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1 A AGRICULTURA FAMILIAR E ESTRATÉGIAS DE REPRODUÇÃO SOCIAL NOS ASSENTAMENTOS RURAIS DE MATO GROSSO: CASO DO ASSENTAMENTO FAZENDA ESPERANÇA EM RONDONÓPOLIS – MT Iolanda Lopes de Oliveira¹ Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) – Campus Rondonópolis [email protected] Heli Heros Teodoro de Assunção² Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) – Campus Rondonópolis [email protected] Roney da Cruz Barbosa³ Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) – Campus Rondonópolis [email protected] José Adolfo Iriam Sturza 4 Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) – Campus Rondonópolis [email protected] Resumo O artigo foi elaborado a partir de dados levantados no projeto Parceria de Fibra: ações para inclusão social, geração de renda e implantação de sistema de produção da bananicultura com práticas agroecológicas no Assentamento Fazenda Esperança, Município de Rondonópolis – MT 5 . A partir de uma revisão bibliográfica também é analisado as estratégias de reprodução social da agricultura camponesa no Assentamento, com uma breve discussão da realidade e importância da agricultura familiar dos assentamentos rurais do país e Mato Grosso. Palavras chave: Agricultura familiar. Assentamentos rurais. Estratégias de reprodução social. Introdução O termo agricultura Familiar passou a ser amplamente discutido nos espaços acadêmicos, principalmente após os anos de 1990, desde então inúmeras definições e conceitos, surgiram para tentar exemplificar o termo. A agricultura familiar hoje é caracterizada como um dos principais seguimentos do espaço agrário do país, mesmo não sendo detentora de grande capital e de novas tecnologias como é o caso do agronegócio brasileiro. Na mão de obra familiar e em pequenas propriedades, os agricultores familiares produzem alimentos em maior quantidade, qualidade e diversidade que o agronegócio. Neste sentido Ploeg (2009) diz que praticamente todos os sistemas agrícolas mundiais derivam de três disposições político-econômicas distintas, mesmo que com peso relativo

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A AGRICULTURA FAMILIAR E ESTRATÉGIAS DE REPRODUÇÃO SOCIAL NOS ASSENTAMENTOS RURAIS DE MATO GROSSO: CASO DO

ASSENTAMENTO FAZENDA ESPERANÇA EM RONDONÓPOLIS – MT

Iolanda Lopes de Oliveira¹ Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) – Campus Rondonópolis

[email protected]

Heli Heros Teodoro de Assunção² Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) – Campus Rondonópolis

[email protected]

Roney da Cruz Barbosa³ Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) – Campus Rondonópolis

[email protected]

José Adolfo Iriam Sturza4 Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) – Campus Rondonópolis

[email protected]

Resumo

O artigo foi elaborado a partir de dados levantados no projeto Parceria de Fibra: ações para inclusão social, geração de renda e implantação de sistema de produção da bananicultura com práticas agroecológicas no Assentamento Fazenda Esperança, Município de Rondonópolis –MT5. A partir de uma revisão bibliográfica também é analisado as estratégias de reprodução social da agricultura camponesa no Assentamento, com uma breve discussão da realidade e importância da agricultura familiar dos assentamentos rurais do país e Mato Grosso.

Palavras chave: Agricultura familiar. Assentamentos rurais. Estratégias de reprodução social. Introdução

O termo agricultura Familiar passou a ser amplamente discutido nos espaços

acadêmicos, principalmente após os anos de 1990, desde então inúmeras definições e

conceitos, surgiram para tentar exemplificar o termo. A agricultura familiar hoje é

caracterizada como um dos principais seguimentos do espaço agrário do país, mesmo

não sendo detentora de grande capital e de novas tecnologias como é o caso do

agronegócio brasileiro. Na mão de obra familiar e em pequenas propriedades, os

agricultores familiares produzem alimentos em maior quantidade, qualidade e

diversidade que o agronegócio.

