nota de esclarecimento - des. péricles moreira chagas - anexo ii

35
16/12/2015 :: SEI / TRERO 0061760 Decisão :: https://sei.trero.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=100… 1/35 TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE RONDÔNIA AV. PRESIDENTE DUTRA, 1889 CEP 76805901 Porto Velho RO www.trero.jus.br PROCESSO: 000093204.2015.6.22.8000 INTERESSADO: PRESIDÊNCIA ASSUNTO: Questões ambientais, documentais e urbanísticas afetas aos prédios – Continuidade das perícias: recuperação das edificações da Justiça Eleitoral nesta Capital. DECISÃO Nº 424 / 2015 PRES/ASSPRES Vistos. Tratase de processo administrativo instaurado em função do ofício nº. 259/2015/GABPGJ, de 2/3/2015 (evento 0006352), aviado pelo Procurador Geral de Justiça do Estado de Rondônia e pelos titulares da 6º Promotoria/Curadoria do Meio Ambiente e 21ª Promotoria de Habitação e Urbanismo do Ministério Público desta Capital, por meio do qual alerta para a situação irregular de parte das edificações da Justiça Eleitoral na Capital, que ocupam faixa de proteção ambiental, construídas sobre o leito do Igarapé Santa Barbara e recomenda, quando da reconstrução ou reforma do complexo de prédios da Justiça Eleitoral nesta Capital, a observância as exigências contidas na Lei Complementar Municipal nº. 336/2009 e nas leis Federais nº. 10.257/2001 e 10.098/2000, que preveem a apresentação dos Estudos de Impacto de Vizinhança (EIV) e de Trânsito (EIT) para empreendimentos classificados como “polo gerador de tráfego urbano”, bem como a promoção da acessibilidade às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. Essas questões ambientais apontadas pelo Ministério Público do Estado de Rondônia, foram reiteradas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente SEMA no Laudo de Vistoria e Parecer Técnico nº 232/2015, emitido em 13 de março de 2015 (evento 0017482). Nesse documento técnico, elaborado a partir de visita in loco, ocorrida em 3 de março de 2015, o engenheiro da SEMA registrou que o estacionamento do Fórum Eleitoral da Capital encontrase sobre o canal Santa Bárbara, em desconformidade com a legislação ambiental em vigor, comprometendo o escoamento natural das águas, principalmente na época da enchente, o que coopera com alagamentos a montante da estrutura. Registrou, também, que o imóvel do Setor de Transporte e estacionamento do Tribunal (Anexo III) está construído dentro da margem da APP (Área de Preservação Permanente), com estruturas edificadas sobre aterro, em eminente risco de desmoronamento. Em sua conclusão, o parecer técnico indicou: I a necessidade de desobstrução e revitalização do Canal Santa Bárbara para melhor escoamento das águas; II quanto à interceptação do Canal pelas avenidas Rogério Weber e Presidente Dutra (a jusante e a montante do referido estacionamento), que há necessidade de adequação pela Prefeitura nas tubulações ali fixadas, as quais, durante as enchentes do Rio Madeira, não escoam as águas a contento; III quanto ao Fórum Eleitoral da Capital, este já se encontra construído dentro

Upload: jornal-tudorondonia

Post on 22-Mar-2017

985 views

Category:

News & Politics


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=100… 1/35

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE RONDÔNIAAV. PRESIDENTE DUTRA, 1889 ­ CEP 76805901 ­ Porto Velho ­ RO ­ www.tre­ro.jus.br

PROCESSO: 0000932­04.2015.6.22.8000

INTERESSADO: PRESIDÊNCIA

ASSUNTO: Questões ambientais, documentais e urbanísticas afetas aos prédios – Continuidade dasperícias: recuperação das edificações da Justiça Eleitoral nesta Capital.

DECISÃO Nº 424 / 2015 ­ PRES/ASSPRES

Vistos.Trata­se de processo administrativo instaurado em função do ofício nº.

259/2015/GAB­PGJ, de 2/3/2015 (evento 0006352), aviado pelo Procurador Geral de Justiça doEstado de Rondônia e pelos titulares da 6º Promotoria/Curadoria do Meio Ambiente e 21ªPromotoria de Habitação e Urbanismo do Ministério Público desta Capital, por meio do qual alertapara a situação irregular de parte das edificações da Justiça Eleitoral na Capital, que ocupam faixade proteção ambiental, construídas sobre o leito do Igarapé Santa Barbara e recomenda, quando dareconstrução ou reforma do complexo de prédios da Justiça Eleitoral nesta Capital, a observância asexigências contidas na Lei Complementar Municipal nº. 336/2009 e nas leis Federais nº.10.257/2001 e 10.098/2000, que preveem a apresentação dos Estudos de Impacto de Vizinhança(EIV) e de Trânsito (EIT) para empreendimentos classificados como “polo gerador de tráfegourbano”, bem como a promoção da acessibilidade às pessoas portadoras de deficiência ou commobilidade reduzida.

Essas questões ambientais apontadas pelo Ministério Público do Estado deRondônia, foram reiteradas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente ­ SEMA no Laudo deVistoria e Parecer Técnico nº 232/2015, emitido em 13 de março de 2015 (evento 0017482).

Nesse documento técnico, elaborado a partir de visita in loco, ocorrida em 3 demarço de 2015, o engenheiro da SEMA registrou que o estacionamento do Fórum Eleitoral daCapital encontra­se sobre o canal Santa Bárbara, em desconformidade com a legislação ambientalem vigor, comprometendo o escoamento natural das águas, principalmente na época da enchente, oque coopera com alagamentos a montante da estrutura.

Registrou, também, que o imóvel do Setor de Transporte e estacionamento doTribunal (Anexo III) está construído dentro da margem da APP (Área de Preservação Permanente),com estruturas edificadas sobre aterro, em eminente risco de desmoronamento.

Em sua conclusão, o parecer técnico indicou:I ­ a necessidade de desobstrução e revitalização do Canal Santa Bárbara para

melhor escoamento das águas;II ­ quanto à interceptação do Canal pelas avenidas Rogério Weber e Presidente

Dutra (a jusante e a montante do referido estacionamento), que há necessidade de adequação pelaPrefeitura nas tubulações ali fixadas, as quais, durante as enchentes do Rio Madeira, não escoam aságuas a contento;

III ­ quanto ao Fórum Eleitoral da Capital, este já se encontra construído dentro

Page 2: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=100… 2/35

da segunda faixa dos quinze metros da APP. Acredita­se que possa ser aplicado o que dispõe o itemI (sic – item III) do Art. 4º da Lei Federal nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979, com redação dadapela Lei Federal nº 10.932/2004. Esse dispositivo estabelece a reserva obrigatória de uma faixa nãoedificável de 15 (quinze) metros de cada lado, salvo maiores exigências da legislação específica;

IV ­ quanto ao Anexo III (Setor de Transporte e estacionamento), construídosobre aterro à margem do Canal, sugere a demolição com retirada e limpeza, para desobstrução departe do Igarapé;

V ­ que as demais estruturas do Tribunal encontram­se fora da Área dePreservação Permanente ­ APP, não cabendo restrições e/ou intervenções do ponto de vistaambiental, apesar de não haver processo de licenciamento ambiental do complexo estrutural doTRE na Secretaria Municipal de Meio Ambiente ­ SEMA.

A Diretoria­Geral, consoante o despacho contido no evento 0017483,encaminhou os autos à Secretaria de Administração, Orçamento, Finanças e Contabilidade –SAOFC deste tribunal, para que esta, dentre outras providências, elaborasse estudo acerca doseventuais impactos advindos da abertura do Canal Santa Bárbara, em especial sobre a possívelinutilização dos prédios Anexos I e III, que abrigavam, respectivamente, o Fórum Eleitoral destaCapital e o Setor de Transporte.

Em resposta, a SAOFC apresentou as informações prestadas pela Coordenadoriade Serviços Gerais – COSEG deste Tribunal (evento 0035661), nos seguintes termos:

No decorrer da tramitação, veio ao processo na data de 2/9/2015, informaçãoprestada pela Coordenadora de Serviços Gerais ­ COSEG deste Tribunal, acerca das consequênciasda eventual abertura do Canal Santa Bárbara no funcionamento do Fórum Eleitoral da Capital,adiante resumidas:

I ­ a abertura do Canal Santa Bárbara traria sérias consequências aofuncionamento do Fórum Eleitoral. Na melhor das hipóteses, a execução dos serviços necessários(abertura de solo, concretagem, tubulações, etc.) alocaria quase que totalmente a área frontal daedificação, inviabilizando, desta forma, o acesso do público pela Rua Jacy Paraná, bem como toda aárea destinada ao estacionamento. A propagação dos odores produzidos pela abertura do canal aoar livre também seria um fator que prejudicaria o funcionamento da edificação, bem como o riscode doenças e a proliferação de roedores nas imediações;

II ­ a depender da execução do projeto, no que tange principalmente a locação deáreas, poderá ocorrer o comprometimento total das fundações prediais, o que poderá culminar,inclusive, em uma possível demolição total da edificação do Fórum Eleitoral;

III – assim, na eventualidade da abertura do canal, haveria a necessidade derepensar o acesso à edificação e realizar obras para o isolamento entre o prédio e o canal a seraberto, ou, na pior das hipóteses, efetuar a demolição total do prédio;

IV – quanto à estimativa de custos, esclarece somente ser possível após aelaboração de projeto que contemple a revitalização do local, o qual deverá ser necessariamenteexecutado por profissionais da área de geologia, engenharia ambiental e urbanismo, inexistentes noquadro de pessoal deste Tribunal, com a anuência dos órgãos ambientais competentes, PrefeituraMunicipal, IPHAM e outros, havendo a necessidade de se efetuar a contratação desses serviços;

V ­ ressalta que a abertura do canal pura e simplesmente, na área ocupada peloFórum Eleitoral, não atenderá aos objetivos propostos no parecer da SEMA, sendo necessária aexecução de um projeto em parceria com todos os órgãos envolvidos (Prefeitura, IPHAM, SEMA,SPU, TRE, MPF, MPE) de modo a contemplar a abertura total do percurso do canal, que seencontra com volume de escoamento restringido sob vias públicas (Rogério Weber, PresidenteDutra, Prudente de Morais e outras);

VI – sugere, por fim, a convocação de reunião com todos os órgãos envolvidospara deliberação acerca da reabertura do Canal Santa Bárbara, bem como a forma de execução do

Page 3: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=100… 3/35

projeto, devendo ser delimitadas as competências de cada um dos agentes públicos envolvidos, hajavista tratar­se de obra de infraestrutura urbana de grande abrangência.

Nesses termos, considerando a incapacidade técnica dos servidores da Seção deManutenção Predial ­ SEMAP, bem como o grau de complexidade da questão que envolve amatéria ambiental e urbanística, manifestou­se pela realização de reunião conjunta entre aAdministração deste Regional e os órgãos federais, estaduais e municipais envolvidos, com ointuito de colher informações e de buscar a melhor solução para o caso (evento 0037145). Nomesmo sentido manifestou­se a Diretoria­Geral (evento 0037552).

Esta Presidência (evento 0039594), levando em conta, dentre outras, as razõescontidas nas manifestações da SAOFC e DG, e com o fito de promover a discussão sobre o projetode abertura do Canal Santa Bárbara, determinou, na data de 21/9/2015, a realização da reuniãoconjunta entre a Administração deste Regional e os representantes do Ministério Público federal eestadual, da Superintendência do Patrimônio da União em Rondônia – SPU, da Defesa Civil doMunicípio de Porto Velho, da Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão – SEMPLA, daSecretaria Municipal de Projetos e Obras Especiais – SEMPRE, da Secretaria Municipal do MeioAmbiente – SEMA, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN/RO, doCentro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia – CENSIPAM/SIPAM, daAgência Nacional de Águas – ANA, da Advocacia­Geral da União em Rondônia, do TribunalSuperior Eleitoral, da Secretaria de Controle Externo do TCU em Rondônia – SECEX, bem como oDes. Rowilson Teixeira (virtual próximo Presidente do TRE­RO).

O evento foi efetivamente realizado no dia 09/10/2015.Dos órgãos acima nominados, apenas não compareceram à encontro os

representantes da Agência Nacional de Águas – ANA e da Secretaria de Controle Externo do TCUem Rondônia ­ SECEX. Em que pese o convite aos membros da Corte e ao Des. Rowilson Teixeirapara dela participar, somente o Juiz Delson Barcellos se fez presente.

Na ata da reunião (evento 0049213) há registro da explanação feita peloPresidente deste Regional quanto aos motivos que a determinaram, o histórico da problemáticaenvolvendo o complexo de edificações da Justiça Eleitoral nesta Capital e o questionamento acercada possibilidade de mitigação ou relativização dos impedimentos legais à sua recuperação eocupação. Registra também os posicionamentos dos órgãos envolvidos, que nela se fizeramrepresentar.

Posteriormente à reunião, a Superintendência do Patrimônio da União emRondônia – SPU encaminhou o ofício nº 19623/2015­MP, de 28/10/2015, a este Regional (evento0051140), informando que localizou em seus arquivos antigos fotos, enviadas anexadas aodocumento, que comprovam a construção de uma galeria de aproximadamente 2,0 x 2,0 metros naárea do estacionamento do prédio Anexo I (Fórum Eleitoral).

Afirmou ser necessário um estudo mais acurado da distância do prédio em relaçãoao Canal e quanto à necessidade de sua abertura, pois de acordo com a dimensão da galeria, o Canalnão está trabalhando afogado ou estrangulado. Indica como causa de possível estrangulamentoos tubos lançados nas vias públicas pela Prefeitura nas travessias das Avenidas PresidenteDutra e Rogério Weber.

Instada a se manifestar (evento 0055996), a Diretoria­Geral reportou­se ao ofícioda SPU mencionado anteriormente e à reunião realizada por este Tribunal com os diversos órgãosacerca da questão em 09/10/2015.

Em relação ao ofício da SPU, ressaltou que a informação trazida perde relevância,haja vista que a discussão central que paira sobre a construção naquela área, diz respeito aodescumprimento da legislação ambiental municipal e da necessidade de desocupação da faixa depreservação permanente. Acrescentou que tal discussão tem aplicação tão somente sobre o edifíciodo Fórum Eleitoral e não paralisa as decisões da Administração para a reutilização das demaisconstruções existentes no local.

Page 4: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=100… 4/35

Acerca da reunião, pontuou que o seu resultado, consolidado na ata anexada aospresentes autos (evento 0049213), indica que os órgãos de fiscalização (MPF, MPE e SEMA)foram unívocos em afirmar a impossibilidade de flexibilização ou mitigação das leisambientais em eventual processo de reforma ou recuperação das instalações da JustiçaEleitoral na Capital.

Concluiu que a abertura do Canal Santa Bárbara e a desocupação da Área dePreservação Permanente ­ APP, além de outras providências (construção de ETE, Estudo deImpacto de Trânsito e Estudo de Impacto de Vizinhança e etc.), são medidas indispensáveis aqualquer empreendimento de reocupação daqueles imóveis. Nessa linha, submeteu a questão aocrivo desta Presidência.

Por fim, veio ao processo o Ofício nº 1380, de 02/12/2015 (evento 0058794), dalavra do Secretário Municipal de Meio Ambiente desta Capital, que em resposta à solicitação destaAdministração, retificou em parte os dados levantados pelo Parecer Técnico expedido por aquelaSecretaria nº 232, de 13/3/2015, deixando claro que as construções do Fórum Eleitoral (Anexo I),assim como a Seção de Transportes e estacionamento (Anexo III) estão situados dentro da faixa de15 metros não­edificável da Área de Preservação Permanente do Canal Santa Bárbara e o Edifíciosede na faixa de 30 metros.

Concluiu pela necessidade de recuperação e elaboração de PRAD ­ Plano deRecuperação de Área Degradada, levando­se em consideração a reestruturação do Igarapé doSanta Barbara contemplando a recuperando de sua calha natural e a recomposição da área de 15metros não edificável, facilitando a drenagem, hoje estrangulada.

Além disso, estabeleceu que a área situada entre os 15 e 30 metros também deveráser recuperada conforme PRAD elaborado pelo TRE e aprovado pela SEMA, com recolhimentodos valores devidos a título de compensação ambiental à SEMA ­Secretaria Municipal de MeioAmbiente.

Examinados, decido.Como antes afirmado, este processo foi autuado em razão dos alertas expedidos

pelas autoridades competentes ­ principalmente ambientais ­ com o objetivo de exigir daAdministração do TRE­RO ­ na eventualidade de reforma e reutilização de suas edificações ­ onecessário enquadramento às leis ambientais, desobstrução do Canal Santa Bárbara, apresentaçãode Estudos de Impacto de Vizinhança (EIV) e de Trânsito (EIT) e a promoção de medidas deacessibilidade às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.

Esse desenho fático, apenas agora totalmente esquadrinhado, exibe o grau decomplexidade que esta gestão se deparou tão logo assumiu a Presidência do TRE no início de2014, em meio à dramática enchente do Rio Madeira que atingiu as instalações da Justiça Eleitorale todos os seus desdobramentos.

