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Época de Páscoa 2013 NÓS

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Época de Páscoa 2013

NÓS

Editorial

Expediente

Agradecemos a todos que colaboraram com esta edição.Representantes do Corpo Docente:Adriana Leibl e Patrícia Enes FigueiraAssociação Pedagógica Rudolf Steiner:Rosemarie SchalldachCoordenador: Adriana Leibl, Dra. Catia Chuba, Patrícia Enes Figueira, Guilherme Korbe, Walkiria Pessoa Cavalcanti e Claudia Lang

Capa (da esquerda para a direita):Antiga Índia, Profª Martina Meckien, 5º BAntiga Pérsia, Profª Mariana Rocha, 5º AMandala, Profª Heloisa Borges, 7º AHumor:Charge do Profº Matthias ZaeslinCriação do Nosinho: Alunos do 8ºADiagramação: Graphium EditoraImpressão Gráfica: Graphium Gráfica e EditoraTiragem:1.000 exemplaresSite: www.ewrs.com.br

PoemaPoema sobre a Páscoa, 3ContoO arado mágico, 4Tema do PeríodoO deserto, 5 e 6InformativoE assim começou 2013... , 7Karla Keese Tabacow, 8Almut Maria Lenk, 9

Lucia Tomsic, 10NÓS de 2013, 10Aonde andam vocês, 12º BA de 2012?, 11NATAL 2012, 11Reformas na Escola, 12HumorLixo não é tudo igual!, 13SaúdeA doença incurável e a criança, 14 a 15

Uma das atribuições de um Professor de Classe é pintar com a linguagem oral as histó-rias, as imagens e os conteúdos desenvolvidos em cada ano nas salas de aula.

Um momento de expectativa é criado ao abrir a lousa. Diante do olhar de cada aluno, um desenho feito com giz colorido se revela. Através do esforço do professor, os alunos recebem o presente preparado com muito amor. O olhar para o belo que encanta, inspira e conduz, tão fundamental para a alma de jovens em crescimento.

Neste ano de 2013 presentearemos os leitores do NÓS com suas capas registrando as lousas do Ensino Fundamental.

Desejamos a todos uma Feliz Época de Páscoa e boa leitura!

3 Poema

POEMA SOBRE A PÁSCOA Novalis (Friedrich von Hardenberg) 1772-1801

Eu digo que ele vive, a toda gente, e que ressuscitou,

e que junto de nós e para sempre pairando ele fi cou.

Eu digo, e todos vão também dizer, aos companheiros seus,

que em breve em toda parte vai nascer novo reino dos céus.

Perante um novo modo de sentir, o mundo reaparece;

e a vida nova em nós a ressurgir da mão dele é que desce.

Vejo o terror da morte mergulhar no fundo mar escuro,

e toda gente agora a contemplar com calma seu futuro.

A vereda sombria que ele abriu para o céu é que vai,

e quem os seus conselhos já ouviu chega à casa do Pai.

Agora, ao ver morrer alguém querido, sofremos sem temor.

Saber que o reencontro é concedido suaviza essa dor.

Com muito mais fervor vamos agir nos feitos mais singelos,

pois essa sementeira vai fl orirbem mais belos.

Ele vive, e conosco sempre resta quando nos falta tudo!

Que este dia nos seja como a festa do renovar do mundo.

Versão para o português de Ruth Salles

Conto 4

O ARADO MÁGICO

Existiu um camponês tão pobre que jamais conseguira, por muito que trabalhasse, reunir dinheiro para comprar um par de sapatos e ir aos domingos, como era de seu desejo, assistir à missa na vila. Sendo entretanto muito piedoso, e não querendo por nada deste mundo renunciar a sua religião, costumava ir ao alto de uma colina onde havia pequena capela com a imagem de Cristo Crucifi cado, para rezar e pedir pela humanidade.

Um domingo, estava ele ajoelhado como de costume diante do Crucifi xo, quando sua atenção se viu atraída por um inseto gracioso e pequenino que ia e vinha pelo braço da cruz olhando muito para o homem, como se tivesse a intenção de lhe pedir alguma coisa.

