nova tribuna, edição nº 3

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A INFORMAÇÃO COMO PRÁTICA DA LIBERDADE A INFORMAÇÃO COMO PRÁTICA DA LIBERDADE A INFORMAÇÃO COMO PRÁTICA DA LIBERDADE A INFORMAÇÃO COMO PRÁTICA DA LIBERDADE A INFORMAÇÃO COMO PRÁTICA DA LIBERDADE Ano I - Número 3 Ano I - Número 3 Ano I - Número 3 Ano I - Número 3 Ano I - Número 3 - De 18 a 24/25 a 31 de janeiro de 2015 (*) POLÊMICA DO CONVENTO DAS MERCÊS Odivio Neto: De cima para baixo, eis a mudança no calendário de pagamento dos servidores estaduais Página 5 Página 5 Página 5 Página 5 Página 5 Página 6 Página 6 Página 6 Página 6 Página 6 Simei Oliveira Ribeiro: O abandono do Centro de Saúde Dr. Paulo Ramos Nova Tribuna Nova Tribuna Nova Tribuna Nova Tribuna Nova Tribuna Página 2 Página 2 Página 2 Página 2 Página 2 Em seu artigo O QUE FAZER, Haroldo Saboia vai ao X da questão: “O fato de doar o seu acervo ao Estado não confere ao ex-presidente José Sarney o direito de apropriação (histórica e simbólica) da nossa mais rica e singela relíquia de arquitetura colonial, o Convento das Mercês” Página 3 Página 3 Página 3 Página 3 Página 3 O poder dos bastidores: O silêncio da OAB quanto à MP 185 *** Sub-prefeitura de Holanda Jr no Centro Histórico é só para inglês ver Rir pra não chorar... Página 8 Página 8 Página 8 Página 8 Página 8 Página 4 Página 4 Página 4 Página 4 Página 4 Wagner Cabral: No ranking mundial das cidades mais violentas, São Luís é TOP 10!

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Edição nº 3, de 18 a 24 e 25 a 31 jan 2015

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Page 1: Nova Tribuna, edição nº 3

A INFORMAÇÃO COMO PRÁTICA DA LIBERDADEA INFORMAÇÃO COMO PRÁTICA DA LIBERDADEA INFORMAÇÃO COMO PRÁTICA DA LIBERDADEA INFORMAÇÃO COMO PRÁTICA DA LIBERDADEA INFORMAÇÃO COMO PRÁTICA DA LIBERDADEAno I - Número 3 Ano I - Número 3 Ano I - Número 3 Ano I - Número 3 Ano I - Número 3 - De 18 a 24/25 a 31 de janeiro de 2015(*)

POLÊMICA DO CONVENTODAS MERCÊS

Odivio Neto:De cima para

baixo, eis amudança no

calendário depagamento dos

servidoresestaduais

Página 5Página 5Página 5Página 5Página 5

Página 6Página 6Página 6Página 6Página 6

Simei Oliveira Ribeiro:

O abandono doCentro de SaúdeDr. Paulo Ramos

Nova TribunaNova TribunaNova TribunaNova TribunaNova Tribuna

Página 2Página 2Página 2Página 2Página 2

Em seu artigo O QUE FAZER, Haroldo Saboia vai aoX da questão: “O fato de doar o seu acervo ao Estado não confere

ao ex-presidente José Sarney o direito de apropriação(histórica e simbólica) da nossa mais rica e singela

relíquia de arquitetura colonial, o Convento das Mercês”Página 3Página 3Página 3Página 3Página 3

O poder dos bastidores:

O silêncio daOAB quanto à

MP 185***Sub-prefeitura

de Holanda Jrno Centro

Histórico é sópara inglês ver

Rir pra não chorar...Página 8Página 8Página 8Página 8Página 8

Página 4Página 4Página 4Página 4Página 4

Wagner Cabral:

No ranking mundialdas cidades mais

violentas,São Luís é TOP 10!

