novela de · lucas ― vamos pular de asa delta? luÍsa se anima. luÍsa ― que proposta...

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Mano a Mano Capítulo 06 Pág: 1

MANO A MANO

Novela de

Rômulo Guilherme

Criada e escrita por:

Rômulo Guilherme

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CENA 01. BANCO IMPÉRIO. SALA REUNIÃO. INT. DIA

CONTINUAÇÃO IMEDIATA. MESMOS PERSONAGENS. MAURO

LEVANTA DE ROMPANTE.

MAURO ― (EXALTADO) Isso é um absurdo! Eu não

aceito isso!

LEILANE ― Calma, Mauro.

MAURO ― Quero ver esse testamento...

MAURO PEGA O TESTAMENTO DA MÃO DE GUSMÃO.

MAURO ― (REVOLTADO) Não pode ser. Meu pai não

pode ter feito isso comigo.

GUSMÃO ― Você se tornou o vice-presidente, Mauro.

MAURO ― Eu deveria ter sido escolhido como o

presidente do Banco Império.

RÔMULO ― Foi à vontade do nosso pai.

MAURO ― Aceitar que você, um adotado, que nem é filho

de sangue, assuma um lugar que seria meu por

direito? Nunca!

FRANCISCA ― Você tem que respeitar e acatar a última

escolha do pai de vocês.

MAURO ― E eu vou contestar esse testamento.

MAURO SAÍ FURIOSO DA SALA. LEILANE VAI ATRÁS.

LEILANE ― Espera, Mauro.

VÂNIA ABRAÇA RÔMULO.

VÂNIA ― Parabéns!

CORTA PARA:

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CENA 02. BANCO IMPÉRIO. ANTE-SALA. INT. DIA

MAURO SAÍ DA SALA DE REUNIÃO ESPUMANDO DE RAIVA E

CAMINHA EM DIREÇÃO A SUA SALA. LEILANE ATRÁS.

AGATHA, EM SUA MESA, PERCEBE O CLIMA TENSO. CORTA

RÁPIDO PARA:

CENA 03. BANCO IMPÉRIO. SALA MAURO. INT. DIA

MAURO ENTRA EMPURRANDO A PORTA. LEILANE LOGO

ATRÁS. MAURO ANDA DE UM LADO PRO OUTRO. PEGA UM

OBJETO E JOGA COM TODA FORÇA NA PAREDE.

LEILANE ― Calma, Mauro. Assim você vai acabar tendo

um treco e me deixando viúva. E estou muito

nova pra ficar viúva!

FURIOSO, MAURO PEGA UM O OBJETO E JOGA NA PAREDE.

MAURO ― (INCONFORMADO) Meu pai não podia ter

feito isso comigo.

MAURO SENTA NA SUA CADEIRA, BUFANDO. LEILANE LHE FAZ

UMA MASSAGEM, TENTANDO DEIXA-LO MAIS CALMO.

LEILANE ― Eu fiquei chocada! Sue pai surpreendeu todos

nos.

MAURO ― Meu pai devia estar fora de si quando fez esse

testamento. Devia estar caducando ou algo assim.

Só pode!

LEILANE ― Mas infelizmente ele fez essa burrada. Agora

quem manda nisso tudo aqui é o Rômulo.

MAURO ― Isso não vai ficar assim. Ah, mas não vai

mesmo!

CORTA PARA:

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CENA 04. BANCO IMPÉRIO. SALA REUNIÃO. INT. DIA

GUSMÃO DESPEDE-SE DE RÔMULO, FRANCISCA E VÂNIA.

RÔMULO ― Ainda não estou acreditando no que aconteceu.

VÂNIA ― Eu também me surpreendi. Pra mim seu pai

deixaria a presidência pro Mauro.

FRANCISCA ― Todos nos fomos surpreendidos,

principalmente o Mauro, que pelos barulhos vindo

da sala dele está fora de si!

RÔMULO ― O Mauro não vai aceitar isso de braços

cruzados.

VÂNIA ― Não vai mesmo. Vai querer tirar você da

presidência a qualquer custo.

FRANCISCA ― Lembra que eu disse pra você se preparar?

Parece até que eu estava prevendo essa situação.

