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Época de Páscoa 2012 NÓS

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Época de Páscoa 2012

NÓS

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Editorial

Sobre a Capa do Nós de Páscoa

Nas aulas de pintura do 11º B, foi dada a tarefa, de encontrarem um jogo de cores e elaborarem par-tindo desta pesquisa, uma composição. Assim, as cores encontradas espontaneamente formam um fundo vivo para uma estrutura mais consciente.

Neste exemplo, podemos admirar o jogo leve e alegre das cores, dando a visão de um espaço cons-truído. O aluno imaginou uma construção cubista dando contrastes interessantes e uma percepção do espaço tridimensional em comum. Acredito que seja um exemplo feliz para a Época de Páscoa, lembrando a ressurreição em cores que representam esta leveza.

Proponho que meditemos sobre o evento da Páscoa, considerando a inspiração deste aluno, abrindo uma visão para um mundo mais amplo.

Luzius ZaeslinProfessor de Artes para o Ensino Médio

Expediente

Agradecemos a todos que colaboraram com esta edição.Redação:Colegiado dos Professores:Comissão de DivulgaçãoAssociação Pedagógica Rudolf Steiner:Rosemarie SchalldachCoordenador: Adriana Leibl, Dra. Catia Chuba,Manoel Agostinho Vieira Filho e Claudia Lang

Capa: Walkiria Pessoa CavalcantiCapa: Francisco de Barros Osterroht, aluno do 12º BCriação do Nosinho: Alunos do 8ºADiagramação: Graphium EditoraImpressão Gráfica: Graphium Gráfica e EditoraTiragem:1.300 exemplares

PoemaO milagre das fl ores, 3ContoO Velho Muro e a Hera, 4Tema do PeríodoRefl exões sobre a Páscoa, 5 e 6PedagógicoCarnaval 2012, 7 e 8Cesta de Natal dos Funcionários, 9O Ano Começa com Euritmia!, 10 e 11Meu Natal, Minha Quaresma, Caminho para a Páscoa, 12WOW DAY 2011, 13 a 19

InformativoAonde andam vocês, 12º BA de 2011?, 20João Fábio Porto, 21Gustavo de Andrade Costa, 22Marina Monteiro, 23100 anos de Euritmia - um breve histórico no mundo, 24Um lugar muito especial…, 25 e 26HumorDna. Lélia, 27SaúdeAlimentação Escolar, 28 e 29Texto de FundoA CRUZ, 31 e 31

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3 Poema

O MILAGRE DAS FLORES

Martin Tittmann

Quando Deus tudo criava com as mãos cheias de amor,

borboleta multicor sobre o campo esvoaçava.

Na suave primavera, sequiosa procurava

puro orvalho que pousava na ramagem de uma hera.

E, curvada em cima dela, bate as asas fl amejando, beberica tremulando, farfalhando sobre ela.

Balançando pelo ar, diz a hera com amor:“Borboleta multicor,

arco-íris a voar,

saudação da luz divina que aqui estás a resplender,

eu te quero agradecer mensageira pequenina.”

E à noite, adormecendo, sonha a hera, com saudade:

«Se tão bela claridade fosse em mim aparecendo ... «

Amanhece. E nem se sente que, ao calor da madrugada,

os rebentos da ramada vão inchando lentamente.

E se rompem. Despertadas pelo sol resplandecente, se desdobram diferentes as folhinhas delicadas.

Têm mil cores! Têm mil cores!Borboletas encantadas!Essas asas desdobradas são as pétalas das fl ores!

Salles, Ruth. Poesia para a escola – recriação de traduções.

Vol.1. SNT.

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Conto 4

O Velho Muro e a Hera

Houve um tempo em que a hera ainda não aprendera a se apoiar em arrimo. Para as suas folhas luzentes, bastava a haste so-berbamente ereta. Era uma plantinha que se orgulhava de sua altiva independência, uma planta cheia de amor-próprio. Mas também os seres orgulhosos sentem neces-sidade de ternura, de amizade, e assim a hera se avizinhou do amigo a um muro decrépito.

Um dia o muro falou à amiguinha: - Não vês como estou reduzido? As fendas e rachaduras já não se contam. O tempo é como um martelo incansável: bate, bate, continuamente, implacavelmente e pouco a pouco nos vai destruindo.

Mas eu hei de te defender do tempo! - Impossível. - Nada é impossível à amizade. A hera se avizinhou- do amigo, come-

çou a cobri-lo lentamente com suas folhas

claras, apoiou sobre ele suas tristezas e suas esperanças. Chorava e ria com o velho muro. Este passou a sentir-se protegido. E feliz.

A abóbora, maligna e rastejante, falou: A hera não tem juízo nem piedade.

Apoia-se a um velho decadente e decrépi-to.

E até a salsa cuspiu a sua maldade: - A hera se envergonha do amigo e

quer escondê-lo... A hera, ouvindo os cochichos, pergun-

tou ao muro: - Acreditas no meu afeto? - Sim, minha bela. Creio no teu afeto e

creio também na tua bondade. - Então, estou paga por todos os es-

forços que desenvolvi para estender meus ramos, e rio-me dos faladores, que não compreendem os sentimentos puros e ge-nerosos.

Enciclopédia universal da fábula – Fábulas, mitos, lendas e contos populares. São Paulo;

Editora das Américas, 1958. Vol. 26, pgs. 298-299.

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5 Tema do Período

Refl exões sobre a Páscoa

Muitas festas cristãs acontecem em períodos semelhantes aos de antigos rituais pagãos, e estes geralmente eram vinculados ao ciclo da natureza. Como nós habitantes do hemisfério sul podemos inserir-nos nesse ciclo das festas anuais?

Nas regiões de clima temperado do hemisfério norte costuma-se comemorar o Mistério da Morte e Ressurreição no início da primavera, e faz-se analogia de que, depois da aparente morte da natureza durante o inverno, ela volta à vida com toda exuberância. Em tempos antigos comemorava-se nessa época o despertar de algo muito especial para o ser humano. No antigo Egito o culto dedicado a Isis, Osiris e Horus expressava o rejuvenescimento ininterrupto da natureza eternamente imortal; na antiga Grécia a festa que homenageava Dionísio era uma festa de primavera, relacionada com o despertar da natureza. Na Índia comemorava-se na primavera uma festividade relacionada com Vishnu. Na trindade divina hindu, constituída de Brahma, Vishnu e Shiva, o segundo era considerado como uma espécie de libertador, despertador da vida dormente; ele adormece no período do solstício de inverno, para despertar novamente na primavera. Na Páscoa cristã, porém não se comemora o despertar depois de um sono, mas a ressurreição depois da morte.

