normalização e legislação aplicada

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  • 5/24/2018 Normalizao e Legislao Aplicada

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    Normalizao e

    Legislao AplicadaPaulo Roberto da Costa

    Lasa Quadros da Costa

    2012Santa Maria - RS

  • 5/24/2018 Normalizao e Legislao Aplicada

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    C837n Costa, Paulo Roberto daNormalizao e legislao aplicada / Paulo Roberto da Costa,

    Lasa Quadros da Costa. Santa Maria : UFSM, CTISM, SistemaEscola Tcnica Aberta do Brasil, 2012.

    133 p. : il. ; 28 cm.

    Este material didtico foi elaborado pelo Colgio TcnicoIndustrial de Santa Maria para o Sistema Escola Tcnica Abertado Brasil Rede e-Tec Brasil.

    Inclui referncias.

    1. Segurana do Trabalho 2. Normas 3. Legislao 4. Direito dotrabalho I. Costa, Lasa Quadros da II. Ttulo

    CDU 331.45 349.2

    Ficha catalogrfica elaborada por Simone Godinho Maisonave CRB 10/1733Biblioteca Central da UFSM

    Presidncia da Repblica Federativa do Brasil

    Ministrio da Educao

    Secretaria de Educao Profissional e Tecnolgica

    Comisso de Acompanhamento e Validao

    Colgio Tcnico Industrial de Santa Maria/CTISM

    Coordenao Institucional

    Paulo Roberto Colusso/CTISM

    Professor-autor

    Paulo Roberto da Costa/CTISM

    Lasa Quadros da Costa/CTISM

    Coordenao Tcnica

    Iza Neuza Teixeira Bohrer/CTISM

    Coordenao de Design

    Erika Goellner/CTISM

    Reviso Pedaggica

    Andressa Rosemrie de Menezes Costa/CTISM

    Fabiane Sarmento Oliveira Fruet/CTISM

    Janana da Silva Marinho/CTISM

    Marcia Migliore Freo/CTISM

    Reviso Textual

    Ana Paula Cantarelli/CTISM

    Tatiana Rehbein/UNOCHAPEC

    Reviso Tcnica

    Neverton Hofstadler Peixoto/CTISM

    Ilustrao

    Gabriel La Rocca Cser/CTISM

    Marcel Santos Jacques/CTISM

    Rafael Cavalli Viapiana/CTISM

    Ricardo Antunes Machado/CTISM

    Diagramao

    Cssio Fernandes Lemos/CTISM

    Leandro Felipe Aguilar Freitas/CTISM

    Colgio Tcnico Industrial de Santa Maria

    Este caderno foi elaborado pelo Colgio Tcnico Industrial da Universidade Federal

    de Santa Maria para o Sistema Escola Tcnica Aberta do Brasil Rede e-Tec Brasil.

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    e-Tec Brasil3

    3

    Apresentao e-Tec Brasil

    Prezado estudante,

    Bem-vindo ao e-Tec Brasil!

    Voc faz parte de uma rede nacional pblica de ensino, a Escola Tcnica Aberta

    do Brasil, instituda pelo Decreto n 6.301, de 12 de dezembro 2007, com o

    objetivo de democratizar o acesso ao ensino tcnico pblico, na modalidade

    a distncia. O programa resultado de uma parceria entre o Ministrio da

    Educao, por meio das Secretarias de Educao a Distncia (SEED) e de Edu-

    cao Profissional e Tecnolgica (SETEC), as universidades e escolas tcnicasestaduais e federais.

    A educao a distncia no nosso pas, de dimenses continentais e grande

    diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao

    garantir acesso educao de qualidade, e promover o fortalecimento da

    formao de jovens moradores de regies distantes dos grandes centros

    geograficamente ou economicamente.

    O e-Tec Brasil leva os cursos tcnicos a locais distantes das instituies de ensino

    e para a periferia das grandes cidades, incentivando os jovens a concluir o

    ensino mdio. Os cursos so ofertados pelas instituies pblicas de ensinoe o atendimento ao estudante realizado em escolas-polo integrantes das

    redes pblicas municipais e estaduais.

    O Ministrio da Educao, as instituies pblicas de ensino tcnico, seus

    servidores tcnicos e professores acreditam que uma educao profissional

    qualificada integradora do ensino mdio e educao tcnica, capaz

    de promover o cidado com capacidades para produzir, mas tambm com

    autonomia diante das diferentes dimenses da realidade: cultural, social,

    familiar, esportiva, poltica e tica.

    Ns acreditamos em voc!

    Desejamos sucesso na sua formao profissional!

    Ministrio da Educao

    Janeiro de 2010

    Nosso contato

    [email protected]

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    e-Tec Brasil5

    Indicao de cones

    Os cones so elementos grficos utilizados para ampliar as formas de

    linguagem e facilitar a organizao e a leitura hipertextual.

    Ateno:indica pontos de maior relevncia no texto.

    Saiba mais: oferece novas informaes que enriquecem o

    assunto ou curiosidades e notcias recentes relacionadas ao

    tema estudado.

    Glossrio:indica a definio de um termo, palavra ou expresso

    utilizada no texto.

    Mdias integradas: sempre que se desejar que os estudantes

    desenvolvam atividades empregando diferentes mdias: vdeos,

    filmes, jornais, ambiente AVEA e outras.

    Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes

    nveis de aprendizagem para que o estudante possa realiz-las e

    conferir o seu domnio do tema estudado.

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    Tecnologia da Informticae-Tec Brasil 6

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    e-Tec Brasil7

    Sumrio

    Palavra do professor-autor 11

    Apresentao da disciplina 13

    Projeto instrucional 15

    Aula 1 Noes e princpios do direito em geral 171.1 Apresentao 17

    1.2 Conceito de direito 17

    1.3 Conceito de justia 18

    1.4 Princpios do direito 19

    1.5 Ordenamento jurdico e hierarquia das leis 20

    1.6 Da organizao dos poderes do Estado (previstos na CF) 25

    1.7 Fontes do direito 28

    1.8 Ramos do direito 30

    Aula 2 Lei de Introduo ao Cdigo Civil Brasileiro (LICC) 332.1 Apresentao 33

    2.1 A Lei de Introduo ao Cdigo Civil Decreto-lei n. 4.657 de04/09/1942 33

    Aula 3 Direito do trabalho 373.1 Apresentao 37

    3.2 Conceito e princpios 37

    3.3 Principais normas do direito do trabalho 38

    3.4 Contrato de trabalho 39

    3.5 Resciso do contrato por justa causa e demisso indireta 41

    3.6 Direito coletivo do trabalho e sindicato 44

    3.7 Justia do Trabalho 44

    Aula 4 Legislao previdenciria 474.1 Apresentao 47

    4.2 Benefcios 49

    4.3 Estabilidade do empregado 52

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    e-Tec Brasil

    Aula 5 Nexo Tcnico Epidemiolgico Previdencirio (NTEP) eFator Acidentrio de Preveno (FAP) 55

    5.1 Apresentao 55

    5.2 A legislao 55

    5.3 Conceito de FAP 58

    5.4 Conceito de NTEP 59

    5.5 Definies importantes 59

    Aula 6 Segurana do trabalho no direito trabalhista 616.1 Apresentao 61

    6.1 A legislao 61

    Aula 7 Atribuies do Tcnico em Segurana do Trabalho 757.1 Apresentao 75

    7.1 Atividades do Tcnico em Segurana do Trabalho 75

    Aula 8 Responsabilidade civil e penal 798.1 Apresentao 79

    8.2 Responsabilidade civil 79

    8.3 Responsabilidade trabalhista 84

    8.4 Responsabilidade penal 86

    8.5 Responsabilidade administrativa 98

    8.6 Capacidade civil e penal das pessoas 99Aula 9 Cdigo de Processo Civil Brasileiro 103

    9.1 Apresentao 103

    9.2 Conceito 103

    9.3 As divises do processo civil 104

    9.4 Os participantes do processo 104

    9.5 Das provas processuais 105

    9.6 Prescrio e decadncia 105

    Aula 10 Cdigo de Processo Penal Brasileiro 10910.1 Apresentao 109

    10.2 Da ao penal 109

    10.3 Sntese de um procedimento penal no caso de um acidente detrabalho com leses graves ou morte 110

    10.4 Da prescrio penal 110

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    e-Tec Brasil

    Aula 11 Aspectos jurdicos das normas 11311.1 Apresentao 113

    11.2 NR 01 Disposies gerais 113

    11.3 NR 02 Inspeo prvia 117

    11.4 NR 03 Embargo ou interdio 120

    11.5 NR 27 (1978) Regula o registro profissional do Tcnico emSegurana do Trabalho 121

    11.6 NR 28 Fiscalizao e penalidades 123

    Referncias 128

    Currculo do professor-autor 132

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    Palavra do professor-autor

    e-Tec Brasil11

    No se pode ensinar tudo a algum, pode-se apenas ajud-lo a encon-

    trar por si mesmo. (Galileu)

    Ao elaborarmos o material, pensamos em gui-los at o conhecimento dos

    principais conceitos e prticas do direito e das normas que iro fazer parte

    do cotidiano do Tcnico em Segurana do Trabalho. Esperamos que ele possa

    ser de grande utilidade, constituindo-se em um guia na busca de um conhe-

    cimento maior.

    A justia sustenta numa das mos a balana que pesa o Direito e na ou-

    tra, a espada de que se serve para defend-lo. A espada sem a balana

    a fora brutal; a balana sem a espada a impotncia do Direito.

    (Rudolf Von Ihering)

    Este material um instrumento de apoio que traz aspectos fundamentais das

    normas jurdicas para os interessados em aprender uma viso abrangente do

    mundo preventivo, uma vez que facilita o entendimento dos conceitos ticos e

    filosficos, das leis, das normas, dos aspectos criminais e da responsabilidade

    civil, com o intuito de permitir que os profissionais da rea encontrem respostas

    para questes do dia a dia sem ter que recorrer a inmeros cdigos e tratados.

    Teu dever lutar pelo Direito, mas no dia em que encontrares o Direito

    em conflito com a justia, luta pela justia. (Eduardo Couture)

    Esperamos que a apostila contribua para o crescimento do conhecimento das

    normas integrado s necessidades das diversas disciplinas do curso.

    Paulo Roberto da Costa

    Lasa Quadros da Costa

    Palavra do professor-autor

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    e-Tec Brasil13

    Apresentao da disciplina

    Esta disciplina de suma importncia para o Tcnico em Segurana do Trabalho.

    Nela sero conhecidas as principais normas que regem essa profisso, alm

    de alguns conceitos bsicos do direito para que o profissional possa aprender

    os principais procedimentos jurdicos ligados a sua atuao.

    Devido necessidade de se obter conhecimento sobre a legislao brasileira e

    de se preencher uma enorme lacuna dessa literatura especfica e atualizada,

    esta disciplina foi criada com o objetivo de fornecer informaes elementares

    aos futuros profissionais.