Por sua vez, atento à necessária transparência a que estão submetidos os atos daadministração, entendo que o desfecho de medidas que possam ser adotadas, decididas agora nareta final do biênio desta gestão ­ por mais que sobejadamente justificadas em diversasoportunidades por este gestor como resposta a questionamentos de algumas instâncias de controle ­podem e devem mais uma vez serem reprisadas à sociedade para que não pairem quaisquer dúvidasacerca da impossibilidade física e jurídica de terem sido levadas a efeito anteriormente.

Além disso, tal relato traz à tona a exata compreensão da situação enfrentada poresta Administração, não apenas árdua – o que não seria de estranhar pela sua magnitude – mas,sobretudo, extremamente complexa na formatação de uma solução ampla e definitiva.

Digo isso porque a NOÇÃO DO TEMPO EM QUE OS FATOS SE DERAMÉ DE EXTREMA IMPORTÂNCIA PARA A EXATA COMPREENSÃO DAS RESPOSTASque foram sendo dadas por esta Administração no decorrer da gestão.

Inicialmente deve ser destacado que essas questões – tidas atualmente como mais

Page 5: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=100… 5/35

graves – já começavam a aflorar no decorrer das inúmeras ações adotadas tempestivamente por estagestão no contexto do quadro bastante indefinido que se arrastou pelos anos de 2014 e 2015.

Devo acrescentar que tamanha adversidade foi enfrentada inicialmente em um anode Eleições Gerais, no qual a Justiça Eleitoral de Rondônia estava forçosamente desalojada dafuncionalidade de sua estrutura própria, montada ao longo de mais de três décadas, vendo­secompelida a realizar o pleito eleitoral de 2014 em condições extremamente limitadas pelascircunstâncias.

Contudo, também é necessário o registro de que essa situação extremamentedesconfortável, sob o prisma de estrutura e logística, em qualquer momento prejudicou odesempenho dos serviços prestados pela Justiça Eleitoral, que realizou e concluiu com destaquenacional as Eleições de 2014.

Essa superação deve ser creditada aos Membros da Corte Eleitoral, Juízes ePromotores Eleitorais, a alguns colaboradores da esfera pública, entre os quais destaco o Governodo Estado de Rondônia e, principalmente, a um grupo imenso de servidores comprometidos quenão mediram esforços para levar a cabo, com extrema competência, a nobre função atribuída àJustiça Eleitoral, situando­a acima de todas as dificuldades que as circunstâncias impuseram.

Com essa missão de demonstrar a transparência da gestão, passo a resgatar essasações na forma de relato, no qual destaco as inúmeras e tempestivas medidas adotadas por estaAdministração desde o início do ano de 2014, em consequência da enchente histórica do RioMadeira que atingiu diretamente as instalações da Justiça Eleitoral nesta Capital.

I – DA ENCHENTE HISTÓRICA DO RIO MADEIRA EM 2014 – SUAS MEDIDASIMEDIATAS E CONSEQUÊNCIAS DIRETAS

1.1 Medidas emergenciais:

Quando assumiu a Administração deste Tribunal, em janeiro do ano passado, estegestor se deparou com um quadro inusitado e extremamente grave provocado pela cheia históricado Rio Madeira, responsável pela situação de emergência e calamidade reconhecida pelos poderesconstituídos da esfera federal, estadual e municipal por meio do Decreto nº 13.406, de 12 defevereiro de 2014, da lavra do Prefeito de Porto Velho, declarando a situação de emergência nasáreas da Capital atingidas pelas águas do Rio Madeira; Decreto nº 18.608, de 13 de fevereiro de2014 e Decreto nº 18.749, de 3 de abril de 2014 (situação de emergência e calamidade) nosmunicípios atingidos pelo transbordamento das águas do Rio Madeira, ambos do Governador doEstado de Rondônia e, por fim, a Portaria da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil nº124, de 29 de abril de 2014, que reconheceu o Estado de Calamidade Pública no Estado deRondônia em razão das inundações do Rio Madeira.

A situação se agravou com a aproximação das águas do Rio Madeira às portas doTribunal, seus anexos e do prédio das Zonas Eleitorais da Capital. Esse quadro dantesco exigiuações céleres ­ na verdade emergenciais ­ desta Administração para que não fosse comprometidaa segurança das pessoas, o atendimento ao público e a estrutura material necessária eimprescindível à realização do pleito eleitoral de 2014.

Registre­se que a paralisação do Tribunal teria um efeito cascata em todas aszonas eleitorais do Estado, totalmente dependentes dos sistemas eleitorais e administrativosmantidos pelo parque de processamento de dados localizados no TRE/RO.

Diante do quadro exposto pelos órgãos da Defesa Civil e pelo corpo técnico deengenheiros do próprio TRE/RO, na data de 10/2/2014, concluiu­se que no prazo de 5 dias autilização das instalações estaria inviabilizada pelas seguintes motivos ou fatos:

I ­ Alagamento do estacionamento do Fórum Eleitoral;

Page 6: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=100… 6/35

II ­ Alagamento do estacionamento da Seção de Transportes;III ­ Transbordamento das fossas – Neste caso as instalações sanitárias das

edificações do TRE­RO (Seção de Transportes, Fórum Eleitoral, Almoxarifado e Sede) deveriamser interditadas. O que impediria a utilização dos banheiros.

Por sua vez, no prazo de 10 dias, previu­se o seguinte quadro:I ­ Alagamento de todas as ruas de acesso às instalações do TRE­RO – Neste

caso os servidores teriam dificuldade, ou ficariam impedidos do acesso aos seus postos de trabalho.Bem assim, o público externo ficaria sem acesso aos serviços eleitorais;

II ­ A situação poderia evoluir para o alagamento do piso inferior dasedificações do TRE­RO (Seção de Transportes, Fórum, Almoxarifado e Sede). Neste caso haveriadanos às instalações elétricas, à Subestação de energia, ao data center, às urnas eletrônicas, materialde expediente e outros bens patrimoniais que ficam guardados ou instalados no piso térreo.

Dessa forma, partindo­se do pressuposto lógico que o Tribunal não poderiaimpedir que as águas inundassem suas instalações e também que não dispunha de espaço em suasinstalações que permitisse a realocação das unidades administrativas, dos materiais,equipamentos e demais bens patrimoniais guardados ou instalados no piso térreo da edificação, asolução apontada foi a transferência das instalações deste Tribunal, inclusive das sete ZonasEleitorais e da Central de Atendimento ao Eleitor para local seguro, até que o ponto crítico deinundação fosse superado, o que, segundo registros históricos, ocorre em entre os meses de abril emaio, data a partir da qual seria seguro retornar a sede.

Descartada a cessão, pela União, de um imóvel adequado para abrigar asinstalações desta Justiça Especializada, a solução extrema e provisória só foi possível graças àparceria estabelecida com o Poder Executivo Estadual, que realizou a cessão gratuita de parte dasinstalações existente em seu Centro Político Administrativo – CPA.

Antes, contudo, este Tribunal consultou inúmeros outros órgãos federais,estaduais e municipais (Base Aérea de Porto Velho, 17ª Brigada de Infantaria e Selva,SIPAM/CESIPAM, Procuradoria Geral do Trabalho da 14ª Região, Tribunal de Justiça do Estadode Rondônia, Prefeitura Municipal de Porto Velho, Assembleia Legislativa de Rondônia e outrasinstituições públicas), na tentativa de abrigar as instalações da secretaria, fórum eleitoral edepósitos, mas as respostas também foram negativas quanto à existência de imóveis ouespaços/salas.

As referidas medidas emergenciais e os documentos comprobatórios estãodescritas no denominado Plano de Ação Emergencial que integra o Processo Administrativo nº004/2014 – atual Processo SEI nº 0005221­77.2015.6.22.8000 ­ autuado para o registro das açõesiniciais na busca da manutenção da segurança das pessoas, preservação do patrimônio público econtinuidade de prestação de serviços à população. Tais ações podem ser assim resumidas:

a) transferência das instalações do Tribunal, inclusive das sete Zonas Eleitorais eda Central de Atendimento ao Eleitor para local seguro, até que o ponto crítico de inundação doMadeira fosse superado, o que, segundo registros históricos, ocorre em meados do mês de abril,data a partir da qual, dependendo das condições aferidas tecnicamente, seria seguro retornar à sede.

Descartada a cessão, pela União, de um imóvel adequado para abrigar asinstalações da Justiça Eleitoral, a solução extrema e provisória só foi possível graças à parceriaestabelecida com o Poder Executivo Estadual, que realizou a cessão gratuita de parte dasinstalações existente em seu Centro Político Administrativo – CPA.

b) locação emergencial, pelo período de 3 meses, de imóvel para armazenamentodas Urnas Eletrônicas, de propriedade da Inspetoria Salesiana Missionária da Amazônia (Centrodo Menor), na Rua Capitão Esron de Menezes, 1678, Bairro Areal (Carta­Contrato n. 03/2014 –PAnº 48/2014­SAOFC ­ SADP nº 3595/2014).

A transferência compreendeu todas as contratações derivadas da situação

Page 7: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=100… 7/35

emergencial provocada pelas enchentes com o intuito de atender as demandas excepcionaisimediatas das mais diversas naturezas, haja vista que o quadro dantesco provocou adesmobilização de toda a estrutura física e humana da Justiça Eleitoral construída ao longo dequase duas décadas, para reagrupá­la em condições extremamente limitadas pelas circunstâncias.

Destacam­se as contratações para desmobilização de máquinas e equipamentos,transporte, reinstalação na nova sede, serviços de cabeamento, rede lógica, etc. Todas as despesastramitaram em processos individualizados.

1.2 ­ Medidas imediatas de conservação do patrimônio público:

Desde a mudança da Sede, o complexo de prédios contou com dois postos devigilância de 24 horas para fazer a guarda do patrimônio das instalações e omobiliário/equipamentos que lá permaneceram sempre estiveram em local seguro, obedecendo aregras normais de manutenção para sua conservação.

Conforme registrado na Informação DG nº 016/2014, de 13/5/2014, documentoque integra o Processo Administrativo nº 004/2014 ­ 2014 – atual Processo SEI nº 0005221­77.2015.6.22.8000 ­ diariamente as janelas dos prédios eram abertas para entrada de oxigênio e,periodicamente, equipes de limpeza higienizavam os móveis e ambientes internos, tudo objetivandoa conservação do patrimônio da Justiça Eleitoral.

A regular conservação dos imóveis foi aferida por Estudo Técnico produzido porengenheiros do TSE, em vistoria realizada nos dias 06 e 07/05/2014, na qual os técnicosconcluíram:

"O Complexo, desconsiderando os danos provocados pela cheia, mostra sinais deestar recebendo cuidados frequentes de manutenção. Destacamos: a realização de obras de reformado Fórum Eleitoral (em andamento até o momento da cheia); as intervenções recentes na coberturapara eliminação de infiltrações; as condições gerais da pintura das fachadas e paredes internas; e asnovas instalações climatização, do tipo VRF, interrompidas pelo problema da cheia: sem consideraro bom estado das instalações internas não afetadas pelas águas da enchente"

II – DO RECUO DAS ÁGUAS, DOS LAUDOS PRELIMINARES NAS INSTALAÇÕESATINGIDAS, DAS MEDIDAS IMEDIATAS PARA A CONSERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO

PÚBLICO

2.1 – Dos laudos preliminares:

Passadas as chuvas e com o processo de retorno das águas ao seu curso normal,na segunda quinzena do mês de abril/2014, revelaram­se as consequências drásticas da inundaçãoa que foram submetidas, por cerca de três meses, as instalações prediais submersas parcialmentepor quase dois metros de águas contaminadas. O acervo fotográfico que registra essa situaçãodemonstra a situação danosa aqui referida.

Os estudos técnicos preliminares elaborados pelos engenheiros do TSE (6 e7/5/2014); Serviço Geológico do Brasil – CPRM (3/6/2014) e Secretaria Municipal de Projetos eObras Especiais – SEMPRE, a pedido da Defesa Civil Municipal (13/6/2014), foram unânimes emapontar a necessidade de perícia técnica para aferir a higidez estrutural das edificações, veja­se:

Estudo Técnico produzido por engenheiros do TSE (Maio/2014): 8.CONCLUSÃO: A avaliação visual não identificou nenhum sinal de comprometimento estruturalnas edificações visitadas. Algumas trincas observadas em pontos de alvenaria denotamaparecimento anterior à cheia, devendo ser objeto de avaliação por especialista.

Laudo do Serviço Geológico do Brasil – CPRM (Junho/2014): 5.0 –

Page 8: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=100… 8/35

Conclusões/Recomendações: Na vistoria realizada no edifício sede do TRE – Tribunal RegionalEleitoral, do ponto de vista geológico geotécnico, não se verifica, quaisquer danos decomprometimento estrutural do edifício, porém recomenda­se criteriosa perícia no âmbito daengenharia estrutural, para atestar a estabilidade do edifício e segurança de sua ocupação.

Relatório de Vistoria ­ Secretaria Municipal de Projetos e Obras Especiais(junho/2014): Face a essas fissuras serem próximas dos apoios das estruturas do Pilotis (pilares),onde os esforços constantes são maiores, foi verificada com a máxima atenção. Esse tipo deproblema quando ocorre, é sempre aconselhável que se efetive um estudo, por uma empresaespecializada de cálculos em estrutura, para se definir qual a sua gravidade. Antes dequalquer decisão para a reocupação do prédio administrativo do TRE, sugere­se que sejaefetuada uma análise da situação, pois o problema, sem a devida averiguação e/ou possíveisreforços, só tendem a aumentar em sua proporção.

Além disso, dados e informações técnicas preliminares apontavam apossibilidade de recorrência do fenômeno das enchentes em idênticas proporções, situação quesó poderia ser afiançada por órgãos ou instituições especializadas nessa área.

Em razão desse quadro, na condição de responsável por tal decisão, este gestor,em meados de junho de 2014, viu no retorno açodado aos prédios uma completa insensatez, poispoderia expor a vida de centenas de servidores a risco por conta de tragédia representada pelopossível desabamento dos prédios.

Por certo não se tinha certeza de um eventual desmoronamento. Mas, na dúvida,não poderia praticar esse ato temerário. Não se tratava apenas de móveis e equipamentospertencentes ao patrimônio da União, mas da vida de centenas de pessoas.

Restava claro que a solução definitiva dependeria da análise de diversasvariáveis para a propositura de cenário seguro à ação administrativa.

De imediato, consultou­se o corpo de engenheiros do TRE/RO para verificar apossibilidade de eles próprios realizarem as perícias, contudo esses técnicos não detinham aexperiência exigida para tanto, haja vista que a perícia deveria ser realizada por profissionais devárias áreas (civil, eletricista, mecânico, geólogo e outros), além da necessidade de possuirespecialização na área de perícia técnica predial e equipamentos específicos para as medições.

Os contatos entabulados com o CREA/RO, CPRM, SPU e diversos outros órgãospúblicos na busca da cessão de profissionais capazes de realizar essa com a necessária técnicaexigida, restaram totalmente infrutíferos.

Nessa linha, como ação efetiva primeira, determinou­se a contratação deperícia para aferição das estruturas e dos danos nos prédios sede e anexos do TRE/RO, comotambém para elaboração dos projetos contendo todos os serviços de recuperação nos edifícios(Processo Administrativo nº 092/2014 – atual Processo SEI nº. 0002506­62.2015.6.22.8000).Esta ação está detalhada em tópico próprio desta decisão.

Devo destacar, diante dos insistentes e surreais questionamentos supervenientesdessa contratação – único meio seguro de aferir a higidez das estruturas prediais atingidas ­ queessa medida também fora apontada na Informação DG nº 016/2014, de 13/5/2014 (documento queintegra o Processo Administrativo nº 004/2014 – atual Processo SEI nº 0005221­77.2015.6.22.8000 ­ subscrita pela então Diretora Geral Lia Maria Araújo Lopes, veja­se:

"1.2 Na hipótese de decisão pela retirada de todos os bens que ainda se encontram nos prédios,mister deflagrar processo regular visando a locação predial de espaço para o armazenamento detodos os bens patrimoniais, inclusive que seja adequado para o funcionamento do almoxarifadotendo em vista o volume de materiais que estão chegando para atender às eleições, bem como asurnas eletrônicas que se encontram no depósito do Tribunal de Justiça, para movimentação eexercitação.1.3 Possibilidade de prorrogar o atual contrato de locação de depósito do Centro de Menor, cuja

Page 9: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=100… 9/35

vigência tem termo final em 20/mai/14, no entanto com locação de outro espaço para comportar osdemais materiais que estão no prédio sede e anexos, vem que esse prédio não comporta nem osmateriais de almoxarifado que chegaram para as eleições.[..]

2.1 Definição quanto ao novo prazo de permanência da sede provisória nas instalações do PalácioRio Madeira (CPA) (...)[..]3.2. Autuação de processo próprio para contratação de empresa para avaliação técnica, comemissão de laudo conclusivo, das condições estruturais das edificações afetadas pela enchente.

