novela de - rl.art.br · razão e emoção capítulo 57 pág: 1 razÃo e emoÇÃo novela de rômulo...
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Razão e Emoção Capítulo 57 Pág: 1
RAZÃO E EMOÇÃO
Novela de
Rômulo Guilherme
Criada e escrita por:
Rômulo Guilherme
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Razão e Emoção Capítulo 57 Pág: 2
CENA 01. BARCO LUCAS. EXTERIOR. NOITE
O barco de Lucas está todo destruído. Focos de
pequenos incêndios. Vemos Lucas caído, desacordado,
com vários ferimentos, mas nada de Dora.
Corta para:
CENA 02. ANGRA. PRAIA. EXTERIOR. NOITE
Sílvia abraça Leonel feliz, comemorando.
Silvia - (felicíssima) Vitória, meu
querido. Vitória!
Sílvia abraça e beija Leonel.
Corta para:
CENA 03. MANSÃO RAUL. ESCRITÓRIO. INT. NOITE
Raul no celular.
Raul - (cel.) Alô?... Alô?
Sem resposta, ele desliga. Estranha o barulho que
escutou e pelo fato de Dora ter ficado muda.
Raul - Que estranho. Pareceu barulho de
uma explosão.
Carolina entra e percebe Raul com uma expressão séria.
Carolina - Que cara é essa?
Raul - Nada não.
Carolina - Acabei de mandar servir o jantar.
Vamos?
Corta para:
CENA 04. HOSPITAL. ENFERMARIA. INT. NOITE
Suelen diante da sua bandeja com o jantar, tentando
comer a comida nada apetitosa. Chico perto.
Suelen - Não vou comer isso, pai. É
horrível!
Chico - Tem que se alimentar, minha filha.
Tenta comer pelo menos um pouquinho.
(brinca) Quer que eu te dê na boca
como eu fazia quando você era
pequena?
De rompante, Suelen empurra a bandeja longe.
Suelen - Isso foi culpa dela!
Chico - Dela quem, Suelen?
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Razão e Emoção Capítulo 57 Pág: 3
Suelen - Dá Dora. Ela quer o meu mal.
Chico - Para de falar besteira. Vou pedir
alguém pra vir aqui limpar isso.
Chico saí.
Suelen - (raiva) Enquanto estou aqui nesse
hospital, depois de quase ter
morrido, sofrendo pela perda do meu
filho, os dois estão juntos,
comemorando, felizes. Mas isso não
vai ficar assim. Essa desgraçada,
que desejou a morte do meu filho,
que ele nunca tivesse existido, me
paga. Dora, você me paga!
Corta para:
CENA 05. CARRO SÍLVIA. INT. NOITE
Sílvia e Leonel. Conversa a meio.
Leonel - É bom não comemorarmos antes da
hora, Sílvia. Lembra-se da outra
vez.
Sílvia - Vira essa boca pra lá. Dessa vez
deu certo.
Leonel - Vai que sua irmã tenha sete vidas
e tenha sobrevivido de novo.
Sílvia - Só se ela tiver pacto com o capeta
pra ter sobrevivido a essa explosão.
Mas você tem razão. É melhor darmos
uma giro pelos hospitais, em UPAS e
no IML pra garantir que minha
querida irmãzinha não tenha
sobrevivido.
Corta para:
CENA 06. HOSPITAL. CORREDOR. INT. NOITE
Chico no celular, assustado.
Chico - (cel.) Explosão no barco do Lucas?
Corta para:
CENA 07. HOSPITAL. ENFERMARIA. INT. NOITE
Suelen confusa, agitada. Chico transtornado.
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Suelen - Que história é essa, pai?
Chico - Foi o que o Binho me disse. Mas
ele estava tão nervoso, falando
rápido e a ligação não estava muito
boa.
Suelen - E o Lucas?
Chico - Não sei.
Suelen - Liga pro Binho. Pergunta, pai.
Chico - Calma, filha.
Suelen - Como eu posso ficar calma sabendo
que alguma coisa pode ter acontecido
com o Lucas.
Chico - Vou pegar o primeiro ônibus e ir
pra Angra saber o que realmente
aconteceu.
Corta para:
CENA 08. AP. DORA. COZINHA. INT. NOITE
Nancy bate um bolo. Televisão ligada. Théo e Letícia
chegam correndo, brincando.