    As normas jurdicas vistas aqui podero ser entendidas pela determinao do

    seu modo de aplicao no tempo e no espao de uma forma simples para que

    o leitor, mesmo no sendo operador do direito, decifre os reais objetivos delas.

    O profissional da rea de Segurana do Trabalho precisa ter conhecimentos

    bsicos de legislao a fim de desempenhar seu papel e de garantir a sua

    integridade profissional, sendo este um dos objetivos desta disciplina.

    Alm disso, as normas que aqui sero vistas devem ser conhecidas, estudadas

    e colocadas em prtica, pois o seu cumprimento, certamente, garantir a inte-

    gridade, a sade e a qualidade de vida de muitas pessoas, alm de assegurar

    a preservao do meio ambiente.

    Portanto, o material desta disciplina um instrumento de apoio que traz

    aspectos fundamentais e atualizados das normas jurdicas para todos os inte-

    ressados em adquirir uma viso abrangente do mundo preventivo. Ele facilita o

    entendimento de vrios conceitos, dentre eles ticos, filosficos e jurdicos, que

    auxiliaro na prtica profissional, servindo de guia bsico e fcil para resolver

    ou entender as questes que sero enfrentadas pelo Tcnico em Seguranado Trabalho no seu dia a dia.

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    Palavra do professor-autor

    e-Tec Brasil15

    Disciplina: Normalizao e Legislao Aplicada (carga horria: 72h).

    Ementa: Noes e princpios de direito em geral. Lei de Introduo ao Cdigo Civil

    Brasileiro. Cdigo de Processo Civil Brasileiro. Cdigo de Processo Penal Brasileiro.

    Legislao previdenciria. Segurana do trabalho no direito do trabalho. Direito

    do trabalho. Atribuies do Tcnico de Segurana do Trabalho. Direitos e deveres

    dos empregados e empregadores no Brasil. Responsabilidade civil e criminal.

    Aspectos jurdicos das normas: NR 01: Disposies gerais, NR 02: Inspeo prvia,

    NR 03: Embargo ou interdio, NR 28: Fiscalizao e penalidades. Nexo Tcnico

    Epidemiolgico Previdencirio NTEP. Fator Acidentrio de Preveno FAP.

    AULA OBJETIVOS DEAPRENDIZAGEM MATERIAISCARGA

    HORRIA(horas)

    1. Noes eprincpios do

    direito em geral

    Aprender os principais conceitos ligados

    ao direito.

    Ambiente virtual:

    plataforma moodle.Apostila didtica.

    Recursos de apoio: links de

    leitura complementar indicadosna apostila.

    10

    2. Lei deIntroduo ao

    Cdigo Civil

    Brasileiro (LICC)

    Conhecer os principais artigos da Lei de

    Introduo ao Cdigo Civil.

    Ambiente virtual:

    plataforma moodle.Apostila didtica.Recursos de apoio: links de

    leitura complementar indicadosna apostila.

    04

    3. Direito dotrabalho

    Aprender os conceitos bsicos do direito

    do trabalho e as normas ligadas prticaprofissional do Tcnico em Segurana do

    Trabalho.

    Ambiente virtual:

    plataforma moodle.

    Apostila didtica.Recursos de apoio: links de

    leitura complementar indicadosna apostila.

    08

    4. Legislao

    previdenciria

    Aprender os conceitos bsicos de

    legislao previdenciria e as principais

    normas ligadas profisso de Tcnicoem Segurana do Trabalho.

    Ambiente virtual:

    plataforma moodle.

    Apostila didtica.

    Recursos de apoio: links deleitura complementar indicados

    na apostila.

    08

    5. Nexo Tcnico

    Epidemiolgico

    Previdencirio eFator Acidentrio

    de Preveno

    Compreender os conceitos de NTEP e

    de FAP e a importncia da atuao doTcnico em Segurana do Trabalho para a

    melhoria desses ndices.

    Ambiente virtual:plataforma moodle.

    Apostila didtica.Recursos de apoio: links de

    leitura complementar indicados

    na apostila.

    04

    Projeto instrucional

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    AULA OBJETIVOS DEAPRENDIZAGEM MATERIAISCARGA

    HORRIA(horas)

    6. Segurana dotrabalho no direito

    trabalhista

    Conhecer e compreender os conceitose a legislao especfica referente

    segurana do trabalho.

    Ambiente virtual:

    plataforma moodle.

    Apostila didtica.

    Recursos de apoio: links deleitura complementar indicadosna apostila.

    08

    7. Atribuies

    do Tcnico emSegurana do

    Trabalho

    Conhecer as atribuies legais do

    Tcnico em Segurana do Trabalho e aimportncia destas para o exerccio da

    profisso.

    Ambiente virtual:

    plataforma moodle.

    Apostila didtica.Recursos de apoio: links de

    leitura complementar indicados

    na apostila.

    04

    8. Responsabilidadecivil e penal

    Aprender os principais tipos de

    responsabilidades civil e penal e asnormas relacionadas.

    Ambiente virtual:plataforma moodle.

    Apostila didtica.Recursos de apoio: links de

    leitura complementar indicados

    na apostila.

    10

    9. Cdigo de

    Processo CivilBrasileiro

    Reconhecer as noes gerais de processocivil (1973).

    Ambiente virtual:plataforma moodle.

    Apostila didtica.Recursos de apoio: links de

    leitura complementar indicados

    na apostila.

    04

    10. Cdigo de

    Processo PenalBrasileiro

    Conhecer as noes bsicas de processopenal (1941).

    Ambiente virtual:plataforma moodle.

    Apostila didtica.Recursos de apoio: links de

    leitura complementar indicados

    na apostila.

    04

    11. Aspectos

    jurdicos dasnormas

    Conhecer as normas regulamentadoras

    01/1983, 02/1983, 03/2011, 27/1978e 28/1992.

    Ambiente virtual:plataforma moodle.

    Apostila didtica.

    Recursos de apoio: links deleitura complementar indicados

    na apostila.

    08

    e-Tec Brasil 16

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    e-Tec Brasil

    Aula 1 Noes e princpios do direito em geral

    Objetivos

    Aprender os principais conceitos ligados ao direito.

    1.1 ApresentaoO direito surgiu pela necessidade do homem estabelecer regras na sua relao

    com outros homens e com o universo. Ele precisou criar mecanismos que

    tornassem possvel o convvio em sociedade, prevendo, inclusive, sanes para

    aqueles que no agissem de acordo com o ordenamento jurdico.

    1.2 Conceito de direitoO que o direito?

    um conjunto de regras de conduta coativamenteimpostas pelo Estado.

    (MEIRELLES, 2003).

    Conjunto de normas gerais e positivas que regulam a vida social. As normas

    do direito mudam de acordo com as transformaes da sociedade. Estas acon-

    tecem cada vez mais rpido e obrigam a uma constante reviso da legislao.

    Segundo Jesus (1995, p. 03),

    O fato social sempre o ponto de partida na formao da noo do

    Direito. O Direito surge das necessidades fundamentais das sociedades

    humanas, que so reguladas por ele como condio essencial sua

    prpria sobrevivncia. no Direito que encontramos a segurana das

    condies inerentes vida humana, determinada pelas normas que

    formam a ordem jurdica.

    Ocorre que, no direito, as mudanas devem ser solidificadas na sociedade que

    primeiro avalia o que de fato seria justia para a situao. O que correto em

    uma determinada poca pode deixar de ser correto em outra.

    O Direito traduz-se em princpios de conduta social, tendentes a realizar a justia.

    (MEIRELLES, 2003).

    coativoQue constrange, coageou obriga.

    e-Tec BrasilAula 1 - Noes e princpios do direito em geral 17

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    1.3 Conceito de justiaEnto, o que justia?

    Figura 1.1: Deusa Themis (greco-romana)Fonte: CTISM

    Ao utilizar a deusa Themis, um dos smbolos do direito, podemos abordar

    alguns significados de justia para o direito. A deusa segura uma balana nas

    mos, significando o equilbrio entre as partes envolvidas em uma relao.

    Themis, com a venda nos olhos, simboliza a imparcialidade a exteriorizao

    da justia , no vendo diferenas entre as partes em litgio. Suas decises

    so fundamentadas na sabedoria das leis.

    Quanto espada, ela o peso da lei e o meio de punio desta, estando

    pronta para ser utilizada frente ao descumprimento da lei.

    Segundo Aristteles, citado no resumo de Filosofia do Direito (MANDUCO;

    NAHOUM, 2010), a justia equipara-se bondade. Dizemos ser justo tudo aquilo

    que julgamos bom, onde se refere virtude geral, ou soma de todas as virtudes.

    litgio

    Questo judicial, disputa, conflitode interesses em juzo.

    Normalizao e Legislao Aplicadae-Tec Brasil 18

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    1.4 Princpios do direito1.4.1 Conceito de princpioSegundo Mello (2011), o que norteia um sistema, um alicerce dele que d

    luz a diferentes normas, que serve de critrio para a sua exata compreenso

    e inteligncia e lhe d sentido harmnico.

    Assim, nos princpios, temos a base para o ordenamento jurdico e para a

    aplicao das normas. Podemos citar alguns princpios gerais do direito, como

    o princpio da igualdade, a isonomia das partes, a ampla defesa e a legalidade.

    A seguir, um exemplo ligado educao.

    A educao um direito previsto na Constituio Federal de 1988, no art.

    205. Essa mesma norma prev que o ensino ser ministrado de acordo com

    alguns princpios. A seguir, os dois primeiros princpios:

    Art. 206. O ensino ser ministrado com base nos seguintes princpios:

    I - igualdade de condies para o acesso e permanncia na escola;

    II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte

    e o saber;

    Figura 1.2: Educao para todosFonte: CTISM

    A partir de agora, para melhor entender e completar seu conhecimento sobre

    a legislao, sugerimos consultar ositedo Ministrio do Trabalho e Emprego

    (MTE) disponvel em: www.mte.gov.br.

    Curiosidade histrica:No Direito, existem princpiosgerais vigentes desde a pocado Imprio Romano, quaissejam: viver honestamente, dara cada um o que seu e nolesar o prximo.

    e-Tec BrasilAula 1 - Noes e princpios do direito em geral 19

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    Passo a passo para acessar ositedo MTE:

    1 Passo acesse a pgina www.mte.gov.br.

    2 Passo clique em legislao.

    3 Passo selecione um tipo de legislao (NR) ou busque pelo tema segurana

    e sade do trabalho.

    4 Passo clique na norma escolhida.

    1.5 Ordenamento jurdico e hierarquia das leisO ordenamento jurdico composto por vrias normas que obedecem a um

    sistema hierrquico, ou seja, umas so subordinadas s outras seguindo uma

    ordem similar a uma pirmide, na qual a mais importante a Constituio Federal.

