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{ página } 1 Um exercício em dois tempos baseado em textos reais Universidade de Lisboa : Faculdade de Belas-Artes : Licenciatura em Design de Comunicação : ano lectivo 2009’10 : 2º semestre docente Sofia Gonçalves {sofi[email protected]} UPLOAD-DOWNLOAD {fig.} Utriusque cosmi maioris scilicet et minoris, metaphysica at que technica historia. Robert Fludd. 1619 Nothing happens out of context. Few things we make have no pre-cedent. It is important to understand how one thing fits into the larger family of things it belongs to. You can’t enjoy the variation if you don’t know the theme. Chris Pullman. “some things change… in The Education of an Graphic Designer

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Um exercício em dois tempos baseado em textos reaisUniversidade de Lisboa : Faculdade de Belas-Artes : Licenciatura em Design de Comunicação : ano lectivo 2009’10 : 2º semestre

docente Sofia Gonçalves {[email protected]}

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{fig.} Utriusque cosmi maioris scilicet et minoris, metaphysica at que technica historia. Robert Fludd. 1619

Nothing happens out of context. Few things we make have no pre-cedent. It is important to understand how one thing fits into the larger family of things it belongs to. You can’t enjoy the variation if you don’t know the theme.Chris Pullman. “some things change… in The Education of an Graphic Designer

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Com a latência permanente do “choque tecnológico”como pano de fundo, torna-se urgente a criação de uma consciência teórica consistente que funda-mente a prática das tecnologias e dos Novos Media.Pretende-se, deste modo que, cada grupo de alunos desenvolva um trabalho de análise crítica, em torno de alguns textos fundamentais/fundadores dos Novos Media, cujo carácter antológico (re)inscreve esta problemática numa perspectiva histórica.Para tal, propõe-se como metodologia, um (re)conhecimento sustentado destes testemunhos, transportado posteriormente para uma plataforma de investigação e análise crítica e, mais tarde devolvida através de uma apresentação (que se assume como uma “remistura” daquilo que são os conteú-dos dos textos e da massa crítica construída/digerida a partir da análise dos mesmos).

Este momento é desenvolvido em grupo (3/4 alunos máx.).

01 Introdução

{figs.} Sketchpad. Ivan Sutherland. 1963

estação de trabalho com ecrã de televisão, teclado, rato e micro-telefone. Douglas Engelbart e William English. 1968

Multimedia is emerging as the defining medium of the twenty-first century.(…) Yet the concept of integrated, interactive me-dia has its own long history, an evolution that spans more than 150 years. Remarkably, this has been a largely untold story. Discussions of the development of the personal computer and the Internet tend to focus on a few highly successful entrepreneurs, neglecting the less-known work of the engineers and artists who first sought to craft a medium that would appeal to all the senses simultaneously—a medium that would mimic and enhance the creative capacities of the human mind.Randall Packer e Ken Jordan, “Overture” in Multimedia from Wagner to Vitual Reality.

What is new media? We may begin answering by listing the categories commonly discussedunder this topic in the popular press: the Inter-net, Web sites, computer multimedia, computer games, CD-ROMs and DVD, virtual reality.(...) Shall we accept this definition? If we want to understand the effects of computerization on culture as a whole, I think it is too limiting. There is no reason to privilege the computer as a machine for the exhibition and distribution of media over a computer as a tool for media pro-duction or as a media storage device. All have the same potential to change existing cultural languages. And all have the same potential to leave culture as it is.Lev Manovich, “What is New Media?” in The Language of New Media. 2001

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No seguimento da tomada de consciência de que os novos media são por natureza fluídos e exigem permanentemente a desconstrução do papel passivo do observador perante o objecto, procura-se que cada aluno, individualmente, desenvolva um documento/objecto de síntese, acção/reacção às apresentações Upload.Tomando como ponto de partida apenas uma das apresentações (excluindo a sua própria) e, procurando desenvolver uma plataforma de conexão e entendimento permanentes entre aquilo que nos é dado (Upload) e as nossas escolhas (Download), o aluno deverá desenvolver um documento/manifesto de resposta ao cenário previamente antevisto/absorvido, testando deste modo, os limites da reflexão e da crítica.O exercício pode então obedecer a um carácter de síntese, de reflexão, desconstrução, negação ou contra-proposta. Pode ser de natureza conclusiva, descritiva, especulativa ou simplesmente interrogativa.O aluno deverá começar a esboçar possíveis respostas, transformando as apresentações em potenciais laboratórios de trabalho. Deste modo, e ainda durante as apresentações Upload, os alunos poderão registar (pelos meios que considerem adequados), alguns aspectos das várias exposições._Este momento é desenvolvido individualmente.

