nota tecnica pec 74 2015 pec dos precatorios 503581093

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7/24/2019 Nota Tecnica Pec 74 2015 Pec Dos Precatorios 503581093 http://slidepdf.com/reader/full/nota-tecnica-pec-74-2015-pec-dos-precatorios-503581093 1/8 Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil  –  Assessoria Legislativa SAUS Quadra 05 Lote 01 Bloco “M” – Brasília/DF – Brasil – CEP: 70070-939 Tel: 61 2193-9673/ 2193-9625 /2193-9700/ E-mail: [email protected] / www.oab.org.br 1 NOTA TÉCNICA Assunto:  PEC 74/2015 - Acrescenta parágrafos ao artigo 100 da Constituição Federal, dispondo sobre o regime de pagamento de débitos públicos decorrentes de condenações judiciais, e acrescenta disposições ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, instituindo regime especial de pagamento para os casos em mora. A propósito da apresentação da PEC 74/2015, a OAB Nacional, por meio de sua Comissão Especial de Precatórios, vem proferir a seguinte NOTA TÉCNICA, a fim de contribuir para discussão de tão importante tema no âmbito do Congresso  Nacional. Apresentação e tramitação da EC 74/2015 A PEC 74/2015 foi elaborada visando acrescentar parágrafos ao artigo 100 da Constituição Federal, que dispõe sobre o regime de precatórios judiciais, bem como acrescentar dispositivos ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, instituindo novo regime especial de pagamento para os casos em mora. A PEC foi apresentada no último dia 25 de junho à Câmara dos Deputados, sendo imediatamente designado como Relator o Deputado José Maia Filho (SD/PI), tendo entrado em pauta para exame de admissibilidade pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no próximo dia 30 de junho. Em sua justificativa, os autores da referida PEC sustentam que “... a  presente emenda viabiliza as contas nacionais e a efetiva quitação da dívida histórica com os credores de precatórios ao mesmo tempo em que garante o cumprimento das demais obrigações constitucionais, legais e contratuais dos entes federados,

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SAUS Quadra 05 Lote 01 Bloco “M” – Brasília/DF – Brasil – CEP: 70070-939

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NOTA TÉCNICA

Assunto:  PEC 74/2015 - Acrescenta parágrafos ao artigo 100 da

Constituição Federal, dispondo sobre o regime de pagamento de

débitos públicos decorrentes de condenações judiciais, e

acrescenta disposições ao Ato das Disposições Constitucionais

Transitórias, instituindo regime especial de pagamento para os

casos em mora.

A propósito da apresentação da PEC 74/2015, a OAB Nacional, por meio

de sua Comissão Especial de Precatórios, vem proferir a seguinte NOTA TÉCNICA, a

fim de contribuir para discussão de tão importante tema no âmbito do Congresso

 Nacional.

Apresentação e tramitação da EC 74/2015

A PEC 74/2015 foi elaborada visando acrescentar parágrafos ao artigo

100 da Constituição Federal, que dispõe sobre o regime de precatórios judiciais, bem

como acrescentar dispositivos ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,

instituindo novo regime especial de pagamento para os casos em mora.

A PEC foi apresentada no último dia 25 de junho à Câmara dos

Deputados, sendo imediatamente designado como Relator o Deputado José Maia Filho(SD/PI), tendo entrado em pauta para exame de admissibilidade pela Comissão de

Constituição e Justiça (CCJ) no próximo dia 30 de junho.

Em sua justificativa, os autores da referida PEC sustentam que “...a

 presente emenda viabiliza as contas nacionais e a efetiva quitação da dívida histórica

com os credores de precatórios ao mesmo tempo em que garante o cumprimento das

demais obrigações constitucionais, legais e contratuais dos entes federados,

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observando estritamente as diretrizes fixadas pelo Supremo Tribunal Federal no

 julgamento da ADI 4.357/DF ” (grifamos). 

