noticiario 08 09 13

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POLÍTICA WWW.ODEBATEON.COM.BR MACAÉ (RJ), DOMINGO, 8 E SEGUNDA-FEIRA, 9 DE SETEMBRO DE 2013 ANO XXXVIII Nº8185 FUNDADOR/DIRETOR: OSCAR PIRES O JORNAL DE MAIOR CIRCULAÇÃO DO MUNICÍPIO R$ 1,00 Vereador destaca proposta de decreto Paulo Antunes afirmou que proposta do governo dá início à quebra de monopólio pág. 3 WANDERLEY GIL Bairro de classe média ainda aguarda a realização de obras de calçamento de ruas. Rede de captação de esgoto também é solicitada por moradores pág. 11 ENSINO BAIRROS EM DEBATE - GRANJA DOS CAVALEIROS nos dias atuais muito se fala na importância da educação su- perior para a inserção no mer- cado de trabalho. No entanto, é importante lembrar que o pro- cesso ensino-aprendizagem começa nos primeiros anos de vida da criança. Nesta reporta- gem, profissionais da Educação Infantil destacam a importância dessa fase do processo educa- cional para os alunos. pág. 9 Detran anuncia melhorias em serviço Imprudência gera caos e riscos ao trânsito Educação Infantil é pauta de discussão Sexta-feira, 6 de setembro, nove horas da manhã. Em um dos dias mais corridos para a população macaense, o mo- torista de um caminhão que transporta materiais direcio- nados principalmente para a construção civil ignora, com- pletamente, a placa de sina- lização que impede o acesso de veículos pesados (ônibus e caminhões) no contorno da ro- dovia Amaral Peixoto (RJ 106) no ponto situado em frente ao posto de destacamento da Polícia Militar (PM). A ação, flagrada pela equipe do jornal O DEBATE poderia ser simples, mas representa uma série de imprudências cometidas por motoristas que circulam por Macaé diariamente. pág. 5 Antes expostos ao tempo e sem banheiros, os candidatos que realizavam exames do Detran em Macaé reclamavam das condições da unidade. Mas o cenário atual pode mudar, segundo garantiu direção estadual do órgão. pág. 13 Firjan propõe ao governo criação da secretaria de aprovação de projetos Falta de pavimentação de ruas provoca transtornos Integração de corpo técnico visa impedir entraves que causam impactos ao desenvolvimento econômico da cidade C om base no relacio- namento institucional construído entre o con- selho empresarial e a gestão municipal desde o início do novo governo, a Comissão Mu- nicipal da Firjan reforçou nes- ta semana o pedido já apresen- tado à prefeitura para a criação da secretaria de aprovação de projetos e análise de proces- Agilização de projetos registrados nas secretarias de Obras e Ambiente é fundamental para a construção civil e o setor offshore sos. A medida defendida pelo grupo, que representa a força da indústria local, é apontada como a única alternativa para amenizar os impactos gerados pelos entraves burocráticos que imperram o andamento e a consolidação de previstos pe- lo segmento offshore e a cons- trução civil que ultrapassam a soma de R$ 1 bilhão. pág. 3 KANÁ MANHÃES No período de chuvas, um dos principais problemas do bairro considerado nobre de Macaé é evidenciado devido à formação de lama que acaba atrapalhando a circulação de carros, ônibus e pedestres O DEBATE Telefonia móvel é alvo de críticas na cidade as discussões em torno do serviço de telefonia prestado em Macaé não têm fim. Não é de hoje que as operadoras são alvos constantes de quei- xas e lideram o ranking de re- clamações do Procon-Macaé. Os motivos são sempre os mesmos: mau atendimento, ligações picotadas, falha na rede, sistema sem comuni- cação e por aí vai. pág. 6 Na última quinta-feira (5), com o intuito de trocar experi- ências no campo de inovações tecnológicas, um grupo de Ma- caé viajou para a Argentina para visitar o Instituto Nacio- nal de Tecnologia Industrial da Argentina (INTI), órgão argen- tino equivalente ao INMETRO (IMMT). Direto da Argentina, Eduardo Neiva, físico e mestre em Metrologia para a Quali- dade Industrial pela PUC-Rio, enviou informações sobre o andamento da visita. pág. 8 Metrologia é pauta de missão DIVULGAÇÃO O DEBATE

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Page 1: Noticiario 08 09 13

POLÍTICA

WWW.ODEBATEON.COM.BR • MACAÉ (RJ), DOMINGO, 8 E SEGUNDA-FEIRA, 9 DE SETEMBRO DE 2013 • ANO XXXVIII • Nº8185 • FUNDADOR/DIRETOR: OSCAR PIRES • O JORNAL DE MAIOR CIRCULAÇÃO DO MUNICÍPIO • R$ 1,00

Vereador destaca proposta de decretoPaulo Antunes afirmou que proposta do governo dá início à quebra de monopólio pág. 3

WANDERLEY GIL

Bairro de classe média ainda aguarda a realização de obras de calçamento de ruas. Rede de captação de esgoto também é solicitada por moradorespág. 11

ENSINOBAIRROS EM DEBATE - GRANJA DOS CAVALEIROS

nos dias atuais muito se fala na importância da educação su-perior para a inserção no mer-cado de trabalho. No entanto, é importante lembrar que o pro-cesso ensino-aprendizagem

começa nos primeiros anos de vida da criança. Nesta reporta-gem, profissionais da Educação Infantil destacam a importância dessa fase do processo educa-cional para os alunos. pág. 9

Detran anuncia melhorias em serviço

Imprudência gera caos e riscos ao trânsito

Educação Infantil é pauta de discussão

Sexta-feira, 6 de setembro, nove horas da manhã. Em um dos dias mais corridos para a população macaense, o mo-torista de um caminhão que transporta materiais direcio-nados principalmente para a construção civil ignora, com-pletamente, a placa de sina-lização que impede o acesso de veículos pesados (ônibus e

caminhões) no contorno da ro-dovia Amaral Peixoto (RJ 106) no ponto situado em frente ao posto de destacamento da Polícia Militar (PM). A ação, flagrada pela equipe do jornal O DEBATE poderia ser simples, mas representa uma série de imprudências cometidas por motoristas que circulam por Macaé diariamente. pág. 5

Antes expostos ao tempo e sem banheiros, os candidatos que realizavam exames do Detran em Macaé reclamavam das condições da unidade. Mas o cenário atual pode mudar, segundo garantiu direção estadual do órgão. pág. 13

Firjan propõe ao governo criação da secretaria de aprovação de projetos

Falta de pavimentação de ruas provoca transtornos

Integração de corpo técnico visa impedir entraves que causam impactos ao desenvolvimento econômico da cidade

Com base no relacio-namento institucional construído entre o con-

selho empresarial e a gestão municipal desde o início do novo governo, a Comissão Mu-nicipal da Firjan reforçou nes-ta semana o pedido já apresen-tado à prefeitura para a criação da secretaria de aprovação de projetos e análise de proces-

Agilização de projetos registrados nas secretarias de Obras e Ambiente é fundamental para a construção civil e o setor offshore

sos. A medida defendida pelo grupo, que representa a força da indústria local, é apontada como a única alternativa para amenizar os impactos gerados pelos entraves burocráticos que imperram o andamento e a consolidação de previstos pe-lo segmento offshore e a cons-trução civil que ultrapassam a soma de R$ 1 bilhão. pág. 3

KANÁ MANHÃES

No período de chuvas, um dos principais problemas do bairro considerado nobre de Macaé é evidenciado devido à formação de lama que acaba atrapalhando a circulação de carros, ônibus e pedestres

O DEBATE

Telefonia móvel é alvo de críticas na cidadeas discussões em torno do serviço de telefonia prestado em Macaé não têm fim. Não é de hoje que as operadoras são alvos constantes de quei-xas e lideram o ranking de re-clamações do Procon-Macaé. Os motivos são sempre os mesmos: mau atendimento, ligações picotadas, falha na rede, sistema sem comuni-cação e por aí vai. pág. 6

Na última quinta-feira (5), com o intuito de trocar experi-ências no campo de inovações tecnológicas, um grupo de Ma-caé viajou para a Argentina para visitar o Instituto Nacio-nal de Tecnologia Industrial da Argentina (INTI), órgão argen-tino equivalente ao INMETRO (IMMT). Direto da Argentina, Eduardo Neiva, físico e mestre em Metrologia para a Quali-dade Industrial pela PUC-Rio, enviou informações sobre o andamento da visita. pág. 8

Metrologia é pauta de missãoDIVULGAÇÃO

O DEBATE

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2 MACAÉ, DOMINGO, 8 E SEGUNDA-FEIRA, 9 DE SETEMBRO DE 2013

CidadeNOTA

O DEBATE EM MEMÓRIAEDIÇÃO Nº 187 PUBLICAÇÃO: 27 DE SETEMBRO DE 1980

SEMANA EM DEBATEFalha em sistema do Detran gera prejuízos a motoristas

Prefeitura realiza Feira de Economia Popular e Solidária

usuários que precisam utilizar os serviços do Cire-tran em Macaé enfrentam

problemas. Segundo um avi-so colocado no posto do De-tran na Imbetiba, por motivo

extra, o órgão não está con-feccionando ofícios de libe-ração veicular.

Chuvas causam transtornos na cidadeapesar do baixo volume de concentração, previsto pela equi-pe da Coordenadoria da Defesa Civil, as chuvas que atingiram a cidade entre a noite da última terça-feira (3) e a madrugada de quarta-feira (4) foram suficien-tes para ocasionar transtornos, principalmente no trânsito, em alguns pontos da cidade, como no Polo Offshore.

ciente de que alguns serviços não podem deixar de ser feitos na cidade, a prefeitura segue com as ações de manutenção básica no município. Os serviços incluem poda de árvores, varrição de ruas em todos os bairros, entre outros. Na manhã de quarta-feira (4), um dos bairros que recebeu o serviço foi a Barra. Equipes da secretaria de Ambiente realizaram a ação na árvore localizada próximo ao ponto de ônibus.

Prefeitura promove ações na cidade

POLÍTICA

Solicitada pela secretaria de Educação e Cultura para a realização da “Feira do Livro”, o prefeito Carlos Mussi, apresen-tando alegações insuficientes e insatisfa-tórias, negou a cessão da Praça Veríssimo de Mello para a realização do citado even-to educativo-cultural.

O prefeito esteve reunido com mais de cem servidores públicos no Barracão da Criação com intuito de ouvir os funcio-nários e propor sugestões para o aumen-to salarial. No entanto, nada foi resolvido e o líder do Executivo ainda chamou de “demagógico” o projeto apresentado na Câmara, que autorizava o reajuste salarial de 21 %. Como uma das possíveis solu-ções, o prefeito apontou o aumento das taxas de lixo, iluminação pública e servi-ços urbanos.

* * *ESPORTE

Mais de mil homens da Brigada de Para-quedistas participarão da “Operação Sa-ci”. Esta operação vem sendo realizada em Macaé nos últimos anos. O exercício será assistido por autoridades diversas. O objetivo da operação é simular um ata-que aéreo. Em 1979, a operação contou com cerca de mil e duzentos homens e as primeiras comunidades atacadas foram Imburo, Cabiúnas e Aeroporto.

Futebol Clube Atlético, no último do-mingo, conquistou o título Taça Cidade de Macaé. Numa emocionante partida, o Atlético, no primeiro tempo, teve domí-nio da bola, mas não conseguiu marcar o placar. Já no segundo tempo, o seu adver-sário, o Barra, conseguiu melhorar, porém a vitória veio mesmo para o Atlético.

* * *

EDUCAÇÃO

O Colégio Luiz Reid completa 24 anos e a comemoração será em grande estilo com a promoção de uma Feira de Ciências. A progra-mação da feira é extensa: concurso de patins, homenagem do colégio a seu patrono, missa em ação de graças, além de jogos e palestras. A programação da feira se encerra domingo.

A Petrobras abre mais uma porta para quem deseja ingressar no mundo da pro-dução e exploração de petróleo. A estatal oferece vagas para Contramestre de movi-mentação de cargas, cujas exigências são: comprovante de conclusão de 1º grau; CNH -C com dez anos de experiência; conheci-mentos de movimentação de cargas; conhe-cimentos em manutenção de veículo leve e pesado; conhecimento em coordenação e supervisão de transporte de pessoal e car-ga; 2 fotos 3 x 4.

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MACAÉ, DOMINGO, 8 E SEGUNDA-FEIRA, 9 DE SETEMBRO DE 2013 3

Política Plenário da Câmara deve colocar em votação proposta de criação da CPI do Transporte

NOTA

Firjan propõe criação de secretaria de aprovação

APOIO

Proposta foi levada ao governo com objetivo de impedir ampliação de impacto já registrado em dois setores importantes da economia localMárcio [email protected]

Com base no relacio-namento institucional construído entre o con-

selho empresarial e a gestão municipal desde o início do novo governo, a Comissão Mu-nicipal da Firjan reforçou nesta semana o pedido já apresenta-do à prefeitura para a criação da secretaria de aprovação de projetos e análise de proces-sos. A medida defendida pelo grupo, que representa a força da indústria local, é apontada como a única alternativa para amenizar os impactos gerados pelos entraves burocráticos que imperram o andamento e a con-solidação de previstos pelo seg-mento offshore e a construção civil que ultrapassam a soma de R$ 1 bilhão.

