposto), nas prestações de serviços de caráter continuado, resultantes de contratos que deem lugar a pagamentos sucessivos, considera-se que as prestações de serviços são realizadas no termo do período a que se refere cada pagamento, sendo o imposto devido e exigível pelo respetivo montante.

Nota: - Embora nos termos do disposto no nº3 do art.7º do CIVA, o imposto seja devido apenas no termo do período a que se refere o pagamento, ou seja, no caso em apreciação, no fim de cada trimestre, caso a fatura seja emitida em data anterior ao termo desse período, por exemplo, a meio do trimestre, o disposto na al. a) do nº1 do art.8º do CIVA, torna o imposto exigível na data da emissão da fatura. Deste modo, podem as faturas ser emitidas a meio de cada trimestre, quer para os clientes nacionais quer para os estrangeiros, dentro e fora da União Europeia.

20 - IVA - Enquadramento - Taxas - Contrato de arrendamento rural: - Informação Vinculativa – Despacho de 2013-02-04 -Processo nº 4369.

Pela leitura do contrato de arrendamento facultado pelo requerente, verifica-se que, embora o contrato contenha os elementos que tipificam a locação de um imóvel, o mesmo apresenta simultânea e indissociavelmente outras características que se não podem adaptar à pureza do conceito, uma vez que, com o arrendamento, é igualmente cedido o direito à utilização das infraestruturas já existentes nos prédios objeto do referido contrato.

Nota: - Assim, entende-se que a locação dos prédios rústicos em causa, com a cedência de utilização das respetivas infraestruturas de apoio, é uma operação sujeita a IVA e dele não isenta, por aplicação conjugada do nº. 1 do art. 4º e alínea c) do nº. 29 do art. 9º, ambos do CIVA, pelo que o requerente tem de liquidar IVA relativamente ao contrato de arrendamento rural.

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21 - IVA - Faturas – Exigibilidade do imposto – Faturas globais - Fornecimento de leite sujeito a classificação laboratorial em data posterior à emissão da fatura: - Informação Vinculativa – Despacho de 2013-10-29 - Processo nº 5557.

i) O imposto é devido no momento em que os bens são postos à disposição do adquirente, nos termos da regra geral da al. a) do n.º 1 do art.º 7.º do CIVA; ii) O sujeito passivo pode recorrer ao processamento de faturas globais respeitantes a cada mês desde que por cada transação seja emitida guia ou nota de remessa e do conjunto dos dois documentos resultem os elementos referidos no n.º 5 do artigo 36; iii) O imposto é exigível até ao 5º dia útil seguinte ao termo do mês a que respeita a fatura global processada, de acordo com a leitura conjugada do disposto no n.º 1 do art.º 8.º com o n.º 2 do art.º 36.º, ambos do CIVA.

Nota: - Assim, o desconhecimento do preço definitivo do bem entregue não obsta à emissão da fatura dentro do prazo legal, na medida em que pode ser emitida com base num preço estimado e, posteriormente, ser emitido o respetivo documento retificativo (nota de crédito ou nota de débito), segundo o n.º 7 do art.º 29.º e n.º 6 do art.º 36.º, ambos do CIVA.

22 - IVA - Enquadramento – Taxas relativas ao financiamento do Sistema de recolha de animais mortos na exploração (SIRCA): - Informação Vinculativa – Despacho de 2012-09-27 - Processo nº 3812.

Nos termos do nº 2 do art.5º do Decreto-Lei nº 244/2003, de 07 de outubro, é cobrada, através dos estabelecimentos de abate, aos apresentantes de bovinos, ovinos, caprinos e suínos de produção nacional ou importados para reprodução e ou engorda para abate, uma taxa fixa, prevendo o nº 3 dessa norma uma isenção da taxa, para os apresentantes de animais para abate que reúnam os requisitos estabelecidos no nº 2 do art. 4º desse diploma legal.

Nota: - Deste modo, a taxa SIRCA cobrada pelos estabelecimentos de abate, não aproveitando da isenção legalmente estabelecida no nº 4 do art. 2º do Decreto-Lei 19/2011, constitui a contraprestação do serviço subjacente à apresentação de animais para abate e que é o da recolha de animais mortos na exploração, pelo que a taxa SIRCA faz parte integrante da prestação de serviços de abate, logo, é incluída no seu valor tributável, nos termos da al. a) do nº 5 do art. 16º do CIVA.

23 - IVA - Adiantamentos – Agência de Viagens - Exigibilidade do Imposto – Fatura: - Informação Vinculativa – Despacho de 2013-08-22 - Processo nº 4788.

