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Jornal Literário Escola Crescimento 9ºB

21 DE NOVEMBRO DE 2017

Entrevista com Simão Bacamarte

Morre Simão Bacamarte.

E os loucos para onde vão? H o s p í c i o q u e f o r a inaugurado por Simão Bacamarte: história de evolução e declínio

NOTÍCIAS, REPORTAGENS E ENTREVISTAS SOBRE A OBRA O ALIENISTA, DE MACHADO DE ASSIS.

Uma obra antiga, mas atual Há 135 anos, Machado de Assis deixou uma joia literária que vem conquistando estudantes intelectuais, mesmo no

século XXI. “O Alienista” é uma célebre obra literária do escritor brasileiro Machado de Assis, publicada em 1882, tendo sua primeira aparição incorporada ao volume “Papéis Avulsos”, mas já havia sido publicada previamente no jornal carioca “A Estação” de 15 de Outubro de 1881 a 15 de Março de 1882. A obra é cons iderada por a lguns es tudantes “machadianos” uma novela, por conta de seu número de páginas. O livro impressiona muitos do século XXI por apresentar uma problemática da sociedade atual, tanto na cultura sócio-educativa quanto no campo da política, abordando um psiquiatra fanático pela perfeição dos padrões científicos, tanto estético quanto psicológico.

Morre Simão Bacamarte

Médico renomado morre após trancar-se por 17meses em seu próprio manicômio

Na manhã de hoje foi encontrado morto o médico, Simão Bacamarte na Casa Verde. A causa da morte, ainda não foi identificada pelos médicos especialistas no caso. A Casa Verde é um manicômio fundado por Bacamarte, que após libertar todos os seus pacientes, se auto internou, e se considerou o único com problemas mentais na cidade, e esse surto, resultou em sua morte.

Entrevista com Simão Bacamarte Simão Bacamarte, o famoso Alienista, chegou à supremacia muito rápido, com suas grandes ideias sobre a mente. Permaneceu no topo com a Casa Verde, pois o governo não interferia em seus assuntos científicos. Iniciadas as revoluções, manteve-se firme. Tão rapidamente decaiu, trancando a si mesmo no hospício. A Gazeta de Itaguaí pôde conhecer mais sobre sua ciência, seus métodos e sua atual condição.

Qual objetivo você queria alcançar com a construção da casa Verde?

S.B.: Vindo de Portugal e tendo experiência em Itaguaí , pude constatar que há muito poucos (se

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há, em primeiro lugar) médicos que tratem da patologia cerebral. A saúde da alma é a ocupação mais digna do médico, como uma vez disse ao meu considerado Crispim Soares. Com a casa verde, dediquei-me a mudar este quadro, estudando profundamente os moradores da região, sempre o objetivo de curá- los, ou de melhorar sua situação. Mesmo os sim, minha teoria mudou muito de uns tempos para cá.

De acordo com suas análises, o senhor se enquadra no perfil de “louco”? S.B.: Após muitas análises, de diversos casos, me arrisco a dizer que da metade da população de Itaguaí e de minha teoria muito modificada, hoje posso chegar à surpreendente conclusão de que sim, me enquadro neste perfil. Qual o dogma central de sua teoria? S.B.: Aquele que possui o perfil no equilíbrio das faculdades mentais pode ser considerado demente. A essa conclusão cheguei, após perpassar por diversos outros estudos e ideias e entrar em contato com os mais diversos casos que se pode imaginar por entre a população de Itaguaí.

O senhor acha que interesse com r e l a ç ã o à c u l t u r a á r a b e influenciou em suas filosofias? S.B.: Não exatamente as filosofias, mas talvez meus métodos. Sempre me identifiquei com a maneira ortodoxa com que os islâmicos se portam.

O senhor se considera próximo de encontrar a “cura“ para sua doença? S.B.: Encontro-me, por agora, com esperanças para uma cura próxima, mas já me aconteceu antes. Por vezes, estive próximo da resposta e acabei perdendo-a novamente, então tento acreditar apenas o suficiente para me dedicar a finalmente encontrá-la.

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E os loucos para onde vão? Hospício que fora inaugurado por Simão Bacamarte: a sua história de

evolução e declínio Fora inaugurada a Casa Verde, local onde reunia diversos orates em Itaguaí-RJ. Fundada por Simão Bacamarte, um dos mais renomados médicos do Brasil e do mundo. O alienista, filho da nobreza da terra, estudara em Coimbra e Pádua, voltara para seu país de origem, pois não queria cuidar dos negócios da monarquia em Portugal. Simão Bacamarte se definiu na área da m e d i c i n a p s i c o l ó g i c a e estudou os loucos de Itaguaí com fundamento de que onde não há r a z ã o , supostamente há d e s e q u i l í b r i o mental. C o m a f u n d a ç ã o d o m a n i c ô m i o , diversas pessoas foram internadas, tais como: Martim Brito (49) louco por orar demais, o alfaiate Matheus (38) por ser muito vaidoso, Gil Bernardes (72) por ser muito gentil e muitos outros considerados doentes. Após grande parte da população ser considerada louca, despertou a inquietação do povo, gerando uma revolta contra a Casa Verde, liderada

pelo barbeiro Porfírio, o qual fora movido por interesses políticos. Depois do ocorrido, o alienista Bacamarte mudou sua perspectiva sobre seu es tudo ps i co lóg ico , considerando que a loucura seria o perfeito equilíbrio das faculdades mentais. Com a mudança do ponto de vista do médico Bacamarte, liberou os antigos loucos e internou outras pessoas, como o Padre, Porfírio e a

esposa de Crispim. O novo estudo, levou à internação de novos d o e n t e s e consequentemente r e c e b e u a p o i o p o l í t i c o p e l a funcionalidade da C a s a Ve r d e q u e conseguiu curar os orates. Decorrente das

experiências no campo psicanalista, o alienista chegou à conclusão de que ninguém estava realmente doente e os desequilíbrios notados já faziam parte do comportamento dos mesmos. Portanto Simão decide por-se a estudar seu próprio estado mental, d e c l a r a n d o - s e a s s i m o ú n i c o desequilibrado da vila. Por fim, se internara na Casa Verde e o mesmo veio a óbito depois de 17 meses.

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