    A seguir veremos as principais normas e seus conceitos:

    Figura 1.3: Constituio FederalFonte: http://www.memorialdainclusao.sp.gov.br/br/anexo3/dire49o.shtml

    1.5.1 Constituio Federal (CF)Conhecida como Carta Magna ou Lei Maior, a Constituio Federal a lei

    fundamental e suprema de um Estado. Ela contm normas referentes estru-

    turao do Estado; formao dos poderes pblicos; forma de governo;

    aquisio do poder de governar; distribuio de competncias, direitos,

    garantias e deveres dos cidados (MORAES, 2003). A ela devem adequar-se

    todas as outras normas.

    hierarquia

    Ordem e subordinao dospoderes eclesisticos, civis emilitares. (FERREIRA, 2010).

    Normalizao e Legislao Aplicadae-Tec Brasil 20

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    Na Constituio Federal, esto previstos os princpios fundamentais.

    Exemplo

    Princpio da igualdade previsto no art. 5: Todos so iguais perante a lei.

    A organizao poltico-administrativa, no Brasil, compreende a Unio, os

    Estados, o Distrito Federal e os Municpios. Nos Estados, temos as Constituies

    Estaduais e nos Municpios temos a Lei Orgnica.

    Emendas Constituio so leis que modificam parcialmente a Constituio.

    Podem ser propostas pelo Presidente da Repblica, pelo Congresso Nacional

    e pelas Assembleias Legislativas das unidades da Federao e aprovadas pelo

    Congresso Nacional. Vide art. 60 da CF.

    ExemploEmenda 59/2009 alteraes Ensino Bsico obrigatoriedade e gratuidade

    dos quatro aos dezessete anos.

    1.5.2 Leis complementaresDestinadas a complementar a Constituio, so sugeridas por esta lei para

    dar efetividade s regras.

    Art. 69. As leis complementares sero aprovadas por maioria absoluta.

    Exemplo

    Lei complementar 123/2006 Institui o Estatuto Nacional da Microempresa

    e da Empresa de Pequeno Porte.

    1.5.3 Leis ordinriasSo as leis comuns, ditas gerais, e primrias.

    Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinrias cabe a qualquer

    membro ou Comisso da Cmara dos Deputados, do Senado Federal ou do

    Congresso Nacional, ao Presidente da Repblica, ao Supremo Tribunal Federal,aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da Repblica e aos cidados na

    forma e nos casos previstos nesta Constituio.

    2 A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentao Cmara dos

    Deputados de projeto de lei subscrito por, no mnimo, um por cento do elei-

    torado nacional, distribudo pelo menos por cinco Estados, com no menos

    de trs dcimos por cento dos eleitores de cada um deles.

    e-Tec BrasilAula 1 - Noes e princpios do direito em geral 21

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    Exemplo

    Lei do inquilinato Lei n. 8.245/1991 que trata das locaes de imveis urbanos.

    1.5.4 Convenes internacionais

    So tratados multilaterais abertos ratificaodos Estados-membros, cujavigncia internacional no corresponde a leis internacionais e, sim, depende

    de ratificao jurdica nos ordenamentos internos dos pases membros. No

    Brasil, aps ser ratificada, a Conveno passa a ter natureza de lei ordinria.

    (Vide art. 84, VIII, da CF).

    Figura 1.4: Representao dos Estados-membrosFonte: CTISM

    Exemplo

    Conveno n. 155, da Organizao Internacional do Trabalho (OIT), sobre a

    segurana e a sade dos trabalhadores e o meio ambiente de trabalho, adotada em

    Genebra, em 1981, durante a 67 Seo da Conferncia Internacional do Trabalho.

    1.5.5 Leis delegadas

    So leis elaboradas pelo Presidente da Repblica, o qual dever solicitar adelegao para o Congresso Nacional (a delegao dada mediante resoluo).

    Vide art. 68 da CF.

    Exemplo

    Lei delegada n. 13/1992 Gratificao servidores civis do Poder Executivo.

    ratificaoValidao, confirmao.

    Normalizao e Legislao Aplicadae-Tec Brasil 22

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    1.5.6 Medidas provisriasSo atos editados pelo Presidente da Repblica, com fora de lei, em casos

    de urgncia e de relevncia. Vide art. 62 da CF.

    ExemploMedida Provisria n. 528/2011 Imposto de Renda Altera tabela.

    1.5.7 Decretos legislativosEssa espcie normativa tem como contedo as matrias de competncia

    exclusiva do Congresso Nacional. Vide art. 49 da CF.

    Exemplo

    Decreto Legislativo n. 2/1992 Aprova o texto da Conveno n. 155, da

    Organizao Internacional do Trabalho (OIT), sobre a segurana e a sade

    dos trabalhadores e o meio ambiente de trabalho, adotada em Genebra, em1981, durante a 67 Seo da Conferncia Internacional do Trabalho.

    1.5.8 ResoluesResolues so atos administrativos expedidos pelas altas autoridades do

    Executivo (mas no pelo chefe do Executivo Presidente da Repblica, o

    qual s pode expedir decretos) ou pelos presidentes dos tribunais, dos rgos

    legislativos e dos colegiados administrativos para disciplinar matria de sua

    competncia especfica.

    1.5.9 Instrues normativasInstrues normativas so atos administrativos expedidos pelos Ministros de

    Estado para a execuo das leis, dos decretos e dos regulamentos. So tambm

    utilizadas pelos rgos superiores para o mesmo fim (MEIRELLES, 2003). Muito

    empregadas na Segurana do Trabalho. Vide art. 87 da CF.

    Exemplo

    Instruo normativa do Ministrio do Trabalho e Emprego n. 88/2010 Esta-

    belece diretrizes para as anlises de acidentes de trabalho efetuadas por auditor.

    1.5.10 PortariasPortarias so atos administrativos internos pelos quais os chefes de rgos,

    de reparties ou de servios expedem determinaes gerais ou especiais a

    seus subordinados. (MEIRELLES, 2003).

    e-Tec BrasilAula 1 - Noes e princpios do direito em geral 23

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    Exemplo

    Portaria do Ministrio do Trabalho e Emprego n. 262/2008 sobre o registro

    profissional do Tcnico em Segurana do Trabalho.

    1.5.11 Normas Regulamentadoras (NRs)So normas que regulamentam e orientam os procedimentos obrigatrios

    relativos segurana e medicina do trabalho no Brasil. So aprovadas pela

    Portaria n. 3.214, do Ministrio do Trabalho e Emprego, de 08 de junho de

    1978. Atualmente, temos 35 NRs aprovadas e publicadas.

    Exemplo

    NR 20 (1978) Lquidos combustveis e inflamveis: trata das definies e

    dos aspectos de segurana relacionados s atividades com esses produtos.

    1.5.12 Notas tcnicasSo documentos oficiais elaborados com inteno de esclarecer e de orientar

    situaes novas ou j existentes duvidosas referentes a produtos ou situao.

    As notas tcnicas so publicadas em rgo oficial e tm fora de lei.

    Figura 1.5: Pirmide hierrquica das normasFonte: CTISM

    Normalizao e Legislao Aplicadae-Tec Brasil 24

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    Evoluo cronolgica das Constituies Brasileiras e marcos histricos

    1822 Independncia 1824 1 Constituio

    1889 Proclamao da Repblica 1891 2 Constituio

    1930 Revoluo de 30 1934 3 Constituio

    1937 Estado Novo 4 Constituio

    1945 Redemocratizao 1946 5 Constituio

    1964 Golpe Militar 1967 6 Constituio

    1969 7 Constituio

    1988 Redemocratizao 8 Constituio

    1.6 Da organizao dos poderes do Estado(previstos na CF)

    Primeiramente, a definio de Estado:

    uma sociedade poltica, organizada juridicamente, com o objetivo de

    alcanar o bem comum. (FUHRER, 2002b).

    Figura 1.6: Mapa do BrasilFonte: CTISM

    e-Tec BrasilAula 1 - Noes e princpios do direito em geral 25

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    O Estado deve ter os seguintes elementos: territrio, populao, ordenamento

    jurdico, poder e bem comum. Possui os seguintes poderes:

    Figura 1.7: Poderes do EstadoFonte: CTISM

    1.6.1 Poder LegislativoSua principal funo elaborar as leis e fiscalizar o Poder Executivo. Vide art.

    59 e seguintes da CF.

    Exemplo

    Esfera Federal Congresso Nacional

    Esfera Estadual Assembleia Legislativa

    Esfera Municipal Cmara de Vereadores

    Figura 1.8: Promulgao da Constituio de 1988Fonte: http://pt.dreamstime.com/imagens-de-stock-royalty-free-advogado-dos-desenhos-animados-image16132959

    Normalizao e Legislao Aplicadae-Tec Brasil 26

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    1.6.2 Poder ExecutivoSua principal funo governar o povo e administrar os interesses pblicos,

    cumprindo o ordenamento jurdico. composto por um conjunto dos rgos

    e das autoridades pblicas. Vide art. 76 e seguintes da CF.

    Exemplo

    Presidente da Repblica e Ministrio do Trabalho e Emprego.

    1.6.3 Poder JudicirioFuno principal jurisdicional, garantindo e defendendo os direitos e promo-

    vendo a justia, resolvendo todos os conflitos que possam surgir na vida em

    sociedade. Vide art. 92 e seguintes da CF.

    Exemplo

    Justia do Trabalho.

    Cada poder tem funes acessrias atravs das quais a lei permite que ele

    exera algumas atribuies que seriam dos demais poderes.

    Exemplo O Executivo, pelo Presidente da Repblica, pode legislar lei delegada.

    O Judicirio pode exercer atividades administrativas.

    O Legislativo pode julgar casos de crimes de responsabilidade cometidos

    pelo Presidente da Repblica.

    1.6.4 Das funes essenciais justia (previstos na CF)A Constituio de 1988 reconheceu que existem funes indispensveis

    para a administrao da justia. So elas: Ministrio Pblico (vide arts. 127

    ao 130 da CF), Advocacia Pblica (vide arts. 131 e 132 da CF) e Advocacia e

    Defensoria Pblica (vide arts. 133 ao 135 da CF).

    1.6.4.1 Ministrio Pblico

    O Ministrio Pblico uma instituio essencial funo jurisdicional do Estado,

    estando incumbido da defesa da ordem jurdica, do regime democrtico e dos

    interesses sociais e individuais indisponveis (vide art. 127 da CF).

    e-Tec BrasilAula 1 - Noes e princpios do direito em geral 27

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    Exemplo

    Ministrio Pblico do Trabalho atua, dentre outras funes, na defesa de abusos

    contra a segurana e a sade do trabalhador fazendo termos de ajustamento

    de condutas, impondo multas ou ingressando com Ao Civil Pblica.

    1.6.4.2 Advocacia Pblica

    A Advocacia-Geral da Unio a instituio que, diretamente ou atravs de

    rgo vinculado, representa a Unio, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe,

    nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organizao e fun-

    cionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurdico do Poder

    Executivo (vide art. 131 da CF).