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Nova Tribuna - Nova Tribuna - Nova Tribuna - Nova Tribuna - Nova Tribuna - 22222

O PODER DOS BASTIDORES

Diretor de Redação: Franklin DouglasDiretora editorial: Fernanda Nina SaboiaDiretor de Mídias Sociais: Nonato PenhaEx

pedi

ente

NOVA TRIBUNA - A informação como prática da liberdadeConselho Editorial: Antonio Gonçalves, Haroldo Saboia, Ricarte Almeida Santos,Saulo Pinto, Valdeny Barros, Wagner Baldez, Fernanda Nina Saboia, Nonato Penha eFranklin Douglas (secretário).

E-mail: [email protected] | Blog: novatribuna.wordpress.com | Twitter: @nova_tribuna Fotos, imagens e ilustrações desta edição: capturadas na internet

Emplacamentovapt-vupt

É DEVER DA OAB DENUNCIARINCONSTITUCIONALIDADE DA MP 185

O texto do advogado LuísAntonio Pedrosa (Nova Tribuna, nº2) não deixa margem a dúvidas: aMP 185, editada pelo juiz-governador Flávio Dino, éc l a r a m e n t eINCONSTITUCIONAL.

Medida Provisória nº 185autoriza a representação judicial demembros da Polícia Militar, Corpode Bombeiro Militar e Polícia Civilpela Procuradoria Geral do Estado.O que significa que os membrosdessas corporações serão defendidospelo órgão de representação judicialdo Estado do Maranhão.

Explica Pedrosa: “Existeproblema de constitucionalidade

formal e material MP. Do pontode vista formal, houve usurpaçãode iniciativa da AssembleiaLegislativa, visto que as atribuiçõesda PGE são fixadas por leicomplementar. Do ponto de vistamaterial, porque viola o princípioda razoabilidade, especialmentenos aspectos da adequação enecessidade”.

Ante esses e outros argumentos,a instituição que tem a obrigaçãode cobrar o respeito aoordenamento jurídico nada vaidizer?

Com a palavra a seçãomaranhense da Ordem dosAdvogados do Brasil (OAB).

Em pouco mais de vinte dias degoverno, o advogado AntonioNunes, nomeado Diretor doDetran, já mostrou sua maiorhabilidade: rapidez noemplacamento.

Emplacou nada menos que aprópria esposa, Danielle Nunes,como Diretora de Administração efinanças da Emap.

Sub-prefeitura prainglês ver

O prefeito Edvaldo Holanda Jranunciou com festa sua primeiraSub-Prefeitura: a do CentroHistórico. Não tem autonomiafinanceira, estrutura própria, nãotem previsão legal.

Só pra inglês ver!

Emplacamentovapt-vupt (II)

Mas ele que abra o olho. Na suapisada está o secretário MárcioJerry. De uma só vez emplacou aesposa na Chefia de Gabinete doGovernador Flávio Dino e acunhada como secretária-adjuntade Esporte. É jogo rápido!

Emplacamentovapt-vupt (III)

E quem diria!!? Até o candidatoda Oligarquia ao Senado, GastãoVieira (ainda PMDB), emplacou nogoverno da mudança.

Conseguiu nomear o genroAndré Costa como secretário-adjunto do deputado-secretárioBira do Pindaré.

(*) AjustesPor problemas de ajustes na

operacionalização da plataforma depublicação do jornal, Nova Tribunaatrasou sua edição número 3.

Esta terceira edição corresponde,assim, ao perído de 18 a 24/1 e asemana de 25 a 31/1.

Esperamos ter dado conta dosajustes exigidos e agradecemos àpaciência dos leitores e leitoras.

Sub-prefeitura prainglês ver (II)

Lei Municipal, de autoria do ex-vereador Haroldo Saboia, jáestabelece quais as sub-prefeiturasda cidade. Nunca foi cumprida.

Sub-prefeitura de Holanda Jr éigual à via exclusiva para ônibuscriada por ele: ninguém leva a sério!