Neste sentido Ploeg (2009) diz que praticamente todos os sistemas agrícolas mundiais

derivam de três disposições político-econômicas distintas, mesmo que com peso relativo

2

e inter-relações que se alteram consideravelmente, porém combinados formam

atualmente esse modelo. São eles: a produção capitalista, na qual a relação salário é

central, a agricultura empresarial e a agricultura familiar camponesa. A notável

diferença entre a agricultura familiar camponesa e a empresarial é que a primeira é

essencialmente baseada no capital ecológico, desenvolvida para atender necessidades

cotidianas, demonstrando enormes vantagens na comparação com as grandes

propriedades rurais. A melhoria na segurança alimentar, a maior preservação das

características paisagísticas do território, o fortalecimento das relações familiares e a

diminuição do êxodo rural são algumas destas vantagens. Já a agricultura empresarial

afasta-se progressivamente da natureza, substituindo recursos naturais por insumos e

outros fatores artificiais, industrializando a agricultura, ao mesmo tempo em que

aumenta a dependência do capital financeiro.

O texto tem como principal objetivo mostrar a realidade dos agricultores familiares que

residem em assentamentos rurais, através de diagnósticos perceptivos aplicados aos

assentados, evidenciando suas estratégias de reprodução social para que se afirmem

enquanto parte deste seguimento.

Agricultura familiar e sua importância no espaço agrário brasileiro

Diversos autores têm estudado a agricultura familiar (ABRAMOVAY, 1992; CARMO,

1999; GUANZIROLLI et al., 2001; LAMARCHE, 1997; PLOEG, 2006; SCHNEIDER,

2006; WANDERLEY, 2000, entre outros), detendo-se na estrutura e formas de

produção, tipos de agricultura, multifuncionalidade e unidades de produção. Tais

estudos realizados em diferentes partes do mundo demonstram que a agricultura

familiar tem grande capacidade de gerar empregos e distribuir renda, contribuindo ao

desenvolvimento local. Tal forma de organização produtiva contribui para a

diversificação do uso do espaço rural e possibilita práticas de exploração agrícolas que

preservem o meio ambiente. A favor da agricultura familiar contam, ainda, as inúmeras

externalidades positivas decorrentes de seu desenvolvimento, tais como: garantia de

maiores fontes de biodiversidade, melhoria na segurança alimentar, preservação das

características paisagistas do território, proteção do capital cultural, fortalecimento das

relações familiares e contenção do êxodo rural.

A agricultura familiar recebe inúmeras definições que vão se adequando as mudanças

temporais, tecnológicas e espaciais. Agricultura familiar pode ser entendida como forma de

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organização produtiva em que os critérios adotados para orientar as decisões relativas à

exploração agrícola não se subordinam unicamente pelo ângulo da produção ou rentabilidade

econômica, mas levam em consideração também as necessidades e objetivos da família. É um

arranjo familiar de produção agrícola que contraria o modelo patronal, no qual há completa

separação entre gestão e trabalho, pois no modelo familiar estes fatores estão intimamente

relacionados. (CARMO, 1999). Muito mais que um seguimento social a agricultura

familiar é definida como um valor e o apoio que recebe vêm das consequências que seu

desenvolvimento pode propiciar, como melhores condições de vida, desenvolvimento

mais ecológico, luta contra a pobreza. A agricultura Familiar é vista por Abramovay

(1998), um dos maiores estudiosas da mesma, como:

[...] o setor social capaz de contrabalançar a tendência tão própria á nossa sociedade, de desvalorizar o meio rural como lugar em que é possível construir melhores condições de vida, de encara-lo como o local em que permanecem aqueles que ainda não enveredaram pela “verdadeira aventura civilizatória” a urbana. Assim os valores que a agricultura familiar incorpora são os da tradição, do folclore, da pureza do campo contra a corrupção das cidades. [...] faz parte dos valores que a agricultura familiar incorpora a primazia do desenvolvimento e do poder locais e a ideia de que, neste plano, os negócios públicos podem ser geridos com a participação direta dos cidadãos. (ABRAMOVAY, 1998, p.137 - 57).

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em um estudo

realizado juntamente com Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA),

tentando traçar uma linha divisória entre os conjuntos patronal e familiar, caracterizam

os estabelecimentos familiares da seguinte forma:

[...] a direção dos trabalhadores do estabelecimento é exercida pelo produtor, o trabalho familiar é superior ao trabalho contratado. Foi estabelecida uma “área máxima regional” para cada grande região no Brasil como limite superior para a área total dos estabelecimentos familiares que considere as enormes diferenças regionais para evitar que grandes latifúndios improdutivos sejam incluídos no universo de unidades familiares. (GUANZIROLI et al, 2001, p.50).