    1.6.4.3 Advocacia e Defensoria Pblica

    O advogado indispensvel administrao da justia, sendo inviolvel por

    seus atos e manifestaes no exerccio da profisso, nos limites da lei (videart. 133 da CF).

    A Defensoria Pblica a instituio essencial funo jurisdicional do Estado,

    estando incumbida da orientao jurdica e da defesa, em todos os graus, dos

    necessitados na forma do art. 5, LXXIV (vide art. 134 da CF).

    1.7 Fontes do direito1.7.1 Fontes primrias: as leisExemplo

    Lei n. 6.514/77 Da segurana e medicina do trabalho.

    1.7.2 Fontes secundrias: jurisprudncia, costumes,doutrina, analogia e princpios gerais do direito

    a) Jurisprudncia o conjunto de decises do Poder Judicirio a respeito

    de um mesmo assunto.

    Exemplo de uma deciso do Tribunal Regional do Trabalho 4 Regio Rio

    Grande do Sul na qual a empresa foi condenada a pagar uma indenizaopor danos causados ao empregado.

    Acrdo Processo 0057700-90.2009.5.04.0030 (RO)

    Redator:Cludio Antnio Cassou Barbosa

    Data:14/07/2011 Origem:30 Vara do Trabalho de Porto Alegre

    Normalizao e Legislao Aplicadae-Tec Brasil 28

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    Ementa:ACIDENTE DE TRABALHO. INDENIZAES POR DANOS MATERIAIS,

    MORAIS E ESTTICOS. QUANTUM INDENIZATRIO. O conjunto probatrio

    dos autos torna inequvoca a ocorrncia do acidente de trabalho descrito na

    inicial. Resta evidente que a reclamada no tomou as precaues devidas a

    fim de evitar o evento danoso e proteger a integridade fsica do empregado.Mantida as indenizaes por danos materiais, morais e estticos. (...)

    b) Costumes a prtica reiterada de atos, em uma regio, a respeito de

    um determinado assunto. O profissional do direito poder alegar ser cos-

    tume para conduzir uma deciso em um caso.

    Exemplo

    O cheque pr-datado uma prtica comum, mas que no possui previso legal.

    Figura 1.9: ChequesFonte: CTISM

    c) Doutrina so os estudos que originaram publicaes especializadas

    sobre direito. Auxilia os operadores e estudantes.

    Exemplo

    Doutrinador Jos Afonso da Silva Livro Curso de Direito Constitucional

    Positivo, publicado em 2003.

    d) Analogia a aplicao de uma situao jurdica semelhante ao caso

    concreto quando no existe uma definio especfica para o caso.

    Exemplo

    A unio homoafetiva no est prevista na lei, mas os tribunais esto julgando

    no sentido do reconhecimento da unio e garantia de direitos assegurados

    s unies previstas no direito de Famlia.

    e-Tec BrasilAula 1 - Noes e princpios do direito em geral 29

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    1.8 Ramos do direitoO direito est dividido, principalmente em:

    1.8.1 Direito pblico

    Visa regular os interesses sociais e os interesses do Estado, cuidando da condutaindividual e da conduta do Estado com outros Estados e atividades individuais

    no plano internacional.

    Exemplo

    Direito Constitucional; Direito Administrativo; Direito Tributrio; Direito Penal;

    Direito Trabalhista; Direito Eleitoral; Direito Municipal.

    Observao

    As normas de segurana do trabalho esto includas no direito pblico.

    1.8.2 Direito privadoVisa regular os interesses individuais e assegurar a coexistncia das pessoas

    em sociedade. Regula a relao indivduo com indivduo e a relao indivduo

    com o Estado.

    Exemplo

    Direito Civil e Direito Empresarial.

    ResumoNesta aula, conhecemos os principais conceitos e normas do direito e suas

    caractersticas; aprendemos sobre as fontes e os ramos do direito; conhecemos

    os Poderes do Estado (Executivo, Judicirio e Legislativo), os rgos auxiliares

    da justia e suas principais funes.

    Atividades de aprendizagem1. Por vezes, quando este direito chega tarde ou demora a acontecer,

    tem-se a sensao de injustia. Mas, se ele no existisse, mesmo quetardio, o que seria das relaes? Ser que o ser humano est preparado

    para viver de forma tica, respeitando o prximo e o meio ambiente sem

    um ordenamento jurdico? Explique.

    2. Conceitue direito, justia e princpios.

    Normalizao e Legislao Aplicadae-Tec Brasil 30

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    3. Quais so as normas jurdicas existentes e onde esto previstas?

    4. A populao brasileira pode propor uma lei? Se positiva a resposta, de

    que forma?

    5. Como o Estado brasileiro organiza seus poderes? Qual a funo principal

    de cada um? Eles podem exercer outras funes? Exemplifique.

    6. Por que razes existem as fontes do direito? Quais so elas? Cite dois

    exemplos.

    7. Qual a maior diviso do direito? Conceitue. Onde as normas de segurana

    do trabalho esto includas?

    e-Tec BrasilAula 1 - Noes e princpios do direito em geral 31

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    e-Tec Brasil

    Aula 2 Lei de Introduo ao CdigoCivil Brasileiro (LICC)

    Objetivos

    Conhecer os principais artigos da Lei de Introduo ao Cdigo Civil.

    2.1 ApresentaoO Tcnico em Segurana do Trabalho precisa conhecer as leis que regem a sua

    profisso e a sua atividade, como elas entram em vigor e como so aplicadas.

    2.2 A Lei de Introduo ao Cdigo Civil Decreto-lei n. 4.657 de 04/09/1942

    Essa norma encontra-se anexa ao Cdigo Civil, mas autnoma e dele no

    faz parte, aplicando-se a todos os ramos do direito. Ela dispe sobre as normas

    preliminares totalidade do ordenamento jurdico e prev como as normas

    iro vigorar, no espao e no tempo, as fontes, a aplicao, a integrao das

    normas, etc.

    A seguir alguns artigos fundamentais:

    Art. 1 Salvo disposio contrria, a lei comea a vigorar em todo o pas

    quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.

    Comentrios

    A regra geral que a lei entra em vigor 45 dias aps ser publicada em rgo

    oficial (Dirios Oficiais), garantindo a publicidade da lei e o tempo para adap-

    tao. Mas, pode ocorrer de ser fixado na nova lei o prazo para esta entrar

    em vigor e, nestes casos, vale o prazo que a lei apontar. Esse apontamento,

    normalmente, ocorre no final do texto da lei.

    1 Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando

    admitida, se inicia trs meses depois de oficialmente publicada.

    Exemplo

    Embaixadas e consulados.

    e-Tec BrasilAula 2 - Lei de Introduo ao Cdigo Civil Brasileiro (LICC) 33

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    3 Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicao de seu texto,

    destinada correo, o prazo deste artigo e dos pargrafos anteriores comear

    a correr da nova publicao.

    4 As correes a texto de lei j em vigor consideram-se lei nova.

    Art. 2 No se destinando vigncia temporria, a lei ter vigor at que outra

    a modifique ou revogue.

    1 A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando

    seja com ela incompatvel ou quando regule inteiramente a matria de que

    tratava a lei anterior.

    2 A lei nova, que estabelea disposies gerais ou especiais a par das j

    existentes, no revoga nem modifica a lei anterior.

    3 Salvo disposio em contrrio, a lei revogada no se restaura por ter a

    lei revogadora perdido a vigncia.

    Comentrios

    Salvo em casos especiais, a lei tem carter permanente e somente pode ser

    revogada por lei nova devido ao princpio da continuidade. O desuso no

    revoga a lei. A lei ser revogada somente por outra lei que lhe retira a eficcia

    parcial ou total ou, ainda, por deciso do Supremo Tribunal Federal nas aes

    de inconstitucionalidade.

    Art. 3 Ningum se escusa de cumprir a lei, alegando que no a conhece.

    Comentrios

    A pessoa no pode descumprir a lei alegando que no a conhece.

    Exemplo

    Uma empresa no pode descumprir uma norma de segurana do trabalho

    alegando que no tem conhecimento da mesma. Esse artigo garante a segu-rana do ordenamento jurdico. Se no fosse assim, qualquer um alegaria que

    desconhece a lei para descumpri-la.

    Art. 4 Quando a lei for omissa, o juiz decidir o caso de acordo com a analogia,

    os costumes e os princpios gerais de direito.

    Consultar atualizaes em:www.planalto.gov.br/presidencia/legislacao

    Normalizao e Legislao Aplicadae-Tec Brasil 34

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    Art. 5 Na aplicao da lei, o juiz atender aos fins sociais a que ela se dirige

    e s exigncias do bem comum.

    Comentrios

    O legislador nem sempre pode prever situaes futuras e o judicirio no podedeixar de julgar os casos que lhe so trazidos. Assim, a lei permite que o julgador,

    mesmo sem lei, busque, em outras fontes, a fundamentao para a sua deciso.

    Art. 6 A lei em vigor ter efeito imediato e geral, respeitados o ato jurdico

    perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.

    1 Reputa-se ato jurdico perfeito o j consumado segundo a lei vigente ao

    tempo em que se efetuou.

    2 Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou algumque por ele, possa exercer como aqueles cujo comeo do exerccio tenha

    termo pr-fixo ou condio pr-estabelecida inaltervel, a arbtrio de outrem.

    3 Chama-se coisa julgada ou caso julgado a deciso judicial de que j no

    caiba recurso.

    Comentrios

    A lei, normalmente, criada para valer no futuro. Na prtica, observa-se a

    existncia de relaes jurdicas que, muitas vezes, eram comprometidas com

    a nova lei, ocorrendo conflitos.

    A prpria lei pode prever esses casos nas disposies transitrias e pode prever,

    tambm, a irretroatividade da lei, ou seja, no atingir fatos anteriores. Mas,

    admitem-se excees, respeitando os direitos j constitudos.

    Exemplo

    Capacidade das pessoas, reduo ou aumento da menoridade civil.

    ResumoNesta aula, conhecemos a LICC e alguns princpios bsicos do Direito Civil para

    compreenso e para aplicao correta das normas de Segurana e Medicina

    do Trabalho na prtica profissional.

    e-Tec BrasilAula 2 - Lei de Introduo ao Cdigo Civil Brasileiro (LICC) 35

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    Atividades de aprendizagem1. O auditor do trabalho foi a uma empresa e constatou uma irregularidade

    (no entrega de equipamento de proteo individual aos empregados).

    Em defesa, a empresa alegou se tratar de uma lei que entrou em vigor

    somente h seis meses da qual no tinha conhecimento e, mesmo quetivesse conhecimento sobre esta, no houve tempo hbil para providen-

    ciar os equipamentos.

    Pode a empresa alegar o desconhecimento em sua defesa ou alegar que

    no houve tempo para cumprir o que determinava a norma? Fundamente

    a resposta com base na LICC.