01 Introdução

{fig.} Lorna. Lynn Hershman. 1979-1983

Traditional narrative has been augmented by the advent of New Media, not just through the revolutionary distributive aspects of the tech-nology, but principally through the changed re-lationship between audience and author.Martin Rieser e Andrea Zapp, “An age of Narrative Chaos”

in New Media: Cinema/Art/Narrative

A nova regra exige que qualquer troca de in-formações, com maioria de razão quando estas informações entram num projecto artístico, se estabeleça imediata e interactivamente. A sua lógica é a de associar o mais intimamente pos-sível o espectador à obra, a de lhe delegar certas responsabilidades do autor, enquanto o próprio autor se aparelha com a máquina e se funde com ela, nos seus programas, na rede.

(…) Mas no horizonte deste sistema perfila-se também uma outra face da arte, inquietante. Uma arte impaciente e febril, em que qualquer espera, mediação, distância se tornaria algo de intolerável e de inintegrável. Uma arte que preferiria a hipervelocidade do reflexo às len-tidões da reflexão (…). Uma arte que, renun-ciando à espera, à hesitação, à interrogação, à dúvida, à reserva, nos privaria das nossas ca-pacidades de juízo, de crítica – uma vez que criticar seria já fazer uma pausa, sair do tempo real – e portanto de qualquer apreciação, difer-enciação. Uma arte que, se marca a mesma hora para todos, teria perdido o gosto do Tempo.Edmond Couchot, “Tecnologias da Simulação, um sujeito “aparelhado”

in Revista de Comunicação e Linguagens. Real vs. Virtual

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02 Componentes do exercício

03 Fases de desenvolvimento e calendarização

04 Objectivos

O trabalho é constituído pelos seguintes elementos:

UPLOAD (1):

Apresentação:Momento público de exposição das ideias ou conceitos seminais que os textos contém, enunci-ando os seus dispositivos ou processos, numa abordagem descritiva, interpretativa ou exploratória dos mesmos.Os alunos devem, sempre que possível, recolher e disponibilizar registos (vídeos, imagens, som) que contextualizem as apresentações.

Duração máxima da apresentação: 20 minutos (+ 10 minutos para discussão na aula). Privilegiando a aproximação dos conteúdos aos modos de apresen-tação, os alunos devem explorar múltiplos media (audiovisuais, hipermedia, multimedia, meios im-pressos). É da responsabilidade de cada grupo, asse-gurar a requisição do material e sala necessários para cada apresentação.

Local de apresentação: Faculdade de Belas-Artes (local específico a definir pelo grupo)

UPLOAD (2):

Documentação/Blog:Compilação/síntese de todo o material (textual, vi-sual, sonoro) que os alunos considerem válidos para um bom entendimento da aproximação ao texto se-lecionado.Este suporte serve como documentação da apresen-tação e também da análise efectuada em torno do texto seleccionado.

Cada grupo pode usar o serviço de blogs que consi-dere mais adequado. No entanto, sugere-se a utiliza-ção da plataforma wordpress (http://wordpress.com)

DOWNLOAD:

objecto/documentoNo seguimento do momento upload, cada aluno deverá entregar um documento/objecto como “res-posta” a uma das apresentações.Não se pretende que este objecto seja descritivo (meramente textual), mas acima de tudo demonstra-tivo de uma leitura crítica a uma das apresentações dos colegas.Para tal, poderá recorrer aos formatos, suportes, tec-nologias e estratégias de comunicação que considere adequadas para a correcta apresentação do objecto.

10’MAR: Constituição dos grupos e selecção/atribuição dos textos {upload}

25 + 26’MAR: Entrega de documento: constituição do grupo de trabalho, nomeação do texto a analisar e local de apresentação {upload}. 1º momento de análise do texto seleccionado: 3 ecrãs para visualização em sala de aula (.pdf ou .jpeg_ 72 dpi)

14 + 15 + 16 + 21’ABR:Apresentações {upload}

29 + 30’ABR:entrega de documentação (blog) {upload} + acompanhamento objecto/documento {download}

05 + 06 + 07’MAI:entrega objecto/documento {download}: 3 ecrãs para visualização em sala de aula (.pdf ou .jpeg_ 72 dpi)

Evolução das capacidades de investigação e de articulação dos conhecimentos no contexto do multimédia e cultura digital.Exploração de diversas formas de registo e de representação como contributos para a criação de sentido.Realização de experiências em diversos domínios técnicos e exploração de linguagens subjacentes.Desenvolvimento de uma cultura específica e das capacidades de análise e crítica, como bases para uma actividade projectual.Desenvolver as capacidades de reflexão e conceptualização, bem como da construção e formalização das ideias.

