nota de atualiz curso pratico previdenciario

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Atualização da 12 a edição 2015 IVAN KERTZMAN Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil; Mestre em Direito Público da Universidade Federal da Bahia – UFBA; Bacharel em Direito pela Universidade Católica do Salvador; Administrador de Empresas pela Universidade Federal da Bahia – UFBA; Pós-Graduado em Finanças Empresariais pela USP; Professor Coordenador das Especializações em Direito Previdenciário do JusPodivm-BA, da Ciclo-SE e da IMADEC – MA; Professor de Direito Previdenciário de Cursos Preparatórios para Concursos Públicos e de Cursos de Especialização. E-mail: [email protected] Outras obras do autor: “As Contribuições Previdenciárias na Justiça do Trabalho”, Editora LTr; “A Desoneração da Folha de Pagamento”, Editora LTr; “Resumão Jurídico – Direito Previdenciário”, Editora Barros, Fischer & Associados; “Questões de Direito Previdenciário”, Editora JusPodivm “Para Aprender Direito – Direito Previdenciário”, Editora Barros, Fischer & Associados Co-autor do livro “Salário-de-Contribuição – A base de Cálculo das Empresas e dos Segurados”, Editora JusPodivm; Co-autor do “Guia Prático da Previdência Social”, Editora JusPodivm; Co-autor do “Manual do Direito Homoafetivo”, Editora Saraiva; Co-autor dos “Revisaços” para Procurado do Estado, Procurador do Município, Magistratura Federal, Defensoria Pública Estadual, e INSS, Edições JusPodivm; Coordenador e co-autor do livro “Leituras Complementares de Previdenciário”, Editora JusPodivm. CURSO PRÁTICO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO

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Atualização da 12ª Edição do Livro Curso Pratico de Direito Previdenciário

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Atualizao da 12a edio2015IVAN KERTZMANAuditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil;Mestre em Direito Pblico da Universidade Federal da Bahia UFBA;Bacharel em Direito pela Universidade Catlica do Salvador;Administrador de Empresas pela Universidade Federal da Bahia UFBA;Ps-Graduado em Finanas Empresariais pela USP;Professor Coordenador das Especializaes em Direito Previdencirio do JusPodivm-BA, da Ciclo-SE e da IMADEC MA;Professor de Direito Previdencirio de Cursos Preparatrios para Concursos Pblicos e de Cursos de Especializao.E-mail: [email protected] obras do autor:As Contribuies Previdencirias na Justia do Trabalho, Editora LTr;A Desonerao da Folha de Pagamento, Editora LTr;Resumo Jurdico Direito Previdencirio, Editora Barros, Fischer & Associados;Questes de Direito Previdencirio, Editora JusPodivmPara Aprender Direito Direito Previdencirio, Editora Barros, Fischer & Associados Co-autor do livro Salrio-de-Contribuio A base de Clculo das Empresas e dos Segurados, Editora JusPodivm;Co-autor do Guia Prtico da Previdncia Social, Editora JusPodivm; Co-autor do Manual do Direito Homoafetivo, Editora Saraiva;Co-autor dos Revisaos para Procurado do Estado, Procurador do Municpio, Magistratura Federal, Defensoria Pblica Estadual, e INSS, Edies JusPodivm;Coordenador e co-autor do livro Leituras Complementares de Previdencirio, Editora JusPodivm.CURSO PRTICODE DIREITOPREVIDENCIRIORua Mato Grosso, 175 Pituba, CEP: 41830-151 Salvador Bahia Tel: (71) 3363-8617 / Fax: (71) 3363-5050 E-mail: [email protected]:EduardoVianaPortelaNeves,DirleydaCunhaJr.,LeonardodeMedeirosGarcia, FredieDidierJr.,JosHenriqueMouta,JosMarceloVigliar,MarcosEhrhardtJnior,NestorTvora, RobrioNunesFilho,RobervalRochaFerreiraFilho,RodolfoPamplonaFilho,RodrigoReisMazzei e Rogrio Sanches Cunha.Capa: Rene Bueno e Daniela Jardim (www.buenojardim.com.br)Diagramao: Mait Coelho ([email protected])Todos os direitos desta edio reservados Edies JusPODIVM.Copyright: Edies JusPODIVMterminantementeproibidaareproduototalouparcialdestaobra,porqualquermeioouprocesso,semaexpressa autorizao do autor e da Edies JusPODIVM. A violao dos direitos autorais caracteriza crime descrito na legislao em vigor, sem prejuzo das sanes civis cabveis.3OBJETIVOOobjetivodestematerialmanterosleitoresda12ediodoCursoPrtico de Direito Previdencirio atualizados em relao s principais alteraes legislativas ocorridas aps a sua publicao.Assim, disponibilizamos aos leitores os tpicos atualizados do livro que sofreram alterao.A)ALTERAESEFETUADASPELACONVERSODAMEDIDAPROVI-SRIA 664/2014 NA LEI 13.135, DE 17/06/2015 E ALTERAO DA MP 676,DE 17/06/2015,QUEALTERAREGRASDOFATORPREVIDENCI-RIODependentes Alterao do Irmo e Cnjuge (Item 19.3)A Lei 13.135, de 17/06/2015 alterou o enquadramento do irmo como dependente. Vejamos o rol de dependentes:Primeira classe:a)O cnjuge, que pode ser o marido ou a mulher;b)A companheira e o companheiro, que, embora no casados oficialmente, vivam juntos com a inteno de constituir famlia, tendo os mesmos direitos dos cnjuges, incluindo, aqui, os parceiros homossexuais, desde que comprovem a vida em comum;c)A ex-mulher e o ex-marido que recebam penso alimentcia, sendo qualquer ajuda financeira comprovada equiparada penso alimentcia.d)O filho menor de 21 anos, desde que no emancipado. A emancipao pode ocorrer pelo casamento, pela concesso dos pais, pela existncia de relao de emprego que garanta o prprio sustento ou pela colao de grau em curso superior de ensino, a partir dos 16 anos.e)O filho invlido ou que tenha deficincia intelectual ou mental ou deficincia grave. Note-se que a invalidez ou deficincia deve ter ocorrido antes de com-pletar 21 anos, ou, antes da emancipao, salvo se a emancipao decorreu de colao de grau em curso superior. Este dispositivo (art. 16, III, da Lei 8.213/91) foi alterado pelo Estatuto da Pessoa com Deficincia (Lei 13.146/2015), publi-cado em 07/07/2015, tendo excludo do rol de dependentes o filho que tenha deficincia intelectual ou mental que o torne absolutamente ou relativamente incapaz, passando a exigir a deficincia grave. Ressaltamos, no entanto, que a Lei 13.146/2015 s entra em vigor aps 180 da data de sua publicao, ou IVAN KERTZMAN4seja, no dia 03/01/2016. At l est garantida a permanncia destes no rol de dependentesf)Equiparados a filho, menor tutelado ou enteado. Nestes casos, necessria declarao escrita do segurado, comprovao de dependncia econmica e, para a tutela, apresentao do respectivo termo.Segunda classe:Os pais, desde que comprovem dependncia econmica.Terceira classe:a)O irmo menor de 21 anos, no emancipado, desde que comprove dependncia econmica - A emancipao pode ocorrer pelo casamento, pela concesso dos pais, pela existncia de relao de emprego que garanta o prprio sustento ou pela colao de grau em curso superior de ensino, a partir dos 16 anos. b)O irmo invlido ou que tenha deficincia intelectual ou mental ou deficincia grave, de qualquer idade, devendo a incapacidade ser atestada por percia mdica do INSS, desde que comprove dependncia econmica. Este dispositivo (art. 16, III, da Lei 8.213/91) foi alterado pelo Estatuto da Pessoa com Defici-ncia (Lei 13.146/2015), publicado em 07/07/2015, tendo excludo do rol de dependentes o irmo que tenha deficincia intelectual ou mental que o torne absolutamente ou relativamente incapaz, passando a exigir a deficincia grave. Ressaltamos, no entanto, que a Lei 13.146/2015 s entra em vigor aps 180 da data de sua publicao, ou seja, no dia 03/01/2016. At l est garantida a permanncia destes no rol de dependentes. A Lei 13.135, de 17/06/2015 incluiu, expressamente, no rol de dependentes pre-videncirios, juntamente com o irmo que tenha deficincia intelectual ou mental, o irmo que tenha deficincia grave, nos termos do regulamento. A Lei. 13.146, publicada em 07/07/2015, deixou de exigir o regulamento para a definio da deficincia grave.A lei 13.135, de 17/06/2015 exigiu que para que o cnjuge, o companheiro ou a companheira faa jus penso por morte escalonada em funo da idade, o casa-mento ou o incio da unio estvel tenha ocorrido h, ao menos, dois anos da data do falecimento do instituidor do benefcio, excetuando-se os casos em que o bito do segurado tenha sido decorrente de acidente de qualquer naturezaou doena pro-fissional ou do trabalho. Caso no conte com os 24 meses de unio ou casamento, e o bito no seja decorrente de acidente, a penso por morte ser concedida por um prazo de apenas quatro meses.No processo de converso da MP 664/2014, a Lei 13.135/2015 disps, tambm, que perde o direito penso por morte o cnjuge, o companheiro ou companheira, se provada, a qualquer tempo, simulao ou fraude no casamento ou na unio estvel, ounasuaformalizaocomofimexclusivodeconstituirbenefcioprevidencirio ATUALIZAO DA 12a EDIO5apuradas em processo judicial no qual ser assegurado o direito ao contraditrio e ampla defesa (art. 74, 2, da Lei 8.213/91, alterado pela Lei 13.135/2015).Perde tambm o direito penso por morte, aps o trnsito em julgado, o conde-nado por prtica de crime de que tenha dolosamente resultado na morte de segurado (art. 74, 1, da Lei 8.213/91, alterado pela Lei 13.135/2015). O irmo ou o filho maior invlido faro jus penso, desde que exame mdico pericialconcluaqueainvalidezocorreuemdataanterioraobitodoseguradoe antes da maioridade (e tambm da emancipao para o caso do filho). Em realidade, o irmo ou filho maior de 21 anos somente tero direito aos benefcios, na qualidade de dependentes, se a invalidez ocorrer antes da maioridade previdenciria. Caso a invalidez tenha ocorrido aps completar 21 anos, mesmo que tenha se dado antes do bito, o maior no far jus a qualquer benefcio (vide tpico 19.4). Perda da Qualidade de Dependente (Item 19.4)As situaes que implicam a perda da qualidade de dependente ocorrem (art. 77, 2, da Lei 8.213/91, alterada pela Lei 13.135/2015):I)Pela morte do pensionista;II)Para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmo, de ambos os sexos, pela emancipao ou ao completar 21 anos de idade, salvo se for invlido ou tiver deficincia intelectual ou mental ou deficincia grave;III)Para o filho e o irmo invlido, pela cessao da invalidez; IV)Para o filho ou irmo que tenha deficincia intelectual ou mental ou defici-ncia grave, pelo afastamento da deficincia, nos termos do regulamento.V)Para o cnjuge ou companheiro:a)seinvlidooucomdeficincia,pelacessaodainvalidezoupelo afastamento da deficincia, respeitados os perodos mnimos de gozo do benefcio da penso.b)em quatro meses, se o bito ocorrer sem que o segurado tenha vertido 18 contribuies mensais ou se o casamento ou unio estvel tiverem sido iniciados em menos de dois anos antes do bito do segurado.c)transcorridos os seguintes perodos, estabelecidos de acordo com a idade do beneficirio na data do bito do segurado, se o bito ocorrer depois de vertidas 18 contribuies mensais e pelo menos dois anos aps o incio do casamento ou da unio estvel:1) 3 anos, com menos de 21 anos de idade;2) 6 anos, entre 21 e 26 anos de idade;3) 10 anos, entre 27 e 29 anos de idade;IVAN KERTZMAN64) 15 anos, entre 30 e 40 anos de idade;5) 20 anos, entre 41 e 43 anos de idade;6) vitalcia, com 44 ou mais