Proposta que nasceu através do olhar do conselho empresa-rial diante do comportamento da economia da cidade, além da expertise adquirida pelos repre-sentantes da indústria que se di-versificou ao longo dos últimos 35 anos, por causa dos efeitos ocasionados na rotina da cida-de em função das atividades voltadas à Bacia de Campos, a implantação da secretaria visa criar um fluxograma de traba-lho que reúna no mesmo espa-ço técnicos dos setores públicos responsáveis pela análise dos

projetos voltados à construção civil, que atendem a demandas do setor offshore, do comércio e de vários outros segmentos que integram a forte economia da cidade.

A proposta da Firjan, refor-çada nesta semana junto à Câ-mara Permanente de Gestão (CPG), núcleo do governo res-ponsável pela integração do tra-balho desenvolvido por todas as secretarias, autarquias e coor-denadorias, das administrações direta e indireta, tem como foco

integrar o trabalho de análise dos processos que envolvem as secretarias de Obras, Mobi-lidade e Meio Ambiente, além de setores como a Empresa Mu-nicipal de Saneamento (Esane) e a Vigilância Sanitária.

Propostas semelhantes foram criadas em cidades como Goiâ-nia e São Paulo e que contribui-ram com o desenvolvimento da cidade.

Atualmente, Macaé registra um déficit estimado de cerca de mil projetos que deixam de ser

analisados e aprovados por ano devido à burocracia e à falta de corpo técnico necessário para a realização dos procedimentos.

Atualmente, cerca de 1,2 mil projetos seguem em espera para análise e aprovação nas secreta-rias de Obras e do Ambiente, o que impede a geração de cerca de cinco mil postos de trabalhos ligados à construção civil, com média salarial de cerca de R$ 1 mil. Cerca de R$ 10 milhões deixam de ser injetados na eco-nomia da cidade.

WANDERLEY GIL

Com a burocracia, cerca de R$ 10 milhões deixam de ser injetados na economia da cidade

KANÁ MANHÃES

Proposta vai ser analisada pelo prefeito Dr. Aluízio (PV)

ao construir uma relação positiva, baseada na ideologia de promover a discussão sobre ações que visam proporcionar o desenvolvimento econômico, social e de infraestrutura de Macaé, através do conceito da sustentabilidade, a Comissão Municipal da Firjan e o gover-no estudam medidas que visam garantir o andamento dos dois principais setores da economia da Capital do Petróleo.

Através dessa integração, sur-giram propostas importantes como a consolidação do proje-to do novo porto de Macaé, que renderá investimentos de R$ 1,5 bilhão e o MasterPlan (Plano de Integração da Mobilidade Ur-bana e Logística), além de atos administrativos importantes,

como o decreto 139/2013 que instituiu a simplificação do li-cenciamento de projetos regis-trados nas secretarias de Obras.

Porém, apesar de gerar co-mo principais avanços a meta de liberação de projetos em até 60 dias, além de garantir aos construtores informações pelo correio eletrônico sobre a tra-mitação do processo, através de diretrizes seguidas pelo corpo técnico da secretaria municipal de Obras, o decreto não garante a agilidade necessária para dar andamento às demandas apre-sentadas pela construção civil, necessidade que só poderá ser alcançada através da implanta-ção da secretaria de aprovação de projetos e análise de proces-sos na cidade.

Relação institucional reforça proposta

Paulo Antunes reforça decreto do prefeito sobre o transporte

APOIO

atuante na discussão relati-va ao transporte público muni-cipal, o vereador Paulo Antunes (PMDB) reforçou as medidas instauradas pelo governo muni-cipal com objetivo de dar início ao processo que levará a reali-zação da nova licitação para o serviço na cidade.

Em meio às discussões refe-rentes à qualidade do serviço, que reforçam a intenção do ple-nário em colocar em votação o projeto de criação da Comissão Parlamentar de Investigação (CPI) do Transporte, Paulo Antunes afirmou que a medida adotada pelo prefeito foi a mais sensata e correta.

"O decreto não quebra de

Vereador afirmou que medida dá início à reformulação do serviço na cidade

imediato o monopólio porque existe uma concessão em vigor. Porém, a determinação do pre-feito é recolher, através de co-missão, informações suficientes

WANDERLEY GIL

Vereador afirmou que decreto tem como foco reunir informações que permitirão a realização de um novo processo licitatório

que resultarão na elaboração de um novo modelo de licitação, onde todos os atuais questiona-mentos serão levados em consi-deração", afirmou.

Paulo Antunes destacou tam-bém o alcance social do benefí-cio da passagem a R$ 1, além de garantir assinatura do pedido de criação da CPI do Transporte.

PONTODE VISTA

Sempre é necessária a pressão das ruas para que o Congresso Nacional tome medidas que já deveriam estar vigentes há muito tempo. Depois das manifestações espontâneas que to-maram as principais cidades brasilei-ras desde junho passado, algumas ini-ciativas dos parlamentares acabaram agradando, em parte, à população, revoltada com a “Ilha da Fantasia”, um lugar chamado Brasília, capital do país. Mas a resistência é grande, gra-ças ao alto grau de profissionalismo adotado pelos políticos para manter o cargo, situação que também deverá mudar com uma reforma política. Por exemplo? O próprio presidente da Câ-mara dos Deputados, Henrique Edu-ardo Alves (PMDB-RN), é deputado federal há mais de 40 anos e, depois de tanto tempo, costurou e conseguiu sua eleição para o cargo. De início, al-gumas propostas para agradar à pla-teia. Depois, o retorno à apatia e às articulações de bastidores para con-tinuarem “os mais de 300 picaretas”, como assim definiu Lula, mantendo o poder, a imunidade e a impunidade a bel prazer. A população que foi às ruas lutar pela redemocratização e que hoje não se vê mais representada nas duas casas do Congresso, principal-mente pela existência do voto secreto para definir várias questões, dentre as quais, a cassação de mandato do parlamentar, volta a estar vigilante. Bastou a “escorregada” no caso do deputado Natan Donadon, talvez o único deputado-presidiário no mundo, para que a pressão das ruas voltasse

a crescer e, temendo consequências piores, tratou a Câmara dos Deputa-dos de desengavetar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 349, que dormia nos escaninhos, lá se vão sete anos, e aprová-la por unanimi-dade, colocando fim ao voto secreto para todas as decisões tomadas em sessões plenárias do Parlamento. Isto, depois que o ministro do Supremo Tri-bunal Federal, Luis Roberto Barroso, suspendeu a decisão da Câmara que não cassou o mandato de Natan Do-nadon, condenado a mais de 13 anos de prisão e com os direitos políticos suspensos. Agora, caberá ao Senado aprovar a matéria em duas sessões. No entanto, o presidente Renan Ca-lheiros (PMDB-AL) prefere concluir a apreciação de outra PEC, a 196, que prevê o voto aberto apenas na cassa-ção de mandato de parlamentares. Mas a PEC 349 da Câmara, abre o voto dos parlamentares para decidir os vetos presidenciais e indicações de ministros do Supremo e do procu-rador-geral da República, o que pode gerar o risco de sofrerem retaliações por parte do governo e de membros do Judiciário. Bem, isso é uma coisa. A outra coisa foi a decisão das au-toridades, de deter manifestantes mascarados para identificação, aliás, medida que poderia ter sido adotada há muito tempo, para inibir o quebra-quebra dos grupos radicais infiltrados nos movimentos sociais praticando atos de vandalismo. Quando a auto-ridade quer, ela sabe com inteligência, como fazer.

Não é a primeira vez, também não será a última, que os vereadores estão questionando a situação do transpor-te coletivo neste município, desde que foi implantado o Sistema Integrado de Transporte - SIT, no governo do ex-prefeito Riverton Mussi. Os valores das passagens para trechos tão curtos são considerados bastante elevados para os quase 150 mil passageiros que utilizam os ônibus diariamente para ir e voltar do trabalho, ou da escola. Mesmo tendo o ex-prefeito estabele-cido um subsídio para que os usuários pagassem apenas R$ 2, e o novo go-verno, preferiu elevar o pagamento do subsídio para a passagem custar R$ 1, é bom todos saberem que os mi-lhões de reais mensalmente que saem dos cofres da prefeitura e vão para os cofres das empresas que participam do sistema, estão fazendo falta para a construção de creches, escolas, pos-tos de saúde, e uma série de obras necessárias para tirar Macaé do caos em que se encontra. Não é tão fácil, como podem alguns imaginar, pelo fato de estar o município arre-cadando neste ano de 2013 mais de R$ 2 bilhões, quando completou 200 anos de história. Mas também não tão difícil, se predominar a experiên-cia e forem alteradas as ações para acabar com o superfaturamento em obras e serviços, o que levou a gestão anterior para o buraco. Mas, como o

transporte público é a real necessi-dade da população, as empresas concessionárias, pelas denúncias eco-adas principalmente na Câmara Mu-nicipal, estão deixando a desejar. Pior de tudo é que não houve licitação para exploração das linhas urbanas. Todas foram concedidas por decreto do Po-der Executivo e sem uma fiscalização eficiente, os ônibus não atendem à necessidade da população porque algumas linhas deixam de ser atendi-das em tempo real, tornando-se para o trabalhador, que exerce atividades em turnos diferenciados, uma dor de cabeça porque não tem como saber se vai chegar a tempo no trabalho ou em casa. Durante dois anos na legislatura anterior, a Câmara Municipal instalou uma Comissão Parlamentar de Inqué-rito para apurar responsabilidades e denúncias diversas. Com a farta docu-mentação chegada aos membros da comissão, não foi tão difícil chegar a algumas conclusões, dentre as quais, a mais absurda delas, depende de con-firmação documental que, segundo os ex-vereadores integrantes da CPI, era de deixar careca sem cabelo. Pior, afirmam alguns na atual legislatura, é que o processo, sumiu... Ou seja, ao se falar em nova CPI do Transporte, alguns vereadores foram procurar os autos da Comissão anterior. Só que não encontraram. Embaixo do angu, tem carne.

PONTADA

Voto aberto e mascarado

CPI na Câmara Municipal* * *

Ontem, 7 de setembro, Dia da Independência, foi o dia escolhido pe-las pessoas que decidiram dar “aquele abraço” em volta do Hospital São João Batista - Casa de Caridade de Macaé, que vem passando por enormes dificuldades e necessita de apoio e muita ajuda para sanar os muitos problemas. Casculeiro, como historiou o professor Tonito Parada, não foi lembrado.

Sabemos não, mas, bem que todos gostariam de saber por que a Esane não providenciou a colocação correta dos bloquetes em toda a extensão da Avenida Atlântica, nas valas abertas para passar os tubos de esgoto. Com deficiência na pista, além de alguns desníveis, ficou desfigurada, embora seja a entrada da “sala de visitas” do Cavaleiros, principal point da cidade.

Os municípios com mais de 20 mil habitantes têm até 2015 para apresentar ao governo federal o Plano de Mobilidade Urbana, nos quais deverão ter como prioridade o pedestre, os ciclistas e outros espaços para necessidades especiais. Construir ciclovia na cidade para diminuir o volume de veículos nas ruas é um grande desafio para as autoridades que veem o prazo diminuir.

Este mês é considerado no calendário político o maior desafio para aqueles que desejam ser candidato a deputado estadual ou deputado federal, devendo estar filiado a um partido até o dia 4 de outubro deste ano. O Delegado da Polícia Federal, Fabio Agostinho Scliar, com ramificações de prestigiada família, pensa em ser candidato a federal. Só não decidiu ainda, por qual partido.

Até domingo.

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4 MACAÉ, DOMINGO, 8 E SEGUNDA-FEIRA, 9 DE SETEMBRO DE 2013

OpiniãoEDITORIAL

ESPAÇO ABERTO

FOTO LEGENDA

PAINEL

EXPEDIENTE

Ao alcançar números abundantes gerados pela recei-ta dos principais impostos, repasses governamentais e benefícios como os royalties do petróleo, Macaé possui, em mãos, um farto orçamento digno de gran-des cidades: mas será que só o dinheiro é suficiente para mudar a realidade da cidade?

“A mão invisível do mercado” foi uma analogia empregada por Adam Smith para explicar como, numa economia con-correncial, a busca pelo interesse individual pode resultar em melhoria do bem comum.

Fôlego econômico

A Mão Invisívelde Adam Smith

Desde que as leis que regem a distribuição dos recursos gerados pela exploração e

produção do petróleo na Bacia de Campos entraram em vigor, há mais de 10 anos, Macaé registra o cresci-mento exponencial de seus recur-sos públicos, fontes que pareciam inesgotáveis a cada descoberta de reservas de ouro negro brasileiro.