Théo - Eu ganhei!
Letícia - (brava) Não valeu.
Nancy - Sem brigar. (t) To fazendo um bolo
de chocolate pra vocês.
Théo e Letícia comemoram.
Théo - Posso experimentar?
Letícia - Também quero.
Nancy - Mas só um pouquinho pra não dar
dor de barriga.
Nancy deixa que os dois passem o dedo na massa do
bolo.
Nancy - Agora vão brincar pra lá, que
cozinha não é lugar de criança não.
Os dois saem correndo da cozinha. Nancy continua
batendo o bolo, quando um plantão de notícia na
televisão chama sua atenção. A apresentadora começa a
falar:
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Apresentadora - Acaba de chegar à notícia de uma
explosão de um barco em alto mar, em
Angra dos Reis.
Nancy fica preocupada.
Apresentador - Ainda não foi confirmado, mas
parece que a empresária Dora Creonte
estava nesse barco.
Nancy deixa cair à vasilha onde batia o bolo,
assustada e fica ali horrorizada com a notícia.
Corta para:
CENA 09. CASA VIRGÍNIA. QUARTO DELA. INT. NOITE
Clóvis, arrasado, triste, está sentado na cama,
distante, pensativo. Virgínia aparece na porta e fica
olhando pra Clóvis, até que se senta do seu lado.
Virgínia - Que foi? Chegou calado, com essa
cara de cachorro que caiu da
mudança. E agora está aí, todo
jururu, pra baixo.
Clóvis - É o cansaço. Mas vai passar.
Virgínia - Te conheço, Clóvis. Você é tão
transparente, como água limpa. Não
vai me contar o que está
acontecendo?
Clóvis - Não é nada. (levanta) Vou tomar
meu banho.
Clóvis vai pro banheiro. Virgínia fica ali com a
certeza de que tem algo errado.
Virgínia - Alguma coisa aconteceu.
Corta para:
CENA 10. CASA VIRGÍNIA. BANHEIRO. INT. NOITE
Clóvis entra e fecha a porta. Vai até a pia, onde se
apóia de cabeça baixa e depois encara o espelho, seu
reflexo. Começa a chorar copiosamente. Momento.
CENA 11. MANSÃO. SALA JANTAR. INT. NOITE
Raul, Carolina e Gustavo jantam calados, em silêncio.
Raul percebe o clima entre Gustavo e Carolina.
Raul - Vocês vão ficar nesse clima?
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Carolina - Que clima? Eu estou normal.
Raul - Se vocês estão em lados opostos
nessa briga pela guarda do Eduardo,
que saibam separar essa questão, da
relação entre mãe e filho que não
vai deixar de existir.
Carolina - Só quero minha família em paz,
unida.
Gustavo - Tudo isso podia ser evitado se a
senhora desistisse dessa loucura,
desse absurdo de querer tirar o
Eduardo da Inês.
Carolina - Eu não falo mais nada. Já me
conformei com o papel de vilã.
Gustavo - Infelizmente vai ficar uma
convivência muito desagradável aqui
em casa.
Raul - Não é pra tanto, meu filho. É só
manter o respeito.
Carolina - Você é meu filho, Gustavo. Não
tenho nada contra você, mesmo
estando ficando contra mim.
Gustavo - Não vou apoiar uma atitude que vai
contra o que é certo, mãe.
Carolina - Quem vai decidir isso é a justiça.
Gustavo fica incomodado com a conversa.
Gustavo - (levantando) Licença. Perdi o
apetite.
Gustavo saí da mesa.
Raul - Novamente conseguindo afastar seus
filhos de você. Primeiro foi com a
Lívia, agora com o Gustavo.
Carolina - Isso tudo é culpa da Inês, Raul.
Raul - Você vai acabar perdendo o amor do
seu filho, Carolina. Pensa bem se
vale à pena levar essa disputa a
diante, correndo o risco de ficar
sem o Eduardo e sem o Gustavo.
Carolina fica indiferente.
Corta para:
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CENA 12. QUARTO EDUARDO. INT. NOITE
Inês segura Eduardo, que chora muito. Tenta lhe
acalmar, parar o choro, mas sem sucesso.