anos de idade. Em caso de bito do segurado decorrente de acidente de qualquer naturezaou doena profissional ou do trabalho, no necessrio o cumprimento da carncia de 18 contribuies mensais para que seu cnjuge ou companheiro(a) tenha direito ao recebimento da penso por morte escalonada em funo da idade. Da mesma forma, os bitos por acidente de qualquer natureza ou por doena profissional ou do trabalho dispensam a necessidade de 2 anos de unio estvel ou casamento para que seu cn-juge ou companheiro(a) faa jus penso por morte escalonada em funo da idade.Assim, os bitos decorrentes dos acidentes e das doenas ocupacionais dispensam tanto o cumprimento da carncia de 18 contribuies mensais, quanto a necessida-de de 2 anos de unio para que os cnjuges ou companheiros(as) tenham direito penso por morte pelos prazos previstos no inciso V, c. Caso no cumpram alguma destas exigncias, tero direito penso por morte pelo prazo de 4 meses, previsto no inciso V, b.Paraocnjugeoucompanheiro(a)invlidooucomdeficincia,apensopor morte ser concedida at a durao desta condio. Se a cessao da invalidez ou da deficincia se der antes dos prazos de durao definidos para o dependente capaz, o deficiente gozar o benefcio por este prazo mnimo. Exemplo:Joo, deficiente, 39 anos de idade, perdeu a sua esposa, passando a receber o benefcio de penso por morte. Ele ter direito a este benefcio enquanto durar a sua condio de deficiente. Se, todavia, a sua deficincia for cessada antes de 15 anos de recebimento do benefcio, lhe ser garantido o gozo do benefcio por este perodo.O tempo de contribuio para o RPPS ser considerado para efeito de contagem das 18 contribuies mensais. Se, ento, o trabalhador era servidor pblico e passou a ser vinculado ao RGPS, o tempo de servio pblico ser considerado para a apurao desta exigncia.De acordo com o 2-B, do art. 77, da Lei 8.213/91, inserido pela Lei 13.135/2015, somente aps o transcurso de 3 anos e desde que tenha o incremento mnimo de um ano na expectativa de vida do brasileiro ao nascer, considerando a tabela de ambos os sexos, podero ser fixadas novas idades para os prazos de recebimento da penso, por ato do Ministrio da Previdncia Social. Ressalte-se que os prazos de durao da penso devem ser mantidos, podendo ser alteradas apenas as idades. Desta forma, caso em 3 anos a expectativa do brasileiro, considerando a tabela de ambos os sexos, aumente em 2 anos, as idades previstas no inciso V, c, que aca-bamos de estudar, podem ser acrescentadas tambm em dois anos, mediante ato do Ministrio da Previdncia Social. Assim, com menos de 23 anos, os segurados teriam ATUALIZAO DA 12a EDIO7direito a apenas 3 anos de penso e somente a partir dos 46 anos os segurados teriam direito penso vitalcia.Para ficar bem claro este dispositivo que trata do escalonamento da penso por morte,salientamosqueelesseaplicaaoscnjugesoucompanheiros(as),no interferindo nas penses dos demais dependentes. Assim, se um pai que contribui h apenas 2 meses (menos de 18 contribuies) falece, deixa a penso por morte do filho at que este complete 21 anos de idade. Em edies anteriores desta obra, fazamos dura crtica antiga redao do art. 17, do Decreto 3.048/99, que, absurdamente, previa at a possibilidade de emancipao do invlido. que o item c, antes da alterao legislativa, possua a seguinte redao: Para o filho ou irmo, de qualquer condio, ao completarem 21 anos de idade,salvoseinvlidos,oupelaemancipao,aindaqueinvlido,exceto,neste caso, se a emancipao decorreu de colao de grau em curso de ensino superior.Nesta antiga redao, a legislao fazia uma enorme confuso entre os concei-tos de invlido e incapaz. que os invlidos, ao contrrio do que muitas pessoas pensam, no correspondem aos civilmente incapazes. Um segurado que perdeu trs membros certamente ser considerado invlido pelo mdico perito do INSS, mesmo estandoemplenascondiesdeexercerosatosdavidacivil.Estapessoaser considerada invlida e ter direito a benefcios, independentemente da idade. Isto porque a invalidez previdenciria est relacionada com a capacidade do indivduo de prover o prprio sustento. Lembre-se de que o papel da Previdncia Social o de cobrir os riscos sociais.Felizmente o texto legal foi alterado, prevalecendo hoje uma redao muito mais adequada. No texto atual, note-se que o invlido no perde a condio de dependente, exceto se a invalidez ocorrer aps a maioridade ou aps qualquer situao causadora de sua emancipao, exceto a colao de grau.Desta forma, no se recupera a qualidade de dependente quando a invalidez se d aps 21 anos. No se considera dependente o menor de 21 anos que se emancipou antes de tornar-se invlido, salvo se a emancipao decorreu de colao de grau em curso superior de ensino. Exemplo:Aristides, 19 anos, tornou-se invlido aps cair do cavalo. Dez anos depois, o seu pai faleceu, tendo ele direito ao benefcio de penso por morte, pois a invalidez se deu antes de completar a maioridade. Se, contudo, Aristides tivesse se casado aos 18 anos, no faria jus ao benefcio, porque teria ocorrido a emancipao antes da invalidez. Perderia tambm o direito ao benefcio se a invalidez se desse aps os 21 anos. Observe-se que no caso do irmo, a emancipao no hiptese de perda da qualidade de dependente.Assim,umfilhoqueseinvalidaaos23anos,obviamentenofarjus pensopormortedoseupai,mesmoquefalecidoapsasuainvalidez. Consideramosestaregrabastanterazovel,poisaprevidnciagarantea IVAN KERTZMAN8condio de dependente at completar 21 anos (ou at emancipar-se), idade na qual o cidado deve manter-se com o prprio esforo laboral ou assumir todos os riscos. Na situao proposta, se o filho estivesse trabalhando, teria direito a aposentadoria por invalidez, tendo o seu sustento garantido pela Previdncia Social.De acordo com o art. 74, 2, da Lei 8.213/91, alterado pela Lei 13.135/2015, perde o direito penso por morte o cnjuge, o companheiro ou companheira se provada, a qualquer tempo, simulao ou fraude no casamento ou na unio estvel, ou na sua formalizao com o fim exclusivo de constituir benefcio previdencirio apuradas em processo judicial no qual ser assegurado o direito ao contraditrio e ampla defesa.Perde tambm o direito penso por morte, aps o trnsito em julgado, o conde-nado por prtica de crime de que tenha dolosamente resultado na morte de segurado (art. 74, 1, da Lei 8.213/91, alterado pela Lei 13.135/2015). Outraquestobastantepolmicanalegislaoprevidenciriaamanuteno da qualidade de dependente para os filhos, equiparados e irmos, at completarem 21 anos de idade. SabemosqueoCdigoCivilde2002alterouamaioridadepara18anos.Esta modificao influencia na manuteno da qualidade de dependente?No. A legislao previdenciria versa especificamente sobre o tema, fixando a idade limite em 21 anos, logo deve esta prevalecer sobre a civil. Esta , registre-se, a posio amplamente dominante na doutrina previdenciria e a aceita na prtica do INSS.Desta forma, o fato de o segurado ter completado a maioridade civil no afeta a continuidade da relao de dependncia com o segurado.Carncia (Item 19.6)Antes da MP 664, de 30/12/2014, a lista de doenas que dispensam a carncia de 12 contribuies mensais para auxlio doena e aposentadoria por invalidez de-veria ser elaborada a cada trs anos (antiga redao do art. 26, II, da Lei 8.213/91), mas como, de fato, a lista era raramente atualizada, o legislador optou por retirar o prazo para sua reviso. Ocorre que no processo de converso da MP na Lei 13.135, o legislador decidiu retornar a necessidade de atualizao a cada trs anos e fez umatmidarevisodalistadedoenas,incluindoapenasaesclerosemltipla. Vejamos o texto:DoenaseafecesespecificadasemlistaelaboradapelosMinistriosda Sade e da Previdncia Social, atualizada a cada trs anos, de acordo com os critrios de estigma, deformao, mutilao, deficincia, ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que meream tratamento particularizado. Obviamente, o segurado deve ter contrado alguma das doenas constantes da referida lista, aps filiar-se ao Regime Geral de Previdncia Social.ATUALIZAO DA 12a EDIO9Apesar de a legislao exigir a reviso do rol de doenas a cada trs anos, a lista presente da Portaria Interministerial 2.998/01 ficou vigente por 14 anos sem qualquer alterao. Finalmente, o art. 151, da Lei 8.213/91, alterado pela Lei 13.135/2015 efetuou uma tmida alterao na lista, incluindo apenas mais uma doena: a esclerose mlti-pla. A seguir esto listadas as doenas presentes no citado art. 151, da Lei 8.213/91, contendo as seguintes doenas e afeces: I - tuberculose ativa; II - hansenase; III - alienao mental;IV - neoplasia maligna; V - cegueira; VI - paralisia irreversvel e incapacitante; VII - cardiopatia grave; VIII - doena de Parkinson; IX - espondiloartrose anquilosante; X - nefropatia grave; XI - estado avanado da doena de Paget (ostete deformante); XII - sndrome da deficincia imunolgica adquirida-Aids;XIII - contaminao por radiao, com base em concluso da medicina especializada; eXIV - hepatopatia grave;XV esclerose mltipla.Anecessidadedocumprimentodecarnciaparaobenefciodepensopor morte e, reflexamente, do auxlio-recluso foi inserido pela Medida Provisria 664, de 30/12/2014, prevendo um prazo de 24 meses. Ocorre que, no processo de converso da MP na Lei 13.135/2015, foi excluda a necessidade de cumprimento de carncia para a concesso destes benefcios.Ao invs da carncia, o legislador preferiu instituir um prazo escalonado para o pagamentodobenefciodepensopormorteparaoscnjugesoucompanheiros, dependendo, no entanto, para a aplicao dos referidos prazos, que o segurado j contasse com 18 contribuies para a previdncia social. A Lei 13.135, de 17/06/2015 garantiu um benefcio de apenas 4 meses para os cnjuges ou companheiros(as) dos segurados que no cumprirem 18 contribuies mensais. J para os demais dependentes (filhos ou equiparados, pais e irmos), o nmero de contribuies vertidas pelo segurado no influencia o prazo de durao dapensopormorte.Assim,casoumfilhodeumanodeidadepercaopaique IVAN KERTZMAN10contribua h apenas 6 meses para o INSS, este ter direito penso por morte at completar 21 anos de idade.Antes deste ato normativo, no havia prazo de durao para gozar o benefcio de penso por morte. Assim, bastava apenas uma contribuio do segurado para ensejar o direito ao seu cnjuge ou companheiro(a) de usufruir deste benefcio, vitaliciamente. No processo de converso da MP, a Lei 13.135/2015 passou a exigir 18 contribuies mensais para que o prazo penso por morte destes dependentes fosse escalonada (art. 77, 2, V, c, da Lei 8.213/91). Atualmente, ento, necessrio que o segurado j tenha efetuado 18 contribuies mensais para garantir o direito de seu cnjuge ou companheiro(a)gozar da penso por morte, por prazo superior a 4 meses. Se o segurado falecer sem ter cumprido as 18 contribuies mensais, deixar o benefcio de penso por morte para seu cnjuge ou companheiro(a) pelo perodo de apenas 4 meses. No entanto, se o bito for decorrente de acidente de qualquer na-tureza ou de doena profissional ou do trabalho, mesmo que o segurado no tenha