As divergências e peculiaridades da agricultura familiar e patronal (Quadro 1) são

enormes e de várias ordens: ecológica, financeira, tecnológica, entre outras.

Quadro 1 - Principais divergências entre agricultura Patronal e Familiar Proposto pela FAO/INCRA.

AGRICULTURA PATRONAL

AGRICULTURA FAMILIAR

Total separação dos fatores gestão e trabalho Gestão e trabalho intimamente relacionados

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Organização centralizada Processo produtivo dirigido diretamente pelo agricultor

Ênfase na especialização Ênfase na diversificação

Ênfase em práticas agrícolas padronizadas Ênfase na durabilidade dos recursos naturais e na qualidade de vida

Predomínio do trabalho assalariado Trabalho assalariado é apenas complementar

Tecnologias direcionadas à eliminação das decisões “de terreno” e “de momento”

Decisões imediatas, adequadas ao alto grau de imprevisibilidade do processo produtivo.

Tecnologias buscam principalmente a redução das necessidades de mão de obra.

Decisões tomadas “in loco”, condicionadas pelas especificidades do processo produtivo.

Ênfase no uso de insumos comprados Ênfase no uso de insumos internos

Fonte: FAO/INCRA, 1994.

Numa definição mais contemporânea, baseada na pluriatividade, Schneider (2003)

caracteriza a agricultura familiar como sendo uma combinação entre a mão- de- obra

familiar agrícola e não agrícola que se relaciona com a manutenção do estabelecimento

assegurando a sua reprodução socioeconômica. Deste modo os trabalhos exercidos de

forma complementar melhora a renda dos membros da família que residem na

propriedade. O trabalho não agrícola comunmente se deve a pouca disponibilidade de

terra e as dificuldades de modernização tecnológica, o que compromete a renda,

obrigando essas pequenas unidades a buscar uma alternativa complementar de renda.

Fuller (1990) apud Schneider (2003) comenta que:

[...] A pluriatividade permite reconceituar a propriedade como uma unidade de produção e reprodução, não exclusivamente baseada em atividades agrícolas. As propriedades pluriativas são unidades que alocam o trabalho em diferentes atividades, além da agricultura familiar. [...] A pluriatividade, portanto, refere-se a uma unidade produtiva multidimensional, onde se pratica a agricultura e outras atividades, tanto dentro como fora da propriedade, pelas quais são recebidos diferentes tipos de remuneração e receitas, rendimentos, rendas em espécies e transferências. (FULLER, 1990 apud SCHNEIDER 2003, p.367).

O meio rural, cenário em que a agricultura familiar se situa, é cada vez mais um espaço

constituído por múltiplas atividades agrícolas e não agrícolas, motivo pelo qual a

agricultura familiar é aqui compreendida numa concepção mais ampla e complexa. Ela

apresenta, de forma integral, atividades como a organização de agricultores, produção,

beneficiamento, comercialização de produtos agrícolas e não agrícolas, turismo, pesca e

artesanato, conformando o que hoje se denomina “novo mundo rural”

(GRAZIANO DA SILVA, 1999).

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As unidades familiares, a par de atenderem melhor aos interesses sociais do país, são

mais produtivas, asseguram uma melhor preservação ambiental e são economicamente

viáveis. Assim a agricultura familiar brasileira é responsável por grande parte da

produção de alimentos consumidos pela população, diversidade de cultivos, maior

produtividade de vários segmentos e maior número de empregos que o agronegócio.

(Quadro 2) No Brasil a agricultura familiar absorvia em 2006, 13 milhões de pessoas

(78,8% do total da mão de obra no campo), segundo o Censo Agropecuário de

2006/MDA/IBGE/UFF, sendo explorada com o mínimo de capital, tecnologia e

geralmente com pouco conhecimento formal (CAMPOLIN, 2005).

Quadro 2 - Participação da Agricultura Familiar e agronegócio no espaço agrário brasileiro, segundo o censo agropecuário do IBGE - 2006. Agricultura familiar Agronegócio

24% das terras 76% das terras

40% da produção global 60% da produção global

70% da produção de comida 30% da produção de comida

78,8% da mão de obra ocupada 21,2% da mão de obra ocupada

14% do Crédito 86% do crédito

Fonte: MPA, 2009.