Como desdobramento lógico dessa ação, havia imperiosa necessidade de

permanência da sede do TRE/RO e zonas Eleitorais no CPA. Para tanto, no mês de junho/2014,para atender as atividades das Eleições Gerais, que não poderiam ser interrompidas, este gestorrequisitou ao Governador do Estado, para uso da Justiça Eleitoral, as áreas já disponibilizadas, atéa conclusão do Processo Eleitoral e mudança, provisória ou definitiva, para um novo espaço.

Em razão das condições não totalmente adequadas do primeiro imóvel locado, nomês de junho de 2014, substitui­se a locação por outro galpão (processada nos autos do PA096/2014­SAOFC ­ SADP 10.275/2014 ­ 2014 – atual Processo SEI nº 0002468­50.2015.6.22.8000 ­ localizado na Rua Aparício de Moraes, 4099, Bairro Industrial, nesta Capital,edificado com aproximadamente 1.473,32 m², para armazenamento das urnas eletrônicas. Maistarde, passou a abrigar a materiais da Seção de Almoxarifado, materiais da Seção de Patrimônio eequipamentos da Secretaria de Tecnologia de Informação, além do Serviço Médico deste Tribunal.

III ­ DO GABINETE DE CRISES – CENÁRIOS – PRIMEIRAS PROPOSTAS DEENCAMINHAMENTOS PARA UMA SOLUÇÃO DEFINITIVA

Nessa altura, como antes registrado, restava claro que a solução definitivadependeria da análise de diversas variáveis para a obtenção de um cenário seguro à açãoadministrativa.

De outro giro, já no mês de março/14, durante o processo de construção daproposta orçamentária 2015, determinei ao corpo técnico do Tribunal que dimensionasse a áreamínima demandada e estimasse o custo da construção de uma nova sede para o Tribunal.

A referida peça orçamentária estimou essa ação em R$ 41.325.000,00 (quarenta eum milhões, trezentos e vinte e cinco reais), compreendendo a elaboração do projeto executivo, afiscalização e a própria construção, a ser realizada no período de 4 anos (2015­2018). Conformeinformado pela Coordenadoria de Orçamento, Finanças e Contabilidade deste Tribunal, para o anode 2015, após a definição de limites e cortes orçamentários do TSE, foi previsto o valor total de R$10.052.000,00 (dez milhões e cinquenta e dois mil reais) assim distribuídos: estudos e projetos danova construção R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); reparos e reformas R$4.016.000,00 (quatro milhões e dezesseis mil reais) e aluguéis R$ 4.536.000,00 (quatro milhões,quinhentos e trinta e seis mil reais).

Naquela época, não havia certeza se as instalações da Justiça Eleitoral estavamtotalmente avariadas e imprestáveis. Contudo, o procedimento orçamentário tem seus ritos e prazos.Era aquela a hora de decidir pela ação. Certamente, se tivesse titubeado e não incluído essa ação naproposta orçamentária, hoje estaria sendo questionado por inação, por gestão relapsa, que diante deum quadro de incertezas, não teve capacidade para gerir uma macro­solução correspondente àgrandeza da demanda apresentada.

Page 10: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=10… 10/35

Procurou­se resguardar naquele momento crítico a cobertura orçamentária para aspossibilidades que se desenhavam, como a construção de uma nova sede e anexos, aslocações/adaptações de imóveis necessários ao abrigo das instalações, enquanto se aguardava anova construção ou a recuperação dos prédios atingidos.

Deve­se registrar, contudo, que a inclusão desses valores da propostaorçamentária não garantia a certeza de obtenção dos recursos, haja vista que sua essa decisãodependeria do crivo dos setores orçamentários do Tribunal Superior Eleitoral.

Constatando que a necessária priorização das eleições poderia afastar o foco dasações de manutenção, recuperação dos prédios ou mesmo a busca de alternativas prediais paraabrigar as instalações da Justiça Eleitoral, este Gestor designou, por meio da Portaria nº 397, de14/7/2014 (peça que integra Processo Administrativo nº. 019/2014 – SADP nº 8951/2014.) umGabinete de Crises para centralizar as ações relacionadas com essa situação excepcional.

Mesmo a conclusão de viabilidade técnica e financeira da recuperação dasinstalações levariam à discussão de questões extremamente relevantes, como registrado emdespacho desta autoridade naquela oportunidade:

a) necessária disponibilidade de recursos orçamentários para a realização dosserviços de recuperação e custeio das locações de imóveis aptos a receber a estrutura física daJustiça Eleitoral no período necessário à realização dos trabalhos de reforma dos prédios, compadrão aceitável de atendimento ao cidadão;

b) inexistência, até aquele momento, de consenso técnico das autoridadescompetentes acerca das causas determinantes da cheia extraordinária do Rio Madeira; algumas asatribuindo exclusivamente ao aumento vertiginoso do regime de chuvas nas cabeceiras do RioMadeira, enquanto outras as associavam, também, às intervenções resultantes da construção dasusinas de Santo Antônio e Jirau;

c) existência de recomendação – ainda no plano informal – da Prefeitura doMunicípio de Porto Velho, no sentido da total impropriedade da área onde hoje construídas asinstalações do Tribunal, haja vista que localizada na foz do Igarapé Santa Bárbara, região de baixaaltitude, pantanosa e sujeita às imediatas consequências em situações de enchentes do Rio Madeira;

d) dificuldade de apontar a alternativa da construção de uma nova sede – acasodecretada a impossibilidade de recuperação da atual ­ como única solução viável, em razão, porexemplo, do alto custo da construção, estimada para um período de cerca de quatro anos; adificuldade já comprovada pela Administração na cessão de área adequada pertencente ao PoderPúblico, fato que poderia demandar até a aquisição de um terreno; a necessária locação de umimóvel para abrigar as instalações da Justiça Eleitoral nesse período, fatores que associadosmajorariam indubitavelmente o valor final da solução;

e) ausência de um estudo técnico comparativo ­ tendo­se em relevo aspectosfinanceiros, estruturais, adequação de localização para o melhor atendimento aos cidadãos, além deoutros – entre a solução da construção de uma nova sede e a aquisição de imóvel acabado, com asnecessárias adaptações e adequações para abrigar a estrutura do Tribunal e das Zonas Eleitorais daCapital;

f) existência de novas alternativas para a locação de imóveis pela AdministraçãoPública, além das formas tradicionais reguladas pela Lei de Locações, como no caso dos Contratosbuilt to suit (locação sob medida), com legalidade reconhecida pelo Tribunal de Contas da Uniãono Acórdão nº 1301/2013 – Plenário, na qual o locador se responsabiliza pela construção do imóvele suas instalações, customizadas para atender as específicas necessidades da Administração, comvistas a locá­lo por longo tempo, com ou sem possibilidade de reversão do bem ao final do contato.

Diante de tantas variáveis, o coletivo prestou um trabalho valoroso àAdministração, cuidando também de orientar medidas diretamente afetas aos edifícios atingidos,compreendendo sua situação atual, segurança, conservação, regularidade de domínio e construtiva,inclusive sob o aspecto das licenças legais exigíveis.

Page 11: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=10… 11/35

Com relação às referidas medidas protetivas e assecuratórias do patrimôniopúblico, indicadas pelo Gabinete e adotadas de plano pela Administração, podem­se destacar:

1 ­ ativação de ligação de energia elétrica, luminárias, refletores em todo operímetro dos prédios e reativação da guarita, inclusive com um banheiro (PA nº 185/2014 –SAOFC);

2 ­ aquisição de 2 caixas d’água de 3000 l para garantir o abastecimento daguarita (PA nº 185/2014 – SAOFC);

3 ­ recolhimento de todos os bens espalhados pelos corredores e alocação nassalas;

4 ­ levantamento e recolhimento de todos os bens inservíveis, retirados e levadospara o depósito (barracão locado pelo TRE);

5 ­ reforço de segurança: retirada dos materiais incorporados ao imóvelpassíveis de remoção (como portas, janelas, forro, fiação elétrica) e fechamento comtapumes/divisórias das portas e janelas;

6 – manutenção dos dois postos de vigilância armada 24 horas para proteção detodo o perímetro dos prédios atingidos;

7 ­ realizada limpeza periódica interna pelo pessoal terceirizado.Todas essas informações constam do processo do Gabinete de Crises e,

especificamente, da Informação nº 035/2014­SAOFC que detalha as providências de manutençãoe conservação das instalações e bens móveis existentes nos locais atingidos pela enchente, inclusivecom amplo acervo fotográfico.

Mas certamente o trabalho principal desse coletivo consistiu no levantamento dasdiversas variáveis que deveriam ser consideradas para a formatação de alternativas possíveis a umasolução predial que atendesse às necessidades da Justiça Eleitoral de forma racional e viável sob oóptica técnica e financeira.

Após cinco meses de trabalho ­ afetado pela coincidência com o período eleitoral­ o Coletivo, no final de dezembro/2014, apresentou um relatório parcial de suas atividades, no qualapontou alguns rumos objetivos iniciais para subsidiar as ações da Administração no período dedezembro de 2014 a janeiro de 2015 – ou mesmo até março de 2015, data final da requisição doespaço localizado na ala direita do pavimento térreo do edifício Rio Cautário, no Curvo II daedificação do CPA para uso da Justiça Eleitoral.

Nesse relato, utilizando­se dos elementos contidos no laudo preliminar deintegridade do comportamento estrutural apresentado pela empresa BENTO CONSTRUÇÕES EPROJETOS LTDA – ME, contratada para a realização da perícia nas estruturas, o Gabineteenfatizou a ausência de certeza técnica para indicação de recuperação e retorno imediato àsedificações atingidas pela enchente do Rio Madeira no ano de 2014, considerando essa alternativacomo temerária, haja vista que poderia expor a risco a segurança de pessoas e do patrimôniopúblico.

Acrescentou a esse fato as informações e dados técnicos colacionados peloGabinete, os quais indicavam que o próximo ciclo hidrológico poderia ter como consequência arepetição das enchentes do Rio Madeira no ano de 2015 – e até mesmo para os próximos anos– em grandezas tão severas como as verificadas no ano de 2014.

Sobre este aspecto deve ser reiterado que no final de 2014 e início de 2015 essecenário extremo foi considerado pelo Gabinete de Crises porque registrado enfaticamente pelosestudos técnicos produzidos naquela época. Assim, seria leviandade desprezar a possibilidade derepetição desse fato natural.

Tanto é assim, que esses dados e informações técnicas que apontavam a

Page 12: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=10… 12/35

possibilidade de recorrência do fenômeno das enchentes em 2015, em proporções similares ousuperiores àquelas verificadas em 2014, justificaram o PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DETUTELA E REQUERIMENTO INCIDENTAL (autos do Processo nº 2427­33.2014.4.01.4100,5ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Rondônia) aviado no final de janeiro docorrente, no qual o Ministério Público Federal, Ministério Público do Estado de Rondônia,Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Rondônia, Defensoria Pública da União e DefensoriaPública do Estado de Rondônia, consignaram: “Os autores receberam comunicação da SantoAntônio Energia sobre prognóstico no sentido de que a cheia de 2015 seria tão ou mais rigorosaque a cheia de 2014.”

Nesse contexto de indefinição, o Colegiado concluiu que, mesmo que a avaliaçãoda resistência estrutural confirmasse ­ após os devidos testes para diagnóstico preciso de possíveisalterações estruturais – a viabilidade das construções, seria irracional e temerário trabalhar comum único cenário de recuperação das edificações e retorno para a antiga sede.

Destacou que, ao lado do risco à integridade física das pessoas que utilizariamos edifícios ­ os recursos públicos destinados ao restabelecimento das estruturas, sistemashidráulicos e sanitários, rede elétrica e lógica, revestimento de alvenaria, divisórias em gessoacartonado, pintura geral dos prédios, seriam totalmente desperdiçados com a repetição dasenchentes em níveis similares de grandeza com aquela ocorrida em 2014.

Ponderou, também, o fato de parte das edificações ocuparem área de APP doIgarapé Santa Barbara, situação que exigia a apresentação de estudos ambientais complementaresque justifiquem sua permanência no local, na forma da legislação sobre áreas urbanas da Prefeiturade Porto Velho.

Assim, sem ainda poder apontar uma solução definitiva, o Colegiado, emdezembro/2014, indicou as seguintes ações para a continuidade dos trabalhos:

a) considerando que a utilização provisória das instalações prediais do CPAestava garantida apenas até março de 2015, o Colegiado sugeriu que a Administraçãocontinuasse buscando opções de locação de imóvel que pudesse abrigar a sede do Tribunal edos cartórios eleitorais da Capital;

b) louvando­se em levantamento realizado pela área de engenharia da Seção deManutenção Predial do TRE/RO, indicou as seguintes áreas mínimas para abrigar, em regimede locação, a partir de março de 2015 (data do vencimento da requisição das instalações do CPA), asede do Tribunal, cartórios da Capital, inclusive com a central de atendimento ao eleitor,considerando, ainda, a disponibilidade de área de estacionamento e a variação da área em função daplanta do imóvel:

Área mínima (m2)

Imóveis que abriguem: Vão Livre Seccionada Estacionamento

1 Secretaria / ZE'S / Central de Atendimento 3.000,00 4.500,00 A definir

2 Secretaria 2.000,00 3.000,00 A definir

3 ZE'S / Central de Atendimento 800,00 1.200,00 A definir

Page 13: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=10… 13/35

c) sugeriu a manutenção da locação do galpão (processada nos autos do PA096/2014­SAOFC ­ SADP 10.275/2014 – atual Processo SEI nº 0002468­50.2015.6.22.8000),localizado na Rua Aparício de Moraes, 4099, Bairro Industrial, nesta Capital, edificado comaproximadamente 1473,32 m², para armazenamento das Urnas Eletrônicas, materiais da Seção deAlmoxarifado, materiais da Seção de Patrimônio e equipamentos da Secretaria de Tecnologia deInformação, salvo se houver oferta de imóvel capaz de receber essas unidades, com preços econdições mais vantajosas à Administração.

d) sugeriu a continuidade de tratativas com a Secretaria de Assistência Social doEstado de Rondônia – SEAS para a busca de espaço físico na sede do “Tudo aqui” (antigoShopping Cidadão) para o funcionamento da Central de Atendimento ao Eleitor, solução quegarantiria a prestação de serviços eleitorais à população, com possível redução dos custos nalocação de outro imóvel.

e) considerando, também, que a recorrência de enchentes capazes de elevar a cotado Rio Madeira ao patamar de 18,30m poderia se tornar constante, fato que obstaria de formadefinitiva a utilização regular daquelas instalações prediais, o Colegiado sugeriu a continuidade deações que pudessem apontar uma solução predial viável e definitiva para a nova sede do Tribunal edas zonas eleitorais da Capital, através dos seguintes procedimentos:

e1) continuar a busca de imóveis ou terrenos públicos: essa atividade pode sermaterializada com as seguintes providências:

e2) avançar na análise da viabilidade jurídica e econômica da retomada do imóvelClube Botafogo, titulado pela União à particulares, sob regime de Concessão de Direito Real deUso;

e3) reiterar os ofícios expedidos ao Governo do Estado de Rondônia ePrefeitura do Município de Porto Velho, acerca da eventual disponibilidade de imóveis outerrenos que possam ser doados à Justiça Eleitoral;

e4) considerando as orientações gerais para ocupação imobiliária no âmbitoda Justiça Eleitoral, expedidas pelo TSE por meio do Ofício­Circular nº 5.622, de 24/11/2014 ­dirigida mais especificamente para os imóveis destinados aos cartórios eleitorais ­ o qual, emsíntese, orienta que a ocupação imobiliária nos Tribunais Eleitorais seja pautada pela busca deparceiras de maneira que a missão da Justiça Eleitoral possa ser cumprida de forma associada àbusca constante pela eficiência dos gatos públicos, sugeriu, também, que a Administração oficiasseà Superintendência do Patrimônio da União (SPU), Governo do Estado de Rondônia, Tribunalde Justiça do Estado de Rondônia e Prefeitura do Município de Porto Velho, acerca daeventual disponibilidade de cessão de imóveis para uso compartilhado ou em regime decondomínio, para abrigar, prioritariamente, a sede das zonas eleitorais da Capital ou mesmo detoda a estrutura da Justiça Eleitoral nessa Capital;

e5) realizar pesquisa no mercado para aferir eventual oferta de imóveispassíveis de locação sob medida (built to suit): que poderia ser realizada com ou sem opção decompra; elaboração de edital de pré­qualificação (chamamento), o qual deverá conter a definição doperímetro da localização do terreno ou construção; área mínima da edificação; memorial descritivoque permita a elaboração do projeto arquitetônico pelos interessados;

e6) como última alternativa e apenas se descartadas as demais antesapontadas, o colegiado, sugeriu a realização de pesquisa no mercado para aferir eventual oferta deimóveis passíveis de aquisição;

e7) continuar procurando viabilizar recursos para aquisição do data center móvel;e8) enquanto não definido a destinação final das instalações prediais afetadas

Page 14: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=10… 14/35

pelas enchentes, continuar mantendo a estrutura mínima de segurança atualmente existentepara a proteção e preservação do patrimônio público;

e9) quando obtidas alternativas (recuperação da sede, locação ­ inclusive obras eserviços de adequação nos imóveis – ou aquisição de imóveis) produzir quadro comparativo,destacando o custo x benefício das diversas opções, com informações sobre o suporteorçamentário para a solução apontada.

