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CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE AUDITORIA INDEPENDENTE AUDITORIA INTERNA PERÍCIA CONTÁBIL Porto Alegre Atualizado até abril de 2011

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CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE

DO RIO GRANDE DO SUL

NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

AUDITORIA INDEPENDENTE

AUDITORIA INTERNA PERCIA CONTBIL

Porto Alegre

Atualizado at abril de 2011

EDITOR: CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL Rua Baronesa do Gravata, 471 90160-070 Porto Alegre-RS Fone/fax (51) 3254-9400 E-mail: [email protected] Internet: http://www.crcrs.org.br COORDENADOR GERAL: Contador ZULMIR BREDA Presidente do CRCRS Coordenao da edio: Mrcia Bohrer Ibaez edio revista e atualizada at 18 de abril de 2011

PREFCIO

Colega: O Programa de Fiscalizao Preventiva Educao Continua-

da do CRCRS tem o objetivo fiscalizar por meio da atualizao dos profissionais da Contabilidade do Rio Grande do Sul.

Esta ao tambm alcanada mediante a edio de livros,

com abordagens tanto tcnicas quanto da legislao profissional con-tbil e das normas vigentes.

Assim, afinados com essa diretiva, estamos, pois, mais uma

vez pondo disposio da Classe Contbil esta publicao, que con-tm as Normas Brasileiras de Contabilidade relacionadas auditoria independente, auditoria interna e percia contbil, atualizadas at abril de 2011.

Porto Alegre, 18 de abril de 2011.

Contador ZULMIR BREDA Presidente do CRCRS

5

SUMRIO

AUDITORIA INDEPENDENTE ................................... 13 Resoluo CFC n 1.019, de 18-02-05. Dispe sobre o Cadastro

Nacional de Auditores Independentes (CNAI) do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), e d outras providncias ....... 15

Normas Brasileiras de Contabilidade Tcnicas de Auditoria Independente de Informao Contbil Histrica NBC TA ..... 19 Resoluo CFC n 1.279, de 08-04-10. Altera a data de aplicao

das NBC TAs, aprovadas pelas Resolues CFC n.os 1.201-09 a 1.238-09, e das NBC TRs, aprovadas pelas Resolues CFC n.os 1.274-10 e 1.275-10 .............................................................. 21

Resolulo CFC n 1.325, de 18-02-11. Altera a data de aplicao das NBC PA, NBCs TA e NBCs TR, aprovadas pelas Resolu-es CFC n.os 1.201-09 a 1.238-09; 1.274-10 e 1.275-10 e, no que for pertinente, os CTs aprovados pelas Resolues CFC n.os 1.320-11 a 1.322-11, para os trabalhos de auditoria das demonstraes contbeis de pequenas e mdias empresas no reguladas ......................................................................................... 23

Resoluo CFC n 1.329, de 18-03-11. Altera a sigla e a numera-o de normas, interpretaes e comunicados tcnicos .............. 26

Resoluo CFC n 1.202, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 01 Estrutura Conceitual para Trabalhos de Assegurao ............... 29

Resoluo CFC n 1.203, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 200 Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Conduo da Auditoria em Conformidade com as Normas de Auditoria ......... 58

Resoluo CFC n 1.204, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 210 Concordncia com os Termos do Trabalho da Auditoria ........... 96

Resoluo CFC n 1.205, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 220 Controle de Qualidade da Auditoria de Demonstraes Con-tbeis ......................................................................................... 124

Resoluo CFC n 1.206, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 230 Documentao de Auditoria ...................................................... 146

Resoluo CFC n 1.207, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 240 Responsabilidade do Auditor em relao Fraude, no Con-texto da Auditoria das Demonstraes Contbeis .................... 162

6

Resoluo CFC n 1.208, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 250 Considerao de Leis e Regulamentos na Auditoria de De-monstraes Contbeis .............................................................. 219

Resoluo CFC n 1.209, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 260 Comunicao com os Responsveis pela Governana .............. 238

Resoluo CFC n 1.210, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 265 Comunicao de Deficincia de Controle Interno .................... 267

Resoluo CFC n 1.211, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 300 Planejamento de Auditoria de Demonstraes Contbeis ........ 283

Resoluo CFC n 1.212, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 315 Identificao e Avaliao dos Riscos de Distoro Relevante por meio do Entendimento da Entidade e do seu Ambiente ...... 298

Resoluo CFC n 1.213, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 320 Materialidade no Planejamento e na Execuo da Auditoria .. 360

Resoluo CFC n 1.214, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 330 Resposta do Auditor aos Riscos Avaliados ............................... 372

Resoluo CFC n 1.215, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 402 Consideraes de Auditoria para a Entidade que Utiliza Or-ganizao Prestadora de Servios ............................................ 402

Resoluo CFC n 1.216, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 450 Avaliao das Distores Identificadas Durante a Auditoria ... 432

Resoluo CFC n 1.217, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 500 Evidncia de Auditoria .............................................................. 446

Resoluo CFC n 1.218, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 501 Evidncia de Auditoria Consideraes Especficas para Itens Selecionados ..................................................................... 469

Resoluo CFC n 1.219, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 505 Confirmaes Externas ............................................................. 483

Resoluo CFC n 1.220, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 510 Trabalhos Iniciais Saldos Iniciais .......................................... 498

Resoluo CFC n 1.221, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 520 Procedimentos Analticos .......................................................... 514

Resoluo CFC n 1.222, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 530 Amostragem em Auditoria ......................................................... 525

Resoluo CFC n 1.223, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 540 Auditoria de Estimativas Contbeis, Inclusive do Valor Justo e Divulgaes Relacionadas ..................................................... 545

Resoluo CFC n 1.224, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 550 Partes Relacionadas .................................................................. 600

7

Resoluo CFC n 1.225, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 560 Eventos Subsequentes ................................................................ 634

Resoluo CFC n 1.226, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 570 Continuidade Operacional ........................................................ 649

Resoluo CFC n 1.227, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 580 Representaes Formais ........................................................... 669

Resoluo CFC n 1.228, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 600 Consideraes Especiais Auditorias de Demonstraes Contbeis de Grupos, incluindo o Trabalho dos Auditores dos Componentes ............................................................................. 689

Resoluo CFC n 1.229, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 610 Utilizao do Trabalho de Auditoria Interna ............................ 751

Resoluo CFC n 1.230, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 620 Utilizao do Trabalho de Especialistas ................................... 761

Resoluo CFC n 1.231, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 700 Formao de Opinio e Emisso do Relatrio do Auditor In-dependente sobre as Demonstraes Contbeis ....................... 785

Resoluo CFC n 1.232, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 705 Modificaes na Opinio do Auditor Independente .................. 823

Resoluo CFC n 1.233, de 27-12-09. Aprova a NBC TA 706 Pargrafos de nfase e Pargrafos de Outros Assuntos no Relatrio do Auditor Independente ........................................... 856

Resoluo CFC n 1.234, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 710 Informaes Comparativas Valores Correspondentes e De-monstraes Contbeis Comparativas ...................................... 871

Resoluo CFC n 1.235, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 720 Responsabilidade do Auditor em Relao a Outras Informa-es Includas em Documentos que Contenham Demonstra-es Contbeis Auditadas ......................................................... 896

Resoluo CFC n 1.236, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 800 Consideraes Especiais Auditorias de Demonstraes Contbeis Elaboradas de Acordo com Estruturas de Contabi-lidade para Propsitos Especiais .............................................. 905

Resoluo CFC n 1.237, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 805 Consideraes Especiais Auditoria de Quadros Isolados das Demonstraes Contbeis e de Elementos, Contas ou Itens Especficos das Demonstraes Contbeis ............................... 925

Resoluo CFC n 1.238, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 810 Trabalhos para a Emisso de Relatrio sobre Demonstraes Contbeis Condensadas ............................................................ 950

8

Normas Brasileiras de Contabilidade Tcnicas de Reviso de

Informao Contbil Histrica NBC TR ........................... 981 Resoluo CFC n 1.275, de 22-01-10. Aprova a NBC TR 2400

Trabalhos de Reviso de Demonstraes Contbeis ................ 983 Resoluo CFC n 1.274, de 22-01-10. Aprova a NBC TR 2410

Reviso de Informaes Intermedirias Executada pelo Audi-tor da Entidade ........................................................................ 1010

Normas Brasileiras de Contabilidade Tcnicas de Assegura-

o de Informao No Histrica NBC TO ..................... 1059 Resoluo CFC n 1.160, de 13-02-09. Aprova a NBC TO 3000

Trabalho de Assegurao Diferente de Auditoria e Reviso .. 1061 Normas Brasileiras de Contabilidade Tcnicas de Servio

Correlato NBC TSC ........................................................... 1093 Resoluo CFC n 1.277, de 26-02-10. Aprova a NBC TSC 4400

Trabalhos de Procedimentos Previamente Acordados sobre Informao Contbil ............................................................... 1095

Normas Brasileiras de Contabilidade de Auditoria Indepen-

dente Profissionais ................................................................. 1109 Resoluo CFC n 821, de 17-12-97. Aprova a NBC P 1 Nor-

mas Profissionais de Auditor Independente, com alteraes e d outras providncias ............................................................ 1111

Resoluo CFC n 1.100, de 24-08-07. Aprova a NBC P 1.6 Sigilo ........................................................................................ 1117

Resoluo CFC n 1.023, de 15-04-05. Aprova a NBC P 1.8 Utilizao de Trabalhos de Especialistas ............................... 1121

Resoluo CFC n 851, de 13-08-99. Aprova a NBC P 1 IT 01 Regulamentao do item 1.9 da NBC P 1 Normas Profis-sionais de Auditor Independente ............................................. 1128

Resoluo CFC n 976, de 22-08-03. Aprova a NBC P 1 IT 03 Regulamentao do item 1.4 Honorrios da NBC P 1 Normas Profissionais do Auditor Independente ...................... 1131

9

Resoluo CFC n 1.146, de 12-12-08. Aprova a nova redao da NBC P 4 Educao Profissional Continuada ...................... 1137

Resoluo CFC n 1.109, de 29-11-07. Dispe sobre NBC P 5 Norma sobre Exame de Qualificao Tcnica para Registro no Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI) do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) ............................ 1154

Resoluo CFC n 1.201, de 27-11-09, Aprova a NBC PA 01

Controle de Qualidade para Firmas (Pessoas Jurdicas e F-sicas) de Auditores Independentes .......................................... 1163

Resoluo CFC n 1.323, de 21-01-11. Aprova a NBC PA 11 Reviso Externa de Qualidade pelos Pares ............................ 1206

Resoluo CFC n 1.311, de 09-12-10. Aprova a NBC PA 290 Trabalhos de Auditoria e Reviso ........................................... 1221 Resoluo CFC n 1.312, de 09-12-10. Aprova a NBC PA 291

Independncia Outros Trabalhos de Assegurao ............... 1302 Comunicados Tcnicos de Auditoria Independente ................ 1349 Resoluo CFC n 1.155, de 23-01-09. Aprova o Comunicado