O Censo Agropecuário de 2006 acusou cerca de 5.204.130 estabelecimentos rurais, dos

quais mais de 4 milhões e 360 mil pertencem a agricultores familiares e o restante 807

mil é distribuído entre médios e grandes proprietários. As unidades familiares são

responsáveis por produzirem 40% da produção agropecuária do Brasil (Valor Bruto da

Produção Agropecuária Total), com apenas 24% das terras, enquanto os médios e

grandes produzem 60% da produção agropecuária do país, com 76% das terras.

(BRASIL, 2006). O valor médio de produção por hectare de um agricultor familiar gera

R$ 677,00 ao mesmo passo que 1 hectare do agronegócio gera, em média, R$ 368,00.

No Plano Safra 2009/2010 foram destinados R$ 93 bilhões para o agronegócio e apenas

R$ 15 bilhões para a Agricultura Familiar (MPA, 2009). Daquilo que vai para a mesa

dos brasileiros, 70% é produzido pelos agricultores familiares e apenas 30% vem das

grandes propriedades. Outra diferença está na mão de obra utilizada que, nas pequenas

propriedades com menos de 4 módulos fiscais, ocupa 74% da mão de obra no campo

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enquanto que as médias e grandes - o agronegócio -, só gera 26% do emprego para as

pessoas que trabalham no campo. Pelos números é notável a importância da agricultura

familiar no cenário agrário brasileiro que, ao contrario do modo de produção capitalista

e empresarial, cresce a partir do emprego do trabalho e da valorização dos potencias

ecológicos e socioculturais locais.

A agricultura familiar obedece ao modo de produção multifuncional, pois alem da

função essencial de produzir alimentos em quantidade, qualidade e diversidade, exerce

outras funções e formas produtivas como: agroindústria, artesanato e turismo. Por outro

lado, o agronegócio fundamenta-se na produção de grandes monoculturas, com uso

indiscriminado de agrotóxicos, priorizando o mercado externo para comercializar os

produtos que, em geral, não se incluem no grupo dos alimentos essenciais a manutenção

da vida. O seguimento da agricultura familiar molda estilos de desenvolvimento rural

que mantém relações positivas com os ecossistemas, criando empregos estáveis e

dignos e dinamizando as economias regionais. Neste sentido, Veiga (2001) ressalta a

importância da presença da agricultura familiar no meio rural brasileiro como principal

responsável pela dinâmica e o desenvolvimento de uma região rural devido à

capacidade de diversificação da economia local.

As definições para agricultura familiar se modificam respeitando o período histórico e o

espaço onde esta inserida. No entanto podemos considerar que ela sempre esteve

presente no espaço agrário brasileiro, e que é de fundamental importância mesmo

sujeita a mudanças e instabilidades de políticas públicas. Contrariamente ao pensamento

de muitos:

[...] não devemos pensar que a pequena propriedade territorial esteja em vias de desaparecer na sociedade moderna, ou que possa ser inteiramente substituída pela grande propriedade. A grande propriedade, por mais que rechace os camponeses livres, sempre manterá uma parte deles à sua ilharga, uma parte que ressuscita como pequenos arrendatários (KAUTSKY, 1980, p. 178).

A agricultura familiar no Brasil tem se expandido na forma espacial através dos assentamentos

rurais espalhados por todas as regiões e em número cada vez mais crescente, como é o caso do

Estado de Mato Grosso.

Assentamentos rurais de Mato Grosso

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A criação de assentamentos rurais envolve a concepção de como deve ser gerada a

propriedade agrícola para os pequenos produtores rurais, projeto este que se relaciona

com os diversos atores envolvidos e está vinculado a vários conflitos na luta pela terra

ou pela permanência nela. Medeiros e Leite (1999) explicam que os assentamentos

rurais são entendidos:

[...] como a ocupação e uso de terras para fins agrícolas, agropecuários e agroextrativistas em que um grupo de trabalhadores sem terra ou com pouca terra obteve a posse, usufruto e/ou propriedade sob a forma de lotes individuais e, em alguns casos, de áreas de uso e propriedade comuns, sendo o patrimônio fundiário envolvido resultante de processo de aquisição, desapropriação ou arrecadação pelo poder público e associado, de maneira explícita, pelos trabalhadores e/ou pelos agentes públicos, a processos de Reforma Agrária (MEDEIROS e LEITE, 1999, p. 279).

