novas opes tecnolgicas para o cultivo do inhame (dioscorea sp

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Novas Opções Tecnológicas Para o Cultivo do Inhame (Dioscorea sp.) no Nordeste do Brasil Almir Dias Alves da Silva 1 Resumo - A cultura do inhame (Dioscorea sp.) vem experimentando, nos últimos anos, um crescimento cada vez maior em área plantada, por ser esse cultivo de grande aceitação na alimentação humana e por proporcionar ótimos retornos financeiros para o produtor. Com a conquista de novas áreas de plantio, agravaram-se as dificuldades com o cultivo, visto que aumentaram seus principais problemas: seu custo operacional, por serem todas as plantas tutoradas com vara, e o alto custo da semente melhorada. Visando racionalizar o sistema de produção do inhame foram idealizados ensaios, onde se preconizou a junção de várias tecnologias como a substituição do plantio direto da semente por mudas produzidas através de micro- seções das túberas; tratamento dessas sementes para sua desinfecção de microrganismos, por meio de produtos químicos; plantio em sementeira; transplante das mudas para o campo; plantio em fileiras duplas; tutoramento em arame; além da adubação programada e tratamento fitossanitário preventivo. A associação desse conjunto de práticas culturais e agronômicas enseja uma melhoria de todo o sistema, racionalizando-o e proporcionando ao agricultor uma economia nos custos de implantação. Além da economia na quantidade de semente necessária para o plantio por hectare, outras vantagens advêm desse sistema, pela utilização de fileiras duplas no plantio, pois as capinas, tratamentos fitossanitários e o uso de herbicida ficam facilitados pela liberdade de caminhar entre as fileiras. Têm-se observado também não apenas a viabilidade do uso das micro-seções das túberas para o plantio do inhame, uma vez que em sua maioria foram colhidas túberas que tinham em média 1,5 a 2,0 kg de peso, dentro do recomendado e exigido pelos órgãos de classificação como túbera comercial de primeira. Por outro lado, o uso do arame como tutor para as plantas do inhame facilita os tratos culturais, aplicação de herbicidas e de defensivos agrícolas. Palavra-chave: inhame, micro-seções, sistema de plantio. 1. Introdução A cultura do inhame (Dioscorea sp.) é de grande importância para a economia do Estado de Pernambuco, sendo entre as raízes e tubérculos a cultura nobre por sua alta produtividade, rentabilidade e aceitação por parte dos produtores e consumidores. O Estado de Pernambuco tem-se destacado quanto à produção dessa importante cultura, mas por ser um cultivo cuja exploração é basicamente realizada por pequenos produtores, a aceitação de novas tecnologias esbarra no tradicionalismo, mesmo nos tempos atuais. Embora não definitivos, sobre a questão, os resultados obtidos em experimentos de ações de pesquisa demonstram que se podem obter respostas animadoras, alterando-se o sistema tradicional de cultivo em relação aos segmentos de fitossanidade, nutrição das plantas, condições do cultivo e de obtenção de sementes melhoradas. A estratégia de substituição do plantio direto de sementes de inhame por mudas produzidas através de micro-seções das túberas proporciona a vantagem da redução drástica da quantidade de sementes necessárias para o plantio, uma vez que ao invés das 180 ou 200 arrobas utilizadas no plantio normal para um hectare, pelo método proposto são necessárias apenas 50 arrobas para o plantio da mesma área. Aliadas a esse sistema, outras técnicas de cultivo tais como diminuição ou substituição do uso da vara que se constitui sempre em uma ameaça aos desmatamentos, pelo uso do arame galvanizado, colocado a uma altura entre 150 a 180 cm e utilizando-se um arame para cada duas fileiras de inhame, espaçamento adensado e controle da pinta preta, entre outras, procura-se desenvolver mudanças no sistema tradicional, de forma a torná-lo mais eficiente e econômico. 1 Eng. Agrôn., M.Sc., Pesquisador da Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária – IPA, Av. Gal. San Martin, 1371 – Bongi, CEP. 50761-000, Recife-PE, Brasil, Caixa Postal 1022, Fone (PABX) (081) 3445-2200, FAX (081) 3227-4017. E-mail: [email protected] Home page: www.ipa.br

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Novas Opções Tecnológicas Para o Cultivo do Inhame (Dioscorea sp.) no Nordeste do Brasil