RÔMULO ― A senhora sabia que o pai ia deixar a

presidência pra mim?

FRANCISCA ― Não sabia. Mas se ele escolheu você, Rômulo,

é porque ele tinha certeza que você seria o mais

preparado pra conduzir o banco.

CORTA PARA:

CENA 05. CASA CACAU. LAJE. EXT. DIA

REMO E CACAU CONVERSAM.

CACAU ― Já pensou no que tu vai fazer com a grana que

vamos roubar do banco?

REMO ― Nunca fiz planos na minha vida.

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CACAU ― Mas agora é diferente, Remo. Vamos ficar

rico. Tem noção de quanto dinheiro vamos

conseguir? É muita grana!

REMO ― Esse plano realmente é firmeza, Cacau? Não

quero ir preso, cara.

CACAU ― Confia. Não ia colocar vocês em nenhuma

furada, já que além do mais o meu também está na

reta. Tem várias pessoas envolvidas nesse plano,

inclusive dentro do banco, que está me ajudando a

traçar cada detalhe da nossa ação. Vai dar tudo

certo!

CORTA PARA:

CENA 06. BANCO IMPÉRIO. SALA PRESIDÊNCIA. INT. DIA

RÔMULO ENTRA. OLHA TUDO EM VOLTA. APROXIMA-SE DA

CADEIRA IMPONENTE DE JOAQUIM. PASSA A MÃO POR CIMA.

SORRI. PREPARA-SE E SENTA.

RÔMULO ― (ORGULHOSO) De um adotado a presidente

de um banco, Rômulo

CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 07. CASA CACAU. LAJE. EXT. DIA

REMO OLHA A VISTA, PENSATIVO. CACAU CONVERSA AO

FUNDO COM FRAJOLA.

REMO ― (DECEPCIONADO) Que evolução, Remo. De

um ladrãozinho de rua a um assaltante de banco.

Vai chegar longe assim...

CORTA PARA:

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CENA 08. GRAVADORA. SALA RAFAEL. INT. TARDE

FELÍCIA DIANTE DE RAFAEL, QUE ESTÁ SENTADO EM SUA

MESA.

FELÍCIA ― Onde você estava, Rafael?

RAFAEL ― Tava por aí.

FELÍCIA ― Por aí aonde? Ninguém sabia do seu paradeiro,

nem aqui na gravadora, nem na sua casa. Te liguei

várias vezes e só dava desligado...

RAFAEL ― Estava precisando ficar sozinho.

FELÍCIA ― Longe até de mim? Achei que iríamos almoçar

juntos.

RAFAEL FICA MUITO INCOMODADO, DE SACO CHEIO.

RAFAEL ― Por favor, Felícia. Me dá um tempo.

FELÍCIA ― (ATINGIDA) Poxa, Rafael. Isso é jeito de

falar comigo? Eu fiquei preocupa com você. Essa

cidade está tão violenta.

RAFAEL ― Estou cansado, só isso.

FELÍCIA ― De mim.

RAFAEL ― De muita coisa.

CORTA PARA:

CENA 09. LOJA PÉROLA. INT. TARDE

PÉROLA E FELÍCIA NUM CANTO CONVERSANDO.

FELÍCIA ― (INSEGURA) Não quero perder o Rafael, mãe.

E sinto que a cada dia estamos nos afastando

mais.

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PÉROLA ― Então não perca mais tempo, Felícia. Você

precisa ficar grávida dele.

FELÍCIA ESTRANHA A IDÉIA.

FELÍCIA ― (DESCONFORTAVEL) Prender o Rafael com

um filho?

PÉROLA ― Esse filho pode dar um up na relação de vocês

e principalmente fazer esse casamento acontecer.

(T) Está no seu período fértil, não está?

FELÍCIA ― Estou. Mas sempre transamos de camisinha.

PÉROLA ― Não conhece aquela tática de furar a camisinha

com agulha?

FELÍCIA ― Conheço. Mas vou precisar chegar a esse

ponto?

PÉROLA ― No amor e na guerra vale tudo. Tem que usar a

cabeça, a inteligência, Felícia.

FELÍCIA ― (RECEOSA) Será que vai dar certo?

PÉROLA ― É claro que vai. Confia na mamãe!

