nota técnica 38 - 2010 (2)

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MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO Secretaria de Recursos Humanos Departamento de Normas e Procedimentos Judiciais Coordenação-Geral de Elaboração, Sistematização e Aplicação das Normas Nota Técnica n o 38/2010/COGES/DENOP/SRH/MP ASSUNTO: Pagamento de hora extra. Referência: Processo nº 08020.004011/2009-89 SUMÁRIO EXECUTIVO 1. Provenientes da Coordenação-Geral de Recursos Humanos do Ministério da Justiça, vêm ao exame desta Coordenação-Geral de Elaboração, Sistematização e Aplicação das Normas os autos do Processo Administrativo nº 08020.004011/2009-89, que trata de solicitação de pagamento de hora extra a contratados temporariamente. ANÁLISE 2. Por meio do Memorando nº 4389/2009/DEPAID/SENASP/MJ, às fls. 1, a Coordenadora Geral do Bolsa-Formação solicitou o pagamento de hora extra aos servidores Luciana da Silva Melo e Cristiano Celestino Dourado Borges, ambos contratados pela Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993. 3. Consoante Despacho nº 848/2009/AJ/CGRH/SPOA/SE/MJ, o pedido tem por fundamento o excedente de horas de trabalho dos servidores nos dias 27 a 30 de agosto de 2009, assim distribuído: I – 27 e 28 de agosto – horário excedente de 18:00 às 22:00 horas; II – 29 de agosto (sábado) – horário excedente de 8:00 às 12:00 e de 14:00 às 22:00 horas; III – 30 de agosto (domingo) – horário excedente de 8:00 às 12:00 e de 14:00 às 20:00 horas. 4. Aquela Coordenação-Geral esclareceu que, a despeito de estar prevista nos contratos de trabalho dos servidores, a execução de serviços extraordinários é condicionada a situações excepcionais e temporárias, com a necessidade de prévia autorização do dirigente de recursos humanos. Todavia, como no caso sob análise a autorização de pagamento implicará em carga horária diária superior ao limite estipulado por lei, foi solicitado o pronunciamento desta Coordenação-Geral.

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MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO Secretaria de Recursos Humanos

Departamento de Normas e Procedimentos Judiciais Coordenação-Geral de Elaboração, Sistematização e Aplicação das Normas

Nota Técnica no 38/2010/COGES/DENOP/SRH/MP

ASSUNTO: Pagamento de hora extra.

Referência: Processo nº 08020.004011/2009-89

SUMÁRIO EXECUTIVO

1. Provenientes da Coordenação-Geral de Recursos Humanos do Ministério da Justiça, vêm ao exame desta Coordenação-Geral de Elaboração, Sistematização e Aplicação das Normas os autos do Processo Administrativo nº 08020.004011/2009-89, que trata de solicitação de pagamento de hora extra a contratados temporariamente.

ANÁLISE

2. Por meio do Memorando nº 4389/2009/DEPAID/SENASP/MJ, às fls. 1, a Coordenadora Geral do Bolsa-Formação solicitou o pagamento de hora extra aos servidores Luciana da Silva Melo e Cristiano Celestino Dourado Borges, ambos contratados pela Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993.

3. Consoante Despacho nº 848/2009/AJ/CGRH/SPOA/SE/MJ, o pedido tem por fundamento o excedente de horas de trabalho dos servidores nos dias 27 a 30 de agosto de 2009, assim distribuído: I – 27 e 28 de agosto – horário excedente de 18:00 às 22:00 horas; II – 29 de agosto (sábado) – horário excedente de 8:00 às 12:00 e de 14:00 às 22:00 horas; III – 30 de agosto (domingo) – horário excedente de 8:00 às 12:00 e de 14:00 às 20:00 horas.

