nota tecnica dr. rudi cassel

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Brasília | SAUS, quadra 5, bloco N, salas 212 a 217, ed. OAB, Asa Sul, 70070-913 (61) 3223-0552 Rio de Janeiro | Av. Treze de Maio, 13, sala 1811, ed. Municipal, Centro, 20031-901 (21) 2276-9637 www.cer.adv.br Página 1 de 7 Nota técnica ABOJERIS/001/2011 RESUMO: Nota técnica. Consulta formulada pela ABOJERIS. Novo plano de carreira. Absorção do cargo de oficial pelo Analista Judiciário. Medida inadequada. Criação do cargo de Oficial de Justiça. Medida que respeita a competência legislativa da União, o Código de Processo Civil e a Consolidação das Leis do Trabalho. Exemplo de resgate do Oficial de Justiça pelo plano de carreira federal. Precedentes do Conselho Nacional de Justiça que estimulam a criação do cargo, a evitar o desvio de função. Opinião pela criação/manutenção do cargo autônomo de Oficial de Justiça. Consulta a ABOJERIS sobre quais são os fundamentos e as justificativas para se incorporar ao novo plano de cargos, carreiras e remunerações dos servidores do Poder Judiciário do Estado do Rio Grande do Sul, o cargo de Oficial de Justiça, na contraposição à mera especialidade do cargo de Analista Judiciário da área fim. Em que pese a intenção de alguns planos de carreira de unificar o Oficial de Justiça, como se especialidade fosse, ao cargo de Analista Judiciário, a medida é contraditória por várias razões. Note-se que o Oficial de Justiça atua como longa manus do juiz e suas funções são essenciais à entrega efetiva da prestação jurisdicional, portanto, indispensáveis à realização concreta da justiça. Nessas condições, os Oficiais de Justiça estão adstritos à atividade-fim dos tribunais. Entre as normas regentes do cargo de oficial, o plano de carreira é apenas um elemento complementar, que não pode invadir a competência legislativa atribuída à União para legislar sobre processo civil, processo penal e direito do trabalho, por exemplo. Nesse contexto, destacam-se regras específicas do Código de Processo Civil e da Consolidação das Leis do Trabalho. Pelo Código de Processo Civil, evidencia-se que os Oficiais desempenham atividades diferenciadas dos demais servidores da justiça institucional, porque suas tarefas compreendem: (i) procurar o réu onde o encontrar (arts. 226 a 228, 239 e 663); (ii) fazer pessoalmente as citações, prisões, penhoras, arrestos e mais diligências (busca de bens penhorados e apreendidos) próprias do seu ofício (art. 143);

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Page 1: Nota tecnica dr. rudi cassel

Brasília | SAUS, quadra 5, bloco N, salas 212 a 217, ed. OAB, Asa Sul, 70070-913 (61) 3223-0552 Rio de Janeiro | Av. Treze de Maio, 13, sala 1811, ed. Municipal, Centro, 20031-901 (21) 2276-9637

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Nota técnica ABOJERIS/001/2011

RESUMO: Nota técnica. Consulta formulada pela ABOJERIS. Novo plano

de carreira. Absorção do cargo de oficial pelo Analista Judiciário. Medida

inadequada. Criação do cargo de Oficial de Justiça. Medida que respeita a

competência legislativa da União, o Código de Processo Civil e a

Consolidação das Leis do Trabalho. Exemplo de resgate do Oficial de

Justiça pelo plano de carreira federal. Precedentes do Conselho Nacional de

Justiça que estimulam a criação do cargo, a evitar o desvio de função.

Opinião pela criação/manutenção do cargo autônomo de Oficial de Justiça.

Consulta a ABOJERIS sobre quais são os fundamentos e as justificativas

para se incorporar ao novo plano de cargos, carreiras e remunerações dos servidores do Poder

Judiciário do Estado do Rio Grande do Sul, o cargo de Oficial de Justiça, na contraposição à

mera especialidade do cargo de Analista Judiciário da área fim.