FELÍCIA, PREOCUPADA, ABRAÇA PÉROLA.

PÉROLA ― Aproveita que está aqui no shopping e compre

uma lingerie bem sexy e se possível vermelha pra

usar hoje a noite. Vai ser tiro e queda, minha filha.

CORTA PARA:

CENA 10. CEMITÉRIO. EXT. TARDE

MAURO ENCARA A SEPULTURA DE JOAQUIM.

MAURO ― (REVOLTADO) O senhor cometeu um grande

erro ao escolher o Rômulo ao invés de mim pra

assumir a presidência do banco, pai. Me preteriu

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em favor do adotado. Nunca imaginei que o

senhor faria uma coisa dessas comigo. Tomará

que o senhor esteja num lugar bem ruim.

MAURO AFASTA-SE UM POUCO, RESPIRA FUNDO E VOLTA A SE

APROXIMAR. ENCARA A LAPIDE, COMO SE TIVESSE

ENCARANDO O PRÓPRIO PAI.

MAURO — Mas eu vou corrigir esse erro. Agora, mais do

que nunca, preciso me livrar de uma vez por todas

do Rômulo!

CORTA PARA:

CENA 11. RUA. CARRO RAFAEL. EXT. NOITE

RAFAEL DIRIGE, CANSADO, PENSATIVO. CORTA PARA:

CENA 12. QUARTO RAFAEL. INT. NOITE

RAFAEL ENTRA NO QUARTO ESCURO E ACENDE A LUZ. LEVA

UM GRANDE SUSTO AO VER FELÍCIA DEITADA NA CAMA, SÓ

DE LINGERIE BEM SEXY.

RAFAEL ― (SURPRESO) Que susto, Felícia!

FELÍCIA ― Você demorou.

RAFAEL ― O que está fazendo aqui, vestida desse jeito?

FELÍCIA ― Vim fazer as pazes com meu noivo

FELÍCIA LEVANTA, FECHA A PORTA E VAI ATÉ RAFAEL,

SEDUTORA, CHARMOSA.

FELÍCIA ― Não quero que fique um clima ruim entre nos

dois.

RAFAEL ― Tudo bem. Deixa pra lá...

FELÍCIA ABRAÇA RAFAEL.

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FELÍCIA ― Te amo tanto, Rafael. Não sei o que seria da

minha vida sem você!

FELÍCIA BEIJA RAFAEL E COMEÇA A LHE FAZER CARINHOS

MAIS INTENSOS E ENVOLVENTES, AO MESMO TEMPO EM QUE

VAI TIRANDO A ROUPA DELE, PEÇA A PEÇA. RAFAEL NÃO

RESISTE E VAI SEDENDO. ELES VÃO PRA CAMA.

FUSÃO PARA:

CENA 13. RIO DE JANEIRO. GERAIS. EXT. NOITE/DIA

PASSAGEM DE TEMPO. DIVERSAS TAKES DA CIDADE, IMAGENS

ÁREAS.

MÚSICA: NO PROMISES.

LEGENDA: ALGUNS DIAS DEPOIS...

CORTA PARA:

CENA 14. BANCO IMPÉRIO. SALA PRESIDÊNCIA. INT. DIA

RÔMULO CONVERSA COM ÁGATHA, QUE FAZ ALGUMAS

ANOTAÇÕES.

RÔMULO ― E como está os preparativos pro cinqüentenário

do Banco?

ÁGATHA ― Está praticamente tudo pronta pra grande festa.

RÔMULO ― Ótimo. Tem que ser uma festa que faça jus a

história desse banco e a memória do meu pai, que

o fundou.

ÁGATHA ― E também pra comemorar a nova posição que

você assumiu aqui no banco, Rômulo.

RÔMULO ― Essa foi à vontade do meu pai e vou honrar a

confiança que ele depositou em mim quando me

deu a função de assumir seu lugar como

presidente dessa instituição financeira.

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CORTA PARA:

CENA 15. AGÊNCIA DE TURISMO. INT. DIA

LUÍSA TRABALHA, MAS ESTÁ INQUIETA. FALA COM LUCAS.

LUÍSA ― Não consigo me concentrar no trabalho.

LUCAS ― Já sei do que você está precisado.