Na conferência de 19 de abril de 1924 (in, Die Weltgeschichte in anthroposophischer Beleuchtung – Das Osterfest als ein Stück Mysteriengeschichte der Menschheit [A história universal à luz da antroposofi a – A festa da Páscoa como uma parte da história de mistérios da humanidade], GA 233) Rudolf Steiner menciona a festa de Adonis,

o deus que representava a beleza, a força da juventude. Nessa ocasião uma estátua dessa divindade era levada até o mar ou um lago, acompanhada de um culto que representava grande luto e dor, e depois ela era imersa na água. Durante três dias essa estátua fi cava submersa, e a comunidade toda se mantinha em profundo silêncio, numa atitude séria e grave. Passados os três dias, a estátua era novamente tirada da água, e os cânticos de luto transformavam-se em cânticos de júbilo, em louvor ao deus reaparecido. Segundo Steiner, essa cerimônia, um ato exterior, apontava para o que acontecia na intimidade dos centros de mistérios durante a iniciação, quando o iniciando, depois de rigoroso preparo, era conduzido a um recinto escuro, cujas paredes eram pretas, onde ele deitava numa espécie de sarcófago, para lhe ser induzido o chamado sono iniciático, com duração de três dias. O iniciando era tratado como alguém que ia morrer; entoavam-se cantos fúnebres. No terceiro dia esses cantos transformavam-se em cantos de júbilo, e o iniciado levantava-se de sarcófago. Sua consciência passara por profunda transformação: ele havia experimentado o que normalmente se experimenta apenas depois da morte. É importante salientar que essa festividade acontecia no outono. Nessa estação do ano a natureza começa a defi nhar, as folhas amarelam e caem, a natureza morre. No culto de Adonis as pessoas deviam vivenciar que, ao mesmo tempo em que a natureza morre, uma parte do ser humano, perecível, também morre. Porém, elas deviam lembrar-se também que, ao transpor o limiar da morte, outra parte do ser humano, imperecível, amplia-se pelo universo e, depois de três dias nasce a alma

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6Tema do Período

humana no mundo espiritual.Consideremos o que ocorreu com a

consciência humana durante a evolução da humanidade. Nos primórdios o ser humano ainda era dotado de clarividência atávica, as percepções que ele tinha provinham do seu interior, e ele tinha pouca consciência do mundo ao seu redor. À medida que foi se desenvolvendo, a humanidade foi voltando seus sentidos para o mundo exterior físico, com a perda gradativa do contato com o mundo espiritual. Com o advento do materialismo, atualmente toda a atenção está voltada ao mundo sensorial, chegando-se a negar a existência de algo suprassensível ou espiritual. O mundo material é o mundo morto, que pode ser pesado, medido e contado, e ao qual se aplicam inexoravelmente as “leis” e condições da natureza.

O mesmo fenômeno, de se observar apenas o que é morto, refl etiu-se também na religião: a imagem do crucifi xo, do Cristo Jesus morto, domina o cristianismo. Tendo se esquecido do despertar em espírito, a festa da Páscoa foi fi xada para acontecer na primavera, de acordo com a antiga consciência, de considerar apenas o ciclo da natureza, não se levando em conta o que acontece com a alma durante o sono iniciático, ou com o espírito após a morte. A humanidade toda, tanto nos aspectos científi cos quanto também nos religiosos, está como morta, deitada num sarcófago.

Nos dias atuais, porém, não há hierofantes para despertá-la com cânticos de júbilo. Isso tem que ser feito individualmente, em plena consciência e liberdade.

A semente semeada no outono precisa desintegrar-se para despertar novamente e germinar na primavera. Trata-se de um sacrifício de uma parte da natureza, para que possa surgir uma outra, nova. Na Páscoa convergem sacrifício e vir a ser. Todos os guias da humanidade que sabiam que a vida espiritual superior do ser humano desperta de sua natureza inferior, compreenderam o signifi cado da Páscoa. Nesse contexto de sacrifício e vir a ser, depois do advento do Mistério do Gólgota, o Mistério da Morte e Ressurreição, a estação do ano torna-se irrelevante. Com esse pensamento nós, no hemisfério sul, estamos inseridos no universo, e não no ciclo da natureza.

Hoje em dia existe a possibilidade de cada um poder despertar em si a luz espiritual, acordar para o espírito. Isso signifi ca trabalhar arduamente em si mesmo, no sentido de despertar os órgãos de visão suprassensível, tornar-se clarividente com plena consciência, seguindo as indicações que Rudolf Steiner deu em várias de suas obras1. Então será possível compreender plenamente o signifi cado do Mistério do Gólgota, superar a dor da Sexta-Feira Santa, da lembrança do Cristo Jesus morto pendendo da cruz, e dar a devida importância ao domingo de Páscoa, ao dia da ressurreição.

Artigo escrito pela Dra. Sonia Setzer

1Ver, entre outras: O conhecimento dos mundos superiores, GA 10. São Paulo: Antroposófi ca, 6a ed. 2004; A Ciência oculta, GA 13. São Paulo: Antroposófi ca, 6a ed. 2006; Teosofi a, GA 9. São Paulo: Antroposófi ca, 7a ed. retrad. 2004.

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7 Pedagógico

Carnaval 2012

Marchinhas, confete e serpentina.

Trenzinho, dança e muita alegria...

Foi assim que os 2ºs anos

Entraram, pela primeira vez, na folia!

2ºs anos A e B

Em 2012 os terceiros anos já conheciam bem a folia, o Carnaval da Rudolf Steiner e sua grande alegria!

De verde os blocos foram formados; como príncipes e princesas estavam coroados.

O confete e a serpentina encheram o salão.

As marchinhas acompanharam a animação.

Correram, pularam, dançaram e reque-braram a valer, em mais uma festa que não dá para esquecer!

Adriana LeiblProfessora de Classe do 3º A

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8Pedagógico

Os 5ºs anos  fi zeram   lindas máscaras, brilhantes, coloridas, bem humoradas, para brincar no carnaval da escola e depois de pular, cantar e seguir o trenzinho, tinham as boche-chas rosadas e os olhinhos cheios de alegria.

5ºs anos A e B

A sexta-feira de carnaval foi de grande alegria para o 7º B.Corre corre, trenzinho, confete e ser-pentina fi zeram parte das brincadeirase ao fi nal cada criança com sua vassoura “fantasiada” varreu o salão com entusiasmo.

7º ano B

As crianças já perguntavam: “vamos ter baile de carnaval este ano?”

De acordo com o currículo, um dos te-mas vivenciados pelas crianças desta série escolar é a Mitologia Nórdica. São histórias de luta, de desafi o, de coragem, que vêm preencher a alma infantil.

Carnaval Nos 4º Anos

“Sim, vamos ter baile de carnaval e ire-mos com chapéu de ODIN”.

E assim foi o pequeno grande baile de carnaval deste ano, com ODIN, THOR, FREY, FREYA ....

Martina e LilianProfessoras de Classe dos 4º anos

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Cesta de Natal dos Funcionários

No fi nal do ano passado, tivemos a grata oportunidade de retomar a organização e montagem da Cesta de Natal para os funcionários da nossa escola.

Foram sugeridos itens específi cos para cada classe a fi m de facilitar a logística, garantindo variedade em quantidade para todos.

Nosso objetivo foi parcialmente alcançado, já que nem todos os ítens, como, por exemplo, a azeitona e suco/espumante

vieram em número sufi ciente para todas as cestas. Por outro lado, a adesão de algumas classes nos permitiu compensar esta falta com um panetone extra em algumas cestas. Recebemos ainda, como acréscimo, lentilhas para todas as cestas, generosa doação de uma família do atual 10º ano.

Com exceção dos professores, todos os funcionários envolvidos no dia-a-dia da nossa escola foram contemplados: segurança, cantina, manutenção, almoxarifado, limpeza, biblioteca e administração.

Em nome do atual 11ºB, gostaríamos de agradecer aos colegas professores, aos alunos e as famílias por terem abraçado essa proposta apesar da correria de fi nal de ano. 63 cestas puderam ser montadas e entregues no último dia de aula, como expressão do nosso carinho e gratidão.