 Nesse julgamento, o STF, ao modular a declaração de

inconstitucionalidade proferida em relação ao art. 97-ADCT, determinou que os

 precatórios em mora fossem liquidados em parcelas mensais em quantia suficiente à

quitação dos débitos vencidos até o final do exercício de 2020, impondo elevação, já a

 partir de janeiro de 2016, do comprometimento mensal pelos Estados e Municípios cuja

dívida não possa ser quitada nesse prazo mediante os repasses até então realizados.

A fim de garantir o cumprimento desse prazo, o STF determinou a

manutenção do regime de sanção previsto no § 10 do art. 97-ADCT, de modo que a

falta de pagamento da parcela mensal integral implicasse o sequestro de rendas do ente

federado, sanção essa que os vem obrigando, desde o início de vigência da Emenda

Constitucional 62/2009, a realizar pagamentos de forma regular e ininterrupta.

A alteração do corpo permanente da Constituição Federal

A maioria dos Estados e Municípios brasileiros não têm precatórios em

atraso. Essa constatação revela que apenas a menor parte dos entes federados não vem

liquidando, no prazo previsto no § 5° do art. 100 da Constituição Federal, as requisições

de pagamento expedidas pelo Poder Judiciário em decorrência de condenações judiciais.

A PEC 74/2015, sob o pretexto de viabilizar o cumprimento da decisão

do STF, propõe a inclusão no corpo permanente da Carta da República de dispositivos

que claramente desestimula o cumprimento integral dos débitos judiciais, favorecendo a

criação de eventuais passivos pelos entes federados que hoje vêm cumprindo

regularmente seus precatórios e as requisições de pequeno valor (RPVs).

Com o critério adotado pelo § 19 do art. 100, os entes federados poderão

financiar a parcela anual que exceder à média do comprometimento percentual da

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receita corrente líquida nos 5 anos imediatamente anteriores, permitindo que sejam

contraídos financiamentos sucessivos sem nenhum impacto no limite global de

endividamento.

Ora, permitir que entes federados que não têm precatórios em atraso [e

que portanto não estão no regime especial] possam contrair financiamentos anuais e

sucessivos para rolar indefinidamente seus débitos judiciais toda vez que houver uma

 pequena variação da média do comprometimento dos últimos 5 exercícios, constitui

medida que não só extrapola os limites da decisão do STF, como não se justifica à luzdo princípio da proporcionalidade.

É evidente o impacto negativo que tal medida poderá ter sobre as contas

 públicas, já que tais financiamentos não entrarão no cálculo do endividamento global

dos entes públicos, sem qualquer comprovação da necessidade do financiamento,

situação que poderá ser reiterada em todo ano.

Embora seja razoável se permitir que, em determinadas e excepcionais

situações, sejam flexibilizadas as regras financeiras e orçamentárias para evitar um mal

maior, viabilizando sempre o cumprimento dos débitos judiciais nos prazos previstos

 pela legislação, não se pode conceber, em caráter permanente, regra que possa ser

utilizada, na prática, mesmo sem nenhuma necessidade ou ocorrência de circunstância

realmente excepcional.

Dessa forma, ao se admitir que a PEC 74/2015 possa tratar de questões

que não estejam relacionadas ao julgamento da ADI 4.357 pelo STF, a adoção da média

de comprometimento dos últimos 5 anos não se afigura o melhor critério para se

 permitir a obtenção de financiamento sem comprometer o limite de endividamento.

Melhor seria se a regra contemplasse situação especial, de súbita

elevação do mapa anual de precatórios, para concessão de tratamento excepcional que

ensejasse, de fato, flexibilização da regra de austeridade fiscal, como a requisição anual

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de precatórios superior a 5% da Receita Corrente Líquida, não incluindo aí as

requisições de pequeno valor, que devem ser liquidadas em até 90 dias.