Esse trabalho do Gabinete de Crises, apresentado em dezembro de 2014, foinominado de relatório parcial, haja vista que o laudo pericial na estrutura dos edifícios,documento fundamental para as ações da Administração em relação aos prédios, apenas foiconcluído e entregue à Administração no início de janeiro de 2015.

De posse desses dados técnicos apontados no laudo pericial, o Coletivo, na datade 14/1/2015, apresentou novos encaminhamentos que podem assim ser resumidas:

a) constatada a viabilidade de reforma/recuperação de parte das unidades prediaise havendo a SAOFC indicado o prazo estimado de 12 meses ­ ou seja, até janeiro de 2016 ­ para aconclusão dos serviços de reforma/recuperação das estruturas íntegras, dada a proximidade doprazo final da requisição das instalações do CPA, até março/2015, a permanência no CPA atéaquela data, conjugada com a busca de uma solução provisória para abrigar suas unidades,provavelmente por meio de locação. Considerou a racionalidade dessa proposta, também sopesandoo aspecto financeiro, vez que a indenização pelo uso das instalações, à época considerando ovalor de R$ 56.639,08 (cinquenta e seis mil, seiscentos e trinta e nove e oito centavos) mensais eraextremamente razoável;

b) manter, enquanto necessário, a estrutura mínima de segurança atualmenteexistente para a proteção e preservação do patrimônio público;

c) sobre as edificações em área de APP (Igarapé Santa Barbara), oficiar àSecretaria Municipal de Meio Ambiente – SEMA, para que se manifestasse, em caráter conclusivo,acerca de eventual irregularidade na ocupação dos prédios atingidos – até hoje sem HABITE­SE;

d) acerca da possibilidade de recorrência de enchentes capazes de elevar emanter constante a cota do Rio Madeira ao patamar de 18,30m, realizar acompanhamento constantedos informativos e notas técnicas expedidas pelos órgãos competentes (SIPAM, DEFESA CIVILMUNICIPAL, ESTADUAL, ETC);

e) considerando o seguinte registro contido no laudo pericial, verbis:

A causa da enchente do prédio deve­se a sua localização planimétrica e altimétrica em relação aoRio Madeira e se houver novas cheias do Rio Madeira o prédio estará sujeito a novas inundações.Na data da vistoria, verificamos que onde passa o córrego com a Avenida Farquar, o aterroencontra­se comprometido, podendo romper a qualquer nova enchente. Seria recomendávelavaliar uma solução hidráulica para evitar que outras inundações do Rio atinjam os prédios doTRE – fl. 310 – (negritou­se).

Solicitar informações à Defesa Civil do Município de Porto Velho acerca doconhecimento do fato apontado pelo laudo pericial e indagar se a recuperação do aterro serárealizada pela municipalidade.

f) tendo em relevo as informações prestadas pela Secretaria de Administração,Orçamento, Finanças e Contabilidade – SAOFC e as conclusões do laudo pericial, SUSPENDER,até que se tivesse um quadro melhor definido, as seguintes ações que tinham como moteprincipal a inviabilidade técnica e econômica de recuperação daqueles prédios:

Page 15: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=10… 15/35

1. A análise da viabilidade jurídica e econômica da retomada do imóvel Clube Botafogo, tituladopela União à particulares, sob regime de Concessão de Direito Real de Uso: Até porque essa açãopoderia se perpetuar por anos, não sendo desprezível considerar os incidentes judiciais manejadospelos atuais usuários do terreno.

2. Pesquisas no mercado para aferir eventual oferta de imóveis passíveis de locação sob medida(built to suit): Essa alternativa só se mostraria viável pelo dimensionamento de médio (acima de 5anos) ou longo prazo (20, 30 anos). 3. Pesquisas no mercado para aferir eventual oferta de imóveis passíveis de aquisição: Emboraessa alternativa não possa ser totalmente descartada em razão da extrema dificuldade na obtenção deespaços públicos, o cenário atual da possibilidade de recuperação dos prédios da JE permite suaparalisação sem prejuízo às ações futuras.

g) que as medidas tomadas pela Administração fossem precedidas demanifestação das unidades técnicas, notadamente da área de engenharia, contabilidade,tecnologia da informação e jurídica, que deverão expedir informações e pareceres técnicos sobrea viabilidade das ações, sempre sopesadas sobre os aspectos de racionalidade e economicidade dadespesa, além da necessária informação do suporte orçamentário para a solução apontada.

A Diretoria­Geral, ao apreciar as propostas do Gabinete de Gestão de Crises,acolheu todos os encaminhamentos constantes do relatório final, posto que alinhados e condizentescom os novos elementos e conclusões trazidos pelo Laudo Técnico Estrutural, e ressaltou o deverda Administração empreender esforços para eliminar ou mitigar eventuais riscos à integridade físicade pessoas que pudessem acessar o prédio do estacionamento e ofertou duas sugestões deencaminhamento em complemento ao trabalho do Gabinete de Gestão de Crises, a saber:

a) submissão do Laudo Técnico de Avaliação Estrutural às unidades técnicas do

Tribunal, especialmente para que se manifestem sobre a necessidade de providências urgentes dedemolição da estrutura condenada ou se a referida medida pode aguardar a conclusão dos outrosdois itens da perícia;

b) manifestação das unidades técnicas deste Regional sobre a alternativa pontuadano Laudo Pericial, como elemento condicionante à manutenção da vida útil das edificações,representado pela construção de estrutura de contenção hidráulica que preservasse os prédios dascheias do Rio Madeira, sem a qual seria inviabilizada a ampla acessibilidade dos usuários àsdependências da Justiça Eleitoral.

Após estranha tramitação do processo na Corregedoria Regional Eleitoral, queculminou na retenção dos autos por mais de 30 dias nessa unidade e, ainda, a prolação de despachoirregular por seu titular, na data de 3/2/2015, proferi decisão acolhendo o relatório do Gabinete deCrises e as manifestações do Diretor Geral.

Diante do quadro de incertezas relatadas pelo Gabinete de Crises – embora comatestação técnica de recuperação de parte das edificações do TRE/RO afetadas pela enchente, estegestor deliberou que, naquele estágio, não havia segurança para realização de obras nosedifícios com o intuito de retornar definitivamente as instalações da Justiça Eleitoral à sua sedeprópria.

Todavia, para que não se perdesse um tempo precioso – autorizei a propostaformulada pelo Gabinete de Crises, determinando a continuidade da contratação dos projetos derecuperação das unidades prediais, ato que dimensionaria as obras e serviços necessários e seu

Page 16: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=10… 16/35

custo financeiro, condicionando­a, entretanto, à expressa manifestação do Seção de Engenhariadeste Tribunal, quanto à possibilidade de tais projetos de reforma serem elaborados pelo corpotécnico deste Tribunal – autonomamente ou com o apoio de engenheiros de outros órgãos,indicando quais profissionais e órgãos poderiam contribuir nessa tarefa.

Naquela oportunidade, considerando que o prédio do Fórum Eleitoral estava coma obra de reforma paralisada desde a enchente de 2014, ainda destaquei:

II – Em relação ao contrato de reforma do Prédio do Fórum Eleitoral, deverá o setor de engenhariadeste Tribunal apresentar circunstanciado relato contendo a descrição dos serviços que foramexecutados pela contratada até a suspensão do contrato ­ inclusive com os valores já liquidados eopinar pela vantajosidade/racionalidade/economicidade, sob os aspectos técnico e financeiro, daretomada dos referidos serviços, manutenção da suspensão ou mesmo da rescisão do contrato, dada anova situação a que foram submetidas essas edificações durante a reforma. Justifica­se tal medidadiante da possível confusão entre os serviços atualmente contratadas e aqueles que serãodemandados em razão das alagações. Tal situação também deverá ser objeto manifestação expressapelo setor de engenharia;III – Ciência à Coordenadoria de Controle Interno deste Tribunal para as providências decorrente desuas funções legais e regimentais.

IV – DOS LAUDOS PERICIAIS

Esta administração promoveu certame licitatório visando à contratação deempresa para a realização das perícias recomendadas, conforme Processos SEI nº 0002506­62.2015.6.22.8000 (Principal), 0002768­12.2015.6.22.8000 (Gestão e Pagamento ­ Fases 01 e 03)e 0002631­30.2015.6.22.8000 (Gestão e Pagamento ­ Fase 02). Sagrou­se vencedora a empresaBENTO CONSTRUÇÕES E PROJETOS LTDA – ME. A perícia, desdobrada em 3 etapas, tevesua última fase suspensa até a definição de quais edificações seriam realmente recuperadas, bemcomo as eventuais soluções para mitigar ou compensar os impactos ambientais resultantes dapermanência dos imóveis naquela região. Esses estudos técnicos concluíram:

a) FASE 01 ­ Laudo Técnico de Análise Estrutural (evento 0029331): "Oparecer final é que do ponto de vista estrutural dos prédios sede do TRE, do Fórum e doArmazenamento de Urnas, estão com sua vida útil assegurada de acordo com as normas deavaliação e de projeto aqui referenciadas, ressaltando­se que a vida útil das referidas edificações sópoderão ser consideradas se for projetada e construída uma estrutura de contenção hidráulica quepreserve os prédios das cheias do Rio Madeira. No caso do prédio térreo doestacionamento, recomenda­se a demolição total e reconstrução do mesmo. Em relação àsestruturas de aço da cobertura deste prédio e daquelas que protegem do sol os veículos, estãointactas e podem ser usadas sem restrição".

Devo enfatizar que, acerca da demolição apontada, por extrema cautela,notifiquei a empresa BENTO CONSTRUÇÕES E PROJETOS para respostas a quesitos em relaçãoao prédio da Seção de Transportes e estacionamento, para que manifesta­se, mais uma, sob oaspecto técnico da ser realizado reforço da estrutura de alvenaria do prédio da seção de transporte,

Na data de 7/4/2015 a empresa apresentou resposta, por meio de laudo, na qualesclarece os pontos quesitados, reafirmando as conclusões do laudo estrutural que indicou ademolição do Anexo III, considerando que os pilares não possuem resistência suficiente paragarantir o acesso de pessoas, conforme as normas da ABNT.

b) FASE 02 ­ Laudo Técnico para Avaliação das Instalações Elétricas,Lógicas, Hidrossanitárias e Mecânicas do conjunto de edificações (eventos 0039278, 0039281,

Page 17: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=10… 17/35

0039282, 0039324 e 0039328):

b1 ­ Os peritos constataram grandes danos em todas as instalações das áreastérreas dos imóveis Sede do Tribunal, Fórum Eleitoral e Depósito de Urnas/Materiais,especialmente na rede elétrica, lógica, salas destinadas ao Data Center, Nobreaks Corporativos,Grupo Geradores e Subestação de Energia Elétrica de Alta Tensão, além de danos no poço semi­artesiano, unidade térrea de armazenamento de água potável, alvenarias e louças sanitárias,elevadores de passageiros e de carga, como também danos parciais na rede de esgoto e hidráulica,de forma que concluíram que esses danos foram provocados pelas águas do Rio Madeira naenchente ocorrida em 2014;

b2 ­ A maior parte dos danos implicará na substituição e recomposição demateriais integrantes e agregados aos imóveis, os quais constarão devidamente especificados nosprojetos de recuperação dos imóveis. Todos os equipamentos e acessórios das salas do DataCenter, Nobreaks Corporativos, Grupo Geradores e Subestação de Energia Elétrica de Alta Tensãoforam retirados e armazenados no atual Depósito de Urnas. Esses equipamentos deverão serrevisados para posterior remontagem;

Os peritos ainda constataram erros de execução de serviços de reforma e deconstrução de algumas instalações, que, portanto, não possuem relação com a enchente do rio, osquais destaco:

Telhado do Edifício Sede: no item 5.3 do laudo, constataram que os serviços defixação das telhas não observaram a boa técnica, já que os parafusos foram fixados na parte maisbaixa do material, ou seja, na calha onde corre a água da chuva, o que fatalmente causarávazamentos. Conclui que será necessário a substituição de todas as telhas da cobertura do prédiosede, conforme item 6.2, do citado laudo;

Fossas Sépticas e Sumidouro do Edifício Sede, Fórum Eleitoral e Depósito deUrnas: no item 5.4 do laudo, constataram que a execução dessas instalações não estão emconformidade com o projeto inicial. Verificou que todo o material de esgoto passa pelas fossassépticas e que o destino final é a galeria pública de águas pluviais (Depósito de Urnas) ou CanalSanta Bárbara (Edifício Sede e Fórum Eleitoral). Conclui que será necessário a instalação de umsistema individual de tratamento de esgoto ETE (Estação de Tratamento de Efluentes), de formaque o material tratado poderia desaguar na galeria pública ou Canal Santa Bárbara, mas tudodevidamente autorizado junto ao órgão municipal de meio ambiente (SEMA), ou ainda, novoprojeto para eliminar o desague na rede pública ou canal, com adequação de toda a rede de esgotolocal, que propiciará tratamento e esvaziamento periódico;

Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) do EdifícioSede, Fórum Eleitoral e Depósito de Urnas: nos itens 5.6.4.1,

5.6.5.1 e 5.6.6.1 do laudo, constataram que dois dos três subsistemas quecompõem o sistema geral de proteção contra descargas atmosféricas (sistema de para raios) nãoatendem as NBRs que regularam o assunto. Conclui, portanto, que os sistemas devem ser revisadose executados novamente para atender as normas, de forma a garantir eficiência e segurançaadequada, conforme itens 6.4.4.1, 6.4.5.1 e 6.4.6.1;

c) Os peritos, nas conclusões finais, item 6 do laudo, recomendaram que algumasinstalações vitais para o funcionamento daqueles edifícios fossem remanejados para os andaressuperiores, como as salas do Data Center, Nobreaks Corporativos, Grupo Geradores e Subestaçãode Energia Elétrica de Alta Tensão. No entanto, solicitei que a unidade gestora do contratoquestionasse a empresa contratada se essas alternativas apresentadas se limitam a salvaguardar osequipamentos, evitando as suas remoções em uma eventual ocorrência de nova enchente do rio, outambém garantirá o pleno funcionamento de todas as instalações daqueles prédios, quando tambémda ocorrência de eventuais enchentes que atinjam as áreas térreas daqueles edifícios. Em resposta(evento 0039328), os peritos responsáveis informaram que as alternativas apresentadas apenas irãogarantir a integridade dos equipamentos, evitando as suas remoções em uma eventual ocorrência de

Page 18: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=10… 18/35

nova enchente do rio, e que o funcionamento das instalações a partir do 1ª pavimento seriaprejudicada, já que os sistemas principais de energia elétrica e de rede lógica dependeriam daconcessionária pública de fornecimento de energia elétrica, que por questões de segurança, realiza odesligamento geral da região afetada pela subida das águas. Além disso, destaco que oacesso/entrada naquelas edificações serão totalmente impossibilitadas de forma que servidores epúblico externo em geral não poderão utilizar normalmente aquelas instalações. Outro fatorimpeditivo de utilização daquelas edificações em caso de novo acometimento de enchente do rio,diz respeito as instalações hidrossanitárias, que por estarem naturalmente no subsolo, terão os seusfuncionamentos comprometidos e paralisados. Também ressalto que na ocorrência de semelhanteou menor enchente do Rio Madeira, há grande possibilidade de contaminação de pessoas pordoenças causadas pelas águas daquele rio, a exemplo do que aconteceu com alguns servidores ecolaboradores da Justiça Federal em 2014 (prédio vizinho ao TRE/RO), que foram diagnosticadoscom leptospirose.

V – DAS MEDIDAS QUE SE SEGUIRAM APÓS A PRODUÇÃO DOS LAUDOESTRUTURAL E DOS ENCAMINHAMENTOS DO GABINETE DE CRISES

5.1. Continuidade da Justiça Eleitoral no Centro Político Administrativo do Governo do Estadode Rondônia

Este gestor efetivou a requisição do CPA até março de 2015. Contudo, com aconstatação das unidades administrativas que não seria possível solucionar a questão predial no anode 2015 e, ainda, face a inexistência de imóveis viáveis para a locação nesse período, apóstratativas com o Governo do Estado de Rondônia, foi celebrado, mediante ampla análise jurídica, oTermo de Cessão de Uso e de Reembolso de Despesas Originadas em Ato de Requisição nº001/201 (Processo SEI nº 0000150­94.2015.6.22.8000).