4. Aquela Coordenação-Geral esclareceu que, a despeito de estar prevista nos contratos de trabalho dos servidores, a execução de serviços extraordinários é condicionada a situações excepcionais e temporárias, com a necessidade de prévia autorização do dirigente de recursos humanos. Todavia, como no caso sob análise a autorização de pagamento implicará em carga horária diária superior ao limite estipulado por lei, foi solicitado o pronunciamento desta Coordenação-Geral.

Processo nº 08020.004011/2009-89

NT – Luciana da Silva Melo – Hora-extra 2

5. O art. 11 da Lei nº 8.745, de 1993, estabelece quais os artigos da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, aplicam-se ao pessoal contratado temporariamente, in verbis:

“Art. 11. Aplica-se ao pessoal contratado nos termos desta Lei o disposto nos

arts. 53 e 54; 57 a 59; 63 a 80; 97; 104 a 109; 110, incisos, I, in fine, e II, parágrafo

único, a 115; 116, incisos I a V, alíneas a e c, VI a XII e parágrafo único; 117,

incisos I a VI e IX a XVIII; 118 a 126; 127, incisos I, II e III, a 132, incisos I a VII, e

IX a XIII; 136 a 142, incisos I, primeira parte, a III, e §§ 1º a 4º; 236; 238 a 242, da

Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990.”(grifamos)

6. Os arts. 73 e 74 da Lei nº 8.112, de 1990, assim dispõem:

“Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50%

(cinqüenta por cento) em relação à hora normal de trabalho.

Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário para atender a

situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite máximo de 2 (duas) horas

por jornada.”

7. O assunto está regulamentado pelo Decreto nº 948, de 5 de outubro de 1993, que estabelece em seu art. 3º, in verbis:

“ Art. 3º A duração do serviço extraordinário não excederá a duas horas por

jornada de trabalho, obedecidos os limites de quarenta e quatro horas mensais e noventa horas anuais, consecutivas ou não.”

8. Importa ressaltar, que em recente pronunciamento sobre a flexibilização da jornada de trabalho, esta Secretaria de Recursos Humanos exarou a Nota Técnica nº 667/2009/COGES/DENOP/SRH/MP, in verbis:

“60. Pela legislação supra, o serviço extraordinário deverá ocorrer logo após a

jornada diária do servidor, respeitando o limite máximo de 2 (duas) horas diárias, 44

horas mensais e 90 horas anuais, conforme estabelece o Decreto nº 948, de 5 de

outubro de 1993, e a Orientação Normativa SRH/MP nº 2, de 6 de maio de 2008.

61. Assim, o serviço extraordinário somente poderá ser prestado aos sábados,

domingos, feriados e pontos facultativos, caso o servidor esteja trabalhando em

regime de turno e escala nesses dias.”

9. No caso apresentado, a duração do serviço extraordinário excede o limite previsto no art. 74 e ainda seria prestado sábado e domingo. Portanto, contrariando o disposto na Nota Técnica nº 667/2009 supratranscrita.

Processo nº 08020.004011/2009-89

NT – Luciana da Silva Melo – Hora-extra 3

CONCLUSÃO

10. Face ao acima exposto, esta Divisão de Análise de Processos entende que os servidores não farão jus ao recebimento de hora-extra, pois o caso não se enquadra no art. 74 da Lei nº 8.112, de 1990, uma vez que excedeu o limite de horas por jornada e ainda houve prestação de serviço extraordinário ao sábado e domingo, sem que o servidor estivesse trabalhando em regime de turno e escala, consoante dispõe a Nota Técnica nº 667/2009/COGES/DENOP/SRH/MP, supratranscrita.

Brasília, 18 de janeiro de 2010.

BYANNE RIGONATO TEOMAIR CORREIA DE OLIVEIRAAdministradora Chefe da DIPRO

Estando de acordo com o entendimento da DIPRO/COGES/DENOP/SRH/MP, submeta-se a presente Nota Técnica à consideração superior.

Brasília, 25 de janeiro de 2010.