cumprido as 18 contribuies necessrias, deixar a penso por morte por perodo varivel, a depender da idade do cnjuge sobrevivente.A tabela de escalonamento do prazo de durao da penso por morte do cnjuge, companheiro ou companheira est previsto no art. 77, V, c, da Lei 8.213/91, conforme segue:Idade do companheiro ou companheira Durao do benefcio Menores que 21 anos 3 anosA partir de 21 anos at 26 anos 6 anosA partir de 27 anos at 29 anos 10 anos A partir de 30 anos at 40 anos 15 anosA partir de 41 anos at 43 anos 20 anos A partir de 44 anos VitalciaNo caso de cnjuge ou companheiro(a) invlido ou com deficincia, a penso por morte ser concedida at a durao desta condio. Se a cessao da invalidez ou da deficincia se der antes dos prazos de durao definidos para o dependente capaz, o deficiente gozar do benefcio por este prazo mnimo. Caso, ento, um dependente invlido de 35 anos de idade que perca o cnjuge recupere a capacidade depois de 2 anos, receber o benefcio de penso por morte durante 15 anos.O tempo de contribuio para o RPPS ser considerado para efeito de contagem das 18 contribuies mensais. Se, ento, o trabalhador era servidor pblico e passou a ser vinculado ao RGPS, o tempo de servio pblico ser considerado para a apurao desta exigncia.ATUALIZAO DA 12a EDIO11Curioso notar queo art. 77, 2, V, da Lei 8.213/91, alterado pela Lei 13.135/2015 apenas incluiu a necessidade de cumprimento das 18 contribuies mensaispara o escalonamento do prazo da penso por morte, deixando de fora o auxlio-recluso. Acreditamosque,comooart.80daLei8.213/91afirmaqueobenefciode auxlio-recluso deve ser concedido nas mesmas condies da penso por morte, na omisso do legislador, o escalonamento do benefcio aplicvel penso por morte extensvel ao auxlio-recluso. Assim, se o segurado de baixa renda recluso no tiver contribudo por 18 meses, deixar o benefcio de auxlio-recluso para seu cnjuge ou companheiro(a) por apenas 4 meses.Observamos, no entanto, que as excees da necessidade de cumprimento do prazo de 18 meses de contribuio da penso relativas morte por acidente de qualquer natureza, doenas profissionais ou do trabalho, no se aplicam ao auxlio-recluso, pois o fato gerador deste benefcio no est relacionado com a morte e sim com o recolhimento priso do segurado. Anote-se que os benefcios de auxlio-acidente, salrio-famlia e salrio-materni-dade, para empregadas, avulsas e empregadas domsticas e, ainda, as excees j mencionadas do auxlio-doena e aposentadoria por invalidez no exigem qualquer carncia. A penso por morte e o auxlio-recluso tambm no exigem carncia, pois o prazo de 18 contribuies mensais no se confunde com este instituto, j que no impede a concesso do benefcio, mas, apenas, reduz a sua durao, apenas para o cnjuge ou companheiro(a).Fator Previdencirio (Item 19.7.1)Ressalte-sequenoprocessodeconversodaMP6642014nalei13.135,de 17/06/2015,oCongressoNacionalaprovouaflexibilizaodofatorprevidencirio, que deixaria de ser utilizado quando a soma da idade e do tempo de contribuio dos homens resultasse em 95 (60 anos de idade e 35 de contribuio, por exemplo) e das mulheres resultasse em 85 (54 anos de idade e 31 de contribuio, por exemplo). Esta regra, no entanto, foi vetada pela Presidente Dilma, que no mesmo dia editou a Medida Provisria 676, de 17/06/2015, introduzindo as citadas frmulas 95 para homens e 85 para mulheres, com a insero do art. 29-C, da Lei 8.213/91. Com esta relevante alterao, o segurado que preencher o requisito para a apo-sentadoria por tempo de contribuio, ou seja 35 anos para homens e 30 anos para mulheres, com reduo de 5 anos para professores do ensino bsico, poder optar pela no incidncia do fator previdencirio, no clculo de sua aposentadoria, quando o total resultante da soma de sua idade e de seu tempo de contribuio, includas as fraes, na data de requerimento da aposentadoria, for:I igual ou superior a 95 pontos, se homem, observando o tempo mnimo de contribuio de 35 anos; ouIVAN KERTZMAN12II igual ou superior a 85 pontos, se mulher, observando o tempo mnimo de contribuio de 30 anos.A MP 676/2015 trouxe tambm uma regra de progresso das frmulas 85 e 95, que passa a valer a partir da data da publicao da norma e perdura at 31/12/2016. A partir desta data as citadas frmulas sero majoradas em um ponto, conforme tabela abaixo:A partr de: Pontos Homens Pontos Mulheres1 de janeiro de 2017 96 861 de janeiro de 2019 97 871 de janeiro de 2020 98 881 de janeiro de 2021 99 891 de janeiro de 2022 100 90Paraefeitodeaplicaodosformulas,seroacrescidos5pontossomada idade com o tempo de contribuio do professor e da professora que comprovarem exclusivamente tempo de efetivo exerccio de magistrio na educao infantil e no ensino fundamental e mdio.Vamos aos nossos exemplos para deixar mais claro esta importante alterao.Exemplo 1: Umhomemquecontecom35anosdecontribuioe60anosdeidade, requerendoasuaaposentadoriacomautilizaodofatorprevidencirio em 07/2016, teria uma reduo de 15% no valor de sua aposentadoria. Com anovaregraelavaioptarpornoutilizarofatorprevidencirio,poisj completou os 95 pontos exigidos para a opo pela no aplicao do fator.Exemplo 2: Uma mulher que j conta, em 07/2015, com 30 anos e 6 meses de contribui-o e possui 54 anos e 6 meses de idade, teria o seu fator previdencirio reduzindo32,5%dovalordeseubenefcio.Comanovaregra,comoj conta com 85 pontos, ter a aposentadoria concedida sem a aplicao do fator previdencirio. Exemplo 3:Uma professora que conta com 25 anos de contribuio e 54 anos de idade, serequererasuaaposentadoriaem07/2015teraaplicaoobrigatria do fator previdencirio, pois no completou os 80 pontos exigidos para a professora, tendo reduo de 32,5% no valor de seu benefcio. Se, todavia, aguardar at 01/2016 para se aposentar, ter completado 54 anos e 6 meses de idade e 25 anos e 6 meses de tempo de contribuio, podendo receber um benefcio sem a reduo dos 32,5% promovida pelo fator previdencirio Exemplo 4:Umseguradohomemquecompletar35anosdecontribuioem2020, quando contar com 63 anos de idade, poder se aposentar sem a incidncia ATUALIZAO DA 12a EDIO13do fator previdencirio. Isso porque contar com os 98 pontos que sero exigidos em 2020 para a no aplicao do fator.Renda Mensal do Benefcio (Item 19.8)O valor mensal da penso por morte ou do auxlio-recluso ser de 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez, na data de seu falecimento ou recolhimento priso.A Medida Provisria 664, de 30122014 tentou, sem sucesso, alterar a regra de clculo do valor da penso por morte, mas no processo de converso em lei o Con-gresso Nacional rejeitou a mudana. Pelo texto da MP 664, o valor mensal da penso por morte corresponderia a 50% do valor da aposentadoria que o segurado recebia oudaquelaaqueteriadireitoseestivesseaposentadoporinvalidez,nadatade seu falecimento, acrescido de tantas cotas individuais de 10% do valor da mesma aposentadoria, quantos forem os dependentes do segurado, at o mximo de cinco. Felizmente para os dependentes, a lesiva alterao no foi aprovada, mantendo-se o valor da penso por morte e do auxlio-recluso em 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez, na data de seu falecimento ou recolhimento priso. Aposentadoria por Invalidez (Item 20.1.1)Aaposentadoriaporinvalidezserdevidaaosegurado,quandoprecedidade auxlio-doena, a partir da sua cessao, ou, concluindo a percia mdica inicial pela existnciadeincapacidadetotaledefinitivaparaotrabalho,aaposentadoriapor invalidez ser devida: a)ao segurado empregado, a contar do 16 dia do afastamento da atividade ou a partir da entrada do requerimento, se entre o afastamento e a entrada do requerimento decorrerem mais de 30 dias;b)ao segurado empregado domstico, trabalhador avulso, contribuinte individual, especial e facultativo, a contar da data do incio da incapacidade ou da data da entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de 30 dias.Durante os primeiros 15 dias de afastamento, caber empresa pagar ao segurado empregado o salrio correspondente. Perceba que esta obrigatoriedade no se esten-de expressamente ao empregador domstico, devendo a Previdncia conceder-lhe o benefcio a partir do incio da incapacidade.A Medida Provisria 664/2014 tentou alterar a regra de incio do benefcio para o empregado, estendendo a obrigatoriedade da empresa de arcar com os 30 primeiros diasdeincapacidadedoempregado.ALei13.135,de17/06/2015,noentanto,no acatou esta alterao, assim, o empregador continua obrigado a arcar somente com os 15 primeiros dias de afastamento, sendo a previdncia socialresponsvel pela concesso da aposentadoria por invalidez a partir do 16 dia de afastamento. IVAN KERTZMAN14Auxlio-Doena (Item 20.3.1)A Lei 13.135, de 17/06/2015 inseriu os 7 e 8, no art. 60, da Lei 8.213/91, dis-pondo que o segurado que durante o gozo do auxlio-doena vier a exercer atividade que lhe garanta subsistncia poder ter o benefcio cancelado a partir do retorno atividade.Caso o segurado, durante o gozo do auxlio-doena, vier a exercer ativida-de diversa daquela que gerou o benefcio, dever ser verificada a incapacidade para cada uma das atividades. Durante os primeiros 15 dias de afastamento, caber empresa pagar ao segu-rado empregado o salrio correspondente. Perceba que esta obrigatoriedade no se estende expressamente ao empregador domstico, devendo a Previdncia conceder obenefcioaoempregadodomsticoapartirdoinciodaincapacidade.AMedida Provisria664,de30/12/2014tentoualterararegradeinciodobenefcioparao empregado, estendendo a obrigatoriedade da empresa de arcar com os 30 primeiros dias de incapacidade do empregado. A Lei 13.135/2015, no entanto, no acatou esta alterao. Assim, o empregador continua obrigado a pagar somenteos 15 primeiros dias de afastamento, sendo a previdncia social responsvel pela concesso do auxlio--doena a partir do 16 dia de afastamento. Ficando o segurado no empregado incapacitado, este ter direito ao benefcio a partir do primeiro dia de afastamento, desde que a incapacidade perdure por no mnimo 16 dias. Saliente-se que no est entre as garantias elencadas na Constitui-oFederal,doempregadodomstico,orecebimentoderemuneraoduranteos primeiros 15 de afastamento, embora, na prtica, os seus empregadores costumem pagar os primeiros 15 dias seu salrio quando ocorrem pequenos perodos de licena. Quando o acidentado no se afastar do trabalho no dia do acidente, os 15 dias de responsabilidade da empresa so contados a partir da data do afastamento.De acordo com o art. 60, 5, da Lei 8.213/91, inserido pela Lei 13.135, de 17/06/2015, nos casos de impossibilidade de realizao de percias mdicas pelo rgo ou setor competente, assim como de efetiva incapacidade fsica ou tcnica de implementao das atividades e atendimento adequado clientela da previdncia social, o INSS poder, sem nus para os segurados, celebrar, nos termos do regulamento, convnios, termos de execuo descentralizada, termos de fomento ou de colaborao, contratos no onerosos ou acordos de cooperao tcnica para a realizao de percia mdica, por delegao ou simples cooperao tcnica, sob