Tcnico CTA 01 que trata da emisso de Parecer de Auditores Independentes face edio da NBC T 19.18 ......................... 1351

Resoluo CFC n 1.320, de 21-01-11. Aprova o CTA 02 Emis-so do Relatrio do Auditor Independente sobre Demonstra-es Contbeis Individuais e Consolidadas referentes aos e-xerccios findos em, ou a partir de, 31 de dezembro de 2010 . 1366

Resoluo CFC n 1.321, de 21-01-11. Aprova o CTA 03 Emis-so do Relatrio do Auditor Independente sobre Demonstra-es Contbeis Individuais e Consolidadas de Instituies Fi-nanceiras e Demais Instituies Autorizadas a Funcionar pelo Banco Central do Brasil (BCB) de exerccios findos em, ou a partir de, 31 de dezembro de 2010 .......................................... 1391

Resoluo CFC n 1.322, de 21-01-11. Aprova o CTA 04 Emis-so do Relatrio do Auditor Independente sobre Demonstra-es Contbeis Individuais e Consolidadas de Entidades Su-pervisionadas pela Superintendncia de Seguros Privados (SUSEP) referentes aos exerccios findos em, ou a partir de, 31 de dezembro de 2010 .......................................................... 1417

Resoluo CFC n 1.331, de 18-03-11. Aprova o CTA 05 Emis-so do Relatrio do Auditor Independente sobre Demonstra-

10

es Contbeis de Fundos de Investimento referentes aos e-xerccios ou perodos findos em, ou a partir de, 31 de dezem-bro de 2010 .............................................................................. 1439

Resoluo CFC n 1.332, de 18-03-11. Aprova o CTA 06 Emis-so do Relatrio do Auditor Independente sobre Demonstra-es Contbeis do exerccio social iniciado a partir de 1 de janeiro de 2010 de companhias abertas que estejam apresen-tando, conforme facultado pela Deliberao CVM n 656-11, nessas demonstraes contbeis anuais, nota explicativa evi-denciando, para cada trimestre de 2010 e de 2009, os efeitos no resultado e no patrimnio lquido decorrentes da plena adoo das normas contbeis de 2010 .................................... 1446

Resoluo CFC n 1.333, de 18-03-11. Aprova o CTA 07 Emis-so do Relatrio do Auditor Independente sobre Demonstra-es Contbeis Individuais e Consolidadas de Entidades su-pervisionadas pela ANS referentes ao exerccio findo em 31 de dezembro de 2010 ............................................................... 1450

Resoluo CFC n 1.334, de 18-03-11. Aprova o CTA 08 Emis-so do Relatrio do Auditor Independente sobre Demonstra-es Contbeis das Entidades Fechadas de Previdncia Com-plementar (EFPC) referentes ao exerccio findo em 31 de de-zembro de 2010 ....................................................................... 1458

Resoluo CFC n 1.335, de 18-03-11. Aprova o CTA 09 Emis-so do Relatrio do Auditor Independente sobre Demonstra-es Contbeis do exerccio social encerrado em, ou a partir de, 31 de dezembro de 2010 de entidades de incorporao imobiliria ............................................................................... 1483

Resoluo CFC n 1.336, de 18-03-11. Aprova o CTA 10 Emis-so do Relatrio (Parecer) do Auditor Independente sobre Demonstraes Contbeis de Pequenas e Mdias Empresas referentes ao exerccio findo em 31 de dezembro de 2010 ...... 1493

Resoluo CFC n 1.338, de 15-04-11. Aprova o CTA 11 Emis-so de Relatrios de Reviso das Informaes Trimestrais do ano de 2010 a serem reapresentadas, considerando as normas contbeis vigentes em 2010 ..................................................... 1517

11

AUDITORIA INTERNA ............................................... 1519 Normas Brasileiras de Contabilidade Tcnica de Auditoria

Interna NBC TI .................................................................. 1521 Resoluo CFC n 986, de 21-11-03. Aprova a NBC TI 01 Da

Auditoria Interna ..................................................................... 1523 Normas Brasileiras de Contabilidade Profissionais do Audi-

tor Interno NBC PI ............................................................. 1533 Resoluo CFC n 781, de 24-03-95. Aprova a NBC PI 01

Normas Profissionais do Auditor Interno ............................... 1535 PERCIA CONTBIL .................................................... 1539 Normas Brasileiras de Contabilidade Tcnica de Percia

NBC TP .................................................................................. 1541 Resoluo CFC n 1.243, de 10-12-09. Aprova a NBC TP 01

Percia Contbil ...................................................................... 1543 Normas Brasileiras de Contabilidade Profissional do Perito

NBC PP ................................................................................... 1567

Resoluo CFC n 1.244, de 10-12-09. Aprova a NBC PP 01 Perito Contbil ........................................................................... 1569

AUDITORIA INDEPENDENTE Cadastro Nacional de Auditores Independen-

tes do CFC NBC TA NBC TR NBC TO NBC TSC Normas Profissionais NBC PA Comunicados Tcnicos

15

Resoluo CFC n 1.019(1)

de 18 de fevereiro de 2005

Dispe sobre o Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI) do Conse- lho Federal de Contabilidade (CFC), e d outras providncias.

O Conselho Federal de Contabilidade, no exerccio de suas atri-

buies legais e regimentais,

Considerando que a NBC P5, aprovada pela Resoluo CFC n 1.018-05, previu a organizao do Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI) do Conselho Federal de Contabilidade (CFC);

Considerando que o Exame de Qualificao Tcnica para registro no Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI) do Conselho Federal de Contabilidade um dos requisitos para a inscrio do Conta-dor no citado cadastro de auditores independentes;

Considerando a importncia de se estimular o estudo das Normas Brasileiras de Contabilidade inerentes rea de Auditoria;

Considerando a necessidade de se conhecer o mbito de atuao dos profissionais que militam no campo da Auditoria Independente;

Considerando o interesse de se ampliar a exigncia do cumpri-mento do Programa de Educao Continuada para todos os que atuam no campo da Auditoria Independente;

Considerando que o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) detm a competncia para instituir e legislar os documentos pertinen-tes ao Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI),

RESOLVE:

16

Art. 1 O Contador regularmente registrado no Conselho Regio-nal de Contabilidade (CRC), independente do tempo de inscrio, tendo sido aprovado no Exame de Qualificao Tcnica, ter direito ao registro no Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI) do Conselho Federal de Contabilidade (CFC).

Art. 2 Comporo o Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI) os Contadores com registro regular na Comisso de Valores Mobilirios (CVM), at 10 de dezembro de 2003, na condio de Res-ponsveis Tcnicos de empresa de auditoria ou como pessoa fsica, inde-pendente de se submeterem ao Exame de Qualificao Tcnica.

Art. 3 O Contador aprovado no Exame de Qualificao Tcnica se-r inscrito de forma automtica no Cadastro Nacional dos Auditores In-dependentes (CNAI) do Conselho Federal de Contabilidade (CFC).(2)

1 O Conselho Federal de Contabilidade disponibilizar em sua pgina na internet a certido de registro no CNAI, a partir da data de publicao do resultado no Dirio Oficial da Unio.(2)

2 Para manuteno de seu cadastro, o profissional dever com-provar sua participao no Programa de Educao Continuada, nos termos estabelecidos em resolues do CFC.(2)

Art. 4 Sero excludos, de ofcio, do CNAI os profissionais que: a) no comprovarem a participao no Programa de Educao Con-

tinuada nos termos das resolues do CFC que tratam dessa matria. b) forem suspensos do exerccio profissional; c) tiverem os seus registros baixados pelos Conselhos Regionais

de Contabilidade (CRCs); e d) forem excludos dos registros dos rgos regulamentadores, no

status correspondente ao referido rgo.

Art. 5 O reingresso do profissional no CNAI, sanadas as condi-es que determinaram a excluso, conforme art. 4, depender:

a) da obteno de novo certificado de aprovao do Exame de Qualificao Tcnica;

b) do pedido de nova inscrio; e c) do pagamento dos emolumentos. Art. 6 O profissional inscrito no CNAI dever manter os seus

dados cadastrais atualizados, acessando o site do CFC.

17

Art. 7 O Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI), cuja inscrio ser concedida pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), conter, no mnimo, as seguintes informaes:

a) nome do Auditor por extenso; b) nmero de registro no CNAI; c) nmero do registro no Conselho Regional de Contabilidade; d) nacionalidade e naturalidade; e) data de nascimento; f) nmero de registro no CPF/MF; g) nmero do RG/RNE; h) ttulo e data da diplomao e nome da instituio de ensino

expedidora do diploma; i) especializaes e ttulos; j) empresa(s) a(s) qual(is) se acha vinculado e o tipo de vnculo,

se for o caso; e k) dados sobre a comprovao do cumprimento do Programa de

Educao Continuada.

Art. 8 O CNAI ser mantido e monitorado pelo Conselho Fede-ral de Contabilidade (CFC), a quem caber administrar e esclarecer toda a matria inerente ao mesmo.

Art. 9 As Certides de Registro sero emitidas pelos Conselhos Regionais de Contabilidade (CRCs), quando requeridas pelos cadas-trados ou obtidas por meio eletrnico no site do CFC.

Art. 10. Ao presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) caber resolver os casos omissos e as dvidas resultantes da aplicao da presente Resoluo, dando cincia ao Plenrio de suas decises.

Art. 11. Esta Resoluo entra em vigor na data de sua publicao.

Braslia, 18 de fevereiro de 2005.

Jos Martonio Alves Coelho Presidente

(1) Publicada no DOU, de 28-02-2005. (2) Redao dada pela Resoluo CFC n 1.147-08, publicada no DOU de 16-12-2008.