No mesmo ritmo que os repas-ses realizados pela Agência Na-cional do Petróleo (ANP) foram crescendo, o potencial da cidade em atrair empresas e novos mo-radores, o que fortaleceu também o comércio, contribuindo assim com a ampliação das receitas com o Imposto Predial Territorial Ur-bano (IPTU) e o Imposto Sobre Serviço (ISS), garantiu à cidade um dos maiores orçamentos, pró-prios e gerais, do estado do Rio de Janeiro, recursos que fazem inve-ja a muitos municípios do país.

Deixando a ganância política de lado, o município alcançou um patamar digno de uma Capi-tal Nacional do Petróleo. Porém, a conta que se faz hoje é que os

problemas, que deixaram de ser contornados e tratados no passa-do, hoje são mais caros.

Sob o risco de ver a fonte se-car, através da tramitação da lei que determina a modificação no sistema de partilha dos royalties e da Participação Especial do petróleo, o município garante, para os próximos anos, mais fô-lego para se manter em evidência entre as cidades ricas, já que a de-pendência dos recursos do ouro negro brasileiro foi reduzindo, à medida que a arrecadação com a receita própria foi aumentando.

Os desafios são muitos sim, mas com paciência e boa vonta-de é possível garantir a “arruma-ção de casa”, procedimento tão aguardado pela população.

É claro que, para garantir a exe-cução de projetos grandiosos, a ci-dade precisará de apoio das outras esferas governamentais. Mas, para um município que poderá alcançar a expressiva marca de R$ 2 bilhões até o fim do ano, com o orçamento, é capaz de garantir, pelo menos, a realização do dever de casa.

Segundo o pensador escocês, há um mecanismo natural no mercado que distribui so-

cialmente, de alguma maneira, os ganhos individuais.

Este pensamento de Smith foi muito criticado ao longo do tempo. Muitos o consideraram como uma justificativa para o comportamen-to egoísta dos agentes econômicos, eximindo-os de responsabilidade pelos enormes problemas sociais, sobretudo nos períodos iniciais da Revolução Industrial.

Os liberais mais radicais, por outro lado, sempre se utilizaram da analogia de Smith para refor-çar a defesa do livre mercado e do modelo de Estado Mínimo. Para eles, a mão invisível do mercado resolveria todos os problemas da economia e o mundo seria muito mais justo se o Estado fosse re-duzido a um mero garantidor da ordem e da justiça.

Quem conhece um pouco da obra de Adam Smith sabe muito bem que ele nunca foi defensor do modelo de Estado Mínimo e nem era ingênuo em relação ao com-portamento egoísta da maioria do empresariado. Vejamos alguns trechos extraídos dos livros “A Ri-queza das Nações” e “A Teoria dos Sentimentos Morais”:

“As pessoas de um ramo de co-mércio raramente se encontram para se divertirem juntas, mas a ra-zão do encontro é conspirar contra o consumidor, e em algumas oca-siões para aumentar os preços” (A Riqueza das Nações, Livro IV, Capítulo VIII, parágrafo 27).

“A grande multiplicação da pro-dução de todos os ofícios, em con-seqüência da divisão do trabalho, é que gera, numa sociedade bem go-vernada, a riqueza que é estendida para os níveis mais pobres da po-pulação”. (A Riqueza das Nações, Livro I, Capítulo I, parágrafo 10).

“O que melhora as circunstân-cias da maioria nunca pode ser visto como inconveniência para o todo. Nenhuma sociedade pode ser florescente e feliz, se a maioria de seus membros é pobre e mise-

rável”. (A Riqueza das Nações, Li-vro I Capítulo VIII, parágrafo. 36).

“A justiça é o principal pilar que sustenta todo o edifício. Se remo-vida, a grande, imensa estrutura da sociedade humana (....) deverá em pouco tempo esboroar em átomos. (A Teoria dos Sentimentos Morais, parte II Seção II do Capítulo III, parágrafo 4).

Muitas outras citações pode-riam ser escolhidas para mostrar o verdadeiro pensamento econô-mico de Smith, que defendia a livre concorrência e a racionalização da produção sem substimar a necessi-dade da regulação estatal.

Em verdade, Adam Smith só utili-zou três vezes a famosa analogia da mão invisível. A primeira foi num estudo sobre astronomia, onde de-fendia a existência de uma lei uni-versal natural. A segunda foi no livro “A Teoria dos Sentimentos Morais”, quando explicava que os ricos aca-bam, mesmo sem o querer, promo-vendo a distribuição da riqueza por meio dos mecanismos econômicos. A última e mais famosa citação foi no livro “A Riqueza das Nações”, que reproduzo a seguir:

Cada indivíduo (...) não preten-de promover o interesse público, nem sabe o quanto o está promo-vendo (...) ele pretende apenas sua própria segurança e dirigindo sua atividade de tal maneira que sua produção seja de maior valor, ele pretende apenas seu próprio ga-nho, e nisto, como em muitos ou-tros casos, é levado por uma mão invisível para promover um fim que não fazia parte de sua inten-ção. (A Riqueza das Nações, Livro IV, Capítulo II, parágrafo. 9).

A grande ironia da história, é que, aqueles que consideram Adam Smith como o defensor ra-dical da redução do papel do Es-tado na economia, são justamente os pensadores de viés marxista. Ocorre que, quem previu o fim do Estado foi Marx. Smith jamais fez tal previsão.

Alcides LeiteÉ economista e professor

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NOTA

WANDERLEY GIL

GUIA DO LEITOR

TELEFONES ÚTEIS:POLÍCIA MILITAR: 190

POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL: 191

SAMU - SERV. AS. MED. URGÊNCIA: 192

CORPO DE BOMBEIROS: 193

DEFESA CIVIL: 199

POLÍCIA CIVIL - 123ª DP: 2791-4019

DISQUE-DENÚNCIA (POLÍCIA MILITAR): 2791-5379

DELEGACIA DE POLÍCIA FEDERAL (24 HORAS): 2762-0820

DEL. DE POL. FEDERAL (DISQUE DENÚNCIA): 2759-1312

DEL. DE POL. FEDERAL (PASSAPORTE/VISTO): 2759-0698

DISQUE-DENÚNCIA (CÂMARA DE MACAÉ): 2772-7262

HOSPITAL PÚBLICO MUNICIPAL: 2773-0061

AMPLA: 0800-28-00-120

CEDAE: 2772-5090

PREFEITURA MUNICIPAL: 2791-9008

DELEGACIA DA MULHER: 2772-0620

GUARDA MUNICIPAL: 2773-0440

ILUMINAÇÃO PÚBLICA: 0800-72-77-173

AEROPORTO DE MACAÉ: 2772-0950

CARTÓRIO ELEITORAL 109ª ZONA: 2772-9214

CARTÓRIO ELEITORAL 254ª ZONA: 2772-2256

CORREIOS - SEDE: 2759-2405

AG CORREIOS CENTRO: 2762-7527

TELEGRAMA FONADO: 0800-5700100

SEDEX: 2762-6438

CEG RIO: 0800-28-20-205

RADIO TAXI MACAÉ 27726058

CONSELHO TUTELAR I 2762-0405 / 2796-1108 plantão: 8837-4314

CONSELHO TUTELAR II 2762-9971 / 2762-9179 plantão: 8837-3294

CONSELHO TUTELAR III 2793-4050 / 2793-4044 plantão: 8837-4441

tel/fax: (22) 2106-6060, acesse: http://www.odebateon.com.br/, e-mail: [email protected], comercial: Ligue (22) 2106-6060 - Ramal: 215, e-mail: [email protected], classificados: E-mail: [email protected]

Burocracia IO governo já deu demonstrações de enten-

dimento sobre a necessidade de simplificação de trâmites burocráticos que só emperram o andamento de projetos importantes para dois setores fundamentais a economia da cidade: a construção civil e a indústria do petróleo. Mais que a adoção de diretrizes legais, que buscam agilizar o andamento de processos, a necessidade de reunir em um mesmo espaço representantes dos setores responsáveis pe-las análises torna-se hoje emergencial.

Burocracia IIDentro dessa lógica, que foge a discussão

política, mas que se refere à adequação de gestão, a Comissão da Firjan buscará uma discussão institucional junto ao governo para viabilizar a criação, ainda neste ano, da secretaria de Aprovação de Projetos. A me-dida é simples e não gera oneração aos cofres públicos. Em um mesmo espaço, agentes das secretarias de Obras e Ambiente, e de outros departamentos ligados à análise dos proces-sos, atuariam de forma integrada e eficiente.

Burocracia IIIO mais importante da proposta é evi-

tar que Macaé fique a reboque do atraso gerado pela burocracia, situação que, em determinado momento, ultrapassa até mes-mo a vontade política. A lógica é simples. A indústria do petróleo mira a exploração do pré-sal. As empresas planejam a expansão das atividades. Mais profissionais serão contratados e pessoas chegarão a cidade. A construção civil já identificou esse poten-cial e se prepara para atender à demanda.

RecessãoPelos próximos dois anos, empresas

nacionais e internacionais que atendem às demandas da Petrobras deverão sentir os efeitos da redução de custos feitas pela estatal. Apesar de planejar investimentos de mais de US$ 200 bilhões de dólares em quatro anos, a maré é de recessão, em re-lação a novos contratos, o que tem levado essas companhias situadas em Macaé a re-duzir investimentos, gerando demissões. A turbulência ainda não passou!

MudançasUma frase dita pelo líder do governo

na Câmara, o vereador Julinho do Aero-porto (PPL), ainda ecoa e intriga pessoas que acompanham as discussões políticas em Macaé. Ao afirmar que mudanças se-riam realizadas na gestão, o parlamentar se antecipou às alterações feitas por Dr. Aluízio Júnior (PV) na secretaria muni-cipal de Obras. A grande pergunta é: quem mais deixará a alta cúpula do governo, nas próximas semanas?

Xeque-mateNo próximo dia 16, a Câmara de Vereado-

res dará um xeque-mate nas operadoras de telefonia móvel que atuam em Macaé, atra-vés da Audiência Pública organizada pelo primeiro vice-presidente da Câmara, Ma-xwell Vaz (PT). Representantes da Agência Nacional das Telecomunicações (Anatel) confirmaram presença no encontro e esta-rão frente a frente aos membros das empre-sas convidadas a participar do diálogo e do enfrentamento junto aos usuários.

EstagiáriosA prefeitura convocou nesta semana,

por meio de edital, novos estagiários para atender a demanda da Secretaria Muni-cipal de Saúde, Controladoria Geral do Município, Câmara Permanente de Ges-tão (CPG), Coordenadoria Municipal Especializada de Apoio ao Escolar (Ce-meaes), Fundação Municipal de Cultura - Solar dos Melos e Casa dos Conselhos. Os aprovados devem estar matriculados e frequentando regularmente as aulas.

Heranças Como se não bastassem os atrasos gera-

dos na realização dos projetos, obras dei-xadas como “herança” pelo governo pas-sado, que foram finalizadas nesses últimos meses, apresentam problemas. Adapta-ções e a manutenção estrutural precisarão ser feitos em prédios que acabaram de ser entregues à população, ampliando ainda mais os gastos com os projetos que não haviam sido concluídos por falta de zelo e de responsabilidade dos antigos gestores.

DívidasEsquenta a pré-disputa entre lideran-

ças políticas que já lançam seus nomes “na rua” com pretensão de disputar o processo eleitoral de 2014. Faltando pouco menos de um ano para a realização das conven-ções partidárias, onde os candidatos são escolhidos, pesquisas de opinião, sem muita credibilidade, já apontam vitoriosos. Vale lembrar que nomes que estão sendo ventilados na cidade possuem uma dívida, e ingratidão, muito grande com Macaé.

Técnicos da empresa Foz, que integra a Parceria Público Privada (PPP) do Esgoto, realizaram nesta semana a manutenção de equipamentos e da estrutura da Estação de Tratamento situada na Praça Washington Luiz. A equipe já finalizou o trabalho noturno de levantamento da rede de captação de esgoto situada na região central, o que possibilita a realização de ações planejadas dentro dos prazos estabelecidos. Em cinco anos, a companhia garante que Macaé terá 100% do esgoto tratado.