sua coordenao e superviso, com: I rgos e entidades pblicos ou que integrem o Sistema nico de Sade; Note-sequeaLei13.135/2015possibilitouaterceirizaodaperciamdica previdenciria, mediante a superviso do INSS. A superviso destas percias mdicas terceirizadas de competncia dos mdicos-peritos da previdncia social. A percia conveniada era comum antes de 2005 e foi desativada aps a realizao de concursos pblicos para o cargo de Mdico-Perito do INSS.ATUALIZAO DA 12a EDIO15Penso por Morte (Item 20.4.1)O benefcio da penso por morte independe de carncia. A necessidade do cum-primento de carncia para o benefcio de penso por morte foi inserida pela Medida Provisria 664, de 30/12/2014, prevendo um prazo de 24 meses. Ocorre que no processo de converso da MP 664 na Lei 13.135/2015, foi excluda a necessidade de cumprimento de carncia para os benefcios de penso por morte e auxlio recluso. O legislador, todavia, instituiu prazo de durao da penso por morte devida aos cnjuges ou companheiros(as), escalonado em funo de suas idades, desde que o segurado tenha recolhido, ao menos, 18 contribuies mensais.Garantiu, tambm, para os cnjuges ou companheiros de segurados que no efetuaram as 18 contribuies mensais, um benefcio por apenas 4 meses. J para os demais dependentes (filhos ou equiparados, pais e irmos), o nmero de contribuies vertidas pelo segurado no influencia o prazo de durao da penso por morte. Assim, caso um filho de um ano de idade perca o pai que contribua h apenas 6 meses para o INSS, este ter direito penso por morte at completar 21 anos de idade.A Lei 13.135, de 17/06/2015 exigiu que para que o cnjuge, o companheiro ou a companheira faa jus penso por morte escalonada em funo da idade, o casa-mento ou o incio da unio estvel tenha ocorrido h, ao menos, dois anos da data do falecimento do instituidor do benefcio, excetuando-se os casos em que o bito do segurado tenha sido decorrente de acidente de qualquer naturezaou doena pro-fissional ou do trabalho. Caso no conte com os 24 meses de unio ou casamento, e o bito no seja decorrente de acidente, a penso por morte ser concedida por um prazo de apenas quatro meses.Antesdesteatonormativo,nohaviaprazodeduraoparaocnjugeou companheiro(a)gozardobenefciodepensopormorte.Assim,bastavaapenas uma contribuio do segurado para ensejar o direito do cnjuge ou companheiro(a) de usufruir deste benefcio, vitaliciamente. No processo de converso da MP, a Lei 13.135/2015 passou a exigir 18 contribuies mensais para que o prazo da penso por morte fosse escalonado(art. 77, 2, V, c, da Lei 8.213/91). Recapitulando: atualmente, ento, necessrio que o segurado j tenha efetuado 18 contribuies mensais para garantir o direito do cnjuge ou companheiro(a) de gozar a penso por morte, por prazo superior a 4 meses. Se o segurado falecer sem ter cumprido as 18 contribuies mensais, deixar o benefcio de penso por morte para os seus dependentes pelo perodo de apenas 4 meses. No entanto, se o segurado tiver cumprido as 18 contribuies ou se o bito for decorrente de acidente de qualquer natureza ou de doena profissional ou do trabalho, mesmo que o segurado no tenha cumprido as 18 contribuies necessrias, deixar a penso por morte por perodo varivel a depender da idade do cnjuge sobrevivente, de acordo com a seguinte tabela (art. 77, V, c, da Lei 8.213/91):IVAN KERTZMAN16Idade do companheiro ou companheira Durao do benefcio Menores que 21 anos 3 anosA partir de 21 anos at 26 anos 6 anosA partir de 27 anos at 29 anos 10 anos A partir de 30 anos at 40 anos 15 anosA partir de 41 anos at 43 anos 20 anos A partir de 44 anos VitalciaA penso por morte, ento, no exige carncia, pois o prazo de 18 contribuies mensais no se confunde com este instituto, vez que no impede a concesso do benefcio, mas, apenas, reduz a durao do benefcio do cnjuge ou companheiro(a) para quatro meses. Para os demais dependentes, o escalonamento no aplicvel, ou seja, um filho de um ano de idade que perde o pai que contribua h apenas 6 meses para o INSS, ter direito penso por morte at completar os 21 anos de idade.O tempo de contribuio para o RPPS ser considerado para efeito de contagem das 18 contribuies mensais. Se, ento, o trabalhador era servidor pblico e passou a ser vinculado ao RGPS, o tempo de servio pblico ser considerado para a apurao desta exigncia.Da mesma forma, a Lei 13.135/2015 exigiu para a aplicao dos prazos de durao da penso por morte escalonados dois anos de unio estvel ou casamento. Em caso de bitos por acidente de qualquer natureza ou por doena profissional ou do trabalho, o prazo de unio dispensado, podendo a penso por morte ser concedida conforme os escalonamentos de prazos em funo da idade do cnjuge sobrevivente. Se na data do falecimento do segurado o dependente no tiver os dois anos de casamento ou de unio estvel, a penso por morte ser concedida por apenas quatro meses.Assim, os bitos decorrentes dos acidentes e das doenas ocupacionais dispensam tanto o cumprimento das 18 contribuies mensais, quanto a necessidade de 2 anos de unio para que o cnjuge ou companheiro tenha direito penso por morte com os prazos escalonados em relao s idades.Nocasodedependenteinvlidooucomdeficincia,apensopormorteser concedida at a durao desta condio. Se a cessao da invalidez ou da deficincia se der antes dos prazos de durao definidos para o dependente capaz, o deficiente gozar o benefcio por este prazo mnimo.Exemplo:Joo, deficiente, 39 anos de idade, perdeu a sua esposa, passando a receber o benefcio de penso por morte. Ele ter direito a este benefcio enquanto durar a sua condio de deficiente. Se, todavia, a sua deficincia for cessada antes de 15 anos de recebimento do benefcio, lhe ser garantido o gozo do benefcio por este perodo.ATUALIZAO DA 12a EDIO17De acordo com o 2-B, do art. 77, da Lei 8.213/91, inserido pela Lei 13.135/2015, somente aps o transcurso de 3 anos e desde que tenha o incremento mnimo de um ano na expectativa de vida do brasileiro ao nascer, considerando a tabela de ambos os sexos, podero ser fixadas novas idades para os prazos de recebimento da penso, por ato do Ministrio da Previdncia Social. Ressalte-se que os prazos de durao da penso devem ser mantidos, podendo ser alteradas apenas as idades. Desta forma, caso em 3 anos a expectativa do brasileiro, considerando a tabela de ambos os sexos, aumente em 2 anos, as idades previstas no inciso V, c, que aca-bamos de estudar, podem ser acrescentadas tambm em dois anos, mediante ato do Ministrio da Previdncia Social. Assim, com menos de 23 anos, os segurados teriam direitoaapenas3anosdepensoesomenteapartirdos46anos,ossegurados teriam direito penso vitalcia.A Lei 13.135/2015 fez outras significativas alteraes na legislao da penso por morte. De acordo com o art. 74, 1, da Lei 8.213/91, no ter direito penso por morte, aps o trnsito em julgado, o condenado pela prtica de crime doloso de que tenha resultado a morte do segurado. Assim, o dependente que mata dolosamente o segurado, no far jus penso por morte.O valor mensal da penso por morte ou do auxlio-recluso ser de 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez, na data de seu falecimento ou recolhimento priso.AMedidaProvisria6642014tentou,semsucesso,alterararegradeclculo do valor da penso por morte, mas no processo de converso em lei o Congresso Nacional rejeitou a mudana. Pelo texto da MP 664, o valor mensal da penso por morte passaria a corresponder a 50% do valor da aposentadoria que o segurado re-cebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez, na data de seu falecimento, acrescido de tantas cotas individuais de 10% do valor da mesma aposentadoria quantos forem os dependentes do segurado, at o mximo de cinco. Felizmente, para os dependentes, a lesiva alterao no foi aprovada, mantendo-se o valor da penso por morte e do auxlio-recluso em 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez, na data de seu falecimento ou recolhimento priso. Vamos aos nossos costumeiros exemplos:Exemplo 1:Carlos, aposentado que recebe R$ 3.000,00, vivo de Maria, pais de Joo, Eduardo e Tereza, sendo estes trs seus nicos dependentes, faleceu dei-xando penso para seus filhos. Qual ser o valor da penso dos seus filhos?O percentual da aposentadoria que ser deixando para seus filhos de 100% do valor da aposentadoria que recebia. Seus filhos dividiro o benefcio de R$ 3.000,00 em igualdade de condies. Assim, cada filho receber uma cota de R$ 1.000,00.IVAN KERTZMAN18Exemplo 2:Marcio, aposentado que recebia R$ 2.100,00, foi casado com Ktia, tendo com ela um filho, Pedro, hoje com 6 anos. Ktia no dependente de Marcio, pois trabalha e no necessita dele para seu sustento.Marcio casou-se novamente com Dina e teve um filho, Manuel, hoje com 2 anos. Carlos faleceu. Qual o valor da penso deixada para cada dependente? O percentual da penso deixada por Mrcio de 100% do valor de sua apo-sentadoria, divididos em partes iguais entre Pedro, Dina e Manuel, ou seja, cada um receber uma cota de R$ 700,00. Como visto, outra relevante alterao trazida pela Lei 13.135/2015, de 17/06/2015 foi a definio de prazo de validade de penso por morte do cnjuge ou companheiro. Antes deste ato normativo, a penso por morte era concedida ao companheiro e durava at o seu falecimento. Por isso, era muito comum a ocorrncia de falsos casamentos, s vezes entre parentes, com o intuito nico de recebimento de uma futura penso por morte. Na realidade brasileira, era corriqueiro o casamento, simulado ou no, de aposentados da previdncia com segurados muito mais jovens, que, muitas vezes, objetivava apenas a perpetuao do benefcio previdencirio. Com a alterao legislativa, o tempo de durao da penso por morte devida ao cnjuge, companheiro ou companheira ser calculado de acordo com sua idade no momento do bito do instituidor segurado, conforme tabela que j foi vista e que repetiremosparamelhorfixao(art.77,2,V,daLei8.213/91,alteradapelaLei 13.135/2015):Idade do companheiro ou companheira Durao do benefcio Menores que 21 anos 3 anosA partir de 21 anos at 26 anos 6 anosA partir de 27 anos at 29 anos 10 anos A partir de 30 anos at 40 anos 15 anosA partir de 41 anos at 43 anos 20 anos A partir de 44 anos VitalciaAnalisando-se a tabela, chegamos concluso de que ela faz uma correlao entreaidadedodependentenomomentodobitodosegurado,independente-mente de quando a penso por morte foi requerida, definindo prazo de durao do benefcio. Salientamos que, se no momento do bito o dependente tiver 43 anos e 11 meses, submeter-se- penso com prazo limitado a 20 anos, mesmo que o requerimento do benefcio tenha ocorrido aps completar 44 anos. As situaes que implicam a perda da cota individual da penso por morte ocorrem (art. 77, 2, da Lei 8.213/91, alterada pela Lei 13.135/2015):ATUALIZAO DA 12a EDIO19I)Pela morte do pensionista;II)Para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmo, de ambos os sexos, ao completar 21 anos de idade, salvo se for invlido ou com deficincia;III)Para o filho e o irmo invlido, pela cessao da invalidez; IV) Para o