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Nova Tribuna - Nova Tribuna - Nova Tribuna - Nova Tribuna - Nova Tribuna - 33333

Absolutamente cético em relaçãoà capacidade (e vontade política) donovo governo, liderado pelo juizFlávio Dino, em promover asmudanças exigidas pela sociedademaranhense, tenho, contudo, comocidadão e militante político, o deverde expor ideias e propor soluções queentenda úteis, necessárias eoportunas.

Já apresentei (Nova Tribuna, nº 1)propostas em relação à Casa deVeraneio: transformação em Museuda Indústria Náutica ArtesanalMaranhense em volta ao Mirante deSão Marcos; além do prolongamentodo calçadão da Av.Litorânea da Praçados Pescadores até o futuro museu/mirante(1).

Agora trato de duas questões: aprimeira, do Convento das Mercêse, a segunda, da dita Fundação JoséSarney rebatizada como Fundação daMemória Republicana.

É exatamente aqui que reside oponto chave. Temos que entenderque não é apenas uma, mas, sim, duasquestões a serem resolvidas.

1) Qual a destinação que o PoderPúblico, em consonância com asociedade, dará ao nosso mais belo emais antigo (1654) monumentoarquitetônico, o Convento dasMercês?

2) Como, onde e com querecursos um Estado pobre como oMaranhão - carente deequipamentos públicos paraassegurar saúde e educação básica asua população - manterá o acervodoado de livre e espontânea vontade,incondicionalmente, pelo senhorJosé Sarney, que ocupou a Presidênciada República de 1985 a 1990?

Convento das Mercês e Fundação da MemóriaRepublicana (ou Fundação José Sarney):

Postas nestes termos, as questõescomeçam a ficar bem mais claras eestaremos mais próximos deencontrar as soluções requeridas.

O Poder Público deve, deimediato, declarar formal esolenemente que o fato de doar o seuacervo ao Estado não confere ao ex-presidente José Sarney o direito deapropriação (histórica e simbólica) danossa mais rica e singela relíquia dearquitetura colonial, o Convento dasMercês.

E aí o senhor José Sarney,conhecido por suas artes e por suasmanhas, vai ter quer calar ou, setanto, espernear. Não poderácontestar o direito que tem o PoderPúblico de destinar - se assim oentender - outro espaço à Fundaçãoda Memória Republicana.

O Poder Público, o governadorFlávio Dino, o povo maranhense nãopodem aceitar caprichos, chantagense choramingas do chefe do clãSarney, do oligarca de Curupu.

O jornal “Folha de São Paulo”, desábado - 17 de janeiro de 2015,

informa que “Dino sondou auxiliaressobre a possibilidade de devolver omaterial a Sarney, mas isso não épossível: uma vez cedido ao Estado, oacervo se torna patrimônio públicoe não pode ser doado a pessoasfísicas.”

Se verdadeira esta informação, daFolha de São Paulo, começo a duvidardos conhecimentos jurídicos dogovernador.

O Estado pode, sim, devolver aodoador José Sarney o acervo querecebeu.

(1) Minhas sugestões foram logoplagiadas, “adaptadas” e rebuscadaspelo senador eleito RobertoRocha, com sua usualmegalomania.

O Q U E F A Z E R ?Por Haroldo Saboia

Haroldo Saboia - Deputado FederalConstituinte de 1988, economista,advogado; é servidor público federal.

Nota da redação: e s t e a r t i go fo ie n v i a d o o r i g i n a l m e n t e e m18 / 1 / 2 01 5 .

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S ã o L u í s é T O P 1 0 ! ! !

A organização não-governamental mexicanaSeguridad, Justicia y Paz divulgouseu relatório anual sobre as 50cidades mais violentas do mundo.

A lista das 50 cidades maisviolentas do mundo por seracessada no portal da organização:www.seguridadjusticiaypaz.org.mx(*).

Ao longo do ano, emdiscussões da SociedadeMaranhense de DireitosHumanos (SMDH) e doObservatório da Violência,comentamos que a terrívelevolução da violência nos colocariano TOP 10. Infelizmenteacertamos!