Inês - Calma, meu filho... Vou buscar sua
mamadeira.
Inês deixa Eduardo no berço e saí do quarto. Corte
descontínuo para Inês entrando, segurando a mamadeira.
Aproxima-se do berço, onde Eduardo está tranqüilo,
rindo. Sente o perfume de Lívia no quarto.
Inês - (emocionada) Você está aqui, meu
amor. Veio acalmar nosso filho.
Inês pega Eduardo e lhe dá mamadeira.
Inês - Sinto tanta sua falta, Lívia. Por
que isso tinha que acontecer com a
gente?
A campainha toca.
Corta para:
CENA 13. AP. INÊS. SALA. INT. NOITE
Inês, segurando Eduardo, abre a porta. É Gustavo.
Gustavo - Vim ver vocês. Posso entrar?
Inês sorri, feliz ao vê-lo.
Corta para:
CENA 14. QUARTO EDUARDO. INT. NOITE
Gustavo acaricia Eduardo, que está no berço, dormindo.
Inês perto, observando.
Inês - Senti o perfume da Lívia aqui no
quarto.
Gustavo - Acha que ela está por aqui?
Inês - Não só acho. Como tenho certeza!
Corta para:
CENA 15. AP. INÊS. SALA. INT. NOITE
Inês e Gustavo tomam vinho, enquanto conversam.
Gustavo - Estou conhecendo a verdadeira face
da minha mãe, Inês. E a cada dia
fico mais triste, decepcionado e até
assustado diante dessa Carolina que
eu desconhecia.
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Inês - Ela me procurou no restaurante.
Gustavo - O que queria?
Inês - Me propor um acordo tão absurdo,
que comecei a rir na cara dela.
Gustavo - Que tipo de acordo?
Inês - Que eu lhe dessa a guarda do
Eduardo e em troca deixaria que eu o
visse sempre que quiser.
Gustavo - Acho que a morte da Lívia mexeu de
mais com minha mãe, a ponta dela
agir desse jeito frio, insensível,
insensato.
Inês - Isso não tem nada a ver com a
morte da Lívia, Gustavo. Sua mãe
sempre foi assim. Eu já conhecia
essa verdadeira face dela, que agora
está lhe surpreendendo.
Gustavo - Estou pensando seriamente em morar
num flat, enquanto eu estiver aqui
no Brasil. Pra evitar conflitos,
discussões.
Inês - Aposto que ela vai dizer que fui
eu quem lhe dei essa idéia. Sempre
me culpa de tudo negativo o que
acontece envolvendo os filhos dela.
Gustavo - O que minha mãe fala sobre você,
ou deixa de falar, pra mim não
importa. Entra num ouvido e saí pelo
outro.
Inês - Carolina já me detestava pela
minha relação com a Lívia, agora
deve estar sentindo um ódio mortal
de mim por essa nossa aproximação,
de você ter ficado ao meu lado e não
do lado dela.
Gustavo - Fiz o que era certo e o que meu
coração mandou, Inês. Simpatizei
muito com você e não poderia deixar
de lutar ao seu lado pra evitar que
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essa injustiça, de tirar um filho de
uma mãe, se concretize.
Inês - Vamos fazer um brinde a nossa
amizade?
Gustavo - Que dure pra sempre.
Eles levantam suas taças e brindam.
Corta para:
CENA 16. RESTAURANTE INÊS. SALÃO. INT. NOITE
Jeferson e Nicole sentados em uma mesa jantando,
calados. Nicole desconfortável. Jeferson percebe
Nicole estranha.
Jeferson - Você está tão estranha, Nicole.
Fria, distante. Aconteceu alguma
coisa?
Nicole - Aconteceu, Jeferson.
Jeferson - É seu irmão, a faculdade?
Nicole - É você!
Jeferson - (confuso) Como assim?
Nicole - (desprezo) Eu descobri o cara
pobre, sujo, baixo que você é!
Jeferson leva um grande susto com o jeito que Nicole
fala. Close alternado deles.
Corta para:
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1° INTERVALO COMERCIAL
CENA 17. RESTAURANTE INÊS. SALÃO. INT. NOITE
Continuação imediata. Jeferson, sem entender nada,
encara Nicole, segura.
Jeferson - Do que você está falando, Nicole?