LUCAS PENSA UM POUCO. LEVANTA, INDO ATÉ A MESA DELA

E ESTENDE A MÃO EM SUA DIREÇÃO.

LUCAS ― (PUXANDO) Vem.

LUÍSA FICA SEM ENTENDER.

LUÍSA ― Pra onde?

LUCAS ― Sei de um jeito de você ficar bem?

LUÍSA ― E qual é esse jeito?

LUCAS ― Vamos pular de asa delta?

LUÍSA SE ANIMA.

LUÍSA ― Que proposta tentadora. Mas agora? Em pleno

horário de expediente?

LUCAS ― Está tudo tranqüilo por aqui. E somos os

donos, podemos sair à hora que quisermos.

LUÍSA ― (CONCORDA) Se é assim então vamos.

CORTA PARA:

CENA 16. MANSÃO VARELLA. SALA. INT. DIA

OTÁVIO ESTÁ LENDO “E NÃO SOBROU NENHUM” – AGATHA

CHRISTIE.

FRANCISCA FICA FELIZ VENDO O NETO CONCENTRANDO

LENDO O LIVRO E SENTA DO SEU LADO.

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FRANCISCA ― Não sabia que você conhecia Agatha Christie,

Otávio.

OTÁVIO ― Achei por acaso na estante de livros e o título

chamou minha atenção.

FRANCISCA ― E o que está achando da história?

OTÁVIO ― Muito bom! É uma morte mais enigmática que

a outra. Estou super empolgado pra descobrir

quem é o assassino.

FRANCISCA ― Agatha Christie sabia escrever uma história de

crime, cercada de mistérios, como ninguém. E

fico muito feliz por esse seu interesse pela leitura.

NO MEIO DA FALA DE OTÁVIO, MAURO, VINDO DA PISCINA

ENROLADO NO ROUPÃO, APARECE AO FUNDO, SEM SER

NOTADO POR ELES.

OTÁVIO ― Meu pai fala que se eu quiser ser alguém na

vida tenho que ler, estudar muito. E quero ser

igual ele e ao meu avô: dois grandes homens!

FRANCISCA ― Muito bem! E acima de tudo: não perca esse

hábito de leitura que tanto nos enriquece.

OTÁVIO ― Quero ler mais livros dessa autora.

FRANCISCA ― Com certeza deve ter mais livros dela perdidos

pela estante. Seu avô e eu sempre gostamos muito

dos livros dela. Sabia que Agatha Christie era

considera a rainha dos venenos?

MAURO PREPARA-SE PRA SUBIR, QUANDO O QUE FRANCISCA

FALA CHAMA SUA ATENÇÃO E O FAZ ESCUTAR.

FRANCISCA ― (CONTINUA) Matou grande parte dos seus

personagens usando algum tipo de veneno, já que

deixa muito pouco vestígio comparado a um

crime com arma ou algo assim.

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MAURO FICA INTERESSADO E TEM UMA IDÉIA.

CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 17. QUARTO DE MAURO. INT. DIA

MAURO ENTRA, ANIMADO COM A IDÉIA QUE ACABOU DE TER.

MAURO ― Mas é claro! Como eu não pensei nisso?

Matar, sem deixar vestígios. E qual a melhor

maneira de fazer isso? Envenenamento!

(IRÔNICO) Obrigado, Agatha Christie.

CORTA PARA:

CENA 18. LOJA PÉROLA. INT. DIA

LEILANE E VÂNIA ESTÃO DANDO UMA OLHADA NAS ROUPAS.

PÉROLA AJUDA MOSTRANDO. LEILANE MAIS ANIMADA DO

QUE VÂNIA.

PÉROLA ― (MOSTRADO) Essa daqui é a sua cara,

Leilane.

LEILANE EXPERIMENTA NA FRENTE DO ESPELHO,

EMPOLGADA.

LEILANE ― Que deslumbre!

PÉROLA ― Ficou um arraso em você.

LEILANE ― Da vontade de levar tudo. É cada roupa mais

linda do que a outra, não acha, Vânia?

