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A AGRICULTURA FAMILIAR E ESTRATÉGIAS DE REPRODUÇÃO SOCIAL NOS ASSENTAMENTOS RURAIS DE MATO GROSSO: CASO DO
ASSENTAMENTO FAZENDA ESPERANÇA EM RONDONÓPOLIS – MT
Iolanda Lopes de Oliveira¹ Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) – Campus Rondonópolis
Heli Heros Teodoro de Assunção² Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) – Campus Rondonópolis
Roney da Cruz Barbosa³ Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) – Campus Rondonópolis
José Adolfo Iriam Sturza4 Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) – Campus Rondonópolis
Resumo
O artigo foi elaborado a partir de dados levantados no projeto Parceria de Fibra: ações para inclusão social, geração de renda e implantação de sistema de produção da bananicultura com práticas agroecológicas no Assentamento Fazenda Esperança, Município de Rondonópolis –MT5. A partir de uma revisão bibliográfica também é analisado as estratégias de reprodução social da agricultura camponesa no Assentamento, com uma breve discussão da realidade e importância da agricultura familiar dos assentamentos rurais do país e Mato Grosso.
Palavras chave: Agricultura familiar. Assentamentos rurais. Estratégias de reprodução social. Introdução
O termo agricultura Familiar passou a ser amplamente discutido nos espaços
acadêmicos, principalmente após os anos de 1990, desde então inúmeras definições e
conceitos, surgiram para tentar exemplificar o termo. A agricultura familiar hoje é
caracterizada como um dos principais seguimentos do espaço agrário do país, mesmo
não sendo detentora de grande capital e de novas tecnologias como é o caso do
agronegócio brasileiro. Na mão de obra familiar e em pequenas propriedades, os
agricultores familiares produzem alimentos em maior quantidade, qualidade e
diversidade que o agronegócio.
Neste sentido Ploeg (2009) diz que praticamente todos os sistemas agrícolas mundiais
derivam de três disposições político-econômicas distintas, mesmo que com peso relativo
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e inter-relações que se alteram consideravelmente, porém combinados formam
atualmente esse modelo. São eles: a produção capitalista, na qual a relação salário é
central, a agricultura empresarial e a agricultura familiar camponesa. A notável
diferença entre a agricultura familiar camponesa e a empresarial é que a primeira é
essencialmente baseada no capital ecológico, desenvolvida para atender necessidades
cotidianas, demonstrando enormes vantagens na comparação com as grandes
propriedades rurais. A melhoria na segurança alimentar, a maior preservação das
características paisagísticas do território, o fortalecimento das relações familiares e a
diminuição do êxodo rural são algumas destas vantagens. Já a agricultura empresarial
afasta-se progressivamente da natureza, substituindo recursos naturais por insumos e
outros fatores artificiais, industrializando a agricultura, ao mesmo tempo em que
aumenta a dependência do capital financeiro.
O texto tem como principal objetivo mostrar a realidade dos agricultores familiares que
residem em assentamentos rurais, através de diagnósticos perceptivos aplicados aos
assentados, evidenciando suas estratégias de reprodução social para que se afirmem
enquanto parte deste seguimento.
Agricultura familiar e sua importância no espaço agrário brasileiro
Diversos autores têm estudado a agricultura familiar (ABRAMOVAY, 1992; CARMO,
1999; GUANZIROLLI et al., 2001; LAMARCHE, 1997; PLOEG, 2006; SCHNEIDER,
2006; WANDERLEY, 2000, entre outros), detendo-se na estrutura e formas de
produção, tipos de agricultura, multifuncionalidade e unidades de produção. Tais
estudos realizados em diferentes partes do mundo demonstram que a agricultura
familiar tem grande capacidade de gerar empregos e distribuir renda, contribuindo ao
desenvolvimento local. Tal forma de organização produtiva contribui para a
diversificação do uso do espaço rural e possibilita práticas de exploração agrícolas que
preservem o meio ambiente. A favor da agricultura familiar contam, ainda, as inúmeras
externalidades positivas decorrentes de seu desenvolvimento, tais como: garantia de
maiores fontes de biodiversidade, melhoria na segurança alimentar, preservação das
características paisagistas do território, proteção do capital cultural, fortalecimento das
relações familiares e contenção do êxodo rural.