Nicole - Chega de mentiras. Sua máscara
caiu. Já sei de tudo sobre a armação
que você tramou pra cima do Lupe.
Jeferson - (revoltado) Aquele pichador
suburbano foi encher seu ouvido e
você está acreditando nele?
Nicole - Eu me encontrei com o sujeito que
você pagou pra trocar a mochila do
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Lupe. Ele te identificou, contou
tudo, Jeferson.
Jeferson fica surpreso. Mesmo assim não confessa e age
como se fosse à vítima.
Nicole - Seja homem e assuma o que você
fez, Jeferson.
Jeferson - É isso que ele quer, Nicole. Nos
separar, destruir nosso amor. Esse
cara não consegue se conformar que
te perdeu pra mim.
Nicole - Que amor, Jeferson? Eu não te amo.
Descobri que o homem que eu amo é o
Lupe. É com ele que eu quero e vou
ficar.
Tensão.
Jeferson - Tá querendo dizer que vai me
trocar por ele novamente?
Nicole - Foi um erro termos voltado.
Jeferson tira a caixinha com o anel de noivado.
Jeferson - Ia te pedir em casamento, Nicole.
Esse era o grande momento da noite,
que você está estragando.
Nicole - (firme) Acabou, Jeferson!
Jeferson - Pela segunda vez você está
recusando um pedido meu, Nicole.
Primeiro foi o pedido de namoro e
agora de casamento.
Nicole - Nossa história chegou ao fim e
dessa vez é pra sempre, sem volta!
Corta para:
CENA 18. QUARTO LUPE. INT. NOITE
Lupe está recostado na cama, pensativo. Cazé aparece.
Cazé - Vamos pedir uma pizza?
Lupe - (sem ânimo) Pode ser.
Cazé percebe Lupe preocupado.
Cazé - Que cara é essa?
Lupe - Tô aqui pensando na melhor forma
de terminar com a Melissa. Não quero
magoá-la.
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Cazé - Seja direto, sem rodeios. É sempre
melhor assim.
Lupe - Espero que ela entenda. Quando eu
estava pra baixo, no fundo do poço,
sem perspectiva de nada, ela me deu
a maior força.
Cazé - Se a Melissa está mesmo gostando
de você, vai ser complicado que ela
entenda e aceite o fim da relação de
vocês. Então é bom você estar
preparado pra reações que ela possa
ter na hora em que você falar.
Lupe - (reflexivo) O amor é um sentimento
tão complicado...
Cazé - Complicado somos nós, que o
sentimos, que tornamos o que é
simples, fácil, bonito, em algo
difícil e muitas vezes doloroso.
Corta para:
CENA 19. AP. JEFERSON. SALA. INT. NOITE
Jeferson entra furioso, batendo a porta, inconformado.
Jeferson - (alterado) Pichador desgraçado!
Conseguiu tirar a Nicole de mim. Que
merda!
Jeferson pega um vaso de flores e joga na parede.
Mafalda aparece assustada, querendo saber o que está
acontecendo.
Mafalda - Que isso, Jeferson?
Jeferson - A Nicole terminou comigo. Pela
segunda vez ela me dispensou, pra
ficar com um pichador.
Mafalda tenta acalmar, Jeferson.
Mafalda - Mas calma, meu filho. Ficar assim
não vai adiantar nada.
Jeferson - E quer que eu fique como, mãe?
Achei que dessa vez eu e a Nicole
seriamos felizes juntos. Ia pedi-la
em casamento, com direito a aliança
e tudo, mas esse cara conseguiu
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arruinar todos meus planos ao lado
dela.
Mafalda - Vocês já não terminaram e voltaram
não é mesmo?
Jeferson - Dessa vez é diferente. Eu senti no
jeito que ela falou que é
definitivo.
Mafalda - Dê tempo ao tempo, Jeferson. O que
tem que ser será!
Corta para:
CENA 20. QUARTO JEFERSON. INT. NOITE
Jeferson entra no quarto, pega seu celular e disca.
Jeferson - (cel.) Já está sabendo da
novidade? O pichador e a Nicole
estão juntos. Eles voltaram.
Corta para:
CENA 21. QUARTO AMANDA E CÍNARA. INT. NOITE
Amanda em frente ao espelho, pronta pra sair, dando
uma última retocada. Cínara lhe observa.