18

Normas Brasileiras de Contabilidade Tcnica de Auditoria Independente de Informao Contbil

Histrica NBC TA

21

RESOLUO CFC n 1.279(1)

de 08 de abril de 2010

Altera a data de aplicao das NBC TAs, aprovadas pelas Resolues CFC n.os 1.201-09 a 1.238-09, e das NBC TRs, aprovadas pelas Resolues CFC n.os 1.274-10 e 1.275-10.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exerc-cio de suas atribuies legais e regimentais,

CONSIDERANDO o processo de convergncia das Normas Bra-

sileiras de Contabilidade aos padres internacionais; CONSIDERANDO que o Conselho Federal de Contabilidade

membro associado da Federao Internacional de Contadores (IFAC); CONSIDERANDO que a Federao Internacional de Contadores

(IFAC), de forma consistente com o entendimento expressado pelo Comit Internacional de Normas de Auditoria e Assegurao (Interna-tional Auditing and Assurance Standards Board (IAASB), para efeito de transio no primeiro ano de implementao, esclareceu, posteri-ormente, por meio de comunicado especfico, que a data de vigncia das Normas Internacionais de Auditoria (International Standards on Auditing (ISAs) editadas e previstas no Projeto Clarity pode ser en-tendida como no incluindo auditorias de demonstraes contbeis para perodos inferiores a 12 (doze) meses, contados a partir da data de incio da vigncia das referidas normas;

CONSIDERANDO que a prorrogao da data de aplicao suge-

rida pela IFAC teve como inteno fornecer um perodo de tempo necessrio para a realizao de atividades, como, por exemplo, desen-volvimento e/ou atualizao dos programas de treinamento; mudanas ou atualizaes na metodologia aplicada na execuo dos trabalhos de

22

auditoria, previstas nos manuais e ferramentas utilizadas; assim como a atualizao dos programas e dos procedimentos de auditoria;

CONSIDERANDO que no Brasil as Normas Brasileiras de Conta-

bilidade Tcnica de Auditoria Independente de Informao Contbil esto sendo implementadas conjuntamente com as Normas Brasileiras de Contabilidade Tcnica de Reviso de Informao Contbil Histrica,

RESOLVE, ad referendum: Art. 1 A aplicao das NBC TAs, aprovadas pelas Resolues

CFC n.os 1.201-09 a 1.238-09, no ser exigvel para as auditorias de demonstraes contbeis para perodos, completos ou intermedirios, que se findam antes de 30 de dezembro de 2010, aplicando-se, neste caso, as normas anteriormente vigentes.

Art. 2 Os relatrios de auditoria a serem emitidos sobre demons-

traes contbeis para perodos, completos ou intermedirios, que se findam antes de 30 de dezembro de 2010, devem seguir os modelos da NBC T 11, aprovada pela Resoluo CFC n. 820-97.

Art. 3 As NBC TRs 2400 e 2410, aprovadas, respectivamente, pe-

las Resolues CFC n.os 1.275-10 e 1.274-10, passam a vigorar a partir de 31 de dezembro de 2010. A reviso das Informaes Trimestrais (ITRs), requerida pela Comisso de Valores Mobilirios; das Informa-es Financeiras Trimestrais (IFTs), requerida pelo Banco Central do Brasil para os trimestres que se findam em 31 de maro, 30 de junho e 30 de setembro de 2010, ou em outra data at 30 de dezembro de 2010, e de qualquer relatrio de reviso sobre demonstraes contbeis inter-medirias emitido at 30 de dezembro de 2010, deve ser procedida de acordo com as normas vigentes antes da sua aprovao.

Art. 4 Esta Resoluo entra em vigor na data de sua publicao. Braslia, 8 de abril de 2010. Juarez Domingues Carneiro Presidente

(1) Publicada no DOU, de 09-04-2010.

23

RESOLUO CFC n 1.325(1)

de 18 de fevereiro de 2011 Altera a data de aplicao das NBC PA,

NBCs TA e NBCs TR, aprovadas pelas Reso-lues CFC n.os 1.201-09 a 1.238-09; 1.274-10 e 1.275-10 e, no que for pertinente, os CTs aprovados pelas Resolues CFC n.os 1.320-11 a 1.322-11, para os trabalhos de auditoria das demonstraes contbeis de pequenas e mdias empresas no reguladas.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exerc-cio de suas atribuies legais e regimentais, e com fundamento no disposto na alnea f do art. 6 do Decreto-Lei n. 9.295-46, alterado pela Lei n. 12.249-10,

CONSIDERANDO que o Conselho Federal de Contabilidade

editou por meio das Resolues CFC n.os 1.201-09 a 1.238-09, datadas de 27 de novembro de 2009, a Norma Brasileira de Contabilidade Profissional do Auditor Independente NBC PA e as Normas Brasi-leiras de Contabilidade Tcnicas de Auditoria Independente de Infor-mao Contbil Histrica NBCs TA, no processo de convergncia das Normas Brasileiras s Normas Internacionais de Auditoria (Inter-national Standard on Auditing - ISAs) editadas pela Federao Inter-nacional de Contadores (IFAC);

CONSIDERANDO que a adoo em sua plenitude da NBC PA e

das NBCs TA, requer por parte dos auditores independentes um per-odo de tempo adequado para a realizao de atividades de mudanas, atualizao, adoo e/ou adaptao do processo de documentao dos trabalhos efetuados, reviso e/ou elaborao de novos manuais de procedimentos de auditoria e, principalmente, treinamento e aperfei-oamento de todo o corpo tcnico para habilit-lo a cumprir de forma

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plena as Normas Brasileiras, especialmente para as firmas de auditoria de pequeno e mdio portes;

CONSIDERANDO as dificuldades identificadas de implantao

e adaptao s alteraes introduzidas pelas novas normas de auditoria editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade, nos prazos requeri-dos pelas Resolues n.os 1.201-09 a 1.238-09,

RESOLVE: Art. 1 Fica prorrogada a aplicao das NBCs PA e TA, aprova-

das pelas Resolues CFC n.os 1.201-09 a 1.238-09, das NBCs TR, aprovadas pelas Resolues CFC n.os 1.274-10 e 1.275-10 e, no que for pertinente, dos CTs aprovados pelas Resolues CFC n.os 1.320-11 a 1.322-11, para as auditorias de demonstraes contbeis das peque-nas e mdias empresas no reguladas, ainda que tenham requerimento de prestao pblica de contas.

1 Incluem-se na prorrogao as pequenas e mdias empresas

que no tenham seus instrumentos de dvida ou patrimoniais negocia-dos em mercado de aes; que no sejam instituies financeiras, con-forme definido pelo Banco Central do Brasil, que no estejam sujeitas a regulao, ou em processo de registro, da Comisso de Valores Mo-bilirios (CVM) e da Superintendncia de Seguros Privados (SUSEP).

2 Esta prorrogao pode ser adotada no exame das demonstra-

es contbeis para os perodos, completos ou intermedirios, que se encerrarem at 31 de dezembro de 2011, inclusive, restaurando-se para esse perodo de prorrogao as normas anteriormente revogadas pelo art. 4 da Resoluo CFC n. 1.203-09, de 27 de novembro de 2009.

3 facultada e incentivada a aplicao das normas a que se re-

fere o caput deste artigo para as auditorias de demonstraes contbeis das entidades compreendidas na definio do caput para perodo ou exerccio iniciado a partir de 1 de janeiro de 2010.

Art. 2 Os pareceres de auditoria a serem emitidos sobre demons-

traes contbeis das pequenas e mdias empresas e de outras entida-des, cuja execuo dos trabalhos tenha observado o disposto no caput

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do art. 1, devem seguir o modelo da NBC T 11, aprovada pela Reso-luo CFC n. 820-97. Nesses casos, as normas aplicveis devem ser identificadas nos pareceres de auditoria como normas de auditoria aprovadas no Brasil pela Resoluo CFC n. 820-97.

Art. 3 Esta Resoluo entra em vigor na data de sua publicao,

retroagindo os seus efeitos a 31 de dezembro de 2010. Braslia, 18 de fevereiro de 2011. Juarez Domingues Carneiro Presidente

(1) Publicada no DOU, de 1-03-2011.

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RESOLUO CFC n 1.329(1)

de 18 de maro de 2011

Altera a sigla e a numerao de normas, interpretaes e comunicados tcnicos.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exerc-

cio de suas atribuies legais e regimentais, e com fundamento no disposto na alnea f do art. 6 do Decreto-Lei n. 9.295-46, alterado pela Lei n. 12.249-10,

CONSIDERANDO que o Conselho Federal de Contabilidade editou a Resoluo CFC n. 1.328-11 que altera a estrutura das Nor-mas Brasileiras de Contabilidade e adota novas siglas e numeraes para normas, interpretaes e comunicados tcnicos,

RESOLVE:

Art. 1 Alterar a sigla e a numerao das normas citadas abaixo, conforme segue:

DE PARA NBC T 1 NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL NBC T 19.10 NBC TG 01 NBC T 7 NBC TG 02 NBC T 3.8 NBC TG 03 NBC T 19.8 NBC TG 04 NBC T 17 NBC TG 05 NBC T 10.2 NBC TG 06 NBC T 19.4 NBC TG 07 NBC T 19.14 NBC TG 08 NBC T 3.7 NBC TG 09 NBC T 19.15 NBC TG 10 NBC T 19.16 NBC TG 11 NBC T 19.17 NBC TG 12 NBC T 19.18 NBC TG 13 NBC T 19.23 NBC TG 15

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NBC T 19.20 NBC TG 16 NBC T 19.21 NBC TG 17 NBC T 19.37 NBC TG 18 NBC T 19.38 NBC TG 19 NBC T 19.22 NBC TG 20 NBC T 19.24 NBC TG 21 NBC T 19.25 NBC TG 22 NBC T 19.11 NBC TG 23 NBC T 19.12 NBC TG 24 NBC T 19.7 NBC TG 25 NBC T 19.27 NBC TG 26 NBC T 19.1 NBC TG 27 NBC T 19.26 NBC TG 28 NBC T 19.29 NBC TG 29 NBC T 19.30 NBC TG 30 NBC T 19.28 NBC TG 31 NBC T 19.2 NBC TG 32 NBC T 19.31 NBC TG 33 NBC T 19.35 NBC TG 35 NBC T 19.36 NBC TG 36 NBC T 19.39 NBC TG 37 NBC T 19.32 NBC TG 38 NBC T 19.33 NBC TG 39 NBC T 19.34 NBC TG 40 NBC T 19.42 NBC TG 41 NBC T 19.40 NBC TG 43 NBC T 19.41 NBC TG 1000 IT 08 ITG 01 IT 13 ITG 02 IT 03 ITG 03 IT 06 ITG 06 IT 07 ITG 07 IT 01 ITG 08 IT 09 ITG 09 IT 10 ITG 10 IT 11 ITG 11 IT 12 ITG 12 IT 14 ITG 13 IT 15 ITG 15 IT 16 ITG 16

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NBC TE 11 ITG 2001 NBC T 10.23 CTG 01 CT 03 CTG 02 IT 02 CTG 03 CT 05 CTG 04 CT 06 CTG 05 CT 01 CTG 2000 CT 04 CTG 2001 CT 02 CTA 01 CT 07 CTA 02 CT 08 CTA 03 CT 09 CTA 04 NBC P 3 NBC PI 01 NBC T 12 NBC TI 01 NBC TA 01 NBC TA ESTRUTURA CONCEITUAL NBC PA 03 NBC PA 11 NBC PA 4 NBC PA 12 NBC PA 5 NBC PA 13

Art. 2 As citaes de sigla e de numerao em texto de normas em vigor editadas pelo CFC, ora alteradas, so substitudas pela nova denominao da norma, interpretao ou comunicado tcnico. Essas normas sero substitudas no stio do CFC pelas verses atualizadas das normas objeto desta Resoluo.

Art. 3 Em funo da alterao da denominao da Norma NBC TE 11 para Interpretao ITG 2001, da Norma NBC T 10.23 para Comunicado CTG 01 e de Interpretao IT 02 para Comunicado CTG 03, esses normativos devem tambm ser ajustados nos respectivos textos no que for pertinente.