Esse instrumento garantiu a continuidade da utilização dos espaços do CPA(Centro Político Administrativo) do Estado de Rondônia para abrigar a Sede do Tribunal, FórumEleitoral das despesas do consumo de energia elétrica e água tratada, no valor mensal de R$15.256,95 (quinze mil, duzentos e cinquenta e seis reais e noventa e cinco centavos).

Atualmente, a cessão com indenização encontra­se ajustada até maio de 2016, oque garante à nova Administração do Tribunal uma margem de segurança até a formatação de umapossível solução predial alternativa.

Devo registrar que essa medida se tornou absolutamente necessária em razão dadificuldades de locação de imóveis com características para atender às demandas daJustiça Eleitoral. Os procedimentos relacionados a essa ação estão contidos no processo SEI nº0000194­16.2015.6.22.8000, remetido à ciência da Comissão de Transição de dirigentes desteTribunal.

5.2. Reforço das medidas de preservação das estruturas prediais atingidas

Em razão da impossibilidade de rápido retorno à sede própria, além das medidasimediatas aqui relatadas, foram adotadas outras providências para reforçar a segurança,manutenção, conservação e limpeza daqueles prédios:

I ­ Isolamento por tapumes (placas de compensados) e fixação de avisos(“Entrada proibida, aguardando perícia, somente pessoal autorizado”) nos ambientes em queestavam instalados os maquinários e equipamentos de grande porte, na área térrea, como a sala dodata center, sala do nobreak corporativo, sala da subestação de energia elétrica de alta tensão, salado grupo gerador e sala multiuso (central de atendimento provisória) e demais ambientes que não

Page 19: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=10… 19/35

possuíam interesse de acesso e permanência por qualquer servidor ou colaborador até a conclusãoda perícia técnica que avaliaria os danos causados pela enchente do rio, como salas de depósitospequenos e banheiros do Anexo II. Os demais ambientes e áreas que possuíam acesso de servidorese colaboradores foram mantidos limpos e em condições de trabalho e salubridade;

II ­ Abastecimento de água tratada, antes realizada por “carro pipa” da CAERD:Para otimizar a distribuição de água interna, foi solicitada a ligação na rede de distribuição pública.No dia 08/07/2015 foi concluída a ligação da CAERD no prédio sede. Considerando a força daágua encanada, também foi realizada da conexão direta com as caixas d'águas principais do prédiosede, com fornecimento para torneiras e vasos sanitários dos banheiros do 1º e 2º pisos do edifíciosede. Também foram mantidos os reservatórios próximo à guarita de vigilância, com duas caixas detrês mil litros, e mais uma de mil litros no hall central do primeiro piso do prédio sede, e outra noanexo II, primeiro andar. O fornecimento de água tratada realizada pela CAERD através de “carropipa” foi constante e sem qualquer acréscimo contratual. Essa forma de abastecimento sempregarantiu a quantidade de água para realização das atividades de limpeza interna dos edifícios (1º e2º pisos), da área externa, manutenção da área verde e vasos de plantas e outros. Portanto, apenasfoi realizada uma otimização na forma de abastecimento de água;

III ­ Recuperação de grades de ferro no perímetro dos edifícios com aplicação desoldas e restauração de algumas bases de alvenaria, danificadas na desocupação daqueles prédios epela enchente do rio. Tais medidas visaram aumentar a segurança dos ambientes;

IV ­ Recuperação de algumas janelas com vidros quebrados, decorrentes de fortesventos na região. Medida que visou aumentar a conservação dos imóveis e mobiliários na parteinterna.

V ­ As demais ações continuadas de manutenção, limpeza e segurança daquelesimóveis foram incorporadas à rotina das atividades das seções e coordenadorias responsáveis, comoa limpeza semanal na área interna dos 1º e 2º pisos dos edifícios sede e anexo II (depósito),segurança armada 24h realizada por dois postos de vigilância ostensiva, roçagem das áreas verdesrealizada por jardineiro fixo naquele complexo de prédios, além de outras atividades diárias esemanais;

VI – A equipe de serviços gerais (terceirizados) realizou a limpeza do local entreos dias 19 e 27/02, posicionando os entulhos em grandes montes. Foram disponibilizados doiscaminhões caçamba e três pás carregadeiras pela SEMUSB. A equipe da SEMUSB retirou quatrocargas de entulhos. Os trabalhos foram iniciados às 9h e concluídos às 14h do dia 28/02/2015. Alimpeza foi concluída no dia 7/3, com a lavagem geral das instalações.

Essas e outras medidas de segurança, manutenção e conseervação dos imóveisforam comprovadas no RELATÓRIO PRELIMINAR Nº. 03 DA COORDENADORIA DECONTROLE INTERNO E AUDITORIA (Processo SEI n. 0001747­98.2015.6.22.8000 ­ evento0040528).

5.3. Da possibilidade de recorrência das enchentes, das irregularidades construtivas em razãoda ausência de licenças e das questões ambientais

Esta gestão não descuidou dos demais encaminhamentos propostos pelo Gabinetede Crises, diante da possibilidade de recorrência da enchente no ano de 2015 – talvez em níveissimilares aos verificados em 2014 – e a irregularidade na construção dos prédios – até hoje semHABITE­SE, localizados em Área de Preservação Permanente do Riacho Santa Bárbara.

Acerca dessa questão extremamente delicada, este gestor formulou CONSULTAAO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, na qual requereu manifestação acerca da viabilidade elegalidade de aplicação de recursos públicos ­ em montante a ser estimado por meio de projetos ­em obras de recuperação dos imóveis da Justiça Eleitoral diante da constatação que se encontram

Page 20: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=10… 20/35

CONSTRUÍDOS EM ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL e, ainda, que os dados ecircunstâncias apurados não indicam que essa ação poderia ter efetividade, havendo possibilidadedos serviços realizados serem totalmente destruídos ou afetados por uma nova enchente no ano de2015.

Na referida consulta, este Gestor considerou que a previsão de nova enchente noano de 2015 estava se confirmando, de acordo com o Boletim de Monitoramento nº 1, de28/1/2015, elaborado pelo Serviço Geológico do Brasil ­ CPRM e Agência Nacional de Águas –ANA, atestando que nessa data o Rio Madeira estava com uma cota de 15,20m; por sua vez, oBoletim de Acompanhamento da Bacia do Rio Madeira, publicado em 2/2/2015 pela ANA,apontava a cota atual de 15,48m. Ambos os números foram coletados na Estação de Tratamento dePorto Velho.

Considerou, ainda, que a Prefeitura de Porto Velho, por meio do Decreto nº13.772, de 23 de janeiro de 2015, reconheceu o ESTADO DE ALERTA no município em razãoda elevação da cota da bacia do Madeira e desbarrancamento de terras em decorrência do altíssimoíndice pluviométrico, ato que considerou, entre outras justificativas, que a cota no município dePorto Velho se encontra acima dos 14,0m e com iminente transbordamento na região do AltoMadeira.

Deve­se esclarecer que a possibilidade concreta de uma nova enchente estavafartamente noticiada também nos meios de comunicação local.

Conforme antes registrado, chamava a atenção, o PEDIDO DEANTECIPAÇÃO DE TUTELA E REQUERIMENTO INCIDENTAL que tramita nos autos doProcesso nº 2427­33.2014.4.01.4100, na 5ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado deRondônia, aviado no final de janeiro do corrente por esse Ministério Público Federal, MinistérioPúblico do Estado de Rondônia, Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Rondônia,Defensoria Pública da União e Defensoria Pública do Estado de Rondônia, no qual esses órgãos eentidades buscam o complemento de Estudos de Impacto Ambiental nos moldes indicados peloIBAMA, acrescido dos requerimentos desses autores, além de medidas emergências, pelo IBAMA,para evitar que as usinas agravem o impacto da cheia no ano de 2015.

Acrescente­se, ainda, que esse gestor foi informado que o próprio MinistérioPúblico Federal e o Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região, ambos com terrenos nasregiões atingidas pela alagação de 2014 – embora em proporções inferiores aos prédios da JustiçaEleitoral – pelos mesmos motivos aqui narrados, decidiram suspender qualquer construção nessesimóveis.

O MPF alegou que a resposta a consultas não dizia respeito a suas funçõesinstitucionais.

Para agravar esse quadro, o Tribunal recebeu recomendações emanadas doMinistério Público do Estado de Rondônia (Ofício nº 259/2015/GAB­PGJ, de 2/3/2015), alertandopara as questões ambientais, impacto de vizinhança e trânsito, que demandariam estudos das áreastécnicas que poderiam atrasar ou até mesmo inviabilizar o cronograma de recuperação dos imóveis.Tal alerta abordou os seguintes aspectos:

1. Chegou ao conhecimento daquele órgão que o MPF recomendou aoTRE/RO a imediata reforma de sua sede;

2. A Prefeitura de Porto Velho vem realizando trabalhos para a preservaçãodos mananciais urbanos;

3. O TRE/RO ocupa irregularmente faixa de proteção ambiental delimitadapela legislação ambiental (margem do Igarapé Santa Bárbara);

4. A municipalidade, respaldada em decisões judiciais citadas, estádemolindo construções executadas em áreas de preservação permanente;

Page 21: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=10… 21/35

5. É fato notório que a edificação da sede administrativa do TRE/RO padecede ilegalidades ambientais e urbanísticas;

6. Parte das edificações foram construídas sobre o leito do igarapé SantaBárbara;

7. A canalização do riacho afetou desfavoravelmente a biota local eprejudicou a segurança da população, na medida em que o estrangulamento do leito domanancial contribuiu, sobremaneira, para a inundação das vias adjacentes, comprometendo otráfego de veículos e pedestres na região;

8. Há necessidade de desobstrução do canal e da apresentação delicenciamento ambiental objetivando autorização ambiental do Poder PúblicoMunicipal;

9. A reconstrução do complexo pertencente ao TRE/RO deve submeter­se àlegislação urbanística vigente, em especial às normas que exigem apresentação de Estudo deImpacto de Vizinhança (EIV) e Estudo de Impacto de Trânsito (EIT), além das normas legaisde acessibilidade.

Embora não tendo dado causa a essas possíveis ilegalidades, todas decorrentesda construção do prédio nos anos de 97/99, face ao dever imposto a este gestor da observânciaestrita das normas legais vigentes e aplicáveis a suas ações, determinei às unidades diretamentecompetentes para a regularização dos imóveis que analisassem as referidas recomendações eexpedissem manifestação jurídica e técnica conclusiva acerca da efetiva observância dasrecomendações expedidas pelo MP estadual, impactos de eventuais adoções das medidas sugeridasnos serviços de reforma e reocupação dos imóveis, necessidade de contratação de estudos e laudosespecíficos, tempo previsto para a adoção dessas medidas, custo financeiro, além de outras quepudessem ser indicadas pelos setores técnicos.

VI – DAS AÇÕES PARA RESOLUÇÃO DOS INÚMEROS ÓBICES À REFORMA EREOCUPAÇÃO DOS PRÉDIOS

Como antes relatado, na data de 3/2/2015, determinei nos autos do PA nº019/2014­SAOF a continuidade da contratação dos projetos de recuperação das unidades prediais,ato que dimensionaria as obras e serviços necessários e seu custo financeiro, condicionando­a,todavia à expressa manifestação da Seção de Engenharia deste Tribunal, se de fato, tais projetos dereforma poderiam ser elaborados pelo corpo técnico deste Tribunal – autonomamente ou com oapoio de engenheiros de outros órgãos, indicando quais profissionais e órgãos poderiam contribuirnessa tarefa.

Essa imprescindível verificação culminou no retardamento da contratação dasperícias para aferição dos danos porque, após declarada expressamente a impossibilidade do corpotécnico deste Tribunal (composto por apenas 2 engenheiros civis, por sua vez também envolvidoscom toda a demanda ordinária da Justiça Eleitoral em Rondônia) realizá­la diretamente, apenas nadata de 22/05/2015 foram recebidos os documentos com a negativa de parcerias dos oito órgãospúblicos a quem esta Administração oficiou.

Por sua vez, as questões ambientais apontadas pelo Ministério Público do Estadode Rondônia, foram reiteradas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente ­ SEMA no Laudo deVistoria e Parecer Técnico nº 232/2015, emitido em 13 de março de 2015.

Nesse documento técnico, elaborado a partir de visita in loco, ocorrida em 3 demarço de 2015, o engenheiro da SEMA registrou que o estacionamento do Fórum Eleitoral da

Page 22: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=10… 22/35

Capital encontra­se sobre o canal Santa Bárbara, em desconformidade com a legislação ambientalem vigor, comprometendo o escoamento natural das águas, principalmente na época da enchente, oque coopera com alagamentos a montante da estrutura.

Registrou, também, que o imóvel do Setor de Transporte e estacionamento doTribunal (Anexo III) está construído dentro da margem da APP (Área de Preservação Permanente),com estruturas edificadas sobre aterro, em eminente risco de desmoronamento.

Em sua conclusão, o parecer técnico indicou:I ­ a necessidade de desobstrução e revitalização do Canal Santa Bárbara para

melhor escoamento das águas;II ­ quanto às passagens da Av. Rogério Weber e Presidente Dutra, no Canal, (a

jusante e a montante do referido estacionamento), que há necessidade de adequação pela Prefeituranas tubulações ali fixadas, as quais nas épocas das enchentes não escoam as águas a contento;

III ­ quanto ao Fórum Eleitoral da Capital, este já se encontra construído dentroda segunda faixa dos quinze metros da APP, acredita­se que possa ser aplicado o que dispõe o itemI (sic – item III) do Art. 4º da Lei Federal nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979, com redação dadapela Lei Federal nº 10.932/2004. Esse dispositivo estabelece a reserva obrigatória de uma faixa nãoedificável de 15 (quinze) metros de cada lado, salvo maiores exigências da legislação específica;

IV ­ quanto ao Anexo III (Setor de Transporte e estacionamento), construídosobre aterro à margem do Canal, sugere­se a demolição com retirada e limpeza, para desobstruçãode parte do igarapé;

V ­ que as demais estruturas do Tribunal encontram­se fora da Área dePreservação Permanente ­ APP, não cabendo restrições e/ou intervenções do ponto de vistaambiental, apesar de não haver processo de licenciamento ambiental do complexo estrutural doTRE na Secretaria Municipal de Meio Ambiente ­ SEMA.

Em razão das recomendações do MPE e do laudo expedido pela SEMA,determinei às unidades competentes deste Tribunal que analisassem os fatos ali noticiados eexpedissem manifestação técnica e jurídica conclusiva acerca da regularização dos imóveis, asquais deveriam ser observadas ou conciliadas no processo de reforma e reocupação do EdifícioSede e seus Anexos, até porque tais obstáculos podem inviabilizar o aproveitamento pleno dasedificações e causar um déficit de espaços para o funcionamento dos serviços eleitorais e daAdministração da instituição.

Em cumprimento a essas determinações a Diretoria Geral deste Tribunal, na datade 17/6/2015, remeteu os autos à Secretaria de Administração e Orçamento para a adoção dasseguintes medidas (evento 0017483):

I ­ Setor de engenharia: elaborar estudo inicial sobre o impacto da abertura doCanal Santa Bárbara sobre o Fórum Eleitoral da Capital, utilizando­se de meios próprios, parceriasou serviços terceirizados e expedir manifestação técnica acerca da viabilidade de utilização daquelaedificação com a desobstrução do córrego e respectivos custos de adaptação;

II – SAOFC: iniciar processo de licenciamento ambiental dos imóveis nos órgãosmunicipais competentes para viabilizar ações de reconstrução dos prédios, atentando­se para osestudos de impacto de vizinhança e de trânsito, além das normas de acessibilidade;

III – comunicar à Superintendência do Patrimônio da União acerca dasrecomendações do MPE e do parecer técnico da SEMA, bem como das ações que serão adotadaspor esta instituição, para que a SPU fiscalize e acompanhe os trabalhos, bem como promova os atosque são de sua competência;

IV – Setor de engenharia: levantamento dos espaços que serão reutilizados, apóso resultado das perícias, para aferir a possibilidade de acomodação de todos os serviçosanteriormente instalados nessas edificações, já considerando a inviabilidade de aproveitamento do

Page 23: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=10… 23/35

Anexo III (Setor de Transporte e estacionamento) e demais soluções aventadas no processo derecuperação dos prédios, a exemplo do remanejamento do Data Center para os andares superiores;

V – disponibilizar os autos à CCIA para ciência e acompanhamento, considerandoque essas recomendações devem ser consideradas no escopo da Auditoria Patrimonial instruída poressa unidade que norteará a tomada de decisão da Presidência sobre eventual processo derecuperação e reutilização dos prédios da Justiça Eleitoral afetados pela cheia do Rio Madeira de2014 (evento 0029051).