Parceria dos governos municipal e federal combate uso do crack

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MACAÉ, DOMINGO, 8 E SEGUNDA-FEIRA, 9 DE SETEMBRO DE 2013 5

PolíciaNOTA

Imprudência gera caos e riscos no trânsitoNa cidade impactada pelo grande volume de carros, irregularidades de motoristas criam ainda mais problemasMárcio [email protected]

Sexta-feira, 6 de se-tembro, nove horas da manhã. Em um dos dias

mais corridos para a popula-ção macaense, o motorista de um caminhão que transporta materiais direcionados prin-cipalmente para a construção civil ignora, completamente, a placa de sinalização que impe-de o acesso de veículos pesados (ônibus e caminhões) e contor-na a rodovia Amaral Peixoto (RJ 106) no ponto situado em frente ao posto de destaca-mento da Polícia Militar (PM). A ação, flagrada pela equipe do jornal O DEBATE poderia ser simples, mas representa uma série de imprudências come-tidas por motoristas que circu-lam por Macaé diariamente, um dos principais causadores de acidentes graves, que deixam mortes ou sequelas, gerando

FLAGRANTE O DEBATE

Acesso de caminhão a trevo proibido é um dos vários flagrantes de imprudência registrados no trânsito de Macaé

ainda mais custos aos cofres públicos, diante do grande nú-mero de procedimentos realiza-dos diariamente pelo Hospital Público Municipal (HPM).

O ato cometido pelo motoris-ta do caminhão flagrado por O DEBATE é recorrente a um dos pontos de maior tráfego intenso de veículos na cidade. No mes-mo instante, uma carreta que transportava material pesado, dedicado ao segmento offsho-re, passa pelo sinal amarelo na rodovia Amaral Peixoto, em ho-rário proibido por lei municipal, que regulamenta a circulação dos veículos do chamado trá-fego pesado.

O cenário é repudiado até mesmo pelos condutores que, na tentativa de evitar esses ris-cos, acabam sendo hostilizados.

"Em Macaé, vale a lei do es-perto no trânsito. Se você não passa pelo sinal amarelo, se não avança, o motorista que segue atrás de você buzina, te xinga.

É difícil até mesmo respeitar as leis de trânsito para que você não arranje uma briga", afirmou Marcos de Oliveira Almeida, engenheiro de petróleo.

É importante apontar que, em trechos importantes do trânsito da cidade, atuam agentes de fiscalização da se-cretaria municipal de Mobili-dade Urbana. Porém, conforme

apontado pelo próprio governo municipal, o número ainda não é suficiente para atender a de-manda do tráfego de veículos, que cresce a cada ano.

Atualmente, a frota estima-da de veículos de passeio, que circulam em Macaé, ultrapassa 80 mil. Apenas com o tráfego pesado, estima-se que cerca de mil caminhões e carretas cir-

culam na Capital Nacional do Petróleo diariamente.

"Macaé não possui o tamanho e nem o número de veículos que existem em cidades como o Rio de Janeiro e São Paulo, mas os problemas são parecidos. Vale também a educação do mo-torista para evitar problemas maiores", afirmou a corretora de imóveis, Kátia Cardoso.

Entre as principais impru-dências registradas no trânsito de Macaé estão: falar ao telefo-ne na direção, avanço de sinal, estacionamento e parada em local proibido.

O desrespeito aos pedestres e a ciclistas também são evidentes no cotidiano da cidade, que soli-cita maior fiscalização dos agen-tes de trânsito para evitar riscos.

Até mesmo quando se fala em fiscalização do trânsito, existem surpresas e reclamações na Ca-pital Nacional do Petróleo.

Impasse que vem gerando problemas nos últimos anos aos condutores da cidade, a falta de vagas para atender a demanda de veículos em circulação na cidade, que precisam fazer a vistoria anual do Departamen-to Estadual de Trânsito do Rio de Janeiro (Detran), gera ainda mais prejuízos aos motoristas.

De acordo com dados do De-tran, em junho, foram registra-dos 101 mil carros emplacados no município, um aumento de 1 mil veículos em relação ao mês anterior. Considerando 20 dias úteis por mês e as 300 vagas disponíveis, a cidade tem uma capacidade para atender ape-nas 72 mil carros por ano. Ou seja, seria preciso aumentar o número de agendamentos em,

pelo menos, 40,2%, para que a demanda atual fosse atendida.

Para isso, o Posto de Vistoria do município teria que aumen-tar sua capacidade em 50%, no mínimo. Com um aumento do espaço para 450 vagas, o lo-cal seria capaz de atender 108 mil veículos por ano, o que já supriria a necessidade atual, acompanhando um crescimen-to médio do número de carros emplacados a cada mês.

Porém, enquanto isso não acontece, motoristas que não conseguem agendar a vistoria dos veículos e que já passaram do prazo de realização do pro-cedimento, definido através da tabela divulgada anualmente pelo Detran, acabam sendo multados e tendo os carros re-bocados nas operações realiza-das, diariamente, pelo Depar-tamento Estadual de Trânsito, com apoio da Polícia Militar e

a atuação ainda questionada da empresa Rodando Legal.

A situação foi alvo até mes-mo de questionamento dentro da Câmara de Vereadores que já solicitou à Procuradoria da Casa parecer jurídico para so-licitar ao governo do Estado a suspensão das operações de fis-calização de vistoria dos carros até que o serviço seja regula-rizado e adequado à demanda registrada pela cidade.

A proposta, apresentada pelo vereador Cesinha (PSL), acata-da pelo presidente da Câmara, Dr. Eduardo Cardoso (PPS), vi-sa acionar o Ministério Público Estadual (MPE) para reforçar a defesa da população.

"Estamos de mãos amarradas. Não conseguimos fazer a visto-ria e somos multados", afirmou o dentista Amaro Jorge da Silva Júnior, que teve o carro apreen-dido em operação do Detran.

WANDERLEY GIL

Sem atender a demanda de motoristas da cidade, Detran promove blitz de fiscalização

Fiscalização, multas e falta de vagas no Detran

Funemac divulga resultado do Processo Seletivo das Bolsas Acadêmicas

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6 MACAÉ, DOMINGO, 8 E SEGUNDA-FEIRA, 9 DE SETEMBRO DE 2013

Economia NOTA

Inscrições estão abertas para cursos de contadores de histórias

QUESTÃO DE JUSTIÇ[email protected] Andrea Meirelles

A Constituição Federal de 1988 foi um divisor de águas no Direito Brasileiro, pois colocou pela pri-meira vez em pé de igualdade o homem e a mulher. Até então, essa diferenciação era aceita e legalizada. O que hoje é normal, há cinquenta anos era revolucio-nário! Muito se conquistou, mas muito ainda se precisa conquistar.

Foi preciso que 129 mulheres morressem num incêndio crimino-so no dia 8 de março de 1857, numa fábrica têxtil em Nova Iorque, para que o mundo voltasse seu olhar para o Direitos das Mulheres. Elas morreram porque reivindicavam a redução da jornada de trabalho de 14 para 10 horas diárias e o direito à licença maternidade.

A evolução dos Direitos da Mulher

* * *

Em 1827 surgiu a primeira lei sobre a educação das mulheres, permitindo que frequentassem as escolas elementares. E foi so-mente em 1879 que as mulheres obtiveram autorização do gover-no para estudar em instituições de ensino superior.

Até a eleição da primeira pre-sidente da República, em 2010, o Brasil percorreu um longo ca-minho para assegurar às suas cidadãs o exercício pleno da de-

mocracia. Exemplo disso, é que as mulheres só conseguiram o direito ao voto em 1932, quando o governo de Getúlio Vargas deu um passo em direção à moderni-dade e estendeu a quase todas as brasileiras maiores de idade este direito, e ainda assim, o có-digo eleitoral provisório permitia somente o sufrágio das viúvas e solteiras com renda própria, e no caso das mulheres casadas, des-de que autorizadas pelo marido.

Da educação ao voto

* * *

A independência financeira é apontada como fator decisivo na hora da separação. Se as mulhe-res são mais independentes, são também menos necessitadas de manter casamentos exclu-sivamente para garantir renda e sustentar os filhos. Segundo a pesquisa do Registro Civil 2011 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), o nú-mero de separações é sempre maior nos Estados mais ricos.

Distrito Federal, São Paulo e

Santa Catarina, por exemplo, têm taxas anuais de divórcio de 4,8, 3,4 e 3 por mil casamentos, respectivamente. Já as menores taxas estão nos Estados consi-derados mais pobres: Maranhão (1,1) e Piauí (1,4). No país, a mé-dia é de 2,6 divórcios por mil. Ou seja, a independência feminina é diretamente ligada ao número de divórcios, quanto mais indepen-dente a mulher é, mais chances ela tem de sair de um casamento fracassado.

A relação entre o número divórcios e a independência das mulheres

* * *

Não é raro encontrarmos casos gritantes de discriminação con-tras às mulheres, como aconte-ceu num edital de concurso pú-blico para função de policial que apresentava o seguinte texto: “Acandidata que possui hímen ínte-gro está dispensada de entregar os exames que constam no item 11.12.2.1, inciso VI, alínea “a”: col-poscopia, citologia e microflora, desde que apresente atestado médico que comprove a referida condição, com assinatura, carimbo e CRM do médico que o emitiu”.

O primeiro questionamento é saber o porquê da exigência do exame ginecológico, já que

não tem qualquer relação com o exercício da função. O segundo questionamento é sobre a dis-criminação entre as mulheres com hímen íntegro e as que não o tem mais. No caso, a mulher virgem estava dispensada de fazer o exame, e assim, mesmo que tivesse uma grave doença ginecológica, não haveria qual-quer contraindicação na sua admissão. Contudo, o mesmo não ocorreria com as mulheres sem hímen. Isso em pleno sécu-lo XXI? A exigência é uma grave violação constitucional porque interfere na privacidade e na in-timidade da candidata.

Previsão para casos de “virgindade” num concurso público na Bahia

* * *

Estima-se que são trafica-das anualmente entre 500 mil e dois milhões de pessoas, em situações que envolvem pros-tituição, mão de obra-forçada, escravidão ou servidão. Sendo que 80% destas vítimas são mulheres ou meninas. Segun-do a ONU, 70% das mulheres sofrem algum tipo de violência no decorrer de sua vida. Pesqui-sas do Banco Mundial apontam que na faixa de 15 a 44 anos, as mulheres correm mais risco de sofrer estupro e violência do-

méstica, do que terem câncer ou sofrer um acidente de carro.

A Lei Maria da Penha acaba de completar sete anos, mas apesar das penalidades mais se-veras, a violência contra as mu-lheres continua em crescimento, e o Brasil ocupa o sétimo lugar no ranking mundial. Macaé, se-gundo o Mapa da Violência de 2012, ocupa o 77º lugar entre os cem municípios com as maiores taxas. Mais de 92 mil mulheres foram assassinadas nos últimos 30 anos em todo o país.

Tráfico de mulheres e violência

É nosso dever romper com as barreiras visíveis e invisíveis que impedem e que sabotam as mulheres, para que estes di-reitos duramente conquistados permaneçam. É necessário não só que a legislação evolua para garantir esta igualdade, mas

que também nosso modo de pensar evolua. Isso mostra que devemos permanecer atentos, e valorizar aqueles que tiveram uma visão além do seu tempo e que até hoje lutam para trans-formar o sonho da igualdade em realidade.

Não adianta mudar as leis, se não mudarmos também

Setor de telefonia é alvo constante de reclamações

CONSUMIDOR

No próximo dia 16, uma audiência pública discutirá a qualidade do serviço em Macaé com representantes da AnatelPatricia [email protected]

As discussões em torno do serviço de telefonia prestado em Macaé não

têm fim. Não é de hoje que as operadoras são alvos constantes de queixas e lideram o ranking de reclamações do Procon-Macaé. Os motivos são sempre os mes-mos: mau atendimento, ligações picotadas, falha na rede, sistema sem comunicação e por aí vai.

Com isso, no próximo dia 16 será realizada uma audiência pública no plenário da Câma-ra de Vereadores para debater a qualidade do serviço de te-lefonia móvel prestado pelas operadoras no município. A reunião contará também com a presença confirmada de repre-sentantes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

De acordo com o Procon-Macaé, a área de telefonia é o setor mais reclamado, com 75% das queixas. Em seguida, estão os setores de água e es-goto, com 12%, energia, com 8%, e transporte e gás, com 5%. “Esses segmentos fazem parte da área de Serviços Essenciais, que são aqueles considerados necessários ao consumidor, ou seja, são os serviços indispensá-veis que devem ser fornecidos com segurança, eficiência e

qualidade”, explicou Dr. Eral-do Sant’Ana, coordenador do Procon-Macaé.

“Acho engraçado que os nos-sos maiores problemas são jus-tamente na área de serviços es-senciais. Eu já experimentei as quatro operadoras de telefonia móvel e nenhuma delas con-seguiu prestar o serviço com qualidade. Fico impressiona-da, porque as empresas vivem anunciando novas tecnologias, mas não conseguem dar conta nem das antigas”, afirmou a farmacêutica Luciana Martins.

Apesar de tantas reclama-ções, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) divulgou, recentemente, que as quatro operadoras avaliadas (Claro, Oi, Tim e Vivo) apre-sentaram resultados acima dos parâmetros de referência, com melhoras tanto no acesso quanto na queda de ligações. Segundo a agência, todas as empresas atingiram os parâme-tros de referência, com peque-nas oscilações no indicador de desconexão de dados. Quanto ao indicador de acesso à rede de dados, observou-se que o pata-mar de referência foi alcança-do por todas as prestadoras nas redes de terceira geração. Com relação às redes de segunda ge-ração, apenas a Claro atingiu o parâmetro de referência, embo-

ra todas as operadoras tenham apresentado evolução positiva nos últimos três meses.