Magda BarbosaProfessora de Inglês e Tutora do 11ºB

9 Pedagógico

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O Ano Começa com Euritmia!

“Este ano, nossa escola  recebeu seus alu-nos com Euritmia!”

 Durante o Seminário de início de ano,

aproximadamente 60 professores participa-ram de ofi cinas de Euritmia, ministradas pelas professoras Daniela Meirelles e Sandra Francelino Higashi. Este trabalho culminou em um pequeno programa que contemplou parte do currículo escolar, do 1º ao 12º ano.

O trabalho foi realizado com muita de-dicação por parte de todos. Buscamos culti-

var a sensibilidade através do mover-se em grupo. Esta vivência que a Euritmia nos proporciona, reforça nossa capacidade de compreender o outro através do movimento de sua alma.

A acolhida pelo grupo, tanto de profes-sores quanto do público, foi imediata!

As crianças identifi caram atividades já exercitadas em aulas e vibraram com o esfor-ço de seus professores em realizar uma bela apresentação.

10Pedagógico

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Alguns depoimentos

6º A“Agora os professores viram como é difí-

cil fazer euritmia. Até eles erraram algumas coisas!”

“Os professores estão de parabéns! Fo-ram muito esforçados! “

“Logo se vê quem foi aluno Waldorf! A Dona Marcella fez tudo tão lindo!”

8º A “O que eu mais gostei foi de ver o pro-

fessor Robinson! Ele que trabalha tão pesa-do, conseguiu fazer gestos tão bonitos com as mãos.”

12º“Na hora do ‘Aleluia’ estava tão bonito

que até nós fi camos quietos”

UnânimeO Talento do professor Alpineu fi cou

evidente!Sua performance foi a mais comentada

– unanimidade!

11 Pedagógico

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Meu Natal, Minha Quaresma, Caminho para a Páscoa

No Natal, nasci. Nasci para a consciência, maior a cada ano, de que sou um ser espiritual.

Mas, e agora? Agora estou plantada no mundo como uma pessoa muito enredada, muito complicada, e como vou conseguir fazer valer minha descoberta deste novo nascimento?

Disse um monge contemplativo que, quando Deus nos criou, foi como se pronunciasse um som específi co para cada um. E se pronunciássemos esse som, isto é, se o fôssemos, realizaríamos o que Deus pretendeu de nós. Mas, ai de mim, o quanto desafi nei desse som primordial, que intrincado novelo de sons formei! Lá no fundo, porém, ouço às vezes o som verdadeiro. Ah... E tento entoá-lo. Sempre tento.

Quantas vezes fi z valer minha personalidade, expandindo-a em direções desacertadas, como num verdadeiro carnaval interior (Carnevale! Salve a carne!). É, mesmo, é como se nesses três dias passássemos pelos três âmbitos densos que temos em nós - o mineral, o vegetal, o animal. Então agora, que cresce em mim, a cada ano, a consciência de que sou algo mais elevado, sigo como que para o deserto, a viver meus quarenta dias de quaresma.

Sim, como dizia Santa Teresa d’Ávila, o primeiro grau da oração é a oração do conhecimento próprio. Tenho de me conhecer e, para isso, esvazio-me de todos os apelos exteriores, opiniões, conhecimentos. Faço, passo a passo, o meu deserto. E, a cada passo, enxergo mais claramente a mim mesma. Ai, que susto, meu Deus! É este ser difícil que tenho de enfrentar? É essa espécie de cabeça de Medusa que eu, Perseu, tenho de vencer? Sim, porque a face da Medusa é sempre representada - como o foi por Benvenuto Cellini - igualzinha

à face do herói. Oh, lá está ela, com seus cabelos de serpentes, como se fossem todos os conhecimentos adquiridos se debatendo confusos. Firme, Perseu! Não olhe a Medusa de frente, senão você se petrifi ca! Pois, fi xando o olhar e a preocupação em meu “homem velho” e enredada nele, esquecerei o passo seguinte a ser dado. Mas, não! Olho a Medusa através de seu refl exo no brilhante escudo protetor da visão espiritual da vida! E consigo, assim, cortar-lhe a cabeça, que não mais me domina.

E o deserto cada vez se amplia mais. Tenho sede e tenho fome, e as tentações me perseguem:

- Mande que estas pedras se transformem em pães!

Não! Sei bem que a pedra de mim não muda com essa facilidade num alimento tão importante. Não. É ilusão querer mudar assim depressa. Melhor do que pensar em ser maravilhoso pão é ouvir toda palavra que sai da boca de Deus, ouvir o som, aquele som de mim que me foi dado para eu entoar sozinha. Nisso me fi rmarei.

- Lance-se daqui abaixo, que os anjos a sustentarão!

Não! Tão violento acabar-se é insensato, é abusar da Providência Divina. Meu “homem velho” terá de ir morrendo por eu não ter mais necessidade dele, por falta de uso, por abandono natural e paulatino.

- Tudo lhe darei se você me adorar!Não, não! Eu não adoro esse novelo de

sons desafi nados e sua riqueza mesquinha. Só adoro a suprema harmonia divina em sua realização, que contém também a minha.

Vá embora, tentação, que já os anjos me alimentam, já preparam minha Páscoa, minha passagem pelo Mar Vermelho, da escravidão para a liberdade, da morte para a vida!

Ruth Salles

12Pedagógico

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WOW DAY 2011

Primeira participação da nossa Escola

6º ano - `engraxates´

13 Pedagógico

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No dia 29 de setembro de 2011, nossa escola juntou-se a várias outras escolas Waldorf do mundo para celebrar o WOW Day.

O WOW Day é um movimento que tem como objetivo agregar a comunidade global Waldorf com a fi nalidade de arrecadar fundos para ajudar 40 escolas/iniciativas em vinte países, e estas campanhas tem sido organizadas em mais de 140 escolas ao redor do mundo.

Em nossa escola, o WOW Day foi comemorado com grande alegria e entusiasmo. Tivemos uma variedade de escolhas tais como Bonsai, sebo de livros, cookies, brownies e outras. No entanto, esse dia será especialmente lembrado pelas diversas atividades que, de forma marcante, envolveram nossos alunos de todas as classes:

1ºs anos: Blocos de anotações e pulseiras feitas à mão;

2ºs anos: Cartões de Natal feitos à mão; limpeza de tijolinhos e estojos;

ofi cina de confecção de tijolinhos;

3ºs anos: Confecção de biscoitos;

4ºs anos: Cookies e origami;

5ºs anos: Camisetas decoradas e biscoitos embalados em caixas decoradas;

Adoção de gatos abandonados;

6ºs anos: Ofi cina de confecção de imã de geladeira e polimento de sapatos (engraxates);

7ºs anos: Cupcakes; fondue de Chocolate; marcadores de livro, de origami;

14Pedagógico

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8ºs anos: Delícias de coco e suco de laranja fresco;

9ºs anos: Apresentação musical e ofi cina de brownies;

10ºs anos: Cestas de verduras orgânicas; pipoca, gelatina e brigadeiros; ofi cina de

pulseiras de macramê e bingo;

11º anos: Doação de parte da arrecadação da peça `Cabaré Valentim´; doação dos

fundos arrecadados com o `Dia de Trabalho´ realizado pelos alunos em empresas;

12º anos: Campeonato de esportes - doação da taxa de inscrição.