Por sua vez, a Coordenadoria de Controle Interno e Auditoria – CCIAsugeriu, na data de 23/7/2015, realização de novas consultas aos órgãos e entidades com objetivode buscar informação referente à possibilidade de voltar ocorrer outro fenômeno climático commesma magnitude ocorrido no ano de 2014, tendo em vista as providências adotadas no ProcessoAdministrativo nº 019/2015 – SAOFC (SADP n. 12.584/2014), concernente à proposição decenários e definição de alternativas decorrente da enchente do Rio Madeira (SEI nº 0002767­27.2015.6.22.8000 ­ evento 0028273), medida deferida por esta Presidência (evento 0030124),tendo sido expedido ofícios aos seguintes órgãos: Defesa Civil de Porto Velho, DepartamentoNacional de Infraestrutura de Transporte – DNIT – nos Estados de Rondônia e Acre, Centro Gestore Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia – CENSIPAM­SIPAM, Universidade Federalde Rondônia, Hidrelétrica de Jirau, Santo Antônio Energia, Defesa Civil Estadual, AgênciaNacional de Águas – ANA.

Duas respostas a essas solicitações foram recebidas neste Tribunal, conformeadiante registrado:

I – Defesa Civil de Porto Velho: Ofício nº 533/GAB/SEMPEDEC/2015, de25/8/2015, relatando que monitora diariamente o nível de vazão do Rio Madeira com dados daAgência Nacional de Águas – ANA para balizar as ações preventivas do órgão e que, mesmo naseca, o nível do Rio Madeira apresenta­se acima do histórico, indicando que, a se confirmar chuvasacima da medida prevista pelo fenômeno El Niño, os próximos três anos terão enchentessemelhantes a 2015 (5ª maior cheia histórica).

Registra, ainda, a Defesa Civil de Porto velho, que o prédio do TRE estálocalizado na mancha de alegação cota 62 (19,5m), parcialmente construído sobre o Canal SantaBárbara, sendo imperioso afirmar que a referida edificação está sob “risco alto de alagação eafetação” em sua estrutura física devido alterações na consolidação ecológica do solo e subsolo daregião.

Deve­se registrar que o Informe Técnico nº 16/COPER, de 15/5/2014, realizadopelo CENSIPAM/SIPAM de Porto Velho, remetido a este Tribunal no mês de agosto de 2014,conclui: [...] 4. O evento que levaria ao bloqueio total (cercamento do prédio e seus acessos)apresenta um período corresponde à cota de 18,30m com recorrência de 30 anos, sendo esse umperíodo inferior à vida útil da edificação.

II ­ CENSIPAM/SIPAM de Porto Velho: Por meio do Ofício nº 351, de28/8/2015, reitera as conclusões do Informe Técnico antes referido e acrescenta que a possibilidadedo evento de 2104 recorrer em 2016 é de 1%. Registra, entretanto, que o SIPAM não dispõe deprognósticos de longo prazo para a previsão quantitativa da cota futura de 2016, havendoprobabilidade de 90% que a máxima não excederá 17,50m. Reafirma que a cota acima de 18,30m(probabilidade de 4%), prejudicará o acesso pela Avenida Rogério Weber, mesmo com a edificaçãofora da zona de alagação. Afirma que, estatisticamente, a utilização do imóvel é viável, pois o riscode cheias que o atinge supera sua vida útil. Por fim, na eventualidade de reformas, recomenda aremoção do estacionamento e áreas pavimentadas sobre a APP do Igarapé Santa Bárbara,delimitadas no IT 016/2014.

No decorrer da tramitação, veio ao processo na data de 2/9/2015, informaçãoprestada pela Coordenadora de Serviços Gerais deste Tribunal, acerca das consequências daeventual abertura do Canal Santa Bárbara no funcionamento do Fórum Eleitoral da Capital, adiante

Page 24: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=10… 24/35

resumidas:I ­ a abertura do Canal Santa Bárbara traria sérias consequências ao

funcionamento do Fórum Eleitoral. Na melhor das hipóteses, a execução dos serviços necessários(abertura de solo, concretagem, tubulações, etc.) alocaria quase que totalmente a área frontal daedificação, inviabilizando, desta forma, o acesso do público pela Rua Jacy Paraná, bem como toda aárea destinada ao estacionamento. A propagação dos odores produzidos pela abertura do canal aoar livre também seria um fator que prejudicaria o funcionamento da edificação, bem como o riscode doenças e a proliferação de roedores nas imediações;

II ­ a depender da execução do projeto, no que tange principalmente a locação deáreas, poderá ocorrer o comprometimento total das fundações prediais, o que poderá culminar,inclusive, em uma possível demolição total da edificação do Fórum Eleitoral;

III – assim, na eventualidade da abertura do canal, haveria a necessidade derepensar o acesso à edificação e realizar obras para o isolamento entre o prédio e o canal a seraberto, ou, na pior das hipóteses, efetuar a demolição total do prédio;

IV – quanto à estimativa de custos, esclarece que somente será possível após aelaboração de projeto contemplando a revitalização do local, o qual deverá ser necessariamenteexecutado por profissionais da área de geologia, engenharia ambiental e urbanismo, sob a anuênciados órgãos ambientais competentes, prefeitura municipal, IPHAM e outros, vez que o Tribunal nãopossui em seu quadro de servidores profissionais com habilitação profissional para elaboração dosprojetos, havendo a necessidade de se efetuar a contratação desses serviços;

V ­ ressalta que a abertura do canal pura e simplesmente, na área ocupada peloFórum Eleitoral, não atenderá aos objetivos propostos no parecer da SEMA, sendo necessária aexecução de um projeto em parceria com todos os órgãos envolvidos (Prefeitura, IPHAM, SEMA,SPU, TRE, MPF, MPE) de modo a contemplar a abertura total de todo o percurso do canal que seencontra com volume de escoamento restringido sob as vias públicas (Rogério Weber, PresidenteDutra, Prudente de Morais e outras);

VI – sugere, por fim a convocação de reunião com todos os órgãos envolvidospara deliberação acerca da reabertura do Canal Santa Bárbara, bem como a forma com que oprojeto deverá ser executado, devendo ser delimitadas as competências que cabem a cada um dosagentes públicos envolvidos, haja vista tratar­se de obra de infraestrutura urbana de grandeabrangência.

Na data de 9/9/2015, após ponderar o quadro fático de todos os aspectosrelacionados com o tema e sopesar as medidas tomadas e as demais necessárias para o desenho desoluções racionais, acolhendo manifestação do titular da Diretoria Geral decidi pela realização dereunião conjunta coordenada por esta Presidência com os representantes dos seguintes órgãos:

I ­ Procuradoria Federal de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural;II ­ Ministério Público do Estado de Rondônia: Promotoria da Curadoria do Meio

Ambiente e Promotoria de Habitação e Urbanismo;III – Advocacia Geral da União em Rondônia;IV ­ Superintendência do Patrimônio da União de Rondônia ­ SPU/RO;V ­ Centro Gestor e Operacional do sistema de Proteção da Amazônia ­

CENSIPAM/SIPAM e Agência Nacional de Águas – ANA;VI – Órgãos da Municipalidade: Defesa Civil de Porto Velho, Secretaria

Municipal de Meio Ambiente – SEMA (Titular da Secretaria e do Departamento de Monitoramentoe Fiscalização e Departamento de Recursos Naturais), Secretaria Municipal de Planejamento eGestão – SEMPLA (Titular da Secretaria e do Departamento de Gestão Urbana); SecretariaMunicipal de Projetos e Obras Especiais ­ SEMPRE (Titular da Secretaria e da CoordenaçãoMunicipais de Projetos e Obras Especiais);

Page 25: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=10… 25/35

Foram convidados também o titular da SECEX Rondônia e o Des. RowilsonTeixeira (virtual próximo Presidente do TRE/RO).

Na reunião realizada no dia 09/10/2015 os órgãos de fiscalização (MPF, MPE eSEMA) foram unívocos em afirmar a impossibilidade de flexibilização ou mitigação das leisambientais em eventual processo de reforma ou recuperação das instalações da JustiçaEleitoral na Capital. Dessa forma, a abertura do Canal Santa Bárbara e a desocupação daÁrea de Preservação Permanente ­ APP, além de outras providências (construção de ETE,Estudo de Impacto de Trânsito e Estudo de Impacto de Vizinhança e etc.), foram apontadascomo medidas indispensáveis a qualquer empreendimento de reocupação daqueles imóveis,conforme registrado na ata anexada aos presentes autos (evento 0049213).

Como se não bastasse, esta Gestão não encontrou disponível nosregistros/arquivos do Tribunal as informações e documentos legais comprobatórios daregularidade das edificações nesta Capital. Fez­se necessário a realização de levantamento emauditoria interna (conforme consta dos autos do processo SEI nº. 0001747­98.2015.6.22.8000) ejunto a órgãos da municipalidade (conforme PAs n. 0001747­98.2015.6.22.8000 (SEI); 0003894­97.2015.6.22.8000 (SEI); 10283.001778/1985­23­SPU/RO; 05310.000523/2005­99­SPU/RO;05130.000752/2007­75­SPU/RO; 04­743/97­SEMPLA; 05­2787/99­SEMPLA; 18­0273/08­SEMUR e 16­00580.00/11­SEMA).

A situação documental pode ser assim sintetizada:1 – TERRENOS:1.1 Terreno dos edifícios Sede do Tribunal, Anexo I (Fórum Eleitoral) e

Anexo II (Depósito de urnas): está localizado no Setor 03, Quadra 79, Lotes 259, 420 e 418, comterreno total de 7.733,85m², sendo a Oeste limite a Av. Rogério Weber, ao Sul RuaRaimundo Cantuária, Leste Av. Presidente Dutra, Norte Rua Jacy Paraná, encontrando­seregistrado no Cartório de Registro de Imóveis da 1ª Circunscrição Judiciária de Rondônia,matricula n. 3.903, fls. 104, livro 2­AG. Este imóvel encontra­se inscrito na municipalidade sob o n.01.02.03.079.0259.001 e seu RIP (Spiunet) junto à SPU/RO é de n. 0003.00254.500­9.

1.2 Terreno do Anexo III (Setor de Transporte e estacionamento): estálocalizado no Setor 03, Quadra 80, Lote 209, com terreno total de 3.280m², sendo a Leste limitea Av. Rogério Weber, ao Norte com o lote 400, ao Sul com o Canal Santa Bárbara, a Oeste comterras da União, encontrando­se registrado no 1ª Ofício de Registro de Imóveis da Comarca dePorto Velho/RO, matrícula n. 1.060, fls. 1 e seguintes, livro 2. Não foi localizada a inscriçãomunicipal, mas tão somente o RIP do Imóvel (Spiunet) junto à SPU/RO, de n. 0003.00640.500­7.

2 ­ CONSTRUÇÕES (Processo SEI nº 0003894­97.2015.6.22.8000 – Evento0059231):

2.1 Edifício­Sede (Prédio Principal):a) Construção Original: anos 1997 a 2001 ­ NÃO há comprovação da emissão

de Alvará de Construção para o Edifício Sede, e consequentemente, de "Habite­se". O Processo nº05­0293/1998­SEMPLA existente refere­se à solicitação inicial do Alvará de Construção naSEMPLA. Foi solicitada cópia do processo à SEMPLA.

2.2 Anexo II (Depósitos): a) Construção Original: anos 1997 a 1998 ­ Houve expedição do "Habite­se" nº.

135/99 no Processo nº. 05­2787/99­SEMPLA (0048469), datado de 04/10/99, referente ao Alvaráde Construção nº 134/97 no Processo nº. 04­743­97­SEMPLA (0048469), datado de 04/06/97;

b) 1ª Ampliação: anos 2001 a 2002 ­ Houve a expedição do "Habite­se" nº05/2002 no Processo n. 05­0650/2002­SEMPLA (0058027), referente ao Alvará de Construção nº02/2002 no Processo n. 5.5024/01­SEMPLA, datado de 10/01/2002;

c) 2º Ampliação com Reforma: anos 2010 a 2011 ­ A cada nova ampliação de

Page 26: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=10… 26/35

imóvel é necessária a obtenção de novas licenças. Portanto, nessa obra foi solicitado a expedição deAlvará de Construção, conforme Processo nº 06.14169­000/2011­SEMFAZ (0055832, 0055833 e0055835). Nestes autos há dois pareceres técnicos que concluem: INAPTO AOLICENCIAMENTO. Há pendências quanto a entrega de documentos e projetos, inclusive aLicença Ambiental.

Portanto, em que pese o imóvel ter a sua obra física concluída, NÃO houveemissão de Alvará de Construção para o atual Anexo II (Depósitos), e consequentemente, a NÃOhá "Habite­se".

2.3 Fórum Eleitoral:a) Construção Original: anos 2001 a 2002 ­ Houve a solicitação de expedição

de Alvará de Construção, conforme Processo nº 05­5025/2001­SEMPLA (0058030), mas constata­se que o processo "ficou paralisado" sem qualquer análise definitiva dos projetos apresentados, deforma que NÃO houve a expedição de licença para a construção do imóvel e, consequentemente, aNÃO há "Habite­se", em que pese a conclusão física do imóvel.

b) 1º Ampliação com Reforma: anos 2007 a 2008 ­ No processo referente aobra de ampliação vertical do Fórum Eleitoral, sob o nº 18­0273/08­SEMUR (0048494) há oregistro da seguinte análise prévia dos projetos, fl. 113, assinada por cinco arquitetos: "Aconstrução encontra­se dentro da faixa de proteção de canal e dentro do projeto deurbanização do canal Santa Bárbara". Dessa forma não foi conferida a licença para a construçãoe, por derradeiro, não houve expedição de "Habite­se".

Portanto, em que pese o imóvel ter suas obras físicas concluídas, NÃO houveemissões de Alvarás de Construções (construção original e ampliação) para o Fórum Eleitoral, econsequentemente, NÃO houve expedição de "Habite­se". Ademais, pesa sob esse imóvel ataxativa conclusão dos técnicos à época em que a construção se encontrava dentro da faixa de APPdo Canal Santa Bárbara.

2.4 Anexo III (Seção de Transporte e Estacionamento):a) Construção Original: anos 2010 a 2013: Não houve qualquer procedimento

inicial de solicitação junto a SEMFAZ para obtenção de licença para construção, seja pela empresacontratada ou pelo TRE/RO à época, de forma que na fase inicial de construção do imóvel, osfiscais da SEMA expediram Auto de Embargo à construção em 2011, como também autuou umainfração administrativa por não possuir licença e autorização prévia daquela construção,culminando na aplicação de multa no valor de R$ 24.820,00, conforme Processo n.16.00580.00.11­SEMA (0045374). Apesar dos diversos recursos administrativos promovidos peloTRE/RO, o julgamento em segunda instância realizado pelo Conselho Municipal de Defesa doMeio Ambiente ­ COMDEMA, em 10 de julho de 2012 (fl. 59) manteve o embargo da obra e aaplicação da multa. O valor da multa foi inscrita na Dívida Ativa do Município de Porto Velho, eseu valor atualizado é de R$ 48.308,99. Atualmente, o processo se encontra na Procuradoria Geraldo Município de Porto Velho/RO para execução do débito.

Portanto, em que pese o imóvel ter a sua obra física concluída, NÃO houveemissão de Alvará de Construção para o Anexo III (Seção de Transporte e Estacionamento), econsequentemente, NÃO houve expedição de "Habite­se". Ademais, pesa sob esse imóvel aautuação de embargo da construção e a aplicação de multa, por não possuir licenças ambientaisprévias junto a SEMA.

Releva destacar que, em relação a essa construção, não foi localizado orecebimento provisório e definitivo da obra, apesar de os serviços terem sido integralmentequitados à contratada AC FAUSTINO LTDA.

3 ­ CONCLUSÃO GERAL SOBRE OS TERRENOS E REGULARIDADEDAS CONSTRUÇÕES:

Como conclusão geral, até o momento, com exceção do Edifício­Sede (cujas

Page 27: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=10… 27/35

informações até o momento não são conclusivas, pendentes de confirmação no processo daSEMPLA, ainda não disponibilizado), todos os imóveis anexos atuais ao Edifício­Sede (Anexo II ­Depósitos, Fórum Eleitoral e Anexo III ­ Estacionamento) NÃO possuíram alvarás/licenças deConstruções e NÃO possuem, evidentemente, habite­se.

Veja­se que essa conclusão é confirmada pela representante da SEMUR, nareunião patrocinada por esta Administração na data de 09/10/2015:

SEMUR ­ Secretaria Municipal de Regularização Fundiária e Habitação de Porto Velho ­representante: Secretária Márcia Cristina Luna: Afirmou, em síntese, que a participação da suasecretaria destinava­se a reunir toda a documentação relativa à regularização das construçõesexistentes nos imóveis; que o único documento existente na prefeitura sobre a legalização dasconstruções refere­se ao habite­se de um dos prédios – Deposito de Urnas (com dimensão de 50m x47m) ­ solicitado em 1997 e expedido em 1999; [...]