UM OBJETO CHAMA ATENÇÃO DE VÂNIA, QUE NEM ESCUTA O

QUE LEILANE FALA. SEU FOCO SE DIRECIONA APENAS PRO

OBJETO EM QUESTÃO E COMEÇA UMA VONTADE INTENSA DE

QUERER PEGÁ-LO PRA SI. MOMENTO.

LEILANE ― Quero ser o centro da atenção da festa de

cinqüenta anos do banco. Vai ser o acontecimento

do ano!

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PÉROLA ― Discordo. O casamento da minha filha Felícia

com o herdeiro de um dos homens mais ricos

desse país que será.

LEILANE ― E tá marcado pra quando o casamento?

PÉROLA ― Pra breve. Eu mando o convite. (T) Agora

deixa eu te mostrar esse vestido aqui...

PÉROLA E LEILANE AFASTAM-SE, INDO VER O TAL VESTIDO.

VÂNIA APROVEITA QUE ESTÁ SOZINHA PRA PEGAR, DE UMA

MANEIRA BEM DISCRETA, O OBJETO QUE CHAMOU SUA

ATENÇÃO. TENTA SE CONTROLAR, MAS A VONTADE É MAIS

FORTE E PEGA O MESMO E COLOCA NA BOLSA. FICA TENSA.

OLHA PROS LADOS, VERIFICANDO SE ALGUÉM NOTOU O QUE

ELA ACABOU DE FAZER.

CORTA PARA:

CENA 19. QUARTO VÂNIA E RÔMULO. INT. DIA

VÂNIA, ANGUSTIADA, TENSA, ENTRA NO QUARTO E FECHA A

PORTA.

PEGA SUA CAIXINHA E SENTA NA CAMA. RETIRA DA BOLSA O

OBJETO QUE FURTOU E O ENCARA. SOFRE. DEPOIS COLOCA O

OBJETO NA CAIXA, JUNTO COM OS OUTROS E FECHA.

CORTA PARA:

CENA 20. PEDRA BONITA. EXT. DIA

LUÍSA E LUCAS PRONTOS PRA PULAREM DE ASA DELTA.

LUCAS ― Pronta?

LUÍSA ― Sempre.

ELES CORREM E PULAM. GANHA O CÉU. TEMPO.

CORTA PARA:

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CENA 21. PRAIA. EXT. DIA

TADEU USANDO REGATA, BERMUDA E CHINELO, CAMINHA

VENDENDO SEU SACOLÉ.

LUÍSA E LUCAS SOBREVOAM A PRAIA, A AREIA, ONDE TADEU

CAMINHA.

CORTA PARA:

CENA 22. ASA DELTA. EXT. DIA

LUCAS E LUÍSA APROVEITANDO O PASSEIO.

LUCAS ― Vamos descer.

LUÍSA ― Mas já?

LUCAS ― O vento está mudando.

ELES PREPARAM PRA POUSAREM NA AREIA. UM VENTO FORTE

MUDA A DIREÇÃO DELES.

LUCAS E LUÍSA SE DESESPERAM. LUCAS TENTA CONTROLAR,

MAS SEGUE EM DIREÇÃO AO MAR.

TADEU E OS OUTROS BANHISTAS PERCEBEM A SITUAÇÃO

COMPLICADA QUE LUCAS E LUÍSA ESTÃO.

A ASA DELTA CAÍ NO MAR. TENSÃO!

CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 23. PRAIA. MAR. EXT. DIA

LUÍSA ESTÁ DESACORDA, DIANTE DO IMPACTO DA QUEDA.

TADEU, SEM PENSAR MUITO, DEIXA SEU ISOPOR DE LADO E

CORRE PRO MAR.

SALVA-VIDAS E DOIS HOMENS, UM DELES SURFISTA, VÃO PRA

ÁGUA TAMBÉM.

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TADEU APROXIMA-SE DE LUÍSA E LHE SEGURA. RECONHECE

LUÍSA.

INSERT DA CENA 11 DO CAPÍTULO 05: O olhar de Luísa e Tadeu se

encontram. Magia do primeiro encontro. Instantes. FIM DO INSERT.

TADEU ― A moça do sorriso!

DO PV DE LUÍSA VEMOS A IMAGEM DE TADEU FORA DE FOCO.

ESTÁ ATORDOADA PELO ACIDENTE.