Os adiantamentos que se destinem a remunerar serviços cuja tributação seja efetuada nos termos do Decreto-Lei nº 221/85 (regime das agências de viagens e organizadores de circuitos turísticos), não são tributados.

Nota: - Não obstante, o regime particular das agências de viagens não contempla, no seu texto, normas sobre a obrigatoriedade de emissão de fatura, pelo que, e em cumprimento do respetivo artigo 9º, deve recorrer-se à disciplina geral do IVA. Tendo em atenção o disposto na alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA, conclui-se pela obrigação de emissão de fatura relativamente aos adiantamentos destinados a remunerar serviços sujeitos ao regime contido no Decreto-Lei n.º 221/85, a qual deve ser emitida na data do recebimento e conter a menção "Regime da margem de lucro - Agências de viagens".

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24 - RBC – DT - Prestação de serviços; Contentor de deposição de pensos higiénicos, unidade neutralizadora de cheiros, unidade desinfetante de urinóis, tapetes, ….. Ativos fixos tangíveis: - Informação Vinculativa – Despacho de 2013-11-07 - Processo nº 5934.

Para efeitos do RBC, é considerado "ativo fixo tangível" (ativo imobilizado) os bens que na contabilidade do sujeito passivo estejam classificados como tal. No entanto, mesmo que se trate de bens em circulação excluídos do âmbito do Regime de Bens em Circulação, por aplicação do seu artigo 3.º, devem os mesmos ser acompanhados de qualquer documento comprovativo da natureza, quantidade, proveniência e destino dos mesmos, conforme n.ºs 3 e 4 do artigo 3º.

Nota: - Os bens em circulação, desde que não abrangidos por nenhuma das exclusões elencadas no artigo 3.º do Regime de Bens em Circulação, nomeadamente pela alínea c) do n.º 1, estão obrigados a acompanhamento de documento de transporte, emitido de harmonia com os requisitos do Regime de Bens em Circulação.

25 - Fiscalidade — Imposto sobre as sociedades — Transmissão de participações numa sociedade de pessoas a uma sociedade de capitais — Valor contabilístico — Valor venal — Convenção para a prevenção da dupla tributação — Tributação imediata de mais-valias latentes — Diferença de tratamento — Restrição à livre circulação de capitais — Preservação da repartição do poder de tributação entre os Estados-Membros — Proporcionalidade – Acórdão do TJUE, de 2014.01.23 – Processo n.º C-164/12, publicado no JOUE n.º C 93, de 2014.03.29, a páginas 6.

1. O artigo 63.º TFUE deve ser interpretado no sentido de que o objetivo de preservação da repartição do poder de tributação entre os Estados-Membros é suscetível de justificar uma regulamentação de um Estado-Membro que obriga a avaliar os ativos de uma sociedade em comandita simples dados como entrada numa sociedade de capitais com sede no território desse Estado-Membro pelo seu valor venal, tornando tributáveis, antes da sua realização efetiva, as mais-valias latentes correspondentes a esses ativos geradas nesse território, desde que o referido Estado-Membro se encontre efetivamente na impossibilidade de exercer a sua competência fiscal sobre essas mais-valias quando da sua realização efetiva, o que cabe ao órgão jurisdicional nacional determinar. 2. Uma regulamentação de um Estado-Membro que prevê a tributação imediata das mais-valias latentes geradas no seu território não vai além do que é necessário para alcançar o objetivo de preservação da repartição do poder de tributação entre os Estados-Membros desde que, quando o contribuinte opte pelo diferimento do pagamento, a obrigação de constituir uma garantia bancária seja imposta em função do risco real de não cobrança do imposto.

26 - Diretiva 79/1072/CEE — Sistema comum do imposto sobre o valor acrescentado — Sujeitos passivos residentes noutro Estado-Membro — Regras sobre o reembolso do IVA — Sujeitos passivos que designaram um representante fiscal em conformidade com as disposições nacionais anteriores à adesão à União — Exclusão — Conceito de “sujeito passivo não estabelecido no território do país” — Requisito de inexistência de estabelecimento — Requisito de inexistência de entregas de bens ou de prestação de serviços — Fornecimento de eletricidade a sujeitos passivos revendedores — Diretiva 2006/112/CE — Artigo 171.º: - Acórdão do TJUE, de 2014.02.06 – Processo n.º C-323/12, publicado no JOUE n.º C 93, de 2014.03.29, a páginas 7.