Em que pese a intenção de alguns planos de carreira de unificar o Oficial de

Justiça, como se especialidade fosse, ao cargo de Analista Judiciário, a medida é contraditória

por várias razões.

Note-se que o Oficial de Justiça atua como longa manus do juiz e suas

funções são essenciais à entrega efetiva da prestação jurisdicional, portanto, indispensáveis à

realização concreta da justiça. Nessas condições, os Oficiais de Justiça estão adstritos à

atividade-fim dos tribunais.

Entre as normas regentes do cargo de oficial, o plano de carreira é apenas

um elemento complementar, que não pode invadir a competência legislativa atribuída à

União para legislar sobre processo civil, processo penal e direito do trabalho, por exemplo.

Nesse contexto, destacam-se regras específicas do Código de Processo Civil e da

Consolidação das Leis do Trabalho.

Pelo Código de Processo Civil, evidencia-se que os Oficiais desempenham

atividades diferenciadas dos demais servidores da justiça institucional, porque suas tarefas

compreendem:

(i) procurar o réu onde o encontrar (arts. 226 a 228, 239 e 663);

(ii) fazer pessoalmente as citações, prisões, penhoras, arrestos e mais

diligências (busca de bens penhorados e apreendidos) próprias do seu ofício (art. 143);

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(iii) estar presente às audiências (art. 143, inciso IV) e coadjuvar o juiz na

manutenção da ordem;

(iv) realização dos atos ou diligências judiciais em horários diferentes dos

demais servidores – art. 172 - das 6 às 20 horas;

(v) citação e penhora excepcionalmente em domingos e feriados ou nos dias

úteis fora do horário estabelecido;

(vi) citação durante as férias e feriados - arts. 173 e 174;

(vii) exposição a vicissitudes e intempéries, riscos de todo tipo (arts. 577,

660 a 662), tanto nos locais aos quais se dirigem (art. 938), quanto à variedade de pessoas

alvos das execuções dos mandados, das intimações e citações.

Rotineiramente, essas tarefas são realizadas individual e externamente aos

órgãos do Poder Judiciário, em horários e locais constantemente alternados, sem colegas ao

lado para auxiliar na atividade ou diligência, salvo raras exceções, a exemplo do artigo 661 do

CPC, que exige 02 (dois) oficiais para cumprimento de ordem de arrombamento.

Ainda do Código de Processo Civil, é retirado o tratamento individualizado

ao cargo de oficial de justiça, em vários artigos:

Art. 139. São auxiliares do juízo, além de outros, cujas atribuições são

determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o oficial

de justiça, o perito, o depositário, o administrador e o intérprete.

Art. 140. Em cada juízo haverá um ou mais Oficiais de Justiça, cujas

atribuições são determinadas pelas normas de organização judiciária.

(...)

Art. 143. Incumbe ao Oficial de Justiça:

I - fazer pessoalmente as citações, prisões, penhoras, arrestos e mais

diligências próprias do seu ofício, certificando no mandado o ocorrido, com

menção de lugar, dia e hora. A diligência, sempre que possível, realizar-se-á

na presença de duas testemunhas;

II - executar as ordens do juiz a que estiver subordinado;

III - entregar, em cartório, o mandado, logo depois de cumprido;

IV - estar presente às audiências e coadjuvar o juiz na manutenção da

ordem.

V - efetuar avaliações.

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(...)

Art. 221. A citação far-se-á:

(...)

II - por Oficial de Justiça;

Em acréscimo, a Consolidação das Leis do Trabalho utiliza a referência

específica ao oficial, conforme se extrai dos seguintes artigos:

Art. 721 - Incumbe aos Oficiais de Justiça e Oficiais de Justiça

Avaliadores da Justiça do Trabalho a realização dos atos decorrentes da

execução dos julgados das Juntas de Conciliação e Julgamento e dos

Tribunais Regionais do Trabalho, que lhes forem cometidos pelos

respectivos Presidentes.