Dessa forma, o § 19 do art. 100 da Constituição Federal deveria receber a

seguinte redação:

§ 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de condenações

 judiciais em precatórios, em um período de 12 (doze) meses,

ultrapasse 5% (cinco por cento) da receita corrente líquida do entedevedor, a parcela que ultrapasse esse percentual poderá ser

financiada, excetuada dos limites de endividamento de que tratam os

incisos VI e VII do artigo 52 desta Constituição e quaisquer outros

limites de endividamento previstos, não se aplicando a este

financiamento a vedação de vinculação de receita do artigo 167, IV

desta Constituição.

O novo regime especial: redução do comprometimento orçamentário e a

ausência de sanção

Em relação aos dispositivos que a PEC 74/2015 pretende incluir no

ADCT, ao contrário do que se verifica na justificativa da proposta, objetiva-se

claramente reduzir, a partir de janeiro de 2016, o comprometimento das parcelas

mensais que hoje vem sendo praticado pelos entes federados enquadrados no regime

especial previsto no art. 97-ADCT.

O STF determinou o pagamento da dívida em 5 anos, a partir de janeiro

de 2016, em parcelas mensais que correspondam a 1/60 avos do valor total, de forma a

quitá-la totalmente até o final de 2020. Para isso, o comprometimento mensal deve ser

elevado.

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Entretanto, em vez de aumentar, a PEC 74 reduz o comprometimento

mensal, possibilitando o pagamento, até o final de 2020, pela média dos valores pagos

entre 2010 a 2014 (ADCT, art. 101, caput ), período em que os desembolsos foram bem

menores. Na prática, o fluxo de recursos cairá entre 30% e 40% em relação ao que é

destinado atualmente para essas dívidas.

Esse critério premia o ente federado que, descumprindo a Constituição da

República, comprometeu receita menor do que a necessária para o pagamento dos

 precatórios.

Por outro lado, as sanções previstas em caso de inadimplência no § 10 do

art. 97-ADCT, mantidas pelo STF na modulação da decisão proferida na ADI 4.357,

foram intencionalmente omitidas na PEC 74/2015.

Pelo projeto, a única obrigação que Estados, Distrito Federal e

Municípios teriam, a partir do ano que vem, seria desembolsar, mensalmente e até ofinal de 2020, a média do que pagaram nos últimos 5 anos, nem um centavo a mais, não

havendo nenhuma sanção caso deixem de empregar os recursos adicionais previstos na

 proposta de forma meramente optativa. E se a PEC 74 não prevê sanção é porque não se

tem nenhuma intenção de pagar.

A única razão que tem levado as entidades públicas a pagar precatórios

nos últimos 5 anos, é o conjunto de sanções previsto no § 10 do art. 97-ADCT ―

especialmente o sequestro de rendas ―, o que levou o STF a mantê-lo como garantia de

que os débitos vencidos serão, de fato, liquidados até 2020 mediante amortizações

mensais correspondentes ao valor total da dívida.

Ao retirar as sanções fixadas pelo STF, deixando ao critério das próprias

entidades devedoras a utilização dos mecanismos de financiamento previstos, é bastante

óbvio que a proposta pretende apenas reeditar um novo calote contra os credores de

 precatórios, aplicando um verdadeiro bypass na decisão proferida pelo Supremo.

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Por isso, é fundamental que a PEC 74 mantenha as sanções que, tal como

fixadas pelo STF, garantam, já a partir de janeiro de 2016, a satisfação integral do

 pagamento, sob pena de sequestro da diferença mensal correspondente ao valor

necessário à liquidação dos precatórios vencidos até o final do exercício de 2020.

Da forma que foi apresentado, única e exclusivamente para fugir dos

critérios estabelecidos pelo STF, sem nenhuma obrigatoriedade na satisfação dos

 pagamentos integrais, a PEC 74 revela-se em um indisfarçável engodo, pois propiciará,na prática, a partir do ano que vem (ano eleitoral), uma substancial redução dos

 pagamentos mensais de precatórios, resultando, em pouquíssimo tempo, no aumento da

dívida, criando uma situação ainda mais grave do que a atual, em total desarmonia com

o julgamento da Suprema Corte.