filho ou irmo que tenha deficincia intelectual ou mental ou defi-cincia grave, pelo afastamento da deficincia, nos termos do regulamento.V)Para o cnjuge ou companheiro:a)seinvlidooucomdeficincia,pelacessaodainvalidezoupelo afastamento da deficincia, respeitados os perodos de gozo do be-nefcio da penso.b)em quatro meses, se o bito ocorrer sem que o segurado tenha vertido 18 contribuies mensais ou se o casamento ou unio estvel tiverem sido iniciados em menos de dois anos antes do bito do segurado.c)transcorridos os seguintes perodos, estabelecidos de acordo com a idade do beneficirio na data do bito do segurado, se o bito ocorrer depois de vertidas 18 contribuies mensais e pelo menos dois anos aps o incio do casamento ou da unio estvel:1) 3 anos, com menos de 21 anos de idade;2) 6 anos, entre 21 e 26 anos de idade;3) 10 anos, entre 27 e 29 anos de idade;4) 15 anos, entre 30 e 40 anos de idade;5) 20 anos, entre 41 e 43 anos de idade;6) vitalcia, com 44 ou mais anos de idade. O art. 114, do Decreto 3.048/99 traz, ainda, a possibilidade de extino da cota de penso por morte no caso de adoo, para o filho adotado que receba penso por morte dos pais biolgicos. Este dispositivo, acrescentado pelo Decreto 5.545, de 22/09/05, resulta em um desestmulo adoo, uma vez que o adotado passa a perder a penso do pai biolgico, sendo prejudicado pela prpria adoo. Em nossa viso, trata-se de regra socialmente injusta. O Decreto 5.545/05 prev que a adoo no implica em perda da qualidade de pensionista do adotado em relao aos pais biolgicos, quando o cnjuge ou compa-nheiro adota o filho do seu parceiro. Lembramos que a Lei 12.470, de 31 de agosto de 2011 incluiu expressamente no rol de dependentes previdencirios o filho ou o irmo que tenha deficincia inte-lectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente.Estetexto,todavia,foialteradoemrelaoaoirmo(art.16,III), como visto no tpico de dependentes. A excluso do irmo que tenha deficincia IVAN KERTZMAN20intelectualoumental,todavia,somentepassaravigoranoprazodedoisanos (Lei 13.135/2015).Com a extino da cota do ltimo pensionista, a penso por morte ser encerrada, no podendo ser passada para pensionistas de classe inferior.A penso por morte somente ser devida ao filho e ao irmo cuja invalidez tenha ocorrido antes de completar 21 anos, desde que reconhecida ou comprovada pela percia mdica do INSS a continuidade da invalidez at a data do bito do segurado (art. 108 do RPS, alterado pelo Decreto 6.939/09)Um filho que se invalida aos 23 anos, obviamente, no far jus penso por mortedoseupai,mesmoquefalecidoapsasuainvalidez.Consideramosesta regra bastante razovel, pois a Previdncia garante a condio de dependente at completar 21 anos, idade na qual o cidado deve manter-se com o prprio esforo laboral ou assumir todos os riscos. Na situao proposta, se o filho estivesse traba-lhando, teria direito aposentadoria por invalidez, tendo o seu sustento garantido pela Previdncia Social. Auxlio-Recluso (Item 20.4.2)O benefcio de auxlio-recluso independe de carncia. A necessidade do cum-primento de carncia para o benefcio de auxlio-recluso foi inserida pela Medida Provisria 664, de 30/12/2014, prevendo um prazo de 24 meses. Ocorre que, no pro-cesso de converso da Lei 13.135/2015, foi excluda a necessidade de cumprimento de carncia para o benefcio de auxlio recluso. O legislador, todavia, instituiu prazo de durao da penso por morte e, refle-xamente, do auxlio-recluso devido aos cnjuges ou companheiros(as), escalonado emfunodesuasidades,desdequeoseguradotenharecolhido,aomenos,18 contribuiesmensais.Garantiu,tambm,paraoscnjugesoucompanheirosde segurados que no efetuaram as 18 contribuies mensais, um benefcio por apenas 4 meses. J para os demais dependentes (filhos ou equiparados, pais e irmos), o nmero de contribuies vertidas pelo segurado no influencia o prazo de durao do auxlio-recluso. Assim, caso um filho de um ano de idade tenha seu pai preso, mesmo que contribua h apenas 6 meses para o INSS, ter direito ao auxlio-recluso at completar 21 anos de idade ou, obviamente, at a soltura.Antes deste ato normativo, no havia prazo de durao para gozar o bene-fciodeauxlio-recluso.Assim,bastavaapenasumacontribuiodosegurado paraensejarodireitoaocnjugeoucompanheirodeusufruirdestebenefcio, at a libertao ou morte do segurado. No processo de converso da MP, a Lei 13.135/2015 passou a exigir 18 contribuies mensais para que o prazo da penso por morte fosse escalonado, e, como consequncia, do auxlio-recluso tambm, uma vez que este benefcio segue, no que couber, as regras da penso por morte (art.80,Lei8.213/91).Obviamente,oescalonamentonoseaplicaaosdemais ATUALIZAO DA 12a EDIO21dependentes (filhos, equiparados, irmos e pais), independentemente do nmero de contribuies vertidas pelo segurado. Atualmente, ento, necessrio que o segurado j tenha efetuado 18 contribuies mensais para garantir o direito de seus dependentes de gozarem do auxlio-recluso por prazo superior a 4 meses. Se o segurado for preso sem ter cumprido as 18 contribuies mensais, gerar o benefcio de auxlio-recluso para o cnjuge ou companheiro pelo perodo de apenas 4 meses. Se j possuir as 18 contribuies, o benefcio ser escalonado, de acordo com a seguinte tabela (art. 77, V, c, da Lei 8.213/91):Idade do companheiro ou companheira Durao do benefcio Menores que 21 anos 3 anosA partir de 21 anos at 26 anos 6 anosA partir de 27 anos at 29 anos 10 anos A partir de 30 anos at 40 anos 15 anosA partir de 41 anos at 43 anos 20 anos A partir de 44 anos VitalciaAnalisando-se a tabela, chegamos concluso de que ela faz uma correlao entre a idade do dependente no momento do recolhimento priso, independentemente de quando o auxlio-recluso foi requerido, definindo prazo de durao do benefcio. Salientamos que se, no momento da priso, o dependente tiver 43 anos e 11 meses, gozar do auxlio-recluso com prazo limitado a 20 anos, mesmo que o requerimento do benefcio tenha ocorrido aps completar 44 anos. Acreditamos que, como o art. 80, da Lei 8.213/91 afirma que o benefcio de auxlio--recluso deve ser concedido nas mesmas condies da penso por morte, na omisso do legislador estas regras so tambm aplicveis ao auxlio-recluso.O auxlio-recluso, ento, no exige carncia, pois o prazo de 18 contribuies mensais no se confunde com este instituto, vez que no impede a concesso do benefcio, mas, apenas, reduz a sua durao para quatro meses, no caso de benefcio concedido a cnjuge ou companheiro(a).O tempo de contribuio para o RPPS ser considerado para efeito de contagem das 18 contribuies mensais. Se, ento, o trabalhador era servidor pblico e passou a ser vinculado ao RGPS, o tempo de servio pblico ser considerado para a apurao desta exigncia.Da mesma forma, a Lei 13.135/2015 exigiu, para a aplicao dos prazos de durao do auxlio-recluso escalonados, dois anos de unio estvel ou casamento. Se, na data do recolhimento priso do segurado, o dependente no tiver os dois anos de casa-mento ou de unio estvel, o auxlio-recluso ser concedido por apenas quatro meses.IVAN KERTZMAN22O valor mensal do auxlio-recluso ser de 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez, na data de seu recolhimento priso.B)NOVASREGRASDOSEMPREGADOSDOMSTICOSLC150,DE 01/06/2015Defnio de Empregados Domsticos (Item 20.4.2)Ajurisprudnciamajoritriasempreconsiderouque,paraacaracterizaoda continuidade, necessrio que a empregada domstica trabalhasse ao menos 3 vezes por semana na residncia de seu empregado. Havia decises, no entanto, que consideravam que o requisito da continuidade somente era atendido quando o trabalho ocorresse por, no mnimo, 4 dias da semana. Vejamos o que diz a Smula 19, do TRT da 1 Regio:TRABALHADOR DOMSTICO. DIARISTA. PRESTAO LABORAL DESCONTNUA. INEXISTNCIA DE VNCULO EMPREGATCIO.A prestao laboral domstica realizada at trs vezes por semana no enseja configurao do vnculo empregatcio, por ausente o requisito da continuidade previsto no art. 1 da Lei 5.859/72.Assim, com este entendimento, faxineira diarista que laborasse at trs vezes por semana no era considerada empregada domstica, mas prestadora de servios.Felizmente, a recm-aprovada Lei Complementar 150, de 01/06/2015, que regula-mentou a EC 72/2013, conhecida como PEC das domsticas ps fim discusso sobre a continuidade do emprego domstico, definindo que o empregado domstico quem trabalha por mais de dois dias na semana para uma mesma casa ou famlia (art. 1). Com a EC 72/2013, inmeros direitos trabalhistas foram estendidos aos traba-lhadores domsticos. Alguns so autoaplicveis, como o da jornada de trabalho de 8 horas dirias e 44 horas semanais, horas extras e adicional noturno. Outros, de acordo com a doutrina majoritria, ainda dependiam de regulamentao, como, por exemplo, FGTS, salrio-famlia e seguro-desemprego. A citada lei ampliou significativamente os direitos previdencirios e trabalhistas dos empregados domsticos.A mudana da classificao (domstico ou diarista contribuinte individual) muito importante, pois cada classe de segurado contribui de maneira diferenciada para a Previdncia e possui critrios distintos para obteno dos benefcios.A partir de 12/06/08, com a publicao do Decreto 6.481, que incluiu o trabalho domstico na lista das piores formas do trabalho infantil, foi proibida a contratao de empregados domsticos menores de 18 anos. Antes do mencionado Decreto, era lcita a contratao de empregados domsticos, a partir dos 16 anos de idade. A Lei ATUALIZAO DA 12a EDIO23Complementar150/2015,emseuart.1,pargrafonico,vedouexpressamentea contratao de empregados domsticos de idade inferior a 18 anos. ResponsabilidadepelaInscriodosEmpregadosDomsticos(Item 5.4)Apesar da omisso legislativa, na prtica, a responsabilidade pela inscrio do empregado domstico de seu empregador, pois sem a inscrio no possvel efetuar o recolhimento das contribuies retidas pelo patro e nem mesmo das contribuies patronais. Aps a publicao da Lei Complementar 150, de 01/06/2015, esta respon-sabilidade do empregador domstico fica ainda mais evidente, pois a lei ampliou os direitos dos empregados domsticos, aproximando-os dos empregados.Contribuio dos Empregados Domsticos (Item 9.2)At a publicao da Lei Complementar 150, de 01/06/2015, a alquota de contri-buio era de 12% sobre o salrio-de-contribuio do seu empregado domstico. Com a edio desta Lei, foi criado o Simples Domstico, entrando em vigor 120 dias aps a sua publicao, reduzindo a contribuio patronal previdenciria para 8% sobre o salrio-de-contribuio do empregado domstico e 0,8% de contribuio para o Seguro contra Acidente do Trabalho SAT. Logo, o limite mximo da base de contribuio de R$ 4.663,75 deve ser respeitado.Curiosamente, por incompetncia do legislador, no foi revogado expressamente o art. 24, da Lei 8.212/91, que ainda dispe que a alquota de contribuio do em-pregador domstico de 12%, estando este texto, obviamente, revogado tacitamente pela LC 150/2015.O Simples Domstico, previsto na LC 150/2015, abrange, em documento nico de arrecadao, os seguintes valores:I) 8% a 11% de