O camponês achou estranho aquele gesto de súplica em bicho tão inferior e, estendendo a mão, colheu-o delicadamente, guardou-o no bolso e levou-o para casa. Ali, com restos de lã, fez um ninho quente para o bichinho, que recolheu numa caçarola velha, pôs ao lado alguns grãos e foi repousar. Estava a pegar no sono, quando sentiu que batiam com fi rmeza na caçarola. Levantou-se e foi ver o que havia e qual não foi o seu espanto! - reparou que o inseto havia desaparecido, para dar lugar a frágil homenzinho.

Um anão! Então era certo o que se dizia, que havia uma cidade deles no subsolo das proximidades. O homúnculo, quando viu

o homem perto de si, deixou de bater na caçarola e exclamou:

- Finalmente o senhor resolveu vir, pois eu não queria ir-me embora sem agradecer-lhe o que fez por mim.

E como visse o espanto estampado no rosto do seu hospedeiro, explicou o que se passava. Havia incorrido nas iras de uma bruxa, que o transformara em inseto dizendo que só um homem honesto e religioso é que poderia quebrar o encanto. Estivera por muitos dias sob o risco de ser colhido pelas malhas de algum aranhol ou engolido por algum guloso passarinho. Terminou oferecendo-lhe um saco de moedas de ouro e uma caixa de pedrarias.

- Que vou eu fazer do ouro e das pedras preciosas? Respondeu o camponês. - São coisas que já ocasionaram bastantes aborrecimentos para a humanidade! Eu preferia antes um arado que pudesse ser puxado pelo meu cavalinho, muito fraco que é, e preparasse a terra a contento.

O anão atendeu de imediato. Na manhã seguinte, um belíssimo arado, que nor-mal mente pre ci saria de duas juntas, foi puxado pelo cavalico do camponês; e sem que o animal sentisse o mínimo cansaço, toda a terra foi arada; aquele ano a colheita foi abundante, o camponês fi nalmente conseguiu comprar seus sapatos e mais sementes, como que aumentou suas safras de ano para ano, até tornar-se opulento.

Enciclopédia universal da fábula – Fábulas, mitos, lendas e contos populares. São Paulo; Editora das Américas, 1958. Vol. 227, pgs. 34-36

5 Tema do Período

O DESERTO

Os grandes desertos do mundo provo-cam fortes impressões nos visitantes. Não é de se estranhar que muitos se sintam atra-ídos e voltem com frequência, enquanto outros nunca mais pisem ali. Trata-se, pois, de uma atmosfera contrastante e dual, e di-fícil de ser defi nida; os adjetivos “bonito” ou “feio” não chegam para expressar o que lá se experimenta.

Na contemplação à distância, um de-serto é grande, magnífi co e atraente. As co-res índigo e laranja contrastam e predomi-nam, apesar da presença também marcante do marrom, amarelo e terracota. À medida que o adentramos, as coisas mudam, e bas-tante; do enlevo pelo majestoso da atmosfe-ra somos lançados a nós mesmos, a atenção recai sobre si. Ali, na aridez, secura e altitude é preciso sobreviver e se cuidar. Os incômo-dos são perceptíveis e marcantes e cuidar-se torna-se uma tarefa importante. Neste mo-vimento do grande, do todo, ao pequeno e individual tem lugar o acordar da consciên-cia. Não é uma consciência cotidiana das grandes cidades, mesmo com seus perigos e ameaças, mas é um estar presente dentro da linha do tempo, dentro da sua biografi a. É um acordar bem dramático, por ser rápido e atingir as profundezas do nosso ser.

Surgem as mais diversas perguntas, tanto circunstanciais quanto existenciais. Mas sobressai uma, das mais pungentes: Como o deserto consegue me suscitar tantas alterações, em tão curto espaço de tempo?

Na História da Humanidade, alguns episódios apontam um caminho para se res-ponder a esta indagação: o deserto foi palco

de introspecção e retiro de grandes mestres da nossa civilização. Moisés, Cristo, João Batista e Maomé renunciaram ao cotidiano e foram ao deserto em busca de respostas. Tiveram encontros espirituais signifi cativos - Cristo foi tentado pelo diabo três vezes e volta fortalecido dos 40 dias de jejum no de-serto. João Batista sai do seu vilarejo e vai ao deserto viver em oração e refl exão na busca do seu caminho de vida.