Levando em consideração que esta foi a estreia de nossa escola, o resultado superou todas as expectativas, não apenas em termos de levantamento de fundos - foram arrecadados R$17.570,86 - mas também por ter sido um momento em que pudemos nos colocar a serviço do próximo, compartilhando e somando nossos talentos.

O valor acima foi encaminhado ao Projeto Salva Dor, na Bahia, instituição afi liada a Freunde Erzihungskunst - Amigos da Educação Waldorf e que foi criada por iniciativa da nossa saudosa professora de Alemão, D. Lais Naka. O Projeto Salvador mantém um maternal e um jardim integral que abrigam crianças de 1 ano e meio a 11 anos em situação de risco social.

Recebemos uma carta de agradecimento pela nossa ajuda que chegou providencialmente no momento em que a instituição, que existe desde de 1999, passa por uma séria crise fi nanceira que ameaça inclusive a continuidade de seu trabalho. Divulgamos abaixo os seus dados bancários. Qualquer doação faz a diferença!

Interessado em participar do WOW Day 2012? Converse com o seu Professor de Classe/Tutor.

Até lá!

Magda BarbosaProfª de Inglês e Tutora do 11º B

Associação Educacional Salva DorMaternal e jardim de infância, em tempo integralR. Alto de São Lázaro 69E, São Lázaro, Salvador, BA, (71) 3245-5009, [email protected]     

Banco Itaú - Agência: 0705 – Conta Corrente: 33596-6 - CNPJ: 03544363/0001-86 

15 Pedagógico

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Projeto Salva DorWOW-Day 2011

Total arrecadado: € 318.466,39 (13. Fev)

Para maiores detalhes:

Amigos da Educação Waldorf (em alemão ou inglês)

http://www.freunde-waldorf.de/en/wow-day.html

16Pedagógico

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17 Pedagógico

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Por ocasião da época de Antropologia os alunos do 8º ano B fi zeram um trabalho sobre as mãos. Os resultados fi caram muito bonitos! Compartilhamos aqui algumas das poesias e desenhos que fi zeram parte deste trabalho:

Ana Cecília T. de BarrosProfª de Classe do 8º B

As mãos que temos são trabalhadoras

Adoram tecer, pintar e colar

O trabalho que têm às vezes é árduo

O que sei é que elas nascem estrelas:

Só cabe a nós decidir

Se estrelas cadentes elas vão se tornar

Ou se irão o mundo iluminar! Gabriel Iozzi

As mãos são as ferramentas que Deus nos deuDevemos usá-las com sabedoria.

As mãos são artistas, algumas pintam curvas perfeitas,outras tocam lindas melodias.

Há mãos fortes e também mãos pequenas,e há mãos que em sua simplicidade,

fazem coisas extraordinárias que quase não se percebe.Todas as mãos são artistas:

das que escrevem às que descrevem.Uma mão pode ser a voz de alguém.

Uma mão pode ser os olhos de quem não vê.Nada é tão belo como a mão de uma criança;

uma mão lhe dá confi ança.E duas mãos juntas são mais que uma aliança.

Victoria Verardino Sumner

18Pedagógico

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As Mãos: passado, presente e futuro

As mãos me fi zeram pegar minha primeira bolaAs mãos me fi zeram escrever a minha primeira letraAs mãos me fi zeram brincar...

As mãos me levantamAs mãos me fazem tocarAs mãos me fazem dançar!

As mãos terão um anel que levarei até a morteAs mãos me darão a alegria de segurar o meu fi lhoAs mãos me darão o prazer de tocar em meus netosAs mãos me darão a surpresa de abrir meu restauranteAs mãos farão com amor o almoço de domingoAs mãos tornaram, tornam e tornarão todos os meus sonhos possíveis.

Natássia Truzzi

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19 Pedagógico

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Aonde andam vocês, 12º BA de 2011?

Andrea Garcilazo Odontologia UBA (Universidade Buenos Aires) Anna Beatriz Pradal Design Industrial SENAC Carlos Eduardo Samuel Composição ECA - USP Christian Lang Ostermayer Física Instituto Federal São Paulo Maria Eduarda P. Bradley Design Industrial SENAC Enrico Kruger T. Marques Engenharia Ambiental e

Sanitária SENAC

Henrique de Camargo B. Rinaldi Gestão de Políticas Públicas USP Jéssica Any Sommerfeld Medicina Veterinária UNIP João Guilherme de Mello Artes Cênicas USP e Unicamp Joyce Louise Sommerfeld Publicidade e Propaganda UNIP Letícia Fernandes Arquitetura e Urbanismo Escola da Cidade Lucas Breur Engenharia FEI Lucas T. Petitdemange Teologia PUC Luiz K. Tabacow Engenharia FEI Luiza Bark Arquitetura e Urbanismo Belas Artes Lyna Yukari Moda Modelagem SENAC Mariana Louro Arquitetura e Urbanismo Escola da Cidade Martina de F. Sallowicz Design Gráfico SENAC Michelle G. Zein Nutrição Fac. São Camilo Miguel de Barros Osterroht Administração Mackensie Rafael De Bona Escola de Arte Dramática USP Raissa Leduc Relações Internacionais ESPM Renan T. Gouveia Engenharia FEI Tatiane Guerreiro Rádio eTV FAAP Thales Moreno de Oliveira Publicidade SENAC Thomas Dietz Design de Moda/Estilismo SENAC

Desejamos a todos os nossos ex-alunos muito sucesso em suas escolhas!

Estas são as informações que recebemos até o momento do fechamento desta edição. Para o NÓS de São João iremos atualizar a lista. Entre em contato com [email protected] ou 5523-6655 r. 225. Obrigada.

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João Fábio PortoProfessor de Matemática do Ensino Médio

depois de começado o curso mudar para Computação.

Entro na Universidade de São Paulo, e durante o primeiro semestre do curso de Licenciatura, ao ajudar meus colegas com maiores difi culdades, fui me encantando com esta arte que é ensinar. Não tive mais dúvidas, meu caminho estava escolhido, seria professor de matemática. Não escolhi minha profi ssão, ela que me escolheu.

Ao fi nal da graduação comecei um mestrado em educação, ainda na Universidade de São Paulo. Conheci muitas pessoas interessantes e marcantes e comecei a trabalhar com formação continuada de professores de matemática em uma das maiores empresas de consultoria em educação matemática do Brasil.

Ainda trabalhei alguns anos como professor de matemática no ensino fundamental II e agora chego à escola para novos desafi os e oportunidades de muitas aprendizagens.

Reza lenda que professores de matemática e pesquisadores matemáticos sempre gostaram e tiveram facilidade com esta disciplina e com números. Será isso verdade? No meu caso não. Sempre estudei em escolas públicas,

municipais e estaduais, aqui em São Paulo.

Ao fi nal do sétimo ano, um susto: fui reprovado em matemática. Não entendia como uma matéria que sempre usou números passava, sem mais nem menos, a ter x´s e y´s por toda parte. Tive que me recuperar e estudar muito sozinho, e aos poucos passei a decifrar este código tão difícil e pegar gosto pela coisa.