LYLIAN BEATRIZ DE OLIVEIRA COMELLICoordenadora Geral de Elaboração, Sistematização e Aplicação das Normas

Aprovo. Encaminhe-se essas informações à Coordenação-Geral de Recursos Humanos do Ministério da Justiça.

Brasília, 25 de janeiro de 2010.

VALÉRIA PORTO Diretora do Departamento de Normas e Procedimentos Judiciais

Processo nº 08020.004011/2009-89

NT – Luciana da Silva Melo – Hora-extra 4

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão Secretaria de Recursos Humanos ORIENTAÇÃO NORMATIVA Nº 02 , DE 06 DE MAIO DE 2008.Estabelece orientação aos órgãos e entidades do Sistema de Pessoal Civil da Administração Pública Federal quanto ao pagamento de adicional por serviço extraordinário, de que tratam os arts. 73 e 74 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. O SECRETÁRIO DE RECURSOS HUMANOS DO MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO, no uso das atribuições que lhe confere o inciso I do art. 34 do Anexo I do Decreto nº 6.081, de 12 de abril de 2007, revigorado pelo Decreto nº 6.222, de 4 de outubro de 2007, resolve:Art. 1º A presente Orientação Normativa tem por objetivo orientar aos órgãos e entidades do Sistema de Pessoal Civil - SIPEC, acerca do pagamento de adicional por serviço extraordinário, de que tratam os artigos 73 e 74 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, regulamentado pelo Decreto nº 948, de 5 de outubro de 1993, de forma a uniformizar os procedimentos relativos ao assunto no âmbito da administração pública federal. Art. 2º Somente será autorizada a prestação de serviço extraordinário para atendimento de situações excepcionais e transitórias, por imperiosa necessidade, para execução de tarefas cujo adiamento ou interrupção importe em prejuízo manifesto para o serviço. Art. 3º A autorização para a prestação de serviços extraordinários é obrigatoriamente prévia, sendo de responsabilidade da chefia imediata sua proposição, supervisão e controle. §1º Compete ao dirigente de recursos humanos do órgão ou entidade autorizar a realização de serviço extraordinário. §2º O pedido de autorização deverá ser suficientemente fundamentado, contendo a identificação do motivo, data, local, horário e relação nominal dos servidores que o executarão, além de outras informações pertinentes à realização do serviço. Art. 4º O serviço extraordinário não poderá ter duração superior a duas horas por jornada de trabalho, devendo ainda ser observado o limite de quarenta e quatro horas mensais e 90 (noventa) horas anuais. Parágrafo único. O limite anual poderá ser acrescido de quarenta e quatro horas mediante autorização da Secretaria de Recursos Humanos, por solicitação do órgão ou entidade, mediante comprovação de disponibilidade orçamentária e financeira. Art. 5º Não é devido o adicional por serviço extraordinário aos ocupantes de cargo em comissão e funções de confiança, em razão do regime de integral dedicação ao serviço ao qual estão submetidos, nos termos do § 1º do art. 19 da Lei nº 8.112, de 1990, observado o disposto no art. 120 da mesma lei. Art. 6º O adicional por serviço extraordinário sofrerá incidência de desconto para o PSS, tendo em vista que é parcela integrante da base de contribuição social do servidor, conforme dispõe o art. 4º da Lei nº 10.887, de 18 de junho de 2004, que define como base de contribuição o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens

Processo nº 08020.004011/2009-89

NT – Luciana da Silva Melo – Hora-extra 5

pecuniárias permanentes estabelecidas em lei, os adicionais de caráter individual ou quaisquer outras vantagens, excluídas as diárias, a ajuda de custo, a indenização de transporte, o salário-família, o auxílio-alimentação, o auxílio-creche, as parcelas remuneratórias pagas em decorrência de local de trabalho, a parcela percebida em decorrência do exercício de cargo em comissão ou de função de confiança e o abono de permanência. Art. 7º Esta Orientação Normativa entra em vigor na data da sua publicação. DUVANIER PAIVA FERREIRA

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