A agricultura familiar recebe inúmeras definições que vão se adequando as mudanças
temporais, tecnológicas e espaciais. Agricultura familiar pode ser entendida como forma de
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organização produtiva em que os critérios adotados para orientar as decisões relativas à
exploração agrícola não se subordinam unicamente pelo ângulo da produção ou rentabilidade
econômica, mas levam em consideração também as necessidades e objetivos da família. É um
arranjo familiar de produção agrícola que contraria o modelo patronal, no qual há completa
separação entre gestão e trabalho, pois no modelo familiar estes fatores estão intimamente
relacionados. (CARMO, 1999). Muito mais que um seguimento social a agricultura
familiar é definida como um valor e o apoio que recebe vêm das consequências que seu
desenvolvimento pode propiciar, como melhores condições de vida, desenvolvimento
mais ecológico, luta contra a pobreza. A agricultura Familiar é vista por Abramovay
(1998), um dos maiores estudiosas da mesma, como:
[...] o setor social capaz de contrabalançar a tendência tão própria á nossa sociedade, de desvalorizar o meio rural como lugar em que é possível construir melhores condições de vida, de encara-lo como o local em que permanecem aqueles que ainda não enveredaram pela “verdadeira aventura civilizatória” a urbana. Assim os valores que a agricultura familiar incorpora são os da tradição, do folclore, da pureza do campo contra a corrupção das cidades. [...] faz parte dos valores que a agricultura familiar incorpora a primazia do desenvolvimento e do poder locais e a ideia de que, neste plano, os negócios públicos podem ser geridos com a participação direta dos cidadãos. (ABRAMOVAY, 1998, p.137 - 57).
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em um estudo
realizado juntamente com Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA),
tentando traçar uma linha divisória entre os conjuntos patronal e familiar, caracterizam
os estabelecimentos familiares da seguinte forma:
[...] a direção dos trabalhadores do estabelecimento é exercida pelo produtor, o trabalho familiar é superior ao trabalho contratado. Foi estabelecida uma “área máxima regional” para cada grande região no Brasil como limite superior para a área total dos estabelecimentos familiares que considere as enormes diferenças regionais para evitar que grandes latifúndios improdutivos sejam incluídos no universo de unidades familiares. (GUANZIROLI et al, 2001, p.50).
As divergências e peculiaridades da agricultura familiar e patronal (Quadro 1) são
enormes e de várias ordens: ecológica, financeira, tecnológica, entre outras.
Quadro 1 - Principais divergências entre agricultura Patronal e Familiar Proposto pela FAO/INCRA.
AGRICULTURA PATRONAL
AGRICULTURA FAMILIAR
Total separação dos fatores gestão e trabalho Gestão e trabalho intimamente relacionados
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Organização centralizada Processo produtivo dirigido diretamente pelo agricultor
Ênfase na especialização Ênfase na diversificação
Ênfase em práticas agrícolas padronizadas Ênfase na durabilidade dos recursos naturais e na qualidade de vida
Predomínio do trabalho assalariado Trabalho assalariado é apenas complementar
Tecnologias direcionadas à eliminação das decisões “de terreno” e “de momento”
Decisões imediatas, adequadas ao alto grau de imprevisibilidade do processo produtivo.
Tecnologias buscam principalmente a redução das necessidades de mão de obra.
Decisões tomadas “in loco”, condicionadas pelas especificidades do processo produtivo.
Ênfase no uso de insumos comprados Ênfase no uso de insumos internos
Fonte: FAO/INCRA, 1994.