As disposições da Oitava Diretiva 79/1072/CEE do Conselho, de 6 de dezembro de 1979, relativa à harmonização das legislações dos Estados-Membros respeitantes aos impostos sobre o volume de negócios — Regras sobre o reembolso do imposto sobre o valor acrescentado aos sujeitos passivos não estabelecidos no território do país, lidas em conjugação com os artigos 38.º, 171.º e 195.º da Diretiva 2006/112/CE do Conselho,

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de 28 de novembro de 2006, relativa ao sistema comum do imposto sobre o valor acrescentado, conforme alterada pela Diretiva 2007/75/CE do Conselho, de 20 de dezembro de 2007, devem ser interpretadas no sentido de que um sujeito passivo estabelecido num Estado-Membro e que forneceu eletricidade a sujeitos passivos revendedores estabelecidos noutro Estado-Membro tem o direito de invocar a Oitava Diretiva 79/1072 nesse segundo Estado para obter o reembolso do imposto sobre o valor acrescentado pago a montante. Este direito não é excluído pelo simples facto de o referido sujeito passivo ter designado um representante fiscal registado para efeitos do imposto sobre o valor acrescentado neste último Estado.

27 - Impostos diretos — Liberdade de estabelecimento — Legislação fiscal nacional que institui um imposto extraordinário sobre o volume de negócios do comércio a retalho em estabelecimentos — Cadeias de estabelecimentos de grande distribuição — Existência de um efeito discriminatório — Discriminação indireta: - Acórdão do TJUE, de 2014.02.05 – Processo n.º C-385/12, publicado no JOUE n.º C 93, de 2014.03.29, a páginas 10.

Os artigos 49.º TFUE e 54.º TFUE devem ser interpretados no sentido de que se opõem a uma legislação de um Estado-Membro relativa a um imposto sobre o volume de negócios do comércio a retalho em estabelecimentos que obriga os sujeitos passivos que são, no seio de um grupo de sociedades, «empresas coligadas», na aceção dessa legislação, a acumular os seus volumes de negócios para efeitos da aplicação de uma taxa muito progressiva e, depois, a dividir entre si o montante do imposto assim obtido, proporcional aos respetivos volumes de negócios reais, tendo em conta que — o que cabe ao órgão jurisdicional de reenvio verificar — os sujeitos passivos pertencentes a um grupo de sociedades e abrangidos pelo escalão mais elevado do imposto especial estão «coligados», na maioria dos casos, com sociedades com sede noutro Estado-Membro.

28 - IVA — Diretiva 2006/112/CE — Autoliquidação — Direito a dedução — Pagamento do imposto ao prestador de serviços — Omissão de menções obrigatórias — Pagamento de IVA indevido — Perda do direito a dedução — Princípio da neutralidade fiscal — Princípio da segurança jurídica: - Acórdão do TJUE, de 2014.02.06 – Processo n.º C-424/12, publicado no JOUE n.º C 93, de 2014.03.29, a páginas 11.

1. No âmbito de uma operação sujeita ao regime da autoliquidação, em circunstâncias como as do processo principal, a Diretiva 2006/112/CE do Conselho, de 28 de novembro de 2006, relativa ao sistema comum do imposto sobre o valor acrescentado, e o princípio da neutralidade fiscal não se opõem a que o beneficiário de serviços fique privado do direito a dedução do imposto sobre o valor acrescentado que pagou indevidamente ao prestador de serviços com base numa fatura mal passada, incluindo quando for impossível corrigir esse erro, devido à falência do referido prestador. 2. O princípio da segurança jurídica não se opõe a uma prática administrativa das autoridades fiscais nacionais que consiste em revogar, dentro do prazo de preclusão, uma decisão em que reconheceram ao sujeito passivo o direito a dedução do imposto sobre o valor acrescentado, exigindo-lhe, na sequência de um novo controlo, o pagamento desse imposto e de uma sanção pecuniária pela mora.

29 - Fiscalidade — Sistema comum do imposto sobre o valor acrescentado — Diretiva 2006/112/CE — Dedução do imposto pago a montante — Serviços prestados — Controlo — Fornecedor que não dispõe dos meios necessários — Conceito de fraude fiscal — Dever de declarar oficiosamente a fraude fiscal — Exigência de prestação efetiva do serviço — Obrigação de manter uma contabilidade suficientemente pormenorizada — Contencioso — Proibição de o

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juiz qualificar penalmente a fraude e agravar a situação do recorrente: - Acórdão do TJUE, de 2014.02.13 – Processo n.º C-18/13, publicado no JOUE n.º C 93, de 2014.03.29, a páginas 16.