Art. 4 Esta Resoluo entra em vigor na data da sua publicao.

Braslia, 18 de maro de 2011.

Juarez Domingues Carneiro Presidente

(1) Publicada no DOU, de 22-03-2011.

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RESOLUO CFC n 1.202(1)

de 27 de novembro de 2009

Aprova a NBC TA ESTRUTURA CON- CEITUAL Estrutura Conceitual para Tra-balhos de Assegurao.(3)

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exerc-cio de suas atribuies legais e regimentais,

CONSIDERANDO o processo de convergncia das Normas Bra-

sileiras de Contabilidade aos padres internacionais; CONSIDERANDO que o Conselho Federal de Contabilidade

membro associado da IFAC Federao Internacional de Contadores; CONSIDERANDO a Poltica de Traduo e Reproduo de

Normas, emitida pela IFAC em dezembro de 2008; CONSIDERANDO que a IFAC, como parte do servio ao inte-

resse pblico, recomenda que seus membros e associados realizem a traduo das suas normas internacionais e demais publicaes;

CONSIDERANDO que mediante acordo firmado entre as partes,

a IFAC autorizou, no Brasil, como tradutores das suas normas e publi-caes, o Conselho Federal de Contabilidade e o IBRACON Institu-to dos Auditores Independentes do Brasil;

CONSIDERANDO que a IFAC, conforme cesso de direitos fir-

mado, outorgou aos rgos tradutores os direitos de realizar a tradu-o, publicao e distribuio das normas internacionais impressas e em formato eletrnico,

RESOLVE:

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Art. 1. Aprovar a NBC TA ESTRUTURA CONCEITUAL Estrutura Conceitual para Trabalhos de Assegurao, elaborada de acordo com a sua equivalente internacional Estrutura Conceitual da IFAC.(3)

Art. 2. Alterar a sigla da NBC TA 01 Reviso Externa de Qua-

lidade pelos Pares, aprovada pela Resoluo CFC n 1.158-09, para NBC PA 03 Reviso Externa de Qualidade pelos Pares.(2)

Art. 3. Esta Resoluo entra em vigor nos exerccios iniciados

em ou aps 1. de janeiro de 2010. Braslia, 27 de novembro de 2009. Maria Clara Cavalcante Bugarim Presidente

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NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE NBC TA ESTRUTURA CONCEITUAL ESTRUTURA

CONCEITUAL PARA TRABALHOS DE ASSEGURAO(3)

ndice Item INTRODUO 1 3 PRINCPIOS TICOS E NORMAS DE CONTROLE DE QUALIDADE 4 6 DEFINIO E OBJETIVO DO TRABALHO DE ASSEGURAO 7 11 ABRANGNCIA DA ESTRUTURA CONCEITUAL 12 14 RELATRIO SOBRE TRABALHO DE NO ASSEGURAO 15 16 ACEITAO DO TRABALHO 17 19 ELEMENTOS DO TRABALHO DE ASSEGURAO 20 RELACIONAMENTO ENTRE TRS PARTES 21 30 OBJETO 31 33 CRITRIOS 34 38 EVIDNCIAS 39 55 RELATRIO DE ASSEGURAO 56 60 USO INDEVIDO DO NOME DO AUDITOR INDEPENDENTE 61 APNDICE

Introduo

1. Esta Estrutura Conceitual define e descreve os elementos e os objetivos de um trabalho de assegurao, identificando os trabalhos aos quais so aplicadas as Normas Tcnicas de Auditoria (NBC TA), Normas Tcnicas de Reviso (NBC TR), e Normas para Outros Tra-balhos de Assegurao (NBC TO). Ela proporciona orientao e refe-rncia para:

(a) Profissionais de Contabilidade na prtica de auditoria (Audi-tores Independentes) quando executam trabalhos de assegurao. Pro-fissionais de Contabilidade no setor pblico so remetidos para a Pers-pectiva do Setor Pblico no final desta Estrutura Conceitual. Os Pro-fissionais de Contabilidade que no estejam nem na prtica de auditoria nem no setor pblico so encorajados a considerar esta Es-trutura Conceitual quando executarem trabalhos de assegurao;(*)

(*) Um Profissional de Contabilidade que no esteja na prtica de auditoria in-dependente, por exemplo, um auditor interno, aplica esta estrutura e menciona em seu relatrio esta estrutura e as NBC TA, NBC TR ou NBC TO que sejam aplicveis. No caso do Profissional de Contabilidade, de outros membros da e-quipe de trabalho e, quando aplicvel, de outros empregados desse profissional no serem independentes da entidade auditada para a qual est sendo efetuado o trabalho de assegurao, a falta de independncia e a natureza do relacionamen-

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to com essa entidade devem ser divulgados no relatrio do Profissional de Con-tabilidade. Tambm no deve ser usada a palavra independente no ttulo do relatrio, e o propsito e o uso do relatrio devem ser restritos.

(b) outros envolvidos em trabalhos de assegurao, incluindo os usurios previstos do relatrio de assegurao e a parte responsvel; e

(c) emisso de normas tcnicas (NBC TA, NBC TR e NBC TO) pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC).

2. Esta Estrutura Conceitual no estabelece normas prprias nem exigncias relativas a procedimentos para execuo de trabalhos de assegurao. As NBC TA, NBC TR e NBC TO contm princpios bsicos, procedimentos essenciais e respectiva orientao, de modo consistente com os conceitos desta Estrutura Conceitual, para a execu-o de trabalhos de assegurao.

3. O que se segue uma viso geral desta Estrutura Conceitual:

Introduo

Esta Estrutura Conceitual trata dos trabalhos de assegurao exe-cutados por auditores independentes. Ela proporciona orientao e referncia para auditores independentes e para outros envolvidos em trabalhos de assegurao, como aqueles que contratam um auditor independente (contratante).

Definio e objetivo do trabalho de assegurao

Essa parte da Estrutura Conceitual define os trabalhos de assegu-rao e identifica os objetivos dos dois tipos de trabalhos de assegura-o, cuja execuo permitida ao auditor independente. Ela define esses dois tipos como trabalhos de assegurao razovel e traba-lhos de assegurao limitada. (observao: quando se tratar de traba-lho de assegurao de informaes contbeis histricas (por exemplo, demonstraes contbeis), o trabalho de assegurao razovel de-nominado auditoria, e o trabalho de assegurao limitada denomi-nado reviso).

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Abrangncia da estrutura conceitual

Essa parte distingue os trabalhos de assegurao de outros traba-lhos, como os de consultoria.

Aceitao de trabalho

Essa parte estabelece as caractersticas que devem estar necessa-riamente presentes antes do auditor independente aceitar um trabalho de assegurao.

Elementos do trabalho de assegurao

Essa parte identifica e discute os cinco elementos presentes nos trabalhos de assegurao executados por auditores independentes: um relacionamento de trs partes, um objeto, critrios, evidncias e um relatrio de assegurao. Essa seo explica as diferenas importantes entre os trabalhos de assegurao razovel e os de assegurao limita-da (tambm detalhadas no Apndice). Essa seo discute tambm, por exemplo, as variaes significativas no objeto dos trabalhos de asse-gurao, as caractersticas exigidas dos critrios adequados, o papel do risco e da materialidade nos trabalhos de assegurao, e como as con-cluses so expressas em cada um dos dois tipos de trabalhos de asse-gurao.

Uso indevido do nome do auditor independente

Essa parte discute as implicaes da associao do auditor inde-pendente com determinado objeto.

Princpios ticos e normas de controle de qualidade

4. Em adio a esta Estrutura Conceitual e s normas tcnicas (NBC TA, NBC TR e NBC TO), os auditores independentes que exe-cutam trabalhos de assegurao so disciplinados:

(a) pelo Cdigo de tica Profissional do Contabilista do Conse-lho Federal de Contabilidade (CFC), que estabelece princpios ticos fundamentais para os contabilistas; e

(b) pela Norma de Controle de Qualidade (NBC PA 01 Con-trole de Qualidade para Firmas (Pessoas Jurdicas e Fsicas) de Audi-tores Independentes que executam exames de auditoria e revises de informao contbil histrica, outros trabalhos de assegurao e servi-os correlatos.)

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5. Os princpios fundamentais da tica profissional a serem ob-servados pelos auditores independentes esto implcitos no Cdigo de tica Profissional do Contabilista do CFC, incluindo:

(a) honestidade(ou integridade);

(b) objetividade;

(c) competncia e zelo profissionais;

(d) sigilo; e

(e) comportamento profissional.

6. O Cdigo de tica Profissional do Contabilista e as normas profissionais relacionadas mostram como a estrutura conceitual deve ser aplicada em situaes especficas. Fornecem exemplos de salva-guardas que podem ser adequadas para tratar das ameaas ao cumpri-mento dos princpios fundamentais e fornece, tambm, exemplos de situaes onde no h salvaguardas disponveis para tratar as ameaas. Especificamente com referncia necessria Independncia a norma, aprovada pelo Conselho Federal de Contabilidade, inclui uma aborda-gem conceitual independncia, que leva em considerao, para cada trabalho de assegurao, as ameaas independncia, as salvaguardas aceitas e o interesse pblico. Isso exige que as firmas e os membros das equipes de assegurao identifiquem e avaliem as circunstncias e os relacionamentos que possam gerar ameaas independncia e to-mem aes adequadas para eliminar essas ameaas, ou reduzi-las a um nvel aceitvel, pela aplicao de salvaguardas.

Definio e objetivo do trabalho de assegurao

7. Trabalho de assegurao significa um trabalho no qual o auditor independente expressa uma concluso com a finalidade de aumentar o grau de confiana dos outros usurios previstos, que no seja a parte responsvel, acerca do resultado da avaliao ou mensura-o de determinado objeto de acordo com os critrios aplicveis.

8. O resultado da avaliao ou mensurao de um objeto a in-formao resultante da aplicao de critrios ao objeto. Essa informa-o resultante pode ser, por exemplo, as demonstraes contbeis de uma entidade, ou uma afirmao acerca da eficcia do seu controle interno, ou seja:

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(a) o reconhecimento, a mensurao, a apresentao e a divulga-o nas demonstraes contbeis (resultado da avaliao ou mensura-o de determinado objeto) da entidade resultam da aplicao da es-trutura de relatrios financeiros para o reconhecimento, a mensurao, a apresentao e a divulgao, como as Prticas Contbeis Adotadas no Brasil (critrios), sua posio patrimonial e financeira, ao seu desempenho operacional e aos seus fluxos de caixa (objetos).

(b) uma afirmao acerca da eficcia do controle interno (resulta-do) resulta da aplicao da estrutura conceitual para a avaliao da eficcia do controle interno, tais como os critrios (COSO ou Co-Co(*)) em relao ao controle interno (objeto).

(*) COSO vem da sigla em ingls aplicvel ao Comittee of Sponsoring Organi-zation of the Tradeway Comission, enquanto CoCo refere-se aos princpios do Instituto Canadense de Contadores.