Numa definição mais contemporânea, baseada na pluriatividade, Schneider (2003)
caracteriza a agricultura familiar como sendo uma combinação entre a mão- de- obra
familiar agrícola e não agrícola que se relaciona com a manutenção do estabelecimento
assegurando a sua reprodução socioeconômica. Deste modo os trabalhos exercidos de
forma complementar melhora a renda dos membros da família que residem na
propriedade. O trabalho não agrícola comunmente se deve a pouca disponibilidade de
terra e as dificuldades de modernização tecnológica, o que compromete a renda,
obrigando essas pequenas unidades a buscar uma alternativa complementar de renda.
Fuller (1990) apud Schneider (2003) comenta que:
[...] A pluriatividade permite reconceituar a propriedade como uma unidade de produção e reprodução, não exclusivamente baseada em atividades agrícolas. As propriedades pluriativas são unidades que alocam o trabalho em diferentes atividades, além da agricultura familiar. [...] A pluriatividade, portanto, refere-se a uma unidade produtiva multidimensional, onde se pratica a agricultura e outras atividades, tanto dentro como fora da propriedade, pelas quais são recebidos diferentes tipos de remuneração e receitas, rendimentos, rendas em espécies e transferências. (FULLER, 1990 apud SCHNEIDER 2003, p.367).
O meio rural, cenário em que a agricultura familiar se situa, é cada vez mais um espaço
constituído por múltiplas atividades agrícolas e não agrícolas, motivo pelo qual a
agricultura familiar é aqui compreendida numa concepção mais ampla e complexa. Ela
apresenta, de forma integral, atividades como a organização de agricultores, produção,
beneficiamento, comercialização de produtos agrícolas e não agrícolas, turismo, pesca e
artesanato, conformando o que hoje se denomina “novo mundo rural”
(GRAZIANO DA SILVA, 1999).
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As unidades familiares, a par de atenderem melhor aos interesses sociais do país, são
mais produtivas, asseguram uma melhor preservação ambiental e são economicamente
viáveis. Assim a agricultura familiar brasileira é responsável por grande parte da
produção de alimentos consumidos pela população, diversidade de cultivos, maior
produtividade de vários segmentos e maior número de empregos que o agronegócio.
(Quadro 2) No Brasil a agricultura familiar absorvia em 2006, 13 milhões de pessoas
(78,8% do total da mão de obra no campo), segundo o Censo Agropecuário de
2006/MDA/IBGE/UFF, sendo explorada com o mínimo de capital, tecnologia e
geralmente com pouco conhecimento formal (CAMPOLIN, 2005).
Quadro 2 - Participação da Agricultura Familiar e agronegócio no espaço agrário brasileiro, segundo o censo agropecuário do IBGE - 2006. Agricultura familiar Agronegócio
24% das terras 76% das terras
40% da produção global 60% da produção global
70% da produção de comida 30% da produção de comida
78,8% da mão de obra ocupada 21,2% da mão de obra ocupada
14% do Crédito 86% do crédito
Fonte: MPA, 2009.
O Censo Agropecuário de 2006 acusou cerca de 5.204.130 estabelecimentos rurais, dos
quais mais de 4 milhões e 360 mil pertencem a agricultores familiares e o restante 807
mil é distribuído entre médios e grandes proprietários. As unidades familiares são
responsáveis por produzirem 40% da produção agropecuária do Brasil (Valor Bruto da
Produção Agropecuária Total), com apenas 24% das terras, enquanto os médios e
grandes produzem 60% da produção agropecuária do país, com 76% das terras.
(BRASIL, 2006). O valor médio de produção por hectare de um agricultor familiar gera
R$ 677,00 ao mesmo passo que 1 hectare do agronegócio gera, em média, R$ 368,00.
No Plano Safra 2009/2010 foram destinados R$ 93 bilhões para o agronegócio e apenas
R$ 15 bilhões para a Agricultura Familiar (MPA, 2009). Daquilo que vai para a mesa
dos brasileiros, 70% é produzido pelos agricultores familiares e apenas 30% vem das
grandes propriedades. Outra diferença está na mão de obra utilizada que, nas pequenas
propriedades com menos de 4 módulos fiscais, ocupa 74% da mão de obra no campo
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enquanto que as médias e grandes - o agronegócio -, só gera 26% do emprego para as
pessoas que trabalham no campo. Pelos números é notável a importância da agricultura
familiar no cenário agrário brasileiro que, ao contrario do modo de produção capitalista
e empresarial, cresce a partir do emprego do trabalho e da valorização dos potencias
ecológicos e socioculturais locais.