Tendo como contexto a Reforma Agrária no Brasil, podemos aceitar que:

[...] o termo assentamento rural, no contexto da reforma agrária brasileira, diz respeito a um espaço preciso em que a população será instalada, por umo longo período. “É uma transformação num referido espaço físico, contendo assim, o aspecto de um território realmente habitado e trabalhado por um grupo cujo objetivo é a exploração deste espaço”. (BERGAMASCO et.al. 1997, p.11)

Num assentamento predomina o modo de produção familiar e a produção ocorre de

maneira diferente de outras propriedades porque neste espaço procura-se construir uma

comunidade que envolva as famílias, onde os indivíduos do grupo adquirem diversas

características, tais como: confiança e solidariedade entre vizinhos e troca de ideias

sobre experimentação de cultivos. Os assentados são induzidos a agirem assim pela

necessidade de ajuda mútua dentro do grupo social. Embora existam discursos políticos

no âmbito de possibilitar que os pequenos agricultores familiares adquiram

independência, quanto ao desempenho da atividade produtiva, na realidade poucas são

as ações do governo neste sentido. Os pequenos produtores, geralmente detentores de

pouco capital, logo se empobrecem, quando se deparam com as condições precárias

encontradas nos assentamentos. As péssimas condições impostas obrigam-os a “vender”

suas terras e pouco tem a fazer para minimizar a pobreza rural instalada na maioria dos

assentamentos do Brasil.

O Estado de Mato Grosso também segue as regras e características arroladas acima. A

história da propriedade de terras em Mato grosso sempre favoreceu a grande

propriedade que predomina desde as raízes da estrutura fundiária no Estado. (LAMERA

e FIGUEIREDO, 2009; SPAVOREK, 2003). Neste cenário que envolve grandes

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propriedades há uma pequena, porem notável agricultura familiar, em comunidades

tradicionais e assentamentos rurais. No Brasil e no Mato Grosso os assentamentos rurais

foram criados como uma alternativa para a diminuição dos conflitos de terra que se

intensificou no país entre os anos de 1980 a 1990 e como uma tentativa de amenizar a

falta de planejamento agrário.

O uso e a ocupação das terras nos assentamento rurais são condicionados pelas

características ambientais e socioeconômicas de cada propriedade e da região. As

condições geográficas de ordem natural e social, nos assentamentos precisam de maior

atenção na pesquisa geográfica especialmente as pesquisas integradas e do espaço

vivido. A geografia com seus conceitos clássicos de paisagem e lugar (STURZA, 2005)

e topofilia e topocidio (STURZA, 2005, 2008), podem contribuir para análise dos

assentamentos rurais.

O caso do Assentamento Fazenda Esperança no Município de Rondonópolis - MT

O Assentamento Fazenda Esperança (Figura 1) possui uma área de 1.585,5 ha,

localizado às margens da Rodovia MT-270, sentido Rondonópolis-Guiratinga, a 3 km

da entrada para o Distrito de Nova Galiléia e distante 30 km de Rondonópolis, na região

sul do Estado de Mato Grosso. Geograficamente, é uma área de topografia ondulada,

com relevo dissecado e impróprio para a agricultura anual e com inexistência de

córregos permanentes para abastecimento tanto de criações como o consumo humano.

Os solos são predominantemente do tipo argissolos e cambissolos associados. A

população é heterogênea, tanto na aptidão agrícola como na cultura, com 151 famílias

assentadas e filiadas a 05 (cinco) associações.

Figura 1 – Localização do Assentamento Fazenda Esperança, Rondonópolis, Mato Groso

Os assentamentos rurais enfrentam grandes dificuldades, mas também expectativas em

relação à reprodução social, a sustentabilidade ecológica, social e econômica. Entre os

principais problemas encontrados pelos produtores

para projetos, solos degradados com topografia inadequada

enorme burocracia para recebimento de credito rural, serviço

precárias e a total precariedade das vias de acesso.

assentamento Fazenda Esperança que também levantou

Localização do Assentamento Fazenda Esperança, Rondonópolis, Mato Groso

Os assentamentos rurais enfrentam grandes dificuldades, mas também expectativas em

relação à reprodução social, a sustentabilidade ecológica, social e econômica. Entre os

principais problemas encontrados pelos produtores rurais estão: a falta de financiame

gradados com topografia inadequada, falta de assistência técnica,

enorme burocracia para recebimento de credito rural, serviços de saúde e educação

e a total precariedade das vias de acesso. Esses problemas foram contat

assentamento Fazenda Esperança que também levantou a situação de empobrecimento

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Localização do Assentamento Fazenda Esperança, Rondonópolis, Mato Groso.