A consciência é atingida quando as impressões do deserto recebem um signi-fi cado interior. O despertar faz com que busquemos uma complementação, algo que amenize esta experiência tão drástica. A consciência pode continuar apenas sofrendo com as intempéries do deserto ou, através da complementação, da atividade interior, venha a buscar vida para esta atividade pen-sante, algo que de fato encontramos no de-serto: São os oásis, no meio da aridez, alguns lugares bucólicos que proporcionam alento ao caminhante sedento; o oásis – pequena porção de terra verdejante e cultivada, dota-da de uma fonte de água - nos faz respirar aliviados. Há esperança, comida e água. Os nativos cuidam de sua água, da terra e da plantação como de uma pequ ena e muito preciosa joia. As tonalidades laranja e ver-melho são suavizadas pelo verde que real-mente aparece como a cor da esperança nes-te momento. Ali, por minutos, conseguimos relaxar da tensão que nos traz o excesso de consciência e uma complementação tão rica.

Poderíamos projetar um refl exo desta imagem grandiosa para o plano interior, o palco da alma humana. Vivemos uma gran-de aridez e ressecamento, onde há pouca

6Tema do Período

vida suculenta, verde, cheirosa e aprazível, mas onde se encontra, ao contrário, cada vez mais consciência, conhecimento e domínio da natureza. Temos alguns oásis reservados que nos alimentam e trazem alento, embora o desértico, como um poderoso retrato do nosso momento histórico, predomine em nós. Para as crianças é uma tarefa duplamen-te difícil: como aprender sobre a vida na sua grandiosidade e riqueza, como exemplo de adultos que tendem à morte? Qual o refe-rencial que terão de um mundo bom, belo e verdadeiro, a partir de pessoas que tendem ao vazio, a um pensamento ressecado e com imagens pouco vivas?

O conhecimento Antroposófi co nos dá subsídios para um pensamento vivo e aque-cido de maneira a não levar a nossa consci-ência ao desértico. Seria como se a imagem do oásis pudesse se expandir na vastidão do deserto, tornando o nosso pensar vitaliza-do e rico. Através do estudo, podemos nos apropriar desse conhecimento e ao exercitá--lo torna-lo próprio e interiorizado. A im-portância está na digestão do conhecimento e na absorção, apropriação, para que não seja um dogma ou retórica vazia.

O momento é propício à transformação, assim como é a época do desenvolvimento da humanidade, como a festa do ano, a Pás-coa que vamos festejar. A consciência nos proporciona a lucidez para que possamos perceber o que está acontecendo em nós e no mundo macrocósmico. Através de um ato da vontade, consciente, estudado e funda-mentado devemos revitalizar nosso interior, nosso oásis pessoal, e a partir desse impulso, trazer novas fontes de vida à nossa Terra; ini-

cialmente o trabalho é interior para depois, através de próprio ser, atuar no mundo, na ecologia. A natureza está deteriorando, pois é refl exo de nosso ser. O movimento interior não é algo que acontece por si, senão que deve ser fomentado, e cada pequena semen-te plantada com intenção, viceja com vigor, trazendo frutos indubitáveis. As relações so-ciais também clamam por mudança e uma compreensão ampliada.

As crianças pedem que procuremos esse caminho, e é muito bonito se consegui-mos a partir desse pedido, dessa exigência, revitalizar o nosso ser. A escola é um am-biente fértil para exercitarmos as relações sociais, e do pequeno poderemos expandir. Quando olhamos o solo do deserto, parece que, mesmo com água, seria impossível que algo crescesse ali, e não obstante a planta se desenvolve, chegando inclusive a frutifi car. Não nos faltam os oásis, o que sim, nos falta é a refl exão própria e a consequente força de vontade.