Infelizmente, os resultados não corroboram a insatisfação dos usuários no que diz respeito às operadoras de telefonia mó-vel. Outra pesquisa divulgada pela Anatel sobre a satisfação dos usuários mostra que, de um modo geral, os clientes não estão satisfeitos com o que as empre-sas têm oferecido. Em uma esca-la de zero a 100 pontos, o índice de satisfação do consumidor com celulares pós-pagos, por exemplo, passou de 71,4 pontos, em 2002, para 53,7 pontos, em 2012. Isso mostra que, enquan-to as tecnologias dos celulares avançam, seus serviços pioram.

Considerando apenas os clien-tes pós-pagos, os índices que registraram os resultados mais baixos foram em relação ao aten-dimento nas lojas (48,2 pontos) e preços dos serviços (39,7). Os outros itens analisados apresen-taram uma média de 50 pontos, sendo que o índice geral de satis-fação ficou em 53,7 pontos.

Levando em conta o índice de satisfação por empresa presta-dora, a Vivo atingiu melhor pontuação, com 55,5 pontos. Em seguida está a Claro, com 54,7 pontos, a Oi, com 49,9 pon-tos, e a TIM, com 49,8 pontos. Em um comparativo com o le-vantamento anterior, realizado em 2002, a avaliação em relação a todos os serviços piorou.

O que dizem as operadorasapesar de ter obtido as me-lhores notas, as reclamações contra a Vivo são muitas. “To-dos os meses eu tenho pro-blemas com a minha conta da Vivo. Todo mês tenho que ligar para a central de atendimento, esperar horas para ser atendi-da e só depois de muita briga, é que eles resolvem o meu pro-blema. A minha conta sempre vem errada. Já fui ao Procon,

faço uma reclamação na Anatel quase todo mês e nada adian-ta. Chega no mês seguinte e a conta está errada de novo. Não sei mais o que fazer. Meu pró-ximo passo é entrar com uma ação direta contra eles. É um absurdo. Eles oferecem mi-lhões de serviços e, além de a ligação cair a todo instante e a internet ser muito ruim, a conta ainda vem errada”, reclamou a

arquiteta Lúcia Moreira. Em nota, a Vivo informou

que a maior parte dos recur-sos aplicados nos últimos anos destina-se à expansão e moder-nização das redes, infraestru-tura, sistemas e atendimento, além de ações para melhoria da qualidade.

No final de agosto, durante a coletiva de imprensa para lan-çar o serviço 4G em Macaé, a

Vivo informou que está inves-tindo em novas redes e neste segundo semestre serão imple-mentados caminhos alterna-tivos para que a rede de fibra óptica não seja tão afetada e não prejudique mais o sinal dos usuários, principalmente, com as obras da BR-101 - rota onde passa a principal rede de fibra óptica da Vivo e que interliga o Rio de Janeiro com as regiões do Norte Fluminense. “Esta-mos buscando caminhos alter-nativos para não sermos mais impactados com os acidentes frequentes que ocorrem na BR-101. Em setembro, será realiza-da uma nova alça por Campos e, em outubro, faremos uma nova rota vindo pela Região dos La-gos.”, afirmou Hércules Braga, diretor de rede da Vivo.

"O maior problema que tenho com a TIM é o sinal. Dependen-do do lugar, o sinal se perde. Co-nectar a internet é uma situação que requer muita paciência, e o pior é que pago caro por um serviço que não é oferecido com qualidade. Ou seja, tirar do consumidor é fácil, mas propor-cionar um bom serviço eles não conseguem. ", disse a vendedora Lívia Gonçalves.

Após ficar em último lugar na avaliação dos usuários, a TIM informou que tem pro-gramado, até 2015, um inves-timento de R$ 10,7 bilhões para melhoria de infraestru-tura de rede e ampliação de cobertura em todo o país. So-mente neste ano, como parte do total de investimentos, o aporte será de R$ 3,6 bilhões para modernização de equi-pamentos e instalação de 14 mil antenas em todo o terri-tório nacional”, informou a operadora por meio de nota.

Já a operadora Claro, que não alcançou notas muito bo-as na pesquisa, procurada pela equipe do jornal O DEBATE, não quis se pronunciar sobre os resultados.

Resta aos usuários esperar pelos próximos investimentos e torcer para que o setor de tele-fonia, como um todo, atinja um nível de excelência em quali-dade ao menos parecido com as tecnologias que estão sendo lançadas.

KANÁ MANHÃES

De acordo com o Procon-Macaé, a área de telefonia é o setor mais reclamado, com 75% das queixas

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8 Economia MACAÉ, DOMINGO, 8 E SEGUNDA-FEIRA, 9 DE SETEMBRO DE 2013

Macaenses debatem questão da metrologia na Argentina

VISITA TÉCNICA

Segundo membros participantes, tema teve como foco a garantia das medidas efetuadas na área da saúde, petróleo e meio ambientePatricia [email protected]

Na última quinta-fei-ra (5), com o intuito de trocar experiências no

campo de inovações tecnológi-cas, um grupo de Macaé viajou para a Argentina para visitar o Instituto Nacional de Tecno-logia Industrial da Argentina (INTI), órgão argentino equi-valente ao INMETRO (IMMT).

Direto da Argentina, Edu-ardo Neiva, físico e mestre em Metrologia para a Qualidade Industrial pela PUC-Rio, en-viou informações à equipe de reportagem do jornal O DE-BATE sobre o andamento da visita. “O tema Metrologia foi um dos mais discutidos, tendo como foco principal a garantia das medidas efetuadas na área da saúde, petróleo e gás natural e meio ambiente.”

Os macaenses também visita-ram o Polo Tecnológico do IN-TI, que tem a responsabilidade de prover os serviços básicos de metrologia, tanto para a socie-dade quanto para as inovações tecnológicas.

“Eles ficaram muito inte-ressados no Programa de Me-trologia voltado para a área da saúde que o IMMT desenvolve em parceira com os departa-mentos da secretaria de Saúde do município de Macaé, em especial com a Vigilância Sa-nitária, sobre as questões dos medidores de pressão arterial humana, balanças pediátricas, audiometria e controle de qua-lidade das águas utilizadas nas unidades escolares e unidades de saúde, que está sendo de-senvolvido nessa parceria do

IMMT. A autarquia de tecno-logia do município de Macaé com a Vigilância Sanitária es-tão servindo de referência para eles, que confirmaram que se trata de um modelo para todo o mundo”, contou Eduardo.

Durante a reunião, os mem-bros também debateram sobre a questão da metrologia que trata do desenvolvimento tecnoló-gico voltados à medição fiscal de royalties de petróleo e gás natural. “Também tratamos da metrologia como suporte para o

desenvolvimento de pequenas empresas de base tecnológica, de modo a fornecer produtos fabricados na Argentina para esse setor com a devida certifi-cação que garanta tanto a qua-lidade dos produtos a serem comercializados, quanto a sua inserção nos mercados consu-midores”, explicou.

Assim, segundo Eduardo, o INTI solicitou uma parceria com o IMMT para auxiliá-los no desenvolvimento de um sis-tema metrológico voltado para

a certificação da indústria do petróleo. “Eles também querem promover uma visita de técni-cos do INTI da Argentina ao IMMT para verificar os avan-ços que estamos obtendo na metrologia para a saúde, o que eles classificaram como metro-logia cidadã, pois trata da dis-seminação de uma tecnologia social voltada para a garantia de vida, evitando desperdícios financeiros na saúde pública, além da melhoria da qualidade de vida para a população.”

DIVULGAÇÃO

Eduardo Neiva ao lado de autoridades da Argentina que também participaram da visita ao INTI

REAJUSTES

Bancários não aceitam proposta da Fenaban sobre reivindicações

no início de agosto, os ban-cários aprovaram um calendá-rio de pautas com as reivindi-cações da categoria. Entre elas, os profissionais busca-vam por um aumento salarial de 11,93%, correspondente à reposição da inflação mais au-mento real de 5%, valorização do piso salarial de R$ 2.860,21.

Na última quinta-feira (5), a Federação Nacional dos Ban-cos (Fenaban) propôs, duran-te a rodada de negociação, um índice de 6,1%, sem aumento real para os salários. O mesmo reajuste foi também proposto para os vales, auxílios, piso e participação nos lucros, que permaneceria no modelo atual.

O Comando Nacional dos Bancários rejeitou a proposta

Segundo o sindicato, negociação apresentada não contemplou aumento salarial real para a categoria

na mesa de negociação e apro-vou um calendário de luta, que será decidido em assembleia na próxima quinta-feira (12), para aprovar uma greve dos bancários a partir do dia 19 de setembro.

“A proposta dos bancos é uma provocação, um total desrespeito aos bancários, partindo de um segmento que continua batendo recor-des de lucro e rentabilidade”, criticou Carlos Cordeiro, pre-sidente da Confederação Na-cional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf ) e coordenador do Comando Nacional. Segundo ele, a pro-posta não tem aumento real, nem valorização do piso. “Não houve nenhuma resposta pa-ra nossas reivindicações sobre emprego, saúde, condições de trabalho, segurança e igualda-de de oportunidades. Só uma forte mobilização da categoria em todo o país fará com que os bancos melhorem a proposta.”

WANDERLEY GIL

Na próxima quinta-feira (12), categoria irá se reunir para aprovar greve a partir do dia 19 de setembro

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GeralProfissionais destacam a importância da Educação Infantil

CRIANÇA

A Lei 12.602/12 que instituiu a data foi sancionada em abril. Nesta reportagem, a opinião de profissionais sobre a importância da primeira educação

Juliane Reis [email protected]

Nos dias atuais muito se fala na importância da educação superior para

a inserção no mercado de traba-lho. No entanto, é importante lembrar que o processo ensino-aprendizagem começa nos pri-meiros anos de vida da criança. Nesta reportagem, profissionais da Educação Infantil destacam a importância dessa fase do pro-cesso educacional, considerada o alicerce para as demais etapas.

Eles lembram ainda que no último domingo, 25 de agosto, comemorou-se o Dia Nacio-nal de Educação Infantil. A lei que institui a data é a número 12.602/12, sancionada pela Pre-sidenta Dilma Roussef, em 3 de abril de 2012.

O assunto requer uma aten-ção especial de pais, familiares, docentes e, em especial, dos go-vernantes. Pois de acordo com

o Estatuto da Criança e Ado-lescente é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegu-rar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referen-tes à vida, à saúde, à alimenta-ção, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respei-to, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

O Capítulo IV do documen-to aponta ainda que a criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno de-senvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: igualdade de condições para o acesso e permanência na es-cola, direito de ser respeitado por seus educadores, direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores, direito de organização e participação em

entidades estudantis e acesso à escola pública e gratuita próxi-ma de sua residência.

Em Macaé, de acordo com dados da prefeitura, o muni-cípio conta com 42 Escolas Municipais de Educação In-fantil (EMEI) e 17 unidades de Educação Infantil e Ensino Fundamental, totalizando 59 escolas sendo 28 de tempo in-tegral. Ainda segundo o órgão há, aproximadamente, 8.300 crianças matriculadas na Edu-cação Infantil, sendo desse total 3.031 em tempo integral.

Mas de acordo com pais, es-ses números não são suficientes para atender a uma população que já passa dos 200 mil habi-tantes. “Não é fácil encontrar escola com vagas no município. Por mais que eles tenham inau-gurado três escolas este ano, a procura ainda é grande. Tem muita criança fora da escola, ou estudando longe do bairro onde reside, por falta de vagas”, dis-

se uma mãe que prefere não ser identificada.

Apaixonada pela arte de ensi-nar, educadora fala dos desafios da profissão

Oriunda de família de educa-dores, a pedagoga Helen Antão Marques Esteves diz que apren-deu a gostar do ofício com a mãe e que não teve dúvida na hora de escolher a profissão. “Já são oito anos de dedicação à profissão. Minha mãe é pro-fessora e desde pequena passei a gostar do ofício, pois para ser pedagogo é preciso, acima de tudo, amar o que faz”, relata.

Helen ressalta ainda que essa etapa da educação é de funda-mental importância para desen-volvimento da criança. Pois é a fase em que as crianças são es-timuladas - por meio de ativida-des lúdicas e jogos - a exercitar as suas capacidades motoras e cognitivas, a fazer descobertas e a iniciar o processo de alfabe-tização e, por isso, deve ser feita

KANÁ MANHÃES

Essa é a fase da educação em que as crianças aprendem brincando

com muito carinho, paciência e dedicação. “Tudo começa na educação infantil, principal-mente no maternal (a partir de 2 anos). Essa é a fase que a criança aprende brincando. São atividades lúdicas que au-xiliam no desenvolvimento da aprendizagem, a coordenação motora e o despertar. E tudo é avaliado. Cada passo deles é avaliado, cada pronúncia e ao fi-nal de cada semestre é feito um relatório, este elaborado com base nas competências e habili-dades desenvolvidas no projeto. Lembrando que cada semestre é trabalhado um projeto dife-rente e o professor é o respon-sável pela elaboração dele, por isso tem que saber como fazer, como trabalhar com o aluno, o por que trabalhar isso ou aqui-lo” enfatizou a pedagoga.