Ao fi nal do ensino médio uma certeza, tinha que fazer um curso universitário na área de exatas. A primeira escolha foi Ciências da Computação. Depois de dois fracassos no vestibular, decido tentar a sorte em Licenciatura em Matemática, para

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Gustavo de Andrade Costa

Olá Pessoal!Sou mineiro, de Belo

Horizonte, mas passei os primeiros anos da minha vida perto do mar. Logo que nasci, quando ainda era bem pequeno, minha família se mudou para o Rio de Janeiro. Lá fi quei

até os meus cinco anos, desfrutando das praias e da natureza carioca na companhia dos meus pais ou dos meus irmãos, que são todos bem mais velhos do que eu. Sou o quarto e último fi lho de uma famíla que sempre teve o amor como lema, e posso afi mar que tive uma infância muito feliz.

Com cinco para seis anos retornei para as montanhas de Minas e é de lá que minhas memórias infantis mais se abastecem. As brincadeiras na rua ainda eram comuns e a bicicleta, as bolinhas de gude e as pipas eram a realidade com primos e amigos. À medida que crescia e novas descobertas ia fazendo a cidade também crescia junto com meus horizontes. Desde pequeno me movia com desenvoltura pelas ruas de BH mas os fi ns de semanas no sitio e as férias na praia eram os grandes e mais esperados momentos. Gosto da cidade, com tudo que ela tem a oferecer, mas é na natureza que sempre me encantei e me encontrei.

No fi m da minha vida escolar sai do Brasil e fui morar na Noruega. Experiência maracante e maravilhosa. Divisor de águas. Quando retornei, ainda fi quei alguns poucos anos em Belo Horizonte antes de me mudar para a Bahia. Nesse período cursei

três anos de Direito. Achava que queria ser advogado, por vir de uma realidade familiar em que o Direito se fazia presente, na fi gura do meu pai e do meu irmão. Mas não me encontrei e decidi começar a dar aulas. Sábia e deliciosa decisão! Primeiro foram aulas de inglês, mas, logo que cheguei na Bahia, comecei a lidar com crianças. Trabalhei na rede pública por um ano e logo encontrei a ideia da escola Dendê da Serra ainda em gestação. Este novo desafi o fez com que minha vida recomeçasse de uma forma completamente nova e maravilhosa. Logo que a escola começou coube a mim a turma do quarto ano, que levei, como a primeira turma da Dendê até a formatura em 2007. Me graduei em pedagogia e fi z o seminário de formação de professores waldorf em Nova Friburgo junto com o crescimento da escola. Fechei minha participação na Dendê da Serra ajudando na administração e captação e recursos da escola, pois se trata de um projeto social que vive de doações e parcerias. Lá as crianças não pagam para estudar e tem uma educação waldorf que hoje pode ser considerada como referência na Bahia e até mesmo no Nordeste.

Em 2011 ainda passei uma temporada fora do Brasil, mas agora estou aqui em São Paulo, fi rme e muito feliz com esse presente que a vida me deu. Sou o professor de uma linda classe, formada por vinte e nove pequenas individualidades que acabaram de começar uma bela jornada como grupo. Terei o prazer de conduzi-los e acompanhá-los e, acima de tudo, de aprender muito com eles e com tudo que fi zermos juntos. Obrigado!

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Marina MonteiroProfessora de Inglês para o Ensino Fundamental (1º ao 5º ano)

Conheci a Pedagogia Waldorf através da mi-nha querida professora de alemão, Nívia Figuei-redo Amaral, durante o meu curso de Letras na Universidade Federal de Minas Gerais, quando eu tinha 21 anos. O meu

encantamento me levou a ser professora de inglês e a entender e viver profundamente o meu papel de educadora.

Desde essa época me envolvi de formas diferentes com a Pedagogia Waldorf. Pri-meiramente fui professora voluntária de inglês em uma escola municipal de Belo Horizonte, onde desenvolvi um projeto de ensino que adotava a Pedagogia Waldorf, por dois anos.

Depois disso fui para os Estados Uni-dos trabalhar, como voluntária novamen-te, em uma colônia de férias da YMCA, onde pude me aperfeiçoar um pouco mais na língua inglesa e na maneira de lidar com as crianças.

Quando voltei, me dediquei ao ensi-no de língua inglesa em diferentes cursos livres de idiomas, tendo a oportunidade de ser a professora não somente de mui-tas crianças, mas também de adolescentes, jovens adultos, adultos e idosos. Sim, tive uma classe de vinte senhores de idades que variavam entre 60 e 80 anos.

De 2005 a 2009 fi z o Seminário Brasil para Professores Waldorf em Nova Fribur-go, no Rio de Janeiro, o que me trouxe a certeza de estar trilhando o caminho certo para a minha vida e também a oportunida-

de de trabalhar como professora de inglês, pela primeira vez, em uma escola Waldorf. Ser professora da Pólen Escola Waldorf de Belo Horizonte foi um momento de mui-ta alegria e realização. Encontrei um espa-ço onde eu poderia, fi nalmente, trabalhar e viver a Pedagogia Waldorf e a Antropo-sofi a de maneira ampla, profunda e plena.

Entretanto, a vida nos faz surpresas, muitas vezes, maravilhosas. Depois de um ano e meio como professora do 5º ao 9º ano, conhecí aquele que se tornaria meu marido e me convidaria para ser sua com-panheira de vida em São Paulo. Despedir--me das “minhas crianças” e da “minha” escola foi, sem dúvida nenhuma, a parte mais difícil da minha mudança.

Mudar é difícil e causa estranhamen-to. Ás vezes faz a gente sentir coisas que não gostaria. E ás vezes faz a gente sentir muita alegria. Mudar é também neces-sário, e simboliza a chegada do novo, do diferente, da renovação. Com coragem, mudei-me. E apesar de muitas vezes ter me sentido caipira nessa cidade tão gran-de, de ter me perdido inúmeras vezes ao tentar encontrar tantos caminhos, de ter me afastado de tantas pessoas queridas, São Paulo se mostrou para mim como um mundo de possibilidades maravilhosas e emocionantes.

Com muita felicidade, realizei um grande sonho profi ssional: ser uma das professoras de inglês da Escola Waldorf Rudolf Steiner. Muitas pessoas passa-ram pelo meu caminho e me ajudaram a chegar até aqui. Entrego a vocês a minha enorme gratidão.

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100 anos de Euritmia - um breve histórico no mundo

O mundo das artes, em todos os seus âmbitos, presenciou uma revolução no ini-cio do século XX. Artistas não satisfeitos com o que vinha sendo praticado até então dentro de suas linguagens, procuravam no-vas formas de expressão.

Foi neste cenário que nasceu, na Alema-nha, a EURITMIA - uma nova forma de dança, criada pelo fi lósofo, cientista e edu-cador Rudolf Steiner, e que vem se desen-volvendo em vários países pelo mundo afora.

Nos anos que se seguiram, pesquisas eu-rítmicas foram feitas na área de educação e saúde. A Euritmia começou a ser aplicada pedagógica e terapeuticamente nas escolas Waldorf , e hoje está presente em mais de

700 escolas em diversos países.Como terapia, expandiu seu campo de

atuação para clínicas, hospitais e outras en-tidades.

Recentemente, também é aplicada em empresas, onde progressos tornam-se vi-síveis no desenvolvimento do trabalho em equipe.

Apesar de atuar em diferentes âmbitos, a base de todo o trabalho eurítmico é de cunho artístico.

O euritmista lida com a constante busca pelo movimento primordial, inerente à fala e à música, considerando as particularidades e habilidades necessárias para adentrar em cada um destes dois universos.

Em nossa Escola

A Euritmia esteve sempre presente em nossa escola, a princípio com o trabalho de professores estrangeiros e a partir de 1988 com os euritmistas brasileiros.