A agricultura familiar obedece ao modo de produção multifuncional, pois alem da
função essencial de produzir alimentos em quantidade, qualidade e diversidade, exerce
outras funções e formas produtivas como: agroindústria, artesanato e turismo. Por outro
lado, o agronegócio fundamenta-se na produção de grandes monoculturas, com uso
indiscriminado de agrotóxicos, priorizando o mercado externo para comercializar os
produtos que, em geral, não se incluem no grupo dos alimentos essenciais a manutenção
da vida. O seguimento da agricultura familiar molda estilos de desenvolvimento rural
que mantém relações positivas com os ecossistemas, criando empregos estáveis e
dignos e dinamizando as economias regionais. Neste sentido, Veiga (2001) ressalta a
importância da presença da agricultura familiar no meio rural brasileiro como principal
responsável pela dinâmica e o desenvolvimento de uma região rural devido à
capacidade de diversificação da economia local.
As definições para agricultura familiar se modificam respeitando o período histórico e o
espaço onde esta inserida. No entanto podemos considerar que ela sempre esteve
presente no espaço agrário brasileiro, e que é de fundamental importância mesmo
sujeita a mudanças e instabilidades de políticas públicas. Contrariamente ao pensamento
de muitos:
[...] não devemos pensar que a pequena propriedade territorial esteja em vias de desaparecer na sociedade moderna, ou que possa ser inteiramente substituída pela grande propriedade. A grande propriedade, por mais que rechace os camponeses livres, sempre manterá uma parte deles à sua ilharga, uma parte que ressuscita como pequenos arrendatários (KAUTSKY, 1980, p. 178).
A agricultura familiar no Brasil tem se expandido na forma espacial através dos assentamentos
rurais espalhados por todas as regiões e em número cada vez mais crescente, como é o caso do
Estado de Mato Grosso.
Assentamentos rurais de Mato Grosso
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A criação de assentamentos rurais envolve a concepção de como deve ser gerada a
propriedade agrícola para os pequenos produtores rurais, projeto este que se relaciona
com os diversos atores envolvidos e está vinculado a vários conflitos na luta pela terra
ou pela permanência nela. Medeiros e Leite (1999) explicam que os assentamentos
rurais são entendidos:
[...] como a ocupação e uso de terras para fins agrícolas, agropecuários e agroextrativistas em que um grupo de trabalhadores sem terra ou com pouca terra obteve a posse, usufruto e/ou propriedade sob a forma de lotes individuais e, em alguns casos, de áreas de uso e propriedade comuns, sendo o patrimônio fundiário envolvido resultante de processo de aquisição, desapropriação ou arrecadação pelo poder público e associado, de maneira explícita, pelos trabalhadores e/ou pelos agentes públicos, a processos de Reforma Agrária (MEDEIROS e LEITE, 1999, p. 279).
Tendo como contexto a Reforma Agrária no Brasil, podemos aceitar que:
[...] o termo assentamento rural, no contexto da reforma agrária brasileira, diz respeito a um espaço preciso em que a população será instalada, por umo longo período. “É uma transformação num referido espaço físico, contendo assim, o aspecto de um território realmente habitado e trabalhado por um grupo cujo objetivo é a exploração deste espaço”. (BERGAMASCO et.al. 1997, p.11)
Num assentamento predomina o modo de produção familiar e a produção ocorre de
maneira diferente de outras propriedades porque neste espaço procura-se construir uma
comunidade que envolva as famílias, onde os indivíduos do grupo adquirem diversas
características, tais como: confiança e solidariedade entre vizinhos e troca de ideias
sobre experimentação de cultivos. Os assentados são induzidos a agirem assim pela
necessidade de ajuda mútua dentro do grupo social. Embora existam discursos políticos
no âmbito de possibilitar que os pequenos agricultores familiares adquiram
independência, quanto ao desempenho da atividade produtiva, na realidade poucas são
as ações do governo neste sentido. Os pequenos produtores, geralmente detentores de
pouco capital, logo se empobrecem, quando se deparam com as condições precárias
encontradas nos assentamentos. As péssimas condições impostas obrigam-os a “vender”
suas terras e pouco tem a fazer para minimizar a pobreza rural instalada na maioria dos
assentamentos do Brasil.