§ 1º Para efeito de distribuição dos referidos atos, cada Oficial de Justiça

ou Oficial de Justiça Avaliador funcionará perante uma Junta de

Conciliação e Julgamento, salvo quando da existência, nos Tribunais

Regionais do Trabalho, de órgão específico, destinado à distribuição de

mandados judiciais.

§ 2º Nas localidades onde houver mais de uma Junta, respeitado o disposto

no parágrafo anterior, a atribuição para o comprimento do ato deprecado ao

Oficial de Justiça ou Oficial de Justiça Avaliador será transferida a

outro Oficial, sempre que, após o decurso de 9 (nove) dias, sem razões que

o justifiquem, não tiver sido cumprido o ato, sujeitando-se o serventuário às

penalidades da lei.

§ 3º No caso de avaliação, terá o Oficial de Justiça Avaliador, para

cumprimento da ato, o prazo previsto no art. 888.

§ 4º É facultado aos Presidentes dos Tribunais Regionais do Trabalho

cometer a qualquer Oficial de Justiça ou Oficial de Justiça Avaliador a

realização dos atos de execução das decisões desses Tribunais.

§ 5º Na falta ou impedimento do Oficial de Justiça ou Oficial de Justiça

Avaliador, o Presidente da Junta poderá atribuir a realização do ato a

qualquer serventuário.

Sendo assim, não tardou para que um cargo com tamanha especificidade

tivesse reconhecidas suas necessidades específicas e, a exemplo do âmbito federal, fosse o

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anterior servidor Analista Judiciário, Área Judiciária, Execução de Mandados, identificado em

lei como Oficial de Justiça Avaliador Federal, como demonstra o artigo 4º, § 1º, da Lei

11.416/2006:

Art. 4º As atribuições dos cargos serão descritas em regulamento, observado

o seguinte:

I - Carreira de Analista Judiciário: atividades de planejamento; organização;

coordenação; supervisão técnica; assessoramento; estudo; pesquisa;

elaboração de laudos, pareceres ou informações e execução de tarefas de

elevado grau de complexidade;

(...)

§ 1o Aos ocupantes do cargo da Carreira de Analista Judiciário – área

judiciária cujas atribuições estejam relacionadas com a execução de

mandados e atos processuais de natureza externa, na forma estabelecida

pela legislação processual civil, penal, trabalhista e demais leis especiais, é

conferida a denominação de Oficial de Justiça Avaliador Federal para

fins de identificação funcional.

É necessário compreender o contexto em que isso se deu, em razão do

notório e inconstitucional desvio de função facilitado pela assimilação do Oficial ao Analista

Judiciário, o que foi objeto de pronunciamentos do Conselho Nacional de Justiça; a Lei

11416/2006 deu um passo atrás na absorção e, em uma etapa que tende a preservar o cargo

autônomo de Oficial de Justiça Avaliador Federal, trouxe o artigo 4º, § 1º, colacionado.

Conferindo certeza ao exposto nesta nota, saiba-se que o CONSELHO

NACIONAL DE JUSTIÇA já decidiu sobre a ilegalidade de adoção de novas atribuições aos

Oficias de Justiça (o que é facilitado pela assimilação do cargo ao Analista), uma vez que os

retira de sua atividade específica:

(...) Considerando as sucessivas denuncias do Sindicato Autor, bem como os

documentos de fls. 168/171 e 184/186, com publicações no DJ da Paraíba,

nos últimos dias 20, 22, 26/09, 04/10 e 07, 08 e 14/11,- frise-se, poucos dias

apos o julgamento deste PCA - de, pelo menos, oito atos normativos

emanados do Presidente do TJPB, designando oficiais de justiça para

atuarem em setores estranhos a sua atividade típica;

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Considerando que o TJPB foi oficiado para, no prazo de 10 dias, prestar as

informações necessárias a elucidação da questão e que, vencido esse prazo,

nenhuma resposta nos foi encaminhada;