Por fi m, o mais importante é que na época da Páscoa podemos vivenciar a morte, a aridez, o deserto interior, mas que após a morte, tenha lugar o renascimento, a vida volte a brotar; um novo começo, com um novo objetivo: o desejo de se desenvolver junto com toda a Humanidade pós-moder-na.

Feliz e transformadora época de Páscoa.

Melanie M. GuerraCoordenadora do Centro de

Formação de Professores Waldorf

Tutora dos 1ºs anos A e B

7 Informativo

E assim começou 2013...

Tradicionalmente, o ano letivo em nossa escola se inicia com o Seminário de Professores.

Uma semana antes dos portões se abrirem para receber nossos alunos, todo o colegiado se reúne para o estudo de um assunto específi co.

Este ano, tivemos a oportunidade de nos debruçarmos sobre um tema tão desafi ador quanto apaixonante: a Adolescência.

Para conduzir o Se-mi nário, contamos com a inspiradora presença de um dos fundadores do Curso de Formação de Professores Waldorf de Ensino Médio da costa Leste dos EUA, Douglas Gerwin.

Além de uma extensa formação acadêmica – B.A., Hons., Universidade de Sussex, Ph.D., Universidade de Dallas, autor e editor de livros sobre a Pedagogia Waldorf, professor, palestrante, o Prof. Douglas é diretor do Center for Antroposophy e responsável pelo Programa de Formação de Professores de Ensino Médio nesta instituição.

Durante esses dias, pudemos ampliar nossos horizontes tanto em termos antropológicos: as características psicológicas dos jovens nessa fase de seu desenvolvimento, quanto em termos pedagógico-curriculares, ou seja, como o currículo Waldorf vai de

encontro às necessidades desta faixa etária.

Os professores tiveram também a possibilidade de conhecer o currículo de Artes do Ensino Médio através de uma vivência artística de cada ano, preparada pelos colegas da Área de Artes.

À convite da nossa Escola, 54 professores de Ensino Médio de escolas-irmãs puderam participar e contamos com a ajuda da Federação das Escolas Waldorf, que se responsabilizou pelas inscrições e providenciou alojamento para os que solicitaram.

De acordo com os relatos dos que participaram dessa intensa semana, o Seminário contribuiu positivamente, oferecendo além de um panorama do terceiro setênio, um aprofundamento em questões importantes ligadas a nossa prática pedagógica.

O apoio dos professores resultou em lanches fartos e deliciosos que alimentaram a todos, inclusive os convidados. O apoio do Núcleo de Direção e da Associação Mantenedora que viabilizou os recursos para a vinda do Prof. Douglas foi inestimável. O apoio da Federação, na pessoa da Lory, contribuiu para que o evento tivesse um alcance nacional. O apoio da Administração e de todos os funcionários da nossa Escola foi fundamental para a realização deste encontro. A todos, o muito obrigado da equipe organizadora.

Magda Barbosa Profª de Inglês e Tutora do 12º B

8Informativo

“Quando uma criatura humana desperta grande sonho e sobre ele lança toda sua força de sua alma, todo universo conspira a seu favor”

Johann Goethe

Na adolescência, gran de parte dos jovens ainda não sabem que carreira seguir. Comigo não foi diferente.

Tinha certeza que gostaria de trabalhar na área de saúde, mas não como médica.

Procurando um caminho, aos 18 anos iniciei um curso de instrumentação cirúrgica e ao estagiar no Hospital do Servidor Público Municipal, tive o primeiro contato com minha profi ssão e por ela me apaixonei.

Fiz vestibular, em 1984 ingressei na Escola Paulista de Medicina (atual UNIFESP), concluindo o curso em 1988.

Após o término da faculdade, iniciei minha atividade profi ssional no Hospital Sírio Libanês, no serviço de pediatria, apesar do agravante de que oitenta por cento dos pequenos pacientes eram portadores de patologias oncológicas. Talvez devido a minha pouca idade e pouca maturidade para lidar com questões muito difíceis, como sofrimento e morte, resolvi procurar outra atividade profi ssional, desta vez em uma maternidade, mais especifi camente no centro obstétrico.

Desde então, minha vida profi ssional foi dedicada ao trabalho em hospitais, em ambiente de centro cirúrgico.