LOGO UM DOS HOMENS QUE ENTRAM NA ÁGUA APARECE PRA

LHE AJUDAR A SOCORRER LUÍSA, TIRANDO-A DA ÁGUA.

SALVA-VIDAS E O OUTRO HOMEM SOCORREM LUCAS,

LEVANDO-O PRA AREIA.

CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 24. PRAIA. AREIA. INT. DIA

LUÍSA DEITADA NA PRAIA. TADEU PERTO, AFLITO. CURIOSOS

EM VOLTA.

AO FUNDO, LUCAS ACABA DE SER COLOCADO NA AREIA.

LUÍSA ABRE OS OLHOS E RECONHECE TADEU.

LUÍSA ― (SURPRESA) Você?

TADEU ― Você está bem?

UM OUTRO SALVA-VIDAS APROXIMA-SE.

SALVA-VIDAS ― Afastem-se...

TADEU LEVANTA PRA SE AFASTAR, QUANDO LUÍSA SEGURA

SUA MÃO E APERTA.

LUÍSA ― Fica comigo.

TADEU CONCORDA. SOM DE AMBULÂNCIA.

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CORTA PARA:

CENA 25. QUARTO LEILANE. INT. DIA

LEILANE SEGURA FELIZ O VESTIDO QUE COMPROU. VAI ATÉ O

ESPELHO.

LEILANE ― Que luxo! Vou arrasar nessa festa.

O CELULAR DE LEILANE COMEÇA A TOCAR. PEGA O

APARELHO DENTRO DA BOLSA.

LEILANE ― (CEL.) Alô? Sim, sou eu. O que aconteceu

com a Luísa? (ASSUSTA) Hospital?... Estou indo

praí.

LEILANE PEGA SUA BOLSA E SAÍ APRESSADA.

CORTA PARA:

CENA 26. BANCO IMPÉRIO. SALA MAURO. INT. DIA

MAURO TRABALHA. ÁGATHA ENTRA.

ÁGATHA ― Me chamou?

MAURO ― Chamei. Fecha a porta.

ÁGATHA FECHA A PORTA.

MAURO ― Não estou gostando dessa sua aproximação

com meu irmão.

ÁGATHA ― Só tratamos de assuntos do banco, Mauro.

MAURO ― Eu espero mesmo que seja só isso.

ÁGATHA APROXIMA-SE DE MAURO, LHE ACARICIANDO.

ÁGATHA ― Ciúmes de mim?

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MAURO ― Rômulo já me tirou a presidência do banco.

Não vou permitir que ele tire mais nada de mim,

inclusive você.

ÁGATHA FICA SORRI.

ÁGATHA ― Não troco você por homem nenhum nesse

mundo!

MAURO ― É bom mesmo! Gosto de exclusividade.

ELES SE BEIJAM.

ÁGATHA ― É melhor você aceitar a decisão do seu pai e

parar de sofrer, Mauro. Isso vai acabar te fazendo

mal!

MAURO FICA FURIOSO E BATE COM A MÃO NA MESA.

MAURO ― (TOM) Nunca! Esse adotado está sentado na

cadeira que me pertence e não vou permitir que

isso dure por muito tempo.

ÁGATHA ― O que você vai fazer.

MAURO ― Tive uma grande idéia que vai colocar um fim

nessa idiotice que meu pai fez, quando deu a

presidência pro Rômulo.

O CELULAR DE MAURO TOCA. É LEILANE.

MAURO ― (CEL.) Oi, Leilane... (SURPRESO) Acidente?

Qual hospital que ela está?... Estou indo pra lá.

MAURO DESLIGA JÁ LEVANTANDO.

ÁGATHA ― O que aconteceu?

MAURO ― A Luísa sofreu um acidente.

CORTA PARA:

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CENA 27. RUA. CARRO RAFAEL. EXT. DIA

MARIANA ACABA DE DESCER DO ÔNIBUS. SEGUE PELO

PASSEIO.

RAFAEL ESTÁ PRESO NO CONGESTIOMANTO.

MARIANA ACHA QUE CONSEGUE PASSAR POR UM BURACO NA

CALÇADA, MAS AS RODAS DA FRENTE DA SUA CADEIRA

ACABAM TRAVANDO E MARIANA CAÍ NO CHÃO.