1. A Diretiva 2006/112/CE do Conselho, de 28 de novembro de 2006, relativa ao sistema comum do imposto sobre o valor acrescentado, deve ser interpretada no sentido de que se opõe a que um sujeito passivo proceda à dedução do imposto sobre o valor acrescentado que consta das faturas emitidas por um fornecedor quando, embora o serviço tenha sido prestado, se verifique que não o foi efetivamente por esse fornecedor ou pelo seu subcontratado, designadamente porque estes não dispunham do pessoal, do equipamento nem dos ativos necessários, não documentaram os custos da sua prestação na respetiva contabilidade ou porque a identidade das pessoas que assinaram determinados documentos na qualidade de fornecedores se revelou falsa, na dupla condição de que esses factos sejam constitutivos de um comportamento fraudulento e que se prove que, atendendo aos elementos objetivos apresentados pelas autoridades fiscais, o sujeito passivo sabia ou devia saber que a operação invocada para fundamentar o direito a dedução fazia parte dessa fraude, o que cabe ao órgão jurisdicional de reenvio verificar. 2. Quando os órgãos jurisdicionais nacionais têm a obrigação ou a faculdade de conhecer oficiosamente dos fundamentos de direito que decorrem de uma norma vinculativa do direito nacional, devem fazê-lo com referência a uma regra vinculativa do direito da União como a que exige às autoridades e aos órgãos jurisdicionais nacionais que recusem o benefício do direito a dedução do imposto sobre o valor acrescentado, se se demonstrar, à luz de elementos objetivos, que esse direito é invocado fraudulenta ou abusivamente. Cabe a esses órgãos jurisdicionais, na apreciação do caráter fraudulento ou abusivo da invocação desse direito a dedução, interpretar o direito nacional, na medida do possível, à luz do texto e da finalidade da Diretiva 2006/112, para atingir o resultado por esta visado, o que exige que façam tudo o que for da sua competência, tomando em consideração todo o direito interno e mediante a aplicação dos métodos de interpretação por este reconhecidos. 3. A Diretiva 2006/112, ao exigir em particular, segundo o seu artigo 242.º, que os sujeitos passivos mantenham uma contabilidade suficientemente pormenorizada que permita a aplicação do imposto sobre o valor acrescentado e o seu controlo pela Administração Fiscal, deve ser interpretada no sentido de que não se opõe a que o Estado-Membro em questão, nos limites previstos no artigo 273.º da mesma diretiva, exija que os sujeitos passivos respeitem, nesta matéria, todas as regras nacionais de contabilidade conformes com as normas internacionais de contabilidade, desde que as medidas adotadas nesse sentido não vão além do que é necessário para alcançar os objetivos destinados a garantir a exata cobrança do imposto e a evitar a fraude. A este respeito, a Diretiva 2006/112 opõe se a uma disposição nacional segundo a qual se considera que o serviço foi prestado na data em que se verificaram os pressupostos para a contabilização da receita proveniente da prestação de serviços em causa.

30 - Impugnação - Despacho de reversão - Erro na forma de processo - Omissão de pronúncia – Convolação: - Acórdão do STA, de 2014.03.06 – Processo n.º 0639/13.

I - O meio processual adequado para o revertido impugnar contenciosamente o despacho que ordena a reversão, com fundamento em falta de fundamentação ou preterição de formalidades a tal acto imputadas, é a oposição à execução, e não o processo de impugnação judicial. II - Não se verifica nulidade por omissão de pronúncia da sentença recorrida se o tribunal “a quo” não tomou conhecimento do mérito da impugnação por ter julgado verificado fundamento legal de rejeição liminar. III - Sendo intempestiva a utilização do meio processual para o qual se pretenda convolar não deve ser ordenada a convolação.

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31 - Responsável subsidiário – Dedução - Impugnação judicial – Fundamentos - Caso julgado: - Acórdão do STA, de 2014.03.06 – Processo n.º 01194/13.

Podendo o responsável subsidiário deduzir impugnação judicial contra a liquidação nos mesmos termos da devedora originária, não ocorre caso julgado se, já julgada improcedente impugnação judicial deduzida pela devedora originária, o responsável subsidiário invoca factos semelhantes mas oferecendo novos meios de prova, uma vez que, não tendo tido intervenção nesta impugnação não é abrangido pelos limites do caso julgado

32 - Prescrição da obrigação tributária - Responsável subsidiário - Citação: - Acórdão do STA, de 2014.03.06 – Processo n.º 0601/13.