contribuio previdenciria do empregado domstico;II) 8% de contribuio patronal previdenciria a cargo do empregador domstico;III) 0,8% de contribuio social para o financiamento de seguro contra acidentes do trabalho;IV) 8% de recolhimento de FGTS;V) 3,2% referente a multa dos 40% por despedida sem justa causa ou por culpa do empregador. Tal valor ser movimentado pelo empregador nos caso de pedido de demisso, dispensa por justa causa, aposenta-doria, trmino de contrato por prazo determinado ou de falecimento do empregado domstico. J nos casos de despedida sem justa causa ou por culpa do empregador, o fundo ser movimentado pelo empregado domstico. Em caso de resciso por culpa recproca, os valores sero divididos entre o empregador e o empregado domstico;IVAN KERTZMAN24VI) Imposto de Renda Retido na Fonte, se incidente.O recolhimento ser arrecadado pela Caixa Econmica Federal, que dever repassar os tributos federais para a Unio. O empregador est obrigado a fornecer cpia do documento nico de arrecadao para o seu empregado domstico, mensalmente.Ostributosnorecolhidosnoprazoestabelecido(dia7domsseguinte)se sujeitam incidncia de encargos legais (multa e juros) previstos na legislao do imposto de renda. J as parcelas referentes ao FGTS (8% e 3,2%) no recolhidas no prazo estabelecido devem ser atualizadas e sofrero multa prevista na lei 8.036/90. H previso tambm de ser criado um sistema eletrnico a ser disponibilizado em portal na internet para cadastramento das informaes mensais sobre os paga-mentos efetuadas ao empregado domstico e para o cadastramento dos seus dados. Tal documento ter carter declaratrio, constituindo o crdito tributrio e trabalhista, podendo estes ser exigidos a partir desta declarao.Lembre-se de que o empregador domstico deve descontar a contribuio do sa-lrio pago ao seu empregado e recolh-la, juntamente com a sua parte, Previdncia, em documento nico de arrecadao, juntamente com o FGTS e o imposto de renda retido, se houver. Oempregadordomsticoobrigadoaarrecadaracontribuiodosegurado empregado domstico e recolh-la, assim como a parcela a seu cargo, at o dia 7 do ms subsequente prestao do servio, no mesmo documento de arrecadao que recolher o FGTS e o imposto de renda retido, se houver.Por fora do 6, do art. 30, da Lei 8.212/91, acrescido pela Lei 11.324/06, o em-pregadordomsticopoderrecolheracontribuiodoseguradoempregadoaseu servio e a parcela a seu cargo, relativas competncia novembro, at o dia 20 de dezembro, juntamente com a contribuio referente ao 13 salrio, utilizando-se de um nico documento de arrecadao. Entendemos, no entanto, que este pagamento incompatvel com o novo regramento de contribuio do empregador, previsto na Lei Complementar 150/2015, que determinada a data de recolhimento o dia 07 do ms subsequente, em documento nico de arrecadao. Entrega da CAT pelos Empregadores Domsticos (Item 15.2.5)A partir da LC 150, de 01/06/2015, os empregados domsticos passaram a ter direito aos benefcios acidentrios. Com isso, os empregadores domsticos esto obrigados a emitir a Comunicao de Acidente do Trabalho CAT para comunicar Previdncia Social os acidentes de trabalho ocorridos com seus empregados e domsticos, at o primeiro dia til posterior ocorrncia, e, em caso de morte, de imediato.Contagem da Carncia para Empregados Domsticos (Item 19.6)O perodo de carncia contado (art. 27, Lei 8.213/91):ATUALIZAO DA 12a EDIO25I-paraoseguradoempregado,empregadodomsticoetrabalhador avulso, da data de filiao ao Regime Geral de Previdncia Social; eII - para o contribuinte individual, especial que opte por recolher como contribuinte individual e facultativo, da data do efetivo recolhimento da primeira contribuio sem atraso.A partir da publicao da Lei Complementar 150, de 01/06/2015, o tempo de con-tribuio do empregado domstico passou a equivaler ao tempo de carncia, pois o trabalho do domstico passou a contar para efeito de carncia, mesmo que o empre-gador domstico no efetue o recolhimento das contribuies devidas.Antes desta lei, injustamente, o Regulamento da Previdncia Social e a prpria Lei 8.213 imputava ao empregado domstico a responsabilidade de exigir do seu empregador o recolhimento das contribuies que lhe foram retidas, sob pena de no atendimento do requisito de carncia. O art. 146, 5, da Instruo Normativa 77/2015, no entanto, j dispunha que, para fins de concesso de benefcio no valor deumsalrio-mnimoparaosempregadosdomsticos,acarnciapodecontar a partir da data da filiao, igualmente regra aplicvel para os empregados e avulsos.Presuno de Recolhimentos do Empregados Domsticos (Item 19.8)No clculo do valor da renda mensal do benefcio, inclusive o decorrente de aci-dente do trabalho, sero computados:I -para o segurado empregado, empregado domstico e trabalhador avulso, ossalrios-de-contribuioreferentesaosmesesdecontribuiesdevi-das, ainda que no recolhidas pela empresa, sem prejuzo da respectiva cobrana e da aplicao das penalidades cabveis; A legislao previdenciria imputa ao empregador a responsabilidade pela reten-o e repasse das contribuies de seus empregados. Caso a empresa no honre os seus compromissos, no poder o segurado ser penalizado. A regra da reteno foi criada pelos legisladores por acharem mais fcil o controle e a cobrana dos tributos s empresas. II -para o segurado empregado, o empregado domstico, o trabalhador avulso e o segurado especial, o valor mensal do auxlio-acidente, considerado como salrio-de-contribuio para fins de concesso de qualquer aposentadoria; Lembre-se de que o salrio-de-contribuio do auxlio-acidente ser considerado para o clculo do salrio-de-benefcio das aposentadorias. A Lei somente se refere a estas trs categorias de segurado por serem apenas as que tm direito ao benefcio de auxlio-acidente, como veremos futuramente.III -para os demais segurados, os salrios-de-contribuio referentes aos meses de contribuies efetivamente recolhidas.IVAN KERTZMAN26No caso de segurado empregado, empregado domstico ou de trabalhador avulso que tenham cumprido todas as condies para a concesso do benefcio pleiteado, mas no possam comprovar o valor dos seus salrios-de-contribuio no perodo bsico de clculo, considerar-se-, para o clculo do benefcio, no perodo sem comprovao do valor do salrio-de-contribuio, o valor do salrio mnimo, devendo esta renda ser recalculada quando da apresentao de prova dos salrios-de-contribuio (art. 35, Lei 8.213/91, alterado pela Lei Complementar 150/2015). Observe-se que, at a publicao da Lei Complementar 150, de 01/06/2015, para o segurado empregado domstico que, mesmo tendo satisfeito as condies exigidas para a concesso do benefcio requerido, no pudesse comprovar o efetivo recolhimen-to das contribuies devidas, seria concedido o benefcio de valor mnimo, devendo suarendaserrecalculadaquandodaapresentaodaprovadorecolhimentodas contribuies. Este dispositivo est ainda presente no art. 36 da Lei 8.213/91, mas foi revogado tacitamente pela LC 150/2015, que alterou a redao do art. 35, da Lei 8.213/91, ficando o art. 36 incompatvel com o novo texto. Salrio-Famlia para os Empregados Domsticos (Item 20.2.1)O salrio-famlia o benefcio devido ao segurado empregado, inclusive o do-mstico, e ao trabalhador avulso de baixa renda, na proporo do respectivo nmero defilhosouequiparados,menoresde14anos,ouinvlidos,dequalqueridade. Ressaltamos que o empregado domstico passou a fazer jus a este beneficio, aps a regulamentao da EC 72/2013, pela Lei Complementar 150/2015. Este diploma garantiu a extenso do salrio-famlia aos trabalhadores domsticos. Acidente do Trabalho dos Empregados Domsticos (Item 20.3.1)Acidente do trabalho o que ocorre pelo exerccio do trabalho a servio da empresa ou de empregador domstico ou pelo exerccio do trabalho dos segurados especiais, provocando leso corporal ou perturbao funcional que cause a morte ou a perda ou reduo, permanente ou temporria, da capacidade para o trabalho. As doenas ocupacionais equiparam-se a acidente de trabalho.At a publicao da Lei Complementar 150, de 01/06/2015, apenas o empregado e o trabalhador avulso poderiam sofrer acidente do trabalho. Com a regulamentao da chamada PEC das Domsticas pela referida lei, os empregados domsticos passaram a fazer jus aos benefcios acidentrios.Auxlio-Acidente para os Empregados Domsticos (Item 20.3.2)Os empregados domsticos passaram a fazer jus ao auxlio-acidente aps a regu-lamentao da EC 72/2013, com a publicao da Lei Complementar 150, de 01/06/2015, que estendeu este benefcio aos trabalhadores domsticos. ATUALIZAO DA 12a EDIO27C) ALTERAO DA DEFINIO DE PESCADOR ARTESANAL - DECRETO 8.424, DE 31/03/2015 (ITEM 5.2.5)O pescador artesanal tambm classificado como segurado especial. O Regula-mento da Previdncia Social, aprovado pelo Decreto 3.048/99 (art. 9, 14), definia o pescador artesanal, at a publicao do Decreto 8.424, de 31/03/2015, como aquele que, individualmente ou em regime de economia familiar, faz da pesca sua profisso habitual ou meio principal de vida, desde que: I -no utilize embarcao; II -utilize embarcao de at seis toneladas de arqueao bruta, ainda que com auxlio de parceiro; III -na condio, exclusivamente, de parceiro outorgado, utilize embarcao de at dez toneladas de arqueao bruta.Ocorre que o citado Decreto 8.424, de 31/03/2015 alterou a definio do pescador artesanal (art. 9, 14, do Decreto 3.048/99), passando a defini-lo como aquele que, individualmente ou em regime de economia familiar, faz da pesca sua profisso ha-bitual ou meio principal de vida, desde que: I-no utilize embarcao; ouII -utilize embarcao de pequeno porte, nos termos da Lei n 11.959, de 29 de junho de 2009.De acordo com o artigo 8, I, a, da citada Lei 11.959/2009, pesca comercial artesa-nal a praticada diretamente por pescador profissional, de forma autnoma ou em regime de economia familiar, com meios de produo prprios ou mediante contrato de parceria, desembarcado, podendo utilizar embarcaes de pequeno porte.O artigo 10, 1, I, desta mesma Lei classifica as embarcaes que operam na pesca comercial em:I de pequeno porte: quando possui arqueao bruta - AB igual ou menor que 20;II de mdio porte: quando possui arqueao bruta - AB maior que 20 e menor que 100;III de grande porte: quando possui arqueao bruta - AB igual ou maior que 100.Destaforma,opescadorartesanalpode,atualmente,utilizarembarcaoque possuir arqueao bruta de at 20, sendo este segurado especial.A redao anterior ao Decreto 8.424, de 31032015 considerava pescador artesanal o trabalhador que no utilizava embarcao ou utilizava uma de at 6 toneladas de arqueao bruta, ainda que com auxlio de parceiro ou na condio, exclusivamente, de parceiro outorgado, utilizava embarcao de at 10 toneladas de arqueao bruta.Com a mudana, ento, para ser considerado segurado especial, o pescador pode utilizar uma embarcao de at 20 toneladas de arqueao bruta. Acima deste tamanho, IVAN KERTZMAN28o pescador ser enquadrado na categoria dos contribuintes individuais, conforme art. 9, 15, XI, da nova redao do Decreto 3.04899.J o pescador que