Considerando recente petição protocolada pelo Sindicato requerente,

anunciando a publicação, no DJ da Paraíba de 27/11/2007, de designação da

oficiala de justiça Nilene da Cunha Lisboa Cardoso, desta vez para atuar na

Coordenadora de Arquitetura do Tribunal de Justiça; e

Considerando, ainda, a Resolução n°. 15/2002 do TJPB, que disciplina o

funcionamento da Central de Mandados, cujos artigos 2° e 3° enunciam,

respectivamente, que "todos os Oficiais de Justiça passam a ter lotação na

CEMAN, excetuando-se os da Justiça Itinerante, cujos mandados não se

sujeitarão ao processo de distribuição eletrônica" e que "a CEMAN tem

competência exclusiva para

distribuição de mandados de todas as varas da Comarca",

DETERMINO ao Presidente do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba

que proceda a imediata desconstituição de todos os atos praticados após

a decisão proferida pelo Plenário deste Conselho em 11/09/2007,

abstendo de editar novos atos normativos designando oficial de justiça

para atuar em setores estranhos a sua lotação oficial, devendo permanecer

lotados na Central de Mandados - CEMAN, ate o julgamento definitivo do

feito.

Liminar referendada (...)

(CNJ, Procedimento de Controle Administrativo 629, Sessão de 26 de

fevereiro de 2008, relator Conselheiro Tércio Lins e Silva)

Em decisão que evidencia os riscos da mescla do cargo do Oficial de Justiça

com o “genérico” de Analista Judiciário, disse o Conselho Nacional de Justiça, em processo

de nossa autoria pela FENASSOJAF:

PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMINISTRATIVO 0002771-

63.2009.2.00.0000(200910000027714)

Requerente: Federação Nacional das Associações de Oficiais de Justiça

Avaliadores Federais - Fenassojaf

Requerido: Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região

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Tribunal Regional do Trabalho 2a. Região

Tribunal Regional do Trabalho 3a. Região

Tribunal Regional do Trabalho 4a. Região

Tribunal Regional do Trabalho 5a. Região

Tribunal Regional do Trabalho 6a. Região

Tribunal Regional do Trabalho 7a. Região

Tribunal Regional do Trabalho 8a. Região

Tribunal Regional do Trabalho 9a. Região

Tribunal Regional do Trabalho 10a. Região

Tribunal Regional do Trabalho 11a. Região

Tribunal Regional do Trabalho 12ª Região

Tribunal Regional do Trabalho 13a. Região

Tribunal Regional do Trabalho 14a. Região

Tribunal Regional do Trabalho 15a. Região

Tribunal Regional do Trabalho 16a. Região

Tribunal Regional do Trabalho 17a. Região

Tribunal Regional do Trabalho 18a. Região

Tribunal Regional do Trabalho - 19ª Região (al)

Tribunal Regional do Trabalho 20a. Região

Tribunal Regional do Trabalho 21a. Região

Tribunal Regional do Trabalho 22a. Região

Tribunal Regional do Trabalho 23a. Região

Tribunal Regional do Trabalho - 24ª Região (ms)

Advogado(s): DF022256 - Rudi Meira Cassel e Outro (REQUERENTE)

________________________________________

DESPACHO N. _____/2010

Trata-se de Procedimento de Controle Administrativo formulado pela

Federação Nacional das Associações de Oficiais de Justiça Avaliadores

Federais – FENASSOJAF em face dos Tribunais Regionais do Trabalho a

objetivar que este Conselho determine aos Tribunais requeridos a extinção

da designação de servidores para exercerem a função de oficial de justiça

avaliador ad hoc, reservando-se apenas a possibilidade para casos

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absolutamente excepcionais e eventuais.

Este Conselho, na 96ª Sessão Ordinária de 17/12/2009, entendeu pela

conversão do julgamento em diligência para “...determinar a remessa do

presente feito para o Conselho Superior da Justiça do Trabalho – CSJT, a

fim de que este Órgão examine, em toda a sua extensão, a utilização de

oficial de justiça ad hoc, assim como eventuais desvios de função nos TRTs

com proposição, inclusive, de solução para o problema”.