RAFAEL VÊ A SITUAÇÃO DE MARIANA E SAÍ DO CARRO

APRESSADO PRA LHE AJUDAR.

MARIANA SENTE DORES COM A QUEDA. RAFAEL APROXIMA-

SE DELA.

MÁGIA DO PRIMEIRO ENCONTRO. TROCAM DE OLHARES.

AMBOS FICAM MEXIDOS. ESTABELECEM UMA LIGAÇÃO NESSE

PRIMEIRO ENCONTRO.

RAFAEL RECONHECE MARIANA. INSERT DA CENA 14 DO

CAPÍTULO 04.

RAFAEL ― Você está bem?

MARIANA ― Estou com dores...

O PORTEIRO DE UM PRÉDIO APROXIMA-SE.

PORTEIRO ― O melhor chama uma ambulância.

RAFAEL ― Vou te levar pro hospital.

RAFAEL PEGA MARIANA NO COLO. SEUS OLHARES SE

ENCONTRAM.

MARIANA ― Minha cadeira.

PORTEIRO ― Eu pego.

RAFAEL COLOCA MARIANA NO BANCO DO CARONA.

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O PORTEIRO FECHA A CADEIRA E COLOCA NO PORTA MALAS

DO CARRO.

RAFAEL ENTRA NO VEICULO.

RAFAEL ― Mariana seu nome, não é?

MARIANA ― Como você sabe?

RAFAEL ― Vi seu blog. Achei muito interessante.

MARIANA ― E qual o nome do meu herói salvador?

RAFAEL ― Rafael.

ELES TROCAM SORRISOS.

CORTA PARA:

CENA 28. HOSPITAL. RECEPÇÃO. INT. DIA

TADEU ANDA DE UM LADO PRO OUTRO, ANSIOSO.

LEILANE ENTRA DESESPERADA E VAI ATÉ A RECEPCIONISTA.

LEILANE ― Onde está minha filha? Ela sofreu um acidente.

Luísa Ávila Varella é o nome dela...

A RECEPCIONISTA COMEÇA A DIGITAR.

TADEU APROXIMA-SE DE LEILANE.

TADEU ― A senhora é a mãe da Luísa?

LEILANE ― Sim. E você quem é?

TADEU ― Eu vi o acidente e a tirei do mar.

LEILANE OLHA TADEU DE CIMA A BAIXO. FICA CISMADA,

LEILANE ― Está querendo uma recompensa por ter salvado

a vida da minha filha?

TADEU REAGE ATINGIDO.

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TADEU ― (NERVOSO) Que isso, dona?

LEILANE PEGA SUA CARTEIRA E TIRA ALGUMAS NOTAS.

LEILANE ― Sei que a vida da minha filha não tem preço,

mas mesmo assim essa é a minha forma de lhe

agradecer.

LEILANE ESTENDE O DINHEIRO PRA TADEU.

LEILANE ― Pega. Não precisa ter vergonha.

LEILANE OLHA NOVAMENTE PRA TADEU COM OLHAR

PRECONCEITUOSO.

LEILANE ― Vejo que você precisa...

TADEU FICA REVOLTADO.

TADEU ― Não preciso do seu dinheiro. Trabalho muito

pra conseguir o meu próprio. Se estou aqui é

porque fiquei preocupado com o estado da sua

filha.

LEILANE GUARDA O DINHEIRO.

LEILANE ― Se não quer tudo bem. Agradeço pela

preocupação, mas pode ir.

TADEU ― Rico tem mania de oferecer dinheiro pra pobre.

Mas dinheiro não é tudo nessa vida, dona. O que

eu fiz foi de coração, um gesto de humanidade.

TADEU VAI EMBORA.

LEILANE ― Que moleque atrevido.

LEILANE VOLTA-SE PRA RECEPCIONISTA.

LEILANE ― E minha filha, onde está?

RECEPCIONISTA― Está na sala de observação.

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MAURO CHEGA. OS DOIS SE ABRAÇAM.

MAURO ― Como a Luísa está?

LEILANE ― Não sei. Acabei de chegar.

RECEPCIONISTA DÁ A DIREÇÃO DA SALA. LEILANE E MAURO

SEGUEM PRA LÁ.