No início, somente a Educação Infantil e o Ensino Fundamental eram contemplados com estas aulas e foi necessário um grande esforço de toda a comunidade escolar para que fosse construído o prédio do teatro, onde a euritmia pudesse ser ministrada de forma adequada.

No fi nal dos anos 90, com mais experi-ência, e estudo de nossa rica cultura poética

e musical, os euritmistas atuantes na época sentiram-se aptos a implantar o ensino da Euritmia no Ensino Médio. Construiu-se durante todos estes anos um trabalho de muita qualidade pedagógica e artística.

Atualmente, nossa tarefa e ideal é poder ver a Euritmia permeando todos os anos do Ensino Médio, cumprindo seu papel salutar tal qual fora pensado por Rudolf Steiner.

ÁREA DE EURITMIA

Festival – 100 Anos de Euritmia (www.euritmia.org.br)

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Um lugar muito especial…

Durante toda minha infância, escutei histórias maravilhosas contadas pela minha avó, Nonna, que embora não fosse italiana, a chamávamos assim. Deitada na peseira de sua cama, eu ouvia atentamente aqueles ca-sos. Minha avó falava muito de uma cháca-ra, que para mim não era exatamente um lugar, era quase uma entidade.

Em 1944, aproximadamente, meu bisa-vô, Morvan, um importante industrial que achava São Paulo uma cidade muito agita-da, resolveu então mudar-se para “longe”. Minha avó, fi lha única, embora casada e com dois fi lhos, Raul, 4 anos e Morvan, 2, mudou junto com seus pais. Eram, então, três gerações nessa chácara: meu bisavô e minha bisavó, minha avó e meu avô, meu pai, Raul, e meu tio, Morvan.

A tal “chácara” era bem afastada da ci-dade e o bonde mais perto fi cava no fi nal da Av. Santo Amaro. De lá até a casa, um longo caminho de estrada de terra. Mui-tos vizinhos eram estrangeiros. O terreno era margeado por um lindo bosque de eu-caliptos, e nele havia uma cocheira com 6 cavalos, galinhas, patos e porcos e bem no fundo, atrás da chácara, uma enorme caixa d’água que, segundo o meu pai, tinha uns “200 metros” de altura. O programa mais divertido era ter coragem de subir lá no alto e avistar o mundo!

Os meninos estudavam em Higienópo-lis, iam e vinham todos os dias, convidavam muitos amigos e a casa vivia cheia: minha avó adorava dar almoços e ter a família por perto! Algumas irmãs do meu avô também moraram lá, numa casinha menor, que fi ca-

va atrás do terreno.

Meu bisavô, que fez tanto esforço para sair do agito, não viveu muito na casa, pois, assim que se mudou, foi convidado para ser ministro da economia do então Presidente Eurico Gaspar Dutra e foi para o Rio de Ja-neiro. Dois anos mais tarde, precisou se afas-tar do cargo por motivos de saúde e morreu logo em seguida, deixando para sua mulher e fi lha a chácara, num terreno de 20.000 metros quadrados, em Santo Amaro. Ficou sua biblioteca imponente, de madeira escu-ra entalhada, de onde ele despachava. Pas-sados alguns anos, minha avó se divorciou e pensou em vender a casa, mas não havia compradores, era muito longe, e ela gostava de viver lá. Tinha um lindo pomar ao fun-do, e as três jabuticabeiras já estavam bem maiores...

A Nonna tinha uma gata, Margarida, e um cachorro, Good Luck, que dormiam nos pés de sua cama. Good Luck era muito namorador e, quando saia de casa, demo-rava dias para voltar. Ao chegar ganhava uma “surra” de sua Margarida. Na ocasião da morte do meu bisavô, os dois bichinhos subiram na cama da Nonna e dormiram na peseira, para consolá-la.

Em frente à casa havia um lindo grama-do, atrás as tais jabuticabeiras: A minha fa-mília é louca por jabuticabas!

O quarto do meu pai, olhando para casa, era a última janela da direita. Os meus avós fi cavam num quarto que tinha uma varan-dinha. Meus bisavós, na janela da esquerda. Havia duas lareiras na casa, uma na sala, ou-

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tra na biblioteca de meu bisavô. Passando a escada, que também era de madeira escura como o escritório, fi cavam a sala de almoço, a cozinha e a sala de jantar: Os pratos da parede que enfeitavam aquela sala estão hoje na minha sala.

Muitos anos se passaram, e eles se muda-ram quando meu pai tinha 16 anos. A “chá-cara” tornou-se para mim lembrança das histórias contadas pela minha querida avó.

Meus fi lhos nasceram e encontrei no meu bairro, Vila Madalena, um jardim de infância bem amoroso para eles: um Jar-dim Waldorf. Qual não foi a minha surpre-sa, quando, por acaso, fi quei sabendo que a “chácara” é hoje a escola Waldorf Rudolf Steiner!

Estava vivendo o dilema do destino es-colar dos meus fi lhos e assim que soube, liguei para o meu pai perguntando onde era a “chácara”, ao que me respondeu: ”Rua Bororós nº 1000. Depois a rua mudou de nome, passando a se chamar Rua Job Lane.

A “chácara” fi cava na Rua Job Lane nº 1000, minha família morou lá de 1945 à 1957. Em 1958 a escola mudou para lá”.

Liguei para a Steiner e perguntei qual era o endereço e, quando ouvi a resposta, soube exatamente onde meus fi lhos iriam estudar!

Texto de Flávia RenaultMãe dos alunos Bernardo Joaquim (3º A),

Guilhermina (1º B) e Th eodoro (Jardim B)

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Após 13 anos lecionando Inglês e Arte da Fala no Ensino Fundamental e em épocas no Centro de Formação de Professores,

a Profª Lélia se despede do Brasil para lecionar na Europa.

Desejamos à Dna. Lélia muito sucesso e alegrias para o seu futuro!

27 Humor

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Alimentação Escolar

A alimentação é um dos principais pila-res para a nossa saúde e se ela é importante durante toda a vida, é ainda mais funda-mental durante a infância quando estamos incorporando toda a cultura alimentar, de-senvolvendo o paladar e também todo o nosso sistema imunológico.

A natureza é tão sábia que até o leite ma-terno tem adaptação para o paladar do bebê. Ele começa mais doce e conforme os seis meses vão passando ele diminui esse sabor para que o bebê possa se adaptar a outros sabores à partir de então! Ensinar o paladar é aprender a desenvolver o sutil e sufi ciente.

Acredito que alimentar crianças requer que os pais revejam os seus próprios hábi-tos alimentares! Como uma criança pode experimentar se os pais não experimentam? Como educar através da alimentação? En-sinar limites, respeito e gratidão podem ser um começo. Afi nal, quem de nós planta alface? Mas comemos quase todos os dias! Devemos ensinar a gratidão por todos os que foram responsáveis desde a semeadura até o preparo!

Os saboresUma informação valiosa é saber que os

sabores podem proporcionar também vi-vências em nossa alma. O sabor doce é um sabor estimulante, energizante – tanto que não comemoramos aniversários com tortas salgadas, mas com doces!

Na natureza o máximo de doce é de uma fruta ou de cenoura e beterraba, sabores que podem ser adequados; mas quantas vezes o homem está potencializando esse sabor?