Vejamos a evolução de SãoLuís no ranking mundial daviolência:

- 27º lugar, em 2011;- 23º lugar, em 2012;- 15ª posição, em 2013;- TOP 10, em 2014.E o Brasil tornou-se o país com

maior número de cidades noranking mundial da violência:

- 7 cidades, em 2010;- 14, em 2011;- 15, em 2012;- 16, em 2013;- e 19 cidades, em 2014.O ranking é baseado na taxa de

homicídios (por cem milhabitantes). Portanto, nãoconsidera apenas os números

Wagner Cabral - histriador e profes-sor da UFMA, é um dos membrosdo Observatório da Violência.

absolutos de cada cidade, mas sima proporção entre o número dehomicídios e a população...

A taxa de homicídios é a medidade análise adotadainternacionalmente.

Obviamente, o númeroabsoluto de São Paulo e Rio deJaneiro é bem maior que os dasdemais cidades do país, mas não ataxa de homicídios.

A “guerra civil molecular”prossegue cotidianamente emnossa cidade...

E qualquer “solução” à vista sópode ser pensada e construídacoletiva e democraticamente, semapelos ao populismo penal e àlógica do Estado de Exceção...

Por Wagner Cabral

Só que noranking das 50cidades maisviolentas domundo...

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Odív io Ne to - Engenhe i ro eprofessor do IFMA

Nota da redação: e s t e a r t i go fo ie n v i a d o o r i g i n a l m e n t e e m17/ 1 / 2 01 5 .

Por Odívio Neto

O Governo Flávio Dinodivulgou novo calendário depagamento dos vencimentos dosservidores públicos do Estado doMaranhão para o ano de 2015.

Obteve seu primeiro desgastepolítico com os servidores. Semnegociar com a categoria sobre asalterações nas datas de pagamento,o governador tomou uma decisãounilateral e, por isso, autoritária.

Esperava-se que os maioresinteressados na medida, osservidores públicos, fossemouvidos, já que o GovernadorFlávio Dino foi eleito com odiscurso da moralidade e daparticipação popular em seugoverno.

Mas, se com os servidorespúblicos, que são uma peçafundamental para a implantação dequalquer plano de governo, nãohouve tal diálogo, imaginem comovai ser com as demais categorias detrabalhadores inseridas na teiasocial do Estado!

Mais por que odescontentamento dos servidorespúblicos com tal medida autoritáriado governo estadual?

Para quem vive de suaremuneração laboral mensal, adata do recebimento é de sumaimportância para o planejamentode pagamento das contas da famíliade qualquer trabalhadorassalariado.

O calendário anterior, que jávinha sendo praticado em váriosgovernos, pagava os servidores nofinal do mês de trabalho, comoacontece, por exemplo, com o

poder judiciário maranhense, oulogo no primeiro dia do mêssubsequente ao trabalhado. Isso jávinha ocorrendo há 20 anos,aproximadamente.

Com a pressão causada pelainsatisfação geral dos servidores, ogoverno reuniu-se, por meio dosseus representantes, com asentidades representativas dacategoria e argumentou que amudança no calendário se deve emvirtude da falta de dinheiro emcaixa para o pagamento da folha deresponsabilidade do poderexecutivo.

Acusa o governo anteriorRoseana Sarney/Arnaldo Melo deter deixado apenas R$ 24 milhõesem caixa, quando a folha é deaproximadamente R$ 350 milhões.

De acordo com a nota divulgado

Novo calendário dos ServidoresPúblicos Estaduais: de cima parabaixo, eis mudança do novo governo

pelo Sindicato dos ServidoresPúblicos do Estado do Maranhão(SINTSEP/MA), o governo secomprometeu a voltar aocalendário anterior dentro de trêsmeses ou quando ocorrer a“normalidade” financeira doestado.

Sendo assim, os prejuízos pelosmalfeitos da administração públicasó recai sobre a categoria doservidor público que terá de pagarsuas contas em atrasos e com juros.