Fiz duas especializações, em Enfermagem do Trabalho e Enfermagem de Centro Cirúrgico, Centro de Material e Esterilização e Recuperação Pós-Anestésica.

Até que em 2005 tive o primeiro contato com a Antroposofi a, quando meus fi lhos ingressaram na Escola e isso foi um marco em minha vida.

A partir daí, tentei entender a Antroposofi a em toda sua essência, mas somente em 2012, surgiu a oportunidade de cursar Medicina Antroposófi ca, ministrado pela Associação Brasileira de Medicina Antroposófi ca (ABMA).

E aqui está a relação com a frase inicial de Goethe, o grande desejo de poder estar aqui trabalhando com as crianças e jovens desta escola, um sentimento de muita felicidade e gratidão surgiu.

Estou à disposição de toda a comunidade escolar.

Karla Keese TabacowEnfermeira Escolar

9 Informativo

Almut Maria LenkProfessora de Classe do 1º ano A

Breves palavras sobre quem sou:

Há 34 anos fui recebida alegremente na cidade de São Paulo por meus pais e uma ir-mãzinha que já me esperava. Depois de mim vieram ainda mais uma irmã, e por fi m um irmão. Cresci no seio desta família alemã na cidade de Campo Limpo Paulista, num vale decorado por fl oresta, cachoeiras e lagos. Tam-bém os animais silvestres nos visitavam: maca-cos, quatis, ouriços, passarinhos, lebres...

Andar descalça, brincar de comidinha, subir em árvores, escorregar com papelão no barranco e andar a cavalo eram minhas brincadeiras preferidas!

Quando já tínhamos idade, nós quatro pudemos ajudar nosso pai, apicultor e nossa mãe com suas divinas tortas e bolachinhas para vender. Nossa casa cheirava a mel! E para toda necessidade: própolis!

Aluna sempre dedicada e estudiosa, re-servava um tempinho dos meus fi nais de semana ao Escotismo. Muitas aventuras e lindas amizades se desenvolveram até a hora de escolher uma profi ssão. Meu coração pe-

diu, até tentou, que eu fi zesse Artes Plásti-cas. Porém, acatando aos conselhos dos mais velhos, iniciei Direito na PUC – Campinas. Tentei um ano, dois, e vi que não fazia parte daquele mundo e passei 5 anos como fl orista junto de minha mãe. Nesse ínterim chegou a Anita, minha fi lha agora com 11 anos. Luz da minha vida, iluminou-me os caminhos.

Apesar de ter primos e amigos na EWRS, ter participado de muitas festas e eventos, só com a chegada dela me despertou esta busca pessoal pela Pedagogia Waldorf. Iniciei com Dna. Anne, num curso para Babás. Em se-guida, iniciei o Curso de Fundamentação em Jaguariúna, enquanto trabalhava de au-xiliar da Maternal e Jardim no Recanto do Jatobá em Valinhos. Ao término do 1º Setê-nio, fui à Alemanha como auxiliar de Jardim no Waldorf Kindergarten an den Lechauen, Augsburg, por 7 meses.

De volta ao Brasil, trabalhei como Jar-dineira ainda em Valinhos, Professora de Trabalhos Manuais na Veredas – Campinas e hoje estou aqui, muito feliz junto das que-ridas crianças do 1º Ano “A” a continuar a minha, a nossa história.

10Informativo

Lucia TomsicProfessora de Classe do 1º B

Tive o privilégio de passar a primeira in-fância, até os 11 anos, num pequeno sítio, em Santo André, SP, onde nasci, rodeado de árvores, silêncio e grande beleza. Pude acompanhar o árduo trabalho dos meus pais e sua maravilhosa relação com a natureza, o que despertou em mim um curioso senso de observação e religiosidade desde cedo.

Passei essa primeira fase permeada por carinho e veneração pela vida, pelos livros e pela escola, sendo a primeira professo-ra — Maria Silvia — um grande exemplo e fonte de inspiração para toda minha vida de professora que, aliás, começou bastante cedo, em Santo André, numa comunidade carente.