Em razão desse quadro, determinei a continuidade dos Levantamentos com adevolução dos processos físicos disponibilizados pela SEMPLA e solicitado àquela Secretaria sobrea existência de eventual "volume/apenso" do Processo nº 05­5025/2001­SEMPLA, tendo em vistaque nos volumes encaminhados (principal e dois processos com cópias dos projetos de engenharia)não há documentos que comprovem as análises definitivas pelos técnicos, e com isso, não houve aconclusão esperada, qual seja, a emissão ou não do Alvará de Construção do Fórum Eleitoral daCapital, assim como a solicitação de remessa a este Tribunal do Processo nº 05­0293/1998­SEMPLA referente à solicitação do Alvará de Construção do Edifício­Sede.

Quanto às INFRAÇÕES AMBIENTAIS representadas pela locação do prédioAnexo I (Fórum Eleitoral) e Anexo III (Setor de Transporte e estacionamento) encravados emÁreas de Preservação Permanente ­ APP do Canal Santa Bárbara e, ainda, a inexistência de sistemaindividual de tratamento de esgoto ETE (Estação de Tratamento de Efluentes) e das QUESTÕESURBANÍSTICAS, representadas pelos Estudos de Impacto de Vizinhança (EIV), de Trânsito(EIT) e da observância das normas de acessibilidade, o exame dessas questões deu origem aoutros processos (PAs SEI n. 0002376­72.2015.6.22.8000, 0002767­27.2015.6.22.8000, 0002361­06.2015.6.22.8000 e 0003894­97.2015.6.22.8000) a este relacionados, para o fim de solucioná­los econvergirem para o desfecho final.

Por sua vez, na reunião realizada no dia 09/10/2015, os representantes dos órgãoscompetentes que possuem atribuições institucionais sobre os destinos daquela sede, manifestaram­se firmemente pela impossibilidade de mitigar ou relativizar os entraves existentes. Veja­se:

a) quanto às edificações que estão localizadas sobre o Canal Santa Bárbara(Anexo I ­ Fórum e Anexo III – Setor de Transporte): extrai­se a seguinte conclusão: éimperiosa a desobstrução do Canal, no que foram taxativos a DEFESA CIVIL, SEMA, SEMUR,MPE, MPF e SEMPLA, medida que, segundo os representantes desses órgãos, inviabilizará apermanência dessas edificações por se encontrarem sobre o citado Canal ou nas suas imediaçõesconsideradas Áreas de Preservação Permanente – APP, ou em decorrência de se tornareminsalubres com a sua abertura, motivo pelo qual deverão ser demolidas, devendo­se atentar, deacordo com recomendação do MPE, para o descarte correto dos entulhos.

Nesse sentido, vejam­se os seguintes passagens extraídas da ata da reunião(evento 0049213):

[...] Defesa Civil Municipal de Porto Velho ­ representante: Secretário Vicente Bessa: que, pelaDefesa Civil, expediu recomendação pelo fato de que o prédio está na desembocadura do canal e,portanto, sofre a influência de toda a variação de cotas do Rio Madeira; não só na cota 62,0m(19,0m); que como exemplo, no ano de 2015, a 5º maior cheia, a cota foi de 15,54m e, por 3 vezes,atingiu a avenida Farquhar e os prédios do TRE/RO; que, provavelmente, todos os anos os prédios

Page 28: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=10… 28/35

serão atingidos, não só pela influência do regime das águas do Rio Madeira, mas também pelainterferência da Usina de Santo Antônio, causadora de grande oscilação no nível das águas; destaca,ainda, as alterações do clima pelo fenômeno El niño, sendo que o próprio lago da USA gera aalteração do regime de chuvas; que a Defesa Civil está trabalhando com cheia de 15,0m para esteano de 2016; que, considerando que o canal recebe constantemente grande volume de lixo, comotambém pelo assoreamento do Rio Madeira, aquele local convive anualmente com o extravasamentodas águas; que, por determinação do Ministério da Integração Nacional, a Prefeitura criou, porDecreto, “áreas de congelamento” de construções nas áreas de APP’s e com alto risco dealagação; Destaca que o TRE/RO está parcialmente construído sobre uma área de APP; que emconjunto com outras secretarias, estão desocupando as construções localizadas nessas áreas decongelamento; [...] que, na sua opinião, a demolição do Fórum e do Setor de Transporteinviabilizaria totalmente o uso dos prédios sem estacionamento e a Prefeitura não permitirá suareutilização; que a recomendação da Defesa Civil é que esses prédios sejam utilizados apenas paraserviços temporários, porque, de acordo com normas internacionais, a JE só poderia utilizar aquelesprédios a partir do 2º piso, com margem de segurança, a partir de 30,0cm, a partir da cota histórica;que, quanto à demolição parcial, sob o aspecto da engenharia, essa solução colocaria em risco aestrutura de todo o prédio, agravada pelos problemas de fundação existentes desde o início de suaconstrução; que não há estudos técnicos conclusivos sobre a afetação da área pelo defluxo das águaspela usina, mas é sabido em engenharia que os grandes lagos afetam todo o subsolo da região; que,inclusive, já houve colapso do prédio de uma escola próxima em razão da elevação do lençolfreático que terminou por desabar;

SEMA – Secretaria de Meio Ambiente de Porto Velho (representante: Diretor doDepartamento de Licenciamento Ambiental ­ Yaylley Coelho da Costa Jezini: Indagado peloPresidente do TRE/RO sobre a possibilidade de mitigação ou flexibilização das exigênciaslegais/administrativas, com indicação de alguma alternativa, o representante da SEMA respondeunegativamente, asseverando que os prédios foram construídos sobre uma área de APP e nãohaveria como legalizar algo contrário à lei; que tem preocupação com o precedente quepossibilitaria a ocupação de áreas de APP‘S; SEMUR ­ Secretaria Municipal de Regularização Fundiária e Habitação de Porto Velho ­representante: Secretária Márcia Cristina Luna: [...]; que foram obtidos os mapas cadastraisapontando a existência do Canal Santa Bárbara passando pelo local; que constatou a gravidade doquadro apresentado após a exposição ocorrida na presente reunião (obras embargadas, irregulares,ilegais, construídas em área APP, sobre o canal, oferecendo risco de contaminação e de novosalagamentos); Indagada pelo Presidente do TRE/RO sobre a possibilidade de mitigação ourelativização das exigências legais/administrativas (indicação de alguma alternativa), respondeunegativamente, posto que esse ato seria contrário à legislação;

SEMPRE ­ Secretaria Municipal de Obras e Projetos Especiais de Porto Velho ­ representante ­Secretária Amélia Afonso: Informou que vem acompanhando essa questão, inclusive porque há umprojeto da Prefeitura para aquela área onde estão localizados os prédios do TRE/RO com o objetivode trabalhar o Canal Santa Bárbara, mas que, em razão da construção consolidada (Setor deTransporte) teve que ser modificado. Que, com as informações queteve acesso nesta reunião, entende que todo o projeto poderá/deverá ser revisto após a desocupaçãopela JE.

Ministério Público Estadual do Estado de Rondônia ­ Promotoria de Curadoria do MeioAmbiente ­ Promotora de Justiça Dra. Aidee Maria Moser Torquato Luiz: Indagada peloPresidente do TRE/RO sobre a possibilidade de mitigação ou flexibilização das exigênciaslegais/administrativas ou indicação de alguma alternativa, a Promotora destacou inicialmente quequando expedida a recomendação ao TRE/RO de abertura de canal e adoção de outras medidas,considerou, não só a cheia histórica, mas a situação antecedente da canalização e construção dosdois bueiros realizada quando da ocupação pelo TRE/RO, em prejuízo às famílias residentes noentorno e acima do prédio; que a recomendação, portanto, foi necessária para a liberação do canal eda área de APP; destaca que uma lei municipal de 2012 recepciona obras construídas até 2007,porém se aplica apenas às obras sociais em áreas de APP e não edificações públicas ou privadas;conclui que, no caso, não há como ser mitigado ou compensado, vendo com única alternativa a

Page 29: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=10… 29/35

abertura do canal; que endossa a fala do representante da Defesa Civil sofre a interferência dasusinas no encharcamento do solo, além do canal sofrer o refluxo das águas quando da abertura dascomportas em razão do subdimensionamento dos lagos, inclusive objeto de ação Civil Públicaaviada pelo MP; que deverão ser realizados também os estudos de impacto de trânsito e devizinhança; a inexistência de projeto hidrossanitário (Estação de Tratamento de Efluentes – ETE)para os prédios do TRE/RO é fato que a surpreende; a reforma e retomada do local deverá observaressas regularizações; que, segundo estudo já realizado (a pedido do Ministério Público), a área ondelocalizada o TRE/RO será sempre afetada pelas usinas; que o TRE/RO deverá sopesar todas essasquestões no eventual processo de reforma; destaca a evidente poluição das águas nas cercanias doprédio das seção de transporte; por fim, registrou que, diante de tantas irregularidades, caso tivessehavido uma ação efetiva pelo próprio MPE, toda essa situação certamente não se teria consolidado.[...] destaca que uma lei municipal de 2012 recepciona obras construídas até 2007, porém se aplicaapenas às obras sociais em áreas de APP e não edificações públicas ou privadas; conclui que, nocaso, não há como ser mitigado ou compensado, vendo com única alternativa a abertura do canal;

Ministério Público Estadual do Estado de Rondônia ­ Promotoria de Habitação e Urbanismo ­Promotor de Justiça Dr. Adilson Donizeti de Oliveira: Inicialmente narrou situação similar quevivenciou na Cidade de Jaru, com problemas de alagação e invasão de áreas APP’s; que trabalhouprojeto de revitalização da Bacia do Rio Jaru; que o próprio MP de Jaru construiu em desacordo comas normas ambientais; que notificado pelos órgãos ambientais municipais, sua orientação foi a deque o órgão cumprisse a legislação de forma rigorosa, que culminou na feitura de um TAC para aregularização; que, opina pelo não retorno aos prédios desocupados, senão de forma extremamenteprovisória e com a abertura do Canal porque ele gera problemas para a população e à ordemurbanística e, sobretudo, para atender à legislação.

Ministério Público Federal ­ Procuradoria de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural ­Procuradora da República Dra. Gisele Dias de Oliveira Bleggi Cunha: Que o MPF encampou arecomendação do Ministério Público Estadual nos aspectos ambientais; foi aberta uma investigaçãopelo MPF (ainda em andamento na 4ª Câmara, em Brasília), cujo laudo certamente identificará asmesmas preocupações destacadas pelo Ministério Público Estadual ou, possivelmente, outrasdiversas em relação às irregularidades em relação às edificações do TRE/RO; que é uma aberraçãojurídica a realização de construção de um prédio público sobre uma área de APP, além dainexistência das licenças municipais e dos estudos urbanísticos (impacto de vizinhança e detrânsito); que a construção sobre o Canal de Santa Bárbara prejudicou a biota local e afetou asegurança da população, contribuindo para a inundação das vias adjacentes e da própria área; que demaneira alguma deveria ter sido autorizada construção, mas uma vez já realizado o investimento, oretorno aos prédios depende do saneamento das questões (licenciamento ambiental, impacto devizinhança, habite­se) não resolvidas à época da construção; Indagada pelo Presidente do TRE/ROsobre a possibilidade de retomada dos prédios sem que se proceda à desobstrução do Canal de SantaBárbara, a Procuradora da República foi taxativa em sua negativa sob pena de infração à lei;reformulada a questão pelo Presidente sobre a existência de alternativa à abertura do canal, mais umavez respondeu que não, que qualquer decisão de reocupação deverá considerar, pelo menos, aabertura do canal. SEMPLA ­ Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação de Porto Velho ­representante ­ Secretário Jorge Elarrat: Indagado pelo Presidente do TRE/RO sobre apossibilidade da Prefeitura de Porto Velho custear as obras de construção de uma barreira decontenção no Rio Madeira para preservação da vida útil das edificações da Justiça Eleitoral –apontado pelo laudo pericial ­ além daquelas decorrentes das demais questões ambientais, asseverouque não há previsão para esses investimentos, seja pelo Município de Porto Velho, seja peloGoverno de Rondônia; registrou que há projeto prevendo a realização de obras de contenção dasmargens direita do Rio Madeira, mas apenas para fins de preservação das margens, evitando­se odesbarrancamento e minimizando o assoreamento do leito do Rio Madeira, porém sem o objetivo deconstituir uma barreira contra o avanço natural do rio; que toda a área situada até a cota 60 (60macima do nível do mar ­ equivalente a 15,50m acima do nível normal do Rio Madeira, quando aságuas atravessam a Av. Rogério Weber) deverá ser desocupada em cumprimento à legislaçãomunicipal (Lei de Uso e Ocupação do Solo, art. 13, Parágrafo único) que veda a edificação abaixodessa cota; que, no tocante à desobstrução do Canal Santa Bárbara, há previsão de construção de um

Page 30: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=10… 30/35

empreendimento no local, chamado Parque das Águas que revitalizaria a área compreendida entre amargem do Rio Madeira e as imediações do Colégio Dom Bosco; que esse parque teria apenasárvores, grama e bancos, nenhuma edificação; entretanto o referido investimento se apresentoutemerário após a cheia de 2014, haja vista que modificou a geografia da região; que a única partedo canal Santa Bárbara que está obstruída é o prédio do Fórum Eleitoral; que o referido canaldeverá ser desobstruído ­ porque o estrangulamento gerado pelas manilhas produzrepresamento e alagação à jusante ­ respeitando­se a distância mínima de 15 metros, contadosdas respectivas margens; que não lhe parece que obra de desobstrução do canal seja muito cara, masimplicaria na demolição do edifício do Fórum Eleitoral, assim como do estacionamento (AnexoIII) pelo menos para respeitar a distância mínima de 15m. Isso porque a legislação constitui aAPP em 30m à margem do canal; porém, havendo edificação consolidada, poderia ser reduzida para,no mínimo, 15m. Quanto ao prédio Seção de Transporte e estacionamento (Anexo III) destaca quesua eventual regularização e licenciamento será analisada pela Prefeitura à luz da legislação atual,mais rigorosa que aquela à época da construção embargada.

SIPAM/CENSIPAM: Sistema de Proteção da Amazônia/ Centro Gestor e Operacional doSistema de Proteção da Amazônia – Representante: Diretora Ana Cristina: [...] que a alagaçãona cota 60 tem recorrência decenal, ou seja, as edificações erguidas abaixo do referido parâmetro têmo risco de alagamento a cada dez anos, o que não ocorre com o edifício sede do TRE, mas sim dosacessos aos respectivos prédios; assim, mesmo que o edifício central não seja atingido a cada 10anos, haveria problema em relação aos acessos e afetação das áreas subterrâneas; que, de acordo aoregistrado em informe técnico do SIPAM, o TRE deveria desocupar a área de APP; porquantoapresenta risco maior de inundações (baixo da cota 60) e implica problemas legais.

b) quanto às demais edificações (sede e Anexo II – Depósito de urnas): oposicionamento dos órgãos participantes da reunião foi no sentido de que o retorno às suasinstalações deve observar a necessária instalação de um sistema individual de tratamento deesgoto ETE (Estação de Tratamento de Efluentes), a apresentação dos Estudos de Impacto deVizinhança (EIV) e de Trânsito (EIT), a observância das normas de acessibilidade e, ainda, aelevação das construções para 30,0 cm acima da marca referente à cheia histórica, devido apossibilidade de recorrência de enchentes, consoante informado pelos estudos climáticos (DefesaCivil e SIPAM/CENSIPAM).

Defesa Civil Municipal de Porto Velho ­ representante: Secretário Vicente Bessa: [...] que arecomendação da Defesa Civil é que esses prédios sejam utilizados apenas para serviçostemporários, porque, de acordo com normas internacionais, a JE só poderia utilizar aqueles prédiosa partir do 2º piso, com margem de segurança, a partir de 30,0cm, a partir da cota histórica;

SPU/RO – Superintendência de Patrimônio da União do Estado de Rondônia ­ SuperintendenteAntônio Roberto dos Santos Ferreira: [...] que seria interessante, por razoabilidade, a elaboraçãode cronograma de ações que envolveria tanto a reabertura do canal como a perspectivaconstrução do novo prédio, visando a utilização mesmo que limitada dos prédios – porqueficaria prejudicado o Depósito de urnas (Anexo II), do andar térreo edifício sede (garagem) –apenas o segundo e terceiro pisos; que, nesse conjunto de ações poderia ser considerado o projetoantigo do Parque das Águas ­ que prevê a demolição até a altura das Casas Pernambucanas, na Av. 7de Setembro; que discorda da abertura pura e simples do canal porque ele é um vaso comunicante,refletindo todas as alterações de nível do Rio Madeira; que, considerando a preocupação especial daSPU com a edificação – que ficaria abandonada até ser passada a outra entidade pública (já háinteressados, mas o processo é demorado) e que não há orçamento para a vigilância e conservaçãodaquela área; que, em razão desses fatores, sugere que a questão demolitória seja pensada de forma acausar o menor impacto possível naquela área. Promotora Aidee Maria Moser Torquato Luiz: Solicitou esclarecimento ao Dr. Delson sobre aárea que este entende que deva demolida porque, com exceção do Fórum Eleitoral, os demaisprédios estão fora da APP do canal;

Page 31: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=10… 31/35

Membro da Corte do TRE/RO – Dr. Delson Barcellos: Disse que sim, apenas as áreas quecomprometidas; que os demais prédios poderiam ser preservados.