Ao longo desta Estrutura Conceitual, a expresso informao sobre o objeto usada para significar o resultado da avaliao ou mensurao do objeto de acordo com os critrios aplicveis. a in-formao a respeito do objeto sobre a qual o auditor independente obtm evidncias apropriadas e suficientes, que permitam a funda-mentao razovel a fim de expressar uma concluso no relatrio de assegurao.

9. A informao sobre o objeto pode no estar expressa de forma apropriada no contexto do objeto e dos critrios, podendo, por isso, estar distorcida, eventualmente at numa extenso relevante. Isso o-corre quando a informao sobre o objeto no reflete de forma apro-priada a aplicao dos critrios ao objeto; por exemplo, quando as demonstraes contbeis da entidade no representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, sua posio patrimonial e financeira, o desempenho operacional de suas operaes e os seus fluxos de cai-xa, conforme as prticas contbeis adotadas no Brasil, ou quando uma afirmao (ou afirmaes) da entidade de que seu controle interno eficaz no est declarada de forma adequada, em todos os aspectos relevantes, conforme o COSO ou o CoCo.

10. Em alguns trabalhos de assegurao, a avaliao ou a mensu-rao do objeto executada pela parte responsvel, estando a informa-o sobre o objeto na forma de afirmao pela parte responsvel, a-firmao essa que fica disponvel aos usurios previstos. Esses traba-lhos so denominados trabalhos baseados em afirmao (ou afirma-

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es). Em outros trabalhos de assegurao, o auditor independente executa diretamente a avaliao ou a mensurao do objeto, ou obtm representao da parte responsvel de que executou a avaliao ou a mensurao, a qual no fica disponvel aos usurios previstos. A in-formao sobre o objeto prestada aos usurios previstos no relatrio de assegurao. Esses trabalhos so denominados trabalhos de relat-rio direto.

11. Segundo esta Estrutura Conceitual, existem dois tipos de tra-balhos de assegurao cuja execuo permitida ao auditor indepen-dente: trabalho de assegurao razovel e trabalho de assegurao limitada. O objetivo do trabalho de assegurao razovel reduzir o risco do trabalho de assegurao a um nvel aceitavelmente baixo, considerando as circunstncias do trabalho como base para uma forma positiva de expresso da concluso do auditor independente. O objeti-vo do trabalho de assegurao limitada o de reduzir o risco de traba-lho de assegurao a um nvel que seja aceitvel, considerando as circunstncias do trabalho, mas em que o risco seja maior do que no trabalho de assegurao razovel, como base para uma forma negativa de expresso da concluso do auditor independente.(*)

(*) Circunstncias do trabalho incluem os termos do trabalho, inclusive se ele se refere a trabalho de assegurao razovel ou limitada, as caractersticas do obje-to do trabalho, os critrios a utilizar, as necessidades dos usurios previstos, as caractersticas relevantes e o ambiente da parte responsvel, alm de outros as-suntos como eventos, operaes, condies e prticas, que podem ter efeito sig-nificativo sobre o trabalho.

Abrangncia da estrutura conceitual

12. Nem todos os trabalhos executados por auditores independen-tes so trabalhos de assegurao. Outros trabalhos frequentemente executados que no satisfazem a definio acima (e por isso no so previstos nesta Estrutura Conceitual) incluem:

(a) trabalhos cobertos pelas Normas Tcnicas para Servios Correlatos (NBC TSC), tais como trabalhos de procedimentos previ-amente acordados e compilaes de informaes financeiras ou de outras informaes.

(b) a elaborao de declaraes de impostos em que no h uma concluso que expresse qualquer forma de assegurao.

(c) trabalhos de consultoria (ou de assessoria), tais como consul-toria gerencial e de impostos.(*)

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(*) Trabalhos de consultoria utilizam profissionais com conhecimento tcnico e acadmico de contabilidade, especializao, experincia e conhecimentos adqui-ridos no processo de consultoria. O processo de consultoria um processo anal-tico que envolve tipicamente algumas combinaes de atividades relacionadas com: determinao de objetivos, descoberta de fatos, definio de problemas ou de oportunidades, avaliao de alternativas, desenvolvimento de recomendaes (incluindo aes), comunicao de resultados e, s vezes, implantao e acom-panhamento posterior. Relatrios (se emitidos) so escritos geralmente na forma de narrativas (ou forma longa). Geralmente, o trabalho executado apenas para uso e benefcio do cliente. A natureza e o alcance do trabalho so determinados por acordo entre o profissional de contabilidade e o cliente. Qualquer servio que preencha a definio de trabalho de assegurao no de consultoria, mas sim de assegurao.

13. Um trabalho de assegurao pode ser parte de um trabalho mais amplo, por exemplo, quando um trabalho de consultoria para aquisio de empresa inclui a exigncia de expressar assegurao quanto s informaes contbeis histricas ou prospectivas. Nessas circunstncias, esta Estrutura Conceitual aplica-se somente parte de assegurao do trabalho.

14. Os trabalhos a seguir, que podem satisfazer a definio apre-sentada no item 7, no necessitam ser executados de acordo com esta Estrutura Conceitual:

(a) trabalhos para testemunhar em processos legais com respeito a contabilidade, auditoria, aspectos fiscais e tributrios ou outros assuntos; e

(b) trabalhos que incluam opinies profissionais, pontos de vista ou relatos, a partir dos quais o usurio possa inferir alguma assegura-o, se tudo o que se segue for aplicvel:

(i) essas opinies, esses pontos de vista ou essa redao so meramente acessrios face ao trabalho como um todo;

(ii) qualquer relatrio emitido expressamente restrito aos usurios previstos nele especificados;

(iii) segundo entendimento por escrito com os usurios pre-vistos, o trabalho no se destina a ser trabalho de assegurao; e

(iv) o trabalho no foi apresentado como sendo de assegura-o no relatrio emitido.

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Relatrio sobre trabalho de no assegurao

15. O auditor independente que relate sobre um trabalho que no seja de assegurao, no mbito desta Estrutura Conceitual, distingue claramente esse relatrio de relatrio de assegurao. Assim, para no confundir os usurios previstos, o relatrio que no seja de assegura-o evita, por exemplo:

(a) sugerir conformidade com esta Estrutura Conceitual ou com as NBC TAs, NBC TRs ou NBC TOs;

(b) usar indevidamente as palavras assegurao, auditoria ou reviso;

(c) incluir declarao que possa ser confundida com uma con-cluso concebida para aumentar o grau de confiana dos usurios pre-vistos acerca do resultado da avaliao ou mensurao de objeto de acordo com os critrios aplicveis.

16. O auditor independente e a parte responsvel podem concor-dar em aplicar os princpios desta Estrutura Conceitual a um trabalho quando no houver outros usurios previstos alm da parte respons-vel, desde que sejam satisfeitas todas as outras exigncias previstas nas NBC TAs, NBC TRs e NBC TOs. Nesses casos, o relatrio do auditor independente inclui uma declarao restringindo o uso do rela-trio parte responsvel.

Aceitao de trabalho

17. O auditor independente deve aceitar um trabalho de assegura-o somente se, com base em seu conhecimento preliminar das cir-cunstncias do trabalho, indicar que:

(a) possa cumprir com as exigncias do Cdigo de tica, como independncia e competncia profissional; e

(b) o trabalho contm todas as seguintes caractersticas:

(i) o objeto do trabalho apropriado;

(ii) os critrios a serem adotados so adequados e esto dis-ponveis aos usurios previstos;

(iii) o auditor independente tem acesso apropriado e sufici-ente s evidncias que daro suporte ou fundamentao para a sua concluso;

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(iv) a concluso do auditor independente, quer seja em for-ma de Assegurao Razovel quer em forma de Assegurao Limitada, puder estar contida em relatrio escrito; e

(v) o auditor independente se satisfaz que h um propsito racional para o trabalho. Se houver uma limitao relevante na ex-tenso do seu trabalho (ver item 55), provavelmente o trabalho no ter um propsito racional. O auditor independente pode considerar tambm que a parte contratante tem a inteno de associar o nome do auditor ao objeto de maneira no apropriada (ver item 61).

As Normas especficas (NBC TAs, NBC TRs e NBC TOs) po-dem incluir requisitos adicionais que necessitam ser satisfeitos antes da aceitao do trabalho.

18. Quando um trabalho potencial no puder ser aceito como tra-balho de assegurao, porque no evidencia todas as caractersticas do item anterior, a parte contratante pode estar em condies de identifi-car um trabalho diferente, que satisfaz as necessidades dos usurios previstos. Por exemplo:

(a) se os critrios originais no forem adequados, um trabalho de assegurao pode ainda ser executado, desde que:

(i) a parte contratante possa identificar um aspecto do objeto original para o qual esses critrios sejam adequados, e o auditor independente possa executar o trabalho de assegurao com res-peito a esse aspecto como um objeto por si prprio. Nesses casos, o relatrio de assegurao torna claro que no se relaciona com o objeto original na sua totalidade; ou

(ii) possam ser selecionados ou desenvolvidos critrios alternativos para o objeto original.

(b) a parte contratante pode solicitar um trabalho que no seja um trabalho de assegurao, como um trabalho de consultoria ou um trabalho de procedimentos previamente acordados.

19. Uma vez aceito o trabalho de assegurao, o auditor indepen-dente no pode alterar esse trabalho para trabalho de no assegurao, assim como no pode alterar o alcance do trabalho de assegurao razovel para trabalho de assegurao limitada sem uma justificativa razovel. Uma alterao de circunstncias que afete as necessidades dos usurios previstos, ou um mal entendido com referncia nature-

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za do trabalho, justifica geralmente o pedido para alterao no traba-lho. Se essa alterao for feita, o auditor independente no deve igno-rar a evidncia obtida anteriormente alterao.

Elementos do trabalho de assegurao

20. So discutidos nesta seo os seguintes elementos de traba-lho de assegurao:

(a) relacionamento entre trs partes, envolvendo o auditor inde-pendente, a parte responsvel e os usurios previstos;

(b) objeto apropriado;

(c) critrios adequados;

(d) evidncias apropriadas e suficientes; e

(e) relatrio de assegurao escrito na forma apropriada para trabalho de assegurao razovel ou para trabalho de assegurao limitada.

Relacionamento entre trs partes

21. Os trabalhos de assegurao envolvem trs partes distintas: o auditor independente, a parte responsvel e os usurios previstos.

22. A parte responsvel e os usurios previstos podem ser de diferentes entidades ou da mesma entidade. Como exemplo do ltimo caso, na estrutura de administrao dualista, o conselho de administra-o pode procurar assegurao acerca da informao proporcionada pela diretoria executiva da entidade. O relacionamento entre a parte responsvel e os usurios previstos necessita ser visto no contexto de trabalho especfico e pode diferir de linhas de responsabilidade mais tradicionalmente definidas. Por exemplo, um executivo da alta admi-nistrao da entidade (usurio previsto) pode contratar o auditor inde-pendente para executar um trabalho de assegurao sobre um aspecto particular das atividades da entidade, aspecto esse que da responsa-bilidade imediata de um nvel mais baixo de gesto (parte respons-vel), mas pelo qual o executivo, em ltima anlise, responsvel.