CORTA PARA:

CENA 29. HOSPITAL. SALA OBSERVAÇÃO. INT. DIA

LUÍSA SENTADA NA MACA. LEILANE CORRE ABRAÇANDO A

FILHA. MAURO JUNTO.

LEILANE ― Graças a Deus você está bem, minha filha!

MAURO ― Que susto você nos deu, Luísa.

LUÍSA ― Estou bem. E o Lucas?

MAURO ― Ele estava com você?

LUÍSA ― Estava.

MAURO ― Vou procurar saber notícias dele...

MAURO SAÍ.

LEILANE ― Que alivio te ver inteira, assim. Fiquei em

pânico quando me ligaram, dizendo que você

tinha sofrido um acidente e estava no hospital.

LUÍSA ― Foi só um susto mesmo. Estou pronta pra

outra!

LEILANE ― Tá vendo! Eu sempre falo com você que esses

esportes que você praticam são tão perigosos.

LUÍSA ― Não vou deixar de pular de asa delta por esse

acidente.

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LEILANE ― E eu que sofro de preocupação.

LUÍSA ― Onde está aquele rapaz que me tirou do mar?

LEILANE ― Aquele favelado?

LUÍSA ― (REAGE) Que isso, mãe? Isso é jeito de falar.

LEILANE ― Tava na recepção. Mas já foi embora.

LUÍSA FICA TRISTE.

LEILANE ― Agradeci pelo que ele fez. Até ofereci um

dinheiro, uma ajuda, mas se recusou. Ficou todo

ofendido. Subiu no tijolo e deu discurso.

LUÍSA ― (SEM ACREDITAR) Você ofereceu dinheiro

pra ele?

LEILANE ― Deu pra ver que ele é pobre e um dinheiro a

mais é sempre bem vindo. Mas deu uma de

orgulhoso.

LUÍSA ― Não estou acreditando que a senhora teve uma

atitude dessas.

LEILANE ― Qual o problema?

LUÍSA ― Ainda pergunta? Que vergonha, mãe. Não tiro

a razão dele ter ficado ofendido.

LEILANE ― Fiz e está feito!

MAURO VOLTA.

MAURO ― Ele está fazendo alguns exames. Parece que

bateu a cabeça no ferro da asa.

CORTA PARA:

CENA 30. FAVELA MACAQUINHA. EXT. TARDE

CORTA PARA:

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CENA 31. CASA ARMANDO. SALA. INT. TARDE

TADEU REVOLTADO FALANDO COM ARMANDO.

TADEU ― (INDIGNADO) Fiquei revoltado, vô. Ela

queria me dar dinheiro por eu ter salvo a vida da

filha dela, como se eu tivesse tomado a atitude de

entrar no mar e tirá-la de lá visando algum

benefício, recompensa.

ARMANDO ― Vai ver que ela não tinha intenção de te

ofender com esse gesto, Tadeu.

TADEU ― Ela me olhou de cima a baixo com aquele nariz

em pé. E pelo seu olhar deu pra ver que me julgou

como um pobre favelado, que precisa de ajuda,

esmola.

ARMANDO ― Entendo sua revolta, Tadeu. Mas não fique

assim.

TADEU ― Foi uma atitude que eu teria com qualquer

outra pessoa. E por coincidência salvei a jovem

que eu tinha conhecido na praia e que é filha

dessa madame metida a besta.

ARMANDO ― Pelo visto essa jovem mexeu com você.

TADEU ― Mexeu sim, vô. Mas se antes já achava que

seria algo impossível de acontecer um lance entra

nos dois, agora tenho certeza, pois se a mãe é

assim a filha deve ser a mesma coisa ou pior!

ARMANDO ― Não pré-julgue uma pessoa, Tadeu. Não tenha

a mesma postura que essa mulher teve com você.

CORTA PARA:

CENA 32. BARRACO REMO E MARMITA. INT. TARDE

REMO ABRE A PORTA. É BASTIÃO.

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REMO ― (SURPRESA) Padrinho?

DESSE MOMENTO, CORTA PARA:

FIM DO CAPÍTULO

novela de · lucas ― vamos pular de asa delta? luÍsa se anima. luÍsa ― que proposta...

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