I – Se a citação do responsável subsidiário pela dívida exequenda ocorrer para além do 5º ano posterior ao ano da liquidação, a interrupção da prescrição relativamente ao devedor principal não produz efeitos quanto a ele (responsável subsidiário), nos termos do nº 3 do art. 48º da LGT. II – O prazo de prescrição é de 8 anos tanto em relação ao devedor originário como ao responsável subsidiário.

33 - Imposto Municipal sobre Imóveis - Prédio rústico - Prédio urbano – Pedreira: - Acórdão do STA, de 2014.03.06 – Processo n.º 0320/12.

Tendo-se decidido, em autónoma impugnação judicial deduzida contra os actos de fixação de valores patrimoniais, pela ilegalidade de tais actos de fixação, impõe-se, face até à inerente prejudicialidade da causa, a consequente anulação da liquidação operada com base e no pressuposto da legalidade da fixação de tais valores patrimoniais.

34 - Liquidação - Juros de mora – Fundamentação: - Acórdão do STA, de 2014.03.06 – Processo n.º 0178/13.

Não padece de insuficiente fundamentação o acto de liquidação de juros de mora do qual consta a referência ao valor das contribuições em atraso, o período de tempo a que se reportam os juros, o valor dos mesmos e a norma legal em que assenta a liquidação – art.º 16º do Decreto Lei n°411/91, de 17 de Outubro – norma essa que dispõe que são devidos juros de mora por cada mês de calendário ou fracção, pelo não pagamento das contribuições nos prazos legais e que tal taxa de juros de mora é igual à estabelecida para as dividas de impostos ao Estado e é aplicada da mesma forma.

35 - Reclamação judicial - Execução fiscal - Preterição do dever de audiência - Audiência prévia: - Acórdão do STA, de 2014.03.06 – Processo n.º 0108/14.

I - Da natureza judicial que a lei atribui ao processo de execução fiscal (artigo 103.º n.º 1 da LGT) não resulta que os actos praticados pela Administração tributária na execução fiscal que não se confinem à mera tramitação do processo percam a sua natureza de ser actos materialmente administrativos em matéria tributária, deixando, por isso, de estar sujeitos, em regra, a prévia audiência prévia do interessado ou ao dever de fundamentação. II - É essa, aliás, a qualificação que o legislador lhes atribui no n.º 2 do artigo 103.º da LGT, quando garante ao interessado o direito de reclamação para o juiz da execução dos actos materialmente administrativos praticados por órgãos da administração tributária.

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36 - Falta de Fundamentação: - Acórdão do STA, de 2014.03.12 – Processo n.º 01674/13.

I- A Administração Tributária tem o dever de fundamentar os actos de liquidação impugnados de harmonia com o princípio plasmado no art. 268º da CRP e acolhido nos arts. 125º do CPA e 77 º da LGT. II - O acto estará suficientemente fundamentado quando o administrado, colocado na posição de um destinatário normal – obonus pater familiae de que fala o art. 487º nº 2 do Código Civil – possa ficar a conhecer as razões factuais e jurídicas que estão na sua génese, de modo a permitir-lhe optar, de forma esclarecida, entre a aceitação do acto ou o accionamento dos meios legais de impugnação, e de molde a que, nesta última circunstância, o tribunal possa também exercer o efectivo controle da legalidade do acto, aferindo o seu acerto jurídico em face da sua fundamentação contextual. III - Significa isto que a fundamentação, ainda que feita por remissão ou de forma muito sintética, não pode deixar de ser clara, congruente e encerrar os aspectos, de facto e de direito, que permitam conhecer o itinerário cognoscitivo e valorativo prosseguido pela Administração para a determinação do acto. IV - Não tendo a Administração Tributária explicado, ainda que minimamente, as razões de facto e de direito que a conduziram a integrar no IRS de 2003 os rendimentos apurados em relatório de peritagem realizado no âmbito de inquérito-crime que abrangeu o espaço temporal decorrido entre 1 de Janeiro de 2000 e Fevereiro de 2003, impõe-se concluir que esse acto de liquidação adicional de IRS não se encontra suficientemente fundamentado nem de facto nem de direito.

37 - Nulidade de sentença – Relatório - Inspeção tributária: - Acórdão do STA, de 2014.03.12 – Processo n.º 01185/13.