Falta de acesso dificulta o processo ensino-aprendizagem

De acordo com profissionais, a não inclusão da criança nessa

primeira etapa educacional difi-culta o processo ensino-apren-dizagem, diminuindo assim, as chances de êxito no ensino fundamental e demais anos e lembram que a família é a prin-cipal chave de embarcação das crianças nos estudos, uma vez que a escola contribui para a formação, mas a responsabili-dade maior é da família. “Quan-do não frequenta a unidade de ensino nesse período, pode ser que a criança enfrente, mais na frente, algum tipo de dificulda-de, pois a escola é fundamental para o seu desenvolvimento co-mo um todo. E é importante fri-sar também que uma boa edu-cação está fundamentada em bons profissionais, por isso o corpo docente deve ser forma-do por pessoas comprometidas, que queiram de fato exercer a atividade e contribuir com um futuro melhor. E o espaço físico apropriado também é impor-tante”, lembra Helen.

EVENTO

XI Engep será realizado esta semana

o laboratório de Enge-nharia e Exploração de Pe-tróleo (LENEP), vinculado ao Centro de Ciências e Tec-nologia da Universidade Fe-deral do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), vai iniciar nesta segunda-feira, 9, mais uma edição do En-contro de Engenharia de Exploração e Produção de Petróleo (Engep). O encon-tro será realizado no Lenep, Avenida Brennand s/n - Imboassica. A programação segue até o dia 13. Os inte-ressados ainda podem ser inscrever pelo site www.engep2013.com.br

O evento tem como obje-tivo apresentar os mais re-centes avanços, tendências tecnológicas e linhas de pes-quisa na área de exploração de petróleo no mundo e oferecer oportunidades no mercado a estudantes e re-cém-formados, além de ser considerado um dos maio-res eventos acadêmicos do país, na área de exploração e produção de petróleo. “O Engep tem caráter técnico-científico e reúne empresas, cientistas e profissionais da área em conferências, pa-lestras, minicursos e outras atividades no Lenep (Labo-ratório de Engenharia e Ex-ploração de Petróleo)”, ex-plicou a equipe organizado-ra formada pela comunidade acadêmica e professores.

Na oportunidade, eles lembram ainda que o evento conta com a participação de grandes empresas no setor e que além de difundir os mais recentes avanços da indús-tria de petróleo, o Engep

Evento organizado pelo LENEP / UENF vai reunir empresas, cientistas e profissionais da área de Petróleo em Macaé

visa estreitar os laços entre universidade e indústria, estimulando a formação de recursos humanos capaci-tados para atuar no setor petrolífero.

Participam do evento cer-ca de 50 instituições de ensi-no de nível superior e técni-co das mais diversas regiões do Brasil.

A programação vai contar com minicursos em diversas áreas, entre elas, Engenha-ria de Reservatórios, Enge-nharia de Poço, Geofísica, Geologia do Petróleo, Segu-rança do Trabalho e Meio Ambiente, Gerenciamen-to de Projetos de Petróleo, Geoquímica de Reservató-rios, Estimativas de Reser-vas, Fluidos de Perfuração e Refino. E também serão promovidas sessões diárias de Recursos Humanos, mi-nistradas por reconhecidas empresas de Exploração e Produção de Petróleo; visi-tas técnicas a empresas do setor e mesas-redondas pa-ra discutir temas atuais co-mo a exploração no pré-sal, mercado de trabalho e novas perspectivas

De acordo com presiden-te do Engep este ano, João Vitor Marinho, durante os cinco dias do evento será exposta uma seleção de tra-balhos desenvolvidos em diversas universidades e os melhores trabalhos acadê-micos de iniciação científi-ca, mestrado e doutorado, na área de exploração e produção de petróleo serão premiados.

Ele pontua ainda a impor-tância do evento para quem está de olho no mercado de trabalho. “O evento conta com a participação de gran-des empresas do setor, é uma oportunidade para estudantes e recém-formados”, destacou.

Outras informações po-dem ser obtidas pelo site: www.engep2013.com.br.

Cursos na área ambiental ganham espaço na Capital do Petróleo

PROFISSÃO

no último dia 3 de setembro comemorou-se o Dia do Biólo-go. Aquele profissional conheci-do como o cientista da área da Biologia e que desenvolve seus estudos por meio do método científico. Trabalha em labora-tórios de pesquisa, laboratórios de rotina como os de biologia clínica, campos abertos como savanas, florestas e todo lugar onde há vida para ser estudada.

Em Macaé, há alguns anos, as instituições de ensino supe-riores passaram a investir na formação e oferecem também outros cursos ligados ao meio ambiente. Entre as opções es-tão: a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Cam-pus Macaé Professor Aloísio Teixeira com os cursos de Li-cenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas, a Faculda-de Salesiana Maria Auxiliadora com o curso de graduação em Engenharia Ambiental e Sani-tária, a Estácio de Sá também com Engenharia Ambiental e Sanitária e o Instituto Federal Fluminense com Mestrado em Engenharia Ambiental.

Nesta entrevista, profissio-nais da área, que atuam no município, falam da escolha da profissão. Apaixonado pelo que faz, o biólogo e mestre em engenharia ambiental, Marcos César do Santos não esconde a alegria de ser biólogo e atuar como analista ambiental pelo governo federal, pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) e, principalmente, por ter a opor-tunidade de atuar em prol da preservação de um dos ecos-sistemas mais bem preserva-dos do pais - o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba. Ele

Profissionais lembram que a demanda por especialistas na área teve aumento significativo nos últimos anos

atua ainda como chefe-substi-tuto do Parque Nacional da Res-tinga de Jurubatiba, professor da rede municipal de ensino e da Faculdade Salesiana Maria Auxiliadora.

“Iniciei a faculdade em 1994, época em que o meio ambiente começava a ganhar força. Foi uma época em que não havia muito mercado e o curso era pouco procurado. Mas, com o passar do tempo, a necessida-de de empreendimento com estudos de Impactos Ambien-tais começou a mudar essa re-alidade e, com isso, aumentou a demanda”, lembrou Marcos.

De acordo com ele, a Biologia é um curso com boas oportuni-dades de trabalho e, muitas ve-zes, antes de terminar os estu-dos, o futuro profissional tem a chance de ter o primeiro contato com o mercado de trabalho, por meio de programa de estágios. “Antes de terminar o curso eu já dava aulas, fazia consultoria para uma empresa e, atualmen-te, já são onze anos atuando em Unidade de Conservação, que é uma grande oportunidade para biológicos”, ressaltou.

KANÁ MANHÃES

Marcos César dos Santos e Jaqueline Silva apontam o Parque de Jurubatiba como uma oportunidade na cidade para o profissional da área ter contato direto com a natureza

A unidade de conservação co-mo área de atuação para um bi-ólogo é considerada por Marcos como um paraíso, uma opor-tunidade do profissional ter o contato direto com a natureza.

Entres as principais áreas pa-ra atuação dos profissionais de Biologia estão: dar aulas, saú-de, Pesquisa cientifica e área ambiental.

“Na cidade e região não tem mais mercado porque muitas empresas não cumprem a lei da licença ambiental”, lembrou o biólogo.

Com relação à remunera-ção salarial, ele explicou que o salário inicial varia entre R$ 2.000,00 e R$ 2.300,00 e que, em dez anos, a média pode che-gar a R$ 10.000,00. “No entan-to, é importante ressaltar que os profissionais devem estar sem-pre se atualizando, estudando, pois ser biólogo é passar por uma eterna capacitação”, disse.

Já a bióloga Jaqueline Sil-va lembra que a curiosidade e vontade de aprender foram os principais fatores que a levaram à escolha do curso. “Eu não tive a disciplina de Biologia no en-

sino médio e isso despertou o meu interesse em estudar a área e posso dizer que o curso aten-deu as minhas expectativas em termos de conhecimento, pois considero a área sem mercado e poucas são as oportunidades. Mas por trabalhar no ICMBio e com profissionais da área, te-nho a oportunidade de estar em constante aprendizado. Acom-panho, diariamente, os traba-lhos deles e aprendo cada vez mais“, disse.

O chefe do Parque Jurubati-ba, Marcelo Pessanha, que além de biólogo é advogado, pontua a importância do olhar amplo para o exercício da profissão. “Para trabalhar com o meio ambiente, é necessário ter um olhar mais amplo, ir além. E na nossa região, o Parque de Juru-batiba é um paraíso para quem está começando, para quem já atua. É o lugar onde todos so-nham trabalhar. Prova disso é de que recebemos constante-mente a visita de estudantes da área e de cientistas que conside-ram o Parque como a unidade de conservação mais bem pre-servada do país”, ressaltou.

Shopping Plaza Macaé realiza campanha de doação de brinquedos entre 12 de setembro e 12 de outubro

NOTA

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MACAÉ, DOMINGO, 8 E SEGUNDA-FEIRA, 9 DE SETEMBRO DE 2013 Geral 11

BAIRROS EM DEBATE Granja dos Cavaleiros

Granja dos Cavaleiros: Promessas não saem do papelApesar de cobrar um dos impostos mais caros do município, investimentos do poder público não são vistos no bairro

Bertha [email protected]

“O tempo não para”. Com esse título, o cantor Cazuza imor-

talizou uma das músicas que mais fizeram sucesso na década de 80. De lá para cá, o tempo não parou, mas para muitas famílias macaenses nada mudou. “Tuas ideias não correspondem aos fatos”. É com esses versos que começamos o “Bairros em De-bate” deste domingo.

Muitas idéias e poucas ações. É assim que os moradores da Granja dos Cavaleiros, área nobre de Macaé, situado bem próximo ao Polo Offshore des-crevem a visão dos governantes

em relação ao bairro. Apesar de pagar por um dos

impostos mais caros do muni-cípio, os moradores se sentem abandonados quando se trata de investimentos no bairro. O Im-posto Sobre a Propriedade Pre-dial e Territorial Urbana, mais conhecido como IPTU, tem co-mo objetivo gerar uma arrecada-ção de verbas para o município, sendo revertido em melhorias no local, mas aqui esse retorno parece não existir. Enquanto is-so, essa área residencial lida no seu cotidiano com problemas como qualquer outro bairro da cidade.

O pequeno bairro cresceu, ganhou força e agora sofre com a expansão imobiliária e o cres-

cimento desordenado. A estima-tiva é de que cerca 7 mil pessoas vivam no local.

Cercado por aglomeração de empresas especializadas em ati-vidades offshore, o bairro é co-nhecido como “setor offshore”, onde atende o maior centro de empresas petrolíferas do Bra-sil. Por sua vez, o crescimento da atividade industrial de Ma-caé resultou em crescimentos realizados em exploração, de-senvolvimento e produção de petróleo e gás. Mas pelo que se vê, o governo não conseguiu acompanhar o crescimento. A falta de infraestrutura, como sa-neamento básico, posto de saúde, segurança e transporte coletivo, tem sido grande desafio para

quem mora ou trabalha no local, onde há cerca de 120 empresas e 30 mil trabalhadores.

Outro problema apontado pe-los moradores é a falta de pesso-as que façam a varreção e capina nas ruas, já quanto ao recolhi-mento de lixo por caminhões, esse trabalho existe no bairro.

FOTOS KANÁ MANHÃES

Lixo espalhado é constante nas ruas do bairro que em alguns pontosse encontram com esgoto, que corre em alguns pontos do bairro

“É muito fácil encontrar terre-nos baldios com entulhos e ferro velho com poças d'água. Temos medo de passar em certos tre-chos, pois a onda de assalto no local é constante”, comentou outra moradora.

Lixo espalhado é constante nas ruas do bairro que em alguns

pontos se encontram com esgo-to, que corre em alguns pontos da localidade.

A falta de abrigo é outro pro-blema sério na região. Faça sol, faça chuva, moradores aguar-dam a condução dentro de uma mercearia ou na porta de um condomínio.

o asfalto da Rua Luiz Carlos Almeida inicia na Universidade Estácio de Sá e vai até a metade do trecho. Os moradores recla-mam do estado de abandono com várias crateras e buracos dificultando assim o tráfego de veículos e pedestres. O que cha-ma atenção é que algumas vias (Alameda do Bosque e a Alame-da das Pitangas) já constam pela prefeitura como pavimentadas, situação que podemos compro-var totalmente o contrário. Mi-lhões já foram destinados para a colocação do asfalto nessas ru-as, porém o investimento nunca chegou ao seu destino final.