    Normalizao e Legislao Aplicadae-Tec Brasil 36

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    e-Tec Brasil

    Objetivos

    Aprender os conceitos bsicos do direito do trabalho e as normas

    ligadas prtica profissional do Tcnico em Segurana do Trabalho.

    3.1 ApresentaoEm todos os lugares que o homem est, o direito necessrio. Algumas

    vezes mais e em outras menos. Nas relaes de trabalho, como h uma real

    desigualdade entre as partes envolvidas, existe uma necessidade da presenade regras e das devidas punies para o descumprimento destas.

    3.2 Conceito e princpiosDireito do trabalho um conjunto de princpios, de regras e de instituies

    atinentes relao de trabalho subordinado e a situaes anlogas, visando

    assegurar melhores condies de trabalho e sociais ao trabalhador, de acordo

    com as medidas de proteo que lhe so destinadas. (MARTINS, 2011).

    Os princpios do direito do trabalho, segundo Fuher (2002a), so:

    1. Proteo in dubio pro operatio (na dvida deve ser decidido a favor

    do trabalhador) e da condio mais benfica ao trabalhador (sempre se

    aplica a condio que beneficia o trabalhador).

    2. Norma mais favorvel independente da hierarquia, sempre a mais

    benfica ao trabalhador. Na elaborao de uma norma, o legislador sem-

    pre deve buscar a melhoria das condies do empregado e, na interpre-

    tao, sempre deve buscar a norma que melhor se acomode ao interessedo trabalhador.

    3. Irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas o empregado no pode

    renunciar aos seus direitos sob pena de serem considerados nulos os atos.

    Aula 3 Direito do trabalho

    e-Tec BrasilAula 3 - Direito do trabalho 37

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    4. Primazia da realidade o fato real vale mais do que o que consta nos

    documentos.

    Exemplo

    O contrato de trabalho previa o recebimento de equipamento de proteoindividual (EPI) por parte do trabalhador, mas, na realidade, o empregador

    nunca entregou o equipamento de proteo.

    5. Continuidade da relao empregatcia o contrato de trabalho por

    prazo indeterminado, salvo prova em contrrio.

    3.3 Principais normas do direito do trabalhoA Constituio Federal estipula os principais direitos do trabalhador. No art.

    7, esto previstos alguns direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, no

    excluindo outros que visem melhoria de sua condio social. No art. 8,temos os direitos da organizao sindical e o art. 9 trata do direito de greve.

    na Consolidao das Leis Trabalhistas (CLT) Decreto-lei n. 5.452/43

    que se estatuem as normas regulamentadoras das relaes individuais e co-

    letivas de trabalho.

    Figura 3.1: Empregado e empregadorFonte: CTISM

    Art. 2 - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que,

    assumindo os riscos da atividade econmica, admite, assalaria e dirige a

    prestao pessoal de servio.

    Consultar atualizaes nosite:www.planalto.gov.br/presidencia/legislacao

    Normalizao e Lesgilao Aplicadae-Tec Brasil 38

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    1 - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relao de

    emprego, os profissionais liberais, as instituies de beneficncia, as asso-

    ciaes recreativas ou outras instituies sem fins lucrativos que admitirem

    trabalhadores como empregados.

    2 - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas,

    personalidade jurdica prpria, estiver sob a direo, controle ou administrao

    de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra ativi-

    dade econmica, sero, para os efeitos da relao de emprego, solidariamente

    responsveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.

    Art. 3 - Considera-se empregado toda pessoa fsica que prestar servios de

    natureza no eventual a empregador, sob a dependncia deste e mediante

    salrio.

    Pargrafo nico - No haver distines relativas espcie de emprego e

    condio de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, tcnico e manual.

    3.4 Contrato de trabalhoContrato de trabalho o gnero que compreende o contrato de emprego.

    Contrato de trabalho pode compreender qualquer trabalho, como o trabalho

    autnomo, o trabalho eventual, o trabalhador avulso, o trabalho do empre-

    srio, etc. J o contrato de emprego diz respeito relao entre empregado

    e empregador. (MARTINS, 2011).

    O art. 442 da CLT, estabelece que o contrato individual de trabalho um

    acordo, tcito ou expresso, correspondente relao de emprego.

    3.4.1 Alguns direitos do empregado Contrato experincia mximo de 90 dias.

    Anotao CTPS 48 horas.

    Horas extras com adicional.

    Frias com adicional de um tero.

    Vedao de alteraes contratuais em seu prejuzo.

    Salrio mnimo e irredutividade salarial.

    trabalho autnomoExercido com autonomia, semdependncia de outrem.

    trabalhador avulsoPrestador de servios na orlamartima, controlado pelosindicato da respectivacategoria ou por rgo gestorde mo de obra.

    e-Tec BrasilAula 3 - Direito do trabalho 39

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    Equiparao salarial.

    FGTS.

    13 salrio.

    Aviso prvio e multa sobre o saldo do FGTS no caso de demisso sem

    justa causa.

    Jornada noturna horrio reduzido com adicional 20% 22h s 5h

    52min e 30seg.

    Adicionais de insalubridade e de periculosidade.

    Descansos interjornada 11h e intrajornada de 6h 15min e de 8h 1h 2h.

    Licena maternidade e paternidade.

    Seguro-desemprego.

    Piso salarial de acordo com a complexidade e a extenso do trabalho.

    Salrio-famlia.

    Repouso semanal remunerado.

    Reduo de riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de sade,

    de higiene e de segurana.

    Normalizao e Lesgilao Aplicadae-Tec Brasil 40

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    3.5 Resciso do contrato por justa causa edemisso indireta

    Figura 3.2: Empregador demitindo o empregado de forma arbitrriaFonte: CTISM

    Quando o empregado descumpre algumas regras, o empregador pode demiti-lo

    por justa causa. O empregado tambm pode requerer a sua demisso indireta

    no caso do empregador descumprir o ordenamento, garantindo com isso seus

    direitos na resciso o que no aconteceria no caso de um pedido direto de

    demisso. A seguir, os artigos da CLT:

    Art. 482 - Constituem justa causa para resciso do contrato de trabalho pelo

    empregador:

    a) ato de improbidade;

    b) incontinnciade conduta ou mau procedimento;

    c) negociao habitual por conta prpria ou alheia sem permisso do empre-

    gador e quando constituir ato de concorrncia empresa para a qual trabalha

    o empregado ou for prejudicial ao servio;

    d) condenao criminal do empregado, passada em julgado, caso no tenha

    havido suspenso da execuo da pena;

    e) desdia no desempenho das respectivas funes;

    incontinnciaFalta de controle, excessos.

    e-Tec BrasilAula 3 - Direito do trabalho 41

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    f) embriaguez habitual ou em servio;

    g) violao de segredo da empresa;

    Figura 3.3: Violao de segredo da empresaFonte: CTISM

    h) ato de indisciplina ou de insubordinao;

    i) abandono de emprego;

    j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no servio contra qualquer

    pessoa ou ofensas fsicas, nas mesmas condies, salvo em caso de legtima

    defesa, prpria ou de outrem;

    k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas fsicas praticadas contra

    o empregador e superiores hierrquicos, salvo em caso de legtima defesa,

    prpria ou de outrem;

    l) prtica constante de jogos de azar.

    Pargrafo nico - Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado

    a prtica, devidamente comprovada em inqurito administrativo, de atos

    atentatrios segurana nacional.

    Art. 483 - O empregado poder considerar rescindido o contrato e pleitear

    a devida indenizao quando:

    Normalizao e Lesgilao Aplicadae-Tec Brasil 42

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    a) forem exigidos servios superiores s suas foras, defesos por lei, contrrios

    aos bons costumes ou alheios ao contrato;

    b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierrquicos com rigor

    excessivo;

    c) correr perigo manifesto de mal considervel;

    d) no cumprir o empregador as obrigaes do contrato;

    e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua

    famlia, ato lesivo da honra e da boa fama;

    f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso

    de legtima defesa, prpria ou de outrem;

    g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por pea ou tarefa, de

    forma a afetar sensivelmente a importncia dos salrios.

    Exemplo

    Se um empregado no utiliza EPI, j tendo sido advertido, ele pode ser demi-

    tido por justa causa com fundamento no art. 482, letra h, da CLT. No caso

    do empregador no fornecer EPI ao empregado, este pode requerer a sua

    demisso indireta, com base no art. 483, letra c e d, da CLT.

    Figura 3.4: Empregado trabalhando sem Equipamentos de Proteo Individual (EPI)Fonte: CTISM

    Consultar atualizaes nosite:www.planalto.gov.br/presidencia/legislacao

    e-Tec BrasilAula 3 - Direito do trabalho 43

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    3.6 Direito coletivo do trabalho e sindicatoSindicato consiste em uma associao coletiva, de natureza privada, voltada

    defesa e ao incremento de interesses coletivos profissionais e materiais

    de trabalhadores, sejam subordinados ou autnomos, e de empregadores.

    (DELGADO, 2004).

    Convenes ou acordos coletivos os primeiros so ajustes firmados entre

    o sindicato dos empregados e o sindicato patronal; os segundos so ajustes

    entre o sindicato dos empregados e uma ou mais empresas, prevendo clu-

    sulas com direitos e deveres dos membros da categoria (reajustes salariais,

    condies de trabalho, etc.), sempre respeitando as disposies mnimas j

    previstas no ordenamento.

    Sentenas normativas so decises dos Tribunais do Trabalho julgando

    dissdios coletivos quando os sindicatos no conseguem negociar ou chegar aum acordo coletivo quanto aos direitos e aos deveres dos membros da categoria.

    No Rio Grande do Sul, o sindicato que representa os Tcnicos de Segurana do

    Trabalho oSindicato dos Tcnicos em Segurana do Trabalho (SINDITESTRS),

    localizado em Porto Alegre.

    3.7 Justia do TrabalhoDe acordo com o art. 114 da CF, de 1988, compete Justia do Trabalho

    processar e julgar:

    I as aes oriundas da relao de trabalho [...];

    II as aes que envolvam exerccio do direito de greve;

    III as aes sobre representao sindical, entre sindicatos, sindicatos e traba-

    lhadores, sindicatos e empregadores;

    VI as aes de indenizao por dano moral e patrimonial decorrentes darelao de trabalho;

    VII as aes relativas s penalidades administrativas impostas aos empregadores

    pelos rgos de fiscalizao das relaes de trabalho;

    IX outras controvrsias decorrentes da relao de trabalho na forma da lei;

    Maiores informaes sobre osindicato, consulte osite:

    www.sinditestrs.org.br

    Normalizao e Lesgilao Aplicadae-Tec Brasil 44

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    Assim, tem-se no Judicirio uma justia especializada nas causas relacionadas

    ao trabalho.