O Estado de Mato Grosso também segue as regras e características arroladas acima. A
história da propriedade de terras em Mato grosso sempre favoreceu a grande
propriedade que predomina desde as raízes da estrutura fundiária no Estado. (LAMERA
e FIGUEIREDO, 2009; SPAVOREK, 2003). Neste cenário que envolve grandes
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propriedades há uma pequena, porem notável agricultura familiar, em comunidades
tradicionais e assentamentos rurais. No Brasil e no Mato Grosso os assentamentos rurais
foram criados como uma alternativa para a diminuição dos conflitos de terra que se
intensificou no país entre os anos de 1980 a 1990 e como uma tentativa de amenizar a
falta de planejamento agrário.
O uso e a ocupação das terras nos assentamento rurais são condicionados pelas
características ambientais e socioeconômicas de cada propriedade e da região. As
condições geográficas de ordem natural e social, nos assentamentos precisam de maior
atenção na pesquisa geográfica especialmente as pesquisas integradas e do espaço
vivido. A geografia com seus conceitos clássicos de paisagem e lugar (STURZA, 2005)
e topofilia e topocidio (STURZA, 2005, 2008), podem contribuir para análise dos
assentamentos rurais.
O caso do Assentamento Fazenda Esperança no Município de Rondonópolis - MT
O Assentamento Fazenda Esperança (Figura 1) possui uma área de 1.585,5 ha,
localizado às margens da Rodovia MT-270, sentido Rondonópolis-Guiratinga, a 3 km
da entrada para o Distrito de Nova Galiléia e distante 30 km de Rondonópolis, na região
sul do Estado de Mato Grosso. Geograficamente, é uma área de topografia ondulada,
com relevo dissecado e impróprio para a agricultura anual e com inexistência de
córregos permanentes para abastecimento tanto de criações como o consumo humano.
Os solos são predominantemente do tipo argissolos e cambissolos associados. A
população é heterogênea, tanto na aptidão agrícola como na cultura, com 151 famílias
assentadas e filiadas a 05 (cinco) associações.
Figura 1 – Localização do Assentamento Fazenda Esperança, Rondonópolis, Mato Groso
Os assentamentos rurais enfrentam grandes dificuldades, mas também expectativas em
relação à reprodução social, a sustentabilidade ecológica, social e econômica. Entre os
principais problemas encontrados pelos produtores
para projetos, solos degradados com topografia inadequada
enorme burocracia para recebimento de credito rural, serviço
precárias e a total precariedade das vias de acesso.
assentamento Fazenda Esperança que também levantou
Localização do Assentamento Fazenda Esperança, Rondonópolis, Mato Groso
Os assentamentos rurais enfrentam grandes dificuldades, mas também expectativas em
relação à reprodução social, a sustentabilidade ecológica, social e econômica. Entre os
principais problemas encontrados pelos produtores rurais estão: a falta de financiame
gradados com topografia inadequada, falta de assistência técnica,
enorme burocracia para recebimento de credito rural, serviços de saúde e educação
e a total precariedade das vias de acesso. Esses problemas foram contat
assentamento Fazenda Esperança que também levantou a situação de empobrecimento
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Localização do Assentamento Fazenda Esperança, Rondonópolis, Mato Groso.