Amanda - Estou bonita?
Cínara - Uma gata. Finalmente voltou a
valorizar sua beleza.
Amanda - Estou me redescobrindo agora que
estou amando novamente.
Cínara - Que engraçado...
Amanda - O quê?
Cínara - Como os papeis se inverteram: você
sai pra noite e eu fico aqui em
casa.
Amanda - Agora você é mãe, Cínara. Tem que
cuidar do seu filho. Não procurou
isso? Agora agüente.
Amanda dá um beijo em Cínara e saí. Cínara fica
pensativa, vai até o berço, onde Matheus está e fica
ali, olhando pro filho.
Cínara - Você não tem culpa de ter uma mãe
tão doida, meu filho.
Corta para:
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CENA 22. CASA VIRGÍNIA. RUA. EXT. NOITE
Marcos está parado perto do seu carro. Amanda saí e
eles se beijam, felizes. Corta para Virgínia na
janela, observando. Os dois entram no carro e vão
embora.
Corta para:
CENA 23. CASA VIRGÍNIA. SALA. INT. NOITE
Virgínia se afasta da janela, incomodada.
Virgínia - Tomará que eu esteja enganada com
essa sensação ruim que estou tendo
diante desse namoro.
Virgínia vai até o altar e diante da imagem de Nossa
Senhora Aparecida pede:
Virgínia - Não permita que minha filha sofra
por amor novamente, minha Santa.
Faça com que eu esteja enganada e
ela certa ao acreditar nesse rapaz e
no que ele lhe disse.
Corta para:
CENA 24. AP. DORA. SALA. INT. NOITE
Ricardo, no celular, tentando falar com Dora. Nancy
abre a porta. Maurício entra, com uma expressão
preocupada. Clima tenso.
Maurício - Vim assim que soube. Alguma
notícia?
Ricardo - Nada ainda. Ela não atende o
celular.
Nancy - Que agonia, que aflição, meu Deus.
Maurício - E pro Lucas não ligaram? Não
conseguiram falar com ele?
Ricardo - Não tenho o número.
Nancy - Vou ver se eu acho o número dele
nas coisas da Dora.
Nancy saí.
Maurício - E minha filha?
Ricardo - Está lá no quarto, brincando com
Théo. Não sabem de nada do que
aconteceu.
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Corta para:
CENA 25. QUARTO LETÍCIA. INT. NOITE
Letícia e Théo estão brincando. Maurício aparece.
Letícia abre um grande sorriso ao ver Maurício.
Letícia - (feliz) Pai!
Letícia corre pra abraçar Maurício. Ficam abraçados
por um tempinho.
Maurício - Que saudades, filha!
Letícia - Cadê minha mãe, pai?
Maurício é pego de surpresa.
Corta para:
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2° INTERVALO COMERCIAL
CENA 26. QUARTO LETÍCIA. INT. NOITE
Continuação imediata. Letícia, Maurício. Théo perto.
Maurício - Sua mãe foi dar um passeio, filha.
Letícia - Ela disse que ia me contar uma
história antes de dormir.
Maurício - Hoje sou eu quem vai te colocar
pra dormir e te contar uma história
bem bonita, tá bom?
Letícia concorda e lhe abraça novamente.
Maurício - E você, Théo? Cem por cento,
depois do susto que deu na gente?
Théo - Quero estrear minha bola nova. Meu
pai falou que vai me levar pra jogar
futebol e ir ao Maracanã.
Maurício - (brinca) Vai ganhar fácil do seu
pai. Ele é péssimo no futebol.
Corta para:
CENA 27. ANGRA. POUSADA. QUARTO SIMPLES. INT. NOITE
Sílvia e Leonel comem um sanduíche.
Leonel - Não acha que vai levantar
suspeitas ficarmos procurando pela
Dora não?
Sílvia - É só sermos discretos. E no mais,
quem vai desconfiar de uma irmã que
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só está querendo notícias do que
aconteceu com seu familiar. (t) No
fim acabei me livrando de dois
problemas.
Leonel - Se refere ao Lucas?
Sílvia - Não tinha nada contra ele. Mas não
vai fazer falta também não. Me
refiro ao Gabriel.