Os assentamentos rurais enfrentam grandes dificuldades, mas também expectativas em

relação à reprodução social, a sustentabilidade ecológica, social e econômica. Entre os

a falta de financiamento

, falta de assistência técnica,

s de saúde e educação

Esses problemas foram contatados no

a situação de empobrecimento

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de agricultores e agricultoras familiares, com sistemas produtivos ainda em

implantação, em ambientes degradados de Cerrado, aliado a falta de conhecimento dos

agroecossistemas e recursos do Bioma.

O Projeto no assentamento é uma intervenção de caráter educativo e transformador,

baseado em metodologias de investigação-ação participante, que permite o

desenvolvimento de uma prática social de construção e sistematização de conhecimento

que contribua para um modelo de desenvolvimento socialmente equitativo e

ambientalmente sustentável. (BRASIL/PNATER, 2009). Portanto, as atividades já

realizadas e em desenvolvimento, vinculam-se à chamada “extensão rural

agroecológica” que coaduna o processo educativo e a sistematização das experiências,

socializando o conhecimento e os saberes e fortalecendo as capacidades decisórias,

individual e coletiva (CAPORAL, 2004; CAPORAL e COSTABEBER, 2002).

O Projeto teve inicio a partir da demanda levantada em diálogos e reuniões

participativas de representantes das Associações e Professores do Ensino de Jovens e

Adultos (EJA), do Assentamento; Extensionistas da EMPAER/MT, Coordenadora e

Monitores do Curso de Artesanato em Fibra da Bananeira (Campus Universitário de

Rondonópolis/UFMT) e Professores dos Cursos de Geografia, Biologia e Engenharia

Agrícola e Ambiental do Campus Universitário de Rondonópolis/UFMT. Assim tem

principal objetivo contribuir para o desenvolvimento rural sustentável, conhecimento e

conservação dos recursos naturais, a partir de atividades multidisciplinares de extensão

tecnológica oferecida aos agricultores e agricultoras do assentamento.

Para a realização das atividades no assentamento tornou-se necessário aplicar o

Diagnostico Rápido Participativo (DRP), que é uma técnica baseada na coleta de

informações da percepção e conhecimento que os indivíduos e grupos têm do espaço em

que vivem. (VERDEJO, 2007). A análise dos questionários aplicados junto a 42

famílias mostrou um total de 98 pessoas com 2,3 pessoas por família, média etária de

41,7 anos (17,9% até 15 anos; 55,5% entre 15 e 59 anos e 26,6% acima de 60 anos). A

média etária pode ser considerada elevada para as atividades agropastoris, e uma alta

percentagem de idosos que moram no assentamento. . Quanto à posse do lote (Gráfico

1), 63,2% são primeiro proprietário, 5,2% segundo proprietário, 15,8%, terceiro

proprietário e 15,8% não responderam. Foi possível, perceber bem essa realidade de

vendas de terras no assentamento Fazenda Esperança, pelos dados levantados com a

pesquisa, que apontam como causas principais as dificuldades naturais (condições dos

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solos e escassez de água, principalmente), ausência de cultura e experiência agrícola e

problemas de saúde.

Gráfico 1- Relação de posse da terra no Assentamento Fazenda Esperança de janeiro de 2010 a dezembro de 2011, Rondonópolis-MT.

Fonte: Dados do DRP (2011).

Pode-se observar que 21% são segundo e terceiro proprietários. Esta é uma regra no

meio rural brasileiro, pois os pequenos agricultores assentados possuem pouca ou

nenhuma infraestrutura para suprir as necessidades básicas como água e energia. Os

solos já degradados não atendem as expectativas de produção e a pequena produção não

tem acesso a assistência técnica e extensão rural.