Os assentamentos rurais enfrentam grandes dificuldades, mas também expectativas em
relação à reprodução social, a sustentabilidade ecológica, social e econômica. Entre os
a falta de financiamento
, falta de assistência técnica,
s de saúde e educação
Esses problemas foram contatados no
a situação de empobrecimento
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de agricultores e agricultoras familiares, com sistemas produtivos ainda em
implantação, em ambientes degradados de Cerrado, aliado a falta de conhecimento dos
agroecossistemas e recursos do Bioma.
O Projeto no assentamento é uma intervenção de caráter educativo e transformador,
baseado em metodologias de investigação-ação participante, que permite o
desenvolvimento de uma prática social de construção e sistematização de conhecimento
que contribua para um modelo de desenvolvimento socialmente equitativo e
ambientalmente sustentável. (BRASIL/PNATER, 2009). Portanto, as atividades já
realizadas e em desenvolvimento, vinculam-se à chamada “extensão rural
agroecológica” que coaduna o processo educativo e a sistematização das experiências,
socializando o conhecimento e os saberes e fortalecendo as capacidades decisórias,
individual e coletiva (CAPORAL, 2004; CAPORAL e COSTABEBER, 2002).
O Projeto teve inicio a partir da demanda levantada em diálogos e reuniões
participativas de representantes das Associações e Professores do Ensino de Jovens e
Adultos (EJA), do Assentamento; Extensionistas da EMPAER/MT, Coordenadora e
Monitores do Curso de Artesanato em Fibra da Bananeira (Campus Universitário de
Rondonópolis/UFMT) e Professores dos Cursos de Geografia, Biologia e Engenharia
Agrícola e Ambiental do Campus Universitário de Rondonópolis/UFMT. Assim tem
principal objetivo contribuir para o desenvolvimento rural sustentável, conhecimento e
conservação dos recursos naturais, a partir de atividades multidisciplinares de extensão
tecnológica oferecida aos agricultores e agricultoras do assentamento.
Para a realização das atividades no assentamento tornou-se necessário aplicar o
Diagnostico Rápido Participativo (DRP), que é uma técnica baseada na coleta de
informações da percepção e conhecimento que os indivíduos e grupos têm do espaço em
que vivem. (VERDEJO, 2007). A análise dos questionários aplicados junto a 42
famílias mostrou um total de 98 pessoas com 2,3 pessoas por família, média etária de
41,7 anos (17,9% até 15 anos; 55,5% entre 15 e 59 anos e 26,6% acima de 60 anos). A
média etária pode ser considerada elevada para as atividades agropastoris, e uma alta
percentagem de idosos que moram no assentamento. . Quanto à posse do lote (Gráfico
1), 63,2% são primeiro proprietário, 5,2% segundo proprietário, 15,8%, terceiro
proprietário e 15,8% não responderam. Foi possível, perceber bem essa realidade de
vendas de terras no assentamento Fazenda Esperança, pelos dados levantados com a
pesquisa, que apontam como causas principais as dificuldades naturais (condições dos
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solos e escassez de água, principalmente), ausência de cultura e experiência agrícola e
problemas de saúde.
Gráfico 1- Relação de posse da terra no Assentamento Fazenda Esperança de janeiro de 2010 a dezembro de 2011, Rondonópolis-MT.
Fonte: Dados do DRP (2011).
Pode-se observar que 21% são segundo e terceiro proprietários. Esta é uma regra no
meio rural brasileiro, pois os pequenos agricultores assentados possuem pouca ou
nenhuma infraestrutura para suprir as necessidades básicas como água e energia. Os
solos já degradados não atendem as expectativas de produção e a pequena produção não
tem acesso a assistência técnica e extensão rural.
Outros dados relevantes apontados no DRP referem-se aos principais problemas vividos
pelos assentados (Gráfico 2), que segundo os mesmos interferem na permanência no
assentamento, pois são necessidades básicas do cotidiano de uma sociedade. A principal
dificuldade apontada foi a escassez de água, em segundo lugar a falta de união entre os
assentados, que os impende de fortalecer o espírito comunitário e o associativismo.
Outro fator abordado foi a precariedade das vias de acesso que dificulta o transporte na
região, muitas reclamações surgiram em relação ao ônibus escolar, que em épocas
chuvosas não circula em todo o assentamento, o transporte de produtos para
comercializar nas cidades também é prejudicado.