{fig.} Sistema de projecção Multi-Visual. Charles Eames. Feira mundial de Moscovo. 1959

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05 Textos

06 Bibliografiade referência

01 The Garden of Forking Paths. Jorge Luis Borges in New Media Reader 1941

02 As We May Think. Vannevar Bush in New Media Reader disponível em <http://web.mit.edu/STS.035/www/PDFs/think.pdf> 1945

03 Cybernetics in History. The Human Use of Human Beings. Norbert Wiener in Multimedia: from Wagner to Virtual Reality 1954

04 The Cinema of the Future. Morton Heilig in Multimedia: from Wagner to Virtual Reality 1955

05 The Medium is the message. Marshall McLuhan in Unbound Project, nº17 1960

06 Augmenting Human Intellect: A conceptual framework. Douglas Engelbart in New Media Reader

disponível em <http://dougengelbart.org/pubs/augment-3906.html> 1962

07 Sketchpad: A Man-Machine Graphical Communication System. Ivan Sutherland in New Media Reader 1963

08 The Future of the Novel. William Burroughs in Multimedia: from Wagner to Virtual Reality 1964

09 A File Structure for The Complex, The Changing, and the Indeterminate. Theodor H. Nelson in New Media Reader. disponível em <http://www.scribd.com/

doc/454074/A-File-Structure-for-the-Complex-The-Changing-And-the-Indeterminate> 1965 + Proposal for a Universal Electronic Publishing System and Archive

(from Literary Machines). Theodor H. Nelson in New Media Reader disponível em < http://www.scribd.com/Proposal-for-a-Universal-Electronic-Publishing-System-

and-Archive/d/454107> 1981

10 Four Selections by Experiments in Art and Technology, From “The Garden Party” (Billy Klüver, From 9 Evenings. E.A.T. [Press Release]. E.A.T.,

1967. The Pavilion) in New Media Reader 1965. 1966. 1967

11 Culture Intercom, A Proposal and Manifesto. Stan Vanderbeek in Film Culture,

disponível em <http://www.eddietainment.googlepages.com/RZMI4UAJCY.pdf> 1965

12 Synesthesia and Intersenses: Intermedia. Dick Higgins in ubuweb. Disponível em

<http://www.ubu.com/papers/higgins_intermedia.html> 1965+1981

13 Constituents of a Theory of the Media. Hans Magnus Enzensberger in New Media Reader

disponível em <http://www.religion-online.org/showarticle.asp?title=1567> 1970

14 Expanded education for the Paperless Society. Nam June Paik in Radical software. disponível em <www.radicalsoftware.org/volume1nr1/pdf/VOLU-

ME1NR1_art02.pdf > 1970

15 From Computer Lib / Dream Machines. Theodor H. Nelson in New Media Reader

disponível em <www.newmediareader.com/book_samples/nmr-21-nelson.pdf> 1970-74

16 Books without pages. Nicholas Negroponte 1979

17 Will There be Condominiums in Data Space?. Bill Viola in New Media Reader

disponível em <http://classes.dma.ucla.edu/Spring06/259M/readings/viola.pdf> 1982

18 Personal Dynamic Media. Alan Kay and Adele Goldberg in New Media Reader disponível em < http://www.newmediareader.com/book_samples/nmr-26-kay.pdf>

1977 + User Interface: a personal view. Alan Kay in Multimedia: from Wagner to Virtual Reality disponível em < http://www.scribd.com/doc/8645263/alan-kay> 1989

19 Is There Love in the Telematic Embrace? Roy Ascott. disponível em <www.vodafone.com/flash/receiver/07/articles/pdf/03.pdf> 1990

20 Hypertext, Hypermedia and Literary studies: the state of the art. George Landow e Paul Delany in Multimedia: from Wagner to Virtual Reality 1991

21 You Say you want a Revolution? Hypertext and the laws of Media. Stuart Moulthrop in New Media Reader disponível em <www.newmediareader.com/

book_samples/nmr-48-moulthrop.pdf> 1991

22 Seeing and Writing (from Writing Space). J. David Bolter in New Media Reader 1991

23 Information Management: a Proposal. Tim Berners-Lee in Multimedia: from Wagner to Virtual Reality 1989

24 The Art and Architecture of Cyberspace. Collective Intelligence. Pierre Levy in Multimedia: from Wagner to Virtual Reality 1994

25 Immediacy, Hypermediacy and Remediation. Jay David Bolter e Richard Grusin in Remediation, Understanding New Media 1999

26 What New Media is Not. Lev Manovich in The Language of New Media 2001

27 The Poetics of the Navigation + The Navigator and the Explorer. Lev Manovich in The Language of New Media disponível em < http://andreknoerig.de/

portfolio/03/bin/resources/manovich-langofnewmedia.pdf> 2001

28 This stands as a sketch for the future: Muriel Cooper and the Visual Language Workshop. David Reinfurt. Disponível em: www.dextersinister.org/ME-

DIA/PDF/Thisstandsasasketchforthefuture.pdf 2007

FRUIN, Noah Wardrip-Fruin (ed.) (2003). The New Media Reader. The MIT Press: Massachussets, Cambridge alguns conteúdos disponíveis em: http://books.google.pt/books?id=DQYXoRx9CcEC&dq=The+New+Media+Reader&printsec=frontcover&source=bn&hl=pt-PT&ei=FmG-SdncIdyxjAem9fCrCA&sa=X&oi=book_result&resnum=4&ct=result#PPP1,M1

PACKER, Randall; JORDAN, Ken (ed.) (2001). Multimedia: from Wagner to virtual reality. Norton&Company: Nova Iorquealguns conteúdos disponíveis em: http://www.artmuseum.net/w2vr/contents.html