Não padece de nulidade a sentença que dá como provados factos que resultam da transcrição de passagens do relatório de inspeção tributária, quando o Mmº Juiz justifica a razão pela qual dá como provados os factos e ainda quando desses factos retira consequências jurídicas.

38 - Autoliquidação – Taxa - Reclamação necessária – CPPT – Dispensa - Reclamação: - Acórdão do STA, de 2014.03.12 – Processo n.º 01916/13.

I - De acordo com o disposto no nº 1 do artº 131º do CPPT “Em caso de erro de autoliquidação, a impugnação será obrigatoriamente precedida de reclamação graciosa dirigida ao dirigente do órgão periférico regional da administração tributária, no prazo de dois anos após a apresentação da declaração”. II - Por sua vez, estabelece o nº 3 do mesmo artigo que é dispensada tal reclamação quando o seu fundamento for exclusivamente matéria de direito e a autoliquidação tiver sido efetuada de acordo com orientações genéricas emitidas pela administração tributária, devendo a impugnação ser apresentada no prazo do nº 1 do artigo 102º. III - Significa isto que tal reclamação é dispensada quando ocorrer qualquer dos requisitos enunciados neste nº 3, não sendo os mesmos cumulativos. IV - Tendo a recorrente invocado como fundamento da impugnação a inconstitucionalidade orgânica da taxa autoliquidada, a reclamação constituiria ato inútil por nunca poder ser julgada procedente, em virtude de a AT estar sujeita ao princípio da legalidade (cfr. artº. 266.º, n.º 2, da CRP e artº. 55.º da LGT) e não poder deixar de aplicar uma norma com fundamento em inconstitucionalidade, a menos que o TC já tenha declarada a inconstitucionalidade da mesma com força obrigatória geral (cfr. artº. 281.º da CRP) ou se esteja perante o desrespeito por normas constitucionais diretamente aplicáveis e vinculativas, como as que se referem a direitos, liberdades e garantias (cfr. artº. 18.º, n.º 1, da CRP), o que não é o caso.

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39 - Oposição - Nulidade de sentença - Falta de fundamentação - Fundamento da oposição - Ilegalidade abstracta - Ilegalidade concreta - Inexistência de facto tributário: - Acórdão do STA, de 2014.03.12 – Processo n.º 01404/13.

I - Apenas a “absoluta” falta de fundamentação, e não também a fundamentação medíocre, insuficiente, incongruente ou contraditória é geradora de nulidade da decisão, sendo que estes outros vícios poderão afectar o seu valor doutrinal, sujeitando-a ao risco de ser revogada no recurso, mas não determinam a respectiva nulidade. II - A inexistência de facto tributário determina a ilegalidade em concreto da liquidação, não constituindo fundamento de oposição subsumível na alínea a) do n.º 1 do artigo 204.º do CPPT.

40 - Oposição à execução fiscal - Incompetência relativa: - Acórdão do STA, de 2014.03.12 – Processo n.º 0111/14.

I - O artigo 17.º do CPPT estabelece, para os processos de impugnação e de execução fiscal, um regime especial sobre a arguição da incompetência territorial que se afasta do regime estabelecido no artigo 13.º do CPTA, nos termos do qual a infracção das regras de competência territorial determina a incompetência meramente relativa do Tribunal (cfr. o n.º 1 do artigo 17.º), sendo que essa incompetência apenas pode ser arguida, no processo de execução, pelo executado, até findar o prazo para a oposição (cfr. a alínea b) do n.º 2 do artigo 17.º do CPPT). II - Como tal, a infracção às regras de competência territorial não pode ser oficiosamente conhecida em oposição à execução fiscal.

41 - IVA - Direito público - Autoridade pública - Reenvio prejudicial: - Acórdão do STA, de 2014.03.12 – Processo n.º 01060/13.

Suscitando-se sérias dúvidas quanto à questão de saber se uma entidade preenche o conceito de organismo de direito público que actua na qualidade de autoridade pública, na acepção do primeiro parágrafo do nº 1 do artigo 13º da Directiva 2006/112/CE do Conselho, de 28 de Novembro de 2006, e se à luz do preceituado nessa Directiva a contrapartida recebida por tal entidade pode ser considerada como retribuição de serviços prestados para efeitos de sujeição a IVA, ou se tal entidade preenche ou não os requisitos necessários para beneficiar da norma de incidência negativa de imposto contida no nº 1 do artigo 13º da Directiva 2006/112/CE do Conselho, de 28 de Novembro de 2006, impõe-se o reenvio prejudicial para o TJUE, e determinar a suspensão da instância recursiva até que ali seja proferida decisão.