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Gráfico 2- Principais problemas do Assentamento Fazenda Esperança de janeiro de 2010 a dezembro de 2011, Rondonópolis-MT.
Fonte: Dados do DRP (2011).
Também foi perguntado aos assentados, os principais desejos referentes ao
assentamento (Gráfico 2), o desejo principal seria ter acesso a agua de qualidade, para
beber e cultivar seus produtos, em segundo conseguir quitar as dividas relacionadas as
terras, logo em seguida a o anseio por assitencia tecnica no assentamento, e por ultimo
os moradores querem que exista maior união entre os assentados, para assim
conseguirem se fortalecer enqunto grupo ou cooperativa e tentar deste modo melhorar a
realidade atual do assentamento.
Gráfico 3 – Principais desejos dos moradores do Assentamento Fazenda Esperança de janeiro de 2010 a dezembro de 2011, Rondonópolis-MT.
Fonte: Dados do DRP (2011).
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Além das informações relacionadas e analisadas acima, também ponderamos alguns
aspectos com relação às estratégias de reprodução social, aplicadas ao Estado de Mato
Grosso e ao Assentamento em estudo.
Estratégias de reprodução social dos agricultores familiares no Assentamento Fazenda Esperança, Rondonópolis-MT. As atuais condições impostas pelo meio natural e socioeconômico, apresentadas pelo
modelo agrário presente nos assentamentos rurais de Mato Grosso e no Assentamento
Fazenda Esperança, limitam as estratégias de reprodução social nestes espaços. Os
sistemas sociais são os responsáveis pelas mudanças internas e nas bases materiais
disponíveis para que ocorra a reprodução social a curto e longo prazo, envolvendo
aspectos materiais e reprodução simbólico-culturais (BAREL, 1973; RAYNAUT,
1994). Segundo Loyola (2002) os agricultores mobilizam, enfrentam ou modificam as
condições materiais e imateriais disponíveis para criar uma situação de vida própria,
característica de um dado momento, influenciando, consequentemente, para a
configuração de novas realidades ou de novas situações agrárias. Mas como não existe
uma homogeneidade nas táticas utilizadas pelos produtores, cada família percorre esse
processo para garantir sua reprodução social, enquanto o pequeno produtor rural
respeita e adaptam-se as condições naturais e sociais do seu meio.
No início os assentados tendem a trabalhar com atividade agrícola, em seguida ocorre o
empobrecimento do solo e se opta pelas pastagens que são usadas para pecuária de leite.
Em alguns casos a vegetação original já foi substituída por lavouras temporárias,
inclusive com uso de máquinas e insumos químicos. Em geral, a ocupação do solo é
influenciada por um precário sistema de produção que predomina no município onde se
encontra o assentamento.
Os estudos realizados no Assentamento Fazenda Esperança até o momento permitiu a
percepção de que os agricultores precisaram adequar-se a realidade a eles imposta. Eles
são forçados a desenvolver uma exploração agrícola mais ecológica, visto que os
recursos naturais do assentamento (solo e água, principalmente) já eram escassos pela
utilização inadequada da antiga fazenda ou mesmo dos primeiros donos dos lotes. O
local sediava uma fazenda baseada na pecuária intensiva, com grande uso de insumos
agrícolas, o que prejudicou o solo da região, deixando-o menos produtivo ao longo dos
anos. Outro fato negativo foi a retirada da vegetação de cerrado e floresta para
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implantação dos pastos que hoje está mais ou menos preservada em de 300 hectares,
num local das últimas nascentes preservadas e já degradado pela existência de
voçorocas.
A produtividade nos assentamentos ira depender muito da produção, organização e
comercialização enquanto a produção depende diretamente dos recursos naturais,
financeiros e humanos. Quanto à organização, o assentamento deve estar estruturado de
forma a garantir a boa produtividade através da cooperação e modelos específicos para
melhor produção em sua região. Neste caso, as formas de economia solidária
representam uma das melhores alternativas para produção e mercado dos produtos.