O Conselho Superior da Justiça do Trabalho, na Sessão Ordinária realizada

em 30/04/2010, assim se pronunciou (DOC88 do E – CNJ):

1) que os documentos constantes dos autos dão conta de que alguns

Tribunais Regionais do Trabalho nomeiam indiscriminadamente oficiais de

justiça ad hoc, o que deve ser feito somente em casos excepcionais;

2) que há previsão legal para que a função em comento somente seja

exercida por Analista Judiciário – Área de Execução de Mandados;

(...)

5) ao final, à unanimidade, decidiram: I – submeter a matéria ao Colégio de

Presidentes e Corregedores dos Tribunais Regionais do Trabalho –

COLEPRECOR e à Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do

Trabalho – ANAMATRA, para que apresentam no prazo de 45 dias

manifestações acerca da matéria; II – regulamentar a matéria no âmbito da

Justiça do Trabalho” (grifo ausente do original).

A Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho –

ANAMATRA se manifestou em 12/07/2010 (DOC89 do E – CNJ) e o

Colégio de Presidentes e Corregedores dos Tribunais Regionais do Trabalho

– COLEPRECOR em 28/08/2010 (DOC90 do E – CNJ).

O COLEPRECOR ofereceu as seguintes sugestões:

a) elaboração de estudos técnicos que contemplem: 1) o mapeamento das

características de cada região para levantamento das variáveis e dos

parâmetros relacionados ao cumprimento da função exercida pelos oficiais

de justiça; 2) o levantamento dos procedimentos adotados atualmente em

cada Regional, bem como do quadro funcional responsável; 3) a análise e

identificação de possibilidade de racionalização das atividades; 4)

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uniformização dos procedimentos, guardadas as peculiaridades de cada

Regional; 5) o dimensionamento dos recursos humanos e de capital

necessários à atividade de cumprimento de diligências em razão das

variáveis e parâmetros estabelecidos;

b) a identificação das eventuais defasagens nos quadros funcionais dos

Tribunais e a definição de estratégias e ações para sua correção;

c) o estabelecimento de metas para a eliminação das nomeações ad hoc;

d) a definição de critérios e dos parâmetros quantitativos e qualitativos para

o cumprimento de diligências na Justiça do Trabalho.

e) a regulamentação da matéria baseada nas conclusões destes estudos.

(...)

Dê-se ciência ao Conselho Superior da Justiça do Trabalho deste despacho e

para que informe, ao final daquele período, o andamento dos trabalhos com

vista à edição da resolução regulamentadora da matéria no âmbito da Justiça

do Trabalho.

Cópia do presente servirá como Ofício.

Brasília (DF), 30 de setembro de 2010.

LEOMAR BARROS AMORIM DE SOUSA

Conselheiro1

Em conclusão, tendo em vista as peculiaridades do cargo de oficial de

justiça, a absorção legislativa estadual do cargo pelo Analista Judiciário, em plano de carreira,

acarreta as conseqüências seguintes:

(i) invade a competência legislativa exclusiva da União para regras de

processo civil e direito do trabalho;

(ii) contraria regras específicas do Código de Processo Civil e da

Consolidação das Leis Trabalhistas;

(iii) abre caminho ao desvio de função e ao oficial ad hoc, rejeitado

reiteradamente pelo Conselho Nacional de Justiça.

Diante dessas conseqüências, é essencial que o novo plano de carreira opte

pela constitucionalidade do projeto legislativo, evitando os danos abstratos e concretos

1 Esse documento foi Assinado Eletronicamente por LEOMAR BARROS AMORIM DE SOUSA em 04 de Outubro de 2010 às 23:33:54 - O Original deste Documento pode ser consultado no site do E-CNJ. Hash: 335463ee6500ba45d7683c0edee4cf95

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antecipadamente, a partir dos servidores do Poder Judiciário do Estado do Rio Grande do Sul

contemple o Oficial de Justiça como cargo autônomo.

É o que temos a anotar.

Brasília, DF, 22 de fevereiro de 2011.

Rudi Meira Cassel

OAB/DF 22.256