Aos 19 anos mudei-me para Minas Ge-rais, continuando a tarefa de educadora em diversos lugares e instituições públicas, FE-BEM rural e outros projetos sociais junto à UNICEF, coordenando projetos no Vale

do Jequitinhonha. Em meio a esse cami-nho biográfi co pude viver em silêncio por um ano e meio, num Mosteiro Beneditino dinamarquês, onde aprendi a viver e cuidar de todas as coisas como se fossem “vasos sa-grados do altar”.

Passada a experiência de silêncio, voltei à vida de educadora.

Apesar de ter conhecido a Antroposofi a e Pedagogia Waldorf aos 16 anos, somente aos 32 pude trabalhar diretamente numa escola Waldorf, como professora, e nesses últimos 19 anos tenho me dedicado à tarefa abenço-ada de ser professora Waldorf.

Em 2013 completo 51 anos e estou re-alizando o sonho de ser professora de classe nesta escola, quando eu e meu fi lho Ivan (6º ano A), meu tesouro, fomos muito bem re-cebidos e acolhidos !!

Gratidão a todos!

NÓS de 2013Neste ano de 2013 a revista NÓS não será mais impressa em grandes quantidades. Ela

será disponibilizada em forma eletrônica no site da Escola sempre na véspera das Épocas co-memorativas (Páscoa, São João, Micael e Natal) e algumas cópias físicas estarão à disposição na Gráfi ca para retirada voluntária.

Os alunos dos 1ºs aos 8ºs anos continuarão a receber o Nosinho impresso, pois é para eles sempre uma grande alegria recebê-lo.

Esperamos com esta iniciativa reduzir não apenas um custo signifi cativo em nosso orça-mento anual, mas também a quantidade de papel.

Informativo

11 Informativo

Aonde andam vocês, 12º BA de 2012?

Desejamos a todos os nossos ex-alunos muito sucesso em suas escolhas!

Estas são as informações que recebemos até o momento do fechamento des-ta edição. Para o NÓS de São João iremos atualizar a lista. Entre em contato com [email protected] ou 5523-6655 r. 225. Obrigada.

NATAL 2012Como vem acontecendo, o 11ºB de 2012 se empenhou em organizar a coleta das

doações para a montagem da Cesta de Natal dos nossos Funcionários.

Em função da logística, foram sugeridos ítens específi cos para cada classe, garantindo variedade em quantidade para todos, entretanto todas as doações foram bem vindas.

Todos os funcionários envolvidos no dia-a-dia da nossa escola: segurança, cantina, manutenção, almoxarifado, limpeza, biblioteca e administração foram contemplados.

O atual 12ºB, agradece os professores, os alunos e as famílias por terem, mais uma vez, abraçado esta proposta, possibilitando que através desse gesto, pudéssemos expressar nosso carinho e gratidão pelo trabalho que nossos funcionários realizam com tanta dedicação.

Magda BarbosaProfessora de Inglês e Tutora

Informativo

André Moreno Sanchez Publicidade & Propaganda Anhembi Morumbi Carolina Lopes Moda

Arquitetura Anhembi Morumbi Faculdade Belas Artes

Clarissa M. De Domenicis ADM / Comércio Exterior Mackenzie e SENAC Felipe Salvadori Fernandes Engenharia Civil FEI Gabriel Nopper Computação

Sistema da Informação SENAC USP

Gabriela L. Bretas Design de Interiores Faculdade Belas Artes Julia dos S. Chaib Radio e TV Faculdade Belas Artes Lívia R. P. Ribeiro Moda Inst. Europeu de D sign eNicholas Mangels Marketing Esportivo Na Suíça, em Glion Niki Kahanevick Bacharelado Audio Visual SENAC Paula S. Barbosa Arquitetura Faculdade Belas Artes Rodrigo Sommerfeld Psicologia UNIP Tatiana Drewes Tartarotti Ciência Ambientais University of Colorado e

University of Vermont Vitória H. Bezerra Design Industrial Mauá (1º lugar!) e ESPM