Auditor independente

23. A expresso auditor independente, como usada nesta Es-trutura Conceitual, mais ampla do que a usada nas NBC TAs ou NBC TRs, que se refere apenas a auditores independentes que execu-

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tam trabalhos de auditoria ou de reviso de informaes contbeis histricas.

24. Pode ser solicitado ao auditor independente que execute tra-balhos de assegurao em vasta gama de objetos. Alguns desses obje-tos podem exigir conhecimentos especializados alm dos geralmente possudos por auditor independente. Conforme referido no item 17(a), um auditor independente no aceita um trabalho se seu conhecimento preliminar das circunstncias do trabalho indicar que no sero satis-feitos os requisitos ticos referentes competncia profissional. Em alguns casos, esse requisito pode ser satisfeito pelo auditor indepen-dente pelo uso do trabalho de pessoas de outras reas profissionais, referidas como especialista. Nesses casos, o auditor independente se satisfaz de que os especialistas que executam o trabalho possuem cole-tivamente os conhecimentos e as habilidades exigidos, e que o auditor independente tem um nvel adequado de envolvimento no trabalho e compreenso do mesmo para o qual seja usado qualquer especialista.

Parte responsvel

25. A parte responsvel a pessoa (ou as pessoas) que:

(a) e responsvel pelo objeto no trabalho de relatrio direto; ou

(b) no trabalho com base em afirmao, a parte responsvel a responsvel pela informao sobre o objeto (a afirmao) e pode ser responsvel pelo objeto. Um exemplo de quando a parte responsvel responde tanto pela informao sobre o objeto como pelo objeto quando a entidade contrata um auditor independente para executar um trabalho de assegurao relacionado a um relatrio que ela tenha ela-borado sobre suas prprias prticas de sustentabilidade. Um exemplo de quando a parte responsvel responde pela informao sobre o obje-to, mas no pelo objeto, d-se quando uma organizao governamen-tal contrata um auditor independente para executar um trabalho de assegurao, relativo ao relatrio sobre as prticas de sustentabilidade da empresa privada, relatrio esse que a referida organizao gover-namental tenha elaborado com o objetivo de distribuir para os usurios previstos.

A parte responsvel pode ser ou pode no ser a parte que contrata o auditor independente (a parte contratante).

26. A parte responsvel geralmente fornece ao auditor indepen-dente uma representao formal (carta de representao da adminis-

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trao), que avalia ou mensura o objeto de acordo com os critrios aplicveis, devendo ela ficar ou no disposio dos usurios previs-tos como uma afirmao. No trabalho de relatrio direto, o auditor independente pode no ser capaz de obter essa representao quando a parte contratante for diferente da parte responsvel.

Usurios previstos

27. Os usurios previstos so a pessoa, as pessoas ou o grupo de pessoas para quem o auditor independente submete seu relatrio de assegurao. A parte responsvel pode ser um dos usurios previstos, mas no pode ser o nico.

28. Sempre que possvel, o relatrio de assegurao dirigido a todos os usurios previstos, mas em alguns casos, podem existir outros usurios. O auditor independente pode no ser capaz de identificar todos os que iro ler o relatrio de assegurao, particularmente quan-do houver grande nmero de pessoas que tenham acesso ao relatrio. Nesses casos, particularmente quando for provvel que possveis leito-res tenham vasta escala de interesses no objeto, os usurios previstos podem ser limitados aos principais interessados com demandas signi-ficativas e comuns. Os usurios previstos podem ser identificados de diferentes formas, por exemplo, mediante acordo entre o auditor inde-pendente e a parte responsvel, com a parte contratante ou por lei.

29. Sempre que possvel, h envolvimento entre os usurios previstos ou os seus representantes com o auditor independente e a parte responsvel (ou a parte contratante, se diferente) para determinar os requisitos do trabalho. Independente do envolvimento de outros e diferentemente de trabalho de procedimentos previamente acordados (que envolve relatar fatos identificados com base nos procedimentos, em vez de uma concluso):

(a) o auditor independente responsvel pela determinao da natureza, da poca e da extenso dos procedimentos; e

(b) exigido do auditor independente que continue investigando qualquer assunto que tenha chegado ao seu conhecimento e que o leve a questionar se deve ser feita modificao relevante na informao sobre o objeto do trabalho.

30. Em alguns casos, os usurios previstos (por exemplo, ban-queiros e reguladores) exigem ou pedem parte responsvel (ou parte contratante, se diferente) que providencie um trabalho de assegu-

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rao a ser executado com uma finalidade especfica. Quando os tra-balhos forem destinados para usurios previstos especificados ou com uma finalidade especfica, o auditor independente considera incluir uma restrio no relatrio de assegurao que limita o seu uso a esses usurios previstos ou a essa finalidade.

Objeto

31. O objeto e a informao sobre o objeto de trabalho de asse-gurao podem tomar vrias formas, como:

(a) desempenho ou condies financeiras (por exemplo, posio patrimonial e financeira histrica ou prospectiva, desempenho das operaes e fluxos de caixa) para os quais a informao sobre o objeto pode ser o reconhecimento, a mensurao, a apresentao e a divulga-o nas demonstraes contbeis;

(b) desempenho ou condies no financeiras (por exemplo, de-sempenho da entidade) para os quais a informao sobre o objeto pode ser o principal indicador de eficincia e eficcia;

(c) caractersticas fsicas (por exemplo, capacidade de instala-o) para os quais a informao sobre o objeto pode ser um documen-to de especificaes;

(d) sistemas e processos (por exemplo, o controle interno da enti-dade ou o sistema de tecnologia da informao) para os quais a infor-mao sobre o objeto pode ser uma afirmao acerca da sua eficcia;

(e) o comportamento (por exemplo, governana corporativa da entidade, conformidade com regulamentao, prticas de recursos humanos) para o qual a informao sobre o objeto pode ser uma decla-rao de conformidade ou uma declarao de eficcia.

32. Os objetos tm diferentes caractersticas, incluindo o grau em que a informao acerca deles qualitativa versus quantitativa, objetiva versus subjetiva, histrica versus prospectiva, e se relaciona a uma determinada data-base ou abrange um perodo. Essas caractersti-cas afetam:

(a) a preciso com que o objeto pode ser avaliado ou mensurado de acordo com os critrios; e

(b) a persuaso da evidncia disponvel.

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O relatrio de assegurao aponta caractersticas de particular re-levncia aos usurios previstos.

33. Um objeto apropriado tem as seguintes caractersticas:

(a) identificvel e passvel de avaliao ou mensurao basea-da em critrios identificados; e

(b) as informaes sobre esse objeto podem ser submetidas aos procedimentos que proporcionem evidncia suficiente e que permitam uma concluso apropriada, quer se trate de assegurao razovel quer de assegurao limitada.

Critrios

34. Os critrios so os pontos de referncia (benchmarks) usados para avaliar ou mensurar o objeto, incluindo, sempre que relevante, referncias para a apresentao e a divulgao. Os critrios podem ser formais; por exemplo, na elaborao de demonstraes contbeis, os critrios podem ser as prticas contbeis adotadas no Brasil. Quando se relatar sobre controle interno, os critrios podem ser a estrutura conceitual estabelecida de controle interno, ou objetivos de controle individual especificamente planejados para o trabalho. Quando se relatar sobre conformidade, os critrios podem estar relacionados com lei, regulamento ou contrato. Exemplos de critrios menos formais so: cdigo de conduta desenvolvido internamente (como o nmero de vezes que se espera que determinado comit se rena durante o ano) ou nvel acordado de desempenho.

35. So exigidos critrios adequados para a avaliao ou para a mensurao razoavelmente consistente de um objeto dentro do contex-to de julgamento profissional. Sem uma base de referncia proporcio-nada por critrios adequados, qualquer concluso est sujeita inter-pretao individual e a mal-entendidos. Critrios adequados dependem do contexto, isto , so relevantes s circunstncias do trabalho. At para o mesmo objeto pode haver critrios diferentes. Por exemplo, quando o objeto a satisfao do cliente, uma parte responsvel pode selecionar o nmero de queixas de clientes satisfatoriamente resolvi-das, e outra parte responsvel pode selecionar o nmero de compras repetidas nos trs meses que se seguem compra inicial.

36. Os critrios adequados apresentam as seguintes caractersti-cas:

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(a) relevncia: critrios relevantes contribuem para a tomada de deciso pelos usurios previstos;

(b) integridade: os critrios so suficientemente completos quando os fatores relevantes, que podem influenciar as concluses no contexto do trabalho, no foram omitidos. Critrios completos inclu-em, quando relevante, pontos de referncia (benchmarks) para a di-vulgao e a apresentao;

(c) confiabilidade: critrios confiveis permitem a avaliao ou a mensurao razoavelmente uniforme do objeto, o que inclui, quando relevante, a apresentao e a divulgao, quando utilizada em circuns-tncias similares por auditores independentes igualmente qualificados;

(d) neutralidade: critrios neutros contribuem para concluses no tendenciosas;

(e) entendimento: critrios compreensveis possibilitam conclu-ses claras e completas e sem o risco de interpretaes significativa-mente diferentes.

A avaliao ou a mensurao de objeto com base nas prprias expectativas, julgamentos e experincia individual do auditor inde-pendente no constituem critrios adequados.

37. O auditor independente avalia a adequao de critrios para determinado trabalho ao considerar se eles refletem as caractersticas acima mencionadas. A importncia relativa de cada caracterstica de determinado trabalho uma questo de julgamento. Os critrios po-dem ser estabelecidos ou especificamente desenvolvidos. Os critrios estabelecidos so os que esto incorporados em leis ou em regulamen-tos, ou os que so emitidos por reconhecidas organizaes de especia-listas, que seguem um processo transparente de tramitao. Critrios especificamente desenvolvidos so os aqueles planejados para a fina-lidade do trabalho. Se os critrios forem estabelecidos ou especifica-mente desenvolvidos, eles afetam o trabalho que o auditor indepen-dente executa a fim de avaliar a sua adequao para determinado tra-balho.

38. Os critrios necessitam estar disponveis aos usurios previs-tos para lhes permitir compreender como o objeto foi avaliado ou mensurado. Os critrios podem estar disposio dos usurios previs-tos por uma ou mais das seguintes formas:

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(a) publicamente;

(b) por meio de incluso, de maneira clara, na apresentao da informao sobre o objeto;

(c) por incluso, de maneira clara, no relatrio de assegurao;

(d) por entendimento geral, como por exemplo, o critrio de mensurar o tempo em horas e minutos.