    ResumoNesta aula, conhecemos os conceitos bsicos e algumas normas do direito

    do trabalho. Tambm, aprendemos onde encontrar a legislao pertinente

    a fim de que o Tcnico em Segurana do Trabalho tenha a habilidade para

    identificar sujeitos, direitos e deveres na esfera trabalhista.

    Atividades de aprendizagem1. Onde esto previstas as principais normas do direito do trabalho?

    2. Cite dois princpios do direito do trabalho que julgar mais importantes?Justifique.

    3. Defina empregado e empregador?

    4. O que um contrato de trabalho?

    5. Se o empregado no utilizar o equipamento de proteo, o que pode

    fazer o empregador?

    6. Defina acordos, convenes e sentenas normativas.

    7. Onde so julgados os processos relacionados ao trabalho?

    e-Tec BrasilAula 3 - Direito do trabalho 45

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    e-Tec Brasil

    Aula 4 Legislao previdenciria

    Objetivos

    Aprender os conceitos bsicos de legislao previdenciria e as princi-

    pais normas ligadas profisso de Tcnico em Segurana do Trabalho.

    4.1 ApresentaoAo cidado so assegurados vrios direitos sociais previstos no art. 6 da CF,

    dentre eles sade, previdncia social, assistncia aos desamparados,

    proteo infncia e famlia.

    Assim, foi criada a seguridade social que compreende um conjunto integrado

    de aes que visam assegurar tais direitos ( sade, previdncia e assistncia

    social) promovidas e financiadas pelos Poderes Pblicos e pela sociedade. Vide

    art. 194 da CF/1988.

    A seguir, a legislao bsica referente matria:

    Constituio Federal de 1988.

    Lei n. 8.212, de 24.07.1991 Lei Orgnica da Seguridade Social.

    Lei n. 8.213, de 24.07.1991 Planos de Benefcios da Previdncia Social

    e outras providncias.

    Decreto n. 3.048, de 06.05.1999 Regulamento da Previdncia Social.

    A seguridade ser financiada por toda a sociedade de forma direta ou indireta:

    Recursos da Unio, dos Estados, do DF e dos Municpios.

    Empregadores ou entidade equiparada (folha de salrios, receitas e lucros).

    Trabalhadores e demais segurados sobre rendimentos.

    e-Tec BrasilAula 4 - Legislao previdenciria 47

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    Competncia legislativa:

    Unio seguridade social.

    Unio, Estados e DF Previdncia Social, proteo e defesa da sade.

    Figura 4.1: Diviso da seguridade socialFonte: CTISM

    Com relao Previdncia Social, as primeiras linhas de conhecimento esto

    previstas na CF/1988, a partir do art. 201 que diz:

    Art. 201. A Previdncia Social ser organizada sob a forma de regime geral,

    de carter contributivo e de filiao obrigatria, observados critrios que

    preservem o equilbrio financeiro e atuarial.

    Exemplo

    Um empregado, quando contratado, obrigado a contribuir mensalmente

    com a Previdncia Social. O desconto efetuado pelo empregador e repassado

    ao INSS. O empregado considerado segurado.

    No sistema de Previdncia Social, temos os benefcios e os servios previden-

    cirios que os segurados e beneficirios podero usufruir. Veremos a seguir

    alguns benefcios.

    Normalizao e Legislao Aplicadae-Tec Brasil 48

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    4.2 BenefciosOs benefcios previdencirios aos segurados esto previstos na Lei n. 8.213, de

    24 de julho de 1991, que dispe sobre os Planos de Benefcios da Previdncia

    Social e d outras providncias e no Decreto n. 3.048, de 06 de maio de 1999,

    que aprova o Regulamento da Previdncia Social e d outras providncias.

    Quem so os segurados? Todos aqueles previstos no art. 11, da Lei n. 8.213/91.

    Exemplo

    Empregado ou contribuinte individual (autnomo).

    Alm dos segurados, temos outros beneficirios que so os dependentes dos

    segurados que, de acordo com a lei, podem ser o cnjuge, o companheiro(a),

    os filhos menores ou incapazes, os pais e os irmos desde que dependentes.

    4.2.1 Auxlio-doena acidentrioO auxlio-doena ser devido ao segurado que, havendo cumprido, quando

    for o caso, o perodo de carncia (tempo mnimo de pagamento de contri-

    buio) exigida nessa lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua

    atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Nos primeiros

    quinze dias, quem paga a remunerao do empregado o empregador; a

    partir da, quem paga a Previdncia Social (vide art. 59, da Lei n. 8.213, e

    art. 71, do Decreto n. 3.048/99)

    Figura 4.2: Auxlio-doenaFonte: CTISM

    e-Tec BrasilAula 4 - Legislao previdenciria 49

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    Para a concesso do auxlio-doena necessria a comprovao da incapacidade

    em exame realizado pela percia mdica da Previdncia Social.

    Segundo a Lei n. 8.213/91:

    Art.19. Acidente do trabalho o que ocorre pelo exerccio do trabalho, a servio

    da empresa ou pelo exerccio do trabalho dos segurados referidos no inciso

    VII, do art. 11, desta lei, provocando leso corporal ou perturbao funcional

    que cause a morte ou a perda ou reduo, permanente ou temporria, da

    capacidade para o trabalho.

    Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior,

    as seguintes entidades mrbidas:

    I - doena profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada peloexerccio do trabalho peculiar determinada atividade e constante da respectiva

    relao elaborada pelo Ministrio do Trabalho e da Previdncia Social;

    II - doena do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em

    funo de condies especiais em que o trabalho realizado e com ele se

    relacione diretamente, constante da relao mencionada no inciso I.

    Art. 21. Equiparam-se tambm ao acidente do trabalho, para efeitos desta lei:

    I - o acidente ligado ao trabalho que, embora no tenha sido a causa nica,

    haja contribudo diretamente para a morte do segurado, para reduo ou

    perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido leso que exija ateno

    mdica para a sua recuperao;

    II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horrio do trabalho, em

    consequncia de:

    a) ato de agresso, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou com-

    panheiro de trabalho;

    b) ofensa fsica intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa rela-

    cionada ao trabalho;

    c) ato de imprudncia, de negligncia ou de impercia de terceiro ou de

    companheiro de trabalho;

    Normalizao e Legislao Aplicadae-Tec Brasil 50

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    d) ato de pessoa privada do uso da razo;

    e) desabamento, inundao, incndio e outros casos fortuitos ou decorrentes

    de fora maior;

    III - a doena proveniente de contaminao acidental do empregado no

    exerccio de sua atividade;

    IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e do horrio

    de trabalho:

    a) na exceo de ordem ou na realizao de servio sob a autoridade da empresa;

    b) na prestao espontnea de qualquer servio empresa para lhe evitar

    prejuzo ou proporcionar proveito;

    c) em viagem a servio da empresa, inclusive para estudo, quando financiada

    por esta dentro de seus planos para melhor capacitao da mo de obra,

    independentemente do meio de locomoo utilizado, inclusive veculo de

    propriedade do segurado;

    d) no percurso da residncia para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer

    que seja o meio de locomoo, inclusive veculo de propriedade do segurado.

    Figura 4.3: CadeiranteFonte: CTISM

    e-Tec BrasilAula 4 - Legislao previdenciria 51

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    4.2.2 Aposentadoria por invalidezA aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a

    carncia exigida, ser devida ao segurado que, estando ou no em gozo

    de auxlio-doena, for considerado incapaz e insusceptvel de reabilitao

    para o exerccio de atividade que lhe garanta a subsistncia, e ser-lhe- pagaenquanto permanecer nesta condio (vide art. 42, da Lei n. 8.213/91, e art.

    43, do Decreto n. 3.048/99).

    4.2.3 Penso por morteA penso por morte ser devida ao conjunto dos dependentes cnjuge,

    companheiro(a), filhos menores, filhos incapazes, dependentes legais do segurado

    que falecer. Corresponde a uma renda mensal calculada na forma da lei (vide art.

    74 ao 79, da Lei n. 8.213/91, e do art. 105 ao 115, do Decreto n. 3.048/99).

    4.2.4 Auxlio-acidenteO auxlio-acidente ser concedido, como indenizao, ao segurado quando, aps

    consolidao das leses decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultar

    sequelas que impliquem reduo da capacidade para o trabalho que habitualmente

    exercia (vide art. 86, da Lei n. 8.213/91, e art. 104, do Decreto n. 3.048/99).

    4.3 Estabilidade do empregadoO empregado acidentado tem estabilidade provisria de 12 meses aps o

    retorno ao trabalho e cessao do benefcio de auxlio-doena acidentrio,

    independente do recebimento do auxlio-acidente (vide art. 118, da Lei n.

    8.213/91).

    Outras estabilidades provisrias:

    Cipeiro (CIPA Comisso Interna de Preveno de Acidentes) vide art.

    165, da CLT, e art. 10, inciso II, alnea a, do ADCT (Ato de Disposies

    Constitucionais Transitrias), da CF/88.

    Dirigente sindical vide art. 543, pargrafo terceiro.

    Gestante vide art. 392, da CLT, e art. 10, inciso II, alnea b, do ADCT, da

    CF/88.

    Consultar atualizaes nositedaprevidncia social:

    http://www.mpas.gov.br

    Normalizao e Legislao Aplicadae-Tec Brasil 52

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    ResumoNesta aula, conhecemos o conceito de legislao previdenciria, de acidente

    de trabalho, de benefcios e de estabilidade do empregado, a fim de que o

    Tcnico em Segurana do Trabalho tenha uma viso geral dos reflexos de seu

    trabalho nessa rea do Direito.

    Atividades de aprendizagem1. O que legislao previdenciria?

    2. Qual o conceito de seguridade social e quem a financia?

    3. Quem so os beneficirios da Previdncia Social?

    4. Qual o conceito de acidente de trabalho de acordo com a lei previdenciria?

    5. Quais os benefcios mais utilizados no caso de acidente de trabalho?

    6. O empregado acidentado tem direito a estabilidade no emprego?

    Qual o perodo?

    e-Tec BrasilAula 4 - Legislao previdenciria 53

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    e-Tec Brasil

    Objetivos

    Compreender os conceitos de NTEP e de FAP e a importncia da

    atuao do Tcnico em Segurana do Trabalho para a melhoria

    desses ndices.

    5.1 ApresentaoComo vimos anteriormente, responsabilidade dos poderes pblicos e da

    sociedade o financiamento de aes que visem sade, previdncia social, assistncia social, dentre outros.

    A CF/1988 tambm prev, em seu art. 225, que:

    Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso

    comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder

    pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes

    e as futuras geraes.

    Assim, na busca de uma melhor qualidade de vida, so criados mecanismos

    legais para que as prticas sejam repensadas e ajustadas. No diferente nos

    ambientes de trabalho, onde objetiva-se uma constante melhoria, principal-

    mente, na diminuio de doenas e de riscos para os trabalhadores, com o

    fim de promover a sade. Alm da sade, medidas so tomadas para garantir

    que o sistema previdencirio tenha condies financeiras de manter seus

    segurados e seus beneficirios, criando mecanismos para favorecer e penalizar

    os empregadores de acordo com suas condutas e riscos em suas atividades.