Leonel - (estranha) Que Gabriel?
Sílvia - Aquele que nos matamos. Que você
começou o serviço e eu fui obrigada
a terminar.
Leonel - (confuso) Como assim? Não estou
entendendo.
Sílvia - Você acredita que apareceu uma tal
médium procurando pela Dora, com uma
carta que ela disse ter psicografada
do Gabriel, me acusando de ser a
responsável por sua morte.
Leonel - Como as cartas que o Chico Xavier
psicografava?
Sílvia - Isso.
Leonel - Mentira ele não disse, né?
Sílvia - (debochada) O Gabriel deve estar
muito a toa no lugar onde ele está,
pra arrumar tempo pra ficar mandando
cartinha.
Leonel - Nunca gostei dessas coisas
envolvendo espíritos, gente morta...
Sílvia - Para de besteira, Leonel. Temos
que ter medo dos vivos. (t) A Dora
ficou toda cismada. Deu pra ver que
ela ficou bem mexida com essa carta.
Leonel - Que doidera! Um morto revelando o
culpado por sua morte.
Sílvia - Agora todos os problemas acabaram.
(vitoriosa) Finalmente consegui o
que queria. Com a morte da Dora a
joalheria finalmente é só minha!
Fusão para:
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CENA 28. RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. DIA/NOITE
Planos gerais da cidade. Passagem de tempo.
Letreiro: Dois dias depois...
Corta para:
CENA 29. IGREJA. INT. DIA
Batizado do Matheus. Ricardo e Amanda são os
padrinhos. Presentes estão: Clóvis, Virgínia,
Maurício, Camila, Cínara e Letícia. Maurício e Cínara
trocam olhares, enquanto o padre batiza Matheus.
Tempo.
Corta para:
CENA 30. AP. DORA. SALA JANTAR. INT. DIA
Sílvia toma café. Nancy lhe entrega o jornal, abatida,
pra baixo.
Nancy - Dois dias já se passaram e nada de
notícias da Dora.
Sílvia - Foi realmente uma tragédia!
Nancy - Fiquei tão animada, esperançosa
quando encontram o Lucas,
acreditando que podiam encontrar a
Dora também. Mas nada!
Sílvia - Infelizmente temos que nos
conformar e aceitar que a Dora
morreu, Nancy.
Nancy - (abalada) Que coisa horrível!
Sílvia - (fria) É a vida. Um dia a morte
chega pra todo mundo. E pra algumas
pessoas chegam mais cedo do que pra
outras.
Nancy - Dora estava tão feliz, apaixonada
e morrer assim, dessa forma tão
trágica.
Sílvia - Pelo menos ela partiu ao lado do
homem que amava.
Nancy - Mas é muita injustiça. E a
Letícia? Como vamos contar isso pra
ela.
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Razão e Emoção Capítulo 57 Pág: 17
Sílvia - Deixe que o pai dela resolva isso.
Conte da melhor forma.
Nancy - Que tristeza, meu Deus...
Nancy saí, já em prantos.
Sílvia - Que chatice! Ainda tenho que ficar
agüentando isso e agindo como se eu
tivesse me preocupando. Aff!
Sílvia continua tomando seu café tranquilamente. Théo
aparece.
Théo - Mãe.
Sílvia - Que foi?
Théo - É verdade que a tia Dora morreu?
Sílvia - Sim. Sua tia agora está ao lado da
filha dela, Théo. Agora estão
juntas!
Corta para:
CENA 31. CASA VIRGÍNIA. RUA. EXTERIOR. DIA
Maurício e Cínara conversam perto do carro dele.
Cínara - Não quer mesmo ficar pro almoço?
Maurício - Fica pra próxima. Agradece sua
mãe.
Cínara - Fiquei muito feliz de você ter ido
ao batizado.
Maurício - Matheus é o meu filho. Quero
participar de todos os momentos da
vida dele.
Cínara - (feliz) Que bom ouvir isso,
Maurício.
Maurício - A Letícia não vai mesmo incomodar
ficando aí?
Cínara - Claro que não. Ela é um amor.
Maurício - É bom que ela se distraí um pouco,
não fica perguntando sobre a mãe.
Cínara - Alguma notícia da Dora?