Os critrios podem, tambm, apenas estar disposio de usu-rios previstos especficos; por exemplo, os termos do contrato ou cri-trios emitidos por uma associao do setor que estejam apenas dis-posio dos que atuam nesse setor. Quando os critrios identificados estiverem apenas disposio de usurios previstos especficos ou forem relevantes apenas para finalidade especfica, o uso do relatrio de assegurao restrito a esses usurios previstos ou a essa finalida-de.(*)

(*) Enquanto o relatrio de assegurao pode ser de uso restrito, no caso de ter um propsito especfico ou de ser destinado somente para determinados usu-rios previstos, a ausncia de restrio em relao a um determinado leitor ou propsito no indicativa, por si s, de que o auditor independente assume a responsabilidade legal perante esse leitor ou esse propsito. A assuno dessa responsabilidade depende das circunstncias de cada caso e dos aspectos jurdi-cos relevantes envolvidos.

Evidncias

39. O auditor independente planeja e executa o trabalho de asse-gurao com atitude de ceticismo profissional para obter evidncia apropriada e suficiente sobre se a informao relativa ao objeto est livre de distores relevantes. O auditor independente considera a materialidade, o risco do trabalho de assegurao, a quantidade e a qualidade das evidncias disponveis quando planeja e executa o tra-balho, em especial quando determina a natureza, a poca ou a exten-so dos procedimentos de obteno de evidncia.

Ceticismo profissional

40. O auditor independente planeja e executa o trabalho de asse-gurao com atitude de ceticismo profissional, reconhecendo que po-dem existir circunstncias que faam com que a informao sobre o objeto contenha distores relevantes. A atitude de ceticismo profis-sional significa que o auditor independente faz uma avaliao crtica, mantendo-se de forma mentalmente questionadora, com referncia

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validade da evidncia obtida e mantm-se alerta para qualquer evidn-cia que contradiga ou ponha em dvida a confiabilidade de documen-tos ou representaes da parte responsvel. Por exemplo, necessria atitude de ceticismo profissional ao longo de todo o trabalho. Isso necessrio, para que o auditor independente reduza o risco de no identificar circunstncias suspeitas, de generalizar em suas concluses com base em observaes e de usar pressupostos errados na determi-nao da natureza, poca e extenso dos procedimentos de obteno de evidncia e da avaliao dos respectivos resultados.

41. O trabalho de assegurao raramente envolve a autenticao de documentos e o auditor independente no est treinado para ser, nem se espera que ele seja, especialista nesse tipo de autenticao. Contudo, o auditor independente considera a confiabilidade da infor-mao a ser usada como evidncia, por exemplo, fotocpias, fac-smiles, documentos filmados ou digitalizados ou outros documentos eletrnicos, incluindo a considerao dos controles sobre a sua prepa-rao e manuteno, quando relevantes.

Suficincia e adequao da evidncia suficiente e apropriada

42. Suficincia a medida da quantidade da evidncia. Adequa-o a medida da qualidade da evidncia; isto , a sua relevncia e a sua confiabilidade. A quantidade de evidncia necessria afetada pelo risco da informao sobre o objeto conter distores relevantes (quanto maior o risco, maior o nvel de evidncia que, provavelmente, ser exigido) e tambm pela qualidade de tal evidncia (quanto mais elevada a qualidade, menor o nvel de evidncia que ser exigido). Assim sendo, a suficincia e a adequao de evidncia esto inter- -relacionadas. Entretanto, a simples obteno de mais evidncia pode no compensar a sua inadequao ou falta de qualidade.

43. A confiabilidade da evidncia influenciada pela sua fonte e pela sua natureza e dependente das circunstncias individuais em que obtida. Podem ser feitas generalizaes acerca da confiabilidade de vrias espcies de evidncias; porm, tais generalizaes esto sujeitas a excees importantes. Mesmo quando a evidncia for obtida de fontes externas entidade, podem existir circunstncias capazes de afetar a confiabilidade da informao obtida. Por exemplo, a evidncia obtida de fonte externa independente pode no ser confivel se a fonte no for abalizada. Embora reconhecendo que podem existir excees,

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as seguintes generalizaes acerca da confiabilidade da evidncia podem ser teis:

(a) a evidncia mais confivel quando for obtida de fontes independentes, fora da entidade;

(b) a evidncia que gerada internamente mais confivel quando os controles internos so eficazes;

(c) a evidncia obtida diretamente pelo auditor independente (por exemplo, a observao da aplicao de controle) mais confivel do que a evidncia obtida indiretamente ou por inferncia (por exem-plo, a indagao acerca da aplicao de controle);

(d) a evidncia mais confivel quando em forma documental, seja em papel, em forma eletrnica ou outro meio (por exemplo, a ata de reunio formalmente elaborada mais confivel do que uma decla-rao oral subsequente daquilo que foi discutido);

(e) a evidncia proporcionada por documentos originais mais confivel do que a evidncia proporcionada por fotocpias ou fac-smiles.

44. O auditor independente geralmente obtm mais segurana de evidncia consistente quando for obtida de diferentes fontes ou de natureza diferente, do que de itens de evidncia individualmente con-siderados. Adicionalmente, a obteno de evidncia de fontes diferen-tes ou de natureza diferente pode indicar que a evidncia de item indi-vidual no confivel. Por exemplo, corroborar a informao obtida de fonte independente da entidade pode aumentar a segurana que o auditor independente obtm de representao da parte responsvel. Por outro lado, quando a evidncia obtida de fonte for inconsistente com a obtida de outra fonte, o auditor independente determina quais procedimentos adicionais de obteno de evidncia so necessrios para resolver a inconsistncia.

45. Em termos de obter evidncia apropriada e suficiente, ge-ralmente mais difcil obter segurana acerca da informao sobre o objeto cobrindo um perodo do que acerca da informao sobre o ob-jeto em dado momento. Adicionalmente, as concluses proporciona-das sobre processos so geralmente limitadas ao perodo abrangido pelo trabalho; o auditor independente no proporciona concluses sobre se no futuro o processo continuar a funcionar da maneira espe-cificada.

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46. O auditor independente considera a relao entre o custo de obter evidncia e a utilidade da informao obtida. Contudo, a questo da dificuldade ou do gasto envolvido no por si s fundamento vli-do para omitir procedimento de obteno de evidncia para o qual no h alternativa. O auditor independente usa o seu julgamento profissio-nal e exerce o ceticismo profissional ao avaliar a quantidade e a quali-dade da evidncia e, por conseguinte, sua suficincia e sua adequao para fundamentar o relatrio de assegurao.

Materialidade

47. A materialidade importante quando o auditor independente determina a natureza, a poca e a extenso dos procedimentos de ob-teno de evidncia e quando ele determina se a informao sobre o objeto est isenta de distoro. Ao considerar a materialidade, o audi-tor independente compreende e avalia quais fatores podem influenciar as decises dos usurios previstos. Por exemplo, quando os critrios identificados permitirem variaes na apresentao da informao sobre o objeto, o auditor independente considera como a apresentao adotada pode influenciar as decises dos usurios previstos. A materi-alidade considerada no contexto de fatores quantitativos e qualitati-vos, como a magnitude relativa, a natureza e a extenso dos efeitos desses fatores na avaliao ou na mensurao do objeto e os interesses dos usurios previstos. A determinao da materialidade e a importn-cia relativa de fatores quantitativos e qualitativos em determinado trabalho so assuntos que envolvem o julgamento profissional do au-ditor independente.

Risco do trabalho de assegurao

48. O risco do trabalho de assegurao o risco de que o auditor independente expresse uma concluso inapropriada caso a informao sobre o objeto contenha distores relevantes(*). Em trabalho de asse-gurao razovel, o auditor independente reduz o risco de trabalho de assegurao a um nvel aceitavelmente baixo nas circunstncias, de modo a obter garantia razovel de confiabilidade como fundamento para uma forma positiva de expresso da sua concluso. O nvel do risco do trabalho de assegurao mais elevado em trabalho de asse-gurao limitada do que em trabalho de assegurao razovel, por fora das diferenas existentes em relao natureza, poca ou extenso dos procedimentos de obteno de evidncia. Contudo, em trabalho de assegurao limitada, a combinao da natureza, poca e

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extenso dos procedimentos de obteno de evidncia , pelo menos, suficiente para o auditor independente obter um nvel significativo de segurana como base para expressar uma concluso na forma negati-va, de que nada chegou ao seu conhecimento. Para ser significativo, provvel que o nvel de segurana obtido pelo auditor independente aumente a confiana dos usurios previstos acerca da informao so-bre o objeto, a um grau que seja claramente mais do que trivial.

(*) a) isso inclui o risco, naqueles trabalhos de relatrio direto, em que a informao sobre o objeto consta apenas na concluso do auditor independente, na qual este conclui inapropriadamente que o objeto est, em todos os aspectos relevantes, de acordo com o critrio XYZ; por exemplo: em nossa opinio, os controles internos so eficazes, em todos os aspectos relevantes, de acordo com os critrios XYZ; e

b) em adio ao risco do trabalho de assegurao, o Auditor Independente est exposto ao risco de expressar uma concluso errada quando a informao sobre o objeto no est significativa-mente distorcida e os riscos de perda decorrentes de litgio, publi-cidade adversa, ou outros fatos que surgem em conexo com o objeto relatado. Esses riscos no fazem parte dos riscos de traba-lho de assegurao.

49. Em geral, o risco do trabalho de assegurao pode ser repre-sentado pelos seguintes componentes, embora nem todos estes com-ponentes estejam necessariamente presentes ou sejam significativos para todos os trabalhos de assegurao:

(a) o risco de que a informao sobre o objeto contenha distor-es relevantes, o que, por sua vez, consiste em:

(i) risco inerente a suscetibilidade da informao sobre o objeto a uma distoro relevante, pressupondo que no haja con-troles relacionados; e

(ii) risco de controle o risco de que uma distoro relevante possa ocorrer e no ser evitada, ou detectada e corrigida, em tem-po hbil por controles internos relacionados. Quando o risco de controle relevante para o objeto, algum risco de controle sempre existir em decorrncia das limitaes inerentes ao desenho e operao do controle interno; e

(b) risco de deteco o risco de que o auditor independente no detecte uma distoro relevante existente.

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O grau em que o auditor independente considera cada um desses componentes afetado pelas circunstncias do trabalho, em particular, pela natureza do objeto e se est sendo executado um trabalho de as-segurao razovel ou de assegurao limitada.

Natureza, poca e extenso dos procedimentos de obteno de evidncia

50. A natureza, poca e a extenso dos procedimentos de obten-o de evidncia variam de um trabalho para outro. Em teoria, so possveis infinitas variaes nos procedimentos de obteno de evi-dncia. Na prtica, porm, essas variaes so difceis de comunicar de forma clara e sem ambiguidade. O auditor independente tenta co-munic-las de forma clara e sem ambiguidade e utiliza a forma apro-priada a um trabalho de assegurao razovel ou a um trabalho de assegurao limitada. Quando a informao sobre o objeto composta de diversos aspectos, concluses separadas podem ser expressas para cada aspecto. Do mesmo modo que nem todas essas concluses neces-sitam do mesmo nvel de procedimentos de obteno de evidncias, cada concluso expressa da forma que seja apropriada, tanto na as-segurao razovel quanto na assegurao limitada.