Segundo Rudolf Steiner “pes-soas excessivamente autôno-mas e egoístas devem comer menos açúcar ainda”. Atual-mente me questiono muito sobre o transtorno de défi cit de atenção- quem sabe um problema de origem alimen-tar?! Como uma criança pode prestar atenção depois de um leite achocolatado repleto de açúcar e ainda com bolacha de chocolate recheada?

O sabor doce indicado é o de frutas, e para crianças com um perfi l do tipo melancóli-co as frutas cozidas são ainda mais indicadas pois potencia-lizam esse sabor. Frutas cozi-das também são boas opções de sobremesa após o jantar. Experimente: maçã, pêra, abacaxi, etc.

O sabor salgado pode tra-zer concentração, bastante importante quando a criança começa o processo de alfabe-tização. O sal potencializa a atenção, mas em excesso traz endurecimentos ao corpo, devendo ser evitado principalmente por quem sofre de artrites, artroses e rigidez.

Muito comum falarmos “essa pessoa é azeda!”, sendo que nos referimos normal-mente às pessoas com certa sagacidade; porém, o sabor ácido pode ser importante para crianças que tenham difi culdade em

28Saúde

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acordar ou acordam com moleza. Experi-mente umas gotinhas de limão em um copo de água, o importante não é a quantidade e sim o estímulo para o corpo! Ou pode-se utilizar as frutas como laranjas, grapefruit, maçã, etc.

O amargo, muitas vezes rejeitados pela maioria das pessoas é o sabor mais impor-tante para a revitalização da nossa saúde. Quando sentimos o gosto amargo em nossa boca signifi ca que o fígado necessita de ali-mentos que tragam essa propriedade! Acres-cente verduras refogadas – escarola, catalô-nia, chicória- em pequenas quantidades ou até mesmo em tortas, sufl ês, etc.

“A imagem da planta invertida”Outro conceito que traz equilíbrio para

a nossa alimentação trazido pelo Rudolf Steiner é o homem como a imagem da plan-ta invertida.

Pensemos em nosso cérebro como a sede do pensar – onde reapresentamos o mundo e os conceitos; o coração e o pulmão como a sede do sentir - onde realizamos as trocas - tanto do ar como os nossos sentimentos e o nosso querer, manifestado através de nossas ações e de nossos gestos - ligado aos órgãos sexuais e também aos nossos membros.

Na planta a raiz traz a seleção dos nu-trientes e a estrutura para a formação, no caule e nas folhas traz a troca através da res-piração e fotossíntese, e as fl ores e os frutos manifestando a ação.

Exemplos de raízes: beterraba, cenoura, inhame, cará, mandioquinha, mandioca, bardana, rabanete. Folhas e caules: alfaces, agrião, escarola, catalônia, etc e palmito, alho poró, salsão, etc. Frutos: abobrinha, abóbora, chuchu, etc. Flores: brócolis, cou-ve fl or, capuchinha, etc e as frutas.

Vale ressaltar que a família das solanáce-as: tomate, batata inglesa, berinjela, pimen-tões não são de natureza solar, vivem para as trevas e podem trazer conteúdo tóxico prin-cipalmente através de suas sementes. Além disso, são as mais ricas em agrotóxicos; por-tanto, retire as sementes, prefi ra orgânicos e escolha outras hortaliças.

Portanto, as raízes atuam em nosso pen-sar, as folhas e caules atuam em nosso sen-tir e as fl ores e frutos em nosso querer. Um exemplo bem conhecido é a utilização do agrião e o do eucalipto para casos de asmas e bronquites.

Sendo assim, uma alimentação adequada inclui uma variedade de sabores e também a presença de raiz, folha e caule ou fruto, fruta ou fl or.

Ainda ressalto a não utilização de sucos em pó, sucos artifi ciais, achocolatados de caixinhas (não contém o leite e sim soro de leite!) e prefi ra sucos caseiros ou até concen-trados e de polpas congeladas.

Veja a combinação de cores, sabores e harmonia dos alimentos. Prefi ra mochilas de couro natural e embalagens de papel. Evite o alumínio por conter substâncias tóxicas, embutidos (presunto, peito de peru, etc) por serem muito ricos em sódio e substâncias cancerígenas.

Combinações de lanches:Palitos de cenoura, pipoca, suco de manga.Pão integral, patê de ricota (amassar a

ricota com azeite, sal, cebolinha e cenoura ralada), suco de laranja.

Pão de mandioquinha com manteiga, suco de uva.

Pão integral, patê de ricota com beterra-ba ralada (temperar com azeite, sal), folha de alface e suco de maracujá.

Tortas de legumes (cenoura, palmito, chuchu) e suco de maçã.

Tortas tipo “marguerita” – com queijo, tomate e orégano. Acompanhar com suco.

Em dias especiais, prefi ra bolos simples e de preferência com frutas- de fubá, de raspas de limão, de banana, de maçã com canela... Decore com frutas fatiadas e coloridas. Sir-va sucos diferentes – limão com couve (fi ca verdinho como o limão!), suco de uva com maçã picada em quadradinhos, sucos com cenoura e laranja.

Amanda Buonavoglia - Nutricionista- Especialista em Personal Diet e ampliada pela Antroposofi a.

Email: [email protected]

29 Saúde

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A CRUZAspectos da religiosidade cristã

De Margarethe Kraul, revista Vorhang Auf, cad. 54

A Páscoa para nós está ligada à cruz e à ressurreição. Antigas lendas contam como até a madeira para a cruz foi preparada de longa data. Ephraim o Sírio, um bispo de Edessa anotou muitas lendas do Antigo e do Novo Testamento. Estes manuscritos do século VII foram guardados na Armênia e traduzidos para muitas línguas com o nome de “A gruta do tesouro”.

A ressurreição de Cristo já fora preparada desde os tempos de Adão e Eva. Depois de Caim ter matado Abel, Adão teve outro fi lho de nome Set. Adão viveu 930 anos. Quando percebeu que iria morrer chamou Set e disse-lhe: “Meu fi lho Set, ouça o que tenho a lhe dizer! Antes de você morrer diga-o a seu fi lho Enós e Enós a Cainan e Cainan a Malaleel! Estas palavras deverão passar de geração em geração: Depois de morto embalsamem o meu corpo com canela e incenso e coloquem-no na gruta do tesouro. Quem sobrar como último entre os seus descendentes, ao sair desta terra próxima ao paraíso, que leve o meu corpo consigo e o coloque no centro da terra. Lá acontecerá a minha redenção, minha e a de todos os meus descendentes.” Set, porém, tentou curar o pai e foi até o portal do paraíso, que fi cava ali perto. O querubim, que guardava a porta deixou-o entrar. Dentro do paraíso Set percebeu que a árvore do conhecimento e a árvore da vida estavam fi rmemente emaranhadas. O arcanjo Micael - que está na frente de Deus - permitiu-lhe pegar três sementes desta árvore emaranhada. Quando Set voltou com as três sementes Adão tinha morrido. Set embalsamou o corpo do pai com mirra, canela e incenso, sepultou-o na gruta do tesouro e colocou-lhe as três sementes na boca. A Set seguiu-se Enós, depois Cainan, Malaleel, Jared, Henoc, Matusalém, Lamec e Noé. Matusalém viveu 969 anos. Quando sentiu que o seu fi m se aproximava chamou o seu neto Noé: “Faça tudo o que hoje lhe ordeno! - Deus mandará um dilúvio. Quando eu

morrer, porém, embalsame o meu corpo e sepulte-o na gruta do tesouro perto dos meus antepassados. Leve a sua esposa, seus fi lhos e as suas esposas e desça deste santo monte. Mas leve o corpo de nosso pai Adão e estas três oferendas: ouro, mirra e incenso, coloque o corpo de Adão no centro da arca e sobre ele as oferendas.”