Maurício - Nada! Já estou me preparando pra
ter que contar que a mãe não volta
mais.
Cínara - Que barra! Conta comigo pro que
precisar.
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Razão e Emoção Capítulo 57 Pág: 18
Maurício - Obrigado! Então mais tarde eu
passo aqui pra pegá-la.
Cínara - Eles se dão tão bom. Parece até
que são filhos do mesmo pai e mesma
mãe. Além do mais, é bom que os
irmãos convivam.
Maurício - Falando isso, eu estava querendo
lhe propor um acordo.
Cínara - (estranha) Acordo?
Maurício - Sim. Vou me mudar pra uma mansão
lá na Barra.
Cínara - Que legal.
Maurício - Nunca fui muito fã de morar em
apartamento. Gosto de espaço, ter
uma área aberta pra ir, jogar minha
bola, piscina, fazer um churrasco
pros amigos...
Cínara - Nossa, meu sonho!
Maurício - Enfim. E agora, que a Letícia vai
morar comigo diante dessa provável
morte da Dora, vou agilizar a
mudança o mais rápido possível. E
queria lhe propor o seguinte: você e
o meu filho mudam-se pra essa casa
comigo e com a Letícia, onde meus
filhos vão poder crescer juntos como
irmãos que são, e eu deixo de pagar
a pensão que acertamos pro Matheus e
que mensalmente você recebe.
Cínara fica abobada, sem acreditar.
Corta para:
CENA 32. CASA VIRGÍNIA. COZINHA. INT. DIA
Virgínia termina de preparar o almoço do batizado.
Joana cuida da salada.
Virgínia - Acha que essa comida vai dar?
Joana - Tem comida pra um batalhão,
Virgínia.
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Razão e Emoção Capítulo 57 Pág: 19
Virgínia - Gosto de fartura. Que todos comam
bem e repitam, pra que não sobre
nada.
Joana - Cínara e Maurício ainda estão lá
fora conversando.
Virgínia - Pena que não quis ficar pro
almoço. Falei com a Cínara pra
insistir.
Joana - Foi bem legal ele ter ido ao
batizado.
Virgínia - Maurício finalmente assumiu o
Matheus por completo, como um pai
deve assumir o filho. Não apenas com
dinheiro. Mas como amor, carinho,
atenção, participando da vida do seu
rebento.
Joana - Então porque essa carinha de
preocupação?
Virgínia - Acho que essa é a minha cara
natural: de sempre estar preocupada.
Joana - Está assim pela demora do Clóvis?
Virgínia - Também. Mas pelo jeito que ele
está. Sei que o Clóvis está me
acontecendo alguma coisa. Só não sei
o quê. Mas eu vou descobrir. Ah, se
vou!
Corta para:
CENA 33. CASA VIRGÍNIA. RUA. EXTERIOR. DIA
Cínara e Maurício seguem conversando. Cínara encantada
com a proposta. Não consegue esconder sua felicidade.
Cínara - (sem acreditar) Está falando
sério, Maurício? Isso não é nenhuma
pegadinha não?
Maurício - Claro que não, Cínara. Não ia
brincar com um assunto sério desses.
Cínara - Desculpa. É porque isso era algo
que eu sempre quis, sonhei: me mudar
desse bairro, morar numa casa
melhor, confortável...
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Razão e Emoção Capítulo 57 Pág: 20
Maurício - Quero o bem estar dos meus filhos,
proporcionando pra eles o que eu não
tive na minha infância pobre.
Cínara - Nossa, parece que estou sonhando.
Maurício - Então, o que acha? Aceita ou não o
que eu lhe propus.
Cínara - É claro que aceito, Maurício.
De rompante, movida pela felicidade que está sentindo,
Cínara agarra Maurício e lhe dá um beijão.
Corta para:
CENA 34. ANGRA. GERAIS. EXTERIOR. DIA
Planos gerais da cidade. Corta para:
CENA 35. HOSPITAL. ENFERMARIA. INT. DIA
Lucas, com alguns curativos, dorme. Uma enfermeira
cuida de um paciente ao lado da sua cama. Insert da
cena do explosão do barco em flashes rápidos. Lucas
acorda de rompante, assustado.
Lucas - (grita) Dora!
Desse momento, corta para:
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FIM DO CAPÍTULO