51. Assegurao razovel um conceito que se relaciona com a acumulao de evidncia necessria para que o auditor independente conclua com relao informao sobre o objeto tomada como um todo. Para estar em posio de expressar uma concluso de forma positiva, exigida em trabalho de assegurao razovel, necessrio que o auditor independente obtenha evidncia apropriada e suficiente, como parte do processo de trabalho sistemtico e repetitivo, envol-vendo:

(a) o entendimento do objeto e de outras circunstncias que, de-pendendo do objeto, incluem o entendimento do controle interno;

(b) com base nesse entendimento, avaliar os riscos de que a in-formao sobre o objeto possa conter distores relevantes;

(c) resposta aos riscos identificados, incluindo o desenvolvimen-to de respostas gerais e determinao da natureza, da poca e da ex-tenso de outros procedimentos;

(d) executar outros procedimentos claramente ligados aos riscos identificados, usando uma combinao de inspeo, observao, con-firmao, reclculo, reexecuo, procedimentos analticos e indaga-

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o. Esses procedimentos adicionais envolvem procedimentos subs-tantivos que incluem, quando aplicvel, obter informao corroborati-va de fontes independentes da parte responsvel e, dependendo da natureza do objeto, testes de eficcia operacional de controle; e

(e) avaliar a suficincia e a adequao da evidncia.

52. Assegurao razovel menos do que segurana absoluta. Reduzir o risco de trabalho de assegurao a zero algo raramente factvel ou vantajoso em termos de custo, como resultado de fatores como:

(a) uso de testes seletivos;

(b) limitaes inerentes ao controle interno;

(c) o fato de que muitas das evidncias disponveis ao auditor independente serem mais persuasivas do que conclusivas;

(d) uso do julgamento na obteno e na avaliao de evidncias, bem como na formao de concluses, com base nessas evidncias;

(e) em alguns casos, as caractersticas do objeto, quando avalia-das ou mensuradas em comparao com os critrios identificados.

53. Tanto os trabalhos de assegurao razovel como os de asse-gurao limitada requerem a aplicao de habilidades e tcnicas para a obteno de evidncias apropriadas e suficientes, no contexto do pro-cesso de trabalho sistemtico e repetitivo, que inclui a obteno de entendimento do objeto e de outras circunstncias do trabalho. No entanto, a natureza, a poca e a extenso dos procedimentos de obten-o de evidncias apropriadas e suficientes, em trabalho de assegura-o limitada, so propositadamente limitadas em comparao a um trabalho de assegurao razovel. No caso de alguns objetos, podem existir normas especficas de orientao sobre os procedimentos para a obteno de evidncias apropriadas e suficientes para trabalho de as-segurao limitada. Por exemplo, a norma NBC TR 2400 Trabalhos de Reviso de Demonstraes Contbeis estabelece que a evidncia apropriada e suficiente para revises obtida primordialmente por meio de procedimentos analticos e indagaes. Na falta de norma especfica, esses procedimentos variaro conforme as circunstncias do trabalho, em particular: o objeto e as necessidades dos usurios previstos e do contratante, inclusive limitaes pertinentes de tempo e de custo. Tanto nos trabalhos de assegurao razovel como nos de

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assegurao limitada, se o auditor independente tomar conhecimento de assunto que o leve a questionar se deve ou no ser feita alguma modificao relevante nas informaes sobre o objeto, o auditor deve executar outros procedimentos suficientes que permitam incluir tal assunto no seu relatrio.

Quantidade e qualidade da evidncia disponvel

54. A quantidade ou a qualidade de evidncia disponvel afeta-da pelas:

(a) caractersticas do objeto e da informao sobre o objeto. Por exemplo, pode ser esperada evidncia menos objetiva, quando a in-formao acerca do objeto for voltada para o futuro e no histrica (ver item 32); e

(b) outras circunstncias do trabalho, que no as caractersticas do objeto, quando se possa esperar que a evidncia existente no este-ja disponvel em funo, por exemplo, da poca de contratao do auditor independente, da poltica de reteno de documentos da enti-dade ou de restrio imposta pela parte responsvel.

Geralmente, a evidncia disponvel mais persuasiva do que conclusiva.

55. Uma concluso sem ressalva no apropriada para nenhum dos tipos de trabalhos de assegurao, no caso de limitao relevante na extenso do trabalho do auditor independente, isto , quando:

(a) as circunstncias impeam o auditor independente de obter a evidncia requerida para reduzir o risco de trabalho de assegurao ao nvel apropriado; ou

(b) a parte responsvel ou o contratante imponha restrio que impea o auditor independente de obter a evidncia requerida para reduzir o risco do trabalho de assegurao ao nvel apropriado.

Relatrio de assegurao

56. O auditor independente apresenta relatrio contendo uma concluso que expresse a segurana obtida acerca da informao sobre o objeto. As NBC TAs, NBC TRs e NBC TOs estabelecem os elemen-tos bsicos dos relatrios de assegurao. Adicionalmente, o auditor independente considera outras responsabilidades referentes emisso

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de relatrio, inclusive a comunicao com os responsveis pela gover-nana corporativa, quando apropriado.

57. Em trabalho baseado em afirmaes, a concluso do auditor independente pode ser redigida:

(a) em termos da afirmao da parte responsvel (por exemplo: Em nossa opinio, a afirmao da parte responsvel de que os contro-les internos so eficazes, em todos os aspectos relevantes, de acordo com os critrios XYZ, adequada); ou

(b) diretamente em termos do objeto e dos critrios (por exem-plo, Em nossa opinio, os controles internos so eficazes, em todos os aspectos relevantes, de acordo com os critrios XYZ).

Em trabalho de relatrio direto, a concluso do auditor indepen-dente redigida diretamente em termos do objeto e dos critrios.

58. Em trabalho de assegurao razovel, o auditor independente expressa a concluso de forma positiva, por exemplo: Em nossa opi-nio, os controles internos so eficazes, em todos os aspectos relevan-tes, de acordo com os critrios XYZ. Esta forma de expresso conduz assegurao razovel. Tendo executado procedimentos de obten-o de evidncia de natureza, poca e extenso que foram razoveis, dadas as caractersticas do objeto e outras circunstncias relevantes do trabalho descritas no relatrio de assegurao, o auditor independente obteve evidncia apropriada e suficiente para reduzir o risco do traba-lho de assegurao a um nvel aceitavelmente baixo.

59. Em trabalho de assegurao limitada, o auditor independente expressa a concluso de forma negativa, por exemplo, Com base em nosso trabalho, descrito neste relatrio, no temos conhecimento de nenhum fato que nos leve a acreditar que os controles internos no so eficazes, em todos os aspectos relevantes, de acordo com os critrios XYZ. Esta forma de expresso conduz a um nvel de assegurao limitada que proporcional ao nvel dos procedimentos de obteno de evidncia aplicados pelo auditor independente, dadas as caracters-ticas do objeto e outras circunstncias do trabalho descritas no relat-rio de assegurao.

60. O auditor independente no expressa uma concluso sem res-salvas para nenhum dos dois tipos de trabalho de assegurao quando existirem as circunstncias descritas a seguir e, no julgamento do audi-tor independente, o efeito do assunto seja ou possa ser relevante:

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(a) exista limitao no alcance do trabalho do auditor indepen-dente (ver item 55). O auditor independente expressa uma concluso com ressalva ou uma absteno de concluso, dependendo de quo relevante ou disseminada seja a limitao. Em alguns casos, o auditor independente considera retirar-se do trabalho;

(b) nos casos em que:

(i) a concluso do auditor independente seja redigida em termos da afirmao da parte responsvel e que essa afirmao no seja adequada, em todos os seus aspectos relevantes; ou

(ii) a concluso do auditor independente seja redigida dire-tamente em termos do objeto e dos critrios e a informao sobre o objeto contenha distoro relevante, o auditor independente ex-pressa uma concluso com ressalva ou adversa, dependendo de quo relevante ou disseminado seja o assunto.(*)

(*) Naqueles trabalhos de relatrio direto, onde a informao sobre o objeto consta apenas na concluso do auditor independente, este conclui que o objeto no est de acordo, em todos os aspectos relevantes, com os critrios, como por exemplo: em nossa opinio, exceto [....], os controles internos so eficazes, em todos os as-pectos relevantes, de acordo com os critrios XYZ. Estas concluses poderiam ser consideradas como ressalvadas (ou adversas, conforme o caso).

(c) quando for identificado, aps o trabalho ter sido aceito, que os critrios so inadequados ou que o objeto no apropriado para o trabalho de assegurao, o auditor independente expressa:

(i) uma concluso com ressalva ou uma concluso adversa, dependendo de quo relevante ou disseminado seja o assunto, quando critrios ou objetos no apropriados induzirem os usu-rios previstos a erro; ou

(ii) uma concluso com ressalvas ou uma absteno de con-cluso, dependendo de quo relevante ou disseminado seja o as-sunto, nos demais casos.

Em alguns casos, o auditor independente considera retirar-se do trabalho.

Uso indevido do nome do auditor independente

61. Um auditor independente est associado a um objeto quando emite um relatrio sobre a informao acerca do objeto, ou quando consente em ter seu nome associado profissionalmente ao objeto. Se o

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auditor independente no estiver associado dessa maneira, terceiros no podem presumir a sua responsabilidade. Se o auditor independen-te tomar conhecimento de que uma parte est usando indevidamente seu nome em associao com o objeto, ele requer dessa parte que no continue a faz-lo. O auditor independente tambm considera que outros passos possam ser necessrios, como informar quaisquer tercei-ros usurios previstos de que se tenha conhecimento acerca do uso indevido de seu nome, ou procurar aconselhamento jurdico.

Perspectiva do setor pblico

Esta Estrutura Conceitual relevante para todos os Profissionais de Contabilidade no setor pblico que sejam independentes da entida-de para a qual executam trabalhos de assegurao. Quando os Profis-sionais de Contabilidade do setor pblico no forem independentes da entidade para a qual executam um trabalho de assegurao, deve ser adotada a orientao contida no item 1(a).

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APNDICE Diferenas entre trabalho de assegurao razovel e de assegurao limitada Este Apndice apresenta as diferenas entre um trabalho de assegurao razovel e um trabalho de assegurao limitada descritos na Estrutura Con-ceitual para Trabalhos de Assegurao. Tipo de trabalho Objetivo Procedimentos de obteno de

evidncia Relatrio de Asse-gurao

Trabalho de assegurao razovel

Reduzir o risco do trabalho de assegurao razovel a um nvel aceitavelmente baixo nas circunstncias do trabalho, como base para forma positiva de expresso da concluso do auditor independente (item 11).

obtida evidncia adequada e suficiente como parte de processo de trabalho