Outros dados relevantes apontados no DRP referem-se aos principais problemas vividos

pelos assentados (Gráfico 2), que segundo os mesmos interferem na permanência no

assentamento, pois são necessidades básicas do cotidiano de uma sociedade. A principal

dificuldade apontada foi a escassez de água, em segundo lugar a falta de união entre os

assentados, que os impende de fortalecer o espírito comunitário e o associativismo.

Outro fator abordado foi a precariedade das vias de acesso que dificulta o transporte na

região, muitas reclamações surgiram em relação ao ônibus escolar, que em épocas

chuvosas não circula em todo o assentamento, o transporte de produtos para

comercializar nas cidades também é prejudicado.

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Gráfico 2- Principais problemas do Assentamento Fazenda Esperança de janeiro de 2010 a dezembro de 2011, Rondonópolis-MT.

Fonte: Dados do DRP (2011).

Também foi perguntado aos assentados, os principais desejos referentes ao

assentamento (Gráfico 2), o desejo principal seria ter acesso a agua de qualidade, para

beber e cultivar seus produtos, em segundo conseguir quitar as dividas relacionadas as

terras, logo em seguida a o anseio por assitencia tecnica no assentamento, e por ultimo

os moradores querem que exista maior união entre os assentados, para assim

conseguirem se fortalecer enqunto grupo ou cooperativa e tentar deste modo melhorar a

realidade atual do assentamento.

Gráfico 3 – Principais desejos dos moradores do Assentamento Fazenda Esperança de janeiro de 2010 a dezembro de 2011, Rondonópolis-MT.

Fonte: Dados do DRP (2011).

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Além das informações relacionadas e analisadas acima, também ponderamos alguns

aspectos com relação às estratégias de reprodução social, aplicadas ao Estado de Mato

Grosso e ao Assentamento em estudo.

Estratégias de reprodução social dos agricultores familiares no Assentamento Fazenda Esperança, Rondonópolis-MT. As atuais condições impostas pelo meio natural e socioeconômico, apresentadas pelo

modelo agrário presente nos assentamentos rurais de Mato Grosso e no Assentamento

Fazenda Esperança, limitam as estratégias de reprodução social nestes espaços. Os

sistemas sociais são os responsáveis pelas mudanças internas e nas bases materiais

disponíveis para que ocorra a reprodução social a curto e longo prazo, envolvendo

aspectos materiais e reprodução simbólico-culturais (BAREL, 1973; RAYNAUT,

1994). Segundo Loyola (2002) os agricultores mobilizam, enfrentam ou modificam as

condições materiais e imateriais disponíveis para criar uma situação de vida própria,

característica de um dado momento, influenciando, consequentemente, para a

configuração de novas realidades ou de novas situações agrárias. Mas como não existe

uma homogeneidade nas táticas utilizadas pelos produtores, cada família percorre esse

processo para garantir sua reprodução social, enquanto o pequeno produtor rural

respeita e adaptam-se as condições naturais e sociais do seu meio.

No início os assentados tendem a trabalhar com atividade agrícola, em seguida ocorre o

empobrecimento do solo e se opta pelas pastagens que são usadas para pecuária de leite.

Em alguns casos a vegetação original já foi substituída por lavouras temporárias,

inclusive com uso de máquinas e insumos químicos. Em geral, a ocupação do solo é

influenciada por um precário sistema de produção que predomina no município onde se

encontra o assentamento.

Os estudos realizados no Assentamento Fazenda Esperança até o momento permitiu a

percepção de que os agricultores precisaram adequar-se a realidade a eles imposta. Eles

são forçados a desenvolver uma exploração agrícola mais ecológica, visto que os

recursos naturais do assentamento (solo e água, principalmente) já eram escassos pela

utilização inadequada da antiga fazenda ou mesmo dos primeiros donos dos lotes. O

local sediava uma fazenda baseada na pecuária intensiva, com grande uso de insumos

agrícolas, o que prejudicou o solo da região, deixando-o menos produtivo ao longo dos

anos. Outro fato negativo foi a retirada da vegetação de cerrado e floresta para

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implantação dos pastos que hoje está mais ou menos preservada em de 300 hectares,

num local das últimas nascentes preservadas e já degradado pela existência de

voçorocas.