Promotora Aidee Maria Moser Torquato Luiz: Que os demais espaços (2º e 3º pisos) poderiamser destinados ao Museu da Estrada de Ferro;

Dessa forma, os representantes não apontaram óbice intransponível à utilização daparte térrea do Edifício Sede e Anexo II – Depósito de urnas ­ para estacionamento e estruturasindispensáveis, sendo imprescindível também sua utilização mínima em decorrência dos fatores desegurança e acessibilidade.

VII – DO DESFECHO

Embora possa causar espécie que este Tribunal tenha dispendido ao longo dosanos somas consideráveis de recursos do orçamento público para levar a cabo as construções desuas edificações sem a necessária observância dessas exigências legais, as questões apresentadaspelas autoridades competentes, analisadas de forma isolada e superficial, não pareciam contergrande complexidade haja vista que ­ adstrito ao comando da Legalidade que deve imperar suasações – tais irregularidades, embora graves e a destempo, poderiam ser sanadas na obra de reformapara reutilização das edificações.

Ocorre que a análise detida dessas diretivas e a compilação das informaçõestrazidas pelas unidades competentes deste Tribunal ­ e pelos órgãos com atribuições sobre asquestões tratadas ­ demonstrou um grau de irregularidade inimaginável nas construções dosedifícios que compõem o acervo de imóveis da Justiça Eleitoral nesta Capital, podendo ser citadocomo os exemplos mais graves: a) a canalização por meio de galeria do Canal Santa Bárbara semqualquer comunicação – ou muito menos licença ­ aos órgãos da municipalidade, culminando naconstrução de prédios em faixas não edificáveis por força da lei protetiva de áreas de preservaçãopermanentes; b) a ausência de alvará de construção, como também de habite­se de todas os prédiosdesta Capital.

Como se não bastasse, as perícias nas edificações concluíram, entre outros dados:a) pelo comprometimento estrutural e demolição total do prédio térreo do

estacionamento (Anexo III);b) que as fossas sépticas e sumidouro do Edifício Sede, Fórum Eleitoral e

Depósito de Urnas não estão em conformidade com o projeto inicial. Verificou­se que todo omaterial de esgoto passa pelas fossas sépticas e que o destino final é a galeria pública de águaspluviais (Depósito de Urnas) ou Canal Santa Bárbara (Edifício Sede e Fórum Eleitoral). Em razãodisso, o laudo conclui que será necessário a instalação de um sistema individual de tratamento deesgoto ETE (Estação de Tratamento de Efluentes), de forma que o material tratado possa desaguarna galeria pública ou Canal Santa Bárbara, tudo devidamente autorizado junto ao órgão municipalde meio ambiente (SEMA), ou ainda, novo projeto para eliminar o desague na rede pública oucanal, com adequação de toda a rede de esgoto local, que propiciará tratamento e esvaziamentoperiódico.

c) que do ponto de vista estrutural os prédios sede do TRE, do Fórum e doArmazenamento de Urnas, estão com sua vida útil assegurada de acordo com as normas deavaliação e de projeto, ressaltando­se, TODAVIA, que a vida útil das referidas edificações só

Page 32: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=10… 32/35

poderá ser considerada se for projetada e construída uma estrutura de contenção hidráulicaque preserve os prédios das cheias do Rio Madeira.

Como visto, são tantos os óbices que devem ser superados para que a JustiçaEleitoral reocupe seus edifícios que esse ato passa por um necessário juízo de conveniência eoportunidade que exige ponderação sob a égide dos Princípios da Eficiência e Economicidade.

Nesse contexto deve ser reprisado que esta Administração, tão logo vislumbrou oquadro complexo que se afigurava – aliado à possibilidade concreta de reincidência das enchentescatastróficas do ano de 2014 ­ diligenciou e logrou êxito no Tribunal Superior Eleitoral para aalocação de recursos orçamentários objetivando a construção de uma nova sede própria para oTribunal e Zonas Eleitorais da Capital. Os procedimentos para a transferência do terreno queabrigará o novo edifício, localizado na Avenida Lauro Sodré, atualmente sede do DepartamentoNacional de Pesquisas Minerais – DNPM em Rondônia, encontram­se praticamente concluído,pendentes de detalhes formais para seu aperfeiçoamento, conforme Processo SEI nº 0003323­29.2015.6.22.8000.

Esse fato traz em si um elemento relevante a ser ponderado na análise do custobenefício da recuperação e adequação dos prédios, representado pelo uso temporário ­equivalente ao período de construção da nova sede ­ dessas instalações apenas pelo temponecessário à construção da nova sede.

Certamente a ponderação acerca do custo benefício da reutilização dos imóveisdeverá considerar:

a) a demolição total do edifício térreo do Anexo III, condenado pelo Laudo dePerícia estrutural, até porque a Secretaria Municipal de Meio Ambiente desta Capital (Ofício nº1380, de 02/12/2015) ratifica parcialmente os dados levantados pelo Parecer Técnico º 232, de13/3/2015 expedido anteriormente por aquela Secretaria, que apontou que esse prédio foiconstruído sobre aterro à margem do Canal, sugerindo a demolição com retirada e limpeza, paradesobstrução de parte do Igarapé e garantia de segurança dos bens ali guardados.

b) quanto ao Fórum Eleitoral, sua utilização é descartada pelos órgãosambientais por duas razões: a primeira porque construído irregularmente em área não edificável(dentro da primeira faixa de 15 m da margem do Canal Santa Bárbara), concluindo por suacompleta demolição; segunda porque, mesmo que eventualmente superada aquela diretriz, adesobstrução/reabertura do canal registrada de forma unânime pelos órgãos ambientais presentes àreunião traria como consequência a impossibilidade de aproveitamento de suas instalações,inclusive com perspectiva também de demolição em razão da abertura do canal, conformeinformação prestada pela COSEG em 2/9/2015 (evento 0035661);

c) o levantamento do custo final da reforma edifício sede e depósito de urnas,com as recomendações apontadas nos laudos periciais de remanejamento para os andares superioresda sala do data center, nobreaks corporativos, grupo geradores e subestação de energia elétrica dealta tensão que, associadas aos obstáculos de novas enchente e a observância da cota legal deconstrução definida pela Municipalidade, que inviabiliza a utilização plena do primeiro piso dessesimóveis;

d) a apresentação de Estudos de Impacto de Vizinhança (EIV) e de Trânsito(EIT) e a promoção de medidas de acessibilidade;

e) a instalação de um sistema individual de tratamento de esgoto ETE (Estação deTratamento de Efluentes);

f) as adaptações para o convívio seguro com novas enchentes apontadas pelolaudo estrutural de forma que sejam preservadas as estruturas. Quanto a este aspecto, merece relevoa menção ao Ofício nº 533/GAB/SEMPEDEC/2015, de 25/8/2015 da Defesa Civil de Porto Velho,no qual relata que monitora diariamente o nível de vazão do Rio Madeira com dados da AgênciaNacional de Águas – ANA para balizar as ações preventivas do órgão e que, mesmo na seca, onível do Rio Madeira apresenta­se acima do histórico, indicando que, a se confirmar chuvas

Page 33: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=10… 33/35

acima da medida prevista pelo fenômeno El Niño, os próximos três anos terão enchentessemelhantes a 2015 (5ª maior cheia histórica);

Nesse documento, a Defesa Civil de Porto velho, registra ainda que o prédio doTRE está localizado na mancha de alegação cota 62 (19,5m), parcialmente construído sobre oCanal Santa Bárbara, sendo imperioso afirmar que a referida edificação está sob “risco altode alagação e afetação” em sua estrutura física devido alterações na consolidação ecológica dosolo e subsolo da região.

Além disso, em recente informação prestada pela Agência Nacional de Águas –ANA, por meio do Ofício nº 421, de 11/12/2015 (Processo SEI nº 0002767­27.2015.6.22.8000 –evento 0060869), no qual essa agência estima em 4 anos a probabilidade de recorrência deenchentes capazes de atingir os prédios do TRE/RO (cota de 16,77m).

g) a redução dos espaços úteis perdidos com a eventual demolição do prédio doAnexo III (Seção de Transportes) e do Fórum Eleitoral da Capital, além da limitação de uso doEdifício Sede e do Depósito de Urnas;

h) aluguel de imóvel que comporte toda a estrutura da Justiça Eleitoral nestaCapital, ante o termo final da cessão de parte do Palácio Rio Madeira pelo Governo do Estado aeste Regional, que ocorrerá em 31/05/2016, conforme consta do 2º termo de aditamento contratual(Processo SEI nº 0000150­94.2015.6.22.8000). Nesse sentido, foi instaurado o processo SEI nº0000194­16.2015.6.22.8000 para instruir o amplo trabalho de levantamento de imóveis nestaCapital, por meio do qual foram selecionadas duas melhores propostas de aluguel, devidamenteanalisadas pela equipe técnica deste Tribunal e avaliadas pela Caixa Econômica e SPU, cujosandamentos foi cientificado à Comissão de Transição de dirigentes deste Tribunal.

Ainda devem ser levadas em consideração outras providências necessárias e quecertamente onerarão ainda mais os custos da recuperação do referido complexo de edificações:licenciamento ambiental; regularização documental (alvarás de construção e Habite­se).

É importante também destacar a recomendação do MPE de que, após qualquerdecisão deste Órgão acerca das referidas edificações, seja realizada nova reunião conjunta.

Esquadrinhado o cenário atual, considerando os relevantes documentos einformações apontados neste ato, passa­se a analisar outras questões internas que impactam nestadecisão:

a) Orçamento: este Tribunal já incluiu na proposta orçamentária de 2016 asdespesas referentes à locação de imóvel, objeto do processo SEI nº 0000194­16.2015.6.22.8000,em trâmite, e à contratação de projeto arquitetônico para a construção de nova sede. Para tanto,conforme fez registrar este Presidente na ata de reunião conjunta, está sendo providenciada atransferência pela SPU de parte do imóvel onde se encontra atualmente instalado o DepartamentoNacional de Produção Mineral – DNPM, terreno este que será compartilhado com a ReceitaFederal, cuja sede também sofreu sérias consequências em decorrência da enchente;

Contudo, os recursos para a eventual recuperação e adaptações dos edifícios nãopuderam ser incluídos na proposta orçamentária de 2016 porque dependiam da estimativa dosserviços e valores a serem levantados na fase 3 da perícia contratada, atualmente suspensa. Aexemplo do que aconteceu em 2014, o Tribunal poderá se socorrer de créditos suplementaressolicitados ao TSE com essa finalidade;

b) Definição dos contornos da perícia suspensa: Conforme noticiado, a períciatécnica que tem por finalidade a elaboração de projeto executivo de reforma predial, encontra­sesuspensa por decisão exarada nos autos do PA SEI n. 0002506­62.2015.6.22.8000 paracompatibilizar sua efetividade com o cumprimento das medidas extraídas dos posicionamentos dosdiversos órgãos na reunião conjunta realizada neste Regional em outubro do corrente ano.

Releva ponderar que somente após a realização da perícia ­ que levantará oscustos com eventual reforma de parte das edificações do Tribunal não comprometidas

Page 34: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=10… 34/35

estruturalmente e por questões ambientais ­ terá esta Administração disponível todos os elementospara aquilatar o custo benefício de utilizar essas edificações, haja vista que essas não comportarãotoda a estrutura da Justiça Eleitoral nesta Capital, e, ainda, poderá valer­se de locação de imóveldiverso para abrigar parte de suas unidades.

c) Transição de dirigentes do Tribunal: por imposição legal, há alternância dosdirigentes deste Regional a cada dois anos, sendo que, em 31/12/2015, conclui­se o biênio dosatuais gestores. Encontra­se, inclusive, em curso o processo de transição estabelecido pelaResolução CNJ nº 95, de 29 de outubro de 2009.

Ante o exposto, DECIDO:I ­ Os trabalhos de recuperação das edificações da Justiça Eleitoral nesta Capital ­

tendo em vista a existência de perícia contratada e em curso (fase 03) ­ ficarão restritos ao Edifíciosede e ao Anexo II (Depósito de urnas), devendo contemplar:

a) as recomendações apontadas nos laudos periciais de remanejamento para osandares superiores da sala do data center, nobreaks corporativos, grupo geradores e subestação deenergia elétrica de alta tensão para superar obstáculos de novas enchente e a observância da cotalegal de construção definida pela Municipalidade, que inviabiliza a utilização plena do primeiropiso desses imóveis;

b) a utilização da parte térrea do Edifício sede e do Anexo II, paraestacionamento e alocação de estrutura mínima, como o setor de protocolo, recepção, guarita devigilância, em decorrência das normas de segurança e acessibilidade;

c) a necessária instalação de um sistema individual de tratamento de esgoto ETE(Estação de Tratamento de Efluentes);

d) a apresentação dos Estudos de Impacto de Vizinhança (EIV) e de Trânsito(EIT);

Deverão os projetos observarem, ainda, a necessidade de recuperação eelaboração de PRAD ­ Plano de Recuperação de Área Degradada, para submissão e aprovaçãoda Secretaria Municipal de Meio Ambiente desta Capital.

II ­ Determinar a retomada do curso do Processo SEI nº 0002506­62.2015.6.22.8000, com a juntada de cópia desta decisão;

III ­ Quanto ao destino das demais edificações (Seção de Transporte e FórumEleitoral), diante das conclusões do laudo pericial estrutural, pareceres técnicos da SEMA eposição registrada de forma enfática na reunião de 9/10/2015 pelos demais órgãos ambientais, oposicionamento desta autoridade é que seria inviável recuperá­las.

A respeito do Fórum Eleitoral, tem­se, ainda, o fato noticiado pelaSuperintendência do Patrimônio da União em Rondônia – SPU por meio do ofício nº 19623/2015­MP a este Regional (evento 0051140) ­ acerca das dimensões da galeria construída na área doestacionamento do prédio Anexo I (Fórum Eleitoral) e a necessidade de estudo mais acuradoacerca da distância do edifíco em relação ao canal e da necessidade de sua abertura, pois, segundoalega, a causa do canal trabalhar afogado ou estrangulado derivaria dos tubos lançados nas viaspúblicas pela Prefeitura nas travessias das Avenidas Presidente Dutra e Rogério Weber.

A esse respeito, deve­se registrar a Secretaria Municipal de Meio Ambiente destaCapital (Ofício nº 1380, de 02/12/2015) esclareceu definitivamente que a construção encontra­sedentro da primeira faixa de 15 metros não­edificável da Área de Preservação Permanente do CanalSanta Bárbara, oportunidade em que reafirmou o estrangulamento derivado da canalização.

Assim, a informação trazida pela SPU perde relevância haja vista que adesobstrução do canal não é exigida apenas pelo possível estrangulamento da calha, mas sobretudopela obrigatória desocupação da faixa de preservação permanente.

Page 35: NOTA DE ESCLARECIMENTO - Des. Péricles MOREIRA CHAGAS - anexo II

16/12/2015 :: SEI / TRE­RO ­ 0061760 ­ Decisão ::

https://sei.tre­ro.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=67029&infra_sistema=10… 35/35

Entretanto, tendo em vista que eventual decisão pela demolição ficará adstritaà existência de dotação orçamentária não prevista no presente exercício, e a procedimentoadministrativo, que deverá ser instaurado para esse fim, considerando a iminente alternância nadireção deste Órgão e em respeito a possível divergência de posicionamento, abstenho­me dedeliberar quanto a tais pontos.

IV ­ Determinar a remessa de cópia desta decisão aos seguintes órgãos:a) Ministério Público federal e estadual;b) Superintendência do Patrimônio da União em Rondônia – SPU;c) Defesa Civil do Município de Porto Velho, Secretaria Municipal de

Planejamento e Gestão – SEMPLA, Secretaria Municipal de Projetos e Obras Especiais –SEMPRE, Secretaria Municipal do Meio Ambiente – SEMA; Secretaria Municipal deRegularização Fundiária e Habitação ­ SEMUR;

d) Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN/RO;e) Advocacia­Geral da União em Rondônia;f) Presidência do Tribunal Superior Eleitoral e Corregedoria­Geral Eleitoral do

TSE;Dê­se ciência à Coordenadoria de Controle Interno deste Tribunal e à Comissão

de Transição de dirigentes deste Regional.Tendo em conta que os fatos aqui registrados podem ser objeto de eventual

apuração, remeta­se cópia à Secretaria de Controle Externo do TCU em Rondônia – SECEX.À Diretoria para conhecimento e providências.Publique­se e cumpra­se. Porto Velho, 15 de dezembro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por PÉRICLES MOREIRA CHAGAS, Presidente,em 16/12/2015, às 08:58, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.

A autenticidade do documento pode ser conferida no site http://www.tre­ro.jus.br/servicos­judiciais/verificacao informando o código verificador 0061760 e o código CRC 080C84B2.

0000932­04.2015.6.22.8000 0061760v13