trabalha em regime de parceria, meao ou arrendamento, em embarcao de mdio ou grande porte, nos termos da Lei n 11.959, de 2009, ser considerado contribuinte individual. D) CONTRIBUIOSOBRECOOPERATIVASDE TRABALHO-ATODE-CLARATRIO INTERPRETATIVO 5, DE 25052015 (ITEM 8.3.1 E 9.3.4)Asempresasquecontratamprofissionaisfiliadosacooperativasdetrabalho para exercerem suas atividades sob condies especiais que prejudiquem a sade e a integridade fsica contribuem, adicionalmente, com as alquotas de 5%, 7% ou 9%, nos casos em que o agente nocivo enseje direito aposentadoria especial de 25, 20 ou 15 anos, respectivamente (art. 1, 1, Lei 10.666/03).Ocorre que, em sesso realizada em 23/4/2014, o plenrio do STF, por unanimi-dade, julgou o RE n 595.838, com repercusso geral reconhecida, entendendo que a contribuio previdenciria incidente sobre a nota fiscal de cooperativa de trabalho inconstitucional.O Relator, Ministro Dias Toffoli, votou pela inconstitucionalidade do dispositivo (inciso IV do art. 22 da Lei n 8.212/91, includo pela Lei n 9.876/99), sob os seguintes argumentos: 1) extrapolao da base econmica prevista no art. 195, I, a, da CF; 2) contrariedade ao Princpio da Capacidade Contributiva (art. 145, 1 da CF); e 3) a contribuio s poderia ter sido instituda por Lei Complementar, conforme previsto no art. 195, 4, combinado com o art. 154, I, ambos da CF.Assim, o STF acolheu a tese de que a contribuio prevista no art. 22, IV, da Lei 8.212/91, de 15% sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestao de servi-os, relativamente a servios que lhe so prestados por cooperados por intermdio de cooperativas de trabalho extrapola a previso do art. 195, I, a, que possibilita ainstituiodecontribuiosobreafolhadesalriosedemaisrendimentosdo trabalho. Logo, para a instituio desta contribuio, seria necessria a edio de leicomplementar,combasenacompetnciaresidualtributria,previstanoart. 195, 4, da CF de 1988.A prpria Receita Federal do Brasil se curvou ao entendimento do STF, com a edio do Ato Declaratrio Interpretativo 5, de 25052015, determinando que a RFB no mais constitua o crdito referente contribuio da empresa contratante de cooperativa de trabalho (15%), ou dos respectivos adicionais de 5%, 7% ou 9%.Por outro lado, este mesmo Ato Declaratrio expressou o entendimento da Receita Federal de que as cooperativas devem recolher 20% de contribuio previdenciria quandoprestaremservioparaempresa.Issoporque,comonohcontribuio patronal,nocabeadeduodos45%dacontribuiopatronaldocontratante ATUALIZAO DA 12a EDIO29efetivamente recolhida ou declarada em GFIP, limitada a 9%, prevista no art. 216, 20, Decreto 3.048/99 (vide tpico 8.3.4).Entendemosque,seoservioforprestadoporintermdiodacooperativade trabalho, esta deve reter os 20% da remunerao de seus cooperados e repassar para a previdncia social.A contribuio das empresas tomadoras de servio de cooperativas tinha a fina-lidade de substituir as contribuies devidas pelas cooperativas de trabalho sobre a remunerao dos seus cooperados. Anote-se que a cooperativa de trabalho, assim como a cooperativa de produo, considerada empresa pela conceituao do Di-reito Previdencirio e, como tal, deveria contribuir com a alquota de 20% sobre a remunerao paga a contribuintes individuais, categoria que abrange os cooperados. Os legisladores optaram por isentar as cooperativas, no que tange s remuneraes repassadas para os seus filiados, criando uma contribuio a cargo das empresas que contratarem seus servios (Lei 9.876/99). Com a inconstitucionalidade declarada pelo STF e acatada pela Receita, no existe mais qualquer contribuio patronal relativa contratao de cooperados por empresas, pois, se, por um lado, as contribuies que eram devidas pela prpria cooperativa foram substitudas, por outro, a contribuio substituta foi julgada inconstitucional. Neste cenrio, no restou outra interpretao possvel seno a de que os cooperados devem recolher o valor integral das contribuies devidas, com a alquota completa de 20%, conforme previsto no art. 21, da Lei 8.212/91, sem a reduo de 45% prevista no art. 30, 4, da mesma lei.E) SEGURO-DEFESO LEI 13.134, DE 16/06/2015 (ITEM 23.7)A partir da publicao da MP 665/2004, convertida na Lei 13.134, de 16/06/2015, o seguro-desemprego do pescador artesanal, previsto na lei 10.779, de 25 de novembro de 2003 passou a ser concedido e administrado pelo INSS.De acordo com o art. 1, da Lei 10.779/2003, o pescador profissional que exera sua atividade exclusiva e ininterruptamente, de forma artesanal, individualmente ou em regime de economia familiar, far jus ao benefcio de seguro-desemprego, no valor de um salrio-mnimo mensal, durante o perodo de defeso de atividade pesqueira para a preservao da espcie.Adefinioderegimedeeconomiafamiliarfoiestudadanocaptulo5desta obra, sendo este o trabalho dos membros da mesma famlia, indispensvel prpria subsistncia e exercido em condies de mtua dependncia e colaborao, sem a utilizao de empregados.O perodo de defeso de atividade pesqueira o fixado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis - IBAMA, em relao espcie marinha, fluvial ou lacustre a cuja captura o pescador se dedique (art. 1, 2, da Lei 10.779/2003).IVAN KERTZMAN30Considera-se ininterrupta a atividade exercida durante o perodo compreendido entre o defeso anterior e o em curso, ou nos doze meses imediatamente anteriores ao do defeso em curso, o que for menor.Assim, se entre um defeso e o seguinte de-correr mais de 12 meses, considerar-se- como ininterrupto o trabalho exercido pelos 12 meses anteriores ao defeso em que se pleiteia o benefcio.O pescador profissional artesanal no far jus a mais de um benefcio de seguro--desempregonomesmoanodecorrentededefesosrelativosaespciesdistintas. Se, ento, o pescador artesanal pescar mais de uma espcie de marisco, far jus a apenas um seguro-defeso.A concesso do benefcio no ser extensvel s atividades de apoio pesca e nem aos familiares do pescador profissional que no satisfaam os requisitos e as condies estabelecidos para concesso do benefcio, sendo o benefcio do seguro--desemprego pessoal e intransfervel.O perodo de recebimento do benefcio no poder exceder o limite mximo de 5 meses, conforme art. 4, da Lei n 7.998/90, ressalvada a possibilidade de ampliao em 2 meses a critrio do Codefat. Cabe ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS receber e processar os reque-rimentos e habilitar os beneficirios, nos termos do Decreto 8.424, de 31/03/2015.De acordo com o art. 2, 1, da Lei 10.779/2003, para fazer jus ao benefcio, o pescador no poder estar em gozo de qualquer benefcio decorrente de programa de transferncia de renda com condicionalidades ou de benefcio previdencirio ou assistencial de natureza continuada, exceto penso por morte e auxlio-acidente.Para se habilitar ao benefcio, o pescador dever apresentar ao INSS os seguintes documentos:I -registrocomoPescadorProfissional,categoriaartesanal,devidamente atualizadonoRegistroGeraldaAtividadePesqueira RGP,emitidopelo Ministrio da Pesca e Aquicultura, com antecedncia mnima de trs anos, contados da data do requerimento do benefcio;II -cpia do documento fiscal de venda do pescado a empresa adquirente, consumidora ou consignatria da produo, em que conste, alm do registro da operao realizada, o valor da respectiva contribuio previdenciria ou comprovante do recolhimento da contribuio previdenciria, caso tenha comercializado sua produo a pessoa fsica; eIII -outros estabelecidos em ato do Ministrio Previdncia Social que comprovem:a)o exerccio da profisso de pescador artesanal;b)que se dedicou pesca, em carter ininterrupto, durante o perodo entre defesos ou de 12 meses anteriores ao defeso atual, o que for menor;c)quenodispedeoutrafontederendadiversadadecorrenteda atividade pesqueira.ATUALIZAO DA 12a EDIO31O INSS, no ato da habilitao ao benefcio, dever verificar a condio de segurado pescador artesanal e o pagamento da contribuio previdenciria nos ltimos doze mesesimediatamenteanterioresaorequerimentodobenefciooudesdeoltimo perodo de defeso at o requerimento do benefcio. Assim, para receber o seguro--defesoopescadorartesanal,mesmosendoseguradoespecial,devecomprovaro recolhimento das contribuies previdencirias. Curioso notar que esta exigncia no feita para o gozo dos benefcios previdencirios pelo segurado especial. De acordo com o art. 4, do Decreto 8.424, de 31/03/2015, o prazo para requerer obenefciodoseguro-desempregodopescadorprofissionalartesanalseiniciar 30 dias antes da data de incio do perodo de defeso e terminar no ltimo dia do referido perodo. Desde que requerido dentro do prazo, o pagamento do benefcio ser devido desde o incio do perodo de defeso, independentemente da data do requerimento.Sem prejuzo das sanes civis e penais cabveis, todo aquele que fornecer ou beneficiar-se de atestado falso para o fim de obteno do benefcio de que trata esta Lei estar sujeito (art. 3, da Lei 10.779/2003):I - demisso do cargo que ocupa, se servidor pblico;II - suspenso de sua atividade, com cancelamento do seu registro, por dois anos, se pescador profissional.O INSS cessar o benefcio de seguro-desemprego nas seguintes hipteses (art. 6, Decreto 8.424/2015):I - incio de atividade remunerada ou de percepo de outra renda que seja incompatvel com a percepo do benefcio;II - desrespeito ao perodo de defeso ou a quaisquer proibies estabe-lecidas em normas de defeso; III - obteno de renda proveniente da pesca de espcie alternativa no contemplada no ato que fixar o perodo de defeso;IV - suspenso do perodo de defeso;V - morte do beneficirio, exceto em relao s parcelas vencidas;VI - incio de percepo de renda proveniente de benefcio previden-cirio ou assistencial de natureza continuada, exceto auxlio-acidente ou penso por morte;VII - prestao de declarao falsa; ou VIII - comprovao de fraude.O benefcio do seguro-desemprego do pescador artesanal ser pago conta do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, institudo pela Lei no 7.998, de 11 de janeiro de 1990.IVAN KERTZMAN32F) ALTERAES NO RPPS (CAPTULO 26)Aposentadoria Compulsria (Item 26.3.3)A Emenda Constitucional 88, de 07/05/2015 efetuou importante mudana na apo-sentadoria compulsria, possibilitando que Lei Complementar estendesse a idade desta modalidade de aposentadoria para 75 anos. Apesar desta lei ainda no sido publicada, a prpria EC 88/2015 j garantiu a aplicao da compulsria aos 75 anos de idade para os Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e do Tribunal de Contas da Unio (art. 100, do ADCT). Para os demais cargos pblicos, a aposentadoria compulsria permanece aos 70 anos, at que seja publicada lei complementar.A EC 88/2015 condicionou a permanncia dos Ministros do STF, STJ e TCU at os 75 anos ao atendimento dos requisitos previstos no art. 52, da Constituio Federal, que, no seu inciso III, atribui ao senado a misso de aprovar a indicao de magistrados e ministros do TCU. Com isso, entendeu-se que a EC 88 previa a permanncia destes Ministros at os 75 anos de idade, mediante aprovao do