De cima para baixo, eis amudança do novo governo nocalendário de pagamento dosservidores estaduais.

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A cantiga de grilo na terrado Dr. Aquiles Lisboa

A construção é modesta; situa-sena antiga Rua do Passeio. Em letrassurradas, pelo tempo e pelo descaso,lá está: Centro de Saúde Dr. PauloRamos.

Olhando-o assim, nem de longese suspeita que por ali se iniciou oprocesso de organização dos serviçosde saúde no Maranhão, lá pelos idosde 1937, na gestão do entãointerventor Dr. Paulo Martins deSousa Ramos.

Tempo em que se praticou umamedicina, ainda juvenil e de carizhigienista, é bem verdade – mas naqual o saber e a prática médica seestendia para lá do ambientehospitalar (só para ilustrar: dadosoficiais da época dão conta de 1.334atendimentos domiciliares peloPronto-Socorro!).

Naqueles idos, circulavamcartilhas alertando a população sobreos perigos das doenças, sobreprofilaxia e tratamento! Paraabreviar: havia um projeto de saúdepara o Estado, aliás, claramentealinhado com o projeto nacional-desenvolvimentista da era Vargas.Em destaque: havia um projeto desaúde...

Mas, voltemos a 2015, ano que,na cena privada, se inicia para mimcom o meu filho sendo mordido porum cachorro, e, eu, como boaludovicense, me sentindo acudidacom a lembrança do Centro de SaúdeDr. Paulo Ramos. Na cartilha, a liçãobásica de que se trata de um centrode referência na área de vacinação.

Pego meu filho pelo braço, eacorro ao Centro. A técnica emenfermagem apressa-se nacomunicação:

- Não estamos vacinando...- Por quê? – interrompo seco, a

essa altura engolindo um outro porquê: por que não soro? – retomo aslições de Programa de Saúde da 6ª.

Simei Oliveira Ribeiro -Servidora pública.

Série do ensino fundamental.- Estamos sem água para lavar as

mãos – tentou, por fim,inexplicavelmente, explicar-me!

Álcool em gel, nem pensar – há aexigência, segundo inclusive meconfirmou mais tarde a diretora doCentro, a odontóloga VandaLoureiro, de que o procedimento deassepsia seja realizado de formarigorosa, o que, aparentemente, noléxico do Centro, significa: “comágua”.

Afinal, o Maranhão é terra emque, na ausência de sentido, este é,prontamente e sem cerimônia,substituído por um discursoinstrumentalizado pela empávia.

Decorre daí que, segundo osparâmetros do Ministério da Saúde,na qualidade de centro de saúde, oPaulo Ramos insere-se no conceito deunidade para realização deatendimentos por médicosgeneralistas ou especialistas deatenção básica, integral epermanente a uma população,podendo oferecer assistênciaodontológica e de outros profissionaisde nível superior, SADT e pronto-atendimento de 24 horas. O CentroDr. Paulo Ramos tem registro noCadastro Nacional dosEstabelecimentos de Saúde, queprevê inclusive avaliação pelo

Por Simei Oliveira Ribeiro

Ministério da Saúde da assistência porele prestada.

Na realidade, não passa de umaunidade de saúde que deixa de prestarum atendimento por faltar o básico:água, por exemplo.

E segundo depoimentos que colhi,esse lamentável fato vem ocorrendorenovadas vezes, porque a cisternanão enche, porque a água chegatarde, por que tem que se comprarágua no carro pipa, porque não sevacina sem água, porque “você quemora na Cidade Olímplica deveprocurar outro posto de saúde”... E acantiga de grilo segue entoada,monocordicamente.

A Dra. Vanda me confirmoudesconhecer totalmente a história doCentro. Uma pena que nãotenhamos memória! Aprenderíamoscom as lições do passado. Ou, pelomenos, talvez tivéssemos maiscerimônia em destruir o que outrosnos legaram.

Mas não temos. De nosso mesmo,só os sombrios intermúndios, ondese altercam, descompassados, osatores municipais e estaduais. E alancinante cantiga de grilo, a nos fazercompanhia.