Almir Dias Alves da Silva1

Resumo - A cultura do inhame (Dioscorea sp.) vem experimentando, nos últimos anos, um crescimento cada vez maior em área plantada, por ser esse cultivo de grande aceitação na alimentação humana e por proporcionar ótimos retornos financeiros para o produtor. Com a conquista de novas áreas de plantio, agravaram-se as dificuldades com o cultivo, visto que aumentaram seus principais problemas: seu custo operacional, por serem todas as plantas tutoradas com vara, e o alto custo da semente melhorada. Visando racionalizar o sistema de produção do inhame foram idealizados ensaios, onde se preconizou a junção de várias tecnologias como a substituição do plantio direto da semente por mudas produzidas através de micro-seções das túberas; tratamento dessas sementes para sua desinfecção de microrganismos, por meio de produtos químicos; plantio em sementeira; transplante das mudas para o campo; plantio em fileiras duplas; tutoramento em arame; além da adubação programada e tratamento fitossanitário preventivo. A associação desse conjunto de práticas culturais e agronômicas enseja uma melhoria de todo o sistema, racionalizando-o e proporcionando ao agricultor uma economia nos custos de implantação. Além da economia na quantidade de semente necessária para o plantio por hectare, outras vantagens advêm desse sistema, pela utilização de fileiras duplas no plantio, pois as capinas, tratamentos fitossanitários e o uso de herbicida ficam facilitados pela liberdade de caminhar entre as fileiras. Têm-se observado também não apenas a viabilidade do uso das micro-seções das túberas para o plantio do inhame, uma vez que em sua maioria foram colhidas túberas que tinham em média 1,5 a 2,0 kg de peso, dentro do recomendado e exigido pelos órgãos de classificação como túbera comercial de primeira. Por outro lado, o uso do arame como tutor para as plantas do inhame facilita os tratos culturais, aplicação de herbicidas e de defensivos agrícolas. Palavra-chave: inhame, micro-seções, sistema de plantio. 1. Introdução

A cultura do inhame (Dioscorea sp.) é de grande importância para a economia do Estado de Pernambuco, sendo entre as raízes e tubérculos a cultura nobre por sua alta produtividade, rentabilidade e aceitação por parte dos produtores e consumidores. O Estado de Pernambuco tem-se destacado quanto à produção dessa importante cultura, mas por ser um cultivo cuja exploração é basicamente realizada por pequenos produtores, a aceitação de novas tecnologias esbarra no tradicionalismo, mesmo nos tempos atuais. Embora não definitivos, sobre a questão, os resultados obtidos em experimentos de ações de pesquisa demonstram que se podem obter respostas animadoras, alterando-se o sistema tradicional de cultivo em relação aos segmentos de fitossanidade, nutrição das plantas, condições do cultivo e de obtenção de sementes melhoradas.

A estratégia de substituição do plantio direto de sementes de inhame por mudas produzidas através de micro-seções das túberas proporciona a vantagem da redução drástica da quantidade de sementes necessárias para o plantio, uma vez que ao invés das 180 ou 200 arrobas utilizadas no plantio normal para um hectare, pelo método proposto são necessárias apenas 50 arrobas para o plantio da mesma área. Aliadas a esse sistema, outras técnicas de cultivo tais como diminuição ou substituição do uso da vara que se constitui sempre em uma ameaça aos desmatamentos, pelo uso do arame galvanizado, colocado a uma altura entre 150 a 180 cm e utilizando-se um arame para cada duas fileiras de inhame, espaçamento adensado e controle da pinta preta, entre outras, procura-se desenvolver mudanças no sistema tradicional, de forma a torná-lo mais eficiente e econômico.

1 Eng. Agrôn., M.Sc., Pesquisador da Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária – IPA, Av. Gal. San Martin, 1371 – Bongi, CEP. 50761-000, Recife-PE, Brasil, Caixa Postal 1022, Fone (PABX) (081) 3445-2200, FAX (081) 3227-4017. E-mail: [email protected] Home page: www.ipa.br

2. CONCLUSÕES

Tendo em vista os resultados obtidos, pode-se afirmar que as principais vantagens do novo sistema de plantio são as seguintes:

• Redução da quantidade de semente para o plantio; • Uniformidade de plantio; • Facilidade dos tratos culturais; • Uniformidade e facilidade de colheita; • Maior retorno econômico

Obs. O sistema só é indicado para plantio onde é utilizada a irrigação. 3. REFERÊNCIAS ARAÚJO, J. F. Instrução técnicas para o cultivo do cará da costa irrigado. Juazeiro, BA: EBDA, 1999. 18 p. EMBRAPA MEIO NORTE (PI). Cultivo do cará. Teresina, 1988. 19 p. MENDES, R. M. Cultivando inhame ou cará da costa. Cruz das Almas – Bahia: Centro Nacional de Pesquisa de Mandioca e Fruticultura, nov. 1982. (EMBRAPA-CNPMF. Circular Técnico, 4). SANTOS, E. S. dos. Aspectos básicos da cultura do inhame (Dioscorea spp.). João Pessoa – PB: EMEPA-PB, SEBRAE, 1996. 158 p. SILVA, A. A. Resultados de adubação orgânica do cará. Anais da Primeira Reunião de Investigação Agronômica. Acordo de Pesquisa Agrícola de Pernambuco. 128 – 129, Recife. 1958.