Reformas na Escola

Quem se despediu da Escola no último dia letivo de 2012 e retornou 52 dias depois, teve uma enorme surpresa! Quantas reformas aconteceram nestes dias! Algumas são visí-veis, outras não. Vamos listá-las:

1. Cisterna de 36.000 litros sob a caixa de areia para saltos em distância. Uma ver-dadeira piscina sob os nossos pés!

2. Reforma da caixa d´água do Ensino Médio;

3. Reforma da porta do prédio do Ensino Médio;

4. Todas as mesas do Ensino Médio foram lixadas e repintadas...

5. As mesas do caramanchão foram lixadas e repitadas...

6. Novo piso de madeira nas salas dos 1ºs e 2ºs anos;

7. Pintura das salas dos 3ºs aos 5ºs anos (apenas a tinta – a mão de obra foi dos pais!);

8. A antiga sala dos professores transformou-se na nova sala do Jardim de Infância;

9. Infraestrutura interna da nova sala de jardim;

10. Reforma na Sala do Maternal C;

11. Reforma da casinha na Educação Infantil e novo brinquedo externo (doação);

12. Mudança de layout dos brinquedos externos da área da Educação Infantil;

13. As antigas salas de reunião do prédio da administração transformaram-se na nova sala dos professores;

14. A sala da Mantenedora transformou-se em duas salas de reunião.

15. Nova cobertura da área externa do Centro de Formação de Professores Waldorf;

16. Nova cobertura da quadra coberta;

17. Nova bancada na Recreação;

A reforma custou ao Fundo de Grande Manutenção aproximadamente R$ 200.000,00.

12Informativo

13 Humor

A doença incurável e a criançaDr. Bernardo Kaliks.

gados pela razão eles podem relatar as vezes situações de stress perante as quais não conseguiram se colocar de uma maneira mais adequada, gerando assim um sofrimen-to permanente no espaço do qual pode aparecer a doença após alguns anos.

A criança que com seis, dez, doze anos, apresenta uma neoplasia maligna, as vezes de evolução mais agres-siva e rápida que num adul-to, eventualmente com uma resposta também mais difícil ao tratamento, nos formula uma pergunta muito mais complexa, pois a pergunta pelo sentido da doença com certeza não será respondida no panorama de uma vida tão curta, quase sem biografi a, no sentido que comumente damos ao termo biografi a. Mas, se insistirmos e procurarmos por um senti-do, a observação e a refl exão pode nos levar a perceber e entender duas situações paralelas.

Numa delas nós temos uma vontade en-

A história conta que a famosa violonce-lista Jacqueline Mary du Pré falou, quando tinha 6 anos de idade, para a sua irmã Hila-ry: “não o contes para a mãe, mas, quando eu for grande não poderei mais andar nem me movimentar”. Aos 28 anos de idade ela adoeceu de uma Esclerose Multipla, inter-rompendo então a sua atividade musical quando se encontrava no esplendor da sua capacidade interpretativa, e veio a falecer com 42 anos de idade.

É notável este fato que não raramente é descrito em crianças, pelo qual elas olham para uma doença possivelmente incurável com uma equanimidade e uma tranquili-dade que parece incompreensível perante o espaço de agitação e tragédia que se cria entre os familiares e amigos, numa postura diametralmente oposta. As doenças relacio-nadas com as neoplasias malignas (câncer, linfomas, leucemias) tem uma notável sin-gularidade perante outras doenças crónicas graves: com frequência, quando acontecem nos adultos, elas geram a pergunta pelo sen-tido da doença. Não é raro ouvir de um pa-ciente com câncer a expressão: “Doutor, eu sei porque eu adoeci desta doença”, e inda-