Matusalém morreu e Noé sepultou-o na gruta do tesouro. Depois de 40 dias de luto despediram-se dos corpos dos seus antepassados na gruta do tesouro. Noé levou o corpo de Adão, Sem levou o ouro, Cam a mirra e Jafet o incenso. Assim andaram do monte até a arca. Despediram-se carinhosamente de pedras e árvores. Deitaram o corpo de Adão no centro da arca e cobriram-no com as oferendas. Os animais foram até os seus lugares. Os homens fi caram do lado leste e as mulheres do lado oeste. Começou a grande tempestade e a arca fl utuou até se assentar no monte Ararat, exatamente após um ano, segundo a nossa contagem, de 25 de março a 25 de março do ano seguinte. (Também foi em 25 de março a anunciação feita pelo arcanjo Gabriel à Maria.)

Depois Noé ainda viveu 350 anos. Quando sentiu o seu fi m se aproximar chamou o seu fi lho mais velho Sem: “Observa o que hoje te digo! Quando eu morrer, vá até a arca, em que fostes salvos, e tira o corpo do nosso pai Adão, porém, nenhuma pessoa deverá percebê-lo. Leva daqui pão e vinho para a viagem. Leva contigo Melquisedec, fi lho de Malac. Ele foi escolhido por Deus para servi-lo junto do corpo de Adão. Leva-o e deixa-o no centro da Terra e deixa Melquisedec morar lá. O anjo do Senhor mostrará o caminho e o lugar onde colocar o corpo de Adão, no centro da Terra. Lá os quatro cantos da Terra se juntam, pois quando Deus criou a Terra, diante Dele corria a Sua força e a Terra a seguia, dos quatro cantos, como o sussurar dos ventos. Lá porém a Sua força parou e se acalmou. Lá acontecerá a redenção de Adão e de todos os seus descendentes.”

30Texto de Fundo

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Sem fez como lhe fora ordenado. Abriu a arca de noite, tirou o corpo de Adão e trancou-a novamente. Sem ser percebido pôs-se a caminho com o seu fardo acompanhado por Melquisedec. Então veio o anjo do Senhor e os guiou. Quando chegaram a Gólgota, o centro da Terra, o anjo mostrou este lugar a Sem. Quando Sem depositou o corpo de nosso pai Adão um pouco acima, a Terra abriu-se em forma de cruz e lá Sem e Melquisedec colocaram o corpo de Adão. Imediatamente os quatro lados se movimentaram e envolveram o corpo de nosso pai Adão.

Sem disse a Melquisedec: “Tu és o servo do mais alto Deus, pois só tu foste escolhido por Deus para servir a Ele neste lugar. Fica sempre aqui e nunca te afasta deste lugar! Não sacrifi ques animais selvagens, nem pássaros somente pão e vinho. Também não construas edifi cações neste lugar. O anjo do Senhor sempre virá e cuidará de ti.”

Assim foi formado o primeiro centro de Mistérios da humanidade! Então Sem abraçou e beijou Melquisedec e o abençoou. Depois voltou para junto de seus irmãos. Das sementes da boca de Adão cresceu uma árvore de muitos ramos.

Dos galhos desta árvore foi feito o cajado de Moisés e mais tarde o rei Salomão encantou-se com esta árvore no monte de Gólgota. Mandou derrubá-la e preparar a madeira para a construção do templo. Mas uma viga desta madeira não serviu para lugar nenhum. Finalmente jogaram-na como ponte sobre o rio Kidron.

Quando a rainha de Sabá procurou Salomão ainda fez um passeio de despedida. Ante esta viga ela teve uma visão do futuro: Ela viu o acontecimento do Gólgota e relatou ao rei Salomão: “Nesta viga morrerá o Salvador do Mundo e destruirá o teu reino!” O rei Salomão assustou-se e mandou enterrar a viga profundamente, para que isto não acontecesse. Muito mais tarde foi escavado neste lugar uma lagoa onde os carneiros a serem sacrifi cados eram lavados. Quando percebeu-se que as águas da lagoa eram movimentadas de tempos em tempos por um anjo e então curavam uma pessoa que se banhasse nelas, chamaram-na de Bethesda, uma lagoa curativa.

Quando na Sexta-feira Santa proclamaram a condenação de Cristo e os carrascos procuraram madeiras apropriadas para as três cruzes, viram a viga, que tinha sido enterrada 1000 anos antes por Salomão, boiando na lagoa. Felizes com o achado utilizaram-na para a cruz de Cristo e colocaram-na inconscientemente exatamente sobre a cabeça de Adão, de onde o rei Salomão naquela época a tinha tirado. Durante a crucifi cação o sangue de Cristo pingou sobre a cabeça de Adão e a cortina do templo se rasgou.

Depois do sepultamento a Terra tremeu e acolheu o corpo de Cristo e o templo ruiu. A visão da rainha de Sabá se realizou bem como a esperança de Adão.

No domingo de Páscoa, através da ressurreição de Cristo, começou a nova era, em que a rigidez da obediência às leis deveria ser substituída pelo amor de Cristo e dos seres humanos.

Em uma viagem pela Armênia pude perceber fatos impressionantes por força da cruz: Este país no século passado esteve por 70 anos sob o domínio da União Soviética. Nesta época o cultivo da religião era muito difícil. Todas as igrejas foram fechadas, não se podiam fazer reuniões. Isto em um país em que o cristianismo fora a religião do estado durante mais tempo do que em Roma.

Este país está coberto de pedras da cruz: pedras planas, verticais, em cujo lado oeste há uma cruz da vida. Há milhares delas e não há duas iguais. Estas cruzes têm em suas pontas brotos, alças de trevos, formas vivas de plantas. A própria cruz, muitas vezes, é representada com uma espécie de raiz sobre o monte de Gólgota. Eventualmente com a representação do crânio de Adão. Os braços das cruzes são perpassados por fi tas e em volta delas há muitas plantas. Aparecem uvas, pássaros comendo, romãs e astros.

Sob a cruz, na terra, encontramos muitas vezes artísticos discos solares: Cristo que se uniu à Terra. Estas cruzes são procuradas pelas pessoas, ante as mesmas elas rezam, conversam com o seu Deus, pedem ajuda nas difi culdades e doenças. Elas buscam alento cristão e tocam as cruzes com veneração.

Assim estas cruzes vivas possibilitaram a continuação do fl uxo cristão apesar da proibição durante duas gerações.

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05 a 08/04 Páscoa

14/04 Sábado Esportivo / Gincana

25/04 Assembléia Geral da APRS

26/04 Eleição Coord. Col. De Representantes

28/04 a 1º/05 Dia do Trabalho

18/05 Festa Escolar Interna (Aniversário da Escola)

19/05 Festa Escola Externa e 3ª Feira de Instrumentos Musicais

24/05 Palestra (Comissão de Palestras)

31/05 2ª Reunião Representantes de Classe

07 a 10/06 Corpus Christi

14/06 Palestra (Comissão de Palestras)

16/06 Festa da Lanterna

23/06 Festa de São João

28/06 Encerramento do 1º Semestre

Agenda

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