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Pensei em escrever um diário.Refleti. Muita presunção. Afinal,não teria uma coisa a registrar jáque, em sendo um ser sem vida,sequer ser sou. Objeto, com certeza.Por que não um ser inanimado? Ficosem resposta. O certo é sei que eusou a Exma. Sra. FaixaGovernamental. Imponente,discreta, com as cores da bandeirado meu Maranhão.

Mesmo inanimada, tenho ocondão de transferir o poder, deconferir a força do Poder de Estadoàquele que tiver a honra de mereceber. Embora não tenha vida, tivemuitas vidas, pois reencarno em cadapersonagem a quem a Históriaconfere a distinção de me portar atiracolo.

Gosto do que faço. Afinal, minhasimbologia é tal que chego mesmo aadquirir uma auréola, uma luz,tamanha a capacidade que tem opoder de irradiar energia e… atrairadeptos. Mas isto é outra história.Ou, melhor, serão outras e outrashistórias que relatarei à medida quefor possível a um objeto, como eu,uma simples, embora portentosafaixa, fazer.

Confesso que cheguei a este 11de janeiro de 2015, já muitocansada. À rigor, desde dezembro fuisubmetida a uma rotina estafante.

Queridos leitores e leitoras, nãopodeis imaginar a sobrecarga detrabalho que tive para, no lapso detempo de menos de vinte dias,conferirem legitimidade àaposentadoria vitalícia degovernador a um personagem que,sem renunciar a um Poder (oLegislativo), assumiu a chefia EMCARÁTER DEFINITIVO deoutro Poder (o Executivo), com oúnico fito de livrar a Digníssima

Governadora e Filha do que deveriaser uma grande honra: transferir-me(esta singela FAIXA) do seu seio jáentediado de quatro mandatosao portentoso e estufado peito donovel e ávido Dignitário, oGovernador da Mudança.

Fiquei ultrajada, confesso! Nãomerecia tanto. Afinal, sempre mecomportei com a devida discriçãoexigida a minha pacata (embora porvezes atribulada) vida de FAIXAGOVERNAMENTAL.

Pior foi ter que passar vinte diasaguentando tocar os telefones, fixos,celulares, e ouvir repetidos:

- Já paguei, governadora! Voupagar, governadora! Assinei,assinei!!!

- Sim, sim, Dr. Jorge! Já passei ojamecão em todos os convênios queme trouxeram! Ah! Os contratosrenovei-os todos. Todos.Absolutamente todos!

- Uma palavra, por favor,governadora! O Dr. Jorge desligouhá pouco o telefone e não merespondeu. Quem vai mesmo assinaro decreto da minha aposentadoria degovernador?

Tô tendo um trabalhodesgraçado! Já viajei adoidado pra

Diário da Faixa (I) - Por F. da Cruz

todo o canto. Fiz tudo que mepediram, até inaugurar, como Joaquinzão, o Ginásio CostaRodrigues. Muitos disseram que eunão o fizesse porque seria umverdadeiro rabo de foguete. Joaquimme convenceu (“que nada, Arnaldo,vamos lá; esta inauguração é o nossoPASSAPORTE PARA AMUDANÇA. Tu não imaginacomo o W.R é forte com o Juiz”).

- Governadora? Governadora?Lá a ligação caiu de novo! Que m...esta operadora. Ou será que foi elaque desligou!? Afinal, o que estoufazendo aqui? Quem é que vaiassinar a minhaaposentodadoriiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiia???

Sim, não descansei neste ano de2015.

Imaginem que o MeritíssimoSenhor Juiz-Governador, ouGovernador-Juiz (não sei aindacomo ele gosta mais de ser tratado)em cujo proeminente busto revivi efui reencarnada, em um canto daPraça Pedro II, em 1º de Janeiro,ainda não desencarnou de mim...

(*) Folhetim republicado, devido aincorreções na última edição.

Folhetim:

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Rir pra não chorar...