    A lei previdenciria prev diferentes alquotas de pagamento de acordo coma atividade da empresa. Ao considerar tal fator, foram criados o NTEP e o FAP.

    5.2 A legislaoA Lei n. 10.666/2003, assim, dispe:

    Art. 10. A alquota de contribuio de um, dois ou trs por cento, destinada ao

    financiamento do benefcio de aposentadoria especial ou daqueles concedidos

    Aula 5 Nexo Tcnico Epidemiolgico Previdencirio (NTEP) e Fator Acidentrio de Preveno (FAP)

    e-Tec Brasil

    Aula 5 - Nexo Tcnico Epidemiolgico Previdencirio (NTEP)

    e Fator Acidentrio de Preveno (FAP) 55

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    em razo do grau de incidncia de incapacidade laborativa decorrente dos

    riscos ambientais do trabalho, poder ser reduzida, em at cinquenta por cento,

    ou aumentada, em at cem por cento, conforme dispuser o regulamento,

    em razo do desempenho da empresa em relao respectiva atividade

    econmica, apurado em conformidade com os resultados obtidos a partir dosndices de frequncia, gravidade e custo, calculados segundo metodologia

    aprovada pelo Conselho Nacional de Previdncia Social.

    Essa medida foi regulada pelo Ministrio da Previdncia Social (MPS), Resoluo

    1.236, de 2004, que introduziu o FAP que nortear os futuros enquadramen-

    tos das empresas e posteriormente pela Resoluo 1.269/2006, com alguns

    trechos transcritos a seguir:

    O Plenrio do Conselho Nacional de Previdncia Social (CNPS), em sua 118

    Reunio Ordinria, realizada no dia 15 de fevereiro de 2005, no uso dasatribuies que lhe so conferidas pela Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991;

    Considerando a necessidade de se conferir estmulo ao desenvolvimento

    econmico via reduo de custos e fomento ao trabalho saudvel;

    Considerando o resultado dos estudos desenvolvidos pelo Ministrio da Previ-

    dncia Social, por intermdio da Secretaria de Previdncia Social desde a edio

    da Resoluo n. 1.236, de 28 de abril de 2004, que trata da metodologia para

    a flexibilizao das alquotas de contribuio destinadas ao financiamento do

    benefcio de aposentadoria especial e daqueles concedidos em razo do grau

    de incidncia de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do

    trabalho;

    Considerando a necessidade de aperfeioamento da metodologia para poten-

    cializar aacurciado mtodo e suprimir redundncias, resolve:

    O anexo da Resoluo n. 1.236, de 2004, passa a vigorar com a redao

    dada pelo anexo a esta Resoluo. Ver texto a seguir:

    ANEXO

    ANEXO TCNICO EPIDEMIOLGICO PREVIDENCIRIO

    O FATOR ACIDENTRIO PREVIDENCIRIO

    1. Introduo

    Os acidentes de trabalho que afetam a produtividade econmica so res-

    ponsveis por um impacto substancial sobre o sistema de proteo social

    acurciaExatido de uma

    apurao.

    Normalizao e Lesgilao Aplicadae-Tec Brasil 56

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    e influenciam o nvel de satisfao do trabalhador e o bem-estar geral da

    populao. No Brasil, os registros indicam que ocorrem trs mortes a cada

    duas horas de trabalho e trs acidentes a cada minuto de trabalho. Isso

    apenas entre os trabalhadores do mercado formal, considerando o nmero

    reconhecidamente subestimado de casos para os quais houve notificaode acidente do trabalho, por intermdio da Comunicao do Acidente do

    Trabalho (CAT).

    Estima-se que a ausncia de segurana nos ambientes de trabalho, no Brasil,

    tenha gerado, no ano de 2003, um custo de cerca de R$ 32,8 bilhes para

    o Pas. Deste total, R$ 8,2 bilhes correspondem a gastos com benefcios

    acidentrios e aposentadorias especiais, equivalente a 30% da necessidade

    de financiamento do Regime Geral de Previdncia Social (RGPS) verificado

    em 2003, que foi de R$ 27 bilhes. O restante da despesa corresponde

    assistncia sade do acidentado, indenizaes, retreinamento, reinserono mercado de trabalho e horas de trabalho perdidas.

    Isso sem levar em considerao o subdimensionamento na apurao das

    contas da Previdncia Social, que desembolsa e contabiliza como despesas no

    acidentrias os benefcios por incapacidade, cujas CAT no foram emitidas.

    Ou seja, sob a categoria do auxlio doena no ocupacional, encontra-se

    encoberto um grande contingente de acidentes que no compem as contas

    acidentrias.

    Parte deste custo em segurana no trabalho afeta negativamente a competitivi-

    dade das empresas, pois ele aumenta o preo da mo de obra, o que se reflete

    no preo dos produtos. Por outro lado, o incremento das despesas pblicas

    com previdncia, reabilitao profissional e sade reduzem a disponibilidade

    de recursos oramentrios para outras reas ou induz o aumento da carga

    tributria sobre a sociedade.

    De outro lado, algumas empresas afastam trabalhadores, e muitas vezes os

    despedem logo aps a concesso do benefcio. Com isso, o trabalhador se

    afasta, j sendo portador de doena crnica contrada no labor, e o desempregopoder se prolongar na medida em que, para obter o novo emprego, ser

    necessria a realizao do exame admissional, no qual sero eleitos apenas

    aqueles considerados como aptos e, portanto, no portadores de enfermidades.

    Nesse escopo, no se pode abstrair a importncia de uma correta poltica de

    financiamento dos benefcios previdencirios. Pela legislao vigente, os bene-

    e-Tec Brasil

    Aula 5 - Nexo Tcnico Epidemiolgico Previdencirio (NTEP)

    e Fator Acidentrio de Preveno (FAP) 57

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    fcios concedidos em razo do grau de incidncia de incapacidade laborativa

    decorrente dos riscos ambientais do trabalho e a aposentadoria especial so

    financiados com as alquotas de 1, 2 ou 3% incidentes sobre a remunerao

    paga pela empresa aos seus empregados e trabalhadores avulsos, conforme o

    ramo da atividade. No caso dos trabalhadores sujeitos aos riscos que ensejama aposentadoria especial, h, ainda, um adicional de 6, 9 ou 12% incidentes

    sobre a remunerao dos trabalhadores expostos a condies que ensejam

    a concesso desse benefcio.

    As contribuies de 1, 2 ou 3%, antes referidas, so pagas conforme o ramo

    da atividade econmica, independentemente da qualidade de seu ambiente

    de trabalho e correspondem ao grau de risco pequeno, mdio e grande,

    respectivamente. Vale dizer: se uma empresa da indstria de transformao

    investe na melhoria do ambiente de trabalho, eliminando ou reduzindo os

    riscos existentes, esta mesma empresa pagar a mesma contribuio queoutra empresa que no faz nenhum investimento.

    H consenso quanto necessidade de se conferir aos empregadores previdentes

    em matria de Segurana e Sade do Trabalho (SST) um incentivo tributrio

    como vantagem competitiva; ganho de imagem mercadolgica e, fundamen-

    talmente, retorno econmico devido gesto dos riscos ocupacionais dentro

    da poltica de responsabilidade social da empresa.

    Nesse sentido, foi editada a Medida Provisria n. 83, de 12 de dezembro de

    2002, posteriormente convertida na Lei n. 10.666, de 08 de maio de 2003,

    possibilitando s empresas reduzir a contribuio destinada ao financiamento

    dos benefcios concedidos em razo do grau de incidncia de incapacidade

    laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, mais conhecido como

    Seguro contra Acidentes do Trabalho, ou impondo-lhes uma majorao. O

    dispositivo prev que as alquotas de 1, 2 ou 3% podero ser reduzidas

    metade ou duplicadas em razo do desempenho da empresa, em relao

    respectiva atividade econmica.

    5.3 Conceito de FAPPara apurar-se o fator FAP, faz-se um diagnstico na empresa (individual

    cada empresa tem o seu) e calcula-se com frmulas previstas na lei (com

    base nas ocorrncias de doenas ocupacionais ou no nos empregados).

    Procura-se, assim, a sade geral e no somente a sade ligada ocupao

    profissional. Na frmula, consideram-se as variveis: gravidade (dimenso social

    Normalizao e Lesgilao Aplicadae-Tec Brasil 58

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    das ocorrncias), custo (gastos com a ocorrncia) e frequncia (nmero de

    ocorrncias). O tcnico no tem a funo de realizar os clculos, porm deve

    ter conhecimento de que seu trabalho interfere diretamente nos resultados

    desse diagnstico.

    A Resoluo 1.269/2006 indica que ser realizado um reenquadramento dos

    cdigos de Classificao Nacional de Atividades Econmicas das Empresas

    (CNAE) previstas na NR 04 (1983), o que indica que um melhoramento no

    desempenho do grupo de empresas pode interferir nas demais. Portanto,

    necessrio que todos se sensibilizem e se articulem na melhoria da Segurana

    e Sade do Trabalho (SST). Nesse caso, o tcnico tambm deve se preocupar

    em manter relaes com seus colegas de outras empresas para que possam

    trocar ideias e parcerias em busca dos mesmos objetivos: a sade, a melhoria

    do meio ambiente e a integridade fsica do trabalhador.

    5.4 Conceito de NTEPNo NTEP, tem-se a relao entre Classificao Nacional de Atividades Econ-

    micas das empresas e agrupamento (CNAE) classe e Classificao Estatstica

    Internacional de Doenas e Problemas Relacionados Sade (CID 10), conforme

    o teste de hiptese nesse mtodo demonstrado. o componente do FAP, a

    partir do qual se dimensiona os benefcios (ligados s doenas e aos acidentes

    de trabalho), a gravidade e os custos, considerando, dentre outros requisitos,

    a causalidade de um fator (CNAE predominante), o desfecho de sade, se

    existem trabalhadores expostos e a probabilidade de adoecimento.

    5.5 Definies importantes Nexo juno entre duas ou mais coisas; ligao; vnculo; unio (HOUAISS,

    2001).

    Nexo causal relao que une a causa ao efeito (HOUAISS, 2001).

    Epidemiolgico relativo epidemiologia, que o estudo da ocorrn-

    cia, da distribuio e dos determinantes de um agravo sade em uma

    populao (REY, 1999). Estudos de como as doenas originam-se, propa-gam-se e por que acontecem.

    O Tcnico em Segurana do Trabalho tem um papel fundamental na empresa.