A Alameda do Bosque, por exemplo, é de grande impor-tância, pois é considerada um dos principais refúgios do trân-sito da Rodovia Amaral Peixoto, principalmente nos horários de pico. Em dias de sol, a situação é crítica por conta da poeira. Quando aumenta o fluxo, por volta das 17h, 18h, os morado-res dizem que são obrigados a

trancar a casa toda, em função da grande quantidade de poei-ra do barro levantado que en-tra nas residências, sujando as roupas no varal, caindo sobre a comida, entre outras situações desagradáveis. Segundo eles, a forte poeira que é levantada pe-los veículos que trafegam pelo local, inclusive de grande porte, tem gerado muitos problemas de saúde, principalmente em crianças e idosos.

Durante visita ao bairro, na tarde da última quinta-feira (5), encontramos o morador Estevão dos Santos. Ele relata um dos principais problemas do bairro: a falta de pavimen-tação das ruas. “É inconcebível que um lugar como este não tenha infraestrutura adequada. Convivemos entre a poeira e a lama. Se chove, não se tem co-mo andar. Se faz sol, não pode-mos secar uma roupa no varal, nem deixar as janelas abertas por conta da nuvem de poeira marrom que invade as casas.

Quase todas as crianças têm problemas respiratórios por inalarem essa poeira. Em época de eleições, muitos candidatos se lembram do bairro, mas de-pois esquecem de vez”, contou.

Após muita insistência, em março de 2102, um grupo de moradores teve acesso ao pro-cesso 45.339/2011 de obras de pavimentação, redes de esgoto, águas pluviais e urbanização de diversas ruas nos bairros Granja dos Cavaleiros, Novo Cavaleiros e Vale Encantado. O documento já havia sido licita-do e quem venceu foi o consór-cio Lugo/Engetécnica na data de 28/12/11 pelo valor de R$ 54 milhões. No dia 01/02/2012 o gabinete do prefeito homologou a licitação e o processo estava na secretaria de Planejamento aguardando a dotação orça-mentária.

Um ano e sete meses se pas-saram, o tempo não parou, mas a realidade do bairro continua a mesma.

O que chamou atenção é que algumas vias como a Alameda das Pitangas já constam pela Prefeitura como pavimentadas

Ruas pavimentadas somente no papel

Lagoa de Esgotoo problema de lançamento de esgoto em uma área particular, localizada na Estrada Luís Car-los de Almeida, na Granja dos Cavaleiros, já foi noticiado di-versas vezes por O DEBATE. Em três anos, foram diversas reportagens apontando o des-pejo irregular dentro de um

terreno cercado pela vegeta-ção, mas nesse tempo, o poder público não tomou nenhuma providência e o crime ambien-tal continuou ocorrendo de ma-neira livre.

No dia 31 de maio do ano passado, a equipe esteve no local acompanhada da Empre-

sa Municipal de Saneamento (Esane) e de fiscais da secreta-ria de Ambiente do município (Semma). Na ocasião, os órgãos responsáveis fizeram uma vis-toria no local e se prontificaram a realizar uma ação conjunta a fim de solucionar o problema, punindo os responsáveis.

Segundo os moradores, esse despejo irregular vem sendo feito há cerca de três anos por um condomínio que fica loca-lizado atrás do terreno na Rua Manoel Francisco Nunes. Du-rante a visita do poder público, o então presidente da Esane, Marcos Túlio, falou sobre as

providências que seriam toma-das. Ele explicou que o primeiro passo seria a Semma identificar o foco, notificar e multar os au-tores do crime ambiental. Na tarde da última quinta-feira, es-tivemos no local e encontramos a “lagoa de esgoto” da mesma maneira que um ano atrás.

Lançamento de esgoto em uma área particular, localizada na Estrada Luís Carlos de Almeida, na Granja dos Cavaleiros

O que diz a prefeitura procurada, a prefeitura de Macaé informou que assim como outras licitações realizadas até o ano passado, o processo ainda es-tá sendo auditado e a definição de um novo cronograma de exe-cução dos trabalhos só será pos-sível após relatório final da audi-toria. No entanto, o prazo para a divulgação do relatório final das auditorias não foi informado.

Em relação à capina e coleta de lixo, assessoria de comunica-ção do governo informou que o trabalho é feito periodicamen-te, com o lixo sendo recolhido às terças, quintas e sábados a partir das 7h30. Contudo, na próxima semana, equipes serão enviadas ao local para reforçar os serviços de capina.

Já para iluminação será feita vistoria nos locais informados, na próxima semana, por equi-pes da Empresa Municipal de Iluminação Pública (Emip).

Segundo a prefeitura, o bair-ro, assim como outros no muni-cípio estão recebendo estudos de obras de reurbanização que irão garantir a adequação de ru-as, áreas de lazer, entre outros ampliando a qualidade de vida dos moradores. A má notícia para os moradores é que assim como nas antigas gestões, o pra-zo para início das obras ainda não foi definido.

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12 Geral MACAÉ, DOMINGO, 8 E SEGUNDA-FEIRA, 9 DE SETEMBRO DE 2013

EVENTO

Conferência Ethos apresenta novos desafios da responsabilidade social O grande desafio foi mostrar para as empresas e para a sociedade em geral que boas práticas em sustentabilidade geram valor

Martinho Santafé

São Paulo - Foram três dias de intensas discussões so-bre o futuro da responsabi-

lidade socioambiental corporati-va. Na 15ª edição da Conferência Ethos realizada no arrojado pré-dio do Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo de 3 a 5 de setem-bro, o grande desafio foi mostrar para as empresas e para a socie-dade em geral que boas práticas em sustentabilidade geram valor, contribuem para a construção de futuro e estruturam conhecimen-tos para as mudanças. Na abertura do evento, os principais executi-vos do Instituto Ethos apresenta-ram as diretrizes para o trabalho com as empresas para os próxi-mos anos. Para eles, é importan-te que empresas que já estão na vanguarda do conhecimento e das práticas em sustentabilidade atuem para comprometer suas cadeias de valor com o tema.

Jorge Abrahão, presidente do Ethos, colocou que existem grandes oportunidades para as empresas a partir das deman-das da sociedade. Para isso é necessário buscar a construção de negócios sustentáveis e não apenas atuar em processos. Ele apontou em sua fala de abertura da Conferência Ethos 2013 que pesquisas realizadas por pes-quisadores da Universidade de Harvard (EUA) apontam que as empresas mais comprometidas

com o tema geram o dobro da riqueza que outras que ainda não se apropriaram desses va-lores. “Quando sustentabilidade deixa de ser um departamento e entra na gestão estratégica da empresa, é o real momento da mudança”, explica Abrahão.

Para Sérgio Mindlin, presi-dente do Conselho Deliberarivo do Ethos, a humanidade tem o conhecimento e as ferramen-tas para sua autopreservação, isso em um mundo onde mais de 99% das espécies existentes desde o surgimento da vida na

Terra estão extintas. Para ele, não basta mais as pessoas e em-presas fazerem o certo. Citando Winston Churchill, o primeiro-ministro inglês do período da II Guerra Mundial, Mindlin disse: “Há momentos em que é preciso fazer o necessário”. Mesmo com essa visão realista de que é preciso avançar mais rapidamente na implantação de modelos de negócios am-bientalmente mais amigáveis e socialmente mais responsá-veis, o executivo é otimista ao falar do futuro. “Quero pensar

no mundo onde meus netos vi-verão e quero que seja um bom mundo. É preciso então que a nossa geração seja mais incisi-va na produção de mudanças”, explicou.

O questionamento sobre o que está sendo feito e o que deve ser feito foi um dos eixos da apre-sentação de Paulo Itacarambi, diretor-vice-presidente do Ethos e diretor executivo do Uniethos, para quem é preciso fazer uma reflexão sobre os caminhos ado-tados e os rumos a serem segui-dos nos próximos anos.

Itacarambi explicou que há três importantes forças para as mudanças: o sistema políti-co, o movimento cultural e os negócios. É justamente nessa terceira opção que o Ethos deci-diu avançar, criando não apenas indicadores capazes de balizar a ação das empresas em direção à sustentabilidade, mas também ajudar a criar ambientes de ne-gócios comprometidos com os resultados nessa área. “As mu-danças não ocorrerão apenas porque as pessoas querem. É preciso oferecer um ambiente

favorável à transformação”, ex-plica Itacarambi.

Para ele, as boas práticas tra-zem valor para as empresas. O desafio é estabelecer uma métri-ca, “porque o sucesso do modelo de economia e negócios susten-táveis vem do sucesso das em-presas que o abraçam”, explica.

Para o coordenador do even-to, gerente executivo de Relações Institucionais Henrique Lian, es-ta conferência de 2013 pretende mostrar como experiências que já estão acontecendo podem ser-vir como referência ou modelo de atuação para a construção de novos negócios sustentáveis. Lian explica que a Rio+20, que mobilizou o mundo no ano pas-sado, deixou marcas nas empre-sas e governos: “Não se vive uma conferência daquele tamanho impunemente”, brincou.

Prosseguindo, disse que os desafios que ficaram da Rio+20 se refletem principalmente na necessidade de maior velocida-de e maior escala nas transfor-mações. Dentro das empresas, todas as áreas e departamentos precisam saber identificar e for-talecer os valores da sustentabi-lidade. “Talvez as principais for-ças transformadoras da socieda-de não sejam mais o medo e a culpa, mas sim o desejo”, conta Lian, para quem o importante é espalhar esse sentimento pela sustentabilidade entre empre-sas, sociedade e governos.

FERNANDO MANOEL

Diretores do Instituto Ethos: Sérgio Mindlin (Conselho Deliberativo), Jorge Abrahão (presidente), Paulo Itacarambi (diretor-vice-presidente) e Henrique Lian (coordenador)

enquanto o mundo sofria vi-sivelmente os efeitos da reces-são econômica de 2008, aqui no Brasil observávamos uma sequ-ência de números nunca antes alcançados. Na última década aumentaram as vagas de empre-go, milhares de pessoas saíram da linha da pobreza, houve uma diminuição da evasão escolar e, principalmente, um aumento no número de exportações.

“Esta visão da crise de 2008 é muito ingênua, ressalta Sergio Besserman , presidente da Câ-mara Tecnológica de Desenvol-vimento Sustentável da prefeitu-ra do Rio de Janeiro e Professor do Departamento de Economia da PUC - RJ. Ele participou do painel “Macroeconomia e sus-tentabilidade: o tamanho e a qualidade do crescimento bra-sileiro”, promovido pela CPFL durante a 15ª Conferência Ethos. Participaram também Ricardo

Abramovay, professor do Depar-tamento de Economia e do Insti-tuto de Relações Internacionais da FEA/USP, João Paulo Rocha, da Deloitte, e Ricardo Votolini, jornalista e publisher da Revista Ideia Sustentável.

Para Besserman, se compa-

rarmos a crise atual com as du-as grandes recessões pelas quais passou a humanidade - a primei-ra em 1919, e a segunda em 1929 - ambas duraram, no mínimo, 20 anos. E, apesar do “clima de progresso” que passa o Brasil, a crise está longe de acabar. Dife-

Uma crise sem precedentes

Decorrido mais de um ano da realização da Rio+20 (Con-ferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sus-tentável) no Rio de Janeiro, uma de suas discussões mais relevantes segue ainda na pauta da sociedade: o engajamento e o posicionamento da iniciativa privada na busca pelo desenvol-vimento sustentável.

No lotado Teatro Geo, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, os participantes da Conferência Ethos 2013 ouvi-ram diferentes visões de repre-sentantes de entidades empre-sariais, da área governamental e estudiosos do tema, todas elas carregadas de preocupação e um discreto otimismo. Afinal, os Objetivos do Desenvolvi-mento Sustentável (ODS) sus-citam um debate complexo e de difícil execução, mas também foram considerados por todos da mesa como totalmente im-prescindíveis.

Para o setor privado, falta identificar e estabelecer metas que possam ser devidamente compreendidas pelo empresa-riado. Segundo eles, diferente-mente dos pontos estabelecidos pelos Objetivos do Milênio, que traziam pontos facilmente identificáveis, os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável ainda precisam ser traduzidos.

Para corroborar com o atual

estado de ânimo do setor pri-vado, o presidente do Instituto Ethos, Jorge Abrahão, apresen-tou dados de uma pesquisa que revela compreensão das empre-sas sobre a urgência de se colo-car o tema do desenvolvimento sustentável na agenda de prio-ridades. Para tanto, os dados da pesquisa apontam que 90% dos entrevistados acreditam em parcerias com a sociedade civil.

José Antonio Marcondes de Carvalho, embaixador do Brasil na Venezuela, destacou a cen-tralidade do tema da erradica-ção da pobreza nas discussões da Rio+20. Ele afirmou ter sido esse o grande avanço da Confe-rência do ano passado, o que re-vela uma importante mudança na maneira como se discute de-senvolvimento. Destacou tam-bém que essa é uma conversa que vai muito além dos gover-nos: é preciso o engajamento do setor privado, principalmente no que se refere ao combate aos grandes problemas globais, co-mo a desigualdade e a pobreza.