A produtividade nos assentamentos ira depender muito da produção, organização e

comercialização enquanto a produção depende diretamente dos recursos naturais,

financeiros e humanos. Quanto à organização, o assentamento deve estar estruturado de

forma a garantir a boa produtividade através da cooperação e modelos específicos para

melhor produção em sua região. Neste caso, as formas de economia solidária

representam uma das melhores alternativas para produção e mercado dos produtos.

Atualmente a economia do assentamento baseia-se na criação do gado leiteiro (Gráfico

4) cuja atividade é a mais acessível e de rápido retorno financeiro para os produtores,

não exigindo grande mão de obra e garante uma renda rápida em relação a outras

atividades.

Gráfico 4- Principais produtos comercializados do Assentamento Fazenda Esperança no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2011, Rondonópolis-MT.

Fonte: Dados do DRP (2011).

A criação de aves também esta presente em praticamente todas as propriedades

estudadas, e aparece como outra alternativa para aumentar a renda da família, mas

segundo os agricultores esta atividade não é tão rentável quanto à primeira. Em terceiro

plano desponta a produção de hortaliças, que pode ser considerada uma cultura comum

do camponês. Atualmente as propriedades que desenvolvem a horticultura somam 29%

do total, enquanto 71% não apresenta esse tipo de cultivo, sendo apontada a falta de

água como principal entrave para esta atividade. As poucas propriedades que cultivam

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as hortaliças também indicaram a falta de transporte para comercialização dos produtos

na cidade.

A reprodução social dos assentados enquanto agricultor familiar depende de inúmeras

externalidades presentes na realidade vivenciada por eles. As atuais condições de estagnação

econômica criam uma situação de poucas escolhas para se “reproduzir” social e

economicamente.

Conclusão

O estudo comprovou mais uma vez que a agricultura Familiar é caracterizada pela relação

entre família e o trabalho realizado pela mesma na terra. Entretanto as formas de

agricultura familiar são diversas demonstrando a heterogeneidade que, em grande parte,

é resultado do longo processo histórico a que esteve sujeita e aos diversos programas de

Reforma Agrária do país.

No caso do Assentamento Fazenda Esperança as atividades econômicas ainda estão em

implantação e regida por um fraco sistema produtivo que tem no leite, a base para a

renda familiar. A preocupação fundamental hoje é dinamizar a produção de alimentos

diversificados, ampliação da renda (artesanato, turismo rural e outros) e se integrar ao

mercado local. Neste contexto apesar das limitações impostas pelo meio natural e

socioeconômico, os assentados reinventam formas de se reproduzirem socialmente,

melhorando a renda e qualidade de vida. Porem ao tentar ampliar a renda, a agricultura

familiar esta sujeita a perder seus valores, enquanto seguimento social que possui uma

cultura própria e diferenciada, perdendo sua soberania. Pois essa ideologia da

modernidade, que nasce com o advento da globalização, artifício criado pelo atual

modelo de capitalismo, promove um censo comum baseado no progresso técnico

cientifico, na eficiência produtiva, na modernização, todos com um único intuito, o

crescimento econômico, criando um processo de desenvolvimentismo e consumismo

levando a aculturação dos povos.

Em síntese, ainda encontramos em construção uma base econômica para o

Assentamento, que possa estar baseada em uma nova ética e em novas relações de

trabalho e de gestão de produção, focada na agricultura sustentável, sendo guiado por

princípios agroecológicos capazes de manter a sustentabilidade ambiental, social e

econômica dos assentados.

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Notas 1 Bolsista VIC. Aluna de Geografia/ICHS/UFMT. 2 Bolsista de Extensão. Aluno de Engenharia Agrícola e Ambiental/ICAT/UFMT. 3 Bolsista Voluntário. Aluno de Engenharia Agrícola e Ambiental/ICAT/UFMT. 4 Orientador e Professor do Departamento de Geografia/ICHS/UFMT. Bolsista de Produtividade DT-2 do CNPq. Líder do Grupo de Pesquisa Estudo da Paisagem e Agricultura Familiar – GEPAF/UFMT. 5 Projeto de Pesquisa-extensão realizado pelo Campus Universitário de Rondonópolis/UFMT e Empresa Matogrossense de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural – EMPAER/MT. Financiado pelo CNPq (Processo n°. 558607/2009-8).

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