Atualmente a economia do assentamento baseia-se na criação do gado leiteiro (Gráfico
4) cuja atividade é a mais acessível e de rápido retorno financeiro para os produtores,
não exigindo grande mão de obra e garante uma renda rápida em relação a outras
atividades.
Gráfico 4- Principais produtos comercializados do Assentamento Fazenda Esperança no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2011, Rondonópolis-MT.
Fonte: Dados do DRP (2011).
A criação de aves também esta presente em praticamente todas as propriedades
estudadas, e aparece como outra alternativa para aumentar a renda da família, mas
segundo os agricultores esta atividade não é tão rentável quanto à primeira. Em terceiro
plano desponta a produção de hortaliças, que pode ser considerada uma cultura comum
do camponês. Atualmente as propriedades que desenvolvem a horticultura somam 29%
do total, enquanto 71% não apresenta esse tipo de cultivo, sendo apontada a falta de
água como principal entrave para esta atividade. As poucas propriedades que cultivam
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as hortaliças também indicaram a falta de transporte para comercialização dos produtos
na cidade.
A reprodução social dos assentados enquanto agricultor familiar depende de inúmeras
externalidades presentes na realidade vivenciada por eles. As atuais condições de estagnação
econômica criam uma situação de poucas escolhas para se “reproduzir” social e
economicamente.
Conclusão
O estudo comprovou mais uma vez que a agricultura Familiar é caracterizada pela relação
entre família e o trabalho realizado pela mesma na terra. Entretanto as formas de
agricultura familiar são diversas demonstrando a heterogeneidade que, em grande parte,
é resultado do longo processo histórico a que esteve sujeita e aos diversos programas de
Reforma Agrária do país.
No caso do Assentamento Fazenda Esperança as atividades econômicas ainda estão em
implantação e regida por um fraco sistema produtivo que tem no leite, a base para a
renda familiar. A preocupação fundamental hoje é dinamizar a produção de alimentos
diversificados, ampliação da renda (artesanato, turismo rural e outros) e se integrar ao
mercado local. Neste contexto apesar das limitações impostas pelo meio natural e
socioeconômico, os assentados reinventam formas de se reproduzirem socialmente,
melhorando a renda e qualidade de vida. Porem ao tentar ampliar a renda, a agricultura
familiar esta sujeita a perder seus valores, enquanto seguimento social que possui uma
cultura própria e diferenciada, perdendo sua soberania. Pois essa ideologia da
modernidade, que nasce com o advento da globalização, artifício criado pelo atual
modelo de capitalismo, promove um censo comum baseado no progresso técnico
cientifico, na eficiência produtiva, na modernização, todos com um único intuito, o
crescimento econômico, criando um processo de desenvolvimentismo e consumismo
levando a aculturação dos povos.
Em síntese, ainda encontramos em construção uma base econômica para o
Assentamento, que possa estar baseada em uma nova ética e em novas relações de
trabalho e de gestão de produção, focada na agricultura sustentável, sendo guiado por
princípios agroecológicos capazes de manter a sustentabilidade ambiental, social e
econômica dos assentados.
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Notas 1 Bolsista VIC. Aluna de Geografia/ICHS/UFMT. 2 Bolsista de Extensão. Aluno de Engenharia Agrícola e Ambiental/ICAT/UFMT. 3 Bolsista Voluntário. Aluno de Engenharia Agrícola e Ambiental/ICAT/UFMT. 4 Orientador e Professor do Departamento de Geografia/ICHS/UFMT. Bolsista de Produtividade DT-2 do CNPq. Líder do Grupo de Pesquisa Estudo da Paisagem e Agricultura Familiar – GEPAF/UFMT. 5 Projeto de Pesquisa-extensão realizado pelo Campus Universitário de Rondonópolis/UFMT e Empresa Matogrossense de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural – EMPAER/MT. Financiado pelo CNPq (Processo n°. 558607/2009-8).
Referencias Bibliográficas
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