14Saúde

carnatória intensa que fi ca truncada muito cedo. O fenômeno da encarnação do ser humano representa inicialmente um co-lossal esforço por atingir a postura ereta, a fala e a capacidade do pensar: Aos três anos de idade a criança confi gura as bases físicas destas características, próprias da condição humana, ela o faz porque processou a nível físico forças volitivas, que são forças absolu-tamente espirituais. Elas são as que criam a base física da ulterior vida terrestre. O que virá a ser representará uma metamorfose dessas forças volitivas da encarnação, acon-tecendo lentamente, através do aprendizado nos primeiros setênios, das andanças nos setênios seguintes e fi nalmente nas realiza-ções na segunda metade da vida. Uma morte prematura deixa então forças volitivas pode-rosas, encarnatórias, à disposição da indivi-dualidade dessa criança, as quais, “somadas” agora àquelas próprias que se processarão para uma nova encarnação, são capazes de originar uma nova encarnação extraordina-riamente rica em toda classe de talentos e realizações. Não raramente, segundo Rudolf Steiner, pessoas geniais tiveram uma morte muito prematura na encarnação anterior. A própria individualidade “se programa”, entre a morte e um novo nascimento, para algo assim, para essa morte prematura na encarnação seguinte, para assim ter à sua disposição forças volitivas mais intensas e realizar algo que tem a ver com um grande destino, agora numa encarnação ulterior.

A outra situação, paralela a esta, se pro-cessa no ambiente, entre os familiares e ami-gos que acompanharam este sofrimento. A tranquilidade, a serenidade que mostra a criança com uma doença como esta, quer, por si, inspirar uma transformação na alma das pessoas e familiares que a rodeiam. O pai ou a mãe, nos momentos do seu sofri-mento, terão alguns momentos de assombro e de admiração perante essa serenidade, mais

ainda, perante essa delicada e sagrada lumi-nosidade , desaparecendo essa percepção no momento seguinte no meio de sentimentos de desespero, de raiva, e outras emoções se-melhantes, todas elas absolutamente legiti-mas nessa situação. Mas esses momentos, a percepção dessa sagrada delicadeza, também no sofrimento da própria criança, ainda que as vezes apenas consciente, deixa uma mar-ca na alma dos adultos, marca que com o tempo pode se tornar a fonte de uma gran-de transformação pela qual a pessoa pode se colocar de uma forma nova na vida, de uma maneira mais generosa, mais livre. Sim: uma doença assim, na criança, pode ter e tem um profundo signifi cado para os adultos, para os pais, irmãos e amigos.

Me lembro de meus anos de médico recém formado, quando acompanhei uma criança com uma grave doença: meu chefe, um dia, olhando de longe para os familia-res que nesse momento se encontravam no jardim, falou mais ou menos assim: “essa é uma doença que não está no carma da crian-ça, mas está no carma dos pais. E o que essas doenças podem trazer, justamente se proces-sando dessa maneira, é o impulso para uma profunda transformação; são doenças cujo sentido está no futuro e não no passado”.

Evidentemente, ante essa afi rmação eu fi quei quieto, pois estava envolvido e como-vido pelo sofrimento dos pais. Mas os anos me ensinaram que essa segunda situação sempre se processará positivamente na vida das pessoas, em maior ou menor grau, sem apagar, evidentemente, a saudade pelo ente querido, mas, não raramente invocando um crescimento a partir dela.

Endereço do autor:Clínica Tobias .

Rua Regina Badra 576. Alto da Boa Vista.04641-000 São Paulo – SP

Tel: 23873799.

15 Saúde

28/03 a 01/04 Páscoa

18/04 Palestra (Comissão de Palestras)

24/04 Assembleia Geral da APRS

25/04 Eleição da Coordenadoria de Pais

27/04 Sábado Esportivo / Gincana

01/05 Dia do Trabalho

17/05 Festa Escolar Interna (Aniversário da Escola)

18/05 Festa Escolar Externa

19/05 Pentecostes

23/05 Palestra (Comissão de Palestras)

30/05 a 02/06 Corpus Christi

06/06 2ª Reunião Representantes de Classe

08/06 Festa da Lanterna

20/06 Palestra (Comissão de Palestras)

22/06 Festa Junina

24/06 Dia de São João

28/06 Encerramento do 1º Semestre

Agenda

MANTENEDORAAssociação Pedagógica Rudolf SteinerRua Job Lane, 900 Cep 04639-001Alto da Boa Vista São PauloTel.: +11 5523-6655 Fax: 5686-9863e-mail: [email protected]

Cadastre-se e receba informações da Comunidade de Pais no site:

www.ewrs.com.br