    Ele precisa contribuir para a Gesto da Sade Ocupacional a fim de garantir

    a diminuio de custos, a identificao, controle e amenizao das situaes

    de risco sade, proporcionando um melhor ambiente de trabalho o qual

    e-Tec Brasil

    Aula 5 - Nexo Tcnico Epidemiolgico Previdencirio (NTEP)

    e Fator Acidentrio de Preveno (FAP) 59

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    repercutir em toda a sociedade e meio ambiente. Para tal, exige-se um perfil

    observador, ativo e administrador, com constante atualizao das normas e

    conhecimentos da rea.

    ResumoNesta aula, alm de conhecermos o NTEP e o FAP, realizamos reflexes sobre o

    papel do Tcnico em Segurana do Trabalho e sobre a importncia do estudo

    para qualidade de vida das pessoas. Tais conhecimentos visam promover a

    melhoria da sade dos trabalhadores, diminuir custos para o Estado e para

    as empresas e preservar o meio ambiente.

    Atividades de aprendizagem1. Defina NTEP?

    2. Defina FAP?

    3. Como o Tcnico em Segurana do Trabalho pode contribuir para o me-

    lhoramento da empresa com relao aos fatores NTEP e FAP?

    Normalizao e Lesgilao Aplicadae-Tec Brasil 60

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    e-Tec Brasil

    Aula 6 Segurana do trabalho nodireito trabalhista

    Objetivos

    Conhecer e compreender os conceitos e a legislao especfica

    referente segurana do trabalho.

    6.1 ApresentaoA legislao bsica que rege a Segurana do Trabalho no Brasil composta por:

    CF Constituio Federal de 1988.

    CLT Consolidao das Leis do Trabalho Decreto-lei n. 5.452/43.

    Normas Regulamentadoras NR de 01 a 35, legislao bsica Lei n.

    6.514 de 22/12/1977, que altera o Captulo V do Ttulo II da CLT (arts.

    154 a 201), e aprovada pela Portaria 3.214 de 08/06/1978.

    6.2 A legislaoNa Consolidao das Leis do Trabalho (1943), temos o captulo V, a seguir descrito:

    Figura 6.1: Segurana no trabalhoFonte: CTISM

    e-Tec BrasilAula 6 - Segurana do trabalho no direito trabalhista 61

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    DA SEGURANA E DA MEDICINA DO TRABALHO

    Art. 154 - A observncia, em todos os locais de trabalho, do disposto neste

    captulo, no desobriga as empresas do cumprimento de outras disposies que,

    com relao matria, sejam includas em cdigos de obras ou regulamentossanitrios dos Estados ou Municpios em que se situem os respectivos estabe-

    lecimentos, bem como daquelas oriundas de convenes coletivas de trabalho.

    Art. 155 - Incumbe ao rgo de mbito nacional competente em matria de

    segurana e medicina do trabalho:

    I - estabelecer, nos limites de sua competncia, normas sobre a aplicao dos

    preceitos deste captulo, especialmente os referidos no art. 200;

    II - coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalizao e as demais ativida-

    des relacionadas com a segurana e a medicina do trabalho em todo o territrio

    nacional, inclusive a Campanha Nacional de Preveno de Acidentes do Trabalho;

    III - conhecer, em ltima instncia, dos recursos, voluntrios ou de ofcio, das

    decises proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho, em matria de

    segurana e medicina do trabalho.

    Art. 156 - Compete especialmente s Delegacias Regionais do Trabalho, nos

    limites de sua jurisdio:

    I - promover a fiscalizao do cumprimento das normas de segurana e

    medicina do trabalho;

    II - adotar as medidas que se tornem exigveis, em virtude das disposies

    deste captulo, determinando as obras e reparos que, em qualquer local de

    trabalho, se faam necessrias;

    III - impor as penalidades cabveis por descumprimento das normas constantes

    deste captulo, nos termos do art. 201.

    Art. 157 - Cabe s empresas:

    I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurana e medicina do trabalho;

    II - instruir os empregados, atravs de ordens de servio, quanto s precaues

    a tomar no sentido de evitar acidentes de trabalho ou doenas ocupacionais;

    Normalizao e Legislao Aplicadae-Tec Brasil 62

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    III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo rgo regional

    competente;

    IV - facilitar o exerccio da fiscalizao pela autoridade competente.

    Figura 6.2: Contrato de trabalhoFonte: CTISM

    Art. 158 - Cabe aos empregados:

    I - observar as normas de segurana e medicina do trabalho, inclusive as

    instrues de que trata o item II do artigo anterior;

    Il - colaborar com a empresa na aplicao dos dispositivos deste captulo.

    Pargrafo nico - Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada:

    a) observncia das instrues expedidas pelo empregador na forma do item

    II do artigo anterior;

    b) ao uso dos equipamentos de proteo individual fornecidos pela empresa.

    Art. 159 - Mediante convnio autorizado pelo Ministro do Trabalho, podero

    ser delegadas a outros rgos federais, estaduais ou municipais atribuies defiscalizao ou orientao s empresas quanto ao cumprimento das disposies

    constantes deste captulo.

    e-Tec BrasilAula 6 - Segurana do trabalho no direito trabalhista 63

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    Figura 6.3: Reunio de trabalhoFonte: CTISM

    DOS RGOS DE SEGURANA E DE MEDICINA DO TRABALHO NAS EMPRESAS

    Art. 162 - As empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo

    Ministrio do Trabalho, estaro obrigadas a manter servios especializados

    em segurana e em medicina do trabalho.

    Pargrafo nico - As normas a que se refere este artigo estabelecero:

    a) classificao das empresas segundo o nmero de empregados e a natureza

    do risco de suas atividades;

    b) o nmero mnimo de profissionais especializados exigido de cada empresa,

    segundo o grupo em que se classifique, na forma da alnea anterior;

    c) a qualificao exigida para os profissionais em questo e o seu regime de

    trabalho;

    d) as demais caractersticas e atribuies dos servios especializados em segu-

    rana e em medicina do trabalho, nas empresas.

    Art. 163 - Ser obrigatria a constituio de Comisso Interna de Preveno de

    Acidentes (CIPA), de conformidade com instrues expedidas pelo Ministrio

    do Trabalho, nos estabelecimentos ou locais de obra nelas especificadas.

    Pargrafo nico - O Ministrio do Trabalho regulamentar as atribuies, a

    composio e o funcionamento da CIPA.

    Normalizao e Legislao Aplicadae-Tec Brasil 64

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    Figura 6.4: Smbolo da CIPAFonte: Adaptado de http://portal.urisantiago.br/userfiles/cipa.jpg

    Art. 164 - Cada CIPA ser composta de representantes da empresa e dos

    empregados, de acordo com os critrios que vierem a ser adotados na regu-

    lamentao de que trata o pargrafo nico do artigo anterior.

    1 - Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, sero por

    eles designados.

    2 - Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, sero eleitos

    em escrutnio secreto do qual participem, independentemente de filiao

    sindical, exclusivamente os empregados interessados.

    3 - O mandato dos membros eleitos da CIPA ter a durao de 1 (um) ano,

    permitida uma reeleio.

    4 - O disposto no pargrafo anterior no se aplicar ao membro suplente

    que, durante o seu mandato, tenha participado de menos da metade do

    nmero de reunies da CIPA.

    5 - O empregador designar, anualmente, dentre os seus representantes, o

    Presidente da CIPA e os empregados elegero, dentre eles, o Vice-Presidente.

    Art. 165 - Os titulares da representao dos empregados nas CIPA(s) no

    podero sofrer despedida arbitrria, entendendo-se como tal a que no sefundar em motivo disciplinar, tcnico, econmico ou financeiro.

    Pargrafo nico - Ocorrendo a despedida, caber ao empregador, em caso de

    reclamao Justia do Trabalho, comprovar a existncia de qualquer dos motivos

    mencionados neste artigo, sob pena de ser condenado a reintegrar o empregado.

    e-Tec BrasilAula 6 - Segurana do trabalho no direito trabalhista 65

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    Vide arts. 166 a 201 da CLT, tambm relativos Segurana e Medicina do Trabalho.

    Apresentamos, a seguir, um resumo das Normas Regulamentadoras (NRs)

    do Ministrio do Trabalho e Emprego, segundo CLT do art. 154 a 201, Lei

    n. 6.514, de 22 de dezembro de 1977, Portaria 3.214, de 08 de junho de1978, e suas alteraes, que devem ser seguidas pelas empresas e instituies

    possuidoras de empregados regidos pela CLT.

    NR 01 Disposies gerais prev o campo de aplicao das Normas

    Regulamentadoras de segurana e medicina do trabalho e os direitos e deveres

    do Estado, dos empregadores e dos trabalhadores relativos a este tema.

    NR 02 Inspeo prvia prev os casos em que as empresas so obrigadas

    a solicitar ao Ministrio do Trabalho e Emprego a inspeo prvia em seus

    estabelecimentos e os procedimentos para a sua realizao.

    NR 03 Embargo ou interdio prev os casos em que os servios, as

    mquinas e os equipamentos das empresas podem ser paralisados por no

    atender s normas de segurana e medicina do trabalho. Tambm prev como

    realizar a fiscalizao nessas situaes.

    Figura 6.5: Equipamentos de seguranaFonte: CTISM

    NR 04 Servios especializados em Engenharia de Segurana e em Medi-

    cina do Trabalho prev a criao dos Servios Especializados em Engenharia

    de Segurana e em Medicina do Trabalho (SESMT) com o objetivo de promover

    a sade e a proteo da integridade do trabalhador no local de labor.

    Normalizao e Legislao Aplicadae-Tec Brasil 66

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    NR 05 Comisso Interna de Preveno de Acidentes CIPA prev a

    criao de uma comisso, constituda por empregados, cuja finalidade auxiliar

    no controle da segurana e medicina do trabalho. Suas principais funes

    so: trabalhar na preveno de infortnios laborais; apresentar sugestes ao

    empregador na busca da melhoria das condies de trabalho, visando extinguirou diminuir as possveis causas de acidentes e as doenas ocupacionais.

    NR 06 Equipamentos de Proteo Individual EPI prev os tipos de

    equipamentos de proteo individual que as empresas devem fornecer a seus

    empregados para resguardar a sade e a integridade fsica destes, de acordo

    com as condies exigidas pelo local de trabalho.

    Figura 6.6: Equipamentos de proteo individualFonte: CTISM

    NR 07 Programas de Controle Mdico de Sade Ocupacional PCMSO

    prev a criao e a implementao do Programa de Controle Mdico de

    Sade Ocupacional (PCMSO), objetivando a promoo e a preservao da

    sade coletiva dos trabalhadores.

    NR 08 Edificaes prev os requisitos tcnicos mnimos a serem observados nas

    edificaes, visando garantir segurana e conforto aos trabalhadores que nelas operam.

    NR 09 Programas de Preveno de Riscos Ambientais PPRA prev

    a criao e a implementao do Programa de Preveno de Riscos Ambien-

    tais (PPRA), objetivando a preservao da sade, da int