Conclui-se, nesse quadro, que o escopo da proposta, endossada pelos

Deputados que a subscreveram, distancia-se completamente da justificativa apresentadaà Câmara dos Deputados, já que procura escapar das consequências e das sanções

firmadas pelo STF na ADI 4.357.

Assim, a PEC 74/2015, adotando uma versão piorada do art. 97-ADCT,

incorre nas mesmas inconstitucionalidades já declaradas pela Suprema Corte,

merecendo o mais veemente repúdio da Ordem dos Advogados do Brasil.

Alterações propostas pela OAB Nacional

Diante disso, além daquela alteração acima mencionada ao § 19 do art.

100 da Constituição, impõem-se alterações nos seguintes dispositivos a serem

acrescidos ao ADCT, a fim de ajustá-los ao comando normativo fixado na modulação

da ADI 4.357:

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Art. 101. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que, em 25

de março de 2015, estiverem em mora com o pagamento de seus

 precatórios, depositarão mensalmente, em conta especial do Tribunal

de Justiça local, sob a única e exclusiva administração deste, 1/12 (um

doze avos) do valor calculado percentualmente sobre suas respectivas

receitas correntes líquidas, apuradas no segundo mês anterior ao mês

de pagamento, em percentual suficiente para a liquidação dos débitos

até 31 de dezembro de 2020, vedada a redução do percentual praticado

em 25 de março de 2015.

§ 1° (...)

§ 2º. Caso a liquidação total dos débitos em mora exija a aplicação de

recursos em percentuais superiores àquele praticado em 25 de março

de 2015 no atendimento de precatórios judiciais, a parcela que

ultrapasse esse percentual poderá ser financiada, excetuada dos limites

de endividamento de que tratam os incisos VI e VII do artigo 52 desta

Constituição e quaisquer outros limites de endividamento previstos,

não se aplicando a este financiamento a vedação de vinculação de

receita do artigo 167, IV desta Constituição.

Art. 102. (...)

Parágrafo único. A aplicação dos recursos remanescentes, por opção a

ser exercida por Estados, Distrito Federal e Municípios, por ato do

respectivo Poder Executivo, poderá ser destinada ao pagamento

mediante acordos diretos, realizados segundo a ordem cronológica,

 perante Juízos Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com reduçãomáxima de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito atualizado,

desde que em relação ao crédito não penda recurso ou defesa judicial,

e sejam observados os requisitos definidos na regulamentação editada

 pelo ente federado.

Art. 103. Caso não sejam tempestivamente liberados, no todo ou em

 parte, os recursos referidos no artigo 101:

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I –  o Presidente do Tribunal de Justiça local determinará o sequestro,

até o limite do valor não liberado, das contas do ente inadimplente;

II –  o chefe do Poder Executivo do ente inadimplente responderá, na

forma da legislação de responsabilidade fiscal e de improbidade

administrativa;

III - a União reterá os repasses relativos ao Fundo de Participação dos

Estados e do Distrito Federal e ao Fundo de Participação dos

Municípios, e os depositará na conta especial referida no art. 101;

IV - enquanto perdurar a omissão, a entidade devedora:

a) não poderá contrair empréstimo externo ou interno, exceto para os

fins previstos no § 2° do artigo 101;

 b) ficará impedida de receber transferências voluntárias.

Parágrafo único. Enquanto Estados, Distrito Federal e Municípios

estiverem realizando pagamentos de precatórios em conformidade

com o que estabelece o artigo 101, nem eles nem suas autarquias e

fundações por eles mantidas poderão sofrer sequestro de valores,exceto no caso de não liberação tempestiva dos recursos mensais

necessários à liquidação total dos débitos até 31 de dezembro de 2020,

inclusive da parcela prevista no § 2° do artigo 101 caso o ente

inadimplente não venha a obter o financiamento para seu pagamento.

Brasília, 28 de junho de 2015.

Marcus Vinícius Furtado Coêlho

Presidente da OAB Nacional

Marco Antonio Innocenti

Presidente da Comissão Especial de Precatórios