Senado. Observe-se, todavia, que o artigo 52 s dispe sobre a aprovao do Senado para a indicao de Ministros e no para as suas permanncias no cargo.AsassociaesdemagistradosajuizaramaADI5316contraasabatinapara continuidade dos Ministros aps os 70 anos, tendo o STF concedido liminar suspen-dendo esta exigncia at o julgamento da citada ADI. Neste mesmo julgamento, o STF entendeu que a ampliao da idade para 75 anos para os demais cargos depende de Lei Complementar de iniciativa do STF (art. 93, da CF/88), no podendo ser editadas Leis Complementares estaduais com esta finalidade. Penso por Morte (Item 26.5)O rol de dependentes que tm direito penso por morte definido pelas legis-laes prprias de cada RPPS. No plano federal, desde a publicao da MP 664/2004, convertidanaLei13.135/2015,osdependentesprevidenciriosdoRegimePrprio dos Servidores Civis da Unio passaram a ser os mesmos do RGPS, de acordo com a redao do art. 217, da Lei 8.112/91, conforme segue:I o cnjuge;II o cnjuge divorciado, separado judicialmente ou de fato, com percepo de penso alimentcia definida judicialmente no RGPS, como vimos, qual-quer ajuda financeira se equipara penso, mas esta interpretao no extensvel ao RPPS da unio, pois exige a definio judicial dos alimentos; III -o companheiro e companheira que comprove unio estvel como entidade familiar;IV o filho de qualquer condio que atenda a um dos seguintes requisitos:a)seja menor de 21 anos ou invlido;b)tenha deficincia grave, ou;c)tenha deficincia intelectual ou mental, nos termos do regulamento;ATUALIZAO DA 12a EDIO33V a me e o pai que comprovem dependncia econmica do servidor;VI o irmo de qualquer condio que comprove dependncia econmica do servidor, atendendo o mesmo regramento relativo aos filhos.Os dependentes das classes I a IV tm prioridade no recebimento dos benefcios, ento os pais e o irmo somente podero ser habilitados na hiptese de ausncia de filhos ou cnjuge ou companheiros, tal como ocorre no RGPS. J os pais tem prioridade no recebimento do benefcio em relao aos irmos.O enteado e tutelado se equiparam aos filhos, mediante declarao escrita do segurado e comprovao de dependncia econmica, na forma estabelecida em re-gulamento.Ocorrendo habilitao de vrios dependentes, o valor rateado em partes iguais (art. 218, Lei 8.112/91). Esta forma de diviso tambm igualou as regras do RPPS da Unio ao RGPS.As cotas dos beneficirios que forem extintas reverteram em favor dos demais beneficirios habilitados, da mesma maneira que ocorre no RGPS.De acordo com o art. 220, perde o direito penso por morte:I aps o transito em julgado, o beneficirio condenado pela prtica de crime de que tenha dolosamente resultado a morte do servidor;IIocnjuge,ocompanheiroouacompanheira,secomprovada,a qualquer tempo, simulao ou fraude no casamento ou na unio es-tvel, ou sua formalizao com o fim exclusivo de constituir benefcio previdencirio, apuradas em processo judicial no qual ser assegurado o direito ao contraditrio e ampla defesa.As regras de penso por morte dos servidores civis da unio, das autarquias e fundaes pblicas federais foram significativamente alteradas com a Lei 13.135/2015, que modificou a Lei 8.112/1990. A partir deste ato normativo, penso destes servidores passou-se a aplicar as regras tambm alteradas no RGPS, referentes ao prazo de fruio do benefcio para o cnjuge ou companheiro. que o artigo 222, da Lei 8.112/90 alterou as hipteses de perda da qualidade de beneficirio, nos seguintes termos:I-o seu falecimento; II-a anulao do casamento, quando a deciso ocorrer aps a concesso da penso ao cnjuge;III acessaodainvalidez,emsetratandodebeneficirioinvalido,ouo afastamento da deficincia, em se tratando de beneficirio com deficin-cia, ou o levantamento da interdio, em se tratando de beneficirio com deficincia intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, respeitados os prazos de recebimento do benefcio. Neste caso, IVAN KERTZMAN34o beneficirio pode ser convocado a qualquer tempo para que a adminis-trao avalie as suas condies. IV o implemento da idade de 21 anos, pelo filho ou irmo;V a acumulao de penso deixada por mais de um cnjuge, companheiro ou companheira, e de mais de duas pensesVI a renuncia expressa; eVII em relao ao cnjuge, companheiro ou companheira, inclusive divorciado, separado judicialmente ou de fato:a)o decurso de quatro meses, se o bito ocorrer sem que o segurado tenha vertido 18 contribuies mensais ou se o casamento ou unio estvel tiverem sido iniciados em menos de dois anos antes do bito do segurado.b)o decurso dos seguintes perodos, estabelecidos de acordo com a idade do beneficirio na data do bito do segurado, se o bito ocorrer depois de vertidas 18 contribuies mensais e pelo menos dois anos aps o incio do casamento ou da unio estvel:1) 3 anos, com menos de 21 anos de idade;2) 6 anos, entre 21 e 26 anos de idade;3) 10 anos, entre 27 e 29 anos de idade;4) 15 anos, entre 30 e 40 anos de idade;5) 20 anos, entre 41 e 43 anos de idade;6) vitalcia, com 44 ou mais anos de idade. Em caso de bito do segurado decorrente de acidente de qualquer naturezaou doena profissional ou do trabalho, no necessrio o cumprimento da carncia de 18 contribuies mensais para que seus dependentes tenham direito ao recebimento da penso por morte por prazo escalonado. Da mesma forma, os bitos por acidente de qualquer natureza ou por doena profissional ou do trabalho dispensam a neces-sidade de 2 anos de unio estvel ou casamento para que os dependentes faam jus penso por morte escalonada.Assim, os bitos decorrentes dos acidentes e das doenas ocupacionais dispen-sam tanto o cumprimento das 18 contribuies mensais, quanto a necessidade de 2 anos de unio para que os dependentes tenham direito penso por morte por prazo escalonado em funo da idade.Caso o servidor no possua 18 contribuies ou dois anos de casamento ou unio, o benefcio de penso ser garantido por apenas 4 meses.O tempo de contribuio para o RPPS ser considerado para efeito de contagem das 18 contribuies mensais. Se, ento, o trabalhador era servidor pblico e passou ATUALIZAO DA 12a EDIO35a ser vinculado ao RGPS, o tempo de servio pblico ser considerado para a apurao desta exigncia.Vejamos a tabela de durao do benefcio para os cnjuges e companheiros(as) dos segurados que tenham cumprido as 18 contribuies necessrias e possuam os dois anos de casamento ou unio (art. 77, V, c, da Lei 8.213/91):Idade do companheiro ou companheira Durao do benefcio Menores que 21 anos 3 anosA partir de 21 anos at 26 anos 6 anosA partir de 27 anos at 29 anos 10 anos A partir de 30 anos at 40 anos 15 anosA partir de 41 anos at 43 anos 20 anos A partir de 44 anos VitalciaDe acordo com o 3, do art. 222, da Lei 8.112/90, inserido pela Lei 13.135/2015, somente aps o transcurso de 3 anos e desde que tenha o incremento mnimo de um ano na expectativa de vida do brasileiro ao nascer, considerando a tabela de ambos os sexos, podero ser fixadas novas idades para os prazos de recebimento da penso, por ato do Ministrio da Previdncia Social. Ressalte-se que os prazos de durao da penso devem ser mantidos, podendo ser alteradas apenas as idades. Desta forma, caso em 3 anos a expectativa do brasileiro, considerando a tabela de ambos os sexos, aumente em 2 anos, as idades previstas no inciso V, c, que aca-bamos de estudar, podem ser acrescentadas tambm em dois anos, mediante ato do Ministrio da Previdncia Social. Assim, com menos de 23 anos, os segurados teriam direito a apenas 3 anos de penso e somente a partir dos 46 anos os segurados teriam direito penso vitalcia.G) ALTERAES DA LEI 13.146, DE 06/07/2015Benefcios da Assistncia Social(Captulo 22)Com a publicao do citado diploma legal, que foi minimamente alterado pelo Estatuto da Pessoa com Deficincia (Lei 13.146), publicado em 07/07/2015, passou-se a considerar pessoa com deficincia aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza fsica, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interao com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participao plena e efetiva na sociedade em igualdade de condies com as demais pessoas (art. 20, 2, da Lei 8.742/93). Considera-se im-pedimento de longo prazo aquele que produza efeitos pelo prazo mnimo de 2 anos. A Lei 11.470/2011 possibilitou que a remunerao da pessoa com deficincia na condio de aprendiz no seja considerada para fins do clculo da renda familiar per IVAN KERTZMAN36capita de de salrio mnimo. Assim, se o deficiente trabalhar como aprendiz, alm de no perder o seu benefcio assistencial, ainda tem o valor de sua remunerao excludo da renda familiar para concesso de qualquer outro benefcio assistencial. O Estatuto da Pessoa com Deficincia (Lei 13.146), publicado em 07/07/2015, estendeu esta mesma vantagem renda oriunda do estgio supervisionado, que passa a no ser considerada para fins do clculo da renda familiar per capita de de salrio mnimo.ALTERAES DA MP 680, DE 06/07/20157.4.29. Compensao Pecuniria do Programa de Proteo do Empre-go PPE Em07/07/2015foipublicadaaMP680,quecriouoProgramadeProteodo Emprego PPE. Este programa foi formatado para tentar evitar demisses durante a crise econmica que o Brasil est passando.Podero aderir ao PPE, at 31/12/2015, as empresas que se encontrarem em si-tuao de dificuldade econmico-financeira, nas condies e forma estabelecidas em ato do Poder Executivo federal, tendo durao de, no mximo, 12 meses.As empresas que aderirem ao PPE podero reduzir, temporariamente, em at 30%, a jornada de trabalho de seus empregados, com a reduo proporcional do salrio. Para que esta reduo seja efetuada, necessria celebrao de acordo coletivo de trabalho especfico com o sindicato de trabalhadores representativo da categoria da atividade econmica preponderante, conforme disposto em ato do Poder Executivo.A reduo temporria da jornada de trabalho dever abranger todos os emprega-dos da empresa ou, no mnimo, os empregados de um setor especfico, podendo ter durao de at seis meses, prorrogveis at doze meses.Os empregados que tiverem seu salrio reduzido faro jus a uma compensao pecuniria equivalente a 50% do valor da reduo salarial e limitada a 65% (sessenta ecincoporcento)dovalormximodaparceladoseguro-desemprego,enquanto perdurar o perodo de reduo temporria da jornada de trabalho.Esta compensao ser paga pelo Governo Federal, sendo custeada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador FAT. Incide contribuio previdenciria sobre esta com-pensao financeira, assim, mesmo ela sendo paga pelo Governo, as empresas e os empregados sero obrigados a pagar contribuio sobre estes valores (art. 28, 8, d, da Lei 8.212/91). O salrio a ser pago com recursos prprios do empregador, aps a reduo sala-rial, no poder ser inferior ao valor do salrio mnimo. As empresas que aderirem ao PPE ficam proibidas de dispensar arbitrariamente ou sem justa causa os empregados que tiverem sua jornada de trabalho temporariamente reduzida enquanto vigorar a adeso ao PPE e, aps o seu trmino, durante o prazo equivalente a um tero do perodo de adeso.