Subathirai Sivakumaran, do Programme Specialist of Kno-wledge, Capacity and Results at the BCtA, das Nações Unidas, disse que, sem dúvida, existe um grupo de organizações em-presariais com uma participa-ção ativa nas discussões globais e trabalhando em rede ao lado de governos e da sociedade civil

organizada. Ele também obser-vou que muitas outras empre-sas colocam grande expectativa na tecnologia para a solução de problemas. “Sem dúvida, tecno-logia é muito importante, mas não é a única resposta”, afir-mou, de forma categórica.

Para Climéne Koechlin, di-retora-geral do World Forum Lillie, sediado na França, as empresas, mesmo as de seu pa-ís, estão avançando muito em relação às suas missões econô-micas tradicionais, mas ainda estão longe de cumprir os ob-jetivos estabelecidos pelas Na-ções Unidas.

Protagonismo exigido - Ho-menageado com uma calorosa salva de palmas, o economista Ignacy Sachs, um dos maiores expoentes vivos que trabalham a temática do desenvolvimento sustentável, falou que é chega-da a hora da ONU assumir seu papel de protagonista e liderar o processo de desenvolvimento mundial, “harmonizando os in-teresses dos diferentes países e continentes”.

Sachs ainda defendeu que qualquer processo de desen-volvimento mundial deveria ser, antes de tudo, desigual, ex-plicando que os países mais po-bres precisariam ser mais bene-ficiados, enquanto os mais ricos poderiam crescer menos. “Um desenvolvimento justo não dei-

Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

xa de ser desigual, pois precisa ser superior para os que estão embaixo da cadeia econômica”, conclui.

Carlos Lopes, secretário-executivo da Comissão Eco-nômica da ONU para a África, que participou da conferência falando online da Etiópia, e Felipe Lira, vice-presidente do Fórum Empresas (Chile), foram mais enfáticos e ques-tionadores quanto ao papel das empresas. Lira provocou os

presentes, perguntando se eles estão fazendo o suficiente e se representavam o que realmente a sociedade necessita. “Existem empresas que não estão preocu-padas com os impactos negati-vos quando os lucros forem consideráveis”, pondera. Lopes fez também referência aos mui-tos protestos que tem ocorrido no continente sul-americano e lembrou dos recentes protestos no próprio território chileno, na Colômbia e aqui no Brasil. “As

empresas estão atentas ao seu papel nesses movimentos e suas reivindicações?”

Franklin Feder, presidente da Alcoa América Latina, ressaltou que a iniciativa privada é parte do problema, mas também da solução. Ele ressaltou que são muitas as demandas que en-volvem o setor privado, como o estímulo a toda a cadeia produ-tiva, o engajamento com as co-munidades, além da boa gover-nança, ética e responsabilidade.

CLOVIS FABIANO

No lotado Teatro Geo, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, os participantes da Conferência Ethos 2013 ouviram diferentes visões

rente das anteriores, a atual tem como principal agravante o es-gotamento dos bens ambientais. “Sem essa perspectiva de longo prazo, como o espírito animal dos empresários vai se desenvol-ver? Hoje investe-se em trem ba-la. Se é bala eu não sei, mas que o orçamento dispara, ele dispara”, pontua.

Ricardo Abramovay destacou como fator preocupante o cres-cimento econômico brasilei-ro baseado no que chamou de “reprecarização”. “A qualidade do que estamos colocando no mercado internacional é de uma precarização impressionante. Ele observou que, no país, ações e investimentos em tecnologias que tenham fundamento na sus-tentabilidade ainda são tímidas, mas com resultados animadores, citando como exemplo o Grupo Nativa, que ao invés de utilizar agrotóxicos, está apostando na

saúde do solo de plantações de cana-de-açúcar. Como resul-tado, essas áreas abrigam uma grande variedade de biodiver-sidade com destaque para 245 espécies de vertebrados.

Abramovay criticou ainda a falta de inovação da nossa eco-nomia, dando destaque especial à indústria automobilística. “Ela não é inovadora, é montadora. Estamos oferecendo um bem que consome materiais de uma forma improdutiva “Continua-mos praticando país a fora uma economia baseada na destruição da natureza”. Votolini comple-mentou: “O quadro é trágico. Es-sa indústria ampliou nossos pro-blemas de mobilidade urbana”.

Mesmo com esta perspectiva de esgotamento da natureza, João Paulo Rocha acredita que é possível reverter a situação. A solução, segundo ele, estaria em abrir caminho para a ino-

vação e que as empresas rom-pam com o modelo antigo de fazer negócios. “A questão da informalidade no país dificulta nosso crescimento econômico”, avalia. Por outro lado, destacou o empreendedorismo do brasi-leiro e a “coragem” em tomar riscos como oportunidades.

Para Besserman, o ponto central para superação da atual crise é a reforma política. “Nós temos um sistema político que faliu, que promove a captação de recursos para a manutenção do poder”, pondera.

Abramovay finalizou a mesa defendendo que o desenvolvi-mento sustentável pode repre-sentar o bem-estar nas relações dos bens de consumo e reduzir a exportação. “É um pensamen-to atrasado a ideia de que você vai alimentar o mundo colocan-do mais veneno e mais semen-tes transgênicas no solo”.

FERNANDO MANOEL

Abramovay criticou ainda a falta de inovação da nossa economia

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MACAÉ, DOMINGO, 8 E SEGUNDA-FEIRA, 9 DE SETEMBRO DE 2013 Geral 13

KANÁ MANHÃES

Candidatos sofriam não só com a ansiedade das provas, como também com a falta de uma estrutura básica para acomodá-los

Milla Gamma consagra-se em Campeonato de Jiu-Jítsu

ESPORTE

Tamara [email protected]

mais uma estrela do jiu-jítsu consagra-se campeã e trouxe orgulho para os munícipes. Milla Gamma, a jovem atleta de 19 anos, luta na categoria pena, faixa branca e venceu o Cam-peonato Sul-Americano de Jiu-Jítsu da CBJJO (Confederação Brasileira de Jiu-Jítsu Olímpi-co). O evento foi realizado no dia 17 de agosto, no Clube do Rio, em Niterói-RJ. Os esportis-tas de Macaé são beneficiados pelo Programa de auxílio Bolsa Atleta da prefeitura, em parce-ria com a Fundação de Esporte e Turismo (FESPORTUR).

Milla Gama mostrou sua emoção e, na ocasião, agrade-ceu aos amigos, parentes e ao seu treinador.

“Não tem nada melhor que uma vitória, me sinto com mais vontade de continuar seguin-do em frente. Estou treinando muito, todos os dias e, me es-forçando ao máximo, para con-tinuar conquistando ótimos resultados nos campeonatos. Sempre estou confiante. Quero agradecer ao meu mestre Paulo César Maillet, que está sempre pronto a me ajudar, apoiar e incentivar. Agradeço também a minha família, meus amigos de tatame e aos que sempre me trazem força, porque saber que existem pessoas que me apóiam é muito importante, transmite confiança”- ressal-tou a atleta.

Milla explicou como come-

A jovem de 19 anos ficou em primeiro lugar no Campeonato Sul-Americano da CBJJO (Confederação Brasileira de Jiu-Jítsu Olímpico), na cidade de Niterói.

çou sua paixão pelo jiu-jítsu.“Comecei por causa de uma

amiga, que mora na cidade do Rio de Janeiro, que também luta. Ana Carolina Vieira competiu no mundial da Califórnia, em maio do ano passado e, quando vi su-as lutas, senti enorme vontade de aprender. Desde então, procurei uma academia em Macaé, conhe-ci a Academia Gracie Humaitá, comecei a treinar e, a equipe faz parte da minha vida. Entretanto, comecei a treinar, sempre falan-do que nunca iria competir, fi-quei só até o mês de agosto, por causa de um curso que estava fazendo no mesmo horário do treino e retornei para a academia no final do ano de 2012.

A atleta também falou de suas conquistas.

"Participei do Campeonato Búzios Open, treinei em apenas duas semanas, lutei e fiquei em primeiro lugar na minha cate-goria. Foi Minha primeira com-petição e adorei a adrenalina.Viajei nas férias de final de ano e retornei em março. Competi na 4ª Copa Arraial de Jiu-Jítsu, onde fiquei em segundo lugar. Em junho lutei no Campeona-to Brasileiro da CBJJO (Confe-deração Brasileira de Jiu-Jítsu Olímpico), e também conquistei

o segundo lugar", disse.Criado há anos, o Bolsa Atle-

ta beneficia os esportistas da cidade. A prefeitura instituiu a chamada pública e os esportis-tas tiveram até a última sexta-feira (9) para fazer a inscrição, de acordo com a lei 2.756/06.

A prefeitura informou que o projeto contempla os atletas que são residentes no municí-pio e fazem parte dos Programas Olímpico, Paraolímpico e Não-Olímpico em esportes filiados e regulamentados por federações, confederações e ligas esportivas.

De acordo com o edital, os critérios para a concessão dos benefícios subdividem os atle-tas nas categorias Individual/Coletiva A, B, C, D e E, confor-me as modalidades individuais e/ou coletivas das competições em que participam. Está ve-dada a concessão de mais de uma bolsa ao mesmo atleta, num mesmo exercício. Os va-lores estão de acordo com a lei 2.756/06, assim definidos: Indi-vidual/Coletiva A - R$ 350,00/mês; Individual/Coletiva B - R$ 700,00/mês; Individual/Coleti-va C - R$ 1.000,00/mês; Indivi-dual/Coletiva D - R$ 2.000,00/mês; Individual/Coletiva E - R$ 3.000,00/mês.

DIVULGAÇÃO

Milla Gamma representou o município no Campeonato Sul-Americano de Jiu-Jítsu em Niterói

Detran anuncia melhorias em áreas de exame

INFRAESTRUTURA

Macaé e outros 12 municípios receberão, neste mês, uma estrutura equipada com quatro tendas, 49 cadeiras, água gelada e quatro banheiros químicos

Bertha [email protected]

Antes expostos ao tempo e sem banheiros, os can-didatos que realizavam

exames do Detran em Macaé sofriam não só com a ansiedade das provas, como também com a falta de uma estrutura básica para acomodá-los. Mas o cenário atual pode mudar, segundo uma nota emitida pelo órgão nesta semana.

No documento, o Detran- RJ informa que irá dotar as suas áre-as de exames de uma nova e mo-derna estrutura móvel, que será instalada diariamente nos 13 lo-cais onde estarão sendo realiza-das as provas, onde já existe uma estrutura fixa. Segundo o órgão, Macaé será contemplada com essas melhorias, que tem como objetivo proporcionar maior conforto aos candidatos a moto-rista, bem como aos examinado-res de provas práticas de direção e instrutores de autoescolas.

A melhoria segue a orientação do presidente do Departamento, Fernando Avelino, para que haja um aperfeiçoamento permanen-te no atendimento aos clientes e na qualidade do ambiente de trabalho dos funcionários, o que foi reafirmado pelo próprio pre-sidente, em recente reunião com a diretora de Habilitação, Janete Bloise, e a equipe de examinado-res de provas práticas.

Cada área de exames será equipada com quatro tendas,

49 cadeiras, água gelada e qua-tro banheiros químicos. Tudo planejado com muito capricho e cuidado, como demonstra o detalhe da definição do núme-ro de cadeiras: 45 para os can-didatos agendados para aquela hora; três para os integrantes da banca examinadora; e uma para o profissional responsável pela captura das impressões digitais.

Outra preocupação é o processo diário de montagem e desmon-tagem da estrutura nas 13 áreas. Para que não haja falhas, equipes ficarão responsáveis por chegar aos locais com uma hora de an-tecedência, para cuidar de toda a mobilização e montagem das estruturas. Ao final dos exames, as mesmas equipes se incumbi-rão de toda a desmobilização dos equipamentos e da limpeza da área, para que esta seja devolvida à comunidade em boas condições.

Além da estrutura móvel, os

examinadores passarão a con-tar com novos uniformes. Os antigos jalecos serão trocados por coletes que evitam que o examinador sinta calor exces-sivo. Outra novidade na vesti-menta está por conta da capa de chuva, que antes não fazia parte do uniforme.

Atualmente o DETRAN con-ta com 34 áreas de exames em todo o estado e 300 examinado-res. Cabe ressaltar que cada du-pla de examinadores é respon-sável por atender em média, 22 candidatos por dia. No mês de Julho deste ano, 28.038 candida-tos, de todas as categorias, foram reprovados nos exames para ti-rar a carteira de habilitação.

Sobre os banheiros químicos existentes nas áreas de exame, uma empresa contratada realiza os serviços de mobilização, des-mobilização, limpeza e forneci-mento de material higiênico.

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